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CAPÍTULO  2 
MECÂNICA NEWTONIANA DE UMA PARTÍCULA 
 

2.1 Introdução 

A  ciência  da  mecânica  procura  fornecer  uma  descrição  precisa  e  consistente  da  dinâmica  de 
partículas  e  sistemas  de  partículas,  isto  é,  um  conjunto  de  leis  físicas  que  descrevem 
matematicamente os movimentos de corpos e agregados de corpos. Para isto, precisamos de certos 
conceitos  fundamentais  tais  como  distância  e  tempo.  A  combinação  dos  conceitos  de  distância  e 
tempo  permite‐nos  definir  a  velocidade  e  aceleração  de  uma  partícula.  O  terceiro  conceito 
fundamental, massa, exige alguma elaboração, que daremos quando discutirmos as leis de Newton. 

As leis físicas devem ser baseadas sobre fatos experimentais. Não podemos esperar a priori 
que a atração gravitacional entre dois corpos deve variar exatamente como o inverso do quadrado 
da distancia entre eles. Mas experimentos indicam que isto é assim. Uma vez que um conjunto de 
dados experimentais tenha sido correlacionado e um postulado tenha sido formulado considerando 
o fenômeno para o qual os dados se referem, então várias implicações podem ser trabalhadas. Se 
estas  implicações  são  todas  verificadas  pelo  experimento,  podemos  acreditar  que  o  postulado  é 
geralmente  verdadeiro.  O  postulado  então  assume  o  status  de  uma  lei  física.  Se  alguns 
experimentos  discordam  das  previsões  da  lei,  a  teoria  deve  ser  modificada  para  tornar‐se 
consistente com os fatos. 

Newton nos proporcionou as leis fundamentais da mecânica. Anunciaremos aqui estas leis 
em  termos  modernos,  discutiremos  seus  significados,  e  então  deduziremos  as  implicações  das  leis 
em  várias  situações.1  Mas  a  estrutura  lógica  da  ciência  da  mecânica  não  é  direta.  Nossa  linha  de 

                                                            
1
Truesdell (Tr68) salienta que Leonhard Euler (1707 – 1783) clareou e desenvolveu os conceitos Newtonianos. 
Euler “colocou a maior parte da mecânica em seu formato moderno” e “tornou a mecânica simplese fácil” (p. 
106) 
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raciocínio  ao  interpretar  as  leis  de  Newton  não  é  a  única  possível.2  Não  seguiremos  em  qualquer 
detalhe a filosofia da mecânica mais ou menos daremos apenas a elaboração suficiente das leis de 
Newton  que  nos  permita  continuar  com  a  discussão  da  dinâmica  clássica.  Devotaremos  nossa 
atenção neste capítulo ao movimento de uma única partícula, deixando sistema de partículas para 
ser discutido nos Capítulos 9 e 11‐13. 

2.2 Leis de Newton 

Iniciamos simplesmente afirmando de forma convencional as leis de Newton da Mecanica:3 

I. Um corpo permanece em repouso ou em movimento uniforme a menos que esteja sob a ação de 
uma força. 
II. Um corpo sob a ação de uma força move‐se de tal maneira que a taxa de variação temporal do 
momento é igual a esta força. 
III. Se dois corpos exercem forças um sobre o outro; estas forças são iguais em módulo e opostas em 
direção. 

Estas leis são tão familiares que algumas vezes tendemos a perder de vista seu verdadeiro 
significado (ou a falta dele) como leis físicas. A primeira Lei, por exemplo, é sem significado sem o 
conceito  de  “força”,  uma  palavra  que  Newton  usou  em  todas  as  três  Leis.  De  fato,  sozinha,  a 
Primeira  Lei  transmite  significado  preciso  apenas  para  força  nula;  isto  é,  um  corpo  permanece  em 
repouso ou em movimento uniforme (isto é, não acelerado, retilíneo) se não está sujeito as forças 
nenhuma de forma. Um corpo movendo‐se desta maneira é chamado um corpo livre (ou partícula 
livre). A questão do sistema de referência com respeito ao qual o “movimento uniforme” deve ser 
avaliado é discutido na seção seguinte. 

Ao apontar a falta de conteúdo na Primeira Lei de Newton, Sir Arthur Eddington4 observou, 
de  uma  forma  jocosa,  que  tudo  que  a  lei  diz  é  que  “toda  partícula  continua  em  seu  estado  de 
repouso ou de movimento uniforme em linha reta exceto quando não faz isto”. Isto é quase injusto 

                                                            
2
Ernest Mach (1838 – 1916) expressou sua visão em seu famoso livro, publicado pela primeira vez em 1833. E. 
Mach, Die Mechanic in ihrerEntwicklunghistorisch‐kritischdargestellt [A Ciência da Mecânica] (Praga, 1883). A 
tradução de uma edição posterior está disponível (Ma60). Discussões interessantes são também dadas em R. 
B. Lindsay e H. Margeneau (Li36) e N. Feather (Fe59). 
3
Enunciada em 1687 por Sir Isaac Newton (1642 – 1727) em seu Philosophiaenatualis principia mathematica 
[Mathematicalprinciplesof natural philosophy, normalmente Principia] (London, 1867). Anteriormente, Galileu 
(1564  –  1642)  generalizou  os  resultados  de  seus  próprios  experimentos  matemáticos  com  afirmativas 
equivalentes  a  Primeira  e  a  Segunda  Lei  de  Newton.  Mas  Galileu  foi  incapaz  de  completar  a  descrição  da 
dinâmica porque ele não considerou o significado do que se tornaria a Terceira Lei de Newton – e, portanto 
faltou o significado preciso de força. 
4
Sir Arthur Eddington (Ed30, p. 124) 
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com Newton que desejava algo bem definido com sua declaração. Mas ele enfatiza que a Primeira 
Lei por si mesmano fornece apenas uma noção qualitativa considerando “força”. 

A Segunda Lei fornece uma declaração explicita: Força está relacionada a taxa de mudança 
com o tempo do momento. Newton adequadamente definiu momento (embora ele tenha usado o 
termo quantidade de movimento) como o produto de massa e velocidade, tal que 

2.1  

Portanto, a Segunda Lei de Newton pode ser expressa como 

2.2  

A  definição  de  força  torna‐se  completa  e  precisa  apenas  quando  “massa”  é  definida.  Assim  a 
Primeira  Lei  e  a  Segunda  Lei  não  são  “leis”  no  sentido  usual;  em  vez  disso,  elas  podem  ser 
consideradas  definições.  Como  comprimento,  tempo,  e  massa  são  conceitos  normalmente  já 
entendidos,  usamos  a  Primeira  Lei  e  a  Segunda  Lei  de  Newton  como  a  definição  operacional  de 
força. A Terceira Lei de Newton, contudo, é de fato uma lei. É uma afirmativa referente ao mundo 
físico real e contém tudo da física nas leis de movimento de Newton.5

Devemos nos apressar em acrescentar, contudo, que a Terceira Lei não é uma lei geral da 
natureza. A lei se aplica quando a força exercida por um objeto (ponto) sobre outro objeto (ponto) 
está  dirigida  ao  longo  da  linha  conectando  os  objetos.  Tais  forças  são  chamadas  forças 
centrais;aplica‐se a Terceira Lei se a força central é atrativa ou repulsiva. Força gravitacional e força 
eletrostática são forças centrais, de modo que as leis de Newton podem ser usadas em problemas 
envolvendo estes tipos de forças. Algumas vezes, forças elásticas (que são realmente manifestações 
macroscópicas  das  forças  eletrostáticas  microscópicas)  são  centrais.  Por  exemplo,  dois  objetos 
pontuais conectados por uma mola elástica estão sujeitos a forças que obedecem a Terceira Lei de 
Newton.  Qualquer  força  que  depende  das  velocidades  dos  corpos  interagindo  é  não  central,  e  a 
Terceira Lei não se aplica. Forças dependentes da velocidade são características de interações que se 
propagam com velocidade finita. Assim a força entre cargas elétricas em movimento não obedecem 
a  Terceira  Lei  de  Newton,  porque  a  força  propaga‐se  com  a  velocidade  da  luz.  Mesmo  a  força 
gravitacional  entre  corpos  em  movimento  é  dependente  da  velocidade,  mas  o  efeito  é  pequeno  e 
difícil de detectar. O único efeito observável é a precessão do peri‐hélio dos planetas mais internos 
(veja Seção 8.9). Retornaremos a discussão da Terceira Lei de Newton no Capítulo 9. 

                                                            
5
 O raciocínio apresentado aqui, isto é, que a Primeira e Segunda Lei de Newton são de fato definições e que a 
Terceira  Lei  contém  a  física,  não  é  a  única  interpretação  possível.  Linday  e  Margeneau  (Li36),  por  exemplo, 
apresentam as primeiras duas leis como leis físicas e então deduz a Terceira Lei como uma conseqüência. 
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Para demonstrar o significado da Terceira Lei de Newton, vamos parafraseá‐lo do seguinte 
modo, que incorpore a definição apropriada de massa: 

III’:  Se  dois  corpos  constituem  um  sistema  ideal,  isolado,  então  as  acelerações  destes  corpos  estão 
sempre  em  direções  opostas,  e  a  razão  dos  módulos  das  acelerações  é  constante.  Esta  razão 
constante é o inverso da razão entre as massas dos corpos. 

Com  esta  afirmativa,  podemos  dar  uma  definição  pratica  de  massa  e,  portanto  fornecemos  um 
significado preciso as equações resumindo a dinâmica Newtoniana. Para dois corpos isolados, 1 e 2, 
a Terceira Lei afirma que 

2.3  

Usando a definição de força como dada pela Segunda Lei de Newton, temos 

2.4  

ou, com massas constantes, 

2.4  

e, porque a aceleração é a derivada temporal da velocidade, 

2.4  

Daí, 

2.5  

onde o sinal negativo indica apenas que os dois vetores aceleração são direcionados opostamente. 
Massa é considerada uma quantidade positiva. 

Podemos  sempre  selecionar,  digamos    como  a  massa  unitária.  Então,  comparando  a 


razão  entre  as  acelerações  quando    é  permitido  interagir  com  qualquer  outro  corpo,  podemos 
determinara  massa  do  outro  corpo.  Para  medir  as  acelerações,  devemos  ter  relógios  e  bastões  de 
medidas  apropriados;  também,  devemos  escolher  sistemas  de  coordenadas  ou  referenciais 
adequados. A questão de um “sistema de referencia adequado” será discutida na próxima seção. 

Um dos métodos mais comuns para determinar a massa de um objeto é através da pesagem 
–  por  exemplo,  comparando  seu  peso  aquele  de  um  padrão  por  meio  de  uma  balança  de  braços. 
Este  procedimento  faz  uso  do  fato  que  em  um  campo  gravitacional  o  peso  de  um  corpo  é 

justamente a força gravitacional agindo sobre o corpo; isto é, a equação de Newton   torna‐
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se  ,  onde    é  a  aceleração  devido  a  gravidade.  A  validade  de  uso  deste  procedimento 
apóia‐se  sobre  a  suposição  fundamental:  que  a  massa    que  aparece  na  equação  de  Newton  e 
definida  de  acordo  com  a  definição  III’  é  igual  a  massa    que  aparece  na  equação  da  força 
gravitacional.  Estas  duas  massas  são  chamadas  massa  inercial  e  massa  gravitacional, 
respectivamente. As definições podem ser afirmadas como segue: 

Massa Inercial: Aquela massa  determinando  a aceleração  de um corpo sob  a ação de uma 


dada força. 

Massa Gravitacional: É aquela massa determinando as forças gravitacionais entre um corpo 
e outros corpos. 

Galileu foi o primeiro a testar a equivalência da massa inercial e massa gravitacional em seu 
experimento  (talvez  apócrifo)  com  pesos  caindo  da  Torre  de  Pisa.  Newton  também  considerou  o 
problema e mediu os períodos de pêndulos de comprimentos iguais, mas com peso de pendulo de 
materiais  diferentes.  Nem  Newton  nem  Galileu  encontraram  qualquer  diferença,  mas  os  métodos 
eram completamente grosseiros.6 Em 1890 Eötvös7 desenvolveu um método engenhoso para testar 
a  equivalência  de  massa  inercial  e  massa  gravitacional.  Usando  dois  objetos  feitos  de  materiais 
diferentes,  ele  comparou  o  efeito  da  força  gravitacional  da  Terra  (isto  é,  o  peso)  com  o  efeito  da 
força inercial causada pela rotação da Terra. O experimentou envolveu um método de certificação, 
usando  uma  balança  de  torção  sensível  e  era,  portanto  bastante  preciso.  Experimentos  mais 
recentes (notadamente aqueles de Dicke8), usando essencialmenteo mesmo método, melhoraram a 
precisão, e sabemos agora que massa inercial e massa gravitacional são idênticas dentro de algumas 
partes  em  10 .  Este  resultado  é  consideravelmente  importante  na  teoria  da  relatividade.9  A 
asserção  da  igualdade  exata  de  massa  inercial  e  massa  gravitacional  é  chamada  o  princípio  de 
equivalência. 

