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MISTÉRIOS E MAGIA DO TIBETE

CHIANG SING

APRESENTAÇÃO

Tempos atrás, quando pub!"amos no #D!ár!o de Not$"!as# e nos #D!ár!os


Asso"!ados# do R!o, %ár!os art!&os sobre nossa %!a&em ao T!bete, mu!tos
e!tores nos es"re%eram para a d!re'(o do )orna, querendo saber "omo * a
%!da entre os +amas, "omo s(o seus Tempos, seus deuses e suas "ren'as
-./ Neste !%ro pro"uramos sat!s0a1er esta ben*%oa "ur!os!dade 2omos ao
Or!ente bus"ando os donos da sabedor!a m!enar e seus ens!namentos
se"retos Durante esta bus"a que durou tr3s anos, %!a)amos pea C4!na,
5nd!a, Nepa e T!bete, entre%!stando d!%ersos m$st!"os e ma&os destes
on&$nquos pa$ses Toda%!a, nesta obra 0o"a!1amos apenas a parte re0erente
ao T!bete 6 o 7a$s das Ne%es 6 "omo * "ons!derado por mu!tos, que d!1em
ser o T!bete a pátr!a do m!st*r!o e do !mposs$%e
Como !ntrodu'(o, "!taremos a&uns dados &era!s, por "erto )á "on4e"!dos
pea ma!or!a dos e!tores, mas "u)a repet!'(o * sempre !nteressante
T!bete * o nome de uma terra montan4osa na 8s!a Centra O nome dado ao
T!bete peos seus pr!me!ros 4ab!tantes * #79O# ou #BOD#, que s!&n!0!"a o
#7a$s das Ne%es# Tem "er"a de .:;;<<< qu!=metros quadrados, onde
%!%em tr3s m!4>es de 4ab!tantes de or!&ens *tn!"as as ma!s d!0erentes
C4!neses, tur"os, mon&?!s, m!sturam6se "om os 4ab!tantes #mon# abor$&!nes
de outras re&!>es e os remanes"entes da !n%as(o !ndo6ar!ana, que o"orreu
na 5nd!a m!4ares de anos atrás
A popua'(o entre&a6se @ a&r!"utura nos %aes e @ "r!a'(o de "abras
"4amadas #D1o# de "a%aos de %ár!as ra'as e de um t!po de )umento mu!to
0orte, o #an&#, que * o &rande %e$"uo de transporte nos estre!tos "am!n4os
das montan4as
Sabe6se que at* o s*"uo II da nossa era, o T!bete %!%!a !soado dos seus
%!1!n4os A n!"a re!&!(o era uma esp*"!e de pante$smo má&!"o "om
sa"r!0$"!os o0ere"!dos aos deuses que %a&amente representam as 0or'as da
Nature1a, e seres en"antados Estes seres en"antados ou eementa!s, t3m
&rande seme4an'a "om a "ren'a e os r!tos umband!stas do Bras!, onde os
%erdade!ros #or!ás# s(o sempre seres en"antados que nun"a en"arnaram e
os #es# %3m a ser mu!to pare"!dos "om os #T$sas# 6 dem=n!os ou
sem!deuses t!betanos, que se a!mentam do san&ue dos an!ma!s sa"r!0!"ados
em sua 4omena&em
No s*"uo II, re!na%a no T!bete, San& Tsen6Gampo, e este re!, no de"orrer
de suas &uerras de "onqu!stas, a"abou "asando "om duas pr!n"esasF uma
"4!nesa e outra nepaesa Ambas eram bud!stas 0er%orosas, e "onse&u!ram
0a1er "om que o re! de!asse seus r!tos san&u!nár!as e se "on%ertesse ao
Bud!smo Son& Tsen Gampa reso%eu ent(o en%!ar um em!ssár!o espe"!a @
5nd!a, a 0!m de tra1er !%ros e ob)etos sa&radas Este em!ssár!o te%e um pape
de destaque na 4!st?r!a "utura do T!bete, po!s a*m dos !%ros, troue
"ons!&o a &ramát!"a e o a0abeta Mas 0o! um outro re! que troue para a
T!bete o "*ebre sáb!o bud!sta 7adma Samb4a%a, da n!%ers!dade de
Naanda, na 5nd!a No ano  %e!o ee para o T!bete "om suas duas
esposas 2o! ee o &rande !nstrutor da re!&!(o t!betana e tornou6se "on4e"!do
"omo o Guru R!mpo"4e T!n4a &randes poderes m$st!"os e "onse&u!u
dom!nar os 0e!t!"e!ros #Bon# Sendo uma re!&!(o de tota toerJn"!a, adm!te o
Bud!smo no seu pante(o as ma!s d!%ersas d!%!ndades t!betanas, d!sso
resutando um s!n"ret!smo re!&!oso, que "onst!tu! a es"oa a)ra6Kana, !sto *,
o"er!m=n!as
+ama$smoque
Esta re!&!(o "ara"ter!1a6se
produ1em pea m!stura
%erdade!ros m!a&res m de r!tosda
ter'o má&!"os e
popua'(o
mas"u!na do T!bete perten"e ao sa"erd?"!o -:/ O Daa! +ama * o seu "4e0e
s!mb?!"o e "orresponde ao 7apa D!1 a trad!'(o que at* bem pou"o tempo
%!%!am no T!bete os #Sen4ores do Con4e"!mento Se"reto#, os m!ster!osos
sáb!os que possuem em seus arqu!%os a %erdade!ra 4!st?r!a dos endár!os
"ont!nentes desapare"!dosF +emr!a e AtJnt!da 6 bem "omo a 4!st?r!a da
4uman!dade 0utura, da qua ees t!%eram uma bea %!s(o !ntu!t!%a D!1 outra
trad!'(o or!enta, que estes sáb!os %!%er!am no T!bete enquanto os
estran&e!ros n(o !n%ad!ssem o seu pa$s Sem d%!da, este de%e ser o
%erdade!ro mot!%o peo qua o T!bete 0o! uma terra !na"ess$%e para os
estran&e!ros
Com a !n%as(o durante s*"uos
do T!bete em ma!o de .L;<, pro%a%emente estes sáb!os
m!ster!osos de!aram o Teto do Mundo, po!s sab!am que !sto ser!a o s!na de
que "!"o da e%ou'(o t!n4a mudado para o O"!dente Esta !n%as(o do T!bete
0o! pre%!sta peos #ts!pas# ou astr?o&os t!betanos no ano de .;< e es"r!ta
num do"umento !nt!tuado #2atos que o"orrer(o no ano do Dra&(o e da
Made!ra# Em .L<, o do"umento 0o! %!sto peo Corone Koun&4usband 6
"4e0e das tropas br!tJn!"as que re&!am o T!bete E neste "ur!oso do"umento 6
d!1 S!r C4ares Be 6 en"ontra6se pre%!sta a . e a : Grande GuerraP a
morte do .Q Daa! no ano de .L:, o o"aso do m!st!"!smo t!betano e
0!namente a !n%as(o de T!bete peos #2!4os da 23n! erme4a#
-"omun!stas/ em .L;< D!1 a!nda que #a u1 da sabedor!a# %otará a br!4ar no
O"!dente, e em espe"!a na terra de #O 2u San&# -Am*r!"a da Su/
Como sabemos, o T!bete 0o! !n%ad!do peas tropas "omun!stas "4!nesas em
.L;<, tendo o . Daa! +ama, que re!na%a na o"as!(o, 0u&!do para a 5nd!a
onde se en"ontra at* 4o)e E "omo a pr!me!ra parte da pro0e"!a )á se
rea!1ou, * $"!to esperar que a se&unda tamb*m %en4a a tornar6se rea!dade
Isto *, que a &rande u1 esp!r!tua passe a respande"er na Am*r!"a do Su
Durante m!n4as andan'as peo T!bete 0u! testemun4a de a"onte"!mentos
raros, entre! em "ontato "om um po%o estran4o e m!ster!oso e t!%e a
0e!"!dade de en"ontrar meu Guru, o +ama Daa a1!, que me !n!"!ou no
se&rede das C4amas C?sm!"as
Mu!tas s(o as pessoas !n"r*duas que a!nda 4o)e me per&untamF
6 #Mas %o"3 %!u mesmo tudo a que d!1 neste !%ro#
M!n4a resposta * sempre a mesmaF
6 É "aro que %!U Somente n(o posso a0!rmar se 0o! "om meus o4os 0$s!"os eu
meus o4os esp!r!tua!s
Ouso d!1er a!nda, para re0res"ar a mem?r!a dos amados e!tores que ta
"omo d!1 o %e4o #S4an Ha! !n&# ou +!%ro das Terras e MaresF
#As "o!sas que o 4omem "on4e"e %erdade!ramente, n(o podem ser
"omparadas em nmero "om as que 4es s(o des"on4e"!das#
C4!an& S!n&
Re0&!o Tranqu!o . d!a da ; m3s da : +ua dos 7r!me!ros 2r!os Ano do
Dra&(o !&$!a das C!n"o
VVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVV Estreas
NotasF

-./ Naquea *po"a a!nda n(o t!n4am s!do pub!"ados os !%ros de +obsan&
Rampa, e pou"o se "on4e"!a no Bras! sobre o T!bete

-:/ Isto era ass!m antes da !n%as(o "4!nesa em .L;<

VVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVV

-W/ Ed!'(o de .L, "ed!da e d!str!bu$da &ratu!tamente pea autora C4!an&


S!n&

UM
Prelúdio de Uma Longa Experiência

O trem atra%essou as pan$"!es de Ben&aa, aos p*s dos montes H!maa!a, e


penetrou em soo nepa3s ma "4u%a 0!na e pers!stente "ome'a%a a "a!r
"obr!ndo a pa!sa&em brumosa As ár%ores, ao on&e, eram quase !n%!s$%e!s
naquea 0e!a tarde de !n%erno Era o :; d!a do Q m3s do ano do B0ao
S!!&ur, nossa t!ma etapa !nd!ana, )á esta%a a ma!s de duas 4oras de
d!stJn"!a No %a&(o do trem em que %!a)á%amos, trans!ta%am pessoas dos
ma!s estran4os aspe"tos, ora um "ampon3s "om um %asto "esto de "erea!s,
ora um &rupo de mo'as e rapa1es !nd!anos, que !am &o1ar os esportes de
!n%erno no "!ma &eado de Gan&toX m &ar'om !nd!ano de pee bron1eada,
tn!"a bran"a e turbante %erme4o, ser%!a "4á aos %!a)antes Bebemos a
!n0us(o e%e e dourada, enquanto o4á%amos as "ur!osas pa!sa&ens que se
su"ed!am pea )anea do trem
Ha%!a quase do!s anos que eu de!ara meu "ar&o )orna$st!"o na Emba!ada
da C4!na no Bras! e, &ra'as a uma bosa de estudos, se&u!ra para +os
An&ees, "omo "orrespondente !nterna"!ona do D!ár!o de Not$"!as no R!o,
se&u!ndo depo!s para Hon& on&, S4an&a! e 7equ!m, onde !n&ressar!a numa
n!%ers!dade para espe"!a!1ar6me em S!noo&!a Mas, "om o !n$"!o da &uerra
"!%! na C4!na sa$ @s pressas de 7equ!m e 0u! para a 5nd!a +á, en"ontre! o Dr
Ananda essantára e sua esposa Ma4!ma, a quem 0ora re"omendada peo
M!n!stro oo, e6Emba!ador da C4!na no Bras!
Com o "asa essantára %!a)e! atra%*s da 5nd!a, 0!"ando a&um tempo nas
&randes "!dadesF Bomba!m, Eora A)anta, Ca"utá, 4a)urao, Ya!pur, A&ra,
No%a De4!, Sr!na&ar e +adaX em Ca"4em!ra !s!tamos a "oor!da 7es4aar
"om seus paá"!os de mármore perd!dos na se%a, %erdade!ras mara%!4as
das M! e ma No!tes
Nestes u&ares pro"ure! entre%!star Mara)ás e Em!res, ma&os e as"etas
a&arosamente e &raduamente,
ma!s 0as"!nante )ornada m!n4a
que a&u*m mente
pode 0a1er0o!emsendo
penopreparada paraa a
s*"uo %!nte,
n!"a %!a&em que pode e%ar um %!a)ante a um mundo d!0erente e
mara%!4oso
E 0o! ass!m, que naquea 0e!a tarde de !n%erno, en"ontre!6me num trem
sa!ndo de S!!&ur, !mportante "!dade de Ben&aa, passando por atmandu e
"4e&ando @ Gan&toX, no Nepa, aos p*s dos H!maa!as
A"ompan4a%a6me a Dr Ananda essantára, sua esposa Ma4!ma e o
arque?o&o 0ran"3s 7!erre Yu!en +a0o! Todos está%amos !nteressad$ss!mos
em "on4e"er a m!ster!osa terra dos +amas, por*m )ama!s poder$amos pre%er
as "onsequ3n"!as etraord!nár!as daquea %!a&em
C4o%!a
S!XX!m 60orte quando
ante6saa do"4e&amos @ esta'(o
T!bete m de Gan&toX,de"ap!ta
r!son4o "arre&ador do Estado
0a"e ar&a e bemde
mon&?!"a, %e!o a)udar6nos na des"!da das maas m representante do
Go%erno do Nepa espera%a, para, de autom?%e, nos "ondu1!r ao paá"!o do
Ra)á Dor&e, onde 0!"ar$amos 4ospedados m %ento 0r!o entra%a peas
0restas das %!dra'as do "arro, obr!&ando6nos a a"on"4e&ar ao rosto a &oa de
nosso "asa"o de pees Atra%essamos o mer"ado de a!mpon&, "ru1ando
aquee "ur!oso mundo de 0a"es mon&?!"as, "u)a seme4an'a "om os $nd!os
bras!e!ros * !mpress!onante Isto nos 0e1 pensar na "on4e"!da teor!a
"!ent$0!"a de que nossos $nd!os perten"em ao mesmo tron"o da ra'a
mon&?!"a, "u)os ramos se espa4aram uns peas Am*r!"as e outros peo su
dos montes H!maa!a
Satamos em 0rente da enorme es"adar!a de mármore bran"o do paá"!o do
Ra)á Dor&e, Emba!ador da 5nd!a no Nepa 2omos re"eb!dos por do!s
sen4ores !nd!anos que nos deram as boas %!ndas e nos "ondu1!ram ao
!nter!or do paá"!o
Entramos e tudo nos pare"eu um son4o, t(o e?t!"a era sua mob$!a e t(o
r!"o o "oor!do da sua esp3nd!da de"ora' (o or!enta +!ndos tapetes te"!dos
a 0!o de ouro orna%am as paredes Em mes!n4as de *bano, 0!namente
enta4adas, %!am6se ant!&as es"uturas de bron1e, representando deuses
!nd!anos Tapetes &rossos, e br!4antes 0orra%am o "4(o Espa4ados sobre
os tapetes %!mos amo0ad>es de seda bordada "om 0ores raras No 0undo do
sa(o, %!mos uma are!ra 0orrada "om Jm!nas de "obre, em 0rente a uma
0ormosa pee de t!&re
O Ra)á entrou, usando uma &rossa tn!"a de ( %erde o!%a, sobre "a'as
bran"as a)ustadas nos torno1eos Era um 4omem ato e de&ado, de uns
"!nquenta anos presum$%e!s Sua pee era bem morena, que!mada de so,
o4os es"uros sobran"e4as espessas, nar!1 0!no, bo"a "4e!a e um pou"o
protuberante Seu turbante de seda bran"a br!4a%a, ornado "om uma
estran4a )o!a "!nt!ante Atrás dee %!eram suas tr3s esposas, es&u!as,
morenas e 0ormosas, %est!ndo #sar!s# desumbrantes Deram6nos as boas
%!ndas "om um "aro sorr!so
Ap?s uma bre%e "on%ersa, e%aram6nos aos nossos aposentos, para um
mere"!do des"anso Horas ma!s tarde, re0e!ta por um ban4o per0umado "om
rosas bran"as,
en"ontro %est! an0!tr!>es
de nossos uma tn!"aDurante
de sedao a1u bordada
)antar, @ modade!nd!ana,
dra&>esser%!ram6
e 0u! ao
nos d!%ersos pratos de!"!osos
Ap?s o )antar, 0omos para o sa(o de ms!"a e o Ra)á mu!to an!madamente,
"ontou6nos a&o sobre sua %!da Soubemos que "on4e"!a toda Europa,
Am*r!"a do Norte e Or!ente M*d!o Reatou6nos p!tores"as a%enturas na
C4!na e no Nepa, e o que * ma!s estran4o, sua %!da num m!ster!oso
moste!ro bud!sta em +adaX, onde na mo"!dade t!n4a passado um on&o
per$odo de re"o4!mento esp!r!tua
Em bre%e 0aá%amos sobre assuntos ma!s ampos en"arando a ant!&a
sabedor!a 4erm*t!"a do Or!ente
E o Ra)á ens!namentos
6 A&uns 0aouF de nossos ant!&os sáb!os "4e&aram ao O"!dente de
mane!ra um pou"o deturpada peas tradu'>es Da$ os ea&eros que se
"ometem no O"!dente, em nome da "!3n"!a or!enta
5amos retru"ar quando 0omos !nterromp!dos pea %o1 sua%e da #Ran!#
-pr!n"esa pr!me!ra esposa/, que a"ompan4ando6se ao aade !nd!ano
"4amado #!na#, "antou no do"e !d!oma ben&a! Eram "an'>es po*t!"as, que
me 0oram tradu1!das para o !n&3s, pea sen4ora essantára
Zuando a #Ran!# term!nou, per&unte!64e de quem eram aqueas "an'>es
2o! o Ra)á quem respondeuF
6 Ent(o a )o%em sen4ora n(o "on4e"e estes tetos dos nossos pan!s4ads
Con0esse! m!n4a !&norJn"!a que "ome'a%a por n(o saber sequer o que
s!&n!0!"a%a a paa%ra pan!s4ads
6 pan!s4ad 6 "ont!nuou o Ra)á 6 * uma paa%ra sJns"r!ta S!&n!0!"a a
"onqu!sta da !nte!&3n"!a dom!nando a !&norJn"!a S(o es"r!turas santas que
0a1em parte das ant!&as trad!'>es %*d!"as Se&undo a&uns estud!osos estas
es"r!turas s(o ao todo .;< Se&undo outros seu nmero * de ..: Neas
en"ontramos a ep!"a'(o m$st!"a do n!%erso, da Nature1a e do Cr!ador E!s
aqu! a tradu'(o de um teto que a"aba de ser "antado pea #Ran!#F
#Ass!m "omo uma aran4a produ1 e re"o4e a sua te!a, ass!m "omo pro"edem
os "abeos da "abe'a e do "orpo de um 4omem %!%o, Do !mpere"$%e pro%e!o
tudo que aqu! está
Ass!m "omo de uma 0o&ue!ra pro"edem as 0a&u4as de nature1a seme4ante,
apesar de serem de nmero !n"ontá%e, Da mesma 0orma, ? meu "aro, do
!mpere"$%e pro"edem as %ár!as esp*"!es de seres, que no%amente a ee
%otar(o#
#Os r!os do este e do oeste or!&!nam6se no o"eano e a ee retornam, embora
n(o sa!bam que ass!m pro"edem Da mesma 0orma, s(o todas essas
pessoas que pro%3m do Grande Ser, embora n(o sa!bam que do Ser
pro%3m#
#Aqu!o que "onst!tu! a ess3n"!a sut! , aqu!o que em tudo o que e!ste tem a
sua pr?pr!a ess3n"!a, * o erdade!ro Ser E tu *s esse Ser#
No Tat T%an As! 6 Tu *s aqu!o 6 está resum!do todo o ens!namento dos
pan!s4ads
Eu ou%!adoatentamente
0uma'a aqueas
!n"enso en"4e o atarpaa%ras Eas en"4!am
de um tempo meu o"ora'(o
Mas, sb!to, "omo a
Ra)á "aou6se
7ou"o a pou"o t!n4a ee%ado a %o1, !mpe!do peo entus!asmo de suas
paa%ras Todos espera%am que ee "ont!nuasse e 0!"amos em muda
epe"tat!%a
2o! ent(o que o arque?o&o 7!erre Yu!en per&untouF
6 E a enda dos sete "!snes do a&o Manasaroar Tem rea'(o "om os
pan!s4ads
O Ra)á pare"eu sa!r de dentro dos seus pensamentos
6 S!m d!1em remotas trad!'>es que 0o! @s mar&ens deste a&o sa&rado que
os Sete Sen4ores Sub!mes 6 pr!me!ros !nstrutores da ra'a ar!ana 6 0aaram
sobre os anos,
todos os ens!namentos se"retos
na man4( dos pan!s4ads
do pr!me!ro Desde
d!a da pr!ma%era naent(o,
5nd!a, d!1em que
sete "!snes
bran"os sobre%oam o a&o e depo!s desapare"em rumo ao monte Meru S?
retomam no ano se&u!nte, no mesmo d!a e na mesma 4ora Consta que
estes "!snes s(o os Sete Sen4ores Sub!mes que d!s0ar'ados de "!snes
%eam "ont!nuamente, pea 4uman!dade e a&uardam tr!nta m! anos para
renas"er Sur&em em 0orma de "!snes, porque, se&undo a M!too&!a 4!ndu,
esta a%e person!0!"a a sabedor!a un!%ersa É o s$mboo de Bra4ma 6 o
Cr!ador 6 que tamb*m * "4amado #Hansa a4ara#, !sto *, #o que usa o "!sne
"omo %e!"uo#
Ante o reato do Ra)á, o tempo pare"!a ter s!do an!qu!ado Entretanto, na
rea!dade, a no!te a%an'a%a rap!damente Era pre"!so repousar A!nda nos
resta%am a&umas semanas no Nepa, antes de part!rmos para o T!bete
A!nda t$n4amos mu!to que aprender "om o Ra)á Dor&e

Primeiro Contato com a Terra e o Poo de Si!!im

Na man4( se&u!nte, bem "edo a!nda, sa$mos para %!s!tar Gan&toX


D!spensamos o autom?%e e pre0er!mos montar nos bon!tos "a%aos
nepaeses do Ra)á 2o! "oo"ado @ nossa d!spos!'(o um s!mpát!"o nepa3s
"4amado Tsaron&, se"retár!o part!"uar do Ra)á que nos ser%!u de "!"erone
Gan&toX * uma bea "!dade, "om uma a&omera'(o de "asas de pedra
bran"a que embram mu!to as "onstru'>es dos ant!&as !n"as N(o * t(o
0ormosa "omo atmandu, a "ap!ta do Nepa, por*m tem seus en"antos É
uma "!dade em est!o mu!to ma!s t!betana do que nepaesa As ampas ruas,
pa%!mentadas de pedras ro!'as, s(o sombreadas por %e4os p!n4e!ros A
at!tude de Gan&toX * de "er"a de .Q< metros
A d!0eren'a entre a 0res"a temperatura do %ae dos H!maa!as e o "á!do "!ma
de Ca"utá, de onde %!*ramos, "ausou6nos um "erto "4oque Contudo,
t$n4amos que !r nos a"ostumando, po!s nos pr?!mos meses !r$amos %!%er
numa at!tude nun"a !n0er!or a QQ;< metros Sobre as montan4as ma!s
pr?!mas er&u!am6se as en"ostas ne%adas dos &randes p!"os
A %!da em Gan&toX está en%ota na serena bee1a do %ae do r!o T!sta, que o
po%o "4ama
se para de #Bura"o
o "*u dos entos#,
7equenos "ampos po!s
de *arro1
uma pendem
estre!ta &ar&anta abr!ndo6
dos 0an"os das
montan4as e Gan&toX pare"e suspensa no ar, entre o !n%!s$%e 0undo dos
%aes e as ne%es eternas dos montes !n"4!)un&a 7eo "am!n4o,
en"ontramos a&uns ba1ares !nteressantes, e!b!ndo beos traba4os de
artesanato em "obre e mar0!m !mos tamb*m !nmeras "asas sen4or!a!s,
ares pr?speros, suntuosos )ard!ns "4e!os de rosas, apesar do !n%erno, e as
ma!s beas orqu$deas que )á %!mos A!ás, d!1em que S!XX!m * o para$so das
orqu$deas e das borboetas, "u)a %ar!edade de 0ormas e de "ores *
mara%!4osa
O po%o de Gan&toX, "4amado #erpa#, * traba4ador, &eneroso e
4osp!tae!ro Tem
&era, tanto os a pee "omo
4omens a%erme4ada, o4osusam
as mu4eres amendoados e um art!betanas
on&as tn!"as ae&re Em
de
"ores %!%as e por "!ma um manto de seda ou a&od(o, "or de %!n4o Na
"abe'a, pontudos "4ap*us de 0etro %erme4o, que embram mu!to o "4ap*u
das bruas o"!denta!s da Idade M*d!a Obser%amos tamb*m, que a&uns
#erpas# t3m um )e!to 0urt!%o embrando os $nd!os da Bo$%!a, do 7eru, do
M*!"o e do Bras!, bem "omo os pees6%erme4as da Am*r!"a do Norte
Comentamos !sto "om Tsaron& 6 nosso "!"erone 6 que tamb*m * #erpa#
6 D!1em nossas trad!'>es 6 respondeu ee, num !n&3s per0e!to 6 que n?s
somos des"endentes da ra'a amer$nd!a, "u)a 4!st?r!a * t(o m!enar que se
perdeu na no!te dos tempos
6 Mas n(o 0o! do Or!ente que sur&!ram as ra'as ma!s ant!&as do mundo 6
!nda&ue! perpea
Tsaron& te%e um bre%e sorr!so e retru"ouF
6 Nossos !%ros santos d!1em que as Am*r!"as sur&!ram das á&uas do
o"eano, mu!to antes do Or!ente A nossa 4!st?r!a pare"e ant!&a, mas, na
%erdade, * t(o no%a que a!nda pode ser embrada
6 S!m, * %erdade 6 0aou o Dr essantára 6, 0o! das Am*r!"as que 4á mu!tos
m!3n!os, sa$ram os pr!me!ros sáb!os que se 0!aram em outros pontos da
terra, e%ando "ons!&o &randes "on4e"!mentos que ser%!ram de base para
0undarem mu!tas "!%!!1a'>es
6 Nossas endas 6 "ont!nuou Tsaron& 6 a0!rmam que uma enorme "atástro0e
destru!u nosso pa$s de or!&em, uma &rande !4a no o"eano, 4ab!tada por um
po%o pr?spero e notá%e, do qua a&uns &rupos puderam a"an'ar o E&!to, a
5nd!a e as Am*r!"as, es"apando ass!m do desastre Contudo, a&uns desses
&rupos, por mot!%os que !&noro, re&red!ram esp!r!tuamente e tornaram6se
se%a&ens, "om e"e'(o dos aste"as, dos !n"as e dos ma!as Da$ a
seme4an'a que e!ste entre estes !nd$&enas e os as!át!"os
Embora bastante adm!rada, embre! que a e!st3n"!a de um &rande
"ont!nente !&ando a 8s!a, a Europa e as Am*r!"as e o seu "aam!toso
desapare"!mento s(o 0atos adm!t!dos por mu!tos "!ent!stas do O"!dente
Sb!to, nossos pensamentos 0oram !nterromp!dos por uma parada que
0!1emos numa #&ompa#, !sto *, "apea de do!s andares, em est!o t!betano,
"ontendo em "!ma, uma b!b!ote"a e, emba!o, um orat?r!o "om !ma&ens
bud!stas 2omos
"or de %!n4o dos re"eb!dos por um# -se!ta
amas #&eu&6pa mon&edos
e a&uns no%!'os
"4ap*us %est!ndoO amon&e
%erme4os/ tn!"a
era um 4omem !doso, pequeno, ma&ro, de!"ado "omo um pássaro, de rosto
0!no e as"*t!"o Seus dedos es&u!os per"orr!am as "ontas de um rosár!o de
"ora
!s!tamos a b!b!ote"a que "onsta%a de duas ampas saas, de paredes
d!%!d!das por pratee!ras de made!ra aqueadas de %erme4o %!n4o Os !%ros
eram "oo"ados nestes "ompart!mentos en%otos em panos de seda e
mant!dos entre duas tábuas en%ern!1adas As pá&!nas eram 0o4as estre!tas
de pape de arro1, "om quase do!s metros de "ompr!mentoU
6 ma b!b!ote"a med!ana 6 ep!"ou o mon&e em !n&3s 6 "onsta de uns Q<<
!%ros ass!m!%ros tem esta 6 !nda&ue!
6 E quantos
O mon&e sorr!u e d!sse mansamenteF
6 ns do!s m! !%ros
6 E todos sobre !teratura re!&!osa 6 per&untou 7!erre Yu!en
6 S!m, Espe"!amente o +ama$smo Entre as obras pr!n"!pa!s, temos o
#Xan&ur# -"oe'(o de es"r!turas sa&radas/ e o #ten&ur#, que s(o
"omentár!os esot*r!"os sobre o #Xan&ur#
Ap?s %!s!tarmos a b!b!ote"a, desped!mo6nos e "ont!nuamos o passe!o pea
"!dade 7assamos peo posto do te*&ra0o, por %ár!as es"oas, um 4osp!ta,
uma estrada de autom?%e!s, o suntuoso paá"!o do Go%ernador de S!XX!m
Sua Ate1a o Mara)á Tas4! Nam&!a, que * de or!&em t!betana, "omo tamb*m
todos os d!r!&entes !mportantes do pa$s !mos as "asas dos representantes
br!tJn!"os no T!bete, o mer"ado, as o)as e 0!namente, quando o so )á !a ato,
re&ressamos para amo'ar na mans(o do Ra)á Era pre"!so des"ansar, po!s
naquea no!te !r$amos ass!st!r a uma 0esta t$p!"a dos #erpas# "eebrada
apenas uma %e1 por ano na re&!(o de S!XX!m

A "e#ta da# "la$ta# Pa#tori#

Eram "er"a de o!to 4oras da no!te, quando nosso &rupo "4e0!ado por
Tsaron&, de!ou a mans(o do Ra)á Dor&e e apressou6se em tomar a d!re'(o
do %ae do r!o T!sta, onde dentro em pou"o "ome'ar!a A 2esta das 2autas
7astor!s
Nossos "a%aos atra%essaram um on&o "am!n4o, que nos e%ou ao 0undo de
uma &ar&anta e, a&um tempo depo!s, %!mos um etenso %ae !um!nado pea
u1 da ua [ med!da que nos apro!má%amos, notá%amos que o "entro do
%ae esta%a en0e!tado "om r!"os estandartes de seda, a1u, %erde, amareo e
%erme4o, bordados "om 0a!s>es, &rouse e outros pássaros m!to?&!"os Em
%ota de uma &rande 0o&ue!ra, 0e!ta "om a per0umada made!ra de sJndao,
%!mos mu!tos #erpas# %est!ndo tra)es 0est!%os, a"o"4oados de pee de
"orde!ro As mu4eres, pequenas e &ra"!osas esta%am pro0undamente
en0e!tadas "om )o!as e 0ores, que apesar do !n%erno, n(o 0atam em S!XX!m
Enquanto desmontá%amos e entre&á%amos nossos "a%aos a um ser%o que
nos a"ompan4a%a,
6 A 0esta "ome'ouU 6ou%!mos
e"amouuma ms!"a estran4a e meod!osa
Tsaron&
Apro!mamo6nos do po%o que se "ompr!m!a em %ota da 0o&ue!ra N!sso, um
%e4o, ato e !mponente, %est!do "om a roupa dos #doXpas# pastores
t!betanos, )o&ou no 0o&o um pun4ado de er%as per0umadas Ent(o o po%o
"ome'ou a "antar a"ompan4ado peo r!tmo dos tambores, que embra%am os
atabaques usados nos r!tos umband!stas no Bras!
6 É um apeo aos deuses, ped!ndo sua b3n'(o e prote'(o para as "o4e!tas 6
d!sse Tsaron&
Zuando term!naram as !n%o"a'>es, o %e4o pastor, que soubemos ser o
"4e0e re!&!oso dos #erpas#, desen4ou no "4(o, "om um p? bran"o, uma
&rande
6 Aqu!o"ru1 suást!"a
nos de!ou perpeos E 7!erre Yu!en !nda&ouF
6 O que tem a %er a "ru1 suást!"a "om a "er!m=n!a desta 0esta
6 Esta "ru1 6 0aou Tsaron& 6 * um dos ma!s ant!&os s$mboos sa&rados do
Or!ente Os bud!stas "4!neses "4amam6na #an# Nos tempos t!betanos *
"omum en"ontrarmos este s$mboo &ra%ado nos porta!s ou nas pedras da
ma!or!a dos moste!ros
6 Na 5nd!a tamb*m podemos %er a "ru1 suást!"a sobre a "abe'a da serpente
Ananta, no Tempo de Ouro em Amr!tsar 6 0aou o Dr essantára Os
brJmanes "4amam a suást!"a de Cru1 Ya!na
6 A!ás, e!stem duas suást!"as 6 retru"ou Tsaron& ma * pos!t!%a e a outra,
ne&at!%a Ambas s(o sa&radas, sendo que a pos!t!%a * usada na ma&!a
bran"a e a ne&at!%a na ma&!a ne&ra
E qua * a d!0eren'a entre ambas 6 per&unte!, sumamente !nteressada

