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Vol 5
pesquisa em museologia e
perspectivas disciplinares
GT 14 GT 17
pôsteres
Realização
Rede de Professores e Pesquisadores do Campo da Museologia
Museu do Homem do Nordeste – Fundação Joaquim Nabuco
Departamento de Antropologia e Museologia – Universidade Federal de Pernambuco
Apoio
Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientíco e Tecnológico – CNPq
Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco – FACEPE
Agradecimentos
Instituto Ricardo Brennand
Laboratório de Tecnologia da Informação da Universidade Federal de Pernambuco
Museu Cais do Sertão
Paço do Frevo
GT 14
Museologia Social e Educação Integral:
aproximações, interlocuções
e experiências
GT 17
educação em museus
Apresentações em pôsteres
Anais do 2o Seminário Brasileiro de Museologia
Apresentação
Outras atividades
Título: Enxadas de açúcar: Economia e formação social na cção de José Lins do Rego
Autora: Mariana Duarte
Título: Uma coleção biográca: os Mestres Pastinha, Bimba e Cobrinha Verde no Mu-
seu Afro-Brasileiro da Universidade Federal da Bahia.
Organizadora: Joseania Miranda Freitas
Público atingido
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte e para ns não comerciais.
Museologia Social e
gt 14 • Educação Integral:
aproximações,
interlocuções e experiências
Resumo
O Museu, enquanto instituição social constitui-se como local de contemplação,
de fruição, de entretenimento, de prazer; possui compromissos educacionais,
funções sociais, mas principalmente insere-se no universo do conhecimento.
Nele, a cultura material constitui-se como documento, como registro e suporte
de significações culturais e identitárias e a exposição museográfica como um
discurso ou narrativa que visa a produção de sentidos. A relação existente entre
educação e museologia identifica aspectos referentes ao caráter educativo dos
museus e patrimônio presente nas diferentes funções museológicas
(preservação, pesquisa, comunicação) que qualifica a relação do indivíduo com
o patrimônio preservado, assim como auxiliam no processo de formação da
consciência histórica e noção de temporalidade, diálogo, criticidade,
participação, identidade e diversidade cultural. Neste sentido, o objetivo desta
comunicação é apresentar o Museu Antropológico do Cerrado-MACER, criado
no ano de 2015 como órgão suplementar da Universidade Federal de Goiás-
UFG na cidade de Catalão. Este museu antropológico tem como função tratar
da preservação e divulgação da memória e das práticas culturais do sudoeste
goiano por meio de diferentes perspectivas, seja elas históricas, sociais, políticas
e ambientais.
Palavras-Chave: Museu; Patrimônio; Memória: Sudoeste Goiano.
Abstract
The museum, as a social institution is constituted as a place of contemplation,
enjoyment, entertainment, pleasure; It has educational commitments, social
functions, but mostly is within the knowledge of the universe. In it, the material
culture is constituted as a document, such as logging and support cultural and
identity meanings and the museographic exhibition as a speech or narrative
aimed at the production of meaning. The relationship between education and
museology identifies aspects related to the educational character of museums
and heritage present in different museological functions (preservation, research,
communication) that qualifies the individual's relationship with the heritage
preserved, as well as assist in the historical consciousness of the training process
and the notion of temporality, dialogue, criticism, participation, identity and
cultural diversity. In this sense, the purpose of this communication is to present
the Anthropological Museum of the Cerrado-MACER, created in 2015 as a
1
Professor da Universidade Federal de Goiás – UFG.
2o Seminário brasileiro de museologia • 11
••••••••••
Introdução
3
A palavra museu tem sua origem no termo latim museum, que por sua vez deriva da palavra
grega mouseion, ou ainda, “casa das musas”. Na mitologia grega, as musas eram filhas de
Zeus e Mnemósine, sendo “deusas que deleitam o coração de Zeus e inspiram os poetas”
(Brandão, 1986, p. 153). Cada musa, ao todo nove, representava um ramo específico da
literatura, da ciência e das artes.
2o Seminário brasileiro de museologia • 15
4
Este Código de Ética foi revistro pela 21ª Assembléia Geral realizada em Seul, Coréia do Sul,
em 8 de outubro de 2004.
2o Seminário brasileiro de museologia • 17
5
Refere-se à Usina Hidrelétrica Serra do Facão construída no rio São Marcos, no estado de
Goiás, que entrou com a primeira unidade geradora de energia em operação comercial no mês
de julho de 2010 e a segunda em agosto do mesmo ano. Localiza-se entre os municípios de
Catalão e Davinópolis, ambos no Estado de Goiás.
2o Seminário brasileiro de museologia • 18
aos seus públicos o acesso a uma formação voltada para o contato com os
espaços museológicos, que os estimulem a olhar criticamente, a ler os objetos e
os espaços, a identificar as mensagens subentendidas, a perceber o discurso
oculto na expografia, a criar novos significados, relações, narrativas (2001, p.
119).
2o Seminário brasileiro de museologia • 20
Considerações Finais
Referências
Resumo
O presente artigo objetiva refletir de forma mediática sobre a relevância da
Educação Patrimonial nas instituições na cidade de Caxias-MA, para o
reconhecimento e pertencimento do patrimônio nas relações sociais e das ações
educativas que dialogam com as concepções de território, museu, museologia,
história, memória, na perspectiva de definir diretrizes que ressaltam o valor
patrimonial contribuindo com a identificação, valorização de uma história
secular. Metodologicamente o trabalho será desenvolvido através da pesquisa-
ação, tendo como suporte teórico-metodológico os autores Varine (2005),
Poulot (2005), Hernández (2006), Barbosa (2008), dentre outros, caracterizando
contribuições relevantes que impulsione mudanças reflexivas na postura social,
cultural e educativa da comunidade. Tendo ainda, análise das ações educativas
voltadas para a valorização do acervo patrimonial da cidade, contribuindo
assim, para difusão de políticas de afirmação do patrimônio. Posteriormente,
fundamentar-se-á dinâmica documental, oral e visual, perspectivando equalizar
as atitudes inovadoras, proporcionar integração entre o fazer e o refletir, e
transformar isso em algo pertinente e viável para a valorização da identidade
patrimonial da comunidade via interdisciplinaridade, escola, museus e espaços
alternativos. Como escolha para fundamentação e caracterização do
patrimônio, selecionou-se Caxias – MA, cidade que moldou-se ao longo dos
séculos e se projeta na perspectiva de ser reconhecida como patrimônio cultural,
berço de cultura, celeiro de literário, dona de um acervo arquitetônico rico e
variado, recantos naturais deslumbrantes. Portanto, as vias de concretização e
sistematização do reconhecimento, perpassam pela educação patrimonial e
pelas ações discutidas, refletidas nos espaços educativos formais e não-formais
como museus, associações, mostrando, também, as contribuições da arte como
parceira na valorização e construção de identidade e pertencimento de histórias
de vida.