A Terceira Lei de Newton é afirmada em termos de dois corpos que constituem um sistema 
isolado. É impossível atingir tal condição ideal, todo corpo no universo interage com qualquer outro 
corpo,  embora  a  força  de  interação  possa  ser  tão  fraca  para  ser de  alguma  importância  prática  se 
grandes  distancias  estão  envolvidas.  Newton  evitou  a  questão  de  como  desemaranhar  os  efeitos 
desejados de todos os efeitos estanhos. Mas esta dificuldade pratica apenas enfatiza a grandeza da 

                                                            
6
 No experimento de Newton, ele poderia ter detectado uma diferença de apenas uma parte em 10 . 
7
Roland Von Eötvös (1848 – 1919), barão Húngaro. Sua pesquisa sobre problemas gravitacionais levou ao 
desenvolvimento de um gravímetro, que foi usado em estudos geológicos. 
8
 P. G. Roll, R. Krotkov, e R. H. Dicke, Ann. Phys. (N. Y.) 26, 442 (1964). Veja também Braginsky e Pavov, Sov. 
Phys.. – JETP 34, 463 (1972) 
9
 Veja, por exemplo, as discussões por B. G. Bergmann (Be46) e J. Weber (We61). O livro de Weber também 
forneceu uma analise do experimento de Eötvös. 
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asserção  de  Newton  feita  na  Terceira  Lei.  É  um  tributo  a  profundidade  de  sua  percepção  e 
discernimento  físico  que  a  conclusão,  baseada  em  observações  limitadas,  tenha  suportado  com 
sucesso  teste  experimentais  durante  300  anos.  Apenas  já  no  século  vinte  foram  feitas  medidas 
bastante  detalhadas  que  revelam  certas  discrepâncias  com  as  previsões  da  teoria  Newtoniana.  A 
busca destes detalhes levou ao desenvolvimento da teoria da relatividade e da mecânica quântica.10 

Outra  interpretação  da  Terceira  Lei  de  Newton  é  baseada  no  conceito  de  momento. 
Rearranjando a Equação 2.4a obtém‐se 

ou 

2.6  

A afirmativa que momento é conservado na interação isolada de duas partículas é um caso especial 
daquelemais  geral,  a  conservação  do  momento  linear.  Físicos  tratam  com  carinho  leis  gerais,  e  a 
conservação  do  momento  linear  é  acreditada  sempre  ser  obedecida.  Mais  tarde  modificaremos 
nossa definição de momento da Equação 2.1 para altas velocidades aproximando‐se da velocidade 
da luz. 

2.3Sistemas de Referência 

Newton observou que, apara as leis de movimento  ter significado, o movimento dos corpos 
deveriam ser medidos relativo a algum sistema de referencia. Um sistema de referencia é chamado 
um referencial inercial se as leis de Newton são de fato válidas naquele sistema; isto é, se um corpo 
sujeito a nenhuma força externa  move‐se em linha reta com velocidade  constante (ou permanece 
em  repouso),  então  o  sistema  de  coordenadas  que  confirma  este  fato  é  um  sistema  de  referencia 
inercial. Este é uma definição operacional nítida e que também segue da teoria geral da relatividade. 

Se as leis de Newton são válidas em um sistema de referencia, então elas são validas também 
em qualquer sistema de referencia em movimento uniforme (isto é, não acelerado) com respeito ao 

primeiro sistema.11 Este é um resultado do fato que a equação   envolve a segunda derivada 
temporal de  : Uma mudança de coordenadas envolvendo uma velocidade constante não influencia 

                                                            
10
Veja também a Se;ao 2.8. 
11
No  Capítulo  10,  discutiremos  a  modificação  das  equações  de  Newton  que  devem  ser  feitas  se  desejamos 
descrever  o  movimento  de  um  corpo  com  respeito  a  um  sistema  de  referencia  não  inercial,  isto  é,  um 
referencial que esteja acelerado com respeito a um referencial inercial. 
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a  equação.  Este  resultado  é  chamado  de  invariância  Galileana  ou  o  princípio  da  relatividade  de 
Newton. 

A teoria da relatividade tem nos mostrado que os conceitos de repouso absoluto e sistema 
de  referencia  inercial  absoluto  são  sem  significado.  Portanto,  mesmo  que  convencionalmente 
adotemos  um  sistema  de  referência  descrito  com  respeito  às  estrelas  “fixas”  –e,  de  fato,  em  tal 
referencial  as  equações  newtonianas  são  válidas  com  alto  grau  de  precisão  –  tais  referenciais  não 
são, de fato, um referencial inercial absoluto. Podemos, contudo, considerar as “estrelas fixas” para 
definir  um  sistema  de  referência  que  se  aproxima  do  referencial  inercial  “absoluto”  em  um  grau 
completamente suficiente para nossos propósitos presentes. 

Embora  o  sistema  de  referência  das  estrelas  fixas  seja  um  sistema  convenientemente 
definível e adequável para muitos propósitos, devemos enfatizar que a definição fundamental de um 
referencial inercial não faz menção às estrelas, fixas ou outras. Se um corpo sujeito a nenhuma força 
move‐se com velocidade constante em um sistema de coordenadas, aquele sistema é, por definição, 
um referencial inercial. Porque precisamente descrevendo o movimento de um objeto físico real no 
mundo  físico  real  é  normalmente  difícil,  usualmente  recorremos  a  idealizações  e  aproximações  de 
graus  variáveis;  isto  é,  ordinariamente  desprezamos  as  forças  menores  sobre  um  corpo  se  estas 
forças não afetam significativamente o movimento do corpo. 

Se  desejarmos  descrever  o  movimento  de,  digamos  uma  partícula  livre  e  se  escolhermos 
para este propósito algum sistema de coordenadas em um referencial inercial, então exigiremos que 
a equação de movimento (vetorial) da partícula será independente da posição da origem do sistema 
de  coordenadas  e  independente  de  sua  orientação  no  espaço.  Exigimos,  além  disso,  que  o  tempo 
seja  homogêneo;  isto  é,  uma  partícula  livre  movendo‐se  com  uma  dada  velocidade  constante  no 
sistema  de  coordenadas  durante  um  dado  intervalo  de  tempo  não  deve,  duranteum  intervalo  de 
tempo posterior, ser encontrado em movimento com uma velocidade diferente. 

Podemos  ilustrar  a  importância  destas  propriedades  seguindo  exemplos.  Considere,  como 


na Figura 2‐1, uma partícula livre movendo‐se ao longo de um dado caminho  . Para descrever o 
movimento  da  partícula  escolhemos  um  sistema  de  coordenadas  retangular  cuja  origem  move‐se 
em  um  círculo,  como  mostra  a  Figura  2‐1.  Por  simplicidade,  seja  a  orientação  dos  eixos  fixa  no 
espaço.  A  partícula  move‐se  com  velocidade    relativo  a  um  sistema  de  referencia  inercial.  Se  o 
sistema de coordenadas move‐se com velocidade linear   quando no ponto B, e se  , então 
para um observador no sistema de coordenadas em movimento a partícula (em  ) parecerá está em 
repouso.  Em  algum  tempo  depois,  contudo,  quando  a  partícula  está  em    e  o  sistema  de 
coordenadas  está  em  ,  a  partícula  parecerá  acelerar  com  respeito  ao  observador.  Devemos, 
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portanto,  concluir  que  o  sistema  de  coordenadas  girante  não  se  qualifica  como  um  sistema  de 
referencia inercial. 

 
FIGURA 2‐1 Nós escolhemos descrever o caminho de uma partícula livre movendo‐se ao longo do caminho 
AC  em  um  sistema  de  coordenadas  retangulares  cuja  origem  sem  move  em  um  círculo.  Tal 
sistema não é um sistema de referência inercial. 

Estas observações não são suficientes para decidir se o tempo é homogêneo. Para chegar a 
tal  conclusão,  repetidas  medidas  devem  ser  feitas  em  situações  idênticas  em  vários  tempos; 
resultados idênticos indicariam a homogeneidade do tempo. 

As equações de Newton não descrevem o movimento de corpos em sistemas não inerciais. 
Podemos  imaginar  um  método  para  descrever  o  movimento  de  uma  partícula  por  um  sistema  de 
coordenadas  girante,  mas,  como  veremos  no  Capítulo  10,  as  equações  resultantes  contém  vários 

termos  que  não  aparecem  na  equação  de  movimento  simples  .  Para  o  momento,  então, 
restringiremos  nossa  atenção  a  sistema  de  referencia  inercial  para  descrever  a  dinâmica  das 
partículas. 

2.4 Equação de Movimento para uma Partícula 

A equação de Newton  /  pode ser expressa alternativamente como 

2.7  
P á g i n a  | 9 
 
sefizermos a suposição que a massa   não varia com o tempo. Esta é uma equação diferencial de 

segunda  ordem  que  pode  ser  integrada  para  determinar    se  a  função    é  conhecida. 

Especificando  os  valores  iniciais  de    e    então  nos  permite  calcular  as  duas  constantes 

arbitrárias de integração. Então determinamos o movimento de uma partícula em função da força   
e dos valores iniciais da posição   e velocidade  . 

A força   pode ser uma função de qualquer combinação de posição, velocidade, e tempo e é 

geralmente  denotada  como  , , .  Para  um  dado  sistema  dinâmico,  normalmente  desejamos 
conhecer    e    como  função  do  tempo.  Resolver  a  Equação  2.7  ajuda‐nos  a  fazer  isto  resolvendo 

para  . A aplicação da Equação 2.7 a situações físicas é uma parte importante da mecânica. 

Neste  capítulo,  examinaremos  vários  exemplos  importantes  nos  quais  a  função  força  é 
conhecida. Iniciamos olhando em funções forças simples (ou constante ou dependente apenas de  , 
,  e  t)  apenas  em  uma  dimensão  espacial  como  uma  revisão  de  cursos  de  física  anteriores.  É 
importante para formar bons hábitos em resolver problemas. Aqui estão algumas técnicas úteis para 
resolver problemas. 

1. Faça um esboço do problema, indicando forças, velocidades, e assim por diante. 
2. Escreva abaixo as quantidades dadas. 
3. Escreva abaixo as equações úteis e o que deve ser determinado. 
4. Que estratégias e princípios de física devem ser usados para manipular as equações para 
determinar  as  quantidades  procuradas.  Manipulações  algébricas  bem  como  a 
diferenciações ou integrações são usualmente exigidas. Algumas vezes cálculos numéricos 
usando um computador são os métodos de solução mais fáceis, se não o único. 
5. Finalmente,  coloque  nos  valores  reais  para  os  nomes  de  variáveis  assumidas  para 
determinar a quantidade procurada. 

Primeiro  consideremos  o  problema  de  um  bloco  deslizando  sobre  um  plano  inclinado.  O 
ângulo  do  plano  inclinado  é    e  a  massa  do  bloco  é  10 .  O  esboço  do  problema  é  mostrado  na 
Figura 2‐2a. 

 
EXEMPLO 2.1 
 
Se um bloco desliza sem atrito para baixo de um plano inclinado fixo, fazendo 30  com a horizontal, 
que é a aceleração do bloco? 

Solução. As duas forças sobre o bloco (veja Figura 2‐2a): a força gravitacional   e a força normal ao 

plano    empurrando  o  bloco  para  cima  (sem  atrito  neste  exemplo).  O  bloco  está  vinculado  a 
P á g i n a  | 10 
 
permanecer sobre o plano, e a única direção que o bloco pode se mover é na direção  , para cima e 

para baixo no plano. Tomaremos a direção   apontando para baixo no plano. A força total   é 


constante; a Equação 2.7 torna‐se 

e porque   é a força resultante agindo sobre o bloco, 

ou

2.8  

 
FIGURA 2‐2 Exemplo 2.1 e 2.2 

Este vetor deve ser aplicado em duas direções:   e   (perpendicular a  ). A componente de 

força na direção   é zero, porque nenhuma aceleração ocorre nesta direção. A força   está dividida 


vetorialmente em suas componentes   e   (linhas tracejadas na Figura 2‐2a). A Equação 2‐8 torna‐se 

direção  

cos 0 2.9  

direção  

sen 2.10  

com o resultado exigido 

sen
sen sen  

sen 30 4,9 2.11  


2
P á g i n a  | 11 
 
Portanto a aceleração do bloco é uma constante. 

Podemos determinar a velocidade do bloco após ele mover‐se do repouso por uma distancia 
 para baixo do plano multiplicando a Equação 2.11 por 2  e integrando 

2 2 sen  

2 sen  

2 sen  

Em  0, ambos  0, e, em  ,  , e a velocidade  . 

2 sen  

2 sen

 
EXEMPLO 2.2   
Se o coeficiente de atrito estático entre o bloco e o plano no exemplo anterior é  0,4, a partir de 
que ângulo   o bloco começa a deslizar se ele inicialmente encontra‐se em repouso? 

Solução. Necessitamos de um novo esboço para indicar a força de atrito adicional  (veja a Figura 2‐
2b). A força de atrito estático possui o valor máximo aproximado 

2.12  

e a Equação 2‐7 torna‐se, em forma de componentes, 

direção  

cos 0 2.13  

direção  

sen 2.14  

A  força  de  atrito  estático    será  algum  valor    exigido  para  manter  0  –  isto  é,  para 
manter o bloco em repouso. Contudo, quando o ângulo   do plano aumenta, eventualmente a força 
de  atrito  estático  será  incapaz  de  manter  o  bloco  em  repouso.  Quando  atinge  este  ângulo  ,  , 
torna‐se 

cos  
P á g i n a  | 12 
 

sen

sen cos 2.15  

sen cos

Exatamente antes que o bloco comece a deslizar a aceleração  0, forma que 

sen cos 0 

tan 0,4 

tan 0,4 22

 
EXEMPLO 2.3   
Após o bloco, do exemplo anterior,começar a deslizar, o coeficiente de atrito cinético (deslizamento) 
torna‐se  0,3. Determine a aceleração para o ângulo  30 . 

Solução. Similarmente ao Exemplo 2.2, o atrito cinético torna‐se (aproximadamente) 

cos 2.16

sen sen cos 2.17  

sen cos 0,24 2.18  

Geralmente,  a  força  de  atrito  estático  ( )  é  maior  que  aquela  de  atrito  cinético 
( ). Isto pode ser observado em um experimento simples. Se abaixarmos o ângulo   além 
de 16,7 , determinamos que  0, e o bloco eventualmente para. Se levantarmos o bloco de volta 
até acima de 16,7 , observaremos que o bloco não começa a deslizar novamente até que  22  
(Exemplo  2.2).  O  atrito  estático  determina  quando  ele  inicia  novamente  o  movimento.  Não  existe 
uma aceleração descontinua quando o bloco começa a se movimentar, devido a diferença entre   e 
. Para baixas velocidades, o coeficiente de atrito muda mais ou menos rapidamente de   para  . 

