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7/24/2019 Manual de Ensino IIB - Volume 2 EB60-ME-14.

063

EB60-ME-14.063 

MANUAL DE ENSINO INSTRUÇÃO INDIVIDUAL


BÁSICA – VOLUME 2

O CHEFE  DO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO


EXÉRCITO, no uso das atribuições que lhe conferem o parágrafo único do art. 5°, a
letra b) do inciso VI do art. 12, e o caput do art 44, das Instruções Gerais para as
Publicações Padronizadas do Exército (EB10-IG-01.002), aprovadas pela Portaria do
Comandante do Exército n°770, de 7 de dezembro de 2011, resolve:

BásicaArt.
– Volume
1°Aprovar,
2 (EB60-ME-14.063),
para fins escolares,
1ª edição,
o Manual
de 2013,
de Eque
nsino
com
Instrução
esta baixa.
Individual
 
Art. 2°Estabelecer que esta Portaria entre em vigo r a contar da data de sua
publicação.

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FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÕES 

NÚMERO
DE ORDEM  ATO DE
APROVAÇÃO  PÁGINAS
AFETADAS  DATA 

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ÍNDICE DE ASSUNTOS

Pag
CAPÍTULO 1 - O TERRENO ..................................................................................001
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DO TERRENO............................................................019
CAPÍTULO 3 - MISSÕES INDIVIDUAIS...................................................................040
CAPÍTULO 4 - ORGANIZAÇÃO DO TERRENO ......................................................051
CAPÍTULO 5 - OBSTÁCULOS DE ARAME FARPADO ..........................................067
CAPÍTULO 6 - OUTROS TIPOS DE OBSTÁCULOS ...............................................078

CAPÍTULO 7 - DEFESA ANTIAÉREA E ANTI-CARRO............................................086


CAPÍTULO 8 - DEFESA QBRN.................................................................................091
CAPÍTULO 9 - NÓS E AMARRAÇÕES.....................................................................123
CAPÍTULO 10 -  TRANSPOSIÇÃO DE CURSOS D’ÁGUA COM MEIOS AUXILIARES
DE FLUTUAÇÃO.......................................................................................................132
CAPÍTULO 11 - PONTES..........................................................................................137

CAPÍTULO 12 - CABO AÉREO OU “TIROLESA”.....................................................140


CAPÍTULO 13 - TRANSPOSIÇÃO DE PAREDÕES.................................................141

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CAPÍTULO 1 - O TERRENO
ARTIGO I
CONHECIMENTO DO TERRENO
2-1. GENERALIDADES
a. O conhecimento do terreno é necessário a todo combatente, qualquer que seja a sua
função.
sentindo-oO nas
seu suas
perfeito conhecimento
minúcias, concorre
ficando apto a: para que o militar com ele se familiarize,
(1) conhecer o valor militar dos diversos acidentes;
(2) utilizá-lo judiciosamente;
(3) ser capaz de a ele referir-se em linguagem militar.
b. A execução de qualquer missão (ofensiva ou defensiva) exige o reconhecimento do
terreno em que se vai operar. Isto só será bem feito, se o executante tiver perfeita noção de
como conduzi-lo tendo em vista o máximo aproveitamento dos recursos que o terreno pode
oferecer à missão recebida.
c. Em princípio, todo terreno é defensável ou atacável, desde que a tropa encarregada
de sua defesa ou ataque, saiba utilizá-lo com objetividade, ajustando, aos seus acidentes, os
fogos de suas armas e dele tirando o máximo proveito para organizar-se defensivamente ou
progredir.
2-2. CLASSIFICAÇÃO DO TERRENO
a. Visibilidade - Quanto à visibilidade, o terreno tem a seguinte classificação:
(1) Descoberto - Quando não apresenta obstáculo algum que impeça a vista de
descortinar grandes distâncias. Os terrenos descobertos dificultam as ações de surpresa e
geralmente permitem a execução de tiros a grandes distâncias.
(2) Coberto - É o caso contrário, quando apresenta obstáculos que limitam a
visibilidade. Terrenos nessas condições favorecem as ações de surpresa, permitem a
infiltração e reduzem a amplitude dos campos de tiro.
b. Campos de tiro - Podem ser favoráveis ou desfavoráveis.
(1) Favoráveis - Quando as formas do terreno e a vegetação permitem adaptar as
trajetórias dos projetis ao terreno, proporcionando, ao combatente, possibilidade de batê-lo
com armas de trajetória tensa, dificultando ou mesmo impedindo a progressão do inimigo. Os
campos de tiro favoráveis são sempre procurados para as ações defensivas, sendo que os
terrenos que mais se prestam a esse fim são os descobertos, e uniformemente inclinados.
Esses terrenos permitem o máximo de zonas rasadas.
(2) Desfavoráveis - Quando a vegetação impede as vistas ou o terreno apresenta
reentrâncias e saliências, dando origem a ângulos mortos que limitam o aproveitamento das
armas de tiro tenso, reduzindo a sua eficiência.
c. Progressão - Quanto à progressão ou movimento de tropas, o terreno tem a seguinte
classificação:
(1) Livre ou aberto - Quando não apresenta obstáculos que impeçam ou dificultem o
movimento ou a progressão (esta com o concurso do fogo).
(2) Cortado - Quando apresenta obstáculos que impedem ou dificultam o movimento
ou a progressão, tais como: rios, matas, grandes valas, taludes, etc.
d. Praticabilidade
(1) Diz-se que um terreno é praticável quando, embora apresentando obstáculos,
permite o movimento, em tempo útil, após certos trabalhos, tais como: lançamento de
passadeiras, abertura de picadas ou estradas, etc.
(2) Impraticável - Quando os obstáculos existentes tornam impossível o movimento,
dentro do tempo
muito largos, necessário
atoleiros à execução
ou pântanos da montanhas
extensos, operação que se temconsideráveis,
de alturas em vista. Exemplo:
etc. rios
e. Vegetação - Segundo a natureza da vegetação dominante o terreno tem a seguinte
classificação:

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(1) Limpo - Quando a vegetação não se em obstáculo que impeça ou dificulte as
vistas (observação), o movimento e a ligação.
(2) Sujo - Quando a vegetação se constitui em obstáculo à observação, ao movimento
ou à ligação.
ARTIGO II
NOMENCLATURA DO TERRENO
2.3. GENERALIDADES
O conhecimento da nomenclatura para os diversos acidentes do terreno visa a assegurar
o perfeito entendimento entre os militares, pela padronização da linguagem empregada nas
ordens, partes, relatórios, etc.
2-4. ALTIMETRIA
Altimetria é a parte da Topografia que se ocupa das formas do terreno, ou seja, do seu
modelado e relevo e de sua representação gráfica.
a. Curvas de nível
São as projeções ortogonais horizontais das interseções do terreno com planos
horizontais eqüidistantes.
todos os pontos estão emElas
umarepresentam linhasAs
mesma altitude. imaginárias,
curvas de no terreno,
nível ao uma
indicam longodistância
da qual
vertical acima, ou abaixo, de um plano de nível. Começando no nível médio dos mares, que é
a curva de nível zero, cada curva de nível tem um determinado valor. A distância vertical entre
as curvas de nível é conhecida como eqüidistância cujo valor é encontrado nas informações
marginais da carta. Maiores informações sobre o assunto, verificar o CAPÍTULO 7 do C 21-26
- LEITURA DE CARTAS E FOTOGRAFIAS AÉREAS.
b. Altitude de um ponto qualquer do terreno é sua altura em relação ao nível médio do
mar.
c. Qualquer que seja a altitude média de uma região; as alturas relativas nela existentes
classificam o terreno:
(1) Plano - Quando não apresenta sensível variação de alturas.
(2) Ondulado - Quando as elevações nele existentes têm alturas que variam de zero a
20 metros
(3) Movimentado - Quando variam entre 20 e 50 metros
(4) Acidentado - Quando variam entre 50 e 100 metros.
(5) Montuoso - Quando variam entre 100 e 1.000 metros.
(6) Montanhoso - Quando variam acima de 1.000 metros.
d. Cota - É o número que exprime a altura de um ponto em relação a um plano horizontal
de referência. Nas cartas topográficas, as cotas são, normalmente, expressas em metros e
tomadas a partir do nível do mar, correspondendo, portanto ao valor métrico da altitude. É
comum, também, referir-se a uma elevação pela sua cota. Assim uma elevação cuja cota é de
434 metros, é militarmente chamada ‘Cota 434’.
e. Comandamento - Diz-se que um ponto tem comandamento sobre outro quando é mais
alto do que esse outro; entretanto, esse comandamento não depende exclusivamente da
altura relativa mas
também da distancia
entre esses dois
pontos, levando-se
em conta o alcance
do armamento
empregado e a
possibilidade de de
observar. A posse se
um ponto ou de uma
posição de
comandamento

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garante sempre vantagem tática sobre o inimigo; por essa razão, as ações terrestres, mesmo
de pequenos efetivos, giram em torno da conquista e preservação dos pontos dominantes da
região de operações (Fig 2-1).
f. Elevações
(1) Elevação é a designação genérica das partes altas do terreno.
(2) Elevações isoladas - Quando uma elevação aparece isolada no terreno,
geralmente toma a forma de uma colina ou de um mamelão:
(a)
(b) A
O colina
mamelãotem apresenta
o aspecto geral alongado
as encostas segundo
mais umaarredondadas
ou menos direção (Fig 2-2).
e uniformes
(Fig 2-3).

Fig 2-2 Aspecto geral da colina Fig 2-3 Aspecto geral do mamelão 
(3) Formas elementares - Em sua maioria, no entanto, as elevações apresentam-se
interligadas e tomam aspecto bastante irregular. Nessas elevações podemos encontrar as
formas elementares abaixo.
(a) Garupa - Massa de terra, com a forma arredondada da anca de um cavalo, que
se projeta de uma elevação (Fig 2-4).

(Fig 2-4).
(b) Espigão - É um movimento de terra semelhante à garupa, porém de forma
triangular e alongada (Fig 2-5).

(Fig 2-5).
(c) Esporão - É semelhante a um espigão, sobre cuja extremidade, após um colo,
ergue-se um cume mais ou menos pronunciado (Fig 2-6).

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(4) Elementos comuns a todas as elevações.


(a) Cume ou cimo - a parte mais alta de uma elevação, serra ou cordilheira. Quando
o cume é em forma de ponta, chama-se pico e, se este é extremamente agudo, recebe o
nome de agulha (Fig 2-7 e 2-8).

(b) Linha de crista ou de cumeada - É a linha que corre pela lomba da ou parte mais
alta das elevações, ligando os diversos cumes; é a linha que limita o encontro das vertentes
opostas da elevação. É também chamada linha de festo, linha divisora de águas ou linha seca
(Fig 2-9).
(c) Crista topográfica - a
linha segundo a qual uma
elevação se projeta contra o fundo
(Fig 2-10).
(d) Crista militar - Chama-
se crista militar, à linha formada
pela reunião dos pontos de maior
cota, dos quais se pode ver e
bater com tiros de trajetória tensa
o sopé da elevação (Fig 2-10).
(e) Encostas ou vertentes - São as superfícies em declive que formam uma elevação
(Fig 2-10). O uso militar admite a designação de encostas para as superfícies interiores de um
compartimento do terreno onde se defrontam duas forças adversárias, e contra-encosta para
as superfícies opostas (Fig 2-11).
(f) Sopé, raiz ou fralda - São as denominações dadas à parte mais baixa das elevações
e onde começam suas encostas (Fig 2-10).

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(5) Elevações de grande porte.


(a) Montanha - É a denominação dada a um aglomerado de elevações de grandes
altitudes com mais de 1000 m de altura e contornos irregulares.
(b) Cadeia ou cordilheira - Chama-se cadeia ou cordilheira, ao conjunto de
montanhas que seguem uma
direção mais ou menos retilínea.
(c) Serra - Quando uma
cadeia tem serra.
denomina-se pequena extensão,
(d) Maciço - É um
conjunto de elevações que se
distribuem uniformemente em
torno de um ponto central (Fig 2-
12).
(e) Contrafortes - As elevações de grande porte (montanhas, serras, etc.), quando
mudam de direção, lançam um movimento de terra semelhante a uma garupa ou espigão,
perpendicularmente ao lado oposto da curvatura, que é denominado contraforte.
(f) Planalto - Superfície mais ou menos extensa e regular, situada em regiões
elevadas; em geral ondulada, podendo ser acidentada. Um planalto de pequena extensão é
chamado chapada.
g. Depressões - Depressões são formas opostas às elevações e às quais vão ter as
águas das chuvas que se escoam pelas encostas das elevações circundantes. Com paradas
com o terreno circunvizinho, as depressões dão idéia de verdadeiras escavações.
(1) Cuba - As depressões em sua grande maioria são leitos para o escoamento das
águas em forma de ravinas e vales. Algumas depressões, no entanto, apresentam-se isoladas
e sem escoamento para as águas, recebendo a denominação de cuba. Essas depressões, por
sinal bastante raras, servem, em geral, de fundo de lagos e lagoas.
(2) Ravina e fundo - Chama-se ravina ao sulco ou depressão mais ou menos
profunda, existem na encosta de uma elevação. Fundo é uma ravina alongada, forma
intermediária entre a
ravina e o vale (Fig 2-13).
(3) Vale -
Região baixa do terreno,
existente entre elevações
mais ou menos paralelas,
formada pelo encontro
das vertentes dessas
elevações. Os vales têm
forma de sulcos
alongados e sinuosos, de
profundidade e largura variáveis (Fig 2-13). Um vale estreito e que permita acesso a outro
compartimento do terreno, pode tomar a forma de garganta, corredor ou desfiladeiro.

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(4) Garganta - É uma depressão bastante acentuada, estreita e curta, que serve de
passagem entre duas elevações (Fig 2-14).

(5) Corredor e desfiladeiro - Quando uma garganta tem extensão apreciável, recebe
o nome de corredor. Se este apresenta encostas íngremes e de difícil acesso é chamado
desfiladeiro.
encostas (6) Grotas e grotões
rochosas e - São vales estreitos, profundos, de aspecto sombrio e com
escarpadas.
(7) Brecha - É a
garganta formada por rupturas
naturais do terreno (Fig 2-15).
(8) Cortes - São
depressões artificiais, de
aspecto uniforme, feitas nas
elevações para a passagem
de estradas (de ferro ou de rodagem)
(Fig 2-16).
(9) Colo - È uma depressão
de pequena extensão e mais ou
menos suave, existente na linha de
crista de uma elevação (Fig 2-17 e 2-
18).
(10) Linha de aguada, de
fundo ou talvegue - É a forma oposta
à linha de cumeada, ou seja, é a linha de ligação das encostas de elevações opostas, em sua
parte mais baixa; serve como coletora e escoadora das águas.

h.(1)
Planície
Planície - uma grande extensão de terreno plano situada em regiões de baixa
altitude.
(2) Pampas, estepes e pradarias - São nomes dados às vastas planícies cobertas de
vegetação rasteira e apropriadas para a criação de gado, existentes em algumas regiões do

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mundo. O nome varia com o lugar: pampa, na região meridional da AMÉRICA DO SUL;
pradaria, na AMÉRICA DO NORTE; e estepe, na ÁSIA e EUROPA ORIENTAL.
(3) Várzea - Terreno baixo, plano e fértil que margeia os rios e ribeirões. É também
chamado vargem ou varge.
(4) Baixada - Planície existente entre o sopé de grandes elevações e o mar ou um rio.
2-5. PLANIMETRIA
das Planimetria é a eparte
linhas naturais da topografia
artificiais que(estradas
do terreno se ocupadedarodagem,
representação e projeção
vias férreas, horizontal
cursos-d’água,
vegetação, áreas urbanas, etc).
a. Hidrografia
(1) Curso-d’água
(a) Rio - Curso-d’água doce, natural, mais ou menos volumoso e que é,
normalmente, navegável em grande parte de sua extensão.
(b) Ribeirão - Curso-d’água de menor volume que o rio, porém mais caudaloso
que um riacho.
(c) Riacho, ribeiro ou córrego - Curso-d’água muito pequeno e que geralmente dá
vau em toda sua extensão; no Norte do Brasil chama-se igarapé e no Sul arroio.
nascente - É(d) Cabeceira
o local onde um ourio
nasce. Situa-se, geralmente,
em regiões altas (Fig 2-19).
(e) Bacia - a região
banhada por um rio e pela rede
de seus tributários. (Fig 2-19).
Fig 2-19 – Cabeceira e bacia
(f) Afluente ou
tributário - Diz-se que um curso-
d’água é afluente ou tributário
de outro quando nele deságua,
perdendo, conseqüentemente, seu nome (Fig 2-20).
(g) Leito, álveo ou calha - o terreno em que o rio corre; é o sulco cavado por suas
águas.
(h) Embocadura, confluência ou foz - é o ponto em que um rio lança suas águas
em outro rio, num lago ou no mar (Fig 2-20).
(i) Margens - São as duas partes do terreno que servem de bordas ao leito de um
rio. Para se determinar qual a margem direita ou esquerda de um rio, deve-se dar as costas
para a direção de onde provêm as águas e tem-se, assim, do lado direito e esquerdo as
margens respectivas. Quando as margens são altas denominam-se barrancas ou ribanceiras;
quando planas, baixas e arenosas, são chamadas praias (Fig 2-20).
(j) Jusante e montante - Um ponto qualquer está a jusante em relação a um outro
quando está abaixo, e a montante quando se acha rio acima.
(1) Saco e praia - Numa curva de rio, geralmente, existe uma parte côncava e
barrancosa que se denomina saco e uma parte convexa denominada praia, que é sempre
mais baixa do que o saco
(Fig 2-20).
(m) Vau - Região
em que um curso-d’água
dá passagem a pé, a
cavalo
Sul oudoem viatura.
BRASIL,No
denomina-se passo. É
acidente de importância
em face das

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possibilidades que oferece à transposição dos cursos-d’água por pequenos elementos (Fig 2-
20).
(n) Estirão - E o trecho mais ou menos reto de um rio.
(o) Saltos, quedas- cachoeiras e cascatas - São mudanças de nível mais ou menos
abruptas e rochosas do leito de um rio. Uma série de pequenos saltos é chamada corredeira.
(2) Outros elementos hidrográficos
(a) Lago e lagoa - Chama-se lago a uma extensão relativamente grande de água
circundada(b)por terra. Se
Represa ouum lago for edeaçude
barragem pequena extensão
- Represa é chamado
é uma de lagoa.
construção destinada a reter um
curso-d’água com a finalidade de acumular água para usos diversos. Açude é uma represa
destinada a fins agropecuários (irrigação, bebida para o gado, etc).
(c) Sangradouros ou corixos - São canais que dão escoamento às águas de lagoas
e represas, ligando-as ao mar ou a um rio.
(d) Pântanos - São depressões do terreno que contém água estagnada e coberta de
vegetação; quando possuem pequena extensão, chama-se de banhados.
(e) Alagadiços, charcos ou brejos - São terrenos úmidos e de fraca consistência.
Nesses lodaçais, por vezes encontram-se atoleiros perigosos e de difícil transposição.
(f) Poços ou cacimbas - São buracos cavados no solo para a obtenção de água dos
lençóis subterrâneos.
b. Vegetação
(1) O revestimento vegetal pode apresentar-se sob vários aspectos.
(a) Floresta - É uma espessa mata, em grande parte constituída por árvores
seculares e que ocupa espaços imensos do terreno. Nas regiões tropicais e equatoriais
adquire aspecto bastante hostil, sendo chamada, aí, de selva.
(b) Mata - Aglomeração de árvores cobrindo uma considerável porção do terreno,
porém, de extensão muito menor que a floresta.
(c) Bosque - É uma pequena mata, ressaltada nitidamente entre o revestimento
circundante. O bosque geralmente é permeável à passagem do homem a pé.
(d) Capão - É um pequeno bosque isolado no campo. No Norte do BRASIL é
denominado ilha.
(e) Capoeira - É o conjunto de vegetação que nasce após uma derrubada feita
num trecho de mata. Tem o aspecto de um bosque muito sujo e é constituído de arbustos e
árvores de pequeno porte.
(f) Pomar - Aglomerado de árvores frutíferas formando um bosque, cuja disposição
das árvores é, normalmente, bastante regular.
(g) Macega - Conjunto de vegetação baixa que cresce nos campos, constituída
normalmente de mato daninho e arbustos diversos.
(h) Renque - O renque é uma fileira de árvores em linha simples, reta ou
quebrada, cuja característica maior é oferecer máscara contra vistas aéreas e terrestres.
Exemplos: renques de bambus, de palmeiras, de eucaliptos, etc.
(i) Campo - É o terreno limpo e descoberto, que tem como revestimento vegetal,
gramíneas e outras vegetações rasteiras, podendo ter ou não, árvores esparsas.
(2) Outros elementos da vegetação.
(a) Clareira - Região sem árvores, existente nó interior de uma floresta, mata ou
bosque. Quando essa clareira é coberta de pastagem, diz-se que é uma clareira campestre.
(b) Orla - Linha exterior que
determina o contorno de uma floresta, mata,
bosque, capoeira, etc.
c. Estradas e caminhos - Em relação às
estradas é conveniente fixar-se algumas
idéias, a(1)
fim Se
de evitar dupla interpretação.
duas estradas se unem, sem
se cortarem, o ponto de união pode constituir
um entroncamento ou uma bifurcação.
Será entroncamento, quando a estrada ou

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caminho que se une vem de uma direção geral mais ou menos perpendicular à estrada ou
caminho que se percorre (Fig 2-21). Nesse caso, usa-se dizer que a via de menor importância
se entronca na principal e o sentido do deslocamento tem muito pouca importância.
(2) Será bifurcação, quando a estrada (ou caminho) que se une, parece ir na mesma
direção geral que se segue (Fig 2-22); a junção apresenta o aspecto geral de uma forquilha ou
forqueta, e se faz em ângulo agudo.

(3) Entretanto, quando no ponto de junção se tem a impressão que a estrada (ou
caminho) que se une vem da direção geral daquela que se segue, essa junção será um
entroncamento, muito embora apresente a configuração de uma forquilha (invertida) (Fig 2-
23).
(4) Cruzamento - É o ponto em que duas
estradas (ou caminhos) se cortam (Fig 2-24).
Quando formam entre si ângulos
aproximadamente retos, denominam-se
encruzilhada (Fig 2-25).
(5) Nó de estradas - Ponto ou região em
que várias estradas se cortam (Fig 2-26).

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ARTIGO III
VALOR MILITAR DOS ACIDENTES
2-6. GENERALIDADES
a. Os acidentes naturais e artificiais encontrados no terreno oferecem, ao combatente,
vantagens táticas que, corretamente utilizados, facilitarão sobremaneira o cumprimento da sua
missão. Examinando o terreno do ponto de vista militar, nele serão encontrados meios
variados
dificultar ode
seuproteção contra
movimento o inimigo,
e também meios sob
de mantê-lo de
fogo e observação.
b. Cobertas – São todos os acidentes naturais
ou artificiais que ocultam o combatente das vistas do
inimigo (terrestre ou aéreo), sem, contudo, protegê-lo
dos tiros; por exemplo: moitas, arbustos, macegas,
plantações, tufos de capim, cercas vivas, capinzais,
etc (Fig 2-27).
Fig 2-27. Aproveitamento de uma cobertura
para ocultar-se e observar.
fogo ec.das
Abrigos
vistas– inimigas;
São acidentes naturais ou artificiais que colocam o combatente a salvo do
por exemplo:
dobras do terreno, escavações, taludes,
troncos grossos, etc (Fig 2-28)
Fig 2-28. Abrigo
d. Obstáculos – São os acidentes do
terreno que impedem ou dificultam o
movimento ou a progressão. Os obstáculos
podem ser naturais ou artificiais.
(1) Naturais – São todos os
obstáculos encontrados no terreno, mesmo aqueles que, sendo obras do homem, não tem a
finalidade original de se constituírem em obstáculo; por exemplo: montanhas, cursos-d’água
de considerável volume, banhados extensos, canais, represas, etc.
(2) Artificiais - São os obstáculos lançados com essa finalidade; por exemplo: redes de
arame, fossos, campos de minas, abatizes, etc.
(3) Os obstáculos aumentam de valor, quando são eficazmente batidos pelo
fogo.
e. Ângulos mortos - São trechos do
terreno que, devido a dobras e taludes
ou à existência de alguma construção,
fogem à observação de quem se
encontra em determinada posição. Em
conseqüência, o ângulo morto fica
abrigado das vistas e dos tiros de
trajetória tensa partidos daquela posição
(Fig 2-29). Os ângulos mortos devem
ser batidos pelo emprego de engenhos
de trajetória curva, tais como
grana das de mão e de
bocal, morteiros ou artilharia.
f. Caminhos
desenfiados - São trechos do
terreno
progredirnosa quais se pode
coberto das
vistas e, muitas vezes,
abrigado dos fogos inimigos.
Por exemplo:

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(1) a coberto das vistas: picadas ou trilhas dentro de matas e bosques, orlas de
bosques, macegas, renques de árvores, etc. (Fig 2-30);
(2) abrigados dos fogos, por
caminhos em ângulo morto: valas,
fossos, barrancos, etc (Fig 2-31).
g. Observatórios - São acidentes
naturais e artificiais
à sua posição dos quais, devido
de comandamento, se
avista uma grande extensão do
terreno. 
(1) Naturais - Cumes de
elevações, cristas, árvores altas, etc.
(2) Artificiais - Torres,
campanários de Igrejas, chaminés,
caixas-d’água, edifícios altos,
mangrulhos, telhados, etc.

2-7. ACIDENTES DO TERRENO


a. Cada acidente do terrenoE pode
SEU VALOR MILITAR
apresentar vantagens e desvantagens tanto para o
atacante como para o defensor.
b. Elevações - As elevações oferecem, de uma maneira geral, bons observatórios e bons
campos de tiro. Estas vantagens, no entanto, dependem da vegetação e do comandamento
sobre o terreno adjacente. As linhas de elevações prestam-se à organização de posições
defensivas as quais, tirando proveito da dominância sobre o terreno à frente, obterão o
máximo de eficiência quando instaladas na altura da crista militar. Nesta situação obtém-se o
máximo de profundidade dos campos de tiro, sem prejuízo da segurança. Isto porque da crista
militar consegue-se observar e bater pelo fogo o sopé da elevação. A contra-encosta das
elevações presta-se à proteção dos diversos meios de apoio administrativo, dos elementos de
apoio de fogo das armas de trajetória curva e dos movimentos e reuniões de tropa.
c. Montanhas - As montanhas oferecem excelentes observatórios e constituem
obstáculos de valor que, para serem vencidos, necessitam de treinamento e equipamento
especial.
d. Ravinas e fundos - As ravinas são favoráveis à instalação de postos de refúgio de
feridos, postos de remuniciamento e outros pequenos órgãos de apoio. Os fundos e ravinas
maiores prestam-se à colocação de elementos mais importantes, tais como reservas, postos
de comando, postos de socorro de unidade, grupamentos de viaturas, etc.
e. Gargantas, corredores e desfiladeiros - São acidentes que impõem a redução da frente
da tropa que os ultrapassa e restringem a liberdade de sua manobra, favorecendo, portanto, à
montagem de emboscadas.
f. Taludes, barrancos e valas - Oferecem, ao combatente individual, abrigos e caminhos
desenfiados. Podem constituir-se também, dependendo de suas dimensões, em obstáculos
contra blindados.
g. Cursos-d’água - Quando caudalosos e profundos, constituem-se em importantes
obstáculos. Margens altas com barrancos, mesmo em cursos-d’água de menor importância,
são também excelentes obstáculos. Esses barrancos podem ser agravados através de
trabalhos de sapa.
h. Vau - É um acidente importante, pois, normalmente, possibilita a transposição de
cursos-d’água, dispensando apoio de engenharia.
i. Pântano, charcos e brejos - Constituem, conforme sua extensão, sérios obstáculos à
passagem
charcos e e, em conseqüência,
brejos, normalmente, servem
podem serde reforço aos meios
transpostos de defesa.
por elementos Os de
a pé pequenos
efetivo
reduzido, procurando-se evitar seus trechos menos consistentes. No entanto, sempre que
possível, tais terrenos devem ser evitados. Quando for necessário, a passagem de viaturas ou
grandes efetivos pode ser feita com a preparação do terreno ou aterros.

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 j. Vegetação - Sob o ponto de vista militar, pode oferecer: cobertura contra as vistas
aéreas ou terrestres, obstáculo ao movimento e abrigo contra o fogo inimigo. Estes fatores
têm como condicionantes a extensão coberta, a densidade e o porte da vegetação.
(1) Florestas e matas - Servem como elemento de cobertura, sob todos os pontos de
vista. Apresentam reduzidíssimos campos de tiro e são sérios obstáculos ao movimento, só o
permitindo a tropa a pé, mesmo assim com grandes dificuldades de ligação e controle.
(2) Bosques, capões e pomares - Oferecem máscara contra vistas aéreas e terrestres.
Não constituem
geralmente, obstáculos
permeáveis dea valor,
a tropa sendo facilmente
pé. Prestam-se desbordados,
à ocultação de pontos dealém de quezonas
suprimento, são,
de reunião de unidades, núcleos de defesa, postos de observação, etc. Os pequenos
bosques, pomares e capões são, no entanto, regiões que atraem a observação e o fogo da
artilharia inimiga.
(3) Clareiras - Criam campos de tiro no interior das matas. Constituem também, pontos
de referência para a ligação terra - ar e possibilitam o suprimento aéreo.
Servem ainda como referência e pontos de ligação para elementos progridem através da
mata.
(4) Renques de árvores - Oferecem máscara contra as vistas terrestres e aéreas a
pequenos efetivos, ocultando-os e
encobrindo-lhes
Podem ser explorados a porprogressão.
pequenos
efetivos de elementos de vigilância e
segurança. Suas árvores podem
oferecer pontos dominantes para a
instalação de vigias, facilmente
disfarçados entre as ramagens das
copas. Como pontos característicos
de um trecho de terreno, podem
servir como local de reunião de
pequenos elementos, observando-se
que, por serem facilmente
referenciados, podem atrair a atenção do inimigo (observação e fogos) (Fig 2-32).
l. Fazendas, sítios e chácaras - Respondem às mesmas vantagens e inconvenientes dos
bosques, pomares e capões, tendo ainda como vantagem à possibilidade de oferecer conforto
à tropa, em situações de clima rigoroso.
m. Estradas, trilhas e caminhos - Facilitam e orientam o movimento de tropas e seus
suprimentos. As pontes e viadutos são pontos extremamente sensíveis de uma estrada, uma
vez que, destruídos, interrompem a continuidade do tráfego.
n. Picadas - Em certas regiões, o movimento através de florestas, matas e bosques só é
possível mediante a abertura de picadas embora de construção lenta e por vezes, penosa,
quando orientadas com senso de objetividade, podem trazer grande vantagem para o
movimento de tropas a pé, de grandes ou pequenos efetivos.
ARTIGO IV
INTERPRETAÇÃO DE INDÍCIOS
2-8. GENERALIDADES
O terreno apresenta diversos indícios que nos permitem concluir ou deduzir quais os
acidentes que se acham ocultos às nossas vistas. Cada região apresenta particularidades e o
combatente deve estar sempre atento e procurando ampliar, cada vez mais, a sua capacidade
de interpretação dos indícios que lhe apresenta o terreno onde atua.
2-9. INTERPRETAÇÃO DE INDÍCIOS
a. Fábricas, usinas ou engenhos - Poderão ser indicados por uma chaminé, vista ao
longe.

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b. Povoado - Torre de igreja emergindo entre telhados, indica a existência do povoado.
Quando se está marchando e casas esparsas vão aparecendo com intensidade crescente na
direção de marcha, é indício de que há um povoado nas proximidades.
c. Estradas e caminhos - Rede elétrica e renques, de árvores podem indicar a existência
de estradas e caminhos.
d. Estradas - Viaturas em marcha indicam a existência de uma e pelo menos carroçável.
e. Via férrea - Apitos de trem indicam a existência de uma via férrea.
f. Riachos,
apresenta mais arroios
escura - eQuando no meio
seguindo uma do campo
direção notamos
mais que uma
ou menos parte da
sinuosa, vegetaçãoque
concluímos se
existe um riacho ou córrego. A vegetação escura que, às vezes, acompanha o curso do rio,
denomina-se vegetação ciliar ou pestana.
g. Granja, fazenda - Gado solto no campo indica as proximidades de uma granja ou
fazenda.
h. Picada, trilha - Avistando-se homem isolado na orla de um terreno coberto, concluímos
que nas proximidades deve haver uma picada ou trilha.
i. Vau - Quando um caminho se interrompe na margem de um curso d’água e prossegue
na outra margem, indica a existência de um vau, ou passagem em balsa.
 j. Indícios de tropa
(1)ocupava
área que Efetivo -ou
O pela
efetivo de uma tropa
quantidade pode ser
de detritos avaliado, normalmente pela extensão da
deixados.
(2) Condições, importância e moral - As condições de uma área de estacionamento
abandonada, latas vazias, fossas de detritos, o tipo e a quantidade de rastros, podem definir a
tropa que a ocupava e o seu estado moral. Mesmo o combatente não saiba interpretar certos
indícios é importante que ele os grave e transmita a seu comandante.
(3) Rastros de viatura
(a) As marcas das rodas e lagartas indicam a natureza da tropa e os veículos que
possui.
(b) Os rastros deixados pelas rodas e lagartas, quando convenientemente
analisados, levando-se em consideração a natureza do solo e as condições meteorológicas,
entre outras, permitirão uma avaliação da hora de passagem da viatura por determinado
ponto.
(c) A direção de um veículo pode ser determinada pela forma deixada pelas marcas
de suas rodas ou lagartas, nas estradas e pela direção em que lançam as águas das poças.
(d) A velocidade de uma viatura pode ser determinada pela quantidade de lama ou
terra espalhada e pela profundidade dos sulcos. Movimentos lentos deixam marcas suaves e
bem definidas. Nos movimentos rápidos as marcas são profundas, mas os desenhos não são
bem nítidos.
ARTIGO V
AVALIAÇÃO DE DISTÂNCIAS
2-10. GENERALIDADES
a. A habilidade na avaliação de distâncias tem, para o combatente, importância capital
para a observação e execução do tiro. O militar tem necessidade de avaliar distâncias, seja
para fornecer um informe preciso, seja para verificar se um deter minado objetivo está dentro
do limite de emprego de sua arma.
b. Obtenção das distâncias
(1) Calculadas - As distâncias podem ser calculadas pelas cartas, fotografias aéreas
em escala, etc.
(2) Medidas
(a) Diretamente,
de Vtr, fita métrica, etc). aplicando-se sobre o terreno uma medida conhecida (odômetro
(b) Indiretamente, por meio de aparelhos (teodolito, telêmetro, etc).
(3) Avaliadas - Por intermédio de instrumentos óticos (binóculos), pelo som, luz, vista,
etc.

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c. Classificação das distâncias - Militarmente, quanto à avaliação, as distâncias
classificam-se em: pequenas, até 600 m; médias, de 600 a 1.200 m; e grandes, além de 1.200
metros.
2-11. AVALIAÇÃO DE DISTÂNCIAS PELA VISTA
a. Esse é o processo mais utilizado pelos combatentes das frações elementares e, por
isso, todos devem ser adestrados, a fim de que os erros decorrentes deste processo sejam
reduzidos
b. A ao mínimo. de distâncias pela vista até 600 metros, consiste em se aplicar
avaliação
mentalmente, sobre a distância a avaliar, uma unidade de medida de 100 metros que se tenha
gravado de memória, fruto de uma observação freqüente. Para distâncias maiores, pode-se
treinar a aplicação mental, de uma unidade de medida maior. A habilidade do homem em
avaliar distâncias pela vista pode ser desenvolvida mediante a execução de alguns exercícios.
(1) Inicialmente, num terreno plano, deverão ser posicionados alguns soldados de
100 em 100 m até a distância de 1000 ou 1200 m. Em cada posição deverão ser postados
quatro ou cinco soldados, que deverão tomar diversas posições (de pé, ajoelhado, deitado,
etc) e realizarem várias atividades como andar, cavar, correr etc. O trabalho deve ser
realizado até 600 m e posteriormente até 1.200 m. É preciso ressaltar, aos instruendos, a
nitidez com que
equipamento se observam,
dos soldados a diferentes
e incutir distâncias,
no combatente detalhesdedoque
a necessidade corpo,
cada armamento
um grave, nae
memória, a forma como se apresenta um ou mais homens, em determinada posição ou
atividade, a distâncias diversas. Os instruendos deverão, ao observar, tomar, igualmente,
diversas posições. Após realizado o trabalho em terreno plano, o mesmo deve ser repetido em
terreno variado, levando-se em conta a luminosidade e o fundo sobre o qual se destaca o
objetivo.
(2) Um outro exercício consiste em dispor num terreno variado, em diferentes
direções, homens e uma mesma distância, primeira a 100 metros, de modo que os
instruendos gravem, segundo o aspecto do terreno e o fundo, como se apresenta o objetivo a
essa distância. O mesmo se fará depois, nas demais distâncias.
2-12. AVALIAÇÃO PELA COMPARAÇÃO DAS DIMENSÕES APARENTES
a. Esse processo baseia-se no fato de que as dimensões aparentes de dois objetos do
mesmo tamanho são inversamente proporcionais às distâncias que os separam.
(1) Um homem visto à distância de 600 metros, parece três vezes menor, do que
quando visto a 200 metros.
(2) Quando se observa que uma construção de 8 metros de altura parece duas vezes
menor que outra de igual tamanho, conclui-se que ela se acha ao dobro da distância entre a
outra e o observador.
b. A aplicação deste processo exige o conhecimento da altura de alguns objetivos mais
comumentes encontrados no campo, tais como: homem de pé, 1,70 metros; cavaleiro, 2,50
metros; poste de rede elétrica, de 7 a 9 metros; casa pequena 4 a 5 m; coqueiro e palmeira,
de 15 a 25 metros; vagão de estrada de ferro, de 3 a 3,50 metros; carro de combate, de 2,50 a
3 metros; viatura de 2,5 Ton, por volta de 3,00 metros.
2-13. MÉDIA DAS AVALIAÇÕES
Quando houver tempo e a situação permitir, deve-se utilizar o processo da média das
avaliações feitas, para uma mesma distância, pelos diversos componentes de uma fração,
porque a média é, geralmente, mais aceitável do que uma única avaliação.
2-14. CAUSAS QUE INFLUEM NA AVALIAÇÃO DE DISTÂNCIAS PELA VISTA
a. Existem
de quem avalia várias causas
a distância, que influem
estado neste luz,
atmosférico, processo de avaliação,
cor, altitude, por exemplo:
hora, fundo sobre o posição
qual se
destaca o objetivo, o terreno no sentido da altura e da profundidade, etc., umas concorrendo
para aumentá-las, outras para diminuí-las.

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b. Avalia-se em geral para menos quando o tempo está claro, o objetivo é iluminado, se
acha em movimento ou sua cor difere nitidamente do fundo sobre o qual se acha; quando se
observa de baixo para cima, depois de uma forte chuva, etc. Avalia-se para menos, ainda, na
posição deitado.
c. Avalia-se para mais ao amanhecer, ao anoitecer, quando o objetivo não é iluminado;
quando se acha em um fundo sombrio e cor quase se confunde com este; ao se observar de
cima para baixo; quando o objetivo está imóvel ou quando é visível somente em parte, etc.
2-15. AVALIAÇÃO DE DISTÂNCIAS PELO SOM
a. O som percorre 331 metros por segundo, na temperatura de zero grau centígrado. Ao
aumento de cada grau, corresponde um aumento de 0,63 metro por segundo. Assim, na
temperatura de 25º C, a velocidade do som terá o valor de 347 m/seg. 331 + (25 x 0,63) =
347.
b. Tomando-se por base os princípios acima, a avaliação de distância poderá ser feita de
duas formas.
(1) Processo normal - Quando se percebe o clarão de uma explosão ou da boca de
uma arma de fogo, inicia-se a contagem dos segundos, até se ouvir o ruído correspondente. A
seguir, multiplica-se o número de segundos achados pela velocidade do som em 1 segundo,
obtendo-se assim a distância
e o ruído 7 segundos; do7local
distância x 347da= arma
2.429ou
m.da explosão. Exemplo: tempo entre o clarão
(2) Processo rápido - Considera-se neste caso, a velocidade do som igual a
333 metros por segundo e treina-se o
combatente para contar até dez em 3
segundos, porque 333 m/seg x 3 seg é
aproximadamente l000 m. Assim sendo, cada
número contado corresponde a um
hectômetro (100 m). Para avaliar a distância o
combatente deve, ao ver o clarão da explosão
ou disparo, iniciar a contagem até dez em 3
segundos; ao ouvir a detonação, o número
dito na ocasião corresponde ao número de
hectômetros da distância da arma (Fig 2-33).
Ao chegar ao número 10, deve-se reiniciar a
contagem, lembrando que cada dezena
contada equivale a 1.000m.
2-16. AVALIAÇÃO DE DISTÂNCIAS COM
EMPREGO DE PROJETIL TRAÇANTE
Gradua-se a alça na distância avaliada
pela vista e dispara-se um projetil traçante;
de acordo com o impacto observado,
corrige-se a alça e continua-se a
atirar.
2-17. MEDIDA DE DISTÂNCIAS A PASSO
a. Muitas vezes, o soldado tem necessidade de medir distâncias, fazendo-o, quase
sempre, diretamente e empregando meios simples, dos quais o principal é o passo-duplo.
b. É preciso fazer com que todos os homens afiram o passo, para empregá-lo quando for
necessário medir uma distância. Aferir o passo consiste em se determinar para cada indivíduo
o valor métrico do seu passo-duplo.
com c.
queDeve-se medir
o homem em terreno
a percorra umvariado, para esse
certo número fim, uma
de vezes, determinada
contando distância
em cada e fazero
uma delas
número de passos empregados para percorrê-la. Somam-se todos os passos e divide-se pelo
número de vezes que percorreu o mesmo trajeto. Ter-se-á, então, a média de passos gastos

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para percorrer a distância marcada. A distância dividida pela média dos passos dará o valor
de cada passo-duplo.
Exemplo: Empregando um fio duplo telefônico, monta-se um triângulo, em terreno variado,
com os três lados iguais a 100 m. Os vértices deverão estar firmemente amarrados a estacas
ou árvores. Cada instruendo deverá percorrer o circuito, pelo menos duas vezes. A cada 100
m percorridos, o homem deverá anotar o número de passos duplos contados, conforme a
figura 2-34.

