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COMUNICAÇÃO POPULAR
E COMUNITÁRIA
Beatriz Helena Ramsthaler Figueiredo
1ª edição
Londrina
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
2019
2
Autoria: Prof. Beatriz Helena Ramsthaler Figueiredo
Revisão: Prof. Giani Vendramel de Oliveira
Como citar este documento: Figueiredo, Beatriz H. R. Comunicação popular e comunitária. Valinhos: 2019.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida
de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou
qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização,
por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
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COMUNICAÇÃO POPULAR E COMUNITÁRIA
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 5
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Apresentação da disciplina
Comunicação é poder. Você vai ouvir isso muitas vezes durante este
curso porque é diante dessa premissa básica que desenvolvemos toda e
qualquer reflexão sobre o campo da Comunicação aplicado ao contexto
popular e comunitário.
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Fundamentos
da comunicação humana
Autora: Beatriz Helena Ramsthaler Figueiredo
Objetivos
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1. Introdução
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Estudar o campo da Comunicação é falar sobre o comportamento
humano no decorrer da história, refletindo sobre os processos criados
pelo homem para potencializar a sua capacidade de se comunicar,
aprendendo sobre as ferramentas e as estratégias por meio de uma
análise histórica, falando de passado para construir diálogos possíveis
com o presente e abrindo caminhos para o futuro.
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As teorias mais conhecidas são a Teoria Hipodérmica, a
Teoria Funcionalista, a Teoria Culturológica, a Teoria Crítica
e os Estudos Culturais, todas elas são frutos das Escolas
Estadunidenses (Escola de Chicago e Escola de Palo Alto),
Escola Canadense, Escola Francesa, Escola Alemã e Escola
Inglesa. Há ainda uma linha de estudos da Teoria da
Comunicação em âmbito nacional. A corrente chamada de
folkcomunicação foi introduzida no Brasil pelo teórico Luiz
Beltrão de Andrade Lima, durante a década de 1960.
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A mensagem é construída a partir de um determinado código que
poderia ser definido como um conjunto de sinais organizados segundo
um padrão preestabelecido. Este documento que você agora lê é um
suporte de comunicação organizado a partir de um código comum ao
autor e ao leitor. É por isso que ao ler este documento você consegue
compreender o que lê. Se ao invés da língua portuguesa este documento
tivesse sido publicado em russo, talvez você tivesse mais ou total
dificuldade para compreender o que está escrito. Teríamos então um
ruído gravíssimo em nosso processo de comunicação.
Isso tudo parece básico, mas não é. É importante que tenhamos essas
ideias cristalizadas para que possamos avançar nos estudos da área da
Comunicação e para que possamos, posteriormente, fazer uso efetivo e
eficiente desse conhecimento.
ASSIMILE
Comunicação é o ato de comunicar alguma coisa a alguém.
Este ato envolve sujeitos e variáveis que precisam ser
entendidos em toda a sua complexidade.
Johannes Gutenberg, alemão, foi o responsável pela
criação e desenvolvimento da prensa móvel, o que
possibilitou a impressão continuada de publicações como
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livros e jornais. É considerado um dos principais nomes
na história da imprensa (aliás, o nome “imprensa” vem de
sua criação). A prensa é considerada uma das melhores
contribuições para as sociedades modernas.
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a imprensa de massa, o rádio e o cinema. Estes meios
ampliaram o público potencial para além da minoria
alfabetizada. Também eram essencialmente novos o
estilo e a escala industriais da organização de produção
e divulgação. Grandes populações dos Estados-nação
poderiam ser atingidas mais ou menos ao mesmo tempo
com conteúdo basicamente igual, o qual, muitas vezes,
levava o selo de aprovação de quem tinha poder político e
social (MCQUAIL, 2012, p. 508-509).
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ligada dias inteiros. O ruído dela nos toca e, se não podemos estar ali
sentados, absorvidos por aqueles textos audiovisuais, queremos apenas
ter a sensação de ouvi-los. A televisão se faz presente o tempo todo
em nossa vida. Aliás, a televisão não se faz presente apenas quando
temos a possibilidade de ligar o aparelho televisor, ela se faz presente
no consumo de conteúdos mesmo quando o que temos a nossa frente
é a tela de um computador conectado à internet. Veja o que te interessa
em um portal de notícias e reflita sobre a quantidade de informações
que você acessa sobre a novela, o artista, o reality show, o apresentador,
etc. Nossa vida é, em certa medida, mediada pela televisão. Aliás, faz-
se importante dizer que isso é um traço cultural e que não é em todos
os espaços geográficos do mundo que essa dependência da televisão
existe. Sérgio Mattos destaca em História da televisão brasileira:
uma visão econômica, social e política que essa dependência está
intimamente ligada a fatores econômicos e desenvolvimento social.
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É possível compreender facilmente o que ela quer dizer com isso, basta
olharmos para nós mesmos. Quando vamos ao cinema, temos o tempo
“suspenso” durante o período em que estivermos ali absorvidos pela
grande tela. O cinema é uma espécie de “pausa” em nossa vida, porém
é preciso entendê-lo também como um meio eficiente de comunicação.
