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A Importância da Liturgia
A Participatio Actuosa
A Participatio Fructuosa
Ordinariamente uma participação ativa na liturgia, na Oratio, produz em nós frutos, por isso
alguns liturgistas cunharam a expressão participação frutuosa. Neste ponto ensina-nos o Concílio
que “para que se obtenha esta plena eficácia, é mister que os fieis se acerquem da Sagrada
Liturgia com disposições de reta intenção, sintonizem a sua alma com as palavras e cooperem com
a graça do alto, a fim de que não a recebam em vão” (Sacrosanctum Concilium, n. 11). Afinal “a
palavra ‘liturgia’ significa originalmente ‘obra pública’, ‘serviço da parte do povo e em favor do
povo’. Na tradição cristã. ela quer significar que o povo de Deus toma parte na ‘obra de Deus’.
Pela liturgia, Cristo, nosso redentor e sumo sacerdote, continua em sua Igreja, com ela e por ela, a
obra de nossa redenção” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1069).
O fruto da participação ativa é que, como ação do próprio Deus, a “liturgia da fé vai sempre
além do ato cultual até atingir a cotidianidade, a qual, por sua vez, tem de tornar ‘litúrgica’,
serviço para a mudança do mundo” (RATZINGER, 2014, 146). Penetrar na ação de Deus para
cooperar com ele, esse é o fruto que deve ser gerado. Para isso ajuda-nos a acese, palavra hoje em
declínio.
“Hoje treinamos com zelo, com perseverança e com grandes renúncias para fins variados:
por que, então, não se treinar para Deus e para Seu reino? (...) O envolvimento do corpo, do qual
se trata na liturgia da palavra feita carne, se exprime na própria liturgia em certa disciplina do
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corpo, em gestos amadurecidos pela intenção interna da liturgia e que, de certo modo, manifestam
visivelmente a sua natureza” (RATZINGER, 2014, p. 147).
Essa acese, muitas vezes traduz-se por mortificação. No fundo o sentido é mais abrangente
do que apenas uma “violência” corporal. A mortificação deve ser sobretudo espiritual. Participando
ativamente do mistério pascal renovado na liturgia, e permitindo-nos abrir a Graça, devemos, como
diz São Paulo, morrer e sermos sepultados com Cristo, para ressurgimos para uma vida nova (Cf.
Rm. 6,4).
Sendo assim, de forma plena, o fruto da Fructuosa Participatio é a RESSURREIÇÃO.
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Referências
CONCÍLIO ECUMÊNICO DO VATICANO II. Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a Sagrada Liturgia. In.
VIER, Frederico (Coord.). Compêndio do Vaticano II: Constituições, decretos e declarações. Ed. 29. Petrópolis:
Editora Vozes, 2000. p. 257-306.
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Instrução Geral do Missal Romano e Introdução ao
Lecionário. Brasília: Edições CNBB, 2008.
MARINI, Guido. Liturgia: Ministério da Salvação. Trad. José Dias Goulart. São Paulo: Paulus, 2012.
RATZINGER, Joseph. Introdução ao Espírito da Liturgia. Trad. Silva Debetto C. Reis. Ed. 2. São Paulo: Loyola,
2014.