1
Mestranda em Artes, Patrimônio e Museologia da UFPI, Licenciada em Artes Visuais pela
Universidade Federal do Maranhão, Especialista em Educação Infantil, foi monitora e Professora
da Universidade Aberta do Brasil- UFMA, Professora de Arte do Instituto Federal do Maranhão –
IFMA. e do Serviço Social do Comércio – SESC.
2
Doutora em história pela Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Pós-doutora em
Ciências da Arte e do Patrimônio, Especialista em Museologia pela Universidade de Lisboa –
Portugal, professora da Universidade Federal do Piauí.
2o Seminário brasileiro de museologia • 24
Abstract
This article aims to reflect the way media about the importance of heritage
education institutions in the city of Caxias-Ma, for the recognition and
membership of the equity in social relations and educational activities that
dialogue with the territory of concepts, museum, museology, history, memory,
with a view to set guidelines that highlight the heritage value contributing to the
identification, valuation of a secular history. Methodologically the work will be
developed through action research, with the theoretical and methodological
support the Varine authors (2005), POULOT (2005), Hernández (2006), Barbosa
(2008), among others, featuring outstanding contributions to boost reflective
changes social position, cultural and educational community. Having further
analysis of educational activities aimed at valuation of assets of the city, thus
contributing to spread of heritage assertion policies. Subsequently, support to
dynamic documentary, oral and visual, viewing equalize innovative attitudes,
providing integration between make and reflect, and transform it into something
relevant and feasible for valuing assets identity via interdisciplinary community,
school, museums and alternative spaces. How to choose foundation and
characterization of heritage, was selected Caxias - MA, a city that has shaped up
over the centuries and projects in view of being recognized as cultural heritage,
the cradle of culture, literary barn, owner of an architectural heritage rich and
varied, breathtaking natural places. Therefore, the realization of roads and
systematization of recognition, underlie the heritage education and the actions
discussed, reflected in formal educational spaces and non-formal and museums,
associations, showing also the art of contributions as a partner in the valuation
and construction of identity and belonging of life stories.
••••••••••
INTRODUÇÃO
É fato notório que o Patrimônio no Brasil nos remete a uma realidade
mais recente, isso se deu a partir de discussões ocorridas nas primeiras décadas
do século passado. Tendo como desdobramento a criação de órgão que
normatizasse essa discussão esclarecendo de forma oficial a sociedade para a
importância do patrimônio tendo em vista a construção de um acervo
2o Seminário brasileiro de museologia • 25
3
Ana Mae Barbosa. Arte-educadora brasileira, que fundamentou a metodologia Triangular no
Brasil. método baseado na decodificação, contextualização e fruição em arte.
2o Seminário brasileiro de museologia • 33
Por esta razón, cada objeto, dentro del museo, adquire uma
dimensión simbólica que há de ser interpretada según lãs líneas
directrices de la hermenêutica cultural. Toda obra de arte puede ser
considerada como um objeto cultural que e há sido activamente de la
dinâmica del momento histórico en que há sido creada. Esto significa
que la obra expuesta em el museo participa de uma continuidad
histórica y cultural, que viene determinada por el tiempo y El espacio.
Y, al mismo tiempo, se presenta como um objeto que es capaz de
abrir el espíritiu de quien ló centempla a uma experiência mística y
estética que le sobrepasa, más allá de sus propios limites. Y el museo
sigue siendo el espacio más apropriado para la realización de
cualquier experiência estética. (HERNANDEZ, 2006, p. 84).
CONCLUSÃO
Na mudança de postura, frente as ações educativas que relacionam-se
com a educação patrimonial, as práticas educativas fortalecem as reflexões
entorno dos espaços vivos e chama a comunidade para apoderar-se desse
legado, na perspectiva da emancipação cultural. No Brasil, as políticas
relacionadas ao patrimônio deslumbram na perspectiva de transformação, os
mecanismos de preservação e valorização da cultura patrimonial. Em um
recorte, Caxias desperta para discussões que remete principalmente para o uso
do museu com divulgador de potencialidades, artísticas, históricas e culturais,
firmando parcerias com escolas com pretensão de construir novos conceitos
sobre patrimônio, museus, território.
Tendo como pressuposto básico tal desenvolvimento, busca-se subsídios
que torne o cidadão dotado de experiências museológicas, históricas em
2o Seminário brasileiro de museologia • 36
Referências
SILVA F., Olavo P. da. Arquitetura Luso Brasileira no Maranhão. 2. ed. Belo
Horizonte: Formato, 1998.
SITES:
Disponível em:
<http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaSecao.do?id=20&sigla=
PatrimonioCultural&retorno=paginaIphan>. Acessado em: 09 set. 2014.
Resumo
O texto apresenta um recorte da pesquisa de mestrado em desenvolvimento no
Mestrado em Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais sobre o
Museu de Quilombos e Favelas Urbanos (Muquifu), localizado no Aglomerado
Santa Lúcia em Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais. Para fins desse
trabalho, colocaremos em evidencia uma cartografia de instituições museais
voltadas para o desenvolvimento social e cultural de localidades, perspectiva essa
que converge para museologia social e para pedagogias contemporâneas de
educação permanente e integral que buscam, no protagonismos dos sujeitos e na
diversidade cultural, fundamentos para a educação multicultural pela afirmação da
alteridade como princípio educativo. Argumenta-se, ainda, nessa pesquisa que os
processos de patrimonialização e musealização dos bens tangíveis e intangíveis
que vem ocorrendo por meio de ações comunitárias em territórios de favelas e
periferias tem o potencial de tornar visível para a sociedade diferentes grupos e
culturas que foram, por muito tempo, segregados socialmente e do discurso da
história oficial. Nesse sentido, elaboramos um panorama conceitual abordando
museus em contexto de favelas, vilas e/ou aglomerados como espaços propícios
para educação permanente voltada para afirmação identitária construída e
reconstruída em movimentos reflexivos no encontro e reencontro com o outro/os
outros Portanto, compreendemos que os museus são mediadores culturais que
constroem e reconstroem elos entre a vida social e política da localidade com o seu
entorno. Tal como metáforas, os museus produzem e reproduzem representações
do pensamento coletivo e do devir social.
Abstract
1
Mestrado em Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais, vinculada a linha de pesquisa
Culturas, memórias e linguagens em processos educativos.
moinhosocial@gmail.com
2
Doutora em Didática da História pela Université Laval/Canadá (1997). Coordenadora do
programa de Pós-graduação Mestrado em Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais.
lanacastrosiman@gmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 40
This paper presents part of the master's research in development in the Masters in
Education of the University of the State of Minas Gerais on the Museum of
Quilombo and Slums Urban (Muquifu) located in Agglomerate Santa Lucia in Belo
Horizonte, capital of Minas Gerais. For purposes of this work, we show a
cartography aimed museum institutions social and cultural, perspective that
converge to social museology and contemporary pedagogies that seek at
permanent and integral, comprehensive education, in the protagonism of subjects
and at actions cultural diversity , grounds for education multicultural through the
affirmation of principle otherness. We argue also which those processes of
musealization and patrimonialization of tangible and intangible assets performed
through community action in slums and suburbs has the potential to become visible
the different social groups, that were excluded socially of discourse of official
history. In this sense, we developed a conceptual overview for addressing the
museums in the context of slums, villages and/or suburbs as favorable spaces for
permanent education and affirmation cultural Therefore, we understand that
museums are cultural mediators to build and rebuild links between life social and
politics at locality. As metaphors, the museums produce and reproduce
representations of collective thought and social.