A televisão organiza a nossa rotina. Há alguns anos marcávamos um
encontro “depois da novela”, por exemplo. Uma vez ou outra, você já
deve ter marcado algo para depois do “Jornal XPTO” ou assim que acabar
o “programa X”, por exemplo. É isso que quer dizer Duarte quando
afirma que a televisão “ritma nossos dias”.
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dentro desse escopo, a própria história da informação e da imprensa.
Porém, foi com o desenvolvimento tecnológico que se possibilitou
criar, ainda no contexto global, suportes como o rádio (1900) e
posteriormente a televisão (1924). Durante o desenvolvimento das
sociedades, outras tecnologias vão, aos poucos, transformando a
nossa relação com esses meios. O controle remoto, por exemplo, foi
uma pequena, porém significativa, revolução em nossa relação com
a televisão. Se antes estávamos absolutamente passivos na relação
com a televisão pois, para vencer essa relação de forças, teríamos
que levantar de nossos sofás para trocar o canal da televisão, agora
tínhamos o poder de escolha em nossas mãos. Posteriormente foram
os canais de televisão fechados que nos deram ainda mais autonomia e
força na relação com esse aparelho transmissor de mensagens.
Com o advento da internet, que se popularizou a partir do final do
século XX, tornamo-nos ainda mais autônomos e, nesse processo,
fomos capacitados para a interação. Isso fez com que aquela antiga
fórmula que afirma que o processo de comunicação se dá a partir
de emissor se tornasse ainda mais complexa. Hoje dizemos que
o protagonismo não está mais no emissor, mas no receptor da
mensagem, e devemos estar atentos a um novo processo que se
naturaliza nessa relação: o feedback (retorno) gerado pelo receptor da
mensagem que se dá, cada vez mais, de forma imediata e instantânea.
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2. Considerações finais
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
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2. Quais os principais sujeitos existentes em um processo
de comunicação?
a. Emissor e receptor.
b. Emissor e ouvinte.
c. Comunicador e audiência.
d. Comunicador e sociedade.
e. Locutor e receptor.
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Referências bibliográficas
DUARTE, Elizabeth Bastos. Televisão – ensaios metodológicos. Porto Alegre:
Sulina, 2004.
MATTOS, Sérgio. História da televisão brasileira: uma visão econômica, social e
política. Petrópolis: Vozes, 2010.
McQUAIL, Denis. Teorias de comunicação de massa. Porto Alegre: Penso
Editora, 2012.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: B
Questão 2 – Resposta: A
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Questão 3 – Resposta: A
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Comunicação popular e
comunitária
Autora: Beatriz Helena Ramsthaler Figueiredo
Objetivos
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1. Introdução
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Figura 1 – Processo de Comunicação com base
em meios e veículos de comunicação
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2. Suportes e ações de comunicação comunitária
A mais simples ação de comunicação comunitária poderia ser, por
exemplo, um carro de som que faça o papel do que chamamos
popularmente de “rádio itinerante”.
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2.1 O conteúdo no campo da comunicação comunitária
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Há um conteúdo central que será o nortear da ação e poderá também
haver conteúdos secundários, porém não menos importantes. Se você
deseja criar uma emissora de rádio web para discutir os problemas
cotidianos de determinada comunidade, a sua programação não
precisa se limitar à abordagem exclusiva dos problemas. Você pode,
por exemplo, inserir um conteúdo cultural, um horário de transmissão
musical, entrevistas do campo do entretenimento, uma agenda cultural,
anúncios de comerciantes locais, entre outras opções de quadros.
Esse conteúdo que não está na agenda central do projeto, ou seja,
o chamado conteúdo secundário, é muitas vezes considerado tão
importante quanto o objeto central de seu projeto. Isso porque é no
consumo daquilo que enquadramos como entretenimento que se dá
a fidelização de um público. Um indivíduo social muitas vezes passa
a consumir determinado conteúdo em razão daquilo que o agrada
na relação com o veículo, ou seja, às vezes é aquela programação
musical diária que faz com que você possa conquistar ouvintes que,
posteriormente, se disponibilizarão a ouvir tudo o que você possa ter
a dizer. Isso é um processo de conquista e, por assim ser, ele nunca
é imediato. Isso faz com que você precise ter planejado seu projeto
sabendo que para a resposta ideal é preciso tempo. Respeitar o tempo
do receptor para que ele internalize a relação com determinado meio de
comunicação é parte importante para o sucesso do projeto.
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uma forma fácil e rápida de aprender a utilizar softwares de
captação e edição de sons é procurar por tutoriais em sites
como o YouTube. Experimente!
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governo com a instalação de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora)
em morros ocupados pelo tráfico de drogas e considerados pontos
estratégicos da cidade do Rio de Janeiro.
