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Capa: scristtinap
Diagramação: scristtinap
Imagem: ©Pixabay
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C. Peres, Shintya.
— O Sr. Barcelos, está aqui para vê-lo. – A voz de Lívia ressoa pelo
aparelho.
— Mande-o entrar. – Digo apenas. Ela diz mais alguma coisa que não
presto atenção e em seguida a linha está muda. Devolvo o aparelho em seu
lugar e minimizo a página do Word. Deixando para finalizar a leitura quando
Fernando partir.
— O que te traz aqui? – Pergunto assim que ele entra e fecha a porta
atrás de si.
— Como se você não fosse levar o trabalho para casa. – Ele se virou
para mim e levando o copo aos lábios e tomando um gole grande do líquido
escuro. Dei de ombros, eu realmente levava muito trabalho para casa, mas
isso era melhor que sair para as muitas festas que Fernando ia, e que às vezes
infelizmente eu não conseguia fugir.
Uma batida na porta chama nossa atenção e assim que a porta se abre,
Lívia coloca a cabeça para dentro da sala anunciando que Elizabeth deseja
falar comigo. Sinto meu coração dá uma leve acelerada com a notícia e peço
que a deixe entrar.
— Eu já disse o que tem que fazer, além do mais, não é uma ideia tão
absurda assim. – Fernando diz enquanto toma mais um gole de sua bebida.
Assim que meus olhos caem sobre o luxuoso restaurante em uma área
calma da cidade, minha ansiedade aumenta como se me dissesse que algo
grande estava por vir.
— Tudo que puder passar por essa sua cabecinha inteligente. — Diz,
apenas deixando que a sombra do que pareceu um sorriso surgisse no canto
dos lábios. — Pedi meu advogado para redigir um contrato. — Empurra o
envelope pardo, que estava em cima da mesa ao seu lado para mim. — Veja
se lhe agrada, qualquer dúvida Fernando pode lhe esclarecer, ou se preferir eu
mesmo o faço.
— Você não podia apenas dizer que está apaixonado e que a quer
como sua namorada? – Otávio, um de meus melhores amigos questiona-me.
— Quero que ela seja minha mulher, a mãe dos meus filhos, minha
companheira. – Digo enchendo meu copo com mais uma dose de whisky. —
Aquele demônio me deixou de quatro por ela. Estou completamente rendido.
— Não entendo como pode dizer amá-la sem nem ao menos a ter
beijado antes. – Diz ele se jogando no sofá com um copo do líquido âmbar e
amargo.
— Mas não disse que a amo. – Retruco. Ele suspira alto. Estou
deixando Otávio louco com esse assunto. — Vamos apenas deixar esse
assunto de lado até que Elizabeth me dê uma resposta. Não quero pensar
nisso até ter uma decisão definitiva de sua parte.
— Não. Isso vai parecer que estou ansioso por uma resposta sua.
Melhor esperar ela entrar em contato. – Digo. É o certo a se fazer, não é?
Pelo menos acho que sim, mulheres não gostam de homens que ficam em
cima ligando toda hora querendo saber cada passo que ela dá. Pelo menos é
isso que minha irmã, Charlie, sempre me diz. Otávio apenas concorda com o
que digo quando sei que, na verdade, ele quer que eu saia por aquela porta e
chame Elizabeth para sair.
Ele sempre foi assim, o romântico do trio. Fernando é seu oposto, ele
é um galanteador e sempre diz que ama todas as mulheres, mas nunca é o
suficiente para se prender em apenas uma. E eu, bom, sou o racional dentre
nós três, pensando sempre cem vezes antes de dar um passo que seja maior
que minha perna.
Otávio começa a falar sobre seu novo projeto, ele estava animado
com sua criação e até eu mesmo fiquei empolgado com ele. Seria um avanço
e tanto na área tecnológica, o mercado ficaria louco com essa inovação. Após
algumas horas, falando apenas de negócios encerramos o assunto e voltamos
a falar de coisas aleatórias, por volta das 16h00min Fernando chegou com um
sorriso gigante no rosto.
Nunca fui muito de frequentar esse tipo de lugar, mas quando se tem
amigos baladeiros você se acostuma e com o tempo passa a gostar de lugares
cheios, música alta e corpos suados esfregando no seu. Estou em minha
quinta ou sexta cerveja quando Susan aparece no local em que estamos, seu
corpo coberto por um vestido verde-escuro, ela calça saltos altos e seu rosto
está coberto por uma maquiagem carregada. Ela cumprimenta os rapazes
antes de caminhar até onde estou, ela beija o canto de minha boca e sorri,
puxando assunto. A loira fala sobre sua última viagem, os lugares que
conheceu e sobre como adorou cada minuto em Paris. Forço um sorriso e
apenas concordo com o que ela me pergunta. Susan é bonita, mas não é o tipo
de pessoa que tem um papo interessante que te faz querer ficar horas e horas
conversando com ela, apesar de ser uma boa pessoa, Susan é irritante.
Desvio meu olhar dela e meus olhos ficam vidrados no meio da pista
onde uma cabeleira ruiva, olhos verdes e um vestido preto me chama
completamente a atenção. Elizabeth não é de passar despercebida e sei que é
ela mesmo que esteja de costas. Ela se vira dançando, me arrancando um
sorriso ao confirmar minha dedução. Ela está ali, abaixo de mim. É só eu
caminhar até ela e… não sei exatamente o que fazer quando o assunto é ela.
Fico preso observando-a, cada sorriso e gesto. Estou completamente perdido!
Falei mesmo minha mulher? Estou ficando cada vez mais doido.
Passo as mãos por sua cintura e a giro para mim, encarando seus
olhos verdes e a boca bem desenhada coberta por um batom vermelho-
escuro. Elizabeth se assusta com a ação e suas mãos vêm para meu peito
numa tentativa de me afastar, mas não deixo que isso aconteça e antes que ela
diga qualquer outra coisa, meus lábios estão sobre os seus, apenas um leve
encostar, um pedido de permissão para enfim beijá-la de verdade.
Não existe mais música, nem pessoas ao nosso redor, apenas seus lábios
cobrindo os meus, nossos corpos colados, suas mãos em minha cintura
apertando e me puxando ainda mais para si, como se quisesse transformar nós
dois em apenas um. Estou ficando completamente louca, eu não deveria
deixar que ele me beijasse, nem que se aproximasse dessa forma, mas não
consigo me afastar e nem me esforço para isso.
Miguel abre a porta de seu carro para que eu entre e assim que estou
acomodada no banco do passageiro e fecha a porta. Cavalheirismo ainda
existe - penso. Ele dá a volta na frente do veículo e ocupa o lugar do
motorista dando a partida. Talvez ir com ele não seja o certo, mas quem se
importa com certo ou errado quando Miguel Banks está por perto? Creio que
nenhuma mulher em sã consciência se importaria se aquilo é certo ou não.
Puxo-o para mim, fazendo seu corpo cair sobre o meu e o beijo,
minhas mãos exploravam seu corpo até chegar à sua calça, elas tremiam
enquanto eu brigava com o botão de sua calça jeans. Quero livrar-nos de tudo
que nos impede de sentir o corpo um do outro. Assim que consigo desabotoa-
lo e abrir o zíper, Miguel se afasta para livrar-se da calça e os sapatos. Sento-
me na cama apreciando-o. O abdômen definido com aquele monte de
gominhos me dá vontade de lamber cada um deles e é exatamente isso que
faço. Puxo Miguel para mim e passo a ponta da língua por seu abdômen,
deixando leves mordidas pelo caminho, desço a boxer por suas coxas
deixando que seu membro rijo salte livre. Passo a língua pelos lábios
umedecendo-os. Ele é tão gostoso!
— Vai com calma, bebê. – Pede. Sua voz rouca estremece meu corpo,
fazendo meu ventre se vibrar, diminuo a velocidade, minha mão fechada ao
redor de sua espessura rígida e pulsante, manuseando em um vai e vem
enquanto minha boca faz o mesmo movimento, levando-o todo e depois lhe
sugando a glande rosada.
Miguel puxa minha cabeça para trás, afastando minha boca de seu
membro e empurra-me para deitar na cama, subindo sobre mim e beijando-
me a boca, ergo meu corpo e suas mãos vão para minhas costas, os dedos
brigam com o feixe de meu sutiã e assim que o solta, joga-o no chão, se
afasta de mim e seus olhos fixam em meus seios, com os bicos endurecidos
exigindo-lhe atenção, e ele a responde rapidamente quando seus lábios se
fecham sobre o bico pontudo, sugando-o, enquanto a outra mão castiga meu
outro seio, apertando-o e prendendo o bico entre os dedos numa doce e
viciante tortura.
Minhas mãos vão para seus cabelos, puxando-os. Ergo meu corpo
quando sua língua brinca com meu clitóris, tento fechar minhas pernas, mas
Miguel impede-me segurando-me pelas coxas e mantendo-as abertas,
totalmente exposta para ele. Sinto meu corpo se convulsionar, minha boceta
se contrai levando-me ao extremo êxtase do prazer, fazendo com que eu
alcançasse minha libertação, antes mesmo que eu pudesse me recuperar,
Miguel está tateando suas roupas em busca de um preservativo, rasgou a
embalagem com os dentes e cobriu seu membro, em seguida abre minhas
pernas, se posiciona entre elas invadindo minha boceta por completo.
— Por que precisa de mim? Casar nunca passou pela sua cabeça,
então, por que isso agora?
— Você leva uma vida promíscua, e sou à saída dos seus problemas?
– Ranjo os dentes antes de olhá-la nos olhos.
— Eu... – Para de falar e morde o lábio. Ela tem essa mania de morder
o lábio inferior sempre que está nervosa, intrigada ou ansiosa. Já percebi isso
enquanto a observava pelos corredores da empresa. Ela suspira.