••••••••••
INTRODUÇÃO
No século XXI surgem, no Brasil, museus de favelas e de periferias. Esse
movimento de musealização imbricado na vida comunitária potencializa formas de
pertencimentos reveladoras da diversidade sociocultural e evidencia enfrentamentos
pelo direito à cidade.
Mario Chagas (2006, p.1) argumenta que o crescente número de instituições
museológicas, na perspectiva da Museologia Social no Brasil, significa a
apropriação dessa tecnologia por diferentes grupos étnicos, sociais, religiosos e
familiares com intenção de institucionalizar suas próprias memórias.
Nesse entendimento, como impulso inicial para as reflexões que principiam
essa pesquisa, indagamos como um museu de território, em contexto de favela ou
aglomerado, constituído com preceitos da Nova Museologia, fomentado por uma
2o Seminário brasileiro de museologia • 41
As crenças nos deuses e nas ideias não podem ser reduzidas a ilusões ou
supertições: possuem raízes que mergulham nas profundezas
antropológicas; referem-se ao ser humano em sua natureza. No ser
humano o conhecimento racional-técnico-empírico jamais anulou o
conhecimento simbólico, mítico, mágico ou poético multifacetado do
homem. O destino da educação do futuro será o exame e o estudo da
natureza complexa do humano (MORIN, 2000, p.60).
2o Seminário brasileiro de museologia • 43
portando que aprender a participar da polis. É o que se pretende com museus que
representam verdadeiras ações comunitárias em territórios de favelas e periferias.
Como afirmou Margareth Lopes (1991, p.444) a “ação comunitária para a
transformação cultural e social, pelo incentivo à participação ativa e à criatividade
dos usuários”, é uma ideia que se aproxima da educação libertadora de Paulo
Freire.
Assim a educação nos museus está no trabalho com a memória, a
identidade e a produção de saberes e conhecimentos, sempre relacionados com o
acervo em exposição e/ou o território abrangente. Também está nas ressonâncias
do empoderamento das comunidades e dos sujeitos historicamente silenciados e
esquecidos no sistema capitalista.
Nessa perspectiva, a educação em interface com a Museologia Social
assume como função o processo educativo emancipatório e libertador através das
representações, das várias formas de comunicação e dos diversos modos
imaginados de conhecer, por meio da interação do homem com outros homens,
com seu mundo e sua história (REIS; PINHEIROS, 2009, p.45).
Por fim, José Augusto de Paula (PINTO, 2014, p.2), afirma que a tomada de
consciência dos habitantes do território como possuidores de histórias e lembranças
que necessitam ser repassadas às gerações atuais. Os museus em contexto de
favelas, mobilizam múltiplos sentidos educativos, são omnilaterais, favorecem a
troca de conhecimentos por meio de emoções e afetos.
simultâneas, porém diferentes em si, pois ainda que a ocupação do espaço comum
assegure uma identidade compartilhada, cada elemento guarda sua singularidade,
ao mesmo tempo em que fica ligado aos outros por laços de coexistência
(JODELET, 2010, p. 82). No tempo presente as vilas Esperança e São Bento estão
sendo demolidas pelo projeto de reestruturação urbanística Vila Viva, da Prefeitura
de Belo Horizonte cuja meta é substituir as habitações humanas por três novos
parques ambientais. O programa prevê para 40% dos moradores o
reassentamento em apartamentos com 2 ou 3 quartos em uma área próxima ao
Aglomerado e para os 60% restantes, uma indenização por área construída. Os
valores das indenizações não permitem a compra de imóveis na mesma região,
obrigando os moradores a migrar para outros aglomerados, bairros periféricos ou
mesmo cidades do interior do estado.
No Aglomerado Santa Lúcia, as primeiras organizações coletivas estiveram
envolvidas na busca por soluções para as urgências materiais do tempo, tais como,
cita Silvia Lorenso (2010, p.67):
até a década de 1980, a principal linha de atuação das lideranças
comunitárias estava direcionada para as demandas materiais, às coerções
históricas, tais como a implantação de postes de iluminação,
pavimentação de ruas, e becos, construção de creches, escolas, centros de
saúde, postos policiais, instalação de hidrômetros (LORENSO, 2010,
p.67).
quase todos os padres negros, que são poucos, são responsáveis por paróquias
das periferias e das favelas” (SILVA, 2011, p.1).
Ainda no preâmbulo de criação do Muquifu, Padre Mauro organizou várias
reuniões com diferentes grupos, instituições e coletividades para fundamentar as
bases conceituais do museu. O trecho de uma das cartas convite expressa bem à
intenção:
(2004, p.30) acrescenta que o individuo não preexiste às formas culturais, mas é
até certo ponto efeito dessas, a cultura, não se impõe de fora sobre os indivíduos,
mas de dentro para fora, sendo uma expressão da criatividade destes.
O Muquifu atua como “campos privilegiados tanto para o exercício de uma
imaginação criadora que leva em conta o poder das imagens, quanto para a
dramaturgia do passado artístico, filosófico, religioso, científico - em uma palavra:
cultural” (CHAGAS, 2011, p7). Com poder de ressonância, evoca forças culturais
complexas e dinâmicas das quais emergiu e das quais pode ser considerado
como uma metáfora ou simples sinédoque (GREENBATH,1991, p.250).
Definido como museu de território, de favela, histórico, artístico e
etnográfico, sua missão/vocação é explicada pelo coordenador e museólogo
Augusto José de Paula como:
A Sede do Muquifu é o lugar onde tudo começou. Várias das ações culturais
originárias do Memorial do Quilombo do Papagaio aconteceram nesta casa. No
momento, o espaço é dividido com o Centro de Obras sociais da Paróquia Nossa
Senhora do Morro. É usado para aulas de reforço, idiomas, oficinas diversas, ações
culturais e sociais com entidades exógenas. Neste espaço o Muquifu promove(u)
ações museológicas como o “I Fórum de Favelas de Belo Horizonte”, o concurso de
fotografias “Nossa História, Nossa Memória: não tire nada além de fotos”, a
formação “Gastronomia no Morro” e a mostra do “Mapa Gastronômico do
Aglomerado”. Também conserva objetos das primeiras exposições de longa e curta
duração e salvaguarda e empresta livros da Biblioteca Comunitária Doutora Silvia
Lorenso.
