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CURSO DE FORMAÇÃO DE

SUBINSPETORES DA GUARDA
MUNICIPAL DE FORTALEZA
MÓDULO III
ROBERTO CLÁUDIO BEZERRA

Prefeito de Fortaleza

PHILIPE THEOPHILO NOTTINGHAM

Secretário Municipal do Planejamento, Orçamento e Gestão – SEPOG

JOSÉ MARIA BARBOSA SOARES

Secretaria Municipal de Segurança Cidadã – SESEC

ANTÔNIO COSTA SILVA

Presidente do Instituto Municipal de Desenvolvimento


de Recursos Humanos – IMPARH

FLORA MARIA TELES LIMA


Diretora de Formação e Aperfeiçoamento de Servidores – DIFAP

MÁRCIA MARIA VIEIRA EVANGELISTA

Academia de Segurança Cidadã – AMSEC

CURSO DE FORMAÇÃO DE SUBINSPETORES DA


GUARDA MUNICIPAL DE FORTALEZA

Instituto Municipal de Desenvolvimento de Recursos Humanos –


IMPARH
Escola de Governo do Município de Fortaleza
Academia de Segurança Cidadã – AMSEC

Organizador

Academia de Segurança Cidadã – AMSEC

Instituto Municipal de Desenvolvimento de Recursos Humanos – IMPARH

Av. João Pessoa, 5609 • Damas • CEP 60435-682 • Fortaleza, Ceará, Brasil
Fone: 85 3433.2988 - 3433.2841
Apresentação
............................................................
A Escola de Governo criada através do Decreto Lei Nº 13.211 de 06 de
setembro de 2013 tem como competência a execução do Plano de Capacitação do
Servidor Público previsto na Lei Nº 10.248 de 27 de agosto de 2014. Os eventos ofertados
visam ao desenvolvimento das competências essenciais para o desempenho dos servidores
no exercício de suas funções e consequente garantia dos serviços públicos prestados ao
cidadão.
A Prefeitura de Fortaleza desenvolverá por meio da Escola de Governo/
IMPARH/AMSEC o Curso de Formação de Subinspetores da Guarda Municipal de
Fortaleza, voltado para o aprimoramento das competências técnicas dos servidores
municipais, oportunizando a melhoria dos serviços executados pela administração
pública.
Este módulo tem como objetivo apresentar as legislações relacionadas à
Estrutura Organizacional da SESEC e da GMF; à hierarquia, à disciplina e aos
procedimento de natureza disciplinar da GMF; ao desenvolvimento na carreira, à
composição remuneratória, às atribuições do cargo e a outros pontos pertinentes à carreira
da segurança pública; à criação, ao funcionamento, às competências, às prerrogativas, à
capacitação e aos demais assuntos pertinentes à carreira; bem como às normas internas
pertinentes. Também aborda as normas de Direitos Humanos aplicáveis à Segurança
Pública. O conteúdo a seguir foi elaborado pelos servidores Wagner Pereira Valdivino, da
Defesa Civil de Fortaleza, e Francisco Ernane Barbosa da Silva, da Guarda Municipal de
Fortaleza.
Desejamos a todos um bom aproveitamento e que esse curso seja uma
oportunidade de aperfeiçoamento profissional.

Instituto Municipal de Desenvolvimento de Recursos Humanos/


Equipe Escola de Governo
SUMÁRIO

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA SESEC E GMF

1 CONHECENDO A SESEC e GMF.……….…..……………..……………. 8

2 ESTRUTURA ADMINISTRATIVA ORGANIZACIONAL SESEC E 10


GMF…………………………………………………………………………...
3 EVOLUÇÃO DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL - SESEC/GMF…. 14

4 DECRETO Nº 14.490, DE 29 DE AGOSTO DE 2019…………....………. 16

5 DECRETO Nº 14.491, DE 29 DE AGOSTO DE 2019…………..…...…… 20

REGULAMENTO DISCIPLINAR DA GUARDA MUNICIPAL E


DEFESA CIVIL DE FORTALEZA

1 LEI COMPLEMENTAR Nº 0037 DE 10 DE JULHO DE 2007….…...…. 24

PLANO DE CARGOS, CARREIRAS E SALÁRIOS (PCCS) DOS


SERVIDORES DA GUARDA MUNICIPAL E DEFESA CIVIL DE
FORTALEZA

1 LEI COMPLEMENTAR Nº 038 DE 10 DE JULHO DE 2007…….…….. 76

ESTATUTO GERAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS

1 LEI FEDERAL Nº 13022, DE 8 DE AGOSTO DE 2014…………………… 103

PORTARIAS REGULAMENTADORAS

1 PORTARIA N° 59/2014 - GMF………………………………………………. 112

2 PORTARIA CONJUNTA Nº 0007 DE 06 DE MARÇO DE 2020 –


SESEC/GMF…………………………………………………………………... 113

3 PORTARIA CONJUNTA Nº 012/2019 – SESEC/GMF……………………. 117

4 PORTARIA CONJUNTA Nº 019/2019 – SESEC/GMF ……………..…... 122


5 LEI COMPLEMENTAR Nº 0150, DE 28 DE JUNHO DE 2013…………... 125

6 PORTARIA Nº 107/2014 – SESEC…………………………………..………. 126

NORMAS INTERNACIONAIS E NACIONAIS DE DIREITOS


HUMANOS APLICÁVEIS À FUNÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS
RESPONSÁVEIS PELA APLICAÇÃO DA LEI

1 NORMAS DE DIREITOS HUMANOS………………………………….... 129

2 ABUSO DE AUTORIDADE - LEI 13.869/2019..………………………….... 139

3 ESTUDO DE CASO………………………………………………………….. 142


ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA SESEC E GMF
1 CONHECENDO A SESEC e GMF

BREVE HISTÓRICO DA SESEC


A Secretaria Municipal da Segurança Cidadã (SESEC) foi criada pela Lei
Municipal nº 0137 de 08 de janeiro de 2013, tendo como seu órgão subordinado a Guarda
Municipal e Defesa Civil de Fortaleza. Em 2014, através da Lei Complementar nº 0176 de
19 de dezembro de 2014, As Acoes de Proteção e Defesa Civil do Município juntamente
com as ações de Inteligência e Segurança Institucional passaram a integrar a estrutura
organizacional da SESEC. Ainda em 2014 a Corregedoria da GMF e as ações de
Mediações de Conflitos do Município passam a ser de responsabilidade da SESEC. Em
2019, através da Lei Municipal n° 263/2019 foi criado o Fundo da Segurança Cidadã, alem
disso a Formação Inicial dos servidores das carreiras de segurança pública, defesa civil e
segurança institucional passam a ser de competência da Sesec.

IDENTIDADE ORGANIZACIONAL DA SESEC e GMF


Em 2019, ocorreu o processo de formulação do Planejamento Estratégico da
Secretaria Municipal da Segurança Cidadã e Guarda Municipal de Fortaleza no sentido de
definir o estabelecimento de metas, o empreendimento de ações, a mobilização de recursos
e a tomada de decisões, objetivando a consecução do sucesso. O planejamento estratégico é
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uma ferramenta importante para a eficiência da reestruturação, pois permite definir a
missão, a visão e os valores da organização, podendo se dar de diferentes formas e
metodologias.

BREVE HISTÓRICO DA GMF


A Guarda Municipal de Fortaleza foi criada pela Lei Municipal nº 1.396 de 10
de julho de 1959, sendo a mesma extinta em no ano de 1968. Com a vigência da Lei nº
3.557, de 02 de julho de 1968 criou-se o Departamento de Vigilância Municipal, com a
finalidade de desobstruir os espaços públicos, para favorecer a circulação dos pedestres no
centro de Fortaleza, sendo o referido departamento extinto no ano de 1985, através da Lei
nº 6.038/1985. No ano de 1985 foi criada a Guarda Civil de Fortaleza, momento em que
fora criado o cargo de Diretor Geral da GCM. Em 1989 através da Lei Complementar nº
6.476 de 10 de julho de 1989, A Guarda Civil de Fortaleza passa a ser chamada de Guarda
Municipal de Fortaleza. Subordinada a Secretaria de Administração do Município.
No ano de 2004, Com a Lei Complementar nº 17, de 07 de Junho de 2004,
nasce o Sistema Municipal de Segurança, defesa civil e Cidadania, através da união da
Guarda Municipal de Fortaleza e das ações de defesa civil, passando a posterior ser
chamada de Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, subordinado ao Gabinete do
Prefeito até o ano de 2012. Em 2013, através da Lei Municipal nº 0137, de 08 de janeiro de
2013 a Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza passa a ser subordinada a Secretaria
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Municipal da Segurança Cidadã – SESEC. Com a vigência da Lei Complementar 0176, de
19 de dezembro de 2014, A Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza passa a ser
redenominada de Guarda Municipal de Fortaleza.

2 ESTRUTURA ADMINISTRATIVA ORGANIZACIONAL SESEC E GMF

● DIREÇÃO E GERÊNCIA SUPERIOR – SESEC


Direção superior: Corresponde à instância máxima deliberativa que controla a organização,
desempenhando as funções relativas à liderança e articulação institucional ampla do setor
de atividades do órgão ou entidade, inclusive a representação e as relações
intragovernamental.
Gerência superior: responsável pelas funções relativas à intelecção e liderança técnica do
processo de implantação e controle de programas e projetos, e à ordenação das atividades
de gerência dos meios administrativos necessários ao funcionamento da Pasta.
SECRETÁRIO:
promover a administração geral da SESEC;
exercer a representação política e institucional da SESEC;
assessorar o Prefeito e colaborar com outros Secretários Municipais em assuntos de

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competência da SESEC;
SECRETÁRIO EXECUTIVO:
realizar a gestão interna da SESEC;
promover a administração geral da Secretaria;
autorizar a realização de empenho e suprimento de fundo
substituir o Secretário quando necessário.
● DIREÇÃO E GERÊNCIA SUPERIOR – GMF
DIRETOR:
exercer a Direção Geral da GMF no sentido de orientar, coordenar e supervisionar os
trabalhos da Guarda Municipal de Fortaleza;
autorizar a realização de empenho e suprimento de fundo;
executar as ações da política de segurança cidadã;
DIRETOR ADJUNTO:
auxiliar o Diretor da GMF a dirigir, organizar, orientar, controlar e coordenar as atividades
da Guarda Municipal de Fortaleza;
substituir o Diretor da GMF nos seus afastamentos, ausências e impedimentos;
● ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO DA SESEC e GMF
ASSESSORAMENTO: tem por competência prover as autoridades da organização de
assessoramento técnico especializado para a tomada de decisão;

EXEMPLO DE COMPETÊNCIAS:
ASJUR: prestar assessoramento jurídico aos gestores;
ASPLAN: definir, em sintonia com a Direção e Gerência Superior, as diretrizes e políticas
de desenvolvimento institucional.
ASI: assessorar direta e imediatamente o Chefe do Poder Executivo Municipal, por meio do

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Secretário da Segurança Cidadã, no desempenho de suas atribuições.
CORRREG: realizar e conduzir os procedimentos de sindicância que visem à apuração de
fatos ou transgressões disciplinares praticadas por servidores.
OUVID: receber e encaminhar à Secretaria Municipal da Segurança Cidadã as denúncias,
reclamações e representações sobre atos considerados ilegais, arbitrários, desonestos ou que
contrariem o interesse público, praticado por servidores públicos.
● ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO PROGRAMÁTICA - SESEC
EXECUÇÃO PROGRAMÁTICA: representado pelas unidades administrativas
encarregadas das funções finalísticas da pasta;

COPDC: elaborar e executar os Planos de Ações e de Contingência Municipal da


Coordenadoria de Proteção e Defesa Civil.
COPSEC: auxiliar a Direção e a Gerência Superior da SESEC no estabelecimento de
políticas, diretrizes e programas de Segurança Pública Cidadã para o Município de
Fortaleza.
AMSEC: planejar, coordenar e executar as ações de formação inicial, capacitação,
treinamento e aperfeiçoamento dos integrantes da SESEC E GMF.
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COVID: gerenciar informações geradas pelo sistema de monitoramento, para garantir o
cumprimento das normas vigentes relativa à segurança institucional, administrando e
fiscalizando as atividades de videomonitoramento realizadas no âmbito do Município de
Fortaleza.
COMED: coordenar a execução da Política de Mediação de Conflitos nas vertentes
comunitária e escolar.
● ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO PROGRAMÁTICA - GMF

COINSP: coordenar a gestão administrativa e operacional das Inspetorias Cidadãs Norte,


Sul, Leste, Oeste e Inspetoria dos Terminais.
COPCOM: coordenar a gestão administrativa e operacional das Células de Proteção
Comunitária vinculadas ao Programa Municipal de Proteção Urbana – PMPU.
COESP: coordenar a gestão administrativa e operacional das Inspetorias Especializadas da
Guarda Municipal de Fortaleza.
ARMARIA: armazenar, registrar, conferir e acautelar os DEC’s (Dispositivos Elétricos de
Controle), as munições, armas de fogo e seus respectivos acessórios, bem como todos os
equipamentos, de baixa letalidade, existentes na Guarda Municipal de Fortaleza.
GOE: controlar distúrbios civis que ameacem o funcionamento dos órgãos, o patrimônio

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público municipal e seus serviços e servidores, agindo para restabelecimento da ordem.

● ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO INSTRUMENTAL SESEC e GMF


SESEC:
Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação - COTEC;
Coordenadoria de Administrativo-Financeira - COAFI.

GMF:
Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação - CETIC;
Coordenadoria de Administrativo-Financeira - COAFI.

- COAFI-GMF & SESEC: definir, em sintonia com os gestores, as políticas e diretrizes


setoriais do órgão relativas às atividades administrativas, financeiras e de gestão de pessoas
e de suporte logístico.
- COTEC: elaborar projetos, desenvolver e manter soluções na área de Tecnologia de
Informação e Comunicação (TIC);
- CETIC: planejar, coordenar, controlar, orientar e avaliar as atividades relacionadas à
implantação e ao uso da tecnologia da informação, de telecomunicação no âmbito da GMF;

3 EVOLUÇÃO DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL - SESEC/GMF

A partir da política de modernização estabelecida pela Prefeitura de Fortaleza


as estruturas organizacionais no período de 2013 - 2019 passaram por diversas alterações,
tais como: a criação, modificação, fusão e extinção de várias unidades administrativa no
âmbito de cada órgão, conforme se ver abaixo:
● 2013 - SESEC, 1ª Estrutura Organizacional - DECRETO Nº 13.131/ 2013
DESTAQUE: Corregedoria Geral;
Assessoria Comunitária;
Assessoria de Capacitação Permanente.
Assessoria de Segurança Institucional.
● 2013 - GMF, 1ª Estrutura Organizacional - DECRETO nº 13.130/ 2013
DESTAQUE: Coordenadoria das Inspetorias Cidadãs (COINSP)
Núcleo Inspetorias Cidadãs 1 à 7;
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Coordenadoria de Grupamentos Especializados(COGESP);
Grupo de Operações Especiais (GOE);
Pelotão Urbano Motorizado de Apoio(PUMA);
Pelotão Ambiental (PA);
Pelotão de Salvamento Aquático(PSA);
Ronda Preventiva Escolar(ROPE);
Pelotão de Ciclopatrulhamento( PCICLO);
Núcleo de Segurança nos Terminais (NUTERM)
● 2014 - SESEC, 2ª Estrutura Organizacional - DECRETO nº 13.491/ 2014
DESTAQUE: Conselho Municipal de Segurança Pública Cidadã (CMSPC);
Conselho Municipal de Proteção e Defesa Civil (COMPDEC) ;
Gabinete de Gestão Integrada do Município(GGIM)
Coordenadoria de Políticas de Segurança Cidadã (COPSEC)
Coordenadoria de Capacitação Permanente (COCAP);
Coordenadoria Especial de Proteção e Defesa Civil(COEPDC)
● 2014 - GMF, 2ª Estrutura Organizacional - DECRETO Nº 13.513/ 2014
DESTAQUE: Assessoria de Informação e Conhecimento(ASSIC)
Coordenadoria das Inspetorias Cidadãs (COINSP)
Inspetorias Cidadãs I à VII;
Inspetoria dos Terminais(ITERM)
Coordenadoria de Inspetorias Especializadas (COIESP);
Inspetoria de Operações Especiais (IOPE);
Inspetoria da Proteção Urbana (IPROTUR);
Inspetoria de Proteção Ambiental (IPAM);
Inspetoria de Salvamento Aquático (ISA);
Inspetoria de Segurança Escolar (ISE);
Inspetoria de Ciclopatrulhamento(ICICLO);
Armaria.
● 2018 - SESEC, 3ª Estrutura Organizacional - DECRETO Nº 14.244/2018
DESTAQUE: Coordenadoria de Videomonitoramento(COVID);
Academia de Segurança Cidadã(AMSEC);
Núcleo de Atenção Biopsicossocial;
● 2018 - GMF, 3ª Estrutura Organizacional - DECRETO nº 14.246/2018
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DESTAQUE: Coordenadoria de Proteção Comunitária (COPCOM);
Grupo de Operações Especiais (GOE);
Núcleo de Atenção Biopsicossocial;
● 2019 - SESEC, 4ª Estrutura Organizacional - DECRETO nº 14.491/2019
DESTAQUE: Coordenadoria das Inspetorias Cidadã;
Inspetoria Cidadã Norte;
Inspetoria Cidadã Sul;
Inspetoria Cidadã Leste;
Inspetoria Cidadã Oeste;
Inspetoria dos Terminais

4 DECRETO Nº 14.490, DE 29 DE AGOSTO DE 2019

Dispõe sobre a estrutura organizacional, a distribuição e a denominação dos Cargos em


Comissão da Secretaria Municipal da Segurança Cidadã (SESEC), e dá outras providências.

O PREFEITO MUNICIPAL DE FORTALEZA, no uso das atribuições que lhe são


conferidas pelo art. 83, incisos VI e XI, da Lei Orgânica do Município de Fortaleza, e
CONSIDERANDO a Lei Complementar nº 0176, de 19 dezembro de 2014 e suas
alterações posteriores;
CONSIDERANDO o disposto no Decreto nº 14.244, de 29 de junho de 2018;
CONSIDERANDO a necessidade da estrutura administrativa dos órgãos que integram a
Administração Pública Municipal, alinhando-as às políticas e estratégias de ação
governamental, visando proporcionar a eficiência na prestação dos serviços públicos;

DECRETA:
Art. 1º - A estrutura organizacional da Secretaria Municipal da Segurança Cidadã (SESEC),
definida em seus níveis de hierarquia, é a seguinte:
I - DIREÇÃO SUPERIOR:
1. Secretário;
II - GERÊNCIA SUPERIOR.
2. Secretário Executivo;
III - ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO.
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3. Assessoria de Segurança Institucional.
4. Assessoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional.
5. Assessoria Jurídica.
6.Corregedoria.
7. Ouvidoria;
IV - ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO PROGRAMÁTICA.
8. Coordenadoria de Políticas de Segurança Cidadã
8.1. Célula de Programas de Segurança Preventiva;
8.2. Célula de Articulação Comunitária;
9. Coordenadoria de Mediação de Conflitos;
9.1. Célula de Mediação Escolar;
9.2. Célula de Mediação Cidadã;
10. Coordenadoria de Videomonitoramento;
11. Academia de Segurança Cidadã;
11.1. Célula de Formação e Capacitação;
11.1.1. Núcleo de Ensino;
11.2. Célula de Práticas Educacionais;
11.2.1. Núcleo de Técnicas Operacionais e de Armamento;
11.3. Secretaria Acadêmica;
12. Coordenadoria de Proteção e Defesa Civil;
12.1. Célula de Apoio à Vulnerabilidade Social;
12.2. Núcleo de Ações Preventivas;
12.3. Núcleo de Ações Comunitárias;
12.4. Núcleo de Ações Emergenciais;
V - ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO INSTRUMENTAL:
13. Coordenadoria Administrativo-Financeira;
13.1.Célula de Gestão Administrativa;
13.2. Célula de Gestão Financeira;
13.3. Célula de Gestão de Pessoas;
13.3.1. Núcleo de Atenção Biopsicossocial;
14. Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação:
14.1. Célula de Análise de Sistemas;
14.2. Célula de Suporte Técnico;
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VI - ÓRGÃO SUBORDINADO:
1. Guarda Municipal de Fortaleza (GMF):
VII - ÓRGÃO COLEGIADO:
1. Gabinete de Gestão
Integrada Municipal (GGI-M);
VIII - CONSELHO MUNICIPAL VINCULADO.
1. Conselho Municipal de Proteção e Defesa Civil(COMPDEC).

Art. 2º - Os cargos de provimento em comissão distribuídos na estrutura organizacional da


Secretaria Municipal da Segurança Cidadã (SESEC), provenientes dos Anexos I e II da Lei
Complementar nº 176, de 19 de dezembro de 2014, e suas alterações posteriores, estão
discriminados nos Anexos I e II deste Decreto.
Art. 3º - O organograma representativo da estrutura organizacional da Secretaria Municipal
da Segurança Cidadã (SESEC) é o constante do Anexo III deste Decreto.
Art. 4º - Obedecida a Legislação própria e os parâmetros estabelecidos neste Decreto, as
competências das unidades orgânicas integrantes da estrutura da Secretaria Municipal da
Segurança Cidadã (SESEC) serão fixadas em Regulamento a ser aprovado por Decreto do
Chefe do Poder Executivo, no prazo de até 180 (cento e oitenta) dias contados da
publicação deste Decreto.
Art. 5º - Este Decreto entra em vigor no dia 01 de setembro de 2019.
Art. 6º - Ficam revogadas as disposições em contrário, em especial o Decreto nº 14.244, de
29 de junho de 2018.

Paço Municipal de Fortaleza, em 29 de agosto de 2019


Roberto Cláudio Rodrigues Bezerra - PREFEITO DE FORTALEZA
Philipe Theophilo Nottingham - SEPOG

ORGANOGRAMA REPRESENTATIVO DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL


DA (SESEC)

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5 DECRETO Nº 14.491, DE 29 DE AGOSTO DE 2019

Dispõe sobre a estrutura organizacional, a distribuição e a denominação dos Cargos em


Comissão da Guarda Municipal de Fortaleza (GMF), e dá outras providências.

O PREFEITO MUNICIPAL DE FORTALEZA, no uso das atribuições que lhe são


conferidas pelo art. 83, incisos VI e XI, da Lei Orgânica do Município de Fortaleza, e
CONSIDERANDO a Lei Complementar nº 0176, de 19 dezembro de 2014 e suas
alterações posteriores;
CONSIDERANDO o disposto no Decreto nº 14.246, de 29 de junho de 2018;
CONSIDERANDO a necessidade de adequação da estrutura administrativa dos órgãos que
integram a Administração Pública Municipal, alinhando-as às políticas e estratégias de ação
governamental, visando proporcionar a eficiência na prestação dos serviços públicos;

DECRETA:
Art. 1º - A estrutura organizacional da Guarda Municipal de Fortaleza (GMF), definida em
19
seus níveis de hierarquia, é a seguinte:
I - DIREÇÃO SUPERIOR:
1. Diretor:
2. Diretor Adjunto.
II - ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO.
3. Assessoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional.
4. Assessoria Jurídica:
III - ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO PROGRAMÁTICA.
5. Coordenadoria das Inspetorias Cidadã;
5.1. Inspetoria Cidadã Norte;
5.2. Inspetoria Cidadã Sul;
5.3. Inspetoria Cidadã Leste;
5.4. Inspetoria Cidadã Oeste;
5.5. Inspetoria dos Terminais.
6. Coordenadoria das Inspetorias Especializadas;
6.1. Inspetoria de Proteção Ambiental;
6.2. Inspetoria de Salvamento Aquático;
6.3. Inspetoria de Segurança Escolar;
6.4. Inspetoria de Ciclopatrulhamento.
7. Coordenadoria de Proteção Comunitária.
8. Armaria.
9. Grupo de Operações Especiais.
IV - ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO INSTRUMENTAL.
10. Coordenadoria Administrativo-Financeira;
10.1. Célula de Gestão Administrativa;
10.2. Célula de Gestão Financeira;
10.3. Célula de Gestão de Pessoas;
11. Célula de Tecnologia da Informação e Comunicação.
Art. 2º - Os cargos de provimento em comissão distribuídos na estrutura organizacional da
Guarda Municipal de Fortaleza (GMF), provenientes dos Anexos I e II da Lei
Complementar nº 176, de 19 de dezembro de 2014, e suas alterações posteriores, estão
discriminados nos Anexos I e II deste Decreto.
Art. 3º - O organograma representativo da estrutura organizacional da Guarda Municipal de
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Fortaleza (GMF) é o constante do Anexo III deste Decreto.
Art. 4º - Obedecida a Legislação própria e os parâmetros estabelecidos neste Decreto, as
competências das unidades orgânicas integrantes da estrutura da Guarda Municipal de
Fortaleza (GMF) serão fixadas em Regulamento a ser aprovado por Decreto do Chefe do
Poder Executivo, no prazo de até 180 (cento e oitenta) dias contados da publicação deste
Decreto.
Art. 5º - Este Decreto entra em vigor no dia 01 de setembro de 2019.
Art. 6º - Ficam revogadas as disposições em contrário, em especial o Decreto nº 14.246, de
29 de junho de 2018.
Paço Municipal de Fortaleza, em 29 de agosto de 2019
Roberto Cláudio Rodrigues Bezerra - PREFEITO DE FORTALEZA
Philipe Theophilo Nottingham - SEPOG

ORGANOGRAMA REPRESENTATIVO DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL


DA (GMF)

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REGULAMENTO DISCIPLINAR DA GUARDA MUNICIPAL E DEFESA CIVIL
DE FORTALEZA – RDI/GMF

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1 LEI COMPLEMENTAR Nº 0037 DE 10 DE JULHO DE 2007

Institui o Regulamento Disciplinar Interno da Guarda


Municipal e Defesa Civil de Fortaleza e dá outras
providências.

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º - O Regulamento Disciplinar dos Servidores da Guarda Municipal e Defesa Civil de


Fortaleza, instituído por esta Lei Complementar, tem a finalidade de definir os deveres,
tipificar as infrações disciplinares, regular as sanções administrativas, os procedimentos
processuais correspondentes, os recursos, o comportamento e as recompensas aos referidos
servidores.
Art. 2º - Este regulamento aplica-se aos servidores pertencentes ao efetivo da Guarda
Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, incluindo-se, ainda, os ocupantes exclusivamente de
cargos em comissão, os servidores de atividades administrativas e os de nível superior.

TÍTULO II
DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO I
DA HIERARQUIA E DISCIPLINA

Art. 3º - A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Guarda Municipal e Defesa


Civil de Fortaleza, sendo a hierarquia a ordenação de autoridade, em níveis diferentes de
uma escala existindo superiores e subordinados; e a disciplina a rigorosa observância e
acatamento das leis, regulamentos, decretos e as demais disposições legais, traduzindo se
pelo voluntário e adequado cumprimento ao dever funcional.
Art. 4º - São princípios norteadores da disciplina e da hierarquia da Guarda Municipal e
Defesa Civil de Fortaleza:
I - o respeito à dignidade humana;
II - o respeito à cidadania;
III - o respeito à justiça;

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IV - o respeito à legalidade democrática;
V - o respeito à coisa pública.
Art. 5º - São superiores em razão do cargo, ainda que não pertencentes às carreiras do
Corpo da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza:
I - chefe do Poder Executivo Municipal;
II - diretor-geral da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza.