— Cinco minutos.
— Juro que não tinha a intenção. O senhor Banks queria uma cópia da
ata da reunião de hoje cedo e você estava para o almoço, ele disse que não
tinha problemas em eu ligar o computador e imprimir o que ele queria, mas aí
o computador ficou louco. – Ela choraminga. Rio de seu desespero.
— Está tudo bem! – Lhe acalmo. A levo até minha sala e posicionei-
me atrás mesa executando alguns comandos rápidos no computador, em
seguida a área de trabalho aparece a minha frente. Abro o arquivo o qual
estava trabalhando mais cedo e o mando para a impressora.
Não tenho tempo de reagir, tua mão segura meu pulso, girando-me de
encontro a ele. Ofego sentindo seu peito rígido sobre minhas mãos, ergo o
olhar e me perco em seus olhos azuis. Passo a língua pelos lábios
umedecendo os mesmos. Miguel tomba a cabeça para frente e roça seu nariz
no meu antes de encostar nossos lábios. Um simples pedido de permissão.
Abro meus lábios cedendo a ele. Sua língua invade minha boca em
busca da minha. Suas mãos rodearam minha cintura puxando-me para mais
perto. Meu coração bate descompassado no peito enquanto minhas mãos
deslizam por seu peito duro, sentindo a extensão de seus músculos. Envolvi
minhas mãos em seus bíceps afundando minhas unhas em sua carne enquanto
o beijo se torna necessitado, suas costas chocam-se contra a porta de madeira
e ofego sem separar nossos lábios. Buscando uma força que eu não tinha,
minhas mãos deslizam de volta para seu peito empurrando-o para longe de
mim. Sua pupila está dilatada e o desejo brilha em seus olhos. Sinto a mesma
coisa comigo. Jogo a cabeça para trás, puxando algumas lufadas de ar.
— Você não irá se arrepender disso. – Diz ele. Enfia a mão no bolso
da calça social e tira uma caixinha de veludo, abre e me sorri, o anel de
noivado brilha, dourado e delicado, com uma única pedra no centro, engulo
em seco, segura minha mão e desliza o solitário por meu dedo. — O que
achou?
— Olha para mim. – Pede, sua voz baixa e rouca. Abro os olhos e
encaro o azul dos seus. Existe pouco espaço entre nós. Ergo-me na ponta dos
pés e colo meus lábios aos seus de leve, antes de me virar e sair de sua sala
sem esperar que ele fale alguma coisa.
— Não sei por que dou ouvidos as coisas que você fala. – Resmungo
enquanto pico a carne em cubos.
Quando eu era criança adorava passar o dia lá com meu pai, correr pelos
corredores e deixar os funcionários loucos com minhas travessuras, mas
quando fui tomando idade e quando pôr fim a empresa passou para minhas
mãos, me senti sufocado com tantas responsabilidades. Amo aquele lugar, é
minha vida, mas não é onde desejo estar todos os dias, das oito da manhã às
seis da tarde.
— Creio que isso não seja correto, chefe! – Diz com um leve sorriso
brincando em seus lábios cobertos por um batom vermelho-escuro. Olho de
um lado para o outro antes de beijar sua boca rapidamente.
— Me processa, querida! – Trago ela mais para mim. Ela joga a cabeça
para trás rindo e tomo seus lábios nos meus, beijando-a. Ela faz jogo duro
quando se trata de mim a beijar em público, mas Fernando ajudou-me nesse
ponto dizendo a ela que as pessoas precisam nos ver juntos antes de
assumirmos para todos que iríamos nos casar em breve.
A noite estava fria, o vento soprava a copa das poucas árvores que se
encontravam ali quando entrei na garagem de meu apartamento. O portão da
garagem se abre e conduzo o carro para dentro, rumo a minha vaga. Desligo
o veículo, os faróis se apagaram deixando a garagem escura, pego minha
pasta no banco de trás e desço trancando as portas do veículo. Assim que
entro em meu apartamento, me desfaço da gravata e da pasta, deixando-as em
cima do sofá enquanto traço meu caminho para o quarto.
Despejo mais uma dose do líquido âmbar em meu copo, esse é o terceiro
ou quarto desde que Fernando saiu de meu apartamento depois das
18h00min, meus pensamentos voltam e meia seguiam para Elizabeth e
quando isso acontecia, enchia meu copo novamente e bebia impedindo que a
vontade de correr atrás dela e a arrastar para minha cama novamente falasse
mais alto.
Uma única noite que tivéssemos juntos, mas foi o suficiente. Aquela
pequena bruxa ruiva me enfeitiçou desde a primeira vez que coloquei meus
olhos sobre ela, e agora depois de tê-la em minha cama, ter seu corpo colado
ao meu, sentir seu gosto e cheiro, tornou-se uma droga para mim e estou
completamente viciado nela, e não quero me livrar tão cedo dessa
dependência.
Eu deveria dar espaço a ela, não deixar ela sufocada, agir naturalmente e
não como um adolescente apaixonado, mas não consigo me manter longe.
A noite está fria quando tomo coragem e deixo meu carro correndo até a
entrada de seu prédio, ergo a mão e a paro antes de apertar o interfone de seu
apartamento.
Eu poderia ficar dando voltas e mais voltas pela cidade e tentar tirar
aquela diaba ruiva de minha cabeça. Na manhã seguinte eu estaria com uma
bela ressaca digna do Fernando, mas em vez disso depois apenas dirijo para
casa.
— Tudo bem, deve estar cansado. Nós vemos amanhã. – Sem mais
nenhuma palavra ou gesto caminha rumo ao elevador deixando me estacado
na porta, incrédulo em como ela não percebe que nunca haverá nada a mais
entre nós.
— Juro que se não for importante, vou arrancar sua cabeça. – A risada
alta do outro lado da linha me faz afastar o celular da orelha.
— Por que não vem aqui em casa? Estamos dando uma pequena social
para alguns amigos. – Otávio anuncia.
— Uma pena, George está jogando charme para cima de sua noiva. –
Fernando anuncia.
— Você está com uma cara bem psicopata, creio eu que irá assustar sua
noiva se aparecer perto dela com essa cara. – Fernando diz rindo.
Tento caminhar rumo a ela novamente, mas sou empurrado para trás
sendo arrastado por Fernando para dentro do apartamento, ele abre a
geladeira e me entrega uma Stella, abro a garrafa e levo a boca, deixando que
o líquido gelado me refresque. Levo a mão até o pescoço e esfrego minha
garganta impaciente.
— Agora que já está servido e mais calmo, que tal dizer um “Olá” para
sua querida noiva? – Fernando debocha. Fecho a mão em punho e soco seu
braço arrancando risada de Otávio e uma cara de dor fingida de Fernando.
Caminho novamente para fora do apartamento rumo ao pequeno bar
improvisado onde Elizabeth ainda continua sentada conversando com
George, fecho os olhos e respiro fundo quando o vejo segurar em sua mão e a
mesma puxá-la para trás, se livrando do toque, caminho apressado e me
posicionei atrás dela, passo meu braço sobre seu ombro, ela ergue os olhos e
sorri ao me ver.
— Está tudo bem por aqui, amor? – Pergunto olhando diretamente para
George.
— Tudo sim! – Diz levando sua bebida aos lábios. — Pensei que não iria
aparecer, Fernando disse que estava de ressaca. – Conta.
— Não se faça de idiota, Miguel! – Digo calma, mas com uma ponta de
raiva na tonalidade. — Você é bem mais esperto que isso, então não aja feito
um babaca, porque posso me irritar facilmente e pisar em suas bolas. – Seus
olhos queimam sobre mim, um olhar curioso e a sombra de um sorriso brota
em seus lábios, como se me ver irritada divertisse-o.
— Eu não sou propriedade, para ser sua! – Aponto o dedo em sua cara,
em seguida bato o indicador em seu peito visivelmente irritada com o ogro
em minha frente.
Seus lábios sobre os meus não são delicados, o beijo é bruto, sua língua
busca a minha e quando se encontram me agarro nele, aprofundando o beijo,
tomando tudo que ele me dá e um pouco mais. Miguel soltou meu pulso e
aproveito essa brecha para agarrar os cabelos de sua nuca, puxando-os com
certa força. Ele me empurra para a parede mais próxima, e seus lábios
desceram para meu pescoço. Arrepiando-me, enviando ondas elétricas por
todo meu corpo, fazendo meu interior se contorcer em deleite. Não me
importo em estarmos no corredor e tão pouco em estar contracenando um
baita filme para as pessoas que passam por nós.
— Até que tenho, mas aqui fora está bem divertido. – Respondeu ele
rindo. — Lize, minha querida, essa coloração rubra em seu rosto lhe deixa
simplesmente adorável. – Fernando provoca, mordo o lábio para não rir da
expressão assassina que se forma na face de Miguel.
— Vou matar você, se tornar a olhar para minha mulher. – Ralha entre os
dentes, suas mãos se fechando em punho.
— Ela ainda não se casou com você. – Diz rindo da cara do amigo e entra
no apartamento.
— Se ele não fosse meu melhor amigo, juro que matava ele. – Diz Miguel
em voz baixa. Mordo o lábio e fecho os olhos, abro-os e encaro aquele mar
azul que são seus olhos.
— Ele está apenas te irritando. – Pontuo a verdade, para que ele se
acalme. — Vamos voltar lá para dentro. – Beijo rapidamente seus lábios e
entrelaço nossos dedos, e o puxo para dentro do apartamento. Não somos um
casal de verdade, mas estamos construindo algo aos poucos, quero acreditar
que sim, mas posso estar me enganando, deixando que os conselhos absurdos
de Lindsay nublem a verdade do que realmente existe entre mim e Miguel.
