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Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho
PROCESSO Nº TST-AIRR-100434-15.2016.5.01.0056
Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1003F61AC06B9C8620.
A C Ó R D Ã O
(8ª Turma)
GMDMC/Gs/Dmc/gl/ao
PROCESSO Nº TST-AIRR-100434-15.2016.5.01.0056
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postulações exordiais. Nesse contexto,
evidenciado que o reclamante busca,
mediante ação interposta em 2016,
pretensão referente a ato ocorrido há
mais de 20 anos (1994), não há como
afastar a declaração da prescrição
total, estando ileso o art. 7º, XXIX, da
CF. 4. NULIDADE DO ATO DE TRANSFERÊNCIA.
O Regional, ao aplicar a prescrição
total, não examinou as matérias de
fundo, o que atrai o óbice da Súmula nº
297 do TST à análise dos referidos
tópicos. Agravo de instrumento
conhecido e não provido.
V O T O
I. CONHECIMENTO
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II. MÉRITO
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
Poder Judiciário
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O v. acórdão revela que, em relação ao tema recorrido, o entendimento
adotado pela Turma, de acordo com a prova produzida (Súmula 126 do
TST), encontra-se em consonância com a notória jurisprudência do Tribunal
Superior do Trabalho e consubstanciada na Súmula 294. Não seria razoável
supor que o Regional, ao entender dessa forma, estaria violando o dispositivo
apontado. Em razão dessa adequação (acórdão-jurisprudência iterativa do
TST), o recurso não merece processamento, sequer no tocante ao dissenso
jurisprudencial, a teor do artigo 896, alínea "c" e § 7º, da CLT c/c a Súmula
333 do TST.
Contrato Individual de Trabalho / Alteração Contratual ou das
Condições de Trabalho / Transferência
Verifica-se a ausência de prequestionamento em relação ao tema, o que
atrai a aplicação da Súmula 297 do TST. Nesse aspecto, portanto, inviável o
pretendido processamento.
CONCLUSÃO
NEGO seguimento ao recurso de revista.”(fls. 525/526)
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declaratórios, abordados às fls. 388/393, nas razões de recurso de
revista), fica inviabilizada a sua análise, tendo em vista a configuração
do instituto da preclusão.
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“Prescrição total
O reclamante postula que seja declarada a ilegalidade da sua
transferência da CBTU para a FLUMITRENS, isto sob a alegação no sentido
de que o artigo 6º, § 5º, da Lei n.º 8.693/93, referente à transferência de
empregados da CBTU para as novas sociedades, teria sofrido o veto
presidencial, por ser considerado inconstitucional. Afirma, ainda, que a
transferência teria violado o disposto no art. 37 da CF/88, que prevê o
ingresso na Administração Pública por meio de concurso público. Aduz,
também, que seria aplicável ao presente caso a decisão proferida na ACPub
n.º 0145200-53.2009.5.01.0007.
Sustenta que, em razão da ilegalidade da sua transferência, seria ilegal
o ato de sua dispensa, cabendo a sua reintegração e o pagamento de
diferenças salariais, e isto em razão da sua transferência ilegal para os
quadros da FLUMITRENS. Por fim, requer a remessa dos autos ao Tribunal
Pleno deste Regional para que seja declarada a inconstitucionalidade
"incidenter tantum" do ato administrativo que o transferiu dos quadros da
CBTU para a FLUMITRENS, afastando-se o entendimento consolidado nos
termos da Súmula nº 65 do TRT da 1º Região.
Sem razão.
A matéria relativa à prescrição encontra-se basicamente regulada pelo
art. 7º, XXIX, da atual Carta Magna, que estabelece, quanto a créditos
resultantes de relação de trabalho, o prazo prescricional de cinco anos, até o
limite de dois anos após a extinção do contrato.
Duas são as condições de aplicabilidade da prescrição: existência de
uma pretensão exercitável e a inércia do titular desta pretensão durante certo
lapso de tempo.
Infere-se daí que da violação nasce a pretensão, começando a
prescrição a correr a partir do nascimento da pretensão, atualmente
equivalente ao período de cinco anos, e de dois anos a contar da extinção do
contrato laboral.
