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Como enrijecer uma estrutura deslocável?

Diferentes abordagens podem ser tomadas para enrijecer uma estrutura. De modo geral,
é interessante que a estrutura apresente alguma deslocabilidade, de modo que possa se
deformar sem gerar esforços muito elevados. Todavia, caso a estrutura não tenha rigidez
suficiente, pode se tornar globalmente instável. O artigo Como avaliar a estabilidade glo-
bal da estrutura? apresenta alguns métodos para determinar se a concepção da estrutura
está satisfatória neste quesito.

A seguir, são indicados procedimentos por meio dos quais pode-se melhorar o comporta-
mento de uma estrutura com relação aos efeitos globais de 2ª ordem. É importante des-
tacar que a eficácia das medidas aqui disponibilizadas dependerá também de onde estas
forem aplicadas. Por conta disto, é imprescindível que o usuário identifique quais os ele-
mentos que colaboram ativamente para a rigidez da estrutura e concentre as suas altera-
ções nesses elementos. Neste sentido, recomendamos a leitura do artigo Como contraven-
tar uma estrutura?, que fornece um breve panorama sobre os modelos de contraventa-
mento mais triviais e a dinâmica desse processo.

Modificar o vínculo de ligação entre vigas e pilares na estrutura

Uma forma de melhorar o comportamento da estrutura e resolver os problemas com ins-


tabilidade é enrijecer a ligação entre vigas e pilares. Isto pode ser feito através da consi-
deração de nós semirrígidos ou engastes nas ligações entre estes elementos. Uma ligação
mais rígida entre vigas e pilares implica em pórticos mais rígidos. Assim, esta medida é
mais efetiva em pórticos que tenham uma contribuição mais significativa para o contra-
ventamento. No Eberick, isto pode ser feito por meio do menu Modelo - Vigas -
Engastar/Nó semirrígido (botões e ).

No exemplo simplificado abaixo, a vinculação entre vigas e pilares foi alternada, de modo
a estudar como a estrutura se comporta no tocante aos seus deslocamentos:

ImagemA.png

Posicionamento dos pilares


O posicionamento dos pilares em relação às vigas é imprescindível, visto que estes ele-
mentos conferem rigidez ao pórtico. Destas características, destacamos sobretudo o seu
posicionamento e a sua orientação em relação às vigas. O número de pilares em um pór-
tico, por exemplo, aumenta a sua rigidez significativamente. Desta maneira, deve-se dar
preferência a posicionar os pilares de modo a formar pórticos com o máximo possível de
pilares.

No exemplo abaixo, inserimos um pilar central no pórtico para avaliar o seu comporta-
mento:

ImagemD.png

A orientação dos pilares com relação a direção do pórtico também tem um papel impor-
tante na sua rigidez. Isto ocorre pois pilares com a maior dimensão alinhada com a dire-
ção do pórtico irão fletir em torno da sua maior inércia, ou seja, apresentarão uma rigi-
dez maior. Isto é ilustrado na fôrma abaixo:

Perceba que, ao aplicar cargas horizontais em ambos os pórticos, o primeiro apresenta


uma rigidez melhor, visto que a rigidez dos pilares nessa direção é maior que a do pór-
tico inferior, onde os pilares estão rotacionados. Desta maneira, é interessante girar os
pilares de modo que essa rigidez seja aproveitada, o que pode ser feito por meio do
comando Lançamento - Pilares - Girar pilar (botão ). O impacto dessa mudança
também pode ser visto no comportamento final da estrutura, ilustrado na figura abaixo:

ImagemC.png

Vínculo de apoio das fundações

O vínculo de apoio de uma fundação é definido como o tipo de ligação que há entre a fun-
dação e o solo no qual a mesma está assentada. Definir o vínculo de apoio de uma funda-
ção como “Engastado” significa restringir este elemento à rotação, ou seja, torná-lo mais
rígido resultando em uma estrutura mais rígida, o que pode melhorar o comportamento
da mesma frente à estabilidade global da edificação. O vínculo de apoio das fundações
pode ser alterado na janela de lançamento destes elementos (duplo clique sobre a funda-
ção no croqui), alterando o item Vínculo apoio.
Modificando o vínculo das fundações, é possível verificar no exemplo que o apoio dos
pilares não apresenta nenhuma rotação, o que faz com que a estrutura se desloque menos

ImagemE.png

Seção dos elementos

Aumentando a seção das vigas e/ou pilares que compõe a estrutura aumenta-se, conse-
quentemente, o momento de inércia destes elementos, o que favorece um aumento de
rigidez da estrutura como um todo. Nestes casos, conforme destacado anteriormente, é
interessante que a seção dos elementos que contribuem significativamente para a rigidez
da estrutura seja aumentada. Caso contrário, o aumento de seção não será tão eficaz,
podendo assumir um caráter antieconômico.

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