Talvez eu me ferre muito no final, mas enquanto isso não acontece, deixo
simplesmente as coisas irem pelo caminho que o destino está desenhando.
Casar-me era a última coisa em minha lista, pensar que logo dividirei
minha vida com uma pessoa que pouco conheço fora do trabalho, me deixa
praticamente em pânico. Maldita hora em que ouvi Lindsay e aceitei assinar
aquele contrato. Desliguei a ducha e me enrolei na toalha, encaro meu reflexo
no espelho e penteio meu cabelo prendendo-o em um coque frouxo no alto de
minha cabeça. Ligo o aparelho de som e deixo que a voz de Humberto
Gessinger, vocalista dos Engenheiros do Hawaii, preencha o ambiente com a
melodia de Armas químicas e poemas[2], enquanto me visto e caminho rumo
a cozinha, preparar algo rápido para comer e me jogo no sofá com um
sanduíche natural e um copo de suco de laranja. Cantei letra da música
enquanto minha mente vagava pelos motivos que me fizeram estar onde me
encontro hoje, não foi uma boa ideia ter aceitado a proposta de Miguel, mas
não consigo me arrepender de tal coisa.
Casamento era uma coisa que há muito tempo estava fora de meus planos,
claro que há alguns anos pensei na probabilidade de entrar na igreja vestida
de branco e dividir o resto de minha vida com o cara que eu julgava amar.
Mas depois da traição de Josh, casamento era um item riscado em minha
lista, até o momento de hoje.
Miguel me deu sete dias para encontrar o vestido que eu julgasse ser
perfeito para nosso casamento, enquanto isso ele corria com o resto, meu
único trabalho além de encontrar meu vestido de noiva foi listar quem de
meus conhecidos eu gostaria de convidar. O que foi um trabalho bem mais
fácil, já que não tinha muitos amigos, tirando um ou dois convidei todos, em
relação a minha família, apesar de não me dar bem com algumas pessoas fiz
questão de não deixar ninguém fora da lista. Não pensei que depois de tanto
bater o pé e dizer que eu não me casaria, eu estaria aqui hoje praticamente
com o pé no altar, disposta a dizer sim para um homem que embaralha meus
sentimentos e que me vê como a saída para seus problemas.
Observo meus pais quando me soltam. Minha mãe aparenta estar mais
jovem ao usar um vestido longo em tom de vinho. Seus cabelos ruivos se
encontram presos em um coque clássico na nuca, alguns fios brancos dançam
junto aos fios ruivos, o sorriso que tanto amo está ali estampado nos lábios
cobertos por um batom em tom de marrom, nada muito chamativo, apenas
destacando a beleza que em seus cinquenta e seis anos ainda está presente em
seus traços. Papai no que lhe concerne está trajando um terno preto, camisa
social branca e uma gravata azul em um nó perfeito.
— Ansiosa seria a palavra certa. – Digo e ele sorri. Respiro fundo e abro
a porta, papai apoia-me enquanto caminhamos pelo jardim. O casamento ao
ar livre foi escolha minha, por simbolizar a liberdade que gostaria de prezar
ainda que eu passe a ser uma mulher casada depois de hoje e Miguel havia
concordado por conta da imprensa, mas secretamente desconfiava que ele
também havia gostado da ideia.
— Você está linda. – Diz e se curva beijando minha testa antes de nos
posicionar em frente ao Juiz de Paz, que celebraria nossa união, perante
nossos amigos e familiares.
— Boa noite a todos! Estamos aqui hoje para celebrar as melhores coisas
da vida, a confiança, a esperança, o companheirismo e o amor entre esse
casal. — Iniciou a cerimônia, enquanto a minha mente viajava no calor que
era ter as mãos de Miguel sobre as minhas, os olhos azuis brilhavam como se
todo aquele circo que armamos fosse verdadeiro para ele, o que fazia com
que eu ficasse intrigada com o real motivo para aquilo. Miguel apertou minha
mão fazendo com que eu despertasse de meus pensamentos e quando o juiz
iniciou os votos. Miguel prendeu seu olhar ao meu e sorriu, aquele sorriso
que com o passar dos dias fazia com que sensações desconhecidas
assombrassem meu íntimo.
— Sim!
O Juiz se voltou para mim, repetindo a mesma pergunta que foi feita a
meu noivo. Minhas mãos tremiam de nervoso ao final de sua pergunta, sentia
o nó de ansiedade se formando em minha garganta e com os lábios trêmulos,
lhe respondi:
— Sim!
Miguel puxa-me para ele com delicadeza e olhando em meus olhos, com
um sorriso se curva beijando meus os lábios trêmulos. Afastamos e sorrimos
um para o outro antes de nos virar para os convidados e nossa família.
Os meios que utilizei para conseguir o que eu queria, não foram nada
convencionais, mas quando se trata dela, mal consigo raciocinar direito, então
quando Fernando surgiu com a ideia mais babaca de todas, eu simplesmente a
aceitei, sem pensar muito nas consequências que meus atos trariam para o
futuro.
— Sei, mas se não fosse desse modo, você sabe que eu acabaria
enrolando mais um ano para enfim criar coragem para chamar ela para sair.
— Você nunca teve problemas em chamar uma mulher para sair, por que
ela é diferente? – Questiona-me.
— Por ser ela. Elizabeth mexe com meus sentimentos, me faz perder a
cautela e agir feito um babaca possessivo. – Ele ri baixo. — Quando ela me
olha com aqueles olhos verdes e automaticamente morde os lábios por ficar
incomodada ou sem graça, ou simplesmente por estar entediada, tenho apenas
a vontade de tomar seus lábios nos meus e fazê-la minha. – Confesso. — Não
sei se é amor, ou apenas desejo, mas quero a qualquer custo descobrir o que
ela faz comigo.
— Poderia ter evitado a parte do sexo, agora vou ficar com a vossa
imagem transando na minha cabeça. – Reclama, observando os convidados.
— Então Don Ruan, vá salvar sua mulher das mãos ligeiras de George. –
Otávio diz, apontando com o queixo para onde minha esposa está. Bufo com
sua provocação e caminho ao encontro de Elizabeth que sorri incomodada.
— Vou ter que lhe roubar minha mulher. – Digo parando ao lado de
George. Ele me olha e por fim tira suas mãos de Lize.
— Toda sua. – Diz ele antes de se afastar. Seguro sua mão e a puxo para
mim, rodando-a, antes de guiá-la pela pista de dança. Nossos pés deslizam
pela pista no ritmo calmo da música, uma de minhas mãos repousa em sua
cintura enquanto a outra segura sua mão. Ela sorri.
— Você anda fazendo muito isso. – Ela diz, a curiosidade nublando seus
olhos. — Não que eu esteja reclamando, você beija muito bem, mas não pode
confundir as coisas.
— Não estou confundindo, vamos apenas curtir a noite, está bem? – Digo
aborrecido. Ela concorda, seus olhos verdes estão brilhando e ouso dizer que
está feliz. Esforcei-me muito para dar a ela o casamento dos sonhos. Cada
mínimo detalhe escolhido a dedo e com muita cautela para que tudo saísse
perfeito.
— Joga para mim! – Gritou uma voz feminina no meio de tantas outras
mulheres que se aglomeraram em frente ao palco, preparadas para pegar o
buquê que Elizabeth balançava de baixo para cima em uma contagem de três
vezes antes de soltá-lo.
O buquê voou pelas mulheres e caiu aos pés de meu amigo, Fernando,
que conversava e ria entretido com outros homens sobre as mulheres
desesperadas para pegarem o buquê. Ele abaixou o olhar para as flores em
seus pés e se curvou pegando-o, ergueu a taça para nós com um sorriso
brincalhão nos lábios.
— Bom, senhoras, parece que o próximo a se casar sou eu! – Falou rindo.
Enquanto ele ria da gozação dos caras sobre ele ser o próximo a se casar, as
mulheres reclamavam que era injusto que logo ele ficasse com o buquê.
Ela sorriu, o sorriso mais lindo que eu já a vi dar. Colocando sua mão na
minha a puxei para a pista, colando nossos corpos Elizabeth, deitou a cabeça
em meu peito e cantarolei a música para ela enquanto nos movimentava
lentamente pela pista de dança.
Meu coração batia rápido no peito, o sorriso não saía de meus lábios.
Talvez meus amigos estivessem mesmo certos e essa mulher em meus
braços, ganhou meu coração assim que coloquei meus olhos sobre ela. Ela
cantou baixinho acompanhando-me. Elizabeth era simplesmente perfeita para
mim, e eu sabia disso desde que pousei meus olhos sobre ela pela primeira
vez, mas tentava negar o fato.
Sua respiração era calma, subi meus dedos sobre a pele nua de seu braço
e a senti arrepiar, erguendo seus olhos para mim, os lábios semiabertos,
umedeci os meus enquanto me perdia nas duas esmeraldas que eram seus
olhos. Ela sorriu e eu me perdi ali, naquele momento, olhando-a me encantei
com seu sorriso, os sentimentos dentro de mim se revirando e minha
consciência me crucificou por não ter feito as coisas direito com ela. A ficha
enfim caiu. Eu a amava. E, com os últimos versos da melodia tocando, eu me
curvei e a beijei, tentando fazer com que naquele beijo, ela percebesse meus
reais sentimentos por ela, e que por fim me aceitasse ao seu lado.