Aplica-se, assim, o adágio no sentido de que "dormientibus non
succurrit jus”. Aquele que se descubra de seus direitos, ou deixa de se utilizar
dos meios legais para conservá-los, não pode alegá-los quando já os houver
perdido. A negligência não merece a proteção legal.
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In casu, o reclamante alega a ilegalidade do ato de sua transferência do
quadro da CBTU para a FLUMUTRENS, ocorrida em 22/12/1994.
Revendo entendimento anterior, passo a registrar que a questão relativa
à declaração de nulidade da citada transferência não é meramente
declaratória, tendo também cunho constitutivo, na medida em que o
reclamante pretende, com isso, o pagamento de indenização pelos
benefícios, progressões funcionais e recolhimentos legais.
Assim sendo, faz-se necessária a análise da prescrição da pretensão
autoral.
In casu, é possível verificar que a transferência do autor, ocorrida em
dezembro de 1994, configura ato único da empregadora, razão pela qual deve
ser aplicado ao caso o entendimento consubstanciado na Súmula nº 294 do
EC. TST, in verbis:
Súmula nº 294 do TST
PRESCRIÇÃO. ALTERAÇÃO CONTRATUAL.
TRABALHADOR URBANO - Tratando-se de ação que envolva
pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração do
pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela
esteja também assegurado por preceito de lei.
Deste modo, considerando-se que o ato do empregador que acarretou a
modificação do contrato original foi praticado em 1994, ou seja, mais de 20
anos antes da propositura da presente demanda, ajuizada em 30/03/2016,
entendo que está prescrita a pretensão autoral relativamente à nulidade da
transferência do quadro da CBTU para a FLUMITRENS.
Neste sentido, cite-se o teor da Súmula nº 65 desta Corte Regional, in
verbis:
"SÚMULA Nº 65 CBTU/FLUMITRENS. Transferência
dos empregados. Convênio administrativo de 31/12/1994.
Arguição de nulidade do ato. Reintegração. Impossibilidade.
Prescrição total configurada. A pretensão relativa à reintegração
de ex-empregados da CBTU, sob o fundamento de nulidade do
ato de transferência para a FLUMITRENS, praticado através de
convênio administrativo firmado em 31/12/1994, encontra-se
fulminada pela prescrição trabalhista fixada no art. 7º, XXIX, da
CRFB.”
Deste modo, não há de se analisar as demais alegações realizadas pelo
reclamante, uma vez que prescrito o seu direito no sentido da revisão judicial
da legalidade, ou não, da sua transferência para o quadro da FLUMITRENS.
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Não há de se falar, ainda, em remessa dos autos ao Tribunal Pleno para
declaração da inconstitucionalidade do ato de transferência do reclamante ou
na não aplicação do entendimento consolidado na Súmula nº 65 deste
Tribunal Regional, uma vez que os contornos da lide, apresentados pelo
reclamante, já foram analisados diversas vezes por este Tribunal Regional,
tendo o mesmo, por meio do seu Tribunal Pleno (art. 14, X, do Regimento
Interno do TRT da 1º Região), concluído pela ocorrência da prescrição total,
nos exatos termos da redação dada à Súmula nº 65, devendo incidir o
entendimento consolidado na súmula.
Por todo o exposto, encontra-se correta a sentença, que declarou
extinta a presente ação com resolução do mérito, nos termos do art. 487, II,
do CPC/2015, e isto em razão da ocorrência da prescrição total.
Nego provimento nestes termos.”(fls. 338/340)
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Desta maneira, não existe vício a ser sanado, pretendendo o
embargante a revisão do acórdão embargado, o que não é possível pela via
dos embargos de declaração.
Embargos de declaração somente são cabíveis nas hipóteses previstas
no art. 1.022 do CPC/15, o que não ocorre na hipótese dos autos. Erro de
julgamento, se é que existiu, desafia medida processual distinta.