O espaço expositivo Estrela, foi lançado durante a 7º Primavera de Museus
em 2014, com a exposição temporária “Na fé da resistência, no axé do nosso
canto!”. O espaço está localizado na Capela Maria Estrela da Manhã, conhecida
com a Capela dos Santos Pretos, onde foi integrado à exposição de longa duração
o acervo sacro com imagens e esculturas das Santas e Santos Pretos, oratórios
barrocos e objetos de devoção e o jardim de flores Wanda da Silva.
A loja de artesanatos do Muquifu foi inaugurada durante a 13º Semana de
Museus em 2015, numa casa doada para a Paróquia por uma antiga moradora da
Vila Barragem Santa Lúcia. A casa foi reformada e uma jovem artesã moradora do
Aglomerado foi contratada com dedicação exclusiva. O objetivo é expor e vender,
em contrato de consignação, produções artesanais e manufaturadas de
moradoras/es do Aglomerado, assim como a promoção de encontros de pequenos
grupos, oficinas, cursos, leituras coletivas, etc.
O Memorial da Esperança foi uma conquista política, articulada pelo
Muquifu e pelo Padre Mauro para preservação, na área de desapropriação da Vila
Esperança, de uma edificação conhecida como “Capelinha” e o “Centro de
Referência da Criança”. Na edificação será criado um memorial com objetos,
relatos e fotografias dos moradores e das casas das Vilas Esperança e São Bento.
Foi acordado com a prefeitura de Belo Horizonte e Governo do Estado que
2o Seminário brasileiro de museologia • 55
estigmas. O viés critico dos núcleos expositivos de longa duração evidenciam esse
caráter de anúncio/denúncia:
Fonte: autoral
visível no tempo presente das crianças, mas no devir e no porvir podem ser
definidoras da apropriação dos instrumentos de lutas ideológicas, como
universidades e instituições culturais e artísticas.
Com os dois exemplos supracitados, visualizamos que a educação no viés
da Museologia Social tende a ser critica e criativa, anuncia e denúncia o
“adestramento para a pura adaptação ao mundo do trabalho, ante isso, promove
aprendizagens não miméticas, remete para centralidade do sujeito pedagógico
conceitualizado como cidadão” (LIMA, 2005, p. 75).
O Muquifu contribui para formação do caráter educativo e cultural do
território Aglomerado Santa Lúcia, por proporcionar experiências holísticas
transformadoras, que relacionam todos os seres uns com outros e com o mundo
vivido. Assim, tudo que existe coexiste e, coexistindo subsiste por meio de uma teia
infindável de relações inclusivas que, em constante relação, negam o direito do
mais forte (BOFF, 2008, p.27). Em consonância com essa perspectiva, Padre Mauro
relata “o Muquifu serve para dizer que as memórias dos favelados não são mais ou
menos importantes, mas para dizer que são tão importantes quanto” (2015, p.1).
O desafio posto para as sociedades do século XXI é ampliar os olhares para
lugares que, em tempo passados, foram quilombos de escravos alforriados e
libertos e que, posteriormente, na perspectiva da herança cultural, lugares de
habitação para trabalhadores precariamente remunerados. Os museus de favelas,
de periferias, os ecomuseus ou as tipologias conceituadas como de territórios e de
comunidades urbanas e/ou rurais, contribuem para essa mudança societária, pois
colocam em relevo a perspectiva cultural, da resistência, da criatividade, da
organização e da autonomia daqueles que a cidade ainda precisa aprender a
olhar e entender.
Referências
ARROYO, M.. Outros sujeitos, outras pedagogias. 2. ed. Petrópolis RJ: Vozes, 2014.
p. 335.
2o Seminário brasileiro de museologia • 60
CARLOS, A. F. A. O Lugar No/Do Mundo. 1º ed. São Paulo. Hucitec. 1996. p.150
CLIFFORD, J. 1993. Los Museos como Zonas de Contacto. In: Id. Itinerários
Transculturales. Barcelona: Gedisa, 1999. p. 233-270.
FEDELI, O. Escândalo: Padre Mauro Luiz Silva, comunista, agradece a São Lutero.
2010. Disponível em: http://zip.net/bwrLfL. Acesso dezembro de 2014.
FLICK, U.; NETZ, S.; SILVEIRA, T. Uma introdução à pesquisa qualitativa. Porto
Alegre: Bookman, 2 ed. 2004.
SANTOS, B. S. de. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma
ecologia de saberes. Novos estud. - CEBRAP no.79 São Paulo Nov. 2007. p. 71-
94.
SILVA, M. L. Sem palavras para descrever tudo que vivi esta manhã.2012
Disponível em: http://zip.net/bprMlc.Acesso: jan./2015.
SILVA, Mauro Luis. Existe racismo na Igreja Católica?. 2011. Disponível em:
http://zip.net/bfrLxR. Acesso: jan/2015.
SILVA, M. L. Noturno nos Museu.2015. In: Branco, Mariana. Noturno dos Museu.
Disponível em: http://zip.net/bprMlc.Acesso: jan./2015.
2o Seminário brasileiro de museologia • 63
Resumo
A proposta desse artigo é apresentar e resgatar a memória de uma prática
social e pedagógica implementada pela Coordenadoria de Educação do Museu
Nacional de Belas Artes (MNBA), na gestão do arte-educador Alcídio Mafra de
Souza (1981-1989), intitulada – Curso de Formação de Guardas e Guias do
MNBA. O Projeto ocorreu nos anos de 1982 e 1983, nas dependências da
própria instituição, a partir de um convênio estabelecido entre o MNBA, a
Fundação Nacional do Bem Estar do Menor (FUNABEM); também integrou o
convênio a Fundação Estadual de Educação do Menor (FEEM). O projeto
objetivava tornar a instituição mais acolhedora e criar novas perspectivas de
inserção dos menores assistidos por essas instituições no mundo do trabalho. O
curso foi ministrado por servidores lotados na Coordenadoria de Educação e na
Coordenadoria Técnica, de formação multidisciplinar e as aulas abrangeram os
seguintes tópicos: história geral da arte e história da arte no Brasil, questões
relativas a preservação e conservação de bens culturais, educação para o
trabalho e segurança em museus. O curso tinha uma parte teórica e outra
prática, além de visitas a outras instituições museológicas. Também usavam a
própria biblioteca da Instituição para realizarem seus estudos. O artigo foi
baseado na documentação histórica do Setor de Educação do MNBA, na
documentação bibliográfica da biblioteca do museu e nas histórias orais de ex-
integrantes do Projeto.
