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TCC - Eng. Seg. Trab. - Fábio Fagundes PDF
TCC - Eng. Seg. Trab. - Fábio Fagundes PDF
FÁBIO FAGUNDES
Santa Rosa / RS
2013
2
FÁBIO FAGUNDES
Santa Rosa / RS
2013
3
FABIO FAGUNDES
Monografia defendida e aprovada em sua forma final pelo professor orientador e pelo
membro da banca examinadora
Banca examinadora
________________________________________
Prof.ª Cristina Eliza Pozzobon, Mestre em Eng. Civil e
Esp. em Eng. de Segurança do Trabalho - Orientadora
________________________________________
Prof.° Fernando Wypyszynski, Eng. Civil e Esp. em Eng. de
Segurança do Trabalho
DEDICATÓRIA
A toda minha família, em especial a minha esposa.
5
AGRADECIMENTOS
RESUMO
Nas edificações, a proteção contra incêndios deve ser encarada como uma obrigação e
um dever indeclinável de proteger acima de tudo as vidas humanas e o patrimônio envolvido.
Logo, a prevenção, instalação de processos e métodos na proteção contra incêndios não
podem ser negligenciados em favor da economia de custos, pois seus prejuízos podem se
traduzir em perdas irreparáveis. Este trabalho objetiva analisar e aprofundar o estudo sobre o
Plano de Prevenção e Combate a Incêndios (PPCI) de uma edificação residencial
multipavimentada, Residencial Dona Laura, construído na Rua Mauá, em Santa Rosa/RS. Em
decorrência do objetivo geral, os objetivos específicos foram: [i] Aprofundar os
conhecimentos adquiridos no Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do
Trabalho, com ênfase em Plano de Prevenção e Combate a Incêndios (PPCI) e; [ii] Produzir
subsídios e ter acesso a informações, tomando como base as normas técnicas e legislação
brasileira para a elaboração de projetos de PPCI exigidos pelo Corpo de Bombeiros. Nesse
sentido, o trabalho inicia com uma revisão bibliográfica do tema, continua descrevendo a
edificação analisada, os equipamentos de proteção contra incêndio, obtendo a quantificação e
o custo financeiro da sua implantação. Conclui-se que os métodos de prevenção e proteção
descritos no projeto de PPCI e adotados na edificação em estudo atendem as normas técnicas
regulamentadoras da ABNT e as exigências legais do Estado do Rio Grande do Sul, com a sua
conseqüente aprovação e liberação pelo Corpo de Bombeiros.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................10
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..........................................................................................13
1.1 FOGO .................................................................................................................................13
1.2 CLASSES DE INCÊNDIO ................................................................................................15
1.3 CAUSAS DE INCÊNDIO .................................................................................................16
1.4 PROPAGAÇÃO DO FOGO ..............................................................................................17
1.5 MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO ..........................................................................18
1.6 AGENTES EXTINTORES ................................................................................................19
1.6.1 A água..............................................................................................................................19
1.6.2 Espuma aquosa ou mecânica .......................................................................................20
1.6.3 Gases inertes ..................................................................................................................20
1.6.4 Pó químico seco .............................................................................................................20
1.7 SISTEMAS DE COMBATE AO FOGO ...........................................................................21
1.8 MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO .......................................................21
1.9 PROJETOS ........................................................................................................................22
1.10 DETALHAMENTO DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO ..........23
1.10.1 Isolamento de riscos ....................................................................................................23
1.10.2 Compartimentação vertical e horizontal ..................................................................24
1.10.3 Resistência das estruturas ao fogo .............................................................................25
1.10.4 Resistência dos materiais ao fogo ..............................................................................25
1.11 CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES ......................................................................26
1.11.1 Classificação da edificação quanto ao risco ..............................................................26
1.11.2 Classificação da edificação quanto a sua ocupação .................................................26