ASSIMILE
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objetivos. Atuam hoje no projeto Voz das Comunidades quase
20 colaboradores, porém Renê Silva continua na coordenação do
projeto assinando como editor chefe. São noticiados fatos acontecidos
no contexto do Complexo, há estatísticas de violência e morte de
moradores por confronto com policiais, tornando-se inclusive fonte de
informação para grandes veículos de comunicação. Seu diferencial é o
fato de falar de dentro da comunidade. Foi justamente isso que levou à
criação do Voz das Comunidades. Renê desejava falar sobre a realidade
do espaço em que morava com base em fatos e olhares de quem ali
vive e convive, contrapondo-se a uma leitura superficial da grande
mídia que olhava e assistia a tudo como quem vê de fora, de cima e
com olhar estrangeiro.
ASSIMILE
3. Considerações finais
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Conhecer histórias que se tornaram referências no campo nos ajuda a
construir o olhar para um projeto particular ou coletivo no exercício de
observação da experiência do outro.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
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c. É um processo de comunicação dirigido por grandes
meios para pequenas comunidades.
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Referências bibliográficas
MORIGI, Valdir José; GIRARDI, Ilza Maria Tourinho; ALMEIDA, Cristovão Domingos
(orgs.). Comunicação, informação e cidadania: refletindo práticas e contextos.
Porto Alegre: Sulina, 2011.
KATZ, Helena; GREINER, Christine. Corpo e processo de comunicação. Revista
Fronteiras – Estudos Midiáticos, 2001, v. III, n. 2, dezembro de 2001, p. 65-75.
Disponível em: <www.helenakatz.pro.br>. Acesso em: 04 set. 2019.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: A
Questão 2 – Resposta: D
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Questão 3 – Resposta: B
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Conceito de comunicação.
Filosofia da Linguagem.
Fundamentos da comunicação
popular e comunitária
Autora: Beatriz Helena Ramsthaler Figueiredo
Objetivos
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1. Introdução
ASSIMILE
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Diante desta introdução, vale dizer que se tornam também
fundamentais os estudos que envolvem a linguagem, afinal a
linguagem é o instrumento principal de qualquer processo de
comunicação humana.
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Figura 1 – É a linguagem a base da comunicação humana
Fonte: Spiderstock/Istock.com.
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mensagem? Um semáforo vermelho nos diz “pare” sem precisar falar
ou escrever em letras de forma, uma placa de trânsito nos fala o
que devemos, podemos ou não podemos fazer diante dela, e placa
não fala, mas sinaliza, simboliza o texto que é apreendido a partir do
repertório adquirido.
Diante disso, fica claro que aqui não nos interessa simplesmente
o significado literal de determinado grupo de palavras. Para essa
compreensão, temos os dicionários.
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2.1 A linguagem, a comunidade e a importância do repertório
como representação política de uma comunidade
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Vale destacar aqui mais dois conceitos: o conceito de meio de
comunicação e o conceito de veículo de comunicação. Você percebe
diferenças? Meio de comunicação é o tipo de suporte ou canal (por
exemplo: televisão, rádio, internet). Já o veículo de comunicação é a
empresa, grupo ou instituição que veicula a informação ou mensagem
comunicacional (por exemplo, no meio televisivo, podemos citar os
veículos Globo, SBT, Record, Bandeirantes, etc.).
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refeito porque o que era para vender um novo produto virou motivo de
rejeição ao novo produto. Diante desse exemplo é possível perceber o
quanto é sutil a fórmula de sucesso de um processo de comunicação.
As variáveis são inúmeras e o cuidado é (e deve ser sempre) constante.
3. Considerações finais
A palavra “comunicação” traz em seu conceito raiz a ideia de partilhar,
assim como o conceito de “comunidade”. Isso nos faz perceber que
esses campos estão intimamente ligados, apesar de algumas vezes nos
serem apresentados como campos de conflito e oposição.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
a. Língua Portuguesa.
b. Sociologia.
c. Psicologia.
d. Filosofia da Linguagem.
e. Comunicação.
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2. Por que dizemos que nos estudos da Filosofia da
Linguagem é mais importante a compreensão da
significação da palavra em contexto social do que de seu
significado junto aos dicionários de língua portuguesa?
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d. Linguagem verbal é a linguagem oral ou textual e a
linguagem não verbal é a visual.
Referências bibliográficas
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2003.
HALL, Stuart. Codificação Decodificação. In: Da diáspora: identidades e mediações
culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.
MARTÍN-BARBERO, J. Globalização comunicacional e transformação cultural. In:
MORAES, D. de. (Org.). Por uma outra comunicação. Rio de Janeiro: Record, 2003.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: D
Resolução: há diversos campos acadêmicos que tratam do
estudo da linguagem, porém é a Filosofia da Linguagem que se
preocupa com os estudos sociais aliados à compreensão do uso de
determinada linguagem em um dado contexto social.
Feedback de reforço: massa nos traz a ideia de uma grande
quantidade de pessoas.
