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Efeitos da magnetoterapia no tratamento da dor na osteoartrose de joelho

Article  in  ConScientiae Saúde · June 2016


DOI: 10.5585/conssaude.v15n2.6245

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7 authors, including:

Rodrigo Marcel Valentim da Silva Patricia Meyer Froes


Faculdades Estácio Fatern / Uninassau Universidade Potiguar (UnP)
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ConScientiae Saúde
ISSN: 1677-1028
conscientiaesaude@uninove.br
Universidade Nove de Julho
Brasil

da Silva, Rodrigo Marcel Valentim; Cordeiro Xavier, William Jefferson; Garcia Dantas
Neto, Rivaldo; Medeiros de Azevedo, Vinícius; Rego do Nascimento, Bruno Jardel;
Fernandes de Oliveira, Johnatas; Froes Meyer, Patrícia
Efeitos da magnetoterapia no tratamento da dor na osteoartrose de joelho
ConScientiae Saúde, vol. 15, núm. 2, 2016, pp. 281-287
Universidade Nove de Julho
São Paulo, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=92949791014

Como citar este artigo


Número completo
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DOI:10.5585/ConsSaude.v15n2.6245 Recebido em 7 jan. 2016 / aprovado em 24 maio 2016

Efeitos da magnetoterapia no
tratamento da dor na osteoartrose
de joelho
Effects of magnetotherapy no pain treatment in knee osteoarthrosis

Rodrigo Marcel Valentim da Silva1, William Jefferson Cordeiro Xavier2, Rivaldo Garcia Dantas
Neto3, Vinícius Medeiros de Azevedo3, Bruno Jardel Rego do Nascimento 4, Johnatas Fernandes de
Oliveira4, Patrícia Froes Meyer5.
1
Doutorando em Fisioterapia Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. Natal, RN – Brasil.
2
Fisioterapeuta graduado pelo Centro Universitário do Rio Grande do Norte - Unirn. Natal, RN – Brasil.
3
Acadêmico do Curso de Fisioterapia da Universidade Potiguar – UnP. Natal, RN – Brasil.
4
Fisioterapeutas graduados pela Universidade Potiguar – UnP. Natal, RN – Brasil.
5
Doutora em Ciências da Saúde. Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade Potiguar – UnP. Natal, RN – Brasil.

Endereço de Correspondência:
Rodrigo Marcel Valentim da Silva
Rua Nossa Senhora de Fátima, 312b – Alecrim
59030080 – Natal – RN [Brasil]
marcelvalentim@hotmail.com

Artigos
Resumo
Introdução: A osteoartrose de joelho é caracterizada pela presença de dor. A
magnetoterapia é um recurso utilizado para alívio de dor. Objetivo: O objetivo

de literatura
desse estudo foi investigar os efeitos da magnetoterapia no tratamento da dor em

Revisões
pacientes com osteoartrose de joelho. Métodos: Trata-se de uma pesquisa experi-
mental, na qual foram selecionados 2 grupos de 10 voluntários, com diagnóstico
clínico de OA. Foram submetidos à 7 semanas de intervenção, G1 associado a
um programa de exercícios terapêuticos e G2 com o programa de exercícios
associados a magnetoterapia. A avaliação foi realizada através “Western Ontario
and McMaster Universities” (WOMAC), do “Timed up and go” (TUG) e da escala
analógica (EVA). Resultados: Observou-se que o estudo apresentou diferença
estática significativa entre as variáveis *p<0,05 e **p<0,01 para diminuição da
dor, rigidez e melhoria da capacidade funcional dos pacientes. Conclusão: A
magnetoterapia promove redução da dor e melhora da capacidade funcional de
pacientes com osteartrose de joelho.
Descritores: Terapia de Campo Magnético; Osteoartrite; Joelho.

Abstract
Introduction: The knee osteoarthritis is characterized by the presence of pain.
The magneto therapy is a resource used for pain relief. Objective: The objective
of this study was to investigate the effects of magnetic therapy in the treatment
of pain in patients with osteoarthritis of the knee. Methods: This is a clinical
trial, which were selected two groups of 10 volunteers with a clinical diagno-
sis of osteoarthristis. They underwent seven weeks of intervention, G1 with a
therapeutic exercise program and G2 with the exercise program associated
with magnet therapy. The evaluation was conducted by “Western Ontario and
McMaster Universities” (WOMAC), the “Timed up and go” (TUG) and analog
scale (VAS). Results: It was observed that the study showed significant static
difference between the variables * p <0.05 and ** p <0.01 for decrease in pain,
stiffness and improving the functional capacity of patients. Conclusion: the
magnetic therapy promotes reducing pain and improving functional capacity of
patients with osteoarthrosis of knee.
Keywords: Magnetic Field Therapy; Osteoarthritis; Knee.