Apontando para o desen4o que o %e4o esta%a tra'ando no "4(o, Tsaron&


d!sseF
6 Repare, aquea * a pos!t!%a Tem os bra'os dobrados no sent!do do
mo%!mento dos ponte!ros de um re?&!o A ne&at!%a * ao "ontrár!o A pos!t!%a
representa o "ont$nuo mo%!mento das 0or'as do Cosmos S!mbo!1a a
rota'(o da terra nos e!os do mundo, porque as !n4as que se "ru1am
s!&n!0!"am o esp$r!to e a mat*r!a per0e!tamente equ!!brados Ap!"ada ao
4omem, representa o eo entre este e a d!%!ndade, embema de que o
Cr!ador está na 4uman!dade e está no Cr!ador, "omo as &otas dá&ua no
o"eano
Ent(o H!ter usou a suást!"a pos!t!%a 6 !nda&ou 7!erre surpreso
S!m, meu am!&o 6 "ont!nuou essantára 6, H!ter era um &rande ma&o ne&ro
e sab!a o poder da suást!"a or!enta a!ado @ %!bra'(o dos astros 7or esta
ra1(o es"o4eu "omo s$mboo a suást!"a pos!t!%a, apenas !n"!nou6a ;
&raus, tornando6a um s$mboo ma*0!"o Basta que %o"3 eam!ne as 0otos da
&uerra
!d3nt!"oe H!ter
"ompare6as "omeste
de&radou a suást!"a pos!t!%a
poderoso s$mbooO mo%!mento dos bra'os
e pere"eu %$t!ma da sua*
pr?pr!a madade
6 Mas "omo "onse&u!u tornar a suást!"a ma*0!"a, apenas "om esta
!n"!na'(o de ; &raus 6 per&unte! perpea
essantára esbo'ou um e%e sorr!so e respondeuF
6 Bem para ep!"ar !sto temos que entrar um pou"o no "ampo da
Astroo&!a Se&undo os entend!dos, a "ru1 pos!t!%a, "oo"ada no "$r"uo do
\od$a"o sob a !n0u3n"!a dos panetas está em bom aspe"to "om o So,
doador da %!da, pos!t!%o, mas"u!no, &erador de 0or'a Se esta mesma "ru1
0or !n"!nada ;], ta "omo 0e1 o d*spota aem(o, sa! da "asa do So e suas
pontas pe&am
quadratura a %!bra'(o
ou mau aspe"toastro?&!"a
"om o So,deMarte,
+!!t4,Saturno
a +ua Ne&ra dos 0e!t!'os em
e 3nus
6 Mas o sen4or tem "erte1a de que H!ter usou mesmo a "ru1 pos!t!%a 6
per&unte! me!o !n"r*dua -./ 6 Absouta 6 respondeu essantára
serenamente Este 0o! um dos s$mboos que ma!s estude! na 5nd!a, e mu!to
me surpreendeu obser%ar a "ru1 )a!na pos!t!%a, "omo s$mboo dos na1!stas
Se! que a&uns estud!osos e a ma!or!a dos teoso0!stas, pensam que H!ter
usou a "ru1 suást!"a ne&at!%a, mas est(o errados Nas !nmeras 0otos
pub!"adas das re%!stas da *po"a, podemos "onstatar !sto per0e!tamente
N!sso o %e4o pastor term!nou de desen4ar a "ru1 suást!"a no "4(o e 0e1
s!na para um mo'o ato e robusto, que esta%a @ sua d!re!ta O rapa1
apro!mou6se est!a uma tn!"a on&a, de seda "armes!m, sobre umas
"a'as 0o0as %erde )ade, que term!na%am es"ond!das sob on&as botas de
"ouro %erme4o Na "abe'a t!n4a um barrete de pee de "astor Sentando6se
sobre o desen4o da "ru1, ee "ru1ou as pernas, pousou as m(os sobre os
)oe4os, "errou os o4os e "ome'ou a "antar Sua %o1 era "ara e %aron!
Sub!a atra%*s do ar, d!%!d!ndo brandamente as paa%ras da "an'(o
Soubemos que era uma "an'(o m$st!"a, "u)a or!&em era !mposs$%e de
saber Zuando term!nou de "antar, 4ou%e &r!tos e %!%as de todos os
presentes Ent(o, a uma ordem do %e4o "4e0e, "ome'ou uma 0arta
d!str!bu!'(o de #"4en&#, "er%e)a nepaesa 0e!ta de m!4o 0ermentado, ser%!da
em atos "!!ndros de bambu, "4amados #pa!ps# Ha%!a tamb*m %!n4o
!nd!ano, montan4as de boos de me e mu!tos outros qu!tutes estr!tamente
%e&etar!anos Nada de "arne, &a!n4a ou pe!es O po%o a%an'a%a em tudo
"om %erdade!ra ae&r!a Mu!tos at* ambu1a%am as %estes e r!am "ontentes
Ap?s o banquete "ome'aram as dan'as m &rupo de mo'as e rapa1es
dan'ou em %ota da &rande 0o&ue!ra Cas"atas de 0!tas "oor!das 0utua%am
em seus "apa"etes dourados Cada um dees tra1!a na m(o uma 0auta, que
s!mua%am to"ar A ms!"a era e?t!"a e 4armon!osa As mo'as usa%am
más"aras de deuses tuteares A!ás, em quase todas as dan'as as!át!"as, os
dan'ar!nos atuam mas"arados Isto porque a"red!tam que a más"ara a)uda6
os a ee%arem6se da sua "ons"!3n"!a do E, !bertarem6se de s! mesmos e
a"an'ar o 3tase d!%!no
Cer"a de duas 4oras da man4( term!nou a 0esta Apesar do "ansa'o,
nen4um de n?s
re&ressamos aoper"ebeu queRa)á,
paá"!o do o tempo passara
e%ando nost(o depressa
o4os E ass!m
a bee1a a&reste
daquea 0esta b!1arra aos p*s dos montes H!maa!a
VVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVV
NotaF

-./ 6 Soubemos ma!s tarde, atra%*s das de"ara'>es do "*ebre astr?o&o


4n&aro, +ou!s De ^o4 6 que 0o! "4e0e do Es"r!t?r!o de In%est!&a'>es
7araps!"o?&!"as de +ondres e, o&o, Cap!t(o do E*r"!to Br!tJn!"o, &ra'as @
prote'(o de +ord Ha!0a 6 que H!ter se !nteressa%a pro0undamente peas
"!3n"!as o"utas e, em espe"!a, pea Astroo&!a Apesar de a Astroo&!a
pro0!ss!ona
o0!"!amente ser pro!b!da
e para peo &o%erno
uso pr?pr!o, mant!n4aaem(o, sabe6se
um &rupo que H!ter,
de &randes etra
astr?o&os
traba4ando para ee Os dema!s astr?o&os que %!%!am na Aeman4a 0oram
perse&u!dos e a ma!or!a morta, po!s suas pre%!s>es astro?&!"as eram
ne&at!%as e poder!am %!r a pre)ud!"ar a propa&anda po$t!"a de H!ter
Conta +ou!s De ^o4 que #antes da II Grande Guerra morou %ár!os anos em
Ber!m e á 0e1 am!1ade "om Ma!m!!am Bauer, que era o astr?o&o 0a%or!to
de Gusta% Stressemamn, M!n!stro do Eter!or da Aeman4a Atra%*s de
Bauer, +ou!s De ^o4 soube de %ár!as "o!sas !nteressantes sobre H!ter
Entre outras que #a sa&rada "ru1 suást!"a dos ant!&os or!enta!s 0o! es"o4!da
por H!ter para s$mboo do Na1!smo, sob a !n0u3n"!a de um ama t!betano do
moste!ro de Tuun& Tserpun&, "on4e"!do "omo um dos ma!ores redutos de
ma&os ne&ros no T!bete# Soube tamb*m que em .L:Q, quando H!ter a!nda
era des"on4e"!do do po%o aem(o, "erta no!te ao sa!r da 0amosa "er%e)ar!a
de Mun!que, onde se reun!a "om am!&os para 0aar sobre po$t!"a, H!ter
en"ontrou6se "om Aub, um %e4o ma&o mu!to "on4e"!do em Mun!que "omo
%!dente Em "ompan4!a de Aub esta%a um ama t!betano %est!ndo a tn!"a
%erme4a, t$p!"a da sua se!ta Aub "on%ersou "om H!ter por a&um tempo e
o&o este o se&u!u @ sua res!d3n"!a Desde ent(o, "onsta que H!ter 0o!
!n!"!ado nas "!3n"!as o"utas por Aub e o m!ster!oso ama t!betano

Na pr!ma%era de .L<, +ou!s De ^o4 pub!"ou em +ondres um estudo sobre


o 4or?s"opo de H!ter, no qua d!1 o se&u!nteF #A morte de H!ter será de
nature1a netun!ana, ou se)a, uma morte por en%enenamento ou prostra'(o
ner%osa, ou qu!'á se trate de uma morte m!ster!osa que nun"a será
es"are"!da

Ma!s tarde, num de seus !%ros !nt!tuado #Astros, Guerra e 7a1#, +ou!s De
^o4 de"araF

#Ap?s o trá&!"o desapare"!mento de H!ter 6 pre%!sto por m!m em .L< 6 0o!


"onstatada a presen'a !nep!"á%e de a&uns amas t!betanos da se!ta dos
"4ap*us %erme4os nas "er"an!as de Ber&4o0, o paá"!o montan43s de H!ter,
na "osta dedas
%!&!Jn"!a Obersa1ber&
autor!dadesEstes amasdesapare"eram
po!"!a!s, 0oram presos, mas apesar de todada
m!ster!osamente a
pr!s(o e )ama!s 0oram en"ontrados#

É poss$%e que este 0ato %en4a ao en"ontro do astr?o&o aem(o Ma!m!!an


Bauer de que H!ter, reamente, 0o! !n!"!ado nas "!3n"!as o"utas por um ama
t!betano do moste!ro de Tuun& Tserpun&, s!tuado perto da "!dade de +4assa

O %$da &io de Si!!im e #$a# 'eclara()e# Pro*+tica#

ma semana ap?s


Ra)á obt!%esse nossa "4e&ada
do &o%erno t!betanoaas
Gan&toX,
nossas enquanto
#Iam6$&# esperá%amos
ou autor!1a'(oque
de o
trJns!to, soubemos que, numa montan4a a! perto, pr?!mo ao %ae do r!o
T!sta, pou"o a*m do Moste!ro de 7odan&, a uns .; Xm de Gan&toX, mora%a
um Buda !%o
Este Buda !%o, ou #"orpo 0antasma#, * uma das ma!s "ur!osas 0a"etas do
ama$smo 7erten"e a uma ar!sto"ra"!a e"es!ást!"a que sur&!u no T!bete em
._;<
Conta6se que naquea *po"a, o qu!nto &rande +ama da se!ta dos #"4ap*us
%erme4os#, "u)o nome era +ob1an& Gatso, t!n4a s!do nomeado soberano
do T!bete, por um pr$n"!pe mon&o e re"on4e"!do "omo ta peo Imperador da
C4!na Contudo, aqueas 4onrar!as n(o 4e basta%am e o amb!"!oso no%o re!
reso%eu 0a1er6se passar "omo sendo uma emana'(o 0antasma do deus
T"4enre1! De"!d!u tamb*m que seu am!&o, o &rande +ama do moste!ro de
Tas4!umpo, era uma emana'(o 0antasma de Eupamed 6 o Buda m$st!"o de
quem, se&undo a trad!'(o, T"4eren1! * 0!4o esp!r!tua
Este eempo do +ama6Re! 0omentou a "r!a'(o dos Budas %!%os que os
t!betanos "4amam de #tuXu# Em se&u!da, todos os moste!ros !mportantes
"ons!deraram uma quest(o de 4onra, terem "omo "4e0e a reen"arna'(o de
a&um persona&em "*ebre do +ama$smo
Zu!'á este bre%e resumo sobre a or!&em das duas d!nast!as ma!s !ustres dos
#tuXus# 6 a do Daa! +ama -reen"arna'(o de T4eren1!/ e a do Tra"4!6+ama
-reen"arna'(o de Eupamed/, se)a su0!"!ente para que os e!tores
"ompreendam que n(o se trata de reen"arna'(o de Gautama, o Buda, que
nada tem a %er "om estas "r!a'>es ama$stas
No T!bete, o nmero destes Budas !%os * bastante numeroso Contudo, a
ma!or!a dees * de ma&os ou 0e!t!"e!ros, que desempen4am 0un'>es de
orá"uos o0!"!a!s
Embora o bud!smo or!&!na ne&ue a e!st3n"!a de uma ama pessoa,
permanente, que transm!&ra de uma e!st3n"!a a outra, a ma!or!a dos
bud!stas %otou a adotar a "ren'a 4!ndu da reen"arna'(o
Consta que e!stem tamb*m mu4eres #tuXus# De modo &era eas s(o
abadessas de moste!ros de 4omens, ou ent(o erm!t(s Mu!tas %e1es os
tuXus embram6se de suas %!das anter!ores e %ár!os s(o os eempos d!sso
que sedeterm!nam
4er?!s "on4e"e naa5nd!a e no do
nature1a T!bete ár!as s(o as eant!&as
seu renas"!mento, endas,
a "arre!ra "u)os
de um 0uturo
#a%atar# -reen"arna'(o/ Geramente pred!1em em seu e!to de morte, onde
de%em renas"er e d(o deta4es sobre os 0uturos pa!s, o u&ar onde 0!"a a
"asa, et"
Do!s anos ap?s a morte de um Buda !%o, o "4e0e do moste!ro onde ee
morreu "ome'a a bus"a da sua reen"arna'(o A&umas %e1es en"ontram
o&o uma "r!an'a "om as "ond!'>es pres"r!tas, e esta se submete, entre
outras, a mu!tas pro%as de re"on4e"!mento
O 0ato de que a!, em Gan&toX, t(o perto de n?s, %!%!a um destes Budas
!%os, sobre quem se "onta%am mu!tas 4!st?r!as m!ster!osas, de!ou6nos
"ur!osos em pro"esso
que por um "on4e"36o D!1!a6se
má&!"o que%!n4a
o"uto, ee era um %e4o deretardar
"onse&u!ndo .<: anos, mas
a %e4!"e
Sua pee era 0res"a e quase sem ru&as, os mo%!mentos á&e!s e os dentes
"aros e per0e!tos
Comun!"amos ao Ra)á nosso dese)o de !r "on4e"er o Buda !%o de S!XX!m
6 Imposs$%eU 6 d!sse ee 6 nen4uma mu4er pode entrar no moste!ro do Buda
Mer"r!o
6 Mas, por qu3 6 !nda&ue!
6 É "ontra a ordem dos +amas Este moste!ro * "4e!o de endas e m!st*r!os
D!1em que a sete"entos e setenta e sete passos do moste!ro 4a%!a, outrora,
uma enorme estátua de Buda, toda em bron1e ma"!'o, que nem mesmo "em
4omens pod!am "arre&ar Certa no!te, esta estátua desapare"eu
m!ster!osamente e os +amas t!%eram mu!to traba4o em des"obr!r a ra1(o
deste desapare"!mento
6 E qua 0o! 6 !nda&ue!
6 N(o se sabe ao "erto Os +amas deste moste!ro s(o mu!to d!s"retos
Conta6se que a estátua 0o! e%ada peos &3n!os da quarta d!mens(o, para
a&um u&ar !na"ess$%e aos o4os pro0anos
Aqueas paa%ras a%!%aram m!n4a "ur!os!dade e !ns!st! "om o Ra)á, para que
!nter"edesse )unto aos amas, para que me perm!t!ssem %!s!tá6os O Ra)á
prometeu 0a1er o poss$%e, mas n(o me deu mu!tas esperan'as Mandou
Tsaron& "om mu!tos presentes, so!"!tar !"en'a para %!s!tarmos o moste!ro A
resposta 0o! ne&at!%a N(o me "on0orme! e ap?s mu!tas !das e %!ndas, %!mos
nosso dese)o sat!s0e!to O %enerá%e +ama, abr!ndo uma e"e'(o sem
pre"edentes, "on"ordara em re"eber6nos Impun4a apenas uma "ond!'(o,
que eu %est!sse o 4áb!to "!n1ento dos no%!'os e %easse meu rosto "om o
on&o "apu1 do 4áb!to A perm!ss(o era s? para m!m e o Dr essantára
Ma4!ma e 7!erre Yu!en n(o poder!am nos a"ompan4ar
No d!a mar"ado, part!mos em d!re'(o @s montan4as, !derados por Tsaron&
2omos a p*, "on0orme ped!ram A as"ens(o 0o! enta e se&u!a a"!%es
s!nuosos Resp!rá%amos "om pra1er o ar puro da man4(, !mpre&nado "om o
aroma dos p!n4e!ros 2a1!a mu!to 0r!o Nen4um pássaro "ru1ou o beo "*u
a1u Ap?s "er"a de tr3s qu!=metros, "osteando o %ae, a sub!da tornou6se
abrupta O "am!n4o era por um "orte ob$quo na ro"4a, "u)o "!mo a bruma
o"uta%a +o&oase
de so 7asso apa!nou
passo, o soo
0omos e entramos
por um numa atmos0era
ata4o estre!to e $n&reme,"ara e "4e!ada
no pendor
montan4a T!%emos que se&u!r um atrás do outro, reparando atentamente no
"4(o, para n(o p!sar em 0aso De um ado, 4a%!a o 0an"o !na"ess$%e da
serraP do outro o ab!smo O "ansa'o !a a0rouando nossos passos
2!namente, %!mos uma "o!na %erde e deserta Em 0rente, a pou"a d!stJn"!a,
er&u!a6se o Tempo do Buda Mer"r!o tamb*m "4amado Co*&!o dos Santos
Ma&os
m &rupo de pa%!4>es "oor!dos, de tetos re"ur%os, pendura%a6se @ en"osta
da montan4a, "omo uma 0or en"ra%ada nas pedras A re&!(o era "4e!a de
es"arpas e "oberta de 0orestas p!tores"as De%a&ar, 0omos nos
apro!mando A emo'(o
dos &randes "4e0es era tanta
esp!r!tua!s que ma pod$amos resp!rar 5amos %er um
da 8s!a
Entramos atra%*s do &rande port(o de 0erro que dá a"esso ao tempo
Grupos de mon&es, entos e soenes nas suas on&as tn!"as de a&od(o
bran"o ou amareo, anda%am peas %eredas que "ondu1!am ao !nter!or do
parque O &rande &on&o de bron1e, sem!6o"uta entre as tra%es, a"aba%a de
ser tan&!do, "on%o"ando a todos para a ora'(o da man4( 7uamos bem o
"apu1 do 4áb!to e entramos no ampo 4a, pa%!mentado de mármore rosa
!mos uma s*r!e de n!"4os "om ob)etos sa&rados As paredes atera!s eram
"obertas "om p!nturas 0e!tas sobre seda, representand o a %!da de santos do
+ama$smo A um ado, um &rande atar dourado su)e!ta%a uma enorme
estátua, tamb*m dourada, representando Gautama, Buda, a!nda
adoes"ente T!n4a a 0a"e ma&ra e tranqu!a, o o4ar sem!"errado de quem
n(o o4a para o mundo dos morta!s Re0et!a6se em seu todo uma epress(o
de m!ster!osa p!edade, son4o e sabedor!a
m dos no%!'os ou #trapas# a"ompan4ou6nos at* a &rande "apea, onde,
entre %eas "oor!das, "andeabros de ouro e !n"ens?r!os de )ade, %!mos um
0ato s!n&uar
Suspenso no ar e sem nen4um apo!o, esta%a um bá"uo, !sto *, um pequeno
bast(o dourado, que se&undo a enda, re&ua os atos da "omun!dade
Soubemos que aquee bast(o m!a&roso perten"era ao santo Tson& apa,
que 0o! o re0ormador da re!&!(o bud!sta no T!bete 7ensamos que se tratasse
de a&um truque mu!to bem d!ss!muado peos amas, po!s nossa mente, por
ma!s que ra"!o"!nasse, n(o en"ontra%a nen4uma ra1(o ?&!"a para aquee
0en=meno 7er"ebendo nossa !n"redu!dade, o Dr essantára d!sseF
6 Soube que este bast(o má&!"o está neste moste!ro 4á mu!tos s*"uos
Nun"a n!n&u*m soube ep!"ar a ra1(o deste prod$&!o S? os amas
"on4e"em este se&redo, mas n(o o re%eam aos pro0anos O sáb!o N!"oas
Noto%!"4, que 4á tempos este%e no T!bete "4e0!ando uma m!ss(o de
"!ent!stas russos, eam!nou tudo det!damente e n(o en"ontrou nen4uma
0raude, nem ra1(o ?&!"a para ep!"ar o 0en=meno Este sáb!o russo 0o!
quem en"ontrou na "!dade de +adaX, a "ea ant!qu$ss!ma do #Erm!t(o de
Issa#, que os +amas d!1em ter s!do Yesus Cr!sto
7erpeos e 0as"!nados, 0!"amos por a&um tempo "ontempando o prod$&!o
2!namente, to"ando Cont!nuamos
que o se&u$ssemos de e%e em nosso bra'oat*
andando d!re!to, o no%!'o
a"an'ar 0e1 s!na
um on&o para
"orredor
penumbroso Apenas per"eb$amos a 0ra"a !um!na'(o de a&umas to"4as
Sent! um %a&o temor e meu san&ue pusou ma!s ráp!do nas m!n4as %e!as
Ha%!a mu!tos n!"4os "a%ados nas paredes de pedra do "orredor !mos
nestes n!"4os %utos !m?%e!s 7ensamos que 0ossem estátuas, mas em %o1
ba!a, o no%!'o 0aouF
6 Estes s(o mon&es que %ountar!amente se de!aram mum!0!"ar em %!da
6 Mas "omo 6 per&untamos, atra%*s de Tsaron& A resposta %e!o "ara e
pre"!saF
6 Durante tr3s d!as e tr3s no!tes "o1!n4amos sementes tenras de !n4o
m!sturadas "om %e1es
se"a %ota duas 0a%a bran"a
ao 0o&oDepo!s, ambas
e ao p!(o s(o0!m,
e, por tr!turadas num p!(o
0!"a eposta A parte
ao so, at*
se trans0ormar numa 0ar!n4a e%e Ent(o ap?s um )e)um r!&oroso o "and!dato
@ mum!0!"a'(o "ome &rande quant!dade desta 0ar!n4a Durante tr3s meses
0!"ará a!mentado por pequenas doses de que n?s 4e damos, )untamente
"om pequenas por'>es da 0ar!n4a O mon&e de%e "onser%ar a mente 0!a no
+o&os SoarF Com este re&!me resse"am os !ntest!nos e o 0$&ado Tempos
depo!s "om a pee !nte!ramente endure"!da, o "and!dato pare"e mesmo uma
mm!a Somente a resp!ra'(o, 0raqu$ss!ma, "ont!nuará, mas por pou"o
tempo
2o! 4orr$%e para n?s esta re%ea'(o e, quando sa$mos do "orredor &ubre,
para um ampo pát!o arbor!1ado, resp!re! a!%!ada E a!, @ sombra de um
p!n4e!ro m!enar, %!mos o Buda !%o de S!XX!m Esta%a sentado "om as
pernas "ru1adas, em "!ma de uma este!ra de bambu Era d!0$"! pre"!sar64e a
!dade As 0e!'>es m!das, !mpre"!sas, da%am64e um aspe"to !nde0!n!do
est!a uma ampa tn!"a amarea, um "asa"o 0orrado de pees de "orde!ro e
um barrete tamb*m de pees No que!o t!n4a uma barb!"4a raa e mu!to
bran"a Os o4os eram pequenos e %!%os A pee quase sem ru&as As m(os
0!nas e ar!sto"rát!"as Sua 0!s!onom!a n(o me pare"!a des"on4e"!da embora
n(o pudesse en"ontrar sua !ma&em na m!n4a mem?r!a
Apro!mamo6nos depos!tando aos seus p*s as e"4arpes de seda bran"a,
que os t!betanos "4amam de #Xa6ta#, ou e"4arpes da 0e!"!dade, que Tsaron&
nos 0!1era tra1er
6 Sua Sant!dade 0o! mu!to bondoso em re"eber6nos 6 d!sse eu em !n&3s
O Buda !%o %!rou6se para nosso !nt*rprete Tsaron& e d!sse a&o em t!betano
Ad!%!n4o "orretamente o que ee qu!s d!1er
6 O %enerá%e 7a! da Ama D!amante entende quando 4e 0aam em !n&3s,
mas teme que n(o 4e "orresponda o seu, por !sto pre0ere que eu tradu1a as
paa%ras 6 0aou Tsaron&
O4ando6me 0!amente, o Buda !%o 0aouF
6 #Yetsuma -re%erenda dama/, * "ontrár!o @ nossa re&ra e @ nossa ordem
re"ebermos aqu! uma mu4er Mas os atos da sua %!da anter!or
"ondu1!ram6na ao meu en"ontro Se)a bem6%!ndaU#
A %o1 era 0raqu!n4a e &ra%e, mu!to a&radá%e de ser ou%!da Eu "ont!nua%a a
pensar !ntr!&ada,
respondendo ondepensamentos,
aos meus )á t!n4a %!sto aquee sembante Como que
ee 0aouF
6 Tens ra1(o, pequen!na !rm(, n?s n(o somos des"on4e"!dos
7or %ár!as %e1es est!%e ao teu ado, embora n(o soubesses da m!n4a
presen'a et*rea Yá d!r!&! mu!tas "orrentes de !de!as brotadas do teu "*rebro
Tu n(o te embras porque o %*u de Maa -!us(o/ obs"ure"e tua %!s(o
!nterna
M!n4as m(os tremeram de emo'(o Zue pensar de tudo aqu!o
Re"orde! as paa%ras de Gautama, o BudaF #Nada a"e!tes que n(o se)a
ra1oá%eP nada "ons!deres "omo "ontrár!o @ ra1(o, sem um eame
"on%en!ente#
7er"ebendo
essantára, m!n4a perturba'(o,
em sJns"r!to O oma!s
%enerá%e passouera
estran4o a "on%ersar
que mesmo "om osem
Dr
"ompreender o sJns"r!to, eu entend!a per0e!tamente tudo o que ambos
d!1!am Era "omo se uma onda teepát!"a transm!t!sse o "on4e"!mento ao
meu "*rebro Cre!o que esta 0o! uma das ma!s beas pro%as !ntu!t!%as que t!%e
no T!bete
2aaram sobre re!&!(o, r!tos e endas do po%o t!betano
6 É pre"!so ser erud!to para se "ompreender os ens!namentos bud!stas 6
!nda&ue!, 0!namente
6 O "on4e"!mento da %erdade 6 respondeu o %enerá%e 6 * a&o que n(o se
pode er nos !%ros Depende de nossas pr?pr!as eper!3n"!as Basta d!1er
que S4en S!en, o seto 7atr!ar"a do bud!smo, des"as"a%a arro1 para %!%er
m d!a, a 0or'a do seu Deus Interno despertou e ee tornou6se um sáb!o de
repente
Em se&u!da a "on%ersa passou a temas ma!s s!mpes Mu!to me surpreendeu
saber que o Buda !%o 3 re&uarmente )orna!s !n&eses, e está bem
!n0ormado dos probemas atua!s do mundo, 0ora do seu "$r"uo
Re"ordo a "ren'a de Tsaron& que o %enerá%e possu! uma %!s(o pro0*t!"a
M!n4a "ur!os!dade me !ndu1 a ped!r64e op!n!(o sobre o 0uturo do mundo
Antes que eu pudesse 0ormuar a per&unta, %e!o a respostaF
6 S? o entend!mento esp!r!tua entre as na'>es "ondu1!rá @ %erdade!ra 7a1
Cre!o que o rem*d!o para os probemas do mundo * %!%er e a)udar a %!%er
2!tou6nos "om um o4ar pro0undo e prosse&u!uF
6 Os 4omens s(o a&entes do Carma -e! de "ausa e e0e!to/, e n?s "omo
a&entes dos Mestres As"ens!onados, n(o podemos anuar as d$%!das que os
4omens e as na'>es "ontra$ram "om seus atos
Está pre%!sto que em "ada do!s m! anos a terra entra em "ontato "om um
no%o ra!o "?sm!"o que a)uda a sua e%ou'(o 2o! "on0!ada a um &rande
Mestre As"ens!onado, a "ust?d!a do )á !n!"!ado "!"o de do!s m! anos da Era
da +!berdade Este mara%!4oso Ser trará ao mundo o 2o&o da +!berdade e
o0ere"erá ao mundo a oportun!dade da que!ma tota do Carma 2uturamente,
um &rupo de estud!osos no O"!dente, a part!r do ter"e!ro m3s do ano de
.L;:, d!%u&ar(o os ens!namentos deste &rande Sen4or da +!berdade para a
Terra

"omuma pausa que dura "er"a de um m!nuto O %enerá%e a"ar!"!a a barb!"4a
os dedos
7e'o perm!ss(o para 0a1er64e a&umas per&untas pessoa!s
6 Zua * a sua !dade, %enerá%e 7a! da Ama D!amante
A resposta "4e&ou rap!damenteF
6 A !dade da 0orma n(o * a !dade da ama Tu e eu )á %!%emos na terra mu!tas
%e1es
Cur!osa, pro"ure! 0a136o prosse&u!rF
6 Se %!%emos anter!ormente e %os embra!s, por que n(o su"ede o mesmo
"om!&o
6 7r!me!ramente a mem?r!a "erebra, que * %ar!á%e e !n"erta, s? re&!stra as
eper!3n"!as desta %!daP despertam
estudo e a med!ta'(o as %!das passadas t3m seus
a "ons"!3n"!a dare&!stros
ama, ena"om
ama O
essa
"ons"!3n"!a, todas as re"orda'>es do passado nea "onser%adas
Hou%e outra pausa m no%!'o apro!mou6se e a"endeu uma %areta de
!n"enso de rosas O Buda !%o obser%ou o 0umo a1u que se ee%a%a em
esp!ra!s e permane"eu em s!3n"!o
Re"orde! que desde os tempos ma!s remotos, os or!enta!s asso"!am os
odores a&radá%e!s "om a ess3n"!a d!%!na dos deuses C4e&a%am mesmo a
pensar que a ama t!n4a uma 0ra&rJn"!a pr?pr!a, mu!to super!or a todos os
per0umes que o 4omem "on4e"!a Nos tempos sa&rados, a!nda 4o)e os
4erbor!stas m!sturam po'>es se"retas e preparam raros !n"ensos, os qua!s
a"red!tam6se que s(o seme4antes @ d!%!na 0ra&rJn"!a da ama É "ren'a
&era que a !naa'(o da 0uma'a per0umada ee%a a ama a &randes aturas,
a)uda a produ1!r a 4armon!a dos sent!dos, tranqu!!1a e a"ama o "orpo e a
mente
Sent!ndo que nossa entre%!sta term!nara reamente, e%antamo6nos do "4(o,
onde está%amos sentados sobre &rossos tapetes O Buda !%o er&ueu a m(o
d!re!ta em s!na de b3n'(o Depo!s, pe&ando um dos manus"r!tos que
esta%am sobre uma mes!n4a ba!a, ao seu ado, o0ere"eu6nos "omo
embran'a E d!r!&!ndo6se a m!m, 0aouF
6 En"ontrarás a!nda outros Mestres ma!s es"are"!dos do que eu que te
re%ear(o mu!tos se&redos Guarda6os "om "u!dado Zuando "4e&ar a
*po"a terás a !ntu!'(o para d!%u&á6os Cumpre o teu de%er no O"!dente e
que nen4uma obs"ur!dade te !mpe'a de %er a +u1 D!%!na ou te des%!e do
%erdade!ro "am!n4o !n!"!át!"oU
Entarde"!a quando de!amos o Tempo do Buda !%o de S!XX!m m %ento
0r!o, prenun"!ando tempestade, a&!ta%a nossas %estes Sent$amo6nos @
mer"3 de a&uma 0or'a !mpenetrá%e e etraord!nár!a [ med!da que nos
a0astá%amos do tempo, per&unta%a a m!m mesma se tudo o que me %!n4a
ao "*rebro 0a1!a parte de uma %!s(o desperta ou de um son4o O roo de
seda em m!n4a m(o, "ontendo uma ora'(o bud!sta, "on%en"eu6me daquea
mara%!4osa rea!dade
C4e&amos ao paá"!o do Ra)á Dor&e num estado de &rande a&!ta'(o e
e"!tamento Naquea no!te, ap?s o )antar, a "on%ersa &!rou sobre nossa
%!s!ta ao Buda !%o e suas de"ara'>es pro0*t!"as Depo!s, 0aamos sabre a
reen"arna'(o
6 Mesmo no O"!dente 6 d!sse essantára 6 4omens 0amosos "omo Henr
2ord a"red!tam na reen"arna'(o A&um tempo antes de 0ae"er, 2ord 0o!
entre%!stado peo rep?rter amer!"ano 2ran1!er Hunt, e de"arou abertamente
sua "ren'a na reen"arna'(o
6 Cada %!da que %!%emos 6 de"arou 2ord ao )orna!sta 6 aumenta o tota de
nossas eper!3n"!as Tudo o que se en"ontra na terra 0o! posto para o nosso
bem, para obtermos eper!3n"!as que de%em ser &uardadas para um 0!m
0uturo N(o e!ste uma part$"ua do 4omem, um pensamento, uma
eper!3n"!a, uma &ota que n(o subs!sta A %!da * eternaP portanto, n(o e!ste
morte
Isto * !r ma!s on&e do que ens!na nossa re!&!(o "r!st( 6 d!sse 2ra1!er
6 7ode ser, mas * n!sso que eu "re!o E "re!o, "omo se "r!a, em *po"as mu!ta
anter!ores, em tempos bem remotos, nos qua!s se sab!a a&o que )á
perdemosP a&o do m!ster!oso en!&ma da %!da E estou "ompetamente "erto
de tudo !sso Cre!o que o que "4amamos re!&!(o 0o! 4á s*"uos uma "!3n"!a
eata, enun"!ada em "on"e!tos baseadas em 0atos e "on4e"!mentos As
"o!sas que resutam ser a&ora m!st*r!os sem sou'(o, ta!s "omo de onde
%!emos antes de nas"er e para onde %amos ap?s a morte, eram "on4e"!das
por todo mundo Sab!a6se tudo "on"ernente @ e!st3n"!a A&um d!a, n?s
seremos tamb*m bastante sa&a1es para %er e "ompreender a %!da toda do
n!%ersoP o que está se passando em outros panetas e mu!tas outras "o!sas
neste est!o#
Re"orde! ent(o o que era "erta %e1 numa pub!"a'(o m$st!"aF
#A reen"arna'(o * a %erdade!ra e a n!"a ep!"a'(o ?&!"a para !nmeras
!n)ust!'as aparentes, o que se %er!0!"a quando por eempo se %3 tanto
dest!no pesado em "ertas pessoas boas e %a!osas enquanto outras 6 as que
"4amamos de #más# &o1am de um %!%er 0e!1U 7odemos estar "ertos, n(o 4á
des"u!doP a n(o ser que, "ada um en"ontre, no%amente, o e0e!to das ant!&as
"ausas, que em quaquer tempo, no passado, 4a)a semeado, 6 mas das
qua!s n(o possu! ma!s nen4uma embran'a
Ass!m, po!s, depende de "omo "ada um !rá rea&!r no de"orrer dos 0atos e
"!r"unstJn"!as e desta 0orma será determ!nado "omo "ada um %!%erá no
0uturo Se a&u*m pode neutra!1ar seus erros, se ee pr?pr!o quer prestar um
ser%!'o a outrem e "om !sso d!sso%er o ma, ent(o estará !%re da "upa Mas
se ee n(o "onse&ue red!m!r6se, a %!da destas duas pessoas será "ada %e1
ma!s embara'osa, at* que em a&uma en"arna'(o 0utura !sto se)a a"an'ado
A ma!or!a das pessoas s(o e%adas a apro!marem6se "om o n!"o !ntu!to de
d!sso%er #"upas# esque"!das do passado Zuando entre a&umas pessoas
re!na a atra'(o do amor e da 4armon!a * "erto que, em outra *po"a, )á 4a%!a
uma un!(o 4armon!osa e )untos traba4aram, podendo epand!r estas
qua!dades no mundo aos que tanto ne"ess!tam deas Zuando sur&!r um
sent!mento reutante ao en"ontrarmos a&u*m, quando per"ebermos que
de%emos estar em &uarda, !sto * re"orda'(o de sent!mentos desa&radá%e!s
eDeus
desarm=n!"os
* um Deusdede!&a'(o
amor eno passado
6 m Bom Deus 6 nun"a !r!a pro%er seus 0!4os 6
uma metade "om amor, bee1 a, ae&r!a, abundJn"!a e dotada de todo bem 6
e a outra metade "arre&ada "om doen'as e "o!sas !mpuras da %!da Bons
pa!s n(o 0a1em d!0eren'a entre seus 0!4os, e Deus n(o o 0ar!a,
absoutamente
Se, 0!namente, o 4omem per"ebe que ee * a Causa de toda des&ra'a e
toda !m!ta'(o em seu mundo, e se ee, s!n"era e 4onestamente, re"on4e"e e
dese)a reparar todo este ma, ser64e6á dado !nte&ra au$!o 7or*m, at* que
ee "ons!&a at!n&!r este ponto, permane"erá, &eramente bas0emando "ontra
Deus e "ontra o dest!no ou res!&nando6se na !mpress(o de que esta * a
%ontade
Tudo !stodenos
Deus
%e!o6 que naturamente,
@ mente enquanton(o *#
essantára "omenta%a o "aso da
men!na S4ant! De%!, de no%e anos de !dade, que desde que "ome'ou a 0aar,
a0!rma ser a reen"arna'(o da 0ae"!da esposa de um ne&o"!ante de te"!dos,
de nome +u&d!, res!dente na "!dade de Mutra, a uns du1entos qu!=metros de
No%a D*4!, u&ar onde nas"eu e %!%e a men!na
6 A ama * eterna e !n"r!ada 6 0aou Ma4!ma 6 7assa de uma e!st3n"!a para
outra, de um pa$s para outro N(o 4á d%!da de que o "aso de S4ant! De%! *
um dos ma!s "ur!osos "asos de reen"arna'(o que )á 4ou%e na 5nd!a +ást!ma
que mu!ta &ente du%!de d!sso
6 Zuando "4e&ar o momento 6 d!sse o Ra)á 6 todos "ompreender(o que a
reen"arna'(o * uma &rande %erdade Mas "re!o que o mundo a!nda n(o está
preparado para a"e!tar !sto

A "e#ta Sagrada de ,e#a!