Abstract
The purpose of this article is to shown and rescue the memory of a social and
pedagogical practice implemented by Coordination of Education of the National
Museum of Fine Arts (MNBA), art educator management Alcídio Mafra de Souza
(1981-1989) entitled - Course of Guards and Guides of MNBA. The project took
place in 1982 and 1983, on the premises of the institution, from an established
agreement between the MNBA, the National Welfare of Children Foundation
(FUNABEM), also joined the agreement the State Foundation of Lower Education
(FEEM). The project aimed to make the host institution and create new smaller
insertion of prospects assisted by these institutions in the working world. The
course was taught by servers crowded the Coordination of Education and
Coordination Technical, multidisciplinary training and classes covering the
1
Mestre em Educação, Professor do curso de especialização em Educação Museal IBRAM/ISERJ,
Técnico em Educação do MNBA/ IBRAM. E-mail para contato: Rossano.Almeida@museus.gov.br
2o Seminário brasileiro de museologia • 65
following topics: general history of art and art history in Brazil, issues concerning
the preservation and conservation of cultural property, to education work and
security in museums. The course had a theoretical and practical part, in addition
to visits to other museological institutions. Also used the institution's library to do
their own studies. The article was based on the historical documentation of the
MNBA's Education Sector in the scientific literature of the museum library and the
oral histories of former members of the Project.
••••••••••
A INSTITUIÇÃO
2
Mesa Redonda de Santiago do Chile, ICOM, 1972. Disponível em
www.revistamuseu.com.br/legislacao/museologia/mesa_chile.htm. Acesso em: 12 de maio de
2015.
3
Instituição pública criada pela Lei nº 4.513, de 01 de dezembro de 1964 como uma entidade
autônoma, administrativa e financeiramente, com jurisdição em todo o território nacional que
objetivava implantar a Política Nacional do Bem-Estar do Menor (PNBEM), realizar estudos sobre
o problema dos menores e planejar soluções; propiciar formação, treinamento e
aperfeiçoamento de técnicos; fornecer assistência, orientar, coordenar e fiscalizar as entidades
(públicas e privadas) que executassem políticas através de convênios e contratos
4
A Lei Federal 4.513 de 01/12/1964 criou a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor -
FUNABEM - em substituição ao Serviço de Assistência ao Menor - SAM. À FUNABEM competia
formular e implantar a Política Nacional do Bem-Estar do Menor em todo o território nacional. A
partir daí, criaram-se as Fundações Estaduais do Bem-Estar do Menor, com responsabilidade de
observarem a política estabelecida e de executarem, nos Estados, as ações pertinentes a essa
política.
2o Seminário brasileiro de museologia • 68
5
Integravam a Coordenadoria Técnica: Seção de Desenho Brasileiro e Estrangeiro, Seção de
Gravura Brasileira e Estrangeira, Seção de Pintura Brasileira e Estrangeira, Seção de Escultura
Brasileira e Estrangeira, Restauro de Pintura e Papel, Reserva Técnica, Biblioteca e Arquivo
Histórico.
6
A Fundação Movimento Universitário de Desenvolvimento Econômico e Social - MUDES é uma
instituição com fins não-econômicos (sem fins lucrativos) e de Utilidade Pública, detentora do
Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, sendo seus Órgãos de Administração
formados por Conselho Curador, Presidente e Conselho Fiscal.
O MUDES, ao longo dos seus 46 anos de existência, vem atuando junto à juventude de baixa
renda, através da execução de programas e projetos de assistência social voltados à promoção
e integração dos jovens, menores ou maiores, no mercado de trabalho. Para tanto, realiza
programas de estágios remunerados em diversas instituições públicas e privadas, o que tem
propiciado o recebimento de bolsas-auxílio, necessárias à continuidade de seus estudos e sua
manutenção, servindo no mais das vezes para custeá-los e atendê-los em suas despesas
pessoais, resultando, consequentemente, na complementação da renda familiar e na
oportunidade de conquista do primeiro emprego.
2o Seminário brasileiro de museologia • 69
Turismóloga
Elizabete da Silva Santana
(Coordenadoria de Educação)
Socióloga
Yara de Senna Amado
(Coordenadoria de Educação)
Turismóloga
Elizabete Santana Caldas
(Coordenadoria de Educação)
A DIPLOMAÇÃO
TECENDO CONSIDERAÇÕES
Referências
AMADO, Y. MNBA tem novos guias: depoimento. [21 de outubro de 1982]. Rio
de Janeiro: Perspectiva Universitária.
Resumo
A investigação que ora se apresenta parte do pressuposto de que a Educação
Museal vem-se estabelecendo, nos últimos anos, no Brasil, como um campo de
conhecimento, intervenção social e políticas públicas. Esta comunicação
apresenta uma breve cartografia do entendimento da função educativa, propõe
a identificação de marcos significativos das práticas e políticas públicas do setor
e indica algumas das principais trilhas conceituais por meio das quais a
pedagogia museal vem sendo compreendida no Brasil. A partir desses
movimentos, propõe que a Educação Museal não pode ser compreendida
segundo uma abordagem fragmentada e disciplinar, mas, na perspectiva da
Sociomuseologia, configura-se como um campo transversal complexo cuja
especificidade reside na indissociabilidade entre os processos educativos e
museológicos compartilhados com a comunidade, com vistas à apropriação dos
meios de produção e gestão de seu patrimônio integral. Pelo exame de suas
dimensões comunicativas e informacionais dialógicas, espera-se sistematizar
fundamentos epistemológicos que expliquem como os processos de museologia
social acionam a apropriação cultural, a participação política e o protagonismo
social. Além disso, a partir do cruzamento entre os campos da Sociomuseologia,
da Comunicação e da Ciência da Informação, pretende-se deduzir princípios
metodológicos que orientem a produção de práticas museológicas centradas
nos sujeitos que significam e agem sobre o patrimônio.
1
Doutoranda em Museologia, bolsista apoiada pelo Programa de Doutoramento da
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, orientada pela Profa. Dra. Judite Primo,
Especialista Cultural em Educação Museal, Secretaria Municipal de Cultura de Campinas, E-mail
para contato: ju.de.siqueira@gmail.com.
2o Seminário brasileiro de museologia • 77
transversal field whose specificity lies in the inseparability of the educative and
museological processes, when shared with the communities, towards the
appropriation of the means of production and management of its integral
heritage. By the analysis of its dialogic communicational and informational
dimensions, it will be possible to systematize some of epistemological basis which
can explain how the processes of social museology drive to cultural
appropriation, political participation and social leadership. Besides, by the
crossing between the fields of Sociomuseology, Communication and Information
Sciences, it is intended to deduce some methodological principles that guide the
creation of museological practices centered in the people that give meaning to
heritage and act on it.
••••••••••
Não nos cabe esgotar a gama de referências teóricas que têm sido
empregadas para fundamentar as ações educativas dos museus brasileiros.
Apenas apontaremos três das principais abordagens sistematizadas no País,
que, com um enfoque disciplinar, mas não exclusivo do ambiente museal ou do
processo museológico, orientam trabalhos educativos segundo as tipologias
institucionais majoritárias: história/ humanidades, artes e ciências. Trata-se da
Educação Patrimonial, da Arte/Educação e da Divulgação da Ciência.
