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Joinville, 28 de novembro de 2019.

Trabalho apresentado pelo Ap FELIPE EUGÊNIO DE ESPÍNDOLA FERREIRA

ESTUDO SOBRE O NÚMERO 3

“A unidade é a lei de Deus (ou seja, do primeiro, o princípio, a causa imanente), a dualidade é o
número da lei do universo, já a evolução, a lei da natureza é o ternário”.
(Pitágoras)

1. INTRODUÇÃO

A apresentação numérica hoje utilizada foi concebida por um matemático árabe -


Al-Khowarizmi - desenvolvidos através de estudos indianos. O Sistema de Numeração
Decimal, compreende os dez símbolos, conhecidos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Estes
símbolos, baseiam-se na quantidade de ângulos que os formam:

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O zero, a forma geométrica do círculo, sem ângulos, nos dá a ideia do infinito,
pois ele é perfeitamente contínuo. Simboliza o espaço, o absoluto e o ainda
imanifestado, o princípio latente. O um, é a manifestação da vontade Divina, a Unidade
que emanda do zero, para a partir daí, formarem os demais números. O dois então, é a
dualidade da unidade, ângulos cujos lados se afastam até se unirem em posição oposta
àquela em que eles se separaram. Representa a evolução, quando os contrários
procuram o equilíbrio para se unirem novamente a Unidade.
O três por sua vez é o resultado da soma da dualidade e da unidade, o equilíbrio
dos contrários, que realiza o propósito de Deus. O três é o único número igual à soma
dos anteriores a ele (três é igual à soma de um mais dois). O princípio criador (o um) e a
concretização dessa potência (o dois) geram a harmonia e equilíbrio do três.

2. A PRESENÇA HISTÓRICA DO NÚMERO 3

Dada a importância do numeral três, este se mostra presente em diversas culturas,


religiões, segmentos filosóficos e científicos.
No ponto de vista geométrico, é o primeiro número existente. Pois ele é a primeira
figura geométrica, visto a necessidade de pelo menos três pontos para formar o
triângulo. Assim também, é a causa de toda matéria, pois toda ela possui três
dimensões (altura, profundidade e largura).
Para os religiosos hindus, o número três representa a trindade de Brahma, Vishnú e
Shiva.
O reino do Egito, apesar de seus vários deuses, a trindade Egípcia é: Hórus, Ísis e
Ósiris.
A Cabala consta de três variedades, nela três são os atributos da divindade, e
ainda nela estão Keter (Coroa), Hockma (Sabedoria) e Binah (Inteligência).
Já no budismo tem se Buda (Iluminado), Darma (Lei) e Sanga (Assembleia dos
fiéis).
No cristianismo três é o número da santíssima trindade; três foram os reis magos
que foram a Belém guiados pela estrela “mágica”; três foram os presentes levados ao
menino Jesus; três foram os evangelistas sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas); de acordo
com as escrituras, Pedro negou três vezes a cristo antes que o galo cantasse; três foram
os filhos de Noé que repovoaram a terra após o dilúvio; Abraão viu três homens, que
seriam três anjos; Moisés trouxe três dias de trevas sobre o Egito; Daniel orava três vezes
por dia; o templo de Salomão estava dividido em três partes: átrio, lugar santo e santos
dos santos; Jesus ressuscitou no terceiro dia após sua morte.
Haja vista nos dias atuais, na esfera política, sobretudo na democracia, o número
três se torna especial já que a sociedade civil organizada está apoiada em Três Poderes
(Executivo, Legislativo e Judiciário).