COMENTÁRIO: O Secretário Titular Municipal de Segurança Cidadã e o Secretário


Executivo da SESEC, entram no escalonamento da cadeia de superiores da carreira de
Segurança em razão do cargo.

Art. 6º - As ordens legais devem ser prontamente executadas, cabendo responsabilidade à


autoridade que as determinar.
§ 1º - A hierarquia confere ao superior o poder de transmitir ordens, de fiscalizar e de rever
decisões em relação ao subordinado.
§ 2º - Os integrantes do Corpo da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza serão
subordinados à disciplina básica da mesma, onde quer que exerçam suas atividades,
sujeitando-se também às normas dos órgãos onde desenvolvam suas atividades, desde que
estas não conflitem com as da instituição, que são soberanas.
§ 3º - No caso de dúvida acerca dos procedimentos a serem adotados nas ações práticas,
será assegurado o esclarecimento ao subordinado.
Art. 7º - Todo servidor da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza que se deparar
com ato contrário à disciplina da instituição deverá adotar medida saneadora.
Parágrafo Único - Se detentor de hierárquica sobre o infrator, o servidor da Guarda
Municipal e Defesa Civil de Fortaleza deverá adotar as providências cabíveis pessoalmente;
se subordinado, deverá comunicar às autoridades competentes
Art. 8º - O ordenamento hierárquico da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza
compreende 03 (três) carreiras, sendo:
I - Carreira de Segurança Pública;
II - Carreira de Defesa Civil;
III - Carreira de Segurança Institucional.

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COMENTÁRIO: Com a criação da SESEC os servidores da carreira de defesa civil e
segurança institucional passaram integrar os quadros da referida secretaria, ficando portanto
apenas a carreira da segurança pública submetida ao ordenamento hierárquico.

Art. 9º - A precedência hierárquica, salvo nos casos a que se refere o art. 5º desta Lei, é
regulada pelos cargos.
Art. 10 - Na igualdade de cargos, terá precedência hierárquica:
I - o servidor mais antigo no cargo;
II - o servidor mais antigo na Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza;
III - pela posição nas escalas numéricas, número funcional ou registros similares.

COMENTÁRIO: Caso ocorra situações em que 02 servidores ocupantes do mesmo cargo


com a mesma admissão estejam prestando suas atividades no mesmo posto de trabalho, a
precedência hierárquica dar-se-á pela posição numérica do número funcional.

Art. 11 - São deveres do servidor da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, além
dos demais elencados neste regulamento:
I - ser assíduo e pontual;
II – cumprir as ordens superiores, representando quando forem manifestamente ilegais;
III - desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de que for incumbido;
IV - guardar sigilo sobre os assuntos da administração;
V - tratar com urbanidade os companheiros de trabalho e o público em geral;
VI - manter sempre atualizada sua declaração de família, de residência e de domicílio;
VII -zelar pela economia do material do Município e pela conservação do que for confiado
à sua guarda e utilização;
VIII - proceder, pública e particularmente, de forma que dignifique a função pública;
IX - cooperar e manter o espírito de solidariedade, afeição e camaradagem com os
companheiros de trabalho;
X - estar em dia com as leis, regimentos, regulamentos, instruções e ordens de serviço que
digam respeito às suas funções;
26
XI - prestar continência a seu superior hierárquico;
XII – comparecer convenientemente trajado em serviço e com o uniforme determinado
para a ocasião;
XIII - zelar pela boa apresentação individual.
Parágrafo Único - Fazem parte da boa apresentação individual a barba e cabelos cortados,
unhas aparadas e, para o efetivo feminino, os cabelos curtos ou presos segundo os tipos
prescritos, sendo permitido o uso de brincos discretos e maquiagem leve, segundo as
demais disposições deste regulamento.

COMENTÁRIO: Em que pese o Estatuto dos Servidores do Município de Fortaleza, Lei


6794/90, abordar os deveres funcionais, o RDI também de forma concorrente prevê as
situações que definem os deveres funcionais. Em 2015 a boa apresentação individual fora
regulamentada através de ato interno do Diretor da Guarda Municipal através de Portaria 28 de
maio de 2015, que disciplinou sobre as instruções para a apresentação individual e uso de
adornos por parte dos integrantes da Guarda Municipal de Fortaleza.

CAPÍTULO II
DO USO DO UNIFORME

Art. 12 - O uso correto dos uniformes é fator primordial na boa apresentação individual e
coletiva do quadro de pessoal da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza,
contribuindo para o fortalecimento da disciplina e da imagem da instituição perante a
opinião pública.
§ 1º - É obrigatório o uso do uniforme limpo e completo pelo Corpo da Guarda Municipal e
Defesa Civil de Fortaleza, quando em efetivo serviço, salvo por exigência do serviço
prestado com a devida autorização da Direção-Geral.
§ 2º - Os servidores de carreira pertencentes ao Corpo da Guarda Municipal e Defesa Civil
de Fortaleza, quando investidos em cargos de comissão poderão usar o uniforme, dentro da
conveniência de suas atividades ou por determinação da Direção-Geral.
Art. 13 - É vedado ao Corpo da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza o uso do
uniforme quando:
I - não mais pertencer ao Corpo da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza;

27
II - passar para a inatividade;
III -praticar atos de incontinência pública e escandalosa de vícios, jogos proibidos ou
embriaguez habitual;

COMENTÁRIO: faltas disciplinares como incontinência pública e escandalosa de vícios,


jogos proibidos ou embriaguez habitual poderão importar na demissão a bem do serviço
público.

IV - estiver disciplinarmente afastado do cargo;


V - estiver à disposição, com ou sem ônus para a origem, excetuados os casos previstos em
convênios com outros órgãos públicos;
VI - estiver em gozo de férias ou licenças médicas;
VII - estiver afastado de suas funções para trato de interesse particular, para concorrer ou
desempenhar mandato eletivo ou de representação sindical;
VIII – participar de manifestações de caráter político-partidárias.

COMENTÁRIO: Além das situações referenciadas a GMF, para fins de controle e


fiscalização instituiu Portaria regulamentando a devolução do uniforme junto ao protocolo
do órgão, nos casos de exoneração, demissão e aposentadoria.

CAPÍTULO III
DA CONTINÊNCIA

Art. 14 - Os servidores ocupantes de cargo efetivo dentro da Carreira de Segurança Pública


da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza manifestarão respeito e apreço aos seus
superiores, pares e subordinados através da continência:
I - dirigindo-se a eles ou atendendo-os, de modo disciplinado;
II - observando a hierárquica;
III - observando que a continência é impessoal e que visa à autoridade e não à pessoa.
IV - verificando que a continência parte sempre do servidor de menor precedência
hierárquica;
28
V - reconhecendo que todo servidor deve, obrigatoriamente, retribuir a continência que lhe
é prestada; se uniformizado, prestará a continência individual; se à paisana, responderá com
um movimento de cabeça e com um cumprimento verbal.
Art. 15 - Têm direito à continência:
I – a Bandeira Nacional:
a) ao ser hasteada ou arriada diariamente em cerimônia militar ou cívica;
b) por ocasião da cerimônia de incorporação ou desincorporação, nas formaturas;
c) quando conduzida em marcha, desfile ou cortejo, acompanhada por guarda ou por
organização civil, em cerimônia cívica;
II - o Hino Nacional, quando executado em solenidade militar ou cívica;
III - o chefe do Poder Executivo Municipal;
IV - os superiores hierárquicos.

CAPÍTULO IV
DO COMPORTAMENTO DO SERVIDOR

Art. 16 - Ao ingressar no Corpo da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, o


servidor será classificado no comportamento bom.
Art. 17 - Para fins disciplinares e para os demais efeitos legais, o comportamento do
servidor da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza será considerado:
I - excelente, quando no período de 4 (quatro) anos não tiver sofrido qualquer punição;
II - bom, quando no período de 3 (três) anos não tiver sofrido pena de suspensão;
III - insuficiente, quando no período de 2 (dois) anos tiver sofrido até 2 (duas) suspensões
ou equivalentes (§ 1º);
IV - ruim, quando no período de 1 (um) ano tiver sofrido o somatório de mais de 15
(quinze) dias de suspensão.
§ 1º - Para a classificação de comportamento, 2 (duas) advertências equivalerão a 1 (uma)
suspensão.
§ 2º - A avaliação do comportamento dar-se-á anualmente através de portaria do diretor-
geral da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, de acordo com os critérios
estabelecidos neste artigo.
§ 3º - A contagem de tempo para a melhoria de comportamento começará a partir da data
em que se encerrar o cumprimento da punição.
29
§ 4º - O conceito atribuído ao comportamento do servidor, nos termos do disposto neste
artigo, será considerado para:
I - indicação para participação em cursos de aperfeiçoamento;
II - submissão à participação em programa educativo, nas hipóteses dos incisos III e IV do
caput deste artigo, se a soma das penas de suspensão aplicadas for superior a 30 (trinta)
dias.
Art. 18 - Anualmente será elaborado pela Corregedoria da Guarda Municipal o relatório de
avaliação disciplinar do efetivo da Guarda Municipal, o qual será submetido à apreciação
da Assessoria Jurídica e do diretor- geral.
§ 1º - A Corregedoria da Guarda Municipal convidará 1 (um) servidor de cada categoria
profissional do Corpo da Guarda Municipal e Defesa Civil para acompanhar os trabalhos de
formação do relatório citado no caput deste artigo.
§ 2º - Os critérios de avaliação terão por base a aplicação desta Lei Complementar.
§ 3º - A avaliação deverá considerar a totalidade das infrações punidas, a tipificação e as
sanções correspondentes e o cargo do infrator.
Art. 19 - Do ato do diretor-geral que classificar os integrantes da instituição caberá recurso,
dirigido à própria direção da instituição, devendo conter a justificativa para o recebimento
deste.
Parágrafo Único - O recurso previsto neste artigo deverá ser interposto no prazo de 15
(quinze) dias, contados da data da publicação oficial do ato impugnável e terá efeito
suspensivo.

CAPÍTULO V
DAS RECOMPENSAS

Art. 20 - As recompensas constituem-se em reconhecimento aos bons serviços, atos


meritórios e trabalhos relevantes prestados pelo servidor.
Art. 21 - São recompensas da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza:
I – condecorações por serviços prestados;
II - elogios.
§ 1º - Condecorações constituem-se em referências honrosas e insígnias conferidas aos
integrantes da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza por sua atuação em
ocorrências de relevo na preservação da vida, da integridade física e do patrimônio
30
municipal, podendo ser formalizadas independentemente da classificação de
comportamento, com a devida publicidade no Diário Oficial do Município e registro em
pasta funcional.
§ 2º - Elogio é o reconhecimento formal da administração às qualidade morais e
profissionais daqueles que compõem a Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, com
a devida publicidade no Diário Oficial do Município e registro em pasta funcional.
§ 3º - As recompensas previstas neste artigo serão conferidas por determinação do diretor-
geral da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza.

CAPÍTULO VI
DO DIREITO DE PETIÇÃO

Art. 22 - É assegurado ao servidor da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza o


direito de requerer ou representar, quando se julgar prejudicado por ato ilegal praticado por
superior hierárquico, desde que o faça dentro das normas de urbanidade.
Parágrafo Único - Os requerimentos deverão ser endereçados à Ouvidoria da instituição,
que se encarregará de adotar as providências que julgar necessárias para o andamento dos
pedidos.
TÍTULO III
DAS INFRAÇÕES DISCIPLINARES

CAPÍTULO I
DA DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES DISCIPLINARES

Art. 23 - Infração disciplinar é toda qualquer violação aos deveres funcionais, aos
princípios éticos e norteadores da conduta dos integrantes da Guarda Municipal e Defesa
Civil de Fortaleza, podendo esta transgressão se manifestar através de ação ou omissão,
desde que contrarie os preceitos estabelecidos nesta Lei Complementar, no Estatuto dos
Servidores Públicos Municipais e as demais leis, regulamentos, normas e disposições
legais, sem prejuízo da aplicação de sanções de natureza penal.
Art. 24 - As infrações, quanto à sua natureza, classificam-se em:
I - leves;
II - médias;
31
III - graves.
Art. 25 - São infrações disciplinares de natureza LEVE:
I – chegar atrasado, sem justo motivo, a ato ou ao posto de serviço;
II - permutar serviço sem permissão da autoridade competente;
III - deixar de usar uniforme, ou usá-lo incompleto, contrariando as normas respectivas ou
trajar vestuário incompatível com a função;
IV - suprimir a identificação do uniforme ou utilizar-se de meios ilícitos para dificultar a
identificação;
V - descurar-se do asseio pessoal ou coletivo, conforme o art. 11, parágrafo único, desta
Lei Complementar;
VI - negar-se a receber uniforme, equipamentos ou outros objetos que lhe sejam destinados
ou que devam ficar em seu poder;
VII - conduzir veículo da instituição sem autorização da unidade competente;
VIII - fumar, estando de serviço, nos locais em que tal procedimento seja vedado;
IX - deixar de encaminhar documentos no prazo legal;
X - negar-se a prestar continência a seus superiores, de acordo com Capítulo III deste
regulamento.
Art. 26 - São transgressões disciplinares de natureza MÉDIA:
I - faltar ou ausentar se do serviço sem motivo justificável;
II - deixar de comunicar ao superior imediato ou, na sua ausência, a outro superior,
informação sobre perturbação da ordem pública, logo que dela tenha conhecimento;
III - encaminhar documentos ao superior hierárquico comunicando infração disciplinar
inexistente ou sem indícios de fundamentação fática;
IV - desempenhar inadequadamente suas funções por falta de atenção;
V - afastar-se, momentaneamente, sem justo motivo, do local em que deva encontrar-se por
força de ordens ou disposições legais;
VI - deixar de apresentar-se, nos prazos estabelecidos, sem motivo justificado, nos locais
em que deva comparecer;
VII – representar a instituição em qualquer ato sem estar autorizado pela Direção-Geral;
VIII - deixar de se apresentar à instituição, mesmo estando de folga, após ato convocatório
do diretor da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza;

32
IX - sobrepor ao uniforme insígnias de sociedades particulares, entidades religiosas ou
políticas ou, ainda, usar indevidamente medalhas desportivas, distintivos ou condecorações,
sem motivo justificado;
X - dirigir veículo da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza em desobediência às
determinações contidas no Código de Trânsito Brasileiro, salvo se em caso de emergência e
no estrito cumprimento do dever;
XI - deixar de preencher relatório de atividades ou omitir informações decorrentes da
operação realizada, salvo por motivo justificável;
XII - ofender a moral e os bons costumes, por meio de atos, palavras ou gestos;
XIII - responder por qualquer modo desrespeitoso a servidor da Guarda Municipal e
Defesa Civil de Fortaleza, com função superior, igual ou inferior, ou a qualquer munícipe;
XIV - deixar de zelar pela economia do material do Município e pela conservação do que
for confiado à sua guarda ou utilização;
XV - designar ou manter sob sua chefia imediata cônjuge, companheiro ou companheira ou
parente até 2º grau;
XVI - coagir ou aliciar subordinados com objetivos de natureza político- partidária;
XVII - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou
objeto da repartição;
XVIII - recusar fé a documentos públicos;
XIX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da
dignidade da função pública;
XX - deixar de manter em dia a escrituração do setor onde trabalha, no que for da sua
competência;
XXI - permitir a presença de pessoas estranhas ao serviço, em local em que seja proibida;
XXII - permitir que o subordinado exerça função incompatível com suas atribuições ou
proibidas por lei ou regulamento.
Art. 27 - As transgressões disciplinares de natureza GRAVE classificam-se em 4 (quatro)
grupos.
§ 1º - São transgressões disciplinares do primeiro grupo:
I - deixar de assumir a responsabilidade por seus atos ou pelos atos praticados por servidor
da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza em função subordinada que agir em
cumprimento de sua ordem;

33
II - permanecer uniformizado, não estando em serviço, em boates, casas de prostituição,
bares suspeitos, clubes de carteados, salões de bilhar, bingos ou semelhantes, locais em que
se realizem corridas de cavalo ou quaisquer outros locais em que pela localização,
frequência ou prática habitual, possam comprometer a Guarda Municipal e Defesa Civil de
Fortaleza e a administração pública municipal;
III - deixar de comunicar a seu chefe imediato faltas graves ou crimes de que tenha
conhecimento em razão da função;
IV - deixar, quando solicitado, de prestar auxílio na manutenção ou restabelecimento da
ordem pública, quando ao seu alcance;
V - ingerir bebida alcoólica estando uniformizado;
VI - introduzir ou tentar introduzir bebidas alcoólicas em dependências da instituição ou
postos de serviço;
VII - solicitar a interferência de pessoas estranhas à instituição, a fim de obter para si ou
para outrem qualquer vantagem ou benefício;
VIII - fornecer à imprensa informações que ultrapassem a sua competência ou que sejam
de caráter sigiloso;
IX - divulgar decisão, despacho, ordem ou informação, antes de oficialmente publicada;
X - exercer atividade incompatível com a função de guarda, subinspetor, agente de
segurança institucional e agente de defesa civil;
XI - assinar documentos que importem ordem ou determinação a superior;
XII - apresentar-se uniformizado quando proibido;
XIII - praticar quaisquer atos que ponham em dúvida a sua honestidade funcional;
XIV - espalhar notícias falsas em prejuízo da ordem e da disciplina da Guarda Municipal e
Defesa Civil de Fortaleza e do serviço público municipal como um todo;
XV - apresentar-se publicamente em situação que denigra a imagem da instituição, em
decorrência do consumo de bebidas alcoólicas, estando em serviço ou no uso do
fardamento;
XVI - fazer propaganda político-partidária nas dependências da Guarda Municipal e Defesa
Civil de Fortaleza ou em qualquer outro local estando fardado, vinculando a imagem do
serviço público municipal a qualquer partido político ou candidato;
XVII - entrar ou permanecer em comitê político ou participar de comícios estando
uniformizado, salvo quando em serviço;
XVIII - utilizar-se do anonimato para macular ou ferir pares, superiores ou subordinados;
34
XIX - deixar com pessoas estranhas à Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza sua
carteira de identificação funcional ou simulacros;
XX - faltar com a verdade junto a depoimentos em relatórios e declarações, por ocasião de
ocorrências de qualquer natureza;
XXI - desempenhar inadequadamente suas funções de modo intencional;
XXII - alegar doença para esquivar-se ao cumprimento do dever, sem apresentar atestados
ou laudos médico-periciais, dentro dos prazos legais, que comprovem sua situação;
XXIII - vender, ceder, doar ou emprestar peças de uniforme e/ou equipamento ou
quaisquer materiais pertencentes à instituição;
XXIV – abandonar o serviço para o qual tenha sido designado, sem a devida justificativa e
autorização do chefe imediato;
XXV - retirar ou tentar retirar de local sob a administração da Guarda Municipal e Defesa
Civil de Fortaleza objeto ou viatura, sem ordem dos respectivos responsáveis;
XXVI - usar expressões jocosas ou pejorativas que atentem contra a raça, a religião, o
credo ou orientação sexual e cultural;
XXVII - participar da gerência ou administração de empresas privadas, em especial aquelas
da área de segurança;
XXVIII - omitir, em qualquer documento, dados indispensáveis ao esclarecimento dos
fatos;
XXIX - transportar na viatura, que esteja sob seu comando ou responsabilidade, pessoa ou
material, sem autorização da autoridade competente.
§ 2º - São transgressões disciplinares do segundo grupo:
I - ofender colegas com gestos, palavras ou escritos;
II - introduzir, distribuir ou tentar fazer, nas dependências da instituição ou em lugar
público, estampas e publicações que atentem contra a disciplina ou a moral;
III - introduzir ou tentar introduzir em dependências da Guarda Municipal e Defesa Civil
de Fortaleza ou outra repartição pública, material inflamável ou explosivo sem permissão
do superior hierárquico;
IV - dificultar ao servidor da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza em função
subordinada a apresentação de reclamação, recurso ou exercício do direito de petição;
V - praticar violência, em serviço ou em razão dele, contra servidores ou particulares, salvo
se em legítima defesa e no estrito cumprimento do dever;

35
VI - deixar de providenciar para que seja garantida a integridade física de pessoas detidas
ou sob sua guarda ou responsabilidade;
VII - publicar ou contribuir para que sejam publicados fatos ou documentos privativos da
Direção da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza;
VIII - recusar-se a auxiliar as autoridades públicas ou seus agentes que estejam no
exercício de suas funções e que, em virtude destas, necessitem do auxílio imediato, desde
que esteja dentro de suas atribuições;
IX - contribuir para que pessoas detidas ou sob guarda ou responsabilidade conservem em
seu poder objetos não permitidos;
X - abrir ou tentar abrir setor da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, sem
autorização, salvo se em caso de urgência ou emergência;
XI - ofender, provocar ou desafiar autoridade ou servidor da Guarda Municipal e Defesa
Civil de Fortaleza que exerça função superior, igual ou subordinada, com palavras, gestos
ou ações;
XII - deixar de cumprir escala ou retardar serviço ou ordem legal, sem motivo escusável;
XIII – descumprir preceitos legais durante a custódia de pessoas detidas sob sua guarda ou
responsabilidade;
XIV - aconselhar ou concorrer para o descumprimento de ordem legal de autoridade
competente;
XV - referir-se depreciativamente às ordens legais em informações, pareceres, despachos,
pela imprensa ou por qualquer meio de divulgação;
XVI - publicar ou contribuir para que sejam publicados fatos ou documentos afetos à
Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza que possam concorrer para ferir a disciplina
ou a hierarquia ou comprometer a segurança institucional.
§ 3º - São transgressões disciplinares do terceiro grupo:
I - dar ordem ilegal ou claramente inexequível;
II - violar ou deixar de preservar local de crime;
III - ameaçar, induzir ou instigar alguém a prestar declarações falsas no procedimento
penal, civil ou administrativo;
IV - deixar de comunicar ato ou fato irregular que presenciar, de qualquer servidor
integrante da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, mesmo quando não lhe couber
intervir;
V - deixar de auxiliar o companheiro de serviço envolvido em ocorrência;
36
VI – trabalhar em estado de embriaguez ou sob efeito de substância entorpecente;
VII - praticar atos obscenos em lugar público ou acessível ao público.
§ 4º - São transgressões disciplinares do quarto grupo:
I - extraviar, danificar ou subtrair, em benefício próprio ou de outrem, documentos de
interesse da administração;
II - valer-se ou fazer uso de cargo ou função pública para praticar assédio sexual ou moral;
III - procurar a parte interessada em ocorrência para obtenção de vantagem indevida;
IV – acumular ilicitamente seu cargo público no Município de Fortaleza, com qualquer
outro, nas esferas municipal, estadual ou federal, nos termos da Constituição Federal;
V - não acatamento de ordem superior que importe prejuízos graves à administração
pública ou a terceiros.
§ 5º - Verificada em processo administrativo a acumulação ilícita, desde que seja
comprovada a boa-fé, o servidor optará por 1 (um) dos cargos e, se não o fizer dentro de 15
(quinze) dias, será exonerado de qualquer deles, a critério da administração.

CAPÍTULO II
DAS SANÇÕES DISCIPLINARES

Art. 28 - As sanções disciplinares aplicáveis aos servidores da Guarda Municipal e Defesa


Civil de Fortaleza, nos termos dos artigos precedentes, são:
I - ressarcimento ao erário público municipal;
II - advertência;
III - suspensão;
IV - destituição de cargo em comissão;
V - demissão;
VI – demissão a bem do serviço público.

SEÇÃO I
DO RESSARCIMENTO AO ERÁRIO, DA ADVERTÊNCIA E DA SUSPENSÃO

Art. 29 - O ressarcimento ao erário, é a forma que o Poder Público Municipal tem de


reaver, financeiramente, o gasto que foi obrigado a suportar em decorrência do

37
procedimento negligente, imprudente ou imperito de seus agentes, nos moldes dos arts. 99,
100 e 170 da Lei Municipal n° 6.794, de 27 de dezembro de 1990, e ocorrerá quando:
I - o agente público cometer infrações de trânsito, comprovadas por meio de notificações
dos órgãos de trânsito;
II - o agente público causar danos a terceiros, comprovados por meio de orçamentos
próprios;
III - houver a perda do material de trabalho, no que importar prejuízos ao desempenho das
atividades laborais.
Parágrafo Único - O ressarcimento ao erário será precedido do competente processo
administrativo disciplinar, o qual garantirá a ampla defesa e o contraditório ao servidor
envolvido, nos moldes da legislação vigente.
Art. 30 - A advertência será aplicada às faltas de natureza leve, terá publicidade no Diário
Oficial do Município, e constará da pasta funcional individual do infrator, não sendo levada
em consideração para os efeitos do disposto no art. 17 deste regulamento.
Parágrafo Único – Para a primeira transgressão disciplinar de natureza leve, aplica-se a
pena de advertência; para a primeira reincidência, aplica-se a pena de suspensão por 1 (um)
dia; para a segunda reincidência, aplica-se a pena de suspensão de 2 (dois) dias; para a
terceira, aplica-se a pena de suspensão de 4 (quatro) dias, seguindo-se a contagem com
múltiplos de 2 (dois) até o limite de 30 (trinta) dias, respeitando sempre as circunstâncias
atenuantes e agravantes.
Art. 31 - A pena de suspensão, que não excederá de 90 (noventa) dias, será aplicada ao
servidor que reincidir na prática de infrações de natureza leve e infringir as transgressões de
natureza média e grave, tendo publicidade no Diário Oficial do Município, devendo,
igualmente, ser averbada na pasta funcional individual do infrator, para os efeitos do
disposto no art. 17 deste regulamento.
§ 1º - Para a primeira transgressão disciplinar de natureza média, aplica-se a pena de
suspensão de 1 (um) dia; para a primeira reincidência, aplica- se a pena de suspensão de 3
(três) dias; para a segunda reincidência, aplica-se a pena de 6 (seis) dias, seguindo-se a
contagem com múltiplos de 3 (três) até o limite de 30 (trinta) dias, respeitando sempre as
circunstâncias atenuantes e agravantes.
§ 2º - Às transgressões disciplinares de natureza grave, do primeiro grupo, comina-se a
pena de suspensão de 3 (três) dias; para a primeira reincidência, a pena cominada será de 5

38
(cinco) dias; para a segunda, a pena cominada será de 10 (dez) dias, seguindo-se a
contagem com múltiplos de 5 (cinco) até o limite de 90 (noventa) dias.
§ 3º - Às transgressões disciplinares de natureza grave, do segundo grupo, comina-se a pena
de suspensão de 5 (cinco) dias; para a primeira reincidência a pena cominada, será de 10
(dez) dias; para a segunda, a pena cominada será de 20 (vinte) dias, seguindo-se a contagem
com múltiplos de 10 (dez) até o limite de 90 (noventa) dias.
§ 4º - Às transgressões disciplinares de natureza grave, do terceiro grupo, comina-se a pena
de suspensão de 10 (dez) dias; para a primeira reincidência, a pena cominada será de 15
(quinze) dias; para a segunda, a pena cominada será de 30 (trinta) dias, seguindo-se a
contagem com múltiplos de 15 (quinze) até o limite de 90 (noventa) dias.
§ 5º - Às transgressões disciplinares de natureza grave, do quarto grupo, cominasse a pena
de suspensão de 21 (vinte e um) a 30 (trinta) dias; para a primeira reincidência, a pena
cominada será de até 60 (sessenta) dias, não inferior à pena de transgressão; para a segunda,
a pena cominada será de 90 (noventa) dias.