Questão 2 – Resposta: E
Resolução: quando pensamos em linguagem, falamos da relação
entre seres vivos que se comunicam por meio da linguagem,
por isso é preciso compreender qual a carga de significações
de determinada palavra em cada grupo social que a expressa.
Essa significação está além do significado formal expresso em
um dicionário. Trata-se da compreensão da relação social de
determinado grupo com a palavra.
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Feedback de reforço: comunidade nos traz a ideia de um grupo
social organizado em prol de um bem comum.
Questão 3 – Resposta: D
Resolução: linguagem verbal é o uso do texto ou da fala como
forma de comunicação. Linguagem não verbal é o uso de imagens,
símbolos, expressões corporais, gestos, entre outros, como forma
de comunicação.
Feedback de reforço: itinerância é um termo que tem origem no
latim e significa “ato de deslocar”.
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Participação. Meio de
comunicação. Democratização
da comunicação
Autora: Beatriz Helena Ramsthaler Figueiredo
Objetivos
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1. Introdução
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2. Planejar e compreender estratégias para ter e
dar acesso
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ASSIMILE
Há uma pequena história do escritor Rubem Alves (2018)
sobre a nossa incapacidade de ouvir que exemplifica
bem o quanto o aprendizado de ouvir o outro é essencial.
Acesse pela internet a crônica Escutatória (que faz parte
do livro O amor que acende a lua, de sua autoria). Nesta
crônica, Rubem Alves inicia sua provocação filosófica
dizendo que todo mundo quer aprender a falar, mas
ninguém quer aprender a ouvir.
ALVES, Rubem. O amor que acende a lua. 15. ed.
Campinas: Papirus Editora, 2018.
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Para muitos cidadãos brasileiros, a única ação no campo da participação
política é o voto, que só se dá por ser obrigatório. E por que o voto, que
é um direito, se mantém ainda obrigatório? Estamos engatinhando no
campo democrático e há muito a aprendermos sobre a nossa força e
sobre as formas de participação dentro de um contexto efetivamente
democrático. É preciso que nos façamos cada vez mais presentes
diante das decisões de cunho político e social no país. Só assim haverá
possibilidade de efetivas mudanças.
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aprendemos a lidar com a sensação de que a verdade absoluta é sempre
noticiada por grandes meios de comunicação. Nos mantemos em nossa
cômoda posição de receber a informação pronta e apenas compartilhá-
la com um clique.
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escândalo qualquer. Imagine-se então culpado de determinado ato
ilícito. Perguntamos: sua emissora estará acima de seus interesses e irá,
como outros veículos isentos, noticiar os fatos ou primará por defendê-
lo publicamente de tais acusações em nome daquilo que se noticia
como “verdade”? É fato que há aí um grande conflito de interesses, não
é? É na premissa básica de que o campo da Comunicação no Brasil não
é um espaço de interesse privado (e sim de interesse público) que a
nova lei vem se pautando.
Aliás, você sabia que uma emissora não é uma empresa privada?
Emissoras de rádio e televisão são concessões públicas e, por isso
mesmo, devem atender ao interesse público na mesma proporção
que atendem ao interesse do proprietário de determinada empresa
midiática. Este é um outro ponto que pretende garantir a nova lei:
que as cotas de programação sejam equilibradamente divididas para
atender aos interesses sociais (com programação do campo social
e comunitário), aos interesses públicos de governo (com conteúdo
estatal) e aos interesses privados do detentor do direito de transmissão
(o “dono” da emissora).
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diante de um número X de emissoras e retransmissoras
de sinal de televisão, de rádio, etc.). O artigo 220 da
Constituição Brasileira proíbe os monopólios e oligopólios
diretos e indiretos, porém no Brasil o direito à exploração
dos meios de comunicação que servem ao país está nas
mãos de poucas famílias que detêm o poder de uma gama
variada de veículos de comunicação de largo alcance.
Entretanto, quem nos diz que é um projeto que visa censurar a imprensa
brasileira? É preciso que façamos o exercício constante de procurar
entender qual é o espaço do emissor da mensagem. Que interesses há
por trás de algumas falas disseminadas pelo campo midiático? Quem
fala? Para quem é dito? São questões que devemos ter em mente para
que possamos começar a exercitar a capacidade crítica diante do campo
da comunicação e só assim poderemos ampliar horizontes e conquistar
apoio para as mudanças necessárias em um espaço daquilo que é
possível (não apenas como um sonho distante).
ASSIMILE
Um conselho consultivo é formado por representantes
da sociedade civil e tem por objetivo recomendar,
sugerir, orientar e fiscalizar as ações do Estado. Existem
também outros tipos de conselhos, como o normativo e o
deliberativo, com outras atribuições que não vêm ao caso
no contexto apresentado.
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Democratizar os meios de comunicação é um processo político que
exige esforço e pressão popular porque é uma briga com grandes e
conservadoras forças políticas. Mas é essencial que se faça. Países de
diversas partes do mundo já o fizeram.
3. Considerações finais
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VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. O que seria uma comunicação democrática?