A Educação Patrimonial
A divulgação da ciência
que mobiliza entre diferentes ramos do saber. Sua construção exige recorrer ao
instinto formativo, capaz de identificar as estruturas transdisciplinares presentes
nos seus fenômenos concretos e formular questionamentos pertinentes que
ultrapassem as disciplinas anteriores.
Referências
LOPES, M. M. Resta algum papel para o(a) educador(a) ou para o público nos
museus? Boletim do CECA-Brasil. Ano 1, n. 0, mar. 1997.
VAN PRAET, M.; DAVALLON, J.; JACOBI, D. Três olhares de além-mar: o museu
como espaço de divulgação da ciência. (Entrevistas concedidas a Luciana
Sepúlveda Koptcke e Luisa Massarani). História, Ciências, Saúde – Manguinhos,
v. 12 (suplemento), 2005, p. 349-364.
Resumo
O presente artigo apresenta, de forma analítica, importantes experiências no
âmbito da Museologia Social, através do relato de atividades realizadas no
período de 2011 a 2015, no Museu Afro Brasileiro/UFBA, que primam pelo
exercício do diálogo, através da “escuta sensível”. Utilizando como fio condutor
o tema extensão museológica, o texto está organizado em duas partes. Na
primeira, tendo como argumento teórico as discussões sobre as interfaces entre
a Museologia Social e a Educação, são apresentadas as experiências com
exposições temporárias. Na segunda destaca-se o trabalho, cotidiano e
sistemático, de atendimento ao público, através da mediação, preocupada em
atender às especificidades e perfis dos diversos grupos, culminando com a
apresentação dos programas educativos que envolvem instituições de ensino,
comunidade local, movimentos sociais e grupos culturais e religiosos de diversas
matrizes.
Abstract
This article presents, analytically, important experiences in Social Museology,
through the activities report carried out in the period from 2011 to 2015 in Afro
Brasilian Museum/UFBA, which stand out for their exercise of dialogue through
the “sensible listening”. Using as a guide the theme museum extension, the text is
organized into two parts. In the first, with the theoretical argument the
discussions on the interfaces between the Social Museology and Education, the
experiences are presented with temporary exhibitions. The second highlights the
work routine and systematic, Customer Service, through mediation, anxious to
meet the specific needs and profiles of various groups, culminating in the
presentation of educational programs involving educational institutions, local
community, social movements and cultural and religious groups from various
matrices.
Keywords: Social Museology; Museology extension; Temporary exhibitions;
Educational processes.
••••••••••
Pós-Doutora em Sociomuseologia, professora do Departamento de Museologia da
Universidade Federal da Bahia, E-mail para contato: mgteixeir@hotmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 105
INTRODUÇÃO
para “o outro” ele é também “outro”, e sendo assim, ao empreender ações deve
estar atento às armadilhas das naturalizações impostas pelas normalizações
históricas estabelecidas.
1
Também mediadora do museu.
2
Realizada no Programa de Pós-Graduação em Estudos Étnicos e Africanos da Faculdade de
Filosofia e Ciencias Humanas – FFCH da Universidade Federal da Bahia.
2o Seminário brasileiro de museologia • 109
Vida que tem sido ceifada a olhos vistos, nas cidades brasileiras,
principalmente, nos espaços periféricos, nos quais a violência se materializa
com maior freqüência. O recorte temático da exposição visou colocar em
discussão a violência que atinge as pessoas negras, em particular os jovens.
Homens, mulheres e crianças também têm suas vidas diminuídas pela ausência
de políticas públicas e pelo “abandono” do Estado, no que diz respeito à
garantia dos direitos sociais, sobretudo, ao atendimento às necessidades básicas
do ser humano. Segundo dados do Mapa da Violência 2014 (WAISELFISZ,
2014), o país registrou, entre 2002 e 2012, o número de quase 30 mil de
homicídios de jovens por ano, dessas mortes quase 80% das vítimas eram
negras. Assim, o museu exercendo seu papel social como Museu Universitário,
bem como espaço identitário e de interlocução para as populações afro-
brasileiras reconhece a importância de discutir esta problemática junto à
sociedade, poder público e movimentos sociais, sendo este último aqui
representado pela Campanha Reaja3 e pela Anistia Internacional.
3
A Campanha Reaja ou será mort@ é uma articulação de movimentos e comunidades de
negros e negras da capital e do interior do estado da Bahia. Nacionalmente se articula com
organizações que lutam contra a brutalidade policial, pela causa antiprisional e pela reparação
aos familiares de vítimas do Estado (execuções sumárias e extrajudiciais) e dos esquadrões da
morte, milícias e grupos de extermínio. Mais informações em: <http://kilombagem.org/nota-
publica-de-apoio-a-campanha-reaja-ou-sera-morto-reaja-ou-sera-morta-e-repudio-as-acoes-
da-rondesp-no-bairro-cabula-salvador-bahia/>
2o Seminário brasileiro de museologia • 111
esse é assunto pra museu? À qual respondemos com outra pergunta: - como
não, se o museu trata da vida? Acreditamos que o trabalho no âmbito do
museu é para que o objeto não seja inerte, para que tenha vida e sentido para
a vida dos sujeitos sociais. Por trás ou à frente deste ato está uma pessoa, um
ser humano e é por ele que o trabalho no museu deve ser pensado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Referências
AZEVEDO, Flávia Lemos Mota de; CATÃO, Leandro Pena e PIRES, João Ricardo
Ferreira. (Orgs.). Cultura, patrimônio e memória: o museu como local de
cidadania, identidade e desenvolvimento social. In: CIDADANIA, MEMORIA E
PATRIMÔNIO: as dimensões do museu no cenário atual. Belo Horizonte,
2009.p.5-16.
Resumo
Este artigo sintetiza as atividades e reflexões oriundas da atuação enquanto
consultor responsável pela implementação do “Programa de Integração Museus
Comunitários e Programa Mais Educação (Ministério da Educação/MEC)”, que
ocorreu através de um convênio celebrado entre a Fundação Joaquim
Nabuco/Museu do Homem do Nordeste (FUNDAJ/Muhne) e a Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO),
acontecendo em quatro etapas, durante os meses de outubro de 2014 e maio
de 2015. As atividades realizadas fomentaram a integração entre iniciativas
museológicas e museus comunitárias e as políticas indutoras da Educação
Integral no Brasil, fortalecendo a capacidade institucional da FUNDAJ no
desenvolvimento de pesquisas na área de avaliação, planejamento e proposição
de políticas públicas integradas no âmbito do MEC e de outros setores
governamentais. Como um artigo que condensa um volumoso conjunto de
dados e informações, pontuamos a perspectiva teórico-metodológica adotada,
sistematizamos as diferentes etapas da pesquisa, historiando as atividades e os
principais resultados alcançados e apresentando, em linhas gerais, o
instrumental metodológico elaborado. Apontamos ainda possibilidades de
diálogos interinstitucionais e com marcos legais e gestores de políticas públicas,
apresentando recomendações estratégicas visando a consolidação do Programa
de Integração Museus Comunitários e Programa MAIS Educação (MEC), através
do desenvolvimento de um conjunto articulado de atividades envolvendo Estado
e sociedade civil que viabilize as parcerias entre iniciativas museológicas/museus
comunitários e escolas públicas através de atividades educacionais vinculadas às
políticas indutoras da educação integral do Governo Federal no Brasil.