1.11.3 Classificação da edificação quanto a sua altura .......................................................26
1.11.4 Classificação da edificação quanto a sua área ou dimensões em planta ................27
1.11.5 Classificação da edificação quanto as suas características construtivas ................27
1.11.6 Classificação da edificação quanto a sua carga de incêndio ...................................27
1.12 CÁLCULO DA POPULAÇÃO .......................................................................................28
1.13 SAÍDAS DE EMERGÊNCIA ..........................................................................................29
1.14 CÁLCULO DO NÚMERO DE UNIDADES DE PASSAGEM .....................................30
1.15 NÚMERO MÍNIMO DE SAÍDAS DE EMERGÊNCIA ................................................30
1.16 DISTÂNCIAS MÁXIMAS A SEREM PERCORRIDAS ...............................................31
1.17 DESCARGA ....................................................................................................................31
1.18 TEMPO NECESSÁRIO PARA A DESOCUPAÇÃO ....................................................31
1.19 CORREDORES ...............................................................................................................32
1.20 PORTAS ..........................................................................................................................32
1.21 ESCADAS .......................................................................................................................33
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INTRODUÇÃO
Sobre este assunto, é importante relatar que tragédias e acidentes desta natureza
continuam acontecendo, como é o caso recente do incêndio da Boate Kiss, acontecido em
janeiro de 2013, em Santa Maria/RS. Este caso sugere uma significativa falta de cultura de
segurança; seja por negligência dos proprietários ou descaso dos órgãos públicos. Conforme o
Relatório Técnico apresentado pelo Conselho Regional de Engenharia do Rio Grande do Sul
(CREA/RS 2013), o incêndio ocorreu no interior de um galpão, adaptado de forma errônea
para ser um bar ou danceteria. As mudanças arquitetônicas efetuadas não levaram em
consideração os possíveis riscos e os investimentos realizados no âmbito da segurança foram
mal direcionados ou insuficientes.
Atualmente, com o objetivo de preservar e proteger as pessoas e o patrimônio público
ou privado, em cada estado brasileiro existe uma legislação específica, composta por Normas
Técnicas, Leis, Portarias e Resoluções do Corpo de Bombeiros, a qual norteia e orienta a
elaboração dos projetos de prevenção e proteção contra incêndio.
A proteção contra incêndio deve ser encarada como uma obrigação e necessidade de
proteger acima de tudo as vidas humanas, e secundariamente o patrimônio envolvido;
independente do seu custo financeiro. A construção de qualquer tipo de edificação mais
segura deve ser um dever indeclinável e ético do projetista, executor da obra e do
empreendedor, independente das exigências legais.
Portanto, este trabalho tem como finalidade aprofundar os conhecimentos adquiridos
no Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e produzir subsídios
técnicos, através da análise crítica de um Plano de Prevenção e Combate a Incêndios de um
prédio residencial multipavimentado, neste caso o Residencial Dona Laura, na cidade de
Santa Rosa/RS.
O trabalho tem como tema o Plano de Prevenção e Combate a Incêndios (PPCI).
Fica delimitado à análise crítica de um Plano de Prevenção e Combate a Incêndios,
com estudo de um caso.
Sua questão de estudo é: Quais os procedimentos e métodos eficazes e corretos
utilizados para atender as exigências e normas técnicas vigentes na elaboração e análise do
Plano de Prevenção e Combate a Incêndios em edificações prediais, no caso em estudo?
Os objetivos do estudo estão divididos em objetivo geral e objetivos específicos, sendo
o objetivo geral: analisar e aprofundar o estudo sobre o Plano de Prevenção e Combate a
Incêndios (PPCI) de uma edificação residencial multipavimentada, tomando por base as
normas técnicas e a legislação brasileira que versam sobre o assunto em questão; e, em
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1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1.1 FOGO
Toda edificação, sob o ponto de vista de segurança, está sujeita a uma calamidade
imprevisível: o fogo. O fogo é capaz de causar grandes acidentes e catástrofes, gerando perdas
de vidas humanas e enormes prejuízos materiais. Para se fazer à prevenção e o combate
efetivo a incêndios, deve-se se conhecer a mecânica do fogo em todos os seus aspectos:
causas, formação e suas conseqüências.
A vida moderna aumenta os riscos de incêndios devido às grandes concentrações
humanas nas grandes cidades, edificações mais próximas e altas, concepções arquitetônicas
que favorecem a propagação do fogo, materiais empregados de fácil combustão e pela
proliferação e concentração de toda espécie.