Na man4( se&u!nte, ap?s tomar o "4á "om boos de &en&!bre que uma das
"r!adas nos e%ou no quarto, sa$mos para o )ard!m ao en"ontro de nossos
am!&os Esta%am sentados num qu!osque, no "entro do &rande )ard!m "4e!o
de 0ores, apesar do !n%erno Con%ersa%am an!madamente 6 2o! bom teres
%!ndo 6 d!sse Ma4!ma 6, po!s está%amos 0aando sobre a sa&rada 0esta de
^esaX
6 S!m, po!s, 4o)e @ no!te o po%o do Nepa %a! 0este)ar o 2est!%a de ^esaX,
que * um dos ma!s !mportantes de toda a 8s!a 0aou o Ra)á
Era a pr!me!ra %e1 que ou%$amos 0aar nesta 0esta e o seu nome estran4o
despertou em n?s uma %!%a "ur!os!dade
6 O que s!&n!0!"a esta 0esta 6 !nda&amos
2o! o Ra)á quem respondeuF
6 Representa uma trad!'(o mut!m!enar do Or!ente, que todos os anos, na
+ua C4e!a de ma!o, * "eebrada aqu! no Nepa e tamb*m em a&uns u&ares
da 5nd!a e do Ce!(o Na &rande 4ora da +ua C4e!a, Ma!trea 6 o Buda da
Compa!(o 6 derrama suas b3n'(os sobre o mundo
6 A!ás, estas b3n'(os 6 d!sse o Dr essantára 6 s(o mara%!4osamente
e"ep"!ona!s, porque de%!do a sua ata "ate&or!a nos panos esp!r!tua!s,
nosso sen4or
mu!to on&e doBuda
nossotem ampo7ortanto,
a"an"e a"esso aos
ee panos da nature1a
pode transmutar que est(oao
e trans0er!r
nosso mundo, a d!%!na ener&!a dos mundos super!ores Sem o au$!o do
Buda, )ama!s estas ener&!as poder!am "4e&ar at* n?s
6 E por que n(o 6 !nda&ue!, "ur!osa
6 essantára o4ou para o Ra)á e os do!s sorr!ram, e ap?s uma bre%e pausa o
Ra)á 0aouF
6 7orque as %!bra'>es do nosso bem6amado Buda s(o t(o 0orm!dá%e!s e t(o
!n"r!%emente ráp!das, que ser!a6nos !mposs$%e per"eb36as Mas, no
pen!n!o de ma!o, suas b3n'(os se d!0undem peo mundo !nte!ro, e%ando
4armon!a e pa1 !ne0á%e a todos os que est(o preparados, para re"eber os
d!%!nos dons do Ra)á "aaram 0undo em nossa ama, mas a!nda ass!m, n(o
Estas paa%ras
t$n4amos per"eb!do o sent!do o"uto da 0esta de ^esaX E "ont!nuamos
per&untandoF
6 7or que ra1(o esta b3n'(o mara%!4osa s? * dada no pen!n!o de ma!o
6 7orque * no m3s de ma!o 6 d!sse o Ra)á 6 que no "aendár!o da 5nd!a, Nepa
e Ce!(o * "4amado ^esaX, ou 2esta da +ua C4e!a de Ma!o Nesta *po"a
0este)amos os a"onte"!mentos ma!s !mportantes da %!da de Buda, o
Ium!nado Contudo, a apar!'(o que sur&e na 2esta da +ua C4e!a n(o * a de
S!darta Gautama, o Buda, mas s!m de uma de suas emana'>es d!%!nas
"on4e"!da "omo Buda Ma!trea, ou Buda do 0uturo
6 E todos podem %er esta d!%!na apar!'(o da sombra do Buda 6 !nda&ue!
perpea
6 Nem todos 6 retru"ou o ra)á 6 somente aquees que est(o preparados
esp!r!tuamente e t3m aberto a sua Qa %!s(o ou ter"e!ro o4o esp!r!tua
Consta que nesse d!a sa&rado, mu!ta &ente %a&a !nut!mente de um ado para
outro nas montan4as, sem en"ontrar o u&ar onde * "eebrada a 2esta da
+ua C4e!a É "omo se o #%*u de Maa#, a &rande !us(o, o"utasse este u&ar
dos o4os "ur!osos
D!ante d!sto 0!"amos preo"upados A"aso ser$amos d!&nos de !r a esta 0esta
e %er a sombra do Buda
Como que ad!%!n4ando meus pensamentos o ra)á 0aouF 6 Re"eb! ordens dos
Mestres da 2ratern!dade Bran"a do Or!ente para e%á6as @ 0esta de ^esaX
6 Mas  quem s(o estes Mestres da 2ratern!dade Bran"a do Or!ente,
!nda&ue! "ur!osa
6 S(o Seres As"ens!onados, !%res de toda !mper0e!'(o, que %!%em no pano
esp!r!tua e se "omun!"am "onos"o atra%*s de seus d!s"$puos, mu!tos dos
qua!s %!%em aqu! no Nepa
Nossa ae&r!a 0o! tanta que ma pudemos babu"!ar um a&rade"!mento
Naquea mesma tarde, @s tr3s 4oras, nosso &rupo !derado peo ra)á e peo
+ama a1!, de!ou o paá"!o no "entro de Gan&toX e part!u rumo ao %ae do
r!o T!sta Os "a%aos atra%essaram um on&o "am!n4o que nos e%ou ao
0undo de uma &ar&anta, depo!s a %aes 0*rte!s onde 4omens e mu4eres
pastorea%am "abras
+e%amos
a"an'amos"er"a
umadera%!na
uma 4ora sub!ndo,
e ma!s ad!ante&a&ando atura
um pat=, que &radat!%amente
pare"!a s!tuar6seA0!na
a
me!o "am!n4o entre a base e o "!mo da montan4a A!, desmontamos,
entre&amos nossos "a%aos a um ser%o que nos a"ompan4a%a e
"ont!nuamos andando a p* 7asso a passo, &u!ados peo ama a1!, 0omos
por um estre!to %ae que se apro0unda%a "ada %e1 ma!s na 0oresta 7ara
a*m do %ae, %!mos uma tortuosa re&!(o "4e!a de $n&remes "o!nas A
estrada 0o! se en"ara"oando pea etrem!dade norte, e em se&u!da, "ortando
atra%*s de uma abertura na montan4a, "4e&amos a uma "o!na %erde e
deserta
m pou"o ma!s ad!ante era a pan$"!e @ qua "4e&amos por um "am!n4o
ár!do
Numae"are!ra
pedre&oso
abertam re&ato
entre "orr!a"ar%a4os,
enormes manso na%!mos
parte um
o"!denta da pan$"!e
atar 0e!to de pedra,
onde se espa4a%am mu!tas &u!randas de 0ores m &rupo de as"etas á
esta%a sentado no "4(o, med!tando Eram todos bem !dosos Os "abeos e
as barbas on&os e bran"os sa%am apenas uma tan&a de a&od(o
amareo, e seus "orpos eram ma&ros e bron1eados
6 Aquees 4omens s(o os #na)orpas# t!betanos 6 murmurou o ama a1!
6 Na)orpas 6 repet!mos !ntr!&ados
6 S!m, s(o os mon&es pere&r!nos que na %*spera do pen!n!o des"em de
suas erm!das, e %3m aqu! prestar sua 4omena&em ao bem amado Buda
Ma!s ad!ante, %!mos a&uns 4omens armando uma 0o&ue!ra "om made!ra de
sJndao
6 Bre%e %!rá a no!te 6 d!sse o Ra)á 6 e ees est(o preparando a 0o&ue!ra do
r!tua do ^esaX D!1em que quando part!"!pamos de um r!tua, a)udamos a
&erar uma 0or'a redentora para toda 4uman!dade
6 Como ass!m 6 !nda&amos
6 No r!tua, os pensamentos e asp!ra'>es de todos os part!"!pantes, un!ndo6
se @s 0or'as da Nature1a e @s ener&!as D!%!nas, "r!am um poderoso %?rt!"e
para o Bem, um pensamento absouto, que atra! para a terra o poder e a
bondade de Deus
Es"o4emos um u&ar perto do &rupo dos as"etas e nos sentamos no "4(o,
s!en"!osamente, @ espera da &rande "er!m=n!a r!tua$st!"a Os pere&r!nos
0oram "4e&ando em re!&!oso s!3n"!o Senta%am6se ordenadamente no "4(o,
tendo o "u!dado de de!ar um ampo espa'o !%re d!ante do atar Todos
%est!am on&as tn!"as amareo6aran)a 6 a "or dos d!s"$puos de Gautama, o
Buda
O Ra)á t!n4a pro%!den"!ado para que n?s tamb*m %est$ssemos tn!"as de
a&od(o amareo, por "!ma das pesadas roupas de (, po!s o 0r!o era !ntenso
Tamb*m t$n4amos nos pur!0!"ado de a"ordo "om a trad!'(o, tomando um
ban4o "om p*taas de rosas bran"as, e de0umado nosso "orpo e nossas
roupas "om !n"enso e ben)o!m
Obser%amos em s!3n"!o os rostos &ra%es e serenos dos as"etas que
esta%am perto de n?s De repente, um dees se e%antou Era um %e4o ato e
es&u!o e toda a sua pessoa emana%a um &rande ma&net!smo ma men!na
de uns sete
%erme4a anosabr!u6a
O %e4o apro!mou6se e entre&ou64e
e 0o! t!rando uma "a!!n4a
p?s "oor!dos %erde de a"a
e aaran)ado Com
estes p?s, tra'ou um &rande "$r"uo de uns tr3s metros de d!Jmetro No me!o
do "$r"uo %!eram se sentar tr3s %e4os as"etas Seus rostos t!n4am uma
epress(o tranqu!a e 4!erát!"a ma pequena orquestra, "omposta de
0autas e &on&os, "ome'ou a to"ar uma ms!"a mu!to sua%e Sob o "*u
estreado, sentados no "4(o "om as pernas "ru1adas, na postura do ?tus, os
as"etas baan'a%am o "orpo ao r!tmo de um "Jnt!"o sua%e, ee%ando suas
pre"es ao Cosmos, enquanto perto dees sub!a a esp!ra prateada do
!n"enso No Or!ente, nen4uma "er!m=n!a m$st!"a está "ompeta sem a
que!ma de res!nas aromát!"as O "ostume de que!mar !n"enso n(o * uma
0antást!"a
4armon!a dosuperst!'(o
4omem "om nema um r!to etra%a&ante,
&rande mas s!mpor
"ons"!3n"!a "?sm!"a, umme!o
s$mboo da
da pre"e
e da med!ta'(o Adema!s, o uso do !n"enso * !nte!ramente "!ent$0!"o Todos
os que estudam o"ut!smo sabem que n(o 4á mat*r!a morta, mas todos os
seres e todas as "o!sas da Nature1a possuem e !rrad!am suas %!bra'>es ou
"omb!na'>es de %!bra'>es Cada eemento qu$m!"o tem, portanto, suas
!n0u3n"!as pe"u!ares, que s(o te!s em determ!nado sent!do e !nte!s e at*
mesmo no"!%as, em outros Zuando m!sturamos d!0erentes res!nas, "omo o
!n"enso, o ben)o!m e a m!rra, eas ao serem que!madas est!muam as
emo'>es puras e nobres, pur!0!"ando aquea parte da nature1a 4umana
"4amada "orpo emo"!ona ou astra Seu e0e!to * seme4ante ao de um
des!n0etante, que ao espa4ar6se peo ar, destr?! os &ermes pato&3n!"os,
embora o !n"enso e outras res!nas aromát!"as atuem nos panos super!ores
da mat*r!a sut!
[ med!da que o "Jnt!"o dos as"etas se ee%a%a, numa sua%e "ad3n"!a, um
ama %est!do "om um r!"o manto amareo, que se&undo soube t!n4a %!ndo de
um moste!ro da "!dade santa de +4assa, estendeu as m(os 0!nas e ma&ras
sobre o brase!ro per0umado
6 O que será que ee está 0a1endo 6 per&unte!
E o ra)á respondeuF
6 Ma&net!1ando o !n"enso para aumentar seu poder, est!muando nosso
"orpo 0u$d!"o, a 0!m de per"ebermos me4or as emo'>es que nos %3m dos
panos super!ores
Cer"a de uma 4ora antes do pen!n!o 4ou%e um estran4o 0en=meno, que
a!nda 4o)e "usto a a"red!tar !mos, n!t!damente, 0ormar6se perto dos tr3s
as"etas que esta%am sentados no me!o do "$r"uo "oor!do, uma nu%em
"!n1enta A nu%em "ondensou6se aos pou"os at* 0ormar a 0!&ura de um
4omem )o%em a!nda, de pee morena, tra'os 0!nos e o4ar br!4ante est!a
uma tn!"a bran"a 0utuante e en%o%!a sua "abe'a um turbante de seda a1u6
"aro
6 Zue mara%!4aU Zuem * ee 6 !nda&ue! perpea
6 É a 0orma 0u$d!"a do Mestre as"ens!onado E Mora, um dos &randes
Mestres da 2ratern!dade Bran"a do Or!ente 6 ep!"ou o ama a1! Ee * o
Sen4or do pr!me!ro ra!o "?sm!"o que representa a 0or'a, o poder e a
prote'(o da %ontade Gu!as
%ontade Estad!stas, d!%!naPeatra%*s dee * man!0estada
Or!entadores no n!%erso
da 4uman!dade, 4omens esta
"om
&rande tend3n"!a para a rea!1a'(o de um !dea "onstrut!%o, possuem em
seus "orpos et*r!"os uma ar&a 0a!a de "or a1u, po!s est(o em 4armon!a
"om o Mestre E Mora
6 A4U e"ame! !nteressada 2ae ma!s sobre eeU
E a1! "ont!nuou 0aandoF
6 Consta que ee %!%eu num "ont!nente ant!qu$ss!mo, que 4á m!3n!os
desapare"eu da 0a"e da terra Seu santuár!o 0!"a ao p* da montan4a do
H!maa!a, na "!dade de Dar)ee!n& E Mora * o &rande mestre que tem
responsab!!dade sobre a or!enta'(o e o desen%o%!mento da 8s!a e seu
po%o
mundoAoD!1em
mesmo quetempo, perten"e64e
no tempo de Yesus,o 0o!
"ontroe dos &o%ernos
ee Me"4!or, um dosdetr3s
todo
re!so
sáb!os do Or!ente Depo!s en"arnou "omo o endár!o re! Artur, da sa&rada
Ta'a do Santo Graa e sua t!ma en"arna'(o 0o! "omo o poeta !rand3s
T4omas More Yunto "om ee, traba4am tamb*m no pr!me!ro ra!o "?sm!"o
a1u, o Ar"an)o M!&ue e o poderoso Eo4!m H*r"ues
6 E MoraU 6 repet! "omo%!da, enquanto o4a%a a mara%!4osa mater!a!1a'(o
de sua 0orma 0u$d!"a
Era "omo se o nome do mestre pusesse uma nota de pa1 na m!n4a mente e
na m!n4a ama Seus &randes o4os a1u!s t!n4am um br!4o t(o !ntenso, que
penetra%am o ma!s $nt!mo do meu ser
Ao ado dee, %!mos apare"er uma um!nos!dade bran"a, "om "er"a de me!o
metro de atura e uns %!nte "ent$metros de ar&ura Era a pr!me!ra %e1 que
ass!st$amos a um 0en=meno de mater!a!1a'(o e 0!"amos !n"r*duos e ao
mesmo tempo, ae&res e mara%!4ados
A um!nos!dade bran"a desapare"eu rap!damente e o&o sur&!u d!ante de n?s
a 0!&ura ma&n$0!"a de um %e4o de rosto 0!no e ar!sto"rát!"o, on&as %estes
bran"as e "abeos &r!sa4os, repart!dos ao me!o e "a!ndo64e peos ombros
em sedosas ondas Ee mo%!mentou os bra'os num &esto de b3n'(o e
andou at* o "entro do "$r"uo onde esta%am os tr3s as"etas T!n4a uma
apar3n"!a norma, "omo ter!a quaquer um de n?s %est!dos de bran"o
C!n"o mater!a!1a'>es su"ederam6se a esta, num "urto espa'o de tempo
Todos t!n4am uma !nda 0orma'(o de e"topasma, arredondada de uma %!%a
0os0ores"3n"!a me!o a1uada, dando a !mpress(o do "rep!tar de uma "4ama
Isto para n?s era espantosoU Mas para todos que esta%am a! n(o pare"!a
nada anorma Eram 0atos que "on0und!am nossa !nte!&3n"!a, po!s embora )á
t!%*ssemos ou%!do 0aar sobre 0en=menos de mater!a!1a'(o, a!nda n(o
t$n4amos %!sto nen4um Mu!tas das !n%est!&a'>es de "!ent!stas "omo C4ares
R!"4et, pro0essor da n!%ers!dade de 7ar!s, Enr!"o Morse!, 0amoso ps!qu!atra
!ta!ano, S!r O!%er +od&e e numerosos outros nomes !mportantes, )á eram do
nosso "on4e"!mento Mas, presen"!ar tantas mater!a!1a'>es ass!m, numa
no!te de ua "ara, em pena mata or!enta, era a&o desumbrante e quase
!na"red!tá%eU
Obser%amos que os seres mater!a!1ados "on%ersa%am naturamente "om
todos
de n?se entend$amos
o ma!s "ur!oso * que
suas 0aa%am
paa%ras no !d!oma
"omo t!betano
se 0ossem d!tasouem
pá!, e "ada
nossa um
pr?pr!a
$n&ua, num m!ster!oso 0en=meno teepát!"o
A um s!na do Mestre Mora, troueram uma t!&ea de ouro "4e!a de á&ua de
uma nas"ente pr?!ma O mestre se&urou6a de!"adamente entre as m(os e
"oo"ou6a sobre o atar, entre as &r!nadas de 0ores
Come'aram ent(o os "Jnt!"os ma!s sa&rados ma do"e br!sa me?d!"a
"4e&ou aos meus ou%!dos A !sto se&u!u6se uma epos(o de ms!"a de uma
bee1a per0e!ta, mas d!0erente de quaquer outra que eu )á ou%!ra T!n4a sons
de uma de!"ade1a e ternura t(o penetrantes, !mposs$%e de des"re%er Eu
es"uta%a perpea e desumbrada
Ao meu ado
6 Apenas ou%! a %o1 de
os 0ra&mentos do a1! d!1endo
&rand!oso ba!!n4oF
"Jnt!"o dos Mestres * que "4e&am aos
seus ou%!dos, pequen!na !rm(U
Sent!a6me "omo%!da, !n"apa1 de 0aar m do"e espanto &ruda%a os meus
áb!os Gostar!a de per&untar mu!tas "o!sas ao ama a1!, mas era "omo se
eu est!%esse "om a mente em bran"o
a1! per"ebeu a m!n4a emo'(o e "ont!nuou d!1endoF
6 Dentro em pou"o se mater!a!1ará aqu!, toda a &rande assembe!a dos
Mestres da 2ratern!dade Bran"a do Or!ente Esta 2ratern!dade 0o! 0undada 4á
do1e m! anos, no pr!n"$p!o da Idade Ne&ra ou Xa!u&a, que term!nou em
.L. Ass!m "umpr!u6se um "!"o e%out!%o e "ome'ou outro tamb*m de do1e
m! anos O re&ente desta 2ratern!dade * o Ma4a6Guru Ba&4a%an Nara!ana
Depo!s dee %3m os tr!nta e no%e An)os 7anetár!os e que %!%em em Badar!
ana, re&!(o montan4osa ao norte do H!maa!a e que ser%e de "entro para a
poderosa at!%!dade dos Mestres
2!que! ou%!ndo em s!3n"!o +o&o m!n4a aten'(o 0o! atra$da por uma !ntensa
um!nos!dade que se 0e1 d!ante do atar
No%os sons ma%!osos %!braram no ar e ent(o por uma &rande nu%em
um!nosa, sur&!ram os quarenta Mestres que re&em a 2ratern!dade Bran"a
do Or!ente A pr!n"$p!o pare"!am seres et*reos, %est!dos "om ampas tn!"as
bran"as que 0utua%am no ar, sem to"ar a terra 7ou"o a pou"o suas 0!&uras
um!nosas 0oram se adensando at* que se tornaram mu!to rea!s m dees
0aouF
6 N?s, os seres "?sm!"os, os Eo4!ns, os Ar"an)os, %os "4amamos e %os
estendemos nossas m(os, ? 4uman!dade so0redoraU De!a! a d!s"?rd!a da
terra e torna!6%os nossos d!s"$puos, torna!6%os o "ana, a ta'a de "r!sta
respande"ente de u1, por onde 0u!rá o nosso amor, nossa sabedor!a e
nosso poder Er&o a m!n4a m(o d!re!ta e en%!o )atos de "4amas a1u!s a todos
que pre"!sem de uma !nter%en'(o d!%!naU Nada res!ste a esta u1 "?sm!"a,
nada pode subs!st!r que n(o se)a u1U
!mos que de suas m(os d!á0anas emana%am &randes u1es a1u!s 2!"amos
"on0usos Estar$amos mesmo %endo tudo aqu!o, ou a"aso *ramos %$t!mas de
uma su&est(o 4!pn?t!"a N(o t!%e tempo para ra"!o"!nar, po!s o&o, a"!ma do
atar, %!mos 0ormar6se um &rande so um!noso, "omo se re0et!sse a u1 de
m!4ares de n?s
sobre todos s?!seDeste
o&o seso0und!ram
sa$ram numa
sete ra!os dourados
br!4ante 0ormaque se !rrad!aram
!mpre"!sa
6 O4aU É o Buda Ma!trea que %em aben'oar a 4uman!dadeU 6 murmurou o
ra)á Dor&e tr3muo de emo'(o
Eu ma pod!a a"red!tar nos meus pr?pr!os o4os
E todos "antaramF
6 Tudo está pronto em, ? MestreU emU
Era o momento eato do pen!n!o 7ou"o a pou"o a apar!'(o 0o! se
de0!n!ndo, at* que %!mos a 0!&ura do Buda Ma!trea, o Buda do 0uturo
Todos se a)oe4aram e !n"!naram a "abe'a, o&o er&ueram o busto e "om as
m(os estend!das para a d!%!na apar!'(o, "antaram !mporando sua b3n'(o
O Ser E"eso
"ru1adas que 0utua%a
na postura a"!ma
do ?tus, do atar
%est!do "om apare"!a sentado,
uma tn!"a "om as pernas
amareo6dourada A
m(o d!re!ta aponta%a para o "*u e a esquerda para a terra Seu beo rosto,
"or de mar0!m, re0et!a uma bee1a etraterrena e uma &rande seren!dade Os
o4os eram !ntensamente a1u!s, de um !ndo a1u6%!oeta, os "abeos es"uros
!sos e br!4antes "a!ndo64e sobre os ombros
Term!nados os "Jnt!"os, o Ser E"eso pe&ou a t!&ea dourada que esta%a
sobre o atar e, durante um momento, er&ueu6a a"!ma de sua pr?pr!a "abe'a
Ao repor a t!&ea sobre o atar ee sorr!a bondosamente
Sb!to, uma "4u%a de p*taas de 0ores "a!u sobre todos n?s e um per0ume
mara%!4oso espa4ou6se peo ar +o&o, a apar!'(o de Buda esbo'ou um
&esto de b3n'(o e aos pou"os 0o! desapare"endo at* sum!r "ompetamente
O po%o "antou a sauda'(o do r!tuaF
Har!U OmU TatU SatU -Sen4or Tu *s Aqu!oU Inepressá%e n!dadeU/ [ med!da
que o Buda Ma!trea 6 a representa'(o má!ma da 0or'a "r$st!"a 6
desapare"!a, 0oram desapare"endo tamb*m as 0ormas mater!a!1adas dos
Mestres da 2ratern!dade Bran"a do Or!ente
A uma ordem dos as"etas que re&!am a "er!m=n!a, 0ormamos uma 0!a e "ada
um de n?s bebeu um pou"o da á&ua que esta%a na t!&ea de ouro, "ontendo
as %!bra'>es do Buda Ma!trea
Depo!s todos se saudaram, un!ndo as pamas das m(os sobre a testa, num
s!n"ero #namast3# e "ada um 0o! se ret!rando
7or a&um tempo 0!que! !m?%e, per&untando a m!m mesma se tudo o que %!ra
n(o 0a1!a parte de uma %!s(o 0antást!"a ou de um son4o At* 4o)e n(o posso
ep!"ar as desen"ontradas emo'>es que sent! durante o santo 2est!%a de
^esaX aos p*s dos H!maa!s Ho)e, ao tentar re"onst!tu!r este tesouro de
embran'as que &uardo na m!n4a ama, rep!to para m!m mesma o %e4o
pro%*rb!o "4!n3s do #S4an Ha! !n&# ou +!%ro das Terras e MaresF
#As "o!sas que o 4omem "on4e"e %erdade!ramente, n(o podem ser
"omparadas em nmero "om as que 4e s(o des"on4e"!das#
Ao re"ordar as %!s>es do 2est!%a de ^esaX, s!nto6me a!nda @ mer"3 de uma
0or'a !mpenetrá%e e m!ster!osa que 0a1 "om que eu pare de ser eu mesma,
para me trans0ormar no "ana d!0usor dos sub!mes ens!namentos dos
Mestres da 2ratern!dade Bran"a do Or!ente
Zue ees nos aben'oem e nos a)udem a "umpr!r nossa m!ss(o sobre a terraU

'O-S
O "ormo#o Lago do# L.t$# %ranco#

Ap?s tr3s semanas em Gan&toX, "onse&u!mos a amb!"!onada autor!1a'(o de


trJns!to do Go%erno t!betano De!amos ent(o, o paá"!o do ra)á Dor&e e
part!mos em d!re'(o da 0oresta de Nat4u6+4a Esta pr!me!ra etapa, rumo ao
T!bete des"on4e"!do, 0o! a ma!s d!0$"! de ser or&an!1ada As "ar&as de%!am
ser "u!dadosamente a)ustadas @s "ostas dos an!ma!s, e Tsaron& 6 o
se"retár!o
a&asa4os, part!"uar do e ra)á
mant!mentos "4á 6A0!na,
!ns!st!u
tudopara
0!"ou que e%ássemos
pronto bastante
O ra)á e suas tr3s
esposas, sempre amá%e!s e 4osp!tae!ros, a"enaram6nos um adeus
dese)ando boa %!a&em Generosamente, nosso an0!tr!(o en%!ou6nos duas
pessoas para a"ompan4ar6nos na on&a %!a&em Tser!n& 4an, uma )o%em
"o1!n4e!ra t!betana que ans!a%a re%er sua terra e o +ama Daa a1!, que
as"etas Isto se repete at* o aman4e"er, ent(o, aquee que se"ou ma!or
nmero de %e1es os en'?!s, durante a pro%a, obt*m o pr!me!ro u&ar
6 Zuando param de prat!"ar esta o&a do 0o&o, %otam a sent!r 0r!o 6
per&unte!
6 S!m, "essando a "on"entra'(o e med!ta'(o pro0unda, aos pou"os os
"orpos dees %otam a 0!"ar sens$%e!s Mas !sto s? a"onte"e "om os
!n!"!antes, porque os mestres do "aor !nterno, )ama!s de!am de produ1!r
#tumo# no seu "orpo
Enroada nos meus pesados a&asa4os, estreme"! de adm!ra'(o por aquees
as"etas t(o or!&!na!s, que ta%e1 passem a %!da toda med!tando nus, nas
montan4as do T!bete
Obser%amos que os amas !nstrutores n(o esta%am &ostando da nossa
presen'a a!
6 De!emos os as"etas entre&ues @s suas prát!"as e "ont!nuemos a %!a&emU 6
0aou essantára
6 Zue ta !rmos %!s!tar o tempo dos dra&>es aados
6 Imposs$%e, sen4or 6 rep!"ou a1!
6 Zue penaU 6 e"ame!
6 Mas a a&uns qu!=metros daqu! en"ontra6se o Tempo da Cama
7ro0unda, d!r!&!do por mon)as bud!stas que "ostumam dar pousada aos
%!a)antes
6 Ent(o, %amos at* áU
VVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVV
NotaF

-./ 6 <s ps!"?o&os S"4u1 e B!san&er pro%aram "!ent!0!"amente que, pea


!ma&!na'(o de um 0o&o, a temperatura do nosso "orpo sobe a&uns &raus E
ass!m a !ma&!na'(o a&e ob)et!%amente, pro%o"ando o 0en=meno do "aor
!nterno ou #turno#

A# Mon7a# do Templo 'a Calma Pro*$nda

Ca%a&amos atra%*s da %asta re&!(o montan4osa, desab!tada, !neporada


em sua ma!or parte, %arr!da peos %entos [ tard!n4a "4e&amos ao tempo
7are"!a uma 0or bran"a en"ra%ada num pen4as"o T!%emos "erta d!0!"udade
em sub!r a serra es"aa%rada C4e&amos a0!na ao pát!o do moste!ro
Entramos peo porta de made!ra es"up!da de dra&>es at* a"an'armos duas
ar"adas, un!das no ato por um te4ado re"ur%o, re"oberto "om te4as de
por"eana
murmr!o de%erde, que pare"endo
"Jnt!"os rebr!4a%amo "Jnt!"o
"obertasdos
demon&es
ne%e 7a!ra%a no arNoum
&re&or!anos
umbra da porta pr!n"!pa, %!mos uma &rande quant!dade de saqu!n4os de
seda "oor!da, "4e!os de er%as per0umadas Esta%am pendurados no teto,
dentro de &randes ba>es, 0e!tos de pape de arro1 transparente
E a1! ep!"ouF
panta or!&!na -./ De no!te as 0ores 0e"4am6se, mas ass!m que aman4e"e
eas se entreabrem e pare"em rosas bran"as Ao me!o6d!a "ome'am a 0!"ar
rosadas e durante a tarde 0!"am de um %erme4o prpura mu!to !ndo
7erten"em @ 0am$!a das #ma%á"eas# e soube que os t!betanos "onsa&ram6
na ao So
Com um &esto &ra"!oso a no%!'a !n"!nou6se e "o4eu duas 0ores Entre&ou
uma a Ma4!ma e outra a m!m
2!que! mu!to "ontente "om aquee presente !nesperado Er&u! a 0or e asp!re!
seu per0ume Era mu!to sua%e, ado"!"ado, e%emente am!s"arado
Apontando para uma outra 0or perto do a&o, a mon)a d!sseF
6 Aquea * a no!%a do deus Ma4aXaa Bre%e "eebraremos o "asamento do
deus "om esta panta Seu nome * Mandrá&ora
6 Na m!n4a terra esta panta * a panta dos 0e!t!"e!ros 6 e"amou 7!erre
Yu!en No su da 2ran'a, os "amponeses sabem por trad!'(o o terror que s?
o nome desta panta desperta%a em seus antepassados 7ara ees a
Mandrá&ora tem a&o do ser 4umano a quem * 0or'oso render "uto
6 +embro6me 6 0aou essantára 6 que a ma!or parte dos pro"essos da
Inqu!s!'(o na Espan4a, tem "omo "ausa as man!pua'>es "om a
Mandrá&ora Contudo, n(o "re!o que se)a uma panta ma*0!"a
6 7ara n?s, t!betanos, a Mandrá&ora n(o * ma*0!"a 6 0aou o +ama a1! 7or
!sto todos os anos em 0!ns de setembro, "ostumamos "eebrar o "asamento
da Mandrá&ora "om o deus Ma4aXaa Este deus or!undo da $nd!a representa
uma 0orma de !%a, na sua 0un'(o de destru!r para reno%ar A&uns t!betanos
!&norantes "ons!deram Ma4aXaa um esp$r!to dan!n4o
6 Como * o r!to deste "asamento 6 !nda&amos  É um "ostume mu!to ant!&o
no T!bete 7r!me!ro as mon)as tra'am um "$r"uo má&!"o em %ota de todo o
)ard!m Estes "$r"uos s(o a 0!rme1a do r!tua, s(o ordens es"r!tas que de%em
ser obede"!das por uma 0aan&e enorme de ent!dades esp!r!tua!s Depo!s
"oo"am a Mandrá&ora
a&um tempo no me!o doret!ra
das redonde1as, "$r"uo
doEnquanto
es"r$n!o !sto um +amado%!ndo
a estátua de
deus
Ma4aXaa, onde 0!"a tran"ado o ano todo O "asamento "ome'a quando o
+ama e uma das no%!'as se&uram, por "!ma da panta e do deus, um r!"o
ae de musse!na bordado a ouro O +ama re"!ta as ora'>es se"retas,
enquanto que um &rupo de no%!'as espa4am pun4ados de arro1 "ru e &r(os
de a'a0r(o sobre os no!%os, !sto *, a panta e a estátua do deus Term!nada a
"er!m=n!a, o +ama &uarda o ae e a estátua * "oo"ada @ sombra de sua
no!%a As mon)as "antam e dan'am "eebrando as %!rtudes de um e de outro
6 Zua * o s!&n!0!"ado desta un!(o 6 per&untamos
6 Este r!to possu! um pro0undo s!&n!0!"ado o"uto que n(o podemos re%ear
Contudo, d!1em
pedra +o&o, nossas
despert trad!'>es
a em que um
"ada panta deus átomo
Mo%e6se em "ada6 dorme em7ensa
an!ma "ada em
"ada 4omem e ama em "ada an)o Da$ "on"u$mos que de%emos tratar "ada
pedra "omo uma panta A "ada panta "omo um an!ma quer!do Cada
an!ma "omo um ser 4umano e todo ser 4umano "omo deus, po!s nee %!%e a
"ente4a d!%!na E SO E!s tudo o que posso d!1er
Cont!nuamos nosso &!ro peo Tempo da Cama 7ro0unda !mos mu!tas
saas, pát!os e santuár!os e 0!"amos en"antados "om a !mpe1a e a ordem de
tudo
Naquea tarde, uma 0orte tempestade de ne%e !mped!u nossa part!da
2!"amos "ontentes por n(o ter que part!r Sent$amos pra1er em proon&ar
nosso "ontato "om as mon)as
2o! bom termos 0!"ado, porque 0!"amos "on4e"endo mu!tas trad!'>es ant!&as
do T!bete Entre eas desta"a6se a que se re0ere, ao 0abuoso re!
Mequ!sedeX
VVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVV
NotaF