O  tema  referente  a  atrito  é  ainda  uma  área  de  pesquisa  interessante  e  importante.  Existem 
ainda  surpresas.  Por  exemplo,  mesmo  que  se  calcule  o  valor  absoluto  da  força  de  atrito  como 
, pesquisas têm mostrado que a força de atrito é diretamente proporcional, não a carga, mas 
à  área  microscópica  de  contato  entre  os  dois  objetos  (como  oposto  a  área  de  contato  aparente). 
P á g i n a  | 13 
 
Usaremos   como uma aproximação porque, quando   aumenta, assim faz a área de contato real 
em nível microscópico. Por centenas de anos antes de 1940, foi aceito que a carga – e não a área – 
era  diretamente  responsável.  Também  se  acreditava  que  a  força  de  atrito  estático  é  maior  que 
aquela de atrito cinético porque a ligação entre os átomos dos dois objetos não possuem o mesmo 
tempo para desenvolver‐se no movimento cinético. 

Efeito de Forças de Resistência 

Devemos enfatizar que a força   na Equação 2.7 não é necessariamente uma constante, e de 
fato, ela pode consistir de varias partes distintas, como visto nos exemplos anteriores. Por exemplo, 

se a partícula cai em um campo gravitacional constante, a força gravitacional é  , onde   é a 

aceleração da gravidade. Se, além disso, uma força de resistência  existe que é alguma função da 
velocidade instantânea, então a força total é 

2.19  

Com frequência é suficiente considerar que   é simplesmente proporcional a alguma potência 
do  módulo  da  velocidade.  Em  geral,  forças  de  arraste  reais  são  mais  complicadas,  mas  a 
aproximação de lei de potência é útil em muitos exemplos em que o módulo da velocidade não varia 
muito.  Para  enfatizar  ainda  mais  este  ponto,  se  ,  então  a  equação  de  movimento  pode 
usualmente  ser  integrada  diretamente,  enquanto,  se  a  dependência  verdadeira  com  a  velocidade 
fosse  usada,  provavelmente  seria  necessária  integração  numérica.  Com  a  aproximação  de  lei  de 
potência, podemos então escrever 

2.20  

onde  é uma constante positiva que especifica a intensidade da força de arraste e onde  /  é um 


vetor  unitário  na  direção  de  .  Experimentalmente,  determinamos  que,  para  um  objeto 
relativamente pequeno movendo‐se no ar,  1 para velocidades menores que aproximadamente 
24 /  (~80 / ). Para velocidades mais altas, porém abaixo da velocidade do som (~300 /  ou 
1.100 / ), a força de arraste é aproximadamente proporcional ao quadrado da velocidade.12 Por 
simplicidade, a dependência   é usualmente tomada para velocidades até a velocidade do som. 

                                                            
12
O movimento de uma partícula em um meio no qual existe uma força resistiva proporcional ao modulo da 
velocidade ou ao quadrado da velocidade (ou a uma combinação linear das duas) foi examinado por Newton 
em  seus  Principia(1687).  A  extensão  a  qualquer  potenciado  modulo  da  velocidade  foi  feita  por  Johann 
P á g i n a  | 14 
 

 
FIGURA 2‐3 (a) Forças aerodinâmicas atuando sobre projétil.  é o arraste (força de resistência do ar) e é 
oposto  a  velocidade  do  projétil  .  Observe  que    pode  fazer  um  ângulo    com  o  eixo  de 
simetria  do  projétil.  A  componente  de  força  agindo  perpendicular  ao  arraste  é  chamada  a 
força de sustentação  . O ponto   é o centro de pressão. Finalmente, a força gravitacional   
age para baixo. Se o centro de pressão não está no centro de massa do projétil, existe também 
um torque em torno do centro de massa. (b) O coeficiente de arraste  , da lei de resistência 
de  Rheinmetall  (Rh82),  é  representado  em  gráfico  versus  o  número  March .  Observe  a 
grande variação próxima à velocidade do som, onde  1. (c) A força de resistência do ar   
(arraste) é mostrada como função da velocidade para um projétil de diâmetro igual a 10 . 
Observe  à  inflexão  próxima a  velocidade  do  som.  (d)  O mesmo  que  em  (c)  para  velocidades 
mais altas. 

O  efeito  da  resistência  do  ar  é  importante  para  uma  bola  de  ping‐pong  golpeada 
violentamente para um oponente, uma bola de beisebol voando alto quando golpeada fortemente 
para fora do campo, o arremesso da bola de golfe, granadas de morteiro lançadas contra o inimigo. 
Tabulações  extensivas  foram  feitas  para  balísticas  militares  de  projeteis,  de  vários  tipos,  para  a 
velocidade  como  função  do  tempo  de  voo.  Existem  várias  forças  sobre  um  projétil  real  em  voo.  A 

                                                                                                                                                                                         
Bernoulli  em  1711.  O  termo  lei  de  resistência  de  Stokes  é  algumas  vezes  aplicado  a  uma  força  resistiva 
proporcional ao modulo da velocidade; lei de resistência de Newton é uma força de arraste proporcional ao 
quadrado do modulo da velocidade. 
P á g i n a  | 15 
 

força de resistência do ar é chamada o arraste   e é oposta a velocidade do projétil como mostrado 
na  Figura  2‐3a.  A  velocidade    normalmente  não  está  ao  longo  do  eixo  de  simetria  da  casca  do 
projétil. A componente de força agindo perpendicular ao arraste é chamada a força de sustentação 

. Pode existir também várias outras forças devido à rotação e oscilação do projétil, e o calculo da 
trajetória balística do projétil é muito complexo. A expressão de Prandtl para a resistência do ar13 é 

1
2.21  
2

onde  é o coeficiente de arraste adimensional,   é a densidade  do  ar,   é a velocidade, e   é a 


área da secção reta do objeto (projétil) medida perpendicular à velocidade. Na Figura 2‐3b, traçamos 
o gráfico de   para alguns valores típicos da velocidade, e nas Figuras 2‐3c e d são apresentados os 
gráficos da resistência do ar  , calculada usando a Equação 2.21 para um projétil de diâmetro igual 
a  10   e  usando  os  valores  de    mostrados.  A  resistência  do  ar  aumenta  dramaticamente 
próxima  a  velocidade  do  som  (numero  Mach  / ).  Para 
velocidades  mais  baixas  que  400 / é  evidente  que  é  necessário  uma  equação,  no  mínimo,  do 
segundo  grau  para  descrever  a  força  de  resistência  do  ar.  Para  velocidades  mais  altas,  a  força  de 
resistência varia aproximadamente de forma linear com a velocidade. 

Vários exemplos do movimento de partículas sujeitas a varias forças são dados abaixo. Estes 
exemplos  são  particularmente  bons  para  iniciar  cálculos  computacionais  usando  qualquer  dos 
programas  matemáticos  comerciais  e  planilhas  disponíveis  oupara  os  estudantes  escreverem  seus 
próprios  programas.  Os  resultados  do  computador,  especialmente  os  gráficos,  podem  com 
freqüência  ser  comparados  com  os  resultados  analíticos  apresentados  aqui.  Algumas  das  figuras 
mostradas  nesta  seção  foram  produzidas  usando  um  computador,  e  vários  problemas  do  final  do 
capítulo foram pensados para desenvolver a experiência com computadores dos estudantes se assim 
desejado pelo instrutor ou estudante. 

EXEMPLO 2.4   

Como  o  exemplo  mais  simples  do  movimento  de  uma  partícula  com  resistência,  encontramos  o 
deslocamento e velocidade do movimento horizontal em um meio no qual a força de oposição ao 
movimento é proporcional ao modulo da velocidade. 

Solução. Um esboço do problema é mostrado na Figura 2‐4. A equação Newtoniana   nos da 
a equação de movimento: 

                                                            
13
Veja o trabalho publicado por E. Melchior e M. Reuschel in HandbookonWeaponry (Rh82, p. 137). 
P á g i n a  | 16 
 
direção x 

2.22  

onde   é  o  modulo  da  força  de  resistência  ( ).  Não  estamos  inferindo  por  esta 
forma  que  a  forças  de  resistência  depende  da  massa  ;  esta  forma  simplesmente  torna  a 
matemática mais fácil. Então 

2.23
ln

A  constante  de  integração  na  Equação  2.23  pode  ser  calculada  se  prescrevemos  a  condição  inicial 
0 . Segue que  ln , e 

2.24  

Podemos integrar esta equação para obter o deslocamento   como função do tempo: 

2.25  

A condição inicial  0 0 implica que  / . Portanto 

1 2.25  

Este resultado mostra que   aproxima‐se assintoticamente do valor  /  quando  ∞. 

 
FIGURA 2‐4 Exemplo 2.4 

Podemos também obter a velocidade como função de deslocamento escrevendo 

1
·  

de forma que 

 
P á g i n a  | 17 
 
ou

de onde determinamos, usando as mesmas condições iniciais, 

2.26  

Portanto, a velocidade diminui linearmente com o deslocamento. 

EXEMPLO 2.5   

Determine o deslocamento e velocidade de uma partícula sofrendo movimento vertical em um meio 
tendo forças de resistência proporcional à velocidade. 

Solução.  Consideremos  que  a  partícula  está  caindo  apontando  para  baixo  com  uma  velocidade 
inicial    de  uma  altura    em  um  campo  gravitacional  constante  (Figura  2‐5).  A  equação  de 
movimento é 

direção z 

2.27  

onde –   representa uma força positiva apontando para cima desde que tomamos   e   para 


ser  positivo  para  cima,  e  o  movimento  é  para  baixo  –  isto  é,  0,  de  modo  que  – 0.  Da 
Equação 2.27, temos 

2.28  

 
FIGURA 2‐5 Exemplo 2‐5 
P á g i n a  | 18 
 
Integrando a Equação 2.28 e fazendo  0 , teremos (observando que  0) 

1
ln  

2.29  

Integrando uma vez mais e calculando a constante fazendo  0 , determinamos 

1 2.30  

A  Equação  2.29  mostra  que  quando  o  tempo  se  torna  muito  longo,  a  velocidade  aproxima‐se  do 
valor  limite  – / ;  este  é  chamado  de  velocidade  terminal,  .  A  Equação  2.27  produz  o  mesmo 
resultado, porque a força anula‐se – e daí não ocorrerá acelerações adicionais – quando  / . 
Se  a  velocidade  inicial  excede  a  velocidade  terminal  em  módulo,  então  o  corpo  imediatamente 
começa a desacelerar e   aproxima‐se da velocidade terminal na direção oposta. A Figura 2‐6 ilustra 
estes resultados para módulos de velocidades para baixo (valores positivos). 

 
FIGURA 2‐6 Resultados para o Exemplo 2.5 indicando o módulo das velocidades para baixo para vários 
valores iniciais do modulo da velocidade   quando eles se aproximam da velocidade 
terminal. 
P á g i n a  | 19 
 

EXEMPLO 2.6  

A  seguir,  vamos  tratar  o  movimento  do  projétil  em  duas  dimensões,  primeiro  sem  considerar  a 
resistência do ar. Seja   o módulo da velocidade com que o projétil deixa a boca do cano da arma e 
seja    o  ângulo  de  elevação  (Figura  2‐7).  Calcule  o  deslocamento,  a  velocidade,  e  o  alcance  do 
projétil. 

 
FIGURA 2‐7 Exemplo 2‐6 

Solução. Usando  , as componentes de força tornam‐se 

direção x 

0 2.31

direção y 

2.31

Desprezamos a altura do projétil, e supomos que  0 em  0. Então 

0  

cos  

cos 2.32  

sen  

sen 2.33  
2

A velocidade e deslocamento total como funções do tempo são determinadas por 
P á g i n a  | 20 
 
/
2 sen 2.34

/
sen 2.35  
4

Podemos determinar o alcance determinando o valor de   quando o projétil cai de volta ao chão, 
isto é, quando  0. 

sen 2.36  
2

O valor de  0 ocorre para  0 e o outro valor para  . 

sen 0 
2
2 sen
2.37  

O alcance   é determinado de 

2
sen cos 2.38  

sen 2 2.39  

Observe que o alcance máximo ocorre para  45 . 

Usaremos  alguns  valores  da  realidade  nestes  cálculos.  Os  alemães  usaram  um  projétil  de 
longo alcance chamado Big Bertha na Primeira Guerra Mundial para bombardear Paris. A velocidade 
da bala saída da boca do canhão era de 1450 / . Determine seu alcance previsto, altura máxima 
do projétil, e o tempo de vôo do projétil se  55 . Temos  1450 /  e  55 , de modo 
que o alcance (da Equação 2.39) torna‐se 

1450 /
sin 110 202  
9,8 /

O alcance real de Big Bertha era de 120 . A diferença é resultado do efeito real de resistência do 
ar. 

Para determinar a altura máxima prevista, precisamos calcular   para o tempo  /2 onde   é 


o tempo de vôo do projétil: 

2 1450 / sen 55
242  
9,8 /
P á g i n a  | 21 
 

sen  
2 8 2

9,8 / 242 1450 / 242 sen 55


 
8 2

72

 
EXEMPLO 2.7   

A  seguir,  adicione  o  efeito  da  resistência  do  ar  ao  movimento  do  projétil  no  exemplo  anterior. 
Calcule  o  decréscimo  em  alcance  sob  a  suposição  que  a  força  de  resistência  do  ar  é  diretamente 
proporcional a velocidade do projétil. 

Solução. As condições iniciais são as mesmas que no exemplo anterior. 

0 0 0

0 cos 2.40  

0 sen

Contudo, as equações de movimento, Equação 2.31, torna‐se 

2.41  

2.42  

A Equação 2.41 é exatamente aquela usada no Exemplo 2.4. A solução é, portanto 

1 2.43

Similarmente, a Equação 2.42 tem a  mesma forma que a  equação de  movimento  do Exemplo 2.5. 


Podemos usar a solução  encontrada naquele exemplo fazendo  0. (O fato  que consideramos  a 
partícula como projetada para baixo no Exemplo 2.5 não apresenta qualquer conseqüência. O sinal 
da velocidade inicial automaticamente leva isto em conta) Portanto 

1 2.44  

A trajetória é mostrada na Figura 2‐8 para vários valores da constante da força de impedimento   
para um dado vôo do projétil. 

