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GN 101 – TURMA A

Gustavo Santos Fazan, RA: 171580


Texto: SZMRECSÁNYI, T. (2001) Esboços de História Econômica da Ciência e Tecnologia. In Soares, L. C. Da revolução Científica à Big (Business)
Science. Hucitec/Eduff , p. 155-200.
Parágrafo (§) Ideias principais Ideias secundárias
Desenvolvimento econômico e social Antigamente, só se consideravam os progressos técnicos. O progresso técnico-científico permitiu
Do § 1 ao § 10 depende do progresso técnico e científico. a Segunda Revolução Industrial. A 1ª Revolução Industrial (1ª RI) “não dependeu” da ciência,
Estimulam-se mutualmente. mas sim progresso social e econômico, que estimularam o progresso técnico.
Capitalistas passaram a monopolizar as fábricas e os operários a vender a força de trabalho.
1ª RI: Produção passou de artesanal para
Progresso tecnológico estendeu-se à todas as áreas, tornando-se autossustentável.
industrial. Redefinição dos agentes
Do § 11 ao § 17 Desenvolvimento econômico e técnico também resulta em perdas. Não são autossustentáveis.
econômicos: empregadores e empregados.
Progresso técnico da 1ª RI: maquinaria. Passagem do capitalismo mercantil para o capitalismo
Tecnologia: técnica + ciência.
industrial.
Mudanças importantes para a 1ª RI: As numerosas minas de carvão mineral favoreceram a Grã-Bretanha a ser a 1ª a industrializar-
Do § 18 ao § 23 substituição do carvão vegetal pelo mineral se, já que o comércio desse trouxe desenvolvimento econômico. “Carvoeiros forneceram o
e surgimento da máquina a vapor. combustível e a indispensável base técnica”. A 1ª RI foi um processo evolutivo e gradual.
Como no caso do carvão mineral, o mercado consumidor internacional também foi favorável
Crescimento do mercado consumidor e
para que o algodão se tornasse o principal produto da 1ª RI. Era fácil aumentar o plantio. Os
incapacidade de aumentar a produção
Do § 24 ao § 32 escravizados eram pagos com algodão. Houve aumento da oferta de mão de obra, gerando
manual forçou o surgimento de fábricas.
diminuição dos custos. Os operários passaram a ser substituíveis, tendo que submeter à baixos
Produto principal: algodão.
salários.
Fatores que levaram ao pioneirismo britânico: “política sensível às questões econômicas e
A 1ª Revolução Industrial ocorreu 1° na
Do § 33 ao § 47 sociais”, “agricultura capitalista”, “espírito burguês e desejo do lucro”, “níveis médios de renda
Grã-Bretanha por causa de seu
elevados”, “mão de obra numerosa e pouco custosa”, “influência internacional”, guerras de
desenvolvimento econômico e social.
expansão e domínio, percepção da importância econômica da tecnologia.
As crescentes relações entre ciência e A 2ª Revolução Industrial (2ª RI) foi possível graças a mudanças graduais e cumulativas nas
Do § 48 ao § 54 tecnologia permitiram a continuação do relações entre ciência, tecnologia e economia, promovendo o importante reconhecimento social
desenvolvimento econômico. das atividades científicas.
As consequências práticas favoreceram a Fatores favoráveis ao cientificismo: formação de comunidades científicas, disseminação de
Do § 55 ao § 60 especialização e profissionalização cada vez leitura científica e tecnológica, difusão de conhecimentos e inovações, introdução de novas
maior da ciência. disciplinas nos ensinos básicos, debates públicos sobre ciência e resultados concretos.
França criou um modelo de desenvolvimento científico que foi exportado. Houve investimento
Do § 61 ao § 68 França foi suprema na ciência, Grã-
público e oficial na pesquisa e profissionalização da ciência. Grã-Bretanha estava muito atrasada
Bretanha na técnica.
e foi ter mudanças significativas após as Guerras Napoleônicas.
Alemanha fez grandes progressos Diferenciação da pesquisa fundamental e pesquisa aplicada. 3 fases: “era dos fundadores”, sem
Do § 69 ao § 74 científicos ao focar sua educação superior muita distinção entre as duas; “época dos professores”, partiram da pesquisa aplicada para
na produção de novos conhecimentos. renovar a fundamental; “época dos gerentes”, pesquisa aplicada e empreendedorismo.
Auxílio financeiro não-estatal foram A interdisciplinaridade, a formação de cientistas-educadores e a organização universitária da