“O fogo sempre irá conviver com o homem, por isso ambos devem viver em harmonia
e, para que isso aconteça, ele deve ser controlado para que esta relação não seja quebrada”.
(BRENTANO, 2010, p. 89)
O fogo pode ser definido como uma reação química, denominada combustão, que é
uma oxidação rápida entre um material combustível, sólido, líquido ou gasoso, e o oxigênio
do ar, provocada por uma fonte de calor que gera luz e calor.
Em outras palavras, o fogo é uma combustão viva que se manifesta através da
produção de chamas que geram luz e desprendem calor, além da emissão de fumaça, gases e
outros resíduos. Segundo Brentano (2010), cada um desses produtos derivados da combustão
geram consequências:
• As chamas formam a parte espetacular e visível do fogo, iluminam e atraem;
• A fumaça impede a visibilidade, provoca pânico, intoxica e/ou asfixia, dificulta
a saída e a aproximação para o combate ao fogo, corrói objetos frágeis;
• Os gases são invisíveis, podem ser tóxicos, inodoros e a sua difusão provoca a
propagação do fogo. Atualmente, com os materiais sintéticos cada vez em
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meio físico aquecido pelo fogo que conduz o calor até o outro, como paredes e
tetos.
• Convecção, isto é, pelo meio circulante gasoso, como os gases e o ar quente
produzido pelo fogo, que sobem entrando em contato com outros materiais que
são aquecidos até entrar em combustão.
• Radiação, isto é, por meio de ondas ou raios caloríficos gerados por um corpo
aquecido, que irradia calor em todas as direções através do espaço,
semelhantes à luz. É a sensação térmica sentida na pele devido aos raios
solares ou na aproximação de um fogo.
Num incêndio as três formas de propagação do fogo geralmente são concomitantes,
embora, em determinado momento, uma delas predomine sobre as demais.
A propagação do fogo deve ser sempre pensada e analisada com muito cuidado na
elaboração de um plano de proteção contra incêndios, eliminando assim, a possibilidade de
uma reação em cadeia.
Segundo Brentano (2010), sempre que se deseja extinguir o fogo, deve-se neutralizar
um dos seus três elementos componentes, pelo menos, ou interromper a reação química em
cadeia.
Os métodos de extinção do fogo são utilizados de acordo com o elemento
componentes do mesmo que se deseja neutralizar, são:
• Extinção por isolamento (retirada do material): Em algumas situações de
incêndio é possível retirar o material combustível. Em incêndios em
edificações, a neutralização desse elemento é difícil, se não impossível.
• Extinção por abafamento (retirada do comburente): Neste caso procura-se
evitar que o material em combustão seja alimentado por mais oxigênio do ar,
reduzindo sua concentração na mistura inflamável.
• Extinção por resfriamento (retirada do calor): Com a utilização de um agente
extintor, este agente absorve o calor do fogo e do material em combustão, com
o conseqüente resfriamento deste material. De forma geral, o resfriamento do
material combustível é a forma mais comum de extinguir o fogo em
edificações e o agente mais utilizado é a água.
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1.6.1 A água
A água é a substância mais usada como agente extintor de incêndio por várias razões:
• É a mais difundida na natureza e, portanto, a mais disponível, abundante e
barata.
• É a mais efetiva no combate ao fogo, porque tem grande poder de absorção de
calor.
• É um agente extintor seguro, não tóxico, não corrosivo e estável.
Como agente extintor, a água age sobre o fogo porque tem a capacidade de
resfriamento e abafamento, simultaneamente, conforme seu estado físico.
No estado líquido a água pode ser utilizada na forma de:
• Jato compacto, que age por resfriamento.
• Jato de neblina, que age por resfriamento e abafamento (melhor ação sobre o
fogo).
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No estado gasoso, a água pode ser usada na forma de vapor, que age unicamente por
abafamento. O vapor é utilizado como agente extintor de incêndios em indústrias onde ele já é
usado ininterruptamente nos processos produtivos.
Os gases inertes mais usados nas composições são o dióxido de carbono, o nitrogênio,
o argônio e outros. Desses, o mais usado, barato e um dos mais efetivos é o próprio dióxido de
carbono, anídrico carbônico ou gás carbônico. Os dois últimos, embora sendo mais caros, são
cada vez mais usados, como na composição do gás Inergen.