Média de passos duplos/100 m =- = 64 passos duplos


Amplitude do passo duplo = 100 m = 1,56 m, OBSERVAÇÃO: O instruendo deverá percorrer o
circuito completamente equipado e no passo normal. O homem poderá, também, percorrê-lo
em passo acelerado para obter a aferição neste passo.
d. Após conhecer o processo e aferir o seu passo, o homem deverá estar sempre usando-o e
adaptando-o ao terreno e à velocidade, porque ele varia de acordo com a situação. O passo-
duplo será maior ou menor conforme o homem esteja correndo, carregando peso, subindo ou
descendo. A prática é indispensável para a confiabilidade de qualquer processo de medição
ou avaliação de distâncias.
ARTIGO VI
DESCOBERTA E DESIGNAÇÃO DE ALVOS E OBJETIVOS
2-18. GENERALIDADES
A descoberta e designação de alvos e objetivos, do mesmo modo que a avaliação de
distâncias, tem aplicação tanto sob o ponto de vista da observação como da execução do tiro.
O combatente quer esteja isolado, quer se ache enquadrado numa unidade elementar, tem,
comumente, necessidade de descobrir e designar alvos e objetivos.
2-19. PROCESSOS DE DESIGNAÇÃO DE ALVOS E OBJETIVOS
a. Processo direto - Quando o alvo ou objetivo se destaca nitidamente no terreno, é
suficiente indicá-lo da maneira
abaixo enumerada.
(1) Direção - Dada
através do processo do
relógio. Neste processo
considera-se a direção em
frente, como direção doze
horas, e, a partir daí, seguem-
se as horas
direção de acordo
do objetivo com
ou alvo a 2-35).
(Fig
(2) Distância - Normalmente avaliada pela vista e dada em metros.
Exemplo: 800 m
(3) Situação - É o local onde se encontra o objetivo ou alvo.
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Exemplo: Na meia encosta da elevação, na margem esquerda do rio, na linha de
crista, etc.
(4) Natureza - De que se trata o objetivo ou alvo. Exemplo: Grupo de homens, casa,
carros de combate, casamata, etc.
(5) Particularidades - Detalhes do objetivo ou alvo.
Exemplo: branca com telhado marrom, com uma chaminé na extremidade
esquerda, etc.
(6) Terminada
perguntando: Visto? a designação, deve-se verificar se o objetivo foi identificado,
Exemplo:
- As duas horas! (direção)
- 500 m! (distância)
- No corte da estrada! (situação)
- Um grupo de homens! (natureza)
- Realizando trabalhos de sapa! (particularidade)
- Visto?
b. Processo indireto - Utilizado quando
o alvo ou objetivo não surgir à nossa vista
tão facilmente
aparecendo comoperceptível,
menos no processo direto,a
devido
sua coloração, fundo em que se acha,
natureza do terreno, tamanho ou
interferência de outros objetos na
paisagem. Para designá-lo é necessário um
objetivo auxiliar, bem nítido, para servir
como ponto de referência e também a determinação do afastamento angular (Fig 2-36).
(1) 1ª Fase - Determinação do objetivo auxiliar ou ponto de referência pelo processo
direto.
- Direção: onze horas
- Distância: 800 metros
- Situação: bifurcação de estradas
- Natureza: casa de palha
- Particularidades: uma porta, duas janelas, tendo uma cerca viva.
-Visto?
(2) 2ª Fase - Determinação do alvo ou objetivo a designar.
- Afastamento angular: quatro dedos à direita
- Distância: 800 metros
- Situação: no final da cerca
- Natureza: grupo de homens
- Particularidades: cavando o terreno
- Visto?
c. Processo de leitura do terreno por faixas - Quando o alvo ou objetivo se apresenta
quase imperceptível; é
necessário, aquém ou além
dele, ir “lendo” o terreno
gradativamente por faixas,
até encontrar um ponto de
referência (tal como uma
árvore, um arbusto escuro,
um poste, etc), do qual se
emprega
angular parao afastamento
designar o
objetivo desejado (Fig 2-37).
Exemplo:
- Em frente, temos

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esta linha de crista. Visto?
Mais adiante, na encosta daquela elevação mais alta distingue-se um grupo de
árvores. Visto?
- A direita, um terreno cultivado, de vegetação rasteira e verde escura. Visto?
- Mais para a direita um trecho de mato queimado. Visto?
- Na sua extremidade esquerda, existe uma moita verde-clara. Visto?
- Três dedos à direita da moita, dois homens, um de joelhos e outro deitado,
parecendo observar
d. Processo o terreno. dos
da utilização Visto?
projetis traçantes
(1) É um processo rápido e preciso, no entanto, tem a desvantagem de revelar a
posição do atirador, não permitindo mais, por exemplo, a surpresa de uma rajada contra o
inimigo.
(2) Neste processo, para se designar um alvo (reduzindo a um ponto), o atirador,
após definir sua natureza e particularidades, anuncia:
Alça tal! (Ex: alça cinco zero zero);
Observem meu tiro! E dispara um tiro traçante sobre o alvo, verificando, em
seguida, se o mesmo foi observado;
- Visto?
traçantes e(3)anunciados:
Quando o flanco
objetivo tem frente
esquerdo! extensa,
Flanco seus flancos são indicados por projetis
direito!
2-20. MEDIDA DO AFASTAMENTO ANGULAR
a. Para se determinar o afastamento angular entre o ponto de referência e o alvo ou
objetivo, empregam-se, como medida, os dedos, que constituem um meio rápido, simples e
prático, para tal fim.
b. Regras que deverão ser observadas.
(1) O braço deve ficar bem distendido.
(2) Volver o lado direito ou esquerdo para o objetivo, de modo a distender o braço
lateralmente ao corpo, no prolongamento da linha dos ombros, pois, assim, a medida será
tomada com maior precisão, porque a distância dos dedos aos olhos será constante, qualquer
que seja a estatura do homem.
(3) Dedos bem unidos.
(4) A mão bem perpendicular ao braço e a ponta dos dedos para cima.
(5) Observar com urna das vistas, para maior exatidão.
2-21. OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
a. Direita ou esquerda de um alvo ou objetivo é a parte desse alvo ou objetivo, que é
vista à sua direita ou esquerda, respectivamente.
b. Toda vez que o homem perceber o alvo ou objetivo designado, dirá: “visto” e, caso
contrário, “não visto”, cabendo, nesse caso, a quem o indicou designá-lo novamente.

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CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DO TERRENO
ARTIGO I
UTILIZAÇÃO DE COBERTAS
4-1. GENERALIDADES
a. Como vimos anteriormente, cobertas são todos os acidentes naturais ou artificiais que
dão proteção
fogos. contra
Exemplo: as vistas
macegas, do inimigo
arbustos, (terrestre
moitas, redes ou
de aéreo), sem, contudo,
camuflagem, etc. proteger contra os
b. Para tirar o melhor proveito de uma cobertura, o combatente deve observar
determinadas regras práticas quando da sua ocupação e utilização.
4-2. FINALIDADES DA OCUPAÇÃO DE UMA COBERTA
O combatente ocupa uma coberta com as seguintes finalidades:
- para observar;
- como ponto de parada no decorrer de uma progressão;
- para atirar, somente quando não dispuser de abrigos;
- para, mediante trabalho de sapa, transformá-la num abrigo.
4-3. REGRAS PARA OCUPAÇÃO DE COBERTAS
a. Utilizar a sombra - Ao
ocupar uma coberta, o
combatente deve sempre que
possível, aproveitar a sombra,
pois não terá o seu corpo
iluminado e conseqüentemente,
será menos visível do que se ficar
exposto à luz. Nas noites de lua
também devem ser utilizadas as
sombras (Fig 4-1).
b. Imobilidade - Os
rnovimentos do combatente ou da
vegetação contra um fundo imóvel, serão facilmente percebidos pela observação inimiga.
Deve ser conservada a máxima imobilidade.
c. Confundir-se com o terreno - As árvores, os arbustos, a terra e as construções
porventura existentes no terreno formam fundos que variam de cor e aparência. O combatente
deverá escolher cobertas que se harmonizem com o seu uniforme, levando em conta a cor
dos objetos à sua volta e o fundo contra o qual se projeta. É importante alterar ou disfarçar o
contorno de objetos e equipamentos conhecidos (capacete, fuzil, etc) e do próprio corpo
humano, para que se tornem irregulares e mais difíceis de serem identificados. Os reflexos da
luz sobre objetos brilhantes, também, devem ser eliminados, cobrindo-os, escurecendo-os ou
abrigando-os do sol.
d. Não se projetar no horizonte - As
figuras que se projetam na linha do
horizonte podem ser vistas, mesmo
durante à noite, a grandes distâncias,
porque os contornos escuros ressaltam
em contraste com o céu mais claro. A
silhueta forma da nestas condições, pelo
corpo do soldado, torná-o um alvo fácil.
Por
evitaresse motivo, nas
mostrar-se o combatente deve
cristas e partes
altas do terreno.
e. Evitar pontos notáveis do terreno
- Deve-se evitar a ocupação de cobertas

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que se constituam ou estejam próximas a pontos notáveis do terreno tais como arvores e
construções isoladas arbustos que se destaquem dos demais, seja pela cor, pelo porte ou
pela forma, etc. Estes pontos atraem a observação e o fogo inimigo.
f. Deitar se para observar - Nessa posição o homem oferece uma silhueta pouco
pronunciada e projeta pouca sombra. Pode observar agachado ou de cócoras, pois desta
forma, também, dificilmente será observado.
g. Observar através da coberta ou pelos seus cantos inferiores - Nas moitas, deve-se
observar através
se deve abrir de aberturas
brechas, na folhagem
pois o movimento (seteiras).
pode alertar oQuando
inimigo.aNeste
vegetação for compacta
caso deve-se não
observar
pelos lados e pela parte inferior da coberta. O mesmo procedimento é válido com relação a
muros, troncos, pedras, etc. (Fig 4 2)
ARTIGO II
UTILIZAÇÃO DE ABRIGOS
4-4. GENERALIDADES
Genericamente abrigo é qualquer coisa que proteja contra os efeitos do fogo inimigo,
particularmente do fogo direto. Além dos abrigos naturais encontrados no terreno, pode-se,
através de étrabalhos
de abrigos de Capítulo
assunto do sapa, construir
5 desteabrigos
Manual.sumários e abrigos reparados. A construção
4-5. CONDIÇÕES A SATISFAZER
a. Os abrigos devem satisfazer às seguintes condições:
(1) oferecer proteção contra os tiros inimigos;
(2) permitir a observação;
(3) facilitar a execução do tiro;
(4) estar disfarçado.
b. O abrigo que não satisfizer as condições acima mesmo depois de melhora do deve ser
abandonado.
4-6. EXEMPLOS DE ABRIGOS NATURAIS (Fig.4-3).
a. Tronco de árvores - No mínimo com 1 metro de diâmetro.
b. Monte de terra - No mínimo com 0,90 metro de espessura.
c. Monte de pedras - Para evitar ricochete e estilhaçamento, este tipo de abrigo deverá
ser revestido com uma camada de terra de, no mínimo, 0,20 metro.
d. Areia - No mínimo 0,70 metro de espessura. A areia resiste melhor à penetração dos
projetis quando molhada. A
melhor maneira de se utilizar este
material é acondicionando-a em
sacos.
e. Dobras do fossos,
escavações, etc - Desde que a
espessura seja suficiente para
quebrar a força do projetil.
OBSERVAÇÃO - Não se
deve ocupar um abrigo que
possua pedras ou muro à
retaguarda, pois o ricochete dos
projetis causa, geralmente,
ferimentos tão graves, quanto os
impactos diretos.
4-7. INFLUÊNCIA DA TRAJETÓRIA
a. Armas de trajetória tensa (fuzis e metralhadoras)

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(1) A distâncias menores que 800 m as trajetórias são tensas. Num terreno plano e
descoberto, caso fique deitado ou empregue a marcha rastejante, o combatente fica exposto
ao fogo, porém a menor ondulação do terreno constituir-se-á num abrigo eficiente.
(2) Quando o inimigo atira de distâncias superiores a 800 m (metralhadoras,
normalmente), será necessário procurar abrigos que apresentem maior altura, pois os tiros
serão mergulhantes (Fig 4-4).
(3) Quanto à maneira do
homem abrigar-se,
basta deitar-se face no 1º caso,
à direção de
onde partem os tiros; no 2º caso
deve deitar-se, de modo que seu
corpo fique perpendicular à
direção de onde vêm os tiros,
encostado todo o corpo, o máximo
possível no talude do abrigo.
b. Armas de trajetória curva
(artilharia, morteiros, etc) - Para
proteger-se dos fogos das armas
de
devetrajetória
procedercurva, o combatente
da maneira que se
segue.
(1) Em terreno
descoberto, deita-se
imediatamente aproveitando a
primeira ondulação do terreno que
encontrar, e em seguida, se a
situação permitir, deve-se
construir uma toca para proteger-se dos estilhaços.
(2) Existindo no terreno barrancos, fossos, trincheiras, etc, deve colar-se,
imediatamente, no talude. A fim de obter uma melhor proteção e se a situação permitir, deve-
se cavar no talude, o mais baixo possível, um nicho de tamanho suficiente para abrigar-se em
seu interior.
ARTIGO III
UTILIZAÇÃO DO TERRENO PARA OBSERVAR
4-8. OBSERVAÇÃO DURANTE O DIA
a. O correto emprego das técnicas apresentadas neste artigo, permitirá ao combatente
ocupar corretamente uma posição e observar o terreno, extraindo informações que se
constituirão num elemento importante para as decisões de seu comandante.
b. Posto de observação é um observatório ocupado por elemento de pequeno efetivo ou
por um militar isolado, com a finalidade de cumprir uma missão de observação.
c. Para que a observação seja contínua, o posto de observação é, normalmente,
ocupado por dois ou mais homens que se revezam no posto, evitando assim, um desgaste
excessivo e permitindo um melhor resultado na observação.
d. Os postos de observação deverão, sempre que possível, estar dentro do alcance de
utilização das armas amigas, como medida de segurança, para permitir o apoio de fogo em
caso de retraimento e dispor de meios da comunicações (rádio ou telefone) que permitam
uma rápida ligação com a sua unidade.
e. Ao ocupar um posto de observação o combatente deve evitar:
(1) aposições
permitam que coberta
aproximação possuam do ângulos
inimigo; mortos ou caminhos desenfiados à frente que
(2) pontos destacados do terreno;
(3) posições em que a silhueta contraste com o fundo ou horizonte.
f. Um posto de observação deverá, sempre que a situação permitir, proporcionar:

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(1) bom campo de vista;
(2) cobertas e abrigos;
(3) itinerário de retraimento coberto.
g. Exemplos de postos de observação e maneira correta de ocupá-los
(1) Telhado de casa
(a) Subir na cumeeira e levantar uma ou duas telhas (normalmente a casa no
campo não possui forro).
(b)
(2) Camuflar
Janela ouo rosto e a cabeça (Fig 4-5).
porta de casa
(a) Observar
afastado, de dois a três
metros, a fim de ficar
oculto pela sombra.
(b)
Permanecer imóvel (Fig
4-6).
(3) Árvores
constituir um(a)bom posto
Parade
observação, a árvore deve
possuir os requisitos
abaixo:
- possuir
folhagem densa;
- não se
destacar da vegetação à
sua volta;
- não estar
isolada ou projetar a sua
silhueta, contra o
horizonte.
(b) O
combatente deve subir no
tronco a coberto das vistas
inimigas, até atingir um
local com bastante
folhagem para bem se
ocultar (Fig 4-7).
(4) Moita, arbusto,
macega, tronco, pedra,
muro, cerca ou monte de
terra - Para sua utilização o
combatente deve seguir as
regras gerais para
ocupação de cobertas e abrigos. É conveniente retirar ou camuflar o capacete para disfarçar-
lhe o contorno peculiar.
(5) Crista - Para
observar de uma elevação
o homem deve ter a
preocupação
um lugar ondedea crista
selecionar
seja
irregular haja vegetação.
Especial cuidado deve ser
tomado quando da

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ocupação e do retraimento,
para evitar a projeção da
silhueta (Fig 4-8).
h. Método de
observação de um setor
(Fig 4-9)
(1) Inicialmente o
combatente
todo o seu devesetor
visualizar
de
observação procurando
identificar pontos bem
destacados, contornos ou movimentos que não sejam naturais. Para tanto, deve olhar
diretamente para o centro do setor, imediatamente à frente da sua posição e levantar
rapidamente os olhos em direção à distância máxima que deseja observar. Se o setor de
observação for muito amplo, o
combatente deve subdividi-lo e
proceder de maneira idêntica
para cada subsetor.
passará (2) Em o seguida
a examinar terreno
por faixas de
aproximadamente 50m de
profundidade, iniciando a
observação pela faixa mais
próxima, percorrendo-as com
o olhar, da direita para a
esquerda e da esquerda para
a direita, sucessivamente (Fig
4-10). Coberto todo o setor, o
combatente reiniciará a
observação pela faixa mais
próxima.
(3) Ao observar um
setor deve-se ter em mente
todos os indícios possíveis,
que revelem atividade inimiga, tais como: reflexos, poeira, fumaça, animais em movimento,
etc.
i. Observação em movimento - Quando
em movimento, o combatente poderá manter
observação sobre determinado setor, porém o
resultado obtido será bastante inferior ao
conseguido com a observação estática. Sempre
que a situação permitir, o homem, em
deslocamento, deve ocupar postos de
observação sucessivos, longo do itinerário de
marcha.
 j. Transmissão do resultado de uma
observação - Toda observação feita de ser
rapidamente informada, seja verbalmente ou
por escrito, da forma mais completa. Um
processo
dividindo-seeficiente
o informe,poderá
em cincoser
itensutilizado
(Fig 4-
11).
(1) Donde? Local do PO ou de onde foi
feita a observação.

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(2) Quem ou o quê? O que foi observado.
(3) Onde? Em que local verificou-se o fato.
(4) Como? Qual a atitude. O que faziam.
(5) Quando? Hora exata.
4-9. OBSERVAÇÃO À NOITE
a. Generalidade - As operações desenvolvidas durante à noite ou em condições de
pouca visibilidade
realização se revestemde detropa,
de deslocamentos grande importância,desaferramento
substituições, pois a obscuridade
de umapermite a
posição,
retraimentos e mesmo operações ofensivas, a coberto das vistas inimigas, o que facilita a
obtenção da surpresa. Uma vez ocupado um posto de observação o combatente utilizará a
vista e o ouvido, com preponderância da escuta, já que a observação se torna limitada por
causa da pouca visibilidade.
b. Desenvolvimento da visão noturna - O uso eficiente dos olhos durante à noite, requer a
aplicação dos princípios da visão noturna: adaptação à escuridão, visão fora de centro e
esquadrinhamento.
(1) Adaptação à escuridão - É a propriedade que têm os olhos de se acostumarem
aos locais de pouca luminosidade. Para que a adaptação seja bem feita, o combatente deve
permanecer
consiste em em tornoo homem
manter de trintanum
minutos
local em
comcompleta escuridão.
iluminação vermelhaOutro processoóculos
ou utilizando eficiente
de
lentes vermelhas por vinte minutos, seguidas de dez minutos em local completamente escuro.
Este método possui a vantagem de
economizar tempo valioso, pois, enquanto se
expõe à luz vermelha, o homem poderá
receber ordens, inspecionar o equipamento
ou realizar outros preparativos para a missão
a ser cumprida.
(2) Visão fora do centro - É a técnica
utilizada para manter a atenção dirigida para
um objetivo, sem olhá-lo diretamente, pois
neste caso a imagem se formará no centro da
retina, cujas células, tipo cones, não
são sensíveis no escuro. Se
olharmos acima, abaixo ou para os lados, a
imagem se formará numa região da retina
cujas células, tipo bastonetes, são sensíveis
à escuridão. Assim, conclui-se que se o
combatente deseja observar um determinado
objetivo à noite, deve fazê-lo não
diretamente, mas sim com um pequeno
desvio, pois desta maneira conseguirá
distinguir a sua forma e contornos com maior facilidade (Fig 4-12).
(3) Esquadrinhamento - À noite para
se obter a continuidade da visão deve-se
desviar, constantemente, o ponto de
observação com movimentos visuais curtos,
rápidos e irregulares em torno do
alvo, detendo, no entanto,
o.olhar apenas por alguns segundos
em cada ponto. Isto decorre de que, quando
se observaa àimagem
de centro, noite por meio na
formada da região
visão fora
das
células bastonetes, tende a desaparecer
entre quatro e dez segundos (Fig 4-13).

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c. Fatores que afetam a visão noturna - A falta de vitamina A prejudica a visão,
entretanto, o excesso da mesma não a melhora. O resfriado, o cansaço, os narcóticos, o fumo
demasiado e o uso excessivo de álcool, reduzirão a capacidade de ver durante a noite. A
exposição à luz brilhante, durante períodos prolongados, também prejudicará tanto a visão
noturna quanto a diurna.
d. Preservação da vis noturna - O combatente perderá a adaptação à escuridão caso
seja exposto a uma luminosidade intensa. Se isto não puder ser evitado, deve-se fechar ou
cobrir
de luzumsedos olhosou
apagar para que estedeixar
o homem preserve a capacidade
a área iluminada,deaenxergar à noite.retida
visão noturna Quandopeloa fonte
olho
protegido permitirá que o homem enxergue no escuro, até que o outro olho se adapte
novamente.
e. Conclusão - Normalmente os olhos são utilizados em locais iluminados, fazendo com
que o homem se acostume com os contornos nítidos e pronunciados e cores brilhantes. À
noite, não se pode distinguir, com facilidade, um objeto pelo seu contorno e as cores não se
apresentam bem definidas. Somente com a prática continuada, o combatente pode obter a
confiança na sua visão noturna e o adestramento necessário para sua utilização no combate.
4-10. EQUIPAMENTOS DE VISÃO NOTURNA
a. Generalidades
dificuldades - Os permitindo
da visão noturna, equipamentos de visão noturna
a observação, destinam-se
o deslocamento a minimizar
e a realização as
do tiro
e de outras atividades sem a utilização de fontes de luz visível. Além de possibilitar, de uma
maneira geral, o tiro noturno e o movimento de viaturas em completo escurecimento, esses
equipamentos permitem, nas operações defensivas ou nas situações estáticas, que a
vigilância noturna seja feita em condições semelhantes à diurna. Nas ações ofensivas, nas
patrulhas e nos movimentos, os equipamentos de visão noturna têm especial importância na
orientação e na manutenção da direção à noite.
b. Possibilidades e limitações - Os equipamentos de visão noturna permitem, dentro de
certos limites, que a observação à noite seja feita da mesma maneira que durante o dia,
facilitando a vigilância, o reconhecimento e a orientação. Por outro lado, o alto custo desses
equipamentos torna proibitiva a sua distribuição generalizada à tropa. Em princípio serão
dotados os motoristas de viaturas blindadas, pessoal de reconhecimento e vigilância,
observadores de artilharia, chefes de carros de combate, atiradores de armas coletivas e
outros elementos-chave. Outra limitação é o fato de que equipamentos de visão noturna são
instrumentos delicados, que exigem manuseio cuidadoso e manutenção altamente
especializada.
c. Tipos de equipamentos de visão noturna
(1) Equipamentos infravermelhos - Os equipamentos que utilizam o infravermelho
para “iluminar” o alvo à noite, são considerados, comparativamente com os demais, baratos,
práticos e eficientes. Sua grande deficiência decorre de serem “ativos”, isto é, emitem luz
infravermelha e podem, por isso, ser facilmente detectados pelo inimigo.
(2) Equipamentos de imagem termal - Visando contornar a deficiência dos
equipamentos ativos, foram desenvolvidos os passivos, isto é, equipamentos que ao invés de
emitirem, captam a luz infravermelha que é irradiada pelos objetos. O desenvolvimento da
tecnologia de captação da luz infravermelha permitiu a construção de equipamentos que
reproduzem imagens termais. A principal vantagem desses equipamentos é observar, a
alcances maiores, objetos que estejam sob escuridão total ou cobertos por neblina, cortina de
fumaça ou nuvem de poeira. A principal desvantagem reside no fato de que as imagens
proporcionadas pelos equipamentos de imagem termal são toscas e estriadas, necessitando
de pessoal qualificando para a sua interpretação. Por exemplo: um operador experiente pode
detectar “imagens” de uma viatura que já tenha deixado a área observada, através da
diferença entrepoderá,
torno, o que a temperatura do solo
à primeira vista,que estava
não sob a viatura
ter nenhuma e a temperatura
relação com o que daestáárea em
sendo
observado, para um operador inexperiente.
(3) Equipamentos de intensificação de imagens - Amplificam a fraca luminosidade
residual do ambiente (luz das estrelas, da lua, etc), produzindo ante os

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olhos do observador uma imagem um pouco “borrada”, mas razoavelmente nítida e clara. As
principais características desse tipo de equipamento são:
(a) o aumento súbito do nível de iluminação em alguns equipamentos, causado por
uma granada iluminativa, holofote, explosão de granadas, etc, desfaz o contraste, ofuscando o
observador;
(b) o volume e o peso do equipamento, relacionam-se diretamente com o seu alcance
e amplitude do campo de vista;
(c) qualquer
de imagens, graças acombatente pode utilizar
sua simplicidade com sucesso um equipamento de intensificação
de manejo;
(d) as imagens fornecidas são compreensíveis por qualquer combatente;
(e) o alto custo dos equipamentos, qualquer que seja o tipo, é sua grande
desvantagem.
(4) Existem equipamentos que aliam as vantagens das duas últimas tecnologias,
permitindo ao operador optar pelo tipo de imagem que deseja obter. Neste caso, ele poderá
iniciar o vasculhamento da área através da imagem termal e mudar para a intensificação de
imagens quando necessitar de maiores detalhes sobre o alvo detectado. Alguns
equipamentos permitem o uso simultâneo das duas tecnologias, proporcionando ao mesmo
tempo uma imagem termal e intensificada do alvo.
d.(1)
Conclusão
Apesar de todos os equipamentos colocados à disposição do combatente,
permanecem ainda as características básicas do combate noturno.
(a) Decréscimo da eficiência do fogo.
(b) Aumento da importância do combate aproximado.
(c) Dificuldade de movimento, de ação de comando e de manutenção do controle.
(2) Entretanto, a tecnologia continuará influenciando as operações fazendo com que,
cada vez mais, as operações noturnas sejam conduzidas da mesma forma semelhante as que
seria feito durante o dia.
ARTIGO IV
UTILIZAÇÃO DO TERRENO PARA ATIRAR
4-11. GENERALIDADES
A destruição do inimigo, objetivo final do combate será realizada por meio da correta
utilização do armamento na execução do tiro. Para este fim, o combatente deve estar em
condições e aproximar-se do inimigo, observá-lo, avaliar a distância do alvo corretamente e
utilizar sua arma para abatê-lo.
4-12. ESCOLHA E OCUPAÇÃO DE UMA POSIÇÃO
DE TIRO
a. Uma boa posição de tiro deve oferecer ao
atirador (Fig 4-14):
(1) bons campos de tiro dentro do alcance de
utilização de sua arma, e dentro do setor que deseja
bater, pois assim, poderá explorar ao máximo as
possibilidades de sua arma;
(2) boa observação sobre o terreno
circunvizinho, para impedir uma aproximação de
surpresa por parte do inimigo;
(3) abrigo ou pelo menos, coberta;
(4) disfarce que dificulte sua identificação
pelo inimigo;
(5) apoio para a arma ou para o combatente.
b. É claro que essas condições são ideais e
dificilmente serão encontradas reunidas em uma
mesma posição, principalmente em situação de

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combate. O soldado deve saber escolher, no terreno, a posição que ofereça o máximo das
vantagens acima.
c. Deve dar preferência a uma posição de tiro abrigada. No entanto, a situação pode
forçar o combatente a utilizar uma coberta para atirar. Esta, por sua vez, deve ser
transformada, pelo menos em um abrigo sumário, assim que for possível.
d. Ao ocupar uma posição de tiro, o soldado deve tomar todas as precauções relativas a
progressão e à utilização de cobertas e abrigos, de modo a impedir que o inimigo perceba sua
aproximação e ocupação
e. Os possíveis da posição.
ângulos mortos deverão ser batidos pelo emprego de granadas de bocal
para distâncias entre 50 e 150 metros da posição e granadas de mão para alcances inferiores
a 50 metros. Neste último caso o combatente deve evitar a ocupação da posição, só o
fazendo caso o terreno não apresente opções.
4-13. CONDUTA DO COMBATENTE
a. O combatente deve observar e atirar pelo lado e parte inferior do elemento de
proteção, de maneira a ocultar a maior parte do corpo e da cabeça, não expondo a silhueta.
b. Atirar de preferência da posição deitado.
c. Só atirar por sobre o abrigo se houver: fundo adequado à sua silhueta e quando não
for conveniente fazê-lo pelos lados.
4-14. LIMPEZA DOS CAMPOS DE TIRO
a. Nas situações estáticas, em que se espera o contato com o inimigo, (defensivas,
emboscadas, etc.) devem ser preparados os campos de tiro. Essa operação, a
fim de não denunciar as posições de tiro, deve obedecer aos princípios que se seguem:
(1) remover o excesso de vegetação rasteira, com cuidado, para não quebrar o aspecto
natural em torno da posição;
(2) nas regiões de árvores esparsas, remover os ramos mais baixos destas árvores;
(3) nos bosques densos, em princípio, não será possível, dentro do tempo disponível,
realizar a limpeza completa do campo de tiro; o trabalho deve ser limitado a desbastar a
vegetação rasteira, à remoção dos ramos mais baixos das árvores maiores e abrir estreitos
corredores de tiro para as armas automáticas;
(4) iniciar a limpeza junto à posição, prosseguindo o trabalho na direção do limite do
alcance útil da arma;
(5) remover a vegetação cortada para locais onde não proporcione cobertas para o
inimigo, nem denuncie a posição;
(6) plantações de cereais (trigo, milho, etc.) e capinzais devem ser ceifados ou
queimados se estiverem secos, desde que isto não revele a posição;
(7) deixar a vegetação que auxilia no disfarce da posição.
b. Antes de iniciar a limpeza de um campo de tiro, o combatente deve fazer uma
cuidadosa avaliação do vulto do trabalho dentro do tempo disponível. Esta estimativa, muitas
vezes, determina a natureza e a extensão da limpeza a ser realizada, pois um campo de tiro
no qual a vegetação desbastada não pôde ser convenientemente retirada, pode dar ao inimigo
melhores cobertas e abrigos que o terreno em sua feição normal, além de denunciar a
posição.
4-15. TIRO NOTURNO
a. A técnica do tiro noturno emprega um processo de pontaria no qual, tendo em vista a
visibilidade deficiente, o atirador não utiliza o aparelho de pontaria. Utilizando os princípios de
visão noturna o atirador, após identificar o alvo, aponta sua arma mantendo os dois olhos
abertos, a cabeça erguida e o queixo sobre a coronha. Os olhos permanecem fixos no alvo e
o atirador “sente” a direção
b. O emprego da arma
de munição sem olhar
traçante, para o cano
não obstante de suaaarma.
denunciar posição do atirador, facilita
a observação dos efeitos e a correção do tiro.
c. Para localizar posições inimigas, poderá ser utilizado um homem que se deslocará
para um lado e executará diversos disparos, para a o fogo inimigo. É preciso ter cuidado para

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não se deixar enganar por esse ardil quando empregado pelo inimigo. À noite, só se deve
atirar quando se observar o alvo com nitidez que permita atingi-lo. Um tiro a esmo não surtirá
o efeito desejado e ainda denunciará a posição do atirador.
d. As granadas de mão são de grande utilidade no combate noturno. Os seus efeitos são
eficazes contra alvos incertos e não denunciam a posição de quem as arremessou. O
emprego à noite de granadas de bocal, por outro lado, deve ser cercado de rigorosa
precaução quanto aos campos de tiro. A existência de qualquer obstáculo na trajetória de uma
granada
prematuradetrazendo
bocal, sério
mesmo umaopequeno
perigo atirador. ramo ou arbusto pode provocar sua explosão
e. Sob condições de iluminação muito favoráveis, desde que se consiga ver a massa de
mira, pode-se realizar o tiro como durante o dia.
f. A utilização de equipamentos de visão noturna reduz consideravelmente as
dificuldades do tiro noturno. No entanto esse tipo de equipamento exige treinamento
específico para o correto manuseio.
ARTIGO V
UTILIZAÇÃO DO TERRENO PARA PROGREDIR

4-16. PROGRESSÃO
a. Para furtar-seEM COMBATE e ao fogo inimigo, ao progredir em suas proximidades, o
à observação
soldado deve tomar as seguintes precauções:
(1) escolher itinerários que ofereçam o máximo de cobertas e abrigos;
(2) deslocar-se por lanços curtos entre os abrigos e cobertas sucessivas;
(3) após cada lanço, parar e fazer um estudo cuidadoso do terreno, só
abandonando a posição depois de escolher o ponto seguinte a ocupar e o melhor caminho
para atingi-lo;
(4) evitar áreas limpas e descobertas, onde ficará mais visível;
(5) se tiver que cruzar pequenos trechos descobertos do terreno, aproveitar ruídos
ou movimentos que possam distrair a atenção do inimigo (tiros, movimento de blindados, etc.);
(6) usar um processo de progressão adequado ao terreno e à situação;
(7) evitar obstáculos e partes difíceis do terreno que lhe restrinjam o movimento,
deixando-o mais exposto ao fogo inimigo.
b. Os deslocamentos por lanços são lentos e, em geral, mais cansativos. Por essa
razão, só devem ser usados quando não se dispuser de itinerários totalmente desenfiados e
for necessário progredir em trechos do terreno expostos à observação e ao fogo direto do
inimigo.
4-17. PROGRESSÃO SOB FOGO INIMIGO
a. Progressão sob fogos de fuzis e metralhadoras - É realizado de acordo com dois
casos. O primeiro é quando a infantaria inimiga estiver atirando a distâncias iguais ou
superiores a 800 metros e o segundo é quando o inimigo atira a menos de 800 metros (Fig 4-
15).
(1) No primeiro caso
temos, em geral, apenas fogos de
metralhadoras, pois essa distância
está acima do alcance útil dos
fuzis. As trajetórias desses tiros
apresentam-se bem curvas e
mergulhantes na área batida, podendo atingir um combatente que se encontre protegido por
um abrigo de pequena altura. Para progredir sob fogos longínquos de infantaria deve-se
observar. (a) A essa distância os objetivos são pouco visíveis. Deve-se aproveitar a má
observação inimiga para progredir evitando mostrar-se.

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(b) Os fogos são pouco preciso e freqüentemente apresentam erros de alça.
Deve-se tirar proveito dessa deficiência para progredir. Se o fogo inimigo estiver longo, é
possível progredir rastejando sob as trajetórias.
(c) Procurar a dispersão, de forma a não oferecer alvo compacto aos fogos de
metralhadora.
(d) Ao cruzar pequenas faixas de terreno limpo e descoberto, fazê-lo num lanço
coletivo ou então por lanço de homem a homem, iniciando o movimento de lugares diferentes.
último caso.(e) Evitarcircunstâncias
Nessas cruzar áreas limpas e lanço
usar um descobertas
rápido, de maior extensão,
evitando expor-se. só o fazendo em
(f) Ao ser surpreendido por uma rajada de arma automática deve-se: deitar, se
possível em um abrigo, a fim de não oferecer alvo aos projetis; progredir, assim que a rajada
tenha cessado, para abandonar a zona batida, procurando não atrair a atenção do inimigo;
constatando um erro de alça, reiniciar a progressão, a fim de desorientar o inimigo.
(2) No segundo caso, a distâncias menores que 800 metros, as trajetórias são
tensas e num terreno plano, descoberto e uniforme, são rasantes. Neste tipo de terreno o
homem fica exposto se permanecer deitado ou rastejar. Por outro lado, qualquer dobra do
terreno oferece um ângulo morto, onde se poderá rastejar ou ficar deitado sem perigo. Para
progredir nas condições acima, deve-se seguir os princípios abaixo:
trechos limpos(a) Quando o terreno
e descobertos apresenta
entre vários abrigos,
esses abrigos. progride-se
Os lanços devem serpor lanços,
curtos para cruzar
e rápidos, não
devendo ultrapassar 15 metros, pois o homem não deve ficar exposto às vistas e fogos do
inimigo mais do que 5 a 6 segundos, tempo necessário para o inimigo ver, apontar e disparar
sua arma. Logicamente, a extensão dos lanços é ditada, também, pela disposição e distância
entre os abrigos.
(b) Os terrenos limpos e descobertos de grande extensão devem ser evitados.
Quando for necessário, porém, ultrapassá-los, deve-se fazê-lo por lanços curtos, rápidos e
sucessivos, normalizando a respiração nas paradas. Essa progressão deve receber a máxima
cobertura de fogo amigo.
(c) Na transposição de cristas, aproximar-se até a linha de desenfiamento e
conforme a distância, o fogo inimigo e a natureza do terreno quanto a abrigos e cobertas,
transpô-la, correndo ou rastejando, até que na encosta se encontre um abrigo.
(d) Valas pouco profundas, pequenos taludes e ligeiras dobras do terreno devem
ser aproveitados para curtos deslocamentos de rastos.
b. Progressão sob fogos de artilharia e morteiros - Os projetis de artilharia e de
morteiros, ao atingirem o solo, distribuem-se de forma irregular sobre uma certa
superfície. A esse fenômeno dá-se o nome de dispersão e é devido a ele que essas armas
têm limitada precisão, prestando-se, principalmente, a bater áreas, grupos de homens,
instalações, etc.
(1) Os fogos de artilharia e de morteiros têm as características abaixo:
(a) Baixa velocidade, sendo possível ao combatente perceber a aproximação da
granada antes do seu arrebentamento, através do ruído da detonação do canhão e do sibilar
da granada em
movimento. Os
morteiros, em geral, são
mais silenciosos e não
têm o sibilar
característico durante a
trajetória.
(b) Utilizam
variados tipos de
espoletas
finalidade com obtera
de
arrebentamentos com
diversos efeitos,
conforme a figura (Fig 4-

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16).
(c) Trajetória curva, podendo atingir zonas desenfiadas do terreno. As peças
atiram de posições abrigadas e têm seu fogo dirigido por observadores.
(2) Para progredir sob fogos de artilharia e morteiros deve-se observar:
(a) Quando a artilharia atira intermitentemente (tiros espaçados), deve-se evitar
a zona batida e, se isso n for possível, aproximar-se o máximo possível dessa região e, no
intervalo entre um tiro e outro, atravessá-la rapidamente.
(b) Sendo
abrigos, deve-se o tiro
progredir executado
de abrigo com certa
em abrigo para intensidade,
sair da zona ebatida.
se o terreno possuir vários
(c) Ao se ouvir a detonação do canhão ou o sibilar da aproximação da granada,
deve-se deitar em um abrigo, para escapar aos estilhaços, e, logo após o arrebentamento do
projetil, progredir rapidamente para um novo abrigo, mais à frente ou que ofereça mais
segurança.
(d) Quando se é surpreendido por uma rajada de artilharia, deve-se deitar
rapidamente, se possível num abrigo, permanecendo imóvel. Uma vez cessada a rajada,
progredir para sair da zona enquadrada.
(e) Caso não existam abrigos e o tiro seja intenso, deve-se progredir por lanços
curtos e rápidos, que são regulados pelas detonações do canhão, para deitar, e pelas
explosões das granadas
abrigo no terreno, deve-separa
nele levantar logoaté
permanecer, após
queeodar
fogoum novo lanço. Existindo um bom
cesse.
(f) Se os projetis caem à sua frente, sem o atingir, o combatente deve instalar-se
num abrigo e esperar que cessem; caso os projetis caiam à sua retaguarda, deve avançar
para fugir do fogo.
(g) Em todos os casos o combatente deve: evitar terrenos descobertos e limpos
e utilizar ao máximo as cobertas, abrigos e itinerários desenfiados, a fim de não ser visto pelos
observadores inimigos; atravessar o mais rápido possível a zona batida; seguir seu chefe,
reunindo-se a ele o mais breve possível.
4-18. PROCESSOS DE PROGRESSÃO EM COMBATE
a. Em combate o homem poderá valer-se de diversos processos de progressão, os
quais serão ditados pelo terreno, pelo inimigo, pela velocidade desejada e pelo esforço físico a
dispender. As progressões poderão ser feitas
caminhando em marcha normal, engatinhando,
rastejando, ou correndo em marcha acelerada
(marche-marche). Pequenos deslocamentos
laterais podem ser feitos por rolamento.
(1) Marcha normal - É empregada quando
não se está sob vistas e fogos do inimigo ou em
trechos desenfiados do terreno. O combatente
deverá ter sua arma em condições de pronto
emprego e utilizar ao máximo as cobertas e
abrigos oferecidos pelo terreno. Quando for o caso, deverá caminhar agachado para tirar
proveito de pequenas cobertas e diminuir sua silhueta. Enquadrado em uma fração o soldado
utilizará esse processo de progressão ao comando de MARCHE! (Fig 4-17).
(2) Engatinhar - É o processo utilizado quando se dispõe de cobertas e abrigos de
média altura. É mais lento e fatigante que caminhar e melhor que rastejar. O combatente
deverá conduzir sua arma na m direita (ou esquerda se for canhoto), cuidando para que não
entre terra na boca da arma e na janela de ejeção. Enquadrado em uma fração, o soldado
receberá o comando de ENGATINHAR!

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(3) Rastejo - É empregado quando se desejar fugir à observação e ao fogo inimigo e
as cobertas e abrigos existentes forem muito
reduzidos em altura. Podem ser usados dois
processos de rastejo, ambos extremamente
lentos e fatigantes e que só dever ser
utilizados para pequenos deslocamentos.
(a) Rastejo alto (1º processo) -
É empregado
cobertas quando
e abrigos, há disponibilidade
quando de
a observação do
inimigo é reduzida e quando se deseja um
pouco mais de rapidez. Mantém-se o corpo
levantado do solo, apoiando-o sobre os
antebraços e os joelhos. Acomoda-se o fuzil
nos braços, cuidando-se para que a boca da
arma não encoste no solo. Progride-se
alternando os avanços do cotovelo direito e
 joelho esquerdo, com os do cotovelo
esquerdo e joelho direito (Fig 4-18).
processo é (b) Rastejo
mais lentobaixo (2º processo)
e cansativo, mas -éEste
empregado quando as cobertas e os abrigos
são mínimos, quando o inimigo tem boa
observação e quando a rapidez não é
essencial. Mantém-se o corpo colado ao
solo, segura-se a bandoleira próximo ao
zarelho superior, ficando a arma deitada
sobre o antebraço, sem que sua boca toque
o solo. Para progredir levam-se as mãos à
frente da cabeça, conservando os cotovelos
no solo. Encolhe-se uma das pernas e com
ela empurra-se o corpo para frente, com o
auxílio da tração das mãos e antebraços.
Deve-se trocar com freqüência a perna de
impulsão para evitar o cansaço (Fig4-19).
(c) Enquadrado em uma fração, o
combatente progredirá utilizando-se de um
dos processos de rastejo acima, ao comando
de DE RASTOS!
(4) Marcha acelerada (marche-
marche) - É de
velocidade o processo empregado
progressão quandooua
for essencial
quando se deseja transpor trechos limpos do
terreno com o mínimo de exposição ao fogo
inimigo. Ao comando de MARCHE-MARCHE
o combatente correrá, conduzindo a arma
com ambas as mãos, em condições de
empregá-la rapidamente. A mão esquerda
empunha o guarda-mão e a direita segura o punho (Fig 4-20).

(5) Rolamento
laterais. Partindo - Pode
da posição ser deitado,
de tiro usado para a realização
o homem de pequenos
deverá rolar deslocamentos
tendo o cuidado de não
deixar a boca da arma tocar o solo (Fig 4-21).