Do § 75 ao § 81
essenciais para o desenvolvimento alemão. Alemanha foram responsáveis por seu desenvolvimento científico e tecnológico.
EUA tiveram forte investimento público em Apesar de lento e descontínuo, a profissionalização da pesquisa estadunidense deu-se através de
Do § 82 ao § 92 atividades primadas, que, por sua vez, investimentos públicos e privados. Disparou após a Guerra Civil. Principal foco foram as
investiam em pesquisas. pesquisas agronômicas. Atualmente, tem a maior produtividade do mundo.
Abordagem inicial da 2ª RI. Diferentes Delimitada entre 1870/1880 e 1920/1930, a 2ª RI será abordada sob os aspectos dos novos
Do § 93 ao § 95
países estão em diferentes pontos dela. materiais, novas fontes de energia, novos processos de transformação e novos produtos.
Os avanços na produção do aço foram As novas técnicas de produção do aço permitiram as quedas dos custos/tonelada e aumento
Do § 96 ao § 102 primordiais para o desenvolvimento da astronômico da utilização dessa liga metálica. Favoreceu em muito o desenvolvimento de
indústria mecânica. indústrias mecânicas, principalmente nos Estados Unidos e na Alemanha.
Símbolo da 2ª RI, a energia elétrica deu A Alemanha e os Estados Unidos foram os principais agentes da produção e utilização de
Do § 103 ao § origem à novos produtos, processos de equipamentos e produtos elétricos. Nos EUA, possibilitou a descentralização das cidades e
108 produção, ramos industriais e práticas investimos de capital excedente. A relação entre progresso científico e tecnológico ainda não era
econômicas e sociais. direto, mas sim lento e complexo.
A indústria automobilística trouxe importantes mudanças para processos fabris e utilização de
A principal inovação da indústria
inovações técnicas, como o motor à combustão, peças intercambiáveis e possibilidades de
automobilística (“quintessência da 2ª RI)
Do § 109 ao § transformação industrial. A fabricação em série permitiu a queda do custo e aumento do mercado
são os processos de produção em série
121 consumidor, ao mesmo tempo em que os operários passaram a realizar trabalhos repetitivos e
(fordismo). Permitiu a fabricação em massa,
monótonos. Rendeu muitos lucros, pois os produtos eram acessíveis à maior parte da população.
resultando na queda dos preços.
Após saturar o mercado consumidor, valeu-se de estratégias de marketing.
Para continuarem competitivas, as empresas A eletricidade gerou diversos “duelos” entre países e empresas para desenvolver produtos mais
Do § 122 ao § precisaram construir e manter laboratórios eficazes e rentáveis. Os avanços permitiram reduzir a quantidade de energia para movimentar as
133 de pesquisa, favorecendo, assim, a produção máquinas, resultando na baixa dos preços e redução do trabalho humano. Empresas foram
científica forçadas a financiar pesquisas para não perder espaço no mercado consumidor.

Pergunta sobre a Segunda Revolução Industrial: Explique o significado do termo “ciência como capital” e o papel das atividades de pesquisa na segunda
revolução industrial.
R: Podemos entender o termo “ciência como capital” ao analisarmos os avanços científicos como impulsionadores do desenvolvimento econômico e vice-
versa. Durante todo o processo de industrialização, mais precisamente durante a Segunda Revolução Industrial, quando a ciência passou a receber mais investimentos,
podemos observar que os avanços trazidos por ela geravam aumento da produtividade, queda nos preços de produção e queda nos preços final, levando ao aumento
do mercado consumidor e das vendas. Assim, podemos afirmar que a ciência possibilitou crescimento dos rendimentos.
Após a Primeira Revolução Industrial, foi necessário aumentar a produtividade e desenvolver novos campos científicos, para que as fábricas não falissem
com a possível saturação do mercado consumidor pelos produtos já existentes. Dessa forma, a pesquisa foi absolutamente essencial para a Segunda Revolução
Industrial, já que possibilitou inúmeros avanços científicos, a criação de novos materiais, novas fontes de energia, novos processos de transformação e novos produtos.

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