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Medicina da Dor 2017; 18: 1168–
1175 doi: 10.1093/pm/pnw217
SEÇÃO DE MEDICINA INTEGRATIVA
Artigo de pesquisa original
Massoterapia e Qualidade de Vida em
Osteoartrite do joelho: um estudo qualitativo
Ather Ali, ND, MPH, MHS,* Lisa Rosenberger, ND, MS,†
Theresa R. Weiss, MPH,* Carl Milak, BA,‡ e Adam I. Perlman,
MD, MPH§
* Escola de Medicina de Yale, New Haven, Connecticut; †
Centro de Pesquisa de Prevenção de Yale-Griffin, Yale School
Saúde Pública, Derby, Connecticut; ‡ Instituto de
Medicina Complementar e Alternativa, Escola de
Profissões Relacionadas à Saúde, Rutgers University,
§
Newark, Nova Jersey; Duke Medicina Integrativa,
Durham, Carolina do Norte
Correspondência para: Ather Ali, ND, MPH, MHS, Yale
School of Medicine, 2 Church Street South, Suite 300, New
Haven, CT 06519, EUA. Tel: 203-737-2971; Fax: 203-785-2180;
E-mail: ather.ali@yale.edu.
Fonte de financiamento: Esta publicação foi possível graças
aos subsídios R01AT004623 e K23AT006703 do National
Center for Complementary and Integrative Health (NCCIH) no
National Institutes of Health. Seu conteúdo é de responsabilidade
exclusiva dos autores e não representa necessariamente a
opinião oficial do NCCIH. Os patrocinadores não tiveram
nenhum papel no desenho do estudo, coleta e análise de
dados, decisão de publicar ou preparação do manuscrito.
Abstrato
Objetivo. Nossa hipótese é que os participantes que recebem
massagem sueca experimentariam benefícios como redução
do estresse e melhoria da qualidade de vida, além dos efeitos
específicos da osteoartrite avaliados em um ensaio clínico
randomizado controlado.
Projeto. Métodos qualitativos foram usados para explorar uma
compreensão contextual mais profunda das experiências dos
participantes com massagem e osteoartrite, além dos dados
quantitativos coletados de medidas de resultados primários e
secundários do estudo de determinação de dose.
Contexto. Dois hospitais comunitários afiliados a centros de
saúde acadêmicos em Connecticut e Nova Jersey.
VC 2016 Academia Americana de Medicina da Dor. Todos os direitos reservados. Para obter permissões, envie um e-mail para: journals.permissions@oup.com
Assuntos. Dezoito adultos que participaram anteriormente de
um ensaio clínico de determinação de dose de terapia de
massagem para osteoartrite do joelho.
Métodos. Entrevistas presenciais e por telefone usando um
guia de entrevista padronizado. A triangulação de dados
qualitativos e quantitativos permitiu uma compreensão mais
completa dos efeitos da massoterapia.
Resultados. Três temas importantes emergiram de nossa
análise. Os participantes discutiram 1) efeitos de relaxamento,
2) melhor qualidade de vida associada ao recebimento de
massagem terapêutica e 3) a acessibilidade da massagem
terapêutica no tratamento da osteoartrite.
Conclusões. As respostas dos participantes observaram o
empoderamento com uma capacidade aprimorada de realizar
atividades da vida diária após experimentar a massagem terapêutica.
A maioria das declarações foi consistente com suas mudanças
quantitativas nas medidas padrão de osteoartrite. Pesquisas
futuras em condições de dor devem incluir avaliações de
qualidade de vida relacionadas à saúde, bem como resultados
relacionados ao bem-estar percebido, juntamente com uma
maior exploração do conceito de efeitos colaterais salutógenos
de uma intervenção no contexto de terapias complementares e
integrativas.
