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DIVERSIDADE DA RELIGIOSIDADE AFRO-BRASILEIRA

Thiago L. Pires (UNESPAR-UV)

Orientador: Ilton Cesar Martins

RESUMO

Tenho estudado as religiões africanas no Brasil, que sempre vi referir como grandes
representantes: a Umbanda, unida á Quimbanda, o Candomblé e o Catimbó. E sempre tenho ouvido
isso como se essas religiões fossem a mesma coisa. Num país com influência africana forte como a
do Brasil, que serviu de bom solo para a germinação dessas crenças, e que mesmo assim ainda não
aprendeu as diferenças básicas delas, encontra-se a necessidade de um trabalho como este. O
Candomblé, onde se mediam os Orixás, em suas diversas nações, a Umbanda, dos Caboclos, a
Quimbanda, dos mal compreendidos Exus, e o Catimbó, dos Encantados, em todas as suas
peculiaridades, são religiões que mostram a brasilidade integralmente.

PALAVRAS CHAVE

Religiões, magia, iniciações e cultos

INTRODUÇÃO

Durante cinco séculos, o Brasil esteve intimamente ligado á África. Dentro


desse tempo, ambos os continente se comunicaram entre si, tornando o Brasil ao
longo da história uma segunda África. Robert Avé-Lallemente, ao visitar a Bahia do
século XIX, disse que se não soubesse que a cidade ficava no Brasil “poder-se-ia
tomá-la sem muita imaginação, por uma capital africana” (SOUZA JUNIOR, 2006).

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A população negra no Brasil só é inferior a do próprio continente africano.
Quinhentos anos de construção conjunta deve ter dado à cultura brasileira não um
toque especial africano, mas suas bases e pilares mais profundos.

É inadmissível, portanto, que conheçamos tão pouco sobre o pensamento


religioso que nos legou essa construção conjunta (se não for a mais importante).
Todos nós sabemos falar claramente sobre as diversas manifestações cristãs
européias, mas sabemos muito pouco sobre as religiões de matriz africana, talvez
por que nunca tenha interessado saber sobre o modo como os africanos viam deus,
talvez por que o culto é um mistério revelado unicamente aos iniciados, ou por
que, simplesmente, nunca tivemos acesso a informações claras sobre o assunto.

Não foi uma única vez que, procurando informações sobre a origem da
religiosidade africana no Brasil, que encontrei frases do tipo “as religiões africanas,
Umbanda, Quimbanda, e Candomblé...”, apontando o quadro geral, como se fossem
a mesma coisa. Aos olhos leigos, é perdoável que haja certa confusão, pois parecem
ver uma planície de um avião, onde tudo embaixo parece único: sabe, porém, o
viajante terreno que isso não corresponde à verdade, e que cada detalhe faz muita
diferença. É como nós, quando olhamos o mar, sem prestar atenção á sua
profundidade. É chegada, porém, a hora de abandonar as tolices do conhecimento
superficial e mergulhar nesse mar, por que conhecer a cultura afro-brasileira não é
um favor que dispensamos àquele povo, é uma obrigação para conosco mesmos, é
uma tarefa de autoconhecimento, pois não existe no Brasil cultura européia ou
africana, mas a cultura brasileira, que assemelhasse a deusa indígena Cy, que tinha
tantas faces quanto à própria lua.

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Essa foi à motivação que levou á elaboração desse trabalho, e que irá
mostrar as múltiplas formas que a religiosidade africana tomou em terras tão
inconstantes e vastas como o Brasil.

I- AS RELIGIÕES AFRICANAS NO BRASIL DO SÉCULO XXI

Foi no início do século XX que estudos acerca da crença que vinha da África
começaram a ser desenvolvidos. Mas eram, como qualquer coisa nova, ainda muito
pueris e pouco profundas. Sem contar o fato de que, por exemplo, a umbanda
surgiu na primeira década daquele século, o que faz os trabalhos daquela época
suficientes para seu contexto: mas não para nós.

Por isso, resumi as informações mais relevantes dentro de cada religião


afro-brasileira para podermos fazer um quadro comparativo eficaz na
compreensão de cada vertente que a fé de nossos antepassados tomou no Brasil.

I.I- O Candomblé

Instituições religiosas de matriz africana têm no Brasil casas de culto muito


antigas, do inicio do século XIX; fora as confrarias e templos religiosos pouco
conhecidos que negros africanos fundaram pelos quatro cantos do Novo Mundo
muito antes da institucionalização efetiva do Candomblé.

