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Vinculação de pilares em vigas de transição

Em certos casos, é necessário que um pilar nasça sobre um pavimento. Esta situação é
observada com frequência na transição de pavimentos de garagem com os demais
pavimentos, onde não é possível seguir de maneira contínua com as prumadas de pilares
devido a interferências entre as arquiteturas. Estas novas prumadas usualmente são
lançadas sobre vigas, denominadas como vigas de transição.

Como o apoio do pilar é feito sobre um elemento deslocável e não fixo, como uma
fundação, há alguns esforços adicionais que são gerados por conta destes
deslocamentos.

Vinculação de pilares em vigas de transição

Neste artigo vou explicar o comportamento dos pilares nesta região, fornecendo
também algumas alternativas para contornar eventuais problemas de
dimensionamento.

Pilar engastado

Quando um pilar é lançado sobre uma viga, primariamente se encontra engastado sobre
ela. Como o pilar normalmente aplica cargas elevadas sobre a viga de apoio, a viga se
desloca fazendo com que o pilar se desloque juntamente com ela, como pode ser visto
na imagem abaixo:

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Perceba que, além dos deslocamentos verticais da viga, o pilar também rotaciona,
seguindo o arco feito pela viga. Isto ocorre porque o pilar está engastado na viga e,
portanto, não pode haver rotação relativa entre os dois elementos.

Como o pilar está travado na sua seção superior, ele apresenta uma resistência a essa
rotação, que acaba se traduzindo em momentos fletores mais elevados no pilar. Por se
tratar de um pilar de transição, normalmente terá as suas dimensões restritas por conta
da arquitetura, de modo que seu dimensionamento pode ser inviabilizado por estes
momentos. Neste sentido, é necessário ter duas considerações em mente.

Esta situação está diretamente ligada aos deslocamentos da viga de transição. Caso o
pilar se apoie sobre uma viga sem muita rigidez, causará deslocamentos maiores, o que
implica em uma maior rotação e, consequentemente, maiores momentos. Por conta
disto, é importante que as vigas de transição possuam uma rigidez compatível com as
cargas sobre elas aplicadas.

A transferência de momentos somente ocorre por conta do engaste. Caso o pilar nasça
rotulado sobre a viga, o modelo estrutural resultante permite uma rotação relativa entre
a viga e o pilar. Isto significa que, por mais que as vigas se desloquem, o pilar continuará
vertical, de modo que não são gerados momentos fletores.

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Assim, rotular a base do pilar pode ser interessante como medida para facilitar seu
dimensionamento. Todavia, cabe destacar que estes esforços serão absorvidos de
maneira diferente pela estrutura, sobretudo por meio de binários entre as vigas
adjacentes - ou seja, o dimensionamento de outros elementos será mais robusto. Além
disso, a estrutura apresentará uma rigidez menor do que se comparada ao primeiro

caso, o que tende a aumentar valores como o coeficiente γz. Da mesma maneira, serão

geradas fissuras na região.

Portanto, é importante que o projetista tenha em mente todos os fatores envolvidos,


de modo a garantir que é possível adotar a rótula naquele ponto.

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