São usados no combate a incêndios em equipamentos energizados eletricamente,
arquivos, bibliotecas, centro de processamento de dados, etc., e em quase todos os materiais
combustíveis, principalmente quando o agente extintor não deve danificar estes materiais.
Os pós químicos secos têm com bases químicas principais o bicarbonato de sódio, o
bicarbonato de potássio, o cloreto de potássio, bicarbonato de potássio-uréia e o monofosfato
de amônia, misturados com aditivos que dão estabilidade ao pó frente à umidade e à
aglutinação.
A extinção do fogo se dá por abafamento, resfriamento e, principalmente, pelo
rompimento da cadeia de reação química.
Os pós químicos secos são eficientes para extinguir fogos líquidos inflamáveis,
podendo ser usados no combate a fogos em alguns equipamentos elétricos energizados. O seu
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uso deve ser evitado em equipamentos eletrônicos, pois o pó químico em contato com a
umidade do ar corrói as placas dos circuitos atingidos.
Segundo Brentano (2010), para se combater o fogo numa edificação, devem ser
usados os agentes extintores específicos para os materiais combustíveis existentes na
edificação.
Os sistemas de combate ao fogo que podem ser adotados de acordo com o tipo de
material combustível que se quer proteger e o grau de risco da edificação são:
• Sistema de extintores de incêndio. Este sistema é o obrigatório em todas as
edificações.
• Sistema de hidrantes e de mangotinhos.
• Sistema de chuveiros automáticos (“sprinklers”).
• Sistema de projetores de água.
• Sistema de espuma mecânica.
• Sistema fixo de gases.
1.9 PROJETOS
Segundo Brentano (2010), a vida humana é o objetivo principal e, como tal, sempre
deve ser pensado como sendo o mais importante e delineador de todos os parâmetros
determinantes do projeto da edificação.
Os projetos dos meios de proteção para os ocupantes da edificação dependem do tipo
de ocupação da mesma, como:
• Quais são as atividades desenvolvidas na edificação?
• Quais são as possíveis fontes de fogo na edificação?
• Que produtos combustíveis são usados ou existem na edificação?
• Que características físicas ou mentais possuem seus ocupantes?
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• Altura real ou total (ht): Esta altura é definida como o desnível entre a saída
para a via pública do nível de descarga mais baixo e o nível mais alto de
qualquer edificação, geralmente o topo do reservatório superior de água fria.
Ela é utilizada no dimensionamento do sistema de proteção de descargas
atmosféricas (SPDA).
A altura é um fator importante no correto dimensionamento do PPCI, pois com
edificações cada vez mais altas, precisamos verificar os sistemas adequados para cada
empreendimento. Para tal classificação utilizamos a Tabela 2 da NBR 9077/2001.
Conforme a NBR 9077/2001, a largura das saídas deve ser dimensionada de acordo
com a população que por ela transitar, sendo que os acessos são dimensionados em função da
população de cada pavimento, porém as escadas, rampas e descargas são dimensionados em
função do pavimento de maior população, considerando-se o sentido da saída.
Para o cálculo do número de unidades de passagem necessário nas rotas de saída de
emergência usa-se a formula:
N=P/C
Onde: N = Número de unidades de passagem,
P = População do ambiente, pavimento ou edificação, em nº de pessoas,
C = Capacidade da unidade de passagem, em nº de pessoas por minuto/ unidade
de passagem, de acordo com a ocupação da edificação, de acordo com a tabela 5 da NBR
9077/2001.
As larguras mínimas das saídas de emergência estipuladas pela NBR 9077/2001, são
as seguintes:
a) 1,10 m, correspondendo a duas unidades de passagem e 55 cm, para as
ocupações em geral, ressalvado o disposto a seguir;
b) 2,20 m, para permitir a passagem de macas, camas, e outros, nas ocupações do
grupo H, divisão H-3.
As larguras das saídas deve ser medida na sua parte mais estreita, não sendo admitidas
saliências de alizares, pilares e outros, com dimensões maiores que 10x25 cm.
1.17 DESCARGA
Um dado importante nas saídas de emergência é o tempo necessário para que toda a
edificação seja desocupada numa situação de incêndio, considerando as diversidades de
possibilidades de locomoção e de velocidade de deslocamento de seus ocupantes.