Palavras-chave. Massagem; Osteoartrite; Qualitativo;
Percepções; Qualidade de vida
Introdução
Cerca de 10% da população adulta nos Estados Unidos sofre
de osteoartrite (OA) com efeitos concomitantes na qualidade
de vida [1]. Idosos com osteoartrite relatam qualidade de vida
comprometida associada a dor, limitações funcionais e humor
deprimido [2]. A dor em vários locais tende a impactar
negativamente a saúde mental [3]. O tratamento padrão para
OA de joelho inclui farmacoterapia, injeções articulares,
fisioterapia e dispositivos auxiliares, exercícios, controle de
peso e cirurgia de substituição articular para doença em estágio
terminal [4-6].
Embora cada um desses tratamentos proporcione algum
benefício, muitos pacientes com OA continuam a sentir dor,
1168
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limitações funcionais e outros sintomas, incluindo comprometimento
da qualidade de vida, mesmo quando utilizando múltiplas terapias
[7-9].
A massagem é uma intervenção com alta segurança e baixo perfil
de eventos adversos quando administrada por massoterapeutas
treinados [10]. É aceitável para os pacientes, reduz o estresse, a
ansiedade e a dor [11]. Nossos estudos anteriores de massagem
como intervenção terapêutica para osteoartrite do joelho
demonstraram a viabilidade, segurança e eficácia preliminar, com
funcionalidade aumentada e diminuição da dor persistindo oito
semanas após a interrupção do tratamento [12]. A massagem sueca
é a forma mais prevalente de massoterapia na América do Norte,
incorporando técnicas padrão como effleurage (movimentos
circulares de acariciar com a palma da mão), petrissage (compressão
ou manipulação de tecidos moles entre os dedos e o polegar),
tapotement (percussão massagem baseada em mãos, onde as
mãos atingem tecidos moles de forma repetitiva e rítmica), vibração,
fricção e rolamento da pele [12].
Nosso estudo de determinação de dose de massagem sueca para
osteoartrite do joelho (clinicaltrials.gov, NCT00970008) utilizou um
protocolo manualizado [13] de massagem sueca envolvendo 125
adultos com osteoartrite do joelho randomizados para um dos quatro
regimes de oito semanas de uma massagem sueca normalizada (30
ou 60 minutos semanais ou quinzenais) ou a um controlo de
cuidados habituais. Os resultados incluíram o Índice de Artrite das
Universidades de Western Ontario e McMaster (WOMAC), escala
visual analógica de dor, amplitude de movimento e tempo para
caminhar 50 pés, avaliados na linha de base, 8, 16 e 24 semanas.
As pontuações WOMAC Global melhoraram significativamente em
ambos os grupos de 60 minutos; uma dose semanal de 60 minutos
foi uma dose prática ideal, equilibrando resposta clínica e praticidade
[14].
Em estudos qualitativos de participantes em múltiplas intervenções
de medicina complementar e alternativa (CAM) usadas para dor
lombar, Hsu et al. relataram uma variedade de benefícios imprevistos
não capturados por medidas de resultados quantitativos padrão,
incluindo maior esperança, capacidade de relaxar, estados
emocionais positivos e capacidade de lidar com a dor.
Especificamente relacionado à massagem, os participantes relataram
uma maior capacidade de relaxar [15].
Os mecanismos biológicos da massoterapia não estão totalmente
elucidados. Efeitos de relaxamento podem ser modulados através
da redução de cortisol e norepinefrina [16].
Outros mecanismos podem incluir o aumento da revascularização
tecidual pela regulação positiva do fator de crescimento endotelial
vascular (VEGF), uma proteína sinalizadora que estimula a
angiogênese e a vasculogênese. Outros mecanismos possíveis
incluem a modulação da atividade das células-tronco e da inflamação [17].
Métodos qualitativos são adequados para gerar dados ricos sobre
fenômenos em seu contexto e podem ajudar a desenvolver hipóteses
para pesquisas futuras, bem como informar o desenvolvimento de
intervenções centradas no paciente [18,19].