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Efeitos da magnetoterapia no tratamento da dor na osteoartrose de joelho

Introdução do efeito normaliza o potencial de membrana


e estimula o metabolismo celular; no tecido, é
A osteoartrose (OA) tem sido considerada um potente estimulador metabólico de células,
como a enfermidade articular mais frequente na tecidos e órgãos, regenera as células lesionadas
população mundial, com prevalência superior a melhorando a cinética enzimática e repolarizan-
10% após a quinta década de vida. Afeta cerca do as membranas celulares; além disso produz
de 50% das pessoas com idade acima de 65 anos. uma ação anti-stress e promove uma aceleração
No Brasil, é a segunda doença que mais resulta de todos os fenómenos reparadores com nítida
em auxílio doença (10,5%) e a quarta que mais ação bio-regenerante, anti-inflamatória, antiede-
determina aposentadorias (6,2%). Isso demons- matosa, sem efeitos colaterais5-8.
tra o quanto essa patologia pode afetar a CF. Sendo assim a magnetoterapia seria um
Adicionalmente, a osteoartrose é um dos prin- dos recursos da fisioterapia que poderiam ser
cipais motivos de procura dos serviços médicos utilizados para o tratamento da dor na osteo-
e fisioterapêuticos, de modo que sua prevalên- artrose no joelho. Entretanto, ainda não há in-
cia tem aumentado cada vez mais nos últimos formações concretas na literatura sobre seus
anos. A dor é a principal queixa relatada pelos reais efeitos na dor e capacidade funcional em
pacientes que possuem este tipo de patologia, de pacientes com OA. Assim, a proposta do presen-
maneira que piora ao movimento articular e ao te estudo foi investigar os possíveis efeitos da
fim do dia. A diminuição da força está sempre magnetoterapia em relação à dor de sujeitos que
presente nos grupos musculares, principalmen- apresentam osteoartrose, visando elucidar seus
te nos flexores e extensores de joelho, que são resultados e introduzir esse recurso na prática
extremamente importantes na estabilização des- clínica da fisioterapia.
ta articulação. As estratégias terapêuticas são
essencialmente destinadas ao controle da dor e
melhora da função muscular com o objetivo de Mateirais e métodos
minimizar a incapacidade1-3.
As modalidades fisioterapêuticas mais Desenho do Estudo
utilizadas no tratamento dessa sintomatologia Trata-se de um ensaio clínico controlado,
incluem crioterapia, massoterapia, hidroterapia que foi submetido ao comitê de ética e pesqui-
e uso de órtese4. A utilização de novas técnicas sa da Universidade Potiguar, sendo aprovado
de eletroterapia tem ganhado destaque no tra- com o parecer de nº 099/2011, conforme prescre-
tamento da osteoartrose. Recentemente, novas ve a resolução 196/69 do Conselho Nacional de
alternativas terapêuticas têm sido propostas Saúde, obedecendo a declaração de Helsinque.
para o tratamento de diversas patologias, dentre
os recursos disponíveis encontramos o Campo Local da Pesquisa
Eletromagnético Pulsado - (CEMP), também co- A pesquisa foi realizada na Clínica
nhecido como magnetoterapia. Trata-se de um Integrada de Saúde (CIS), da Universidade
método não invasivo, que envolve a aplicação de Potiguar, Natal/RN.
campos eletromagnéticos pulsados de baixa fre-
quência - CEMP-BF 5,6. População e Amostra
O CEMP tem como suas ações principais A população dessa pesquisa é composta
o desvio de partículas com cargas elétricas em de pacientes do sexo feminino com faixa etá-
movimento, produção de correntes induzidas rias acima dos 45 anos, residentes na cidade de
através do efeito piezoelétrico em ossos e tecido Natal-RN, que obtinham o diagnóstico clínico
colágeno, e aumentado a solubilidade de subs- de OA e que se enquadraram nos critérios do
tâncias, agindo também ao nível celular, ten- College American Rheumatology. A seleção

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Silva RMV, Xavier WJC, Dantas Neto RG, Azevedo VM, Nascimento BJR, Oliveira JF, Meyer PF.

