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YOGA E ESPIRITISMO

Não é novidade para ninguém, pois entre os que se dedicam a prática do Yoga alguns são espíritas. Não existe qualquer
pesquisa ou estudo sobre isso, no entanto yogis e yoginis espíritas, hoje em dia, não são raros. Mas até que ponto o Yoga e o
espiritismo tem algo em comum? E será mesmo que tem?

Ele é praticante de Yoga e toda sexta-feira, às vinte horas, participa de uma reunião espírita num Centro Kardecista; uma
reunião mediúnica onde se tem contato com as entidades desencarnadas para que elas possam, na sua maior parte,
cientificarem que já não pertencem mais ao mundo material, mas sim ao espiritual.

Os participantes de uma reunião mediúnica previamente se preparam durante o dia em que a sessão é realizada; ou seja,
aquietam-se, não bebem álcool, não fumam, não discutem, evitam qualquer agitação e alguns até são vegetarianos e também
praticantes de Yoga. Outros, no entanto, são espíritas de carteirinha e não dão a mínima atenção à qualquer retidão e mesmo
assim frequentam as reuniões nos centros como se não possuíssem qualquer mácula que seja.

Antes de iniciar a reunião mediúnica, usualmente em um centro que segue a doutrina codificada por Allan Kardec, os
componentes do grupo fazem a leitura do evangelho segundo o Espiritismo e comentam algumas passagens.

Posteriormente, quando as luzes são apagadas e uma mais fraca permanece iluminando o ambiente, orações são feitas e os
médiuns, aqueles que tem a faculdade mediúnica para entrar em contato com as entidades desencarnadas, estão prontos para
as comunicações.

Não demora muito e o falatório na sala onde ocorre a sessão mediúnica se intensifica, enquanto os diversos médiuns
psicofônicos, que transmitem pela fala as mensagens dos desencarnados, são auxiliados por outros componentes do grupo
espírita: os dialogadores/passistas.
A concentração do médium psicofônico pede-se que seja intensa, pois por alguns minutos cede o seu “corpo energético”, e não o
físico, para que a comunicação do espírito desencarnado ocorra; acontecendo o mesmo com aqueles médiuns que psicografam
as mensagens ditadas pelos espíritos.

Nem sempre as entidades desencarnadas que aparecem em uma reunião mediúnica são pacíficas como um espírito de Luz ou
uma irmã Angélica que traz uma mensagem confortadora eivada de bons fluídos; na maioria das vezes surgem entidades menos
esclarecidas, espíritos obsessores, que desconhecem que estão desencarnados e andam por aí cheios de perturbações.

Essas entidades, de acordo com ordem divina, se aparecem, é por que podem ser esclarecidas e encaminhadas a um outro
patamar. E por aí vai o médium, tanto aquele que transmite as mensagens dos espíritos pela fala e pela escrita, auxiliando e
também sendo auxiliado, pois a função que exerce, que não deixa de ser uma ação de Karma Yoga, o permite resgatar débitos
desta e de vidas passadas de uma forma pacífica e positiva.

Colocando-se à mesa, pronto para a reunião, o corpo físico daquele ou daquela que caridosamente se predispõe ao intercâmbio
mediúnico já está bem relaxado e o processo de concentração se inicia, passando pela abstração das sensações
externas, pratyahara, seguindo até dharana, que é o estado de concentração propriamente dito.

Se o praticante de Yoga é espírita ou não, isto não faz qualquer diferença no bom andamento da sua prática e estudo; e, se o
médium ou qualquer outro componente de um grupo espírita pratica ou não Yoga, também não irá alterar a ordem dos fatores
numa reunião.

Separando muito bem o joio do trigo, podemos dizer que o Yoga e o Espiritismo são ações distintas, pois os que praticam Yoga
não recebem espíritos para serem esclarecidos durante uma prática e muito menos se pratica asanas  ou se visa moksha numa
sessão espírita.

No entanto, aquele médium que insere a prática do Yoga na sua vida, pode ter uma maior facilidade para abstrair os sentidos, se
concentrar, tornando-se mais perceptível e afiado para o intercâmbio com aqueles que se foram.

Harih Om!

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