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b. A escolha do processo de progressão
mais adequado é função dos seguintes
fatores: cobertas e abrigos existentes no
terreno, posição e armamento do inimigo,
velocidade que se pretende obter e esforço
físico a ser dispendido.
(1) De acordo com a posição do
inimigo,
abrigos dodoseuterreno,
armamento e das cobertas
teremos os casose
adiante especificados.
(a) Progressão em região
coberta ou abrigada - Utiliza-se a marcha
normal e, se a velocidade for
preponderante, o marche-marche.
(b) Progressão em trechos de cobertura baixa - Utiliza-se o engatinhar ou o
rastejo, dependendo da altura da coberta ou abrigo.
(c) Progressão em região descoberta - Utiliza-se o marche-marche, a fim de
diminuir o tempo de exposição ao fogo inimigo.
(2) A necessidade
sua segurança para obterdemaior
ganhar tempo pode
velocidade. levarpode-se,
Assim o combatente a prejudicar
por exemplo, um pouco
progredir em
marche-marche num local que ofereça cobertura baixa, a fim de não perder tempo rastejando.
(3) O combatente também deve evitar o desperdício de suas energias, a fim de
manter-se em condições de combater por períodos prolongados. Dessa forma, sem abusar da
segurança, deve empregar o processo menos cansativo que permita o cumprimento da
missão.
4-19. EXECUÇÃO DO LANÇO
a. O lanço é um deslocamento curto e rápido realizado entre duas posições abrigadas
(ou cobertas). Deve ser realizado num movimento decidido, posto que uma parada ou um
recuo podem ser fatais ao combatente. Antes de iniciar um lanço, o soldado deverá fazer um
cuidadoso estudo da situação para evitar uma in decisão no decorrer do deslocamento.
b. Para uma decisão firme e acertada o combatente deve, ao preparar um lanço,
responder a si próprio as perguntas que se seguem (Fig 4-22).
(1) Para onde vou? Responderá a essa pergunta escolhendo nas suas proximidades
uma coberta ou abrigo adequado ao cumprimento da sua missão. É conveniente lembrar que
um lanço em marche-marche em terreno limpo, não deve ser maior do que 15 metros. Se o
percurso for longo, haverá necessidade da realização de lanços intermediários e é
conveniente que o soldado escolha previamente os locais de parada.
(2) Por onde vou? Estuda o caminho a seguir até alcançar a posição escolhida (caso
seu itinerário não esteja determinado pelo seu comandante imediato). Se for obrigado a
progredir em marche-marche, deve utilizar o itinerário mais curto, para evitar expor-se ao
inimigo por tempo demasiado.
(3) Como vou? De acordo com o ponto de destino e o itinerário a seguir, será
escolhido o processo de progressão mais adequado à realização do deslocamento (quando
enquadrado em uma fração o comandante determinará o processo de progressão): correndo,
rastejando, etc.
(4) Quando vou? Fazendo parte de uma fração, irá à ordem de seu comandante e no
caso de homem a homem, quando o que o precedeu tenha terminado o seu lanço. Estando
isolado, deve esperar o momento mais propício para o lanço. Por exemplo:
(a) quando o fogo inimigo for suspenso momentaneamente;
(b) ao momento
(c) no perceber que o inimigo
em que o fogoatira em outra
do inimigo direção;
estiver mal ajustado;
(d) ao verificar que elementos amigos vizinhos atiram sobre o inimigo,
prejudicando ou neutralizando seu fogo;
(e) quando a artilharia ou a aviação amiga bombardeiam as posições adversárias.

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c. Após cada lanço, parar, escutar, observar, fazer um novo estudo, e, só então
prosseguir.
d. Sempre que possível, o
combatente deve evitar a ocupação do
mesmo abrigo que já tenha sido utilizado
pelo homem que o precedeu, pois o inimigo
pode haver identificado essa posição.
tomado e.comO itinerários
mesmo cuidado devesejam
que não ser
completamente desenfiados, devendo-se,
pois, evitar que vários homens por eles
progridam.
f. Para deslocar-se por lanço em
marche-marche partindo da posição deitado
o combatente deve agir da forma adiante
enumerada (Fig 4-23 e 4-24).
(1) Quando decidir realizar um
lanço (ou, se enquadrado, ao comando de
PREPARAR PARA
arma pelo centro PARTIR!),e encolhe
de gravidade segura osa
braços, trazendo as mãos junto à cabeça,
sem levantar os cotovelos.
(2) Ergue, lentamente, a cabeça e
faz o seu estudo do lanço (quando
enquadrado, realiza essa operação ao
comando de ATÉ TAL PONTO ou LINHA!)

(3) No momento oportuno (ou ao comando DE MARCHE-MARCHE!) e em um


movimento rápido e contínuo, ergue-se, apoiando-se nas mãos e nas pontas dos pés; leva a
perna direita ou esquerda à frente e com um impulso desta, levanta-se, iniciando o
deslocamento.
(4) Corre direto e a toda velocidade até o ponto escolhido.
(5) Deita-se, saltando, de maneira a assentar ambos os pés no solo, na mesma linha,
afastados de cerca de 60 centímetros; aproveitando a velocidade, lança-se ao chão
vivamente, caindo sobre os joelhos; o corpo projeta-se para a frente e a queda é amortecida
com a mãocom
esquerda) esquerda (ou sob
a coronha direita), enquanto
a axila; queoacuidado
deve ter arma fica
de segura pela mão
não levantar direita
os pés (ou
ao cair
(quando enquadrado, receberá o comando de DEITAR!).
(6) Toma a posição de tiro deitado e, se não estiver em um abrigo ou, pelo menos,
uma coberta, rola, rapidamente, para o mais próximo.
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4-20. PASSAGEM DE OBSTÁCULOS


a. A ultrapassagem de obstáculos é sempre uma operação difícil e que deixa o
combatente em situação extremamente vulnerável, tendo em vista que terá seus movimentos
dificultados, ficando, assim, exposto ao inimigo. É de se esperar, portanto, que o inimigo os
vigie e reforce pelo fogo e pela utilização de minas e armadilhas. A transposição de
obstáculos maiores, tais como rios, paredões, etc, é assunto do manual de campanha C 21-78
 — TRANSPOSIÇÃO
b. Passagem de DE OBSTÁCULOS.
redes de arame farpado - As redes de arame são instaladas pelo inimigo
nas proximidades de suas posições e estarão sendo vigiadas e protegidas pelo fogo. A
ultrapassagem de um aramado pode ser realizada abrindo-se uma brecha ou simplesmente
caminhando ou rastejando através dos fios de arame. Qualquer dessas operações só deverá
ser realizada sob proteção de condições de má visibilidade para o inimigo e após haver-se
verificado que o obstáculo não esteja
minado ou armadilhado.
(1) Caso o terreno não esteja
minado, o combatente pode passar por
cima dos aramados mais baixos ou
rastejar sob
(a)osUma
maiscerca
altos. baixa pode ser
transposta por cima, ultrapassando-se fio
por fio, procurando-os com as mãos
cuidando-se para não ficar embaraçado
ou fazer ruídos (Fig 4-25). Pode-se passar
sobre um aramado baixo e frouxo
colocando-se sobre ele uma tábua de
madeira, algumas esteiras de capim ou
uma tela metálica, sobre a qual se possa
caminhar. Esta solução permitirá uma
passagem instável e a ultrapassagem será
lenta.
(b) Em princípio é
melhor ultrapassar uma rede
de arame por baixo, porque
o homem não se expõe
muito e pode ver os fios
contra a claridade do céu,
mesmo nas noites mais
escuras. O combatente deve
rastejar de costas para o
solo, por baixo dos arames,
usando os calcanhares para empurrar o corpo. Com as mãos, deve apalpar o terreno à frente
da cabeça, para levantar fios baixos e localizar possíveis minas e arames de tropeço; a arma
deve ser levada ao longo do corpo e sobre a barriga, para que as mãos fiquem livres (Fig 4-
26).
(2) A abertura de brechas
nos obstáculos de arame exige
mais tempo e pode alertar o
inimigo. No entanto pode ser
necessária, para a passagem de
patrulhas,
infiltrações na
ou realização
como medida de
preparatória de um ataque. A
abertura deve ser feita em direção
oblíqua à frente e os fios superiores

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da rede não devem ser cortados, a
fim de dificultar ao inimigo a
descoberta da brecha. Para abafar
o ruído produzido pelo corte, é
conveniente envolver o fio com um
pano no local onde será aplicado o
alicate.
combatente (a)deve
Estando
segurar osó,
arameo
próximo a uma estaca. Em
seguida, aplicará o alicate sobre o
pano em um ponto localizado entre
a mão e a estaca. Desta forma,
cortará o fio abafando o ruído e
evitando o chicotear da parte
livre que deverá ser enrolada
(Fig 4-27).
(b) Quando estiver
acompanhado, um segura o
arame, enquanto o outro enrola
o pano e corta o fio entre as
mãos do primeiro (Fig 4-28). Os
pedaços do arame cortado
devem ser enrolados nas estacas.
c. Passagem de valas e
trincheiras - Nestes obstáculos, com
cuidado e em silêncio, o homem deve
aproximar-se examinar o seu interior,
avaliando sua profundidade, largura,
possibilidade da presença do inimigo
e da existência de armadilhas.
(1) Tratando-se de vala ou
trincheira larga, deve descer por um
lado e subir pelo outro (Fig 4-29).
(2) Se a vala ou trincheira
for estreita, pode saltá-la, procurando
cair do outro lado, fazendo o mínimo
de ruído possível e
permanecendo
deitado,
silêncio imóvel e em
por algum
tempo, observando e
escutando, antes de
prosseguir (Fig 4-30).
d. Terreno
minado - O
combatente deve
estar atento para a
existência de minas e
evitá-las sempre que
possível,
tenha que mesmo que
realizar
desbordamentos
consideráveis. Os
itinerários de
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aproximação das posições inimigas, as redes de arame, valas e outros obstáculos existentes
nas suas proximidades freqüentemente estão minados e devem ser examinados com cuidado.
Ao passar através de uma área minada, deve avançar lentamente, procurando com as mãos
cordéis de tropeço e sondando cautelosamente o terreno com a baioneta para ver se existem
minas enterradas. Uma boa instrução sobre as minas utilizadas pelo inimigo permitirá ao
soldado neutralizá-las com certa segurança.
(1) Em geral uma mina pode ser neutralizada em duas operações: a recolocação de
grampos, pinos e(Fig
deste acionador outros dispositivos de segurança de seu acionador e em seguida a remoção
4-31).
(2) Pode-se cortar os cordéis de tropeço frouxos, usando-se um alicate ou uma
tesoura. Nunca usar uma faca, pois a tração exercida fará explodir a armadilha.
(3) Nunca cortar um cordel de tropeço esticado, pois a eliminação da tração
explodirá a mina.
(4) Mesmo
depois de ter neutralizado
e removido o acionador
principal
de uma mina, esta não deve
ser removida,
pessoal a não serpois
especializado, por
poderá estar “ativada”. Diz-
se que uma mina está
ativada quando dispõe de
um acionador secundário
que provocará a detonação
se ela deslocada (Fig 4-32).
(5) Após neutralizar
e remover o acionador de uma mina ou verificar a impossibilidade de fazê-lo, deve marcar sua
localização com um pedaço de pano ou papel de cor viva amarrado a uma estaca, para
posterior remoção ou destruição por pessoal especializado.
(6) As minas anti-carro (AC), em geral, não funcionam sob o peso de um homem. No
entanto, os campos de minas AC são normalmente protegidos por minas anti-pessoal (AP).
Estas, sim, são de fato perigosas ao combatente a pé.
4-21. PROGRESSÃO À NOITE
a. Preparativos para um deslocamento silencioso - À noite os movimentos tornam-se mais
lentos devido à dificuldade de identificar os itinerários e manter a orientação. Esta dificuldade
é agravada pela necessidade da manutenção de uma rigorosa disciplina de luzes e ruídos. A
utilização de equipamentos de visão noturna reduz sensivelmente estas limitações. No
entanto esses equipamentos têm sua distribuição restrita a determinados elementos
(comandantes, atiradores de armas coletivas, motoristas, etc) e somente em situações
especiais. Assim, todo soldado deve estar em condições de deslocar-se e aproximar-se do
inimigo silenciosamente. Pan um deslocamento silencioso deve ser realizada uma rigorosa
preparação.
(1) Fazer a camuflagem individual:
(a) escurecer todo o rosto, nuca, orelhas, pescoço e mãos;
(b) não usar camisa branca sob o uniforme e manter as mangas da blusa abaixadas
e abotoadas;
(c) escurecer todas as superfícies brilhantes ou cobri-las com fita isolante;
(d) envolver com fita isolante todas as partes do equipamento que possam vir a
fazer ruído(e)
(zarelhos dachaves,
não levar bandoleira, plaquetas
moedas deobjetos
e outros identificação, etc); fazer ruído;
que possam
(f) quando tiver que conduzir nos bolsos pequenas peças metálicas (canivete,
bússola, relógio, etc), colocá-las em bolsos separados, ou enrolá-las em panos.
(2) Usar uniforme e equipamentos adequados:

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(a) uniformes
engomados fazem ruído
durante o deslocamento e
os frouxos e grandes
poderão dificultá-lo;
(b) usar um gorro
leve e sem contorno
pronunciados,
capacete reduz oupois
modificao
os sons e pode provocar
ruídos, motivo pelo qual só
deve ser usado quando a
situação exigir;
(c) não usar
capuz que cubra as
orelhas, a não ser sob frio
extremo, pois a capacidade auditiva será bastante prejudicada;
(d) não levar equipamentos desnecessários, que venham a restringir a mobilidade
(Fig 4-33).
(3) Para matar, desacordar ou
capturar um soldado inimigo, evitando ou
reduzindo os ruídos, usar armas
silenciosas como a faca, a baioneta, um
garro te de arame ou fio de náilon, um
porrete improvisado, etc. O emprego
correto de uma dessas armas exige
grande perícia, não somente no seu uso,
mas também na aproximação silenciosa
do inimigo.
b. Processos de progressão à noite
- A progressão noturna é realizada utilizando-se os mesmos processos da progressão diurna,
adaptados, porém, de forma a evitar os
ruídos próximo a posições inimigas.
(1) Como caminhar à noite nas
proximidades do inimigo - O peso do corpo
deve ficar sobre o pé que está atrás, até que
o pé da frente encontre um lugar firme para
pisar. Deve-se levantar bem a perna que
estiver à frente do corpo, para não se
embaraçar na vegetação rasteira e não
tropeçar, e com a ponta do pé escolher um
lugar livre de gravetos, pedras, folhas secas e
outros materiais que possam provocar ruído.
Abaixar então cuidadosamente a planta do pé
e com este sustentar o peso do corpo, até
que a outra perna avance (Fig 4-34). Nas
noites muito escuras pode-se segurar a arma
com uma das mãos e com a outra explorar à
frente, a fim de descobrir qualquer obstáculo.
(2) -Deitar
do inimigo à noite onas
Inicialmente proximidades
soldado deverá
apoiar o joelho direito sobre o solo,
segurando a arma sob o braço direito. Em
seguida, apoiando-se na mão esquerda, lança a perna esquerda para a retaguarda. A tomada

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final da posição é feita com o apoio sobre o cotovelo direito, ao mesmo tempo em que a perna
direita é levada para juntar-se à esquerda. Toma a posição de tiro deitado e mantém-se
colado ao solo (Fig 4-35).
(3) Rastejar durante a noite - Rasteja-se de forma semelhante ao processo usado
durante o dia. Os movimentos, porém, devem ser lentos e compassados, para que se obtenha
completo silencio. De qualquer forma não é conveniente empregar o rastejo quando se estiver
muito próximo do inimigo, pois sempre se provocara algum ruído. Nesse caso é preferível
engatinhar.
(4) Engatinhar à noite nas proximidades do inimigo - Deve-se engatinhar como de dia.
Procurando colocar o fuzil no solo, à direita do corpo, com a boca para frente e alavanca de
manejo para baixo e, com a mão esquerda, procurar um lugar que não tenha pedras, galhos
secos, etc, à frente do joelho esquerdo. Manter a mão esquerda onde está e deslocar o joelho
para o local escolhido. Repetir os movimentos com a mão e o joelho direito. Durante o avanço
deslocar a arma sucessivamente, procurando, cautelosamente, locais para colocá-la (Fig 4-
36).
(5) Alguns cuidados na progressão noturna:
(a) nunca se deve deslocar-se correndo, a não ser em casos de emergência;
(b) aproveitar todos os ruídos que possam distrair a atenção do inimigo ou ocultar
os ruídos do
(c) deslocamento, para progredir
fazer paradas freqüentes para(ruído de chuva,
observar de rios, tiros, etc);
e escutar;
(d) evitar macegas densas, áreas com folhagens e galhos secos, bosques,
barrancos e terrenos muito inclinados, pois estes locais dificultarão um deslocamento
silencioso;
(e) não fumar ou acender lanternas para a orientação.
c. Procedimento sob a ação de artifícios iluminativos
(1) Percebendo a partida de um foguete ou granada iluminativa, o combatente
deve atirar-se ao chão antes do arrebentamento, permanecendo imóvel até o clarão se
extinguir.
(2) Sendo surpreendido pelo arrebentamento de um artifício iluminativo em terreno
limpo, deve jogar-se ao solo e ficar imóvel. Se o combatente encontrar-se protegido por
alguma vegetação, deve imobilizar-se até a extinção da luminosidade.
(3) Não se deve olhar para a luz, a fim de não perder a capacidade de visão noturna.
Deve-se abaixar a cabeça e proteger os olhos até o desaparecimento do clarão.
(4) Imediatamente após a extinção da luz, o combatente deve afastar-se da
área que foi iluminada, aproveitando que o inimigo está com sua visão noturna prejudicada.

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CAPÍTULO 3 - MISSÕES INDIVIDUAIS
ARTIGO 1
AS MISSÕES 
7-1. GENERALIDADES
a. Um combatente pode, em campanha, desempenhar, entre outras uma das seguintes
missões
emboscada. individuais: vigia, esclarecedor,
Para executá-las homem
com eficiência de ligação,
é preciso mensageiro
que tenham e atiradorcom
sido assimilados de
perfeição todos os ensinamentos sobre a utilização do terreno de modo geral e sobre o
emprego do armamento.
b. Ao desempenhar uma dessas missões, o soldado deve compreender o papel
importante que está representando em benefício da coletividade. A segurança da tropa a que
pertence e o sucesso da missão a esta confiada dependerão muitas vezes, de sua ação
eficiente.
ARTIGO II
O VIGIA 
7-2. GENERALIDADES
a. Sempre que uma tropa realiza um acampamento estaciona ou quando a situação tática
exigir, procurará proteger-se contra a surpresa e contra a observação por parte do inimigo
Quando houver necessidade, o comandante lançará à sua volta elementos que alertar a
tempo, da aproximação do inimigo. Os elementos de menor efetivo lançados constituem os
postos de vigilância (P Vig), dos quais faz parte o vigia. O local ocupado pelo vigia, durante o
dia, é denominado posto de vigia e, durante à noite, posto de escuta.
b. Conforme o efetivo e a disposição da tropa no terreno, poderá não ser necessário o
estabelecimento de postos de vigilância; neste caso bastará o simples lançamento de postos
de vigias, fazendo a própria tropa, as vezes de posto de vigilância.
c. O vigia constitui, portanto, o elemento fixo de vigilância mais avançado, enquanto
que as patrulhas (elementos móveis), atuam mais à frente ainda.
7-3. MISSÃO
a. O vigia tem por missão ver (observar) e informar, sem ser visto pelo inimigo. No
desempenho de sua missão ele aplica ao máximo seus conhecimentos de cobertas, abrigos,
observação, descoberta e designação de objetivos e avaliação de distâncias.
b. Para o cumprimento de sua missão, o vigia não deve denunciar a sua posição.
Assim, somente fará uso de seu armamento para defender-se quando surpreendido e atacado
pelo inimigo ou ainda, para dar o alarme quando não dispuser de outros meios.

7-4. POSTOS DE VIGIA


a. O vigia como elemento avançado do posto de vigilância e colocado em suas
proximidades de modo que possa comunicar se com ele sem comprometer a segurança. O
ponto escolhido (posto de vigia) deve permitir observar todo o setor de vigilância do posto, ser
coberto e abrigado e possuir ligação com o posto de vigilância através de um caminho
desenfiado para que as substituições possam ser feitas sem que o inimigo observe o
movimento. O local do vigiar bem como o setor a ser vigiado e determinado pelo comandante
do posto de vigilância.
b. Sempre que houver dificuldade de observação nos terrenos recortados, em bosques,
localidades ou em situações com pouca visibilidade (à noite, cerração, etc.), deve-se colocar
vigias duplos. Foraodo
permanentemente contato
setor; comé omóvel
o outro inimigo,
e seum dos vigias
desloca, sem édespertar
fixo e tem a missãodode
a atenção vigiar
inimigo,
para vigiar as vizinhanças e o que não for observado pelo vigia fixo. Os vigias, nestas
condições, são sempre rendidos pela metade. O que entra de serviço rende o vigia móvel e o

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móvel passa a ser fixo. Assim se procede porque o serviço do vigia fixo cansa muito mais do
que o do móvel e, também, ha a vantagem do vigia móvel já conhecer melhor o terreno.
7-5. ESTUDO DO SETOR
a. Ao ocupar seu posto o vigia deve fazer o estudo de seu setor de vigilância
levantando os pontos e linhas mais importantes do terreno de onde o inimigo pode
iniciar sua ação, que serão vigiados com mais precaução. Depois deve estudar mais
detalhadamente os acidentes naturais e artificiais do setor, sempre tendo em vista a
descoberta do inimigo.
b. O setor de vigilância será limitado tendo em vista permitir ao vigia observá-lo sem
haver necessidade de mover a cabeça para o lado, conforme a técnica de observação.
7-6. VIGILÂNCIA NOTURNA
a. À noite o posto de vigia recebe o nome de posto de escuta, sendo que o vigia
quando não dispuser de dispositivos de visão noturna deve utilizar principalmente a audição,
empregando os ensinamentos colhidos no estudo da observação à noite.
b. Devem ser instalados sistemas de alarme nos prováveis locais de aproximação do
inimigo. Não se dispondo de sensores eletrônicos, deve-se improvisar dispositivo de alerta
com arames, fios, latas vazias, etc.
7-7. LIGAÇÕES E COMUNICAÇÕES
a. O vigia quando fixo, deve ligar-se com o posto de vigilância através de telefone ou
utilizando outro meio de comunicação (rádio, cordões de chamada, gestos, sinais acústicos,
etc).
b. Quando utilizados gestos e sinais convencionados para comunicação, o
conhecimento destes não deve restringir-se somente àqueles sinais empregados no posto de
vigilância, mas também estender-se aos utilizados por outros elementos amigos que poderão
atuar no setor de vigilância, tais como as patrulhas.

7-8. DEVERES DO VIGIA


a. Vigiar o setor que lhe foi atribuído sem revelar sua posição ao inimigo informando a
seu comandante as observações feitas.
b. Permanecer sempre atento. Para isso não deve comer, beber, distrair-se, falar ou
fumar quando em seu posto A fim de não prejudicar a audição não deve enrolar a cabeça com
a manta ou usar capuz.
c. O vigia deve saber:
(1) qual a direção em
que o inimigo se acha ou de
onde pode surgir
(2) o setor a vigiar e
os pontos de referencia que o
delimitam
(3) a designação e
localização do seu posto e dos
postos vizinhos (para melhor
compreensão pelo soldado
deve se empregar o processo
da cruz - a frente o setor de
vigilância à direita e à
esquerda os postos de
vigilância vizinhos
si o seu posto e atrás ede
de vigilância o
caminho desenfiado até o mesmo) (Fig 7-1);
Fig 7-1. O vigia deve saber quais os seus elementos vizinhos e seu setor de vigiar.

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(4) senha e contra-senha, sinais de reconhecimento, sinal de alarme e de chamada
do comandante do posto;
(5) horário de saída e entrada das patrulhas amigas.
d. Estar sempre em condições de utilizar seu armamento. O fuzil deve estar sempre à
mão, carregado e travado. Em terrenos que apresentam ângulos mortos, ter sempre ao seu
alcance granadas de mão e de bocal. O vigia, no entanto, só deve atirar para dar o alarme,
quando não tiver outro meio para assinalar a presença do inimigo ou para defender-se,
quandoe.surpreendido ou atacado.
Ao ser substituído no serviço, deve transmitir ao seu substituto todas as ordens
recebidas, assim como informá-lo sobre o inimigo e sobre as patrulhas amigas que,
porventura, atuem à sua frente.
f. Após o término do serviço, fazer, ao seu comandante imediato, um relatório.
7-9. CONDUTA DO VIGIA
a. O vigia deve valer-se de todos os seus conhecimentos sobre utilização de cobertas e
abrigos, a fim de não revelar-se ao inimigo.
b. Deve observar os movimentos e sinais feitos pelas patrulhas e informá-los ao seu
comandante.
c. Durante
atravessar o dia
a linha de ou à noite,
vigias num oufazer parar
noutro todo homem
sentido, isolado
só deixando ou tropa
passar quesobre
aqueles procure
os
quais tenha recebido ordens.
(1) À aproximação de pessoa ou grupo, o vigia ordena que taça alto e a seguir faz a
identificação por meio da troca de sinais de reconhecimento (senha e contra-senha), de
acordo com o descrito no Artigo II do Capítulo 6 deste Manual. Caso seu comando de alto não
tenha sido obedecido, o vigia deve repetir a ordem e se
desta vez ainda não for atendido, abrirá fogo. Após a identificação, caso o vigia já tenha
recebido ordens sobre aquela pessoa ou tropa, deve permitir-lhe a passagem. Caso contrário
deve chamar o comandante do posto, o qual verificará a identificação e autorizará a
passagem.
(2) Quando a proximidade do inimigo impedir que o vigia fale alto, ele deve substituir a
ordem verbal por um sinal ou gesto convencionado.
(3) À noite e em contato com o inimigo, o vigia fará uso imediato de sua arma, a não
ser que tenha recebido ordens em contrário, motivadas pela saída de patrulhas ou de
pequenos elementos encarregados de missões à frente dos postos de vigilância.
(4) No caso de tropa, o vigia deve fazer com que só o comandante ou um seu
representante se aproxime para ser reconhecido.
d. Procedimento a ser adotado em relação a desertores inimigos ou parlamentares.
(1) Desertores do inimigo ou parlamentares, que normalmente se fazem assinalar por
uma bandeira branca, devem ser mantidos à distância do posto de vigia, a fim de prevenir
uma cilada. O vigia determina-lhes, mesmo por meio de gestos, que lancem suas armas ao
solo, desçam da viatura, se for o caso, e permaneçam de costas para a posição (Fig. 7-2).
(2) O vigia deve,
imediatamente, prevenir o
comandante do posto, que
tomará as providências
cabíveis. A qualquer sinal
de resistência ou fuga, o
vigia fará fogo.
e. Em caso de
aparecimento do inimigo, o
vigia
últimosórecurso,
deve atirar
a fimcomo
de
não revelar sua posição.
(1) Se o inimigo

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não constituir uma ameaça imediata, redobrar as precauções para não ser visto, continuar a
observar e informar o comandante do posto.
(2) Caso o inimigo constitua uma ameaça imediata, deve atirar para dar o alarme ou
para defender-se.
ARTIGO III
O ESCLARECEDOR
7-10. GENERALIDADES
a. O comando deve ter informações precisas, minuciosas e oportunas sobre inimigo e o
terreno, a fim de que possa ser bem sucedido no combate. Ele necessita que lhe forneçam
informações sobre o terreno que vai percorrer e que, ao mesmo tempo, protejam a tropa no
caso de encontro com o inimigo, a fim de que esta tenha tempo de tomar seus dispositivos de
combate. Os esclarecedores constituem um dos melhores meios para o cumprimento desta
missão.
b. O esclarecedor é o soldado empenhado em pequenas missões de reconhecimento.
Tanto pode ser um elemento destacado à frente ou nos flancos de uma tropa que se desloca,
a fim de ir reconhecendo o itinerário, como também pode ser um combatente que recebe a
missão
que umdevigia
reconhecer determinado
que muda trecho do terreno.
constantemente Portanto
seu posto de oobservação.
esclarecedorGeralmente
nada mais é do
os
esclarecedores são empregados aos pares.
7-11. SELEÇÃO DOS ESCLARECEDORES
Embora todos os soldados devam ser capazes de exercer as funções de esclarecedor,
alguns são mais aptos que outros para o desempenho desta tarefa. Os homens escolhidos
devem ter excepcional aptidão no emprego do armamento, na utilização do terreno para
progredir e observar e na capacidade de informar, com exatidão e presteza, o resultado de
suas observações. Deve-se preferir os homens mais inteligentes, desassombrados e dotados
de iniciativa e bom preparo físico, além de visão e audição perfeitas.
7-12. MISSÃO
Assim como o vigia, o esclarecedor tem por missão observar sem ser percebido pelo
inimigo e prestar ao seu comandante todas as informações colhidas no cumprimento da
missão. O esclarecedor não atira, a não ser para se defender ou dar o alarme, pois, caso
contrário, estaria denunciando sua presença ao inimigo.
7-13. CONDUTA DO ESCLARECEDOR
a. Nos deslocamentos:
(1) O esclarecedor deve sempre agir na suposição de que está sendo observado, e, por
isso, deve valer-se das técnicas da correta utilização do terreno para progredir, observar,
abrigar-se, etc.
(2) Deve levar consigo somente o imprescindível. O peso excessivo causa fadiga
prematura e tolhe a liberdade de
movimentos.
(3) O esclarecedor deve evitar
espantar as aves e outros animais,
cujo vôo ou corrida possa denunciar a
sua presença. Caso isso aconteça,
deve permanecer imóvel e ocultar-se
por algum tempo.
(4) oPrincipalmente
sozinho, esclarecedor quando age
não deve
afastar-se em demasia da fração que o
lançou, a fim de não perder o contato.
Quando for necessário um

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deslocamento maior, o esclarecedor deve receber um rádio portátil.
(5) As condições de má visibilidade (escuridão, neblina, etc.) devem ser aproveitadas
para ocultar os movimentos.
(6) Atuando nas proximidades do inimigo, uma dupla de esclarecedores deve agir de
forma que um homem proteja o deslocamento do outro, em lanços sucessivos ou alternados
(Fig 7-3).
(7) Nos terrenos cobertos de
macega
vegetaçãoalta, plantações de milhodeve
semelhante, ou
aproveitar-se da agitação da folhagem
feita pelo vento, para progredir sem
despertar a atenção do inimigo.
(8) Deve evitar, por todos os
meios, deixar rastros, quando percorrer
um terreno no qual o inimigo possa
atuar.
(9) Quando houver possibilidade
do inimigo ter observado o seu
deslocamento, o esclarecedor
diferente do empregado na ida. deve utilizar, no regresso às posições amigas, um itinerário
(10) Para atravessar um caminho, estrada (Fig 7-4) ou riacho o esclarecedor deve
procurar uma posição de partida na sombra ou em uma curva e atravessar o mais
rapidamente possível. Quando os esclarecedores trabalham em dupla ou em grupo, um ou
dois atravessam, enquanto os demais fazem a segurança na margem de
partida. Ao atingir a outra margem o esclarecedor entra em posição para proteger a passagem
dos outros.
b. Nos reconhecimentos  - Como regra geral, o esclarecedor faz primeiramente um
reconhecimento à distância, de uma posição abrigada, para verificar se o inimigo ocupa o
terreno. Depois, se sua missão o exigir, executa um reconhecimento mais aproximado,
estudando o terreno intermediário, para escolher o melhor modo de aproximar-se. Deve evitar
região de casario, povoados e grupos de árvores, a menos que sua missão determine que se
aproxime ou mesmo penetre nesses locais.
(1) Casas - O esclarecedor,
agindo só, procura acercar-se de
uma casa o mais rápido e
silenciosamente possível, de modo
que chegue junto a ela antes que os
ocupantes o percebam. Quando dois
ou mais esclarecedores operam
 juntos, um ou dois homens
aproximam-se da casa enquanto os
demais se mantêm abrigados a certa
distância, prontos para abrir fogo, se
houver resistência. A casa deve ser
abordada pelo lado que não tenha
aberturas (janelas ou portas) ou pelo
de menor número de aberturas (Fig. 7-5).
(2) Povoados - Os povoados ou outros locais habitados, devem sempre ser evitados, a
não ser que a missão exija que o esclarecedor neles penetre.
(3) Bosques - O modo de aproximar-se de um grupo de árvores é o mesmo de uma
casa. Aovôo
fumaça, observar um bosque,
de pássaros ou pelao fuga
esclarecedor pode
de animais. concluirnum
A entrada pelabosque
presença doser
deve inimigo pela
feita com
muita precaução. Quando os esclarecedores trabalham em dupla ou em grupo, um ou dois
penetram ligeiramente no bosque, fazendo um pequeno reconhecimento protegido pelos que
estão fora. Logo que verificar a ausência do inimigo na orla do bosque, faz sinal para que os

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demais se aproximem e a seguir realizar o reconhecimento do bosque, procurando não
perderem a ligação entre si.
(4) Tropas em movimento - As tropas em movimento podem ser observadas das elevações,
das orlas dos bosques e outros pontos semelhantes, porém o esclarecedor deve agir com
muita cautela e atenção, para não ser capturado por patrulhas inimigas.
(5) À noite, a missão do esclarecedor é extremamente dificultada, apesar de favorecer-
lhe a ocultação.
observação Ele tem
noturna. Nas denoites
utilizar todos em
claras, os seus
que aconhecimentos sobre deslocamentos
visibilidade permitir, poderá ter quee
empregar os mesmos processos utilizados durante o dia.
ARTIGO IV
O HOMEM DE LIGAÇÃO
7-14. GENERALIDADES
a. O homem de ligação tem por missão marchar entre duas frações separadas a fim de
manter a ligação, isto é, informar a uma delas o itinerário ou movimentos da outra. Via de
regra é fornecido pelo elemento superior, a fim de manter a ligação com o elemento
subordinado.
b. O número de homens de ligação colocados entre os elementos depende da distância
entre eles, do terreno e da visibilidade. Os homens de ligação retransmitem todas as ordens,
mensagens e sinais recebidos do elemento que os destacou. Param somente por ordem ou
sinal deste elemento ou em caso de
parada do elemento subordinado (Fig 7-
6).
c. Quando se emprega apenas um
homem de ligação, sua missão é mais
trabalhosa, porque terá que olhar
alternadamente para o elemento superior
e o subordinado para manter a ligação. O
emprego de dois homens facilita a
missão, além de tornar a sua execução
mais eficaz. Os homens devem marchar
de modo que se comuniquem pela voz e
por gestos, mantendo-se um deles
constantemente atento aos sinais e
movimentos do elemento superior, enquanto o outro o faz com o elemento subordinado.
d. O homem de ligação deve estar em condições de informar todos os movimentos da
fração a que está se ligando e, para isso, é necessário ter conhecimento sobre as formações
das unidades elementares bem como de todos os sinais e gestos convencionados. Em suma,
para cumprir sua missão, o homem de ligação deve saber:
(1) o elemento com o qual deve manter a ligação;
(2) como informar os movimentos deste elemento;
(3) por onde progredir;
(4) a direção geral de progressão;
(5) a conduta em caso de perda de ligação.
ARTIGO V
O MENSAGEIRO

7-15.OsGENERALIDADES
mensageiros são agentes de comunicações empregados em todos os escalões do
Exército. De todos os meios de comunicação é o que mais depende do homem

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e menos do equipamento. É dever de todos auxiliarem os mensageiros que conduzem
mensagens importantes, esclarecendo-os sobre itinerários que devam seguir, direção a tomar
e proporcionar-lhes transporte, quando necessário.
7-16. CLASSIFICAÇÃO DOS MENSAGEIROS
a. Mensageiro é todo elemento encarregado da condução e entrega de mensagem escrita
ou verbal. Os mensageiros podem ser classificados quanto aos tipos de serviços e quanto ao
meiob.de transporte
Quanto utilizado.
ao tipo de serviço, classificam-se como mensageiros de escala e mensageiros
especiais. Os mensageiros de escala são empregados segundo horários e itinerários pré-
estabelecidos. Normalmente, recebem e entregam mensagens ou malas postais nos centros
de comunicações e não aos destinatários. Os mensageiros especiais são usados quando a
urgência da mensagem ou a situação tática o exigirem.
c. Quanto ao meio de transporte utilizado classificam-se como mensageiros a pé,
mensageiros motorizados, mensageiros ciclistas ou dotados de outros meios de transporte.
d. O tipo de mensageiro a empregar será determinado em função da urgência, extensão e
volume da mensagem, terreno, condições meteorológicas e disponibilidade dos meios de
transporte.
7-17. EMPREGO
a. Normalmente, os mensageiros são empregados para o envio de mensagens:
(1) locais;
(2) que devam ser enviadas a pontos próximos;
(3) muito extensas;
(4) volumosas;
(5) constantes de cartas, fotocópias ou outras mensagens análogas, quando não se
dispuser de fac-símile (equipamento para transmissão de imagem);
(6) devido à situação tática ou à falta de disponibilidade de outros meios.
b. No âmbito dos pelotões e subunidades, empregam-se comumente os mensageiros a
pé. Entre as subunidades e unidades e entre estas e unidades superiores, os mensageiros
podem ser empregados a pé ou dotados dos meios de transporte já citados.
c. Nas frações e subunidades, os mensageiros são acionados pelos próprios
comandantes ou pelos graduados que desempenham a função de auxiliar de comunicações.
Nas unidades e escalões superiores, são acionados pelos respectivos centros de
comunicações ou centros de mensagens.
7-18. SELEÇÃO DOS MENSAGEIROS
a. O perfeito cumprimento da missão de mensageiro depende, quase exclusivamente, das
qualidades inerentes ao indivíduo e do grau de instrução adquirido e exige que, para tal
serviço, sejam selecionados homens que possuam condições físicas tais como: agilidade,
robustez e resistência; a par de uma inteligência acima da média que lhes faculte a
compreensão o repetição, com precisão, de uma ordem ou mensagem verbal. Além disso,
devem possuir iniciativa, desembaraço e serem, em alto grau, perseverantes no cumprimento
da missão.
b. Todo o elemento selecionado como mensageiro deve ser capaz de:
(1) transmitir mensagens orais e conduzir mensagens escritas;
(2) deslocar-se através do campo, em terrenos acidentados;
(3) utilizar a bússola como meio de orientação e deslocar-se seguindo de terminado
azimute;
(4) ler cartas e orientar-se pelo sol e pelas estrelas;
(5) observar
configuração e informar os movimentos de tropa, locais de estacionamento e
do terreno;
(6) conhecer os distintivos e insígnias dos militares e das unidades amigas e inimigas;
na zona de combate, onde o uso das insígnias e dos distintivos é limitado, os mensageiros

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devem ser auxiliados pelos guias e pela Polícia do Exército na identificação e na localização
da unidade e oficiais procurados;
(7) transmitir informações por gestos e sinais convencionados;
(8) quando motorizado, saber executar a manutenção e sanar panes eventuais da sua
viatura.
7-19. EQUIPAMENTO
Os mensageiros
equipamento devem
estritamente ser equipados
dispensável para oo cumprimento
mais ligeiramente possível,
da missão. isto necessário,
Quando é, usam o
devem receber bússola, cartas topográficas e folhas de mensagens. As viaturas, quando
utilizadas, devem possuir identificação característica.
7-20. CONDUTA DO MENSAGEIRO
a. Expedição do mensageiro - Depois de escolher o mensageiro como meio de
comunicação o responsável por sua expedição deve:
(1) fornecer-lhe uma relação de recibos convenientemente escriturada;
(2) proporcionar ao mensageiro, esclarecimentos sobre a designação ou nome e
localização do PC onde a mensagem deve ser entregue;
transporte(3)adeterminar o itinerário a ser seguido, pontos perigosos a serem evitados e meio de
ser utilizado;
(4) definir-lhe a rapidez exigida;
(5) esclarecer-lhe se deve ou não aguardar uma resposta;
(6) determinar as providências a serem tomadas no caso da mensagem não ser
entregue;
(7) determinar o local onde deve apresentar-se quando regressar;
(8) dar-lhe instruções especiais ou informações complementares, quando for o caso,
como por exemplo, o assunto da mensagem, se a situação tática exigir.
OBSERVAÇÃO - As mensagens verbais devem ser evitadas, exceto quando forem
imprescindíveis. Devem ser breves, simples e decoradas pelos mensageiros, de modo que
possam ser transmitidas com as mesmas palavras. A transmissão deve ser feita diretamente
ao destinatário.
b. Condução da mensagem - Os mensageiros devem tomar certas precauções no modo
de conduzir as mensagens.
(1) Proteger a mensagem contra as inclemências do tempo.
(2) Utilizar, se possível, itinerários já conhecidos e que permitam a proteção e
segurança necessária.
(3) Entrar e sair dos PC com cautela, particularmente quando utilizar viatura, para não
atrair a atenção do inimigo.
(4) Andar em velocidade compatível com a natureza do terreno ou condições da
estrada, de modo a assegurar a entrega da mensagem.
(5) Evitar que a mensagem caia nas mãos do inimigo: se a captura for iminente
deverá destruir a mensagem e, se o tempo e as circunstâncias permitirem, deverá decorá-la
antes da destruição.
(6) Cumprir as instruções especiais.
c. Entrega da mensagem - Na entrega da mensagem devem ser obedecidas as
formalidades adiante enumeradas.
(1) Os destinatários deveram colocar suas assinaturas na relação de recibos.
(2) Quando um PC, Centro de Mensagens ou destinatário não for localizado, sem que
haja perda de tempo excessiva, os mensageiros deverão comunicar-se com o elemento mais
próximo e solicitarem esclarecimentos complementares.
(3) Os
comando mensageiros
a que podemotrazer
pertencem, porém a resposta
seu regresso ou outras
não deve mensagens
ser retardado destinadas
por este motivo. ao
(4) No caso de pane irreparável com a viatura o mensageiro deve alcançar seu destino
pelo meio mais rápido. Se o mensageiro for ferido, deve esforçar-se para entregar a
mensagem a alguém que possa levá-la ao destinatário; se for possível, deve comunicar, na

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primeira oportunidade, à autoridade que lhe deu a mensagem, onde, quando e a quem a
entregou. A mensagem encontrada com um militar morto ou ferido deve ser entregue ao PC
ou Centro de Mensagens mais próximo.
7-21. MENSAGEIROS DUPLOS
Os mensageiros duplos são empregados quando a mensagem é de vital importância ou
quando o itinerário a utilizar pode ser batido pelo fogo do inimigo. Eles devem deslocar-se
guardando umapela
sejam abatidos distância
mesmaque, ao mesmo
rajada de uma tempo, permita a ligação pela vista e impeça que
arma automática
ou explosão de granada. Cada mensageiro conduz uma cópia da mensagem. Quando for
praticável, os mensageiros podem ser despachados ao mesmo tempo, por itinerários
diferentes.
ARTIGO VI
O ATIRADOR DE EMBOSCADA
7-22. CONCEITUAÇÃO
a. Atirador de emboscada é um fuzileiro de escol, conhecedor das técnicas individuais de
combate, enrijecido
b. Necessita física e mentalmente,
qualidades e que
especiais para quetem
sejapor missão atirar
selecionado deeste
para emboscada.
treinamento, tais
como:
(1) saber avaliar distâncias;
(2) ser capaz de utilizar cartas e fotografias aéreas;
(3) ser capaz de cumprir missões de reconhecimento;
(4) conhecer o material, o equipamento e o pessoal inimigo;
(5) conhecer bem os assuntos referentes à tática individual;
(6) ser capaz de suportar períodos prolongados de tensão e espera;
(7) ser excelente atirador.