3. O APRENDIZ E O NÚMERO 3

O número três e o triângulo equilátero no grau de aprendiz é o símbolo maçônico


mais importante. Linhas isoladas não nos dão ideia de forma. Porém, quando três delas
se unem, formam um triângulo. Este se apresenta com forma superficial perfeitamente
compreensível e verificável.
Três é o número que domina o grau de aprendiz. É o triângulo equilátero. A bateria,
a marcha e a idade do aprendiz. Três pancadas, três passos, três anos.
Assim, aprofundando o estudo no Ritual do 1º Grau – Aprendiz Maçom, pode-se
observar a forte presença do ternário:
Ao adentrar a câmara das reflexões, três figuras lhe são mostradas: o crânio, a
ampulheta e a figura de um galo. Na câmara, o candidato é convidado a meditar,
enterrar um homem cheio de vícios e nascer um maçom com virtudes. A ampulheta
sugere a necessidade da rápida decisão que deve ser tomada, o galo lembra que um
novo dia se aproxima trazendo ao candidato uma nova aurora.
Três prédicas são feitas ao candidato, confirmando assim, o vigor de sua intenção
ao ingressar na maçonaria. Seguindo, três deveres essenciais são trazidos à luz do
candidato: 1) silêncio absoluto sobre tudo quanto virdes, ouvires ou descobrirdes; 2)
aprimoramento moral; 3) sujeitar-se conscientemente ás leis e de submeter-se ao que
vos for determinado em nome da Associação. Conhecido os deveres essenciais, dá-se as
três viagens. Elas revelam a conquista de novos conhecimentos. As purificações afirmam
que o profano não pode alcançar, por si só, o templo da filosofia. Na primeira, o
candidato representa a criança, na segunda o discípulo; na terceira o amigo. Na primeira
viagem, simboliza o elemento ar, símbolo da vitalidade, emblema natural e próprio da
vida humana, com as suas agitações e calmarias. A segunda viagem: uma lembrança das
antigas iniciações em que a purificação simbólica da alma se fazia pelo batismo do corpo
na água. A terceira viagem é último processo de purificação simbólica. Purificado pela
água e pelo fogo, está simbolicamente isento de qualquer imperfeição profana.
Dentre outros ritos praticados, 3 graus são comuns entre eles. Grau 1: Aprendiz,
consagrado à fraternidade humana, exemplificada na união dos irmãos; grau 2:
Companheiro, exalta o trabalho construtivo e o estímulo da solidariedade maçônica;
grau 3: Mestre, devota o princípio de que a vida nasce da morte, bem como glorifica o
cumprimento do dever com o sacrifício da própria vida.
Quanto ao templo, o três pode ser observado em toda sua estrutura. Três
símbolos na Escada de Jacó: na base, no centro e no topo, representando a fé, a
esperança e a caridade. Três degraus conduzem ao altar: pureza, luz e verdade. Três
pilares sustentam a loja: sapientia, salus, stabilitas: 1) Sapientia: ao oriente, é a
sabedoria, representada pela estátua de Minerva. Simboliza a procura da verdade móvel
superior do verdadeiro maçom; 2) Salus: no ocidente, é a força, representada pela
estátua de Hércules. Simboliza a ação, no serviço da humanidade; 3) Stabilitas: no sul, é
a beleza, representada pela estátua de Vênus. Simboliza a beleza moral, que confere
estabilidade ao caráter.
Três são os ornamentos dispostos dentro do templo: 1) o pavimento mosaico, que
significa a harmonia que deve reinar na humanidade apesar das diferenças de cores e
de raças; 2) a corda de 81 nós, que traduz o entrosamento e a unidade que deve rematar
aquela harmonia; 3) o compasso e o esquadro, que se apresenta unidos e afirmam a
aspiração dos homens para ajustiça e a retidão.
Seis são as joias que sem dividem em três joias fixas: 1) pedra bruta, onde trabalham
os aprendizes, vencendo as asperezas da matéria; 2) pedra cúbica, já desbastada das
imperfeições onde se aprimoram os companheiros; 3) a prancha da loja, que serve os
mestres para desenhar e traçar guiando seus irmãos. E três joias móveis: o esquadro, o
nível e o prumo; que adornam o Venerável e os Vigilantes e são transferidos aos
sucessores.
Ainda, três é a idade do aprendiz, pois é o tempo necessário ao seu preparo, no
trabalho do maço, de cinzel e da régua, que eram as suas ferramentas. O aprendiz deve
riscar, colocar a prumo e desbastar a pedra bruta, o símbolo mais expressivo do grau.

4. CONCLUSÃO

O aprendiz tem a responsabilidade de procurar e aperfeiçoar seus conhecimentos


no simbolismo dos números e na simbologia do Ritual Maçônico. Não basta cumprir as
determinações e frequentar as reuniões. Deve-se procurar o conhecimento contido nos
rituais, símbolos, instrumentos e joias que compõe o Templo, pois nele há grandes
lições.
Amor, Vontade e Inteligência; constituem o significado dos três pontos que todo
Maçom deve ter a honra de pôr à sua assinatura. Amor para servir aos seus, vontade e
inteligência para a busca de ser aperfeiçoamento em prol do bem.
Os três anos do aprendiz dizem respeito aos três primeiros números: 1 é a unidade
do Todo, 2 é a dualidade, 3 é o ternário da manifestação. Três é o número da luz, que
significa fogo, chama e calor. Assim, o aprendiz deve ter fogo do amor para com tudo o
que é bom, justo e honesto; deve ter a Chama da Vontade para cumprir com paciência,
resignação e determinação, o programa por ele traçado para a conquista da Perfeição;
deve ter, finalmente, o Calor da Inteligência e da Sabedoria, para poder distinguir o Bem,
o Belo e o Perfeito nas mínimas coisas que se lhe deparam.
5. REFERÊNCIAS

A PARTIR PEDRA. Maçonaria e Filosofia Pitagórica - o TRÊS. Acesso em 26/11/2019: https://a-


partir-pedra.blogspot.com/2011/05/maconaria-e-filosofia-pitagorica-o-tres.html?m=1

ARTE REAL - TRABALHOS MAÇONICOS. O número três, coincidências ou simbolismo? Acesso


em 26/11/2019: https://focoartereal.blogspot.com/2015/09/o-numero-tres-coincidencias-
ou.html?m=1

CASTRO, Boanerges B. O Simbolismo dos Números na Maçonaria. 3ª Edição. Livraria Maçônica


Paulo Fuchs. São Paulo, 2002.

FRATERNIDADE MAÇÔNICA. O Número 3 - Da Santíssima Trindade aos Três Poderes. Acesso


em 26/11/2019: http://fraternidademaconica.blogspot.com/2010/02/o-numero-3-da-
santissima-trindade-aos.html?m=1

FREEMASON. A câmara das reflexões. Acesso em 26/11/2019:


https://www.freemason.pt/secmaconaria/simbolismo/a-camara-de-reflexao/

LOJA MONTE MORIÁ. Pequenas considerações sobre o número 3...Acesso em 26/11/2019:


http://www.lojamontemoria.com.br/artigo.asp?cod=333

RITUAL: Ritual do 1º Grau: Aprendiz-Maçom do Rito Brasileiro. Editora Grande Oriente do


Brasil. São Paulo, 2009.

UMA JANELA SOBRE O MUNDO BÍBLICO. Qual o significado do número 3 na Bíblia? Acesso em
26/11/2019: https://www.abiblia.org/ver.php?id=10522

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