COMENTÁRIO: Na dosagem sob a pena base a autoridade julgadora deverá observar nos
casos de reincidências o prazo prescricional decorrentes de cancelamento de sanções.

Art. 32 - Durante o período de cumprimento da suspensão, o servidor perderá todas as


vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo, exceto quando houver conveniência
para o serviço quando a pena de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50%
(cinquenta por cento) por dia da remuneração, sendo o servidor, nesse caso, obrigado a
permanecer em exercício.

SEÇÃO II
DA DEMISSÃO

Art. 33 - Será aplicada a pena de demissão, conforme determina o art. 211, § 3º, da Lei
Municipal nº 6.794, de 27 de dezembro de 1990, nos casos de:
I - crime contra a administração pública;
II - abandono de cargo, quando o servidor faltar, sem justa causa, ao serviço por mais de 30
(trinta) dias consecutivos;

39
III - faltas ao serviço, sem justa causa, por mais de 60 (sessenta) dias interpolados durante
o período de 12 (doze) meses;
IV - improbidade administrativa;
V – infringência ao disposto no art. 27, § 4º, inciso V, deste regulamento;
VI - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo se em legítima defesa
própria de outrem e/ou em defesa do patrimônio público municipal;
VII - aplicação irregular de dinheiro público;
VIII - revelação de segredo apropriado em razão do cargo;
IX - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio municipal;
X - acumulação ilegal de cargos públicos, ressalvado o disposto no art. 27, § 5º, desta Lei
Complementar;
XI - transgressões ao art. 168, incisos X a XV, da Lei Municipal nº 6.794, de 27 de
dezembro de 1990.
Art. 34 - As penalidades poderão ser abrandadas pela autoridade que as tiver de aplicar,
levadas em conta a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o
serviço público, as circunstâncias atenuantes e o anterior comportamento do servidor.
Art. 35 - Uma vez submetido a inquérito administrativo, o servidor só poderá ser
exonerado a pedido, depois de ocorrida a absolvição ou após o cumprimento da penalidade
que lhe houver sido imposta.
Parágrafo Único - O disposto neste artigo não se aplica, a juízo da autoridade competente,
para impor a penalidade, aos casos previstos nos incisos II e III do art. 33 desta Lei.

SEÇÃO III
DA DEMISSÃO A BEM DO SERVIÇO PÚBLICO

Art. 36 - Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço público ao servidor, de


conformidade com o art. 211, § 3º, da Lei Municipal nº 6.794, de 27 de dezembro de 1990:
I - praticar, em serviço ou em razão dele, atos atentatórios à vida e à integridade física de
qualquer pessoa, salvo se em legítima defesa própria ou de outrem e/ou em defesa do
patrimônio público municipal;
II - praticar crimes hediondos previstos na Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, alterada
pela Lei Federal nº 8.930, de 06 de setembro de 1994, crimes contra a administração

40
pública, a fé pública, a ordem tributária e a segurança nacional, bem como de crimes contra
a vida, salvo se em legítima defesa, mesmo que fora de serviço;
III - lesar o patrimônio ou os cofres públicos;
IV - conceder vantagens ilícitas, valendo-se da função pública;
V - praticar insubordinação grave;
VI - receber ou solicitar propinas, comissões ou vantagens de qualquer espécie, diretamente
ou por intermédio de outrem, ainda que fora de suas funções, mas em razão delas;
VII - exercer a advocacia administrativa;
VIII - praticar ato de incontinência pública e escandalosa ou dar-se ao vício de jogos
proibidos, quando em serviço;
IX - revelar segredos de que tenha conhecimento em razão do cargo ou função, desde que o
faça dolosamente, com prejuízo para o Município ou para qualquer particular.

TÍTULO IV
DA OUVIDORIA E DA CORREGEDORIA DA GMF

CAPÍTULO I
DA OUVIDORIA DA GUARDA MUNICIPAL E DEFESA CIVIL DE FORTALEZA
Art. 37 - Fica criada a Ouvidoria da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, como
setor vinculado diretamente à Diretoria-Geral da Guarda Municipal e que terá a seguinte
composição:
I - 1 (um) ouvidor, simbologia DAS-1;
II - 2 (dois) auxiliares de Ouvidoria, simbologia DNI-1.

COMENTÁRIO: As denominações e simbologias dos cargos de Ouvidor e seus auxiliaram


foram modificados por força do Decreto Municipal nº13.131, que trata da Estrutura
Organizacional da SESEC e suas posteriores alterações.

Art. 38 – Os cargos de ouvidor e de auxiliar de Ouvidoria são cargos em comissão


integrantes da estrutura administrativa da Prefeitura Municipal de Fortaleza, de livre
nomeação e exoneração pelo chefe do Poder Executivo Municipal.

41
Parágrafo Único. O chefe do Poder Executivo Municipal, através de decreto,
regulamentará os cargos de ouvidor e de auxiliar de Ouvidoria, bem como indicará suas
respectivas gratificações.

COMENTÁRIO: Tal dispositivo ainda aguarda a elaboração do Decreto Regulamentador.

Art. 39 - A Ouvidoria da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza tem as seguintes


competências:
I - receber e encaminhar à Direção-Geral as denúncias, reclamações e representações sobre
atos considerados ilegais, arbitrários, desonestos ou que contrariem o interesse público,
praticado por servidores públicos, em todos os seus níveis, da Guarda Municipal e Defesa
Civil de Fortaleza;
II - realizar diligências nas unidades da administração, sempre que necessário, para o
desenvolvimento dos seus trabalhos;
III - manter sempre o sigilo sobre denúncias e reclamações, bem como sobre sua fonte,
providenciando junto aos órgãos competentes proteção aos denunciantes, de acordo com as
disponibilidades de cada órgão;
IV - manter serviço telefônico gratuito, quando possível, destinado exclusivamente a
receber denúncias e/ou reclamações;
V - manter atualizado arquivo de documentação relativa às denúncias, reclamações e
representações recebidas;
VI - elaborar e publicar, trimestralmente, relatório de suas atividades e, anualmente, a
consolidação dos 4 (quatro) relatórios trimestrais.
Art. 40 - O ouvidor da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza tem como
atribuições:
I - propor ao diretor-geral da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza a instauração
de sindicâncias, inquéritos e outras medidas destinadas à apuração de responsabilidade
administrativa, civil e criminal, fazendo à Polícia Civil, ao Ministério Público ou ainda ao
Poder Judiciário as devidas comunicações, quando houver indícios ou suspeita de crime;
II - requisitar, diretamente e sem qualquer ônus de qualquer órgão municipal, informações,
certidões, cópia de documentos ou volumes de autos relacionados com a investigação em
curso;

42
III - recomendar a adoção de providências que entender pertinentes, necessárias ao
aperfeiçoamento dos serviços prestados à população pela Guarda Municipal e Defesa Civil
de Fortaleza;
IV - recomendar aos órgãos da administração a adoção de mecanismos que dificultem e
impeçam a violação do patrimônio público e outras irregularidades comprovadas;
V - monitorar o andamento de procedimentos administrativos enviados ao diretor-geral da
Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza ou à Corregedoria- Geral da Guarda
Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, a fim de que sejam cumpridas as sugestões
propostas;
VI – imputar responsabilidades aos membros da Corregedoria da Guarda Municipal e
Defesa Civil de Fortaleza ou aos membros da Comissão Processante, no caso de
paternalismo, protecionismo ou qualquer outra forma violadora do Direito, que possa
ensejar ou levar à impunidade.
Art. 41 - No que se refere exclusivamente a infrações envolvendo servidores do Quadro
dos Profissionais da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, é atribuída ao diretor-
geral da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza competência para:
I - determinar a instauração:
a) das sindicâncias em geral;
b) dos procedimentos especiais de exoneração em estágio probatório;
c) dos inquéritos administrativos;
II - decidir, por despacho, os processos de inquérito administrativo, nos casos de:
a) absolvição;
b) suspensão resultante de desclassificação da infração ou de abrandamento da penalidade;
c) suspensão ou demissão, nas hipóteses de: abandono do cargo; faltas ao serviço, sem justa
causa, por mais de 60 (sessenta) dias interpolados durante o ano; ou ineficiência no serviço,
nos termos da legislação específica.
Parágrafo Único - A competência estabelecida neste artigo abrange as atribuições para
decidir os pedidos de reconsideração, apreciar e encaminhar os recursos e os pedidos de
revisão de inquérito ao chefe do Poder Executivo Municipal.
Art. 42 - Os auxiliares de Ouvidoria serão responsáveis pelo atendimento direto das
denúncias, dessa maneira, poderão executar as mesmas atribuições do ouvidor, quando na
ausência deste.

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Art. 43 - Para a consecução de seus objetivos a Ouvidoria da Guarda Municipal e Defesa
Civil de Fortaleza atuarão:
I - por iniciativa própria, em decorrência de denúncias, reclamações e representações de
qualquer do povo ou de entidades representativas da sociedade;
II - por solicitação do diretor-geral da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza.
CAPÍTULO II
DA CORREGEDORIA DA GUARDA MUNICIPAL E DEFESA CIVIL DE
FORTALEZA

Art. 44 - Fica criada a Corregedoria no âmbito da Guarda Municipal e Defesa Civil de


Fortaleza, sendo um setor autônomo e independente, responsável pela apuração das
infrações disciplinares atribuídas aos integrantes da Guarda Municipal e Defesa Civil de
Fortaleza, às correições em seus diversos setores e à apreciação das representações relativas
à atuação irregular de seus membros.
Art. 45 - À Corregedoria da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, compete:
I - apurar as infrações disciplinares atribuídas aos servidores integrantes do Quadro dos
Profissionais da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza;
II - realizar visitas de inspeção e correições extraordinárias em qualquer unidade da Guarda
Municipal e Defesa Civil de Fortaleza;
III - apreciar as representações que lhe forem dirigidas relativamente à atuação irregular de
servidores integrantes do Quadro dos Profissionais da Guarda Municipal e Defesa Civil de
Fortaleza;
IV – promover investigação sobre o comportamento ético, social e funcional dos
candidatos a cargos na Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, bem como dos
ocupantes desses cargos em estágio probatório e dos indicados para o exercício de chefias,
observadas as normas legais e regulamentares aplicáveis.
Art. 46 – A Corregedoria será composta de 1 (uma) Comissão Processante e 1 (uma)
Comissão de Sindicância, formadas cada uma por 3 (três) servidores municipais e terá a
seguinte estrutura:
I - 1(um) corregedor, simbologia DNS-2;
II - 2 (dois) auxiliares de Corregedoria, simbologia DAS-3;
III - 1 (um) presidente de Comissão de Sindicância, simbologia DAS-1;
IV - 2 (dois) secretários, simbologia DNI-1.
44
COMENTÁRIO: As simbologias dos cargos da estrutura da Corregedoria foram modificadas
por força do Decreto Municipal nº13.131/2013 e suas posteriores alterações, Ademais
importante frisar que a Lei Complementar nº0176/2014, transferiu a Corregedoria para a Sesec.

Art. 47 - Os componentes da Comissão Processante e da Comissão de Sindicância da


Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza deverão ser servidores de carreira, estáveis
no serviço público municipal, ter preferencialmente formação acadêmica em Direito, ter
conhecimento da Legislação Municipal e, ainda, gozarem de comportamento funcional
excelente.
§ 1º - O cargo de corregedor será preenchido por indicação do chefe do Poder Executivo
Municipal e recairá em um servidor da Prefeitura de Fortaleza, que se enquadre nas
condições expostas no caput deste artigo, e que tenha experiência profissional em
sindicâncias e processos administrativos disciplinares.
Art. 48 - O diretor-geral encaminhará ao chefe do Poder Executivo os nomes dos
servidores que se encontrarem habilitados para ocupar os cargos descritos no art. 45 desta
Lei Complementar, para análise e posterior nomeação.
Parágrafo Único - O chefe do Poder Executivo Municipal, através de decreto, disporá
sobre a regulamentação dos cargos de corregedor, de auxiliar de Corregedoria, de
presidente da Comissão de Sindicância e de secretários, bem como indicará suas
respectivas gratificações.
Art. 49 - O corregedor tem como atribuições:
I - assistir o diretor-geral da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza nos assuntos
disciplinares;
II - manifestar-se sobre assuntos de natureza disciplinar que devam ser submetidos à
apreciação do diretor-geral da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, bem como
indicar a composição da Comissão Processante;
III - dirigir, planejar, coordenar e supervisionar as atividades, assim como distribuir os
serviços da Corregedoria da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza;
IV - apreciar e encaminhar as representações que lhe forem dirigidas relativamente à
atuação irregular de servidores integrantes do Quadro dos Profissionais da Guarda
Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, bem como propor ao diretor-geral da Guarda

45
Municipal e Defesa Civil de Fortaleza a instauração de sindicâncias administrativas e de
procedimentos disciplinares, para a apuração de infrações administrativas atribuídas aos
referidos servidores;
V - avocar, excepcional e fundamentadamente, processos administrativos disciplinares e
sindicâncias administrativas instauradas para a apuração de infrações administrativas
atribuídas a servidores integrantes do Quadro dos Profissionais da Guarda Municipal e
Defesa Civil de Fortaleza;
VI - responder às consultas formuladas pelos setores da Guarda Municipal e Defesa Civil
de Fortaleza sobre assuntos de sua competência;
VII - determinar a realização de correições extraordinárias nas unidades da Guarda
Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, remetendo sempre relatório reservado ao diretor-
geral da Guarda;
VIII – elaborar e encaminhar à Assessoria Jurídica e ao diretor-geral a lista de classificação
anual dos servidores pertencentes ao efetivo da Guarda Municipal;
IX - remeter ao diretor-geral da Guarda Municipal relatório circunstanciado sobre a atuação
pessoal e funcional dos servidores integrantes do Quadro dos Profissionais da Guarda
Municipal e Defesa Civil de Fortaleza em estágio probatório, propondo, se for o caso, a
instauração de procedimento especial, observada a legislação pertinente.
Art. 50 - São atribuições dos auxiliares de Corregedoria:
I - preparar o local onde serão instalados os trabalhos da Comissão Processante;
II - assistir e assessorar o corregedor no que for solicitado ou se fizer necessário;
III - guardar sigilo sobre os fatos e assuntos tratados na Corregedoria;
IV - evitar a comunicação entre as testemunhas processuais durante as audiências;
V - propor medidas no interesse dos trabalhos da Comissão Processante;
VI - assinar atas e termos;
VII - participar da elaboração do relatório conclusivo.
Art. 51 - São atribuições do presidente da Comissão de Sindicância:
I - instalar os trabalhos da Comissão Sindicante;
II - exercer a presidência e a representação dos trabalhos da Comissão Sindicante, dirigindo
todas as ações necessárias ao bom desempenho daquela;
III - efetuar a designação dos demais membros para exercerem as funções de secretariado
aos trabalhos;
IV - determinar as notificações das pessoas que forem parte da Sindicância;
46
V - determinar a lavratura dos termos dos atos praticados pela Comissão Sindicante;
VI - estipular os locais, horários e prazos a serem cumpridos pelos membros e partes da
Sindicância;
VII – assinar todo e qualquer documento necessário ao desenvolvimento dos trabalhos;
VIII - laborar no sentido de que os direitos legais do sindicado sejam rigorosamente
obedecidos;
IX – providenciar as qualificações das partes e reduzir a termo as declarações prestadas;
X - determinar diligências e os demais atos processuais, juntadas de documentos, desde que
de interesse da Comissão de Sindicância;
XI - manter informados o corregedor e o diretor-geral da Guarda Municipal acerca do
andamento dos trabalhos de Sindicância;
XII - determinar o encerramento dos trabalhos de apuração;
XIII - emitir o relatório final, juntamente com o encaminhamento dos autos ao corregedor
da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza.
Art. 52 - Os secretários da Comissão de Sindicância têm como atribuições:
I - atender às determinações do presidente da Comissão;
II - preparar o local de trabalho e todo o material necessário e imprescindível às apurações
dos fatos em análise;
III - ter cautela nos seus escritos;
IV - montar o Processo de Sindicância;
V - rubricar os documentos que produzir ou atuar;
VI – receber e expedir papéis e documentos atinentes à apuração dos fatos;
VII - juntar aos autos as vias das notificações;
VIII - organizar o arquivo de processos e peças processuais;
IX - guardar sigilo e comportar-se com discrição e prudência.

TÍTULO V
DAS NORMAS GERAIS SOBRE O PROCEDIMENTO DISCIPLINAR

CAPÍTULO I
DAS MODALIDADES DE PROCEDIMENTOS DISCIPLINARES

Art. 53 - São procedimentos disciplinares:


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I - de preparação e investigação:
a) o relatório circunstanciado e conclusivo sobre os fatos;
b) a sindicância;
II - do exercício da pretensão punitiva:
a) inquérito administrativo;
III - a exoneração em período probatório.

CAPÍTULO II
DA PARTE E DE SEUS PROCURADORES

Art. 54 - São considerados parte, nos procedimentos disciplinares de exercício da pretensão


punitiva, o servidor da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza e o titular de cargo
em comissão.
Art. 55 - Os servidores incapazes temporária ou permanentemente, em razão de doença
física ou mental, serão representados ou assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na
forma da lei civil.
Parágrafo Único – Inexistindo representantes legalmente investidos, ou na impossibilidade
comprovada de trazê-los ao procedimento disciplinar, ou, ainda, se houver pendências
sobre a capacidade do servidor, serão convocados como seus representantes os pais, o
cônjuge ou companheiro, os filhos ou parentes até segundo grau, observada a ordem aqui
estabelecida.
Art. 56 - A parte poderá constituir advogado legalmente habilitado para acompanhar os
termos dos procedimentos disciplinares de seu interesse.
§ 1º - Nos procedimentos de exercício da pretensão punitiva, se a parte não constituir
advogado ou for declarada revel, ser-lhe-á dado defensor, na pessoa de procurador
municipal, que não terá poderes para receber citação e confessar.
§ 2º - A parte poderá, a qualquer tempo, constituir advogado, hipótese em que se encerrará,
de imediato, a representação do defensor dativo.
§ 3º - Ser-lhe-á dado também defensor dativo quando, notificada de que seu advogado
constituído não praticou atos necessários, a parte não tomar qualquer providência no prazo
de 3 (três) dias.

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COMENTÁRIO : A Súmula Vinculante nº5: STF decide que não é obrigatória defesa
elaborada por advogado em processo administrativo disciplinar, estabelecendo que em
processo administrativo-disciplinar (PAD), é dispensável a defesa técnica por advogado. A
redação desta súmula é a seguinte: “A falta de defesa técnica por advogado no processo
administrativo disciplinar não ofende a Constituição”.

CAPÍTULO III
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS

SEÇÃO I
DAS CITAÇÕES

Art. 57 - Todo servidor que for parte em procedimento disciplinar de exercício da


pretensão punitiva será citado, sob pena de nulidade do procedimento, para dele participar e
se defender.
Parágrafo Único - O comparecimento espontâneo da parte ou qualquer outro ato que
implique ciência inequívoca a respeito da instauração do procedimento administrativo
suprem a necessidade de realização de citação.
Art. 58 – A citação far-se-á, no mínimo, 48 (quarenta e oito) horas antes da data do
interrogatório designado, da seguinte forma:
I – por entrega pessoal do mandado ou por meio do setor ou Departamento de Recursos
Humanos da respectiva pasta;
II – por correspondência;
III - por edital.
Art. 59 - A citação por entrega pessoal far-se-á sempre que o servidor estiver em exercício.
Art. 60 - Far-se-á a citação por correspondência quando o servidor não estiver em exercício
ou residir fora do município, devendo o mandado ser encaminhado, com aviso de
recebimento, para o endereço residencial constante do cadastro de sua lotação.
Art. 61 - Estando o servidor em local incerto e não sabido, ou não sendo encontrado, por 2
(duas) vezes, no endereço residencial constante do cadastro de sua lotação, promover-se-á
sua citação por editais, com prazo de 15 (quinze) dias, publicados no Diário Oficial do
Município de Fortaleza durante 3 (três) edições consecutivas.

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Art. 62 - O mandado de citação conterá a designação de dia, hora e local para
interrogatório e será acompanhado da cópia da denúncia administrativa, que dele fará parte
integrante e complementar.

SEÇÃO II
DAS INTIMAÇÕES

Art. 63 - A intimação de servidor em efetivo exercício será feita por publicação impressa
no Diário Oficial do Município de Fortaleza, que também é acessível em versão digital,
disponibilizada no sítio eletrônico: https://diariooficial.fortaleza.ce.gov.br/
Parágrafo Único – O chefe da Unidade de Pessoal deverá diligenciar para que o servidor
tome ciência da publicação.
Art. 64 - O servidor que, sem justa causa, deixar de atender à intimação com prazo
marcado poderá ser apenado com as sanções administrativas cabíveis, por decisão do
diretor-geral da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza.
Art. 65 - A intimação dos advogados e do defensor dativo será feita por intermédio de
publicação no Diário Oficial do Município de Fortaleza, devendo dela constar o número do
processo, o nome dos advogados e da parte.
§ 1º- Dos atos realizados em audiência reputam-se intimados, desde logo, a parte, o
advogado e o defensor dativo.
§ 2º - Quando houver somente um defensor dativo designado no processo, a Corregedoria
encaminhar-lhe-á os autos por carga, diretamente, independentemente de intimação ou
publicação, devendo ser observado, na sua devolução, o prazo legal cominado para a
prática do ato.
CAPÍTULO IV
DOS PRAZOS

Art. 66 - Os prazos são contínuos, não se interrompendo nos feriados e serão computados
excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o dia do vencimento.
Parágrafo Único - Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil, se o
vencimento cair em fim de semana, feriado, ponto facultativo municipal ou se o expediente
administrativo for encerrado antes do horário normal.

50
Art. 67 - Decorrido o prazo, extingue-se para a parte, automaticamente, o direito de praticar
o ato, salvo se esta provar que não o realizou por evento imprevisto, alheio à sua vontade
ou à de seu procurador, hipótese em que o corregedor permitirá a prática do ato,
assinalando prazo para tanto.
Art. 68 - Não havendo disposição expressa nesta Lei e nem assinalação de prazo pelo
corregedor, o prazo para a prática dos atos no procedimento disciplinar, a cargo da parte,
será de 5 (cinco) dias.
Parágrafo Único - A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente a seu
favor.
Art. 69 - Quando, no mesmo procedimento disciplinar, houver mais de 1 (uma) parte, os
prazos serão comuns, exceto para as razões finais, quando será contado em dobro, se
houver diferentes advogados.
§ 1º - Havendo no processo até 2 (dois) defensores, cada um apresentará alegações finais,
sucessivamente, no prazo de 10 (dez) dias cada um.
§ 2º - Havendo mais de 2 (dois) defensores, caberá ao corregedor conceder, mediante
despacho nos autos, prazo para vista fora da repartição, designando data única para
apresentação dos memoriais de defesa na repartição.

CAPÍTULO V
DAS PROVAS

SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 70 - Todos os meios de prova admitidos em Direito e moralmente legítimos são hábeis
para demonstrar a veracidade dos fatos.
Art. 71 - O corregedor poderá limitar e excluir, mediante despacho fundamentado, as
provas que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.

SEÇÃO II
DA PROVA FUNDAMENTAL

51
Art. 72 - Fazem a mesma prova que o original as certidões de processos judiciais e as
reproduções de documentos autenticadas por oficial público, ou conferidas e autenticadas
por servidor público para tanto competente.
Art. 73 - Admitem- se como prova as declarações constantes de documento particular,
escrito e assinado pelo declarante com firma devidamente reconhecida em cartório, bem
como depoimentos constantes de sindicâncias, que não puderem, comprovadamente, ser
reproduzidos verbalmente em audiência.
Art. 74 - Servem também à prova dos fatos o telegrama, o radiograma, a fotografia, a
fonografia, a fita de vídeo e outros meios lícitos, inclusive os eletrônicos.
Art. 75 - Caberá à parte que impugnar a prova produzir a perícia necessária à comprovação
do alegado.
SEÇÃO III
DA PROVA TESTEMUNHAL

Art. 76 - A prova testemunhal é sempre admissível, podendo ser indeferida pelo


corregedor:
I - se os fatos sobre os quais serão inquiridas as testemunhas já foram provados por
documentos ou confissão da parte;
II - quando os fatos só puderem ser aprovados por documentos ou perícia.
Art. 77 - Compete à parte entregar na repartição, no tríduo probatório, o rol das
testemunhas de defesa, indicando seu nome completo, endereço e respectivo código de
endereçamento postal (CEP).
§ 1º - Se a testemunha for servidor municipal, deverá a parte indicar o nome completo,
unidade de lotação e o número de sua matrícula.
§ 2º - Depois de apresentado o rol de testemunhas, a parte poderá substituí-las até a data da
audiência designada, com a condição de ficar sob sua responsabilidade, levá-las à
audiência.
§ 3º - O não comparecimento da testemunha substituída implicará desistência de sua oitiva
pela parte.
Art. 78 - Cada parte poderá arrolar, no máximo, 3 (três) testemunhas.
Art. 79 - As testemunhas serão ouvidas, de preferência, primeiramente as da Corregedoria
e, após, as da parte.

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Art. 80 - As testemunhas deporão em audiência perante o corregedor, os auxiliares de
Corregedoria e o defensor constituído e, na sua ausência, o defensor dativo.
§ 1º - Se a testemunha, por motivo relevante, estiver impossibilitada de comparecer à
audiência, mas não de prestar depoimento, o corregedor poderá designar dia, hora e local
para inquiri-la.
§ 2º - Sendo necessária a oitiva de servidor que estiver cumprindo pena privativa de
liberdade, o corregedor solicitará à autoridade competente a permissão para ter acesso ao
local para inquirir o servidor.
Art. 81 - Incumbirá à parte levar à audiência, independentemente de intimação, as
testemunhas por ela indicadas que sejam servidores municipais, decaindo o direito de ouvi-
las, caso não compareçam.
Parágrafo Único - As chefias imediatas diligenciarão para que sejam dispensados os
servidores no momento das audiências, devendo para tanto serem informadas a respeito da
designação da audiência com 24 (vinte e quatro) horas de antecedência.
Art. 82 - Antes de depor, a testemunha será qualificada, indicando nome, idade e profissão,
local e função de trabalho, número da cédula de identidade, residência e estado civil, bem
como se tem parentesco com a parte e, se for servidor municipal, o número de sua
matrícula.
Art. 83 - A parte cujo advogado não comparecer à audiência de oitiva de testemunha será
assistida por um defensor designado para o ato pelo corregedor.
Art. 84 - O corregedor interrogará a testemunha, cabendo, primeiro aos comissários e
depois à defesa formular perguntas tendentes a esclarecer ou complementar depoimento.
Parágrafo Único - O corregedor poderá indeferir as reperguntas, mediante justificativa
expressa, no termo de audiência.
Art. 85 - O depoimento, depois de lavrado, será rubricado e assinado pelos membros da
Comissão Processante, pelo depoente e defensor constituído ou dativo.
Art.86 - O corregedor poderá determinar, de ofício ou a requerimento:
I - a oitiva de testemunhas referidas nos depoimentos;
II - a acareação de 2 (duas) ou mais testemunhas, ou de alguma delas com a parte, quando
houver divergência essencial entre as declarações sobre fato que possa ser determinante na
conclusão do procedimento.