O que percebemos, tanto em fontes escritas como em fontes orais, é que o


Candomblé foi trazido diretamente da África e reorganizado pelas condições

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oferecidas pelo Brasil. O Ilé Axé Yá Nassô, o terreiro do Engenho Velho, fora
fundado pela mulher cujo nome lhe deu o Título, Yànassô Akalá, que viajou para
Ketu, no Benin, acompanhada de mais duas jovens, possivelmente parentes,
permanecendo sete anos na cidade. Quando voltaram, com duas crianças, filhas das
sacerdotisas já devidamente preparadas, fundaram o candomblé. Bastide acredita
que foram as confrarias que, juntas, deram possibilidade para a instalação de uma
casa de culto, tão necessária para a comunidade afro-brasileira da época.

Mas desde então o Candomblé passou por inúmeras transformações. Na


época de Nina Rodrigues (primeiras três décadas do século XX) o candomblé era a
religião dos negros. Hoje, dentro das comunidades religiosas há grande
predominância de pessoas de pele européia, mas com alma africana. O povo do
candomblé acompanhou as transformações do mundo externo, onde a etnia não
estava mais separada.

A característica mais importante do Candomblé é o culto aos Orixás. Todo


o processo de iniciação tem o objetivo de trazer o axé do Orixá para dentro da
Yawô, a filha de santo, para que ele, através dela, possa vir do Orun e abençoar o
mundo. Que fique claro que uso o termo “Orixá” por que é o termo mais
popularmente conhecido. Sabemos, porém, que Candomblé é um nome genérico
que se dá ao culto aos deuses africanos em sua forma mais primitiva. O Brasil está
recheado de inúmeras etnias africanas, e cada uma delas trouxe sua forma de ver e
cultuar seus deuses. Assim temos o vodum da nação jeje, os inkices da tradição
congo-angola, os orixás da tradição de ketu, dentre outros. Todos, porém, são
manifestações da natureza. Todos esses povos contribuíram muito profundamente

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para a formação do Brasil que nós conhecemos, e deixaram de legado uma religião
tão forte que persiste ainda hoje.

Graças à sua forma mais primitiva (uma vez que fora trazido da costa
africana), o Candomblé tem uma forma de iniciação mais rígida que as outras
religiões afro-brasileiras. Ainda se mantém velhos ritos e costumes, inda que sob
novas interpretações. Ainda se fazem uso de ervas, de transes profundos
provocados pela dança e cânticos coletivos ainda no idioma da nação. A orquestra
é muito vasta, e os tambores e atabaques tocam, com as mãos e varetas, ritmos
específicos de cada orixá. Por isso, tem a fama de ser mais “pesado” que suas
religiões irmãs.

A forma de culto é completamente distinta das outras: a iniciação é dada


mediante a escolha do deus particular de cada filho de santo, e de seu preparo para
mediar a força do deus que o escolheu. Junto com o deus virá um Exú, como criado
do deus, cuja finalidade é ensinar as coisas que se referem na comunicação da terra
com o reino dos deuses e resolver problemas do mundo profano, e um Ibeji, o
conhecido Erê, que faz a comunicação entre o reino dos deuses e a terra, sendo o
ponto de equilíbrio entre os estados alterados de consciência do deus e da mente
humana que ocupam o mesmo corpo.

A iniciação dura, em média, de dezesseis a vinte e dois dias, que, dentre


outras coisas, exige a permanência do adepto dentro da casa de culto, comidas
especificas, purificações e muita meditação.

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Quando questionei célebres pais de santo de Umbanda em União da Vitória
sobre as principais diferenças, todos foram unânimes quanto ao quesito sacrifical.
Segundo eles, o Candomblé prepara as sacerdotisas “no sangue”. O Candomblé
ainda hoje mantém os sacrifícios de animais específicos para cada divindade, sob
rituais também específicos, e cuja carne será consumida pelos membros da
comunidade durante o processo de iniciação dos filhos. A matança ritualística
ainda é um fator indispensável da iniciação ao Candomblé.

Assim, pelo caráter tradicional, o Candomblé, em suas múltiplas nações, é


ainda a ponte entre o Brasil e a África e o grande responsável pela manutenção de
tradições milenares.

