Racismo tem por definição o conjunto de atos e crenças que afirmam a

superioridade de uma raça em detrimento de outra. No Brasil, a escravidão, forma mais

explícita de racismo, tem seu início no séc. XVI e sua criminalização a partir do séc.
XIX, resultando em mais de 300 anos de torturas, desigualdade e inúmeros atos
hediondos. Contudo, o racismo não foi abolido juntamente com a escravidão, pelo
contrário, este se fundiu a estrutura social e econômica brasileira.

De acordo com o IBGE, cerca de 54% da população brasileira é negra, e de acordo

com o IPEA,70% vive em situação de pobreza. Isso pode ser explicado pelo difícil
acesso a escolas e faculdades, bem como falta de disposição de vagas em cargos de alto
nível em empresas e demais instituições. Como a escritora Carolina Maria de Jesus
expôs antes de ser conhecida por seu trabalho: “Não digam que fui rebotalho, que vivi à
margem da vida. Digam que eu procurava trabalho, mas fui sempre preterida. Digam ao
povo brasileiro que meu sonho era ser escritora, mas eu não tinha dinheiro para pagar
uma editora”.

Outro traço marcante do racismo estrutural é a violência policial que perdura há

séculos, como o abolicionista Luiz Gama escreveu em um de seus poemas, dizendo que,
para os brancos, a cor negra é um mal de nascença, um estigma de crime. De acordo
com o Jornal Globo,78% dos mortos em operações policiais no Rio de Janeiro são
negros, somando a esse número há também o número de presos injustamente que é
cerca de 40%, de acordo com o site da organização sem fins lucrativos Ponte
Jornalismo.

Portanto é necessária a conscientização através de palestras e iniciativas em escolas,

estimulando o respeito entre os indivíduos, pois como o ativista Nelson Mandela
manifestou, nenhuma pessoa nasce odiando outra por sua cor, o ódio é aprendido. São
cabíveis, inclusive, através do Estado, mais especificamente órgãos como o Legislativo,
o Executivo e o Judiciário a criação e manutenção de leis mais rígidas contra atos
racistas, bem como a punição a pessoas e até coletivos como empresas e instituições que
cometerem tais atos.