O objetivo deste estudo foi explorar se os participantes
experimentaram outros efeitos além do
Massoterapia e Qualidade de Vida
resultados específicos da osteoartrite avaliados em nosso estudo
de determinação de dose. Métodos qualitativos padrão [20,21] foram
usados para reunir percepções das experiências de indivíduos que
receberam massagem sueca enquanto participavam de um ensaio
clínico randomizado e para explorar uma compreensão contextual
mais profunda das experiências dos participantes com massagem e
osteoartrite [20,21 ]. Nossa hipótese é que os participantes que
recebem massagem experimentariam benefícios como redução do
estresse e melhoria da qualidade de vida, além dos efeitos
específicos da osteoartrite avaliados em nosso ensaio clínico.
Métodos
Projeto de Estudo e Amostra
Amostragem intencional [20] foi usada para recrutar indivíduos que
participaram do estudo Exploring Massage Benefits for Arthritis of
the Knee (EMBARK), um ensaio clínico randomizado com quatro
braços de tratamento e um braço de tratamento usual, projetado
para avaliar os efeitos de oito semanas de um protocolo padronizado
de massagem sueca fornecido em quatro doses distintas [14]. O
recrutamento solicitou participantes que aderiram à intervenção e
aos procedimentos do estudo e estavam abertos a compartilhar
seus pensamentos e sentimentos sobre suas experiências em uma
breve entrevista.
O recrutamento concentrou-se em participantes relativamente
independentes, ambulantes e considerados articulados e dispostos
a participar. Pela natureza de participar do ensaio clínico anterior,
os participantes eram conhecidos da equipe de investigação antes
deste estudo. As inscrições continuaram até que se obtivesse a
saturação teórica, ou seja, o ponto em que não surgissem novos
conceitos em categorias bem caracterizadas e diferenciadas [18].
Os dados demográficos foram previamente coletados dos sujeitos
do estudo e incluíram sexo, idade, raça/etnia, altura e peso. Os
participantes foram informados de que o objetivo do estudo era
obter informações sobre suas experiências ao receber massagem
sueca durante nosso estudo anterior e ajudar na elaboração do
projeto de futuras pesquisas sobre massagem e osteoartrite.
Estratégia de Inquérito
Um guia de entrevista foi criado com base em estudos anteriores de
Hsu et al. [15]. Os participantes foram questionados sobre suas
experiências pré e pós-intervenção e percepções de massagem e
osteoartrite, bem como quaisquer mudanças de estilo de vida feitas
como resultado de receber a massagem em intervenção no estudo
de determinação da dose (reproduzido na Tabela 1).
Entrevistas individuais semiestruturadas foram conduzidas por três
investigadores (AA, LR e CM) pessoalmente no Griffin Hospital em
Derby, Connecticut, ou no Saint Barnabas Medical Center em
Livingston, New Jersey, ou por telefone. As entrevistas ocorreram
em uma única sessão e anotações detalhadas foram feitas pelos
investigadores.
Os participantes foram compensados com um vale-presente de US$ 25.
1169
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Ali et ai.

Tabela 1 Guia de entrevista

1. No geral, que efeito, se houver, a massagem teve em você? Por exemplo, isso pode incluir seus pensamentos, sentimentos,
reações ou atividades.
2. Há mais alguma coisa que você gostaria de nos contar?
3. Você mudou a maneira como pensa sobre sua osteoartrite por ter recebido massagem?
4. (Se sim, explique como a maneira como você pensa sobre OA mudou.)
5. Você mudou alguma coisa depois de receber massagem?
6. (Se sim, explique o que você mudou.)
7. Há mais alguma coisa que você gostaria de nos dizer? (Se sim, por favor explique.)
8. Enquanto recebia massagem, você notou alguma mudança em sua saúde ou vida além daquelas diretamente relacionadas a
osteoartrite?