7-23. MISSÃO
A missão do atirador de emboscada é eliminar com tiros de emboscada os principais
combatentes inimigos como: comandantes, atiradores de armas coletivas, pessoal de
comunicações, observadores e atiradores de emboscada inimigas. Na falta destes objetivos,
poderá atirar contra qualquer elemento inimigo, mantendo-o em constante inquietação. Além
destas missões deve, também, buscar informes para o oficial de informações.
7-24. SELEÇÃO E INSTRUÇÃO
a. Os atiradores de emboscada serão selecionado entre os melhores atiradores da
unidade. É desejável que isso se faça em caráter de voluntariado, tendo em vista que esses
homens trabalharão quase sempre isolados. Os atiradores devem ser treinados na operação e
manutenção dos dispositivos eletrônicos de tiro noturno e visada.
b. Para obter o impacto no alvo ao primeiro disparo, o atirador de emboscada necessita
estar física e mentalmente em forma. Necessita igualmente estar altamente treinado na
aplicação dos fundamentos do tiro que incluem execução da pontaria, posições de tiro e
controle do gatilho.
c. O combatente em boas condições físicas tem reflexos mais desenvolvidos e melhor
controle muscular, fatores que melhoram seu desempenho.
d. A preparação mental do combatente será voltada para o desenvolvimento do controle
de suas emoções de modo a prepará-lo para o ato de atirar. A emoção mais primária sentida
pelo atirador de emboscada é a tensão ou ansiedade que pode lhe causar náuseas, aumento
da pulsação,
prática espasmos
continuada musculares
eliminará e conseqüente
os sintomas incapacitação
causados pela temporária.
tensão e ansiedade. OsSomente
espasmosa
musculares podem ser controlados com a conjugação da respiração profunda e relaxamento
muscular. Outra emoção que pode acometer o atirador é o pensamento negativo; é
necessário, pois, afastar todo e qualquer pensamento contrário ao êxito, procurando substituir

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os pensamentos negativos pelos positivos e, ao mesmo tempo, desenvolver a auto-confiança
necessária ao êxito da missão. O atirador de emboscada deve desenvolver alguns hábitos
como
(1) não se perturbar, após executar um mau tiro;
(2) não se abalar com as condições de tempo adversas, encarando-as como desafio às
suas habilidades;
(3) concentrar-se quando for realizar o tiro e não se distrair com o que es tiver
acontecendo
e. A faseà sua
maisvolta.
importante da preparação mental deve ser desenvolvida durante o
treinamento. É aí que o homem deve adquirir confiança em si e no seu equipamento.
7-25. EQUIPAMENTO
O atirador de emboscada deve conduzir somente o equipamento necessário ao
cumprimento de sua missão. Além do armamento, poderão ser utilizados pelos atiradores,
roupas camufladas, luneta, dispositivos eletrônicos de visão noturna e sistemas diretores de
tiro, binóculo para observar os movimentos do inimigo, munição especial e ração suficiente e
adequada ao cumprimento da missão, etc.
7-26. EMPREGO
a. Planejamento
atirador de emboscada para seu emprego
isolado - O de
e os grupos planejamento deve
atiradores de prever a colocação correta do
emboscada.
b. Os atiradores são empregados pelos comandantes de unidade dentro do seu plano
tático. Medidas especiais devem ser adotadas para que o atirador de embosca da descanse e
se recupere depois de um turno de serviço.
c. Grupo de atiradores de emboscada - Os atiradores de emboscada são melhores
empregados quando operam aos pares, principalmente em um posto fixo. A permanência de
um só homem numa determinada posição durante períodos prolongados e o constante uso de
binóculo o colocará sob forte tensão. Trabalhando aos pares poderão alterar-se em suas
atividades e, deste modo, manterão o posto em
operação contínua e com maior eficiência. Um homem observará e avaliará a distância,
enquanto o outro executa o tiro.
d. Atiradores de emboscada isolados - O atirador de emboscada isolado pode,
freqüentemente, cobrir uma grande área deslocando-se de uma posição para outra. Na busca
de bons objetivos o homem pode fazer ligações com as tropas vizinhas para que saibam onde
está operando. São utilizados quando o emprego de mais de um atirador põe em risco o sigilo
da missão.
e. Atiradores de emboscada em reforço - Os atiradores de emboscada das unidades em
reserva podem ser dados em reforço as unidades de primeiro escalão.
7-27. ESCOLHA DA POSIÇÃO
Uma posição de atirador de emboscada pode ser natural ou preparada. Normalmente será
uma posição selecionada com cuidado, que tenha bom campo de tiro, abrigada, coberta e
com itinerário de retraimento coberto e camuflado. Quando estiver operando à frente das
próprias posições, deverá selecionar um lugar que não tenha itinerário de aproximação nos
flancos, que não se destaque contra céu e não faça aparecer a silhueta em contraste com o
fundo. Não devem ser ocupados pontos destacados do terreno, pois atraem o fogo inimigo
(Fig 7-7).
7-28. CONDUTA NA POSIÇÃO
O atirador de emboscada deve
atuar, no interior de sua posição, com
muito cuidado.
princípios Deve utilizare todos
de camuflagem os
disfarce.
Mover-se lentamente e com cautela,
pois movimentos rápidos e bruscos
chamam a atenção. Deve mudar,

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periodicamente, o turno com o companheiro, mas não trocar de posição com ele. Devem ser
evitadas práticas descuidadas que também podem dar a conhecer a posição, como a
exposição do equipamento, o reflexo dos binóculos, o rosto e as mãos não camuflados, o
contorno do capacete sem camuflagem, ruídos e o hábito de fumar.
7-29. ATIRADORES DE EMBOSCADA NAS PATRULHAS E EM MISSÕES DE BUSCA
a. Os atiradores de emboscada podem acompanhar as patrulhas quando o comandante
da unidade
todos julgar da
os detalhes necessário.
patrulha. Para isso de
Em caso serão
açãoorientados e totalmente
inimiga, devem familiarizados
ocupar uma com
posição onde
possam colaborar no combate. Os atiradores de emboscada podem também ajudar no
trabalho de busca e localização dos objetivos para as armas de apoio.
b. Como normalmente estão bem avançados e em posição elevadas e próximas do
inimigo, poderão observar seus movimentos. O oficial de informações deve orientar os
atiradores de emboscada antes de ocuparem suas posições e interrogá-los depois de as
deixarem.
c. Quando no desempenho da missão de atirador de emboscada, o papel de
observador será secundário.

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CAPÍTULO 4 - ORGANIZAÇÃO DO TERRENO
ARTIGO I
GENERALIDADES 
1-1. FINALIDADE
Este manual apresenta informações sobre a preparação das posições de tiro protegidas
para as armas,
construídos com oabrigo
mínimopara os homens,
dispêndio de tempoee para as unidades e obstáculos diversos,
mão-de-obra.
1-2. ASSUNTO
a. Este manual contém dados numéricos sobre a construção de
entrincheiramentos improvisados, espaldões, abrigos, redes e obstáculos, em- prego de
explosivos nas escavações e medidas de proteção QBRN. Comporta, ainda, dados sobre
certos trabalhos semipermanentes, que podem ser construídos quando houver disponibilidade
de tempo e material, quando o contato com o inimigo for remoto. Tais trabalhos são conhecidos
por “fortificações de campanha”.
b. Os trabalhos de fortificações de campanha são realizados:
(1) em contato
(2) quando com ofor
o contato inimigo;
iminente;
(3) na organização de posições defensivas, posições iniciais ou sucessivas de
retardamento;
(4) durante a consolidação de um objetivo conquistado;
(5) antes da montagem de uma ofensiva ou contra-ofensiva;
(6) durante uma ação de flancoguarda ou retaguarda
1-3. CLASSIFICAÇÃO DAS FORTIFICAÇÕES
a. Fortificações de campanha - São os trabalhos realizados em contato com o inimigo,
ou quando este contato é iminente. Geralmente, consistem da limpeza de campos de tiro; de
escavações de espaldões para armas e de posições para o pessoal; do lançamento de campos
de minas AC e AP e de redes de arame farpado; de agravamento de obstáculos; e/ou na
escolha de PC e PO.
b. Fortificações permanentes - São as construídas longe do inimigo ou gradativamente
ampliadas, partindo de fortificações de campanha. Comportam entrincheiramentos
permanentes; fossos AC; obstáculos de madeira, concreto e aço; espaldões reforçados para
armas; redes reforçadas de arame farpado; abrigos para o pessoal à prova de tiro de
artilharia e intempéries; sistema de comunicações; PC e PS à prova de gás; e outros abrigos
para diversas finalidades.
ARTIGO II
ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO 
1-4. ORGANIZAÇÃO DO TERRENO
a. Os trabalhos de organização do terreno (OT) são grupados em fortificações de campanha
e camuflagem. A extensão dos trabalhos é limitada pelo tempo
e recursos disponíveis. A proteção é obtida disseminando-se os trabalhos em largura e em
profundidade, adaptando-os ao terreno, dissimulando-os e construindo-os com material
resistente e adequado.
b. Ao ocupar uma posição, qualquer unidade organiza sua defesa limpando os campos de
tiro, construindo abrigos para os homens e espaldões para as armas e obstáculos. As medidas de
camuflagem
fortificação. Odevem
Cmt daser realizadas
unidade simultaneamente
determina as prioridades com execução
desses dos
trabalhos, trabalhos na
baseando-se de
situação tática.
1-5. PRIORIDADE DOS TRABALHOS

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a. Seqüência normal 
(1) limpeza dos campos de tiro e remoção dos objetos que dificultam a observação;
(2) instalação dos sistemas de comunicações e observação;
(3) lançamento de campos de minas, áreas minadas e preparação das destruições mais
importantes;
(4) construção de abrigos individuais e locais para as armas;
(5) preparação dos obstáculos e destruições secundárias.
b. Planejamento
localizadas de forma adapermitir sua fácil- As
camuflagem obras de fortificação
camuflagem. A simulação de ecampanha devem ser
demais medidas de
camuflagem são realizadas simultaneamente com o trabalho de fortificações de campanha.
1-6. CONSTRUÇÃO
Os tipos de fortificações de campanha descritos neste manual foram selecionados,
principalmente, pela praticabilidade, simplicidade e facilidade de construção.
a. Tropas em geral - As fortificações de campanha são construídas pelas tropas que
ocupam a posição, independente de sua natureza. Por isso, os trabalhos devem ser
simples e práticos.
b. Tropas especiais - Nas operações de grande envergadura, às unidades de engenharia
de
da escalões superiores à Adivisão
área de retaguarda. cabem as
Engenharia missões
executa mais pesadas
destruições e os trabalhos
em grande escala, de
criafortificação
zonas de
obstáculos, realiza trabalhos que exijam equipamentos e técnica especializados, fornece
equipamentos e suprimentos de engenharia e proporciona sugestões e assistência técnica.
1-7. FERRAMENTAS E MATERIAIS
a. Ferramentas 
(1) Ferramentas de sapa - Transportadas pelos homens.
(2) Equipamentos para trincheira.
(3) Equipamentos pesados de dotação das unidades de engenharia.
b. Materiais naturais - Todos os materiais naturais disponíveis devem ser empregados na
construção e na camuflagem dos abrigos.
c. Outros materiais 
(1) Os produtos manufaturados como estacas, arame farpado, madeira
e material para revestimento são fornecidos pelos postos de suprimento específicos.
(2) Minas e explosivos são fornecidos pela cadeia normal de suprimento.
(3) O material capturado ao inimigo e as construções danificadas por granadas ou
bombas são excelentes fontes de material.
d. Explosivos - Vários trabalhos de fortificação são realizados, com maior facilidade,
economia e rapidez, empregando-se explosivos, minas, granadas ou bombas.
ARTIGO III 
AS POSIÇÕES DEFENSIVAS E O TERRENO 
1-8. POSIÇÕES DEFENSIVAS
a. Localização 
(1) Uma posição defensiva engloba núcleos de defesa e outras obras de fortificação.
Essas posições devem ser planejadas e localizadas de tal forma que sejam aproveitadas todas
as vantagens do terreno circunvizinho, a fim de se obter a eficiência máxima da potência de fogo
disponível.
(a) As posições defensivas não seguem um traçado padrão, devendo adaptar-se às
características do terreno que as rodeia e às necessidades táticas imediatas da área a defender.
localização(b) O aspecto
adequada paramais importante
proporcionar do planejamento
a máxima depotência
eficiência da uma posição defensiva é sua
de fogo.
(2) As obras são localizadas de forma a se apoiarem mutuamente, ainda que afastadas o
suficiente para evitar que o mesmo projétil, atingindo uma delas, venha a danificar,
simultaneamente, as vizinhas. Todo o terreno deverá ser coberto eficientemente pela observação

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e pelo fogo.
(3) As fortificações dos núcleos de defesa são construídas para a defesa em todas as
direções. Estes núcleos podem ser escalonados em largura e profundidade, dentro da zona
de ação do escalão considerado.
b. Espaldões para armas 
(1) A missão de fogo destas posições engloba a proteção das seteiras das obras
permanentes, das vias de acesso e do tiro sobre as zonas desenfiadas.
posições(2)expostas
São preparadas posições
ao fogo direto depodem
inimigo muda para todas por
ser ligadas as armas,
sapas eexceto para com
trincheiras, as fixas. As
ou sem
teto, e camufladas.
1-9. LOCALIZAÇÃO DAS OBRAS
a. Reconhecimento - Os comandos dos escalões mais elevados, normal- mente,
decidem a localização do LAADA (Limite Anterior da Área de Defesa Avançada), a
repartição da área de defesa avançada, o valor e a localização da reserva, a defesa anticarro e
outras medidas de segurança. Os reconhecimentos sucessivos, pelos comandos
subordinados, determinam as zonas de ação das pequenas unidades e a localização de suas
posições de combate. O reconhecimento deve ser tão minucioso quanto a situação o
permita, comportando um estudo do terreno tendo em vista as prováveis vias de acesso e a
possibilidade
em primeiro de observação
lugar, a áreadoa inimigo. O oficial eencarregado
ser ocupada do reconhecimento
escolhe vias identifica,
de acesso desenfiadas
necessárias.
b. Analise do terreno 
(1) As características do terreno têm uma influência decisiva na escolha das posições. Os
obstáculos naturais, como rios, pântanos e matas, proporcionam boa proteção contra carros,
quando batidos pelo fogo, dificultando que o inimigo abra passagens.
(2) As elevações importantes e as cristas delimitam os compartimentos do terreno e
proporcionam sistemas de observação, de comando e de controle do tiro. Determinam,
diretamente, a localização dos PO e espaldões das armas de apoio e, indiretamente, a
localização das zonas de ação e de reunião.
c. Tipos de terreno - Conforme a tabela 1-1.
Recursos 
Condições  de Camuflagem 
Terreno  Características  Locais  para 
Escavação  Existente 
Construção 
Suavemente  Geralmente  de  Normalmente  Abundância  
ondulado, áreas  de  escavação  fácil  abundantes  de 
campos, bosques,  com   para  camuflagem  e 
DE   CLIMA  cerrados  e  ferramenta  todos  os  tipos  abrigos 
TEMPERADO   pastagens,  manual.  de  naturais. 
frequentemente  trabalhos  de 
cortados  por arroios  circunstância. 
e rios. 
Em todos  os  climas  Escavação  Nos  climas  Mais  que 
encontram-se  difícil,  árticos,  suficiente. 
cadeias  de  exigindo   o  nenhum  Entretanto, 
montanhas. As  emprego  de  material,   a  natureza  do 
árticas  não  têm  explosivos  e  exceto  rochas,   terreno  tende 
MONTANHOSO  vegetação. Nos  ferramentas  areia  e,  a 
terrenos  temperados  mecânicas.  eventualmente  aglomerar as 
e  pequenos tropas  e 
de  selva, as  arbustos.  restringir  

revestidas    de
montanhas são   bem    
  matas. as 
operações.  
Terreno  plano,  As  numerosas  Natural.
DE   SELVA  suavemente  raízes  das  Melhor  do
ondulado  ou árvores  e  Abundantes.  que  em 

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montanhoso, coberto  arbustos  outros tipos 
de  vegetação  tornam a  de  terreno. 
baixa  e  espessa  sob   escavação 
as  árvores.  mais 
difícil. 
Tab 1-1. Principais tipos terreno

d. (1)
Obstáculos  
Os obstáculos classificam-se em naturais e artificiais. As montanhas, florestas, rios
e pântanos são obstáculos naturais. Os artificiais são constituídos por meios diversos, tais
como arame farpado, minas, artifícios iluminativos e minas AP.
(2) Os obstáculos artificiais são empregados para evitar que o inimigo desencadeie um
ataque de surpresa de locais muito próximos dos núcleos de defesa. São colocados de tal
forma que sua remoção ou neutralização, pelo inimigo, possa ser impedida pelo fogo das
armas portáteis e AC. Tais obstáculos devem ficar tão próximos dos núcleos de defesa que
permitam uma adequada vigilância diurna e noturna, e suficientemente afastados (cerca de
100m), para impedir que o inimigo, coberto por eles, use com eficiência granadas de mão.
Podem ser lançados obstáculos adicionais em áreas mais próximas dos núcleos de defesa.
e. Espaldões   são obras isoladas, cavadas no interior da zona de ação e localizadas de
(1) Espaldões
tal forma que proporcionem observação, proteção e camuflagem adequadas, e assegurem o
máximo poder de fogo sobre as vias de acesso do inimigo. As condições do solo determinam,
muitas vezes, a localização precisa de cada espaldão, os quais devem apoiar-se mutuamente.
(2) Os espaldões normais, os de muda e os suplementares são escavados e
camuflados para a proteção em todas as direções.
f. Abrigos - Proporcionam proteção contra as intempéries e ação inimiga, sendo
construídos ou escavados para as tropas, suas armas e seus suprimentos. São comumente
localizados em contra-encostas, bosques, ravinas, depressões ou outros locais baixos e
desenfiados. Os abrigos sumários são construídos, normalmente, pelas tropas em apoio às
unidades da frente.
g. Sapas - São construções de fortificação de campanha que permitem a movimentação
de pessoal entre as posições defensivas e entre essas e as instalações de apoio logístico,
abrigando um homem de “cócoras”.
h. Trincheiras - São construções de fortificações de campanha que permitem a
movimentação de pessoal entre as posições defensivas e entre essas e as instalações de apoio
logístico, abrigando um homem de pé.
1-10. ESCAVAÇÃO
A tabela 1-1 apresenta, para cada tipo de terreno, as condições de escavação, os
recursos locais para a construção e a camuflagem natural existente.
1-11. LIMPEZA DE CAMPO DE TIRO
Quando se está na ofensiva e constantemente em contato com o inimigo, há poucas
oportunidades de se limpar campos de tiro. Entretanto, no preparo de posições defensivas,
antes do contato com o inimigo, é realizada, à frente de cada entrincheiramento ou espaldão, a
limpeza apropriada dos campos de tiro. Neste trabalho devem ser observados determinados
princípios.
a. Não denunciar a posição em virtude de limpeza excessiva ou descuidada (Fig 1-1 ).
b. Em zonas organizadas para a defesa aproximada, iniciar a limpeza a partir da posição
da arma, avançando pelo menos 100m.
c. Em
posições qualquer
(Fig 1-1). caso, deixar uma delgada cortina de vegetação natural para esconder as
d. Nas florestas densas, deve-se restringir o trabalho ao desbastamento da vegetação
rasteira e à remoção dos ramos mais baixos das árvores maiores. Além disso, preparam-se
estreitos corredores de tiro para as armas automáticas.
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e. Ceifar as plantações de cereais
e o capim alto, ou queimá-los, se
maduros ou secos, caso isto não revele
a posição.
f. Antes de limpar um campo de tiro,
fazer uma cuidadosa avaliação do vulto de
trabalho dentro do tempo disponível.

Fig 1-1. Limpeza dos campos de tiro


ARTIGO V
CAMUFLAGEM INDIVIDUAL
5-18. GENERALIDADES
a. A camuflagem compreende uma série de medidas adotadas com o propósito de
ocultar ou disfarçar pessoal, material e instalações da observação terrestre ou aérea do
inimigo. O Manual C 5-20 trata com mais detalhes esse assunto.
b. Princípios fundamentais - Para atingir sua finalidade, a camuflagem deve atender a
três requisitos básicos: escolha da posição, disciplina de camuflagem e construção da
camuflagem.
(1) Escolha da posição - O objeto a ser camuflado deve harmonizar-se com o
ambiente onde se encontra. A aparência do local, tanto quanto seja possível, não deve ser
alterada pela presença de indivíduos, armas ou equipamentos. Na escolha da posição deve-
se, ainda, tomar as seguintes precauções:
(a) não permitir que o objeto contraste com o fundo ou se projete no horizonte;
cercas, casas, etc;
(b) evitar a proximidade de
pontos notáveis isolados, como
árvores,
(c) usar a sombra para
auxiliar a ocultação, como foi mostrado
no Art. 1 do Cap. 4.
Consiste(2)nos
Disciplina
cuidadosde tomados
camuflagem
para-
evitar que a atividade humana revele
ao inimigo uma posição camuflada.

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(a) Uma posição camuflada é facilmente revelada por trilhas e pegadas deixadas
por pessoas, animais ou viaturas. Por isso devem ser utilizadas ao máximo as estradas, trilhas
e caminhos já existentes no terreno. Quando for necessária a abertura de novos caminhos,
estes devem limitar-se ao mínimo indispensável e sempre que possível, não devem terminar
na posição e sim ser prolongados para algum outro local que justifique sua existência (Fig 5-
14).
(b) Outros indícios claros de atividade militar são o acúmulo de equipamento, os
detritos e a terra resultante
equipamentos, das escavações de tocas, trincheiras e espaldões. Os
armamentos,
viaturas e suprimentos devem ser
dispersados no terreno,
aproveitando ao máximo as
cobertas naturais existentes. Os
detritos, restos de ração, latas
vazias, estojos e cunhetes de
munição, devem ser cobertos ou
enterrados. A terra retirada das
escavações deve ser coberta,
disfarçada
ou dispersapela vegetação
de modo da área
a confundir-se
com o terreno adjacente. Esses
restos e detritos devem ser
disfarçados o mais distante possível
da posição camuflada.
(c) O movimento de
pessoas pode denunciar uma
posição e deve, por isso, limitar-se
ao mínimo indispensável e sempre
que possível ser feito à noite ou por
caminhos desenfiados e
previamente reconhecidos.
(d) Especial cuidado deve
ser dispensado à ocultação de
objetos brilhantes como vidros de
óculos, pára-brisas e faróis de
viaturas, marmitas, relógios, etc.
(e) À noite a disciplina de luzes e ruídos assume importância maior do que a
camuflagem propriamente dita e a escuridão pode ser utilizada para ocultar atividades e
material. É proibido fumar à noite, nas áreas próximas do inimigo. As lanternas e outras fontes
de luz indispensáveis ao trabalho devem ter sua propagação limitada a um pequeno facho,
sendo usadas, em princípio, em ambientes fechados (barracas, abrigos cobertos ou sob um
poncho).
(3) Construção da camuflagem - Procura-se alterar as formas conhecidas e fazer com
que o objeto se confunda com o terreno adjacente (dissimulação, Fig 5-15) ou oculta-se o
objeto das vistas do inimigo atrás de um anteparo, como rede de camuflagem, telheiro, etc
(mascaramento, Fig 5-16). Em ambos os processos acima, deve-se observar o seguinte:
(a) não permitir que a sombra projetada pelo objeto ou pela camuflagem denuncie a
posição; para tal é necessário que todo o contorno do objeto seja modificado (Fig 5-17);
(b) a cor e a tonalidade do objeto e de sua camuflagem não devem contrastar com o
meio onde se encontra, a fim de não atrair a atenção dos observadores inimigos;
(c) não se deve
sombras tornar-se-ão muitousar material
escuros de camuflagem
e o conjunto pareceráem demasia,
volumoso, poispoderá
o que o objeto e suas
despertar
suspeitas.
c. Materiais de camuflagem - Podem ser naturais ou artificiais.

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(1) Materiais naturais - São aqueles encontrados na própria região, tais como
vegetação (cortada ou viva), entulhos, destroços, terra, areia, cascalho e grama.
(a) A vegetação cortada deve ser empregada de modo a apresentar-se com seu
aspecto natural, com a superfície superior das folhas e as pontas dos galhos voltadas para
cima e os talos para baixo.
(b) Outro cuidado importante quando se utiliza vegetação cortada é a sua
substituição freqüente, antes que a folhagem murche o suficiente para mudar de cor e
aspecto. (c) A grama deve ser usada em forma de placas de leiva, retiradas das superfícies
escavadas nos trabalhos de fortificação de campanha ou colhida de áreas distantes da
posição a ser camuflada.
(2) Materiais artificiais - São aqueles produzidos com a finalidade de serem
empregados na camuflagem, como tintas, redes, telas e tecidos especiais.
5-19. CAMUFLAGEM DO
COMBATENTE
a. Capacete - Por sua forma
características, o capacete é uma das
partes
mais sedodistingue
equipamento do portanto,
e deve, soldado que
ser
objeto dos primeiros cuidados na
camuflagem individual. Diversas são as
maneiras de desfigurar o capacete e
eliminar o seu brilho.
(1) A pintura direta de figuras
irregulares sobre a superfície do
capacete é uma dessas maneiras.
Devem ser usadas tintas foscas nas
cores e tonalidades adequadas ao
ambiente onde se vai atuar. Para
diminuir o brilho é conveniente utilizar
areia ou serragem, a fim de deixar a
pintura rugosa e opaca.
(2) As coberturas de tecido que
normalmente são distribuídas com os
uniformes camuflados são um meio
prático e rápido de desfigurar o
capacete. Pode-se também improvisar
coberturas semelhantes, usando-se
peças velhas do uniforme ou outros tecidos grosseiros, como sacos de aniagem. Pequenos
furos no tecido ajudarão na fixação de folhas e ramos ao capacete, melhorando a
dissimulação.
(3) Elástico podem ser empregados para a fixação de guarnições de material natural
ou artificial ao capacete. Esses elásticos são facilmente improvisados com tiras de borracha
de câmara de ar. Um pedaço de rede de camuflagem afixado sobre o capacete, também dará
o mesmo resultado. É importante evitar que a folhagem fique em pé, como “penas de um
cocar”, pois o menor movimento de cabeça resultará em uma grande agitação das folhas (Fig
5-18 e 5-19).
(4) Pode-se combinar alguns desses diferentes processos para se obter uma
desfiguração mais perfeita, desde que não se peque pelo uso excessivo de material.
soldadob.“desapareça
Uniforme - Odouniforme
terreno”.camuflado, porque
É necessário si só,
sejanão é suficiente
utilizado paracom
de acordo fazeroscom que o
princípios
fundamentais da camuflagem. O próprio uniforme verde-oliva de campanha adapta-se a
maioria dos terrenos e a partir dele o combatente pode improvisar um uniforme

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camuflado, usando corantes, barro, carvão ou outros materiais de que dispuser. O importante
é que sua roupa se pareça mais com o terreno do que com um uniforme.
c. Equipamento - O equipamento individual de lona é fosco e, normalmente, confunde-
se bem com o terreno. Esse material, no entanto, pode desbotar com certa facilidade,
tornando-se necessário escurecê-lo, usando os mesmos materiais já citados na camuflagem
do uniforme. O material de náilon, por sua vez, dificilmente perde a cor, mas seu aspecto é
pouco natural e ligeiramente brilhante. Esse brilho deve ser eliminado usando-se lama, barro
ou poeira. Ascom
mosquetões, pequenas peças perder
o uso, podem metálicas do equipamento,
o revestimento fosco e tais como
adquirir umfivelas, grampos
certo brilho. Essase
peças dever então, ser cobertas com panos ou com fita isolante. O cantil, o caneco, a
marmita, os talheres e outros objetos brilhantes devem ser mantidos em seus estojos de lona
ou de náilon, a fim de não ocasionarem reflexos ao sol.
d. Pele - A camuflagem da pele tem por finalidade ofuscar o brilho natural, reduzir o
contraste da tonalidade entre a pele e a vegetação circundante e eliminar as linhas nítidas do
rosto, como os olhos, sobrancelhas e boca (linhas horizontais) e o nariz (linha vertical).
Mesmo as pelas escuras têm reflexos,
devido ao suor e à oleosidade natural.
(1) Para a pintura da pele são
usados
distribuídos,bastões de nascamuflagem,
normalmente, cores preto
e verde no mesmo tubo. O rosto deve ser
pintado de ambas as cores e com desenhos
irregulares, de forma a quebrar seus
contornos nítidos. Nas ações noturnas usa-
se apenas a tinta preta, escurecendo todo o
rosto de maneira uniforme. Não se deve
esquecer a camuflagem das mãos, da nuca
e do pescoço (Fig 5-20).
(2) Quando não se dispuser de bastões
de camuflagem, podem ser usadas rolhas de
cortiça queimadas, fuligem ou carvão. O barro
deve ser evitado e só usado
em situações de emergência, mesmo assim
depois de aprovado pelo oficial médico, porque
poderá conter bactérias nocivas à saúde. É
interessante notar que o barro muda de cor
enquanto seca, bem como pode descascar a
pele ao cair ou ao ser retirado.
(3) Ao ser aplicada a camuflagem,
deve-se empregar o sistema de duplas;
trabalhando aos pares, os homens poder se
ajudar mutuamente.
e. Armamento - A camuflagem das armas
portáteis é feita guarnecendo-as com tiras de
tecido grosseiro ou folhagem, para desfazer a
regularidade do contorno. Lama ou barro podem
servir para ofuscar as partes brilhantes da coronha ou do cano do fuzil. Todo cuidado deve ser
tomado para que a camuflagem não interfira no funcionamento e no emprego tático da arma
(Fig 5-21).

5-20. CAMUFLAGEM
a. Nos terrenosNAcobertos
NEVE, EMde REGIÕES
neve, deveDESÉRTICAS
ser utilizado Eum
EMuniforme
ÁREAS EDIFICADAS.
de camuflagem
especial, todo branco, que pode ser improvisado com lençóis ou colchas, caso não seja
fornecido pelo escalão superior. O equipamento deve ser pintado ou coberto com tecido

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branco. Devem ser aproveitadas as irregularidades do terreno e a vegetação, que quebram a
uniformidade do manto de neve, para ajudar na dissimulação do pessoal e do material.
b. As regiões desérticas também apresentam, normalmente, um aspecto bastante
uniforme. A intensidade das sombras nessas regiões é um fator importante na identificação de
um objeto. Deve-se, portanto, usar um uniforme de coloração adequada ao meio e procurar a
ocultação, próximo às irregularidades do terreno (dobras, pedras, vegetação, etc), buscando o
máximo aproveitamento das sombras disponíveis. O combatente deve, a todo custo, evitar
projetarc.sua
Assombra
áreasouedificadas
a do seu equipamento.
proporcionam aspectos bastante peculiares quanto à
camuflagem. As linhas retas, regulares e geométricas das construções; a coloração variada
do ambiente; a abundância de abrigos oferecidos pelos muros e paredes; as sombras
pronunciadas dos prédios; os setores de tiro e observação estreitos, porém extremamente
favoráveis, oferecidos pelas ruas e avenidas, são fatores importantes a serem levados em
conta na ocultação do combatente e do seu equipamento. O soldado deve tirar o máximo
proveito das sombras, dos abrigos proporcionados pelas construções e dos destroços e
escombros como material de camuflagem.
ARTIGO VI
CONSTRUÇÃO DE ABRIGOS
5-21. GENERALIDADES
a. Requisitos básicos de um abrigo - São três os requisitos de um abrigo preparado. Ele
deve oferecer proteção contra o fogo inimigo, ser de difícil localização pelo inimigo e permitir
ao defensor fazer fogo sobre o inimigo em situação vantajosa.
(1) Proteção contra o fogo - Uma boa posição deve oferecer proteção contra o fogo
direto e contra o estilhaçamento de granadas, foguetes e obuses.
(a) Uma proteção frontal (parapeito) oferece abrigo contra o fogo das armas leves.
Esse parapeito deve ser, de preferência, um abrigo natural já encontrado no terreno (árvores,
troncos, rochas, muros, etc), porque assim o inimigo terá mais dificuldade de identificar a
posição. A terra retirada da escavação pode ser empregada na construção ou reforço do
parapeito, quando este não existir ou não for suficiente para uma eficaz proteção.
2-1. EMPREGO
As fortificações de campanha são, unicamente, posições defensivas. As fortificações de
campanha aumentam a eficiência de combate das tropas, pela proteção que proporciona às
armas e ao pessoal contra as intempéries e a ação inimiga. Devem ser habilmente empregadas
para facilitar a missão das unidades, mas não se deve permitir que seu emprego acarrete
uma atitude passiva por parte das tropas de defesa.
a. Emprego na zona de combate - Na ZC, todas as tropas constroem seus próprios
entrincheiramentos e espaldões.
b. Utilização de obras existentes - As antigas posições inimigas, tais como crateras
de bombas ou granadas, partes subterrâneas de edifícios, etc, podem ser aproveitadas. Tal
utilização deve ser precedida de um cuidadoso estudo, que deverá considerar o tempo de
ocupação e a possibilidade da artilharia e dos morteiros inimigos possuírem dados precisos
para o tiro sobre essas posições.
2-2. REQUISITOS
Os entrincheiramentos e espaldões devem preencher os seguintes requisitos:
a. permitir a cada homem ou guarnição das armas o cumprimento da missão de fogo
que lhes foi atribuída;
b. ser simples e de fácil construção;
c. proporcionar a máxima proteção com o mínimo de dispêndio de tempo e mão-de-obra;
d. proporcionar a máxima camuflagem.

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ARTIGO II
ESPALDÕES PARA INFANTARIA 
2-3. GENERALIDADES
a. As posições descritas neste artigo são empregadas na defensiva. Esses
espaldões são abrigos preparados através de trabalhos de escavações para armas portáteis,
metralhadoras, morteiros, armas anticarro e outras armas, bem como para suas guarnições.
Sempre
Além da que possível,
posição devem
principal, sãoserescavadas
construídos espaldões simulados para iludir o inimigo.
posições
suplementares e de muda para todas as armas.
b. Na ofensiva, as armas da infantaria são
colocadas sempre onde existam posições naturais
ou já preparadas, que exijam o mínimo de mão-de-
obra e de escavações. Especial atenção deve ser
dada aos campos de tiro e camuflagem.
2-4. CRATERA MELHORADA
a. As crateras de vários tamanhos, provocadas
por granadas,
existentes no bombas,
terreno, minas
oferecem e um foguetes,
refúgio
imediato e disponível, bem como posições de tiro
parcialmente desenfiadas para as tropas que atuam nessa área.
b. Para melhorar-se uma cratera, cava-se verticalmente a sua borda, do lado do
inimigo, e prepara-se uma posição cômoda para
atirador deitado, ajoelhado ou de pé (Fig 2-1).
2-5. POSIÇÃO PARA ATIRADOR DEITADO
Esta escavação destina-se a proporcionar a um
fuzileiro deitado uma posição de tiro temporária e
sumária (Fig 2-2). Quando a situação exige abrigo
imediato contra intenso fogo inimigo e não existem
posições de tiro desenfiadas, cada soldado deita-se,
de bruços ou de lado e, com sua ferramenta de sapa,
escava e amontoa a terra, formando um parapeito
baixo entre ele e o inimigo.
Fig 2-2. Posição para atirador deitado
2-6. TOCAS
a. As tocas são posições defensivas básicas e individuais. Proporcionam a máxima
proteção contra o fogo inimigo de todos os tipos
(exceto impactos
esmagamento diretos)de ecombate.
dos carros contra a ação de
b. Qualquer que seja o tipo de toca, devem
ser tomadas medidas para drenar a água da
chuva ou superficial por meio de um poço.
Também é necessário construir um sumidouro de
granadas de mão, para que nele desapareçam
estes engenhos inimigos lançados no interior
da toca. Exceto nos terrenos à prova de carros de
combate, a toca deve ser suficientemente profunda
para garantir pelo menos 60cm (2 capacetes)
de espaço
da toca, entrede oprotegê-lo
a fim soldado encolhido
contra a eação
a borda
de
esmagamento (Fig 2-3)
Fig 2-3. Toca para um homem. Evita o esmagamento

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2-7. TOCA PARA UM HOMEM
a. Dimensões - A Fig 2-4 apresenta as suas principais características.
b. Poços - No fundo da toca e em toda sua largura deve ser cavado um poço para
coletar água e permitir que o homem sentado coloque os pés. (Fig 2-5 e 2-6).
c. Proteção superior 
(1) Contra esmagamento - Na maioria dos tipos de solos, a toca proporciona
proteção efetiva contra a ação de esmagamento. Nos solos muitos arenosos ou frouxos, pode
ser necessário revestir
(2) Contra os taludes para
arrebentamentos de evitar
temposeu desmoronamento.
- Para proteger os fuzileiros contra os precisos
arrebentamentos de tempo, as tocas devem possuir teto. Em alguns casos, podem ser
empregados troncos de 10 cm a 15 cm de diâmetro, cobertos com uma camada de terra; em outras
situações, qualquer material de circunstância disponível pode servir, se coberto com 15 cm a 20
cm de terra, ou areia.
d. Camuflagem das tocas - Se possível, a terra escavada deve ser removida para um
local onde não atraia a atenção do inimigo, e a toca camuflada com uma cobertura improvisada.
e. Parapeito - Parte da terra escavada é amontoada em torno da toca, deixando uma
berma bastante larga para permitir que o soldado apóie os cotovelos durante o tiro.

Fig 2-4. Toca para dois homens

Fig 2-5. Drenagem da água

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Fig 2-6. Sumidouro de Granadas

2-8. TOCA PARA DOIS HOMENS


a. Nas posições defensivas, a toca para dois homens é, geralmente, preferida à toca
para um homem, pelas seguintes razões:
(1) é preparada com maior facilidade. Um homem pode garantir a
proteção, enquanto o outro trabalha na toca;
(2) proporciona
(3) se um soldadorevezamento
é ferido ou emorto,
repouso para oscontinuará
a posição ocupantes;ocupada, o
que não acarretará uma lacuna na posição;
(4) em situação crítica, o efeito psicológico da camaradagem mantém os homens na
posição por mais tempo do que um homem isolado; e
(5) proporciona maior conforto, especialmente em tempo frio, quando os ocupantes
poderão juntar seus cobertores e panos de barraca.
b. As tocas para dois homens são muitas vezes utilizadas como PO. Neste caso, sempre
que possível, é construído o teto.
c. Construção da toca para dois homens - Esta é a toca clássica e normal para o
combatente. A partir deste modelo básico, podem ser construídos diversos outros tipos de
tocas.
d. Seqüência de tarefas - Inicialmente, após saber o local exato de sua posição, o
combatente deve ocupar uma posição sumária para fazer frente a um eventual ataque inimigo.
Essa posição sumária deve ser preparada no lugar onde será cavada a sua toca. Após
esta providência inicial, começará a
construção da toca definitiva que será
executada em seis tarefas.
(1) Primeira tarefa - Cavar a toca (Fig 2-7).
Fig 2-7. Medidas e contornos do
abrigo para dois homens

(2) Segunda tarefa -


Melhorar ou construir um
parapeito - Esta tarefa é
simultânea à primeira (Fig 2-8).
O espaço entre a toca e o
parapeito é chamado berma.
(3) Terceira tarefa -
Completar a limpeza dos
campos de tiro - Essa limpeza
deve ser feita de acordo com
os princípios
IV do Cap 4 dodescritos
C 21-74. no Art
(4) Quarta tarefa -
Camuflar a posição - Ao fazer a
escavação da toca, é preciso muito cuidado para não alterar a feição natural do terreno.

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(a) A terra retirada, que não for usada na construção ou no reforço do parapeito,
deve ser colocada em sacos ou sobre uma lona de barraca e transportada para a
retaguarda.
(b) Após a conclusão da limpeza dos campos de tiro, o combatente deve colocar-se
em frente à toca, a uns trinta passos (alcance de uma granada de mão) e examiná-lo do ponto
de vista inimigo, de pé e deitado. Assim, poderá observar os detalhes a serem camuflados.
(c) O combatente iniciará, então, os trabalhos de camuflagem, visando a
dissimulação do abrigo(troncos,
substituição constante no terreno circundante.
pedras, placas deOsgrama,
materiais de camuflagem
arbustos que preferíveis
vivos, etc), são não exigem à
vegetação cortada, que precisará ser trocada com
freqüência para não murchar.
(d) Quando a camuflagem estiver
pronta, deve ser feita uma nova inspeção.
(5) Quinta tarefa - Construir um teto
(a) Para construí-lo, preparam-se duas
bases de troncos, cunhetes de munição, etc (Fig
2-9). Essas bases devem ficar sobre a berma, à
frente e à retaguarda da posição e um pouco
afastadas da borda As
desmoronamentos. da bases
toca (30cm),
devem para evitaro
ser altas
suficiente para permitir que o homem atire sob o
teto, mas não tanto que dificulte a camuflagem.
Fig 2-9. Colocação das bases do teto
(b) A seguir, constrói-se o teto com toras, tábuas ou o que estiver à mão e possa
resistir ao peso da terra de cobertura (Fig 2-10). É conveniente forrar esses troncos com
papelão, plástico ou qualquer outro material (de preferência impermeável), para prevenir o
vazamento de terra ou lama. Sobre essa estrutura, coloca-se, então, uma camada de 15 cm
a 20 cm de terra, procurando-se moldá-la de maneira que o teto do abrigo se harmonize com
o terreno adjacente (Fig 2-11).

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(c) Quando um teto dessa natureza implicar em um aumento significativo na
silhueta do abrigo, tornando-o mais fácil de ser descoberto, deve-se construir o teto lateral.
Para fazê-lo, marca-se inicialmente um retângulo na extremidade da toca, suficientemente
mais largo que ela, para apoiar os toros ou tábuas do teto. Em seguida, cava-se a área
delineada até a profundidade de 50 cm,
com cuidado de guardar a leiva,
eventualmente retirada, para camuflagem
(Fig
Fig 2-12).
2-12. Início da construção do teto
lateral
(d) A próxima operação será a
colocação de toros, tábuas ou outros
materiais que resistam ao peso do
restante do material de proteção (Fig 2-
13).
Fig 2-13. A estrutura do teto lateral
(e) Completa-se, então, o
buraco com a terra sobre a estrutura de
toros,
para concluindo a operação
a dissimulação. com leiva
Sempre que
possível, deve-se forrar os troncos com
papelão, plásticos, caixas de ração,
invólucros impermeáveis de munição, etc
(Fig 2-14).
Fig 2-14. Camuflagem do teto lateral

(f) Depois de pronto o teto, entrar na toca e, por baixo do teto, cavar
um compartimento para proteção (Fig 2-15).