Eu estava feliz, deixei que toda essa baboseira de casamento fizesse minha
cabeça, e agora, era tarde para não estar sorrindo feito boba. Enquanto girava
pela pista de dança com Miguel cantando baixinho para mim, eu me permiti
sonhar, criar expectativas que serão despedaçadas no final, deixei que meu
estúpido coração criasse esperança. Neste momento tenho apenas vontade de
socar Lindsay por ficar colocando asneiras em minha cabeça e Miguel por ter
me feito a proposta mais estúpida, mas, mais-que-tudo eu tinha vontade de
enfiar o salto agulha de minha sandália de tiras no meu cérebro que mesmo
achando aquilo a maior idiotice, aceitou no final.
— Que tal uma dança com o padrinho mais bonito que esse
casamento teve? – Estende-me a mão que aceito rapidamente para me livrar
do toque de Miguel.
— Devolva minha esposa inteira. – Diz Miguel antes de se afastar.
Reviro os olhos pelo comentário e Fernando sorri pela minha ação.
— Gostaria de ter presenciado isso. Ele não sabe bem como agir perto de
você. – Conta-me.
— Não é um segredo meu para que eu conte, mas pergunte a ele. – Pisca.
— Ele é um idiota na maior parte do tempo com aquele papo de agir sempre
com cautela, pensar três vezes antes de fazer, aquele papo fiado de pessoa
velha. – É minha vez de rir com o que ele fala.
— A proposta era boa. – Digo rindo. Ele me acompanha, sabe que não me
casei por interesse.
— Obrigada!
— Disponha, ele é uma boa pessoa, meio idiota e muito cabeça dura
quando quer, mas ele, bom, apenas dê uma chance a ele.
— Pensei que nunca mais iria ter minha mulher de volta. – Diz para o
amigo.
Me desfiz de seu cinto e desabotoei sua calça, puxando-a para baixo com
a cueca. Seu pau pulou para fora, livre e majestoso em toda sua
masculinidade. Puxei uma lufada de ar quando Miguel se afastou da cama,
apoiei nos cotovelos, erguendo-me um pouco para vê-lo se desfazer de suas
roupas.
Sentia-me molhada e quente por ele. Mordi seu abdômen de leve antes de
segurar a base de seu membro e levar a ponta grossa e avermelhada aos
lábios se sugar para dentro de minha boca, rodei minha língua sobre a carne
inchada e o tomei por completo, raspando meus dentes de leve sobre seu
comprimento. Fechei meus olhos sentindo seu gosto. Meus dedos rodaram
sobre a base, o masturbando, aumentando e diminuindo a pressão conforme
eu o sugava, abri meus olhos e olhei sobre os cílios, a cabeça para trás, os
lábios semiabertos enquanto seus dedos agarravam meus cabelos ajudando-
me a tomá-lo por completo, ditando o ritmo que desejava, ora lento, apenas o
castigando e ora rápido, fodendo minha boca, movendo seus quadris como se
me fodesse.
Segurando firme em meus cabelos, Miguel afastou minha boca de seu pau
e puxou-me para cima, rodando nossos corpos e beijando minha boca
enquanto afastava com minhas pernas com seus joelhos e se posicionou entre
elas. Beijou meu pescoço e apertou meu seio, enquanto seus dedos brincavam
com o tecido de renda de minha calcinha, antes de afastá-lo e tocar minha
boceta molhada, arrastado os dedos sobre meus lábios, brincando com meus
clitóris e fazendo círculos com o polegar sobre minha abertura, mas sem
nunca me penetrar. Ofeguei e arqueei meu quadril, necessitando de mais
contato. Desceu os lábios sobre minha barriga e mordeu meu ventre antes de
encaixar os polegares no elástico de minha calcinha e a deslizar por minhas
pernas, deixando-me completamente nua.
Minhas mãos foram para suas costas, puxando-o para mim, beijando seus
lábios e apertando seus músculos enquanto nossos corpos se moviam juntos
no mesmo ritmo necessitado, em busca do prazer. Meus músculos se
contraíram enquanto o corpo grande em cima de mim ficava tenso, suas
investidas ficando mais rápidas e mais fortes, nossas respirações se
misturando e o cheiro de sexo misturado com o suor de nossos corpos
ganhando o ambiente enquanto nos desmanchamos juntos ao alcançarmos
nossa libertação. Sentia meu corpo mole, enquanto Miguel respirava com
dificuldade, beijou meus lábios e se impulsionou mais uma vez dentro de
minha intimidade antes de se retirar de meu corpo. Não falamos, palavras não
eram necessárias quando me puxou para seu peito, nos enrolando com o fino
lençol de seda branco, minha cabeça sobre seu peitoral enquanto seu coração
batia no mesmo ritmo acelerado que o meu.
— Muita curiosidade.
— Você sabe que não leva jeito nenhum cantando né? – Ele deu de
ombros não se incomodando.
— Larga de ser chata e canta comigo. – Ele pede. Sorrio e canto alto
junto a ele, apesar de ser completamente desafinada.
— Adorei, já tinha visto fotos e lido sobre o local, mas nunca tive a
oportunidade de conhecer. – Ele sorriu guiando o carro por alguns minutos na
rodovia e em seguida por uma via alternativa até a vila de Capitólio.
Miguel tem isso, ele me faz sorrir. Ergue a mão descansando em meu
rosto, estou vidrada em seus olhos, tão azuis, é como se afogar na imensidão
do mar. Nossas respirações se misturam, menta e hortelã. Seus lábios
pousaram sobre os meus em uma carícia leve. Sua mão livre vai para minha
cintura puxando-me para mais perto dele, os lábios entreabertos aceitam seu
beijo, Miguel consegue me envolver, nublar minha mente e me deixar sem ar
e como uma droga que você se vicia desde a primeira vez que experimenta.
Me sinto assim em relação a ele, viciada, completamente dependente. É um
erro se envolver, mas é difícil dizer não quando ele sorri me encarando com
aquelas duas órbitas azuis. Me afasto dele e levanto da cama, preciso me
manter afastada, deixá-lo se aproximar só fará com que eu acabe com o
coração quebrado, e bom, isso não é uma opção.
— A gente, essa coisa entre mim e você não podem passar do que
realmente é. – Digo e noto a confusão passando em seus olhos.
A água gelada cobre boa parte de nossos corpos, Miguel segura minha
cintura puxando-me para ele e entrelaço minhas pernas em sua cintura, seus
lábios tomaram minha boca em um beijo quente. Ri ao nos afastamos me
sentindo como uma adolescente que se encantou pelo bad boy do colégio.
Uma comparação boba, mas que faz todo o sentindo em minha cabeça.
Voltamos para o hotel quando o sol se pôs e fomos direto para o banho, a
água quente caía sobre nossos corpos enquanto o clima entre nós dois se
esquentava, sorrisos sensuais, beijos quentes e mãos bobas.
Ele prendeu meu corpo contra a parede, beijou a minha boca e meu
pescoço, apertei seu corpo contra o meu e não me afastei quando ele me
pegou no colo, minhas pernas envolveram seu quadril sentindo seu membro
enrijecido, segurei sua espessura guiando-a para dentro de mim, arfei quando
ele me penetrou por completo. Respiração ofegante e coração acelerado, seus
movimentos foram precisos atingindo os pontos certos em meu interior.
Ele é gostoso!
Quando meu corpo afunda na água, Miguel está sobre mim, beijando
minha boca e acariciando meu corpo, despertando o desejo novamente e sorri
satisfeita pela decisão que acabei de tomar.
Casamentos nunca são fáceis, podemos fingir que tudo é perfeito nos
primeiros meses ou anos, mas com o tempo você se acomoda as pequenas
coisas, e nunca tenta mudar a rotina. Não que o meu esteja assim, mesmo não
sendo real, Miguel e eu fazemos de tudo para que nunca fique monótono,
jantamos fora pelo menos uma vez na semana e tentamos fazer algo diferente
sempre que os compromissos com a empresa nos deixam com tempo.
Assim que nos casamos Miguel decidiu que estava na hora de eu ter
uma posição mais alta na empresa, e isso acabou gerando uma corrente de
fofocas ainda maior do que quando nosso noivado foi anunciado, bati o pé e
disse que queria meu antigo cargo de volta, mas o homem simplesmente
ignorou meus desejos e não retrocedeu em sua decisão, o que fez com que eu
ficasse de cara virada para ele por um par de dias, eu não estava agindo assim
por imaturidade, trabalhei duro desde que cheguei a empresa para conseguir
um cargo mais alto, mas não queria que esse cargo viesse apenas por que
agora eu era esposa do chefe. Odiava quando ele fazia as coisas sem antes
consultar-me sobre tais decisões e isso era um ponto que gerava sempre
muita discussão entre nós.
— Mas conte para nós, como é ser casada com Miguel Banks? – Lívia
disse, fazendo com que a atenção das outras duas mulheres sejam
direcionadas a mim, enquanto aguardam minha resposta. Suspiro e bebo mais
um gole de minha cerveja, o líquido amargo refresca minha garganta.
— Que bom que está em casa. – Sua mão esquerda percorre minha
coluna, enquanto a outra está em minha cintura, passei meus braços por seu
pescoço e sorri quando beijou meus lábios.
Ele tinha todo o poder sobre meu corpo e eu aceitava isso. Eu estava
apaixonada por ele. Puxa minha saia por minhas pernas e a descarta junto a
minha camisa, nossas roupas jogadas pelo chão enquanto nos perdíamos nas
sensações que era estarmos juntos. Beija minha barriga, enquanto suas mãos
trabalhando em meus seios apertando-os sobre o sutiã, morde minha pele,
fazendo com que eu me arrepie, minhas mãos dançam por seu corpo, apertam
seus músculos, minhas unhas arranham sua barriga e param no cós de sua
boxer preta, o acariciei por cima do tecido, Miguel geme sobre minha pele e
quando minhas mãos tocam seu membro duro, seu corpo se enrijece, sua
língua traça o cós de minha calcinha enquanto seus polegares se encaixam na
mesma fazendo com que eu tenha que afastar minhas mãos dele para que ele
a tire. Desabotoou o feixe frontal de meu sutiã e o jogo no chão.