I.II- A Umbanda

Talvez o culto mais conhecido pelos brasileiros que tem raiz africana é a
umbanda. Mas ela não é uma religião africana em sua essência: sua essência é
realmente brasileira. Analisando com profundidade, ouso dizer que a umbanda só
é africana em seu culto aos orixás e em rituais específicos que são reproduções dos
do candomblé.

Em 1908, durante uma seção espírita, filosofia que era uma verdadeira
febre na época, um médium manifestou uma força espiritual que não tinha a
característica da educação européia que tanto desejam os espíritas dos espíritos
com quem se comunicam. Essa força espiritual disse que era chegada a hora de
uma nova interpretação dos valores espíritas, mais aberta para os espíritos que

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não tinham a forma que eles esperavam; que os homens da terra tinham que amar
mais uns aos outros, e que para isso velhos tabus tinham de ser desfeitos. O
espírito bebeu água e fumou cachimbo, apresentando-se como o Caboclo das Sete
Encruzilhadas “porque, para mim, não haverá caminhos fechados”. Obviamente
que os espíritas interpretaram o Caboclo como um espírito pouco evoluído, e não
admitiam sua manifestação. Seu médium foi expulso e passou a realizar rituais
autônomos. Estava fundada a Umbanda. É essa a história aceita entre os
praticantes da religião.

Sabemos, porém, que, na fusão de inúmeras culturas dentro de um mesmo


espaço, é claro que a religião sofreria incursões também. Durante a febre espírita
do fim do século XIX e inicio do XX, com a autonomia que cada casa de culto aos
deuses africanos tem, surgiram conceitos como Candomblé de Caboclo, onde se
mediavam Caboclos ao lado de deuses.

Aos poucos, os orixás, voduns e inkices pareciam distantes perto dos


caboclos, aumentando a popularidade desses. E como se pode presumir, a
umbanda pode ter, como o candomblé, diversas ramificações e títulos: não se
esperava uma unidade num pais do tamanho do Brasil. Pode ser batuque em Minas
Gerais, Pará no Rio Grande do Sul, mas é a mesma doutrina e a mesma forma de
trabalhar. Depois que o candomblé foi interpretado pela ótica espírita, se deu inicio
a comunidades que precederiam a umbanda de hoje. Por isso, a umbanda, embora
repleta de conceitos espíritas traga muito da forma de iniciação do candomblé: a
junção de uma doutrina que se estabelecia e uma forma de iniciação eficaz, mística
e pouco conhecida e a sabedoria indígena milenar.

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Na umbanda, o adepto é admitido mediante comprovação de sua
mediunidade. Até mesmo o titulo que se dá aos adeptos é “médium”, e não “Yawô”
ou “filho de santo”. As danças, embora muito parecidas com a dos orixás do
candomblé, é muito mais silenciosa, tímida, sempre acompanhada de palmas. Suas
cantigas sempre são em português, embora uma ou outra palavra desconhecida
pelos profanos seja encontrada nas letras, como calunga (cemitério), ganga (sumo
sacerdote), zumbo e quizumba (feitiçaria), entre outros. O toque é sempre o mesmo
para todas as entidades, diferenciando-se apenas a velocidade em que é executado,
e só se toca com as mãos.

Aí encontramos outra diferença fundamental: as forças que possuem o


corpo do médium são as entidades espirituais de Aruanda. Segundo a crença, essas
entidades são espíritos muito importantes da Terra, que morreram em geral de
mortes violentas e que, pelo seu sofrimento, alcançaram a iluminação. No reino de
Aruanda, em cada região específica (do mar, da pedreira, da cachoeira, da mata...),
esses espíritos foram ensinados por entidades mais velhas para que eles mesmos
pudessem deixar de serem espíritos comuns e se tornarem entidades. Juntos com
os deuses de cada elemento da natureza onde eles foram educados, os orixás, eles
vem para a Terra para realizar boas obras que lhes foram ensinadas.

A iniciação á umbanda é, embora mais simples, mais continua e demorada.


O adepto passa por um período onde todas as entidades que ele carrega consigo
possam se manifestar e se apresentar. Depois disso, a mãe ou pai de santo usará a
força dessas entidades para ligar o médium ao seu orixá. Mas, graças ao fato de ter

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um ritual mais simples, que possibilite uma freqüência maior de rituais (em geral
duas vezes por semana), isso pode levar anos de freqüência e aprendizado.