O  alcance  ,  que  é  o  alcance  incluindo  resistência  do  ar,  pode  ser  determinado  como 
anteriormente calculando o tempo   exigido para a trajetória inteira e então substituindo este valor 
P á g i n a  | 22 
 
na  Equação  2.43  para  .  O  tempo    é  determinado  como  anteriormente  determinando   
quando  0. Da Equação 2.44, determinamos 

1 2.45  

Esta é uma equação transcendental, e, portanto não podemos obter uma expressão analítica para T. 
Contudo, ainda temos métodos poderosos para usar a fim de resolver tais problemas. Apresentamos 
dois deles aqui: (1) um método de perturbação para determinar uma solução aproximada, e (2) um 
método  numérico,  que  pode  normalmente  ser  tão  preciso  quanto  desejado.  Compararemos  os 
resultados. 

 
FIGURA 2‐8 As trajetórias calculadas de uma partícula sujeitas a resistência do ar ( ) para vários 
valores  de    (em  unidades  de  ).  Os  cálculos  foram  executados  para  valores  de  60   e 
600 / . Os valores de   (Equação 2.44) está disposto na forma de gráfico em função de 
 (Equação 2.43). 

Método  de  Perturbação.  Para  usar  o  método  de  perturbação,  determinamos  um  parâmetro  de 
expansão  ou  constante  de  acoplamento  que  normalmente  seja  pequeno.  No  presente  caso,  este 
parâmetro  é  a  constante  da  força  de  impedimento  ,  porque  já  resolvemos  o  presente  problema 
com  0,  e  agora  gostaríamos  de  ligar  a  força  de  impedimento,  mas  considerando    pequeno. 
Portanto expandimos o termo exponencial da Equação 2.45 (veja Equação D.34 do apêndice D) em 
uma série de potência com a intenção de manter apenas os termos de ordens mais baixos em  , 
onde   é o nosso parâmetro de expansão. 
P á g i n a  | 23 
 
1 1
2.46  
2 6

Se  mantivermos  apenas  termos  na  expansão  até  ,  esta  equação  pode  ser  rearranjada  para 
produzir 

2 / 1
2.47  
1 / 3

Agora temos o parâmetro de expansão   no denominador do primeiro termo no lado direito desta 
equação.  Necessitamos  expandir  este  termo  em  uma  série  de  potencias  (série  de  Taylor,  veja 
Equação D.8 do Apêndice D): 

1
1 / / 2.48  
1 /

onde  mantivemos apenas termos até  , porque apenas temos termos até   na Equação 2.47. Se 


inserirmos  esta  expansão  da  Equação  2.48  no  primeiro  termo  do  lado  direito  da  Equação  2.47  e 
mantivermos apenas os termos em   até primeira ordem, teremos 

2 2
2.49  
3

onde  escolhemos  desprezar  ,  os  termos  de  ordem    e  superiores.  No  limite  0  (sem 
resistência do ar), a Equação 2.49 nos dar o mesmo resultado que no exemplo anterior: 

2 2 sen
0  

Portanto,  se    é  pequeno  (mas  não  nulo),  o  tempo  de  vôo  será  aproximadamente  igual  a  .  Se 
então usamos este valor aproximado para   no lado direito da Equação 2.49, teremos 

2
1 2.50  
3

que é a expressão aproximada desejada para o tempo de vôo. 

A seguir, escrevemos a equação para   (Equação 2.43) na forma expandida: 

1 1
2.51  
2 6

Como  , temos aproximadamente para o alcance 

1
2.52  
2
P á g i n a  | 24 
 
onde novamente mantemos termos apenas até a primeira ordem de  . Podemos agora calcular esta 
expressão  usando  o  valor  de    da  Equação  2.50.  Se  retivermos  apenas  termos  lineares  em  , 
determinamos 

2 4
1 2.53  
3

A quantidade 2 /  pode agora ser escrita (usando as Equações 2.40) como 

2 2
sen cos sen 2 2.54  

que  será  reconhecido  como  o  alcance    do  projétil  quando  a  resistência  do  ar  é  desprezada. 
Portanto 

4
1 2.55  
3

Sobre  que  intervalo  de  valores  para    esperamos  que  nosso  método  de  perturbação  venha  esteja 
correto?  Se  olharmos  para  a  expansão  na  Equação  2.48,  veremos  que  a  expansão  não  converge  a 
menos que  / 1 ou  / , e de fato, gostaríamos que  / / sen . 

 
FIGURA 2‐9 Os valores do alcance calculados aproximadamente e numericamente para o projétil dado na 
Figura 2‐8 são dispostos em forma de gráfico como função dos valores da constantre de força 
de impedimento   

Método  Numérico  A  Equação  2.45  pode  ser  resolvida  numericamente  usando  um  computador 
através  de  uma  variedade  de  métodos.  Estabelecemos  uma  estrutura  de  repetição  (loop)  para 
resolver a equação para   para muitos valores de   até 0.08 :  . Estes valores de   e   são 
inseridos na Equação 2.43 para determinar o alcance  , que é apresentado na Figura 2‐9. O alcance 
cai  rapidamente  com  o  aumento  da  resistência  do  ar,  exatamente  como  seria  esperado,  mas  não 
P á g i n a  | 25 
 
apresenta a dependência linear sugerida pela solução obtida através do método de perturbação da 
Equação 2.55. 

Para o movimento do projétil descrito nas Figuras 2‐8 e 2‐9, a aproximação linear é inexata 
para  valores  de    tão  baixos  quanto  0.01   e  incorretamente  mostra  que  o  alcance  é  zero  para 
todos os valores de   maiores que 0.014 . Esta discordância com o método de perturbação não é 
surpreendente  porque  o  resultado  linear  para  o  alcance    era  dependente  de  sin
0.02 ,  que  dificilmente  é  verdadeira  mesmo  para  0.001 .  A  concordância  deveria  ser 
adequada para  0.005 , o arraste dificilmente  pode ser considerado como uma perturbação. 
De fato, para  0.01  o arraste torna‐se o fator dominante no movimento do projétil. 

O exemplo anterior indica quão complicado pode ser o mundo real. Naquele exemplo, ainda 
tivemos  que  fazer  suposições  que  eram  não  físicas  –ao  supor,  por  exemplo,  que  a  força  de 
resistência é sempre linearmente proporcional à velocidade. Mesmo nosso calculo numérico não é 
exato,  uma  vez  que  a  Figura  2‐3  nos  mostra  que  uma  melhor  suposição  seria  incluir  um  termo  de 
resistência  também. 

A adição de tal termo não seria difícil com o cálculo numérico, e faremos um calculo similar 
no  próximo  exemplo.  Incluímos  no  Apêndice  H  os  arquivos  Mathcad  do  autor  que  produzem  as 
Figuras  2‐8  e  2‐9  para  aqueles  estudantes  que  desejam  reproduzir  o  calculo.  Enfatizamos  que 
existem  muitos  modos  de  executar  cálculos  numéricos  com  computadores,  e  o  estudante 
provavelmente deseja se tornar proficiente em vários deles. 

 
EXEMPLO 2.8   

Use os dados mostrados na Figura 2‐3 para calcular a trajetória para um projétil real. Suponha que a 
velocidade  da  bala  na  boca  do  canhão  é  600 / ,  a  elevação  do  canhão  é  de  45 ,  e  a  massa  do 
projétil de 30 kg. Faça o gráfico da altura   versus a distância horizontal   e  ,  , e   versus o tempo 
para  ambos  os  lançamentos  com  e  sem  resistência  do  ar.  Inclua  apenas  a  resistência  do  ar  e 
gravidade, e ignore outras forças possíveis tais como a de levantamento. 

Solução. Primeiro, faça uma tabela da força de resistência versus a velocidade através da leitura da 
Figura  2‐3.  Leia  a  força  a  cada  50 /   para  a  Figura  2‐3c  e  a  cada  100 /   para  a  Figura  2‐3d. 
Podemos então usar uma interpolação de linha reta entre os valores tabulados. Usaremos o sistema 
de coordenadas mostrado na Figura 2‐7. As equações de movimento tornam‐se 
P á g i n a  | 26 
 

2.56  

2.57  

onde  e   são as forças de resistência. Supondo que   seja constante.  será sempre um numero 


positivo, mas  0 para o projétil subindo, e  0 para o projétil descendo. Seja   o ângulo de 
elevação do projétil em relação a horizontal em qualquer instante. 

2.58  

tan 2.59  

cos 2.60  

sen 2.61  

Podemos  calcular    e    em  qualquer  instante  conhecendo    e  .  Para  um  intervalo  de  tempo 
pequeno, os próximos   e   podem ser calculados. 

cos 2.62  

sen 2.63  

2.64  

2.65  

Escrevemos  um  pequeno  programa  de  computador  que  contenha  nossa  tabela  para  as 
forças de resistência e executaremos os cálculos para  ,  ,  , e   como função do tempo. Devemos 
executar as integrais através de somatórios sobre pequenos intervalos de tempo, porque as forças 
são dependentes do tempo. A Figura 2‐10 mostra os resultados. 

Observe  a  grande  diferença  que  faz  a  resistência  do  ar.  Na  Figura  2‐10a,  a  distância 
horizontal  (alcance)  que  o  projétil  desloca‐se  é  aproximadamente  16   comparada  aos  quase 
37   sem  resistência  do  ar.  Nosso  cálculo  ignorou  o  fato  que  a  densidade  do  ar  depende  da 
altitude. Se levarmos em consideração o decréscimo da resistência do ar com a altitude, obteremos 
a terceira curva com o alcance de 18  mostrado na Figura 2‐10a. Se também incluirmos a força de 
levantamento, o alcance seria ainda maior. Observe que as mudanças nas velocidades na Figura 2‐
10c e 2‐10d espelham a força de resistência do ar da Figura 2‐3. O modulo da velocidade decresce 
P á g i n a  | 27 
 
rapidamente  até  que  a  velocidade  alcance  a  velocidade  do  som,  e  então  a  taxa  de  mudança  do 
modulo da velocidade se igualam de alguma forma. 

Isto  conclui  nossa  subseção  sobre  os  efeitos  das  forças  de  resistência.  Muito  mais  poderia 
ser feito para incluir efeitos realísticos, mas o método é claro. Normalmente, um efeito é adicionado 
em um tempo, e os resultados são analisados antes que outro efeito seja adicionado. 

 
FIGURA  2‐10  Os  resultados  do  Exemplo  2.8.  As  linhas  sólidas  resultam  se  nenhuma  resistência  do  ar  é 
incluída, enquanto as linhas tracejadas incluem os resultados da adição da força de resistência 
do ar. Em (a) também incluímos os efeito da dependência da densidade do ar, que se torna 
menor quando o projétil sobe mais alto. 

Outros Exemplos de Dinâmica 

Concluímos esta seção com dois exemplos adicional padrões sobre o comportamentoda dinâmica de 
sistemas tipo partícula. 

EXEMPLO 2.9   

A  máquina  de  Atwood  consiste  de  uma  polia  lisa  com  duas  massas  suspensas  nas  extremidade  de 
uma corda leve (Figura 2‐11). Determine a aceleração das massas e a tensão da corda (a) quando o 
centro da polia está em repouso e (b) quando a polia está descendo em um elevador com aceleração 
P á g i n a  | 28 
 
constante . 

Solução. Desprezamos a massa da corda e supomos que a polia é lisa – isto é, não existe atrito sobre 
a  corda.  A  tensão    deve  sera  mesma  em  toda  a  corda.  As  equações  de  movimento,  para  cada 
massa, para o caso (a), 

 
FIGURA 2‐11 Exemplo 2‐9; máquina de Atwood 

2.66  

2.67  

Observe  novamente  a  vantagem  do  conceito  de  força:  Precisamos  apenas  identificar  as  forças 
agindo sobre cada massa. A tensão   é a mesma em ambas as equações. Se a corda é inextensível, 
então  , e as Equações 2.66 e 2.67 podem ser combinadas 

Rearranjando, 

2.68  

Se  , então  0, e  0. A tensão pode ser obtida das Equações 2.68 e 2.66: 

2
2.69
P á g i n a  | 29 
 
Para o caso (b), em que a polia está em um elevador, o sistema de coordenadas com origem 
no  centro  da  polia  não  é  mais  um  sistema  inercial.  Necessitamos  de  um  sistema  inercial  com  a 
origem no topo do cabo do elevador (Figura 2‐11b). As equações de movimento no sistema inercial 
( ,  ) são 

assim 

2.70  

onde 

2.71  

2
2.72  

Observe  que  os  resultados  para  a aceleração  e  a  tensão  são  exatamente  como  se  a  aceleração  da 
gravidade  fosse  reduzida  pela  quantidade  da  aceleração  do  elevador  .  A  mudança  para  um 
elevador subindo deveria ser óbvia. 

 
EXEMPLO 2.10 
 

Em  nosso  ultimo  exemplo  nesta  longa  revisão  das  equações  de  movimento  para  uma  partícula, 
examinamos  o  movimento  de  uma  partícula  em  um  campo  eletromagnético.  Considere  uma 

partícula carregada entrando em uma região de um campo magnético uniforme   – por exemplo, o 
campo  magnético  da  terra  –  como  mostrada  na  Figura  2‐12.  Determine  seu  movimento 
subseqüente. 

Solução.  Escolha  um  sistema  de  coordenada  Cartesiana  com  seu  eixo    paralelo  ao  campo 

magnético.  Se    é  a  carga  sobre  a  partícula,    sua  velocidade,    sua  aceleração,  e    o  campo 
magnético da terra, então 

̂ ̂  
P á g i n a  | 30 
 

̂ ̂  

A força magnética  , de modo que 

̂ ̂ ̂ ̂ ̂ ̂

Da igualdade entre componentes semelhantes do vetor, resulta 

0 2.73  

Integrando a segunda destas equações,  0, resulta 

onde  é uma constante e é o valor inicial de  . Integrando uma segunda vez obtemos 

onde  é também uma constante. 

 
FIGURA 2‐12 Exemplo 2‐10; uma partícula em movimento entra em uma região de campo magnético. 