-./ 6 No Yard!m BotJn!"o do R!o de Yane!ro 4á um eempar desta "ur!osa


panta do H!maa!a

O Rei do M$ndo e o# Mi#terio#o# Reino# S$4terr8neo#9

Con%ersando "om a mon)a Doma, Super!ora do Tempo da Cama 7ro0unda,


soubemos o se&u!nteF
Consta que Mequ!sedeX * uma das ent!dades ma!s ee%adas na 4!erarqu!a
dos panos esp!r!tua!s 2o! re! de Sa*m, sa"erdote do At$ss!mo,
"ontemporJneo de Abra(o N(o te%e pa! nem m(e, 0o! auto"r!ado, nas"eu de
s! mesmo, "omo uma das poderosas man!0esta'>es de Deus na terra
Yuntamente "om outros Mestres As"ens!onados ee d!r!&e a e%ou'(o na
terra e seus &randes mo%!mentos po$t!"os, art$st!"os e re!&!osos O t$tuo de
Re! do Mundo s!&n!0!"a o +e&!sador 7r!mord!a !%e ee na "!dade
subterrJnea de #7arades4a# ou "entro do mundo Os que %!%em a! s(o
sempre )o%ens
de%em ma!s e sad!ossobre
reen"arnar T3m um ad!antamento
a terra esp!r!tua
Num 0uturo remoto t(o
ees&rande
sa!r(o que n(o
de suas
"!dades subterrJneas e apare"er(o para sa%ar a 4uman!dade
Os re!nos subterrJneos 0!"am no !nter!or o"o da terra Os 7?os n(o e!stem
Há aberturas nas etrem!dades Norte e Su No !nter!or en"ontram6se %astos
"ont!nentes, o"eanos, montan4as e r!os E!ste uma %!da %e&eta e an!ma
nestes mundos subterrJneos que s(o po%oados por uma ra'a des"on4e"!da
dos 4ab!tantes da super0$"!e -./ Os "onstrutores destes re!nos subterrJneos,
"omo a ma!or parte dos seus 4ab!tantes, perten"em a uma ra'a
anted!u%!ana que po%oa%a os "ont!nentes da +emr!a e da AtJnt!da Zuando
estes "ont!nentes 0oram en&o!dos por um terr$%e "ata"!smo, os
sobre,%!%entes
das aberturas pro"uraram re0&!odenoseus
poares a bordo se!o da terra,"eest!a!s
"arros penetrandoou a$ atra%*s
#%!manas#
oa%am a bordo destes en&en4os que ut!!1a%am uma 0orma de ener&!a
obt!da d!retamente do ar "4amada #7rana# Desde ent(o mu!tos destes
"arros "eestes t3m "!r"uado na atmos0era !nter!or da terra
7arades4! * tamb*m "4amada de A&4arta por mu!tos bud!stas Este !mp*r!o
Ees sorr!am @ nossa passa&em e pun4am a $n&ua de 0ora, num "ur!oso
s!na de boas %!ndas
En"ontramos a&uns amas, a "a%ao, a"ompan4ados por d!s"$puos Aos
pou"os 0oram sur&!ndo "asas pequenas e &randes No me!o de pequenas
"o!nas, os te4ados re"ur%os e dourados dos tempos br!4a%am "omo &otas
de so
As bon!tas "asas bran"as de Gan&tse esta%am "4e!as de &ente ae&re que
%e!o para as )aneas e %arandas, %er uma "ara%ana de "omer"!antes
"4!neses, que a"aba%a de "4e&ar
C4e&amos a um %asto "ampo, onde %!mos mu!ta &ente reun!da em %ota de
%ár!as tendas de "ouro m &rupo de mo'as dan'a%a ao som de uma
esp*"!e de atabaque Suas tn!"as eram ae&res, em tons de %erde,
%erme4o e a1u A sa!a era 0ran1!da e on&a A busa 0o0a de man&as ampas,
"ompr!das, e sobre ea um a%enta de seda !strada de %ár!as "ores
7aramos perto das tendas e desmontamos m sen4or t!betano %e!o ao
nosso en"ontro a1! ep!"ou64e sobre n?s Soubemos ent(o que
"eebra%am a 0esta do "asamento de Ma!tre! u"4o& 6 0!4a do &o%ernador de
S!XX!m 6 "om um "ap!t(o da &uarda pessoa do Daa! +ama A "er!m=n!a ser!a
@ tard!n4a, antes do p=r do so e pod$amos ass!st!6a A&rade"emos e a1!
d!sse que %otar$amos ma!s tarde 2omos para uma 4ospedar!a, "omemos,
des"ansamos e %otamos ma!s tarde Compramos 0ores e 0omos ao paá"!o
do Go%ernador de Gan&tse, onde a no!%a esta%a 4ospedada Entramos num
pát!o, em 0orma de ar"o, embrando o est!o espan4o O pát!o esta%a "4e!o
de &ente, era ampo e bem "u!dado +!ndas p!s"!nas, mar&eadas de 0ores,
espa4a%am6se por bosques de bambu Num pequeno pa%!4(o ao su, os
"on%!dados de!a%am os presentes De!amos a! nossa 4um!de o0erenda
Sobre um &rande tabado 0orrado de a1u e semeado de amo0ad>es
bordados, esta%am sentados o Go%ernador e atas autor!dades de Gan&tse
Num
C4ap*uoutro tabadoque
Amareo, em o0!"!ar!am
0rente, tamb*m 0orrado Ao
a "er!m=n!a de ado
a1u esta%am
dees, osos amasdodo
!rm(os
no!%o Soubemos ent(o, que se&undo a e! t!betana, a no!%a desposar!a
tamb*m os !rm(os do no!%o
Ao todo eram "!n"o, )o%ens a!nda Entre ees um bon!to rapa1 de uns %!nte
anos Esta%am %est!dos "om tn!"as de bro"ado dourado, ornadas de pees
de ontra A no!%a ter!a um beo 4ar*m de mar!dosU
Soubemos ent(o que o T!bete * um dos pou"os pa$ses do mundo onde 4á a
po!andr!a o0!"!a Apesar da es"asse1 de 4omens !%res 6 po!s, entre "ada
do!s rapa1es, um * mon&e 6 a mu4er pode "asar6se "om %ár!os 4omens ao
mesmo tempo Basta que ten4a me!os para sustentá6os
Numa 0am$!a
sobrenome daonde n(oNo
mu4er 4áT!bete
%ar>es,o o"!me
mar!do n . * obr!&ado
* prat!"amente a adotar o +á,
des"on4e"!do
nun"a 4ou%e um "r!me pass!ona N(o "ostumam apurar quem * o pa! de
uma "r!an'a, nas"!da numa 0am$!a onde 4á mu!tos mar!dos Geramente a
"r!an'a "4ama de pa!, ao mar!do nmero ., e de t!os os outros A quest(o da
%!r&!ndade tamb*m n(o * e!&!da As mo'as t!betanas t3m uma %!da seua
!%re Mas, 4á uma e! se%era que as pro$be de en&ra%!dar enquanto s(o
sote!ras 7or !sto, os me!os ant!"on"ep"!ona!s natura!s s(o mu!to
"on4e"!dos
O d!%?r"!o * perm!t!do, mas * mu!to d!spend!oso Se um mar!do pede
d!%?r"!o, tem que pa&ar uma quant!a propor"!ona ao nmero de anos que
%!%eu "om a esposa
Tomamos u&ar entre o po%o e 0!"amos @ espera da "er!m=n!a
Em dado momento ou%!mos o soar de um &on&o E o&o apare"eu a no!%a
Era uma bon!ta mo'a de uns de1o!to anos est!a a tn!"a nup"!a "4amada
#C4uba# Consta%a de uma on&a sa!a 0ran1!da de bro"ado %erme4o bordada
a ouro, uma busa rosa !ntenso e um a%enta de seda !strado de %erde e
dourado Este a%enta * "4amado #pa&n&6den# A no!%a t!n4a on&os "abeos
!sos e ne&ros, repart!dos ao me!o, reun!dos numa &rossa tran'a, que 4e
"a!a a*m da "!ntura Na "abe'a um barrete de pee de raposa bran"a,
en0e!tada "om um &rande bro"4e de esmeradas, turquesas e rub!s
Todos apaud!ram quando ea andou em d!re'(o ao no!%o n . Ou%!mos uma
ms!"a ae&re +o&o, um dos +amas des"eu do tabado e tra'ou no "4(o
"om um p? bran"o, o %e4o embema bud!sta uma "ru1 suást!"a O no!%o
er&ueu6se e sentou6se no "4(o em "!ma da "ru1 Yunto dee, o ama tra'ou
"om o mesmo p? bran"o, uma &rande 0or de ?tus E a no!%a sentou6se
sobre a 0or, "om as pernas "ru1adas @ moda or!enta T!rando do se!o um
&rande en'o de &a1e %erme4a, ea amarrou6o em %ota da "abe'a do no!%o
Ee sorr!u T!rou do bra'o uma ar&a puse!ra de ouro e entre&ou6a @ no!%a
Ea er&ueu a puse!ra a"!ma da "abe'a e "ome'ou a "antar Era uma esp*"!e
de ora'(o aos seres eementa!s que 4ab!tam na terra, no ar, na á&ua e no
0o&o -./ Depo!s 0e1 um )uramento de 0!de!dade aos mar!dos, dese)ando que
seu pr!me!ro abra'o 0osse do"e "omo a "4e&ada do pr!me!ro d!a da
pr!ma%era
Em se&u!da 0e1 um apeo @ "orte dos an)os para que est!%essem presentes
na "er!m=n!aF
#An)os do amor, An)os da pa1,
apeamos por %?sP
An)os da bee1a, An)os da m!ser!"?rd!a,
ossa per0e!'(o nos !berta
An)os da "onsoa'(o do Ra!o Rosa,
An)os da "ura %!nde todosP
An)os da bondade e da bem6a%enturan'a,
estamos prontos a ser%!rU
An)os da sabedor!a, da ae&r!a e da %!t?r!a,
Apeamos por %?sPe da maestr!a,
An)os da %erdade
%ossa per0e!'(o nos !berta
An)os da "ompensa'(o do Ra!o Dourado,
An)os da b3n'(o %!nde todosP
An)os da pa1 e da per0e!'(o,
estamos prontos a ser%!rU
An)os da eadade, An)os do poder,
Apeamos por %?sP
An)os da 0!rme1a, An)os da 0or'a da
ontade D!%!na, o4U !berta!6nos
Bem6amado protetor do Ra!o A1u,
An)os do ser%!r %!nde todosP
An)os da prote'(o, da un!dade,
estamos prontos a ser%!rU
An)os da !berdade An)os do amor,
apeamos por %?sP
An)os da m!ser!"?rd!a, do equ!$br!o,
%ossa !berdade nos !berta
An)os do Ra!o !oeta
e do perd(o, %!nde todosP
An)os da )ust!'a d!%!na,
estamos prontos a ser%!rU
An)os da %!da, An)os da as"ens(o,
apeamos por %?sP
An)os da C4ama erde, Ouro e Rub!,
%ossa super!or!dade nos !berta
An)os da pure1a do Ra!o Bran"o,
An)os do "*u, %!nde todosP
An)os da per0e!'(o d!%!na,
estamos prontos a ser%!rU#
Eu es"uta%a 0as"!nada aquee apeo aos an)os, que nos 0o! transm!t!do peo
+ama a1! Zuando a no!%a se "aou, pare"!a to"ada por um 4ao
sobrenatura 2o! a"esa uma &rande 0o&ue!ra que )á esta%a armada no pát!o
Os +amas
pou"o o0!"!antes
de e!te, )o&aram
mante!&a no "ru
e arro1 0o&oDe
pun4ados de er%as
m(os dadas, per0umadas,
a no!%a um
e os no!%os
andaram em %ota do 0o&o "antando Depo!s, um dos +amas o0!"!antes,
empun4ando um bast(o dourado ornado de 0!tas mut!"ores, to"ou64es o ato
da "abe'a, a testa e o "ora'(o, pronun"!ando a b3n'(oF
#Seados no poderoso amor, sabedor!a, poder e "onsoa'(o do Esp$r!to
Santo, bem6amado MAHA CHOHAN, a&rade"emos a %?s e aos re!nos dos
eementa!s e dos An)os, @s As"ens!onadas +e&!>es de +u1, a ass!st3n"!a que
nos prestaram
A)uda! "ada um de n?s a ser a 7resen'a Consoadora em a'(o, para toda
%!da que "ontatemos "om nossos pensamentos, sent!mentos, paa%ras e
at!tudes
"!dade, doEpand! nosso
nosso pa$s 4um!de
e de todo oes0or'o
mundo,e"om
en%o%e!
%ossotoda a %!da
amor, de nossa
at* que o mundo
!nte!ro se)a 0e!1, per0e!to e !%re
N?s os a&rade"emosU#
Ou%!mos os a"ordes de uma sua%e ms!"a de 0auta e a "er!m=n!a term!nou
Hou%e &r!tos e %!%as de todos E a uma ordem do Go%ernador "ome'ou a
7o&onum 7ers!"ar!a para "urar "eras e 0er!das
Menta 7oe&!um, para a amenorr*!a uter!na Bo""om!a Cordata, para p!"adas
de !nsetos +!!um T!&r!num, para as dores o%ar!anas 7o&onu, B!storta "ura
d!senter!a Todas estas pantas podem ser en"ontradas no O"!dente "om
0a"!!dade Temos a!nda a ra!1 de &en&!bre, boa para o est=ma&o e o 0$&ado,
usada em 0orma de "4á, ap?s as re0e!'>es Tamb*m o "4á de 0o4as de
pesse&ue!ro e a "as"a do sa&ue!ro s(o mu!to boas para "urar as
4emorra&!as "omuns na menopausa E "omo re"onst!tu!nte &era temos a
ra!1 de #G!nsen&# da Core!a, "ons!derada na ant!&a C4!na "omo a panta da
!morta!dade 2o! usada por mu!tos !mperadores "4!neses "omo t=n!"o
a0rod!s$a"o O G!nsen& ton!0!"a n(o s? os ?r&(os seua!s "omo o or&an!smo
em &era
Ao desped!rmo6nos o m*d!"o6ama !n0ormou que da! a do!s d!as, o tempo
0este)ar!a o nas"!mento de S!darta Gautama, o Buda e "on%!dou6nos para
ass!st!r @ 0esta
2!"amos "ontentes "om ma!s aquea oportun!dade de obser%ar os "ostumes
t!betanos
VVVVVVVVVVVVVVVV

6 Soube do endere'o de um ad!%!n4o, que possu! um m!ster!oso !%ro má&!"o


amos %!s!tá6o 4o)e
Esta su&est(o %!n4a do Dr essantára, e 0o! o&o apro%ada por todos
Era uma man4( es"ura, 0r!a e %entosa, mas sa$mos ass!m mesmo, "ur!osos
e ae&res Depo!s de mu!to andar por um %ae deserto, "er"ado de serras
abruptas, "4e&amos @ erm!da do ad!%!n4o Era toda de pedra bran"a,
pequena e a"o4edora
O ad!%!n4o esta%a sentado sobre uma este!ra de bambu atend!do por do!s
d!s"$puos
Era
mantoumtamb*m
%e4o mu!to 0ormoso
de a&od(o sa%a"a$a64e
bran"o, uma tan&a de a&od(opeas
0o&adamente bran"o e umA
"ostas
"abe'a era raspada, nar!1 aqu!!no, en"!mado por um par de o4os,
"astan4os e a"erados "omo os de uma serpente Seu rosto t!n4a uma
"ur!osa epress(o de sabedor!a e autodom$n!o
O ama a1! ep!"ou64e o mot!%o da nossa %!s!ta Ee sorr!u e mandou que
sentássemos no "4(o, perto dee m dos d!s"$puos troue64e um !%ro
en%oto numa e"4arpe de seda amarea Era o 0amoso !%ro má&!"o sobre o
qua essantára ou%!ra 0aar
O !%ro, ret!rada a e"4arpe, t!n4a um outro en%ot?r!o de !n4o bran"o 7are"!a
um manus"r!to s!mpes, "omo mu!tos dos que )á t$n4amos %!sto no T!bete As
0o4as
7are"!aeram de per&am!n4o
um !%ro e neas"om
%e4o, amareado, %!am6se &ra%ados
as etras estran4
douradas os apa&adas
me!o "ara"teres
peos anos e o "onstante manuse!o O an"!(o "oo"ou o !%ro no "oo do Dr
essantára D!sse64e que pe&asse no "ord(o de seda %erme4a do re&!stro
e o passasse ao a"aso entre duas 0o4as, abr!ndo6as o&o naquee u&ar Ee
ass!m 0e1 Ent(o, o ad!%!n4o "ome'ou a er o que esta%a mar"ado E 0aouF
6 Zuando meu 4onorá%e 4?spede nas"eu, a +ua esta%a em "on)un'(o "om
Mer"r!o no s!&no do B0ao, mas o so do seu nas"!mento esta%a "oo"ado
no ano do Ca%ao
E se&u!ram6se deta4es sobre a !n0Jn"!a e a mo"!dade de esssantára Seus
estudos m*d!"os num pa$s d!stante da sua terra nata, seu "asamento "om
Ma4!ma e mu!tas outras pre%!s>es que resutaram ser "ertas Com!&o, "om
Ma4!ma e "om 7!erre as ad!%!n4a'>es tamb*m 0oram "orretas
E por on&o tempo o ad!%!n4o 0aou sobre nossos dest!nos Re%eou nomes
de parentes e am!&os que esta%am no Bras!, pre%!u d!%ersos 0atos
!nteressantes para todos n?s e term!nou d!1endoF
6 Esque"e os erros do passadoU O remorso * uma 0orma de presun'(o 7or
ma!s on&e que possamos bus"ar na no!te das !dades, * !mposs$%e des"obr!r
a or!&em de um so0r!mento que n(o ten4a "ausa Esque"e6te do E e s3 um
!nstrumento que seme!a a 7a1, a Sabedor!a e o Amor
2!que! perpea "om estas paa%ras que nos 0oram tradu1!das por a1! A0!na
o ad!%!n4o "aou6se 2e"4ou os o4os e pare"eu a4e!o a tudo Empa!de"eu
de repente e seu "orpo 0!"ou r$&!do Dr essantára qu!s to"ar nee, mas o&o
um dos d!s"$puos 0aouF
6 N(o o toque, sen4orU O %enerá%e Mestre está a&ora em transe pro0undo
Se o !nterrompermos podemos "ausar64e a&um ma Con%*m que se
ret!rem, a "onsuta term!nouU
+e%antamo6nos e sa$mos 7!erre qu!s de!ar a&um d!n4e!ro, mas os
d!s"$puos re"usaramF
6 7or 0a%or d3 este d!n4e!ro aos pobresU
E ass!m de!amos o m!ster!oso ad!%!n4o t!betano, entre&ue @s suas
med!ta'>es, %otamos @ "!dade surpresos e en"antados "om seus poderes
ad!%!n4at?r!os
No d!a se&u!nte nos preparamos para ass!st!r @ 0esta do nas"!mento de
Buda, no)áTempo
re!&!oso de um
"ome'ara Bumem
no pát!o, Entarde"!a
0rente aoquando
pa%!4(o"4e&amos
"entra O m ser%!'o
ar esta%a
pesado de !n"enso S!nos bat!am ae&remente Soaram tamb*m as on&as
trombetas t!betanas ma "ompa"ta mut!d(o reun!a6se a! No "4(o, %!mos
tra'ados os !nd!spensá%e!s "$r"uos má&!"os, desen4ados "apr!"4osamente
"om p?s "oor!dos A ms!"a re!&!osa prosse&u!a enta e mon?tona Se&u!u6
se um r!to no qua o abade de um Bum que!mou um bone"o de "era "om
0!&ura 4umana Consta que neste bone"o os amas "on"entram os pe"ados
da 4uman!dade e que!mando6o !mpam a aura de todos m tambor "ome'ou
a soar r!tm!"amente Troueram uma estátua de bron1e representando um
deus ama$sta de quatro "abe'as e o!to bra'os
6respondeuF
7or que tantas "abe'as e tantos bra'os 6 per&unte! ao ama a1! E ee
6 Estas quatro "aras o4am para os quatro pontos "ard!a!s, por*m todas
perten"em a um s? "orpo do deus Como a"red!tamos que ee * on!presente,
seus quatro rostos est(o %otados para as quatro d!re'>es Seus o!to bra'os
re%eam sua on!pot3n"!a e seu "orpo nos epressa que * no, embora se
en"ontre em todos os u&ares, sem que nada possa es"apar a seus o4os,
que tudo %eem, nem @s suas m(os )ust!"e!ras
Nosso d!áo&o 0o! !nterromp!do por um &rupo de amas que "ome'aram a
dan'ar em %ota da estátua do deus Eram "er"a de du1entos A dan'a era
!&e!ra e 0as"!nante Ees sata%am e &r!ta%am, ao som dos tambores e das
trombetas De repente "essaram a dan'a O &rupo se des0e1 No "entro do
pát!o 0!"aram apenas sete amas Eram atos e !mponentes nas suas on&as
tn!"as "or de aran)a m toque ma!s "aden"!ado dos tambores ad%ert!u que
$amos ass!st!r a um r!to !mportante Obser%amos em s!3n"!o os amas
dan'arem "om mo%!mentos entos e 4armon!osos
2!"aram ass!m a&uns m!nutos De repente deu6se um "ur!oso 0en=meno
!mos 0ormar6se perto dos amas uma nu%em "!n1enta A nu%em 0o! se
"ondensando aos pou"os, at* 0ormar a 0!&ura austera de um %e4o es&u!o e
ereto Se&u!ram6se pamas dos ass!stentes as qua!s pare"!am a"amar a
0!&ura mater!a!1ada Ou%!mos ent(o a sauda'(o unJn!meF
AumU AumU
Era o som sa&rado pronun"!ado de um modo espe"!a Corresponde aos
deuses e ao tr!Jn&uo super!or da Ko&a Consta que desperta as 0or'as
!n%!s$%e!s do Cosmos
Se!s mater!a!1a'>es su"ederam6se @ pr!me!ra em "urto espa'o de tempo
essantára 0!mou o &rande espetá"uo Está%amos "on0usos Estar$amos
mesmo %endo a mater!a!1a'(o de esp$r!tos, ou sendo %$t!mas de uma
au"!na'(o "oet!%a
A&um tempo depo!s "onstatamos a %era"!dade do 0ato O 0!me reprodu1!u
eatamente o 0en=meno das mater!a!1a'>es Soubemos que estes
estran4os seres 0u$d!"os, 0ormados peo e"topasma dos presentes, n(o
eram esp$r!tos de &ente morta, mas s!m seres en"antados da Nature1a, os
eementa!s que %!%em nos quatro eementosF terra, á&ua, 0o&o e ar S(o
"4amados
d!%!ndades #K!dans#
tutearespeos t!betanos, que os "ons!deram uma esp*"!e de
Os tambores to"aram "om ma!s 0or'a, @ med!da que !am se mater!a!1ando
os #K!dans# !mos &!&antes, &nomos, !ndas mu4eres pequen!nas de
as!n4as transparentes, de!"adas "ounetas de 0o&o, de onde sa$am
saamandras, duendes e ond!nas
Nossa emo'(o era tanta que ma pod$amos resp!rar O 0!me de essantára
pro%ou6nos que n(o t$n4amos s!do 4!pnot!1ados Sem du%!da, nada * ma!s
0antást!"o do que a pr?pr!a rea!dade
A "er!m=n!a term!nou quando os amas troueram a estátua de S!darta
Gautama, a!nda men!no Esta%a sob um andor 0or!do e 0o! "oo"ado no me!o
do
"4ápát!o,
do"e)unto
Comaumauma"o4er
ba"!a de
de "abo
bron1e, suspensa
"ompr!do, num pedesta,
tamb*m onde
de bron1e, 4a%!a
os amas
ban4aram a "abe'a da estátua, murmurando en!&mát!"as ora'>es
6 7or que 0a1em !sto 6 !nda&amos
6 D!1 a enda 6 respondeu a1! 6 que ban4ando a "abe'a do Buda men!no
"om "4á do"e, nossa %!da tamb*m 0!"a do"e
A estátua era 0ormosa e de!"ada T!n4a as tr!nta e duas mar"as sa&radas
que d!st!n&uem os Budas Entre estas desta"am6se as on&as ore4as, que
es"utam sempre as ms!"as "eest!a!s a 0or de ?tus nas pamas das m(os e
a "ru1 suást!"a, o ant!&o s$mboo bud!sta, nas pantas dos p*s D!1em que
todo Daa! +ama tamb*m nas"e "om estas mar"as nas m(os e nos p*s
2ormou6se uma 0!a e "ada pessoa !n"!na%a6se d!ante da estátua e depo!s,
pe&ando na "o4er de "abo "ompr!do en"4!a6a de "4á do"e e "om ee
ban4a%a a "abe'a do Buda men!no, 0a1endo seus ped!dos
Eram duas 4oras da madru&ada quando term!nou a 0esta Sa$mos do tempo
ao som de um &rande b1!o, que um men!no sopra%a entamente A&umas
man"4e!as de "e%ada, an'adas "om um &ra"!oso sorr!so e a"ompan4adas
peo "anto !tr&!"o de #tas4! s4o&U# -que 4a)a prosper!dade/ ressoa%am nos
nossos ou%!dos "om um som do"e e nostá&!"o

A Morte de $m Lama do C/ap+$ Amarelo

6 Se&u!mos 4o)e para Tas4!4umpo Sua ba&a&em )á está pronta 6 !nda&ou o


ama a1! 6 2ata apenas 0e"4ar as maas 6 respond!
N!sso, um 0orte dobrar de s!nos me assustou 6 e um obo* !n!"!ou uma
meod!a mean"?!"a
6 Zue será !sto 6 !nda&ue! surpresa
Apro!mamo6nos da )anea e o4amos a rua Ha%!a um "erto burbur!n4o entre
o po%o
6 A&u*m morreuU 6 0aou a1! 6 ou sa!r e saber quem 0o! Moment os depo!s
%otou d!1endoF
6 O +ama S!t4ar morreu de repenteU
6 Zuem * ee
6 m
Zuedos Budas
penaU !%os de
6 e"ame! Gan&ts*
num !mpuso
6 N(o amente, pequen!na !rm( Sabemos que a morte * pura !us(o A %!da
"ont!nua em outros panos, po!s a ama * !morta
6 S!m, * %erdade 6 "on"orde!, en%er&on4ada por ter esque"!do Nun"a
de%emos amentar os que partem para a*m da %!da
6 E a*m do so0r!mento 6 "ompetou a1!
6 Gostar!a de ass!st!r ao enterro deste ama
6 Aqu! no T!bete 6 d!sse a1! 6 n(o enterramos n!n&u*m ta "omo * "ostume
no o"!dente Como temos mu!ta made!ra, que!mamos os "adá%eres
Somente nas re&!>es do "entro e do Norte, onde o n!"o "ombust$%e * o
ester"o do &ado,
dest!nados a !sso* Zuanto
que o po%o abandona
aos &randes os mortos
amas, aos "or%os,
em &era em u&ares
s(o embasamados
por um pro"esso dupoF sa &rosso e "o1!mento em mante!&a de !aque Estas
mm!as "4amam6se #mardon&# Geramente s(o en"erradas numa &rande
"a!a de prata, ornada de pedras pre"!osas e &uardadas nas "a%ernas dos
tempos, ou em a&um u&ar se&uro As 0a"es s(o p!ntadas de dourado e o
"orpo en%oto em to&as de &aa Nestas "a!as 4á um %!sor de "r!sta,
"oo"ado na atura da "abe'a do morto E ass!m, em a&uns d!as espe"!a!s, o
po%o pode %er estas mm!as sa&radas
Soubemos ent(o que &eramente quando o mor!bundo sota o t!mo susp!ro,
os parentes %estem6no "om roupas ao "ontrár!o, !sto *, a parte da 0rente do
tra)e, %est!da para trásP o&o amarram o "orpo na pos!'(o do Buda, "om as
pernas "ru1adas, ou ent(o "om os )oe4os dobrados, to"ando o pe!to
Depo!s, "oo"am o "orpo num &rande "ade!r(o Ma!s tarde ret!ram o "orpo E
aquee mesmo "ade!r(o * a%ado sem &randes "u!dados e nee preparam
"4á ou uma sopa que * d!str!bu$da aos que ass!stem ao 0unera
Soubemos a!nda que o enterro de uma pessoa "omum demora mu!tos d!as
Cer"a de sete ou o!to Enquanto !sto, os amas s(o "4amados para re1ar e
a"onse4ar o morto a que n(o se s!nta aturd!do no outro mundo Nesta
o"as!(o s(o !dos tre"4os de um !%ro t!betano !nt!tuado #Tse 4das !
rman"4es t4o& &ranG#, !sto *, #Gu!a do Esp$r!to no A*m#F
6 # es"ute6me o"3 está morto, este)a "erto d!ssoU N(o tem ma!s nada a
0a1er aqu! A!mente6se bem pea t!ma %e1 o"3 tem uma on&a estrada a
per"orrer e d!%ersas montan4as para "ru1ar Adqu!ra 0or'as e n(o %ote aqu!
nun"a ma!s#
As 0am$!as t!betanas que t3m me!os para pa&ar os amas o0!"!antes, repetem
d!ar!amente os r!tos 0nebres, durante se!s semanas Depo!s d!sto, * 0e!ta
uma !ma&em de pape "om uma e%e modura de %aras, onde s(o
penduradas as roupas e perten"es do morto A&umas %e1es o retrato do
morto * a! pre&ado Com mu!ta 0requ3n"!a usam uma 0o4a de pape )á
pronta, 0orne"!da por um moste!ro Estas 0o4as de pape s(o de do!s
modeosF uma "om a p!ntura de um 4omem e a outra "om a de uma mu4er
O nome do morto * es"r!to sob a 0!&ura desen4ada ou p!ntada
2!namente o ama o0!"!ante que!ma a 0o4a de pape "om a e0$&!e da pessoa
morta As roupas que %est!ram a e0$&!e s(o dadas ao ama, "omo parte dos
4onorár!os
Depo!s desta !n"!nera'(o s!mb?!"a os a'os que a!nda !&a%am o morto a
este mundo s(o "ons!derados des0e!tos
Zuando os parentes "ome'am a son4ar mu!to "om o morto, pensam que ee
está so0rendo e pre"!sa de au$!o Re"orrem ent(o aos amas ad!%!n4os
Outros pre0erem as prát!"as esp$r!tas da ant!&a re!&!(o do pa$s, a se!ta dos
#Bon pas#
Ass!m "onsutam um m*d!um #pao# que empresta seu "orpo ao morto e
0aa por ee As sess>es esp$r!tas no T!bete s(o mu!to d!0erentes das que se
0a1em no o"!dente Geramente s(o 0e!tas durante o d!a e ao ar !%re
Come'am
uma s!neta"antando
Depo!s ouma esp*"!e
m*d!um de #ponto#
"ome'a a"ompan4ado
a dan'ar entamentepor
Emum tambor e
se&u!da,
"om passo ma!s ráp!do, ee "ome'a a &!rar depressa, a tremer
"on%usamente Isto re%ea que o esp$r!to )á tomou "onta do "orpo Ent(o,
0!"a 0ren*t!"o e "anta "om %o1 entre"ortada D!1 ent(o o que o esp$r!to dese)a
É mu!to d!0$"! "ompreender as paa%ras dos #paos# 7ara !nterpretá6as s(o
es"o4!dos os 4omens ma!s !nte!&entes do u&ar
Durante a sess(o a"onte"e que d!0erentes esp$r!tos se apoderam,
su"ess!%amente do m*d!um, @s %e1es o #pao#, !mpe!do por a&um esp$r!to,
at!ra6se sobre um dos presentes e o "obre de pan"adas
N!n&u*m o0ere"e res!st3n"!a a esta surra !nesperada O po%o !&norante
!ma&!na que ea "on"orre para !%rá6os de 0uturos maes
Nos r!tua!s #Bon pas# os esp$r!tos pedem o sa"r!0$"!o de um por"o ou de uma
%a"a, para serem !bertados no astra !n0er!orF A 0am$!a 0a1 tudo o que ee
pede E quando term!na a "er!m=n!a 0!"a a!%!ada, "rendo que a)udou mu!to
ao parente desen"arnado
Zuando se "on0!a a um ama o "u!dado de !bertar o esp$r!to, n(o 4á nen4um
sa"r!0$"!o, po!s o bud!smo ama$sta pro$be o sa"r!0$"!o de an!ma!s Os amas
!m!tam6se a re1ar e a que!mar sua e0$&!e p!ntada no pape, "on0orme
des"re%emos ma!s a"!ma