Abstract: This article synthesize the activities and reflections resulting from the
actuation as a consultant responsible for implementing the "Integration Program
Community Museums and More Education Program (Ministry of Education /
MEC)”, which occurred through an agreement celebrated between Joaquim
1
Historiador (UFC). Mestre e doutorando em Antropologia (UFPE). Professor da Licenciatura
Intercultural Indígena da UFPE e da Especialização em História e Cultura dos Povos Indígenas da
UFRPE. Email para contato: amanayparangaba@yahoo.com.br .
2o Seminário brasileiro de museologia • 120
••••••••••
Considerações iniciais
O Programa MAIS Educação, instituído pela Portaria Interministerial n.º
17/2007, integra as ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE),
como parte das estratégias do Governo Federal para implementar a ampliação
da jornada escolar e a organização curricular na perspectiva da Educação
Integral. A educação integral fundamenta-se numa perspectiva holística de
compreensão do processo formativo do ser humano, enquanto sujeito total, no
qual conhecimentos, culturas, valores, identidades e memórias estão integrados,
e os processos educacionais tem que dar conta destas múltiplas dimensões na
formação dos indivíduos (Miguel Arroyo). O Programa MAIS EDUCAÇÃO visa
2
As onze categorias propostas foram: Universitários, Memoriais, Rurais, Arqueológicos,
Indígenas, Quilombolas, Terreiros, Processos museológicos próximos às escolas, Urbanos, Artes,
Ecomuseus. É importante salientar que um critério importante nesta caracterização diz respeito à
auto-identificação das iniciativas; e que as categorias não são excludentes entre si, mas
interpenetram-se mutuamente, portanto, uma mesma experiência pode estar categorizada em
várias tipologias, dentre as propostas.
2o Seminário brasileiro de museologia • 124
3
Dentre estas fontes, destacamos: o Guia dos Museus Brasileiros (2011), a publicação Museus
em Números (2011, em dois volumes), o cadastro de iniciativas do Programa Pontos de
Memória/IBRAM (oriundo das iniciativas proponentes de projetos nos editais de 2011 e 2012,
além de contatos espontâneos), o cadastro disponível no site da Associação Brasileira de
Ecomuseus e Museus Comunitários (ABREMC), o cadastro da Rede Cearense de Museus
Comunitários (RCMC), o Cadastro da Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e
Cultural (DIMUS/IPAC), da Bahia; o levantamento realizado pelo Grupo de Trabalho
Mapeamento das ações de museologia social em Pernambuco, em junho de 2012, coordenado
por mim no âmbito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); os cadastros da Rede de
Museus e Pontos de Memória do Sul da Bahia e da Rede de Memoriais de Terreiros da Bahia.
2o Seminário brasileiro de museologia • 125
4
O GT MC/FUNDAJ é composto pelas seguintes entidades da sociedade civil: Associação
Beneficente Cultural Oyá Ní do Ile Asé Oya Ní (Alagoinhas/BA); Memorial Kisimbiê
(Salvador/BA); Casa de Cultura, Esporte e Cidadania d. Joana (Água Fria/BA); Museu do
Homem Americano/Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM) (São Raimundo
Nonato/PI); Memorial Severina Paraíso/Memorial da Nação Xambá (Olinda/PE); Museu-vivo da
cana-de-açúcar (Nazarezinho/PB); Museu Indígena Jenipapo-Kanindé (Aquiraz/CE); Instituto
Tribos Jovens/Museu Virtual Muka Mukaú (Porto Seguro/BA); Associação de Cultura Popular
Mestre Pedro Teixeira de Chã-Preta (ASCUMPET) (Chã-Preta/AL); Associação Cultural
Maracrioula (São Luís/MA); Museu do Cangaço/Fundação Cabras de Lampião (Serra
Talhada/PE); Associação Companhia Terramar/Conexão Felipe Camarão (Natal/RN);
Laboratório de Intervenções Artísticas/Canto das Memórias Mestre Zé Negão (Camaragibe/PE);
Memorial do Quilombo do Sítio do Meio/Grupo de Mulheres Mãe Suzana do Sítio do Meio
(Santa Rita/MA); Centro de Documentação e Comunicação Popular/Museu Nísia Floresta
(Natal/RN); Memorial do Quilombo Outeiro (Monção/MA); Ecomuseu Natural do Mangue da
Sabiaguaba (ECOMUNAN) (Fortaleza/CE); Museu Kapinawá (Buíque/PE); Museu dos
Kanindé/Associação Indígena Kanindé de Aratuba (Aratuba/CE); Projeto Sócio Ambiental
Carrapato Cultural (Crato/CE); Redes de museologia social, memória e patrimônio: Rede
Potiguar de Pontos de Memória e Museus Comunitários (Natal/RN); Rede de Museus e
Memoriais de Terreiros de Candomblé da Bahia (Salvador/BA); Rede Cearense de Museus
Comunitários (Fortaleza/CE); Rede de Educadores de Museus do Maranhão (São Luís/MA); Rede
de Memória e Museus Indígenas. Escolas públicas vinculadas aos programas de educação
integral: Escola Municipal Djalma Maranhão (Natal/RN); Escola Municipal Professora Amélia
Vasconcelos (Chã Preta/AL); Escola dos Rodoviários (Alagoinhas/BA); Escola Municipal Nossa
Senhora da Conceição (Água Fria/BA); Escola Indígena Manoel Francisco dos Santos
(Aratuba/CE); Instituições, órgãos e setores públicos: Programa Nacional de Educação
Museal/Instituto Brasileiro de Museus (Brasília/DF); Coordenação de Museologia Social e
Educação/Departamento de Processos Museais/Instituto Brasileiro de Museus
(COMUSE/DPMUS/IBRAM) (Brasília/DF); Departamento de Processos Museais/Instituto Brasileiro
de Museus (DPMUS/IBRAM) (Brasília/DF); Coordenação Geral de Sistema de Informação Museal
do Instituto Brasileiro de Museus (CGSIM/IBRAM) (Brasília/DF); Comitê Territorial de Educação
Integral de Pernambuco/Programa Mais Educação/MEC (Recife/PE); Coordenação Geral de
Educação Integral (MEC) (Brasília/DF); Programa Mais Cultura nas Escolas (MinC e MEC)
(Brasília/DF); Departamento de Projetos Educacionais/Secretária de Educação (Camaragibe/PE);
Coordenação de Patrimônio Histórico-Cultural/Secretaria de Cultura do Estado do Ceará
(Fortaleza/CE).