SEÇÃO IV
53
DA PROVA PERICIAL

Art. 87 - A prova pericial consistirá em exames, vistorias e avaliações e será indeferida


pelo corregedor, quando dela não depender a prova do fato.
Art. 88 - Se o exame tiver por objeto a autenticidade ou falsidade de documento, ou for de
natureza médico-legal, a Comissão Processante requisitará, preferencialmente, elementos
junto às autoridades policiais ou judiciais, quando em curso investigação criminal ou
processo judicial.
Art. 89 - Quando o exame tiver por objeto a autenticidade de letra ou firma, o corregedor,
se necessário ou conveniente, poderá determinar à pessoa à qual se atribui a autoria do
documento que copie ou escreva, sob ditado, em folha de papel, dizeres diferentes, para fins
de comparação e posterior perícia.
Art. 90 - Ocorrendo necessidade de perícia médica do servidor denunciado
administrativamente, o órgão pericial da Municipalidade dará à solicitação da Comissão
Processante caráter urgente e preferencial.
Art. 91 - Quando não houver possibilidade de obtenção de elementos junto às autoridades
policiais ou judiciais e a perícia for indispensável para a conclusão do processo, o
corregedor solicitará ao diretor-geral da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza a
contratação de perito para esse fim.

CAPÍTULO VI
DAS AUDIÊNCIAS E DO INTERROGATÓRIO DA PARTE
Art. 92 - A parte será interrogada na forma prevista para a inquirição de testemunhas,
vedada a presença de terceiros, exceto seu advogado.
Art. 93 - O termo de audiência será lavrado, rubricado e assinado pelos membros da
Comissão, pela parte e, se for o caso, por seu defensor.

CAPÍTULO VII
DA REVELIA E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Art. 94 - O corregedor decretará a revelia da parte que, regularmente citada, não


comparecer perante a Comissão no dia e hora designados.
§ 1º - A regular citação será comprovada mediante juntada aos autos:
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I - da contrafé do respectivo mandato, no caso de citação pessoal;
II – das cópias dos 3 (três) editais publicados no Diário Oficial do Município de Fortaleza,
no caso de citação por edital;
III - do Aviso de Recebimento (AR), no caso de citação pelos Correios.
§ 2º - Não sendo possível realizar a citação, o intimador certificará os motivos nos autos.
Art. 95 - A revelia deixará de ser decretada ou, se decretada, será revogada quando
verificado, a qualquer tempo, que, na data designada para o interrogatório:
I - a parte estava legalmente afastada de suas funções por licença maternidade ou
paternidade, em gozo de férias, presa, provisoriamente ou em cumprimento de pena, ou em
licença-médica se impossibilitada de prestar depoimento, podendo a Comissão realizar
audiência em domicílio ou no lugar onde se encontre o servidor.
II - a parte comprovar motivo de força maior que tenha impossibilitado seu
comparecimento tempestivo.
Parágrafo Único - Revogada a revelia, será realizado o interrogatório, reiniciando-se a
instrução, com aproveitamento dos atos instrutórios já realizados, desde que ratificados pela
parte, por termo lançado nos autos.

COMENTÁRIO: A Revelia ocorre quando o réu permanece em silêncio após ser citado, não
apresentando sua resposta as alegações do autor e não comparecendo ao processo.
Art. 96 - Decretada a revelia, dar-se-á prosseguimento ao procedimento disciplinar,
designando-se defensor dativo para atuar em defesa da parte.
Parágrafo Único – É assegurado ao revel o direito de constituir advogado em substituição
ao defensor dativo que lhe tenha sido designado.
Art. 97 - A decretação da revelia acarretará a preclusão das provas que deveriam ser
requeridas, especificadas e/ou produzidas pela parte em seu interrogatório, assegurada a
faculdade de juntada de documentos com as razões finais.
Parágrafo Único - Ocorrendo a revelia, a defesa poderá requerer provas no tríduo
probatório.
Art. 98 - A parte revel não será intimada pela Comissão Processante para a prática de
qualquer ato, constituindo ônus da defesa comunicar-se com o servidor, se assim entender
necessário.

55
§ 1º - Desde que compareça perante a Comissão Processante ou intervenha no processo,
pessoalmente ou por meio de advogado com procuração nos autos, o revel passará a ser
intimado pela Comissão, para a prática de atos processuais.
§ 2º - O disposto no § 1º deste artigo não implica revogação da revelia nem elide os demais
efeitos desta.

CAPÍTULO VIII
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO

Art. 99 - É defeso aos membros da Comissão Processante exercer suas funções em


procedimentos disciplinares:
I - de que for parte;
II - em que interveio como mandatário da parte, defensor dativo ou testemunha;
III - quando a parte for seu cônjuge, parente consanguíneo ou afim, em linha reta ou na
colateral, até segundo grau, amigo íntimo ou inimigo capital;
IV - quando em procedimento estiver postulando como advogado da parte seu cônjuge ou
parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou na colateral, até segundo grau;
V - quando houver atuado na sindicância que precedeu o procedimento do exercício de
pretensão punitiva;
VI - na etapa da revisão, quando tenha atuado anteriormente.
Art. 100 - A arguição de suspeição de parcialidade de alguns ou de todos os membros da
Comissão Processante e do defensor dativo precederá qualquer outra, salvo quando fundada
em motivo perveniente.
§ 1º - A arguição deverá ser alegada pelos citados no caput deste artigo ou pela parte, em
declaração escrita e motivada, que suspenderá o andamento do processo.
§ 2º - Sobre a suspeição arguida, o diretor-geral da Guarda Municipal e Defesa Civil de
Fortaleza:
I - se a acolher, tomará as medidas cabíveis necessárias à substituição do suspeito ou dos
suspeitos;
II - se a rejeitar, motivará a decisão e devolverá o processo ao corregedor, para
prosseguimento.

CAPÍTULO IX
56
DA COMPETÊNCIA

Art. 101 - A decisão nos procedimentos disciplinares será proferida por despacho
devidamente fundamentado da autoridade competente, no qual será mencionada a
disposição legal em que se baseia o ato.
Art. 102 - O diretor-geral da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, em se tratando
de inquérito administrativo, tem como atribuições:
I – determinar a instauração:
a) das sindicâncias em geral;
b) dos procedimentos de exoneração em estágio probatório;
c) dos inquéritos administrativos;
II - decidir, por despacho, os processos de inquérito administrativo, nos casos de:
a) absolvição;
b) desclassificação da infração ou abrandamento de penalidade de que resulte a imposição
de pena de repreensão ou de suspensão;
c) aplicação da pena de suspensão;
d) envio dos autos ao chefe do Poder Executivo Municipal para aplicação de pena de
demissão nas hipóteses desta Lei.
§ 1º - A competência estabelecida neste artigo abrange as atribuições para decidir os
pedidos de reconsideração, apreciar e encaminhar os recursos e os pedidos de revisão de
inquérito ao chefe do Poder Executivo Municipal.
§ 2º - Poderá ser delegada ao corregedor-geral da Guarda Municipal e Defesa Civil de
Fortaleza a competência prevista nos incisos I, alínea a, e II, deste artigo.

COMENTÁRIO: Competências avocadas também pelo Secretário Municipal de Segurança


Pública Cidadã, em face da subordinação do órgão.

Art. 103 – O diretor-geral poderá acompanhar o processo disciplinar, bem como requisitar
cópia de peças processuais que julgar relevantes.
Art. 104 - Na ocorrência de infração disciplinar envolvendo servidores da Guarda
Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, de mais de 1 (um) setor da Guarda Municipal e
Defesa Civil de Fortaleza, caberá às chefias imediatas com responsabilidade sobre os

57
servidores infratores elaborar relatório circunstanciado sobre a irregularidade, e remetê-lo à
Corregedoria da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza para o respectivo
processamento.

CAPÍTULO X
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE E DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR

Art. 105 - Extingue-se a punibilidade:


I – pela morte da parte;
II - pela prescrição;
III - pela anistia.
Art. 106 – O procedimento disciplinar extingue-se com a publicação do despacho decisório
pela autoridade administrativa competente.
Parágrafo Único - O processo, após sua extinção, será enviado à Unidade de Pessoal para
as necessárias anotações na pasta funcional e arquivamento, se não interposto recurso.
Art. 107 - Extingue-se o procedimento sem julgamento de mérito, quando a autoridade
administrativa competente para proferir a decisão acolher proposta da Comissão
Processante, nos seguintes casos:
I - morte da parte;
II - ilegitimidade da parte;
III – quando a parte já tiver sido demitida, dispensada ou exonerada do serviço público,
casos em que se farão as necessárias anotações na pasta funcional para fins de registro de
antecedentes;
IV - quando o procedimento disciplinar versar sobre a mesma infração de outro, em curso
ou já decidido.
Art. 108 – Extingue se o procedimento com julgamento de mérito, quando a autoridade
administrativa proferir decisão:
I - pelo arquivamento do processo disciplinar;
II - pela absolvição ou imposição de penalidade;
III - pelo reconhecimento da prescrição.

TÍTULO VI
DOS PROCEDIMENTOS DISCIPLINARES
58
CAPÍTULO I
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR DE PREPARAÇÃO E INVESTIGAÇÃO DO
RELATÓRIO CIRCUNSTANCIADO E CONCLUSIVO SOBRE FATOS

Art. 109 - A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a
tomar providências objetivando a apuração dos fatos e responsabilidades.
§ 1º - As providências de apuração terão início imediato após o conhecimento dos fatos e
serão adotadas na unidade onde estes ocorreram, consistindo na elaboração de relatório
circunstanciado conclusivo sobre os fatos e encaminhado à Corregedoria da Guarda
Municipal e Defesa Civil de Fortaleza para a instrução, com a oitiva dos envolvidos e das
testemunhas, além de outras provas indispensáveis ao seu esclarecimento.
§ 2º - A apuração será cometida aos auxiliares de Corregedoria.
§ 3º - A apuração deverá ser concluída no prazo de 20 (vinte) dias, findo o qual os autos
serão enviados ao diretor-geral da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, que
determinará:
I – a instauração do procedimento disciplinar cabível e a remessa dos autos ao corregedor
da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, para a respectiva instrução quando:
a) a autoria do fato irregular estiver comprovada;
b) encontrar-se perfeitamente definida a responsabilidade subjetiva do servidor pelo evento
irregular;
c) existirem fortes indícios de ocorrência de responsabilidade funcional, que exijam a
complementação das investigações mediante sindicância;
II - o arquivamento do feito, quando comprovada a inexistência de responsabilidade
funcional pela ocorrência irregular investigada;
III - a aplicação de penalidade, nos termos do art. 30, quando a responsabilidade subjetiva
pela ocorrência encontrar-se definida, porém a natureza da falta cometida não for grave,
não houver dano ao patrimônio público ou se este for de valor irrisório.

SEÇÃO I
DA SINDICÂNCIA

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Art. 110 - A sindicância é o procedimento disciplinar de preparação e investigação,
instaurada por determinação do diretor-geral da Guarda Municipal e Defesa Civil de
Fortaleza, quando os fatos não estiverem definidos ou faltarem elementos indicativos da
autoria.
Parágrafo Único - O corregedor, quando houver notícia de fato tipificado como crime,
enviará a devida comunicação à autoridade competente, se a medida ainda não tiver sido
providenciada.
Art. 111 - Na sindicância serão ouvidos todos os envolvidos nos fatos.
Parágrafo Único - Os depoentes poderão fazer-se acompanhar de advogado.
Art.112 - Se o interesse público o exigir, o diretor-geral da Guarda Municipal e Defesa
Civil de Fortaleza decretará, no despacho instaurador, o sigilo da sindicância, facultado o
acesso aos autos exclusivamente às partes e seus patronos.

Art. 113 – É assegurada vista dos autos da sindicância, nos termos do art. 5º, inciso
XXXIII, da Constituição Federal, e da legislação municipal em vigor.
Art. 114 - Quanto recomendar a abertura de procedimento disciplinar de exercício da
pretensão punitiva, o relatório da sindicância deverá apontar os dispositivos legais
infringidos e a autoria apurada.
Art. 115 - A sindicância deverá ser concluída no prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por
mais 15 (quinze) dias, a critério do diretor-geral da Guarda Municipal e Defesa Civil de
Fortaleza, mediante justificativa fundamentada.

CAPÍTULO II
DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO

Art. 116 - Instaurar-se-á inquérito administrativo quando a falta disciplinar, por sua
natureza, puder determinar a suspensão, a dispensa dos servidores admitidos, estáveis ou
não, a demissão e a demissão a bem do serviço público.
Parágrafo Único - No inquérito administrativo é assegurado o exercício do direito ao
contraditório e à ampla defesa.
Art. 117 – São fases do inquérito administrativo:
I - instauração e denúncia administrativa;
II - citação;
60
III - instrução, que compreende o interrogatório, a prova da Comissão Processante e o
tríduo probatório;
IV - razões finais;
V - relatório final conclusivo;
VI - encaminhamento para decisão;
VII - decisão.
Art. 118 - O inquérito administrativo será conduzido pela Comissão Processante.
Art. 119 - O inquérito administrativo, uma vez determinado pelo diretor-geral, será
instaurado pelo corregedor, com a ciência dos demais membros da Comissão Processante.
Art.120 - A denúncia administrativa deverá conter obrigatoriamente:
I - a indicação da autoria;
II - os dispositivos legais violados e aqueles que prevêem a penalidade aplicável;
III - o resumo dos fatos;
IV - a ciência de que a parte poderá fazer todas as provas admitidas em Direito e
pertinentes à espécie;
V - a ciência de que é facultado à parte constituir advogado para acompanhar o processo e
defendê-la, e de que, não o fazendo, ser-lhe-á nomeado defensor dativo;
VI - designação de dia, hora e local para o interrogatório, ao qual a parte deverá
comparecer, sob pena de revelia;
VII - nomes completos e registro funcional dos membros da Comissão Processante.
Art. 121 - O servidor acusado da prática de infração disciplinar será citado para participar
do processo e se defender.
§ 1º - A citação será feita conforme as disposições do Título V, Capítulo III, Seção I, desta
Lei Complementar, e deverá conter a transcrição da denúncia administrativa.
§ 2º - A citação deverá ser feita com antecedência de, no mínimo, 72 (setenta e duas) horas
da data designada para o interrogatório.
§ 3º - O não comparecimento da parte ensejará as providências determinadas nos arts. 95 a
98, com a designação de defensor dativo.
Art. 122 - É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente,
desde que o faça com urbanidade, e de intervir, por seu defensor, nas provas e diligências
que se realizarem.
Art. 123 – Regularizada a representação processual do denunciado, a Comissão
Processante promoverá a tomada de depoimentos, acareações, investigações e diligências
61
cabíveis, objetivando a coleta de prova e, quando necessário, recorrerá a técnicos e peritos,
de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.
Parágrafo Único - A defesa será intimada de todas as provas e diligências determinadas,
com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas, sendo-lhe facultada a formulação
de quesitos, quando se tratar de prova pericial, hipótese em que o prazo de intimação será
ampliado para 5 (cinco) dias.
Art. 124 -Realizadas as provas da Comissão Processante, a defesa será intimada para
indicar, em 3 (três) dias, as provas que pretende produzir.
Art. 125 - Encerrada a instrução, dar-se-á vista ao defensor para apresentação, por escrito, e
no prazo de 8 (oito) dias úteis, das razões de defesa do denunciado.
Art. 126 - Apresentadas as razões finais de defesa, a Comissão Processante elaborará o
parecer conclusivo, que deverá conter:
I – a indicação sucinta e objetiva dos principais atos processuais;
II - análise das provas produzidas e das alegações da defesa;
III - conclusão, com proposta justificada e, em caso de punição, deverá ser indicada a pena
cabível e sua fundamentação legal.
§ 1º - Havendo consenso, será elaborado parecer conclusivo unânime e, havendo
divergência, será proferido voto em separado, com as razões nas quais se funda a
divergência.
§ 2º - A Comissão deverá propor, se for o caso:
I - a desclassificação da infração prevista na denúncia administrativa;
II - o abrandamento da penalidade, levando em conta fatos e provas contidos no
procedimento, a circunstância da infração disciplinar e o anterior comportamento do
servidor;
III - outras medidas que se fizerem necessárias ou forem do interesse público.
Art. 127 – O inquérito administrativo deverá ser concluído no prazo de até 90 (noventa)
dias, a critério do corregedor da Guarda Municipal, mediante justificativa fundamentada.
Parágrafo Único – Nos casos de prática das infrações previstas no art. 27 desta Lei, ou
quando o servidor for preso em flagrante delito ou preventivamente, o inquérito
administrativo deverá ser concluído no prazo de 60 (sessenta) dias, contados da citação
válida do indiciado, podendo ser prorrogado, a juízo da autoridade que determinou a
instauração, mediante justificação, pelo prazo máximo de 60 (sessenta) dias.

62
Art. 128 - Com o parecer conclusivo os autos serão encaminhados ao diretor-geral da
Guarda Municipal para decisão ou manifestação e encaminhamento ao chefe do Poder
Executivo Municipal, quando for o caso.

SUBSEÇÃO I
DO JULGAMENTO

Art. 129 - A autoridade competente, para decidir, não fica vinculada ao parecer conclusivo
da Comissão Processante, podendo, ainda, converter o julgamento em diligência para os
esclarecimentos que entender necessário.
Art. 130 - Recebidos os autos, o diretor-geral da Guarda Municipal e Defesa Civil de
Fortaleza, quando for o caso, julgará o inquérito administrativo em até 30 (trinta) dias,
prorrogáveis, justificadamente,por mais 15 (quinze) dias.
Parágrafo Único - A autoridade competente julgará o inquérito administrativo, decidindo,
fundamentadamente:
I - pela absolvição do acusado;
II – pela punição do acusado;
III - pelo arquivamento, quando extinta a punibilidade.
Art. 131 - O acusado será absolvido, quando reconhecido:
I - estar provada a inexistência do fato;
II – não haver prova da existência do fato;
III - não constituir o fato infração disciplinar;
IV - não existir prova de ter o acusado concorrido para a infração disciplinar;
V - não existir prova suficiente para a condenação;
VI - a existência de qualquer das seguintes causas de justificação:
a) motivo de força maior ou caso fortuito;
b) legítima defesa própria ou de outrem;
c) estado de necessidade;
d) estrito cumprimento do dever legal;
e) coação irresistível.

SUBSEÇÃO II
DA APLICAÇÃO DAS SANÇÕES DISCIPLINARES
63
Art. 132 - Na aplicação da sanção disciplinar serão considerados os motivos, circunstâncias
e consequências da infração, os antecedentes e a personalidade do infrator, assim como a
intensidade do dolo ou o grau da culpa.
Art. 133 - São circunstâncias atenuantes:
I - estar classificado, no mínimo, na categoria de bom comportamento, conforme
disposição prevista no art. 17, inciso II, desta Lei;
II - ter prestado relevantes serviços para a Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza;
III - ter cometido a infração para preservação da ordem ou do interesse público.
Art. 134 - São circunstâncias agravantes:
I - mau comportamento, conforme disposição prevista no art. 17, inciso IV, desta Lei;
II - prática simultânea ou conexão de 2 (duas) ou mais infrações;
III - reincidência;
IV - conluio de 2 (duas) ou mais pessoas;
V - falta praticada com abuso de autoridade.
§ 1º - Verifica-se a reincidência quando o servidor cometer nova infração depois de
transitar em julgado a decisão administrativa que o tenha condenado por infração anterior.
§ 2º - Dá-se o trânsito em julgado administrativo quando a decisão não comportar mais
recursos.
Art. 135 - Em caso de reincidência, as faltas leves serão puníveis com advertência; e as
médias, com suspensão superior a 15 (quinze) dias, de acordo com os arts. 30 e 31 desta
Lei.
Parágrafo Único - As punições canceladas ou anuladas não serão consideradas para fins de
reincidência.
Art. 136 - O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular
de suas atribuições, sendo responsável por todos os prejuízos que, nessa qualidade, causar à
Fazenda Municipal, por dolo ou culpa, devidamente apurados.
Parágrafo Único - As cominações civis, penais e disciplinares poderão cumular-se, sendo
independentes entre si, assim como as instâncias civil, penal e administrativa.
Art.137 - Na ocorrência de mais de 1 (uma) infração, sem conexão entre si, serão aplicadas
as sanções correspondentes isoladamente.

SUBSEÇÃO III
64
DO CUMPRIMENTO DAS SANÇÕES DISCIPLINARES

Art. 138 - A autoridade responsável pela execução da sanção imposta a subordinado que
esteja a serviço ou à disposição de outra unidade fará a devida comunicação para que a
medida seja cumprida.

CAPÍTULO III
DA EXONERAÇÃO NO ESTÁGIO PROBATÓRIO

Art. 139 - Instaurar-se-á procedimento especial de exoneração em estágio probatório, nos


seguintes casos:
I - inassiduidade;
II - ineficiência;
III - indisciplina;
IV - insubordinação;
V - desídia;
VI - conduta moral ou profissional que se revele incompatível com suas atribuições;
VII - por irregularidade administrativa grave;
VIII - pela prática de delito doloso, relacionado ou não com suas atribuições.
Art. 140 - O chefe mediato ou imediato do servidor formulará representação,
preferencialmente, pelo menos 4 (quatro) meses antes do término do período probatório,
contendo os elementos essenciais, acompanhados de possíveis provas que possam
configurar os casos indicados no art. 139 desta Lei, e o encaminhará ao diretor-geral da
Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza que apreciará o seu conteúdo, determinando,
se for o caso, a instauração do procedimento de exoneração.
Parágrafo Único - Sendo inviável a conclusão do procedimento de exoneração antes de
findo o estágio probatório, o diretor-geral da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza
poderá convertê-lo em inquérito administrativo, prosseguindo-se até final decisão.
Art.141 - O procedimento disciplinar de exoneração de servidor em estágio probatório será
instaurado pelo corregedor, com a ciência dos demais membros da Comissão Processante, e
deverá ter toda a instrução concentrada em audiência.
Art. 142 – O termo de instauração e intimação conterá, obrigatoriamente:
I - a descrição articulada da falta atribuída ao servidor;
65
II – os dispositivos legais violados e aqueles que preveem a tipificação legal;
III - a designação cautelar de defensor dativo para assistir o servidor, se necessário, na
audiência concentrada de instrução;
IV - a designação da data, hora e local para interrogatório, ao qual deverá o servidor
comparecer, sob pena de revelia;
V - a ciência ao servidor de que poderá comparecer à audiência acompanhado de defensor
de sua livre escolha, regularmente constituído;
VI - a intimação para que o servidor apresente, na audiência concentrada de instrução, toda
prova documental que possuir, bem como suas testemunhas de defesa, que não poderão
exceder a 3 (três);
VII - a notificação de que, na mesma audiência, serão produzidas as provas da Comissão
Processante, devidamente especificadas;
VIII - os nomes completos e registros funcionais dos membros da Comissão Processante.
Parágrafo Único - No caso comprovado de não ter o ervidor tomado ciência do inteiro teor
do termo de instauração e intimação, ser-lhe-á facultado apresentar suas testemunhas de
defesa no prazo determinado pela presidência, sob pena de decadência.
Art. 143 - Encerrada a instrução, dar-se-á vista à defesa para apresentação de razões finais,
no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 144 - Após a defesa, a Comissão Processante elaborará relatório conclusivo,
encaminhando-se o processo para decisão da autoridade administrativa competente.

TÍTULO VII
DOS RECURSOS E DA REVISÃO DAS DECISÕES EM PROCEDIMENTOS
DISCIPLINARES

Art. 145 - Das decisões nos procedimentos disciplinares caberão:


I - pedido de reconsideração;
II – recurso hierárquico;
III - revisão.
Art. 146 - As decisões em grau de recurso e revisão não autorizam a agravação da punição
do recorrente.

66
Parágrafo Único - Os recursos de cada espécie previstos no art. 145 desta Lei, poderão ser
interpostos apenas uma única vez, individualmente, e cingir-se-ão aos fatos, argumentos e
provas, cujo ônus incumbirá ao recorrente.
Art. 147 - O prazo para interposição do pedido de reconsideração e do recurso hierárquico
é de 15 (quinze) dias, contados da data da publicação oficial do ato impugnado.
Parágrafo Único – Os recursos serão processados em apartado, devendo o processo
originário segui-los para instrução.
Art. 148 - As decisões proferidas em pedido de reconsideração, recurso hierárquico e
revisão serão sempre motivadas e indicarão, no caso de provimento, as retificações
necessárias e as providências quanto ao passado, dispondo sobre os efeitos retroativos à
data do ato ou decisão impugnada.

CAPÍTULO I
DO PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO

Art. 149 - O pedido de reconsideração deverá ser à mesma autoridade que houver expedido
o ato ou proferido a decisão e sobrestará o prazo para a interposição de recurso hierárquico.
Art. 150 - Concluída a instrução ou a produção de provas, quando pertinentes, os autos
serão encaminhados à autoridade para decisão no prazo de até 30 (trinta) dias.

CAPÍTULO II
DO RECURSO HIERÁRQUICO

Art. 151 - O recurso hierárquico deverá ser dirigido à autoridade imediatamente superior
àquela que tiver expedido o ato ou proferido a decisão e, em última instância, ao chefe do
Poder Executivo Municipal.
Parágrafo Único – Não constitui fundamento para o recurso a simples alegação de
injustiça da decisão, cabendo ao recorrente o ônus da prova de suas alegações.

TÍTULO VIII
DA REVISÃO

Art. 152 - A revisão será recebida e processada mediante requerimento quando:


67
I - a decisão for manifestadamente contrária a dispositivo legal ou à evidência dos autos;
II - a decisão se fundamentar em depoimentos, exames periciais, vistorias ou documentos
comprovadamente falsos ou eivados de erros;
III - surgirem, após a decisão, provas da inocência do punido.
Parágrafo Único - Não constitui fundamento para a revisão a simples alegação de injustiça
da penalidade.
Art. 153 - A revisão, que poderá verificar-se a qualquer tempo, de acordo com os requisitos
do art. 217 da Lei nº 6.794, de 27 de dezembro de 1990, será sempre dirigida ao diretor-
geral da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, que decidirá quanto ao seu
processamento.
Art. 154 - Ocorrendo o falecimento do punido, o pedido de revisão poderá ser formulado
pelo cônjuge, companheiro ou parente até segundo grau.
Art. 155 - No processo revisional, o ônus da prova incumbirá ao requerente e sua inércia no
feito, por mais de 60 (sessenta) dias, implicará o arquivamento do feito.
Art. 156 - Instaurada a revisão, a Comissão Processante deverá intimar o recorrente a
comparecer para interrogatório e indicação das provas que pretende produzir.
Parágrafo Único - Se o recorrente for ex-servidor, fica vedada designação de defensor
dativo pela Corregedoria da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza.
Art. 157 – Julgada procedente a revisão, a autoridade competente determinará a redução, o
cancelamento ou a anulação da pena.
Parágrafo Único - As decisões proferidas em grau de revisão serão sempre motivadas e
indicarão, no caso de provimento, as retificações necessárias e as providências quanto ao
passado, dispondo sobre os efeitos retroativos à data do ato ou da decisão impugnada e não
autorizam a agravação da pena.
TÍTULO IX
DO CANCELAMENTO DA PUNIÇÃO

Art. 158 - O cancelamento de sanção disciplinar consiste na eliminação da respectiva


anotação na pasta funcional do servidor da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza,
sendo concedido de ofício ou mediante requerimento do interessado, quando este
completar, sem qualquer punição:
I - 5 (cinco) anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de suspensão;
II - 3 (três) anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de advertência.
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Art. 159 - O cancelamento das anotações na pasta funcional do infrator e no banco de
dados da Corregedoria da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza dar-se-á por
determinação do corregedor, em 15 (quinze) dias, a contar da data do seu pedido,
registrando-se apenas o número e a data do ato administrativo que formalizou o
cancelamento.
Art. 160 - O cancelamento da punição disciplinar não será prejudicado pela superveniência
de outra sanção, ocorrida após o decurso dos prazos previstos no art. 162 desta Lei
Complementar.
Art. 161 - Concedido o cancelamento, o conceito do servidor da Guarda Municipal e
Defesa Civil de Fortaleza será considerado tecnicamente primário, podendo ser
reclassificado, desde que observados os demais requisitos estabelecidos no art. 17 desta
Lei.
Art. 162 - Prescreverá:
I - em 6 (seis) meses, a falta que sujeite à pena de advertência;
II - em 2 (dois) anos, a falta que sujeite à pena de suspensão;
III - em 5 (cinco) anos, a falta que sujeite à pena de demissão a bem do serviço público,
demissão ou destituição de cargo em comissão.
Parágrafo Único - A infração também prevista como crime na lei penal prescreverá
juntamente com este, aplicando-se ao procedimento disciplinar, neste caso, os prazos
prescricionais estabelecidos no Código Penal Brasileiro ou em leis especiais que tipifiquem
o fato como infração penal, quando superiores a 5 (cinco) anos.
Art. 163 - A prescrição começará a correr da data em que a autoridade tomar conhecimento
da existência do fato, ato ou conduta que possa ser caracterizada como infração disciplinar.