Rito# de $m Enterro no Pa=# da# Nee#

Durante todo o d!a ou%!mos os "Jnt!"os &ubres, po!s toda a "!dade de


Gan&ts* "4ora%a a morte de seu Buda %!%o No d!a se&u!nte, na ter"e!ra
4ora da tarde 0omos ao moste!ro onde %!%era o ama m r!to se"reto !a ser
"umpr!do ár!os amas de outros moste!ros %!s!ta%am o morto No parque do
moste!ro da +u1 D!%!na esta%a o "orpo do de0unto ama, )á "u!dadosamente
"o1!do em sa &rosso e mante!&a O de0unto usa%a apenas uma tan&a de
a&od(o amareo, e o "orpo esta%a amarrado "om as pernas "ru1adas, na
postura de Buda Em %ota do de0unto, %ár!os amas re"!ta%am suas pre"es
Seu rosto esta%a "amo e sereno 7are"!a estar dorm!ndo Antes de morrer o
+ama S!t4ar t!n4a !nd!"ado o "orpo onde sua ama !r!a 4ab!tar Trata%a6se de
um men!no
esta%a de o!to anosa%ada
a! de%!damente 0!4o dee uma 0am$!a
"u!dada pobre
peos de Gan&ts*
amas Seu rosto Am!do,
"r!an'a
de)á
o4os amendoados, re0ete medo
Os &on&os "ome'aram a soar 0orte, a"ompan4ados por s!nos e tambores O
men!no te%e uma esp*"!e de estreme"!mento Os amas troueram6no para
)unto do "adá%er De um brase!ro de prata sub!a a 0uma'a do sJndao e do
!n"enso
ma pro"!ss(o de amas a%an'a entamente, em d!re'(o ao esqu!0e
Cu!dadosamente ees desamarraram os bra'os do morto Em se&u!da,
"oo"aram o men!no sentado sobre os )oe4os do 0ae"!do, e tornaram a
amarrar os bra'os m %*u de &a1e bran"a "obr!u os do!s Brus"amente
"essaram os tambores,
A %o1 &ra%e de um amas!nos pronun"!a
e &on&os paa%ras r!tua$st!"as Em se&u!da,
"u!dadosamente desamarram no%amente os bra'os do morto Sb!to, um
&r!to a&udo 0ere o ar Os amas "orrem para )unto do morto Ent(o, o men!no
0!"a em p*, sobre, os )oe4os do morto E "ome'a a 0aar "om %o1 de 4omem
Numa at!tude de absouta autor!dade ee d!1F
6 Sou eu, o +ama S!t4arU Des"! de onde est!%e repousando e %!m 4ab!tar
no%amente entre %?s Meus amados d!s"$puos, neste no%o "orpo "ont!nuare!
m!n4a m!ss(o na terra at* term!ná6a
A epress(o !n0ant! do rosto do men!no t!n4a desapare"!do Em %e1 dea
%!mos uma ener&!a esp!r!tua em seu rosto, e uma pro0unda sabedor!a sa!ndo
de sua bo"a, numa %o1 de 4omem
Os amas "oo"aram d!ante dee %ár!as ta'as de "4á, m!sturando6as,
!nten"!onamente "om os ob)etos que t!n4am perten"!do ao ama S!t4ar
!mos que o men!no, ao ser so!"!tado peo abade, es"o4eu rap!damente os
ob)etos sa&rados, d!1endoF
6 Esta * a m!n4a ta'aU Este * o meu "4ap*u e aquee * o meu pun4a
má&!"oU
Todos se !n"!naram sat!s0e!tos e 4omena&earam o no%o Buda !%o O
men!no aben'oou a todos e d!sseF
6 7ossu!r a sabedor!a que des"obre em tudo os eementos de que as
"o!sas s(o "ompostas, ass!m * o !n0!n!to possu!r a sabedor!a que d!ss!pa a
!us(o da rea!dade durá%e das 0ormas e da persona!dade * !nd!spensá%e
para que se)am e0!"a1es @ "ompa!(o Se! que em m!n4as %!das anter!ores
possu$ mu!tos dons, mas n(o os use! totamente Esta sabedor!a eu n(o
posso ens!ná6a E e!s o que reso%! 0a1er ou en"errar6me na m!n4a "ea
durante tr3s anos, tr3s meses e tr3s d!as Se durante este per$odo "onqu!star
a sabedor!a que dese)o, %otare! para dá6a @quees que est(o preparados
Caso n(o "ons!&a a m!n4a meta, "ont!nuare! re"uso por tempo !nde0!n!do É
para obter este "on4e"!mento da sabedor!a un!%ersa que %ote!U
A a&!ta'(o entre os presentes era etrema, Todos quer!am %enerar o Mestre
que %otara do a*m, Mas de repente o men!no desma!ou Os amas
"orreram e de!taram6no sobre amo0ad>es de seda 7ou"o a pou"o ee %otou
a s! e o4ou "om espanto para os que o rodea%am, 6 Sente6se me4or,
7re"!oso +ama
N(o se! quem sou pare"e que adorme"! e t!%e um son4o
6 É pre"!so des"ansar, sen4orU 6 0aou o abade A"4a que pode andar Se !sto
o 0ad!&a poderemos e%á6o no "oo
6 Estou bem um pou"o 0ra"o, mas posso andar
E o men!no e%antou6se, e sa!u a"ompan4ado peo abade Antes de sa!r do
parque, %otou6se e o4ou o "orpo do Buda !%o Em se&u!da ret!rou6se para
o !nter!or do Moste!ro da +u1 D!%!na
Os s!nos e os tambores re"ome'aram a to"ar E todos pare"!am ae&res e
"ontentes O "adá%er 0o! a"omodado dentro do esqu!0e de prata e "arre&ado
para uma saa subterrJnea do moste!ro Depo!s todos se ret!raram sorr!ndo
0e!1es porque
A"4e! tudo !stoo mu!to
seu Buda t!n4a %otado
estran4o e n(o entend! o seu s!&n!0!"ado o"uto Mas
a1! 0aou que estas transm!&ra'>es de amas s(o mu!to "omuns no T!bete
Es"o4em uma pessoa que ten4a um Carma "urto, !sto * uma %!da "urta na
terra m #ts!spa# ou astr?o&o e%anta o 4or?s"opo desta pessoa e des"obre
"o!sas o"utas, !n"us!%e o d!a em que de%e morrer Ent(o, na *po"a "erta,
e%am o es"o4!do para )unto do Buda que %a! ressus"!tar e ee tro"a a sua
ama "om a ama da pessoa Aquee que "edeu seu "orpo re"ebe o m*r!to de
%!%er entre os 7uros de Esp$r!to

C-NCO

Milarepa; Ermit:o; "eiticeiro e Poeta

Nossa "ara%ana serpente!a por um estre!to "am!n4o, ao ado de um ab!smo


pro0undo +o&o depo!s en"ontramos um bando de !aques se&u!dos por um
"ampon3s Grandes e pesados, "om seus "4!0res &rossos e arqueados, os
!aques andam entamente Os on&os peos "!n1entos e su)os pendem dos
seus 0an"os, 0ormando um pesado manto que os prote&e do 0r!o Se&u!mos
rumo a Tas4!4umpo, em nossa rota para a"an'ar +4assa, a "ap!ta do
T!bete 7assamos por um u&are)o "4amado +aps"4e, onde 4á uma pequena
#r!tod# ou erm!da de pedra bran"a, "entro de %enera'(o dos t!betanos
Consta que á %!%eu o 0amoso santo t!betano M!arepa ou M!arespa, d!s"$puo
do Guru Marpa que, por sua %e1 0o! d!s"$puo do &rande Mestre T!opa Há
s*"uos a sombra destes tr3s as"etas pa!ra sobre o T!bete Os %ersos de
M!arepa tamb*m "4amado M!arespa por usar a tan&a de a&od(o #respa#,
a!nda 4o)e est(o na bo"a do po%o Sua %!da endár!a * das ma!s
!nteressantes M!arepa 0o! uma das 0!&uras ma!s etraord!nár!as do T!bete
2e!t!"e!ro, erm!t(o, poeta, pro0eta, 0!?so0o e "r!m!noso, ama tumutuada,
sempre an&ust!ado entre o bem e o ma A %!da de M!arepa nos * "ontada
por seu d!s"$puo Re"4un&m num !%ro -./ que ap?s mu!tos s*"uos, n(o
"essa de emo"!onar os t!betanos
M!arepa ou M!arespa nas"eu numa 0am$!a abastada no ano de .<QL Com
a morte de seu pa!, a 0ortuna passou a ser adm!n!strada por um t!o "u)as
trapa'as
es"ra%!d(ode!am a 0am$!a
Sua m(e, sem%!n&at!%a,
mu4er nada e redu1em sua !rm(a euma
en%!a M!arepa suaes"oa
m(e @de
ma&!a ne&ra, a 0!m de que pudesse %!n&ar a a0ronta M!arepa desen%o%e
&randes poderes, podendo desen"adear tempestades e para!sar pessoas @
d!stJn"!a Nada d!sso, entretanto, 4e tra1!a 0e!"!dade 7eo "ontrár!o, sent!a
pro0undamente que n(o era atra%*s da %!n&an'a que "onse&u!r!a a pa1 e a
auto6rea!1a'(o En"ontra ent(o o 0amoso Guru Marpa, que o submete a um
r$&!do tre!namento É obr!&ado a "onstru!r muros, "asas, 0a1er os traba4os
ma!s rudes, para o&o a se&u!r destru!r tudo o que 0!1era e %otar, sempre e
sempre a 0a1er a mesma "o!sa Condu1em6no @s "a%ernas nas &aer!as das
montan4as onde, em tota so!d(o, aprende a "on%ersar "om as #DaX!n!s#
-0adas/,
"ompeto"om os seres
o #tumo#, ou odemon$a"os e os
"aor ps$qu!"o e aan!ma!s
Ko&a dase%a&ens
unda!n! Dom!na por
-0o&o se"reto
que dorme na base de nossa "ouna %ertebra/ E ass!m %!%e no me!o do &eo
%est!do "om uma s!mpes tan&a de a&od(o Seu nome 6 M!arespa 6 s!&n!0!"a
%est!do "om uma tan&a de a&od(o A0!na, ee at!n&e a Ium!na'(o, e toda
sua mensa&em esp!r!tua * dada em poemas de rara bee1a É o &rande
!nstrutor, erm!t(o, 0e!t!"e!ro e poeta Suas poes!as est(o reun!das no !%ro #As
Centenas de M!4ares de Can'>es# Deste !%ro * o se&u!nte poemaF
7átr!a, "asa, "ampos paternos
perten"em a um mundo sem rea!dade
Zuem qu!ser que os %enere
Eu, M!a, o erm!t(o %ou em bus"a
da &rande !berta'(o esp!r!tuaU
Conta6se que um d!a, quando M!a sa!u de sua &ruta em bus"a de um u&ar
a!nda ma!s so!tár!o para med!tar, o pot!"4e de barro onde ee "o1!n4a%a
urt!&as, "a!u e part!u6se em m! peda'os Ent(o, M!a sorr!u e "omp=s um
poemaF

Há pou"o eu t!n4a meu pot!"4e de barro,


a&ora )á n(o o ten4o
Consoo6me pensando na e! da !mperman3n"!a
das "o!sas e das "r!aturas
7or !sso, "ont!nuare! med!tando so1!n4o
O pot!"4e de barro que era meu n!"o
tesouro, quando quebrou6se se
trans0ormou num Mestre para m!m
Esta !'(o da 0ata !mperman3n"!a
das "o!sas, * uma
&rande mara%!4aU
7re"!samente quando M!a "anta%a este poema, do!s "a'adores "4e&aram
ao seu ret!ro 2!"aram surpresos ao %erem um ser 4umano naquee estado
de !nan!'(o E per&untaram 6 De onde *s, erm!t(o
E M!a respondeuF
6 Aos %ossos o4os pare'o um ser !mundo e m!será%e, mas sa!bam que
n!n&u*m na terraum
E sa!u "antando * ma!s
outro0e!1 do que euU
poemaF
# e o "or"e que * a m!n4a ama, %oa "omo o %ento#
E ass!m de montan4a em montan4a, de &ruta em &ruta, M!arepa en%e4e"eu
0e!1
Sua morte 0o! mu!to "ur!osa D!1em que um 0amoso +ama, de nome
Tsapua, o0ere"eu64e 4ospeda&em durante uma de suas andan'as Mas,
!n%e)ando os &randes poderes má&!"os de M!arepa, mandou que sua
"on"ub!na 0orne"esse ao erm!t(o uma "om!da en%enenada M!a aben'oou6a
mesmo sabendo que ea era o !nstrumento do seu 0!m
Antes de "omer, ee d!sse mansamenteF
6"om!da
Honorá%e !rm(, tentare!
en%enenada n(o me!bertá6a dose
a0etar!a, Carma deste
eu n(o "r!me
t!%esse Sa!ba que
term!nado esta
m!n4a
m!ss(o na terra Mas, tranqu!!1a6te, n!n&u*m saberá que 0u! en%enenado
Ent(o, M!arepa mandou um de seus d!s"$puos em bus"a do po%o de T!n&r!
e Naaban que nee t!n4am 0* Durante %ár!os d!as M!a pre&ou sua doutr!na
de 7a1 e Amor E d!1 a trad!'(o, que de repente, todos %!ram estran4os
s!na!s no "*u Term!nado o serm(o, M!arepa aben'oou a todos e 0aouF
6 M!n4a %!da e m!n4a !n0u3n"!a em "on%erter os outros, "4e&ou ao seu 0!m
A&ora, de%o en0rentar a "onsequ3n"!a de ter nas"!do
E %otou para sua &ruta na re&!(o de C4ubar +á "4e&ando, entrou em
med!ta'(o pro0unda e morreu Todos "ompreenderam que M!arepa t!n4a
part!do para o n!"o mundo rea, que t(o "ompetamente o absor%era
Tudo !sto %e!o6me @ embran'a ao "ontempar a pequena "asa de pedra
bran"a de +ap"4e, que d!1em ter s!do "onstru$da por ee, obede"endo @s
ordens de seu Guru Marpa Há uma outra "asa tamb*m "onstru$da por M!a
durante sua !n!"!a'(o em +4obra&, ao su do T!bete
7ea estrada "am!n4a%am tr3s "amponeses "antaroando uma "an'(o
6 Est(o "antando os poemas de M!arepaU 6 e"amou a1!
No 4or!1onte, quase utrapassando as nu%ens, a*m dos ma)estosos Montes
Gur!n&, e"oa%a a "an'(o dos "amponeses
VVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVV
NotaF

-./ 6 Este !%ro 0o! tradu1!do para o !n&3s peo +ama Daa Sampubs e o 7ro0
Eans ^ents, pub!"ado pea O0ord 7ress

O Segredo do >+ti; O ?omem da# Nee#

O4ando os Montes Gur!n&, o ama a1! 0aouF


6 A*m daquees montes * que d!1em que 4ab!ta o K*t!, o m!ster!oso 4omem
das ne%es  6 Mas !sto n(o * uma enda 6 !nda&ue!
6 Ta%e1 mas d!1em nossas trad!'>es que o K*t! * uma rem!n!s"3n"!a do
&!&antes"o 4omem das "a%ernas, na !dade da pedra Consta que s(o seres
que
K*t!ss?de!am
podemestes
%!%eru&ares
em u&ares
e s(o&eados, desertos a&umas
%!stos rondando e !n?sp!tos [s %e1es,
ade!as, os
tentando
raptar mu4eres E qu!'á por !sto, a!nda "ont!nua e!st!ndo a ra'a deste
abom!ná%e 4omem das ne%es
7!erre Yu!en es"uta%a atentamente Como arque?o&o, t!n4a pesqu!sado a
e!st3n"!a do K*t! e esta%a mu!to !nteressado sobre este assunto
6 O estudo "!ent$0!"o do 4omem, na 4!st?r!a da "!%!!1a'(o 6 d!sse ee 6 "a"ua
em "er"a de ;<< m! anos nosso apare"!mento sobre a terra E %er!0!"a um
0ato natura, at* 4o)e sem uma ep!"a'(o sat!s0at?r!aF o sato brus"o e
en!&mát!"o que 4á na teor!a da e%ou'(o de Dar!n, %erdade!ra a"una entre
o ma"a"o super!or e o 4omem !n0er!or Se reamente e!ste, o K*t! de%e ser o
m!ster!oso eo entre 6oe"amou
6 S!m * poss$%eU 4omem o oma"a"o
Dr essantára O ama a1! en"arando
7!erre, retru"ouF
6 Aqu! no T!bete a"red!tamos que e!ste na Cr!a'(o, entre o 4omem e o
ma"a"o, um ser des"on4e"!do Ee n(o en"arna nem reen"arna na terra,
mas s!m em outros panos do !n0!n!to Esse ser *, ao mesmo tempo, o
duas mu4eres "ambaearem 7are"!am possu$das peos dem=n!os As ma!s
estran4as "enas "ome'aram a a"onte"er 7un4a!s e %eas %oa%am so1!n4os
peo ar Em %ota da estátua do bode "oo"aram uma esp*"!e de torta,
redonda e "4ata "omo um p(o árabe Todos se entre&aram a uma dan'a
desen0reada e o r!tua pare"eu term!nar
A "usto "onse&u!mos nos !bertar da 0or'a o"uta que nos prendera naquee
u&ar Sent!mos um ardor estran4o no rosto Dentro em pou"o 0!"amos
empoados "omo se t!%*ssemos s!do mord!dos por m! abe4as N(o
sab$amos a que atr!bu!r ta!s s!ntomas Sa$mos apressadamente daquee
u&ar d!ab?!"o e a&um tempo depo!s, "4e&amos ao mer"ado De á 0omos
d!reto para o aber&ue, onde nossos "ompan4e!ros nos espera%am
apreens!%os Ap?s ou%!r o reato da nossa a%entura o ama a1! 0aouF
6 Os quer!dos !rm(os est!%eram perto da erm!da do 0e!t!"e!ro Traun&, que
%!%e nesta re&!(o Est(o sent!ndo o e0e!to da ma&!a que os bruos
prat!"aram
6 Mas, que de%emos 0a1er 6 per&unte! ans!osa
6 ou preparar um ant$doto "om o su"o de umas er%as sa&radas que %endem
no mer"ado Esperem6me aqu!U
7ou"o depo!s %ota%a tra1endo uma t!&ea de made!ra onde so"ara umas
er%as %erdes e "4e!rosas
6 Es0re&uem !sto na pee enquanto 0a'o uma !n%o"a'(o aos Gu!as Esp!r!tua!sU
Obede"emos Ass!m que o su"o das pantas penetra%a em nossa pee, o
ardor e a %erme4!d(o 0oram desapare"endo "ompetamente
Contentes "om o resutado, a&rade"emos a a1! e apressamo6nos em sa!r
da "!dade
Durante a )ornada 7!erre Yu!en narrou uma "ur!osa eper!3n"!a 0e!ta no
mundo das bruas, por um 4omem erud!to, d!retor do Inst!tuto Aem(o de
Etnoo&!a A 4!st?r!a * das ma!s "ur!osas e mere"e ser trans"r!taF
A&uns anos "on4e"edores
dos ma!ores antes da II Grande Guerra,
das endas o 7ro0essor
europe!as te%e^!6Er!"4
a surpresa7eu"Xer 6 um
de re"eber,
entre sua numerosa "orrespond3n"!a, uma "arta da re%!sta amer!"ana #+!0e#
7ed!am que ee repet!sse suas eper!3n"!as na presen'a de um de seus
rep?rteres O 7ro0essor 7eu"Xer n(o "onta%a "om este !nteresse dos
amer!"anos En"ontrara num %e4o +!%ro de Bruas da Idade M*d!a, uma
"ur!osa re"e!ta de 0e!t!'ar!a Te%e a pa"!3n"!a de eper!mentá6a sessenta,
%e1es, "om resutados surpreendentes Com !sso espera%a pro%ar que nos
ant!&os do"umentos de "rend!"es, 4á eementos %a!osos sobre a *po"a em
quest(o
Com as !nd!"a'>es en"ontradas neste m!ster!oso !%ro, o 7ro0essor 0abr!"ou
uma pomada
%enenosas "!n1enta
Zuase todas que t!n4a "omo
da 0am$!a eementos bás!"os,
das #soaná"eas# pantaso
desta"ando6se
estram=n!o Obte%e ass!m, uma aut3nt!"a #pomada das bruas# 7ed!u a um
ad%o&ado seu am!&o que o a"ompan4asse na eper!3n"!a 2e"4aram6se no
&ab!nete de traba4o do pro0essor e usaram a pomada "omo manda%a a
re"e!ta es"r!ta no ano de .;_ Em obed!3n"!a @ re"e!ta es0re&aram a
pomada na testa e nas a!as Sent!ram no pr!n"$p!o um e%e "ansa'o E este
0o! se apro0undando at* que "a$ram numa esp*"!e de ebr!edade 2!namente
adorme"eram pro0undamente De"orr!das %!nte 4oras 6 a eper!3n"!a
"ome'ara num d!a @ tarde 6 a"ordaram ao "a!r da no!te do d!a se&u!nte
Sent!ram dores de "abe'a, bo"a se"a e a &ar&anta a arder, num estado !&ua
ao que se obser%a depo!s de uma 0orte embr!a&ue1 a"o?!"a
Sem tro"arem sequer uma paa%ra, o 7ro0essor e seu am!&o anotaram suas
!mpress>es 0$s!"as e ps$qu!"as, seus son4os e suas %!s>es A "o!n"!d3n"!a
dos apontamentos * surpreendente Ambos sent!ram que t!n4a 0e!to %oos
0antást!"os, en"ontrado entes 0abuosos, "om "aretas em %e1 de 0!s!onom!as
Sent!ram a!nda que t!n4am part!"!pado de 0estas &rotes"as, "a$do em
ab!smos, empreend!do "a%a&ada por uma re&!(o !n0erna 7ara ambos a
a%entura term!nou "om son4os or&$a"os a"ompan4ados de %!s>es
4orrendas, de etraord!nár!a past!"!dade A surpresa 0o! a!nda ma!or quando
se %er!0!"ou que seus reatos "orrespond!am, no seu "on)unto, e em %ár!os
pormenores, @s "on0!ss>es arran"adas @s bruas peos a&o1es da Idade
M*d!a
O 7ro0essor 7eu"Xer "on"u!u, de sua eper!3n"!a, que estas pretensas
bruas, á%!das de %!%3n"!as, usaram a pomada "omo estupe0a"!ente
med!e%a Contra$ram, ass!m, o %$"!o do seu uso e, ma!s tarde, "on0und!ram
os son4os "om a rea!dade ou 0oram 0or'adas por sup$"!os a "ontarem os
seus son4os N(o * de adm!rar que os 4omens da Idade M*d!a a"red!tassem
nestes reatos pormenor!1ados de "a%a&adas "om bruas, or&!as "om
d!abos e o "*ebre #sabat# dos 0e!t!"e!ros
Se&undo as pesqu!sas do 7ro0essor 7eu"Xer, pomadas deste &3nero )á eram
"on4e"!das no Mar do Norte e no Bát!"o, 4á ma!s de sete"entos anos
O pro0essor aem(o e%ou mu!to a s*r!o suas aná!ses "!ent$0!"as sobre as
bruas, bem "omo os testes que 0e1 "om a pomada m!ster!osa Nos !%ros
das bruas da Idade
donas6de6"asa, "omoM*d!a, en"ontrou
por eempoF re"e!tas
o "4á a!nda
de t$!a para4o)e usadas
a"amar por mu!tas
e produ1!r o
sonoP o "4á de 0o4a de p!tan&a para ba!ar a 0ebre, a "anea sassa0rás e a
ab?bora danta, "ontra dores "!át!"as e ne%ra&!as O !ustre pro0essor
eper!mentou tamb*m "ertos "onse4os má&!"os, ta!s "omo dar a um "(o um
peda'o de p(o que este%e "oo"ado deba!o da a!a d!re!ta durante me!a
4ora D!1 o pro0essor que o "(o trans0orma6se no ma!s 0!e e ded!"ado am!&o
e )ama!s abandona seu dono
Conse&u!u a!nda pro%ar que a ma!or!a das re"e!tas má&!"as das bruas s(o
re"e!tas !&ua!s @s dos &randes m*d!"os europeus dos tempos med!e%a!s
A0!rma o pro0essor aem(o que pretende repet!r suas eper!3n"!as
)untamente
0ran"eses e"om um &rupo
!ta!anos de ent(o
Depo!s m*d!"os, qu$m!"os
pretende e ps!qu!atras
pub!"ar aem(es,
um #Manua das
+endas#, uma obra em de1 %oumes, pro%ando o que outrora d!sse o sáb!o
&re&o 7at(oF #Os m!tos s(o %e$"uos de &randes %erdades, d!&nas de serem
estudadas e med!tadas#
Este reato nos d!stra!u bastante durante a %!a&em e quando demos "onta, o
p!"o bran"o da montan4a de +4a)a&onaX )á t!n4a desapare"!do @ nossa
d!re!ta e está%amos "4e&ando @ ade!a de D1ara Cont!nuamos "a%a&ando
@s mar&ens do r!o Ruun& !mos um %ae que se abr!u de repente dando
para a pan$"!e de Tatan& Esta bon!ta pan$"!e term!na%a aos p*s do a&o
KamdroX, "om suas á&uas a1u6turquesa Entre n?s e as "amas á&uas
a1u!s, esta%a a "!dade de Na&artse, "om seus !ndos #"4ortens# -re!"ár!os/
dourados, suas !nmeras bande!ras de pre"es tremuando ao %ento
7assamos peo "entro de Na&artse e prosse&u!mos %!a)ando rumo @ "!dade
de S4!&atse
A man4( esta%a "ara e 0r!a Mas de repente o "*u "ome'ou a 0!"ar "4e!o de
nu%ens es"uras E uma "4u%a &rossa "ome'ou a "a!r En"ontramos uma
"abana abandonada no me!o da estrada e a! nos abr!&amos Os "r!ados
a"enderam uma pequena 0o&ue!ra para 0a1erem "4á e o 0o&o tamb*m nos
aque"eu 7assamos o resto do d!a "on%ersando na "abana, enquanto a
"4u%a "a$a 0orte 7ou"o a pou"o a no!te s!en"!osa e tr!ste des"eu sobre n?s

O Mi#t+rio da S$ce##:o do# Lama#

Ap?s o )antar "on%ersamos sobre %ár!os assuntos, at* que "omentamos


sobre o m!st*r!o da su"ess(o dos Daa! +amas Soubemos ent(o que o
me"an!smo que pres!de a su"ess(o dos pont$0!"es t!betanos * n!"o no
mundo O ama a1! ep!"ou que n(o se trata de uma su"ess(o 4ered!tár!a
nem eet!%a Cada %e1 o Daa! +ama nas"e num outro "orpo * sempre a
mesma ama que en"arna em d!0erentes "orpos O Daa! +ama tanto pode
nas"er no se!o de 0am$!as r!"as "omo pobres N(o 4á pr!%!*&!os É uma
esp*"!e de demo"ra"!a 0undada sobre bases popuares, e uma monarqu!a
que repousa sobre bases metaps$qu!"as O pa! do qu!nto Daa! +ama era um
4um!de "ampon3s
2o! a part!r da I
do s*"uo ade!a
quedeo C4un& &e da su"ess(o dos amas tomou
me"an!smo
0orma de0!n!t!%a No T!bete "onsta que para a reen"arna'(o de "ertas
pessoas * pre"!so um per$odo de quarenta e no%e d!as No "aso de um Daa!
o per$odo pode ser mu!to ma!s on&o ou mu!to ma!s "urto 2requentemente a
demora * de do!s anos Ap?s a morte de "ada Daa!, 0orma6se um "onse4o
dos amas ma!s !mportantes do T!bete Estes "onsutam o orá"uo o0!"!a,
"u)as respostas s(o mu!to !mportantes Este m*d!um6orá"uo res!de sempre
no Moste!ro de Ne"4un& que 0!"a a uns se!s qu!=metros de +4assa, a "ap!ta
do T!bete Zuando o Gu!a Esp!r!tua se man!0esta atra%*s do #pao# ou
m*d!um6sa"erdote, os amas anotam as respostas e "ome'am as bus"as
para en"ontrar o no%o Daa! O "aso do d*"!mo ter"e!ro Daa! 0o! mu!to
!nteressante
Isto o"orreu no ano de .< Conta6se que neste ano morreu o III Daa!
Como de "ostume, os amas do 7otaa 0oram "onsutar " orá"uo de
Ne"4un&, que re%eou o nome do pa! e da m(e da 0utura "r!an'a em "u)o
"orpo a ama do ant!&o Daa! renas"er!a Depo!s o orá"uo mandou que o
Grande +ama Gu 0osse "ontempar as á&uas do a&o C4o Xor &em que s(o
"omo um espe4o en"antado onde os amas podem %er os a"onte"!mentos
0uturos
A á&ua deste a&o * $mp!da e de um a1u mu!to "aro, mas quando a&u*m
"4e&a para "onsutá6as, uma e%e br!sa "ome'a a soprar e ent(o, as á&uas
0!"am bran"as No "entro do a&o 0orma6se um turb!4(o, uma nu%em se
"ondensa por "!ma e o&o os "onsuentes per"ebem dentro do a&o, as
!ma&ens que mostram os a"onte"!mentos 0uturos Zuando o Grande +ama
Gu o4ou para as á&uas en"antadas n(o %!u nada A&um tempo depo!s, %!u
uma "asa )unto a um pesse&ue!ro 0or!do Naquea no!te, em son4os o
Grande +ama %!u uma )o%em mu4er tendo nos bra'os uma "r!an'a de uns
do!s anos
7assados do!s anos o Grande +ama en"ontrou a "asa )unto ao pesse&ue!ro
e re"on4e"eu a mu4er e a "r!an'a que %!ra em son4os O Grande +ama
eam!nou a "r!an'a det!damente para %er se ea t!n4a os s!na!s
"ara"ter$st!"os de todo +ama Re! 7ara ser um Daa! a "r!an'a tem que
apresentar protuberJn"!as "arna!s nas "a%$"uas ou nas omopatas, as
ore4as de%em ser ma!s on&as que as ore4as norma!s 6 o que * uma mar"a
da sabedor!a 6 as pamas de suas m(os de%em ter &ra%adas uma pequena
"ru1 suást!"a E todos estes s!na!s esta%am na "r!an'a Mas a!nda 0ata%am
outras pro%as No me!o de d!0erentes ob)etos a "r!an'a de%!a es"o4er os
ob)etos pessoa!s que t!n4am perten"!do ao t!mo Daa!F
o #tren& a# ou rosáro
o #n&a "4un&# ou tambor !tr&!"o
a #tr! bu# ou s!neta
o #dor )e# ou que!mador de !n"enso
ma ta'a de "4á, e ass!m por d!ante 2o! s? depo!s da "r!an'a re"on4e"er
todos os ob)etos e depo!s de que o orá"uo de Ne"4un&, ter "on0!rmado ser
ee a reen"arna'(o
de"arada o no%o +ama doRe!
t!mo Daa!, a!nda
Soubemos * queque
a a"r!an'a 0o! o0!"!amente
des"oberta do d*"!mo
quarto Daa! 0o! bem d!0erente Em .LQ;, ap?s on1e anos de bus"as, o +ama
Re&ente %!s!tou ma!s uma %e1 o a&o C4o Xor &e, na esperan'a de ter uma
%!s(o de onde en"ontrar o no%o Daa! E nas á&uas do a&o o +ama %!u tr3s
s$abasF #A a Ma# Em se&u!da, %!u um moste!ro de tr3s andares, en"!mado
por uma "pua dourada !u tamb*m um "am!n4o que "ondu1!a a +este do
moste!ro a uma "o!na em 0orma de pa&ode "4!n3s Em 0rente @ "o!na %!u
uma "abana Esta %!s(o 0o! on&amente d!s"ut!da entre os te?o&os ma!s
"ompetentes do T!bete C4e&aram @ "on"us(o de que a no%a en"arna'(o
do Daa! t!n4a nas"!do em +4assa Ap?s "on0!rmarem !sso "om o orá"uo de
Ne"4un&,
os t!betanos!ntens!0!"aram
embram at*as4o)e
bus"as 2o! ent(o
Esperando que
que a"onte"eu
0!"asse prontoum m!a&re
seu que
mauso*u
de0!n!t!%o, a mm!a do ant!&o Daa! t!n4a s!do "oo"ada numa das saas do
7otaa, sentado num trono E ass!m m!4ares de pessoas que %!n4am @
+4assa pod!am render 4omena&em @quee que durante "!nquenta e quatro
anos t!n4a s!do a en"arna'(o do deus A%aoX!taes%ara A"onte"eu %ár!as
%e1es que os &uardas en"ontra%am, pea man4(, a mm!a, que na sua
pos!'(o norma o4a%a para o Su, %otada para o +este A teor!a de que o
no%o Daa! t!n4a nas"!do a +este de +4assa, en"ontrou ass!m, ma!s "r*d!to
N(o 4a%!a poss!b!!dade de que n!n&u*m mudasse a pos!'(o do "orpo,
porque 4á uma mad!'(o para quem ousa to"ar na mm!a de um Daa!, sem
a perm!ss(o do orá"uo de Ne"4un&
E ass!m, na pr!ma%era de .LQ, o +ama Re&ente en"ontrou o moste!ro de
tr3s andares, ded!"ado @ mem?r!a do sáb!o amapa e a "abana @ +este do
moste!ro Antes de entrar na "abana o +ama Re&ente d!s0ar'ou6se de
"ampon3s Ass!m que se apresentou @ porta da "abana %!u um men!no
br!n"ando d!stra$do Ao %36o o &aroto "orreu ao seu en"ontro &r!tandoF
6 +amaU +amaU
A 4!p?tese esta%a bem pr?!ma da "erte1a 2oram 0e!tas as pro%as de
"ostume e o men!no sa!u6se mu!to bem Esta%a des"oberto o I Daa!
+ama
No d!a se&u!nte, de!amos a "abana perto do a&o KamdroX e prosse&u!mos
%!a&em A "4u%a t!n4a passado "ompetamente e o "*u esta%a "aro e
um!noso En%eredamos peo 7asso de aro6+4a e 0omos sub!ndo o %ae
bordado de pen4as"os A&um tempo depo!s, @ d!re!ta do %ae %!mos uma
&rande "ara%ana É d!0$"! des"re%er o espendor destas &randes "ara%anas
or!enta!s, !deradas por r!"os mer"adores t!betanos, que ma!s pare"em
sen4ores 0euda!s A pa!sa&em natura 0orma%a uma bon!ta modura para a
"ara%ana Ao on&e, os p!"os &eados da &rande &ee!ra No)!n e ma!s a*m o
p!"o de an& San& No)!n, re"obertos de ne%e
Os r!"os mer"adores %est!dos "om on&as tn!"as de bro"ado "oor!do e
"!nt!ante, ornados de )o!as, montados em soberbos "a%aos, "om suas
espadas reu1!ndo ao so, eram sem d%!da, uma tentadora presa para os
adr>es, que @s %e1es !n0estam as estradas desertas do T!bete
[ med!da que%est!das
uuosamente a "ara%ana
7ara se apro!ma%a,
prote&erem obser%amos
a pee de!"ada do%ár!as
rosto, sen4oras,
usa%am
bon!tas más"aras de "ouro pr!morosamente p!ntadas
Ho)e * %*spera do Ano No%o 6 d!sse a1! 6 Certamente esta "ara%ana %a! @
S4!&atse, tomar parte nos 0este)os popuares
6 Mas que d!a * 4o)e 6 !nda&ou 7!erre
6 Estamos na %*spera do d*"!mo qu!nto d!a do se&undo m3s, que aqu!
"orresponde ao pr!me!ro d!a do ano
6 A4U
E a1! prosse&u!uF
6 Durante sete d!as, sob o o4ar "ompa"ente dos +amas, o po%o "anta e
dan'a peas ruas
Os 4onorá%e!s Em "ada
!rm(os ter(o "asa, a 0am$!a
uma bea se rene de
oportun!dade para uma 0esta
ass!st!r soene
@ entrada do
Ano No%o no T!bete
6 Aqu! usam o "aendár!o unar 6 !nda&ue!
6 S!m, nosso "aendár!o * re&uado peos mo%!mentos da +ua
Compreende do1e meses de %!nte e no%e ou tr!nta d!as Ao 0!na de um
or!enta
#Todos os "am!n4os "ondu1em @ +4assa# 6 d!1 um %e4o pro%*rb!o t!betano A
pr!n"!pa rua de +4assa * uma demonstra'(o %!%a d!sso Nas o)as desta rua
en"ontramos todo o uo da 8s!a Centra nas %!tr!nes das o)as e ba1aresF
pees de eopardo, raposa e ursosP pees de "arne!ro, sedas e bro"ados
mut!"oor!dos, roupas de seda "4!nesa, tapetes mara%!4osos e !ndas mesas
de a"a enta4adas "om madrep*roa +anternas e "andeabros de bron1e em
0orma de dra&>es, )arros, por"eanas de!"ad$ss!mas e toda a bee1a das
mob$!as t!betanas "!n1eadas a m(o No mer"ado de "om!das en"ontramos o
0amoso "4á de )asm!m "4!n3s, "estas "4e!as de apet!tosas 0rutas, p3sse&os
da C4!na e "ere)as do Yap(o Inmeros per0umes or!enta!s "omo am$s"ar,
sJndao, 7at"4ou!, em de!"adas embaa&ens de prata 0!!&ranada,
espe"!ar!as !nd!anas, "oares de "ora, p*roas e bra"eetes do Nepa, %eas
de "ouro da Mon&?!a, "arameos, arro1 !nte&ra de S!XX!m, e todas as
de$"!as dos quatro "antos da 8s!a esta%am a!, @ d!spos!'(o dos r!"os
t!betanos
!mos tamb*m uma 0abuosa quant!dade de ob)etos de ouro, or!undos do
T!bete Centra, que * t!do "omo uma das re&!>es ma!s r!"as do mundo Este
ouro )ama!s * %end!do aos estran&e!ros Ee %em de T4oX Yaun& e T4oX
Daurapa, nas mar&ens do r!o C4an& Tan&, e do su de Man! SerX4a, perto do
sa&rado a&o KamdroX e das nas"entes do r!o Subans!r! 7or mot!%os
re!&!osos, pep!tas de ouro, apesar de serem mu!tas, nun"a s(o to"adas peo
po%o, que s? re"o4e ouro em p?
D!s"uss>es de pre'os s(o %!oentas, mas ass!m que rea!1am o ne&?"!o, os
t!betanos %otam a 0aar e a r!r an!madamente, a)udados por &randes "opos
de "er%e)a 0ermentada "4amada "4an&, %end!da num restaurante pr?!mo
das o)as
A"!ma de todo o burbur!n4o da "!dade, da mut!d(o "oor!da, dos !nmeros
ba1ares, a"!maade
paá"!o 7otaa, toda a C!dade
res!d3n"!a o0!"!a 7ro!b!da, desta"a6se
do Re! Deus a sombra
do T!bete, o Daa! "oossa do
+ama, que,
se&undo d!1em os t!betanos, "ondu1 o Teto do Mundo rumo ao N!r%ana, ou
estado de beat!tude suprema