— Miguel! – Minha voz sai rouca, em súplica para que ele me deixe
gozar novamente.
— Isso porque não tínhamos que dormir juntos. – Ela diz, riu disso e
a coloco sobre mim. Ela se remexe sobre meu corpo. Passa os dedos sobre
meu rosto e morde o lábio inferior. Sinto meu pau ganhar vida, enquanto ela
se esfrega em mim.
— Não estou te obrigando a isso, querida. – Digo passando a barba
rala em seu pescoço. Um gemido escapa por seus lábios. — Poderíamos ficar
aqui o dia todo. – Digo rouco, cada célula de meu corpo sendo consumido
pelo tesão. Com ela ali em meus braços, seu corpo colado ao meu, sua
respiração ofegante e os olhos brilhando em antecipação. Eu poderia dizer
que a amo, eu poderia correr esse risco, mas novamente me acovardo.
Elizabeth é importante demais para que eu coloque as coisas a perder apenas
por não saber esperar o momento certo para me declarar a ela.
— Me diz que quer isso. – Peço suplicando para que ela também
queira. — Diz que me quer do mesmo jeito que eu a quero. – Sinto meu
coração bater rápido, minhas mãos pousam em sua bunda e a aperto, com
força, ela geme alto se esfregando em mim.
— Ainda nem conversei com Elizabeth sobre ela. — Passo os dedos pelos
fios loiros de meu cabelo. — Estamos com tanta coisa para resolver que não
tive tempo de contar a ela sobre a festa.
— Ela com certeza já sabe sobre a festa. – Diz Matt. — Deve estar apenas
esperando que você confirme com ela se irão ou não.
— Vocês têm razão. Às vezes me esqueço que ela também trabalha aqui.
– Eles riem.
— Todos sabemos que aquele rostinho bonito que sua esposa tem, é
muito mais. Não se esqueça disso.
— Será uma grande aposta. – Ele diz. — Mas, estamos preparados para
isso. O previsto é que este tipo de tecnológica cresça nos próximos três anos.
Estamos lançando algo único — Posso sentir a empolgação e o orgulho na
voz de meu amigo ao falar de seu projeto. Um banco de dados que guardará
todo o tipo de transação permanente e totalmente à prova de violações.
— Não, querido. Fico por aqui mesmo. – Ela passa por nós sorrindo. Não
joga nenhuma indireta e nem tenta uma aproximação. Estranho sua reação,
mas agradeço por isso. Talvez ela tenha notado que não irá acontecer nada
entre nós novamente e enfim tirou seu time de campo. Ocupamos o espaço no
elevador e pressiono o botão da diretoria, quando as portas se fecham viro-me
para ele cruzando os braços sobre o peito, amassando o terno que uso.
— Só acho que está perdendo tempo demais. Está na cara que ela está
apaixonada. Tem que contar a ela a verdade. – Diz ele. Sei que em parte ele
tem razão, mas ainda não sei se Elizabeth me ama, e contar a ela que o
verdadeiro motivo pelo qual a prendi em um contrato me deixa apreensivo.
Ela pode não entender meus motivos e acabar me odiando, e isso é algo que
eu não suportaria.
— Por mim, ela nunca irá saber. E espero que você e Fernando como
meus melhores amigos, mantenham essas bocas grandes caladas. Assunto
encerrado.
Ele negou com a cabeça e se encosta na parede fria. O clima ficou tenso
entre nós, mas é o meu casamento, é a minha mulher, e não estou pronto e
nem nunca estarei pronto para lhe contar a verdade e deixar que ela me
abandone. Farei com que ela queira ficar depois que o tempo se esgotar e se
eu não conseguir, direi a ela que estou apaixonado e que a amo.
— Confirme nossa presença na festa dos acionistas, Srta. Colins —
Miguel diz ao passar por mim e Lívia no saguão. Nenhum sorriso, seu
semblante, está sério e o enrugar em sua testa é sinal de que está pensativo
em relação a algo. Lívia concorda com a cabeça nervosa, a porta de sua sala
se bate com força fazendo com que eu me assuste. Em todo o tempo que eu
estive aqui nunca o vi bater à porta ou qualquer coisa do gênero. Mesmo
irritado, Miguel age de forma natural, arqueio a sobrancelha e em seguida me
viro para Otávio, que dá de ombros. Algo aconteceu depois que eu o deixei
nos laboratórios com Otávio e Matt.
— Tão lindo, mas tão idiota. – Digo negando com a cabeça e caminho
para minha sala, ao lado da sua me jogando em minha cadeira e
concentrando-me em meus afazeres. Preocupar com os chiliques de Miguel
apenas me faria atrasar o dia, apesar que o ver todo irritado é quente pra
caralho.
— Quanto drama, isso não combina com você. – Ela sorri. Levo a xícara
de café aos lábios e me delicio com a bebida quente.
— Gostei do apartamento. – Diz ela olhando ao redor. Sorrio, também
gosto do lugar, apesar de eu pensar que é grande demais apenas para mim e
Miguel, me contentava com algo menor, mas eu não poderia esperar algo
menos que isso, considerando o homem com quem me casei. O apartamento
de paredes claras, decorações chiques e nada pessoal é dono de uma vista
maravilhosa. Não escolhi nada da decoração, quando voltamos da lua de mel,
ele já estava montado e pronto para que fizéssemos dele o palco de nosso
teatro. Lindsay cruza as pernas em cima do sofá, enquanto segura o pires com
a xícara de café. — Você está toda madame depois que se casou. – Zombou
ela.
— Agora, me conte sobre esse homem dos sonhos com quem está saindo
e que está mantendo total segredo sobre.
Ela torceu uma mecha de seu cabelo negro nos dedos enquanto mantém
um olhar sonhador. O mesmo olhar que tenho quando estou pensando em
Miguel. A diferença é que o relacionamento dela é real, enquanto o meu é
uma farsa. O sentimento dela provavelmente é correspondido enquanto o meu
é apenas meu, ele não sabe deles e não os corresponde. Não deixo que o
assunto se volte para mim, quando Lindsay nota meu olhar e abre a boca para
falar algo, mas a cortei rapidamente.
— Acho que sim, estamos nos vendo com frequência, e ele me convidou
para passar o fim de semana na casa de seus pais, quer que eu os conheça. –
Me conta.
Meu coração teima em bater mais rápido por ele, suas palavras doces,
os gestos, tudo faz com que eu me apaixone um pouco mais por ele, enquanto
para ele, isso é apenas um jogo. Me desvencilhei de seus braços, viro-me para
ele o observando, camisa social azul puxada até os cotovelos, a calça jeans
escura cai sobre seus quadris perfeitamente, as coxas musculosas estão
marcadas pela calça, sapatos pretos e os olhos azuis brilhando em
divertimento pela minha análise. Sorrio me afastando dele, pego minha bolsa
sobre a poltrona e saio do closet com Miguel em meu encalço.
— Sei que não está confortável com isso. – Diz ele. Eu realmente não
estou, mas ele não precisa saber disso.
— Está tudo bem, adoro seu pai. Ele é um homem bem íntegro. – O
alfineto. Ele ri. Mordo a parte interna de minha bochecha e ligo o som,
vasculho algumas estações até optar por uma internacional. A melodia de I
was made for loving you[4] invade o ambiente fechado, deixo que cada
palavra penetre em meu interior, deixo-me sentir a música e me arrependo
disso, no momento seguinte em que as lágrimas queimam em meus olhos.
Não desligo o som, deixo que Ed e Tori queimem meus sentimentos, e me
façam ver quão estúpida eu fui por aceitar a proposta do charmoso homem ao
meu lado. Miguel parece pressentir o estado emocional que a música me
deixou, pois, segura minha mão e entrelaça nossos dedos, ergue-a e leva aos
lábios, beijando-a.
— Você sabe porque seu pai queria tanto esse almoço? — Pergunto
minha voz embargada pelo choro contido.
— Não faço ideia — diz enquanto manobra para o estacionamento em
frente ao restaurante italiano.
— Você está bem, querida? – Pergunta meu sogro olhando para mim.
Suspiro, tentando manter meu estômago quieto. O cheiro da comida invade
meu nariz, fazendo com que a ânsia de vômito suba para minha garganta.
Respiro fundo.
— Estou sim!
— Está pálida, querida. – Miguel diz, passando a mão por meu braço,
uma leve carícia. Aconchegante e acolhedora. Seguro a taça com água e levo
aos lábios tomando um gole.
— Não posso querer passar um tempo com meu filho e com minha
adorável nora? — O senhor pergunta. Sorrio
— Deveria ser mais como sua esposa, filho. Ela sabe como tratar um
senhor já de idade. — Ele brinca nos fazendo rir.
— Oh, o senhor não está tão velho assim! Não se faça de coitado para
ganhar minha esposa.
— Sr. Banks? – Ergo meus olhos encarando Lívia que está com a
porta semiaberta e apenas o pescoço para dentro de minha sala.
— Claro, Lívia. Perdoe-me por tomar seu horário de almoço. Volte até as
15h30min. Precisarei de você para uma reunião com os representantes da
Phoenix
— Sr. Banks?
— Eu não estou preparada, irei estragar tudo! – Ela diz, sua voz alguns
tons acima do normal.