foi realizada de maneira não aleatório por con- questionário validado WOMAC, que avalia: dor,
veniência, formada por pacientes do Centro rigidez e atividades funcionais. O escore traduz
Integrado de Saúde (CIS) da Universidade a gravidade dos sintomas, e varia em 0 – ne-
Potiguar (UNP), em Natal-RN. A amostra foi nhum, 25 – pouco, 50 – moderado, 75 – intenso e
composta por 20 voluntários que possuíam 100 – muito intenso. Cada dimensão foi avaliada
diagnóstico clinico de AO entre os graus I a III e em seguida realizada a somatória, o que gera
de acordo com o Score de Ahlback. Após a sele- uma pontuação global. Essa pontuação foi divi-
ção da amostra, os sujeitos foram separados por dida por 24, resultando no escore final.
conveniência em dois grupos, o controle (G1) e A avaliação da capacidade funcional foi
o tratado (G2). realizada pelo Time Up and Go-TUG, , onde, o
Exclui-se da pesquisa os pacientes com tempo gasto na tarefa é cronometrado, o teste
outras doenças articulares (artrite reumatoide, consiste de levantar-se de uma cadeira (a par-
poliartrite), graves comorbidades (hiperten- tir da posição encostada), andar 3 metros até um
são arterial sistólica grave (HAS), diabetes não demarcador no solo, girar e voltar andando no
controlada, doença pulmonar obstrutiva crôni- mesmo percurso, sentando-se novamente com
ca (DPOC), problemas neurológicos, e que não as costas apoiadas no encosto da cadeira.
compareceram ao tratamento, desistiram, falta-
A avaliação da Dor foi registrada através
ram mais de 3 vezes ou não foram capazes de
da Escala Visual analógica-EVA, que consiste

Artigos
executar os comandos.
em o paciente graduar sua Dor de acordo com
Os instrumentos utilizados para a coleta
uma escala Visual, que vai de 0 a 10, onde, zero
dos dados desta pesquisa foram o questionário
refere-se a nenhuma dor e dez se refere a uma
de WOMAC, validado por MARX et,al., (2006)
dor insuportável.
para a versão brasileira, que avalia a qualida-
A abordagem fisioterapêutica foi de-
de de vida dos pacientes. Em seguida, foi apli-
senvolvida em um período de 7 semanas, 22
cado o teste “Timed up and go”-TUG, validado

de literatura
encontros, sendo no primeiro encontro para

Revisões
por CABRAL, (2011), para a validação da capa-
a avaliação inicial, do segundo ao vigésimo
cidade Funcional. Finalizando com a aplicação
primeiro o tratamento e no vigésimo segundo
da Escala Visual Analógica –EVA, validada por
a avaliação final de ambos os grupos. Os pa-
ALVEZ (2007), que quantifica o grau da Dor re-
cientes foram divididos em 02 grupos, o grupo
ferida pelo paciente.
controle e grupo tratado, no grupo tratado fo-
ram realizados os exercícios terapêuticos cons-
Procedimentos tituídos de fortalecimento muscular, treino
Os pacientes, após a seleção, foram orien- de equilíbrio, treino de atividades funcionais
tados quanto ao procedimento que seria realiza- e exercícios proprioceptivos, posteriormente
do e assinaram o Termo de Consentimento Livre aplicado a magnetoterapia com o equipamento
e Esclarecido-TCLE. Em seguida, foram subme- MAGNETHERAP®, utilizando um programa
tidos à avaliação para a coleta de dados gerais pré-definido pelo equipamento “tratamento da
(idade, peso, altura, profissão, estado funcional) dor” emitindo um campo eletromagnético de
sua queixa principal, a história da moléstia atual 200 Gauss na área tratada com a utilização de
(HMA), com rigidez matinal maior que 30 minu- uma bobina chata com aplicações de 25 HZ por
tos e medicamentos em uso, em seguida realiza- 30 minutos, por 3 vezes por semana, e o grupo
da a inspeção, palpação, Goniômétria de flexão controle foi realizado apenas os exercícios te-
e extensão de joelho. rapêuticos supracitado por 3 vezes na semana
Para a avaliação da qualidade de vida dos no Centro Integrado de Saúde da Universidade
pacientes foi realizada por meio da aplicação do Potiguar-UNP.