Encontro com o Lama Rei

6 Aman4(, @s o!to 4oras, temos uma aud!3n"!a "om o Daa! +ama 6 0aou
nosso &u!a a1!, "om sua %o1 pausada e &ra%e Int! * des"re%er nossa
ae&r!a e "omo naquea no!te ma puemos dorm!r, na &rande epe"tat!%a do
en"ontro
E @s sete e me!a da man4( se&u!nte )á está%amos a "am!n4o do 7arque das
Yo!as, onde esta%a o Daa! Nossos "a%aos andaram por uma ampa estrada
que separa as duas densas aas dos )ard!ns do DeX! !n&Xa Momentos
depo!s paramos )unto ao &rande port(o dourado do paá"!o de %er(o do Daa!
+ama
m pequeno esquadr(o de sodados t!betanos apresentou armas, em
aten'(o @ tn!"a de seda amarea e ao "4ap*u de &aa usados peo ama
a1! Desmontamos, entre&amos nossos "a%aos a um mon&e6"r!ado e
andamos em d!re'(o ao paá"!o Norb4u +!n&Xa, onde o Daa! "ostuma 0!"ar
quando sa! do 7otaa Se&u!mos nosso am!&o a1! por uma &rande aa
pa%!mentada "om mármore "oor!do e "er"ada de "opadas ár%ores e entre
eas %!mos amendoe!ras, rododentros e sa&ue!ros6"4or>es [ nossa d!re!ta,
atra%*s das 0o4a&ens, %!mos um pequeno a&o prateado, "oberto de 0ores
de ?tus bran"os e onde a&uns a%os "!snes nada%am ma)estosamente ma
pequena !4a "er"ada de á&uas "amas e transparentes t!n4a no "entro um
de!"ado pa&ode "4!n3s !&ado @ terra por uma ponte re"ur%a 0e!ta em
mármore amareo
[ nossa 0rente, "am!n4a%am &rupos de mon&es, !mponentes em suas
tn!"as de seda amareo6a'a0r(o, que nos o4a%am "ur!osamente e
"o"4!"4a%am entre s! Ha%!a um "erto ar de epe"tat!%a no paá"!o de Norb4u
+!n&XaP era "omo se a sa&rada presen'a do Deus Re! 0!1esse "om que todos
0aassem ba!!n4o
No 4a da entrada, um &rupo de quatro amas, todos %e4os e &ordos, esta%a
sentado num ban"o, passando entre os dedos as "ontas de seus rosár!os de
pedras pre"!osas O ama a1! 0e1 uma re%er3n"!a e n?s o !m!tamos
Soubemos ent(o que ees eram o 7r!me!ro M!n!stro da Corte e seus
se"retár!os Em s!3n"!o "am!n4amos at* o 0!m de um on&o "orredor "4e!o
de %!tra!s "oor!dos que "ondu1!a @ saa de aud!3n"!as A saa era enorme,
ma&n$0!"a, "om suas paredes douradas, suas pesadas "ort!nas de ( es"ura,
seus &rossos tapetes %erde6esmerada, "om d!a&ramas má&!"os e bordado
de dra&>es Centenas de mon&es e de pere&r!nos espera%am d!ante de uma
&rande porta 0e"4ada Grupos de amas trans!ta%am de um ado para outro,
entos e soenes
Eatamente
apressadamente @s dos
no%e 4oras, onde
amo0ad>es soouestá%amos
um &on&o e e%antamo6nos
sentados 2ormou6se uma
on&a 0!a, todos e%a%am nas m(os a e"4arpe de seda bran"a e presentes
para o Daa!
Cessou o som do &on&o e dos tambores As pesadas portas douradas se
abr!ram "om um ru$do surdo Grupos de &!&antes"os mon&es "om "er"a de
uns do!s metros e me!o, que 0a1em parte da se&uran'a pessoa do Daa!,
tomaram sua pos!'(o perto da entrada, or&an!1ando a 0!a Numa das m(os
t!n4am um "4!"ote e na outra um bast(o dourado Estes amas &!&antes s(o
or!undos da pro%$n"!a de 4am, onde os 4omens s(o ma!ores que em
quaquer re&!(o da 8s!a Consta que des"endem dos &uerre!ros de G4en&!s
4an
A on&a 0!a de %!s!tantes "ome'ou a andar entamente, at* que nos %!mos
dentro da Saa das Aud!3n"!as ou San"tum Santorum dos t!betanos
A saa esta%a me!o penumbrosa No 0undo, desta"a%a6se uma parede
de"orada "om um enorme tanXa ou roo de seda p!ntado "om mot!%os
re!&!osos !mos um atar dourado, e sob o atar um trono de ouro Sentado
no trono, na postura do ?tus, esta%a o Daa! +ama, a pre"!osa reen"arna'(o
do deus C4en Re \! Con4e"!do no T!bete "omo a ma!s ee%ada
man!0esta'(o d!%!na dos Budas !%os na terra, o 7re"!oso 7rotetor, O"eano
de sabedor!a E a! esta%a ee, um )o%em "4!n3s de uns quator1e anos
usando as roupas douradas dos &randes amas, e o 0amoso "4ap*u pontudo
de Tson& apa, mu!to seme4ante @ M!tra usada peo 7apa, tendo por*m
on&as abas 0orradas de seda amarea que "a$am sobre os ombros do Daa!,
qu!eto e sereno "omo um $doo
7or quatro s*"uos, atra%*s de suas pr*%!as en"arna'>es, o Daa! senta%a6se
naquee mesmo trono, aben'oando seus 0!*!s se&u!dores e re!nando sobre o
T!bete
Tr3muos e re%erentes, pere&r!nos d!r!&!am seus passos em d!re'(o ao Daa!,
o0ere"!am as obr!&at?r!as e"4arpes de seda bran"a 6 s$mboo da 0e!"!dade 6
e a)oe4a%am6se para re"eber a b3n'(o dada peo )o%em Daa!, "om seu
"etro en)o!ado e ornado de 0!tas mut!"ores Consta que um 0u!do ben*0!"o
emana do "etro do Daa! e, desse modo, o 0u!do penetra na pessoa que *
aben'oada
Ap?s a b3n'(o, os %!s!tantes %!ra%am @ esquerda, e 0a1!am uma re%er3n"!a
ao o"a onde esta%a sentado o +ama Re&ente, "oo"ado perpend!"uarmente
ao ado do atar
[ med!da que nos apro!mamos, %!mos que o )o%em Daa! usa%a ?"uos de
tartaru&a "om &rossas entes bran"as, a"usando uma 0orte m!op!a A)oe4e!6
me d!ante dee e sent! o e%e toque de suas m(os nos meus "abeos Ee
t!n4a de!ado o "etro sa&rado no "oo e "on0er!u6me a &rande 4onra de uma
b3n'(o d!reta, "on0orme %!m a saber depo!s Na e"4arpe de seda bran"a que
eu se&ura%a "om ambas as m(os, um ama "oo"ou um p(o1!n4o es"uro e
uma pequena !ma&em de um Buda, 0e!ta de mante!&a O Daa! pe&ou as
o0erendas e entre&ou6as a um outro ama que esta%a a seu ado A mesma
"er!m=n!a 0o! S!darta
estatueta de repet!daGautama,
"om um "4or!en
o Budaou pequeno
Depo!s, re!"ár!o
o ama de ouro
a)udante e uma
"oo"ou um
!%r!n4o de "apa dourada na e"4arpe O Daa! pe&ou o !%r!n4o, amarrou6o
"om uma on&a 0!ta de seda %erme4a e pendurou6o no meu pes"o'o
2e!to !sso, sa$ d!ante dee e 0o! a %e1 do ama a1! a)oe4ar6se, o0ere"endo ao
Daa! r!"os presentes que t$n4amos e%ado Dobre! @ esquerda, "omo todos
0a1!am, e a)oe4e!6me d!ante do +ama Re&ente Era um 4omem ato, ma&ro,
!mponente, de rosto se%ero Ee o4ou6me bondosamente "om seus
pequen!nos o4os amendoados Cooque! a seus p*s a e"4arpe de seda
bran"a e o !%r!n4o dourado que o Daa! "oo"ara no meu pes"o'o, po!s ass!m
manda a et!queta t!betana
Tudo se passou
%!s!tantes, o amanoa1!
ma!or
0e1s!3n"!o
um s!naZuando euesperasse
para que !a sa!ndo taApro!mou6se
"omo os outros
e
d!sse ba!!n4oF
6 2!que, 0omos "on%!dados peo C4e0e dos M!n!stros para tomar "4á "om o
pre"!oso Daa! Sente6se naquee "anto, na postura do ?tus e espere um
pou"o +o&o em se&u!da, meus "ompan4e!ros de %!a&em, Ma4!ma,
essantára e 7!erre Yu!en, %!eram sentar6se ao meu ado 7ou"o depo!s %e!o
o ama a1!
O4ando para o )o%em Daa!, %! um mon&e entre&ar64e uma !nda ta'a de
made!ra Numa bande)a de prata 0o! tra1!do um &rande bue de por"eana
"4e!o de "4á amante!&ado "omo * "ostume no T!bete O "4á 0o! "oo"ado na
ta'a do Daa! e o&o beb!do por um ama6pro%ador Somente depo!s de
a&uns se&undos * que o Daa! 0o! ser%!do
T!%e que morder os áb!os para a"red!tar que eu n(o esta%a son4ando, que
reamente esta%a sentada na Saa de Aud!3n"!as do Daa! +ama, no T!bete
O4ando o "ont$nuo 0uo de amas e pere&r!nos entrando e sa!ndo do
re"!nto, pense! que apenas esta "ur!osa "er!m=n!a %a!a nossa penosa
%!a&em atra%*s do H!maa!a O4e! as nu%ens de !n"enso per0umado de rosas
que sub!a dos tur$buos de prata "er"ando o trono do )o%em Daa! e re"orde!
as paa%ras de um 7ro0eta or!enta que "erta %e1 ou%!ra "ontarF
#O %erdade!ro Daa! +ama morreu em .L: Desde ent(o todos os outros
Daa!s ser(o apenas uma &rande Maa ou !us(o, resutante da po$t!"a
madosa dos amas &o%ernantes de +4assa, que n(o se "on0ormam em
saber que a sabedor!a ar"a!"a de!ará o T!bet e e em!&rará para o on&$nquo
O"!dente Em tempos pr?!mos, o %erdade!ro Daa! renas"erá nas terras de
O 2 SANG -Am*r!"a do Su, ou qu!'á Bras!/ A0!rmam nossas remotas
pro0e"!as que !sto a"onte"erá porque )á mudou o "!"o da e%ou'(o Ent(o
o T!bete será dom!nado peas 2or'as da 23n! erme4a e a esp!r!tua!dade
desapare"erá do Teto do MundoU#
Ser!a reamente %erdade o que d!ssera o 7ro0eta Ser!a reamente %erdade
que aquee )o%em "4!n3s que a! esta%a sentado no trono era apenas uma
!us(o m 0aso Daa! Zuem poder!a saber ao "erto
Meus pensamentos 0oram !nterromp!dos por um mon&e que se apro!mou
tra1endo uma pequena ta'a de made!ra para "ada um de n?s 7e&amos as
ta"!n4as e outroenquanto
%a&arosamente, mon&e as en"4eu "omordem
a&uardá%amos "4á amante!&ado
para de!armosBebemos
a saa
A0!na, um dos &uardas &!&antes, !mponente na sua tn!"a "or de %!n4o,
to"ou um &on&o e d!sse a&umas paa%ras em t!betano
6 Yá podemos !r 6 0aou o ama a1! +e%antamo6nos, 0!1emos uma re%er3n"!a
ao Daa! e ao +ama Re&ente e 0omos sa!ndo de "ostas, de!ando
de%a&ar1!n4o o aposento
A aud!3n"!a t!n4a term!nado

&i#ita ao Pal2cio Potala

O esperado d!a de %!s!tar o paá"!o 7otaa "4e&ou a0!na, po!s t!%emos que
esperar autor!1a'(o espe"!a do +ama Re&ente Constru$do 4á tre1entos
anos atrás, peo Zu!nto Daa! +ama, o paá"!o 7otaa * um dos ma!s
!mponentes do mundo O"upa o u&ar de uma 0ortae1a que, outrora, 0o!
"onstru$da peos ant!&os re!s do T!bete e destru$da ma!s tarde peos mon&?!s
Conta6se que durante mu!tos anos m!4ares de traba4adores "arre&aram
pedras para re"onstru$rem este !menso paá"!o, "u)as bases repousam
d!retamente na ro"4a A morte do Zu!nto Daa! pare"!a amea'ar esta
"onstru'(o e, por esta ra1(o, o +ama Re&ente reso%eu o"utar a todos o
desapare"!mento do pont$0!"e E espa4ou a not$"!a de que o Daa! esta%a
doente, n(o podendo apare"er em pb!"o Durante de1 anos os amas
"onse&u!ram en&anar o po%o, at* o d!a em que o paá"!o 7otaa 0!"ou pronto
est!mos nossas me4ores roupas e 0omos "on4e"er o at!"ano ama$sta
Yuntamente "om !nmeras pessoas, 0omos sub!ndo a montan4a que "ondu1
ao 7otaa +á de "!ma, o espetá"uo que %!mos era !ndes"r!t$%e !mos os
suntuosos parques e )ard!ns de +4assa, seus moste!ros &rand!osos, suas
mans>es de pedra Andamos por uma aa ornada "om "entenas de mo!n4os
de pre"e, que os !s!tantes &!ram ao passar Atra%essamos um ato p?rt!"o e
entramos num &rande parque 7or todos os ados, %!mos %endedores
ambuantes, %endendo !n"enso, 0ores, %eas, "om!das t$p!"as "omo brotos de
rododentro "arameados, amuetos aben'oados peo Daa! e 4or?s"opos
!mpressos em pape de arro1 Do outro ado do parque, outros %endedores
o0ere"!am pequenos mo!n4os de pre"e, 0e!tos em meta a%rado Es"r!bas á
esta%am tamb*m para 0a1erem, por um pre'o moderado, um do"umento que
pro%a%a que t$n4amos %!s!tado o 7otaa Compramos um amueto de prata
"om !n"rusta'>es de "ora e turquesas, representando um deus ben0a1e)o e
prosse&u!mos sub!ndo as ar&as es"adar!as de pedra do 7otaa 7aramos
num dos patamares e o ama a1! 0aouF
6 +á em "!ma, bem no ato das torres, 0!"am os aposentos part!"uares do
Daa +ama 2!"am na parte ma!s ata do paá"!o porque, se&undo a trad!'(o,
n!n&u*m pode morar a"!ma do 7oderoso On!s"!ente
Cont!nuamos sub!ndo As ar&as es"adar!as ma!s pare"!am uma rua de
de&raus e mu!tos %!s!tantes sobem a "a%ao, para e%!tar o "ansa'o Contudo,
s? os o0!"!a!s,
O po%o tem que os sub!r
nobres e os[&randes
a p* med!da amas * que tem0omos
que sub$amos, perm!ss(o paranos
pensando !sto
&randes tesouros que d!1em estar o"utos atrás daqueas &rossas paredes
"entenár!as 2!namente, "4e&amos a um pát!o e depo!s ao &rande patamar
de entrada do paá"!o, "4e!o de estátuas de pedra representando deuses
ama$stas Come'amos a %!s!ta per"orrendo a aa o"!denta, onde soubemos
que %!%em du1entos e "!nquenta amas 0!?so0os Esta aa tem um "ur!oso
nome t!betano, Nam&etra"4an& É um %erdade!ro ab!r!nto de "ores
sombr!as e passa&ens m!ster!osas Atra%*s de uma ampa Yanea,
obser%amos o ma&n$0!"o panoramaP ao on&e, o &rande Tempo de C4aXpor! 6
a Montan4a de 2erro 6 "om seu !mponente Co*&!o de Med!"!na, que toma
todo o %ae
os outros de !t"4uP
"*ebres emba!o,
tempo as "asas
s de +4assa, do quarte!r(o
o Mont(o de aC4o,
de Arro1, ma!s
Cer"a da a*m,
Rosa
S!%estre e a Catedra de +4assa
!s!tamos mu!tas "apeas, sa>es, santuár!os m!ster!osos, passamos para a
aa or!enta onde 0!"a o Sem!nár!o de Tsedrun& e os d!%ersos es"r!t?r!os e
M!n!st*r!os do &o%erno t!betano N(o pudemos prosse&u!r %!s!tando a aa
or!enta, porque do!s &!&antes"os &uardas t!betanos nos !mped!ram
D!sseram ao ama a1! que a! 0!"a%am "eas se"retas "u)a %!s!ta era pro!b!da
otamos e se&u!mos para a aa su do paá"!o

A Pint$ra da Padma Sam4/aa

Andamos por %ár!as saas po%oadas de estátuas de bron1e !n"rustadas de


pedras pre"!osas A0!na, o ama a1! "ondu1!u6nos a uma saa ma&n$0!"a,
"u)as paredes eram 0orradas de seda a1u "aro e "u)o "4(o de mármore era
quase en"oberto por um enorme tapete "4!n3s "or de me, estampado "om
0ormosos ?tus a1u!s 7endurado na parede do 0undo, perto de uma ampa
)anea, esta%a um &rande tanXa ou estandarte p!ntado, representando uma
!nda pa!sa&em ao uar A +ua se re0et!a nas á&uas "aras de um a&o
mar&eado de %e4os p!n4e!ros Sem d%!da, era uma bea p!ntura Toda%!a, o
ma!s "ur!oso * que, obser%ando atentamente a u1 prateada da +ua C4e!a, !a
aos pou"os se trans0ormando em +ua M!n&uante, depo!s em +ua No%a, +ua
Cres"ente e no%amente +ua C4e!a Como * poss$%e Esta p!ntura se
mo%e 6 !nda&ue! perpea a m!m mesma
2o! ent(o que o ama a1! 0aouF
6 Esta * a p!ntura má&!"a do T!beteU A0!rmam nossas trad!'>es que esse
tanXa 0o! p!ntado 4á mu!tos s*"uos peo ma&o 7adma S4amb4a%a 6 o santo
das m(os de ?tus Ea tem o dom de adqu!r!r %!da e mudar as 0ases da +ua
su"ess!%a e !n!nterruptamente
6 N(o será um truque dos amas 6 per&untou 7!erre Yu!en, ba!!n4o ao meu
ou%!do
a1! sorr!u do nosso espanto e !n"redu!dade C4amou um dos &uardas
&!&antes que prote&!a a saa e mante%e "om ee um bre%e d!áo&o em
t!betano
a0astou6aOda&uarda
paredeapro!mou6se respe!tosamente
para que %$ssemos do tanXa
que n(o 4a%!a e de!"adamente
nada por trás
6 É !na"red!tá%eU 6 murmure! at=n!ta
6 N(o ma!s !na"red!tá%e do que as ma&!as que )á presen"!amos aqu! no
T!bete 6 retru"ou o Dr essantára, sorr!ndo bene%oamente
Soubemos ent(o que os tanXas t!betanos s(o #uma re"r!a'(o ao mundo
m$st!"o e s!mb?!"o atra%*s do qua o +ama$smo en"ontra sua epress(o#
Cada p!ntura dessas *, portanto, uma e%o"a'(o "u)o s!&n!0!"ado torna6se
"aro aos que 0e"4am os o4os @s "o!sas da terra e "onse&uem "aptar a
mensa&em esot*r!"a que emana "onstantemente deste mundo m!ster!oso,
po%oado de d!%!ndades ma*%oas ou ben!&nas
A prepara'(o
ut!!1ada ma!s de umpara
tarde tanXate"er
* uma tea
ato !tr&!"o
s? de%erá O ser
a&od(o ou por
"o4!do a seda que será
um !n!"!ado
nos se&redos do +ama$smo A se&u!r, os 0!os s(o pur!0!"ados pea repet!'(o
de "ertos mantras ou paa%ras de poder, sendo depo!s aben'oados por um
ama, de a"ordo "om um r!to espe"!a e na presen'a de uma sa"erdot!sa
%!r&em, a quem "ompet!rá a tare0a de 0!a'(o Ap?s a 0!a'(o, o 0!o resutante *
entre&ue a um te"e(o eper!ente, que tem de possu!r %ár!os atr!butosF
mo"!dade, sade, !sen'(o de de0e!tos 0$s!"os e mora!s, a*m da presen'a dos
s!na!s de bom au&r!o Antes da tare0a, o te"e(o terá que se pur!0!"ar e "r!ar
o "ampo ma&n*t!"o onde o art!sta p!ntor !rá desempen4ar a m!ss(o suprema
de "r!ar uma obra de arte Há re&ras espe"!a!s para se p!ntar um tanXa
Geramente, as persona&ens s(o d!spostas em "$r"uo má&!"o ou Mandaa,
em "u)o "entro 0!"a o mot!%o pr!n"!pa A&uns tanXas t3m um peda'o de
te"!do d!0erente na parte !n0er!or, "4amado a porta do tanXa, que !nd!"a o
ponto onde o "rente de%erá 0!ar os o4os durante a med!ta'(o para que
possa entrar no !nter!or da p!ntura [ med!da que a med!ta'(o se apro0unda,
4á uma &radua re%ea'(o de s!&n!0!"a'>es das 0!&uras representadas, at*
que se dá a un!(o de quem med!ta "om a d!%!ndade representada
Term!nada a p!ntura do tanXa, um &rande ama !n0unde %!da @ p!ntura atra%*s
de um r!to má&!"o "4amado 7rat!st4a O ato da "onsa&ra'(o *, portanto um
ato de %!%!0!"a'(o do ob)eto "om a ess3n"!a d!%!na O r!tua * atamente
se"reto e os t!betanos o re"eberam de seus mestres !nd!anos
Tendo s!do p!ntada por um santo, n(o * de adm!rar que a p!ntura má&!"a de
7adma Samb4a%a ten4a %!da e se mo%a reamente
De!amos a saa da p!ntura má&!"a, pensat!%os e mara%!4ados E 0omos
andando pea aa su do 7otaa, at* "4e&armos a uma esp*"!e de santuár!o,
onde %!mos um !ndo atar de )ade bran"o, ornado "om "andeabros de ouro
Sobre o atar %!mos a estátua em taman4o natura do Buda Ma!trea 6 o Buda
do 0uturo, uma das emana'>es do Cr!sto C?sm!"o A estátua era ta4ada
0!namente em made!ra Representa%a um 4omem 0ormoso, sentado num
trono @ mane!ra o"!denta, "om as pernas pendentes e as m(os sobre o "oo
O rosto e o "orpo eram p!ntados de bran"o, po!s, se&undo ant!&a trad!'(o,
ee renas"erá no O"!dente, será um 4omem da ra'a bran"a e terá "abeos
es"uros e o4os a1u!s
E ass!m,n(o
Embora de saa em saa, %!s!tar
pud*ssemos %!mos os
mu!tas pre"!os!dades
aposentos dopo!s
do Daa!, paá"!o 7otaa
o Grande
7re"!oso esta%a med!tando e n(o perm!t!a nen4uma %!s!ta, t!%emos
perm!ss(o dos &uardas para %!s!tar os tne!s subterrJneos do 7otaa Estes
tne!s 0!"am bem aba!o das &randes es"adar!as e t!%emos que des"36as
para en"ontrar a entrada %!&!ada por do!s &uardas &!&antes, %est!dos "om
suas tn!"as de ( "or de %!n4o O ama a1! "on%ersou "om ees e pudemos
entrar Num dos "antos %!mos %ár!as to"4as a"esasP tomando uma deas,
a1! en%eredou por um tne e n?s o se&u$amos Des"emos "auteosamente
por uma es"ada de pedra tos"a &asta peos anos Estes tne!s 0oram 0e!tos
pea a'(o %u"Jn!"a durante !n"ontá%e!s s*"uos Nas paredes %!mos
estran4os desen4os
dem=n!o +4amo "oor!dos
-a a! A&uns
ne&ra da 5nd!a/,eram 4orr$%e!s,
"er"ada representando
de "ru1es suást!"as,a%est!da
deusa
"om pee 4umana e de%orando a "abe'a de um 4omem
A0!na o tne 0o! se aar&ando at* que de repente %!mos uma &rande u1 que
n(o pro%!n4a da to"4a que a1! se&ura%a Era uma esp*"!e de redemo!n4o
de u1 que nos en%o%!a em &randes ondas Mo%$amo6nos "omo num son4o
Está%amos a!, %est!dos de u1 dourada, d!ante de um beo a&o de á&uas
0os0ores"entes No "entro do a&o bo!a%a uma &rande 0or de ?tus bran"a
Suas p*taas mo4adas pare"!am pequen!nas p*roas 2as"!nados, 0!"amos
a!, "om os o4os mu!to abertos e os sent!dos aerta m sent!mento de
%a"u!dade e a0astamento das "o!sas terrenas apoderou6se de m!m
A %o1 serena do ama a1! quebrou o s!3n"!oF
6 Este a&o sa&rado %a! se un!r "om as á&uas do r!o ! C4u, que * a0uente
do r!o Tsan& 7o D!1em que ee brotou de uma á&r!ma da deusa Doma
Soubemos depo!s que a deusa Doma "orresponde ao Aspe"to 2em!n!no
D!%!na, ta "omo a deusa Meru e a amorá%e deusa uan K!n na sua
m!ser!"ord!osa at!%!dade !rrad!ada de seu tempo et*r!"o sobre a "!dade de
7equ!m
6 D!1em nossas ant!&as trad!'>es 6 "ont!nuou 0aando o ama a1! 6 que
e!stem mu!tos tne!s subterrJneos "omo este aqu! no paá"!o 7otaa, mas
s? a&uns &randes amas os "on4e"em 7enetrando nas entran4as da terra,
atra%essam o T!bete, a"an'am os Montes H!maa!as na 5nd!a, onde d!1em
que 4ab!ta o Ra!o C?sm!"o Mas"u!no e "ru1ando os o"eanos, %(o term!nar
no ponto "entra da SubstJn"!a Sa&rada da Terra A$ o Ra!o C?sm!"o
Mas"u!no emanado do Deus 7a!6M(e en"ontra6se "om o Ra!o C?sm!"o
2em!n!no, num m!ster!oso santuár!o na Cord!4e!ra dos Andes, re&!da peo
deus e a deusa Meru
Soubemos ent(o que este santuár!o se"reto en"ontra6se no pano 0$s!"o,
perto do a&o T!t!"a"a, nos Andes, a "ord!4e!ra sa&rada da Am*r!"a do Su O
en"ontro destes do!s ra!os d!%!nos 0orma o e!o da Terra Bem no "entro
deste paneta, onde estes do!s ra!os se en"ontram brota a !morredoura e
%!tor!osa C4ama Tr!na da Eterna erdade Ea se er&ue da 0enda de uma
ro"4a na montan4a e pro)eta6se para o Tempo Se"reto dos Grandes
In!"!ados A!, a&uns d!s"$puos pr!%!e&!ados re"ebem a !um!na'(o esp!r!tua,
para
tamb*mrea!1arem suadeusa
a 0ormosa m!ss(o no 7ano
Nada D!%!no
6 a deusa do Neste Tempo Se"reto
Amor n!%ersa res!de
6 membro do
Conse4o Cárm!"o da 2ratern!dade Bran"a do Or!ente
O Ra!o Mas"u!no do H!maa!a e o Ra!o 2em!n!no da deusa Meru s(o uma
at!%!dade do Esp$r!to Santo C?sm!"o Consta que o Ra!o 2em!n!no está
an"orado no "ora'(o de "ada %!da, se)a 4omem, mu4er ou "r!an'a, por*m o
Ra!o Mas"u!no )á te%e 4á mu!tos s*"uos a sua predom!nJn"!a Num 0uturo
n(o mu!to remoto, na duradoura Idade de Ouro da Era de Aquár!o, o Ra!o
2em!n!no da deusa Meru se man!0estará em todas as at!%!dades d!%!namente
qua!0!"adas sobre a 0a"e da Terra E quando "!r"uar em torno do paneta
Terra, o Ra!o C?sm!"o 2em!n!no da deusa Meru se trans0ormará em
m!ns"uos
n!%ersa Oss?!s An)os
rodeados
do por uma auraSe"reto
Santuár!o rosada 6das
s!mbo!1ando
Montan4aso Amor
And!nas
a"ompan4ar(o o Ra!o C?sm!"o 2em!n!no em %ota da Terra, Sua !rrad!a'(o
para "ada %!da será "omo p*taas de rosas espa4adas por uma do"e br!sa
É mu!to &rande a !mportJn"!a de pur!0!"ar o "ont!nente Su Amer!"ano, onde
os 0!4os das &randes sub6ra'as !r(o 0ormar a S*t!ma Ra'a Dourada, re&!dos
peo santo Mestre Sa!nt4r4u e a bem6amada Mer"edes, seu "ompemento
d!%!no, que s!mbo!1ará a D!%!na M(e Ceeste dos 0!4os desta S*t!ma Ra'a6
Ra!1
D!1 a trad!'(o que os 0!4os da a Ra'a6Ra!1 que outrora sur&!u do "ora'(o
do deus e da deusa H!maa!a, at* o 0!m do ano do Ca%ao de 2o&o -.L/,
em sua ma!or!a, de%er(o %otar ao se!o do !n0!n!to Ir(o para os Tempos da
+u1 que para ees est(o preparados 7or esta ra1(o t3m su"ed!do,
!mpre%!stamente, d!%ersas o"orr3n"!as, as qua!s, para a 4uman!dade,
poder(o representar &randes "atástro0es mund!a!s Entretanto, eas s(o
ne"essár!asF t3m a 0!na!dade de tra1er mu!tas amas de %ota ao ar d!%!no
Estes 0!4os da a Ra'a Ra!1 pre"!sam abr!r "am!n4o para os 0!4os da a
Ra'a Dourada E no ano do Ca%ao de 2o&o -.L/ !r(o en"arnar6se na Terra
m!4ares de seres da a Ra'a6Ra!1 Em ma!or!a, ees nas"er(o na Am*r!"a
do Su, onde o &rande Mestre Sa!nt4r4u está "r!ando seu Momentum 6 !sto *,
sua 2or'a Motr!1, Reser%as de 2or'as, 2or'as a"umuadas para Curar, para
Ens!narP Capa"!dades Mus!"a!s ou Art$st!"as ou todas as %!rtudes
arma1enadas no 8tomo 7ermanente que re"o4e todas as boas a'>es de
"ada en"arna'(o 4umanaF este 8tomo 7ermanente retorna em "ada
en"arna'(o, tra1endo "omo dom as %!rtudes das pessoas +á, os 0!4os da
S*t!ma Ra'a Dourada !r(o at!n&!r reat!%a per0e!'(o para desen%o%erem o
Re!no da E%ou'(o sobre a Terra
Ent(o a pr!n"!pa ener&!a do Santuár!o do +?tus A1u nos H!maa!as !rá
et!n&u!r6se ou desapare"er e os bem6amados deus e deusa Meru dar(o
dest!no @ re0or'ada at!%!dade de seu ma&n$0!"o Santuár!o na Am*r!"a do Su
E ass!m desabro"4ará "omo uma rosa per0umada o Re!no da E%ou'(o
sobre a Terra
N(o se! quanto tempo 0!"amos no tne subterrJneo do paá"!o 7otaa,
pensando em tudo !sto 2!"amos a! qu!etos e med!tat!%os, sem "ora&em de
de!ar
A0!na, aquee
o ama u&ar aben'oado
a1! quebrou nosso en"antamento d!1endoF
6 7re"!samos %otar, está 0!"ando tarde
E sub!mos de%a&ar os %e4os de&raus de pedra at* sa!rmos no%amente @ u1
do d!a O tempo "aro de a&umas 4oras antes t!n4a mudado "ompetamente
Grandes nu%ens es"uras "orr!am peo "*u
A tempestade sb!ta nos surpreendeu no me!o do "am!n4o e "4e&amos @
M!ss(o An&o6Br!tJn!"a "ompetamente mo4ados e su)os de ama
A "4u%a 0orte durou tr3s d!as T!%emos que esperar que os "am!n4os
se"assem para poder %!s!tar o Tempo de Ne"4un&, onde %!%e o %!dente ma!s
0amoso do T!bete Apro%e!tamos o tempo para er tre"4os dos 7!taXas 6 as
es"r!turas sa&radas
Cap!t(o Narendra do tradu1!ra
Sen, Bud!smo ma&n!0!"amente
!nd!ano, que o "4e0e
para oda!n&3s
m!ss(o !nd!ana,

