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A CRÍTICA DA RAZÃO

INDOLENTE: CONTRA O
DESPERDÍCIO DA
EXPERIÊNCIA
Boaventura de Sousa Santos
http://www.boaventuradesousasantos.pt/
pages/pt/homepage.php
Teoria de tradução
O Não há agentes históricos únicos, nem uma única
forma de dominação;
O São múltiplas as faces da dominação e da opressão e
muitas delas foram irresponsavelmente negligenciadas
pela teoria crítica moderna.
O Necessitamos de uma teoria de tradução que torne as
diferentes lutas mutuamente inteligíveis e permita aos
atores coletivos conversarem sobre as opressões a que
resistem e as aspirações que os animam.
Ilusão do desenvolvimento
O Se por desenvolvimento se entende o crescimento
do PIB e da riqueza dos menos desenvolvidos para
que se aproximem dos países desenvolvidos, tal
objetivo é uma miragem: desigualdade só aumenta.
O A falência da miragem do desenvolvimento é
evidente e deve-se buscar alternativas ao
desenvolvimento.
IDH contraponto ao PIB
O O IDH foi criado pelo economista paquistanês Mahbub Ul Haq
com a colaboração do economista Indiano Amartya Sem, prêmio
Nobel de economia de 1988. Desde 1993, anualmente
o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
elabora o chamado Relatório de Desenvolvimento Humano, com
base em três pilares, a saber: saúde, educação e renda, que são
mensurados da seguinte forma:
O a) uma vida longa e saudável (saúde): expectativa de vida ao
nascer;
O b) o acesso ao conhecimento (educação): média de anos de
estudo (adultos) e anos esperados de escolaridade (crianças); e,
finalmente, considera-se a taxa de alfabetização e a taxa de
matrícula.
O c) um padrão de vida decente (renda): considera-se o PIB per
capita (PIB total dividido pelo número de habitantes do país)
medido em dólares.
Atlas do Desenvolvimento
Humano das Regiões
Metropolitanas Brasileiras
O https://nacoesunidas.org/plataforma-do-pnud-apresenta
-indicadores-sociais-de-20-regioes-metropolitanas-do-
brasil/

O “O Atlas é um instrumento de democratização da


informação que pode auxiliar na melhoria da qualidade
de políticas públicas”, destaca a coordenadora do
Relatório de Desenvolvimento Humano no PNUD,
Andréa Bolzon.
Ruptura epistemológica
O CIÊNCIA MODERNA X SENSO COMUM
O Conhecimento verdadeiro? QUAL DELAS?

O DISTINÇÕES SOB DOIS PONTOS DE


VISTA:
O O da ciência: conhecimento objetivo X mera
opinião
O O do senso comum: conhecimento
incompreensível X conhecimento óbvio e útil
Dupla ruptura epistemológica
O Após a primeira, da distinção, ocorrer a
segunda:
O ROMPER COM A PRIMEIRA:
TRANSFORMAR O CONHECIMENTO
CIENTÍFICO NUM NOVO SENSO
COMUM.
O O conhecimento- emancipação deve romper
com o senso comum conservador e
mistificador, transformando-se no novo senso
comum.
Paradigma do
conhecimento decente para
uma vida prudente
OO conhecimento-emancipação, ao
tornar-se senso comum, não despreza o
conhecimento que produz tecnologia,
mas entende que tal como o
conhecimento que deve traduzir-se em
autoconhecimento, o desenvolvimento
tecnológico deve traduzir-se em
sabedoria de vida.
Objeto das ciências
O Enquanto a ciência da natureza
tem por objeto a natureza como ela
é, a ciência da sociedade tem por
objeto a sociedade como ela
deverá ser.
Cartografia simbólica do Direito
Cartografia simbólica do direito
O Pretende instituir uma conceptualização
sociológica do direito autônoma;
O Mapas: característica principal?
O Para ser útil, não pode coincidir totalmente
com a realidade;
O Mecanismos de distorção devem ser
conhecidos e controlados.
O Mecanismos: escala, projeção e simbolização.
Escala
O Relação entre a distância no mapa e a distância
real;
O Mapas de grande escala são mais
pormenorizados;
O A escala também se aplica à ação social: os
administradores, os legisladores definem a
estratégia em pequena escala e atuam em
grande escala.
Projeção
O A projeção cria um campo de representação onde
as formas e o grau de distorção tomam lugar
segundo regras conhecidas e precisas.
O Decidir sobre qual projeção é um compromisso
ideológico do cartógrafo;
O O centro da projeção por exemplo, cada período
histórico seleciona um centro do mapa em uso,
para dar-lhe uma posição privilegiada, à volta do
qual se organizam os demais espaços.
Simbolização
O Utiliza um sistema de sinais icônicos ou
convencionais para representar aspectos da
realidade;
O Sinais icônicos: representações mais
naturalisticas da realidade, árvores
simbolizando florestas.
O Sinais convencionais: arbitrados por
entendimento mútuo, por exemplo, linhas para
sinalizar estradas, círculos para sinalizar
cidades.
O direito na cartografia simbólica
O 1º: pressuposto do PLURALISMO
JURÍDICO;
O 2º: várias formas do direito: MAPAS
SOCIAIS;
O Investigação:
Brasil: 1970 – Rio de Janeiro
1980 – Recife
Luta dos cidadãos moradores de favelas contra o
Estado e os proprietários privados do solo para
garantirem o direito à habitação;
Investigações
O Portugal : 1977 e 1978 – legalidade
democrática e legalidade revolucionária
O Cabo Verde: 1984 e 1985 – estrutura de
funcionamento de tribunais populares criados
após a independência;
Vou-me Embora pra Pasárgada
Manuel Bandeira

Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei


 
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconseqüente

Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive

E como farei ginástica

Andarei de bicicleta

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