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d. É apenas um conceito que traduz o campo da
concessão pública de conteúdo midiático, não tem
valor para além do campo conceitual.
Referências bibliográficas
ALVES, Rubem. O amor que acende a lua. 15. ed. Campinas: Papirus Editora, 2018.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2003.
HALL, Stuart. Codificação Decodificação. In: Da diáspora: identidades e mediações
culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.
MARTÍN-BARBERO, J. Globalização comunicacional e transformação cultural. In:
MORAES, D. de. (Org.). Por uma outra comunicação. Rio de Janeiro: Record, 2003.
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Gabarito
Questão 1 – Resposta: C
Resolução: o campo da comunicação democrática subentende um
sistema de comunicação que prima pela ética e preceitos sociais
diante do direito à informação e da imparcialidade jornalística.
Também compreende um espaço de comunicação não concentrado
por grandes conglomerados midiáticos, mas de acesso igualmente
facilitado a comunidades e grupos que desejem se organizar para
serem também emissores de mensagens comunicacionais.
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Novas tecnologias e utilização
de técnicas de comunicação
da prática profissional
Autora: Beatriz Helena Ramsthaler Figueiredo
Objetivos
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1. Introdução
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uma lógica que nos exige sermos absolutamente integrados a sistemas
múltiplos. Fazemos mil coisas ao mesmo tempo e, consequentemente, o
tempo sendo o mesmo, o resultado nunca será. Temos agora as mesmas
jornadas de oito horas de trabalho e mais do que o dobro de atividades
para serem cumpridas neste curto espaço de tempo diário. O mercado
exige um sujeito social adaptado ao contexto das ferramentas e dos
dispositivos tecnológicos. Somos hoje novos sujeitos sociais.
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A importância desse aparelho é tanta que não dormimos mais sem
ele ao lado. Ele nos mantém conectados em 100% de nosso tempo.
Até para o banho o celular agora nos acompanha. E isso é porque
não adentramos em um campo em que a dependência se torna
vício e, consequentemente, doença. Falamos apenas do espaço
em que ainda caminhamos dentro daquilo que convencionamos
chamar de “normalidade”. Numa leitura social contemporânea, é
“normal” essa dependência.
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vida off-line. Analisávamos o comportamento humano separando-o
em ambientes off-line como sendo a vida dita “real”, que acontece
presencialmente, em contatos diretos do sujeito social com o ambiente
em que vive, e em ambientes on-line, que seria a vida virtual, aquela
que levamos na relação com as telas no contexto das redes de
internet. Dizíamos que não era mais possível pensar em olhar o ser
humano apenas pela vida off-line porque agora a vida on-line ganhava
importância expressiva em seu cotidiano.
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PARA SABER MAIS
A “sensação de estarmos perdendo algo” é um
comportamento da vida contemporânea que vem sendo
estudado por vários especialistas. A este fenômeno eles
deram o nome de “FOMO”, sigla em inglês que se origina do
termo “Fear of Missing Out” (que significa “medo de perder
alguma coisa”) e tem sido campo de contínuos estudos.
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mesmo que em algum momento possam ser apenas ruídos. Ao ligá-los
é como se nos conectássemos a aparelhos fundamentais para o nosso
funcionamento em ambiente privado. Funcionamos à base de televisão.
A televisão como bateria de um corpo que precisa desse elemento em
funcionamento para funcionar também.
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Bauman é o criador do conceito de “modernidade
líquida”, que pretende explicar a rápida flexibilização
dos valores e das práticas frente às relações pessoais
no contexto contemporâneo. Procure por entrevistas
concedidas por Bauman que estão disponíveis na internet.
A sua visão sobre as relações em rede e a resignificação
de conceitos como amizade é de grande importância
para construirmos uma leitura crítica e coerente sobre o
universo da comunicação.
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vale pensar um pouco sobre as bases da comunicação entre pessoas
para falarmos sobre técnicas comunicativas em âmbito profissional
antes de chegarmos novamente às relações com a tecnologia.
ASSIMILE
Oratória – é um campo de estudos que explora as técnicas
para falar em público de forma organizada e estruturada.
Não é apenas o discurso a ser emitido que importa,
mas todos os elementos que podem ser explorados no
desenvolvimento da capacidade pessoal do orador. A fala, a
entonação, os gestos e a forma de se comportar diante do
público compõem o discurso e devem ser minuciosamente
estudados. Na Grécia Antiga a oratória era estudada como
parte do campo da retórica.
Se detecto que tenho problemas com uma boa escrita, preciso procurar
urgentemente suprir essa necessidade. Aprender a escrever bem é
tarefa fundamental para qualquer que seja o campo de atuação que
envolva o ato de se comunicar. Posso aprender a escrever bem em aulas
particulares de gramática e língua portuguesa, em cursos de redação ou
simplesmente exercitando a leitura. Ler nos ensina a escrever.
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Se você souber falar bem e escrever bem, qualquer que seja a
ferramenta de comunicação que você escolha para aplicar sua
capacidade comunicacional, esta será bem recebida. Se você investir em
compreender as potencialidades dos canais de comunicação escolhidos,
você terá então grande sucesso na empreitada.