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Efeitos da magnetoterapia no tratamento da dor na osteoartrose de joelho

Análise dos dados


A análise dos dados foi realizada da es-
tatística descritiva e inferencial utilizando o
programa SPSS 20.0 (Statistical Package for the
Social Science - Version 20.0). A normalidade dos
dados foi observada pelo teste de Kolmogorov–
Smirnov (KS). Observou-se que os dados foram
paramétricos, aplicou-se o teste de t-pareado,
para comparação intragrupos. Após isso foi re-
alizado o teste t de student, para comparação
entre os grupos. Foi adotado o nível de signifi-
Figura 2: Apresenta o resultado da
cância de 5% (p<0,05). capacidade funcional avaliados pré e
pós-tratamento através do teste Time UP
and Go-TUG
Resultados *p < 0,05. Existe diferença estatística significativa
intragrupos. † p<0,05.Existiu diferença estatística
significativa intergrupos.
A figura 1 apresenta o resultado da dor
através escala visual analógica-EVA antes e após liação inicial e final do TUG de ambos os grupos,
a intervenção dos grupos controle e tratado. para o controle houve uma redução de 21,93±8,46
para 17,00±6,79 e no tratado houve uma redução
de 14,87±1,91 para 10,68±1,34, com redução signi-
ficativa de *p<0,05 para ambos os grupos. Existiu
diferença intergrupos na avaliação final.
A figura 3 apresenta resultado da avalia-
ção da Dor de acordo com o questionário de
WOMAC antes e após a intervenção do controle
e tratado.
Foi observado na figura 3 uma redução
significativa do nível de dor conforme o ques-

Figura 1: Resultado da avaliação da Dor pré


e pós-tratamento através da Escala visual
analógica EVA
*p < 0,05. Existiu diferença estatística significativa
intragrupos. † p<0,05. Existe diferença estatística
significativa intergrupos.

Foi observada a redução no nível da dor


dos pacientes conforme a EVA, com uma redu-
ção no controle de 7,10±2,55 para 5,20±2,44 e no
tratado de 6,80±0,91 para 2,30±1,76 na avaliação
final (p < 0,05). Existiu diferença estatística sig-
nificativa para entre a avaliação inicial e final Figura 3: Nível de dor Womac avaliados pré
do grupo tratado e entre as avaliações finais in- e pós-tratamento através do teste Time UP
and Go-TUG
tergrupos. *p < 0,05. Existe diferença estatística significativa
Foi observado na figura 2 uma redução nos intragrupos. † p<0,05.Existiu diferença estatística
tempos de execução do teste, de acordo com a ava- significativa intergrupos.

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Silva RMV, Xavier WJC, Dantas Neto RG, Azevedo VM, Nascimento BJR, Oliveira JF, Meyer PF.

tionário de WOMAC, uma redução de 14,37±3,05


para 8,10±2,69 para o grupo controle, para o
grupo tratado ocorreu a redução do nível da
dor de12,62±4,56 para 5,47±3,27 houve diferença
significativa nas avaliações finais intergrupo de
*p<0,01.
A figura 4 apresenta o resultado da avalia-
ção da rigidez de acordo com o questionário de
WOMAC antes e após a intervenção do controle
e tratado.

Figura 5: Avaliação da Capacidade


Funcional de acordo com o questionário de
WOMAC antes e após a intervenção dos
grupos controle e tratado
*p < 0,05. Existe diferença estatística significativa.
**p < 0,01. Existiu diferença estatística significativa.

avaliação final do controle e melhora da capa-

Artigos
cidade funcional de 43,12±11,25 para 21,95±12,74
no grupo tratado após avaliação final, com di-
ferença estatística de *p<0,05 ambos os grupos
Figura 4: Avaliação da rigidez de acordo entre as avaliações inicial e final.
com o questionário de WOMAC antes e
após a intervenção do controle e tratado
*p < 0,05. Existiu diferença estatística significativa
Discussão

de literatura
intragrupos. † p<0,05. Existe diferença estatística

Revisões
significativa intergrupos.
Foi observado no estudo a diminuição sig-
nificativa da dor, rigidez articular e melhora da
Observou-se uma redução do nível de ri-
Capacidade Funcional para ambos os grupos.
gidez no grupo que realizou o programa de
No entanto, houve diferença significativa para
exercícios associado à magnetoterapia, confor-
o grupo tratado com o CEMP e os exercícios te-
me o questionário de WOMAC, uma redução da
rapêuticos, quando comparado ao grupo que só
rigidez de 4,69±1,85 para 3,98±2,24 após a ava-
realizou os exercícios. A dor e rigidez no nosso
liação final do grupo controle e no grupo tra-
estudo foi apresentado melhora confirmando
tado apresentou redução no nível da rigidez de
possíveis os achados de alguns estudos, que uti-
5,09±1,91 para 1,95±1,70, com diferença estatís-
lizaram a CEMP-BF por 5 minutos diários, du-
tica de *p<0,05. Observou-se também diferença
significativa entre as avaliações finais do grupo rante 18 dias, como parâmetros do campo mag-
controle e tratado. nético, variando a frequência entre 4 a 12 Hz e
A Figura 5 apresenta o resultado da ava- densidade de fluxo de 105 mT, apresentou eficá-
liação da Capacidade Funcional de acordo com cia no tratamento da osteoartrose, com resultado
o questionário de WOMAC antes e após a inter- significativo para redução da dor e rigidez 9-11.
venção dos grupos controle e tratado. O uso da magnetoterapia demonstra uma
Observou-se uma melhora significativa da diminuição da dor, de modo que, auxiliria a
capacidade funcional, conforme o questionário preservação da morfologia da cartilagem e re-
de WOMAC de 41,99±13,28 para 28,32±11,99 na tardando o desenvolvimento de lesões osteo-