Não se prepara um sacerdote de umbanda com sangue. Isso é feito mediante


a força de ervas específicas, banhos rituais, deitadas (momentos de meditação,
estirada diante do orixá) e oferendas. Os fios de contas são diferentes dos do
candomblé, que são de miçangas médias: costumam ser de bolinhas de cristal na
cor da entidade e do orixá que rege o médium, que ele vai aprimorando a medida
que suas entidades vão de manifestando. Vez ou outra se mata uma galinha ou um
pato, mas não está ligado ao médium, mas à oferenda que será entregue a alguma
entidade.

Por isso, a essa religião completamente brasileira deve ser respeitada


justamente pela brasilidade de que ela está repleta, como fruto dessa sociedade
totalmente hibrida.

I.III- A Quimbanda

Explicar a Quimbanda é mais fácil depois que apresentou a Umbanda, por


que é exatamente a mesma coisa, só que as entidades aqui são mais profanas e
menos místicas que os da umbanda.

Em geral, a quimbanda é a umbanda dos Exús, e não dos Caboclos. Mas esse
não é o mesmo Exú do Candomblé: é um espírito, e não uma força da mente.

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Na quimbanda se encontra um Zé Pelintra, um malandro baiano, que fora
assassinado pela família de uma moça de importante família, que, segundo a lenda,
teria sido por ele deflorado. Encontra-se uma Maria Padilha, que fora estuprada e
assassinada por policiais na porta de seu próprio cabaré. Uma Maria Mulambo,
mulher da nobreza que abandonou tudo para viver um grande amor com um
plebeu e que morreu mendiga, alcoólatra e desiludida. O famoso Tranca Rua,
espírito de um malandro da Lapa do Rio de Janeiro, que morrera assassinado na
encruzilhada, que ele passou a guardar. Esses espíritos se tornaram entidades
graças a sua forma de morrer e por que tinham uma essência que nunca mais seria
encontrada. Mas elas podem também ser a forma da revolta contra os abusos, a
indignação de uma sociedade que defende a injustiça. Para os médiuns de
umbanda, as entidades da Esquerda são aquelas que estão mais perto dos seres
humanos, que estão todos nas trevas. Como habitantes das trevas, esses Exús e
Pomba-Giras conhecem muito bem seus caminhos e artimanhas e sabem como
chegar até a luz.

Também existem orixás na quimbanda, e cada entidade vem sob a força de


um deles, geralmente os mais temidos da Umbanda, como Omulu, deus das pestes
e das almas, e Iansã, deusa da tempestade e das almas também. Maria Mulambo é
da ordem de Nanã, deusa muito velha, e por isso símbolo da decadência e do fim da
vida, bem como de seu recomeço.

Hoje, porém, é raro encontrar terreiros de Umbanda ou Quimbanda: em


geral elas andam juntas, tendo Exús, Pomba-Giras, Caboclos e Pretos-Velhos um
papel específico na liturgia do culto.

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I.IV- O Catimbó

As duas últimas religiões citadas têm como vimos uma forte ligação com o
espiritismo kardecista. O catimbó, porém, mais predominante na região Norte do
Brasil, onde a presença indígena é muito mais forte, as religiões africanas se
fundiram com as indígenas e deram inicio a essa manifestação religiosa muito
particular.

Como nas religiões indígenas, o transe é provocado pelos deuses das


plantas, o que condizia com o candomblé e suas ervas de fundamento. Por isso a
admissão do adepto se dá via revelação, por que o transe que é um dom para o
candomblé e umbanda é conseguido no catimbó via ervas sagradas devidamente
preparadas. São forças encantadas como a da Jurema.

Chegamos ao principal fator que caracteriza o catimbó: o culto aos


Encantados. Segundo a crença, Jurema, uma índia (ou cabocla) recebia sempre
instruções da Deusa do Céu, e com essas instruções aprendeu a curar doenças,
domar animais selvagens e as manifestações naturais como a chuva e o vento, a
queda das águas, etc. Um dia essa Deusa disse que seu tempo aqui neste mundo
havia passado e que ela seria rainha de outro reino. A cabocla Jurema foi para o
interior de uma mata virgem e lá “encantou”, ou seja, ao invés de morrer, tornou-se
um ser encantado, manifestado através do pé de Jurema Preta. Depois de se tornar
rainha do Juremá, o reino dos encantados, ela abriu a porta para a Terra, por onde
outros encantados poderiam passar e instruir novos discípulos. Esses encantados
são os Caboclos Juremeiros, e nos catimbós são tratados com o título de Mestres de
Jurema.