COMENTÁRIO: a autoridade a que se refere o disposto acima trata-se da autoridade


julgadora.

Art. 164 - Interromperá o curso da prescrição o despacho que determinar a instauração de


procedimento de exercício da pretensão punitiva.

COMENTÁRIO: o prazo prescricional volta a contar a partir da data do Despacho

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proferido pela autoridade julgadora quando esta se manifestar pela abertura de processo
administrativo disciplinar na conclusão da sindicância ou no curso da análise da denuncia
recebida.

Parágrafo Único - Na hipótese do caput deste artigo, todo o prazo começa a correr
novamente por inteiro da data do ato que a interrompeu.
Art. 165 - Se, após instaurado o procedimento disciplinar houver necessidade de se
aguardar o julgamento na esfera criminal, o feito poderá ser sobrestado e suspenso o curso
da prescrição até o trânsito em julgado da sentença penal, a critério do diretor- geral da
Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza.

TÍTULO XI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 166 - Após o julgamento do inquérito administrativo, é vedado à autoridade julgadora


avocá-lo para modificar a sanção aplicada ou agravá-la.
Art. 167 - Durante a tramitação do procedimento disciplinar, fica vedada aos órgãos da
administração municipal a requisição dos respectivos autos, para consulta ou qualquer outro
fim, exceto àqueles que tiverem competência legal para tanto.
Art. 168 - Os procedimentos disciplinados nesta Lei Complementar terão sempre
tramitação em autos próprios, sendo vedada sua instauração ou processamento em
expedientes que cuidem de assuntos diversos da infração a ser apurada ou punida.
§ 1º - Os processos acompanhantes ou requisitados para subsidiar a instrução de
procedimentos disciplinares serão devolvidos à unidade competente para prosseguimento,
assim que extraídos os elementos necessários, por determinação do corregedor.
§ 2º - Quando o conteúdo do acompanhante for essencial para a formação de opinião e
julgamento do procedimento disciplinar, os autos somente serão devolvidos à unidade após
a decisão final.
Art. 169 - O pedido de vista de autos em tramitação, por quem não seja parte ou defensor,
dependerá de requerimento, por escrito, e será cabível para a defesa de direitos e
esclarecimentos de situações de interesse pessoal.

70
Parágrafo Único - Poderá ser vedada a vista dos autos até a publicação da decisão final,
inclusive para as partes e seus defensores, quando o processo se encontrar relatado.
Art. 170 - Fica atribuída ao corregedor da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza
competência para apreciar e decidir os pedidos de certidões e fornecimento de cópias
reprográficas, referentes a processos administrativos que estejam em andamento na
Corregedoria da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza.
Art. 171 - A Lei Municipal nº 6.794, de 27 de dezembro de 1990, e o Decreto-Lei nº
3.689/41 (Código de Processo Penal Brasileiro), quando não incompatíveis com esta Lei
Complementar, poderão ser usados subsidiariamente para fundamentação dos casos
disciplinares.
Art. 172 - Os processos administrativos disciplinares já instaurados na Procuradoria-Geral
do Município, através da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar, serão
analisados pelos membros da CPAD-PGM e empós encaminhados ao diretor-geral para
tomar as providências legais cabíveis.
Art. 173 – O diretor-geral da Guarda Municipal, naquilo que não confrontar à Legislação
Vigente, poderá emitir de portarias disciplinadoras sobre assuntos relacionados à aplicação
das normas de hierarquia, composição de pelotões, postos de serviço e setores
administrativos, como também regime e escalas de trabalho dos servidores da Guarda
Municipal e Defesa Civil de Fortaleza.
Art. 174 - O chefe do Poder Executivo regulamentará por decreto o funcionamento e as
respectivas Comissões Integrantes da Corregedoria e da Ouvidoria da Guarda Municipal e
Defesa Civil de Fortaleza.
Art. 175 - As despesas decorrentes desta Lei correrão por conta das dotações orçamentárias
próprias.
Art. 176 - Esta Lei Complementar entra em vigor 30 (trinta) dias após a data de sua
publicação, revogadas as disposições em contrário.

Paço da Prefeitura Municipal de Fortaleza, em 10 de julho de 2007.


Luizianne de Oliveira Lins - PREFEITA MUNICIPAL DE FORTALEZA.

71
PLANO DE CARGOS, CARREIRAS E SALÁRIOS (PCCS) DOS SERVIDORES
DA GUARDA MUNICIPAL E DEFESA CIVIL DE FORTALEZA

72
1 LEI COMPLEMENTAR Nº 038 DE 10 DE JULHO DE 2007

Aprova o Plano de Cargos, carreiras e salários (pccs)


dos servidores da guarda municipal e defesa civil de
fortaleza e dá outras providências.

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º - Fica aprovado o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) dos Servidores da
Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, estruturado na forma do Anexo I,
obedecendo às diretrizes contidas nesta Lei.
§ 1º - O Plano de Cargos, Carreiras e Salários e a que se refere o caput deste artigo abrange
apenas os servidores ocupantes dos cargos/funções de:
I - Inspetor, Subinspetor e Guarda Municipal;
II - Agente de Defesa Civil;
III - Agente de Segurança Institucional.

COMENTÁRIO: Os servidores ocupantes de cargos da carreira técnica, da área


administrativa serão submetidos ao Plano de cargo e carreiras da área ambiente de
especialidade Gestão Pública da PMF.

§ 2º - Aos aposentados e pensionistas da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza são


estendidos os benefícios deste Plano, no que se refere ao vencimento básico, diferencial de
hierarquia e vantagem pecuniária fixa, criadas nesta Lei, nos termos do § 8º, do art. 40, da
Constituição Federal.

COMENTÁRIO: Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado
regime de previdência (...)
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente,
o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003).

73
Art. 2º - O Plano de Cargos, Carreiras e Salários resultante da aplicação das diretrizes
estabelecidas nesta Lei será composto por:
I - estrutura do plano: carreiras, classes e cargos/funções – Anexo I;
II - tabela de conversão de cargos - Anexo II;
III - quadro de pessoal - Anexo III;
IV - descrição dos níveis de capacitação -Anexo IV;
V - matrizes hierárquicas salariais - Anexo V;
VI - tabela de conversão de tempo de serviço - Anexo VI;
VII - descrição das atribuições dos cargos/funções - Anexo VII;
VIII - Manual de Avaliação de Desempenho;
IX - Quadro Discriminativo de Enquadramento.
Parágrafo Único - O Manual de Avaliação de Desempenho e o Quadro Discriminativo de
Enquadramento serão regulamentados por decreto do chefe do Poder Executivo.

COMENTÁRIO: Dispositivo alterado por força do Art. 2º da Lei complementar nº


0154/2013 que alterou os anexos das diretrizes do PCCS, passando a ser composto por: I -
estruturado plano: carreiras, classes e cargos/funções – Anexo I. ;II Tabela de conversão de
cargos – Anexo II; III - Quadro de pessoal – Anexo III; IV Descrição dos níveis de capacitação
– Anexo IV; V — matrizes hierárquicas salariais – Anexos V e V-A. VI — tabela de
conversão de tempo de serviço – Anexo VI. VII — descrição das atribuições dos
cargos/funções – Anexo VII. VIII - Manual de Avaliação de Desempenho. IX - Quadro
Discriminativo de Enquadramento.

Art. 3º - Para os efeitos desta Lei, considera-se:


I - Plano de Cargos, Carreiras e Salários: conjunto de princípios, diretrizes e normas que
regulam o desenvolvimento profissional dos servidores ocupantes de cargos/funções que
integram determinada carreira, constituindo-se em instrumento de gestão do órgão;
II - Cargo Público: é o lugar inserido no sistema administrativo municipal caracterizando-
se, cada um, por determinado conjunto de atribuições e responsabilidades de natureza
permanente, com denominação própria, número certo, pagamento pelo erário municipal
[tesouro público, a fazenda municipal], criação por lei, e sua investidura depende de
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos;

74
III - Função: é o conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas a um servidor,
extinta quando vagar;
IV - Padrão de Vencimento: é a posição do servidor na escala de vencimento, em função do
cargo/função, do nível de capacitação e da classe;
V - Referência: posição do servidor no padrão de vencimento em função do tempo de
serviço;
VI - Nível de Capacitação: posição do servidor na matriz hierárquica dos padrões de
vencimento em decorrência da capacitação profissional para o exercício das atividades do
cargo/função ocupado;
VII - Classe: é a divisão básica da carreira, agrupando os cargos/funções da mesma
denominação, segundo o nível de responsabilidade e complexidade;
VIII - Carreira: é o conjunto de cargos de mesma natureza, na qual o servidor se desloca
nos níveis de capacitação e nos padrões de vencimento.

CAPÍTULO II
DO QUADRO DE PESSOAL

Art. 4º - Ficam transferidos para este Plano de Cargos, Carreiras e Salários da Guarda
Municipal e Defesa Civil os cargos especificados na Lei Complementar nº 0034, de 18 de
dezembro de 2006, organizados nos termos do Anexo II, assim redenominados:
I - inspetor;
II - subinspetores de 1ª e 2ª classes passam a ser denominados Subinspetor;
III - guardas de 1ª e 2ª classes passam a ser denominados Guarda Municipal;
IV - agente municipal de serviços públicos e cidadania passa a ser denominado Agente de
Defesa Civil;
V - agente especial de serviços públicos passa a ser denominado Agente de Segurança
Institucional.
Art. 5º - O quadro de pessoal da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza fica
organizado em carreiras, na forma do Anexo III desta Lei, estruturado em 2 (duas) partes:
I - parte permanente: composta de cargos de carreira;
II - parte especial: composta por funções, a serem extintas quando vagarem.

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COMENTÁRIO: A parte permanente a que se refere o inciso II, diz respeito ao efetivo
composto por funções, visto o ingresso de servidores antes da Promulgação da Constituição de
1988.

CAPÍTULO III
DO INGRESSO NA CARREIRA

Art. 6º - O ingresso na carreira dar-se-á mediante concurso público, para padrão de


vencimento inicial do primeiro nível de capacitação, com nível de escolaridade mínima de
ensino médio, na forma disciplinada pelo Estatuto dos Servidores Públicos do Município de
Fortaleza (Lei nº 6.794, de 27 de dezembro de 1990) e na Lei Orgânica da Guarda
Municipal.
Parágrafo Único - Os requisitos para o preenchimento do cargo serão publicados através
de edital para concurso público, ressalvando-se que não haverá concurso público para
subinspetor e inspetor.

COMENTÁRIO: De acordo com o artigo 8º da Lei Complementar nº 019/2004, observa-


se que São requisitos indispensáveis ao Corpo da Guarda Municipal os seguints requisitos
I - segundo grau completo;
II - idade mínima de 18 (dezoito) anos ;
III - boa saúde física e mental, e não ser portador de deficiência física incompatível
com o exercício do cargo;
IV - reputação ilibada, comprovada mediante documentação a ser exigida no edital do
concurso público."
Obs.: O requisito de saúde mental previsto no inciso III será exigido, no concurso público,
mediante exame psicotécnico, nos termos do edital.

Art. 7º - As carreiras são organizadas em classes de cargos/funções dispostos de acordo


com o nível de responsabilidade e complexidade.
Art. 8º - Os servidores não poderão ser disponibilizados ou cedidos para outros órgãos
municipais, estaduais ou federais, para executar funções diferentes daquelas previstas nas
atribuições do seu respectivo cargo, salvo para exercer mandato em entidades de
76
representação sindical, para assumir cargo em comissão, mandato eletivo e as demais
exceções previstas em lei.

COMENTÁRIO: O Decreto Municipal nº 13.196/2013 e suas alterações, que dispõe sobre a


cessão e a disposição dos servidores e empregados públicos do Município de Fortaleza, e
posterior alterações regulamenta os procedimentos a serem adotados nos casos de Cessão,
Disposição e Requisição, estabeleceu que a cessão para os servidores da GMF ocorreriam
apenas quando cedidos para:
1 exercer cargo em comissão em Gabinete da Presidência da Câmara Municipal de Fortaleza;
2 para assumir cargo de Secretário, Secretário Adjunto, Secretário Executivo;
3 cargos equivalentes no âmbito da Administração Pública Federal, Estadual e Municipal.
No que tange a Disposição, o autorizativo para o exercício de cargo em comissão ou função de
confiança, ou ainda para prestar serviço em outro órgão ou entidade do Poder Executivo
Municipal, tem-se que é possível o servidor da GMF ser colocado a disposição de qualquer
órgão da administração municipal, desde que atendido o formalismo previsto do referido
decreto.

CAPÍTULO IV
DO DESENVOLVIMENTO DO SERVIDOR NA CARREIRA

Art. 9º - O desenvolvimento do servidor na carreira ocorrerá da seguinte forma:


I - promoção por capacitação;
II - progressão por tempo de serviço.
§ 1º - As formas de desenvolvimento, disciplinadas nesta Lei, dependem de disponibilidade
orçamentária e da existência de vaga, conforme os quantitativos estabelecidos no Anexo III,
além dos critérios e requisitos que lhes são peculiares, na forma da legislação vigente.
2º - Regulamento disporá sobre os critérios a serem observados para as formas de
desenvolvimento profissional.
Art. 10 - Não participarão dos processos de promoção por capacitação e progressão por
tempo de serviço os ocupantes dos cargos/funções que, embora implementadas todas as
condições, incorrerem em 1 (uma) das seguintes hipóteses:

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I - tiverem punição disciplinar que importe suspensão ou 2 (duas) advertências no período
entre uma progressão/promoção e outra;
II - tiverem cometido mais de 5 (cinco) faltas não justificadas, a cada ano, nos últimos 24
(vinte e quatro) meses;

COMENTÁRIO: os períodos referentes às faltas não justificadas e as punições


administrativas serão estipulados pela SEPOG, através de cronogramas/calendários de
efetivação das promoções/progressões.

III - terem sido condenados em processo criminal no período entre uma


progressão/promoção e outra.

COMENTÁRIO: os períodos referentes às faltas não justificadas e as punições


administrativas serão estipulados pela SEPOG, através de cronogramas/calendários de
efetivação das promoções/progressões.

Art. 11 - Será criada uma comissão setorial, definida em regulamento, não remunerada, que
coordenará e encaminhará os processos de promoção à Secretaria de Administração do
Município (SAM).
Parágrafo Único - A comissão referida no caput deste artigo, funcionalmente subordinada
à comissão permanente da Secretaria de Administração do Município, será renovada ou
revalidada a cada 3 (três) anos.

COMENTÁRIO: A Secretaria de Planejamento Orçamento e Gestão - SEPOG, criou em sua


estrutura organizacional, a Célula de Plano de Cargos e Salário da PMF a fim de gerenciar e
implementar as promoções/progressões no âmbito da PMF, extinguindo assim a referida
comissão que fora instituída por meio desta e lei e regulamentada por Decreto.

SEÇÃO I
DA PROMOÇÃO POR CAPACITAÇÃO

78
Art. 12 - O processo de promoção por capacitação é a passagem do servidor ocupante de
um dos cargos/funções definidos nesta Lei, de um nível de capacitação para outro
imediatamente subsequente, através da obtenção de certificados em cursos compatíveis
com o cargo/função ocupado e cargas horárias definidas no Anexo IV.
Art. 13 - A promoção ocorrerá no interstício de 36 (trinta e seis) meses, a partir do segundo
enquadramento.

Após a entrar em vigência o atual PCCS da GMF, as Promoções por Capacitações


atendendo o interstício de 36 meses ocorreram nos seguintes anos:
● 2011 - 1ª Promoção por capacitação;(PORTARIA Nº 84 /201 – SAM);
● 2014 - 2ª Promoção por capacitação; (PORTARIA Nº 033 /2014 – SEPOG);
● 2017 - 3ª Promoção por capacitação (PORTARIA Nº 128 /2017 – SEPOG);
● 2020 - 4ª Promoção por capacitação. (prevista para ser efetivada no exercício
financeiro de 2020).

§ 1º - Somente serão considerados cursos técnicos de segurança pública e defesa civil


aqueles promovidos por entidades previamente credenciadas pelo Município de Fortaleza.
§ 2º - Respeitada a carga horária definida no Anexo IV, será permitida a soma das horas em
cursos correlatos, desde que estes tenham, no mínimo, 20 (vinte) horas/aula para os
oferecidos pela Prefeitura Municipal de Fortaleza ou 40 (quarenta) horas/aula nos demais
casos, e que tenham sido concluídos posteriormente a janeiro de 2005.

COMENTÁRIO : Além dos cursos oferecidos pela Prefeitura de Fortaleza, através da Escola
de Governo e da Academia da Segurança Cidadã – AMSEC, os cursos realizados na
plataforma EAD, da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, serão
válidos para promoção.

Art. 14 - Também será promovido por capacitação o servidor da carreira de segurança


pública que estiver no último nível de sua classe (de guarda para subinspetor e de
subinspetor para inspetor), atendidos os seguintes requisitos:
I - existência de disponibilidade orçamentária;

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II - existência de cargos vagos nas classes subsequentes, observada a antiguidade, como
critério para desempate;

COMENTÁRIO: a fim de conceituar o que seria a expressão “observada a antiguidade,


como critério de desempate”, A Lei Complementar n° 0156, de 13 de dezembro de
2013,que alterou o PCCS/GMF, passando o referido artigo a vigorar com a seguinte
redação:
“Art. 14 - .............................................................................II – Existência de cargos vagos
nas classes subsequentes, observada, como critério de desempate, a antiguidade no cargo
(no cargo de guarda quando a promoção se der para o cargo de Subinspetor, no cargo de
Subinspetor quando a promoção se der para o cargo de Inspetor)".

III - aprovação em cursos de formação específicos na carreira de segurança pública;

COMENTÁRIO: importa ressaltar que o curso de formação específico na carreira poderá


ser regulamentado por ato interno com a definição da matriz curricular dos cargos ora
almejados, carga horária total e a modalidade do curso.

IV - existência de necessidade de profissionais nas classes, determinada pela Direção da


Guarda.

COMENTÁRIO: a fim de manter o ordenamento hierárquico junto as atividades e


operações desenvolvidas pelo órgão, bem como constatada as vacâncias face as
exonerações, demissões, aposentadoria, e afastamentos previsto em lei, é de suma
relevância a administração da GMF destacar a necessidade de profissionais nas referidas
classes.

§ 1º - Quando o servidor se deslocar para outra classe, após a promoção, este ocupará o
nível de capacitação I na nova posição hierárquica, permanecendo no padrão de vencimento
relativo ao que ocupava anteriormente.

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COMENTÁRIO: Nível de capacitação para cada classe será distribuído em 4 níveis de
capacitação(I,II,III e IV) desta forma, quando houve ascensão funcional para mudança do
cargo.
● Guarda Municipal IV – Subinspetor I
● Subinspetor IV – Inspetor I
● Inspetor IV – nível final (possibilidade de extensão da tabela por força de lei
complementar).

§ 2º - Também será considerado requisito para esta promoção o tempo de serviço prestado
pelos servidores à Guarda Municipal de Fortaleza.

SEÇÃO II
DA PROGRESSÃO POR TEMPO DE SERVIÇO

Art. 15 - A progressão por tempo de serviço é a passagem do servidor, ocupante de um


cargo/função definido nesta Lei, de um padrão de vencimento para o imediatamente
superior, dentro da mesma classe e do mesmo nível de capacitação a que pertence.
§ 1º - Haverá progressão por tempo de serviço a cada 24 (vinte e quatro) meses de efetivo
exercício, contados a partir da primeira fase do enquadramento.
§ 2º - Para efeitos desta progressão, será levado em consideração o tempo de serviço
prestado ao Município de Fortaleza, como também o tempo de serviço disponibilizado à
União, Estados e Municípios, com ônus para origem.

CAPÍTULO V
DA REMUNERAÇÃO

Art. 16 - A composição da remuneração dos servidores contemplados por este PCCS dar-
se-á da seguinte forma:
I - Vencimento Básico - VB;
II - Gratificação de Risco de Vida - GARV;
III - Gratificação de Desempenho Específica de Segurança e Defesa Civil;
IV - Diferencial de Hierarquia, para os subinspetores e inspetores;

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V - Incentivo à Titulação;
VI - Vantagens Pecuniárias previstas em legislação específica.

COMENTÁRIO: além do rol acima, os servidores da Guarda Municipal de Fortaleza que


ingressaram no serviço público até março de 2012 fazem jus à Gratificação Pecuniária
Reajustável – VPR, conforme previsto na Lei nº 9886 de 09 de março de 2012.

Art. 17 - O vencimento básico corresponde ao valor estabelecido para o padrão de


vencimento da classe e do nível de capacitação ocupado pelo servidor.
Art. 18 - A tabela de valores dos padrões de vencimento encontra-se definida no Anexo V
deste Plano. Parágrafo Único - Os reajustes concedidos a título de revisão geral da
remuneração dos servidores municipais somente incidirão sobre o vencimento básico.

COMENTÁRIO: A tabela de valores dos padrões vencimentais são publicizadas a cada


exercício financeiro através Decreto do Chefe do Executivo Municipal em razão da
atualização remuneratória proveniente do reajustes e reposições salariais dos servidores da
PMF.

Art. 19 - O Incentivo à Titulação de que trata a presente Lei será calculado sobre o
vencimento básico de referência do servidor.
Art. 20 - As vantagens pecuniárias são aquelas previstas no Estatuto do Servidor do
Município (Lei nº 6.794, de 27 de dezembro de 1990) e legislação específica do Município
de Fortaleza.

SEÇÃO I
DAS GRATIFICAÇÕES

Art. 21 - Fica instituída a Gratificação de Desempenho Específica de Segurança e


Defesa Civil (GDESD), de percentual variável de 50 (cinquenta) a 100 (cem), calculada
sobre o vencimento básico, devida mensalmente aos servidores referidos nesta Lei, em
efetivo exercício no cargo, visando ao melhor desempenho das atribuições por eles
realizadas.
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§ 1º - A gratificação referida no caput deste artigo será atribuída com base em avaliação de
aferição mensal, cujos critérios objetivos serão estabelecidos em decreto do chefe do Poder
Executivo.

COMENTÁRIO: desde sua implantação a referida gratificação é paga no percentual de 100%


do vencimento base, haja vista não ter sido objeto de regulamentação com os devidos critérios
objetivos de avaliação.
Aos servidores da GMF, quando cedidos ou à disposição de outro órgão da Prefeitura
Municipal de Fortaleza, não será devida a GDESD, nas hipóteses previstas no Decreto nº
13.955, de 12 de janeiro de 2017, da seguinte forma.
“Art. 2º - Nos casos de disposição ou de movimentação dentro do próprio órgão/entidade de
origem, não serão devidas aos servidores as gratificações e adicionais pagos em razão da
efetiva prestação do serviço ou em virtude da natureza, das condições e do local de trabalho”.

§ 2º - A GDESD é incorporável aos proventos, dos servidores, atendidos os seguintes


requisitos:
a) no caso dos servidores admitidos até 15 de dezembro de 1998, desde que a tenham
percebido por um período superior a 36 (trinta e seis) meses ininterruptos;
b) no caso dos servidores admitidos após 15 de dezembro de 1998, desde que a tenham
percebido por um período superior a 60 (sessenta) meses ininterruptos ou 84 (oitenta e
quatro) meses intercalados;
c) para os servidores enquadrados nos cargos de agente de defesa civil e agente de
segurança institucional anteriormente à publicação desta Lei, desde que percebida por um
período superior a 24 (vinte e quatro) meses ininterruptos.
§ 3º - Para efeito do cálculo do valor a ser incorporado aos proventos, tomar-se-á como
base a média dos valores percebidos de acordo com os períodos estabelecidos pelo § 2º
deste artigo.
§ 4º - Para aqueles servidores que, na data da publicação desta Lei, tiverem 67 (sessenta e
sete) anos ou mais de idade, fica garantida a incorporação da GDESD para fins de
aposentadoria compulsória.

83
Art. 22 - Os servidores contemplados nas carreiras deste PCCS, quando em efetivo
exercício, farão jus à Gratificação por Atividade de Risco à Vida (GARV), equivalente
a 40% (quarenta por cento), calculado sobre o vencimento básico.
§ 1º - Não será paga a gratificação mencionada no caput deste artigo àqueles que estiverem
à disposição de outros órgãos que não a Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza,
executados os casos dos representantes sindicais pertencentes às carreiras abrangidas por
este Plano, mandatos eletivos e os demais casos previstos em lei.

COMENTÁRIO: Aos servidores da GMF, quando cedidos ou a disposição de outro órgão


da Prefeitura Municipal de Fortaleza, não será devida a GDESD/GARV, nas hipóteses
previstas no Decreto nº 13.955, de 12 de janeiro de 2017, da seguinte forma.
“Art. 2º - Nos casos de disposição ou de movimentação dentro do próprio órgão/entidade de
origem, não serão devidas aos servidores as gratificações e adicionais pagos em razão da
efetiva prestação do serviço ou em virtude da natureza, das condições e do local de trabalho
...”.

§ 2º - A gratificação de que trata o caput deste artigo é incorporável aos proventos para fins
de aposentadoria, desde que o servidor a tenha percebido por um período superior a 60
(sessenta) meses ininterruptos ou 84 (oitenta e quatro) meses intercalados, ressalvados os
servidores que, na data da publicação desta Lei, já haviam implementado o tempo mínimo
de percepção de 24 (vinte e quatro) meses ininterruptos da referida gratificação, prevista na
Lei Orgânica da Guarda Municipal.
§ 3º - Os servidores que estiverem à disposição da Câmara Municipal de Fortaleza não
serão enquadrados na restrição do § 1º deste artigo, desde que estejam no exercício das suas
funções.
Art. 23 - Fica instituído o Diferencial de Hierarquia (DH) para os servidores da carreira
de segurança pública, calculado sobre o vencimento básico, nos seguintes percentuais:
I - classe B, 10% (dez por cento), calculados sobre o vencimento básico, para servidores
ocupantes do cargo/função de Subinspetor;
II - classe C, 15% (quinze por cento), calculados sobre o vencimento básico, para
servidores ocupantes do cargo/função de Inspetor.