Fig 2-15. Cavando o compartimento sob o teto lateral

(6) Sexta tarefa - Fazer melhoramentos - Essa tarefa visa melhorar as condições de
defesa e de conforto do abrigo.
(a) Apoio para os cotovelos (Fig 2-16)

Fig 2-16. Apoio para os cotovelos

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(b) Drenagem da água e sumidouro de
granadas (Fig 2-17)
Fig 2-17. Valeta de drenagem e sumidouro
de granadas

(c) As estacas de amarração devem ser


fincadas nos limites dos setores de tiro, para evitar
disparos acidentais sobre as tocas vizinhas e na
direção das vias de acesso mais perigosas, a fim
de balizar o tiro noturno.
(d) Valetas para bipés de fuzil - (Fig 2-18)

Fig 2-18. Valeta para bipé de FM


(e) O revestimento é necessário em solo frouxo ou arenoso, quando a posição vai ser
ocupada por vários dias, para impedir os desabamentos e a erosão provocados pela
ocupação constante e pelas vibrações das explosões de bombas e granadas. No
revestimento, pode-se usar tábuas, troncos, varas, telas de arame, chapas de metal, etc.
Esses materiais devem ser fixados no fundo do abrigo e ancorados com estais, ligados a
estacas cravadas a certa distância da borda do abrigo (Fig 2-19). Uma vez terminada a
amarração dos estais, as
estacas de ancoragem
devem ser enterradas até
desaparecerem
abaixo do solo. Dessa forma,
melhora-se a camuflagem e
evita-se confusão com as
estacas de amarração do
tiro.

2-9. OUTROS TIPOS DE TOCAS


a. Toca para dois homens
separados
um atirador de(FigFM2-20) - Permite atire
ou granadeiro que
em qualquer direção sem ter que trocar
de posição com o companheiro, como
aconteceria em uma toca para dois
homens. Permite, também, a
concentração do fogo em uma mesma
direção. Esse tipo de toca é construída
a partir de duas tocas individuais,
cada uma com seu parapeito, ligadas
entre si através de uma sapa coberta por
um teto semelhante
mostrado nas Fig 2-12ao teto lateral já
a 2-14.
b. Toca para dois homens, modificada - Nem sempre a toca retangular para dois
homens adapta-se perfeitamente ao terreno e aos parapeitos naturais encontrados. Em terrenos
irregulares, onde a rasância e o apoio mútuo entre posições adjacentes são limitados, ou
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quando os ocupantes de uma toca precisam cobrir ângulos mortos imediatamente à frente
da posição, deve-se modificar a forma da toca de modo a adequá-la ao cumprimento da
missão. Podem então ser construídas extensões em uma ou ambas as extremidades,
contornando o parapeito (Fig 2-21).

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CAPÍTULO 5 - OBSTÁCULOS DE ARAME FARPADO 
ARTIGO I
INTRODUÇÃO 
5-1. GENERALIDADES
a. A finalidade dos
obstáculos
farpado é de impedirarame
ou
retardar o movimento de
tropas a pé e viaturas sobre
rodas ou lagartas.
b. Esses obstáculos
são classificados em
táticos, de proteção e
suplementares (Fig 5-1).
(1) As redes táticas
são localizadas ao longo do
lado amigo,
obstáculo maisnapróxima
faixa de
da posição defensiva de um batalhão, para dissociar o ataque
adversário e manter o inimigo em áreas batidas pelo fogo mais intenso da defesa. As redes
táticas estendem-se por toda a frente da posição, mas não são obrigatoriamente contínuas.
(2) As redes de proteção têm a finalidade de prevenir ataques de surpresa,
partindo de pontos muito próximos da área a defender. Devem ficar bem próximas dos
núcleos de defesa, para permitir a observação diurna e noturna e suficientemente
afastadas deles, para manter o inimigo além do alcance normal das granadas de mão.
(3) As redes suplementares são usadas para ligar os núcleos de defesa de pelotão e de
companhia, e para iludir o inimigo quanto à localização exata da rede tática e direção da faixa
final de obstáculos.
c. Quanto à sua profundidade, as redes são classificadas em linhas, faixas ou áreas.
(1) Linha é uma fileira singela de qualquer rede de arame.
(2) Faixa são duas ou mais linhas, sem espaço entre elas.
(3) Áreas são várias faixas ou linhas dispostas em profundidade, com espaço entre
elas.
d. Os obstáculos de arame podem ser fixos ou portáteis.
(1) Os obstáculos fixos são construídos no próprio local de emprego e não podem ser
removidos, salvo se desmontados.
(2) Os obstáculos portáteis podem ser preparados nas áreas de retaguarda,
transportados e instalados nas posições finais.
e. Os obstáculos de arame devem atender os seguintes requisitos:
- serem batidos pelo fogo;
- estarem sob observação e protegidos por minas AP e dispositivos de alerta;
- evitarem traçados geométricos regulares e locais facilmente identificáveis;
- serem camuflados contra as observações terrestre e aérea;
- serem coordenados com outros elementos da defesa.
f. As passagens são estabelecidas nas redes de arame com a finalidade de:
- assegurar a travessia de patrulhas ou de turmas de trabalho; e
- permitir a progressão de tropas amigas.
5-2. MATERIAL UTILIZADO
a. Arame
espaçadas de 10 -cm.
farpado
de cerca É um fio de arame torcido, com farpas de quatro pontas
b. Fita farpada - É uma fita de aço de aproximadamente 2,5cm, com lâminas
espaçadas de cerca de 2 cm

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Fig 5-2. Arame farpado e fita farpada


c. Normalmente, o arame farpado é fornecido em bobinas (Fig 5-3A). Nas construções
de pequenas extensões de cercas, na reparação de obstáculo e instrução, são utilizadas as
“bonecas” (Fig 5-3). O manuseio está mostrado na Fig 5-4.

d. Na construção dos
obstáculos de de
usadas estacas arame
metalsão
ou
de madeira.
(1) As estacas de
metal são distribuídas em
tamanhos padronizado
(curtas ou de fixação, médias
e longas) (Fig 5-5).
(2) Na confecção das
estacas de madeira podem
ser empregados pau roliço
eAs madeira
de fixaçãoesquadriada.
têm de 50 cm a 70 cm de comprimento, e as longas, 1,50m de
comprimento (Fig 5-6 e 5-7).

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e. Amarrações de arame farpado - Na construção de redes de arame são


empregados três tipos de amarrações.
(1) Amarração de olhal superior Fig 5-8.
(2) Amarração de cruzamento Fig 5-9.
(3) Amarração em estacas de madeira Fig 5-10.

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ARTIGO II 
TIPOS DE OBSTÁCULOS DE ARAME 
5-3. GENERALIDADES
a. As turmas de trabalho devem ser organizadas.
b. Para obter melhores
resultados, as cercas devem ser
construídas em trechos de no
máximo 100m.
c. Todas as cercas são
construídas da direita para a
esquerda, tomando- se por base
um observador voltado para o
inimigo.
5-4. REDE NORMAL OU DE
DUPLA INCLINAÇÃO
a. Há dois tipos de rede
normal: a de 4 por 2 passos e a
de 6 por 3 passos.
b. As Fig 5-11 a 5-13 e a
tabela 5-1 mostram os detalhes
da construção da rede normal de

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4 por 2 passos.
c. A rede de 6 por 3 passos tem a mesma disposição, com as estacas intervaladas de 6
por 3 passos.

5-5. CERCA INCLINADA DE CAVALETES


a. Generalidades - Ideal para ser usada em
terreno muito frouxo ou arenoso.
b. Construção 
(1) Dispor os cavaletes abertos no solo.
(2) Fixar aos cavaletes fios de arame
farpado.
(3) Levantar e manter os cavaletes em
posição pelos arames de sustentação das bases
(Fig 5-14).
Fig 5-14. Cavaletes da rede inclinada
5-6. CERCA DE QUATRO FIOS
Para a construção consultar Tabela 5-2 e
a figura 5-15.

Fig 5-15. Rede de quatro fios

5-7. REDE BAIXA


a. Generalidades 
(1) Por ser de difícil observação, constitui-se em obstáculo realmente eficiente em
macegas altas ou em águas profundas (Fig 5-16).
(2) Por ser de fácil ultrapassagem, deve ser empregada em profundidade.
b. Construção 
(1)
(2) Empregar o processo
Colocar somente descrito
um ou para
dois fios de rede
aramenormal.
nas estacas médias da cerca central.

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5-8. REDE ALTA


a. Generalidades -
Constituída de linhas de cerca de
4 fios, ligadas por uma cerca em
ziguezague, que forma uma série
de compartimentos triangulares
(Fig 5-18).
b. Construção - Consultar a
figura 5-18 e a Tabela 5-3.
5-9. ESPIRAIS DE ARAME
SOLTO
a. Generalidades - A
eficiência das redes de arame é
aumentada, enchendo-se os
espaços interiores dos obstáculos
com espirais de arame solto.
b. Construção
(1) Cravar quatro estacas
de 1 m, de modo a formar um
losango de 1 m por 50 cm.
(2) Enrolar firmemente 15m
de arame farpado em torno do
losango.
Iniciar o enrolamento por baixo,
subindo gradativamente em espiral.
(3) Retirar o arame do losango e
amarrá-lo em quatro pontos, a fim de
facilitar seu transporte para o lugar onde
será aberto e empregado.

5-10. ÉCAVALO DE FRISA


uma armação portátil de metal ou
de madeira, tramada com arame farpado.
Com armação metálica, pode ser

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empregado como obstáculo submerso (Fig 5-19).
5-11. CONCERTINA COMUM DE ARAME FARPADO
a. Generalidades
(1) É um obstáculo constituído de espirais de arame farpado de aço de alta
resistência, ligadas entre si a intervalos regulares, por meio de grampos, de modo a formar um
cilindro que pesa cerca de 25 kg.
(2)
(3) Aberta,
Aberta ea fechada
concertina tem 15m pode
facilmente, de comprimento e 1 m vezes,
ser usada varias de diâmetro.
pois sua elasticidade é
tal que retorna quase a sua forma original.
(4) Após sofrer a ação de esmagamento passageira, é mais difícil de ser cortada que o
arame farpado comum.
b. Manuseio
(1) Abrir uma concertina - Um homem trabalha em cada extremidade e outros três
colocam-se ao longo do rolo, para assegurar sua abertura uniforme.
(2) Fechar a concertina, com 2 homens
- Desfazer todas as dobras do arame. Apertar os grampos frouxos, ou substituí-los por
ligações de arame liso.
-- Fechar a concertina;
Amarrá-la colocá-la
com os atilhos deitada
de arame liso.e comprimi-la com os pés.
(3) Um homem pode transportar uma concertina, enfiando-a no corpo e sustentando-a
pelas duas alças de arame existentes em uma das extremidades.
5-12. CONCERTINA SIMPLES
a. É um obstáculo formado de uma linha única de concertina, rápida e facilmente
construído, exigindo um mínimo de material. É um obstáculo fraco quando empregado
isoladamente.
b. Uma concertina simples pode ser construída sem estacas, desde que ambas as
extremidades sejam simultânea e fortemente esticadas.
c. Um rolo de concertina (15m de comprimento) pode ser transportado sobre o pára-
choque de cada viatura orgânica das unidades.
5-13. CONCERTINA DUPLA
a. Consiste em duas linhas de concertinas, sem intervalo e com suas emendas
desencontradas.
b. É menos eficaz do que uma rede normal localizada e é empregada para suplementar
outros obstáculos de uma faixa.
5-14. CONCERTINA TRÍPLICE
a. Generalidades
(1) Consiste em duas linhas de concertinas, servindo de base a uma terceira colocada
sobre elas, todas com as respectivas emendas desencontradas.
(2) Cada linha deve ser completada antes da seguinte ser iniciada, porque um
obstáculo, mesmo parcialmente concluído, constitui certa obstrução.
(3) A concertina tríplice é construída rapidamente e é difícil de ser transposta, cortada
ou atravessada de rastos. É empregada como um obstáculo contínuo (Fig 5-21).

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b. Construção - Consultar Fig 5-20 e 5-21 e Tabela 5-4.

ARTIGO III
CÁLCULO DAS NECESSIDADES DE MATERIAL E MÃO-DE-OBRA
5-15. GENERALIDADES
A maioria dos materiais para obstáculos deve ser trazida dos postos de suprimento
classe IV. A capacidade do oficial responsável em avaliar antecipadamente as necessidades
em material determina, em muitos casos, a disponibilidade ou não deste material no momento
oportuno. As tabelas 5-5 e 5-6
apresentam dados que auxiliarão na estimativa do material e dos homens-hora necessários
aos diferentes tipos de obstáculos e à avaliação dos efetivos necessários às turmas de
transportes.
5-16. NECESSIDADES PARA UMA POSIÇÃO DEFENSIVA DE BATALHÃO
a. Necessidades mínimas - O processo prático para determinar as necessidades
mínimas em arame para uma posição defensiva de batalhão consiste nas seguintes
operações:
- multiplicar a extensão da frente, em metros, por 1,25 para obter a extensão das
redes táticas, em metros;
- multiplicar a estensão da frente, em metros, por 5 para obter a extensão das redes
de proteção, em metros; e
- a extensão da frente tomada em linha reta, entre os pontos limites.

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EXEMPLO - Suponha-se uma frente de 1.600 metros em que será usada como rede de
proteção, uma cerca de 4 fios. A tabela 5-5 fornece os pesos por metro linear desses
obstáculos : 5 kg e 2 kg, respectivamente.
- Extensão da rede tática: 1.600 x 1 x 1/4 = 400 metros.
Peso do material correspondente: 2.000 x 5 = 10.000 kg = 10 t.
- Extensão da rede de proteção: 1.600 x 5 = 8.000 metros.
Peso do material correspondente: 8.000 x 2 = 16.000 kg = 16 t
Total necessário:
b. Posição de muda 26 t de material.
- Quando há tempo, a posição defensiva é reforçada pelo preparo
de posição de muda para as reservas. Neste caso, o processo prático para determinar a
estensão da rede de proteção não pode ser aplicado, porque a quantidade necessária de
arame para as redes de proteção depende
do número de posições de muda preparadas.

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CAPÍTULO 6 - OUTROS TIPOS DE OBSTÁCULOS
ARTIGO I
GENERALIDADES
6-1. EMPREGO
Em complemento aos campos de minas e aos obstáculos de arame, há inúmeras outras
formas de naturais.
obstáculos retardar, Isto
deternão
ou só
canalizar
reduz oum ataque
tempo, inimigo.e Oo melhor
o trabalho materialmeio é agravar
necessários, os
como
também facilita a camuflagem e a dissimulação. Os obstáculos devem ser localizados, sempre
que possível, em contra-encostas ou em curvas de pouca visibilidade.
ARTIGO II
OBSTÁCULOS CONVENCIONAIS
6-2. DESTRUIÇÕES DE PONTES E VIADUTOS
a. As destruições de pontes constituem-se em eficientes obstáculos,
quando os cursos de água têm profundidade e largura adequados para deter as unidades
inimigas, ou quando não existe a possibilidade de utilização de outras vias de acesso.
b. Devem
regulam ser levantados, no planejamento de uma destruição, os seguintes fatores que
sua amplitude:
- a situação tática determinante do tempo de retardo do inimigo;
- a possibilidade de reutilização da ponte pelas forças amigas;
- a disponibilidade de pessoal, material e tempo.
c. A destruição de viadutos sobre
estradas ou pontes sobre canais deve
provocar entulhamento capaz de deter,
retardar ou impedir o tráfego ao inimigo.
d. O Manual C 5-25 - EXPLOSIVOS
E DESTRUIÇÕES, fornece os detalhes
técnicos da execução das destruições.
6-3. FOSSOS ANTICARROS (FAC)
a. Os fossos anticarros constituem
uma forma de diminuir a velocidade e a
mobilidade da progressão das forças inimigas. Impedem o avanço, retardando os veículos e
confundindo suas guarnições. O emprego bem planejado dos FAC apresenta as vantagens a
seguir.
(1) Possibilita o enquadramento dos CC inimigos dentro do alcance das armas
anticarro e no melhor campo de tiro.
Enquanto os primeiros elementos
tentam ultrapassar os FAC sob fogo
intenso, o restante tende a se concentrar
na retaguarda, diminuindo a velocidade
de deslocamento e tornando-se alvo
fácil. Os veículos inimigos, dotados de
equipamento para limpeza de campo de
minas, são detidos pelos FAC e os
lançadores de pontes necessitam de
tempo para a sua utilização, reduzindo o
ritmo de deslocamento e aumentando a
eficácia (2)
dosCanaliza
nossos fogos.
a direção de ataque
do inimigo, possibilitando a exposição de
partes mais vulneráveis dos carros de
combate aos fogos amigos.

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(3) Desorganiza o ataque do inimigo.
(4) Permite a proteção dos flancos, núcleos de defesa e áreas pouco defendidas.
(5) Facilita o nosso contra-ataque, em função da dissociação da força inimiga, redução
do impulso ou exposição de flancos vulneráveis.
b. Tirando o máximo proveito do terreno, os FAC devem complementar obstáculos
naturais, tais como:
- rampas com inclinação superior a 35 graus;
- degraus maiores
ravinas ou fossosque 1,5 metros;
naturais com largura maior que 3 metros;
- terreno alagadiço com profundidade maior que 1 metro;
- matas ou bosques em rampas com inclinação superior a 15 graus, com árvores de
diâmetro maior que 10 cm;
- matas ou bosques com árvores com diâmetro superior a 20cm; ou
- áreas edificadas.
c. Um FAC não deve ser empregado isoladamente. Para aumentar sua eficácia,
recomenda-se os seguintes procedimentos:
- construção de posições de tiro cobertas e abrigadas próximas ao FAC, dentro do
alcance das armas AC;
-- previsão
colocaçãodedeapoio
minasaéreo e fogos
AC aos ladosdeeartilharia;
no fundo do FAC;
- colocação de obstáculos de arame, minas AP ou inundação do FAC, para dificultar a
atuação dos sapadores inimigos;
- lançamento de campos minados nos flancos do sistema dos FAC, para evitar o
desbordamento do inimigo;
d. Os FAC devem ser
construídos escalonados em
profundidade, aproveitando as
condições do terreno, a fim de
confundir e retardar ao máximo o
ataque inimigo. Nem sempre tira-se o
melhor proveito tático colocando um
FAC perpendicular à direção de ataque
do inimigo. Os FAC devem ser
localizados nas partes mais estreitas
das prováveis vias de acesso inimigas.
e. O tipo a ser utilizado depende das restrições de tempo, meios disponíveis e condições
do terreno. Os mais eficientes são os retangulares. Obtém-se considerável economia de meios
com o agravamento de ravinas, talvegues ou taludamento de encostas. Um FAC do tipo
retangular, construído em terreno arenoso, requer profundidade mínima de 1,5 metros.
f. Métodos de construção do FAC
(1) Com a utilização de dois tratores - De acordo com a figura 6-5.
(2) Com a utilização de um trator e uma carregadeira - Este processo assemelha-se ao
anterior, com a diferença de que a carregadeira é usada no lugar do trator que remove a terra.
Normalmente, este método é menos produtivo que o primeiro.
(3) Com a utilização de unidades escavo-transportadoras - O uso destas unidades,
auxiliadas por tratores de lâmina, constitui-se em excelente método para a construção de FAC,
proporcionando alto rendimento e rapidez, mas exigindo considerável treinamento. Verifica-se
o ciclo de operação na figura 6-5 . Uma unidade aplainadora pode ser utilizada para acertar a
berma.
(4) Com a utilização de explosivos - Os FAC podem ser previamente preparados,
através de tubos
gelatinosos enterrados,ouapropriados
ou granulados, utilizando-separa a colocação
as técnicas posterior dedeexplosivos
de preparação líquidos,
crateras previstas
no manual C 5-25 – EXPLOSIVOS E DESTRUIÇÕES. Para complementar o trabalho e dar o
acabamento necessário, impõe-se o uso de equipamentos de engenharia. No caso de solos
duros, recomenda-se, primeiramente, o uso de explosivos.

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6-4. CRATERAS
a. São obstáculos eficazes ao movimento inimigo, quando construídos em pontos críticos
ao longo dos eixos de progressão. São, normalmente, construídos em estradas ou vias de
acesso prováveis do inimigo. Devem ser localizados de modo a não permitir um fácil
desbordamento, como por exemplo em aterros, cortes ou junto a encostas íngremes. Para
aumentar sua eficácia, deve-se construí-los em profundidade.
b. Formas de preparação
(1) Aproveitamento de bueiros preparados para detonação de cargas explosivas à
aproximação do inimigo.
(2) Uso de equipamento de engenharia de forma semelhante à construção de FAC.
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(3) Utilização de câmaras preparadas para enchimento de explosivos.
Podem ser perfuradas com escavadeiras manuais ou perfuratrizes mecânicas.
Devem, também, ser cobertas com pranchões ou outros materiais adequados que
permitam a passagem de viaturas, até o obstáculo ser utilizado. O processo de construção
encontra-se descrito no manual C 5-25 - EXPLOSIVOS E DESTRUIÇÕES.
c. As cargas são detonadas somente quando o inimigo estiver na iminência de
ultrapassá-las.
d. Sua obstáculos
lançando-se eficiência édeaumentada colocando-se
arame, taludando-se minas
o lado nas àáreas
oposto próximas
direção da cratera,
de progressão do
inimigo ou colocando-se estacas nas bordas de acesso e saída.
ARTIGO III
OBSTÁCULOS EXPEDITOS
6-5. GENERALIDADES
São construídos utilizando-se os meios existentes no terreno. A imaginação e a
criatividade são essenciais para este tipo de trabalho.

6-6. ABATIS
a. É um obstáculo criado pela derrubada de árvores sobre o terreno ou sobre uma
estrada, constituindo-se em um obstáculo eficaz contra CC e outros veículos em áreas de
mata densa e precária
rede de estradas.
b. O abatis pode ser
construído com rapidez,
através do uso de cargas
explosivas para a
derrubada de árvores.
Estas devem tombar com
suas copas na direção, do
inimigo, formando um ângulo de 45 graus em relação àquela direção, entrecruzando-se e
permanecendo presas a seus troncos, dificultando, assim a sua remoção (Fig 6-6).
c. O explosivo deve ser fixado à árvore, aproximadamente a 1,5 m de altura em relação
ao nível do solo, do lado previsto para a queda da árvore.
d. Tombam-se, primeiramente, as árvores de um lado da estrada e depois as do outro.
e. O obstáculo deve ter, no mínimo, 75 m de profundidade para ser mais eficiente. As
árvores, quando isoladas, devem ter, no mínimo, 60 cm de diâmetro.
f. Este obstáculo, sempre que possível, deve ser agravado com a colocação de minas e
armadilhas.
g. O cálculo da carga explosiva está contido no manual C 5-25 - EXPLOSIVOS E
DESTRUIÇÕES.
6-7. OBSTÁCULOS DE TRONCOS E VIGAS
Embora exijam muito trabalho e tempo, e o seu emprego esteja restrito a partes limitadas
do terreno, não requerem muito apoio logístico, pois aproveitam os recursos locais. A
disponibilidade de moto-serra reduzirá o tempo de construção. Podem ser empregados em
conjunto com outros obstáculos, a fim de dificultar ainda mais o avanço do inimigo.
a. Dormentes de troncos - Devem ser construídos com troncos de diâmetro com mais
de 25 cm. Seu principal objetivo é diminuir a velocidade de progressão, mas, nas encostas,
detêm os CC. Um método expedito para determinar a altura do obstáculo é colocar uma vara
de 3,5do
altura metros na horizontal. A distância entre a extremidade livre da vara e o solo mostrará a
obstáculo.
b. Muros de troncos - De forma retangular ou triangular, são eficazes para o bloqueio
de estradas, onde haja recursos em madeiras e que seja difícil o desbordamento. Para deter
CC pesados, devem ser reforçados. Para aumentar sua eficiência, coloca-se terra no seu

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interior, retirando-a de uma vala construída à
frente, na direção do inimigo. A profundidade dos
obstáculos forçará os veículos inimigos a reduzir
sua velocidade (Fig 6-7).
c. Campo de estacas - Constitui-se um
dos melhores obstáculos AC, apresentando
dificuldade
As estacas àsãoabertura de brechas
confeccionadas compelo inimigo.
troncos de
boa resistência, com diâmetro superior a 40 cm.
Todas as estacas são enterradas 1,50
metro no solo, projetando variações de altura
entre 75 cm a 1,20 m acima do solo, inclinando-
se ligeiramente na direção do inimigo. A
densidade mínima é de 200 estacas por 100
metros de frente. O espaçamento é irregular, mantendo-se de 1 a 2 metros entre as estacas.
Pode ser agravado com a colocação de concertinas e minas construções demolidas são
utilizados na construção de obstáculos. O emprego de minas e obstáculos de arame dificulta a
abertura de brechas.
de estradas. Veículos
Para aumentar suaoueficiência,
outros equipamentos danificados
devem ser ancorados são utilizados no bloqueio
e armadilhados.
d. Inundações - Quando controladas, constituem-se eficiente obstáculo. Através da
demolição de barragens, diques ou aterros, provoca-se o alagamento de vias de acesso do
inimigo. O acionamento da destruição será feito na iminência da aproximação do inimigo.
e. Incêndios - O incêndio controlado de áreas arborizadas, pontes de madeira ou outras
áreas e instalações, proporciona um eficaz processo para impedir o avanço do inimigo, em
determinadas situações de combate. A queima de pastagens ou macegas pode ser utilizada,
sendo o fogo iniciado com uma mistura de óleo e gasolina, outros combustíveis, munição
traçante ou incendiária, e métodos expeditos.

ARTIGO IV
OBSTÁCULOS PRÉ-CONSTRUÍDOS
6-8. GENERALIDADES
São planejados e preparados antes do início das operações militares.
6-9. PRINCIPAIS OBSTÁCULOS
a. Orifício para colocação de obstáculos de aço (trilhos ou vigas) em vias de acesso
prováveis do inimigo.
b. Pontes construídas com câmaras ocas nas pilastras e vãos, para posterior enchimento
de explosivos.
c. Túneis com câmara ocas.
d. Blocos de concreto que podem ser colocados no leito de rodovias quando necessário.
ARTIGO V
OBSTÁCULOS DE PRAIA E DE CURSO DE ÁGUA
6-10. GENERALIDADES
a. Destinam-se a
dificultar o desembarque
de pessoal e material em
praias ou margens.
Abrangem
de preamardesde
à de a baixa-
linha
mar, sendo essa área
batida por fogos.

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b. Os obstáculos antibotes são construídos com alturas variáveis, de modo que fiquem
de 30 cm a 60 cm abaixo do nível de água na preamar (Fig 6-8).
c. Na defesa de praias e cursos de água em que a maré e a correnteza sejam
desprezíveis, minas presas a obstáculos debaixo da água são mais eficientes. Todas as vias
de acesso da praia para o interior devem ser minadas ou então obstruídas por obstáculos e
batidas pelo fogo.
6-11. TRIPÉ DE
TRONCOS
Suas dimensões
variam com a
profundidade, ficando
encobertas por uma lâmina
de água de 30 a 60 cm na
preamar (Fig 6-9).
6-12. OURIÇO DE AÇO
de açoÉ constituído de trilhos
em perfil, ou vigas
com aproximadamente
1,80m de comprimento. A
ligação pode ser feita
através de parafusos,
arruelas ou solda. Não são
unidos entre si ou fixados no
terreno, pois devem rolar
sob as embarcações para
perfurar seus fundos. São
empregados em fileiras com
densidade mínima de 150
ouriços por 100m de frente
(Fig 6-10).
6-13. OBSTÁCULOS DE ARAME
São empregados como obstáculos AP e
contra embarcações leves.
Instalados nas praias ou margens, podem
ser conjugados com outros obstáculos ou
campos de minas.
6-14. OBSTÁCULOS SUBMERSOS
IMPROVISADOS
Feitos com recursos locais, podem ser
complementados com arame farpado. Sempre
que possível, são ativados com minas, a fim de
aumentar a eficiência e impedir a remoção.
a. Montes de pedras - Compostos por
amontoados de cerca de 1 metro de altura, 1
metro quadrado de base, intervalados de 3 a 4
metros,
locais de que são colocados nos prováveis
desembarque.
b. Linhas de estacas - Constituídas de
fileiras de estacas(vigas de aço ou troncos
acima de 15 cm de diâmetro), espaçadas de

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1,50 metro ao longo da praia, inclinados para o lado do mar. São eficientes contra
embarcações leves, especialmente quando ativadas por minas nas extremidades (Fig 6-10).
c. Blocos de troncos - Têm aproximadamente 2 metros de comprimento, por 1 m de
largura e 80 cm de altura. São espaçados de 1,50m e podem ser cheios de pedras. Ficam
submersos alguns centímetros na preamar (Fig 6-11).
d. Tetraedros - São feitos de estacas de madeira amarradas ou cavilhadas. Podem ser
cheios de pedras. São intervalados de 5 m a 10 m e ligados por cercas de arame (Fig 6-11).
e. Barreiras
ativadas com minas deepedra - Têm
cobertas comcerca de 1,20m
concertinas (Figde6-11).
largura e 60cm
Pode de altura.
ser utilizada Devem
uma ser
armação
de tela pré-fabricada tipo “gabião”, onde são colocadas pedras em seu interior.
ARTIGO VI
OBSTÁCULOS CONTRA TROPAS AEROTERRESTRES 
6-15. OBSTÁCULOS EM CAMPOS DE POUSO
Existem muitos obstáculos naturais contra a aterragem de aeronaves, como muros de
pedras, árvores de grande porte, cortes em estradas, linhas de alta tensão, fossos, além de
terrenos acidentados. Se necessário, são construídos ou instalados obstáculos artificiais, tais
como:- obstáculos móveis para obstruir pistas de aterragem como, por exemplo, ouriços de aço
e cavalos de frisa;
- crateras e fossos;
- obstáculos fixos como fossos, campo de estacas, obstáculo de tronco ou aço;
- fileiras de estacas altas colocadas ao longo de estradas ou outras áreas favoráveis, a
fim de obstruir a pista de aterragem; e
- emprego de equipamento de engenharia para escarificar e escavar as pistas e áreas
adjacentes.
6-16. OBSTÁCULOS CONTRA PÁRA-QUEDISTAS
Para dificultar a aterragem de tropas pára-quedistas, nas zonas prováveis de
lançamento, colocam-se diversos obstáculos, tais como:
- postes pontiagudos de 3m a 5m de altura, espaçados de 5 m a10 m
respectivamente. Sua eficiência é aumentada estendendo-se arame farpado entre as pontas
dos postes e complementando-os com armadilhas;
- campo de minas ;
- obstáculos de arame farpado, destacando-se a concertina; e
- emprego intenso de fumígenos para dificultar o controle de lançamento da tropa.
ARTIGO VII
AGRAVAMENTO DE OBSTÁCULOS
6-17. FORMAS DE AGRAVAMENTO
Para economizar tempo, pessoal e material, os obstáculos naturais existentes devem,
sempre que possível, ser agravados e batidos por fogos para aumentar sua eficiência.
Realizam-se trabalhos de agravamento:
a. em cursos de água - pelo aumento da profundidade, taludamento das margens,
construção de diques a montante visando um alargamento posterior, colocação de minas
esparsas nas margens e vaus, construção de obstáculo de tronco e aço e construção de
obstáculo de arame;
b. em encostas - pelo taludamento, obstrução com deslizamentos ou entulhos e outros
obstáculos;
c. em florestas, matas e bosques - pelo lançamento de abatises ou outros obstáculos;
d. em regiões edificadas - pela obstrução por entulho ou outros obstáculos;
e. em regiões pantanosas - pela colocação de obstáculos de arame farpado ou minas
nas vias de acesso para tropa a pé;

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f. em prováveis vias de acesso - pelo alagamento do terreno, tornando-o intransitável.
g. em ravinas ou depressões - pelo taludamento, colocação de material de fácil
combustão (acendidos no momento apropriado), minas e obstáculos de arame farpado.

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CAPÍTULO 7 - DEFESA ANTIAÉREA E ANTI-CARRO
ARTIGO I
DEFESA CONTRA AVIÕES
5-6. GENERALIDADES
Nos dias atuais a aeronave é cada vez mais empregada em combate, quer como meio
de ataque,
aviões reconhecimento,
e helicópteros uma apoio de fogo
ameaça ou transporte.
temível A sofisticação
e aparentemente tecnológica
invulnerável faz dos
à ação do
combatente individual. No entanto podem ser tomadas diversas medidas passivas, que
dificultem ou impossibilitem a descoberta de nossas posições pela aviação inimiga, ou
medidas ativas, de caráter francamente agressivo, que permitem enfrentar as aeronaves
atacantes neutralizando sua ação, repelindo-as, ou mesmo chegando a abatê-las.
5-7. MEDIDAS PASSIVAS
a. Dispersão - A dispersão da tropa, das viaturas e das instalações dificulta sua
localização e não oferece alvo compensador ao inimigo aéreo. Deve ser mantida uma
distância de, pelo menos, cinco passos entre os homens.
b. aCamuflagem
dificultar observação- aérea.
DevemEstas
ser adotadas
medidas as medidas
estão de camuflagem
prescritas no C 5-20 necessária
CAMUFLAGEM,para
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS E CAMUFLAGEM DE CAMPANHA e no artigo V deste
capítulo.
c. Vigilantes do ar - Para que o alerta de um ataque aéreo seja dado em tempo útil,
favorecendo a possibilidade de uma reação, principalmente nas colunas de marcha, colunas
motorizadas e nos estacionamentos, devem ser escalados vigilantes do ar. Ao perceber o
aparecimento de aeronaves inimigas ou não identificadas, o vigilante do ar ou o primeiro
homem a vê-las dará o alarme, através de algum sinal convencionado gritará: ALERTA
AVIÃO! (ou AVIÕES).
(1) Estando a tropa em terreno limpo, os homens deitam-se e ficam imóveis. Se
houver tempo, deverão procurar cobertas e abrigos.
(2) Estando em marcha por estrada, abandonam seu leito, procurando cobertas e
abrigos nas proximidades, ou deitam nas suas margens.
(3) Estando em posição ou estacionados, procuram o abrigo ou a coberta mais
próxima, permanecendo imóveis.
(4) À noite qualquer luz deve ser apagada.
5-8. MEDIDAS ATIVAS
a. A defesa ativa é realizada empregando o máximo volume de fogo, tanto de
armamento antiaéreo como de todas as outras armas leves orgânicas (fuzis, fuzis-
metralhadores e metralhadoras).
b. Em princípio, constituem alvos aéreos para as tropas que não possuem armamento
antiaéreo, as aeronaves de pequena velocidade (aviões a hélice e helicópteros) voando baixo
e os aviões de ataque ao empregarem a técnica de aproximação e ataque a baixa altura.
c. Volume de fogo -
À primeira vista parece
impossível abater uma
aeronave moderna, com
toda sua sofisticação,
empregando-se apenas
armas leves. No entanto, se
esse
utilizado armamento
para lançar fora
máxima quantidade de
projetis no trajeto de um
avião, há boa probabilidade

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que alguns desses projetis o atinjam, danificando-o ou destruindo-o. Na pior das hipóteses o
piloto inimigo terá o seu trabalho tão prejudicado que poderá ser obrigado a retrair ou desviar-
se do cumprimento de sua missão. Para que se obtenha tal volume de fogo, todos os homens
deverão atirar tão rápido quanto for possível, mesmo que para isso quem um pouco a
precisão. O essencial é conseguir o máximo de projetis no ar frente do aviso (Fig 5-2).
d. Como atirar
(1) Se o avião estiver atacando a sua posição combatente deve atirar no nariz do
aviso (Fig(2)
5-3).
Se o avião não o está
atacando, o combatente aponta com
um avanço aproximadamente l00m
para os aviões de grande velocidade
(jatos) ou 50m para os de pequena
velocidade (aviões a hélice e
helicópteros) (Fig 5-4 e 5-5).
e. Normas para engajamento -
Para que o combatente não atire em
qualquer aeronave que aparecer no
céu, algumas normas devem ser
seguidas. O seu
cumprimento evitará a
revelação prematura das
posições e o engajamento
por engano de aviões
amigos, além de
proporcionar o máximo
emassamento de fogos
sobre uma única aeronave.
atirar no(1) avião
A regraque
básica
estáé
atacando sua unidade. Isso
evita a dispersão do fogo.
(2) Se o avião não
está atacando sua unidade,
o combatente só deve
engajá-lo se receber ordem.
(3) Para dar a
ordem de engajar um aviso,
qualquer comandante de unida de ou fração deve ter certeza absoluta de que ele é inimigo.
Isto exige muita prática no reconhecimento de silhuetas e inscrições de aviões. Deve também
considerar que pode vir a denunciar suas posições desnecessariamente.
(4) Só devem ser engajados pelo fogo de armas leves, alvos aéreos voando a alturas
de até 350m.
ARTIGO II
GENERALIDADES
5-9. DEFESA ANTICARRO
a. Devido a sua grande mobilidade, potência de fogo e ação de choque, as forças
blindadas são os elementos mais poderosos das forças terrestres. Sua proteção
blindada, o ruído e a poeira provocados têm grande efeito desmoralizante sobre o soldado
despreparado. No entanto os carros blindados apresentam algumas vulnerabilidades e
limitações que podem ser exploradas pelo combatente ao enfrentá-los.
b. A proteção contra os blindados inimigos compreende o emprego de medidas
passivas e ativas de defesa.

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c. Basicamente os exércitos utilizam dois tipos de blindados para emprego em
operações de combate, com finalidades diversas: o carro de combate (CC- Fig 5-6), que alia
mobilidade, grande poder de fogo e forte proteção blindada, destina-se a operações que
exijam grande mobilidade e ação de choque, funcionando como ponta de lança das forças
terrestres nas operações ofensivas; a viatura blindada de transporte de pessoal (VBTP - Fig 5-
7), que é leve, extremamente móvel e dotado de fraca blindagem, destina-se a transportar
tropas relativamente protegida, até as proximidades das posições inimigas.

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5-10. VULNERABILIDADE E LIMITAÇÕES DOS BLINDADOS
a. Partes mais vulneráveis dos carros
(1) Trem de rolamento - Pode ser sobre rodas ou sobre lagartas. O trem de rolamento
sobre lagartas é composto de polias (motoras e tensoras), rodas de apoio e lagartas.
(2) Janelas, fendas e periscópios.
(3) Tanque de combustível, quando exposto.
(4) Motor - Normalmente protegido por uma tampa de blindagem leve e com frestas
para refrigeração.
(5) Bases de antenas.
(6) Equipamentos eletrônicos de tiro e visão noturna.
b. Observação - A blindagem que protege a guarnição limita-lhe a observação. Quanto
maior for a proteção da blindagem, mais restrita será a capacidade de observação. Quando
um carro está pronto para o combate, a visibilidade da guarnição é limitada a umas poucas
fendas estreitas na blindagem e ao pequeno campo visual de seus periscópios. A velocidade e
os solavancos prejudicam muito a observação e os homens não têm tempo para reconhecer o
terreno cuidadosamente.
c. Ruído - O ruído no interior dos veículos blindados torna difícil a seus ocupantes
ouvirem os sons exteriores. O barulho do motor e das lagartas de um carro ensurdecem de tal
maneira os homens, que estes, normalmente ficam incapacitados de ouvirem os disparos das
armas inimigas.
d. Imprecisão do tiro - É muito difícil fazer pontaria com qualquer arma, do interior de
um engenho mecanizado, quando em movimento, O tiro é muito impreciso, principalmente
deslocando-se em terreno variado.
e. Sensibilidade ao terreno - Em quase todos os terrenos, há acidentes que podem
dificultar ou mesmo impedir a passagem de um carro, obrigando-o a mudar de direção.
f. Interiores apertados - Todos os veículos blindados dispõem de pouco espaço e os
homens das guarnições ficam atravancados; o resultado é que se um projétil penetrar num
desses carros, poderá, facilmente, ferir vários ou todos os seus tripulantes. O interior de aço
faz com que o projetil, ou seus fragmentos, ricocheteiem ou se despedacem, podendo atingir
toda a guarnição.
5-11. MEDIDAS PASSIVAS
a. Utilização de obstáculos - Devem ser explorados, para a defesa anticarro, todos os
obstáculos naturais, tais como cursos-d’água, troncos caídos, árvores e pedras de grande
porte, terrenos alagadiços e partes muito acidentadas do terreno. Tais obstáculos devem ser
agravados por meios de trabalhos de sapa.
b. Alerta oportuno - Deve ser feito o máximo esforço, empregando-se todos os meios de
comunicação, para difundir o alerta de um ataque de carros. O primeiro homem a vê-los dará
o alarme, mediante um sinal convencionado ou gritará: ALERTA CARRO! (ou CARROS). A
este alerta todos deverão:
(1) fugir à observação do carro;
(2) abrigar-se;
(3) procurar localizá-lo e identificá-lo.
5-12. MEDIDAS ATIVAS
a. Fuga ao esmagamento - Ao
aproximar-se um carro de combate, o
homem, para fugir ao esmagamento,
procura abrigar-se em um local inacessível
ao carro, em sua toca ou em qualquer outro
abrigo estreito
trincheiras. A e distribuição
profundo, taisdecomo valas
peso dose
carros e outras viaturas sobre lagartas
permite que passem com relativa facilidade
sobre trincheiras e buracos estreitos. Se o

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homem estiver abaixo da superfície do solo cerca de 70 cm, em uma toca, o carro passará por
cima, sem causar-lhe o menor dano (Fig 5-8).
b. Emprego do armamento
(1) Quando o carro de combate atingir a zona de alcance útil da arma (cerca de 600
metros para o FAL), deve-se atirar na torre do carro e na infantaria de acompanhamento. Isto
obrigará o chefe do carro e o motorista a entrarem e fecharem a escotilha, diminuindo a
observação, o que prejudicará a proteção oferecida ao carro pela tropa a pé.
se atirar(2)tendo
Quando
comoo carro
alvo de
ascombate
janelas, chegar
a fim adeuma distância
cegar entre 300 e 200
os ocupantes, metros,
sobre o tremdeve-
do
rolamento, para imobilizar o carro.
(3) Se o carro continuar o movimento em sua direção, o combatente deve furtar-se ao
esmagamento e assim, que o carro tenha ultrapassado a toca, procura lançar granadas de
mão ou de bocal, tomando por objetivo o motor do carro e reservatório de combustível, se for
possível identifica-lo ou ainda as lagartas e as rodas. Sempre que possível devem ser
empregadas granadas incendiárias ou anticarro. Pode-se empregar, com muito bom resultado,
engenhos improvisionados do tipo “coquetel Molotov”.
(4) Se o carro não se dirigir para a sua posição, o combatente deve continuar atirando
sobre suas partes mais vulneráveis, usando, sempre que possível, granadas de bocal
anticarro. Se forfogo
sempre fazer viável, fará uso do lança-rojão. Para o tiro com essas armas (AC), deve-se
de flanco, visando
atingir o trem de
rolamento ou as
partes laterais da
couraça, cuja
blindagem é,
normalmente, mais
leve (Fig 5-9).