Para  integrar  a  primeira  e  a  ultima  das  equações  da  Equação  2.73,  faça  / ,  de 
modo que 

2.74  
P á g i n a  | 31 
 
Estas  equações  diferenciais  acopladas,  simultâneas  podem  ser  facilmente  desacopladas 
diferenciando uma e substituindo‐a na outra, obtendo 

de modo que 

2.75  

Ambas as equações diferenciais tem a mesma forma de solução. Usando a técnica do Exemplo C.2 
do Apêndice C, temos 

cos sen  

cos sen  

onde ,  ’,  ,  ’,  ,  e    são  constantes  de  integração  que  são  determinadas  pelas  posições  e 
velocidades  iniciais  da  partícula  e  pelas  equações  de  movimento,  Equação  2.74.  Estas  soluções 
podem ser reescritas como 

cos sen

2.76  

cos sen

As coordenadas x e z estão conectadas pela Equação 2.74, assim substituindo as Equações 2.76 na 
primeira equação da Equação 2.74 fornece 

cos sen cos sen 2.77  

Porque  a  Equação  2.77  é  valida  para  todo  ,  em  particular  em  0  e  /2 ,  a  Equação  2.77 
produz 

de modo que 

fornece 
P á g i n a  | 32 
 
 

Agora temos 

cos sen

2.78  

cos sen

Se em  0,   e  0, então da Equação 2.78, diferenciando e fazendo  0, obtemos 

assim 

cos  

sen  

Finalmente, 

cos

2.79  

sen

Estas  são  as  equações  paramétricas  de  uma  hélice  circular  de  raio  / .  Assim,  quanto  mais 
rápido a partícula entra no campo ou maior a sua massa, maior é o raio da hélice. E quanto maior a 
carga  sobre  a  partícula  ou  mais  forte  o  campo  magnético,  mais  junto  é  a  hélice.  Observe  também 
como  a  partícula  carregada  é  capturada  pelo  campo  magnético  –  exatamente  sendo  levado  pela 
corrente ao longo da direção do campo. Neste exemplo, a partícula não possui componente inicial 
da sua velocidade ao longo do eixo  , mas mesmo se ele tivesse não seria levado ao longo deste eixo 
(veja  Problema  2‐31).  Finalmente,  observe  que  a  força  magnética  sobre  a  partícula  sempre  age 
perpendicular a sua velocidade e daí não pode acelerar. A Equação 2.79 verifica este fato. 

O  campo  magnético  da  terra  não  é  tão  simples  como  o  campo  magnético  uniforme  deste 
exemplo. Contudo, este exemplo fornece algum discernimento sobre um dos mecanismos pelo qual 
P á g i n a  | 33 
 
o campo magnético da terra aprisiona raios cósmicos de baixa energia e o vento solar para criar os 
cinturões de van Allen. 

2.5Teoremas de Conservação 

Agora  voltamos  a  uma  discussão  detalhada  da  mecânica  Newtoniana  de  uma  única  partícula  e 
deduziremos  os  teoremas  importantes  considerando  quantidades  que  se  conservam.  Devemos 
enfatizar  que  não  estamos  provando  a  conservação  das  varias  quantidades.  Estamos  meramente 
deduzindo as conseqüências da dinâmica das leis de Newton. Estas implicações devem ser colocadas 
a disposição de experimentos, e suas verificações então fornecem uma medida de confirmação das 
leis originais da dinâmica. O fato que estes teoremas de conservação têm de fato sido determinados 
como validos em muitas circunstâncias fornece uma parte importante da prova para a correção das 
leis de Newton, no mínimo em física clássica. 

O primeiro dos teoremas de conservação se refere ao momento linear de uma partícula. Se 
a  partícula  é  livre,isto  é,  se  a  partícula  não  encontra  forças,  então  a  Equação  2.2  torna‐se 

simplesmente  0.  Portanto,    é  um  vetor  constante  no  tempo,  e  o  primeiro  teorema  de 
conservação torna‐se 

I. O momento linear total   de uma partícula é conservado quando a força total sobre 
ela é zero. 

Observe que este resultado é deduzido de uma equação vetorial,  0, e portanto se aplica 
a  cada  componente  do  momento  linear.  Para  afirmar  o  resultado  em  outros  termos,  seja    algum 

vetor constante tal que  · 0, independente do tempo. Então 

· · 0 

ou, integrando com relação ao tempo, 

· constante 2.80  

que  afirma  que  a  componente  do  momento  linear,  em  uma  direção  na  qual  a  força  anula‐se,  é 
constante no tempo. 

O momento angular  de uma partícula com relação a uma origem da qual o vetor posição   
é medido é definido como 

  2.81

O torque ou momento da força  com relação a mesma origem é definido como 
2.82
P á g i n a  | 34 
 
 

onde   é  o  vetor  posição  da  origem  ao  ponto  onde  a  força    é  aplicada.  Como    para  a 
partícula, o torque torna‐se 

Agora 

mas

desta forma 

  2.83

Se nenhum torque age sobre a partícula (isto é, se  0), então 0 e   é um vetor constante no 


tempo. O segundo teorema de conservação importante é 

II. O momento angular de uma partícula sujeita a nenhum torque é conservado. 

Relembramos  ao  estudante  que  a  escolha  criteriosa  da  origem  de  um  sistema  de 
coordenadas  frequentemente  permite  que  um  problema  seja  resolvido  muito  mais  facilmente  do 
que  uma  escolha  sem  critérios.  Por  exemplo,  o  torque  será  zero  em  sistemas  de  coordenadas 
centradas ao longo da linha de força resultante. O momento angular será conservado neste caso. 

Se o trabalho é realizado sobre uma partícula por uma força   ao transformar a partícula da 
Condição 1 para a Condição 2, então este trabalho é definido como 

 
· 2.84

Se   é a força resultante total agindo sobre a partícula, 

· · ·  

1
· 2.85
2 2 2

O integrando na Equação 2.84 é assim um diferencial exato, e o trabalho realizado pela força total   
agindo sobre uma partícula é igual a sua variação na energia cinética: 
P á g i n a  | 35 
 

1 1
2.86  
2 2

onde  é a energia cinética da partícula. Se   então  0, e a partícula realizou 

trabalho  resultando  em  decréscimo  na  energia  cinética.  É  importante  observar  que  a  força   
levando a Equação 2.85 é a força total (isto é, resultante) sobre a partícula. 

Agora examinemos a integral aparecendo na Equação 2.84 de um ponto de vista diferente. 

Em muitos problemas físicos, a força   tem a propriedade que o trabalho exigido para mover uma 
partícula de uma posição para outra sem qualquer mudança na energia cinética depende apenas das 
posições original e final e não do caminho exato tomado pela partícula. Por exemplo, suponha que o 
trabalho realizado para mover a partícula do ponto 1 na Figura 2‐13 ao ponto 2 é independente do 
caminhos reais  ,  , ou   tomados. Esta propriedade é exibida, por exemplo, por um campo de força 
gravitacional constante. Assim, se uma partícula de massa   é elevada até uma altura   (através de 
algum  caminho),  então  uma  quantidade  de  trabalho    foi  realizada  sobre  a  partícula,  e  a 
partícula  pode  realizar  uma  quantidade  igual  de  trabalho  ao  retornar  a  sua  posição  original.  Esta 
capacidade em realizar trabalho é chamada a energia potencial da partícula. 

 
FIGURA 2‐13 Para algumas forças (identificadas mais tarde como conservativas), o trabalho realizado pela 
força para mover uma partícula da posição 1 para outra posição 2 é independente do caminho 
( ,  , ou  ) 

Podemos definir a energia potencial de uma partícula em termos do trabalho realizado (feito 

pela  força  )  exigido  para  transportar  a  partícula  do  ponto  1  ao  ponto  2  (com  nenhuma  variação 
liquida na energia cinética) como 

· 2.87  

O trabalho realizado ao mover a partícula é assim simplesmente a diferença da energia potencial U 
entre os dois pontos. Por exemplo, se levantamos uma maleta da posição 1 no chão para a posição 
P á g i n a  | 36 
 
2na  cabine  de  um  caminhão,  nós  como  o  agente  externo  estamos  realizando  o  trabalho  contra  a 

força da gravidade. Seja a força   na Equação 2.87 a força gravitacional, e ao levantar a mala,  ·  
torna‐se negativo. O resultado da integração na Equação 2.87 é que   é negativa, de forma 
que  a  energia  potencial  na  posição  2na  cabine  do  caminhão  é  maior  que  na  posição  1  no  chão.  A 
mudança na energia potencial   é o negativo do trabalho realizado pela força gravitacional, 
como pode ser visto multiplicando ambos os lados da Equação 2.87 por  1. Como agente externo 
nós realizamos trabalho positivo (contra a gravidade) para elevar a energia potencial da mala. 

A Equação 2.87 pode ser reproduzida14 se escrevemos   como o gradiente da função escalar 

 
  2.88

Então 

· · 2.89  

Na  maioria  dos  sistemas  de  interesse,  a  energia  potencial  é  uma  função  da  posição  e, 
possivelmente,  do  tempo:    ou  , .  Não  consideraremos  casos  em  que  a  energia 
potencial é uma função da velocidade.15 

É importante observar que a energia potencial é definida a menos de uma constante aditiva; 

isto é, a força definida por   não é diferente daquela definida por  constante . Energia 


potencial, portanto não possui um significado absoluto; apenas diferenças de energia potencial são 
fisicamente significativas (como na Equação 2.87). 

Se  escolhermos  um  dado  sistema  de  referencia  inercial  para  descrever  um  processo 
mecânico,  as  leis  de  movimento  serão  as  mesmas  como  em  qualquer  outro  sistema  de  referencia 
em  movimento  relativo  uniforme  em  relação  ao  sistema  original.  A  velocidade  de  uma  partícula  é 
em  geral  diferente  dependendo  sobre  qual  sistema  de  referencia  escolhemos  como  a  base  para  a 
descrição  do  movimento.  Portanto  determinamos  que  é  impossível  atribuir  uma  energia  cinética 
absoluta a uma partícula do mesmo modo que é impossível atribuir qualquer significado absoluto a 
energia  potencial.  Ambas  as  limitações  são  o  resultado  do  fato  que  selecionar  uma  origem  do 

                                                            
14
A condição necessária e suficiente que permite que uma função vetorial seja representada pelo gradiente de 
uma função escalar é que o rotacional da função vetorial seja identicamente nulo.  
15
Potenciais dependentes da velocidade são necessários em certas situações, por exemplo, em 
eletromagnetismo (os assim conhecidos potenciais de Liénard‐Wiechert) 
P á g i n a  | 37 
 
sistema  de  coordenadas  usada  para  descrever  os  processos  físicos  é  sempre  arbitrário.  O  físico 
Escocês no século dezenove James Clerk Maxwell (1831 – 1879) resumiu a situação como segue.16 

Devemos,  portanto,  considerar  a  energia  de  um  sistema  material  como  uma  quantidade  a 
qual podemos assegurar o aumento ou decréscimo quando o sistema passa de uma condição 
definida  para  outra.  O  valor  absoluto  da  energia  na  condição  padrão  é  desconhecido  para 
nós,  e  não  seria  de  qualquer  utilidade  se  a  conhecêssemos,  uma  vez  que  todos  os  valores 
dependem da variação de energia e não do seu valor absoluto. 

A  seguir,  definimos  a  energia  total  de  uma  partícula  como  a  soma  das  energias  cinética  e 
potencial: 
2.90
 

A derivada temporal total de   é 

2.91  

Para  calcular  as  derivadas  temporais  aparecendo  no  lado  direito  desta  equação,  primeiro 
observamos que a Equação 2.85 pode ser escrita como 

1
· 2.92  
2

Dividindo tudo por  , 

· · 2.93  

Temos também  

· 2.94

Substituindo as Equações 2.93 e 2.94 na 2.91, obtemos 

· ·  

                                                            
16
J. C. Maxwell, Matter and Motion (Cambridge, 1877), p. 91. 
P á g i n a  | 38 
 

·  

2.95  

porque  o  termo    se  anula  em  vista  da  definição  da  energia  potencial  (Equação  2.88)  se  a 

força  total  é  a  força  conservativa  . é  a  potência,  taxa  de  transferência  de  energia  por 
unidade de tempo. 

Se    não  é  uma  função  explicita  do  tempo  (isto  é,  se  / 0;  relembre  que  não 

consideramos  potenciais  dependentes  da  velocidade),  o  campo  de  força  representado  por    é 
conservativo. Sob estas condições, temos o terceiro teorema de conservação importante: 

III. A  energia  total    de  uma  partícula  em  um  campo  de  força  conservativo  é  uma 
constante no tempo. 

Deve ser reiterado que não provamos as leis de conservação do momento linear, momento 
angular, e energia. Apenas deduzimos varias conseqüências das leis de Newton; isto é, se estas leis 
são válidas em dada situação, então o momento e energia serão conservados. Mas nos tornamos tão 
enamorados com estes teoremas sobre conservação que as elevamos ao status de leis e chegamos a 
insistir que elas sejam válidas em qualquer teoria física, mesmo aquelas que se aplicam a situações 
nas  quais  a  mecânica  Newtoniana  não  é  válida,  como,  por  exemplo,  na  interação  de  cargas  em 
movimento ou em sistemas da mecânica quântica. Realmente não temos leis de conservação em tais 
situações,  mas  em  vez  disso,  postulados  de  conservação  que  impomos  à  teoria.  Por  exemplo,  se 
temos duas cargas elétricas isoladas em movimento, as forças eletromagnéticas entre elas não são 
conservativas. Portanto dotamos o campo eletromagnético com uma dada quantidade de energia de 
modo  que  a  conservação  de  energia  seja  válida.  Este  procedimento  é  satisfatório  apenas  se  as 
conseqüências  não  contradizem  qualquer  fato  experimental,  isto  é  de  fato  o  caso  para  cargas  em 
movimento.  Portanto  estendemos  o  conceito  usual  de  energia  para  incluir  a  “energia 
eletromagnética”  para  satisfazer  nossa  noção  preconcebida  que  energia  deve  ser  conservada.  Isto 
pode parecer um passo arbitrário e drástico a ser dado, mas nada, é dito, sucede como faz sucesso, 
e estas “leis” de conservação tem sido o conjunto de princípios da física de maior sucesso. A recusa 
em abandonar a conservação da energia e momento levou Wolfgang Pauli (1900 – 1958) a postular 
em  1930  a  existência  do  neutrino  para  levar  em  consideração  a  energia  e  momento  “ausente”  no 
decaimento    radioativo.  Este  postulado  permitiu  a  Enrico  Fermi  (1901  –  1954)  a  construir  uma 
teoria de sucesso para o decaimento   em 1934, mas observação direta do neutrino só foi feita em 
P á g i n a  | 39 
 
1953  quando  Reines  e  Cowan  executaram  seu  famoso  experimento.17  Aderindo  a  convicção  que 
energia e momento devem ser conservados, uma nova partícula foi conservada, o que é de grande 
importância em teorias modernas de física nuclear e física de partículas. Esta descoberta é apenas 
uma dos muitos avanços no entendimento das propriedades da matéria que resultaram diretamente 
da aplicação das leis de conservação. 