Segundo Brentano (2010), recomenda-se para as velocidades médias de
deslocamentos e o tempo máximo de desocupação a seguir:
• Velocidade de deslocamento
o Trajetos horizontais = 20 m/min.
o Escadas = 5 m/min.
• Tempo máximo para a desocupação total de uma edificação = 20 min.
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1.19 CORREDORES
1.20 PORTAS
As portas das rotas de saída e aquelas das salas com capacidade acima de 50 pessoas e
em comunicação com os acessos e descargas devem abrir no sentido do trânsito de saída e não
podem ser trancadas.
Em salas com capacidade acima de 200 pessoas, as portas de comunicação com os
acessos, escadas e descarga devem ser dotadas de ferragem do tipo antipânico, conforme NBR
11785/1997.
Segundo Brentano (2010), as portas de saídas de emergência devem ter as seguintes
dimensões mínimas de vão de luz:
• 80 cm, valendo por uma unidade de passagem.
• 1,00 m, valendo por duas unidades de passagem.
• 1,50 m, em duas folhas, valendo por três unidades de passagem.
• 2,00 m, com duas folhas, valendo por quatro unidades de passagem.
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Acima de 2,20 m de vão de luz é exigida a divisão do vão por uma coluna
central.
As portas de saída de emergência incluídas na rota de fuga são elementos importantes
para a contenção e proteção contra o fogo, sendo definidas como corta-fogo (PCF), resistentes
ao fogo (PRF) e à prova de fumaça pressurizada (PF), conforme a NBR 11742/2003.
1.21 ESCADAS
As escadas podem ter diversas formas, larguras e degraus, porém qualquer escada de
uma edificação deve ser incombustível, os elementos estruturais oferecerem resistência ao
fogo de, no mínimo de 2 h, ser dotadas de guarda-corpos nos seus lados abertos e corrimãos,
ter pisos e patamares em condições antiderrapantes.
Para correto dimensionamento de uma escada devemos observar a largura da escada,
altura e largura dos degraus, bocel e comprimento dos patamares.
De acordo com a NBR 9077/2001, os degraus devem atender as seguintes condições
geométricas:
a) Ter a altura do espelho “h”compreendida entre 16 e 18 cm, com tolerância de
0,5 cm.
b) Ter a largura da base do piso “b”calculada pela fórmula:
63 cm ≤ (2h + b) ≤ 64 cm
As escadas devem ter um patamar a cada 3,70 m de desnível, no mínimo, e sempre
que houver mudança de direção.
Os patamares das escadas devem atender às seguintes condições:
• Eles não podem ter degraus.
• Nas mudanças de direção eles devem estar totalmente planos, com largura
mínima igual à largura da escada que servem.
• Devem ter o comprimento calculado pela formula de Blondel, não interessando
a largura da escada;
P = (2h + b) n + b
Sendo: P = Comprimento do patamar em cm,
h = Altura do espelho do degrau em cm,
b = Largura da base do degrau em cm,
n = Número inteiro igual a 1, 2 ou 3.
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Segundo Brentano (2010), as escadas, que podem ser utilizadas nas saídas de
emergência, podem ser dos seguintes tipos:
• Escada enclausurada protegida (EP): É uma escada devidamente ventilada,
situada em ambiente envolvido por paredes resistentes ao fogo por um tempo
mínimo de 2 horas, dotadas de portas corta-fogo PCF/P-90 e com continuidade
até uma saída final para um local que ofereça segurança às pessoas.
• Escada enclausurada à prova de fumaça (EPF) ou (PF): É uma escada cuja
caixa é constituída por paredes resistentes ao fogo por 4 horas, no mínimo, e
dotada de portas corta-fogo estanques à fumaça PCF/P-60, cujo acesso é por
antecâmara, igualmente enclausurada e com porta corta-fogo PCF/P-60, ou
local aberto, como varanda, balcão ou terraço, de modo a evitar a entrada de
fogo, de calor e de fumaça em caso de incêndio e que tenha continuidade até
uma saída final para um local que ofereça segurança às pessoas.