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Como o Elemental da Jurema é quem abre as portas, é desnecessário o uso
de sacrifícios, pois embora muito do ritual africano tenha sido mantido quanto à
música, vestuário, preparação sacerdotal, ancestralidade e organização dos Deuses,
o catimbó é muito mais indígena na sua forma essencial.

II- Quadro Geral – resumo


Candomblé Umbanda Quimbanda Catimbó
Força divina Forças da natureza: Entidades, Entidades, Os encantados, mestres
orixás, voduns e espíritos sagrados espíritos da sabedoria da jurema
inkices profanos
Adeptos Yawôs (orixá) Médium Médium Catimbozeiro
Vodunsi (vodum)
Muzenza (inkice)
Origem Nagô: orixá Fusão entre o Junto à da Fusão entre as crenças
Jeje: vodum candomblé e o umbanda. africanas e indígenas.
Angola: inkice espiritismo, com
toque indígena
Lugar sagrado Orun Aruanda Aruanda e os O Reino do Juremá
reinos
inferiores
Iniciação Dada pela escolha Dada de acordo De acordo Pela admissão do mestre
do orixá; feita via com a com a mediante teste feito pelo
ervas sagradas e mediunidade; mediunidade candidato com as ervas
consagrações seguindo ritos sem os ritos sagradas
sistemáticas. específicos, de
banhos e purificação.
oferendas
Peculiaridades Cânticos em idioma Cânticos em Cânticos em Cânticos entoados em
rituais da nação; português; português; português;
Uso de ervas Uso de ervas para Uso de velas, Uso de ervas sagradas,
sagradas e defumação e comidas velas, e banhos;
sacrifícios; banhos; especificas, Uso de tambores,
Oferendas e Uso de velas e fumo e atabaques, chocalhos,
meditação. oferendas. bebidas. xequerés e xirês.
Uso de vasta Uso de tambores e Tambores e
orquestra de atabaques atabaques
percussão

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III- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Cremos que a própria mística que envolve a magia africana no Brasil baste
para justificar um trabalho como esse. A longa prole de Santo presente em nosso
país é encantadoramente vasta e rica. Talvez pelo mistério, ou talvez pelo fato de
que dentro das paredes dos terreiros todos são iguais, como uma grande família:
algo tão distante da realidade que se vive no mundo profano.

Contudo, cremos também que o relevante seja necessariamente o papel que


essas religiões têm na sociedade. Se for verdade ou não, cabe aos adeptos dizer,
pois a verdade pode ter tantas faces quanto a Cy que citamos. Para os filhos de
santo, yawôs, médiuns, vodúnsis, muzenzas, catimbozeiros é importante, por que
não há lugar onde a história seja tão importante como nas casas de culto afro-
brasileiras, e a história deve estar lá, para servir conforme seus poderes.

Possamos começar a conhecer e entender essas faces do Brasil ainda tão


ocultas ante nossos olhos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEVEDO, J. Tudo que você precisa saber sobre umbanda. São Paulo: Universo
dos livros, 2010. Volume 1.
____. Tudo que você precisa saber sobre umbanda. São Paulo: Universo dos
livros, 2009. Volume 2.
____. Tudo que você precisa saber sobre umbanda. São Paulo: Universo dos
livros, 2009. Volume 3.
____. Orixás na umbanda. São Paulo: Universo dos livros, 2010.
BASTIDE, R. As Religiões Africanas no Brasil. São Paulo: Livraria Pioneira
Editora, 1971
CARNEIRO, E. Candomblés da Bahia. Rio de Janeiro: Conquista, 1961.
COSSARD, G. O. Awô, o Mistério dos Orixás. Rio de Janeiro: Pallas Editora, 2006.
FERRETTI, S. F. Sincretismo Afro-Brasileiro e Resistência Cultural. Faces da
Cultura Afro-Brasileira. Rio de Janeiro: Pallas Editora, 1999
HEYWOOD, L. M. Diáspora Negra no Brasil. São Paulo: Editora Contexto, 2009.
RODRIGUES, N. O Animismo Fetichista dos Negros Bahianos. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1935.
PARÉS, L. N. A formação do candomblé: história e ritual da nação jeje na
Bahia. Campinas: Editora da Unicamp, 2006.
SERRANO, C. & WALDMAN, M. Memória D’Àfrica. São Paulo: Cortez Editora, 2007.

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