Por meio desta leitura, podemos concluir que as novas tecnologias são
responsáveis por uma grande revolução em nosso cotidiano social.
Precisamos aprender a potencializar o uso que podemos fazer delas.
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VERIFICAÇÃO DE LEITURA
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d. Porque no século XX é que se iniciam os estudos
acerca das formas de comunicação do homem.
Referências bibliográficas
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2003.
HALL, Stuart. Codificação Decodificação. In: Da diáspora: identidades e mediações
culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.
MARTÍN-BARBERO, J. Globalização comunicacional e transformação cultural. In:
MORAES, D. de. (Org.). Por uma outra comunicação. Rio de Janeiro: Record, 2003.
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Gabarito
Questão 1 – Resposta: B
Resolução: quanto mais conectados estamos, mais somos exigidos
(por outros e por nós mesmos) diante da capacidade de fazermos
mais de uma coisa ao mesmo tempo, e com isso temos a sensação
de que o tempo se esvai.
Feedback de reforço: a sociedade conectada é extremamente
acelerada.
Questão 2 – Resposta: A
Resolução: o século XX é um século marcado por grandes
invenções. Foram 100 anos de profundas transformações na
história das sociedades. Iniciamos o século criando o carro e
terminamos o século clonando ovelhas. No campo da Comunicação
desenvolvemos a comunicação de massa e todas as primeiras e
fundamentais teorias a respeito disso.
Feedback de reforço: o século XX é considerado o século das
guerras, do desenvolvimento tecnológico e do surgimento dos
sistemas de Comunicação de Massa.
Questão 3 – Resposta: B
Resolução: sim, e há vários níveis de dependência para as relações
com os vários tipos de dispositivos tecnológicos. Há a dependência
que convencionamos chamar de “saudável” ou “natural”, porém é
também preciso estar atento para excessos que se tornam indícios
de problemas de saúde.
Feedback de reforço: quase todos os tipos de excesso podem gerar
relações de dependência.
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Comunicação na práxis
profissional
Autora: Beatriz Helena Ramsthaler Figueiredo
Objetivos
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1. Introdução
As reflexões dos estudos da comunicação podem e devem ser
apropriadas por outras áreas de atuação com o objetivo de potencializar
o campo da comunicação corporativa, seja em ambiente interno ou
externo à organização.
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Uma das premissas da sociedade capitalista é a acumulação de
capital. Como isso se torna possível? Se acumular capital será ou
não uma realidade individual, não temos como prever. Você vai
enriquecer? Talvez todos nós, em algum momento, já tenhamos
sonhado com essa possibilidade. Não ter problemas com as contas,
poder comprar sem acumular dívidas, ter a possibilidade de trabalhar
menos e de não precisar prestar contas de seu tempo individual a
um “chefe” pode ser o sonho de muitos sujeitos em uma sociedade
capitalista, porém será a realidade de apenas alguns. Esse mesmo
sistema que prevê a acumulação de capital também tem em suas
bases de funcionamento a necessidade da diferença social. É preciso
distinção de classes sociais para que a máquina capitalista funcione
como um corpo. É o corpo social. Cada sujeito tem a sua participação
no funcionamento saudável deste corpo.
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consumidor, seja de produtos, serviços ou ideias. Sim, também
utilizamos da mesma lógica para persuadir e conquistas adeptos para
determinadas ideologias.
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Figura 1 – Pirâmide de Maslow
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Há ambientes físicos na sociedade que aplicam, na própria organização
do espaço, estratégias advindas dos pensamentos e estudos do
marketing. Três das mais conhecidas estruturas físicas que se ocupam
disso seriam o shopping center, o supermercado e as lojas de
departamento. Nestes ambientes tudo tem um porquê.
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É interessante analisarmos esses pormenores. São todos campos de
estudos do marketing e da psicologia aplicada ao consumo. É uma área
sedutora e ao acessá-la nos tornamos mais críticos como profissionais,
mas também como consumidores, e é justamente por isso que as
estratégias são veladas e nunca explicitadas.
ASSIMILE
O marketing viral tem por objetivo espalhar determinada
marca ou mensagem de forma exponencial, como um vírus,
por isso este nome: “viral”. Ele se utiliza das redes sociais e
do comportamento do usuário das redes para compartilhar
uma ação de marketing que tem por base uma peça de
cunho publicitário não explícito.
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3. Comunicação como campo de integração social
e interna (ações aliadas ao endomarketing)
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de forma livre, porém mediada pela organização, podem ser grandes
canais comunicativos e ótimas estratégias para quebrar com aqueles
campos cegos em que a comunicação estanca.
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porém, que gera inúmeras interpretações. As conversas de corredor
são muito perigosas para a manutenção de um ambiente e de
um canal livre e eficiente de comunicação. E o endomarketing se
preocupa com isso, porque se preocupa em manter satisfeito aquele
que é considerado por muitos teóricos como o “primeiro cliente de
uma organização”: o seu funcionário.