Aplicaremos estes teoremas de conservação a varias situações físicas no restante deste livro, 
entre  elas  o  espalhamento  de  Rutherford  e  o  movimento  planetário.  Um  exemplo  simples  aqui 
indica a utilização destes teoremas de conservação. 

EXEMPLO 2.11   

Um  rato  de  massa    pula  sobre  a  aresta  externa  de  um  ventilador  de  inércia  rotacional    e  raio 
que gira livremente. Com que razão a velocidade angular varia? 

Solução. O momento angular deve ser conservado durante o processo. Estamos usando o conceito 
de  inércia  rotacional  aprendido  em  física  elementar  para  relacionar  o  momento  angular    a 
velocidade  angular  :  .  O  momento  angular  inicial    deve  ser  igual  ao  momento 
angular   (ventilador mais rato) após o salto do rato sobre o ventilador. A velocidade da aresta mais 
externa é  . 

2.6 Energia 

                                                            
17
C. L. Cowan, F. Reines, F. B. Harrison, H. W. Kruse, e A. D. McGuire, Science124, 103 (1956). 
P á g i n a  | 40 
 
O conceito de energia não era muito disseminado no tempo de Newton o quanto é hoje. Mais tarde 
estudaremos duas novas formulações de dinâmica, diferente da de Newton, baseadas no conceito 
de energia – os métodos Lagrangiano e Hamiltoniano. 

No  início  do  século  dezenove,  tornou‐se  claro  que  calor  era  outra  forma  de  energia  e  não 
uma  forma  de  fluido  (chamado  “calórico”)  que  fluía  entre  corpos  quentes  e  frios.  Ao  Conde 
Rumford18 é geralmente dado o credito pela observação que a grande quantidade de calor gerada 
durante a perfuração de um canhão era causada pelo atrito e não pelo calórico. Se energia de atrito 
é  justamente  energia  térmica,  permutável  com  a  energia  mecânica,  então  a  conservação  total  de 
energia pode ocorrer. 

Durante todo o século dezenove, cientistas executaram experimentos sobre a conservação 
da energia, resultando na importância  que hoje  é dada à energia. Hermann  vonHelmholtz (1821  – 
1894) formulou a lei geral de conservação de energia em 1847. Ele baseou suas conclusões na sua 
maioria  sobre  os  experimentos  calorimétricos  de  James  Prescott  Joule  (1818  –  1889)  iniciado  em 
1840. 

Considere uma partícula pontual sob à influencia de uma força conservativa com potencia  . 
A conservação de energia (realmente, energia mecânica, para ser preciso nesse caso) é refletida na 
Equação 2.90. 

1
2.96  
2

onde consideramos apenas o caso unidimensional. Podemos reescrever a Equação 2.96 como 

2
2.97  

e por integração 

2.98  

onde  em  . Temos formalmente resolvido o caso unidimensional na Equação 2.98; isto 


é,  determinamos  .  Tudo  o  que  resta  é  inserir  o  potencial    na  Equação  2.98  e  integrar, 
usando  técnicas  computacionais  se  necessário.  Estudaremos  mais  tarde  em  algum  detalhe  o 

potencial   para oscilações harmônicas e  /  para a força gravitacional. 

                                                            
18
Benjamin Thompson (1753 – 1814) nascido em Massachusetts e emigrou para a Europa em 1776 como um 
refugiado legalista. Entre as atividades que o distinguia estava a de militar e, mais tarde, a carreira científica, 
ele supervisionou a perfuração de canhões como chefe do departamento de guerra da Bavaria. 
P á g i n a  | 41 
 
Podemos aprender muito sobre o movimento de uma partícula simplesmente examinando o 
gráfico  de  um  exemplo  de    como  mostrado  na  Figura  2‐14.  Primeiro,  observe  que,  porque 

0,    para  qualquer  movimento  físico  real.  Vemos  na  Figura  2‐14  que  o 

movimento está limitado para energias   e  . Para  , o movimento é periódico entre os pontos 


de  retorno    e  .  Similarmente,  para    o  movimento  é  periódico,  mas  existem  duas  regiões 
possíveis:   e  . A partícula não pode “pular” de um poço para outro; uma vez 
em um poço, ele deve permanecer ai eternamente se sua energia permanece em  . O movimento 
para  uma  partícula  com  energia    possui  apenas  um  valor,  .  A  partícula  está  em  repouso 
com  0 . 

 
FIGURA  2‐14  A  curva  da  energia  potencial    com  vários  valores  de  energia    indicados.  Para  certas 
energias, por exemplo,   e  , o movimento é limitado. 

O  movimento  para  uma  partícula  com  energia    é  simples:  A  partícula  chega  do  infinito, 
para  e  retorna  em  ,  e  retorna  para  o  infinito  –  muito  parecido  como  uma  bola  de  tênis 
quicando contra uma parede rígida. Para a energia  , o movimento é ilimitado e a partícula pode 
está  em  qualquer  posição.  Sua  velocidade  mudará  porque  ele  depende  da  diferença  entre    e 
.  Se  ela  está  movendo‐se  para  a  direita,  ela  acelerará  e  desacelerará,  mas  continua  para  o 
infinito. 

O movimento de uma partícula de energia   é similar aquela de uma massa na extremidade 

de  uma  mola.  O  potencial  na  região    pode  ser  aproximado  por  . 

Uma  partícula  com  energia  ligeiramente  acima  de    oscilará  em  torno  do  ponto .  Nos 
referimos  a  tal  ponto  como  um  ponto  de  equilíbrio,  porque  se  a  partícula  é  colocada  em 
P á g i n a  | 42 
 
permanece ai. Equilíbrio pode ser estável, instável, ou neutro. O equilíbrio já discutido é estável 
porque se a partícula fosse colocada sobre qualquer dos lados de   eventualmente retornaria 
para lá. Podemos usar uma tigela de misturahemisférica com uma bola de aço como um exemplo. 
Com  o  lado direito  da  bacia  para  cima,  a  bola  pode  rolar  dentro  da  bacia;  mas  ela  eventualmente 
acabará por se depositar no fundo – em outras palavras, existe um equilíbrio estável. Se virarmos a 
tigela  de  ponta  cabeça  e  colocarmos  a  bola  precisamente  em  ,  a  bola  permanecerá  ai  em 
equilíbrio. Se colocarmos a bola sobre qualquer dos lados de  sobre a superfície arredondada, 
ela rolará para fora; chamamos este de equilíbrio instável. Equilíbrio neutro aplica‐se quando a bola 
rola sobre superfícies chatas, suaves, horizontais. 

Em  geral,  podemos  expressar  o  potencial    em  uma  série  de  Taylor  em  torno  de  um 
dado ponto de equilíbrio. Por simplicidade matemática, supomos que o ponto de equilíbrio está em 
0 em vez de  (se não, podemos sempre redefinir o sistema de coordenadas para torná‐lo 
assim. Então temos 

2.99  
2! 3!

O sobrescrito zero indica que a quantidade é para ser calculada em  0. A energia potencial   em 


0  é  simplesmente  uma  constante  que  podemos  definir  como  zero  sem  qualquer  perda  de 
generalidade. Se  0 é um ponto de equilíbrio, então 

0 Ponto de equilibrio 2.100  

e a Equação 2.99 torna‐se 

2.101  
2! 3!

Próximo  ao  ponto  de  equilíbrio  0,  o  valor  de    é  pequeno,  e  cada  termo  na  Equação  2.101  é 
consideravelmente menor que o anterior. Portanto, mantemos apenas o primeiro termo na Equação 
2.101: 

2.101  
2!

Podemos  determinar  se  o  equilíbrio  em  0  é  estável  ou  instável  examinando  / .  Se 
0 é um ponto de equilíbrio estável,   deve ser maior (mais positivo) em qualquer dos lados 
de  0. Porque   é sempre positivo, as condições para o equilíbrio são 
P á g i n a  | 43 
 

0 Equilíbrio estável

2.103  

0 Equilíbrio instável

Se  /  é zero, termos de ordens mais altas devem ser examinados (veja Problemas 2‐45 e 
2‐46). 

EXEMPLO 2.12   

Considere  o  sistema  de  polias,  massas,  e  cordas  mostrado  na  Figura  2‐15.  Uma  corda  leve  de 
comprimento   é ligada ao ponto  , passa sobre uma polia no ponto   localizado a uma distância 
2 ,  e  finalmente  ligada  à  massa  .  Outra  polia  com  massa    ligada  passa  sobre  a  corda, 
empurrando‐a para baixo entre   e  . Calcule a distancia   quando sistema está em equilíbrio, e 
determine se o equilíbrio é estável ou instável. As polias são sem massas. 

 
FIGURA 2‐15 Exemplo 2.12 

Solução. Podemos resolver este exemplo ou usando forças (isto é, quando  0 ) ou energia. 
Escolhemos o método de energia, uma vez que em equilíbrio a energia cinética é zero e precisamos 
tratar apenas com a energia potencial quando a Equação 2.100 se aplica. 

Seja  0 ao longo da linha AB. 
P á g i n a  | 44 
 
2.104  

Supomos que a polia mantendo a massa   é pequena, de modo que podemos desprezar o 
raio da polia. A distância   na Figura 2‐15 é constante. 

/4  

/4  

Fazendo  / 0, podemos determinar a posição de equilíbrio  : 

 
4 /4

4 /4  

4 16  

4
2.105
4

Observe que a solução real existe apenas quando 4 . 

Sob  que  circunstâncias  a  massa    empurrar  a  massa    para  cima  para  polia    (isto  é, 
0)? Podemos usar a Equação 2.103 para determinar se o equilíbrio é estável ou instável: 

/ /
 
4 /4 16 /4

Agora inserimos  . 

/
4
 
4

A condição para o equilíbrio (movimento real) anteriormente era 4 , de forma que, quando 
ele existe, será estável, uma vez que  / 0. 

 
EXEMPLO 2.13 
 

Considere o potencial unidimensional 

2.106
8
P á g i n a  | 45 
 
Esboce  o  gráfico  do  potencial  e  discuta  o  movimento  em  vários  valores  de  .  O  movimento  é 
limitado ou ilimitado? Onde estão os valores de equilíbrio? Eles são estáveis ou instáveis? Determine 
o ponto de retorno para  /8. O valor de   é uma constante positiva. 

Solução. Reescreva o potencial como 

1
onde 2.107 
8

Primeiro, determina‐se os pontos de equilíbrio, que nos ajudar a guiar o esboço do potencial, 

2 4 1
0
8 8

Isto é reduzido a 

2 8 0 

4 2 0  

2, 0 

de forma que 

0
√2 2.108  
√2
P á g i n a  | 46 
 

 
FIGURA 2‐16 Exemplo 2.13. Esboço de  / . 

Existem três pontos de equilíbrio. Esquematizamos o gráfico de  /  versus  /  na Figura 2‐16. O 

equilíbrio é estável em   e   mas instável em  . O movimento é limitado para toda energia 


0. Podemos determinar os pontos de retorno para qualquer energia   fazendo  . 

1
2.109  
8 8

8 8 8  

8  

2√2, 0 2.110

O ponto de retorno para  /8 são  2√2  e  2√2 , bem como  0 – que é o ponto 


de equilíbrio instável. 

2.7Limitações da Mecânica Newtoniana 

Neste  capítulo,  introduzimos  conceitos  tais  como  posição,  tempo,  momento,  e  energia.  Também 
tornamos implícito que estas são todas quantidades mensuráveis e que elas podem ser especificadas 
com  qualquer  precisão  desejada,  dependendo  apenas  do  grau  de  sofisticação  dos  nossos 
instrumentos  de  medida.  De  fato,  esta  implicação  parece  ser  verificada  da  nossa  experiência  com 
todos  os  objetos  macroscópicos.  Em  qualquer  instante  de  tempo  dado,  por  exemplo,  podemos 
medir com grande precisão a posição de, digamos, um planeta em sua órbita em torno do sol. Uma 
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serie  de  tais  medidas  permite‐nos  determinar  (também  com  grande  precisão)  a  velocidade  do 
planeta em qualquer posição dada. 

Quando tentamos fazer medidas precisas em objetos microscópicos, contudo, encontramos 
uma  limitação  fundamental  na  precisão  dos  resultados.  Por  exemplo,  podemos  concebivelmente 
medir  a  posição  de  um  elétron  através  do  espalhamento  da  luz  de  um  fóton  por  um  elétron.  O 
caráter ondulatório do fóton exclui uma medida exata, e podemos determinar a posição do elétron 
apenas com alguma incerteza ∆  relacionada ao alcance (isto é, o comprimento de onda) do fóton. 
Pelo  próprio  ato  de  medição,  contudo,  induzimos  uma  variação  no  estado  do  elétron,  porque  o 
espalhamento do fóton confere momento ao elétron. Este momento é incerto por uma quantidade 
∆ . O produto ∆ ∆ é uma medida da precisão com a qual podemos simultaneamente determinar a 
posição  e  momento  do  elétron;  ∆ 0,  ∆ 0  implica  uma  medida  com  toda  a  precisão 
imaginável.  Foi  mostrado  pelo  físico  alemão  Werner  Heisenberg  (1901  –  1976)  em  1927  que  este 
produto  deve  sempre  ser  maior  que  certo  valor  medido.19  Não  podemos,  então, simultaneamente 
especificar  ambos  a  posição  e  momento  do  elétron  com  precisão  infinita,  pois  se  ∆ 0,  então 
devemos ter ∆ ∞ para o principio de incerteza de Heisenberg a ser satisfeita. 