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CAPÍTULO 8 - DEFESA QBRN
2-1. DOUTRINA DA DEFESA QBRN
As medidas de defesa e os equipamentos de proteção, tanto para a guerra química
quanto para a biológica ou nuclear, são muito parecidos; entretanto, a nível de doutrina, a
defesa química assemelha-se mais à biológica, sendo que a defesa nuclear será analisada à
parte.
a. Defesa
químicos química
e biológicos poreparte
biológica - Dianteosda
do inimigo, ameaça iminente
comandantes devemdeorientar
emprego deunidades
suas agentes
subordinadas a assumir uma postura defensiva, conforme será tratada no Capítulo 11, caso
estas já não a tenham adotado. Todo ataque aéreo e de artilharia do inimigo deve ser
considerado como provável ataque químico ou biológico, até que se tenha certeza do
contrário. Sob este estado de sobreaviso, as tropas terão melhores condições de,
rapidamente, colocar suas roupas protetoras e máscaras contra gases, antes do ataque
químico ou biológico, reduzindo ao mínimo o número de baixas.
b. Defesa Nuclear - Diante da ameaça iminente de emprego de armas nucleares por
parte do inimigo, os comandantes devem levar em consideração a precipitação de material
radioativo, além dos efeitos diretos do arrebentamento nuclear e alertar suas unidades
subordinadas
Capítulo 19. para que preparem as medidas de defesa apropriadas, conforme será tratado no
2-2. ORGANIZAÇÃO GERAL DA DEFESA QBRN
A defesa QBRN é responsabilidade do comandante, em qualquer nível de comando. As
unidades devem ser treinadas, equipadas e supridas regularmente, para terem condições de
prover sua defesa. A organização da defesa QBRN é estruturada, basicamente, pelos
seguintes elementos:
a. Pessoal especialista - Os oficiais e sargentos especializados deverão ser em
pregados, em suas unidades, para o treinamento da tropa nas medidas de defesa QBRN. Os
oficiais serão também membros do estado maior especial do comandante, para assuntos
QBRN. O pessoal especializado deverá chefiar e compor as diversas equipes empregadas na
defesa QBRN.
b. Núcleos QBRN - Toda subunidade deverá possuir um núcleo QBRN treinado para a
defesa. Este núcleo será designado para tarefas específicas e dele fará parte todo pessoal
especialista disponível na subunidade. A coordenação do emprego dos núcleos QBRN, em
uma Unidade, será de responsabilidade do comandante.
c. Oficial QBRN do Estado-Maior - Os oficiais QBRN do Estado-Maior serão designados
para as grandes unidades, onde deverão assessorar tecnicamente os comandantes, em
assuntos referentes à defesa QBRN. Cabe-lhes também, coordenar a defesa QBRN das
unidades subordinadas, quando essas operações forem dirigidas pelo seu comandante.
d. Planejamento da defesa QBRN - O planejamento da defesa QBRN começa pela
ordenação e análise das informações obtidas sobre as possibilidades do inimigo. Em seguida,
são estabelecidos os procedimentos, dentre os diversos já treinados, a serem adotados. O
planejamento é complementado pela cadeia de apoio logístico, para permitir o prosseguimento
na ação de defesa QBRN. Com a assessoria de seu Estado-Maior o comandante faz sua
estimativa sobre as possibilidades do inimigo prepara suas unidades subordinadas para fazer
face à ameaça QBRN e submete sua decisão ao comandante do escalão superior. Este
planejamento, normalmente, é realiza do ao nível Brigada ou comandos superiores. As
unidades seguem as diretrizes estabelecidas pelo escalão superior, no tocante às medidas de
defesa QBRN.
e. Proteção contra agentes QBRN
(1) Proteção
combatente individual,individual - Refere-se
em proveito próprio às medidas de os
e empregando proteção
meios que são tomadas
de proteção pelo
individual
(máscaras contra gases, roupas protetoras, etc.).

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(2) Proteção coletiva - Refere-se às medidas que são tomadas pela tropa como um
todo, ou por elementos especializados, em proveito da tropa e empregando os meios de
proteção coletiva (estojos detectores, abrigos, aparelhos de descontaminação, etc).
(3) Proteção tática - Refere-se às medidas não relacionadas ao material, mas sim à
elementares de combate, individuais ou da tropa como um todo, tais como camuflagem,
utilização do terreno; medidas relativas aos dispositivos da tropa no terreno, levantamentos
das áreas contaminadas ou em perigo sob o vento, etc.

CARACTERÍSTICAS DOS AGENTES QBRN


AGENTES QUIMICOS
3.1 CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES GERAIS
a. Toxidez - a maior ou menor capacidade que, num mesmo período de tempo,
dosagens iguais de agentes diferentes, têm de produzir efeitos sobre o organismo.
b. Dosagem letal média (Ct L 50) - A produção de 100% (cem por cento) de mortes na
tropa inimiga seria, certamente, o objetivo desejado em um ataque; entretanto, devido às
limitações observadas no emprego de um agente em campanha, é considerada satisfatória a
produção de 50%considerada
portanto, aquela (cinqüenta por
letalcento) de mortes
para 50% na tropa
do pessoal inimiga. A dosagem
desprotegido. Quando aletal médiase
dosagem é,
refere a líquido, ela é indicada pela expressão “DL 50”.
c. Dosagem média de incapacitação (Ct L 50) - É aquela considerada suficiente
incapacitar 50% do pessoal exposto. Em se tratando de agente líquido sobre a pele, é
expressa como “DI 50”.
d. Efeito acumulativo - Propriedade de alguns agentes de não serem eliminados pelo
organismo, ou fazerem-no lentamente, de modo que a próxima dose absorvida pelo
organismo, venha a somar seus efeitos com a anterior.
e. Efeito Persistente - Capacidade que possui um agente de permanecer, em
concentração eficiente, no ponto em que for lançado. Este efeito dependerá dos seguintes
fatores: Propriedades físico-químicas do agente; condições meteorológicas; características do
terreno, material ou equipamento.
3-2. CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS
Os agentes químicos de guerra apresentam características que permitem classificá-los em
alguns grupos, para melhor conhecê-los. Destas classificações em grupos, duas são muito
importantes para seu emprego e serão apresentadas abaixo:
a. Classificação baseada no emprego tático
(1) Causadores de baixas - São aqueles que, por seus efeitos sobre organismo
humano, produzem a morte ou a incapacitação prolongada. Os agentes te grupo, empregados
com efeitos persistentes, são utilizados, também, para interdição do terreno e do material, pelo
temor da contaminação e, conseqüentemente dos efeitos sobre o pessoal que entrar em
contato com os mesmos;
(2) Inquietantes - São agentes de efeitos leves e temporários, porém desagradáveis,
que diminuem a capacidade combativa do atacado, ou que o obriga, para evitar seus efeitos,
ao uso da máscara, o que também diminui sua capacidade combate;
(3) Incapacitantes - São agentes que agem sobre as funções psíquicas do homem,
ocasionando desordem muscular e perturbação mental. São produtos de ação reversível,
deixando o pessoal normal, após horas ou dias;
(4) Fumígenos - São agentes que produzem fumaça por queima, hidrólise ou
condensação. Subdividem-se em dois grupos:
(a)de
movimentos Fumígenos de cobertura
tropa, pontos - Empregados,
vitais e instalações normalmente,
importantes, paracom
interferindo cobrir com fumaça
a observação e
reduzindo a eficácia dos tiros do inimigo;

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(b) Fumígenos de sinalização - Representados pelas fumaças coloridas e
empregados em operações de desembarque de praias, travessia de cursos d’água, regulação
de tiros de artilharia e operações aeroterrestres.
(5) Incendiários - São agentes empregados para provocar incêndios em instalações,
destruir materiais ou para atacar pessoal pelo fogo. Os incendiários são divididos, também, em
dois grupos:
(a) Intensivos - São os que geram altas temperaturas sobre áreas limitadas,
destinados,(b)especificamente,
Extensivos - Sãoà os
destruição de material;
que produzem menores temperaturas, porém atingem áreas
maiores, destinados a provo incêndios e causar baixas no pessoal, além dos efeitos
psicológicos.
b. Classificação baseada no efeito fisiológico.
(1) Tóxicos dos nervos - Afetam diretamente o sistema nervoso. São altamente
tóxicos, tanto na forma líquida como em vapor, pois são absorvidos pelo organismo através da
pele ou por inalação. Apresentam como principais sintomas o corrimento nasal, sensação de
aperto no peito, dificuldade de respirar, suor excessivo, lacrimejamento, náusea, vômito,
obscurecimento da visão, contração das pupilas, convulsões e morte. O vapor é prontamente
absorvido pelos olhos e pelas mucosas do nariz e garganta. Possuem uma ação rápida e,
quando
Agem maisinalados, podemquando
lentamente apresentar alguns pela
absorvidos sintomas
pele. aGeralmente
partir de 1são
(um)incolores,
a 2 (dois) minutos.e
inodoros
insípidos. São empregados para causarem baixas.
(2) Vesicantes - Afetam os olhos, o aparelho respiratório e, principalmente, a pele.
Produzem queimaduras, com formação de bolhas e destruição dos tecidos subjacentes.
Certos agentes deste grupo são compostos de arsênico. (vesicantes arsenicais) e, além da
vesicação provocam intoxicação geral. São e para causar baixas, restringir o uso do terreno e
impossibilitar o emprego do material e instalações por eles contaminados.
(a) Vesicantes do tipo mostarda - Provocam a necrose do protoplasma (o mesmo que
citoplasma) das células, resultando em inflamação dos olhos, vermelhidão da pele e posterior
formação de bolhas, inflamação e ulceração dos tecidos do nariz, garganta, traquéia,
brônquios e pulmões. Seu contato com a pele e com os olhos é indolor e sua ação retardada,
decorrendo normalmente 4 (quatro) a 6 (seis) horas até que os primeiros sintomas apareçam.
(b) Vesicantes arsenicais - Produzem efeitos semelhantes às mostardas, porém
acrescidos de intoxicação geral, com edema pulmonar diarréia, inquietação, fraqueza,
temperatura subnormal e pressão sanguínea rica baixa. Agem rapidamente, causando
imediata sensação de areia nos olhos e perda permanente da visão, se não forem
descontaminados dentro de 1 (um) minuto. Provocam uma imediata e forte sensação de
alfinetadas na pele, que fica avermelhada em 30 (trinta) minutos.
(3) Tóxicos do Sangue - Agem sobre os elementos do sangue, penetrando no
organismo pelo aparelho respiratório ou através da pele, interferindo na transferência normal
do oxigênio do sangue para os tecidos. Os sintomas dependem da dose absorvida e podem
variar desde dores de cabeça, vertigens e náuseas, até convulsões, parada cardíaca e morte.
É interessante notar-se que, normalmente, ou a morte ocorre rapidamente, ou a recuperação é
obtida em poucas horas.
(4) Sufocantes - Penetram no organismo pelas vias respiratórias, afetando-as
seriamente. Sua ação principal é exercida sobre os pulmões, com a produção de lesões nos
vasos capilares e derrames nos alvéolos, culminando com um edema pulmonar. Seus
sintomas imediatos são irritação do nariz e garganta, tosse, dificuldade de respirar, dor no
peito, lacrimejamento, náuseas, vômitos e dores, de cabeça. Estes primeiros sintomas
desaparecem e após um período latente, normalmente de 3 (três) a 4 (quatro) horas, surgem
os sintomas do edema pulmonar. Náuseas e vômitos podem reaparecer, seguidos de roncos
no peito, estado
normalmente de choque,
provocam a morte. pressão baixa, batimentos cardíacos fracos e rápidos;
(5) Vomitivos - Atuam sobre o nariz, a garganta e o sistema nervoso, provocando tosse,
espirros, náuseas e vômitos, seguidos de debilidade física e mental, tudo temporário. Seus
efeitos duram, no máximo, três horas.

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(6) Lacrimogênios - Atacam os olhos, produzindo irritações, dor intensa e
lacrimejamento abundante. Seus efeitos são temporários, raramente passando de meia, hora.
Nas partes úmidas do corpo, podem ocorrer ardor, vermelhidão e coceira, igualmente
passageiros.
(7) Psicoquímicos - Agem sobre as funções físicas e mentais, ocasionando
descoordenação muscular, perda do equilíbrio, da visão e perturbação mental. Alguns
atingidos revelam anormalidades na função circulatória e batimentos cardíacos acelerados.
Seus efeitos podem durar até vários dias.
3-3. MÉTODOS DE DISSEMINAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS
Os agentes químicos podem ser disseminados por munições terrestres, bomba de
aviação, mísseis, ou por espargimentos. Podem ser ainda disseminados por meios irregulares
improvisados, principalmente pela sabotagem. O quadro a seguir, mostra os meios de
disseminação, que o inimigo pode empregar, para disseminar agentes químicos: (Fig 3-1).

3-4. EMPREGO DE AGENTES QUÍMICOS PELO INIMIGO (Fig. 3-2)


A defesa
poderá contra agentes
empregá-los, químicos
tais como requerdo
a influência o conhecimento das condições
terreno, das condições em que o inimigo
meteorológicas, e dos
meios de disseminação dos agentes. O inimigo poderá também, atacar com mais de um tipo
de agente químico tóxico, dificultando sua identificação, ou ainda combinar agentes tóxicos
com fumígenos. Face a um ataque químico, por parte do inimigo, cabe observar alguns
aspectos de sua possível doutrina:
a. Objetivo - O inimigo pode empregar agentes químicos para matar, incapacitar
desmoralizar e contaminar áreas, equipamentos e suprimentos. Numa situação de
estabilização de forças, o inimigo poderá empregar inquietantes, combiná-los com fumígenos
e ainda empregar a fumaça para realizar movimentos de tropa.
b. Condições meteorológicas e terreno - As condições meteorológicas afetam, de forma
considerável, o comportamento dos agentes químicos, quando disseminados. Os agentes
químicos podem ser empregados, sob quase todas as condições meteorológicas e a qualquer
hora do dia ou da noite; entretanto, há certas condições e horários em que podem ser obtidos
resultados mais eficazes. As condições mais favoráveis ocorrem à noite, pela manha bem

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cedo, ao anoitecer e durante os dias em que o tempo estiver muito encoberto e o vento
brando. O terreno plano e regulai geralmente é mais favorável do que o terreno ondulado e
irregular, assim como os lugares baixos s mais favoráveis do que os altos, desde que o agente
químico tenha a tendência de assentar-se em lugares mais baixos.
c. Técnicas inimigas de ataque químico (prováveis)   - A intenção tipo e os efeitos
desejados pelo inimigo, num ataque químico, podem ser avaliados pelo tipo de armamento e
técnica de emprego usados.
agentes(1) Agentes
líquidos químicos
lançados com
porefeitos persistentes
artilharia, - Seespargimento
morteiro, o ataque químico é realizado
aéreo com
ou mísseis,
provavelmente, estará sendo empregado um agente com efeito persistente. Como agentes
com efeitos persistentes, poderão ser utilizados os vesicantes e os tóxicos dos nervos.
(2) Agentes químicos com efeitos não persistentes - Se o ataque inimigo provoca
nuvens de vapores e aerosóis nos pontos de impacto, ou nos pontos de detonação próximos
ao solo, e as munições são de artilharia, morteiro ou bombas, provavelmente, estará sendo
empregado um agente com efeito não persistente. Dentre os agentes com efeitos não
persistentes, encontram-se os tóxicos do sangue, sufocante inquietantes, vesicantes e tóxicos
dos nervos.

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AGENTES BIOLÓGICOS
4.1. GENERALIDADES
Agentes biológicos são microorganismos vivos, seus produtos tóxicos ou com compostos
herbicidas, empregados em operações militares para: causar baixas na tropa inimiga, pela
morte ou incapacitação através de doenças, ferir ou matar animais do místicos e rebanhos;
danificar ou destruir alimentos e produtos agrícolas; reduzir o rendimento da produção ou
destruir plantações. Embora estes agentes atuem em diferentes tipos de alvos e produzam
variados efeitos, seu objetivo principal é reduzir o poder de combate das tropas inimigas.
Este manual tratará, principalmente, do modo como o inimigo poderá empregar os agentes
biológicos.

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4.2. CARACTERÍSTICAS DE EMPREGO DOS AGENTES BIOLÓGICOS


O potencial de agentes biológicos, por parte do inimigo, para emprego contra pessoal,
consiste em grupos de microorganismos vivos, tais como bactérias e vírus. Ceda tipo desses
grupos é afetado, diretamente, pelo ambiente. A maioria deles é d, facilmente, pela luz solar,
ou por outras condições ambientais adversas, além do tempo de sobrevivência, que varia de
um tipo para outro. De um modo geral, os agentes biológicos podem ser disseminados na
forma de aerosol,
mais rápido para serem conduzidos
de disseminação. Outro meiopelo vento. Assim, oque
de disseminação, espargimento
poderá servem a ser o meio
empregado pelo
inimigo, é através de vetores, tais como os mosquitos.
4.3. EFEITOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS CONTRA PESSOAL
Os efeitos desejados pelo inimigo num ataque biológico contra pessoal, geralmente, são
os mesmos de conhecidas doenças relacionadas com o agente disseminado, tais como o tifo
e a influenza; para diagnosticar a doença, o oficial médico analisará os sinais básicos e
sintomas encontrados, associados com o agente biológico específico.
Os efeitos podem variar de pequenas incapacitações, como um resfriado comum, até
doenças prolongadas que possam resultar na morte.
dos a. Os agentes
seguintes biológicos
fatores: s capazes
Características de produzir
específicas doenças,
do agente cujas gravidades
biológico, dependerão
dose absorvida, portas
de entrada do agente no organismo, (pele, aparelhos respira tório e digestivo, e mucosas),
formas de proteção e defesa empregadas, velocidade e tipo de tratamento, capacidade do
agente de quebrar as defesas do organismo e interferir nas suas funções normais.
b. Os efeitos dos agentes biológicos, como todas as doenças, lentos e de períodos de
tempo variados. Este período de tempo está relacionado com a incubação da doença, que é
específica para cada tipo de agente. O período de incubação é o tempo que os sintomas
demoram a aparecer, desde que o agente penetrou no organismo.
c. Os efeitos dos agentes biológicos contra pessoal podem ser alterados de diversos
modos. Doses maciças do agente podem reduzir o período de incubação e mudar a
progressão da doença. A penetração do agente biológico no organismo, através de portas de
entrada anormais, pode mudar os sintomas, de modo que a doença não venha a ser
reconhecida pelo médico: A combinação de dois ou mais agentes biológicos pode mascarar a
identificação dos agentes, de modo a produzir uma série de sintomas, que não podem ser
associados com um agente específico.
4-4. FATORES QUE AFETAM A INFECÇÃO
Na maioria dos casos, a saúde normal do organismo é capaz de superar a invasão de
pequenas quantidades de microorganismos patológicos. Contudo, o sistema imunológico do
organismo possui limitações e, geralmente, não é capaz de superar uma invasão maciça de
microorganismos patológicos, tal como a proveniente de um ataque biológico. Alguns dos
fatores que devem ser considerados na infecção do pessoal, por um agente biológico, s portas
de entrada do agente no organismo, a dose necessária para causar infecção pelas portas de
entrada normais e a virulência do agente no momento em que penetra no organismo.
a. Principais portas de entrada - São basicamente, três as portas de entrada, que devem
ser motivo de proteção, para evitar a penetração do agente biológico no organismo:
(1) Aparelho respiratório - É o mais suscetível à invasão de agentes biológicos. Uma
vez introduzidos pelo aparelho respiratório, os agentes biológicos podem passar facilmente à
corrente sangüínea e, rapidamente, espalhar-se pelo corpo.
(2) Aparelho digestivo - É o menos suscetível a invasão de agentes biológicos. A
ingestão só será possível pela água ou por alimentos contaminados e será bastante reduzida
com a (3)
inspeção desses
Ferimento na suprimentos.
pele - A pele sem ferimentos oferece boa proteção contra agentes
biológicos. Os ferimentos na pele oferecem fácil acesso aos agentes biológicos para o
organismo. Certos agentes que penetram no organismo, através de ferimentos na pele ou
agressões de vetores, podem atingir a corrente sangüínea e produzir graves doenças.

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b. Defesas do organismo  - A imunidade para uma doença específica, natural ou
adquirida, oferece uma defesa prévia para o organismo. Com isto, a dose necessária para
causar infecção, o progresso e a gravidade da doença e os sintomas que ela apresenta,
poderão ser profundamente alterados, de acordo com o grau de imunidade da tropa.
4-5. FATORES QUE ALTERAM A EFICÁCIA DOS AGENTES BIOLÓGI COS
A capacidade dos agentes biológicos de sobreviver na atmosfera, na forma de aerosóis,
sofrea.a Luz
influência
  - A de muitosdos
maioria fatores, dos quais
agentes os maisé importantes
biológicos são: luz do sol (radiação
destruída pela
ultravioleta).
b. Temperatura  - Muitos agentes biológicos não sobrevivem, tanto em temperaturas
elevadas como em temperaturas muito baixas.
c. Umidade  - Muitos agentes biológicos morrem rapidamente quando expostos à baixa
umidade relativa do ar, enquanto outros não sobrevivem quando a umidade relativa do ar é
alta.
4-6. MÉTODOS DE DISSEMINAÇÃO DE AGENTES BIOLÓGICOS (Fig. 4-1)
Como a maioria dos agentes biológicos s microorganismos vivos, o sistema de liberação
desses
objetivo agentes deve ser
em condições capaz Odeagente
eficazes. disseminá-los
biológicovivos, de forma
antipessoal podeque
sereles cheguem por
disseminado ao
munições inimigas terrestres, aéreas ou navais. Os métodos básicos de disseminação são
tanto aqueles que produzam aerosóis, como os que liberem vetores.
a. Aerosóis  - São partículas compostas de apenas um ou de muitos microorganismos,
que são dispersadas no ar e transportadas pelo vento. A disseminação em aerosóis, para ser
considerada eficaz, tem a necessidade de que a nuvem de agentes biológicos atinja o alvo
com uma quantidade de microorganismos vivos capaz de provocar a doença para a qual são
destinados, no pessoal inimigo.
(1) Munições explosivas - Possuem, normalmente, uma carga de detonação pequena,
capaz apenas de romper a ogiva que contém o agente biológico. A ogiva deve ser de metal
fino, plástico ou outro material que garanta a sobrevivência do agente nela acondicionado.
Munições explosivas são destinadas a disseminar o agente numa extensa área. Após a
detonação o agente é disseminado na forma de aerosol, sendo que, geralmente, muitos
microorganismos morrem com o choque e o calor da detonação.
(2) Geradores - O aerosol pode ser formado pelo forçamento do agente, na forma
líquida, através de um pulverizador, numa pressão, regulada. Os geradores, em pleno
funcionamento, não destroem tantos microorganismos quanto as munições explosivas.
(3) Espargimento aéreo - O espargimento pode ser feito por tanques espargidores, em
aeronaves ou através de mísseis, que liberem o líquido contendo o agente biológico a uma
certa altura do solo. Eles são capazes de disseminar uma grande quantidade de agentes
líquidos, na forma de aerosóis, e atingir extensas áreas. O agente é arrastado na forma
líquida, dentro de uma tubulação, em alta velocidade sendo disseminado em pequenas
partículas no ar. A destruição dos microorganismos dá-se em quantidades semelhantes aos
da disseminação por geradores.
b. Vetores - O inimigo poderá disseminar o agente biológico através dos vetores, sobre
extensas áreas, utilizando foguetes, mísseis ou bombas de aviação. Os vetores transmitem as
doenças por introduzirem o microorganismo através da pele da vítima. A máscara contra
gases não oferece proteção contra os vetores. Os prováveis vetores que o inimigo poderá
disseminar são os mosquitos, piolhos, carrapatos e gorgulhos (caruncho).
4-7. EFEITOS DAS CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS
As melhores
normalmente condições
à noite, meteorológicas
desde uma hora antes do para
por doum
sol ataque
até uma biológico
hora apóssão encontradas
o nascer do sol.
a. Temperatura - Temperaturas moderadamente frias são favoráveis à disseminação de
maioria dos agentes biológicos. Alguns vetores, como os insetos, são normalmente menos
ativos em temperaturas frias do que em temperaturas quentes.

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b. Gradiente térmico - Condições de inversão são favoráveis à disseminação de agentes
biológicos, na forma de aerosol, e possibilitam atingir grandes distâncias. Condições de lapse
produzem grandes turbulências, que causam a rápida dispersão e elevação da nuvem de
aerosol. Em condições de neutra, os efeitos produzidos s intermediários entre a lapse e a
inversão.
c. Vento - A nuvem de aerosol pode ser facilmente conduzida pelo vento. Espargimento
de agentes biológicos com uma alta taxa de decaimento, podem ser empregados,
eficientemente,
se deslocar sobrecomgrandes
ventos de velocidade
áreas, durantedeo16período
a 32 km/h. A esta velocidade
de sobrevivência a nuvemBaixas
do agente. pode
velocidades do vento diminuem a distância e tempo do deslocamento da nuvem, reduzindo a
área coberta. Os ventos de baixa velocidade, entretanto, tendem a aumentar o tempo de
permanência dos agentes sobre o alvo e, desta forma, aumenta a dose inoculada em alvos
pessoais. Variadas mudanças na direção dos ventos de baixas velocidades, normalmente
desviam o agente da área da alvo, reduzindo a uniformidade do efeito.
d. Luz solar - Os raios ultravioleta da luz solar matam os microorganismos. A despeito do
baixo poder de penetração da radiação ultravioleta, para a maioria dos microorganismos, seu
efeito letal é completo e ocorre num certo espaço de tempo, sob contato direto. Os vetores
poderio ser disseminados durante o dia, enquanto os microorganismos em nuvens de aerosóis
dever
e. ser disseminados
Umidade do arà  -noite.
Exerce influência direta na taxa de decaimento e morte dos
microorganismos. Geralmente a maioria dos agentes biológicos, em aerosol, é mais eficaz em
atmosferas úmidas e, conseqüentemente aumenta a área atingida, pois, é maior o tempo de
sobrevivência dos microorganismos; entretanto, há alguns microorganismos que sobrevivem
por mais tempo em condições de
baixa umidade do ar.
4.8. EFEITOS DO TERRENO
As nuvens de agentes
biológicos, na forma de aerosol,
comportam-se da mesma maneira
que as de agentes químicos.
Terrenos ondulados criam
turbulências no vento, modificando
as influências da difusão vertical da
nuvem de aerosol. O solo terá
efeito somente quando relacionado
à absorção e reflexão do calor, que
irá influenciar em determinados
gradientes de temperatura. As
nuvens de aerosol tendem e
acompanhar a ondulação do
terreno e a concentrar-se em vales
e locais mais baixos. Regiões de
vegetação densa tendem a conter,
por mais tempo, a nuvem de
agentes biológicos.

AGENTES NUCLEARES
5-1. GENERALIDADES
As armas nucleares empregadas em operações militares produzem três principais efeitos,
que lhes são peculiares: o efeito mecânico (sopro), a radiação térmica e a radiação nuclear. A
extensão e a intensidade de cada tipo de efeito dependem do tipo da arma, altura de

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arrebentamento (ADA), distância do ponto de arrebenta mento, resistência do alvo e potência
da arma, medida em quilotons (KT) ou megatons (MT); embora não seja considerado
praticável, materiais radioativos podem ser disseminados de outra forma que não por meio de
armas nucleares, sendo seus efeitos limitados à radiação nuclear.
5-2. TIPOS DE ARREBENTAMENTOS NUCLEARES
As explosões nucleares são classificadas em três tipos, de acordo com a altura do
arrebentamento: no ar, nanosuperfície
a. Arrebentamento e sob
ar - Ocorre a superfície.
quando a bola de fogo, gerada pelo arrebentamento,
não toca a superfície, ou em outras palavras, quando a altura do arrebentamento é maior que
o raio da bola de fogo. A onda de sopro, a radiação nuclear inicial e os efeitos do calor
aumentam, à medida que a altura do arrebentamento é mais baixa. A precipitação do material
radioativo é pequena e não chega a ser considerada importante militarmente. A liberação de
nêutrons provoca a radiação induzida no solo e na matéria inerte sobre a superfície, próximos
do ponto zero (PZ). Excetuando-se os arrebentamentos a elevadas alturas, a radiação
induzida por nêutrons na área do ponto zero constitui preocupação para as tropas, a pé ou
embarcadas, que necessitem atravessar a área contaminada. Deve ser realizada a
monitoração da área e o levantamento dos níveis de radiação, para evitar-se elevadas
dosagens.
b. Arrebentamento na superfície - Ocorre quando a bola de fogo toca a superfície, ou
em outras palavras, quando a altura do arrebentamento é menor do que o raio da bola de
fogo. A onda de sopro, a radiação nuclear inicial e os efeitos do calor não são tão difundidos,
como no arrebentamento no ar. A radiação induzida também ocorre, porém é mascarada pela
radiação residual proveniente da precipitação radioativa. A precipitação radioativa, sobre a
superfície, pode cobrir extensas áreas, dependendo apenas da potência do artefato e das
condições meteorológicas.
c. Arrebentamento sob a superfície   - Ocorre quando o centro da bola de fogo estiver
abaixo da superfície (solo ou água). Se a bola de fogo aflorar a superfície, ou se a superfície
for rompida pela onda de choque do arrebentamento, poderá ocorrer a precipitação de
material radioativo. A onda de calor não representa perigo considerável, pois será quase que
completamente absorvida pelo solo. A onda de choque terá efeitos muito reduzidos,
estendendo-se a distâncias muito limitadas. O alcance da radiação inicial é considerado menor
do que em arrebentamentos no ar e na superfície. A radiação residual oferece grande perigo
em torno da cratera, principalmente na área coberta pela terra procedente da cratera. Se a
bola de fogo não aflorar ou a onda de choque não romper a superfície, os efeitos citados sobre
a superfície, praticamente, não existirão.
5-3. EFEITOS DE UM ARREBENTAMENTO NUCLEAR
O arrebentamento nuclear, ao produzir a bola de fogo, emite, instantaneamente, um clarão
de luz muito intenso, seguido de um desprendimento muito grande de calor e de radiação
nuclear. Quando a bola de fogo atinge seu volume máximo, a onda de choque é propagada
violentamente. Abaixo da bola de fogo é criado um forte efeito de sucção, que lança no ar uma
grande quantidade de material da superfície, gerando uma coluna e uma nuvem de material
radioativo. O grau de perigo oferecido pela precipitação do material radioativo desta nuvem,
depende da potência da arma, altura do arrebentamento e condições meteorológicas.
a. Onda de choque (efeito de sopro)  - A exposição direta à onda de choque pode causar
morte, lesões e pesados danos materiais. Os efeitos indiretos são provocados pelo material e
fragmentos lançados, violentamente, a grandes distâncias, produzindo também pesados
danos materiais, lesões individuais graves e a morte. A onda de choque, de acordo com a
distância do PZ, causa a destruição total ou parcial de grandes e pequenas estruturas.
b. Onda
nuclear pode de calor
causar (radiação
lesões   - A temperatura
térmica)tanto
e destruições, gerada porirradiado,
pelo calor diretamente um arrebentamento
quanto pelo
fogo produzido nos materiais atingidos. Num dia parcialmente nublado, uma explosão de 20
KT pode causar leves queimaduras na pele, a uma distância de 4 quilômetros e o calor pode
ser percebido a uma distância de 16 quilômetros. Qualquer objeto que forneça uma sombra

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poderá oferecer uma proteção que o homem não terá, caso fique diretamente exposto à
radiação térmica.
c. Luz  - O clarão de luz produzido pelo arrebentamento nuclear poderá causar a perda
temporária ou redução da visão. Este ofuscamento poderá durar cerca de dois minutos, se o
arrebentamento for à luz do dia e o homem não estiver olhando, diretamente, para a bola de
fogo. Durante a noite, em condições idênticas, o ofuscamento poderá durar de 3 a 10 minutos,
porém a readaptação à visão noturna só deverá ocorrer em 15 minutos. A perda permanente
da visãoo poderá
durante ocorrer, nuclear.
arrebentamento caso o homem esteja olhando diretamente para a bola de fogo,
d. Radiação nuclear  - A radiação nuclear inicial, produzida pelo arrebentamento, é
formada de radiação gama, nêutrons e partículas alfa e beta. Enquanto a quantidade de
partículas alfa e betas lançadas no ar são limitadas, a emissão de raios gama e nêutrons
representam o maior perigo da radiação inicial. A radiação gama e as partículas alfa e beta
são lançadas, também, pela precipitação do material da nuvem radioativa. Nas proximidades
do ponto zero, a área fica contaminada pela radiação induzida, mesmo o arrebentamento seja
no ar. Os sentidos humanos não são capazes de perceber qualquer tipo de radiação nuclear,
fazendo-se necessário o emprego de aparelhos de detecção, para acusar sua presença.
(1) Efeitos fisiológicos da radiação nuclear - A exposição de todo o corpo, ou grande
parte
doençasdele, a uma quantidade
e conduzir à morte. Osconsiderável de radiação
efeitos da radiação ionizante,
em todo o corpopode provocar
dependem sérias
de vários
fatores, entre eles:
(a) A dose total acumulada em exposições anteriores;
(b) O período em que as doses foram absorvidas;
(c) Os períodos de recuperação entre uma exposição e outra;
(d) As condições físicas, o sexo e a idade do indivíduo, quando receber as doses;
(e) A presença ou ausência de alguma lesão anterior.
(2) Radiação gama - É uma radiação invisível, semelhante aos raios X. Seu poder de
penetração no organismo humano é muito grande e provoca sérias lesões aos tecidos e às
células. Os prováveis efeitos da radiação gama estão relacionados no quadro abaixo.

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(3) Nêutrons - Os nêutrons constituem uma parte muito importante na radiação inicial de
um arrebentamento nuclear. Os efeitos dos nêutrons organismo humano assemelham-se com
os da radiação gama. Os nêutrons também podem tornar outras substâncias comuns em
radioativas, particularmente alguns elementos do solo e certos metais. A intensidade e
extensão de sua radioatividade dependem do tipo do solo, altura do arrebentamento, potência
e tipo da arma, e distância do ponto zero. Para um arrebentamento no ar, a radiação induzida
na superfície do solo é, normalmente, a única origem significante da radiação residual.

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(4) Partículas Alfa - São partículas de carga positiva. Seu alcance no ar é pequeno, da
ordem de alguns centímetros, não sendo consideradas como perigosas, para fins de defesa
militar; entretanto, tornam-se muito perigosas se absorvidas por ingestão, inalação ou através
de ferimentos na pele.
(5) Partículas Beta - São partículas muito menores que as Alfa, com uma carga elétrica
negativa. Por terem um alcance no ar limitado a poucos metros, as partículas Beta, oriundas
da radiação inicial, também não são consideradas, para fins de defesa militar; entretanto, se
algum material
certamente, radioativo,
provocará lesõesemissor de partículas
nos tecidos beta, na
e queimaduras entrar
pele. em contato das
A gravidade com feridas
a pele,
e
queimaduras dependerá do tempo em que a fonte emissora de partículas beta estiver em
contato com a pele. A introdução de emissores dessas partículas no organismo pode
representar grande perigo.
5-4. A PRECIPITAÇÃO RADIOATIVA
A precipitação radioativa é produzida pelo material do solo, que é absorvido pela bola de
fogo, vaporizado, combinado com material radioativo e condensado em partículas, que caem
na superfície. As partículas maiores caem imediatamente, nas proximidades do ponto zero.
Partículas menores são conduzidas pelos ventos e vão caindo, aos poucos, na superfície. A
chuva e a neve
com alguns aceleram
fatores a áreaa contaminada
precipitação, pela
reduzindo o alcance
precipitação da ser
pode nuvem radioativa.
muito pequenaDeouacordo
atingir
alguns milhares de quilômetros quadrados, e os níveis de radioatividade podem variar de
valores insignificantes para efeito militar, até níveis extremamente perigosos para o pessoal
que não estiver devidamente protegido. Os níveis de radiação e a extensão da área
contaminada dependem dos seguintes fatores:
a. Tipo e potência do artefato nuclear
b. Altura de arrebentamento
c. Direção e velocidade do vento
d. Composição da superfície abaixo do arrebentamento.

A DEFESA CONTRA AGENTES QUÍMICOS


PROTEÇÃO INDIVIDUAL
6-1. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Toda tropa que, em primeiro escalão ou na retaguarda, sofre a ameaça de um ataque
químico, deve dispor do equipamento de proteção individual. Este equipamento tem por
finalidade proteger apenas o combatente que o utiliza e, por isso, todos devem portá-lo e estar
adestrados para, rapidamente, utilizá-lo. A seguir veremos os principais equipamentos de
proteção individual.
a. Máscara contra gases - É um equipamento que possibilita a permanência do homem
em atmosfera gasada. Seu princípio de funcionamento consiste em forçar a passagem de ar
por um elemento filtrante,
que irá purificá-lo,
sucessivamente, (mecânica
e quimicamente)
conduzindo-o ao aparelho
respiratório. Oferece
proteção somente ao
aparelho respiratório, aos
olhos e à pele do rosto. (Fig.
6-1 e 6-2)

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As máscaras contra gases compõem-se, basicamente, de um elemento filtrante, da
máscara propriamente dita e de uma bolsa para transporte. Alguns modelos apresentam um
diafragma para ampliar a voz,
permitindo a conversação normal
entre os homens, e ainda diversos
acessórios, tais como: capuz de
proteção, saco impermeável para
proteger
respiração aartificial,
máscara,tubo tubo para
para beber
água com tampa de cantil adaptável
ao tubo, microfone especial para
radioperadores, dispositivo adaptável
e instrumentos ópticos, conjunto de
sobressalentes e bastão ou pastilhas
para desembaciar as oculares. (Fig.
6-3)
Fig. 6-2. Máscara contra gases ANP 51 M 53 (modelo francês)
OBSERVAÇÃO: A máscara modelo brasileiro é tratada no T 3-205.
b. Roupas protetoras  -
São equipamentos
destinados à proteção de
todo o corpo do combatente,
em especial à pele. Alguns
agentes químicos,
principalmente os líquidos,
penetram no organismo
através da pele. Aos
elementos em combate ou
em trabalhos de
descontaminação e
manuseio de agentes
químicos torna-se indispensável o uso das roupas protetoras. O uso das roupas protetoras,
assim como o das máscaras contra gases reduz o poder de combate do homem, que tem sua
visibilidade e liberdade de movimentos muito limitadas, além do desgaste físico causa do pelo
uso continuado do equipamento. As roupas protetoras normalmente são compostas por
diversas peças, tais como calça, camisa, capuz, luvas, botas, umas vezes macacão e outras,
uma capa longa. As roupas protetoras são, basicamente, de três tipos diferentes e
empregadas em situações distintas:
(1) Roupa protetora permeável - É uma roupa especial, que sofre um tratamento
químico (ou impregnação), destinado a reagir como agente tóxico, de modo a retê-lo no tecido
e permitir apenas a passagem do ar puro. É usada, normalmente, sobre o uniforme de
campanha, porém pode substituí-lo em dias muito quentes. Seu emprego é feito por tropas
sob ameaça iminente de um ataque QBRN ou aquelas que venham a operar em áreas
contaminadas. Oferece proteção durante seis horas, após a contaminação com agente
químico líquido, ao fim do qual deve ser substituída. Alguns modelos podem ser
descontaminados e reimpregnados, para ser novamente utilizados. As roupas protetoras
permeáveis não devem ser utilizadas para proteção contra umidade ou chuva, porque a água
diminui as qualidades protetoras da roupa. Geralmente são acompanhadas de peças internas,
como camisetas,
6-4, 6-6 e 6-7). ceroulas, meias e luvas, que também podem ser impregnadas ou não (Fig.

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(2) Roupa protetora impermeável - É uma roupa que não exige impregnação, para que
se torne resistente aos agentes químicos, pois é feita de material resistente ou impermeável
aos agentes líquidos e seus vapores. Em virtude do desconforto e da perda de eficiência,
conseqüentes do uso da roupa impermeável, ela não é utilizada em combate, sendo mais
eficiente para os trabalhos de descontaminação ou em outras operações que envolvam perigo
de derramamento ou vazamento, na manipulação de agentes líquidos. Isto não afasta a
possibilidade de empregar-se roupas protetoras impermeáveis, mais modernas e confortáveis,
nos combates em áreas contaminadas. Apesar da boa proteção que oferece, o prazo de seis
horas de uso deve ser respeitado, para maior segurança. A roupa deve ser descontaminada

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no corpo, sumariamente, antes de ser retirada e, logo após, deve ser descontaminada
totalmente. A grande maioria dos modelos é reaproveitável após a descontaminação e, de
acordo com o material, podem ser classificadas como leves e pesadas. (Fig. 6-8 e 6-9).

c. Cobertura protetora individual -  É


um saco de aos
impermeável papelagentes
especial,líquidos,
ou plástico,
que,
apesar de dobrada para acondicionamento,
pode ser rapidamente aberta e vestida, para
proteger contra os agentes líquidos,
principalmente os espargidos por avião. A
cobertura evita a contaminação do homem,
de sua vestimenta e de seu equipamento
individual. É de tamanho suficiente para
permitir a colocação da máscara contra
gases. Sempre que possível, o combatente
deve abandonar a área contaminada após
vestir a cobertura protetora e, assim que não
exista mais risco de contaminação, deve
despi-la e abandoná-la. A cobertura protetora
não é reaproveitável e sua distribuição deve
ser feita às tropas em primeiro escalão, que
estejam ameaçadas de um ataque químico
(Fig. 6-10).
d. Conjunto de descontaminação
individual e reimpregnação  - São peças
destinadas à descontaminação da pele e
impregnação ou reimpregnação de roupas,
armamento e equipamentos individuais. As
peças poderão apresentar-se em um estojo
ou separadamente.

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(1) Almofada para descontaminação da pele - É uma pequena almofada, contendo um
pó para descontaminação de pele. É encontrada, normalmente, em um estojo: servindo para
absorver o agente químico da pele. A almofada deve ser enrolada nos dedos das mãos, de
modo que um lado possa ser usado para secar e o outro, para limpar a contaminação da pele.
(Fig. 6-11).
(2) Saco para reimpregnação de roupa ou descontaminação de roupa, armamento e
equipamento - Tem a forma de uma almofada, maior que a anterior, contendo um pó para
descontaminação e reimpregnação
encontrados, normalmente, e ainda
aos pares, emumaumcápsula
estojo. contendo
Antes deum
sercorante detector.
utilizado, deve São
ser
quebrada a ampola em seu interior e, em seguida, deve ser esfregado na roupa e no
equipamento. As superfícies que estiverem contamina das com agentes vesicantes, ou tóxicos
dos nervos, apresentarão uma coloração vermelha ou marrom, denunciando a presença
destes agentes. A ação do pó contido no saco só elimina o perigo das contaminações líquidas
e não a dos vapores de vesicantes e tóxicos dos nervos.
(3) Lâmina para corte de tecidos - Os estojos que possuem o saco e a almofada de
descontaminação, normalmente, trazem também uma lâmina destinada a eliminar os pontos
da roupa que estejam contaminados. (Fig. 6-11).
(4) Luva para descontaminação individual - Destinada à descontaminação da pele,
roupas, equipamentos
descontaminação vistose anteriormente.
armamento, realiza asum
Possui mesmas
fecho operações da almofada
em velcro para fixá-la naemão.
do saco de
A luva
contém um pó inerte, em uma de suas faces, para absorver a contaminação líquida sem
destruí-la, enquanto a outra face é confeccionada com um tecido esponjoso, para enxugar e
limpar a superfície contaminada. A luva apresenta-se embalada isoladamente e não em
estojo. (Fig. 6-12).