• Escada enclausurada à prova de fumaça pressurizada (PFP): É a escada cuja
caixa é constituída por paredes resistentes ao fogo por 4 horas, no mínimo, e
dotada de portas corta-fogo estanques à fumaça PCF/P-60, cujo acesso é por
antecâmara, igualmente enclausurada, ou local aberto, que tem estanqueidade à
fumaça obtida por sistema de pressurização, que mantém a pressão interna
sempre maior que a dos ambientes contíguos.
• Escada não enclausurada ou escada comum (NE): É a escada que, embora
possa fazer parte de uma rota de saída de emergência, se comunica diretamente
com os demais ambientes como corredores, saguões, etc., em cada pavimento,
não possuindo portas corta-fogo.
• Escada aberta externa (AE): É a escada que tem projeção fora do corpo
principal da edificação, isolada da fachada por parede com resistência ao fogo
por 2 horas, no mínimo, sendo dotada de guarda-corpo ou gradil e corrimãos
em toda a sua extensão.
1.23 CORRIMÃOS
Extintores de incêndio são utilizados com primeira linha de ataque contra incêndio de
tamanho limitado. Eles são necessários mesmo que o local esteja equipado com chuveiros
automáticos, hidrantes e mangueiras.
Este sistema é obrigatório em todas as edificações, exceto em residências
unifamiliares, independente de qualquer outra medida de proteção.
Os extintores podem ser dois tipos, os portáteis e os sobre rodas (carreta).
Segundo Brentano (2010), o número mínimo de extintores de incêndio necessários
para a proteção contra incêndios de uma edificação é determinado:
• A classe de risco da edificação a ser protegida e a respectiva área,
• A classe do fogo a ser extinto,
• A seleção do agente extintor;
• A capacidade extintora do extintor de incêndio,
• A área máxima a ser protegida por extintor e a distância máxima a ser
percorrida pelo operador,
• O número mínimo necessário de extintores de incêndio.
De acordo com a NBR 12693/2013, cada pavimento deve possuir no mínimo duas
unidades extintoras, sendo que uma para incêndio classe A e outra para incêndio classe B e
classe C. É permitida a instalação de duas unidades extintoras de pó ABC. Também deve
haver no mínimo um extintor de incêndio distante a não mais de 5 m da porta de acesso da
entrada principal da edificação, entrada do pavimento ou entrada da área de risco.
Os extintores portáteis devem ser instalados nas seguintes condições:
a) Sua alça deve estar no máximo a 1,60 m do piso acabado.
b) O fundo, sua parte inferior, deve estar no mínimo a 0,10 m do piso acabado,
mesmo apoiado em suporte.
Recomenda-se que os extintores estejam onde haja a menor probabilidade de o fogo
bloquear seu acesso, seja visível e de fácil retirada, que permaneça protegido contra
intempéries e danos físicos em potencial e não fique instalado em escadas.
Os locais destinados aos extintores devem observar os campos visuais, vertical e
horizontal, através de sinalização de paredes ou pintura sob o piso em área industrial e
depósitos.
O sistema de proteção contra incêndios, através de extintores, deverá ser instalado
conforme o projeto e passar por manutenções e inspeções conforme legislação vigente.
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Segundo Pozzobon (2010), o sistema de planejamento esta contido num sistema maior
que é o gerenciamento. Portanto são sistemas de geração de informações, dirigidas a dar
suporte de decisões que buscaram um melhor desempenho.
Na contratação dos serviços, a questão maior que envolve o proprietário com o
projetista sempre é o custo. Nos questionamentos sobre o custo de segurança contra incêndio
surgem perguntas assim:
• Qual o sistema mais barato?
• Não existe a possibilidade de se usar outro sistema de menor custo?
• Não existe alternativa de projeto para que o custo baixe mais ainda?
• Que alternativas de materiais se tem para baixar o custo da instalação?
• Precisam ser instalados todos esses equipamentos?
Segundo Brentano (2010), o custo do empreendimento deve ser uma preocupação
muito grande, mas jamais deve ser maior que a preocupação com a segurança dos usuários da
edificação.
Portanto, para a realização da previsão de orçamento a serem investidos no sistema de
prevenção e proteção contra incêndios precisa-se identificar as medidas e os serviços a serem
executados, sendo realizado o levantamento dos quantitativos e discriminação dos custos
indiretos e diretos desta implementação.