O  valor  mínimo  de  ∆ ∆   é  da  ordem  de  10 · .  Isto  é  extremamente  pequeno  pelos 
padrões macroscópicos, assim para objetos em escala de laboratório não existe dificuldade pratica 
em executar simultaneamente medidas de posição e momento. As leis de Newton podem, portanto 
ser aplicadas como se posição e momento fossem precisamente definíveis. Mas devido ao principio 
de  incerteza,  a  mecânica  Newtoniana  não  pode  ser  aplicada  a  sistemas  microscópicos.  Para 
contornar estas dificuldades fundamentais no sistema Newtoniano, um novo método de tratar com 
fenômenos  microscópicos  foi  desenvolvido,  iniciando  em  1926.  O  trabalho  de  Erwin  Schrödinger 
(1887  –  1961),  Heisenberg,  Max  Born  (1872  –  1970),  Paul  Dirac  (1902  –  1984),  e  outros 
subseqüentemente  colocaram  esta  nova  disciplina  sobre  uma  firme  fundamentação.  Mecânica 
Newtoniana, então, é perfeitamente adequada para descrever fenômenos em escalas grandes. Mas 
precisamos  da  nova  mecânica  (mecânica  quântica)  para  analisar  processos  no  domínio  atômico. 
Quando o tamanho do sistema aumenta, a mecânica quântica vai para a forma limite da mecânica 
Newtoniana. 

Em adição às limitações fundamentais da mecânica Newtoniana quando aplicada a objetos 
microscópicos, existe outra dificuldade inerente no esquema Newtoniano – uma que apóia sobre o 
conceito de tempo. Na visão Newtoniana, tempo é absoluto, isto é, é suposto que é sempre possível 
determinar  sem  ambigüidade  se  dois  eventos  ocorreram  simultaneamente  ou  se  um  precedeu  ao 
                                                            
19
Este resultado também se aplica a medida de energia em um instante particular, naquele caso o produto das 
incertezas é ∆ ∆  (que possui as mesmas dimensões que ∆ ∆ ). 
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outro. Para decidir sobre a seqüência temporal de eventos, os dois observadores dos eventos devem 
estar  em  comunicação  instantânea,  ou  através  de  alguns  sinais  ou  estabelecendo  dois  relógios 
exatamente sincronizados nos pontos de observação. Mas a configuração de dois relógios em exato 
sincronismo  exige  o  conhecimento  do  tempo  de  trânsito  de  um  sinal  em  uma  direção  de  um 
observador para outro. (Poderíamos executar isto se já tivéssemos dois relógios sincronizados, mas 
este é um argumento circular.) Quando realmente medimos a velocidade do sinal, contudo, sempre 
obtemos  uma  velocidade  media  para  propagação  em  direções  opostas.  E  para  imaginar  um 
experimento para medir a velocidade em apenas uma direção inevitavelmente leva a introdução de 
alguma nova suposição que não podemos verificar antes do experimento. 

Sabemos  que  a  comunicação  instantânea  através  de  sinais  é  impossível:  Interações  entre 
corpos materiais propagam‐se com velocidade finita, e interações de algum tipo devem ocorrer para 
que um sinal seja transmitido. A velocidade máxima com a qual qualquer sinal pode ser propagado é 
aquela da luz no espaço livre:  3 10 / .20 

As  dificuldades  em  estabelecer  uma  escala  de  tempo  entre  pontos  separados  nos  leva  a 
acreditar  que  tempo  é,  após  tudo,  não  absoluto  e  que  espaço  e  tempo  estão  de  algum  modo 
intimamente  relacionados.  A  solução  para  o  dilema  foi  encontrada  durante  o  período  de  1904  – 
1905 por Hendrik Lorenz (1853 – 1928), Henri Poincaré (1854 – 1912), e Albert Einstein (1879 ‐1955) 
e é englobado na teoria especial da relatividade (veja Capitulo 14). 

A mecânica Newtoniana está, portanto sujeita às limitações fundamentais quando pequenas 
distancias  ou  altas  velocidades  são  encontradas.  Dificuldades  com  mecânica  Newtoniana  podem 
também  ocorrer  quando  objetos  maciços  ou  distancias  enormes  estão  envolvidas.  Uma  limitação 
pratica também ocorre quando o numero de corpos constituindo o sistema é grande. No Capítulo 8, 
veremos  que  não  podemos  obter  uma  solução  geral  de  forma  fechada  para  o  movimento  de  um 
sistema  de  mais  que  dois  corpos  interagentes  mesmo  para  o  caso  relativamente  simples  de 
interação gravitacional. Para calcular o movimento em um sistema de três corpos, devemos recorrer 
a  procedimentos  de  aproximações  numéricas.  Embora  tal  método  seja  em  principio  capaz  de 
qualquer  precisão  desejada,  o  trabalho  envolvido  é  grande.  Para  calcular  o  movimento  das 
moléculas individuais, digamos, em um centímetro cúbico de  gás contendo  10  moléculas está 
claramente fora de questão. Um método bem sucedido de calcular as propriedades médias de tais 
sistemas  foi  desenvolvido  na  ultima  parte  do  século  dezenove  por  Boltzmann,  Maxwell,  Gibbs, 
Liouville,  e  outros.  Estes  procedimentos  permitem  que  a  dinâmica  dos  sistemas  seja  calculada  da 

                                                            
20
A velocidade da luz foi agora definida como 299.792.458,0 /  para fazer comparações de outras medidas 
mais padrões. O metro é agora definido como a distância percorrida pela luz no vácuo durante um intervalo de 
tempo de 1/299.792.458,0 de um segundo. 
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teoria  de  probabilidades,  e  daí  evolui  a  mecânica  estatística.  Alguns  comentários  considerando  a 
formulação de conceitos estatísticos em mecânica são encontrados na Seção 7.13. 

PROBLEMAS 

2‐1. Suponha que a força agindo sobre uma partícula é fatorável em uma das seguintes formas: 

(a) ,
(b) ,
(c) ,  

Para qual dos casos são as equações de movimento integráveis? 

2‐2. Uma partícula de massa   está restrita a mover‐se sobre a superfície de uma esfera de raio   

pela força aplicada  , . Escreva a equação de movimento. 

2‐3. Se um projétil é lançado da origem do sistema de coordenadas com velocidade inicial   e na 
direção fazendo um ângulo   com a horizontal, calcule o tempo exigido para o projétil cruzar a 
linha passando através da origem e fazendo um ângulo   com a horizontal. 

2‐4.  Um  palhaço  está  lançando  simultaneamente  quatro  bolas.  Estudantes  usam  um  gravador  de 
vídeos para determinar que o palhaço gasta 0,9  para cada bola circular através das suas mãos 
(incluindo  apanhar,  transferir,  e  lançar)  e  estar  pronto  para  apanhar  a  próxima  bola.  Qual  é  a 
velocidade vertical mínima com que o palhaço deve lançar para cima cada bola? 

2‐5. O piloto de um avião de caça sabe que ele é capaz de suportar uma aceleração de 9  antes de 
desmaiar.  O  piloto  aponta  seu  avião  verticalmente  para  baixo  enquanto  desloca‐se  com 
velocidade 3 March e pretende puxar para cima em uma manobra circular antes de quebrar no 
solo. (a) Onde ocorre a aceleração máxima na manobra? (b) Qual é o raio mínimo que o piloto 
pode tomar? 

2‐6.  Na  nevasca  de  88,  uma  fazendeira  foi  forçada  a  lançar  fardos  de  feno  de  um  aeroplano  para 
alimentar  seu  rebanho.  O  avião  voou  horizontalmente  a  160 /   e  abandonou  os  fardos  de 
uma altura de 80 m acima de um intervalo plano. (a) Ela desejava que os fardos caíssem a 30 m 
atrás  do  rebanho  de  modo  a  não  atingi‐lo.  Onde  deveria  empurrar  os  fardos  para  fora  do 
aeroplano?  (b)  Para  não  atingir  o  rebanho,  qual  é  o  erro  máximo  de  tempo  que  ela  poderia 
cometer enquanto empurrava os fardos para fora do aeroplano? Despreze a resistência do ar. 

2‐7. Inclua resistência do ar para os fardos de feno no problema anterior. Um fardo de feno possui 
massa de aproximadamente 30 e área media de aproximadamente 0,2 . Seja a resistência 
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do ar proporcional ao quadrado da velocidade e  0,8. Faça o gráfico das trajetórias com um 
computador  se  os  fardos  de  feno  caem  a  30  m  atrás  do  rebanho  em  ambos  os  casos  em  que 
inclui resistência do ar e não inclui. Se os fardos de feno fossem liberados ao mesmo tempo nos 
dois casos, qual é a distancia entre as posições em que os fardos permanecerão? 

2‐8. Um projétil é disparado com uma velocidade   tal que ele passa através de dois pontos ambos 
a uma distancia   acima da horizontal. Mostre que se a arma é ajustada para alcance Maximo, a 
separação entre os pontos é 

4  

2‐9.  Considere  um  projétil  disparado  verticalmente  em  um  campo  gravitacional  constante.  Para  a 
mesma  velocidade  inicial,  compare  os  tempos  exigidos  para  o  projétil  alcançar  sua  altura 
máxima (a) para força de resistência zero, (b) para força de resistência proporcional a velocidade 
instantânea do projétil. 

2‐10. Repita o Exemplo 2‐4 executando o calculo usando um computador para resolver a Equação 
2.22. Use os seguintes valores  1 ,  10 / ,  0, e  0,1 . Faça gráficos de 
 versus  ,   versus  ,   versus  . Compare com os resultados do Exemplo 2.4 para ver se seus 
resultados são razoáveis. 

2‐11.  Considere  uma  partícula  e  massa    cujo  movimento  é  iniciado  do  repouso  em  um  campo 
gravitacional  constante.  Se  uma  força  de  resistência  proporcional  ao  quadrado  da  velocidade 
(isto é,  ) é encontrada, mostre que a distância   que a partícula cai acelerando de   a   é 
dada por 

1
ln  
2

2‐12. Uma partícula é projetada verticalmente para cima em um campo gravitacional constante com 
velocidade  inicial  .  Mostre  que  se  existe  força  de  resistência  proporcional  ao  quadrado  do 
modulo  da  velocidade  instantânea,  o  modulo  da  velocidade  da  partícula  quando  ela  retorna  a 
posição inicial é 

onde  é o modulo da velocidade terminal. 

2‐13.  Uma  partícula  move‐se  em  um  meio  sob  a  influência  de  uma  força  de  resistência  igual  a 
,  onde    e    são  constantes.  Mostre  que  para  qualquer  valor  do  modulo  da 
P á g i n a  | 51 
 
velocidade  inicial  a  partícula  nunca  se  moverá  por  uma  distancia  maior  que  /2   e  que  a 
partícula chega ao repouso apenas para  ∞. 

2‐14.  Um  projétil  é  disparado  com  velocidade  inicial    em  um  ângulo  de  elevação    acima  da 
inclinação de uma colina de inclinação   ( ). 

(a) Quão longe acima da colina o projétil estará? 
(b) Em que ângulo   o alcance será máximo? 
(c) Qual é o alcance máximo? 

2‐15.  Uma  partícula  de  massa    desliza  para  baixo  em  um  plano  inclinado  sob  a  influência  da 
gravidade. Se o movimento sofre a resistência  de uma forma  , mostre que  o tempo 
exigido para mover‐se por uma distancia   após partir do repouso é 

cosh
 
sin

onde  é o ângulo de inclinação do plano. 

2‐16. Uma partícula é projetada com velocidade inicial   de uma encosta que faz um ângulo   com 


a  horizontal.  Suponha  o  movimento  sem  atrito  e  determine  o  tempo  exigido  para  a  partícula 
retornar a sua posição de partida. Determine o tempo para  2,4 /  e  26 . 

2‐17. Um jogador de softball(forma de uma bola de beisebol mais macia21) chuta forte a bola a uma 
distância  de  0,7   acima  da  posição  de  origem.  A  bola  deixa  o  bastão  do  jogadorcom  uma 
elevação de 35  e desloca‐se em direção a um muro de 2  de altura e distante 60  do centro 
do campo. Qual deve ser a velocidade inicial da softball no centro do campo para estar livre do 
muro? Despreze a resistência do ar. 

2‐18. Inclua resistência do ar proporcional ao quadrado da velocidade da bola no problema anterior. 
Seja  0,5, o raio da bola de 5  e a massa de 200 . (a) Determine a velocidade inicial da 
bola  necessária  agora  para  superar  o  muro.  (b)  Para  esta  velocidade,  determine  o  ângulo  de 
elevação inicialque agora permite a bola contornar mais facilmente o muro. Por quanto a bola 
contorno verticalmente o muro? 

2‐19.  Se  um  projétil  move‐se  tal  que  sua  distancia  do  ponto  de  projeção  é  sempre  crescente, 
determine  o  ângulo  máximo  acima  da  horizontal  com  a  qual  a  partícula  poderia  ter  sido 
projetada. (Suponha ausência de resistência do ar.) 

                                                            
21
Nota do tradutor. 
P á g i n a  | 52 
 
2‐20. Um canhão dispara um projétil de massa igual a 10  do tipo para o qual a curva da Figura 2‐
3 se aplica. A velocidade na boca do canhão é 140 / . Através de que ângulo deve o cano ser 
elevado  para  tingir  o  alvo  sobre  o  mesmo  plano  horizontal  que  o  canhão  e  a  distancia  de 
1000 ? Compare os resultados com aqueles para o caso sem atrito. 

2‐21. Mostre diretamente que a taxa de variação temporal do momento angular em torno da origem 
para um projétil disparado da origem (  constante) é igual ao momento da força (ou torque) em 
torno da origem. 