O Or2c$lo de Nec/$ng
2!namente a "4u%a passou e um so t$m!do sa!u entre as nu%ens E ass!m
sa$mos para %!s!tar o Orá"uo de Ne"4un& 7assamos peo "entro da "!dade
de +4assa e nossos "a%aos 0oram se&u!ndo peo mer"ado, at!n&!mos uma
pan$"!e, e o&o ad!ante %!mos o &rande Tempo de Norbu!nXa, onde %!%e
outro %!dente 0amoso "on4e"!do "omo o Orá"uo de Gadon&, ao qua s? t3m
a"esso o Daa! +ama e seus M!n!stros Cont!nuamos "a%a&ando por
"am!n4os "4e!os de "ur%as, at* que "4e&amos ao nosso dest!no O Tempo
de Ne"4un& 0!"a a o!to qu!=metros da "!dade de +4assa Naquee d!a 4a%er!a
uma "er!m=n!a espe"!a, "om a presen'a do &rande %!dente !n4a do !nter!or
do tempo uma ms!"a b!1arra de 0autas e tambores
Entramos num &rande pát!o, !mos um espetá"uo 0as"!nante O po%o se
"ompr!m!a peas aas do pát!o 7or todas as partes, pendurados nas %e4as
ár%ores, %!mos &randes estandartes de seda "oor!da, "om p!nturas
0antást!"as de deuses e dem=n!os Eram as 0amosas p!nturas tanXa, t$p!"as
do T!bete Todo o amb!ente esta%a per0umado de !n"enso, "u)a 0uma'a sa$a
de &randes !n"ens?r!os de bron1e espa4ados peo pát!o
Ass!m que "4e&amos %!mos um )o%em mon&e sa!r pea &rande porta pr!n"!pa
do tempo est!a um 4áb!to de seda amarea e sobre o pe!to t!n4a um
meda4(o de ouro, "ra%e)ado de br!4antes, 0ormando estran4os s$mboos
Esta%a suspenso ao pes"o'o do mon&e por uma &rossa "orrente de ouro
Do!s no%!'os, "om seus t$p!"os 4áb!tos marrons remendados de "ores
d!0erentes, se&ura%am as pontas de um on&o manto de bro"ado %!oeta, que
"a$a sobre os ombros do mon&e C4e&aram a um tabado 0orrado de %eudo
"armes!m, onde %!mos um trono "om amo0adas de seda amarea O )o%em
mon&e sentou6se soenemente no trono Os do!s no%!'os a)oe4aram6se a
seus p*s
Ou%!mos o som de um &on&o e uma pro"!ss(o de no%!'os "ome'ou a des"er
a es"adar!a de mármore do tempo Se&ura%am &randes estandartes de seda
amarea
a1u 0orte"om a m$st!"a
O &rupo !ns"r!'(oparou
de no%!'os OM MANI
a um 7ADME
"anto doHM
pát!o,bordada emde
@ sombra seda
%e4as ár%ores, e 0!"ou em s!3n"!o Em se&u!da %!eram os An"!(os, os
Grandes +amas "om suas tn!"as "or de aran)a, seus mantos "or de %!n4o,
as "abe'as raspadas e os o4os d!stantes 0!tando o "*u Soaram as on&as
trombetas de prata, produ1!ndo um som "aro e bon!to Os amas d!%!d!ram6
se em do!s &rupos e 0!"aram parados )unto @ es"adar!a de mármore
Momentos depo!s, outro bater de &on&o E o&o sa!u do tempo uma !nda
mo'a %est!da "omo uma deusa Com um andar ento e "ompassado, 0o! se
apro!mando de n?s Obser%amos seu 0ormoso rosto o%a, de um tom de
mar0!m, o4os &randes e amendoados, nar!1 pequeno e bon!to, e bo"a mu!to
bem 0e!ta,numa
reun!dos p!ntada de tran'a
&rossa rosa "aro
que 4eSeus
"a$a on&os "abeos Coroa%a64e
at* os )oe4os pretos esta%am
a
"abe'a um d!adema de br!4antes, turquesa e "ora
6 É a &rande sa"erdot!sa Dor&e 7omoU 6 murmurou o ama a1! ao nosso
ou%!do
Re"orde! uma enda que ee me "ontara sobre aquea m!ster!osa sa"erdot!sa
D!1em os t!betanos que "erta %e1 os mu'umanos tártaros !n%ad!ram a "!dade
sa&rada de +4assa Det!%eram6se ante o Tempo de Ne"4un&, o qua
pretend!am o"upar O &enera !n!m!&o mandou d!1er @ sa"erdot!sa Dor&e
7omo que, se ea 4e apare"esse na 0orma de uma por"a, ee n(o destru!r!a
o tempo Em resposta, a 0ormosa abadessa ped!u "em3n"!a, ro&ando64e
que 0osse embora "om seus sodados e de!asse seu pa$s em pa1 O
&enera tártaro, sotando &ar&a4adas, entrou @ 0or'a no tempo 7ara
espanto &era, n(o en"ontraram nem um ser 4umano, mas um bando de
por"os e por"as que "orr!am, atordoados, de um ado para outro
Aterror!1ados, os tártaros 0u&!ram e de!aram o T!bete para sempre
Atr!buem6se a esta sa"erdot!sa Dor&e 7omo mu!tos poderes má&!"os,
!n"us!%e este poder trans0ormar6se no pássaro ou an!ma que dese)ar, num
0en=meno denom!nado !"antrop!a N(o podemos "onstatar se !sto * %erdade,
mas soubemos que Dor&e 7omo * "ons!derada "omo uma das ma!ores
ma&as do T!bete
O po%o se a)oe4ou re%erente ante a passa&em da &rande sa"erdot!sa 6
"ons!derada Mu4er Buda Os %e4os amas es"otaram6na at* o trono do
%!dente 2ormou6se uma 0!a entre o po%o e "ome'aram as o0erendas Eram
%!dros de per0ume, )o!as de ouro e prata, 0ores, e"4arpes de seda bran"a, e
uma pedra sa&rada que os t!betanos "4amam dord)e 6 s$mboo do poder A
um &esto da sa"erdot!sa, uns no%!'o6"r!ados troueram &randes ta"4os de
"obre "4e!os de %!n4o Todos se ser%!ram @ %ontade, t!rando dos bosos de
suas tn!"as on&os "opos de made!ra
Soubemos que para a es"o4a da &rande sa"erdot!sa, abadessa de
Ne"4un&, os amas empre&am m*todos pare"!dos "om a des"oberta dos
Budas !%os Sabe6se que ap?s a morte de uma dessas abadessas, os
amas se renem em "onse4o E pea bo"a de um m*d!um, ea se
man!0esta, d!1endo em que u&ar e em que 0am$!a %a! renas"er Sobre a atua
Dor&e 7omopassado
T!n4am6se "onta%am6se
sete 4!st?r!as
anos ap?smu!toa "ur!osas
morte da t!ma sa"erdot!sa de
Ne"4un&, sem que ea se man!0estasse "omo 4ab!tuamente Os amas
esta%am preo"upados e n(o sab!am o que 0a1er Ea * a "ontraparte 0em!n!na
do %!dente e a)uda6o "om sua 0or'a ma&n*t!"a e seus poderes supranorma!s
Num d!a prop$"!o, !nd!"ado peos astr?o&os, um &rupo de amas sa!u de
Ne"4un& d!s0ar'ados de "amponeses Andaram mu!to at* "4e&arem @ re&!(o
de N&ar! !ram um &rupo de "r!an'as que br!n"a%am numa rua Deste &rupo
sa!u uma men!na de uns sete anos, 0ran1!na e &ra"!osa Coo"ando as
m(o1!n4as sobre o amba& -boso !nterno 0ormado peas dobras das tn!"as
t!betanas/, ea 0aouF
6OMe dá m!n4a
ama t!araU
0!"ou surpreso Reamente, tra1!a no boso a t!ara de br!4antes,
turquesas e "ora que perten"era @ t!ma sa"erdot!sa de Ne"4un& E a
men!na prosse&u!uF
6 N(o me re"on4e"es Sou aquea que pro"uram 4á sete anosU D!ante dessa
pro%a, o ama a)oe4ou6se e be!)ou os p*s da men!na D!as depo!s, ea 0o!
e%ada para o Tempo de Ne"4un& "arre&ada numa r!"a !te!ra e %est!da "omo
uma pr!n"esa de "onto de 0adas
A 0esta no parque "ont!nuou Re"ome'aram os toques dos tambores
"ompr!dos "omo os tabas !nd!anos E ao som de ms!"as e?t!"as, um
bando de dan'ar!nos "ome'ou a dan'ar 0renet!"amente sa%am más"aras
0antást!"as e da%am &r!tos de ae&r!a Term!nadas as dan'as, a )o%em
sa"erdot!sa que esta%a sentada ao ado do %!dente e%antou6se e 0aou numa
%o1 ma"!a e &ra%eF
6 Sa%e o Orá"uo de Ne"4un&U
Todos os o4ares "on%er&!ram para o )o%em mon&e sentado no trono
+entamente ee se e%antou T!rou o manto "or de %!oeta e 0o! para o "entro
do pát!o, onde t!n4a s!do desen4ado no "4(o, "om p?s "oor!dos, um enorme
"$r"uo má&!"o Do!s no%!'os se apro!maram e "oo"aram nos ombros do
%!dente uma r!"a estoa de bro"ado dourado Sobre a "abe'a "oo"aram um
"apa"ete pontudo, tamb*m dourado, ornado de pedras pre"!osas 0ormando
!ndos bordados As re1as "ome'aram em %o1 ata
O %!dente 0e"4ou os o4os e pare"eu 0!"ar numa at!tude de &rande
"on"entra'(o +o&o, seu "orpo es&u!o te%e uns estreme"!mentos 7are"!a
que seu esp$r!to de!ar!a o "orpo para que ee ser%!sse de %e$"uo @s
d!%!ndades tuteares Este %!dente de Ne"4un& * 0amoso por seus poderes
ps$qu!"os D!1em que desde mu!to men!no re%eou seus dons med!n!"os No
T!bete os %!dentes ou m*d!uns s(o tamb*m "4amados de deo& ou aquee
que %otou do a*m
Do u&ar onde está%amos pod$amos %er os menores mo%!mento s do %!dente
de Ne"4un& Seu rosto 0o! 0!"ando mu!to pá!do O "orpo "ome'ou a ser
sa"ud!do por &randes estreme"!mentos "ada %e1 ma!s 0ortes Era o "ome'o
do transe Sb!to suas 0e!'>es se mod!0!"aram Os o4os abertos
desmesurada mente pare"!am querer satar 0ora das ?rb!tas Sotando um
&r!to estr!dente,
dem=n!o ee num
en"arnado "ome'ou
"orpoa 4umano
puar des"ontroadamente
Ent(o, um dos %e4os 7are"!a um
+amas
er&ueu a m(o d!re!ta e o %!dente parou de puar e 0!"ou r$&!do O %e4o ama
apro!mou6se de%a&ar Coo"ou uma e"4arpe de seda bran"a sobre o
pes"o'o do %!dente E 0!"ou parado ao seu ado
N!sso os no%!'os e os amas !n!"!aram um "anto @ me!a %o1 7are"!a um
"Jnt!"o de mon&es &re&or!anos O "Jnt!"o "um!nou numa mara%!4osa
torrente de sons e "essou repent!namente As 0e!'>es do )o%em %!dente se
a"amaram, seu rosto tomou a epress(o de um %e4o Com o "orpo re"ur%o,
e a passos tr=pe&os, ee apro!mou6se do ama que esta%a em p* a seu ado
e que pare"!a "omandar sua 0or'a esp!r!tua 2e164e um &esto "om a
"abe'a Ambosum
que 4e troue "on%ersaram em %o1
roo de pape, ba!a
p!n"e O %e4o
e t!nta ama "4amou
O %!dente uma no%!'o
"ont!nuou 0aar
"om o %e4o ama enquanto o no%!'o es"re%!a suas paa%ras Term!nada a
"on%ersa, o %e4o ama t!rou do boso !nterno de sua tn!"a de seda um
pun4ado de er%as se"as e deu6as ao %!dente Com &estos entos, o %!dente
)o&ou as er%as num dos &randes !n"ens?r!os de bron1e e d!sse atoF
6 O4a!, !rm(osU
A pr!n"$p!o n(o %!mos nada, a n(o ser uma nu%em de 0uma'a per0umada
7ou"o a pou"o 0omos per"ebendo que por entre o %*u "!n1ento da 0uma'a,
0orma%am6se 0!&uras E sb!to %!mos um paá"!o "er"ado de p!n4e!ros Yunto
da &rande "ouna pr!n"!pa, passa um e*r"!to de sodados a&!tando
bande!ras "oor!das Depo!s, sur&!ram %utos !mpre"!sos e o&o s? 0!"ou a
0uma'a
Ter$amos s!do %$t!mas de a&uma 4!pnose "oet!%a N(o se! A ms!"a
re"ome'ou O rosto do %!dente 0!"ou "r!spado e de repente ee "a!u r!)o no
"4(o Sem d%!da, a d!%!ndade t!n4a se a0astado
Zuatro no%!'os "arre&aram o %!dente para o !nter!or do Tempo
6 A0!na, qua!s 0oram as pred!'>es do orá"uo !nda&ou 7!erre, %otando6se
para nosso am!&o a1!
6 N(o se! 6 retru"ou ee As pred!'>es s(o &uardadas em se&redo e
estudadas peo Conse4o Super!or dos +amas, durante %ár!os d!as Em
se&u!da s(o "omun!"adas ao Daa! Os %!dentes n(o podem "ometer erros
nem dar respostas erradas Mu!tos dees )á 0oram de&radados e "ondenados
@ pr!s(o perp*tua, por terem 0e!to 0asas pro0e"!as
En"errando a "er!m=n!a, a )o%em sa"erdot!sa e%antou6se, tendo na m(o
d!re!ta um bast(o de prata !n"rustado de pedras pre"!osas Com este bast(o
ea "ome'ou a aben'oar o po%o que "orreu para n(o perder o sua%e "ontato
aben'oador
Conse&u!mos sa!r da "on0us(o re!nante e %otamos ao %ae, onde um "r!ado
t!n4a 0!"ado tomando "onta de nossos "a%aos
Sobre n?s br!4a%a o so um!noso do outono 7ara o su, 4á ma!s de tr!nta m!
p*s de pro0und!dade, 0!"a%a a "!dade sa&rada de +4assa A este e oeste
er&u!am6se p!"os ne%ados Ao norte, desta"a%a6se a mara%!4osa "ade!a das
montan4as de araXorum +á no ato da montan4a, "ome"e! a med!tar e
sb!to pare!
para que eade
meser eu mesma eá0u!
despertasse, noomundo
r!tmo de tudodos
o"uto O0ere"!
amaso rosto
onde @a!nda
br!sa4o)e
0r!a
%!%em ma&!as !na"red!tá%e!sU

A >oga Ti4etana

Ao de!armos o Tempo de Ne"4un&, sub!mos uma sua%e ade!ra que


"ondu1!u a um panato onduado, por onde serpea%a a estrada que "ondu1!a
a +4assa Sub!mos e des"emos aquees de"!%es "ortados por mansos
re&atos
ent(o umaYá &ruta
no 0!mque
do panato, o "am!n4o
ma!s pare"!a "ome'ou
um pequeno a "ontornar
"asteo o %ae
Soubemos que!mos
a!
mora%a um &ont"4en, ou erm!t(o, que &ra'as @ !nter%en'(o do ama a1!
te%e a &ent!e1a de nos re"eber e 0aar um pou"o "onos"o O erm!t(o era um
4omem !doso, ato, ma&ro, bron1eado, de !dade !nde0!n$%e Rosto quase sem
ru&as, o4os es"uros e br!4antes, nar!1 me!o adun"o, "abeos e barbas
on&os e mu!to bran"os est!a apenas uma sun&a de a&od(o bran"o, t$p!"a
do erm!t(o t!betano A &ruta esta%a !mpre&nada peo per0ume do !n"enso de
sJndao, que ard!a num brase!ro As duas pe'as !n0er!ores da &ruta eram
"er"adas por um muro de pedra que !soa%a a &ruta de o4os estran4 os Em
"!ma, 0!"a%a o quarto do erm!t(o, onde %!mos apenas uma este!ra e a&uns
!%ros Soubemos que ee prat!"a%a Ko&a e atra%*s do ama a1!
per&untamos ao erm!t(oF
6 Os m*todos o&ues t!betanos t3m seme4an'a "om os da 5nd!a
6 S!m, os pr!n"$p!os 0undamenta!s da o&a pr!m!t!%a 0oram apro%e!tados pea
o&a t!betana, mas nossos m*todos "ont3m mu!ta ma&!a, "on"entra'(o,
med!ta'(o, pro)e'(o astra e menta!1a'>es d!%ersas O aspe"to ma!s
m!ster!oso * a Tantra o&a, )á que a %erdade!ra transm!ss(o * se"reta e s?
pode ser dada por um Guru qua!0!"ado, ao d!s"$puo que antes * submet!do
a mu!tas pro%as A Tantra o&a %3 por trás de todas as "o!sas e apar3n"!as
um enorme poder atente, que se "4ama unda!n!, ou 2o&o Serpent!no Ee
dorme na base da "ouna esp!na, enroado "omo uma serpente, @ espera do
despertar, que ta%e1 nem o"orra nesta %!da O despertar * uma ruptura na
"ons"!3n"!a de %!&$!a, o despontar de uma "ons"!3n"!a pena, de uma
super"ons"!3n"!a que está !mersa na "r!atura 4umana, mas que, de%!do ao
seu adorme"!mento, ea n(o "onse&ue per"eber
6 Mas em que "ons!ste propr!amente o Tantra o&a 6 !nda&amos
!nteressados
6 O Tantra * uma s*r!e de eer"$"!os que de%em ser 0e!tos sob a d!re'(o de
um mestre qua!0!"ado E ees pre"!sam ser prat!"ados todos os d!as N(o 4á
Tantra sem a prát!"a Ea * a ra!1 e a ess3n"!a de tudo O Tantra o&a
pretende ser a Ko&a adequada @ Idade Ne&ra que o mundo está
atra%essando a&ora 7ara "ada *po"a 4á um ens!namento adequado Na
*po"a atua, em que a &rande "ara"ter$st!"a * a m!s"!&ena'(o, a m!stura das
ra'as, das !de!as,
ens!namentos a d!ssou'(o
e prát!"as da 0am$!a
s(o mu!to te!s Ae 0?rmua
das estruturas trad!"!ona!s,
bás!"a do tantr!smo seus
*a
poss!b!!dade da !berta'(o a!ada a uma a'(o tota, ou estado de absouta
auto6rea!1a'(o
2!"amos ent(o sabendo que, entre os pr!n"!pa!s tetos tJntr!"os bud!stas,
_<c %ersam sobre mantras ou paa%ras de poder, .<c sobre Mandaas ou
"$r"uos má&!"os, .<c sobre med!ta'(o, ;c sobre os !n&red!entes e o
preparo para o r!tua e Qc sobre amuetos O restante re0ere6se a !nd!"a'>es
astro?&!"as e d!%ersas prát!"as seua!s que despertam nos seres 4umanos
os poderes atentes adorme"!dos Há uma se!ta de o&ues tJntr!"os
"4amados ama"4ar!s, que usam o seo de mane!ra espe"!a e tamb*m
per0umes
serpent!noque
de est!muam o "4a"ra
unda!n! )a1 ra!1 ouEste
enros"ada Muad4ara, ondeestá
"entro sut! a ener&!a do 0o&o
em rea'(o
d!reta "om o sent!do do o0ato, e "ertos aromas !n0uem sobre ee "om
0a"!!dade
6 Zua!s s(o estes aromas 6 !nda&amos
6 Nos r!tos da o&a Tantra usamos ?eos essen"!a!s, !sto *, ess3n"!as puras
de am$s"ar, )asm!m, ma&n?!a, nardo, sJndao, pat"4u! e a'a0r(o A pr!n"!pa
ra1(o para o empre&o destes per0umes e est!muar o "entro %!ta et*r!"o ou
"4a"ra ra!1 O 0ato de que os per0umes ass!m usados s(o a0rod!s$a"os !nd!"a
que a !b!do seua e a ener&!a 0em!n!na S4aXt! s(o uma s? "o!sa
A tarde )á !a a%an'ada quando o erm!t(o deu por en"errado o nosso
en"ontro Zuando de!amos a erm!da, )á era quase no!te Durante o "am!n4o
de %ota, Dr essantára "omentouF
6 É estran4o que o erm!t(o o&ue n(o ten4a 0aado sobre o t"4od 6 a o&a
t!betana na qua se !n%o"a o dem=n!o para destru!r a !nd!%!dua!dade
6 Certamente * porque n(o "on"orda "om estas prát!"as bárbaras 6 retruque!
6 Na %erdade, * um m*todo mu!to per!&oso prat!"ado por mu!tos pou"os
o&ues "4amados os Irm(os das Sombras Estas prát!"as demon$a"as
podem e%ar @ ou"ura, por !sso a ma!or!a dos Mestres o&ues pre0erem n(o
0aar sobre o t"4od