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Parágrafo Único - O diferencial de que trata o caput deste artigo constitui vantagem
incorporável aos proventos para fins de aposentadoria, para os servidores admitidos até 15
de dezembro de 1998, desde que o tenham percebido por um período superior a 36 (trinta e
seis) meses ininterruptos; e os demais servidores, 60 (sessenta) meses ininterruptos ou 84
(oitenta e quatro) meses intercalados.
Art. 24 - Fica instituído o Incentivo à Titulação, calculado sobre o vencimento básico, aos
servidores que adquirirem os seguintes títulos:
I - título de graduação, 10% (dez por cento);
II - título de pós-graduação, 15% (quinze por cento).
§ 1º - Na aplicação do disposto do caput deste artigo, caso seja o servidor portador de mais
de 1 (um) título, prevalecerá o correspondente ao de maior percentual, desprezando-se os
demais, não sendo admitida a percepção cumulativa.
§ 2º - O incentivo será incorporado aos respectivos proventos, desde que os servidores
admitidos até 15 de dezembro de 1998 o tenham percebido por um período superior a 36
(trinta e seis) meses ininterruptos; e os demais servidores, o tenham percebido por um
período superior a 60 (sessenta) meses ininterruptos ou 84 (oitenta e quatro) meses
intercalados.
§ 3º - Os cursos de graduação e pós-graduação, para fins de concessão do incentivo,
deverão ser reconhecidos pelo Ministério da Educação, bem como guardar correlação com
a área de segurança e defesa civil, nos termos do regulamento a ser editado pelo chefe do
Executivo.

COMENTÁRIO: Incentivo de Titulação é o benefício pago ao servidor pela obtenção de


certificado ou título em curso que mantenha correlação direta com seu cargo/função. Serão
aceitos apenas os títulos e/ou certificados relativos ao grau de educação formal que exceda ao
exigido pelo cargo/função do servidor. Só serão aceitos diplomas reconhecidos pelo
Ministério da Educação ou Secretaria Estadual de Educação. Deverão ser observadas as regras
de validação dos diplomas e certificados descritas nas Instruções Normativas que dispõem
sobre os cursos considerados correlatos com o cargo/função para concessão do benefício. A
Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão - SEPOG editou Instrução Normativa 05, de
13/10/2008 para fins da concessão do incentivo, trazendo em seu bojo o rol dos cursos
correlatos na área de segurança pública segurança institucional e defesa civil, posteriores

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alterações através das Portarias nº 61/2011 e 40/2012.

CAPÍTULO VI
DA JORNADA DE TRABALHO

Art. 25 - Os servidores cumprirão jornada de trabalho mensal com duração de 180 (cento e
oitenta) horas, podendo ser estabelecido sistema de escalas de serviço e aferição de
frequência, visando atender ao interesse público.
Parágrafo Único - O diretor da Guarda Municipal de Fortaleza emitirá portaria que
regulamentará o sistema de escalas previsto no caput deste artigo, adequando-o às
instituições e à necessidade de serviço.

COMENTÁRIO: Dispositivo alterado por força da Lei Complementar nº 0154/2013, que


altera o PCCS/GMF, modificando a carga horária de trabalho dos servidores da GMF para 02
jornadas de trabalho 180 horas e 240 horas, dando a prerrogativa ao servidor realizar a opção
pela migração da mudança da carga horária.

CAPÍTULO VII
DA ESTRUTURA DO PLANO DE CARGOS, CARREIRAS E SALÁRIOS

SEÇÃO I
DAS CARREIRAS, CLASSES E NÍVEIS DE CAPACITAÇÃO
Art. 26 - Ficam criadas 3 (três) carreiras:
I - carreira de segurança pública: formada por inspetores, subinspetores e guardas
municipais;
II - carreira de segurança institucional: formada por agentes de segurança institucional;
III - carreira de defesa civil: formada por agentes de defesa civil.
§ 1º - A carreira de segurança pública é composta por 3 (três) classes:
I - classe A: guarda municipal;
II - classe B: subinspetor;
III - classe C: inspetor.
§ 2º - As carreiras de segurança institucional e defesa civil são compostas por classe única.

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§ 3º - Cada classe definida nesta Lei compreende 4 (quatro) níveis de capacitação.
§ 4º - Cada nível de capacitação contém 20 (vinte) padrões de vencimento estruturados na
forma do Anexo V, parte integrante desta Lei.

SEÇÃO II
DA MATRIZ HIERÁRQUICA SALARIAL

Art. 27 - As matrizes hierárquicas salariais das carreiras definidas nesta Lei são as previstas
no Anexo V.

COMENTÁRIO: A última publicação concernente atualização das matrizes salariais foi


constante no anexo IX a que se refere o Decreto nº 14.411/2019. Matriz Salarial Hierárquica
do Plano de Cargos, Carreiras e Salários – PCCS dos servidores da Guarda Municipal e
Defesa Civil de Fortaleza, instituído pela Lei Complementar nº 0038/2007. 180 horas
mensais. Vigência: Janeiro/2019.
OBS: Matriz Salarial Hierárquica do Plano de Cargos, Carreiras e Salários – PCCS
referente ao reajuste salarial do exercício financeiro 2020, encontra-se em trâmite junto ao
órgão competente para devida publicação.

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CAPÍTULO VIII
DO ENQUADRAMENTO NA MATRIZ HIERÁRQUICA

Art. 28 - O enquadramento do servidor na matriz hierárquica dar-se-á na carreira, classe,


cargo/função e padrão de vencimento correspondente à situação funcional quando da
vigência desta Lei, considerando ainda a Tabela de Conversão de Tempo de Serviço, na
forma do Anexo VI.
Parágrafo Único - Para efeito da contagem de tempo de serviço de que trata o caput deste
artigo serão arredondadas para 1 (um) ano as frações de tempo iguais ou superiores a 11
(onze) meses.

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Art. 29 - O período para a apuração de tempo de serviço para o enquadramento será da data
de efetivação do servidor no Município de Fortaleza até a data da publicação desta Lei.
Parágrafo Único - Não serão contados na apuração de tempo de serviço para efeito de
enquadramento o período probatório, período referente a afastamentos não remunerados,
férias e licença-prêmio não gozadas e contadas em dobro ou qualquer outro tipo de
averbação.

COMENTÁRIO: Conforme o dispositivo acima os servidores que estiverem em


cumprimento do estágio probatório; já aposentados; em gozo de licença para trato de
interesse particular e outros afastamentos não remunerados nos prazos de implementação da
Promoção por Capacitação NÃO serão promovidos.

Art. 30 - O servidor que não possuir a escolaridade exigida para o exercício do


cargo/função e já o estiver exercendo, na data da vigência desta Lei, ficará enquadrado em
cargo correlato, ficando dispensado do pré-requisito de escolaridade.

SEÇÃO I
DAS FASES DO ENQUADRAMENTO

Art. 31 - O enquadramento será realizado em 2 (duas) fases:


I - fase I, a partir de maio de 2007, sendo:
a) enquadramento na classe, tendo em vista o cargo/função em exercício;
b) enquadramento no nível de capacitação inicial da classe;
c) enquadramento no padrão de vencimento conforme tabela de conversão do tempo de
serviço.

COMENTÁRIO: A primeira fase de enquadramento fora efetivada apenas uma única vez
aos servidores que já para os servidores que já se encontravam no serv

II - fase II, 12 (doze) meses após a primeira fase, sendo o servidor enquadrado
definitivamente no nível de capacitação.

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COMENTÁRIO: A efetivação da 2ª fase de enquadramento ocorreu por força da Portaria
41/2010 – SAM, concedendo a mudança de nivel para o imediatamente subsequente.
Ocorre que em 2012, por força do Decreto nº 13029/2012, de 10 de dezembro de 2012, que
alterou o caput e o §1º do art. 1º do Decreto nº 12785/2011, supramencionado, dispõe que a
segunda fase de enquadramento no PCCS dos servidores da Guarda Municipal e Defesa
Civil de Fortaleza dar-se-á no nível de capacitação correspondente à carga horária de cursos
apresentados no Banco de Qualificações, no período de 01/02/2005 a 30/08/2008,
ressalvados os cursos realizados pelo Programa Nacional de Apoio à Gestão Administrativa
e Fiscal dos Municípios Brasileiros - PNAFM, cuja data considerada será 31/12/2008.
Desta feita o enquadramento definitivo dar-se-á de acordo com carga horária exigida para
cada nível de capacitação dos cursos correlatos com a área de segurança e defesa civil,
previsto no Anexo IV da LC nº 38/07, sendo, portanto, necessária a apresentação de cursos
totalizando carga horária para enquadramento no nível de capacitação II, 80 horas, no III,
120 horas, no IV, 180 horas.

Art. 32 - Após a primeira fase do enquadramento, o servidor deverá informar os cursos de


capacitação na área de segurança e defesa civil, devidamente reconhecidos e/ou
credenciados pelo Município de Fortaleza, que porventura tenha concluído a partir de
janeiro de 2005.
Art. 33 - O enquadramento dos servidores neste PCCS será automático, mas estes podem
se manifestar formalmente pela opção do não enquadramento, permanecendo, portanto, no
sistema de remuneração da legislação anterior.
Parágrafo Único - A manifestação de que trata o caput deste artigo deverá ser efetivada no
prazo de até 90 (noventa) dias contados da data de publicação desta Lei.

COMENTÁRIO: As fases de enquadramento referenciado no texto acima fora aplicada


exclusivamente aos servidores que ingressaram nos quadros da GMF antes da publicação deste
plano.

CAPÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
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Art. 34 - O servidor que se julgar prejudicado, quando do seu enquadramento neste Plano
de Cargos, Carreiras e Salários, poderá requerer a reavaliação junto à Guarda Municipal e
Defesa Civil de Fortaleza, até 90 (noventa) dias após a publicação do Quadro
Discriminativo de Enquadramento no Diário Oficial do Município (DOM).
Parágrafo Único - Fica assegurado àqueles que não optarem pelo enquadramento de que
trata esta Lei o reajuste de seus vencimentos básicos nos mesmos percentuais e datas em
que se verificar o reajuste geral dos servidores do Poder Executivo Municipal.

COMENTÁRIO: O servidor da Guarda Municipal que por ventura optasse em não


permanecer submetido às regras do PCCS/GMF, continuaria enquadrado as regras do Plano
Municipal de Cargos e Carreiras, PMCC da PMF Lei Complementar 7141/92.

Art. 35 - As atribuições relativas aos cargos/funções descritos neste Plano de Cargos,


Carreiras e Salários são as constantes do Anexo VII.
Art. 36 - O Plano de Cargos, Carreiras e Salários obedecerá, exclusivamente, às normas
estabelecidas nesta Lei, não prevalecendo para nenhum efeito planos, reclassificações e
enquadramentos anteriores.
Parágrafo Único - Os servidores contemplados neste PCCS farão jus a uma vantagem
pecuniária fixa de R$ 110,00 (cento e dez reais), reajustável nos mesmos índices aplicados
ao vencimento básico, a qual não se incorpora a este para qualquer finalidade, garantida,
porém, a sua incorporação aos proventos, atendidas as seguintes condições:
I - no caso dos servidores admitidos até 15 de dezembro de 1998, que a tenham percebido
por um período superior a 36 (trinta e seis) meses ininterruptos;
II - nos demais casos, que a tenham percebido pelo período de 60 (sessenta) meses
ininterruptos ou 84 (oitenta e quatro) meses intercalados.
Art. 37 - Os Agentes de Defesa Civil e de Segurança Institucional, ao serem enquadrados
neste PCCS, deixarão de perceber a gratificação de aumento de produtividade variável
prevista na Lei nº 8.419, de 31 de março de 2000, regulamentada pelo Decreto n.10.850, de
15 de agosto de 2000.
§ 1º - Os servidores referidos no caput deste artigo, além da vantagem prevista no parágrafo
único do art. 36 desta Lei, farão jus a uma vantagem pecuniária pessoal fixa de R$ 35,09

92
(trinta e cinco reais e nove centavos), reajustável nos mesmos índices aplicados ao
vencimento básico, a qual não se incorpora a este para qualquer finalidade, garantida,
porém, a sua incorporação aos proventos, desde que percebida por um período mínimo de
60 (sessenta) meses ininterruptos ou 84 (oitenta e quatro) meses intercalados.
§ 2º - Os servidores acima mencionados, antes submetidos a uma carga horária de 8 (oito)
horas diárias, nos termos do Edital 001, de 28 de abril de 2000, deixarão de perceber a
complementação salarial de 60 (sessenta) horas; conforme o art. 25 desta Lei passarão a ter
carga horária de 180 (cento e oitenta) horas mensais.
Art. 38 - Os inspetores, além da vantagem prevista no parágrafo único do art. 36 desta Lei,
farão jus a uma vantagem pessoal fixa de R$ 366,08 (trezentos e sessenta e seis reais e oito
centavos), reajustável nos mesmos índices aplicados ao vencimento básico, a qual não se
incorpora a este para qualquer finalidade, garantida, porém, a sua incorporação aos
proventos, desde que os servidores admitidos até 15 de dezembro de 1998 a tenham
percebido por um período superior a 36 (trinta e seis) meses ininterruptos; e os demais
servidores, 60 (sessenta) meses ininterruptos ou 84 (oitenta e quatro) meses intercalados.
Art. 39 - Os atos regulamentares do Poder Executivo vinculados a esta Lei deverão ser
aprovados por decretos, dentro de 90 (noventa) dias contados da publicação desta Lei.
Art. 40 - As despesas decorrentes da implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários
de que trata esta Lei correrão à conta das dotações orçamentárias próprias da Guarda
Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, que serão suplementadas em caso de insuficiência
de recursos.
Art. 41 - Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação, exceto quanto
aos seus efeitos financeiros que retroagirão a 1º de maio de 2007, ficando revogadas as
disposições em contrário.

Paço da Prefeitura Municipal de Fortaleza, em 10 de julho de 2007.


Luizianne de Oliveira Lins - PREFEITA MUNICIPAL DE FORTALEZA.

ANEXO I
ESTRUTURA DAS CARREIRAS, CLASSES E CARGOS/FUNÇÕES

CARREIRA CLASSE CARGO ATUAL

93
SEGURANÇA PÚBLICA C INSPETOR
B SUBINSPETOR
A GUARDA MUNICIPAL
SEGURANÇA INSTITUCIONAL ÚNICA AGENTE DE SEGURANÇA
INSTITUCIONAL
DEFESA CIVIL ÚNICA AGENTE DE DEFESA CIVIL

(...)

ANEXO VII
DESCRIÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES DE CARGOS/FUNÇÕES

GUARDAS MUNICIPAIS:
I - defender e preservar os bens que compõem o patrimônio público municipal;
II - manter a segurança e a integridade dos logradouros, prédios, praças e parques públicos
municipais;
III - desenvolver ações de preservação de segurança urbana no âmbito do município de
Fortaleza;
IV - desenvolver ações de preservação de segurança de patrimônios artístico, histórico,
cultural e ambiental do município de Fortaleza;
V - realizar a segurança pessoal do chefe do Poder Executivo Municipal;
VI - executar serviço relativo à segurança nas promoções públicas de incentivo ao turismo
local;
VII - promover a segurança nos terminais de transporte coletivo urbano de Fortaleza;
VIII - executar o serviço de orientação e salvamento de banhistas nas praias, e nos rios e
lagoas, quando necessário;
IX - proceder a serviços de ronda, de acordo com o comando operacional, com exceção de
monitoramento em postos de trabalho;
X - atender prontamente as convocações de seus superiores hierárquicos;
XI - prestar socorro em época de calamidade pública e em situação de emergência;
XII - prestar auxílio na manutenção ou restabelecimento da ordem pública;
XIII - desenvolver outras atividades correlatas à segurança e à defesa civil.
94
ATENÇÃO!!!
Tenha especial atenção às atribuições abaixo, pois são referentes ao cargo que você
poderá assumir ao concluir o Curso de Formação de Subinspetores da Guarda Municipal
de Fortaleza.

SUBINSPETORES:
I - defender e preservar os bens que compõem o patrimônio público municipal;
II - coordenar ações de preservação de segurança urbana no âmbito do município de
Fortaleza;
III - coordenar ações de preservação de segurança de patrimônios artístico, histórico,
cultural e ambiental do município de Fortaleza;
IV – supervisionar os guardas municipais no exercício de suas funções;
V - comandar grupamento de guardas municipais;
VI - fazer ronda nos postos de serviço em que se encontram escalados guardas municipais;
VII - proceder à distribuição dos guardas municipais, que estejam sob seu comando, em
seus respectivos postos de serviço;
VIII - elaborar, coordenar e planejar planos nos postos de serviço;
IX - fazer escala geral de serviço, após autorização do chefe imediato;
X - convocar seus subordinados para reuniões, eventos e operações, quando necessários;
XI - chefiar e/ou delegar aos subordinados o comando das patrulhas de guardas municipais
para serviços de rotina;
XII – obedecer a escalas de serviço, trabalhando como adjunto do inspetor, sendo
responsável pela guarnição, quando solicitado;
XIII - prestar socorro em época de calamidade pública e em situação de emergência;
XIV - prestar auxílio na manutenção ou restabelecimento da ordem pública;
XV - desenvolver outras atividades correlatas à segurança e à defesa civil;
XVI – executar o serviço de orientação e salvamento de banhistas nas praias, rios e lagoas,
quando necessário.
INSPETORES:
I - defender e preservar os bens que compõem o patrimônio público municipal;

95
II - desenvolver ações de preservação de segurança urbana no âmbito do município de
Fortaleza;
III – desenvolver e ordenar ações de preservação de segurança de patrimônios artístico,
histórico, cultural e ambiental do município de Fortaleza;
IV - supervisionar os guardas e subinspetores;
V - comandar grupos organizados de guardas municipais e/ou subinspetores;
VI - solicitar, junto à Direção-Geral, a organização de formaturas;
VII - elaborar, coordenar e planejar planos nos postos de serviço;
VIII - convocar seus subordinados para reuniões, eventos e operações, quando necessários;
IX – orientar seus subordinados na execução de suas missões;
X – prestar auxílio na manutenção ou restabelecimento da ordem pública;
XI - prestar socorro em época de calamidade pública e em situação de emergência;
XII - fazer escala geral de serviço;
XIII - fazer levantamento do serviço de ronda;
XIV – coordenar esquema de rondas nos postos de serviço;
XV - distribuir tarefas para seus subordinados;
XVI - chefiar e/ou delegar aos subordinados o comando das patrulhas de guardas
municipais para serviços de rotina;
XVII - atuar como inspetor responsável pelo plantão da guarnição de dia, quando
necessário;
XVIII - desenvolver outras atividades correlatas à segurança e à defesa civil.
XIX situações de emergência, quando solicitado pelo diretor-geral da Guarda Municipal e
Defesa Civil de Fortaleza;
X - solicitar aos órgãos da administração pública municipal e aos setores da Guarda
Municipal e Defesa Civil de Fortaleza informações ou documentos necessários ao
atendimento de demandas de segurança institucional;
XI - elaborar e executar planos operacionais de segurança pública para realização de
eventos de médio e grande porte, promovidos pela Prefeitura Municipal de Fortaleza;
XII - elaborar e executar planos de segurança patrimonial, a fim de assegurar a integridade
física das instalações dos órgãos que compõem a estrutura administrativa da Prefeitura
Municipal de Fortaleza.
***

96
ESTATUTO GERAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS

97
1 LEI FEDERAL Nº 13022, DE 8 DE AGOSTO DE 2014

Dispõe sobre o estatuto geral das guardas municipais.

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei institui normas gerais para as guardas municipais, disciplinando o § 8º do
art. 144 da Constituição Federal.

COMENTÁRIO: CF/88 Art. 144. (...) § 8º Os Municípios pode constituir guardas municipais
destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.

Art. 2º Incumbe às guardas municipais, instituições de caráter civil, uniformizadas e


armadas conforme previsto em lei, a função de proteção municipal preventiva, ressalvadas
as competências da União, dos Estados e do Distrito Federal.

CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS

Art. 3º São princípios mínimos de atuação das guardas municipais:


I - proteção dos direitos humanos fundamentais, do exercício da cidadania e das liberdades
públicas;
II - preservação da vida, redução do sofrimento e diminuição das perdas;
III - patrulhamento preventivo;
IV - compromisso com a evolução social da comunidade; e
V - uso progressivo da força.

CAPÍTULO III
DAS COMPETÊNCIAS

Art. 4º É competência geral das guardas municipais a proteção de bens, serviços,


logradouros públicos municipais e instalações do Município.
98
Parágrafo único. Os bens mencionados no caput abrangem os de uso comum, os de uso
especial e os dominiais.

COMENTÁRIO:
Os bens de uso comum do povo são aqueles que podem ser utilizados livremente pela
população. exemplo: praias, rios, praias, ruas etc.
Os bens de uso especial são aqueles que visam a prestação de serviços públicos. Como
exemplos de bens de uso especial, podemos citar: escolas públicas, postos de saúde, etc.
Os bens dominicais são aqueles que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito
público, mas que a eles não foi dada nenhuma destinação pública específica. Em outras
palavras os bens dominicais são bens desafetados.
Exemplos de bens dominicais: prédios públicos desativados, terras devolutas, todas essas
espécies de bens, como vimos, são alvo de proteção das Guardas Municipais!

Art. 5º São competências específicas das guardas municipais, respeitadas as competências


dos órgãos federais e estaduais:
I - zelar pelos bens, equipamentos e prédios públicos do Município;
II - prevenir e inibir, pela presença e vigilância, bem como coibir, infrações penais ou
administrativas e atos infracionais que atentem contra os bens, serviços e instalações
municipais;
III - atuar, preventiva e permanentemente, no território do Município, para a proteção
sistêmica da população que utiliza os bens, serviços e instalações municipais;
IV - colaborar, de forma integrada com os órgãos de segurança pública, em ações conjuntas
que contribuam com a paz social;
V - colaborar com a pacificação de conflitos que seus integrantes presenciarem, atentando
para o respeito aos direitos fundamentais das pessoas;
VI - exercer as competências de trânsito que lhes forem conferidas, nas vias e logradouros
municipais, nos termos da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito
Brasileiro), ou de forma concorrente, mediante convênio celebrado com órgão de trânsito
estadual ou municipal;
VII - proteger o patrimônio ecológico, histórico, cultural, arquitetônico e ambiental do
Município, inclusive adotando medidas educativas e preventivas;

99
VIII - cooperar com os demais órgãos de defesa civil em suas atividades;
IX - interagir com a sociedade civil para discussão de soluções de problemas e projetos
locais voltados à melhoria das condições de segurança das comunidades;
X - estabelecer parcerias com os órgãos estaduais e da União, ou de Municípios vizinhos,
por meio da celebração de convênios ou consórcios, com vistas ao desenvolvimento de
ações preventivas integradas;
XI - articular-se com os órgãos municipais de políticas sociais, visando à adoção de ações
interdisciplinares de segurança no Município;
XII - integrar-se com os demais órgãos de poder de polícia administrativa, visando a
contribuir para a normatização e a fiscalização das posturas e ordenamento urbano
municipal;
XIII - garantir o atendimento de ocorrências emergenciais, ou prestá-lo direta e
imediatamente quando deparar-se com elas;
XIV - encaminhar ao delegado de polícia, diante de flagrante delito, o autor da infração,
preservando o local do crime, quando possível e sempre que necessário;
XV - contribuir no estudo de impacto na segurança local, conforme plano diretor
municipal, por ocasião da construção de empreendimentos de grande porte;
XVI - desenvolver ações de prevenção primária à violência, isoladamente ou em conjunto
com os demais órgãos da própria municipalidade, de outros Municípios ou das esferas
estadual e federal;
XVII - auxiliar na segurança de grandes eventos e na proteção de autoridades e dignatários;
e
XVIII - atuar mediante ações preventivas na segurança escolar, zelando pelo entorno e
participando de ações educativas com o corpo discente e docente das unidades de ensino
municipal, de forma a colaborar com a implantação da cultura de paz na comunidade local.
Parágrafo único. No exercício de suas competências, a guarda municipal poderá colaborar
ou atuar conjuntamente com órgãos de segurança pública da União, dos Estados e do
Distrito Federal ou de congêneres de Municípios vizinhos e, nas hipóteses previstas nos
incisos XIII e XIV deste artigo, diante do comparecimento de órgão descrito nos incisos do
caput do art. 144 da Constituição Federal, deverá a guarda municipal prestar todo o apoio à
continuidade do atendimento.

CAPÍTULO IV
100
DA CRIAÇÃO

Art.6º O Município pode criar, por lei, sua guarda municipal.


Parágrafo único: A guarda municipal é subordinada ao chefe do Poder Executivo
municipal.
Art.7º As guardas municipais não poderão ter efetivo superior a:
I - 0,4% (quatro décimos por cento) da população, em Municípios com até 50.000
(cinquenta mil) habitantes;
II - 0,3% (três décimos por cento) da população, em Municípios com mais de 50.000
(cinquenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, desde que o efetivo não
seja inferior ao disposto no inciso I;
III - 0,2% (dois décimos por cento) da população, em Municípios com mais de 500.000
(quinhentos mil) habitantes, desde que o efetivo não seja inferior ao disposto no inciso II.
Parágrafo único. Se houver redução da população referida em censo ou estimativa oficial da
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é garantida a preservação
do efetivo existente, o qual deverá ser ajustado à variação populacional, nos termos de lei
municipal.
Art.8º Municípios limítrofes podem, mediante consórcio público, utilizar, reciprocamente,
os serviços da guarda municipal de maneira compartilhada.
Art.9º A guarda municipal é formada por servidores públicos integrantes de carreira única
e plano de cargos e salários, conforme disposto em lei municipal.

CAPÍTULO V
DAS EXIGÊNCIAS PARA INVESTIDURA

Art.10. São requisitos básicos para investidura em cargo público na guarda municipal:
I - nacionalidade brasileira;
II - gozo dos direitos políticos;
III - quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV - nível médio completo de escolaridade;
V - idade mínima de 18 (dezoito) anos;
VI - aptidão física, mental e psicológica; e

101
VII - idoneidade moral comprovada por investigação social e certidões expedidas perante o
Poder Judiciário estadual, federal e distrital.
Parágrafo único. Outros requisitos poderão ser estabelecidos em lei municipal.

CAPÍTULO IV
DA CRIAÇÃO

Art.11. O exercício das atribuições dos cargos da guarda municipal requer capacitação
específica, com matriz curricular compatível com suas atividades.
Parágrafo único: Para fins do disposto no caput, poderá ser adaptada a matriz curricular
nacional para formação em segurança pública, elaborada pela Secretaria Nacional de
Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça.
Art.12. É facultada ao Município a criação de órgão de formação, treinamento e
aperfeiçoamento dos integrantes da guarda municipal, tendo como princípios norteadores
os mencionados no art. 3º.

COMENTÁRIO: Em 2018, o Município de Fortaleza criou seu órgão próprio de formação


para os servidores da GMF, através da Academia da Segurança Pública – AMSEC.