— Otávio estará com você, só relaxar que dará certo. Conto com você
Lívia! – Digo e desligo antes que ela proteste. Pego meu blazer jogando-o no
antebraço e as chaves do carro. Desço pelo elevador privativo da presidência
e assim que as portas se abrem na garagem pulo para fora da caixa de metal,
destravei o alarme e praticamente corri em direção ao meu carro. Elizabeth só
me dá dor de cabeça, qual a dificuldade em atender a merda do celular. Ela
está querendo me deixar de cabelos brancos antes dos quarenta anos. O
trânsito lento me irrita, assim que consigo uma brecha corto entre os carros
em alta velocidade. Espero que tenha acontecido algo muito grave para que
ela não me atenda, caso contrário aquela ruiva estará em sérios problemas,
depois morro de ataque cardíaco e não encontram o motivo.
— Foi apenas algo que comi. – Ela diz. A observei com curiosidade. —
Por favor! – Sua voz doce e calma faz meu coração bater rápido no peito,
minha boca seca e concordo, tiro meus sapatos com os pés e caminho para a
cama, me deito a seu lado e a puxo para meus braços. Beijo sua testa.
— O que está fazendo? – Ela pergunta ficando com o corpo tenso ao meu
lado.
— Por quê?
— Não vou lhe ajudar a levar ninguém para a cama. – Lhe corto.
— Esquece. – Ele diz. – Pensei que você melhor que ninguém poderia
me ajudar, mas eu estava enganado. - Ele se vira. Acho que feri os
sentimentos dele.
— Um café?
— E porque não?
— Não sei o que você viu, mas saiba que se continuar sendo um
bundão com sua esposa eu a faço mudar de ideia e fugir comigo. – Fernando
diz, mordo o lábio para não rir e Miguel se irrita mais ainda.
— Eu sei, mas não me importo se toda vez quiser descontar sua raiva
de mim assim! – Ele ri me fazendo revirar os olhos, desço da pia e visto
minha calcinha, olho-me no espelho e o expulso do banheiro primeiro,
fechando a porta atrás dele. Fecho meus olhos e sorrio.
— Nenhuma. – Digo antes que Lindsay comece a dizer como tem que
ser o vestido.
— Compreendo. Vou procurar algo para você. – Diz ele. Sorrio com a
possibilidade de enfim achar o vestido perfeito para a "grande" noite.
— Quero que conheça uma pessoa. – Diz Miguel puxando-me para perto
de alguns homens. — Senhores! – Se aproxima entrando na rodinha, aperta
algumas mãos, troca sorrisos e em seguida me apresenta a eles. — Essa é
minha esposa, Elizabeth Banks. — Ofereço um sorriso fraco a eles e estendo
a mão em cumprimento.
— No banheiro. – Respondeu.
— Mentira!
— Não irei demorar. – Digo saindo. Caminho pelo salão indo rumo aos
banheiros, cumprimento algumas pessoas pelo caminho e entrei no banheiro.
Fecho a porta atrás de mim e me posiciono em frente ao grande espelho sobre
as pias. Retoco minha maquiagem e entro em uma cabine, faço o que preciso
e assim que vou sair ouço uma voz conhecida. Engulo a raiva e me mantenho
quieta ali.
Sinto meu corpo retesar no lugar. Estou em choque com o que ouvi.
— Claro, olha se preciso mentir sobre algo. Eu sabia que Miguel sempre
consegue o que quer, mas ele exagerou dessa vez.
Tudo foi uma mentira, desde o início, Miguel me usou, jogou com nossas
vidas e caí como uma idiota em seu papo. Me deixei levar achando que
estava ajudando-o quando, na verdade estava apenas entrando em seu
estúpido jogo para me levar para a cama e o bastardo conseguiu e de prêmio
ganhei meu coração partido. Saio do banheiro sem ser notada pelos
convidados. Praticamente corro para fora do hotel, as lágrimas tomam meu
rosto e escorrem sem impedimento algum, e estragam a maquiagem que
demorei horas para fazer. Aceno para um táxi e joguei-me no banco de trás
assim que ele para. O motorista me olhou assustado.
As palavras de Susan queimam em minha cabeça. Como pude ter sido tão
cega de não ver a verdade em minha frente. Ela estava estampada bem ali,
mas fechei os olhos e me fiz de cega. Ele queria apenas satisfazer sua fantasia
de dormir com a secretária, mas em vez de dizer realmente o que queria,
inventou uma mentira enorme, envolvendo muitas outras pessoas. Abraço
meu travesseiro e chorei sobre ele. Os soluços aos poucos vão diminuindo e
derramo as lágrimas em silêncio, meus olhos ardem e sinto-me cansada. Aos
poucos meu choro diminui e meus olhos se fecham, o cansaço me vence e me
deixo cair no sono, vestida e calçada, jogada de qualquer forma sobre a cama
de um apartamento empoeirado que não venho a quase seis meses.
Uma salva de palmas ecoou pelo salão, assim que terminei meu pequeno
discurso de agradecimento a todos por estarem presente, em uma festa tão
importante como essa, ergui minha taça em um brinde aos acionistas que
lutaram ao meu lado para manter a WB no mercado tecnológico. Aperto
algumas mãos e cumprimento meu pai rapidamente, estou louco para ter
Elizabeth ao meu lado novamente, ficar longe dela está se tornando cada vez
mais insuportável. Eu a amo, e me sinto um idiota por não conseguir dizer as
palavras a ela, talvez seja o medo de ser abandonado, de que ela parta e leve
meu coração com ela, não quero ser como meu pai que após a morte de
minha mãe simplesmente preferiu ficar sozinho a se apaixonar novamente.
Cada sorriso que ela me dá, o brilho em seus olhos quando estamos
juntos, entregues um ao outro, ela tem que sentir alguma coisa, não é possível
que nesse tempo todo eu não tenha conseguido fazer com que ela pelo menos
goste de mim e que aceite ter um relacionamento de verdade. Para mim
sempre foi real, mas para ela, não. O sorriso que trago nos lábios morre ao
me aproximar de meus amigos e não encontrar Elizabeth junto a eles.
— Isso é tudo culpa sua! – Grita furiosa. — Ela foi embora, e é tudo
culpa sua!
— Nunca foi…
— Eu não dormi com ela. – Defendo-me antes que ele pense que já
tive algo com sua namorada.
— E nunca irá, prefiro morenos! – Ela diz piscando para meu melhor
amigo. Ele a puxa para ele, colando suas costas em seu peito enquanto apenas
observa calado eu levar a maior comida de rabo da melhor amiga de minha
esposa. Ela se vira para mim, ainda furiosa.
— O quê?
Como posso ter sido tão cego a ponto de não, enxergar algo que
estava escancarado em minha cara? Como posso ter fechado os olhos tão
covardemente a ponto de não ver que o sentimento que nutro por Elizabeth é
recíproco? Dirijo em alta velocidade, não me importando se irei receber
alguma multa, quero apenas tomá-la em meus braços e dizer que a amo. Não
irei me acovardar mais diante das palavras, não sentirei mais medo de perdê-
la, mesmo que depois de minha declaração Elizabeth não queira mais ficar
comigo, contarei a ela a verdade. Verdade essa que venho escondendo a tanto
tempo que não posso mais ficar em silêncio. Preciso contar a ela que a amo
desde o momento em que pus os meus olhos sobre ela, preciso contar a ela o
quão estúpido eu fui em não aceitar que eu me apaixonei à primeira vista e
que essa coisa de amar alguém a primeira troca de olhares é verdadeira.
Preciso que ela saiba meus medos e que entenda o porquê que agi feito um
covarde.
Estaciono o carro de qualquer modo na vaga e chamo o elevador
impacientemente, pulo para dentro dele assim que as portas se abrem,
arranquei a gravata borboleta e a envio no bolso da calça, odeio-me por ter
feito as coisas erradas e agora estar correndo contra o tempo para que consiga
me acertar com a mulher que amo. As portas se abrem em nosso apartamento,
as luzes estão desligadas e as acendo.
— Ela não está aqui! – Estou desesperado, sinto que posso começar a
chorar feito um bebê a qualquer momento.
— Lógico que ela não estaria aí! – É Lindsay que fala. — Você é
meio lerdo né? – Escuto ela bufar e ouço a risada de meu amigo ao fundo. —
Se ela está fugindo de você, ir para a casa que dividem seria a última coisa
que ela faria.
— Então?
— Claro! – Quase grito. Como não pensei nisso antes? Devo estar
ficando meio lesado com tantos acontecimentos na mesma noite.
— Eu não consigo nem olhar para a sua cara. – Ela soluça. — Vai
embora, por favor! — Pede e fecha a porta em minha cara. Deixo a primeira
lágrima cair.
Toco a campainha mais uma vez, mas não tenho resposta, escoro-me
na porta e deixo meu corpo escorregar até o chão, os joelhos contra o peito,
os braços enrolados em minhas pernas e a cabeça sobre os joelhos, me deixo
chorar por toda a merda que fiz. Fui estúpido em seguir a ideia louca de
Fernando, deveria ter chamado ela logo para sair e não ter agido como um
adolescente inseguro. Agora sinto que estou perdendo-a, se é que eu já não a
perdi.
Fecho a porta em lágrimas, meu coração está apertado e deixo que os
soluços escapem por meus lábios, a campainha toca, sinto vontade de abrir a
porta e trazê-lo para dentro, deixar que fale, mas não consigo. Arrasto-me de
volta para a cama, me sinto cansada, meus olhos ardem e assim que deito
sobre o colchão macio enrolo-me em meu próprio corpo e deixo as lágrimas
caírem.
— Lindsay! – Protesto.
— O que faz aqui? – Questiono indignada, não creio que ele passou
toda a noite ali, sentado no corredor e no frio.
— Então, não se casou comigo apenas por que queria levar sua
assistente para a cama? – Ele abre a boca incrédulo, parece que está
absorvendo o que acabei de despejar em cima dele.