&i#ita ao# Templo# de L/a##a

A a%entura des"on4e"!da está d!ante de n?s, no 0!na do "am!n4o tortuoso


que sobe atra%*s do bosque e term!na nos $n&remes "on0!ns do Sudoeste de
+4assa A!, na u1 "ara da man4(, desta"a%a6se "omo uma )o!a o 0amoso
Tempo de C4arXpor! 6 o Co*&!o de Med!"!na do T!bete Sob a prote'(o dos
O!to Budas Curande!ros, estudam e med!tam aquees que ma!s tarde ser(o
os m*d!"os do T!bete Condu1!dos por a1!, de!amos a M!ss(o bem "edo
a!nda e sa$mos em d!re'(o ao C4aXpor! A&um tempo depo!s atra%essamos
o pát!o do tempo, desmontamos, entre&amos nossos "a%aos a um mon&e6
"r!ado e to"amos o &rande &on&o de bron1e, pendurado nas tra%es da porta
de "edro toda es"uturada
m ama
!ndos atoum
"(es, e !mponente
&a&o ne&ro%e!o ao nosso en"ontro,
do Turquest(o a"ompan4ado
e um pastor enorme depor do!s
or!&em
europe!a O ama tem uma bea apar3n"!a, "om sua on&a tn!"a de seda
a1u de man&as t(o ampas que o"uta%am totamente suas m(os T!n4a o
rosto e a "abe'a raspados, 0a"es de p=muos sa!entes, o4os br!4antes,
nar!1 0!no e bo"a 0!rme Os "(es "ome'aram a rosnar amea'adoramente,
mas a uma ordem do ama o&o se aqu!etaram a1! ep!"ou a ra1(o da
nossa %!s!ta, e o ama que resutou ser o Mestre dos A"?!tos mandou6nos
entrar Andamos por ampos "orredores abertos dos ados, passamos por um
pát!o !nterno sombreado de %e4as ár%ores, onde um &rupo de men!nos de
%ár!as !dades br!n"a%am an!madamente est!am6se "omo pequenos
mon&es,
t$p!"o dos"om uma tn!"a de ( marrom "om remendos "oor!dos, o tra)e
no%!'os
Ees nos o4aram "ur!osos e "ont!nuaram a br!n"ar
6 S(o os 0uturos m*d!"os do T!bete 6 0aou o ama que nos re"ebera
Cont!nuamos andando em s!3n"!o, at* a"an'armos os santuár!os e "apeas,
"obertos de p!nturas m$st!"as Em a&umas das "apeas %!mos &rupos de
amas re1ando s!en"!osamente seus rosár!os de "ento e o!to "ontas
Nas "apeas, onde a "ar!dade do d!a * sempre es"assa, ma pod$amos %er
as estátuas dos deuses nos atares, sobre"arre&ados de "ast!'a!s de ouro e
prata, )arras "om 0ores e o0erendas de "om!das para os deuses
No Tempo de C4aXpor!, a*m das "eas, "apeas e santuár!os, %!s!tamos
tamb*m as &randes saas de aua "om seus on&os ban"os de made!ra onde
as "r!an'as estudam, e as saas onde os mon&es estudam Med!"!na que
embram mu!to um ne"rot*r!o o"!denta, "om suas paredes bran"as, suas
mesas de mármore, onde se %3 um ou outro "adá%er d!sse"ado, "4e!ro at!%o
de er%as med!"!na!s e e?t!"os !nstrumentos operat?r!os
Há tamb*m saas ded!"adas ao estudo da A"upuntura, as massa&ens
"urat!%as Tu!6Na ap!"adas na "abe'a, testa, pes"o'o, "ouna e "osteas, "om
press>es 0ortes ou e%es dos poe&ares em mo%!mentos para "!ma, para
ba!o e para os ados Essa t*"n!"a se&ue o "urso dos mer!d!anos ou "ana!s
que transm!tem a ener&!a eetroma&n*t!"a "4amada ! atra%*s do "orpo A
e!st3n"!a destes mer!d!anos ou "ana!s e sua rea'(o "om os pontos de
press(o na massa&em s(o "on4e"!das pea med!"!na or!enta 4á m!4ares de
anos No Yap(o esta "ura atra%*s de massa&ens * "on4e"!da "omo Do In e
0o! adaptada do Tu!6Na
Soubemos que outrora os m*d!"os or!enta!s estuda%am o s!stema %!s"era de
um modo mu!to "ur!oso, que somente 4o)e, mu!tos m!3n!os passados, * que
0o! des"oberto o se&redo Em uma saa do Museu de 7equ!m 4á uma
estatueta de made!ra de sJndao de uns _< "ent$metros de atura
Representa um pequeno Buda, ma&ro, sereno e ere"to, apo!ado num
pedesta em 0orma de ?tus m empre&ado do Museu, ao t!rar o p? dos
ob)etos sob seus "u!dados, de!ou "a!r o Buda no "4(o Na queda, abr!u6se
uma pequen!na porta !&norada at* ent(o, o"uta nas "ostas da estatueta
peas pre&as da tn!"a E ass!m 0o! des"oberto no !nter!or do Buda um
"ompeto
?r&(os ems!stema
m!n!atura%!s"era, 0e!to de te"!dos
eram per0e!tamente pre"!osos
!m!tados, e "oor!dos,
na 0orma, nas "ores "u)os
e nas
adequadas propor'>es A "ur!osa estatueta de Buda 0!"ou aos "u!dados de
uma )unta m*d!"a "4!nesa que estudou atentamente as no'>es de anatom!a
que ee ens!na%a s*"uos atrás No'>es eat$ss!mas, que, se "omparadas
"om as atua!s -que tanto traba4o deram aos "!ent!stas o"!denta!s durante a
Idade M*d!a e no Renas"!mento/, s(o per0e!tas O ma!s !nteressante * que
"ada ?r&(o en"ontrado dentro da ant!&a estatueta de made!ra tem
"u!dadosas !nd!"a'>es que 4e de0!nem o nome, as d!mens>es norma!s no
ser 4umano, o peso e a o"a!1a'(o Este Buda do Museu de 7equ!m
mere"eu re"entemente mu!tas re0er3n"!as na !mprensa mund!a, !n"us!%e
uma reporta&em
Consta na re%!sta
que estatuetas "omo0ran"esa
esta do7ar!s6Mat"4
Buda de 7equ!m, e tamb*m desen4os
m!nu"!osos de anatom!a, eram usados peos ant!&os m*d!"os "4!neses,
)aponeses e t!betanos, para 0a1erem seus d!a&n?st!"os, po!s os ant!&os
"ostumes n(o perm!t!am que o pa"!ente se desp!sse na 0rente do m*d!"o
Tamb*m a aut?ps!a n(o era perm!t!da peas e!s or!enta!s
Os m*d!"os t!betanos a!nda 4o)e usam mu!to a astro6d!a&nose, baseados
nos estudos da Astroo&!a Da$ 4a%er mestres astr?o&os dando auas no
Co*&!o de Med!"!na do T!bete
Soubemos que na anatom!a 1od!a"a "ada s!&no tem um ponto 0ra"o por
onde "ome'am as doen'as E ass!m, num estudo "omparat!%o apro!mado
dos s!&nos or!enta!s e o"!denta!s, os do1e s!&nos 1od!a"a!s re&em os
se&u!ntes ?r&(osF
Rato ou 8r!es 6 re&e a "abe'a
B0ao ou Touro 6 re&e a &ar&anta e a &Jndua t!re?!de
T!&re ou G3meos 6 re&e bra'os, m(os, apare4o resp!rat?r!o
+ebre ou CJn"er 6 re&e o apare4o d!&est!%o e o peo soar
Dra&(o ou +e(o 6 re&e o "ora'(o e a "ouna %ertebra
Serpente ou !r&em 6 re&e !ntest!nos, ba'o e 0$&ado
Ca%ao ou +!bra 6 re&e os r!ns, supra6rena!s e re&!(o ombar
O%e4a ou Es"orp!(o 6 re&e os ?r&(os &en!ta!s e o apare4o e"retor
Ma"a"o ou Sa&!tár!o 6 "oa&!a, art!"ua'>es dos quadr!s
Gao ou Capr!"?rn!o 6 os )oe4os e art!"ua'>es do "orpo
C(o ou Aquár!o 6 torno1eos e "!r"ua'(o san&u$nea
7or"o ou 7e!es 6 p*s, ossos e ms"uos, &Jndua p!nea, 0!bras ner%osas,
"!r"ua'(o da etrem!dade do "orpo, as &Jnduas a"r!ma!s, o "ana
raqu!d!ano e at* "erto ponto os ?r&(os da reprodu'(o
Sa!ndo das saas de aua, nos det!%emos on&amente no &rande terra'o que
"!r"unda o Tempo de C4aXpor! A! repousamos os o4os e mente
"ontempando a !nda "!dade de +4assa, que ao on&e se estende em d!re'(o
ao Norte O so )á !a se es"ondendo atrás das nu%ens e era tempo de part!r
De!amos o terra'o, per"orremos de no%o mu!tas saas, "apeas e
santuár!os, passamos peo Atar dos Sa"r!0$"!os, onde se a!n4am as estátuas
douradas em taman4o natura dos O!to Budas Curande!ros, a&rade"emos a
4osp!ta!dade dos amas e %otamos @ +4assa
Ma!s bon!to que o Tempo de C4aXpor! 6 a Montan4a de 2erro 6 e qu!'á
mesmo que o paá"!o 7otaa * o 0amoso Drepun& tamb*m "4amado Drebun&
ou Tempo do Mont(o de Arro1 7are"e uma p!rJm!de bran"a "4e!a de
tempos "om te4ados dourados A bra n"ura do Mont(o de Arro1 se desta"a
entre as montan4as a1ua das que o "!r"undam É um dos ma!s poderosos e
popuares moste!ros de +4assa Está s!tuado "er"a de tr3s m!4ares a Oeste
da "!dade e nee, se&undo uns, %!%em sete m! amas e, se&undo outros, de1
m!, d!%!d!dos em sete "o*&!os aut=nomos, "ada um re&!do por um Abade e
um Tesoure!ro Estes quator1e 4omens re&uam toda a "omun!dade, &rande
dema!s
Mont(o para ser %!%e
de Arro1 d!r!&!da
daspor umpa&as
taas s? 4omem Como todo stempo
peos "amponese t!betano,
que "ut!%am o
seus
"ampos M!4ares de "amponeses t!betanos "ontr!buem para estas
depend3n"!as 0euda!s e para o sustento do traba4o esp!r!tua dos amas, de
quem n(o se e!&e nen4um traba4o manua, a n(o ser preparar o t$p!"o "4á
amante!&ado ne"essár!o para ees
Nossa "4e&ada n(o pare"eu pro%o"ar nen4uma "ur!os!dade em n!n&u*m Os
&randes port>es de 0erro esta%am abertosP entramos tranqu!amente peas
%astas aas a)ard!nadas
Nen4um dos Abades esta%a no Tempo, apesar de terem s!do a%!sados de
nossa %!s!ta d!as antes E%entuamente en"ontramos um )o%em no%!'o que
pou"o "on4e"!a o tempo Me!o amedrontado, ee 0o! nos a"ompan4ando
atra%*s das !nmeras saas e "apeas No me!o de um parque, %!mos um
pequeno paá"!o de te4ado re"ur%o que ser%e para 4ospedar o Daa! +ama e
o Re&ente em sua %!s!ta anua Nas paredes deste paá"!o, entre p!nturas
re!&!osas, %!mos um poema es"r!to peo I Daa! +ama, que era um
renomado poeta e "4ama%a6se Tsan Kan& Gatso O +ama a1! nos tradu1!u
o poema que anotamos, de%!do a sua de!"ada bee1aF
7ássaro bran"o, empresta6me tuas asasU
N(o !re! mu!to on&e, am!&o
Ap?s "ontornar o a&o +! Tan&,
aqu! mesmo, pert!n4o, o&o 4e!
de %otar, pássaro bran"oU
Caa!6%os, ru!dosos papa&a!osU
No bosque dos sa&ue!ros, o
pássaro D)omo quer "antar e
sa!bam 6 o seu "Jnt!"o * má&!"oU
A4U se)am ou n(o terr$%e!s os
deuses e dem=n!os que me se&uem,
quero que se)as m!n4a, ?
do"e ma'( que ten4o ante
os o4osU
Sem d%!da, n(o es"apará ao e!tor o %eado tom pa&(o que pare"e "onter
os %ersos daquee ant!&o 4omem6deus do 7a$s das Ne%es A poes!a atua
"omo drena&em
re!"ár!o em est!opara o !n"ons"!ente
!nd!ano Em 0rente
"4amado stupa, ao pequeno
que "ont*m paá"!o,
o "orpo 4á um
do Grande
+ama Kon Tenu, que era mon&o e possu$a &randes poderes ps$qu!"os Os
&3n!os tuteares deste monumento s(o as tseru6ma ou C!n"o N!n0as da
+on&a !da, "u)as estátuas de bron1e &uardam a entrada, ao ado de uma
outra estátua representando o deus Haa&r!%a
O !nter!or do Tempo do Mont(o de Arro1 * ma)estoso, por*m nada tem que o
d!0eren"!e mu!to dos outros tempos t!betanos que t$n4amos %!s!tado
Soubemos que este Tempo do Mont(o de Arro1 *, por*m, uma e"e'(o na
po$t!"a t!betana Ee * "ons!derado a 0a%or dos "4!neses e ant!o"!denta Da$
o 0ato da ma!or!a de seus amas %!rem do T!bete Or!enta, que está sob a
o"upa'(o "4!nesa O dese)o de "on"!!ar a C4!na e o T!bete * a ra1(o desta
at!tude ant!o"!denta
Sa!ndo do Tempo do Mont(o de Arro1, montamos em nossos "a%aos e
0omos em d!re'(o ao Moste! ro de Sera ou Cer"a da Rosa S!%estre, que 0!"a
a do!s qu!=metros ao norte de +4assa Ee 0!"a no ato de uma "o!na
"4amada Ta T! Yun, 0amosa por "onter m!nas de prata e que rode!a todo o
po%o t!betano %ote a med!tar nas paa%ras do testamento po$t!"o do .Q
Daa!, 0ae"!do em .L: Este do"umento, "onser%ado a!nda 4o)e no paá"!o
7otaa e "u)a "?p!a 0o! e%ada peo Corone Koun&4usband paa o Museu
Br!tJn!"o, d!1 o se&u!nteF
#No ano do T!&re de 2erro -.L;</, a re!&!(o e a adm!n!stra'(o se"uar do
T!bete ser(o ata"adas peas 0or'as da 23n! erme4a O . Daa! e o
7an"4en +ama ser(o %en"!dos peos !n%asores As terras e as propr!edades
dos moste!ros ama$stas ser(o d!%!d!das e d!str!bu$das entre os !n%asores Os
nobres e as atas persona!dades do Estado ter(o suas terras e seus bens
"on0!s"ados e ser(o obr!&ados a ser%!r @s 0or'as !n%asoras para n(o morrer
Contudo, a &rande u1 esp!r!tua que, 4á s*"uos, br!4a sobre o T!bete, n(o
se apa&ará Ea aumentará, se d!0und!rá e respande"erá na Am*r!"a do Su
e, pr!n"!pamente nas terras de O 2u San& -./, onde será !n!"!ado um no%o
"!"o de pro&resso "om a no%a s*t!ma ra'a dourada#
Se&undo nos !n0ormou o ama a1!, o atua . Daa! 6 que n(o * a
reen"arna'(o do %erdade!ro Daa! 6 para n(o ser apr!s!onado, 0u&!rá para a
5nd!a O !n"r$%e "aos que 4á s*"uos re!nou na 8s!a, %otará a re!nar no 7a$s
das Ne%es Os amas ar&ar(o os rosár!os e pe&ar(o nas armas Isto 0e16nos
embrar que o dest!no do atua Daa! embra o de De%adata 6 un dos
d!s"$puos de S!darta Gautama, o Buda, e que era pr!mo de sua esposa, a
pr!n"esa Kasod4ara
Conta6se que, atra%*s das prát!"as da o&a, De%adata "onse&u!u
desen%o%er &randemente seus poderes ps$qu!"os ou #s!dd4!s# Certa %e1 um
Mara)á o0ere"eu uma r!"a ta'a de ouro ao 4omem que pudesse a"an'á6a,
sem sub!r no topo do bambu, onde esta%a pendurada
!eram mu!tos ma&os e 0aqu!res para tentar a pro%a Em %(o !n%o"aram seus
poderes o"utos Sabendo do que se passa%a, De%adata 6 or&u4oso dos
seus poderes 6 reso%eu "ompet!r Sentou6se no "4(o, perto do trono do
Mara)á
De%adatae "on"entrou todaaos
!r se ee%ando a sua 0or'anomenta
pou"os E o po%o
ar E ass!m, assombrado
e%!tando, %!u
"onse&u!u
obter a ta'a sem sub!r no bambu Contente "om sua 0a'an4a, De%adata 0o!
pro"urar o Buda e narrou64e o o"orr!do O Sub!me sorr!u e respondeu
mansamenteF
6 De que %aem estes poderes, meu 0!4o Nada s!&n!0!"am para teu
pro&resso esp!r!tua S(o apenas demonstra'>es %(s
Ind!&nado, De%adata !rr!tou6se "om a resposta do Ium!nado, e abandonou6o
2o! para a "!dade e "ome'ou a pre&ar "ontra ee Buda "ont!nuou sereno e
de!ou De%adata entre&ue ao seu pr?pr!o dest!no ma tarde, De%adata
"am!n4a%a pea 0oresta )unto "om seus d!s"$puos quando, de repente "a!u
dentro de Desesperado
o per!&o are!as mo%ed!'as Apesar
%!u que de toda sua
!a a0undando "ada"ar!%!d3n"!a
%e1 ma!s Osn(od!s"$puos
t!n4a %!sto
"orreram para sa%á6o Mas nada "onse&u!ram E De%adata morreu "o4!do
peas are!as mo%ed!'as
7oss!%emente, apesar de todo seu poder, o mesmo a"onte"erá "om o .
Daa! +ama Bre%e terá que d!1er adeus aos seus 0amosos t$tuos de
em &era e se)am "uradas todas as suas doen'as e de0!"!3n"!as, de modo
que em todo u&ar e em toda a parte, 4a)a per0e!'(o, pa1, sabedor!a,
sant!dade, amor, san!dade e pure1a
E ass!m seráU
Eu %os a&rade'o#
Term!nado o apeo, o ama a1! sorr!u, mandou que eu sentasse num
amo0ad(o perto dee e 0aouF
6 Esta 0o! a 0ase 0!na da tua !n!"!a'(o A&ora, teu "orpo * um "ana da
D!%!ndade +embra6te sempre d!sto e pro"ura "onser%á6o !%re, para n(o
!mped!res a man!0esta'(o do 7a! dentro do santuár!o do teu pr?pr!o ser
Yá 0!1 des"er sobre t! os 0uos "?sm!"os aben'oadores Ass!m "omo me
!n!"!aram eu te !n!"!e! Mas n(o penses que at!n&!stes o Mestrado nem que
aqu! term!na tua !n!"!a'(o D!ante de t! está o mundo e ee será teu &rande
mestre Se! que ma!s tarde, depo!s que %otares ao O"!dente, su"umb!rás a
mu!tas atra'>es mundanas ta%e1 esque'as a&uns dos ens!namentos que
te 0oram dados aqu!  para a*m do tempo %e)o que so0rerás mu!tas "an!as
 tra!'>es  sent!rás mu!ta so!d(o en%e4e"erás so1!n4a e ent(o, depo!s
de mu!to so0rer "umpr!rás tua m!ss(o esp!r!tua N(o te a0!)as, porque tuas
quedas s(o ne"essár!as para que possas sent!r a dor do erro e a do'ura do
tr!un0o 2!"arás t(o s? que te sent!rás perd!da no me!o da mut!d(o 7ou"os
am!&os 0!"ar(o "ont!&o mas tua &rande sa%a'(o será a C4ama !oeta
somente ea te !bertará quando "4e&ar a 4ora das &randes má&oas
Ba!e! os o4os "omo%!da, enquanto o ama prosse&u!aF
6 A&ora %ou ens!nar6te uma !n%o"a'(o de prote'(o pessoa que tamb*m
ser%e para toda pessoa que o 0!1er s!n"eramente Trata6se do autopasse
ma&n*t!"o de pur!0!"a'(o "om a C4ama !oeta +e%ante6se e estenda as
m(os abertas para o ato "omo se est!%esse re"ebendo b3n'(os
A&ora rep!ta em %o1 ataF
Bem6Amada
As"ens!onado 7resen'a D!%!napur!0!"a!,
Sa!nt Germa!n, Eu Sou em m!m,
pur!0!"a!, Bem6Amado
pur!0!"a! estas m(osMestre
"om a
trans0ormadora C4ama !oetaU
-7asse as m(os da "abe'a aos p*s e sa"uda6as enquanto d!1F/ Ret!ra! do
meu "orpo toda substJn"!a !mpura e es"ura e pe&a)osa e trans0orma!6a "om
a C4ama !oetaU
-7asse as m(os peo ado esquerdo, depo!s peo ado d!re!to, sempre
sa"ud!ndo os dedos e as m(os para epe!r a ener&!a ne&at!%a/ Rep!ta as
paa%ras e os mo%!mentos sete %e1es e term!ne d!1endo em %o1 ataF
Bem6amada 7resen'a D!%!na Eu Sou em m!m, bem6amado Mestre Sa!nt
Germa!n, pur!0!"a!, pur!0!"a!, pur!0!"a! esta ener&!a e trans0orma!6a em pa1,
sade, ae&r!a,
Term!nado prosper!dade
o passe ma&n*t!"oe da
sabedor!a
C4ama para m!msent!
!oeta, e para
um toda 4uman!dadeU
&rande bem6estar
otamos a nos sentar sobre os amo0ad>es e o ama a1! ep!"ouF
6 Com este passe ma&n*t!"o podemos !mpar "ompetamente nosso "orpo
das más %!bra'>es m %!dente poderá %er sa!r de nosso "orpo uma
substJn"!a es"ura e pe&a)osa que esta%a ader!da em nossa aura 7rat!"ando
este passe d!ar!amente, 0!"aremos "om nossos "orpos esp!r!tuamente
!mpos
Hou%e um bre%e s!3n"!o m %ento sua%e entrou pea )anea e a&!tou as
on&as man&as da tn!"a amarea do ama
6 7equen!na !rm(, d!%u&a estes ens!namentos nos teus es"r!tos Menta!1e!
tua %!nda aqu! 4o)e, para que a s?s, eu pudesse transm!t!r esta !n!"!a'(o 0!na
6 Honorá%e ama 6 d!sse eu 6 por 0a%or 0ae um pou"o ma!s sobre meu 0uturo
no O"!denteU
6 7ou"o * o que posso re%ear para a*m do tempo meus pobres o4os
%eem a&umas ae&r!as e mu!tos so0r!mentos reen"ontrarás aquee a quem
amaste em outras %!das %!a)ar(o )untos por terras estran&e!ras mas ap?s
%!nte anos o perderás serás m(e de "!n"o 0!4os 4omens, mas todos "om
Carma mu!to "urto Terás uma !nda mans(o or!enta, )unto a um a&o dos
?tus bran"os a*m das Montan4as do 7oente e a perderás %!%erás a&um
tempo em terras atas e 0r!as no teu pa$s, numa outra mans(o 0e!ta "om
á&r!mas serás "aun!ada e tra$da por quase todos os am!&os s? te
restará a C4ama !oeta depo!s um d!a !rás %!%er so1!n4a, on&e do
u&ar onde nas"estes numa pequena "!dade perto do mar, numa "as!n4a
bran"a e s!mpes rodeada de 0ores traba4arás, es"re%erás mu!tos !%ros,
so0rerás e aprenderás a ser 4um!de ent(o quando t!%eres "er"a de
sessenta e "!n"o anos, * poss$%e que %otes ao Grande A*m e reen"ontres
a pa1 
E er&uendo a m(o d!re!ta, o ama a1! aben'oou6me dando por en"errado
nosso en"ontro

@ltima &i#:o da Cidade Proi4ida

De!amos +4assadanoman4(
pr!me!ras 4oras qu!ntoque
d!a da pr!me!ra
sa$mos +ua DeX!
da rua das 2a!as Amareas
+!n&Xa, 2o! onas
"ru1amos
mer"ado, as o)as do quarte!r(o de S4o e a0!na "4e&amos @s mar&ens do r!o
! De!á%amos a "!dade sa&rada de +4assa ta%e1 para sempre, !n!"!ando
nossa on&a %!a&em de %ota ao mundo o"!denta +e%amos pou"o tempo
para a"an'ar o u&ar do embarque Da! em d!ante $amos atra%essar "er"a
de sessenta m!4as atra%*s do r!o, at* "4e&ar @ )un'(o de suas á&uas "om o
0amoso r!o Tsan& 7o
Sent! uma "erta nosta&!a quando a &rande bar"a quadrada "ome'ou a
mo%er6se, ao r!tmo da "an'(o b!1arra dos remadores A "!dade dos deuses
0o! 0!"ando d!stante O enorme paá"!o 7otaa e a bea "o!na de C4aXpor!,
"om seu e!mponente
S!%estre do Mont(oCo*&!o de Med!"!na
de Arro1, os tempos
o&o d!m!nu$ram da Cer"aTa%e1
de taman4o da Rosa
do ato
de a&uma )anea do Tempo de C4aXpor!, meu am!&o e mestre, o ama a1!,
me a"enasse um adeus
VVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVV
Mu!ta "o!sa o"orreu no Or!ente e no mundo desde o d!a em que de!amos
pea t!ma %e1 o 7a$s das Ne%es Cumpre d!1er que es"re%! este !%ro 4á
quase tr!nta anos atrás -esta ed!'(o * de .L 6 NR/, o&o ap?s m!n4a
"4e&ada ao Bras! Os or!&!na!s 0!"aram &uardados, adorme"!dos na &a%eta
de m!n4a mesa de traba4o, "on0und!dos "om a m!n4a papeada Cre!o que
me 0ata%a est$muo para pub!"á6o, po!s sab!a que naquea *po"a o !%ro
"ausar!a um !mpa"to na mente dos e!tores, que 0a1!am do T!bete uma %!s(o
de mara%!4a, quando a rea!dade * bem outra
Ho)e, reso%! tra1er a pb!"o esta no%a ed!'(o, a"res"!da de mu!tos
ens!namentos que antes n(o pod!am ser d!%u&ados Daquea *po"a d!stante
em que est!%e no T!bete, que e%o"o a "ada momento, n(o posso de!ar de
ass!naar o 0ata "umpr!mento de pro0e"!a do .Q Daa! +ama que morreu em
.L:, "u)as paa%ras trans"re%o nesta obra Como * do "on4e"!mento &era,
em ma!o de .L;<, o T!bete 0o! !n%ad!do peas tropas "4!nesas O atua re!
ama, o . Daa!, 0u&!u para T1epur 6 t!ma esta'(o antes dos H!maa!as 6
0ronte!ra da 5nd!a "om o T!bete otou de no%o @ sua pátr!a, para anos depo!s
0u&!r outra %e1 para a 5nd!a, em .L;L, onde permane"e at* 4o)e Esta 0u&a
o"as!onou uma 0orte ater"a'(o entre o Go%erno !nd!ano e o Go%erno "4!n3s,
0ato que "um!nou "om um ataque das tropas "4!nesas @ 5nd!a em .L_:,
"4e&ando depo!s os do!s pa$ses a um a"ordo de pa1
De 7ar!s, nosso am!&o 7!erre Yu!en +a0o! en%!a uma reporta&em sobre o
t!mo Daa! +ama, que re0u&!ado 4á de1o!to anos no nordeste da 5nd!a, a!nda
* o "4e0e esp!r!tua de o!tenta e "!n"o m! t!betanos que o a"ompan4aram no
e$!o E nesta reporta&em ee d!1F
6 Eu sou o t!mo Daa! +amaU
7rote&!do pea po$"!a, por &uarda6"ostas e peo e*r"!to !nd!ano, o Daa!
+ama, sabe que suas esperan'as de &an4ar a bata4a pea %ota ao T!bete,
s(o remotas O re!6deus, atuamente "om quarenta e um anos, d!1 que será o
t!mo da sua
O "enár!o esp*"!e,
onde ee %!%ee pare"e
que a era dosde
sa$do re!s6deuses
um "onto term!nará "om ee de
de 0adasF a"o"4oados
nu%ens 0utuam no "*u de um a1u pá!do mara%!4oso No ponto de en"ontro
entre o "*u a1u e a terra, enormes montan4as ne%adas br!4am na u1
bran"a e dourada do entarde"er Da "o!na poe!renta que atra%essamos,
sobem o"as!onamente a&umas %o1es e at!dos de "(es, s(o os +4assa6
apso 6 os "(es sa&rados do Daa!
2ora !sto, tudo * s!3n"!o 7erante nossos o4os er&uem6se "o!nas
%erde)antes, por trás das qua!s se ee%am &!&antes"as montan4as de &eo
"r!sta!no Numa destas "o!nas 0!"a a "asa do Daa! +ama, t(o !na"ess$%e,
aparentemente, "omo um n!n4o de á&u!a Mas o "asteo deste "onto de
0adas * uma
tortuosa, %erdade!ra
e "ondu1 @ "asaarmad!4a
de te4adoA%erde,
estrada na montan4a
e term!na * $n&reme
num be"o e
sem sa$da
A estrada * t(o estre!ta que um n!"o sodado armado pode boqueá6a
"ompetamente
Há nos arredores mu!ta &ente armada 7or toda parte, sodados, sodados e
ma!s sodados A estrada atra%essa de1o!to qu!=metros de terr!t?r!o m!!tar
Depo!s, %em um %!are)o, onde a po$"!a se"reta se sente per0e!tamente em
"asa
O nome do %!are)o * D4aramsaa, o que, na !n&ua&em bud!sta, s!&n!0!"a uma
"asa que pode ser ut!!1ada por quaquer pere&r!no 6 uma "asa6as!o 6 para os
ma!s pobres dos 0!*!s Em D4aramsaa %!%e um 4omem que os bud!stas
"ons!deram o ser ma!s "rente de todos os "rentes, o Daa! +ama, o re!6deus
dos t!betanos Ee e de1 m! de seus adeptos 0u&!ram em .L;L do e*r"!to de
o"upa'(o da C4!na "omun!sta, !ndo para a 5nd!a Há duas %ers>es Se&undo
uma dessas %ers>es, os an0!tr!>es !nd!anos ter!am tra1!do o Daa! +ama para
aquee %!are)o !soado no Nordeste do pa$s para prote&36o da e%entua
%!n&an'a dos a&entes "4!neses Mas, de a"ordo "om a outra, os !nd!anos
ter!am en%!ado seu 4?spede em!nente @quee u&ar a0astado para que sua
presen'a n(o atrapa4asse as ne&o"!a'>es de pa1 entre a 5nd!a e a C4!na
"omun!sta
O Daa! +ama n(o &o%erna ma!s o Teto do Mundo, mas %!%e prat!"amente
en"ausurado naquea 0oresta de ares pur$ss!mos E n(o pode sa!r de á, a
n(o ser quando o proto"oo o perm!te O proto"oo * o &o%erno da 5nd!a, que
"u!da do Daa! A 5nd!a n(o re"on4e"e o &o%erno no e$!o do Daa! +ama,
"omo a!ás n(o o re"on4e"e nen4um pa$s do mundo 
Mas o &o%erno !nd!ano se sente responsá%e por ee, pa&a64e uma d!ár!a de
"er"a de :< rp!as -uns < "ru1e!ros/ e p>e @ sua d!spos!'(o os sodados e a
po$"!a se"reta que &uardam sua res!d3n"!a "4amada #Bar"o da 2*#, %!nte e
quatro 4oras por d!a
É a n!"a "asa que n(o tem nmero Os t!betanos "ompraram6na de um r!"o
"omer"!ante !nd!ano, "om toda a pre"!osa mob$!a ant!&a Ea "omporta
depend3n"!as para empre&ados e um tempo aneo @s "eas de um
moste!ro A "asa so1!n4a * um %erdade!ro po%oado, e em t!betano *
"4amada #T4eX"4en C4oe!n &# 6 o Bar"o da 2* A )u&ar pea quant!dade de
sodados
m sodadode%e ser umma&ro
!nd!ano, %erdade!ro bar"o de
e moreno, &uerraum
usando tamb*m
turbante amareo, * o
pr!me!ro a nos barrar o "am!n4o Tr3s &uarda6"ostas do Daa! se apro!mam
Na "asa de &uarda est(o sentados tr3s a&entes da po$"!a se"reta !nd!ana
Somos obr!&ados a preen"4er quest!onár!os, ep!"ando o sent!do e o
ob)et!%o de nossa %!s!ta ao Daa! O quest!onár!o de%e ser preen"4!do em tr3s
%!as Depo!s d!sso, os &uarda6"ostas nos a"ompan4am at* a saa de
aud!3n"!as De on&e, e mu!to d!s"retamente, somos se&u!dos por a&entes
!nd!anos @ pa!sana, os qua!s, por sua %e1, s(o se&u!dos por t!betanos
d!s0ar'ados @ sombra de ár%ores, que eaam um per0ume !ntenso
E ent(o, de repente, 4á pa1 e s!3n"!o Ao 0undo, 4omens de "abe'a
des"oberta
está a"esa enotn!"as
"entroamareas passam
da saa de s!en"!osamente
aud!3n"!as ma
D4aramsaa are!ra
está de 0erro
s!tuada a
.<< metros de at!tude
S(o eatamente .< 4oras da man4( Na saa de "on0er3n"!as @ nossa
d!re!ta, outra are!ra de 0erro a"esa Há quatro 4omens esperando, "om seus
un!0ormes surrados de a&od(o a1u6"!n1a Est(o sentados num so0á
a"o"4oado "4e!o de amo0ad>es
O m!n!st*r!o do &o%erno do T!bete no e$!o está em sess(o Entre os
M!n!stros da se&uran'a, re!&!(o, 0!nan'as, e"onom!a e edu"a'(o está
sentada Sua Sant!dade o Daa!, "4e0e esp!r!tua e ao mesmo tempo pr!me!ro
M!n!stro
Com sua tn!"a "or de %!n4o sem man&as, sua estoa de seda amarea sobre
o ombro d!re!to, seu re?&!o de puso su$'o, o d*"!mo quarto Daa! +ama * o
n!"o ponto "oor!do nesta "on0er3n"!a de persona!dades &r!sa4as
O puso apo!ado na testa, o bra'o d!re!to mostrando as mar"as de %ar$oa,
ee * a pr?pr!a !ma&em do #O 7ensador#, de Rod!n Nen4um &esto, nen4u m
sussurro Os m!n!stros 0a1em epos!'>es sobre o d*0!"!t do or'amento, os
traba4os de repara'(o ne"essár!os, as perspe"t!%as de penr!a na Co=n!a
de Msor, no su da 5nd!a Ees 0aam em t!betano, e Ten1!n Ge"4e, o
se"retár!o part!"uar do Daa!, dá a&umas bre%es ep!"a'>es sobre o que
está a"onte"endo na reun!(o A )u&ar peos sembantes 0e"4ados dos
m!n!stros ees pare"em estar tratando do bem6estar un!%ersa Nada !nd!"a
que ees n(o representam os se!s m!4>es de t!betanos, quando na rea!dade
ees s? &o%ernam seus o!tenta e "!n"o m! sd!tos que 0u&!ram para a 5nd!a
S(o 4omens do ant!&o re&!me O"as!onamente, o Daa! surpreende quando
toma a paa%ra Ee e%anta a "abe'a e 0aa num tom sua%e, mas !ntenso,
"omo se est!%esse "antando uma "an'(o, e %a! sub!n4ando as paa%ras "om
seu !nd!"ador d!re!to e a&umas %e1es epode em &ostosa &ar&a4ada
Os m!n!stros tomam a !berdade de sorr!r Ant!&amente, em +4assa, "ap!ta do
estado 0euda do T!bete, ees n(o ousar!am nem mesmo e%antar os o4os
para o Daa! Somente os membros das tr3s ma!s atas, das sete "asses
nobres, t!n4am perm!ss(o de se d!r!&!r ao re!6deus no trono do +e(o, e,
naturamente, somente quando eram espe"!amente "on%!dados De1o!to
anos no e$!o n(o podem et!rpar uma trad!'(o que, durante quatro"entos
anos,
* na 0o! 0ortae"!dase&undo
rea!dade, pea 0* eapea e! Este
"ren'a 4omem,a que
t!betana, pare"e serdo4umano,
en"arna'(o deus
A%aoX!tes4%ara 6 o deus da Bondade e da M!ser!"?rd!a Mesmo os m!n!stros
@s %e1es se prostram aos seus p*s
É poss$%e que tudo !sto represente para o Daa! um &rande peso
Zuando ee t!n4a uns . ou .; anos, e )á era "ons!derado "omo re!6deus,
tomou pena "ons"!3n"!a da rea!dade do mundo moderno ao !nau&urar a u1
e*tr!"a e a 0or'a na "!dade med!e%a de +4assa 7or esta o"as!(o, ee p=de
ass!st!r a a&uns 0!mes o"!denta!s, "o!sa absoutamente !n*d!ta no T!bete, e
notou ent(o o quanto seu re&!me era utrapassado Atuamente, ee ret!ra
de!"adamente os p*s do a"an"e de todos os "rentes que 0a1em men'(o de
querer be!)á6os,
Os po$t!"os e a)uda
t!betanos darap!damente
%e4a &uardao %eem
0!e a se e%antar
"om maus o4os esta mudan'a
no proto"oo Ees "ont!nuam ape&ados aos %e4os "ostumes e est(o
d!spostos a 0a1er por ees os ma!ores sa"r!0$"!os Os saár!os dos que ser%em
ao &o%erno t!betano no e$!o s(o t(o ba!os que os pr?pr!os m!n!stros s(o @s
%e1es obr!&ados a %ender a&um tesouro de 0am$!a que "onse&u!ram e%ar
"ons!&o, para poder 0e"4ar o baan'o do 0!m do m3s
O Daa! pare"e "ansado da tr!pa 0un'(o que tem de eer"er, "omo deus,
sumo6sa"erdote e pr!me!ro m!n!stro Durante sua t!ma apar!'(o pb!"a, no
0est!%a de #aa"4aXra# -Roda do Temmpo/ na pro%$n"Fa de +adaX4, no
H!maa!a !nd!ano, ee pro%o"ou um "4oque nos %!nte e "!n"o m! pere&r!nos
ao !ns!nuar que ta%e1 n(o pudesse ma!s permane"er mu!to tempo entre
ees Os assessores o&o espa4aram que, "om aquea 0rase, Sua Sant!dade
n(o qu!sera se re0er!r @ morte, mas apenas a um re&!me de en"ausuramento
a!nda ma!s se%ero Mas a de"ara'(o "4o"ou ma "o!sa * "ertaF o Daa!
a!nda "ont!nua "umpr!ndo sua tr!pa 0un'(o, mas "om mu!tas restr!'>es E,
ass!m mesmo, somente porque seu po%o quer que ee "ont!nue a eer"36a e
porque o dest!no do T!bete e o da m!nor!a sem ar que ee &o%erna o e!&em
Zuando ee d!1 que será o t!mo Daa! +ama, tem per0e!tamente "ons"!3n"!a
do que está a0!rmando Ee sabe que aquea s!tua'(o n(o pode "ont!nuar e
que seu po%o de%e !r se a"ostumando, aos pou"os, @ trans!'(o
O Daa! nas"eu no T!bete, numa atmos0era !nte!ramente med!e%a, e
"onse&u!u, por seu pr?pr!o es0or'o, adaptar6se @ rea!dade do mundo atua
Os obser%adores a"red!tam p!amente que ma!s "edo ou ma!s tarde ee
%otará ao T!bete Ee representa, na rea!dade, para o pa$s, a !ma&em do pa!
responsá%e, em quem todos podem ter "on0!an'a, e s? ee pode reun!0!"ar
esse po%o pro0undamente d!%!d!do
Zuando o d*"!mo ter"e!ro Daa! morreu, d!1em que sua "abe'a se !n"!nou
sub!tamente em d!re'(o ao +este Isto 0o! "ons!derado "omo um pr!me!ro
s!na das mudan'as rad!"a!s Ma!s tarde nas"eu um "o&umeo numa das
p!astras do paá"!o 7otaa e "ome'ou a "res"er !n"!nado para o +este m
mon&e te%e a %!s(o de uma "asa re0et!da num a&o, de onde, em pr!n"$p!o,
de%er!a sa!r a reen"arna'(o do no%o Daa! Esta "asa 0o! en"ontrada e
tamb*m o men!no de "!n"o anos que sub!u ao Trono do +e(o do T!bete em
0e%ere!ro de .L<a 6pro0e"!a
Mas se&undo o Ano dodoDra&(o
pr?pr!ode.Q
2erro 6, "omo
Daa!, o d*"!mo
ee ser!a quarto
o t!mo re! Daa!
do
T!bete e o . Daa! ser!a um 0aso re!
Contudo, o O"!dente re"ebeu o . Daa! "omo um 0!4o perd!do, por o"as!(o
de sua 0u&a para a 5nd!a O mundo moderno %!%e de pub!"!dade O atua
Daa! 6 0aso ou n(o 6 tamb*m tem de 0a1er a pr?pr!a pub!"!dade em 0a%or do
seu po%o Com este ob)et!%o, ee pro"ura se mostrar e re%ear o ado
des"on4e"!do da !nt!m!dade do re!6deus É un!"amente ass!m que se pode
ep!"ar o 0ato de ter "onsent!do que uma equ!pe de )orna!stas europeus e
amer!"anos o ten4a a"ompan4ado durante %ár!os d!as na !nt!m!dade de seu
paá"!o6tempo, mesmo nos aposentos pr!%ados que n!n&u*m antes pudera
%!s!tar O Daa!,
a!mentando sentado "om
seus pássaros as pernas
de est!ma'(o, "ru1adas,emem
repousando seuseu
e!toes"r!t?r!o,
s!mpes e
austero, prote&!do por uma rede de a&od(o e pást!"o Ou "om sua m(e e
seu !rm(o, que * tenente pára6qued!sta do e*r"!to !nd!ano O Daa! an'ando
repeentes "ontra !nsetos e tomando o%omat!ne para restaurar as 0or'as,
re1ando de "4!neos, br!n"ando "om re?&!os ant!&os ou tomando suas
re0e!'>es
Ee trata "om "ar!n4o as "r!aturas e as 0ores Zuando um 0ot?&ra0o quer!a
"am!n4ar !nd!s"r!m!nadamente peo )ard!m, ee e"amou de!"adamenteF 7or
0a%or, n(o p!se a$ É um "ante!ro de 0ores e eu a"abe! de semear tu!pas
Numa )aua 4á um "oe4o bran"o
6 2o! m!n4a !rm( quem me deu 7re0!ro outros an!ma!s "omo &atos, porque
s(o !mpos e me!o se%a&ens 6 d!1 o re!6deus
Zuando um 0ot?&ra0o pede para 0oto&ra0ar a pama de suas m(os, o Daa!
0!"a ner%osoF #7ara que o"3 quer mostrar as !n4as de m!n4as m(os a
a&u*m, para saber quanto tempo ten4o a!nda de %!da#
E 0e"4ou as m(os num &esto de"!d!do
Com o passar do tempo, sua des"on0!an'a 0o! aumentando
Zuando era ma!s no%o d!1em que ee "on0!ou um d!a "er"a de um m!4(o de
"ru1e!ros a um 4omem de ne&?"!os !nd!ano para #um !n%est!mento se&uro#
O 4omem desapare"eu para sempre O Daa! tem de 0!nan"!ar seu &o%erno
no e$!o, e está @ be!ra da 0a3n"!a Sua de"ep'(o * mu!to &rande #Apesar
de tudo 6 d!1 ee 6, temos que a&uentar 0!rmes Estamos !n%est!ndo na 5nd!a o
que "onse&u!mos tra1er Esperamos poder re"uperar tudo !sto para
%otarmos @ pátr!a O tempo n(o tem !mportJn"!a#
O Daa! +ama mant*m um rea"!onamento espe"!a "om o 0ator tempo
Zuando d!sp>e de uma pequena 0o&a, seu d!%ert!mento pre0er!do * "onsertar
re?&!os 7ara !sso possu! um )o&o "ompeto de 0erramentas espe"!a!1adas
Zuando tenta "oo"ar uma ente de aumento no mostrador de um re?&!o, 0!"a
r!ndo de pra1er, "omo uma "r!an'a
A !sto 0!"ou redu1!do o re!6deus do T!bete Onde est(o os seus t(o propaados
poderes supranorma!s Onde sua &rande sabedor!a#
Sem d%!da, tudo a"abou Ho)e, obede"endo ao "!"o da e%ou'(o esp!r!tua
podemos d!1er sem medo de errar, #* do O"!dente que %!rá a u1U#
2IM

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