§ 1º Os Municípios poderão firmar convênios ou consorciar-se, visando ao atendimento do


disposto no caput deste artigo.
§ 2º O Estado poderá, mediante convênio com os Municípios interessados, manter órgão de
formação e aperfeiçoamento centralizado, em cujo conselho gestor seja assegurada a
participação dos Municípios conveniados.
§ 3º O órgão referido no § 2º não pode ser o mesmo destinado a formação, treinamento ou
aperfeiçoamento de forças militares.
CAPÍTULO IV
DO CONTROLE

Art.13. O funcionamento das guardas municipais será acompanhado por órgãos próprios,
permanentes, autônomos e com atribuições de fiscalização, investigação e auditoria,
mediante:

102
I - controle interno, exercido por corregedoria, naquelas com efetivo superior a 50
(cinquenta) servidores da guarda e em todas as que utilizam arma de fogo, para apurar as
infrações disciplinares atribuídas aos integrantes de seu quadro; e
II - controle externo, exercido por ouvidoria, independente em relação à direção da
respectiva guarda, qualquer que seja o número de servidores da guarda municipal, para
receber, examinar e encaminhar reclamações, sugestões, elogios e denúncias acerca da
conduta de seus dirigentes e integrantes e das atividades do órgão, propor soluções,
oferecer recomendações e informar os resultados aos interessados, garantindo-lhes
orientação, informação e resposta.
§ 1º O Poder Executivo municipal poderá criar órgão colegiado para exercer o controle
social das atividades de segurança do Município, analisar a alocação e aplicação dos
recursos públicos e monitorar os objetivos e metas da política municipal de segurança e,
posteriormente, a adequação e eventual necessidade de adaptação das medidas adotadas
face aos resultados obtidos.
§ 2º Os corregedores e ouvidores terão mandato cuja perda será decidida pela maioria
absoluta da Câmara Municipal, fundada em razão relevante e específica prevista em lei
municipal.
Art. 14. Para efeito do disposto no inciso I do caput do art. 13, a guarda municipal terá
código de conduta próprio, conforme dispuser lei municipal.
Parágrafo único: As guardas municipais não podem ficar sujeitas a regulamentos
disciplinares de natureza militar.

CAPÍTULO VII
DAS PRERROGATIVAS

Art. 15. Os cargos em comissão das guardas municipais deverão ser providos por membros
efetivos do quadro de carreira do órgão ou entidade.
§ 1º Nos primeiros 4 (quatro) anos de funcionamento, a guarda municipal poderá ser
dirigida por profissional estranho a seus quadros, preferencialmente com experiência ou
formação na área de segurança ou defesa social, atendido o disposto no caput.
§ 2º Para ocupação dos cargos em todos os níveis da carreira da guarda municipal, deverá
ser observado o percentual mínimo para o sexo feminino, definido em lei municipal.
§ 3º Deverá ser garantida a progressão funcional da carreira em todos os níveis.
103
Art.16. Aos guardas municipais é autorizado o porte de arma de fogo, conforme previsto
em lei.
Parágrafo único: Suspende-se o direito ao porte de arma de fogo em razão de restrição
médica, decisão judicial ou justificativa da adoção da medida pelo respectivo dirigente.
Art.17. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) destinará linha telefônica de
número 153 e faixa exclusiva de frequência de rádio aos Municípios que possuam guarda
municipal.
Art.18. É assegurado ao guarda municipal o recolhimento à cela, isoladamente dos demais
presos, quando sujeito à prisão antes de condenação definitiva.

CAPÍTULO IX
DAS VEDAÇÕES

Art.19. A estrutura hierárquica da guarda municipal não pode utilizar denominação


idêntica à das forças militares, quanto aos postos e graduações, títulos, uniformes,
distintivos e condecorações.

CAPÍTULO X
DA REPRESENTATIVIDADE

Art.20. É reconhecida a representatividade das guardas municipais no Conselho Nacional


de Segurança Pública, no Conselho Nacional das Guardas Municipais e, no interesse dos
Municípios, no Conselho Nacional de Secretários e Gestores Municipais de Segurança
Pública.

CAPÍTULO XI
DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS E TRANSITÓRIAS

Art.21. As guardas municipais utilizarão uniforme e equipamentos padronizados,


preferencialmente, na cor azul-marinho.
Art.22. Aplica-se esta Lei a todas as guardas municipais existentes na data de sua
publicação, a cujas disposições devem adaptar-se no prazo de 02 (dois) anos.

104
Parágrafo único. É assegurada a utilização de outras denominações consagradas pelo uso,
como guarda civil, guarda civil municipal, guarda metropolitana e guarda civil
metropolitana.
Art. 23. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 8 de agosto de 2014.


DILMA ROUSSEFF - Presidente.

105
PORTARIAS REGULAMENTADORAS

106
1 PORTARIA N° 59/2014 - GMF

Dispõe sobre a devolução do uniforme completo e os


materiais de trabalho dos servidores da Guarda
Municipal e Defesa Civil de Fortaleza e dá outras
providências.

Art. 1° - Estabelecer as situações que ensejarão a devolução do uniforme completo e os


materiais de trabalho dos servidores da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza.
Art. 2° - O uniforme completo e os materiais de trabalho deverão ser devolvidos ao Núcleo
de Patrimônio (NUPATR) da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza quando o
servidor:
I – for exonerado do cargo;
II – for demitido do cargo;
III – passar para inatividade;
IV – estiver no gozo de licença para tratamento de saúde (LTS) por mais de 06 (seis)
meses;
V – estiver afastado para trato de interesse particular;
VI – estiver afastado por licença para acompanhar o cônjuge ou companheiro, nos termos
do art. 71 da Lei no 6.794 de 27 de dezembro de 1990 (Estatuto dos Servidores Públicos do
Município de Fortaleza).
VII – receber uniforme completo por ocasião de sua renovação;
Art. 3o – O Núcleo de Patrimônio da GMF disponibilizará Termo de Devolução do
Uniforme e Materiais de Trabalho em duas vias de igual teor e forma, para fins de produção
de efeitos legais, no qual constará a descrição dos objetos devolvidos, data da devolução,
assinatura do responsável pelo recebimento do material e assinatura do servidor.
Art. 4o – No ato de requerimento dos afastamentos previstos no artigo 2o desta portaria,
bem como nos casos de aposentadoria, exoneração e demissão, far-se-á necessária a juntada
do documento previsto no artigo anterior.
Art. 5o – Entende-se por materiais de trabalho os equipamentos fornecidos pela GMF e
acautelados individualmente em nome do servidor, dentre outros:
I – Bastão tonfa;
II – Algemas;
III – Espargidor de Pimenta;
IV – Colete balístico;
107
V – Pistola de choque Taser e cartuchos;
Art. 6o – Tendo em vista a previsão do art. 29, III, da Lei Complementar no 037/2007
(RDI), caso não se dê a devolução do material por conta de perda do mesmo em
decorrência de procedimento negligente, imprudente e imperito, obrigar-se-á o servidor ao
ressarcimento ao erário após competente Processo Administrativo Disciplinar.
Art. 7o - Os casos omissos serão resolvidos pelo Diretor Geral da Guarda Municipal e
Defesa Civil de Fortaleza.
Art. 8° - As determinações contidas neste instrumento administrativo passarão a vigorar na
data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.

Gabinete do Diretor Geral da GMF, em 28 de maio de 2015


Edgar Fuques DIRETOR GERAL- GMF

2 PORTARIA CONJUNTA Nº 0007, DE 06 DE MARÇO DE 2020 – SESEC/GMF

Regulamenta o procedimento para percepção da


gratificação especial de patrulhamento – GEP e a
distribuição de vagas por setor no âmbito da GMF e
SESEC.

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º - Determinar o procedimento a ser adotado para a percepção da Gratificação


Especial de Patrulhamento - GEP nos termos da presente Portaria.
Art. 2º - A relação dos servidores habilitados a perceberem a Gratificação Especial de
Patrulhamento – GEP deverá constar em Portaria específica para este fim, expedida pelo
dirigente máximo do respectivo órgão.
§1º - O limite de vagas previsto no Decreto nº 14.522, de 01 de novembro de 2019, e no
Anexo I desta Portaria será respeitado para fins de pagamento independente de quantidade
de servidores habilitados a dirigir.
§2º - A Portaria de que trata o caput será reeditada a cada 06 (seis) meses ou a qualquer
tempo no interesse da Administração.

108
§3º - Novas habilitações e exclusões de servidores habilitados na Portaria precedente
somente ocorrerão no prazo mencionado no parágrafo anterior, após realizado o
recadastramento previsto no Art. 10, § 1º.
§4º - Qualquer alteração fora do prazo previsto no § 2º deverá ser devidamente motivada
por quem a requerer. § 5º - As vagas identificadas como sendo de outras unidades do órgão,
conforme anexos desta Portaria, serão destinadas pelo gestor conforme necessidade do
serviço
§5º - As vagas identificadas como sendo de outras unidades do órgão, conforme anexos
desta Portaria, serão destinadas pelo gestor conforme necessidade do serviço.

CAPÍTULO II
DO PAGAMENTO

Art. 3º - O pagamento da Gratificação Especial de Patrulhamento – GEP ao servidor fica


condicionado à comprovação do efetivo exercício da atividade de motorista e à devida
habilitação nos termos do art. 2º.
§ 1º - A comprovação de que trata o caput deste artigo, deverá ser feita mediante
apresentação da relação dos servidores que dirigiram no mês de referência, respeitado o
limite de vagas estabelecido nos anexos desta Portaria.
§ 2º - Fará jus à totalidade da gratificação aquele servidor que desempenhar a função de
motorista de viaturas operacionais por no mínimo 10 (dez) dias trabalhados no exercício da
referida função e, caso os dias trabalhados sejam inferiores ao mínimo, o valor será pago na
proporção dos dias trabalhados pelo número de plantões exigíveis no respectivo mês.
§ 3º - O número de plantões exigíveis no mês corresponde ao número de plantões que o
servidor deva executar no referido período, considerando sua escala normal, excluindo a
hipótese de férias, licenças e demais afastamentos.
Art. 4º - A Gratificação Especial de Patrulhamento – GEP não será paga nas hipóteses de
afastamentos, licenças e ausências de qualquer natureza, mesmo que sejam considerados,
em lei específica, de efetivo exercício ou de exercício ficto para outros efeitos.
Art. 5º - Fica estabelecido o total de 490 (quatrocentas e noventa) vagas para a Guarda
Municipal de Fortaleza e 50 (cinquenta) vagas para a SESEC,
§ 1º - Das vagas destinadas para a GMF previstas no caput, conceder-se-ão inicialmente
385 (trezentas e oitenta e cinco) vagas.
109
§ 2º - A cada Torre de Observação do Programa Municipal de Proteção Urbana - PMPU
inaugurada serão disponibilizadas mais 20 vagas para a GMF até ser atingido o limite de
490 (quatrocentas e noventa) vagas previsto no Decreto nº 14.522/2019.
Art. 6º - O servidor que completar 10 (dez) dias de trabalho como motorista não fica
dispensado de exercer a função no restante do mês, devendo obrigatoriamente executar suas
atividades de motorista caso haja demanda e esteja de serviço, não podendo em hipótese
alguma ser utilizado motorista reserva com a existência de titular disponível.
Parágrafo Único. Em caso de descumprimento do disposto no caput será apurada a
responsabilidade da chefia imediata e de quem houver concorrido para tal descumprimento,
nos termos da Lei Complementar nº 0037/2007.

CAPÍTULO III
DOS REQUISITOS PARA INVESTIDURA E PERMANÊNCIA NA FUNÇÃO

Art. 7º - Os servidores somente serão habilitados nos termos do art. 2º mediante entrega ao
Serviço de Transporte de cópia dos seguintes documentos:
I - Carteira Nacional de Habilitação na categoria para a qual será designado com a 1ª
habilitação com data de no mínimo 03 (três) anos.
II - Certidão de nada consta emitida no site do DETRAN-CE junto ao serviço de transporte.
Parágrafo Único - Somente poderão ser habilitados os servidores cuja certidão a que se
refere o inciso II contabilizar até 12 (doze) pontos na CNH, além de não cumprir pena de
suspensão ou cassação do direito de dirigir.
Art. 8º - O servidor somente poderá exercer a função de motorista reserva para substituir
um motorista titular que esteja afastado, licenciado ou ausente por qualquer natureza, ou em
casos excepcionais justificados pela chefia imediata de forma individual.
Art. 9º – O servidor de maior precedência hierárquica dentre os membros da equipe deverá
comandar a viatura, ficando impedido de perceber a Gratificação Especial de
Patrulhamento – GEP.

CAPÍTULO IV
DAS ATRIBUIÇÕES DO SERVIÇO DE TRANSPORTE

110
Art. 10 – O serviço de transporte deverá realizar cadastramento de todos os condutores e
manter em seus arquivos, enquanto o servidor permanecer na função, cópia da
documentação comprobatória dos requisitos previstos nos artigos 7° e 9°.
§ 1º - A cada 06 (seis) meses será realizado recadastramento do quadro de motoristas a
serem habilitados, que deverá anteceder a reedição da Portaria mencionada no § 2º, do art.
2º.
§ 2º - O serviço de transporte somente realizará o cadastramento dos servidores que forem
indicados em relação encaminhada pelo chefe dos setores descritos nos Anexos da presente
Portaria, limitada a indicação ao número de vagas do respectivo Setor/Inspetoria.
Art. 11 - Caberá ao Serviço de Transporte encaminhar à Célula de Gestão de Pessoas -
CEGEP do seu respectivo órgão, no segundo dia útil de cada mês, planilha com a relação
dos motoristas que efetivamente trabalharam no mês anterior com discriminação dos dias
trabalhados, para fins de inclusão em folha de pagamento, juntamente com a cópia da
listagem mencionada no art. 16.
Parágrafo Único - Para dar cumprimento ao que dispõe o caput deste artigo, os(as)
coordenadores(as) e chefes de setores deverão enviar ao Serviço de Transporte os check-
lists semanalmente, no primeiro dia útil da semana seguinte referente aos serviços prestados
na semana anterior.
Art. 12 - O Serviço de Transporte deverá manter arquivo de todos os check-lists que
comprovem as informações constantes na planilha mencionada no artigo anterior para fins
de possível auditoria
Art. 13 – Para fins de cumprimento do disposto no § 2º, do art. 5º, desta Portaria o
Secretário Municipal da Segurança Cidadã enviará ofício para a SEPOG comunicando a
inauguração de cada Torre de Observação, visando à utilização do acréscimo de vagas de
GEP previsto.
Art. 14 - Os servidores habilitados para percepção da Gratificação Especial de
Patrulhamento – GEP e os chefes das unidades devem observar os ditames do presente
instrumento normativo, além do Decreto nº 14.522/2019 e da Lei nº 10.257/2014, sob pena
de sujeição às sanções previstas no Regulamento Disciplinar Interno – RDI, bem como no
Estatuto dos Servidores do Município de Fortaleza.
Art. 15 - As vagas destinadas à Guarda Municipal de Fortaleza - GMF e à Secretaria
Municipal da Segurança Cidadã - SESEC, conforme o Decreto nº 14.522, de 14 de

111
novembro de 2019, serão distribuídas entre as unidades da estrutura do Órgão segundo os
Anexos II e III, respectivamente, desta Portaria.
Art. 16 - Caberá às chefias imediatas de cada unidade a responsabilidade de informar ao
Serviço de Transporte de seu órgão até o dia 20 de cada mês os servidores que irão dirigir
no mês subsequente, elencando quem serão os motoristas titulares e reservas de acordo com
a quantidade de viaturas disponíveis de acordo com o respectivo setor.
Parágrafo Único - Caberá à CEGEPE a responsabilidade de informar ao Serviço de
Transporte de seu órgão até o dia 15 de cada mês os servidores que estarão de férias, ou
outros afastamentos e licenças previsíveis, no mês subsequente, bem como qualquer outro
afastamento não previsível até dois dias de sua ciência.
Art. 17 - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos retroativos a
01 de fevereiro de 2020, devendo ser publicada no Diário Oficial do Município - DOM.
Art. 18 - Ficam revogadas as disposições em contrário, em especial a Portaria Conjunta nº
009/2018 – SESEC/GMF, publicada no DOM de 06 de julho de 2018, e suas alterações.

Gabinete da SESEC E GMF, em 06 de março de 2020,


José Maria Barbosa Soares – SECRETÁRIO/SESEC,
Inspetor Rômulo Reis de Almeida - DIRETOR GERAL/GMF.

3 PORTARIA CONJUNTA Nº 012/2019 – SESEC/GMF

Dispõe acerca das transferências entre postos de


serviços e permutas de plantões dos servidores da
SESEC e GMF.

Art. 1º - Estabelecer regras relacionadas às transferências, remanejamentos, convocações e


permutas entre postos de serviços dos servidores lotados na Secretaria Municipal da
Segurança Cidadã - SESEC e na Guarda Municipal de Fortaleza – GMF.

CAPÍTULO II
DA TRANSFERÊNCIA ENTRE POSTOS DE SERVIÇOS

112
Art. 2º - A transferência consiste no deslocamento do servidor, de forma permanente, entre
os postos de serviço no âmbito da mesma coordenadoria, ou entre coordenadorias
diferentes.
Art. 3º - As transferências dar-se-ão nas seguintes modalidades:
I- a pedido do servidor, a critério da Administração Pública;
II- de ofício.
Art. 4º - O pedido de transferência realizado pelo servidor deverá ser justificado e
formalizado junto ao Protocolo do Órgão, até o dia 04 (quatro) de cada mês, e encaminhado
à Chefia Imediata, que irá deliberar sobre a solicitação, observando a oportunidade e
conveniência da Administração Pública, no prazo de até 03 (três) dias corridos.
Art. 5º - Caberá às respectivas Coordenadorias analisarem, no prazo de até 03 (três) dias
corridos, os pedidos de transferências deliberados pelas chefias imediatas, remetendo-os ao
Diretor Geral e, em seguida, ao Secretário, que irão proferir a decisão final no prazo de 03
(três) dias corridos e 02 (dois) úteis, respectivamente.
Parágrafo Único - Os pedidos tramitarão por todas as fases até ser proferida a decisão
final, ainda que indeferidos pela Chefia Imediata, salvo em caso de desistência do servidor.
Art. 6º - Nos casos de deferimento, a transferência deverá ser efetivada no mês subsequente
da decisão final.
Parágrafo Único - O Secretário encaminhará imediatamente os autos ao responsável pelo
Serviço Administrativo de Escala-SEADE para fins de apontamento no Sistema de
Gerenciamento de Efetivo – SGE, devendo os autos retornarem para a Guarda Municipal
para ciência do Chefe Imediato e do servidor no prazo de 02 (dois) dias úteis.
Art. 7º - É vedado ao servidor formular novo pedido de transferência, enquanto pendente
de decisão final a solicitação inicial.
Parágrafo Único - Após a decisão final, o servidor não poderá formalizar outro pedido no
prazo de 30 dias, contados da data em que tomou ciência do resultado final.
Art. 8º - As transferências de ofício atenderão às necessidades do serviço, observando os
critérios de conveniência e oportunidade, devendo obedecer a seguinte hierarquia:
I – Coordenadores;
II - Diretor Geral;
III – Secretário.

113
Parágrafo Único - O processo poderá iniciar por qualquer das autoridades listadas nos
incisos acima, devendo seguir o mesmo disposto, naquilo que couber, referente à
tramitação do pedido quando realizado pelo servidor

CAPÍTULO III
DOS REMANEJAMENTOS E DAS CONVOCAÇÕES

Art. 9º - Remanejamento consiste no deslocamento de um ou mais servidores, de forma


temporária, para adequar a força de trabalho, atendendo a uma necessidade excepcional,
observando-se os critérios de conveniência e oportunidade da Administração Pública
Municipal, consistindo em:
I - substituição de férias, licenças e afastamentos, previstos em lei, com prazo de até 30
(trinta) dias;
II - deslocamento entre postos por necessidade de serviço;
III – demais casos a serem definidos pelos superiores hierárquicos.
§ 1º - Os casos previstos no inciso I deverão ser alimentados no sistema pela Célula de
Gestão de Pessoas – CEGEP do respectivo Órgão para conhecimento do responsável pelo
SEADE.
§ 2º – Os assistentes técnicos poderão realizar os remanejamentos para solucionar situações
não previsíveis, desde que autorizados pela respectiva coordenadoria.
§ 3º - Os inspetores de dia poderão realizar remanejamentos previstos nos incisos II e III
somente nos feriados, finais de semana e durante o período noturno.
§ 4º - Os casos de licença prêmio e saúde que excedam 30 (trinta) dias serão comunicados
no prazo de 05 (cinco) dias contados da ciência da renovação do afastamento, ao Diretor
Geral e ao Secretário, para deliberação.
§ 5º - No dia útil seguinte ao remanejamento, previsto no inciso I, a coordenadoria deverá
informar à CEGEP para fins de justificativa no SECOF.
§ 6º - O servidor não poderá ser remanejamento pela hipótese prevista no inciso I por mais
de duas vezes no período de seis meses para o mesmo posto de serviço.
Art. 10 – A Convocação consiste na determinação para o servidor desempenhar alguma
atividade, de forma temporária, de interesse da Administração Pública, determinada por
autoridade competente, devendo dar-se por meio de ato formalizado, consistindo em:
I - convocações extraordinárias;
114
II - participação em cursos;
III - demais determinações para atender a interesse da Administração Pública.
Parágrafo único. As convocações para realização de capacitações deverão ser comunicadas
pela SESEC à Direção Geral que em seguida informará ao SEADE, às coordenadorias e à
CEGEP para a devida averbação no SGE.
Art. 11 - Os Remanejamentos e as Convocações poderão ocorrer a qualquer momento, sem
aviso prévio, por ordem do Coordenador ou deliberação superior, ainda que durante o
desempenho do serviço ordinário

CAPÍTULO IV
DAS PERMUTAS DE SERVIÇOS

Art. 12 - A permuta consiste na troca de serviço entre servidores, no âmbito da mesma


coordenadoria, com prévia indicação das datas em que os interessados efetivarão os
plantões.
§ 1º - As permutas serão permitidas no âmbito da mesma Inspetoria ou unidade , devendo
ocorrer somente entre servidores do mesmo posto de serviço, desde que trabalhem em dias
diferentes.
§ 2º - O disposto no caput será autorizado para servidores em efetivo exercício nas demais
unidades como GOE, Armaria e CIOPS.
Art. 13 - Para a efetivação da permuta, deverão ser adotadas as seguintes medidas:
I - As solicitações de permutas deverão ser realizadas mediante requerimento padronizado,
em anexo, via protocolo da GMF, devidamente fundamentadas pelo servidor permutante,
com a anuência do servidor permutado, devendo ser anexado o documento de identificação
dos envolvidos.
II - Todas as permutas deverão ser pleiteadas até 05 (cinco) dias úteis de antecedência do
serviço que se deseja permutar no qual o servidor estiver escalado; III - As permutas de
serviços e plantões deverão ser realizadas entre servidores devidamente escalados no
âmbito das mesmas Coordenadorias, desde que os solicitantes ocupem cargo de mesma
natureza e que desempenhem suas atividades dentro dos limites específicos de cada
Inspetoria ou Unidade;
IV - Os coordenadores deverão acompanhar e controlar as permutas no âmbito de cada área
de atuação, sendo vedadas as permutas entre unidades distintas;
115
V - Os serviços a serem realizados pelos servidores permutante e permutado deverão ser
efetivados dentro do mesmo mês;
VI - Cada servidor só poderá permutar no máximo 02 (dois) serviços por mês.
VII – Fica vedada a permuta entre servidores de turnos diferentes.

Art. 14 - Compete aos coordenadores manifestarem-se, no prazo de 02 (dois) dias úteis, de


forma fundamentada acerca dos requerimentos de permutas, obedecendo aos critérios de
oportunidade e conveniência.
Parágrafo Único - Caberá aos coordenadores encaminhar mensalmente até o quinto dia útil
de cada mês os relatórios das permutas autorizadas no mês anterior ao Diretor da GMF e ao
Secretário da SESEC para ciência.
Art. 15 - Em nenhuma hipótese, as permutas poderão ter o caráter financeiro, caso isto seja
observado pela autoridade competente, esta deverá adotar medidas disciplinares de acordo
com a Lei Complementar nº 037/2007, de 10 de julho de 2007, a qual intitula este fato na
relação das transgressões.
Art. 16 - Os servidores que estiverem cumprindo punição disciplinar, de acordo com o
RDI, ou que forem convocados para serviço excepcional ou para cursos, bem como os que
tiverem afastados por motivo previsto em lei (férias, licenças etc.), não poderão realizar
permuta, mesmo que seja em situação emergencial.
Art. 17 - O servidor que realizar a permuta sem autorização da autoridade competente
incorrerá em infração disciplinar prevista no RDI/GMF e será computada falta pelo serviço
regular que deveria prestar e que foi executado por outro servidor.
Art. 18 - O permutante que não cumprir o acordo de permuta não poderá permutar pelo
prazo de 12 (doze) meses contados a partir do plantão que não trabalhou e poderá incorrer
nas sanções previstas no RDI.

CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 19 - As mudanças de turno para o mesmo posto de serviço deverão seguir os


regramentos das transferências.

116
Art. 20 - Os atos de responsabilidade do Diretor Geral e do Secretários previstos nesta
Portaria poderão ser delegados ao Diretor Adjunto e ao Secretário-Executivo,
respectivamente.
Art. 21 - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições
em contrário.

Gabinete da SESEC e GMF, em 12 de abril de 2019,


Antônio Azevedo Vieira Filho Secretário
Inspetor Rômulo Reis de Almeida Diretor Geral
***

4 PORTARIA CONJUNTA Nº 019/2019 – SESEC/GMF

Disciplina o exercício da atividade funcional das


servidoras gestantes da sesec e dá outras
providências.

Art. 1º - Ficam estabelecidas regras relativas ao expediente de trabalho e local de exercício


das servidoras gestantes e lactantes da Guarda Municipal de Fortaleza-GMF e Secretaria
Municipal da Segurança Cidadã - SESEC.
Art. 2º - Para o cumprimento da determinação prevista no artigo anterior deverão ser
adotadas as seguintes medidas:
I – As servidoras, durante o período gestacional, deverão ser escaladas em trabalhos
diurnos, exercendo suas atividades em serviço burocrático administrativo, na sede da GMF
e SESEC ou nas unidades administrativas subordinadas descentralizadas, tais como base de
inspetoria, Corregedoria, dentre outras, conforme locais previstos no Anexo Único desta
Portaria.
II – As servidoras gestantes deverão cumprir seu expediente no serviço burocrático
administrativo, vedado atuar no serviço operacional, conforme previsto a seguir:
a) Se pertencente à carga horária de 240 (duzentas e quarenta) horas mensais prestarão
serviço de 08 (oito) horas diárias, de segunda a sexta, de 08h às 17h, com intervalo
intrajornada de 01 (uma) hora para almoço;

117
b) Se pertencente à carga horária de 180 (cento e oitenta) horas mensais, prestarão serviço
de 06 (seis) horas diárias, de segunda a sexta, de 8h às 14h, ou de 11h às 17h, conforme
determinação do coordenador;
c) Se a servidora for beneficiária da redução de 50% da carga horária, prevista na Lei nº
10.668/2018, prestará serviço de 04 (quatro) horas diárias, sendo de 8h às 12h ou de 13h às
17h, conforme determinação do coordenador.
III – Cada unidade administrativa descentralizada poderá ter no máximo 03 (três)
servidoras gestantes, conforme capacidade e demanda de cada unidade.