Assim sendo, e considerando-se que nenhum dos pontos suscitados
pelo embargante mostra-se capaz de infirmar a tese lançada no acórdão,
concluo que não há vício a ser sanado, pretendendo, o mesmo, a revisão do
acórdão embargado, o que não é possível pela via dos embargos de
declaração.
Deste modo, e por se tratar de medida meramente procrastinatória,
condena-se, em razão do exposto supra, o embargante à multa no valor
equivalente a 1% sobre o valor da causa, nos termos do art. 1.026, $2º do
CPC de 2015.
Neste mesmo sentido, cite-se a seguinte ementa, in verbis:
"Embargos de Declaração Embargos de Declaração
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROCRASTINATÓRIOS -
Tendo demonstrado o embargante, uma vez que não se verifica a
existência de omissão no julgado embargado, seu
inconformismo através do remédio processual impróprio, resta
configurado o intuito manifestamente protelatório previsto no
parágrafo único do artigo 538, do Código de Processo Civil,
aplicado de forma supletiva no processo do trabalho, razão pela
qual condena-se o mesmo a pagar ao embargado multa de 1%
(um por cento) a ser calculada sobre o valor da causa Número do
documento: 00013966720115010068; Tipo de processo:
Embargos de Declaração; Data de publicação: 03/09/2014;
Órgão julgador: Primeira Turma; Relator: Mery Bucker
Caminha”
Nego provimento.”(fls. 352/353)
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ajuizada em 30/3/2016, está prescrita a pretensão autoral relativamente
à nulidade da transferência do quadro da CBTU para a FLUMITRENS.
Assim, confirmada a incidência da prescrição total,
com a extinção da pretensão do reclamante com resolução do mérito, o
Regional efetivamente não está obrigado a se pronunciar quanto à matéria
de fundo, cuja análise fica prejudicada em face da prescrição declarada.
Ao que parece, o reclamante, ao alegar negativa de
prestação jurisdicional, visa apenas o reexame das questões suscitadas
à luz dos seus argumentos recursais.
Está ileso, portanto, o artigo 93, IX, da CF.
Nego provimento.
3. PRESCRIÇÃO
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Sustenta, outrossim, que, se não houve extinção do
contrato de trabalho, não há falar em marco prescricional.
Argumenta que a prescrição, no caso, confunde-se com
o mérito da causa, só podendo os julgadores aplicá-la se tiverem adentrado
ao mérito, e, assim, se pronunciado acerca da ilegalidade do ato de
transferência praticado pela reclamada.
Acrescenta que, examinado o ato de transferência,
verificar-se-á que, na verdade, este é inexistente, por estar eivado de
vício insanável, sendo assim considerado imprescritível.
Entende inaplicável ao caso a Súmula nº 65 do TRT da
1ª Região, pois a preliminar de prescrição total acolhida confunde-se
com o mérito da causa.
Fundamenta o recurso de revista em violação dos
artigos 5º, 7º, XXIX, e 37, II e caput, da CF; 49, parágrafo único, do
CPC; 54 da Lei nº 9.784/99; e 6º, § 5º, da Lei nº 8.693/93 e em divergência
jurisprudencial.
Ao exame.
De plano, salienta-se que os artigos 5º, 37, II e
caput, da CF, 49, parágrafo único, do CPC e 54 da Lei nº 9.784/99 não
versam sobre prescrição. Logo, não há falar em violação direta ou literal
de tais dispositivos.
O art. 6º, § 5º, da Lei nº 8.693/93 foi vetado e,
portanto, não subsiste na ordem jurídica vigente.
Outrossim, depreende-se do acórdão regional que a
postulação é de reconhecimento da nulidade da transferência da CBTU para
a Flumitrens, com a reintegração aos quadros da CBTU e a procedência das
postulações exordiais.
Na fundamentação, o Tribunal Regional confirmou o
acolhimento da prescrição total.
No caso, conforme se verifica, o ato impugnado pelo
reclamante, ocorrido em 1994, constitui ato único do empregador, o que
atrai a aplicação da Súmula nº 294 do TST, segundo a qual:
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decorrente de alteração do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o
direito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei.”
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