Análise de dados Tabela 2 Características demográficas e valores

de linha de base
As transcrições foram analisadas usando métodos padrão de análise
de conteúdo [18,20]. Após a conclusão das entrevistas, as transcrições Variável Frequência %
foram lidas por dois investigadores (AA e LR) para uma compreensão
geral para identificar temas emergentes [22]. À medida que o processo Corrida
de revisão da transcrição continuou, os achados foram categorizados Branco 15 83.3
como temas potenciais [20]. afro-americano 2 11.1
branco/asiático 1 5.6
Nossos dados quantitativos foram previamente analisados usando o Gênero
software SAS (Versão 9.1, SAS Institute, Cary, NC, EUA). A análise Fêmea 14 77,8
de medidas repetidas de variância usando regressão linear de modelo
Macho 4 22.2
misto foi usada para determinar mudanças entre grupos em todas as
Idade, anos, média 6 DP 64,7 6 10,9
medidas de resultados e mudanças em medidas quantitativas
Índice de massa corporal, kg/m2 , 33,1 6 7,6
específicas de domínio (isto é, dor, rigidez e funcionalidade),
média 6 DP
controlando variáveis dependentes do tempo. Em todas as análises,
um a bicaudal inferior a 0,05 foi considerado estatisticamente
significativo.
O teste de intervalo múltiplo de Duncan (um teste de comparação
múltipla) foi usado para determinar se as médias diferem
massoterapia: 10 participantes do site de Nova Jersey e oito
significativamente entre os grupos de tratamento.
participantes do site de Connecticut. Todos os participantes receberam
massagem sueca durante o ensaio clínico (em doses variadas). A
A triangulação entre métodos [23] de resultado quantitativo vem do
maioria dos participantes era branca e do sexo feminino, com idade
ensaio clínico e as declarações dos participantes sobre suas atitudes,
média de 65 anos.
sentimentos e experiências foi escolhida para estabelecer a validade
Os dados demográficos podem ser encontrados na Tabela 2.
externa de nossos dados qualitativos e permitiu uma compreensão
mais completa dos efeitos da massagem terapia.
Temas

Declaração de ética Três temas importantes emergiram de nossa análise.

Assuntos discutidos 1) efeitos de relaxamento, 2) melhor qualidade de

O protocolo do estudo, o formulário de consentimento e todos os vida associada ao recebimento de massagem terapêutica e 3)
acessibilidade da massagem terapêutica no tratamento da osteoartrite.
materiais de recrutamento foram aprovados pelos Conselhos de
Revisão Institucional do Griffin Hospital (Derby, CT, EUA), St.
Barnabas Medical Center (Livingston, NJ, EUA) e a University of
Medicine and Dentistry of New Jersey (Newark, NJ, EUA). O ensaio
clínico original foi registrado em clincaltrials.gov (NCT00970008). Tema 1: Efeitos de Relaxamento Associados a
massoterapia

Resultados Muitos (44%) participantes do estudo afirmaram que sentiram que a

Recrutamento
Foram realizadas entrevistas com 18 participantes que manifestaram
interesse em discorrer sobre suas experiências com
intervenção da massagem foi relaxante. Desses oito participantes,
metade deles notou que o estado de relaxamento produzido pela
massagem afetava seus pensamentos, sentimentos, reações ou
atividades. Uma participante observou que se sentia relaxada e que
as sessões de massagem lhe permitiam

1170
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para “'desligar' – o que foi um verdadeiro benefício” (Participante
41GR).
Alguns (11%) participantes esperavam que o efeito primário da
massagem fosse o relaxamento. A participação no estudo resultou
em benefícios inesperados, no entanto, de melhorar a dor no joelho e
a amplitude de movimento. Um participante afirmou que “a
massoterapia é fabulosa, muito reconfortante e repousante”. No
entanto, ela também expressou que uma sessão de 30 minutos era
muito curta, explicando que “você começava a relaxar [mas] depois o
tempo acabava” (Participante 41GR). Este participante experimentou
melhora no escore global WOMAC (7,4 pontos) após oito semanas
de massagem de 30 minutos semanais; a magnitude da mudança foi
menor do que a deste braço de tratamento, que melhorou em média
17,4 pontos [14]. Um participante observou que o efeito de relaxamento
“realmente ajuda” na osteoartrite (6900), enquanto outro observou
que a massagem “promove uma sensação geral de bem-estar, e isso
é muito importante para mim. Ah, eu me sinto bem, posso fazer coisas
e isso me deixa feliz.” (02GR)
Tema 2: Melhoria da Qualidade de Vida com Massagem
Além dos resultados medidos do estudo de determinação da dose
(dor, amplitude de movimento, função do joelho), muitos (44%)
participantes observaram melhora no humor, estado mental e
emocional, perspectiva de vida e bem-estar geral.