4. Considerações finais
• Comunicação e marketing são áreas de estudo distintas, porém
há uma sólida relação entre elas dentro do contexto de uma
sociedade de consumo.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
78
78
c. Todo produto nasce de um desejo e não há relação do
marketing com o conceito de necessidade.
79
b. É o marketing comunitário.
Referências bibliográficas
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2003.
CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: Campus,1999.
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing. São Paulo:
Saraiva, 2012.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: D
80
80
Questão 2 – Resposta: E
Questão 3 – Resposta: D
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Fundamentos e impactos das
novas tecnologias da informação
Autora: Beatriz Helena Ramsthaler Figueiredo
Objetivos
82
82
1. Introdução
83
relação com o espaço externo mediada por consumo e construções de
relações no âmbito virtual.
84
84
PARA SABER MAIS
A capacidade cognitiva pode ser definida com base no
conceito de cognição que diz respeito às habilidades
mentais ou cerebrais que possibilitam a construção do
conhecimento. Quando apontamos para uma mudança
clara no processo de desenvolvimento dessa capacidade,
falamos justamente sobre novas formas de fazer
associações, leituras, etc., advindas da relação do ser
humano com os dispositivos tecnológicos desde a infância.
Não é estranha a esta nova geração o tipo de leitura não linear. A leitura
sobre telas é uma leitura que sobrepõe uma tela à outra. A lógica da
linearidade da leitura do livro em papel é substituída gradativamente
pela lógica das telas sobrepostas e dos hiperlinks.
ASSIMILE
Hiperlinks são links espalhados em um texto (geralmente
palavras que são destacadas por cores diferentes) que
levam a outras telas na web para que aquele assunto
destacado possa ser melhor explorado. Abordar o
tema da leitura linear em contraponto à leitura de
telas sobrepostas ou de hiperlinks significa justamente
apontar que nossas leituras têm se dado cada dia menos
linearmente (uma página após a outra) e mais na lógica do
hiperlink (algo me chama a atenção no meio do texto, eu
imediatamente paro a minha leitura e sigo para a nova tela
que me explicará sobre aquele ponto. Dessa etapa, posso
voltar à tela anterior ou seguir para outros hiperlinks que
se apresentem durante minha leitura e assim vou abrindo
telas que se sobrepõem diante de mim).
85
O desenvolvimento dessas novas capacidades se dá por meio de uma
mudança cognitiva do sujeito social que claramente se vê absorvido por
novas lógicas de relação e novas formas de olhar para o mundo.
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86
tenha que ter consciência expandida sobre a importância do processo
de ensino e aprendizagem. A mesma disponibilidade é necessária
para o professor que medeia o processo tendo por base a relação
através de telas.
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Outro ponto de importante reflexão gerado por essa relação com
a tecnologia diz respeito à sensação de que o convívio diário com
ambientes comunicacionais digitais gera conhecimento. É preciso definir
claramente o que é acesso à informação e como isso se diferencia do
processo de construção de conhecimento.
88
88
exercício contínuo da reflexão não significa que houve, para o indivíduo
que apenas reproduz, construção de conhecimento. Conhecimento é
atividade continuada que se finda no acesso à informação. É fato que
não vivemos na “Era do Conhecimento”.
3. Considerações finais
• As tecnologias medeiam e modificam as relações sociais na
contemporaneidade.
89
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
90
90
d. Apenas inserindo jogos que simulem o ambiente de
sala de aula e substituindo assim a necessidade de
interação com outros sujeitos.
Referências bibliográficas
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2003.
CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: Campus,1999.
RUMBLE G. A gestão dos sistemas de ensino a distância. 1. ed. Brasília: Editora
UnB e Unesco, 2003.
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Gabarito
Questão 1 – Resposta: C
Resolução: campo de estudos vasto e de difícil definição. O conceito
de cognição diz respeito às habilidades mentais e cerebrais que
possibilitam a construção do conhecimento e essas habilidades
podem mudar, dependendo do tipo de estímulos externos.
Feedback de reforço: campo de estudo do comportamento e das
habilidades mentais e cerebrais.
Questão 2 – Resposta: E
Resolução: a EAD (Educação a Distância), que se utiliza de ambiente
virtual de aprendizagem, potencializa a relação de sala de aula
reproduzindo ambientes de ensino e tornando a administração
do tempo responsabilidade do aluno. O ambiente virtual também
pode oferecer maior interatividade no processo de educação.
Feedback de reforço: o ensino à distância é uma grande tendência.
Questão 3 – Resposta: D
Resolução: jogos eletrônicos são utilizados como simuladores de
realidades e potencializam processos de ensino e de treinamento
em ambiente corporativo, inclusive sendo utilizados muitas vezes
em processos de seleção de funcionários por grandes corporações.
Feedback de reforço: jogos atualmente possibilitam simulações de
experiências reais.