Art. 3º - Fica assegurada à servidora gestante a dispensa do horário de trabalho, durante a


gravidez, pelo tempo necessário para a realização de, no mínimo, 06 (seis) consultas
médicas e demais exames complementares, de acordo com o art. 1º, § 2º, II, da Lei n°
9.957, de 24 de dezembro de 2012, publicada no DOM em 28 de dezembro de 2012, sem
prejuízo da remuneração.
Art. 4º - A servidora que estiver em serviço operacional da GMF e tiver ciência de sua
gravidez deverá informar por escrito imediatamente, em prazo não superior a 02 (dois) dias
úteis, via protocolo, a sua chefia imediata acerca da gestação, bem como o endereço
atualizado de sua residência, para que esta providencie as medidas necessárias á proteção
da saúde da servidora gestante.
§ 1º - A Chefia imediata deverá informar ao respectivo coordenador para que este
comunique a Direção Geral para decisão acerca da unidade em que a gestante deverá
exercer suas atividades, devendo cada responsável encaminhar o processo no prazo de até
02 (dois) dias úteis, sendo o mesmo prazo para decisão do Diretor.
§ 2º - Aplica-se o disposto no parágrafo anterior aos casos envolvendo servidoras da Defesa
Civil e da Segurança Institucional, com a decisão devendo ser proferida pelos seus
respectivos Coordenadores.
§ 3º - Nos casos em que o superior hierárquico da servidora tiver ciência do estado de
gravidez desta, deverá tomar as providências necessárias junto ao dirigente máximo do
órgão para aplicação dos termos desta Portaria, podendo ser responsabilizado em caso de
omissão.
§ 4º - Na informação de que trata o caput deste artigo deverá a servidora indicar 03 (três)
postos de serviço, dentre os previstos no Anexo Único, próximos de sua residência para fins
de aplicação do disposto no art. 5º desta Portaria.
118
Art. 5º - Caberá à Direção Geral da GMF, ou ao Secretário a depender do caso, a decisão
acerca da unidade em que a servidora gestante deverá exercer suas funções administrativas
bem como a atividade que irá executar, podendo desde que possível alocá-la próximo de
sua residência, observando o critério de oportunidade e conveniência da Administração e os
termos do inciso I do art. 2º.
Art. 6º - Encerrado o prazo da licença maternidade, fica assegurado às servidoras lactantes
o exercício de suas funções, dentro de sua unidade em que laborava antes do período
gestacional em locais de melhor acessibilidade e próximo de suas residências, desde que
haja disponibilidade e conforme demanda de servidores nos postos de serviço próximos à
residência da servidora, a ser definido pela coordenadoria a que estiver subordinada, por
prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data do encerramento de sua licença
maternidade, descontados desse período o lapso temporal em que estiverem em gozo de
férias, licenças ou outros afastamentos previstos em lei.
Art. 7º - A servidora gestante deverá ser acompanhada pelo Núcleo Biopsicossocial da
SESEC, devendo a chefia imediata, assim que tiver ciência da gravidez da servidora,
providenciar o devido encaminhamento.
Art. 8º - Os casos omissos serão resolvidos pelo Secretário da Segurança Cidadã.
Art. 9º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições
em contrário em especial a Portaria nº 037/2014- SESEC, de 04 de abril de 2014, publicada
no DOM de 18 de junho de 2014.

Gabinete da SESEC e GMF, em 28 de maio de 2019.,


Antônio Azevedo Vieira Filho Secretário
Inspetor Rômulo Reis de Almeida Diretor Geral

5 LEI COMPLEMENTAR Nº 0150, DE 28 DE JUNHO DE 2013

Cria, na estrutura administrativa da SME, o cargo de


provimento efetivo de assistente da educação infantil,
para serem preenchidos por meio de concurso
público, e dá outras providências. (Doação de
sangue).

119
Art. 1º - Ficam criados no quadro de pessoal do Poder Executivo Municipal, integrantes da
Secretaria Municipal da Educação, 800 (oitocentos) cargos de provimento efetivo de
assistente da educação infantil, previstos no Anexo I parte integrante desta Lei.
[...]
Art. 4º - O art. 83 da Lei nº 6.794, de 27 de dezembro de 1990, que dispõe sobre o Estatuto
dos Servidores Públicos do Município de Fortaleza, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 83 - Depois de 3 (três) anos de efetivo exercício, o servidor poderá obter autorização
de afastamento para o trato de interesse particular, por um período não superior a 10
(dez) anos, consecutivos ou não.
Parágrafo Único - O servidor deverá aguardar em exercício a autorização do seu
afastamento.”
Art. 5º - Fica revogada a Lei Municipal nº 6.788, de 19 de dezembro de 1990.
Parágrafo Único - Fica garantido aos servidores públicos municipais o abono de 1 (um) dia
de falta a cada 12 (doze) meses de trabalho, por motivo de doação de sangue devidamente
comprovada.
Art. 6º - As despesas decorrentes da aplicação desta Lei correrão por conta das dotações
orçamentárias próprias da Secretaria Municipal da Educação, sendo suplementadas se
necessário.
Art. 7º - Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.

Paço da Prefeitura Municipal de Fortaleza, em 28 de junho de 2013.


Roberto Cláudio Rodrigues Bezerra - Prefeito de Fortaleza.

6 PORTARIA Nº 107/2014 – SESEC

Fixa os plantões das jornadas de trabalho no âmbito


da Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza, e
dá outras providências.

Art. 1º Fixar a quantidade de plantões para as jornadas de trabalho submetidas aos


servidores pertencentes ao efetivo da GMF/SESEC, da seguinte maneira:
I – Para a carga horária de 240 horas, na escala diurna 12 X 36:
Mês de 28 dias :13 plantões de 12 horas;

120
Mês de 29 dias :14 plantões de 12 horas;
Meses de 30 dias :14 plantões de 12 horas;
Meses de 31 dias: 15 plantões de 12 horas;
II – Para a carga horária de 240 horas, na escala noturna 12 X 36:
Mês de 28 dias:11 plantões de 12 horas;
Mês de 29 dias:12 plantões de 12 horas;
Meses de 30 dias:12 plantões de 12 horas;
Meses de 31 dias: 13 plantões de 12 horas
III – Para a carga horária de 180 horas, na escala diurna 12 X 60:
a) Mês de 28 dias:10 plantões de 12 horas;
b) Mês de 29 dias:10 plantões de 12 horas;
c) Meses de 30 dias:11 plantões de 12 horas;
d)Meses de 31 3dias: 11 plantões de 12 horas;
IV - Para a carga horária de 180 horas, na escala noturna 12 X 60:
a) Mês de 28 dias :08 plantões de 12 horas;
b) Mês de 29 dias :08 plantões de 12 horas;
c) Meses de 30 dias :09 plantões de 12 horas;
d) Meses de 31 dias: 09 plantões de 12 horas;
Art. 2º Ficam reconhecidas as Reduções de Plantão, que, por necessidade do serviço
público, deverão ser gozadas da seguinte maneira:
I - Para os servidores subordinados à Coordenadoria das Inspetoria Cidadãs (COINSP) de
segunda à quinta-feira;
II – Para os servidores subordinados à Coordenadoria dos Grupamentos Especializados
(COGESP), exceto aos finais de semana e às quartas-feiras;
Art. 3º Em situações excepcionais, por conveniência e a interesse da Administração, as
disposições a que se refere o artigo segundo deste instrumento administrativo poderão ser
suspensas pela Direção Geral.
Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Comunicação Interna
Circular nº34/2014/GAB/GMF/SESEC.

Gabinete da SESEC e GMF, em 10 de setembro de 2014.,


Francisco José Veras de Albuquerque Secretário
121
Antônio Azevedo Vieira Filho- Diretor GeraL.

122
NORMAS INTERNACIONAIS E NACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
APLICÁVEIS À FUNÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS RESPONSÁVEIS PELA
APLICAÇÃO DA LEI

123
1 NORMAS INTERNACIONAIS E NACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
APLICÁVEIS À FUNÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS RESPONSÁVEIS PELA
APLICAÇÃO DA LEI

1.1 Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH)

Artigo 2º
1) Todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta
Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião,
opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou
qualquer outra condição.
Artigo 3° - Todo homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 5° - Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano
ou degradante.
Artigo 7° - Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual
proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole
a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 19° - Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e expressão.

1.2 Convenção Americana sobre os Direitos Humanos (CADH) - Pacto de San José

Artigo 4º - Direito à vida


1) Toda pessoa tem direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela
lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida
arbitrariamente.
Artigo 5º - Direito à integridade pessoal
1) Toda pessoa tem direito de que se respeite sua integridade física, psíquica e moral.
2) Ninguém deve ser submetido a torturas nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos
ou degradantes. Toda pessoa privada da liberdade deve ser tratada com respeito devido à
dignidade inerente ao ser humano.
Artigo 7º - Direito à liberdade pessoal
1) Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoais.
2) Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, salvo pelas causas e nas condições
124
previamente fixadas pelas constituições políticas dos Estados Partes ou pelas leis de acordo
com elas promulgadas.
3) Ninguém pode ser submetido a detenção ou encarceramento arbitrários.
4) Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razões da sua detenção e notificada,
sem demora, da acusação ou acusações formuladas contra ela.
5) Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz.
Artigo 8º - Garantias judiciais
2) Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência.
Artigo 11º - Proteção da honra e da dignidade
1) Toda pessoa tem direito ao respeito de sua honra e ao reconhecimento de sua dignidade.
2) Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou abusivas em sua vida privada, na
de sua família, em seu domicílio ou em sua correspondência, nem de ofensas ilegais à sua
honra ou reputação.
3) Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais ingerências ou tais ofensas.
Artigo 15º - Direito de reunião
É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem armas. O exercício de tal direito só pode
estar sujeito às restrições previstas pela lei e que sejam necessárias, em uma sociedade
democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança ou da ordem públicas, ou
para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e liberdades das demais pessoas.
Artigo 19º - Direitos da criança
Toda criança tem direito às medidas de proteção que a sua condição de menor requer por
parte da sua família, da sociedade e do Estado
Artigo 24º - Igualdade perante a lei
Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por conseguinte, têm direito, sem discriminação,
a igual proteção da lei.
Artigo 27º - Suspensão de garantias
2) A disposição precedente não autoriza a suspensão dos direitos determinados nos
seguintes artigos:
● 3º (Direito ao reconhecimento da personalidade jurídica);
● 4º (Direito à vida);
● 5º (Direito à integridade pessoal);
● 6º (Proibição da escravidão e servidão);
● 9º (Princípio da legalidade e da retroatividade);
125
● 12º (Liberdade de consciência e de religião);
● 17º (Proteção da família),
● 18º (Direito ao nome),
● 19º (Direitos da criança),
● 20º (Direito à nacionalidade), e
● 23º (Direitos políticos), nem das garantias indispensáveis para a proteção de tais
direitos

1.3 Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP)

Artigo 2.º -
1) Cada Estado Parte no presente Pacto compromete-se a respeitar e a garantir a todos os
indivíduos que se encontrem nos seus territórios e estejam sujeitos à sua jurisdição os
direitos reconhecidos no presente Pacto, sem qualquer distinção, derivada, nomeadamente,
de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política, ou de qualquer outra
opinião, de origem nacional ou social, de propriedade ou de nascimento, ou de outra
situação.
Artigo 3.º -
Os Estados Partes no presente Pacto comprometem-se a assegurar o direito igual dos
homens e das mulheres a usufruir de todos os direitos civis e políticos enunciados no
presente Pacto.
Artigo 4. –
1) Em tempo de uma emergência pública que ameaça a existência da nação e cuja
existência seja proclamada por um ato oficial, os Estados Partes no presente Pacto podem
tomar, na estrita medida em que a situação o exigir, medidas que derroguem as obrigações
previstas no presente Pacto, sob reserva de que essas medidas não sejam incompatíveis com
outras obrigações que lhes impõe o direito internacional e que elas não envolvam uma
discriminação fundada unicamente sobre a raça, a cor, o sexo, a língua, a religião ou a
origem social.
Artigo 5.º -
2) Não pode ser admitida nenhuma restrição ou derrogação aos direitos fundamentais do
homem reconhecidos ou em vigor em todo o Estado Parte no presente Pacto em aplicação
de leis, de convenções, de regulamentos ou de costumes, sob pretexto de que o presente
126
Pacto não os reconhece ou reconhece-os em menor grau.
Artigo 6.º -
1) O direito à vida é inerente à pessoa humana. Este direito deve ser protegido pela lei:
ninguém pode ser arbitrariamente privado da vida.
Artigo 7.º -
Ninguém será submetido à tortura nem a pena ou a tratamentos cruéis, inumanos ou
degradantes. Em particular, é interdito submeter uma pessoa a uma experiência médica ou
científica sem o seu livre consentimento.
Artigo 9.º -
1) Todo o indivíduo tem direito à liberdade e à segurança da sua pessoa. Ninguém pode ser
objeto de prisão ou detenção arbitrária. Ninguém pode ser privado da sua liberdade a não
ser por motivo e em conformidade com processos previstos na lei.
2) Todo o indivíduo preso será informado, no momento da sua detenção, das razões dessa
detenção e receberá notificação imediata de todas as acusações apresentadas contra ele.
3) Todo o indivíduo preso ou detido sob acusação de uma infração penal será prontamente
conduzido perante um juiz (...).
Artigo 10.º -
1) Todos os indivíduos privados na sua liberdade devem ser tratados com humanidade e
com respeito da dignidade inerente à pessoa humana.
2)
b) Jovens sob detenção serão separados dos adultos e o seu caso será decidido o mais
rapidamente possível.
Artigo 14.º -
2) Qualquer pessoa acusada de infração penal é de direito presumida inocente até que a sua
culpabilidade tenha sido legalmente estabelecida.
3) Qualquer pessoa acusada de uma infração penal terá direito, em plena igualdade, pelo
menos às seguintes garantias:
a) A ser prontamente informada, numa língua que ela compreenda, de modo detalhado,
acerca da natureza e dos motivos da acusação apresentada contra ela;
b) A dispor do tempo e das facilidades necessárias para a preparação da defesa e a
comunicar com um advogado da sua escolha.
Artigo 17.º -
1) Ninguém será objeto de intervenções arbitrárias ou ilegais na sua vida privada, na sua
127
família, no seu domicílio ou na sua correspondência, nem de atentados ilegais à sua honra e
à sua reputação.
Artigo 21.º -
O direito de reunião pacífica é reconhecido. O exercício deste direito só pode ser objeto de
restrições impostas em conformidade com a lei e que são necessárias numa sociedade
democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança pública, da ordem pública ou
para proteger a saúde e a moral públicas ou os direitos e as liberdades de outrem.
Artigo 24.º -
1) Qualquer criança, sem nenhuma discriminação de raça, cor, sexo, língua, religião,
origem nacional ou social, propriedade ou nascimento, tem direito, da parte da sua família,
da sociedade e do Estado, às medidas de proteção que exija a sua condição de menor.
Artigo 26.º -
Todas as pessoas são iguais perante a lei e têm direito, sem discriminação, a igual proteção
da lei. A este respeito, a lei deve proibir todas as discriminações e garantir a todas as
pessoas proteção igual e eficaz contra toda a espécie de discriminação, nomeadamente por
motivos de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou de qualquer
outra opinião, de origem nacional ou social, de propriedade, de nascimento ou de qualquer
outra situação.

1.4 Convenção Contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos


ou Degradantes (CCT)

Artigo 1 –
1) Para os fins desta Convenção, o termo "tortura" designa qualquer ato pelo qual uma
violenta dor ou sofrimento, físico ou mental, é infligido intencionalmente a uma pessoa,
com o fim de se obter dela ou de uma terceira pessoa informações ou confissão; de puni-la
por um ato que ela ou uma terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido;
de intimidar ou coagir ela ou uma terceira pessoa; ou por qualquer razão baseada em
discriminação de qualquer espécie, quando tal dor ou sofrimento é imposto por um
funcionário público ou por outra pessoa atuando no exercício de funções públicas, ou ainda
por instigação dele ou com o seu consentimento ou aquiescência. Não se considerará como
tortura as dores ou sofrimentos que sejam conseqüência, inerentes ou decorrentes de
sanções legítimas.
128
Artigo 2 –
2) Nenhuma circunstância excepcional, como ameaça ou estado de guerra, instabilidade
política interna ou qualquer outra emergência pública, poderá ser invocada como
justificativa para a tortura.
3) Uma ordem de um funcionário superior ou de uma autoridade pública não poderá ser
invocada como justificativa para a tortura.
Artigo 10 –
1) Cada Estado Parte assegurará que a educação e a informação relativas à proibição da
tortura sejam integralmente incorporadas no treinamento do pessoal civil ou militar
responsável pela aplicação da lei, do pessoal médico, dos funcionários públicos e de outras
pessoas que possam participar da declaração, interrogatório ou tratamento de qualquer
pessoa submetida a qualquer forma de detenção ou prisão.
2) Cada Estado Parte incluirá a proibição da tortura nas regras ou instruções que regem os
deveres e atribuições desse pessoal.
Artigo 12 -
Cada Estado Parte assegurará que as suas autoridades competentes procederão a uma
investigação rápida e imparcial sempre que houver motivos suficientes para se crer que um
ato de tortura tenha sido cometido em qualquer território a sob sua jurisdição.
Artigo 13 -
Cada Estado Parte assegurará que qualquer pessoa que alegue ter sido submetida a tortura
em qualquer território sob a sua jurisdição tenha o direito de apresentar queixa e de ter o
seu caso rápida e imparcialmente examinado pelas autoridades competentes do dito Estado.
Serão adotadas providências no sentido de assegurar a proteção do queixoso e das
testemunhas contra qualquer maus-tratos ou intimidações resultantes de queixa ou
depoimento prestados.
Artigo 15
Cada Estado Parte assegurará que nenhuma declaração comprovadamente obtida sob
tortura possa ser admitida como prova em qualquer processo, exceto contra uma pessoa
acusada de tortura como prova de que tal declaração foi dada.
Artigo 16 –
1) Cada Estado Parte comprometer-se-á a impedir, em qualquer parte do território sob a sua
jurisdição, outros atos que constituam tratamento ou penas cruéis, desumanos ou
degradantes, que não equivalem a tortura, tal como definida no artigo 1º, quando tais atos
129
forem cometidos por um funcionário público ou por outra pessoa no exercício de
atribuições públicas, ou ainda por sua instigação ou com o seu consentimento ou
aquiescência. Aplicar-se-ão, em particular, as obrigações contidas nos artigos 10, 11, 12 e
13, substituindo-se as referências à tortura por referências a outras formas de tratamentos
ou penas cruéis, desumanos ou degradantes.

1.5 Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei


(CCFRAL)

Artigo 1.º-
Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem cumprir, a todo o momento, o
dever que a lei lhes impõe, servindo a comunidade e protegendo todas as pessoas contra
atos ilegais, em conformidade com o elevado grau de responsabilidade que a sua profissão
requer.
Artigo 2.º-
No cumprimento do seu dever, os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem
respeitar e proteger a dignidade humana, manter e apoiar os direitos fundamentais de todas
as pessoas.
Artigo 3.º-
Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei só podem empregar a força quando tal se
afigure estritamente necessário e na medida exigida para o cumprimento do seu dever.
Artigo 4.º-
As informações de natureza confidencial em poder dos funcionários responsáveis pela
aplicação da lei devem ser mantidas em segredo, a não ser que o cumprimento do dever ou
as necessidades da justiça estritamente exijam outro comportamento.
Artigo 5.º-
Nenhum funcionário responsável pela aplicação da lei pode infligir, instigar ou tolerar
qualquer ato de tortura ou qualquer outra pena ou tratamento cruel, desumano ou
degradante, nem invocar ordens superiores ou circunstanciais excepcionais, tais como o
estado de guerra ou uma ameaça à segurança nacional, instabilidade política interna ou
qualquer outra emergência pública como justificação para torturas ou outras penas ou
tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.
Artigo 6.º-
130
Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem assegurar a proteção da saúde das
pessoas à sua guarda e, em especial, devem tomar medidas imediatas para assegurar a
prestação de cuidados médicos sempre que tal seja necessário.
Artigo 7.º-
Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei não devem cometer qualquer ato de
corrupção. Devem, igualmente, opor-se rigorosamente e combater todos os atos desta
índole.
Artigo 8.º-
Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem respeitar a lei e o presente
Código. Devem, também, na medida das suas possibilidades, evitar e opor-se
vigorosamente a quaisquer violações da lei ou do Código.
Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei que tiverem motivos para acreditar que
se produziu ou irá produzir uma violação deste Código, devem comunicar o fato aos seus
superiores e, se necessário, a outras autoridades com poderes de controlo ou de reparação
competentes.

1.6 Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Arma de Fogo (PBUFAF)

Princípio 4.
Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei, no exercício das suas funções, devem,
na medida do possível, recorrer a meios não violentos antes de utilizarem a força ou armas
de fogo. Só poderão recorrer à força ou a armas de fogo se outros meios se mostrarem
ineficazes ou não permitirem alcançar o resultado desejado.
Princípio 5.
Sempre que o uso legítimo da força ou de armas de fogo seja indispensável, os funcionários
responsáveis pela aplicação da lei devem:
a) Utilizá-las com moderação e a sua ação deve ser proporcional à gravidade da infração e
ao objetivo legítimo a alcançar;
b) Esforçar-se por reduzirem ao mínimo os danos e lesões e respeitarem e preservarem a
vida humana;
c) Assegurar a prestação de assistência e socorros médicos às pessoas feias ou afetadas, tão
rapidamente quanto possível;
d) Assegurar a comunicação da ocorrência à família ou pessoas próximas da pessoa ferida
ou afetada, tão rapidamente quanto possível.

131
Princípio 6.
Sempre que da utilização da força ou de armas de fogo pelos funcionários responsáveis pela
aplicação da lei resultem lesões ou a morte, os responsáveis farão um relatório da
ocorrência aos seus superiores, de acordo com o princípio 22*.
*Princípio 22.
(...) Em caso de morte, lesão grave, ou outra consequência grave, deve ser enviado de
imediato um relatório detalhado às autoridades competentes encarregadas do inquérito
administrativo ou do controlo judiciário.
Princípio 9.
Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei não devem fazer uso de armas de fogo
contra pessoas, salvo em caso de legítima defesa, defesa de terceiros contra perigo iminente
de morte ou lesão grave, para prevenir um crime particularmente grave que ameace vidas
humanas, para proceder à detenção de pessoa que represente essa ameaça e que resista à
autoridade, ou impedir a sua fuga, e somente quando medidas menos extremas se mostrem
insuficientes para alcançarem aqueles objetivos. Em qualquer caso, só devem recorrer
intencionalmente à utilização letal de armas de fogo quando isso seja estritamente
indispensável para proteger vidas humanas.
Princípio 10.
Nas circunstâncias referidas no princípio 9, os funcionários responsáveis pela aplicação da
lei devem identificar-se como tal e fazer uma advertência clara da sua intenção de
utilizarem armas de fogo, deixando um prazo suficiente para que o aviso possa ser
respeitado, exceto se esse modo de proceder colocar indevidamente em risco a segurança
daqueles responsáveis, implicar um perigo de morte ou lesão grave para outras pessoas ou
se se mostrar manifestamente inadequado ou inútil, tendo em conta as circunstâncias do
caso.
Princípio 13.
Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem esforçar-se por dispersar as
reuniões ilegais mas não violentas sem recurso à força e, quando isso não for possível,
limitar a utilização da força ao estritamente necessário.
Princípio 14.
Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei só podem utilizar armas de fogo para
dispersarem reuniões violentas se não for possível recorrer a meios menos perigosos, e
somente nos limites do estritamente necessário. Os funcionários responsáveis pela
aplicação da lei não devem utilizar armas de fogo nesses casos, salvo nas condições

132
estipuladas no princípio 9.
Princípio 26.
A obediência a ordens superiores não pode ser invocada como meio de defesa se os
responsáveis pela aplicação da lei sabiam que a ordem de utilização da força ou de armas
de fogo de que resultaram a morte ou lesões graves era manifestamente ilegal e se tinham
uma possibilidade razoável de recusar cumpri-la. Em qualquer caso, também existe
responsabilidade da parte do superior que proferiu a ordem ilegal.

1.7 Princípios reguladores

Legalidade - Os funcionários somente recorrerão ao uso da força para alcançar objetivos


legítimos de aplicação da lei.
Necessidade - Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem usar a força
somente quando todos os outros meios de alcançar um objetivo legítimo já tenham falhado
ou pareçam extremamente improváveis de atingir o resultado pretendido:
Proporcionalidade - Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem usar a força e
armas de fogo com moderação, e sua ação deve ser proporcional à gravidade da infração e
ao objetivo legítimo a alcançar (PBUFAF N.os 4 e 5; CCFRAL, artigo 3o, Comentário (b)).
Responsabilização - Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem responder
por seus atos quando recorrerem ao uso desproporcional da força. A responsabilidade
perante a lei recai principalmente nos agentes de forma direta. A responsabilidade, contudo,
não termina aqui. Os superiores imediatos, colegas que testemunharam a ação, a agência de
aplicação da lei como um todo e o Estado devem assumir sua parcela e responder pelo uso
da força durante um ato de aplicação da lei.

2 ABUSO DE AUTORIDADE - LEI 13.869/2019

Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por agente público,
servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do
poder que lhe tenha sido atribuído.
§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando
praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si
mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.
Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, servidor ou

133
não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, mas não se
limitando a:
I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;
II - membros do Poder Legislativo;
III - membros do Poder Executivo;
IV - membros do Poder Judiciário;
V - membros do Ministério Público;
VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.
Art. 4º São efeitos da condenação:
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz, a
requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos
causados pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos;
II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1
(um) a 5 (cinco) anos;
III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública.
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste artigo são
condicionados à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade e não são
automáticos, devendo ser declarados motivadamente na sentença.
Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas
nesta Lei são:
I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;
II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6
(seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens;
III - (VETADO).
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas autônoma ou
cumulativamente.
Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas independentemente das sanções de
natureza civil ou administrativa cabíveis.
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que descreverem falta funcional
serão informadas à autoridade competente com vistas à apuração.
Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal, não se
podendo mais questionar sobre a existência ou a autoria do fato quando essas questões
tenham sido decididas no juízo criminal.

134
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a
sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em
legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de
sua capacidade de resistência, a:
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública;
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei;
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à
violência.
Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião de sua
captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único: Incorre na mesma pena quem, como responsável por interrogatório em
sede de procedimento investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou
atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou função.
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de repouso noturno,
salvo se capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido, consentir em
prestar declarações:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu
advogado:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto ou o investigado
de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo
razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se
durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso de audiência realizada por
videoconferência.
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de confinamento
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma cela, criança ou
adolescente na companhia de maior de idade ou em ambiente inadequado, observado o
disposto na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do

135
ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições,
sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem:
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel
ou suas dependências; II - (VETADO);
III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou
antes das 5h (cinco horas).
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando houver fundados
indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão de situação de flagrante delito ou
de desastre.
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou empregado de
instituição hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já
tenha ocorrido, com o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua
apuração:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à
violência.
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de investigação ou fiscalização,
por meio manifestamente ilícito:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único: Incorre na mesma pena quem faz uso de prova, em desfavor do
investigado ou fiscalizado, com prévio conhecimento de sua ilicitude.
Art. 29. Prestar informação falará sobre procedimento judicial, policial, fiscal ou
administrativo com o fim de prejudicar interesse de investigado:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o dever de fazer ou de
não fazer, sem expresso amparo legal:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo ou função pública ou
invoca a condição de agente público para se eximir de obrigação legal ou para obter
vantagem ou privilégio indevido.

3 ESTUDO DE CASO

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Guardas Municipais de Branquinha, Alagoas - o grande problema de não se
seguir o que está na lei: “Presos guardas municipais filmados agredindo jovem em
Branquinha, AL” - https://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2019/02/07/presos-guardas-
municipais-filmados-agredindo-rapaz-em-branquinha-al.ghtml.

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