O participante 02GR afirmou: “Eu vi [osteoartrite] como mais
controlável por causa da massagem terapêutica, que não precisava
me sobrecarregar”. Ela também observou que a massagem “promove
uma sensação geral de bem-estar e isso é muito importante para
mim. ... Eu posso fazer coisas e isso me deixa feliz. Esta participante
experimentou uma melhora maior nas pontuações globais do WOMAC
(31,4 pontos) em comparação com a melhora de 22,8 pontos do
braço de tratamento (60 minutos duas vezes por semana).
Outros participantes notaram uma maior capacidade de realizar
atividades diárias. Uma participante afirmou que era capaz de
caminhar distâncias maiores, subir escadas e participar de mais
atividades ao ar livre (Participante 0100), enquanto outra participante
descobriu que o alívio associado ao recebimento de massagem lhe
deu maior mobilidade, capacidade de viajar e envolvimento em mais
atividades e que melhorou sua vida social (Participante 3700). Esses
participantes também experimentaram maiores melhorias nos escores
globais do WOMAC em oito semanas (0100–67 pontos e 3700–41,9
pontos) em relação às mudanças médias em seus braços de
tratamento (24 e 17,4 pontos, respectivamente).
Um participante relatou necessidade reduzida de anti-inflamatórios
não esteróides (AINEs) para controlar a dor durante o estudo (44GR).
Este participante (44GR) experimentou uma melhora em sua
pontuação global WOMAC (30,2 pontos) após oito semanas de
massagem (60 minutos semanais) maior em magnitude do que seu
braço de tratamento, que melhorou em média 24,0 pontos [14].
Apesar de
Massoterapia e Qualidade de Vida
melhorando menos do que a mudança média em seu braço de
tratamento (15,7 vs 24,0 pontos), outro participante (2300) aprendeu
que “existem outras opções além da cirurgia para alívio da dor”.
Um participante afirmou que “as massagens uma vez por semana
ajudam no seu dia a dia” (Participante 6900), apesar de demonstrar
uma queda nos escores globais do WOMAC (44,5 pontos) após oito
semanas de massagem de 60 minutos duas vezes por semana.
Tema 3: A Acessibilidade da Massagem como
Tratamento para Osteoartrite
Dos participantes que relataram alívio sintomático com massagem (N
¼ 14), cinco notaram alívio da dor em curto prazo. Um participante
(04GR) afirmou: “Quando vim para o estudo, a massagem ajudou
muito. Foi uma grande coisa que me ajudou na época, mas agora
tenho que considerar o que preciso fazer.” Essa visão positiva
contrasta com o participante experimentando menos alívio do que
outros no mesmo braço de tratamento (7,4 vs 18,4 pontos nas escalas
globais WOMAC). Treze participantes afirmaram que sentiram que a
massagem era um tratamento eficaz para osteoartrite.
Vários participantes explicaram que encontraram benefícios na
massoterapia durante o estudo clínico, mas lamentaram que a
cobertura de seguro para massagens não esteja disponível no
momento. Um participante observou que “adora receber massagens,
mas não pode pagar por elas” e que gostaria de receber massagens
“regularmente para ajudar com problemas de vida, sistema imunológico
e osteoartrite” (41GR), apesar deste participante experimentando um
benefício modesto (7,4 pontos contra 18,4 pontos nas pontuações
globais do WOMAC no grupo de 30 minutos duas vezes por semana).
Um participante (3.500) comentou que estaria mais apto a receber
tratamentos de massagem para osteoartrite, mas não acredita que a
massagem para necessidades médicas não seja coberta pelo seguro.