— Por Deus, amor! Eu jamais faria tal coisa. Posso não ter sido
verdadeiro em meus motivos, mas esse nunca foi um deles. – Me afasto de
seu toque, caminho pela sala minha cabeça gira com sua confissão. Ao
mesmo tempo, em que quero saber a verdade, não quero ouvir sua boca
mentirosa destilar palavras que podem ser verdadeiras. Suspiro fundo, meu
coração está batendo acelerado no peito.
— Miguel? – Minha voz está baixa, mas ele se volta para mim, os
olhos preocupados mais um sorriso enorme nos lábios. Ele se abaixou ao meu
lado, acariciou meus cabelos e se curva beijando meus lábios.
— Não! – Passo a mão sobre por baixo dos meus olhos, limpando as
lágrimas. — O que a senhora estava dizendo?
Ela sorri.
— Não acha que eu quis lhe dar um golpe? – Ele ri, gargalha alto e após
se conter se volta para mim.
— Eu sei, mas não significa que lhe perdoei, você me machucou muito,
ainda estou magoada.
— Nunca foi minha intenção lhe magoar, eu pretendia dizer que te amava
e te convencer a ficar comigo após o término do contrato, nunca foi minha
intenção fazer você sofrer.
— Eu? Não mesmo Sr. Banks, você que fará isso! A ideia foi sua
lembra?
— Lize!
Minha boca seca e meu coração parece que vai sair pela boca, quando ela
surge linda no topo da escada. O vestido vermelho colado em seu corpo, se
abre na saia com um corte em V, fazendo que sua coxa direita fique a mostra,
o salto nude a deixa mais alta, o cabelo ruivo preso na lateral a deixa
simplesmente magnifica e a maquiagem simples, apenas completa o visual
deslumbrante de minha esposa.
— Por que está me olhando assim? — Ela questiona me fazendo crer que
nesse momento estou com a maior cara de idiota.
— Eu te amo, meu amor! Para sempre, até o final dos tempos. — Ela se
afasta, enxugando os olhos com os dedos e me sorri. — Vamos? Não quero
perder um minuto da sua surpresa.
Ela se curva no banco e toma meus lábios em um beijo rápido. Assim que
nos aproximamos, de uma grande porteira de ferro, Elizabeth me olha
curiosa, paro carro e digito uma senha no pequeno painel que tinha ao lado do
portal.
Elizabeth me olha curiosa, mas não diz nada, apenas admira a paisagem a
sua volta. O caminho que leva até a casa principal está iluminado com
pequenas luzinhas, que dão um ar romântico ao túnel formado por pinheiros
dos dois lados da pequena estrada de terra. Lize tem um olhar sonhador ao
olhar tudo e fico feliz ao ver a felicidade estampada nos olhos de minha
esposa. Estaciono o carro e desço, dou a volta enfrente o capo e abro a porta
de Lize, ajudando-a descer. Guio ela para dentro da grande casa e vejo a
surpresa estampada em seu rosto, quando se livra de minha mão presa a sua e
as leva a boca, em total surpresa ao observar o interior do lugar.
Ela dá risinho e concorda. Seguro sua mão e a guio para dentro, passando
por outro cômodo que também está decorado do mesmo jeito.
A uma mesa no canto, onde nosso jantar está nos esperando e do outro
lado, o chão está coberto por um colchão branco, cheio de almofadas
vermelhas e pétalas de rosas. Lize olha tudo encantada e ela morde o lábio
fazendo uma carinha de safada ao olhar para a cama improvisada.
Seguro seus pulsos com cuidado e a levo rumo à mesa, puxo a cadeira
para ela, que se senta ajeitando o vestido.
— Você está tornando essa noite cada vez mais especial! — Diz ela.
Meu coração se aquece com sua declaração e sorrio pegando sua mão e
entrelaçando nossos dedos.
— O motivo do meu sorriso é você, basta está ao meu lado que estarei
sempre sorrindo. — Ela se curva sobre a mesa e me beija os lábios de leve.
Volta a se sentar e segura os talheres, dando a primeira garfada na deliciosa
macarronada.
— Achei que, estivesse apaixonada por mim. — Digo fazendo ela rir e
girar em meus braços, me olha nos olhos e seu sorriso se amplia.
— Eu também!
Não canso de dizer que a amo, e nem ela de demostrar também. Beijo
seus lábios e em seguida seu queixo, ela me olha em expectativa, arrasto
meus lábios para seu pescoço dando uma leve mordida ali, em seguida, beijo
sua clavícula, colo e o vão entre os seios. Ela segura minha cabeça e me puxa
para cima, tomando meus lábios, minhas mãos deslizam por seu corpo, pela
coxa que está amostra, apertando e puxando seu corpo mais para mim. Ela
ofega e se esfrega em meu corpo, deslizo a mão para o meio de suas pernas e
sinto o tecido delicado de sua calcinha molhado. Ela geme em meus lábios.
Afasto o tecido e toco sua intimidade, acariciando-a de leve, antes de
introduzir um dedo em sua vulva quente e molhada. Gemo em seus lábios em
aprovação e ela se remexe embaixo de mim. Suas mãos são abeis em
emburrar o blazer do terno por meus ombros e tenho que retirar a mão de sua
bocetinha, para ajudar -ela a me livrar da peça. Ela desabotoa minha camiseta
com pressa e me livra dela, deixando-me da cintura para cima.
Ela morde o lábio e vejo a luxúria brilhando em seus olhos. Ela me beija
com voracidade em eu retribuo apertando cada parte de seu corpo, unindo
nossos corpos, querendo nos tornar um só.
— Você é linda! — Ela me sorri. Ajudo-a se livrar dos saltos e ela me faz
ficar em pé, para que se livre de minha calça. A deito com cuidado sobre as
almofadas e pétalas, beijo seu corpo com carinho. Lize desperta minha parte
mais devassa, mas essa noite, quero fazer amor com ela. Com calma e sem
pressa, amar seu corpo e nos tornar apenas um.
— Te dou mil dessas. — Digo me sentando com ela em meu colo. Beijo
seus lábios e pescoço, a ergo e posiciono meu membro em sua entrada
molhada, ela geme quando desce sobre ele, tomando-o todo, até o talo. Lize,
começa a mexer o corpo devagar me torturando, ela sabe que amo quando ela
está por cima me tomando, cavalgando no meu pau. Beijo seus lábios com
fome, mordo de leve e sugo sua língua, ela geme, me fazendo ficar com mais
tesão ainda. Agarro firme em sua bunda e nos viro, evito quebrar a conexão
de nossos corpos, a deito sobre as almofadas e me impulsiono para dentro
dela, ela geme alto. Continuo investindo contra seu corpo, ela trava as pernas
em minha cintura, puxando-me para mais perto, fazendo com que meu pau
entre todo. Somos um emaranhado de mãos e beijos. Luxaria e tesão.
Lize consegue me fazer perder a noção do mundo. Estar com ela é sempre
mágico. Ela me tem, de corpo, alma e coração. Sou completamente dela,
desde que coloquei meus olhos sobre ela.
Beijo seus lábios gemendo, e me deixo derramar dentro dela, logo após
seu pequeno corpo se convulsionar, explodindo em um orgasmo,
encharcando meu pau com o seu gozo. Colo nossas testas e a olho, Elizabeth
tem os olhos brilhando e a pupila dilatada. Respiro com dificuldade, beijo
seus lábios mais uma vez, agora com calma, antes de sair de cima dela e
deitar a seu lado. Puxo seu corpo para meu peito e ela me abraça. Beijo o
topo de sua cabeça passando a mão por sua cintura, puxo uma manta que
estava ao lado da cama improvisada e nos cubro.
Não temos pressa para ir embora. Olho para cima, as luzinhas brilhando,
como se fossem estrelas, iluminando nossa noite de amor.
Sete meses! Nossa filha se mexe, ela sempre se mexe quando Lize e
eu estamos assim, ela nunca se movimenta quanto está apenas Lize, é sempre
com os dois, parece que ela sente quando estamos assim e faz graça, se
mexendo. É o momento ímpar de nosso dia, sentir nossa filha. Lize sorri e me
curvo beijando seus lábios macios.
— Bom dia Sra. Banks!
— Bom dia meu amor! – Se vira, a barriga ficando entre nós, mas não
me importo.
— Eu daria tudo por uma torta de chocolate. – Diz com o olhar pidão.
— Quem sabe se for uma boa menina eu não arrumo um pedaço para
você. – Seu sorriso se amplia e ela sorri abertamente para mim como se
tivesse acabado de ganhar na loteria.
— Está tudo pronto, Otávio viaja na sexta, ele ficará responsável pela
apresentação do projeto na feira. Estamos confiantes!
— Não seria melhor você ir? Sei que Otávio é muito competente, mas
você deveria ir também. – Suspirei me levantando da cama.
— Eu não vou deixar você sozinha, além do mais Otávio é meu braço
direito, ele dá conta do recado.
Não deixo que ela termine, me curvo sobre a cama e beijo seus lábios
mais uma vez.
— Está tudo pronto, não acontecerá nada, agora tire essa cabecinha
inteligente do trabalho e se preocupe apenas em cuidar da nossa princesa e de
você. Ela pisca e por fim consente.
Desde que soube o sexo de nosso bebê, Elizabeth disse que já tinha o
nome perfeito, mas se recusou a me dar qualquer pista de qual seria.
Concordei em não saber, mesmo não gostando nenhum pouco disso, fiz a
vontade de minha esposa, como venho fazendo sempre.
— Ela chegou como um furacão, disse que não saía de lá sem falar
com o senhor. – Passo a mão sobre os olhos.
— Não sei exatamente o por que você veio, até onde eu sei os
negócios agora são tratados diretamente com seu pai, expliquei bem a ele a
situação.
— Não sei do que está falando querido. – Diz calmamente, cruzando
as pernas e deixando mais pele do que o necessário descoberto.