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Efeitos da magnetoterapia no tratamento da dor na osteoartrose de joelho

artríticas por meio da supressão de enzimas e uma rápida redução do processo inflamatório,
degradação da matriz colágena12,13. inibindo as substancias inflamatória, bem como
Observa-se que o uso da magnetoterapia a aceleração da fase crônica 15,16.
favorece a redução da rigidez articular. Esse re- A capacidade funcional está diretamente
sultado corrobora com outros estudosvisto que relacionada com o quadro álgico referido pelos
a diminuição da degradação articular, associa- pacientes, quanto maior a dor menor será a capa-
do à uma maior produção de líquido sinovial cidade funcional do paciente. Ambos os grupos
pela cinesioterapia realizada no protocolo de apresentaram melhora significativas, porém, o
exercícios, favorece uma melhor mobilidade ar- grupo tratado apresentou redução maior do ní-
ticular.9,10,7. Os exercícios terapêuticos de forta- vel de dor, quando comparado o grupo controle,
lecimento muscular, treino de equilíbrio e pro- pelo provável efeito da magnetoterapia sobre o
priocepção, promoveram melhora da capacidade tecido colágeno, reorganizando o tecido em de-
funcional, diminuição da rigidez e dor articular, gradação pela osteoartrose, o que pode também
para ambos os grupos. Corroborando com ou- influenciar a capacidade funcional 17-20 .
tro estudo13 de revisão, mostrou que os exercí- O presente estudo apresentou algumas
cios de fortalecimento muscular exercícios físico
limitações, tais como a dificuldade para con-
aeróbicos e treino proprioceptivo, apresentaram
seguir instrumentos específicos para avaliar o
resultados significativos para melhora da capa-
grau de força de MMII (dinamômetro) e o grau
cidade funcional em pacientes com osteoartrose
de dor (algômetro). Sugerimos mais estudos so-
de joelho.
bre o respectivo assunto, tais como o acréscimo
Observamos que redução do quadro álgico
de um grupo placebo, aos grupos controle e
após aplicação do questionário de WOMAC e da
tratado, incluindo a amostra pacientes do sexo
EVA nos grupos G1 e G2, pode ter acontecido
masculino.
pelo provável efeito anti-inflamatório promovi-
do pela magnetoterapia que promove a redução
da atividade inflamatória, sendo este o principal
limitador do paciente com AO14 .
Conclusão
O possível efeito da melhora da dor se deu
A partir dos dados achados no estudo foi
por ação do campo eletromagnético na célula.
possível observar que o CEMP-BF apresentou
Os pacientes com OA, os condrócitos, e as cé-
resultados significativos para a diminuição da
lulas sinoviais, produzem níveis aumentados
de citocina inflamatórias, como a interleuci- dor, rigidez e melhora da Capacidade Funcional,
na 1β (IL-1β) e o fator de necrose tumoral alfa observados tanto na avaliação do questionário
(TNF-α), que, por sua vez, diminuem a síntese do WOMAC, como também no TUG e na Escala
de colágeno e aumentam mediadores catabóli- visual analógica da dor, para os grupos tratado e
cos, como metaloproteinases (MMPs) e outras grupo controle, porém o grupo tratado apresen-
substâncias inflamatórias como interleucina 8 tou resultados mais significativos quando com-
(IL-8), interleucina 6 (IL-6), prostaglandina E2 parado ao grupo controle.
(PGE2) e óxido nítrico. Além disso, o estresse
mecânico, tanto por compressão estática quan-
to por dinâmica, aumenta a produção do oxi- Referências
do nítrico pelos condrócitos, assim como a ex-
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pressão de óxido nítrico sintetase (NOS). Esta
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