Dos 10 participantes que foram questionados se a massagem seria
utilizada se coberta por seus planos de saúde, todos responderam
afirmativamente.
Discussão
Neste estudo qualitativo de sujeitos em um ensaio clínico
manualizado de massoterapia, vários temas emergiram. Os
participantes relataram efeitos de relaxamento, melhoria da qualidade
de vida e alívio sintomático, possivelmente além do aumento do
estado funcional e dos escores de dor, conforme encontrado em
nosso ensaio clínico [14]. Nossas entrevistas revelaram depoimentos
de empoderamento, com melhora na capacidade de realizar atividades
da vida diária. Esses achados são consistentes com Hsu et al., que
relataram maior consciência das opções de tratamento e/ou
esperança, maior capacidade de relaxar e mudanças emocionais
positivas com várias terapias MCA usadas em ensaios clínicos de dor
nas costas [15]. Achados semelhantes foram encontrados com outras
intervenções, como Qigong e terapia de exercícios [24].
1171
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Ali et ai.
Descobertas de vários ensaios clínicos estabeleceram que as
expectativas do paciente podem influenciar o resultado do tratamento
em várias condições, especialmente na dor crônica [25,26], embora as
expectativas positivas nem sempre levem a melhores resultados [26,27].
As expectativas podem ser mais pronunciadas no contexto das terapias
MCA, onde elaborados rituais terapêuticos fazem parte do cuidado, em
contraste com a farmacoterapia [28,29].
As expectativas do paciente em relação às intervenções MCA (ioga,
prática quiroprática, acupuntura, massagem) podem mudar com o tempo.
Por exemplo, Eaves et al. observou maior aceitação da dor crônica e a
necessidade de criar estratégias proativas sobre como prevenir
exacerbações sintomáticas durante o curso do tratamento [30]. Além
disso, as prioridades de tratamento também podem mudar ao longo do
tempo, conforme elucidado por Cheraghi-Sohi et al. em um estudo
qualitativo de pacientes com osteoartrite [31]. Outros estudos
descobriram que os praticantes de CAM tendem a entender o papel das
expectativas na modificação dos resultados e tentam gerenciar essas
expectativas para aumentar o envolvimento do paciente [32].
Em nosso estudo, os participantes notaram a falta de acessibilidade à
massoterapia, ou seja, a falta de idade de cobertura de seguro para
cuidados de rotina em contraste com a disponibilidade gratuita de
massoterapia durante o estudo clínico. Nossos participantes gostaram
de massagem e a maioria queria continuar recebendo massagem
terapêutica, mas a falta de cobertura de seguro foi uma barreira
significativa para o tratamento contínuo.
Para promover a cobertura do pagador terceirizado, a relação custo-
eficácia de qualquer terapia precisa ser estabelecida.
Isso é particularmente relevante para terapias MCA que tendem a ser
amplamente praticadas, mas muitas vezes inatingíveis para aqueles
que não querem ou não podem pagar do próprio bolso [33].
Consequentemente, estamos avaliando formalmente a relação custo-
eficácia da massagem em um estudo de eficácia em vários locais (clin
icaltrials.gov NCT01537484), com foco na perspectiva do sistema de
saúde (pagante).
Em uma revisão sistemática de 338 avaliações econômicas de terapias
MCA, quase 30% das 56 comparações feitas nos estudos demonstraram
economia de custos; melhores resultados de saúde (do que os cuidados
habituais) foram alcançados a custos mais baixos. Redução de custos
e melhorias nos anos de vida ajustados pela qualidade foram relatados
em várias populações para uma ampla gama de terapias MCA, incluindo
acupuntura, terapia manual, terapias combinadas, tai chi e suplementação
nutricional. Dado que as avaliações econômicas tendem a ser
específicas com baixa generalização, Herman et al. recomendou
estudos de maior qualidade com relatórios detalhados da metodologia,
que poderiam então ser adaptáveis a outras configurações [34].