2‐22. O movimento de uma partícula carregada em um campo eletromagnético pode ser obtido da 
equação de Lorentz22 para a força sobre uma partícula em tal campo. Se o vetor campo elétrico 

é   e o veto r campo magnético é  , a força sobre a partícula de massa   que porta a carga   e 


possui velocidade   é dada por 

onde supomos que   (velocidade da luz). 

(a) Se  não  existe  campo  elétrico  e  se  a  partícula  entra  no  campo  magnético  em  uma  direção 
perpendicular às linhas de fluxo magnético, mostre que a trajetória é um circulo com raio

onde /  é a freqüência de cíclotron. 

(b) Escolha o eixo   para estar na direção de   e seja o plano   o plano que contem   e  . 


Assim  

, ̂  
Mostre que a componente   do movimento é dada por  

 
2
onde 
0 e  
(c) Continue o calculo e obtenha expressões para   e  . Mostre que as médias temporais 
destas componentes de velocidade são  

, 0 

(Mostre que o movimento é periódico e então faça a media sobre um período completo.) 
(d) Integre  as  equações  de  velocidade  para  encontradas  em  (c)  e  mostre  que  (com  condições 
iniciais  0 / ,  0 / ,  0 0,  0 ) que 
                                                            
22
Veja, por exemplo. Heald e Marion, Classical Eletromagnetic Radiation (95, Seção 1.7) 
P á g i n a  | 53 
 

cos , sen  

Estes são as equações paramétricas de um trochoide. Esquematize a projeção da trajetória 
sobre o plano   para os casos (i)  / , (ii)  / , e (iii)  / . (o ultimo 
caso produz um ciclóide.) 

2‐23.  Uma  partícula  de  massa  1   está  sujeito  a  uma  força  unidimensional  , 
onde  1 /   e  0,5 .  Se  a  partícula  esta  inicialmente  em  repouso,  calcular  e  fazer  o 
gráfico,  com  a  ajuda  de  um  computador,  da  posição,  da  velocidade,  e  aceleração  da  partícula 
como função do tempo. 

2‐24. Um esquiador pesando 90  partiu do repouso para baixo de uma colina inclinada de 17 . Ele 


esquiou 100  colina abaixo e então deslizou por 70  ao longo de neve na base até que parou. 
Determine o coeficiente de atrito cinético entre os esquis e a neve. Que velocidade o esquiador 
terá na base da colina? 

2‐25. Um bloco de massa  1,62  deslizando para baixo de uma inclinação sem atrito (Figura 2‐


A). O bloco é abandonado de uma altura  3,91  acima da base do laço. 

(a) Qual é a força do trilho inclinado sobre o bloco na base (ponto  )? 


(b) Qual é a força do trilho sobre o bloco no ponto B? 
(c) Com que velocidade o bloco deixa o trilho? 
(d) Quão distante do ponto A o bloco permanecerá ao nível do solo? 
(e) Esboce o gráfico da energia potencial   do bloco. Indique a energia total sobre o esboço. 
P á g i n a  | 54 
 

 
FIGURA 2‐A Problema 2‐25. 

2‐26. Uma criança desliza um bloco de massa 2  ao longo de um piso escorregadio da cozinha. Se 
a velocidade inicial é 4 /  e o bloco atinge uma mola com constante de mola de 6 / , qual é 
a  compressão  máxima  da  mola?  Qual  é  o  resultado  se  o  bloco  desliza  através  de  2   de  um 
assoalho rugoso que possui  0,2? 

2‐27. Uma corda tendo uma massa total de 0,4  e comprimento total de 4 tem 0,6 m de corda 


pendurada verticalmente para baixo, fora de um banco de trabalho. Quanto trabalho deve ser 
feito para colocar toda a corda sobre o banco? 

2‐28.  Uma  super  bola  de  massa    e  uma  bolinha  de  gude  de  massa    são  abandonadas  de  uma 
altura   com a bolinha de gude exatamente sobre o topo da super bola. A super bola possui um 
coeficiente de restituição de aproximadamente 1 (isto é, sua colisão é essencialmente elástica). 
Ignore  os  tamanhos  da  super  bola  e  da  bolinha  de  gude.  A  super  bola  colide  com  o  assoalho, 
salta, e toca a bolinha de gude, que se move para cima. Quão alto a bolainha de gude irá se todo 
o movimento é vertical? Quão alto subirá a super bola? 

2‐29. Um motorista de automóvel que viaja até 8% bate grade em seu freio e derrapa 30 m antes de 
bater num carro estacionado. Um advogado contrata um especialista, que mede o coeficiente de 
atrito cinético entre os pneus e a estrada como sendo  0,45. O advogado está correto ao 
acusar o motorista de exceder a velocidade limite de 25 MPH? Explique. 

2‐30. Um estudante abandona um  balão cheio de  água a partir do telhado  do prédio mais alto da 


cidade  tentando  atingir  seu  companheiro  de  quarto  no  solo  (que  é  muito  rápido).  O  primeiro 
estudante vira rapidamente a cabeça e ouve o estalo da água 4.021  após abandonar o balão. 
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Se a velocidade do som é 331 / , determine a altura do edifício, desprezando a resistência do 
ar. 

2‐31. No Exemplo 2.10, a velocidade inicial da partícula carregada chegando não tem componente 
ao  longo  do  eixo  .  Mostre  que,  mesmo  que  ela  tivesse  uma  componente  ,  o  movimento 
subseqüente da partícula seria o mesmo – que somente o raio da hélice seria alterado. 

2‐32. Dois blocos de massas diferentes estão conectados por uma corda sobre uma polia lisa (Figura 
2‐B).  Se  o  coeficiente  de  atrito  cinético  é  ,  qual  é  o  ângulo    da  inclinação  que  permite  às 
massas se mover com velocidade constante? 

 
FIGURA 2‐B Problema 2‐32 

2‐33. Execute cálculos no computador para objetos movendo‐se verticalmente no ar sob a ação da 
gravidade e experimentando uma força de resistência proporcional ao quadrado da velocidade 
do objeto (veja Equação 2.21). Use as variáveis   para a massa e   para o raio do objeto: Todos 
os objetos são abandonados do repouso do topo de um edifício em construção de 100 m. Use 
um valor de  0,5 e faça o gráfico no computador da altura  , velocidade  , e aceleração   
versus   para as seguintes condições e responda as questões: 

(a) Uma bola beisebol de  0,145  e  0,0366 . 


(b) Uma bola de ping‐pong de com  0,0024  e raio  0,019 . 
(c) Uma gota de chuva de  0,003 . 
(d) Todos  os  objetos  alcançam  suas  velocidades  terminais?  Discuta  os  valores  das  velocidades 
terminais e explique suas diferenças. 
(e) Porque uma  bola de  beisebol pode ser  arremessada mais longe  do que  uma  bola de ping‐
pong mesmo que a bola de beisebol tenha muito mais massa? 
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(f) Discuta  as  velocidades  terminais  de  gotas  de  chuva  grandes  e  pequenas.  Quais  são  as 
velocidades terminais de gotas tendo raios de 0.002  e 0.004 . 

2‐34.  Uma  partícula  é  abandonada  do  repouso  ( 0)  e  cai  sob  a  influência  da  gravidade  e 
resistência do ar. Determine a relação entre   e a distancia de queda   quando a resistência do 
ar é igual a (a)   e (b)  . 

2‐35.  Execute  os  cálculos  numéricos  do  Exemplo  2.7  para  os  valores  dados  na  Figura  2‐8.  Faça  os 
gráficos  das Figuras  2‐8  e  2‐9.  Não  faça  copia  da  solução  no  Apêndice  H;  construa  sua  própria 
solução. 

2‐36.  Uma  arma  está  localizada  sobre  um  penhasco  de  altura  h  com  vista  para  o  vale  do  rio.  Se  a 
velocidade na boca da arma é  , determine a expressão para o alcance como função do ângulo 
de elevação da arma. Resolva numericamente para o alcance máximo de aproveitamento para o 
vale para uma dada altura   e  . 

2‐37. Uma partícula de massa   possui velocidade  / , onde   é seu deslocamento. Determine 


a força   responsavel. 

2‐38.  O  modulo  da  velocidade  de  uma  partícula  de  massa    varia  com  a  distância    como 
.  Suponha  0 0  em  0.  (a)  Determine  a  força    responsável.  (b) 
Determine   e (c)  . 

2‐39. Um barco com velocidade inicial   é lançado em um lago. O barco é desacelerado pela água 
com  uma força  .  (a) Determine a  expressão para o  modulo  da velocidade  .  (b) 
Determine o tempo e (c) a distancia para o barco parar. 

2‐40. Uma partícula move‐se em uma orbita bidimensional bem definida por 

2 sen  

1 cos  

(a) Determine a aceleração tangencial   e a aceleração normal   como função do tempo onde 


as componentes tangenciais e normais são tomadas com relação à velocidade. 
(b) Determine em quais tempos na órbita   possui um Maximo. 

2‐41. Um trem se move ao longo dos trilhos com uma velocidade constante  . Uma mulher dentro 
do  trem  arremessa  uma  bola  de  massa  a  frente  com  uma  velocidade    com  respeito  a  si 
mesmo. (a) Qual é a energia cinética ganha da bola quando medida por uma pessoa no trem? (b) 
por  uma  pessoa  parada  com  relação  aos  trilhos?  (c)  Quanto  trabalho  é  feito  pela  mulher 
lançando a bola e (d) pelo trem? 
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2‐42.  Um  cubo  sólido  de  densidade  uniforme  e  lados    está  em  equilíbrio  sobre  o  topo  de  um 
cilindro  de  raio    (Figura  2‐C).  Os  planos  dos  quatro  lados  do  cubo  são  paralelos  ao  eixo  do 
cilindro.  O  contato  entre  o  cubo  e  a  esfera  é  perfeitamente  rugosa.  Sob  que  condições  o 
equilíbrio é estável ou não estável? 

 
FIGURA 2‐C Problema 2‐42. 

2‐43.  Uma  partícula  está  sob  a  influência  de  uma  força  / ,  onde    e    são 
constantes  e    é  positivo.  Determine    e  discuta  o  movimento.  O  que  acontece  quando 
/4? 

2‐44.  Resolva  o  Exemplo  2.12  usando  força  em  vez  de  energia.  Como  você  pode  determinar  se  o 
equilíbrio do sistema é estável ou instável? 

2‐45. Descreva como determinar se um equilíbrio é estável ou instável quando  / 0. 

2‐46.  Escreva  o  critério  para  determinar  se  um  equilíbrio  é  instável  ou  estável  quando  todas  as 
derivadas até ordem  ,  / 0. 

2‐47. Considere a partícula movendo‐se na região  0 sob a influência do potencial 

onde 1   e  2 .  Faça  o  gráfico  do  potencial,  determine  os  pontos  de  equilíbrio,  e 
determine se eles são máximos ou mínimos. 

2‐48. Duas estrelas ligadas através de força gravitacional com massas iguais  , separadas por uma 
distância , giram em torno do seu centro de massa em órbitas circulares. Mostre que o período 
/
 é proporcional a   (Terceira Lei de Kepler) e determine a constante de proporcionalidade. 

2‐49. Duas estrelas ligadas através de força gravitacional com massasdiferentes   e   separadas 


por uma distância  , giram em torno do seu centro de massa em órbitas circulares. Mostre que 
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/
o  período    é  proporcional  a    (Terceira  Lei  de  Kepler)  e  determine  a  constante  de 
proporcionalidade. 

2‐50. De acordo com a relatividade especial, uma partícula de massa de repouso   acelerada em 
uma  dimensão  por  uma  força    obedece  a  equação  de  movimento  / .  Aqui 
/
/ 1 /  é o momento relativístico, que se reduz a   para  / 1. (a) para o 
caso de   constante e condições iniciais  0 0 0 , determine   e  . (b) Esboce seu 
resultado  para  .  (c)  Suponha  que  / 10 /  (   sobre  a  Terra).  Quanto  tempo  é 
exigido para a partícula alcançar metade da velocidade da luz e de 99% da velocidade da luz? 

2‐51.  Faça  a  suposição  (não  realística)  que  um  barco  de  massa    desliza  suavemente  com 
velocidade  inicial    na  água  é  desacelerado  por  uma  força  de  resistência  viscosa  de  modulo 
, onde   é uma constante. (a) Determine e esboce  . Quanto tempo toma o barco para 
atingir uma velocidade  de  /1000? (b) Determine  . Por quanto o barco se desloca neste 
tempo? Seja  200 ,  2 / , e  0,2 . 

2‐52.  Uma  partícula  de  massa    movendo‐se  em  uma  dimensão  possui  energia  potencial 
/ / ,  onde    e    são  constantes  positivas.  (a)  Determine  a  força  ,  que 
age sobre a partícula. (b) Esboce o gráfico de  . Determine as posições de equilíbrio estável e 
instável.  (c)  Qual  é  a  freqüência  angular    de  oscilações  em  torno  do  ponto  de  equilíbrio 
estável? (d) Qual é a velocidade mínima que a partícula deve ter na origem para escapar para o 
infinito? (e) Em  0 a partícula está na origem e sua velocidade é positiva e igual em modulo a 
velocidade de escape da parte (d). Determine   e esboce o gráfico para o resultado. 

2‐53. Quais das seguintes forças são conservativas? Se conservativa, determine a energia potencial 
.  (a)  ,  ,  .  (b)  / ,  ln , 

/ . (c)  ̂ /  ( ,  , e   são constantes). 

2‐54. Uma batata de massa 0,5  move‐se sob a gravidade da Terra com força de resistência do ar 
de  – .  (a)  Determine  a  velocidade  terminal  se  a  batata  é  abandonada  do  repouso  e 
0,01 .(b) Determine a altura máxima da batata se ele tem o mesmo valor de  , mas ela é 
inicialmente lançada diretamente para cima com uma arma feita de batata pelo estudante com 
velocidade inicial de 120 / . 

2‐55. Uma abóbora de massa 5 kg disparado de um canhão feito pelo estudante com ar comprimido 
faz uma elevação de 45  alcança uma distancia de 42 m do canhão. Os estudantes usando feixes 
luminosos e fotocélulas para medir a velocidade inicial de 54 / . Se a força de resistência do ar 
era  , qual era o valor de  ? 

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