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MEDIDAS DE DEFESA INDIVIDUAL CONTRA ATAQUES QUÍMICOS
7-1. GENERALIDADES
As medidas de defesa contra os ataques químicos incluem o treinamento individual, as
ações a serem tomadas antes, durante e após o ataque, bem como, os primeiros socorros e a
descontaminação.
a. Possibilidades do inimigo realizar um ataque químico   - Devido ao potencial do
inimigo
um ataquee àsmaciço
informações
sobre colhidas sobreunidade,
determinada suas possibilidades,
em um curto pode concluir-se
espaço de tempo.queEm
realizará
ações
deste tipo, o perigo de inalação e absorção, pela pele, de agentes químicos, antes do
combatente colocar seu equipamento de proteção, é relativamente grande. Em altas
concentrações, uma ou duas inalações do agente tóxico podem ser fatais ou, pelo menos,
causar sérias lesões. É perfeitamente possível o combatente ser contaminado por um agente
líquido antes de vestir a cobertura protetora e, se isto ocorrer, o agente apresentará seus
efeitos, levando o combatente a crer que a proteção não foi eficaz. Para haver uma proteção
contra esta capacidade potencial do inimigo, deve a tropa adotar medidas operacionais de
proteção preventiva, quanto ao equipamento a ser utilizado.
b. Medidas Operacionais de Proteção Preventiva (MOPP)   - É uma situação em que
todos os homens
necessidade que se encontram
de atravessar uma área sob ameaça de
contaminada, iminente
devem estarataque químico,
vestidos ou ante
com suas a
roupas
protetoras e máscaras contra gases. Caso as condições meteorológicas, o trabalho a ser
realizado ou as necessidades pessoais impeçam tal procedimento, poderá haver exceções;
entretanto, o equipamento de proteção só deve ser retirado durante o espaço de tempo que se
faça necessário conceder tal exceção. O equipamento e o grau de proteção a serem
adotados, devem ser determinados pelo comandante da unidade; contudo, não deve ser
arbitrado o uso permanente de todo o equipamento de proteção individual disponível.
7-2. MED IDAS DE DEFESA INDIVIDUAL ANTES DO ATAQUE QUÍMICO
Antes do inimigo realizar um ataque químico, o comandante de uma unida de decidirá o
grau de proteção química necessário e determinará o tipo de roupa protetora e equipamentos
que deverão ser utilizados pela tropa. Sua decisão ser baseada na análise da situação tática,
confrontando as exigências de sua missão com os equipamentos de proteção, além de outros
fatores.
a. Duração da proteção - O combatente deve estar perfeitamente adaptado ao uso da
roupa protetora e do seu equipamento individual por longos períodos, pois apesar da
iminência do ataque, não se pode prever a hora exata de seu início. Além disto, torna-se
impraticável vestir alguns tipos de roupas protetoras durante o ataque, porque o tempo
compreendido, entre o início do ataque e o fim do ato de vesti-las, muitas vezes é maior do
que o tempo necessário para absorver-se uma dosagem letal do agente. Desde o início do
ataque até o combatente atingir uma área em que possa despir a roupa protetora,
normalmente gastam-se algumas horas.
b. Alerta - Apesar da unidade encontrar-se em MOPP, todos os combatente permanecem
alerta e constantemente prevenidos contra a ameaça química, especialmente quando o tipo de
trabalho a ser realizado impede o uso de todo o equipamento de proteção individual
necessário. Os homens devem estar preparados e capacitados para agir prontamente, quando
alertados de um ataque químico, equipando-se o mais rápido possível, com o maior grau de
proteção individual previsto. Cada homem deve, também, estar habilitado a empregar,
prontamente, as medidas de primeiros socorros.
c. Proteção do equipamento individual   - O combatente pode ser contaminado,
indiretamente, através do seu equipamento individual. Por isso, há necessidade de proteger
seu equipamento
reunido, e esuprimento
organizado coberto, secontra uma contaminação
o trabalho líquida,Pequenas
realizado o permitir. mantendotocas
essecobertas,
material
ponchos, abrigos sumários e qualquer outro material improvisado, podem ser usados para
proteger o equipamento contra uma contaminação líquida. Antes de dormir, o combatente

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deve preocupar-se em cobrir seu equipamento, mas se estiver em MOPP vestirá sua roupa
protetora para dormir.
7-3. MEDIDAS DE DEFESA INDIVIDUAL DURANTE O ATAQUE QUÍMICO
O ataque químico do poderá ser realizado sobre a área em que a tropa se encontra ou
numa área vento acima.
a. Procedimentos diversos  - Caso o combatente ainda não esteja equipado com sua
máscara contra
os seguintes gases, no momento do ataque químico inimigo, deverá adotar imediatamente
procedimentos:
(1) Parar de respirar e retirar o capacete;
(2) Se estiver de óculos, retirá-los e guardá-los em lugar protegido, como o interior do
capacete, o bolso da roupa ou bolsa d outro equipamento qualquer;
(3) Colocar a máscara contra gases e retomar a respiração normal;
(4) Dar o alarme;
(5) Prosseguir na missão;
(6) Permanecer com a máscara até a ordem de retirá-la;
(7) Além destes procedimentos:
(a) Procurar abrigo, se a situação permitir;
(b) Aplicar a injeçãoa de
(c) Descontaminar atropina,
pele caso apareçam
ou os olhos, conforme osintomas
caso; de tóxicos dos nervos;
(d) Descontaminar a roupa, assim que possível, se for o caso.
(8) Caso venha a encontrar um companheiro inconsciente e sem a máscara contra
gases, descontaminar seu rosto, se necessário, colocar-lhe sua máscara contra gases e
aplicar-lhe o primeiro socorro adequado. Se estiver com dificuldades respiratórias, ou mesmo
sem respirar, fazer uma respiração artificial com o auxílio do tubo para respiração artificial.
Realizar os procedimentos do item anterior (7), se o companheiro estiver debilitado demais
para fazê-lo.
b. Alarmes de ataque químico  - Qualquer combatente poderá desencadear o alarme
local, assim que reconheça, ou mesmo suspeite de um ataque químico. Em seguida o
combatente coloca seu equipamento de proteção, caso ainda não esteja com ele.
(1) Alarme visual - Diversos tipos de alarmes visuais podem ser codificados para
ataques químicos, oferecendo a vantagem de atingirem a distância do alcance da visão.
Podem ser empregados para tal os comandos por gestos, bandeirolas, granadas fumígenas
coloridas e outros meios de fortuna.
(2) Alarme vocal - É o alarme dado a viva voz. Para ataques por espargimento aéreo, o
combatente grita “ESPARGIMENTO” e para qualquer outro tipo de ataque químico grita
“GÁS”. O alarme vocal é restrito apenas aos combatentes que estiverem próximos de quem o
desencadeou, principalmente se este estiver com a máscara contra gases. Por isso este
alarme deve ser difundido por todos os homens.
(3) Alarme sonoro - Em alguns comandos ou instalações, elementos são designados
para acionar alarmes sonoros, que não se confundam com os ruídos do combate. Podem ser
empregados, para este tipo de alarme, sinos, tonéis vazios, sirenes de viaturas, buzinas, etc...
c. Proteção individual contra espargimento aéreo -  Quando a tropa estiver sob um
ataque químico inimigo, do tipo espargimento aéreo, além de vestir a roupa protetora e a
máscara contra gases, cada homem deverá fazer uso da cobertura protetora individual,
principalmente quem não estiver com o equipamento citado acima, evitando assim a
contaminação líquida. Quando o espargimento terminar e todo o agente já tiver caído ao solo,
o combatente deve descartar a cobertura protetora, com o cuidado de não contaminar suas
roupas e seu equipamento. Quando a situação permitir, realizar a descontaminação individual.
A máscara contra gases não deve ser retirada até ser autorizado pelo comandante da
unidade.
d. Proteção individual contra ataques químicos diversos  - Os procedimentos adotados
para um ataque químico qualquer devem ser os mesmos vistos anteriormente para o
espargimento aéreo; embora o líquido não esteja sendo lançado do alto, ele pode ser

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disseminado no ar em aerosóis, o que exige a proteção da cobertura ou mesmo de um
poncho.
e. Proteção individual contra agentes químicos lançados por forças amigas - Sempre
que uma força amiga empregar agentes químicos, haverá uma coordenação, dirigida pelo
escalão superior, a fim de manter as unidades vizinhas em condições de protegerem-se as
nuvens de gases, sem interromper-lhes as missões. As medidas de proteção, a serem
adotadas individualmente, são as mesmas vistas anteriormente, para o caso de ataques
inimigos.
7-4. CONDIÇÕES DE EMPREGO IMEDIATO DA MÁSCARA CONTRA GASES
Caso haja informações de ataque químico iminente, por parte do inimigo, ou se o inimigo
 já iniciou o ataque os combatentes que não estiverem com as máscaras contra gases
ajustadas no rosto, deverão colocá-las imediatamente, sem aguardar o alarme, especialmente
nas seguintes situações:
a. Ataques de artilharia, morteiro, foguetes ou bombas de aviação;
b. Ataque por espargimento;
c. Nuvens de fumaça ou névoa, de origem desconhecida;
d. Odor ou presença de líquido suspeitos;
e. Suspeitaem
f. Penetrar de áreas
ataquesabidamente
químico; contaminadas, ou pelo menos suspeitas;
g. Aparecimento inexplicável dos seguintes sintomas:
(1) Corrimento nasal;
(2) Sensação de sufocação e aperto no peito ou garganta;
(3) Obscurecimento da visão e dificuldade de focar os olhos em objetos
(4) Irritação nos olhos;
(5) Dificuldade ou aceleração respiratória.
7-5. MEDIDAS DE DEFESA INDIVIDUAL APÓS O ATAQUE QUÍMICO
Em um ataque químico, o perigo apresenta-se nas formas de vapor, aerosóis e
contaminação líquida, independente do fato do agente empregado possuir efeitos persistentes
ou não.
a. Ações individuais imediatas - Se o ataque químico é realizado na forma de vapor ou
aerosol, o combatente deve permanecer com a máscara contra gases e prosseguir na missão.
Caso surjam sintomas de contaminação, devem ser aplicados, imediatamente, os primeiros
socorros adequados, relatando-os ao comandante do grupo, seção, pelotão ou companhia. Se
o ataque é realizado na forma líquida, ou se há presença de agente líquido na área, o
combatente permanece com a máscara contra gases, coloca a roupa ou cobertura protetora e
prossegue na missão.
b. Ações individuais subseqüentes  - Se a pele for exposta à contaminação líquida, o
combatente deve realizar, imediatamente, a descontaminação. Se o tempo permitir, devem ser
verificados a pele, a roupa e o equipamento, face a uma possível contaminação, realizar a
descontaminação adequada. O combatente descontamina as partes do seu equipamento, que
necessitam ser manuseadas para seu emprego, tais como a coronha, as placas do guarda-
mão, o gatilho e combinados de estações rádio e aparelhos telefônicos. As informações
colhidas pelos comandantes das frações devem chegar ao comandante da unidade, para ser
transmitidas ao escalão superior.
7.6- CONDIÇÕES PARA RETIRAR A MÁSCARA CONTRA GASES
Apesar do perigo que representam os agentes químicos, há situações em que o
combatente pode aliviar o uso da máscara contra gases, para melhor desenvolver seus
trabalhos, sem correr
a. Quando grande
o inimigo risco deagentes
emprega baixa oucausadores
incapacitação.
de baixa - O combatente só aliviará
o uso da máscara contra gases, a partir da autorização do comandante da unidade, que será
dada de acordo com as duas situações distintas vistas a seguir. Os procedimentos são

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adotados, como medidas de segurança, face ao possível emprego de agentes altamente
letais, pelo inimigo.
(1) Procedimento quando há disponibilidade do detector de agentes químicos   - Os
equipamentos de detecção de agentes químicos devem ser utilizados, para revelar a presença
e, muitas vezes, identificar com precisão a existência de agentes. Se na área suspeita de
contaminação estes equipamentos acusarem a ausência de agente químico, dois ou três
combatentes poderão retirar as máscaras por 5 minutos e recolocá-las por 10 minutos. Se, ao
final destetambém,
poderão, período,retirar
não surgir
suasnenhum sintoma
máscaras de efeitos Pode
em segurança. do agente, os demaiscontração
ser observada combatentes
das
pupilas, causada pela luz do sol, o que não deve ser interpretado como sintoma de agente
tóxico dos nervos; entretanto, há de ressaltar-se que pequenas exposições, a baixas
concentrações de agente tóxico dos nervos, não perceptíveis pelos equipamentos de
detecção, apenas causarão sintomas primários, tais como contração das pupilas, corrimento
nasal e sensação de aperto no peito. Os efeitos dos agentes tóxicos dos nervos podem ser
anulados com a aplicação de uma injeção de atropina.
(2) Procedimento quando não há disponibilidade do detector de agentes químicos -
Quando não houver disponibilidade de equipamentos de detecção para acusar a presença ou
ausência de agentes químicos, pode-se empregar, como medida de emergência, a escolha de
dois ou três
(a) homens, para testar o agente. O procedimento destes homens será:
Respirar profundamente;
(b) Prender a respiração;
(c) Introduzir os dedos entre a borracha da máscara e o rosto;
(d) Deixar o ar entrar por 15 segundos;
(e) Permanecer com os olhos bem abertos;
(f) Vedar novamente a máscara;
(g) Restabelecer a respiração normal.
Durante 10 minutos, os homens que realizam o teste devem manter-se na expectativa de
surgimento de qualquer sintoma. Se isto não ocorrer, os mesmos homens devem, novamente,
desfazer a vedação da máscara e respirar três a quatro vezes, voltando a vedá-la aguardando
por mais 10 minutos. Se, novamente, não observarem nenhum sintoma, estes mesmos
homens retiram a máscara por 5 minutos e a recolocam. Passados mais 10 minutos sem
observar nenhum sintoma, todos homens poderio também retirar suas máscaras. Caso surja
algum sintoma, durante qualquer destas fases, o teste deve ser interrompido e todos os
homens permanecem equipados. A segurança deste teste é relativa e mesmo que todos os
homens venham a retirar a máscara contra gases, deverão permanecer constantemente
atentos para o surgimento de qualquer sintoma.
b. Emprego de agentes inquietantes pelo inimigo - Quando se obtiver a certeza de que
o inimigo empregou apenas agentes inquietantes, os combatentes podem, retirar suas
máscaras contra gases, após a nuvem do agente ter se dispersado completamente na área
atacada. Antes de retirá-las, entretanto, devem realizar um teste para verificar se ainda há
algum resíduo do agente no ar.
DEFESA CONTRA AGENTES BIOLÓGICOS
PROTEÇÃO INDIVIDUAL
14-1. GENERALIDADES
A proteção contra os agentes biológicos assemelha-se muito à proteção contra agentes
químicos. A máscara contra gases oferece proteção contra os microorganismos na forma de
aerosol. As roupas protegem a pele, principalmente se esta apresentar ferimentos. As
doenças causadas pelos agentes biológicos geralmente desenvolvem-se lentamente, podendo
ser tratadas com sucesso.

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A dificuldade em detectar-se um ataque biológico prende-se ao fato de que uma doença
disseminada entre os combatentes pode ser apenas uma epidemia comum, provocada por
outros meios que não sejam provenientes de um ataque biológico. A não ser que os sintomas
apareçam, após a suspeita de
um ataque biológico, os
combatentes não devem
presumir que estão infectados
e,
na portanto,
missão.devem
As prosseguir
medidas
preventivas e as medidas
sanitárias, relacionadas na
tabela abaixo, oferecem um
grau de proteção adequado ao
combatente. Os padrões de
higiene pessoal devem ser
mantidos elevados, para
evitar-se a redução da
resistência dos homens a
determinadas
corpo deve ser doenças. O e o combatente deve evitar ingerir água ou alimentos em
mantido limpo,
condições duvidosas.

14-2. PROTEÇÃO CONTRA O ATAQUE BIOLÓGICO


A proteção básica contra o ataque biológico é fornecida pela máscara contra gases e o
capuz. As medidas relativas às diversas formas do agente biológico são descritas abaixo.
a. Proteção contra aerosóis - A máscara contra gases fornece proteção completa contra
aerosóis de agentes biológicos.
(1) Não é provável que o agente biológico venha a fixar-se, fora da nuvem de aerosol,
em quantidades expressivas, e permaneça vivo, no solo ou na vegetação, por tempo suficiente
para causar maiores problemas.
(2) No local onde a munição biológica for lançada para contaminar a área, as tropas a
pé, com seus movimentos, poderá lançar, no ar, a poeira contaminada, criando uma nuvem
secundária de aerosóis de agentes biológicos secos. A nuvem secundária de aerosóis
normalmente, não representa para as tropas um perigo significante. Em áreas suspeitas de

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haver contaminação, o combatente deve vestir a máscara contra gases e o capuz, e
descontaminar a roupa que vestia durante a permanência nesta área.
b. Proteção contra vetores -  O uniforme de combate e as luvas protegem contra as
picadas de insetos que conduzem microorganismos patológicos. As roupas devem ser
completamente abotoadas e as pernas das calças devem ser presas ao calçado. As
possibilidades dos agentes biológicos penetrarem no organismo, através de ferimentos, são
bem menores quando a pele está coberta. A maioria dos insetos pode ser combatida com
inseticidas comuns.
14-3. DEFESA DO ORGANISMO CONTRA AGENTES BIOLÓGICOS
O funcionamento normal do organismo depende, estritamente, do equilíbrio de uma série
de funções. Quando o organismo é atacado por um agente infeccioso, causando perturbação
desse equilíbrio, o mesmo reagirá, em busca de uma nova eqüidade, resultando numa série
de reações, tendentes à eliminação do microorganismo, conduzindo o corpo a um estado de
“imunidade”, dirigido especificamente contra o germe em questão; entretanto o organismo
humano possui defesas naturais contra a implantação destes microorganismos, que servem
como verdadeiras barreiras e são denominadas de “resistência natural”.
a. Resistência natural
(1)(a)
Barreiras Físicasbarreira mecânica à penetração dos agentes infecciosos. A eficiência
Pele - Eficaz
fica comprometida por ulcerações e pelas próprias raízes pilosas, que funcionam como
verdadeiras “cabeças-de-ponte” para os micróbios penetrarem até as camadas mais
profundas da pele.
(b) Mucosas - Poucas são as espécies bacterianas que têm o poder de infectar
através de mucosas intactas. Via de regra, os microorganismos infecciosos o retidos por uma
substância que recobre as mucosas, denominada “muco” e daí eliminados aos poucos,
mecanicamente (expulsão da secreção formada) ou quimicamente, através da ação
bacteriana do próprio muco.
(2) Reação Inflamatória
Considerando, agora, que o agente infeccioso tenha conseguido vencer os obstáculos
à sua penetração, ele provocará no organismo uma resposta pronta, caracterizada por três
fatores: tumor, calor e dor. A dilatação dos vasos sangüíneos torna mais permeáveis suas
paredes, favorecendo a passagem dos glóbulos brancos.
(3) Fagocitose
Células existentes no sangue (leucócitos e monócitos), no fígado, baço e medula
óssea, denominadas genericamente de englobam e destroem substâncias estranhas que
hajam penetrado no organismo.
(4) Fatores humorais
O sangue possui, independentemente do “poder fagocitácio”, um certo “poder
bactericida”, que depende da existência de anticorpos normais, gerados a partir de reações
contra bactérias que habitam as cavidades naturais do corpo.
(5) Metabolismo
Certas substâncias, oriundas da transformação de alimentos ingeridos, podem vir a
evitar, ou não, a proliferação de microorganismos invasores do organismo. Vitaminas (A, B, C,
etc.) e hormônios encontram-se entre estas substâncias. Conclui-se, portanto, que uma dieta
balanceada poderá vir a fornecer ao corpo uma resistência às infecções.
b. Imunidade
O estado de imunidade coincide, geralmente, com o aparecimento no sangüíneo de
proteínas denominadas “anticorpos”. Estes apresentam a característica de reagir com certos
constituintes dos micróbios, ditos antígenos, resultando tal reação uma neutralização dos
produtos
existentestóxicos do agente
no organismo. infeccioso,aou
Classificamos a sua vulneralização
imunidade, a forças
em suas diferentes defensivas
formas, pré-
da seguinte
maneira:

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14-4. MEDIDAS DE DEFESA INDIVIDUAL ANTES DO ATAQUE BIOLÓGICO


O treinamento, o conhecimento e a preparação individual, são as melhores medidas de
defesa contra o ataque biológico. O indivíduo precisa permanecer alerta e manter uma atitude
atenta para qualquer indício de que agentes biológicos possam ter sido usados. A higiene
normal diária é a defesa básica contra qualquer tipo de infecção. Os homens não devem
divulgar qualquer tipo de informação que sa gerar boatos de ataques biológicos inimigos. Os
ataques biológicos são difíceis de serem detectados ou reconhecidos; contudo, através de
medidas de defesa simples, tais como estar completamente vestido e com a máscara contra
gases, pode-se reduzir ao mínimo os efeitos de um ataque com agentes biológicos.
14-5. INDÍCIOS DE ATAQUES BIOLÓGICOS
As unidades não possuem equipamentos de detecção de agentes biológicos e o
combatente deve utilizar seus sentidos para detectar os indícios de ataques biológicos,
observando os tipos
ataques inimigos comde
as armamento e munição
características empregados
conhecidas pelo
de ataques inimigo.pode
biológicos A comparação dos
fornecer estes
indícios. Por exemplo: o período mais favorável para um ataque biológico ocorrerá até duas
horas antes do FCVN, durante a noite e até duas horas após o ICMN. Os dias nublados, ou
com neblina, também podem ser favoráveis. Um ataque pode ser suspeito de conter agentes
biológicos, quando são observados os seguintes indícios:
a. Aeronaves em vôo baixo, que aparentem estar produzindo neblina ou espargindo.
b. O funcionamento de qualquer aparelho que produza espargimento.
c. O arrebentamento de munições, como as mini-bombas, que não apresentem um efeito
ou difusão imediata.
d. A descoberta de alguns tipos incomuns de mini-bombas.
e. Oapresentado
tenham surgimento repentino de enxames, após aeronaves terem lançado munições que não
efeitos imediatos.
f. Um grande número de combatentes apresentando uma inexplicável doença.
14-6. ALARME LOCAL
Qualquer combatente que suspeite de um ataque biológico, deve desencadear o alarme.
Os tipos e sistemas de alarme são os mesmos adotados para a defesa química. O
procedimento dos combatentes, ao tomarem conhecimento do alarme, também é idêntico ao
adotado para a defesa química.
14-7. MEDIDAS DE DEFESA INDIVIDUAL APÓS O ATAQUE BIOLÓGICO
Após um ataque biológico, a tropa deve permanecer vestindo o equipamento de proteção
e só o retirará mediante ordem do comandante. Como as unidades não possuem meios para
detectar os agentes biológicos, as ações descritas abaixo se fazem necessárias, após um
ataque biológico.

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a. Descontaminação - A descontaminação individual, normalmente, não é necessária no
campo, quando o agente é disseminado em aerosol. O homem pode descontaminar-se
através do banho com água morna e sabão, de preferência um sabão germicida. As unhas e
as partes mais peludas do corpo requerem maior atenção. As roupas contaminadas devem ser
lavadas com água quente e sabão. Os descontaminantes empregados em materiais, de um
modo geral, são os mesmos empregados contra os agentes químicos, excetuando os
solventes orgânicos e o carbonato de sódio. Os germicidas são descontaminantes para a
maioria
devem serdosaplicados
agentes na
biológicos.
pele. Os agentes descontaminantes, na sua quase totalidade, não
b. Pronta informação de doenças – As doenças que surgirem entre os combatentes devem
ser prontamente notificadas, para servir a dois propósitos: primeiro, permitir o rápido
tratamento do homem; segundo, permitir que o serviço de saúde identifique o possível agente
biológico que se encontra disseminado na tropa. Uma vez que a doença tenha sido
identificada, medidas efetivas de tratamento médico devem ser aplicadas aos baixados por
agentes biológicos.
c. Prevenção contra contaminação - Os combatentes devem evitar os alimentos e a água
com suspeitas de contaminação. Os microorganismos são de difícil detecção; entretanto, se
há suspeitas de um ataque biológico, todas as superfícies expostas devem ser consideradas
contaminadas.
consumidos, seOs alimentos
estes e a forem
recipientes água, fervido
que estiverem em recipientes
ou completamente vedados,
lavados, poderão
com água ser
e sabão
antes de serem abertos.
MEDIDAS DE DEFESA COLETIVA E TÁTICA CONTRA
AGENTES BIOLÓGICOS
15-1. GENERALIDADES
As medidas de defesa, adotadas por uma unidade contra o perigo biológico, incluem o
treinamento e imunização da tropa, e requerem o uso da máscara contra gases. Se a ameaça
é apenas biológica, a proteção que será vista neste capítulo é suficientemente adequada;
contudo, se a ameaça é química e biológica, então os comandantes devem empregar as
Medidas Operacionais de Proteção Preventiva (MOPP).
O treinamento e o planejamento para a prevenção de doenças são os primeiros passos
para as medidas de defesa.
a. Instrução da tropa - O treinamento para a defesa contra os ataques biológicos deve
enfatizar a necessidade de um estado de alerta e uma atitude de atenção a qualquer indício
de que os agentes biológicos possam ter sido empregados. Os agentes biológicos, embora
mereçam respeito, não devem provocar medo exagerado de doenças. Os homens devem ser
instruídos a não divulgar informações infundadas, para que se evite a difusão de boatos sobre
ataques biológicos.
(1) A detecção e a identificação dos agentes biológicos são, normalmente, muito
difíceis. Eles podem ser conhecidos, contudo, pelo alerta de outras tropas e pelas informações
do escalão superior.
(2) Os agentes biológicos podem ser lançados em diversos tipos de ataque, ou podem
ser empregados como complemento de ataques convencionais, para infectar os feridos.
(3) Os ataques biológicos podem ter por objetivo a morte ou a incapacitação
prolongada, para fins estratégicos; ou apenas as baixas prematuras, para fins táticos.
b. Medidas preventivas - As baixas provocadas por ataques biológicos podem ser
reduzidas pelas medidas preventivas, tais como: a imunização, a quarentena imposta a áreas
contaminadas, o controle de pestes e animais roedores, a instrução sobre cuidados próprios
contra qualquer corte ou ferimento e, ainda, utilizando apenas alimentos e bebidas aprovados
pelo Serviçopelos
produzidas de Saúde. Os combatentes
prováveis devem que
agentes biológicos ser imunizados contra os
o inimigo poderá tiposedeque
utilizar doenças
serão
indicados pelo Serviço de Informações. O estabelecimento de altos padrões de higiene e a
determinação de obstar práticas que desgastem excessivamente a tropa, sempre ajudarão a

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evitar infecções. Deve ser enfatizado que os homens precisam utilizar, corretamente, a
máscara contra gases e obedecer às medidas sanitárias pré-estabelecidas para o campo.
15-2. DETECÇÃO E ALERTA A ATAQUES BIOLÓGICOS
As unidades em campanha devem permanecer constantemente alertas à detecção de
ataques biológicos localizados. Os ataques biológicos detectados devem ser prontamente
notificados ao escalão superior, para que as unidades ameaçadas possam ser alertadas, em
tempo de desencadearem
biológicos suas medidas
e ao acompanhamento de defesa.
dos níveis Todos os informes
de contaminação obedecemrelativos a ataques
aos sistemas de
mensagens QBRN. Para os ataques biológicos que produzam nuvens de vapor ou aerosol, ou
que depositem líquidos no terreno para emanarem vapores, deve ser feita a predição do
perigo em relação ao vento. O comportamento da nuvem, em relação ao vento, é o mesmo já
tratado para o perigo químico, no capítulo 13, incluindo os traçados da zona de alerta imediato
e da zona de perigo vento abaixo.
15-3 DESCONTAMINAÇÃO BIOLÓGICA
A descontaminação de pessoal e equipamento, geralmente, não exige urgência no campo,
quando o agente biológico for disseminado em aerosol. Sob as condições normais do tempo,
os microorganismos
máscara contra gasestême um
umaperíodo
roupa de
quesobrevivência limitado.
lhe cubra toda a pele,Se o combatenteos
principalmente estiver com a
ferimentos,
não necessitará de ações imediatas de descontaminação. O comandante de uma tropa, no
entanto, deverá conduzir sua unidade ao ponto de descontaminação instalado pelo escalão
superior, para realizar a descontaminação total nos homens e no material.
a. Descontaminação individual - O banho com água morna e sabão, principalmente sabão
germicida, é a ação mais adequada para a descontaminação pessoal. As roupas devem,
igualmente lavadas em água quente e sabão, e as peças de algodão geralmente roupas
interiores, devem ser imersas em água fervente.
b. Ao ar livre - A luz do sol mata a maioria dos microorganismos e, em áreas livres de
sombras, atua como descontaminante. Sob a sombra e especialmente a baixas temperaturas,
o perigo biológico pode permanecer por várias horas e até alguns dias. A descontaminação de
áreas extensas não é praticável, mas pontos críticos podem ser descontaminados, de acordo
com as necessidades.
c. Ambientes confinados - Nos abrigos ou nas edificações que estiverem sob suspeita de
contaminação biológica, o pessoal deve permanecer com a máscara contra gases até sair do
local, ou até o mesmo ser descontaminado. A equipe encarregada de descontaminação deve
ter conhecimento de que os agentes descontaminantes, normalmente, são tóxicos e tornam-se
perigosos em ambientes confinados.
15-4. TRATAMENTO DOS BAIXADOS
Os baixados que tenham sido vítimas de um ataque biológico devem ser tratados de
acordo com a doença que apresentem. Deve haver um controle dos tipos de doenças
produzidas pelos ataques biológicos do inimigo, para se conhecer seu potencial em agentes
biológicos.
15-5. NECESSIDADES PESSOAIS
O perigo biológico tem uma duração menor em relação ao perigo químico, devido ao curto
período de sobrevivência da maioria dos microorganismos. O atendimento às necessidades
pessoais em áreas contaminadas, entretanto, deve ser o mesmo adotado para as áreas onde
há o perigo químico.

MEDIDAS DE DEFESA INDIVIDUAL CONTRA ATAQUES NUCLEARES


16-1. GENERALIDADES
As ações de proteção individual, contra os efeitos de um arrebentamento nuclear, são
voltadas, especificamente, para os efeitos térmico, mecânico e radioativo.

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a. Efeito térmico - O calor e a luz, liberados durante um arrebentamento nuclear, compõem
o efeito térmico. A luz intensa que é liberada deve ser evitada e, em hipótese alguma, o
combatente deverá olhar diretamente para a bola de fogo. O uniforme de combate oferece
uma pequena proteção contra os efeitos do calor, que podem ser perigosos, mesmo em áreas
livres dos efeitos de choque e da radioatividade.
Em tais circunstâncias, as partes do corpo que estiverem cobertas pela roupa terão uma
razoável proteção contra queimaduras. Roupas largas oferecem melhor proteção contra
queimaduras
adiciona mais do que roupas
roupas apertadas,
ou cobertas aumentando
ao corpo. (Fig. 16-1).a proteção à medida que o combatente
b. Efeito mecânico - O efeito mecânico, ou de sopro, ocorre produzindo um violento
deslocamento de ar. A proteção contra o sopro consiste, principalmente, em abrigar-se do
deslocamento de ar e dos inúmeros fragmentos que são lançados, perigosamente, a grandes
distâncias. (Fig. 16-2).
c. Efeito radioativo - O perigo radioativo decorre, principalmente, da radiação gama e da
emissão de nêutrons. A radiação das partículas alfa e beta oferece perigo apenas se
introduzidas no organismo, devido ao seu baixo poder de penetração, que só ocorre a
pequenas distâncias do arrebentamento. As roupas protetoras evitarão o contato de materiais
radioativos com a pele.
16-2. DEFESA ANTES DO ATAQUE NUCLEAR
A melhor proteção para o homem contra um ataque nuclear, é o abrigo individual.

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Posições defensivas contra um ataque nuclear devem ser preparadas, sempre que a
situação tática permitir. Essas posições podem variar, desde tocas para um homem, até
abrigos improvisados para pequenas frações. Alguns tipos de construções oferecem boa
proteção contra a radiação inicial, além de serem eficazes contra o sopro e o calor.
a. Tocas - A terra oferece boa proteção, sendo o material encontrado mais facilmente
numa posição ocupada por uma tropa. A construção de tocas, portanto, a medida mais
indicada
habilitadopara obter-sesua
a construir uma excelente
toca, em cada proteção
posiçãopara
que os
suahomens.
unidadeOocupar
combatente deveque
e, sempre estar
o
tempo permitir, realizar melhorias para aumentar sua proteção. As tocas mais profundas
oferecem melhor proteção porque aumentam a quantidade de terra entre a bola de fogo e o
homem. A radiação, no entanto, penetrar na toca, através da terra e pela sua abertura. A
quantidade de radiação que atravessa a terra é consideravelmente reduzida. Se a abertura da
toca for coberta, radiação, que porventura entrar, será atenuada e haverá uma proteção
também contra a precipitação. A toca e a proteção que cobre sua entrada devem oferecer
resistência compatível contra o efeito de sopro do arrebentamento nuclear.
b. Abrigos - Túneis e cavernas oferecem muito boa proteção, a menos estejam próximos
de um arrebentamento sob a superfície. Bueiros, galerias e podem ser usados, em situações
de emergência,
Os veículos embora ofereçam
blindados apenas
oferecem umaeficaz,
proteção proteção parcial. das situações.
na maioria
c. Proteção de equipamentos e suprimentos - O equipamento individual deve ser colocado
em locais protegidos, tais como, a toca do combatente, ou outra toca que lhe for destinada.
Objetos como latas de ração, latas de gasolina e ferramentas, devem ser protegidos, para
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minimizar o perigo de serem danificados por fragmentos atirados, violentamente, pelo efeito de
sopro. As rações e os suprimentos permanecem empacotados, para proteção contra a
precipitação, e os recipientes d’água devem ser guardados em tocas cobertas.
16-3. DEFESA DURANTE O ATAQUE NUCLEAR
O ataque nuclear inimigo, provavelmente, será executado sem nenhuma advertência. O
primeiro indício de que um arrebentamento tem origem nuclear, é a intensa luz que emite,
muito maisEste
proteção. brilhante que de
espaço a dotempo
sol. Haverá um tempo,
dependerá muito curto,
da potência para tomar
da bomba e daasdistância
medidas de
do
arrebentamento; entretanto, as ações a tomar devem ser automáticas e instintivas. O calor e a
radiação chegam com a intensa luz da explosão e o sopro, alguns segundos após. Se houver
alguma suspeita de que o inimigo poderá lançar um artefato nuclear, todos os homens que
não estiverem engajados em atividades indispensáveis devem permanecer abrigados o maior
tempo possível. Os homens que estiverem expostos, quando ocorre o arrebentamento, devem
tomar as ‘Posições de Proteção Individual”, que envolvem as seguintes ações:
a. Deitar imediatamente no chão, com o rosto voltado para o solo, ou entrar na toca e
voltar a face para o fundo. Qualquer depressão no chão ou uma pedra, relativamente grande,
 já proporcionam alguma proteção;
b.
c. Fechar
Protegerosaolhos;
pele exposta, contra o calor, colocando as mãos próximas, ou sob o corpo,
mantendo o capacete na cabeça;
d. Permanecer deitado, ou na toca, até a onda de sopro passar, aguardando que os
fragmentos arremessados pela explosão parem de cair;
e. Manter-se calmo. Verificar se há ferimentos, se o armamento e o equipamento estão
danificados, e preparar-se para prosseguir na missão.
16-4. DEFESA APÓS O ATAQUE NUCLEAR
Após um ataque nuclear, os combatentes preparam-se para prosseguir na missão. O
equipamento é recolhido e reorganizado, as posições são reparadas e reforçadas, e a tropa
prepara-se para a possível precipitação radioativa. A presença de radioatividade e seus níveis
de intensidade são determinados por instrumentos de monitoração até que ocorra a
precipitação radioativa, quando todos devem retornar a seus abrigos.
a. Defesa contra a precipitação
(1) Antes da chegada da precipitação:
(a) Colocar a máscara contra-gases (para evitar inspirar poeira radioativa);
(b) Fechar a roupa de combate (luvas, capuz, mangas, etc.);
(c) Se a missão permitir, ocupar todos abrigos existentes (edifícios, cavernas, tocas
individuais com telheiro, veículos, etc.);
(d) Fechar todas as aberturas de viaturas (portas, janelas, escotilhas, etc.);
(e) Colocar os toldos das viaturas e por em funcionamento os sistemas de filtração-
pressurização dos blindados;
(2) Durante a precipitação;
(a) Não comer, não beber e não fumar;
(b) Descontaminar as mãos antes de urinar e defecar.
(3) Após a precipitação:
(a) Descontaminar todas as peças, equipamentos, armamentos, etc., expostos à
precipitação.
b. Necessidade de movimentos - Se a taxa de exposição radioativa atingir níveis
perigosos, após a passagem da precipitação os homens devem ser conduzidos para áreas
menos perigosas.
Os deslocamentos
previsão da tropa, contudo,
da nuvem de precipitação nãopois
radioativa, devem ser dirigidos
a localização comdabase,
precisa nuvemapenas, na
radioativa
não pode ser seguramente prevista. O seu acompanhamento, pelas informações de outras
unidades, aproximarão as previsões da realidade.

