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«A Abóbada»

Alexandre Herculano

Resumo
D. João I substitui, na construção do Mosteiro da Batalha, o arquiteto Afonso Domingues,
que cegara, pelo arquiteto irlandês Ouguet, que falha na solidez da Casa Capitular, terminada por
novo risco seu.D.João I chama Afonso Domingues e pede-lhe que seja ele, apesar de cego, a
construir a mesma abóbada de acordo com o projeto que fizera. O velho arquiteto cumpre a
promessa de erguer de novo a cúpula de pedra em quatro meses e, no dia da retirada dos andaimes,
senta-se debaixo dela e ali permanece três dias, em jejum, após o que é retirado cadáver. com a
abóbada incólume.

1- O Cego
Cego, o arquiteto Afonso Domingues lastima ter sido substituído por mestre Ouguet no acabamento
do Mosteiro da Batalha, o "imenso livro de Pedra", cujos lavores eram milhares de versos da sua
Divina Comédias, repudiando a pensão que el-rei lhe atríbuira, porque com ela lhe assassinara a
alma, por lhe roubar a glória e a imortalidade.
Anuncia-se a chegada de D.João, que vem assistirà representação do Auto da Adoração do Reis e
ver a Casa do Capítulo, terminada pelo irlandês Ouguet.

2- Mestre Ouguet

chega D. João I ao Mosteiro da Batalha. O autor apresenta mestre Ouguet, que conduz o rei à Sala
do Capítulo que concluíra, fechando a abóbada de forma diferente da prevista por Afonso
Domingues. Interrogado sobre as razões da alteração que fizera, responde que tivera por impossível
a abóbada achatada do arquiteto português, sobre a ciência do qual faz algumas considerações,
reprovadas por el-rei. Ficnado sozinho na crasta, mestre Ouguet tem um gesto de horror, ao
contemplar a abóbada.

3- O auto

A representação do Auto dos Reis Magos é interropida pela entrada abrupta de mestre Ouguet, fora
de si de horror e espanto. Supostamente endemininhado, é exorcizado pelos frades, culminando esse
ato com a queda da abóbada.

4- Um rei cavaleiro

D. João I manda chamar Afonso domingues, para lhe entregar a construção da abóbada caída, tal
como ele a concebera. O velho não obedece ao rei, mas cede ao mestre de Aviz, seu companheiro
de armas, que lhe perdoa as irreverências por se ter comovido com a invocação do serviço prestado
à Pátria pelo "bom e honrado português", o que provoca o aparte do Dr. João das Regras de que
bem trabalhava por fazer do mestre de Avis um rei, mas que ele lhe saía sempre cavaleiro andante.
Afonso Domingues promete a obra concluida em quatro meses, desde que a ela voltem os
trabalhadores portugueses dispensados, no que el-rei consente.

5- Voto final
D. João I volta ao Mosteiro, quatro meses volvidos, para assistir ao retirar dos andaimes da
construção da abóbada. Afonso Domingues, cumprira a promessa, anuncia que o seu voto final será
o de permanecer três dias, sem comer nem beber, sentado por debaixo da abóbada, para acabar com
ela, se cair. Ao fim desses três dias, é retirado cadáver, morto por inanição, com grande mágoa dos
presentes. Mestre Ouguet retoma a construção do monumento.

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