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2. METODOLOGIA
A edificação pode ser classificada com risco médio, conforme a Tabela A.1 da NBR
12693/2013, sendo a sua ocupação residencial, descrita como apartamentos e com carga
específica de 300 MJ/m².
3.3.5 Descarga
No edifício do Residencial Dona Laura, a descarga da rota de fuga parte das escadas
do pavimento térreo indo ao pátio com comunicação externa com a via pública.
O tempo máximo para a desocupação total desta edificação numa situação de incêndio
seria inferior a 20 minutos, devido à baixa densidade ocupacional dos blocos, a velocidade de
deslocamento de seus ocupantes e a distância máxima a ser percorrida.
49
A edificação enquadra-se com ocupação como grupo A; das dimensões com o código
P e da altura com o código M, portanto não é exigido alarme conforme tabela 8 da NBR
9077/2001.
3.3.8 Exigência de sistema de instalação hidráulica
3.3.9 Corredores
Nesta edificação, os corredores funcionam como um hall por pavimento, dando acesso
a entrada dos apartamentos e escadas.
Estes corredores possuem largura de 1,15 m, o pé-direito de 2,75 m, não possuem
desníveis e obstruções, portanto atendendo as exigências da NBR 9077/2001.
3.3.10 Portas
Nesta edificação, cada bloco necessita de uma unidade de passagem. As portas das
rotas de saídas são de vidro temperado, sentido de abertura para o trânsito de saída, largura de
90 cm, portanto atendendo as exigências da NBR 9077/2001.
3.3.11 Escadas
O guarda-corpos ao longo das escadas e nas sacadas possuem uma altura de 1,05 m do
piso acabado, sendo metálicos, contínuos, balaustrados com abertura de 15 cm de diâmetro e
seção circular no topo de 4 cm de diâmetro; portanto atendendo as exigências da NBR
9077/2001.
3.3.13 Corrimãos
Nos blocos foram instaladas luminárias de emergência em cada pavimento das escadas
e na porta da saída de cada bloco, correspondendo à identificação da rota de saída.
O sistema de iluminação é do tipo de aclaramento e o método é de iluminação
permanente.
As luminárias totalizam 10 unidades, sendo tipo fluorescente de 16w, totalizando uma
potência de 160W.
CONCLUSÃO
Contudo, não existe projeto de prevenção e proteção contra incêndios que minimize os
danos causados em causa de incêndio, entretanto à opção por um sistema de combate a
incêndios e equipamentos eficazes e adequados quanto ao seu desempenho são a melhor
opção. Através do levantamento dos custos para implantação do PPCI no Residencial Dona
Laura, chega-se a um valor irrisório, ou seja, relativamente baixo em relação ao custo total da
obra.
Por fim, após estudos acerca dos métodos de prevenção e proteção adotados, conclui-
se que o projeto de PPCI elaborado atende as normas técnicas regulamentadoras da ABNT e
as exigências legais do Estado do Rio Grande do Sul.
55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA FILHO, A. L. Segurança química: Risco químico no meio ambiente de trabalho. São
Paulo: LTr, 1999.
57
ANEXO B - PSPCI
67
ANEXO “A”
Ao
Sr. Comandante do
Proprietário: CGC/CPF:
RESP:
Atenciosamente,
Assinatura do proprietário:
68
ANEXO “C”
Memorial descritivo do Prédio
1. DADOS DO IMÓVEL:
Razão Social: Residencial Dona Laura
Nome Fantasia: Não Possui
Endereço: Rua Mauá - nº 144 Complemento:
Bairro: Centro Quadrícula:
Ponto de Referência: Praça Alemã Município: Santa Rosa
CGC: ou Cadastro AAT:
2. DADOS DO PROPRIETÁRIO/RESPONSÁVEL:
Nome: ............................................................................................................................................................................................
Endereço:.....................................................................Complemento:................................................ ...........................................
Bairro:........................................................................ Telefone: . .................................................................................................