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DEFESA CONTRA O ATAQUE NUCLEAR
18-1. GENERALIDADES
Em uma guerra nuclear, as unidades, normalmente, atuam tão dispersas quanto a missão
e a situação tática permitirem. As unidades dispersas oferecem alvos pouco compensadores
e, conseqüentemente, obtêm maior proteção. Maiores reajustes quanto a posições,
movimentos e missão das unidades, são realizados, normalmente, pelo escalão superior,
visando minimizar
de prosseguir os efeitos de ataques
nas operações combate.nucleares e, ao mesmo tempo, manter a capacidade
A complexidade das guerras modernas e seus equipamentos impõem o emprego maciço
de tropas; todavia, a concentração dessas tropas e equipamentos pode ser reduzida ao
mínimo, com a dispersão adequada das unidades. Ainda assim, é provável que as unidades
sujeitas aos ataques nucleares venham a sofrer muitas baixas.
18.2. DEFESA CONTRA A ESCOLHA DE ALVOS PELO INIMIGO
A importância de defesa contra a escolha de alvos pelo inimigo é enfatizada na guerra
nuclear. Um alvo precisa ser escolhido antes de ser atacado; portanto, a primeira medida da
defesa contra ataques nucleares é impedir que as unidades amigas sejam localizadas pelo
inimigo.
a. Técnicas inimigas de seleção de alvos - O inimigo pode utilizar qualquer uma das
seguintes técnicas de localização de alvos: observação visual, radar, infra vermelho,
reconhecimento aéreo, radiogoniometria, patrulhas de longo alcance, espiões ou
colaboradores. As técnicas usadas para localizar uma unidade vão depender da sua posição
em relação à frente de combate e do tipo da unidade. Em todos os casos, as
radiocomunicações devem ter seu tráfego reduzido ao mínimo, para dificultar ao máximo a
radiogoniometria do inimigo.
b. Zonas de combate - As áreas de combate sob controle amigo podem ser divididas em
duas zonas: Zona A, até 2 km da frente de combate, e Zona 8, acima de 2 km da frente de
combate:
(1) Zona A - As unidades que estiverem nesta zona são as mais vulneráveis à
observação visual, infravermelha e radiogoniometria. O inimigo irá posicionar a
maioria de seus equipamentos de observação o mais próximo possível da frente de combate,
para aproveitar ao máximo seu alcance; além disso, as unidades inimigas, próximas à frente
de combate, estarão constantemente procurando observar as atividades amigas. Qualquer
movimento na Zona A é passível de ser detectado e as unidades e os combatentes devem
evitar movimentos desnecessários. O tráfego de comunicações deve ser reduzido ao mínimo e
os equipamentos de comunicação devem ser posicionados o mais longe possível da tropa.
(2) Zona B - As unidades que estiverem nesta zona serão localizadas, provavelmente,
por reconhecimento aéreo, patrulhas de longo alcance, simpatizantes do inimigo e
radiogoniometria. As unidades da Zona B precisam usar os equipamentos de comunicações
para cumprir, eficientemente, suas missões. A localização das unidades, pela interceptação de
suas comunicações, é mais demorada do que a localização por outros métodos. Esta demora
permite às unidades descobertas mudarem suas posições, para escaparem de ataques
inimigos. As unidades na Zona B geralmente precisam mudar de posição a cada 12 horas.
Nesta zona, o movimento de civis deve ser restrito e a segurança das unidades é enfatizada,
para impedir que colaboradores e espiões inimigos venham a localizá-las.
18-3. PREPARAÇÃO DA DEFESA CONTRA O ATAQUE NUCLEAR
A defesa da unidade contra ataques nucleares é preparada sempre que a situação
permitir. Esta defesa inclui desde as tocas individuais até abrigos coletivos. Certos materiais
comuns
contra aseradiações
alguns tipos de econstruções
gama nêutrons, o já mencionados
sopro (capítulopela
e o calor liberados 16),explosão
oferecemnuclear.
boa proteção
a. Abrigos individuais - O perigo das partículas alfa e beta é apenas interno ou de contato;
portanto, os abrigos individuais devem ser voltados para proteção contra radiação gama e

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nêutrons. Tocas, crateras, depressões do terreno e outros tipos de abrigos, devem ser
amplamente utilizados, desde que a missão da unidade permita.
b. Abrigos coletivos - Os abrigos coletivos podem ser construídos ou improvisados.
(1) Abrigos construídos - Na construção de abrigos, duas considerações merecem
especial atenção: acessos e suprimento de ar. Cada abrigo deve ter, no mínimo, duas saídas,
para o caso de uma ruir ou ser bloqueada por entulhos. Na entrada e no interior do abrigo,
deve haver uma antecâmara, em ângulo reto, para evitar a exposição direta aos efeitos de
sopro, dadaradiação
bloqueio passagemtérmica
de arepara
da radiação
o abrigo. nuclear. Duas
Os abrigos saídas
podem também ajudam
ter suprimento a impedir
mecânico de ar oe
elementos filtrantes. (Fig. 18-1)

(2) Abrigos improvisados - As construções encontradas na zona de ação de uma


unidade podem ser aproveitadas para a improvisação de abrigos coletivos. As construções,
geralmente, não são suficientemente resistentes para oferecerem uma proteção eficaz contra
os efeitos dos arrebentamentos nucleares; entretanto, os pavimentos mais baixos ou
reforçados com concreto, ou ainda, estruturados em aço, podem oferecer excelente proteção
contra tais efeitos, exceto contra a alta pressão do sopro. Os combatentes que ocuparem
abrigos improvisados não devem permanecer próximos a portas e janelas voltadas para o
ponto zero, pois estarão expostos à radiação inicial, além do calor e dos danos causados pelo
sopro, principalmente os impactos dos fragmentos lançados pelo deslocamento de ar.
18-4. PROTEÇÃO DE SUPRIMENTOS
Os suprimentos da unidade, particularmente explosivos e inflamáveis, precisam estar
dispersos. Os entulhos são mantidos à distância, para que não venham a incendiar-se próximo
a esses materiais. Objetos como rádios, geradores, ferramentas, fogões e vasilhames de
combustíveis, devem estar protegidos, para reduzir o perigo de serem atingidos por
fragmentos lançados pela onda de choque. Os suprimentos devem permanecer embalados,
para que fiquem protegidos contra a poeira radioativa. Alimentos e água são armazenados em
locais cobertos.
18-5. PROBLEMAS RELACIONADOS A UNIDADES ESPECÍFICAS
Alguns tipos de unidades apresentam problemas peculiares em um ambiente nuclear, por
causa da natureza de suas missões:
a. Unidades de artilharia - Em um ambiente nuclear, as unidades de artilharia de
campanha devem ter prioridade, na escolha de locais para sua instalação. Estas unidades
podem ser localizadas
Tal localização é feita pelo
com inimigo, devido ao
certa demora, volume
o que e tipoàsdefrações
permite emprego das comunicações.
mudarem de posição,
depois de cumprirem suas missões de fogo e antes do inimigo atingi-las com artefatos
nucleares.
b. Unidades de comunicações e Postos de Comando - Estas unidades podem ser
detectadas pelo volume e tipo de tráfego de radiocomunicações. Se possível, os
equipamentos de comunicações devem ser localizados de 5 a 10 km do PC. A mudança
freqüente do equipamento impedirá o inimigo de localizar as unidades e, com isso, diminuirá
consideravelmente a possibilidade de um ataque nuclear direto.
18-6. DEFESA DA UNIDADE DURANTE UM ATAQUE NUCLEAR
Durante um
As atividades daataque nuclear,
unidade a defesa da
são suspensas porunidade consiste,
um curto principalmente,
prazo, porque em abrigar-se.
todo o pessoal tomará
medidas protetoras. Os abrigos naturais são os meios de proteção mais imediatos para os
combatentes expostos. Tão logo passe o perigo, o comandante da unidade analisa a situação
e toma as decisões apropriadas.
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18-7. AÇÕES IMEDIATAS APÓS O ARREBENTAMENTO NUCLEAR


Algumas unidades são selecionadas para fazer observações sobre os arrebentamentos
nucleares. Estas observações serão usadas para detalhar a predição da precipitação
radioativa. Qualquer unidade, porém, pode enviar tais observações e fazer a predição
simplificada.
a. Unidades selecionadas - O pessoal designado das unidades selecionadas faz
observações
Este pessoal,para determinarpertence
normalmente, os parâmetros da nuvemdaradioativa
aos comandos artilharia (figura 19-11 - capítulo
de campanha, 19).e
antiaérea
unidades que possuam instrumentos óticos. As observações feitas são informadas através do
sistema de mensagens QBRN (Anexo D).
b. Outras unidades - As unidades que avistarem o arrebentamento nuclear podem ser
capazes de obter dados suficientes para ajudar o comandante em sua análise da situação. Os
dados sobre as condições meteorológicas, principalmente direção e velocidade do vento,
devem ser informados e mantidos atualizados junto aos comandos dos escalões superiores.
Estes dados, acrescidos da localização do ponto zero, obtida por observação ou dedução da
unidade observadora, são utilizados para realizar a predição da precipitação radioativa,
baseando-se no sistema de mensagens QBRN, para transmiti-los. Se for possível a obtenção
de informações
comandante da preliminares,
unidade nãosuficientes para fazer
precisa aguardar a predição
dados da precipitação
mais detalhados, simplificada,
vindos do escalãoo
superior, para iniciar seu planejamento.
18-8. ESTUDO DE SITUAÇÃO DO COMANDANTE DE UNIDADE
Quando o perigo imediato da radiação térmica, do sopro e da radiação inicial, tiver
passado, o comandante da unidade realiza seu estudo de situação, para determinar o curso
de suas ações.
a. A análise - O comandante da unidade deve determinar:
(1) O número e a gravidade das baixas;
(2) A extensão dos danos;
(3) As condições da Unidade para continuar na missão;
(4) O grau e a extensão do perigo radioativo;
(5) Se o terreno acidentado na área do ponto zero irá interferir no cumprimento da
missão;
(6) Quando o pessoal poderá abandonar as tocas e os abrigos;
(7) O início da transmissão das mensagens do sistema QBRN;
b. Considerações - Em sua análise o comandante deve fazer as seguintes considerações:
(1) Após um arrebentamento no ar, a determinação da radiação induzida é feita tão
logo seja possível, para atender ao item (4) da letra a acima. Esta, normalmente, é parte da
missão dos primeiros elementos que se aproximarem do ponto zero;
(2) Caso o arrebentamento seja na superfície ou abaixo dela, os níveis de radiação
residual serão determinados, para atender ao item (4) da letra a;
(3) As condições da unidade prosseguir na missão vão depender do número de
baixas, da extensão dos danos causados no equipamento e nos suprimentos, no histórico de
exposição radioativa da unidade e no perigo de contaminação existente;
c. Mensagens - Quando o estudo de situação está pronto, o comandante da unidade
passa a operar o sistema de mensagens QBRN, pelos meios mais rápidos disponíveis, para
informar ao escalão superior sobre os dados colhidos e o curso das ações tomadas.

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CAPÍTULO 9
NÓS E AMARRAÇÕES
1. INTRODUÇÃO
a. Para aplicar com eficiência os princípios fundamentais de escalada, é necessário
onhecer e, principalmente, estar em condições de executar, com perfeição, os nós e
marrações mais utilizados nos trabalhos em montanha.
b. Utilizando
formas, a técnica
sob quaisquer correta e(pouca
condições com rapidez, é preciso
visibilidade, saber
cansaço, confeccioná-los
limitação de uma dasde ãos),
árias
arrematá-los e desfazê-los.
c. O aprendizado dos nós baseia-se na capacidade de “fotografá-los”, ou seja, ravar na
memória as figuras que estes formam depois de confeccionados. A execução rápida e orreta
depende exclusivamente de uma prática constante.
2. DESENVOLVIMENTO
a. Nomenclatura (Fig 2-1)
(1) Cabo - É o mesmo que corda.
(2) Cabo Solteiro - Corda de 4 a 5m, com 9 a 12 mm de diâmetro, usada para a
confecção
cordas. de assentos, atadura de peito, segurança individual e trabalho de tracionamento de
(3) Retinida - Corda fina (diâmetro de 6 a 8 mm) utilizada para trabalhos auxiliares.
(4) Alça - Volta ou curva em forma de “U”.
(5) Anel - Volta em que as partes da corda se cruzam.
(6) Chicote - É a extremidade livre de uma corda.
(7) Firme - Parte que fica entre o chicote e a extremidade fixa de uma corda.
(8) Permear - Dobrar a corda ao meio.
(9) Seio – Alça central de uma corda.
(10) Ancorar - Fixar uma corda num ponto qualquer.
(11) Acochar - Ajustar o nó, apertá-lo.
(12) Coçar - Gastar a corda pelo atrito contra uma superfície áspera ou outra corda. Uma
corda coçada é uma corda puída.
(13) Morder - Prender a corda por pressão, seja com superfície rígida ou pela própria
corda.
(14) Safar - Liberar uma corda quando enrolada ou presa.
(15) Cocas - Voltas ocasionais que aparecem em uma corda.
(16) Desencocar - Tirar as cocas da corda.
(17) Bater uma corda - Desencocar a corda e retirar as impurezas.
(18) Falcaçar - Unir os cordões do chicote por meio de um barbante, fogo ou fita adesiva,
para que o mesmo não desfie ou desmanche.
(19) Costura - Passagem do cabo em um mosquetão para direcionar a escalada.

Fig 2-1. Partes de uma corda.

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b. Características dos nós:
(1) Fácil confecção
(2) Ser seguro sem tendências a afrouxar-se, ajustar-se ou deslizar quando
submetido ou não a um esforço de tração.
(3) Fácil soltura não apresentando excessiva resistência após ter sofrido fortes e
prolongadas tensões.
c. Classificação dos nós quanto ao seu emprego
(1) Nós na extremidade
(a) Nó simples (Fig de um–cabo
2-2) (ou para
É o mais empunhadura)
simples de todos os nós. Pode ser usado
provisoriamente como falcaça na extremidade de um cabo, ou ainda nas cordas finas,
molhadas ou escorregadias para dar mais firmeza na empunhadura por meio do apoio
oferecido pela saliência do nó.

Fig 2-2. Nó Simples.


(b) Nó alemão ou nó em “8” (Fig 2-3) - Usa-se o nó alemão com a mesma
finalidade do nó simples, com a vantagem de ser um nó maior, de melhor soltura e
empunhadura.

Fig 2-3. Nó alemão.


(c) Nó de frade (Fig 2-4) - Usa-se o nó de frade quando se deseja um nó maior
do que os nós simples ou alemão. Pode ser utilizado nas cordas finas, molhadas ou
escorregadias para dar maior firmeza na empunhadura por meio do apoio oferecido pela
saliência do nó (corda fradeada).

Fig 2-4. Nó de frade.


(2) Nós de junção ou emenda
(a) Nó direito (Fig 2-5) - Usa-se o nó direito para emendar dois cabos de
mesmo diâmetro. Deve ser sempre arrematado, caso contrário, torna-se pouco seguro, pois
se afrouxa caso não seja tracionado, podendo desatar, particularmente se as cordas forem
novas ou de grande diâmetro.

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(b) Nó de escota simples (Fig 2-6) - O nó de escota tem a mesma finalidade do nó


direito, com a vantagem de servir para unir dois cabos de diâmetros diferentes, cabos que
estão molhados e escorregadios e para prender um cabo a um laço. Assim como o nó direito,
deve ser sempre arrematado, pois se afrouxa caso não seja tracionado, podendo desatar. A
corda de menor diâmetro ou mais macia é aquela que costura a alça da outra.

(c) Nó de Escota duplo (Fig 2-7) - O nó de escota duplo é mais seguro do que o
nó de escota simples, pois o cabo de menor diâmetro envolve duas vezes a alça do cabo de
maior diâmetro ou escorregadio, sendo mais difícil que se desate acidentalmente. Da mesma
forma que o nó de escota simples, deve ser arrematado.

Fig 2-7. Nó de escota dupla.


(d) Nó de fita (Fig 2-8) - O nó de fita é utilizado para unir extremidades de fitas de
escalada ou ainda cabos de mesmo diâmetro. É mais seguro que o nó direito e o de escota.
Não é necessário o seu arremate.

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Fig 2-8. Nó de fita.


(e) Nó de pescador simples (Fig 2-9) - O nó de pescador é indicado para unir
dois cabos de mesmo diâmetro. É mais seguro que os já citados, pois não se afrouxa quando
não é tracionado, não necessitando ser arrematado e sendo de mais fácil soltura. Por isso, é
empregado para arrematar os outros nós.

(f) Nó de Pescador Duplo (Fig 2-10) - O nó de pescador duplo tem a mesma


finalidade e características do nó de pescador simples, sendo mais seguro. É o nó mais
recomendado pelos fabricantes para unir dois cabos de mesmo diâmetro.

(3) Nós alceados


(a) Nó de aselha simples (Fig 2-11) - É um nó simples confeccionado com uma
alça. Serve para fazer ancoragens, ambos por meio de um mosquetão. Também é empregado
na confecção de estribos e no tracionamento de cabos. Quando sofre muita tração, fica difícil
de desatar. Poderá ser
confeccionado pela forma induzida
(com apenas uma extremidade do
cabo livre) e sempre deverá ser
arrematado.

Nó de aselha simples (Fig 2-11)

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(b) Nó de aselha dupla (Fig 2-12) - Com a mesma finalidade e características do
nó de aselha simples, é de confecção um pouco mais difícil, porém é mais seguro, pois possui
duas alças para serem utilizadas nas ancoragens. Deverá ser sempre arrematado.

(c) Nó de aselha em oito (Fig 2-13) - É um nó alemão (em “8”) confeccionado com
uma alça. Tem a mesma finalidade da aselha simples, com a vantagem de desatar mais
facilmente, sendo utilizada também para ancorar o cabo de escalada aos diversos tipos de
assentos. Quando for sofrer grandes trações, deve-se dar de duas a três voltas com a alça da
corda antes de introduzi-la no anel. Também poderá ser feito pela forma induzida e deverá ser
arrematado.

(d) Nó lais de guia (Fig 2-14) - O nó lais de guia serve para fazer uma alça que não
se aperta quando submetida a esforço, além de ser de fácil soltura. É muito seguro e de
múltiplas finalidades, podendo ser utilizado para segurança individual do escalador, fixação de
cordas, prover segurança e encordamento (somente em casos de emergência). Ao executá-lo,
deve-se tomar cuidado, pois sendo mal confeccionado desmancha-se com facilidade ou
transforma em um nó de correr. Tem a vantagem de proporcionar rápido ajuste do tamanho
da alça. Deve ser sempre arrematado.

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(4) Nós de arremate
(a) Nós de pescador (simples ou duplo) (Fig 2-9 e 2-10) – São também
utilizados para arrematar outros tipos de nós.
(5) Nós de amarração
(a) Nó boca de lobo (Fig 2-15 e 2-16) - O nó boca de lobo serve para fixar a
corda em troncos ou em um estropo, devendo ser arrematado. Pode ser confeccionado por
dois processos:Com um chicote (induzido)

Com o seio

Fig 2-16. Nó boca de lobo feito com o seio da corda.


(b) Nó de porco (Fig 2-17 e 2-18) - Usa-se o nó de porco para prender um cabo
a uma viga, cano ou estaca, galhos, na fixação de um ferido a uma maca e em algumas
amarrações na técnica de escalada em cordada. Também deve ser arrematado e pode ser
confeccionado por dois processos:
Com um chicote (induzido)

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Com o seio

(c) Nó Mola (Fig 2-19) – O nó mola é empregado nas ancorragens que necessitam
ser rapidamente equipadas e desequipadas em virtude de ser de fácil soltura, mesmo quando
submetido a fortes tensões. Utiliza-se um nó de porco arrematado no segundo ponto de
ancoragem. Para maior segurança pode ser executado com o cabo permeado.

(6) Nó auto bloqueante


Nó Prússico (Fig 2-20 e 2-21) - O nó prússico é um nó empregado para fixar cordas auxiliares
a uma outra de maior bitola, para dar tensão em outros cabos, para segurança e para
ascensão em um cabo vertical com o uso de estribos. Possui a peculiaridade de prender e
segurar quando for exercida tração sobre ele. Uma vez feito o nó e estando seguro, faz-se
correr no sentido que se deseja e para mantê-lo firme no lugar, basta largá-lo, tracionando-o
com firmeza ou deixando que o próprio peso do corpo exerça a tensão. Deve ser arrematado
e pode ser confeccionado de duas maneiras:
(a) Com um chicote (induzido)

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(b) Com o seio

(7) Nó de segurança
Nó meio-porco (Nó UIAA) (Fig 2-22) – O meio-porco é um nó que leva o nome da União
Internacional dos Alpinistas Associados e é bastante utilizado na segurança, em especial na
situação em que o assegurador não está em boa posição. O cabo que dá segurança ao
escalador passa por um mosquetão (preso em uma ancoragem) com o nó meio-porco. No
caso de queda, um pequeno esforço será suficiente para que o assegurador trave a corda,
pois o nó “morderá” o cabo no mosquetão.

Fig 2-22. Nó meio-porco.


d. Considerações sobre a confecção dos nós
(1) Na confecção de um nó deve-se ter o cuidado de evitar trançar ou torcer as voltas
da corda, para não deformar sua aparência ou “fotografia”. Um nó mal confeccionado poderá
afrouxar e desatar quando não estiver sendo exigido e, quando estiver com as voltas
superpostas, será mais difícil de desatar após tensionado.
(2) Todo nó deve ser acochado e a maioria arrematado com um nó de pescador
simples ou, preferencialmente, um nó de pescador duplo. Este arremate visa a aumentar a
segurança do nó. Os
pescador (simples ou seguintes nós porco.
duplo) e meio não devem ser arrematados: simples, alemão, frade, fita,
(3) O arremate deve ser confeccionado bem junto do nó, devendo ainda sobrar no
mínimo 8 cm (quatro dedos) de corda em cada chicote, após a confecção do arremate. Caso a
sobra de corda seja maior, esta deve ser atada ao firme para não pender livremente.

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(4) Os nós e as voltas reduzem a resistência dos cabos segundo a tabela abaixo:

Nós  Aselhas Lais de guia Pescador duplo, nó de fita Simples, pescador, porco
Perda  20 a 25 % 25 a 30% 30 a 35% 35 a 40%
Fonte: American Alpine Journal (para cabos tipo Kernmantle)
Tabela 2-1. Redução da resistência dos cabos em conseqüência dos nós utilizados.

e. Assentos e Ataduras
(1) Os assentos de peito
são artifícios deimprovisados
cordas confeccionados para descida de rapel e para
fornecer segurança ao escalador durante a escalada. Fornecem relativo conforto e boa
liberdade de movimentos com ambas as mãos. Dos diversos tipos de assentos, pela
simplicidade, segurança e facilidade de confecção, vamos nos ater ao assento americano e à
atadura de peito.
(2) Assento Americano (Fig 2-23) – O assento americano é de confecção simples,
sendo finalizado com um nó direito. Deverá ser bem acochado e arrematado, caso contrário
não será seguro.

Fig 2-23. Confecção do assento americano


(3) Atadura de Peito (Fig 2-24) – A atadura de peito é um artifício de corda
confeccionado para aumentar a segurança durante a realização de uma escalada ou de uma
desescalada, dividindo a tensão com o assento americano e evitando que o escalador fique
de cabeça para baixo em caso de queda ou perda dos sentidos. Fornece relativo conforto e
boa liberdade de movimentos com ambas as mãos. Tanto no assento americano, quanto na
atadura
trabalho.de peito, o nó direito unindo os chicotes deve ser feito do lado oposto à mão de

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CAPÍTULO 10 – TRANSPOSIÇÃO DE CURSOS D’ÁGUA COM MEIOS
AUXILIARES DE FLUTUAÇÃO
ARTIGO I
CABO SUBMERSO
7-1. GENERALIDADES
a. Construção
O cabo submerso consta de uma corda, de preferência de origem sintética, ancorada
em ambas as margens do curso d’água, tangenciando a superfície líquida. Para larguras de
até 15m, usa-se corda de 1/2 pol e, acima de 15m, deve-se usar corda de 3/4 pol.
b. Processos de ultrapassagem
(1) Deitar sobre o cabo
submerso; empunhá-lo com ambas as
mãos, mantendo as pernas abertas;
em movimentos iguais e sucessivos,
tracionar o corpo com os braços,
deslizando sobre a corda, até atingir a
margem (2)oposta (F 7-1).
Empunhar o cabo submerso,
com as costas voltadas para o sentido
da correnteza do rio; tracionar o corpo
lateralmente, através de movimentos
sucessivos dos braços, até atingir a
margem oposta (Fig 7-2).
c. Emprego
É utilizado para transposição de
cursos d’água de margens baixas,
apresentando a vantagem da rapidez
no lançamento e na ultrapassagem. A
grande desvantagem do cabo
submerso consiste em que o fardamento, o equipamento e o armamento ficam molhados.
ARTIGO II
BÓIAS IMPROVISADAS
7-2. BÓIA DE CANTIS
Prender ao cinto de guarnição cerca de oito cantis vazios e fechados, fixando-o à cintura
ou ao tórax do combatente (Fig 7-3).
7-3. BÓIA DE TALO DE BURITI
Unir talos secos de buriti, ou outro tipo de madeira de fácil flutuação, como um colete, de
modo que envolvam o tórax do
combatente (Fig 7-4).

7-4. BÓIA DE CAMISA

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Abotoar todos os botões da camisa, colocando a gola para dentro; molhá-la; para inflar,
mantendo aberta a camisa na sua parte inferior, sentar ou saltar sobre a água e em seguida
fechar, com uma das mãos, a mesma parte inferior acima citada, à altura da cintura. Isto irá
formar um bolsão de ar no interior da camisa, na regi das espáduas, o que auxiliará a
flutuação. Caso haja esvaziamento do bolsão de ar, o combatente deverá expirar entre o 2º e
3º botões da camisa, a fim de recompletá-lo (Fig 7-5e 7-6).

7-5. BÓIA DE CALÇA


a. Amarrar as pernas da
calça, abotoar a braguilha e
virá-la do avesso; molhar para
inflar, levá-la pelo cós para
trás da cabeça procurando
manter a cintura aberta, de
modo a permitir a entrada de
ar nas pernas e, num
movimento
contra a água; rápido,
em ‘ seguida,
batê-la
fechar a boca da calça com
uma das mãos. A bóia está
pronta para ser utilizada,
constituindo-se em excelente
auxílio à flutuação (Fig 7-7)
b. Para a transposição
apoiar o corpo pelo abdome
ou por uma das axilas entre as
pernas infladas da calça,
mantendo
com uma fechada a cintura
das mãos. Para
reinflar as pernas da calça,
expirar através da cintura (Fig
7-8).

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ARTIGO III
BALSAS IMPROVISADAS
7-6. BALSA DE FOLHAS E PANO DE BARRACA OU PONCHO
a. Construção
(1) Fechar o capuz do poncho
colocá-lo estendido no chão, com o
capuz voltado em
uma armação para baixo;
forma preparar
de “X”, com
dois paus de cerca de 0,8 m de
comprimento; juntar grande quantidade
de folhas, de modo a encher
completamente o espaço delimitado
pela armação fechar o poncho
conforme indicado na figura 7-9.
(2) Envolver o primeiro conjunto
com um segundo poncho ou pano de
barraca, inversamente à posição do
anterior,
aumentar avisando
vedaçãodessa maneira a
(Fig 7-10).
(3) O material do combatente é
amarrado simetricamente sobre a
balsa, de modo a manter o equilíbrio;
prender também um cantil vazio, com
um cordel de cerca de 5 metros, à
guisa de bóia, para facilitar o resgate
da balsa, caso esta afunde (Fig 7-11).
(4) Utilizando o meio-pano de
barraca, manter a janela para cima.
b. Transposição
Os combatentes nadam
empurrando a balsa, evitando apoiar o
corpo sobre ela. 
c. Emprego
Empregada por dupla, quando os combatentes têm que transpor um curso d’água com
todo o equipamento.
7.7 BALSA DE EQUIPAMENTO E PONCHO
a. Construção
(1) Fechar o capuz do poncho e colocá-lo sobre o solo, mantendo o capuz para baixo;
dispor o armamento diagonalmente sobre o poncho, formando uma armação em “X”; colocar o
equipamento individual simetricamente, conforme indicado na Fig 7-12.
(2) Tomando o cuidado de, com os coturnos, proteger o poncho das arestas vivas do
armamento, fechar o poncho (Fig 7-9) ;envolver o conjunto com um segundo poncho,
inversamente à posição do primeiro; prender um cantil vazio balsa, com um cordel de cerca de
5m, a fim de facilitar o seu resgate, caso ela afunde.
b. Transposição
Para a transposição, os combatentes nadam empurrando a balsa, evitando apoiar o
corpo sobre ela.
c. Emprego
molharEmprego idêntico
o equipamento e oaoarmamento,
da balsa de folhas
caso vire.e pano de barraca, com a vantagem de não

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ARTIGO IV
JANGADAS
7.8. GENERALIDADES
a. Neste artigo serão apresentados dois tipos de jangada; no entanto, dependendo do
material e tempo disponíveis, da distância a ser percorrida e da habilidade dos construtores,
ela poderá ser construída de outras maneiras que não as apresenta das.
b. Construção
(1) Execute o teste de flutuabilidade dos troncos escolhidos, ou seja, lance pequenos
pedaços do tronco; se estes flutuarem, é sinal de que a madeira pode ser utilizada na
construção da jangada.
(2) Corte os troncos que apresentem melhor flutuabilidade, no tamanho desejado, e
una-os através de corda, cordões ou cipós, conforme mostram as figuras 7-13 e 7-14,

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c. Transposição
(1) Os combatentes preparam como seu equipamento uma balsa improvisada,
amarrando-a sobre a jangada e, com remos improvisados ou varas, auxiliam a transposição.
(2) O número de homens e a quantidade de material dependem do tamanho da
 jangada. Uma jangada com 10 toras de 6 metros de comprimento por 30cm de diâmetro
permite a um grupo de 7 homens navegar durante dias, com todo o seu equipamento.
d. Emprego
É empregada normalmente para efetuar longos percursos, uma vez que a sua
construção é trabalhosa e demorada.

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CAPÍTULO 11 - PONTES
ARTIGO 1
PASSADEIRAS 
8-1. PINGUELA
Quando o curso d’água tiver pequenas
proporções,
vadeável, pode comserlargura
usado de
um até 30m
tronco de eárvore,
não for
de
comprimento suficiente para o cruzar de uma
margem à outra. Na selva, pode-se abater uma
árvore em uma das margens, fazendo com que, ao
cair, cruze o rio na sua largura. Para que a travessia
seja feita em segurança, é necessário fazer um
corrimão. É um processo simples, no qual a perda
de tempo no abate da árvore é plenamente
compensada pela segurança e pela rapidez na
transposição (Fig 8-1).
8.2. PASSADEIRA PÊNSIL
Fixar dois cabos de aço paralelamente sobre o
obstáculo, distantes entre si de aproximadamente
1,20 metro. Fixar sobre os tábuas de 1,40m x 0,30m
x O,025m. A passadeira é um trabalho
semipermanente, normalmente realizado por
elementos de Engenharia. È empregada, em
princípio. em vãos de até 30 m. A travessia deve ser
feita em passo vivo pelo centro da passadeira,
procurando pisar firme, a fim de neutralizar o
movimento ondulatório (Fig 8-2). Para maior
segurança, pode-se instalar corrimão. Os elementos
de Engenharia têm condições de construir diversos
tipos de passadeiras pênseis, de acordo com o
material e o tempo disponíveis.
ARTIGO II
PONTES DE CORDAS
8.3. GENERALIDAES
As pontes de cordas s meios improvisados e temporários para cruzar obstáculos, tais
como cursos d’água, canais, desfiladeiros, etc. Este método só é usado quando resulta em
economia de tempo.
8-4. PONTE DE UMA CORDA
a. Construção
Esta ponte é construída com uma
corda, ancorada numa das extremidades com
o nó de porco com um cote e, na outra, com o
nó de borboleta, que facilitará a operação de
tesar o cabo periodicamente; em seguida,
ancora-se o chicote
b. Processos de num ponto de amarração.
travessia
(1) Comando “craw”
O combatente deita-se na corda,
colocando sobre ela o peito de um dos pés,

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mantendo esta perna flexionada outra deve pender, naturalmente, para manter o equilíbrio do
corpo (Fig 8-3). A tração do corpo é feita pelas mãos, ajudada pelo pé que está sobre a corda.
Se o equilíbrio for perdido e o corpo ficar dependurado, pode-se retornar à posição original; no
entanto, é aconselhável prosseguir no processo da preguiça, mostrado a seguir.
(2) Preguiça
Agarra-se a corda com as mãos,
cruzando sobre ela os pés. Para a transposição,
deve-se puxar o corpo,
mãos, auxiliando com alternadamente,
as pernas, ou com as
então,
caminhar como uma preguiça (Fig 8-4).
(3) Assento
Confecciona-se um assento de um nó e
engancha-se o mosquetão de escalada na corda
da ponte. Para a transposição, procede-se como
no item anterior. É o processo mais seguro (Fig 8-
5).
8-5. PONTE DE DUAS CORDAS
a. Falsa baiana
(1) Construção
(a) Esta ponte é construída da mesma
maneira que a de uma corda, só que se instalam
duas cordas, uma acima da outra, separadas de 1
,2m a 1 ,8m nos pontos de arnarração. Para evitar
uma separação excessiva, pode-se ligar uma à
outra, através de cabos auxiliares, junto aos
pontos de amarração.
(b) A corda inferior da falsa baiana pode
ser substituída por um cabo de aço de 0,5
polegada, com as vantagens de diminuir o tempo
de transposição e evitar a necessidade de ajustagens freqüentes.
(2) Processo de travessia
Colocar os pés sobre a corda de baixo,
apoiando-os na junção do salto com a sola do
coturno; as mãos empunham, inversamente, a
corda superior. Para e transposição, basta deslizar
as mãos e os pés ao mesmo tempo, na direção do
deslocamento (Fig 8-6). É importante manter
permanente contato dos pés e das mãos com as
cordas. É aconselhável não juntar pés e mãos ao
mesmo tempo.
b. Comando duplo
(1) Construção
É construído com duas cordas de sisal de
1 polegada de diâmetro, ancoradas no mesmo
plano horizontal e afastadas entre si de 0,5 metro.
A tensão das cordas deve ser rigorosamente igual
e a distância entre os pontos de ancoragem (de
um lado a outro do obstáculo) não deve
ultrapassar a 15 metros. É aconselhável o uso de
cabos auxiliares,
constante unindoentre
o afastamento as cordas,
elas. para manter
(2) Processo de travessia
Posicionar o corpo sobre as cordas,
apoiando as mãos e as partes anteriores dos pés

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sobre as mesmas, de tal modo que as pontas dos pés fiquem para o ‘interior das cordas e os
 joelhos para fora. Para a transposição, tracionar o corpo através dos braços e,
símultaneamente, executar um jogo de rins (cintura), aproximando os joelhos das mãos (Fig
8.7).
8-6. PONTE DE TRÊS CORDAS
a. Construção
É construída
duas, cerca de 1,5 com
m. Asduas cordas
cordas ancoradas
superiores sãoàligadas
mesmaà altura
inferiore uma terceira
por cabos abaixo das
auxiliares, os
quais servirão como reforço e proteção lateral, devendo estar afasta dos cerca de 75 cm. A
tensão das três cordas deverá ser a mesma.
b. Processo de travessia
As cordas superiores serão utilizadas como corrimãos e
a inferior como piso. O combatente deverá pisar nas junções
dos cabos auxiliares com o cabo inferior, tendo as pontas dos
pés sempre voltadas para fora; as mãos deslizam nas cordas
superiores, mantendo contato permanente com as mesmas
durante toda a travessia. Se a ponte oscilar demasiadamente,
osuperiores,
combatenteaté deverá pararsee estabilize
que a ponte empurrar(Fig
para8-8).
fora as cordas
c. Emprego
Esta ponte é uma instalação semipermanente,
empregada quando há maior volume de tráfego. Na travessia
da ponte deve ser mantido um intervalo mínimo de seis metros
entre os homens, quando inteiramente equipados.

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CAPÍTULO 12 - CABO AÉREO OU “TIROLESA”
9-1. GENERALIDADES
a. O cabo aéreo consta de um cabo de aço ou corda, preso a dois pontos de amarração,
servindo como trilho (cabo-trilho), e de meios para transportar e tracionar material ou pessoal.
b. É utilizado na transposição de cargas e feridos através de pequenas depressões ou
cursos d’água de travessia difícil
por outros meios.
9-2. CONSTRUÇÃO
a. Cabo-trilho de corda
(1) Escolher o local e
providenciar os pontos de
amarração em cada lado do
obstáculo; utilizar uma corda
dupla para maior segurança;
providenciar a sua fixação e
tesá-la, a fim de diminuir a
curvatura; enganchar no cabo-
trilho um mosquetão de
escalada; amarrar a este um cabo de
carga, conforme indicado (Fig 9-1).
(2) Unir, de preferência à alça
central do cabo de carga, uma corda
de menor diâmetro, para tracionar
pessoal ou material. Dependendo da
inclinação do cabo-trilho, pode ser
necessária a utilização de duas
cordas. Esta corda recebe o no me
de cabo de tração.
(3) Caso se disponha de
roldanas ou de patescas, é vantajosa
a sua utilização em substituição ao mosquetão de
escalada, uma vez que diminui o desgaste da corda
pelo atrito.
b. Cabo-trilho de aço
Semelhante ao descrito no subparágrafo
anterior; o cabo-trilho de corda é substituído por um
cabo de aço e o mosquetão de escalada por uma
roldana ou por uma patesca (Fig 9-2).
9-3. PROCESSO DE TRAVESSIA
a. Deve-se preparar um assento de um ou de
três nós para o combatente ferido e, com o
mosquetão de escalada, prendê-lo ao cabo de
carga. Para ultrapassar o obstáculo, o combatente é
tracionado para a outra extremidade, por meio do
cabo de tração. Quando o cabo-trilho tiver uma
inclinação acentuada, a ação da gravidade poderá
auxiliar na travessia e uma das pernas do cabo de
tração será utilizada para controlar a velocidade (Fig
9-3).b. Quando se tratar de carga, a travessia será
semelhante, havendo necessidade apenas de
preparação dos fardos ou pacotes (Fig 9-4).

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CAPITULO 13 - TRANSPOSIÇÃO DE PAREDÕES
ARTIGO 1
TÉCNICAS DE TRANSPOSIÇÃO
10.1. GENERALIDADES
O combatente poderá transpor um paredão utilizando-se de:
- caminhada por caminhos naturais existentes;
técnica de escalada;
- técnica de “rappel”;
- meios auxiliares disponíveis.
A caminhada, marcha a pé por caminhos que desbordem o paredão é indica da quando a
tropa não é treinada para utilizar outra técnica, quando não exista o material adequado à
utilização dessa técnica, ou ainda, quando representar economia de tempo ou menor
dispêndio de energia. A caminhada é tratada no C 2 1—72 MONTANHISMO MILITAR.
Também as técnicas de escalada são tratadas nesse Manual.
ARTIGO II
TÉCNICA DE “RAPPEL” 
10-2. GENERALIDADES
Quando r a descida de uma encosta, o combatente poderá empregar a técnica
denominada “rappel”, que consiste na utilização de uma corda previamente ancorada na parte
superior do obstáculo, segundo um dos processos descritos nos parágrafos 10-3, 10-4 e 10-5.
10-3. “RAPPEL” SEM MOSQUETÃO DE ESCALADA
a. “Rappel” improvisado ou rápido
(1) Tomada de posição
Com a frente voltada para o ponto de amarração, passar a corda por baixo das
axilas, de tal forma que o chicote seja empunhado pela mão de frenagem. A Outra m segura o
firme da corda e proporciona
direção durante a descida.
(2) Técnica descida
Para a descida, caminhar
lateralmente sobre o declive.
Quando necessário frear, levar a
mão de frenagem à frente do corpo
e, simultaneamente, voltar-se na
direção do firme da corda (Fig 10-
1).
(3) Emprego
Este processo só deverá
ser empregado por tropa adestrada
e em declives moderados. É
conveniente o uso de luvas.
Apresenta como vantagem a simplicidade.
b. “Rappel” em S ou de corpo
(1) Tomada de posição
Com a frente voltada para o ponto de amarração, passar a corda por entre as pernas,
envolvendo uma das coxas; levá-la ao ombro oposto, passando à frente do peito; empunhar o
chicote
exemplo:daperna
cordadireita,
com aombro
mão de frenagem,
esquerdo quedireita.
e mão é a doAmesmo ladosegura
outra mão da perna envolvida;
o firme da cordapore
proporciona direção e equilíbrio durante a descida.

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(2) Técnica de descida
Para a descida, a frente deve estar ligeiramente voltada para um lado, com a mão de
frenagem sempre abaixo; os pés devem
manter, entre si, um ângulo de 900; as
pernas devem ser ligeiramente
flexionadas e separadas para lograr
estabilidade lateral, sendo que a
envolvida
abaixo dapelaoutra;
corda as
deve,costas
sempre,devem
estar
permanecer retas, a fim de reduzir a
fricção desnecessária. A descida será
executada por saltos ou caminhada (Fig
10-2).
(3) Emprego
É empregado em pequenas
descidas e no adestramento da TROPA,
POR não necessitar de material especial e possibilitar alto grau de segurança.

10-4.a.“RAPPEL” COM
“Rappel” de MOSQUETÃO DE ESCALADA
ombro
(1) Tomada de posição
Confeccionar o assento de um nó; passar a corda pelo interior do mosquestão,
levando-a ao ombro oposto à mão de
frenagem; empunhar a corda pela mão
de frenagem; a outra mão segura o firme
da corda proporcionando equilíbrio e
direção durante a descida (Fig 10-3).
(2) Descida e emprego
A descida e o emprego são
como no “rappel” em S.
b. “Rappel” de cintura
(1) Tomada de posição
Preparar um assento de um nó
ou de três nós; colocar o mosquetão de
escalada no assento; posicionar-se do
lado da corda oposto à mão de
frenagem; passar a corda no mosquetão
conforme o parágrafo 4-3; a mão de frenagem empunha chicote e a outra o firme.
(2) Técnica de descida
Para a descida, a mão de frenagem deve permanecer lateralmente à coxa, e o corpo,
ligeiramente inclinado para trás e para o lado; os pés, afastados e formando um ângulo
aproximadamente reto; as pernas, ligeiramente flexionadas, para dar maior estabilidade. A
descida poderá ser realizada por saltos ou por pequenos lanços; para frear, pode-se levar a m
de frenagem à retaguarda do corpo ou para cima, sem largar o chicote; no primeiro caso, o
freio será proveniente do atrito feito sobre a mão e o corpo e, no segundo, pela mascada da
corda no mosquetão de escalada o que é mais aconselhável. No caso de ângulos negativos o
procedimento será o mesmo, até que os pés percam o contato com o paredão a partir daí, o
com batente ficará apoiado apenas pela corda e o assento, descendo pelo efeito da gravidade,
controlando a velocidade com a mão frenadora (Fig 10-4 e 10-5).
(3) Emprego
mosquetão Possibilita rapidez,
de escalada. segurança
Este tipo na só
de “rappel” execução e atenua aporfricção
deve ser empregado da cordae no
tropa adestrada os
combatentes devem utilizar luvas, O “rappel de cintura com assento de um nó é
particularmente empregado em declives acentuados, e o de três nós em ângulos negativos.
c. “Rappel” de frente

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(1) Tomada de posição
Confeccionar o assento de um nó e colocar o mosquetão lateralmente, envolvendo a
laçada da cintura e a alça de uma das pernas (Fig 10-6).
De costas para o ponto de amarração, dar apenas uma volta com a corda no
mosquetão e empunhar o chicote à frente do corpo.
(2) Técnica de descida
A descida é realizada em corrida sobre o talude, com as mãos sempre à frente do
corpo; para frear, basta apertar a corda com as mãos, aumentando o atrito.
(3) Emprego
Ê empregado por tropa
especializada em missões que exijam
rapidez na transposição do obstáculo
(Fig 10-7). O combatente tem que utilizar
luvas.
10.5. “RAPPEL” COM FREIO
a. Tomada de posição
Confeccionar
nós. Quando um assento
se emprega de três
o freio em oito
ou “salewa”, pode-se utilizar o assento
de um nó, dependendo da adaptação do
combatente. Fixar o freio (oito ou ‘ no
mosquetão; passar a corda pelo freio
(oito ou descendeur” ou o freio com mola
“salewa”), conforme o descrito no
parágrafo 4-6; a m frenadora empunha o
chicote e a outra o firme da corda,
quando se está trabalhando com o
assento de um nó. Quando se utiliza o
assento de três nós, a mão que fornece
o equilíbrio empunha a base da aselha e
não o firme da corda.
b. Técnica de descida
A técnica de descida é
semelhante à do “rappel” de cintura,
porém naquele, para frear, o homem
eleva a mão de frenagem na direção do
firme da corda, enquanto neste a mão de
frenagem deve tracionar o chicote no
sentido oposto ao firme (Fig 10-8).
c. Emprego
O emprego é semelhante ao do
“rappel” de cintura. Apresenta como
vantagens maior segurança na frenagem e
menor desgaste da corda de descida. O
combatente deve usar luvas.

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ARTIGO III
MEIOS AUXILIARES PARA TRANSPOSIÇÃO DE PAREDÕES 

10.6. CORDA DE SUBIDA VERTICAL


a. Generalidades
Uma corda para a subida vertical é um meio próprio para auxiliar a transposição de
paredões
b. Construção
Consiste em uma corda, lisa ou com nós regularmente espaçados (cerca de 50 cm),
fixada na parte superior do paredão por um dos seguintes processos:
(1) Enganchada, provisoriamente, por uma fateixa lançada ao topo do obstáculo; após
verificar a sua fixação, um combatente, de preferência o mais leve entre os conhecedores da
técnica de escalada, sobe o paredão usando a corda; terminada a subida, fixa-a
convenientemente em um ponto de
amarração e o restante da equipe procede
à transposição.
(2) Um combatente transpõe o
obstáculo utilizando-se de caminhos
naturais, ou da técnica de escalada; a
partir de então, o procedimento é idêntico
ao caso anterior.
c. Transposição
Para a transposição, manter o
corpo afastado do paredão, os pés
chapados,
empunhando as pernas
a cordaesticadas, as mãos
e tracionando-a.
Convém aproveitar todas as saliências,
porventura existentes, para apoiar os pés
(Fig 10-9).

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10-7. ESCADA DE TARUGOS


a. Generalidades
A escada de tarugos é um meio auxiliar composto de vários tarugos de madeira,
cravados em um barranco, a fim de proporcionarem apoio para os pés e mãos durante a
transposição. Por se tratar de um meio cuja construção é demorada, só deve ser utilizado em
último caso.
b. Construção
Preparar os tarugos de madeira; cravá-los; sucessivamente, no barranco, na medida
das necessidades para a subida. (Fig 10-10)
c. Transposição
Para a transposição, o combatente deve apoiar-se com os pés e as mios nos tarugos
de madeira. (Fig 10-11)

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EB60-ME-14.063 
REFERÊNCIAS

- C  3-40 - Defesa  Contra  Ataques  Químicos,  Biológicos e Nucleares; 


- C 5-15 - Fortificações de Campanha; 
- C 21-74 - Instrução Individual para o Combate; e
-C 21-78
Nota - Transposição
de Aula do Centro de Obstáculos   Operações em Montanha
Instrução de

Conteúdo Extraído dos Seguintes Manuais:

CAPÍTULO
- C 21-74 - 1Instrução
- O TERRENO
 Individual para o Combate 
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DO TERRENO
- C 21-74 - Instrução Individual para o Combate 

CAPÍTULO 3 - MISSÕES INDIVIDUAIS


- C 21-74 - Instrução Individual para o Combate 

CAPÍTULO 4 - ORGANIZAÇÃO DO TERRENO


- C 21-74 - Instrução Individual para o Combate 

Í Á

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