Ela respira fundo e abre a boca para falar algo, mas a impeço.
— Eu não quero ouvir o que você tem a falar, quero que pare de me
perseguir, pare de incomodar minha esposa. Deixe-nos em paz, porque se
isso não acontecer a situação será levada a um nível mais extremo. – Apoio
as mãos sobre a mesa. — Agora se você me der licença, preciso trabalhar.
Ela está em choque, seus olhos me olham fixamente, não diz nada,
apenas pega sua bolsa e sai de minha sala, o salto fazendo um barulho
irritante sobre o piso. Jogo a cabeça para trás. Assunto encerrado!
— Sua agenda, já foi desmarcada, então, não tem a desculpa que precisa
estar em alguma reunião importante. – Otávio fala.
— Está tudo bem! – Abraço ela mais forte, meu queixo sobre sua cabeça
enquanto ela esconde o rosto em meu peito. Ela se afasta, me sorri e me
abraça novamente. Como senti saudades dela. Lize se aproxima sorrindo para
minha irmã.
— Queria ter voltado antes, mas eu não podia simplesmente vim embora.
– Explica.
Mesmo grávida, Lize continua incrível e meu desejo por ela continua o
mesmo. Não diminuiu, aumentou se é que isso é possível.
Não tenho pressa e ela também não, mergulho minha língua dentro de seu
canal, quente e molhado, enquanto seguro sua coxa com uma mão enquanto a
outra traça movimentos precisos sobre seu clitóris inchado. Prendo seu botão
entre os lábios e o sugo, ela se contorce tentando fechar as pernas, mas as
mantenho abertas. Não é sobre minha vontade, é sobre a dela e sempre vai
ser, seus desejos sempre virão acima dos meus e estou satisfeito com isso.
Ela me afasta, me olha com os olhos brilhantes e deixo que ela comande.
Me livra do resto de minhas roupas e sorri lambendo os lábios quando meu
membro duro pula para fora da cueca. Mesmo com a barriga grande, Lize não
tem dificuldades em mostrar o que quer, sento-me no sofá e deixo que ela
sente em meu colo, devagar, meu membro a preenchendo enquanto desce
com cuidado sobre meu pau ereto. Minhas mãos em sua cintura, suas costas
de encontro a meu peito. A posição perfeita. Ela geme alto quando meu pau a
preenche por completo. Nossos movimentos são lentos, não tem pressa e me
delicio com a precisão com que ela sobe e desce sobre meu pau, ajudo ela,
guiando seus movimentos, não deixando que faça muito esforço, mas, ao
mesmo tempo, deixo que ela se sinta no controle, ela joga a cabeça sobre meu
ombro e abaixo a cabeça tomando seus lábios enquanto bato fundo dentro
dela, ela geme sobre meus lábios e levo as mãos em seus seios, apertando-os
com cuidado e sem muita força. Seu corpo treme sobre o meu ao mesmo
tempo, em que o meu se tenciona, beijo sua boca com mais força enquanto
somos tomados pelo êxtase do gozo.
Lize permanece no mesmo lugar, não me tira de dentro dela, a cabeça
jogada sobre meu ombro, os olhos verdes fechados e a boca semiaberta
respirando ofegante, beijo seu pescoço e a ajudo a se levantar. Seguro seu
corpo a pegando nos braços e a levando para nosso quarto. Mesmo estando
grávida, Lize não engordou quase nada e não tenho problemas em carregar
minha esposa para a cama, me deito ao seu lado trazendo seu corpo nu ao
encontro do meu, ela deita a cabeça sobre meu braço e seus dedos traçam
símbolos circulares em meu peito.
— Está tudo pronto. – Beija meu rosto. Ele está pronto para mais um
dia no escritório.
— Lindsay deve estar para chegar, vamos ter uma manhã de garotas.
– Aviso.
— Certeza?
— Está tudo bem, juro! – Ainda meio relutante Miguel beija meus
lábios e pega a pasta em cima do sofá, beija minha barriga mais uma vez e
vai trabalhar.
— Isso é bem rude de sua parte, mas entendo que se sinta ameaçada,
mas não se preocupe querida, eu não quero seu marido, pelo menos, não
mais! – Dissimula mais um sorriso e caminha para o elevador, ergue a mão e
acena em um tchauzinho.
— Claro que sabemos, mas ninguém quer lhe deixar sozinha enquanto
aquele marido gato seu está ganhando milhões. – Rio pela forma que Lindsay
se refere a Miguel.
— Não deixe que Otávio escute isso! – Ela sorri, os olhos castanhos
brilhando ao ouvir o nome de seu namorado. Um sorriso malicioso se forma
nos lábios de minha amiga.
— Faço com que ele esqueça que eu disse qualquer coisa em minutos.
Miguel está desesperado e guia o carro pelas ruas de São Paulo rumo
ao hospital em uma velocidade acima da permitida. Lindsay mesmo não
estando presente tomou a rédea da situação e ligou para minha médica,
avisando que eu estava em trabalho de parto. Miguel estaciona de qualquer
jeito na porta do hospital, uma equipe de enfermeiros toma a frente me
colocando em uma maca e me levando para a sala de cirurgia.
— Estou aqui meu amor. – Beija minha testa e segura minha mão.
Grito de dor, quando uma contração me atinge e apertei com força a mão
de Miguel. — Está tudo bem, respira. – Ele pede.
Empurro mais uma vez quando sou ordenada e escuto o seu chorinho,
Miguel beija meus lábios. Tento me levantar para ver minha filha, mas sou
impedida por Miguel. Demora alguns minutos, mas logo Camila se aproxima
com nossa filha nos braços. Me entrega ela e choro beijando sua cabecinha.
— Eles precisam cuidar dela amor. – Miguel diz, seus olhos azuis
mais brilhantes do que tudo. Concordo e entrego nossa pequena a ela.
— Vamos te levar para o quarto e daqui a pouco sua filha estará com
vocês, não precisa se preocupar.
— Eu não poderia, você e nossa pequena são tudo para mim, eu nunca
me perdoaria se perdesse o momento mais especial de nossas vidas. – Beijo
seus lábios e fecho meus olhos, estou cansada e me permito descansar por
algum tempo.
O som de vozes me desperta, ainda estou cansada, mas não como estava
quando fechei meus olhos. Abro eles devagar, a claridade do ambiente
incomoda um pouco, mas logo me acostumo a ela. Sinto minha garganta
seca. Olho ao redor e encontro Lindsay e Otávio com os meus pais, eles
sorriem olhando para o pequeno pacotinho rosa em seus braços, minha filha.
Fernando conversa com Miguel próximo à cama e é o primeiro a notar que
estou acordada.
— Até que enfim a bela adormecida acordou! – Brinca, fazendo com que
a atenção de todos se volte para mim.
Observo todos ao meu redor, desço meus olhos para minha filha e depois
o passo para Miguel que sorri abobalhado assistindo a cena. Beijo seu rosto.
Sorrio segurando as lágrimas, minha filha suga meu seio com vontade e
volto minha atenção toda a ela. Ter aceitado um contrato de casamento pode
ter sido a maior loucura da minha vida, mas não me arrependo em momento
algum da minha decisão, foi ela que me fez ser a mulher que sou hoje,
olhando ao redor, agradeço a Miguel por me presentear com essa família
maravilhosa.
UM ANO DEPOIS…
Abro a boca para protestar, mas ela já está longe com minha filha.
Balanço a cabeça e sorrio ao ver Fernando entrar acompanhado por Meli e
Violeta, depois de tanto negar ele enfim aceitou que estava caído de amores
por ela. E estou feliz por eles! Violeta sorri abertamente ajoelho-me
abraçando a menina, que quer logo saber de Sara, e assim que obtém a
localização dela sai correndo atrás de Lindsay.
Descobri nela uma amiga querida e hoje somos eu, ela e Lindsay. O trio
fantástico! Nós juntamos a Lindsay que observa Violeta brincar com Sara no
carpete, sorrio vendo às duas. Uma irmãzinha para Sara não seria ruim. Ter
minha própria família não era algo que eu acreditava que poderia ter, mas
Miguel me mostrou que era possível e hoje sou completamente realizada.
Miguel se aproxima, envolve minha cintura com os braços puxando-me para
ele, encostei minha cabeça em seu ombro e ele se curva beijando meus lábios
rapidamente.
— Não tem que me agradecer por nada, meu amor! – Ele sorri, um
sorriso sincero que faz os olhos dele brilhar. — Você me deu uma chance,
quando não deveria, me deixou te amar e me amou de volta, me deu nossa
filha. Sou eu que tenho que agradecer a você. Eu te amo, Sra. Banks!
CLÁUSULA 1ª - DO OBJETO
CLÁUSULA 2ª - DO PRAZO
CLÁUSULA 3ª – DA RETRIBUIÇÃO
CLÁUSULA 6ª – DA RECISÃO
A qualquer momento, poderão as partes rescindir este contrato, sem aviso
prévio mediante as seguintes ocorrências.
1. Infidelidade.
2. Agressão física ou psicológica.
3. Quebra de confidencialidade.
§ 1ª. A rescisão sem justa causa por parte da CONTRATADA não lhe
retira o direito ao recebimento das atribuições já vencidas, porém sujeita-lhe
ao pagamento de perdas e danos ao CONTRATANTE.
§ 3ª. Não serão aplicáveis aos prazos fixados nesta clausula as rescisões
por justa causa.
§ 4ª. A rescisão com justa causa, realizada por qualquer uma das partes,
não exime o CONTRATANTE do pagamento das retribuições já vencidas.
CLÁUSULA 8ª – DO DESCUMPRIMENTO
[4] I was made for loving you – Tori Kelly feat. Ed Sheeran – 2015.