92
92
Práticas de comunicação
popular e comunitária e
as novas tecnologias
Autora: Beatriz Helena Ramsthaler Figueiredo
Objetivos
93
1. Introdução
94
94
base a comunicação são sempre complexas, por mais simples que
pareçam. E qual é a relação que não tem a comunicação como base?
Não há relação sem comunicação.
95
ASSIMILE
O jornal mural é a forma de comunicação mais simples
e comum desenvolvida em ambientes internos. Trata-se
de um painel fixo que pode ser composto por partes ou
impresso como um jornal em tamanho grande para ser
lido afixado verticalmente. Por ser um texto em parede, é
preciso que não seja grande, pois a disponibilidade para
ler textos extensos diminui muito quando o que lemos
está em formato cartaz. Outro cuidado é que para ser
compreendido e integrado à cultura da organização, o jornal
mural exige periodicidade e participação.
96
96
internos. Se publico uma sugestão ou crítica a um processo de minha
empresa em uma rede interna, desejo que isso seja visto, e mais: levado
em conta. É preciso a manutenção de um feedback que se proponha a
estudar a viabilidade, e não apenas a agradecer participações.
97
Primeiro é preciso pensar em qual é o meu real objetivo ao criar um
projeto de comunicação popular ou comunitária, ou seja: o que eu
quero comunicar? Com qual intuito? Depois é também fundamental
pensar em: para quem eu quero comunicar isso? O público para quem
o projeto será direcionado é fundamental para que você possa escolher
o melhor canal de comunicação. Se eu vou falar com um público que
pouco acessa a internet, não é a internet a minha melhor opção. Se eu
vou falar com um público concentrado em um determinado espaço, por
exemplo, morador ou que transita por uma praça determinada, talvez
uma “rádio poste” seja o canal mais acessível e eficiente. Enfim, pensar
sobre o que vai ser comunicado e para quem é o primeiro passo. Depois
é que se deve escolher os melhores canais.
98
98
Se você pensar em criar uma emissora de rádio comunitária, comece
estudando um pouco a parte jurídica que envolve o projeto. É possível
criar rádios comunitárias autorizadas e legais que devem obedecer a
algumas regras impostas pelo Ministério da Comunicação, dentre elas,
sobre o alcance da antena para que sua transmissão não interfira em
outros sinais. Softwares livres para organização de uma programação
de rádio e edição de sons estão disponíveis. Procure por eles, baixe-os,
acesse tutoriais (vídeos) que ensinam a melhor forma de se relacionar
com esses programas de computador. Cuidado com a Lei de Direitos
Autorais. Utilizar obras musicais para transmissão de programas de
rádio exige liberação ou pagamento de direito autoral. Pesquise.
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pertinentes à ideia de criação de um canal de comunicação.
Para isso é preciso que você pesquise sobre a área em que
pretende desenvolver o projeto para que saiba informações
sobre questões jurídicas do campo escolhido e sobre
necessidades técnicas e de profissionais que precisa trazer
para o projeto. Após uma pesquisa preliminar, procure
desenvolver um projeto escrito em que pontue pelo menos
os seguintes itens: objetivo (o que é), justificativa (por que
fazer, ou seja, qual a importância?), a estratégia de ação
(passo a passo para realização), o orçamento necessário,
que deve ser detalhado (item a item), um cronograma
de atuação e o perfil da equipe disponível ou necessária.
Quando você for apresentar seu projeto para alguém com
quem deseje criar algum vínculo (pode ser um apoiador, um
colaborador, etc.), apresente-o por escrito.
100
100
3. Considerações finais
• A comunicação comunitária é o presente e o futuro do atual
quadro político e social no Brasil. Ela é um grande campo com
um potencial enorme a ser explorado por quem deseja que seja
respeitado o direito à democratização na produção e não apenas
na recepção de conteúdos.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Por que os ruídos de comunicação podem ser um
problema nas organizações?
101
d. Ruídos de comunicação são comuns a qualquer
processo comunicacional e não podem ser entendidos
como problemas para as organizações.
a. É a rádio itinerante.
102
102
Este equipamento deve estar ligado ao ambiente
gerador do conteúdo.
Referências bibliográficas
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2003.
HALL, Stuart. Codificação Decodificação. In: Da diáspora: identidades e mediações
culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.
MARTÍN-BARBERO, J. Globalização comunicacional e transformação cultural. In:
MORAES, D. de. (Org.). Por uma outra comunicação. Rio de Janeiro: Record, 2003.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: B
Questão 2 – Resposta: E
103
Feedback de reforço: o consumo constante de conteúdos também
exige um processo de educação.
Questão 3 – Resposta: B
Resolução: é uma transmissão de curto alcance que pode se dar
apenas com a instalação de um equipamento de reprodução de
som em um poste de uma praça pública. Esse equipamento deve
estar ligado a um outro de reprodução de som. A transmissão pode
se dar ao vivo ou a partir de conteúdo gravado.
Feedback de reforço: a comunicação comunitária é sempre uma
boa forma de criar laços comuns a um determinado grupo social.
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