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Nutrição e Formulação
de Rações para Bovinos de
Corte com Microcomputador
1. Caracterização de alimentos
para bovinos de corte
1.1 Introdução
1) Água;
2) Proteínas;
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Capítulo 1
Caracterização de alimentos para bovinos de corte
3) Lipídeos;
4) Carboidratos;
5) Minerais;
6) Vitaminas.
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Bovinos de Corte com Microcomputador
a) Secos
−− Fenos;
−− Resíduos Agrícolas.
b) Úmidos
−− Pastagens;
−− Forragens Cortadas;
−− Forragens Conservadas.
Co-produtos da agroindústria
»» Fontes de carboidratos:
−− Estrutural;
−− Não estrutural;
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Capítulo 1
Caracterização de alimentos para bovinos de corte
−− Fibrosos;
−− Não fibrosos.
»» Fontes de proteína:
−− Degradada no rúmen;
−− Não degradada no rúmen, mas disponível no intestino.
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Capítulo 1
Caracterização de alimentos para bovinos de corte
Vale ressaltar que uma parte significativa do nitrogênio do alimento pode estar
na forma de nitrogênio não protéico. A caracterização das diferentes frações do N
total de alimentos para ruminantes tem sofrido mudanças, as quais serão vistas
mais à frente.
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Na nutrição de ruminantes, a fibra bruta é uma análise que tem merecido pouca
atenção face os problemas de interpretação que ocorrem quando se usa esta in-
formação. A análise de fibra bruta tem sido substituída pelo sistema detergente
desenvolvido por Van Soest e colaboradores.
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Capítulo 1
Caracterização de alimentos para bovinos de corte
Dessa forma, a fibra em detergente neutro (FDN) é o mesmo que parede celular
(PC). A FDN tem uma digestibilidade que varia de 20 a 80% dependendo da
espécie forrageira e estádio de maturidade.
É importante destacar que duas forragens com o mesmo teor de FDA (25%) po-
dem ter qualidade totalmente diferente. A forragem 1 pode ter 20% de celulose
e 5% de lignina e, a forragem 2 pode ter 15% de celulose e 10% de lignina.
Com certeza a forragem 1 será mais digestível. A mesma abordagem pode ser
usada para a FDN. Na figura 1.1 pode-se observar as principais diferentes para
caracterização da fração fibrosa quando compara-se o sistema Weende e o sis-
tema detergente.
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}
Álcali solúvel
Lignina Parede
FDA celular
Álcali insolúvel
FDN
Fibra bruta
Celulose
O NRC (2000) adotou uma nova metodologia de análise do nitrogênio total dos
alimentos que foi introduzida a partir de trabalhos realizados na Universidade de
Cornell. O novo esquema de análises está descrito na figura 1.2, e o nitrogênio
total da amostra é dividido em 5 frações: A, B1, B2, B3 e C.
Total
TCA
B1
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Capítulo 1
Caracterização de alimentos para bovinos de corte
Em seguida, esta fração solúvel é tratada com uma solução de ácido tricloroacé-
tico (TCA) que precipita toda a proteína verdadeira (B1) e deixa solúvel a fração
nitrogênio não protéico (A). Após a filtragem separamos o nitrogênio não protéi-
co (solúvel) do resíduo (proteínas). Vamos denominar a fração A de N2:
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Degradabilidade
Digestibilidade
Fração Composição Ruminal
Intestinal (%)
(%/hora)
Maioria Albuminas
B2 5 – 15 100
Glutelinas
Prolaminas
B3 0,1 – 1,5 80
Proteínas Desnaturadas
Produtos de Maillard
C Proteínas ligadas a 0 0
Lignina
P = a + b (1 - exp-ct) onde:
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100
80
Desaparecimento (%)
60
-0,0431t
T = 37,37 + 50,23 (1-exp )
0
-0,0506t
40 T = 40,28 + 47,48 (1-exp )
33
-0,0506t
T = 42,31 + 44,09 (1-exp )
67
20 T = 44,83 + 41,57 (1-exp
-0,0650t
)
67
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Tempo (h)
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Capítulo 1
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% da proteína
% de bruta
Alimentos % de MSa PB na
MS
PDR PNDR
Farelo de glúten de
90,0 65,0 38,0 62,0
milho (FGM)
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Degradabilidade Digestibilidade
Fração Composição
ruminal (%/h) intestinal (%)
Amido
B1 Pectinas e 20 – 40 75
β-glicanas
Fibra disponível
B2 Hemicelulose e 2 – 10 20
celulose
Lignina
C Fibra associada a 0 0
lignina
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O cálculo do NDT considera que os lipídeos contêm 2,25 vezes mais energia
que carboidratos e proteínas. Os valores 2,25: 1: 1 significam 9: 4: 4, ou seja, 9
kcal/g para lipídeos e 4 kcal/g para carboidratos e proteínas. Estes valores foram
obtidos com humanos e são dos valores calóricos fisiológicos. No cálculo do NDT
são consideradas as perdas urinárias.
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É importante destacar que a energia bruta de um alimento não expressa seu valor
nutricional. Dois alimentos com o mesmo valor de energia bruta podem, no entanto,
apresentar valores totalmente diferentes de energia disponível para os processos
metabólicos. A energia bruta é obtida pela oxidação completa de uma determinada
amostra numa bomba calorimétrica, que é o aparelho usado para esta avaliação. A
energia bruta nada mais é do que o calor de combustão de um determinado ali-
mento, ou seja, a quantidade de calor liberado pela completa oxidação a CO2 e H2O.
Ao ser consumido pelo animal, parte desta energia bruta é excretada através
das fezes sendo denominada de energia fecal. A energia bruta menos a energia
excretada nas fezes (EF) dá a energia digestível: ED = EB – EF. A ED tem uma
relação com NDT da seguinte forma:
Além desta perda, parte da energia absorvida do alimento é excretada pela urina
(EU). No caso de ruminantes, ocorre ainda uma perda significativa de energia
através dos gases (EG) produzidos durante a fermentação ruminal, representada
pelo CH4 (metano). Esta perda de energia através do metano pode representar
de 3 a 8% de toda a EB do alimento. Descontando da energia digestível aquela
perdida através da urina e dos gases resta a energia metabolizável (EM). Assim:
EM = ED – EG – EU ou EM = EB – EF – EG – EU
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Capítulo 1
Caracterização de alimentos para bovinos de corte
EL = EM – IC ou EL = ED – EF – EG – EU – IC
No caso de gado de corte a energia líquida pode ser utilizada para manutenção
ou para funções produtivas como, por exemplo, ganho de peso, crescimento
fetal e lactação. A energia líquida de manutenção (ELm ) é sempre maior que a
energia líquida para ganho de peso (ELg). Os valores de ELm e de ELg podem ser
obtidos a partir dos valores de EM usando-se as fórmulas do NRC (2000):
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Energia bruta
Energia digestível
Energia metabolizável
Energia líquida
*Manutenção
*Produção
Alimento
Carboidratos PB EE MM
PB Amido Pectinas
e
Açucares
FDA Hemicelulose
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