Em nosso estudo, as declarações dos participantes tenderam a ser
consistentes com suas mudanças quantitativas nas medidas padrão
de osteoartrite; o desfecho primário no ensaio clínico foi a alteração na
pontuação global do Índice de Osteoartrite das Universidades de
Western Ontario e McMaster (WOMAC) [35-37]. Um participante notou
pequenas melhorias em
1172
sua pontuação global WOMAC (7,4 pontos), mas a magnitude da
mudança foi de cerca de 50% do que outros no mesmo grupo de estudo
(30 min semanais) experimentaram - 14,3 pontos. Assim, neste caso, o
relaxamento pode ter sido o principal benefício da massoterapia. Outro
participante notou mudanças positivas e uma melhora geral na vida
diária com a massagem, apesar de mostrar um declínio substancial nos
escores globais do WOMAC após oito semanas; ou seja, esta
participante foi comprovadamente pior nos escores WOMAC, mas notou
uma melhora subjetiva em sua qualidade de vida. Este achado paradoxal
pode ser comparado aos resultados de um ensaio clínico de Kaptchuk
e colegas em que pacientes com asma tratados com acupuntura
simulada relataram benefícios subjetivos, apesar de não demonstrarem
melhora objetiva [38]. A avaliação da dor é geralmente subjetiva [39]; o
WOMAC é um instrumento de autorrelato validado e está entre os
instrumentos mais amplamente utilizados na pesquisa de artrite [40].
No entanto, os desafios de dados confiáveis em instrumentos de
autorrelato são bem reconhecidos, pois os relatórios de dor podem ser
afetados por fatores sociais, modelagem, hora do dia e linguagem e
orientação das escalas de papel [41].
Apesar de nossos participantes observarem múltiplos benefícios da
massoterapia, os massoterapeutas que realizaram a intervenção
observaram desafios filosóficos ao equilibrar a abordagem individualizada
da massoterapia clínica com rigorosos métodos de ensaios clínicos [42].
As limitações de nosso estudo incluíram uma pequena amostra
composta por mulheres predominantemente brancas; uma amostra
maior e mais diversificada pode elucidar outros achados, pois a
percepção da dor pode ser afetada pelo status socioeconômico [43] e
pela raça [44]. Como nossa amostra não foi aleatória, o viés de seleção
pode ter afetado os temas gerais e as conclusões. As entrevistas foram
documentadas em tempo real, levando à paráfrase e resumo das
respostas. Gravações de áudio para garantir transcrições verbais, um
método padrão em estudos qualitativos, capturariam melhor declarações
com nuances e poderiam ajudar a minimizar o viés de relato do
entrevistador [45].
Além disso, vários investigadores entrevistaram os participantes; um
único investigador realizando todas as entrevistas garantiria mais
consistência nos métodos de coleta de dados. Além disso, o uso de
medidas validadas de qualidade de vida relacionada à saúde (como o
SF-36 ou outros) facilitaria avaliações quantitativas de qualquer
associação entre qualidade de vida e escores WOMAC.
Estudos futuros de intervenções de massagem para tratamento de
doenças devem incluir avaliações de qualidade de vida relacionadas à
saúde, bem como resultados relacionados ao bem-estar percebido [46].
Em estudos de distúrbios de dor crônica, recomendamos que
comorbidades específicas, como insônia e estresse, sejam avaliadas
juntamente com resultados clínicos padrão, pois o sono [47] e o estresse
[48] podem afetar a qualidade de vida e as percepções de bem-estar.
Além disso, o conceito de efeitos colaterais salutogênicos [49] de uma
intervenção no contexto de terapias complementares e integrativas
poderia ser mais explorado em ensaios clínicos.
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Agradecimentos
Agradecemos aos sujeitos do estudo pela participação; Valentine Njike,
MD, MPH, pela análise de dados quantitativos; e Mary Carola e Anna
Davidi pela assistência na pesquisa.
Os massoterapeutas licenciados Linda Winz, Michael Yablonsky,
Susan Kmon e Lee Stang forneceram massagens para os sujeitos do
estudo em nosso ensaio clínico.
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