4. CARACTERÍSTICAS DO IMÓVEL:
Área Edificada (m2): 1.271,36 m². Área do maior pavimento (m2) 267,97 m². Altura (m): 9,35 Área Subsolo (m2):
Ocupação (NBR 9077): A-2
Descrição da Ocupação (NBR 9077): Residencial / Habitação Multifamiliares
Classe de Risco (IRB): B N.º de Pavimentos: Quatro
Características Construtivas (NBR 9077 - tipo): Y (Edif. Com Mediana Resistência Ao Fogo)
Elevadores (Quantidade) Social: Não Escadas (Quantidade): 02
Serviço: Não Escada Comum: Sim
Emergência: Não Escada Enclausurada: Não
Janelas sem grade: Sim Escadas possuem iluminação natural: ( X ) Sim ( ) Não
Possui edificação c/ pavimentos recuados em relação aos pavimentos inferiores com altura maior que 12 m: ( ) Sim ( X ) Não
Distância máxima da via de acesso para carros de combate a incêndio (m): 15,00 m
Localização do reservatório de água (não possui, elevada, térreo): Solo e Cobertura Capacidade reservatório (lt): 3000 lt / 3000 lt
Outro manancial d’água: Hidrante (registro) de passeio : ( ) Sim ( X ) Não
Possui caldeiras, vasos de pressão e congêneres: ( ) Sim ( X ) Não Extensão da rota de saída(m): 20 m
Central Predial de GLP: ( ) Sim ( X ) Não Risco Isolado: ( ) Sim ( X) Não
Comércio e/ou depósito de GLP: ( ) Sim ( X ) Não - População (NBR 9077): 64
ANEXO “G”
1. DADOS DO PRÉDIO:
1.1 - Proprietário: Residencial Dona Laura
1.2 - Endereço: Rua Mauá - nº 144 1.3 - Bairro: Centro
1.4 - Responsável técnico: Eng. Civil Fabio Fagundes – CREA/RS 111564-D
2. DADOS DO SISTEMA:
2.1 - Localização da central: Não possui (unidades autônomas conforme projeto)
2.2 - Capacidade/alimentação:
a. Das Baterias: (A/H) 04 b. Nº de baterias:
c. Do gerador: (KVA) d. Tensão de saída: 06 Volts
e. Carga máxima admissível:(W) 150 f. Duração de funcionamento: 3 horas
g. Localização: Escadarias e Portas de Saída do Prédio (conforme projeto)
2.3 - Luminárias:
a. tipo e potência: (W) 16 (potência de cada bloco autônomo)
b. Quantidade: 10 c. Potência total: (W) 160
2.4 - Sinalização de Saídas:
a. tipo e potência: (W) Placas Fosforescentes
b. Quantidade: 10 c. Potência total: (W)
2.5 - Simbologia e convenções:
- Observar NBR-10898.
2.6 - OBSERVAÇÕES: O sistema será acionado automaticamente no momento em que
faltar energia elétrica
___________________________ ___________________________________
Residencial Dona Laura Eng. Civil Fabio Fagundes
PROPRIETÁRIO RESP. TÉCNICO - CREA/RS 111.564-D
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ANEXO “L”
MEMORIAL DESCRITIVO DO
SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS (SPDA)
1. DADOS DO PRÉDIO:
1.1 - Proprietário: Residencial Dona Laura
1.2 - Endereço: Rua Mauá - n° 144 1.3 - Bairro: Centro
1.4 - Responsável Técnico: Eng. Civil Jorge Wortemann
2. DADOS DO SISTEMA:
2.1 Captor:
Tipo: Franklin
Número: Três Altura da haste: 4,00 e 6,00 metros Área de cobertura: 1.271,36 m²
2.2 Distância entre as malhas: 20,00 metros
2.3 Condutor:
Número: Três Diâmetro: 35 mm²
Número de Descidas: Seis
2.4 Eletrodos de Terra
Número: ...................... Interligação entre eletrodos: ....................... Diâmetro: .................. mm
Entre Eletrodos: 20,00 m
DISTÂNCIA Da Fundação do Edifício: 1,00 m
Da Edificação: 1,00 m
2.5 Aterramento: Haste Eletrodo De Terra
3. OBSERVAÇÕES:.................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
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Residencial Dona Laura Eng. Eletricista Jorge Wortemann
PROPRIETÁRIO RESP. TÉCNICO – CREA/RS 32456