2o Seminário brasileiro de museologia • 127
5
Cristina Bruno conceitua a Museologia como uma disciplina aplicada que estuda a relação do
homem com o patrimônio (BRUNO, 2006). A perspectiva atual dos estudos em Museologia
exige um diálogo interdisciplinar aplicado a um vasto campo de atividades práticas, que
envolvem diretamente questões relativas ao patrimônio cultural, à gestão de bens culturais e à
aplicação de ferramentas de administração da memória.
2o Seminário brasileiro de museologia • 131
6
Processos museológicos ou processos de musealização, ocorrem “(...) a partir de uma seleção
e atribuição de sentidos feita dentro de um universo patrimonial amplo, resultando em um
recorte formado por um conjunto de indicadores da memória ou referências patrimoniais (...)
essas referências ingressam em uma cadeia operatória que corresponde ao universo de
aplicação da Museologia – museografia. Preservação, portanto, é tomada como equivalente a
processo de musealização, e é realizada pela aplicação de uma cadeia operatória formada por
2o Seminário brasileiro de museologia • 132
7
Quantitativa e qualitativamente, nestas duas etapas ocorreram: duas conferências; 12 sessões
de trocas de experiências, totalizando 28 apresentações orais de integrantes do GT
MC/FUNDAJ; 5 mesas técnicas, totalizando 12 apresentações orais dos representantes
institucionais; 3 reuniões de articulação interinstitucional; 6 sessões de diálogo sobre o
documento final; e a elaboração da CARTA DO RECIFE (2015).
2o Seminário brasileiro de museologia • 134
8
Segundo consta no site do IBRAM, “O Programa Pontos de Memória tem como objetivo apoiar
ações e iniciativas de reconhecimento e valorização da memória social. (...) Os Pontos de
Memória valorizam o protagonismo comunitário e concebem o museu como instrumento de
mudança social e desenvolvimento sustentável”. Disponível via:
https://www.museus.gov.br/acessoainformacao/acoes-e-programas/pontos-de-
memoria/programapontos-de-memoria/ . Acessado em: 06/05/2015.
2o Seminário brasileiro de museologia • 135
9
A portaria que institui o Conselho de Gestão Participativa e Compartilhada do Programa
Pontos de Memória encontra-se em trâmite jurídico no IBRAM.
2o Seminário brasileiro de museologia • 136
10
Nestes casos, nos referimos aos macro-campos do Programa MAIS Educação, que são: meio-
ambiente, esporte e lazer, direitos humanos, arte e cultura, acompanhamento pedagógico,
inclusão digital, saúde e alimentação; e aos eixos temáticos estabelecidos pelo Programa Mais
Cultura nas Escolas, que são: Criação, Circulação e Difusão da Produção Artística; Cultura Afro-
brasileira; Promoção Cultural e Pedagógica em Espaços Culturais; Educação Patrimonial;
Tradição oral; Cultura Digital e Comunicação; Educação Museal; Culturas Indígenas; e
Residências Artísticas para Pesquisa e Experimentação nas Escolas.
11
Algumas das áreas e linguagens que as iniciativas integrantes do GT MC/FUNDAJ atuam,
são: fotografia, terreiros, afoxé, diversidade cultural e religiosa, cultura indígena e afro-
brasileira, teatro, arqueologia, territórios, rurais, música, cultura popular, dança, teatro, gênero,
oralidade, quilombolas, produção artística e cultural, teatro de bonecos, capoeira, entre outras,
e muitas destas acontecem integradas umas às outras.
2o Seminário brasileiro de museologia • 138
12
Francisco Weffort, em sua clássica apresentação do livro Educação como Prática da Liberdade,
de Paulo Freire, afirma, sobre a relação da pedagogia deste educador e sua noção de círculos
de cultura, que “A visão da liberdade tem nesta pedagogia uma posição de relevo. É a matriz
que atribui sentido a uma prática educativa que só pode alcançar efetividade e eficácia na
medida da participação livre e crítica dos educandos. É um dos princípios essenciais para a
estruturação do círculo de cultura, unidade de ensino que substitui a ‘escola’, autoritária por
estrutura e tradição. Busca-se no círculo de cultura, peça fundamental no movimento de
educação popular, reunir um coordenador a algumas dezenas de homens do povo no trabalho
comum pela conquista da linguagem. O coordenador, (...), sabe que não exerce funções de
‘professor’ e que o diálogo é condição essencial de sua tarefa, ‘a de coordenar, jamais influir ou
impor’ (WEFFORT, 2000, p.13).
2o Seminário brasileiro de museologia • 139
13
Os inventários e mapeamentos participativos podem ser desenvolvidos pelas escolas em
parceria com as iniciativas museológicas comunitárias, visando este maior conhecimento da
realidade local, em conexão com os eixos temáticos Promoção Cultural e Pedagógica em
Espaços Culturais, Educação Patrimonial e Educação Museal (no caso do Programa MAIS
Cultura nas Escolas), e ao macro-campo Arte e Cultura (no caso do Programa MAIS Educação).
14
Este foi o formato da roda de diálogo proposta pela organizadora da Associação Beneficente
Cultural Oyá Ní, Ana Rita Araújo, com a diretora da Escola dos Rodoviários, profa. Maria da
Conceição de Carvalho. Parte do contato direto entre os organizadores de museus comunitários
2o Seminário brasileiro de museologia • 140
18
Foi justamente nesta perspectiva que surgiu a proposta do Grupo de Trabalho “Museologia
Social e Educação Integral: aproximações, interlocuções e experiências”, para discutir o tema no
II SEBRAMUS.
19
Um dos principais desdobramentos desta reunião foi a proposição de um convênio entre
MinC e FUNDAJ, que vem sendo elaborado técnica e burocraticamente, no desenvolvimento de
processos de formação, pesquisa, difusão e inovação tecnológica para promoção de políticas
públicas de educação integral no âmbito da interface entre educação e cultura nos territórios
brasileiros.
20
Lei 11.645/2008 - Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei
no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional,
para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e
Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.
2o Seminário brasileiro de museologia • 146
21
Eis alguns outros marcos legais que podem ser articulados: Constituição Federal de 1988; Lei
9.394/96; Decreto-lei 3551/2000; Lei 9.985/2000; Decreto 6.040/2007; Lei 11.904/2009,
entre vários outros.
2o Seminário brasileiro de museologia • 147
b) Formação e pesquisa
22
À nível nacional, temos ainda: a Rede São Paulo de Memória e Museologia Social (SP), a Rede
de Museologia Social do Rio de Janeiro (RJ), a Rede de Pontos de Memória e Iniciativas de
Memória e Museologia Social do Rio Grande do Sul (RS), a Rede de Pontos de Memória do Pará
(PA), a Rede de Museus e Pontos de Memória do Sul da Bahia (BA) e a Rede Nacional LGBT de
Memória e Museologia Social (GO).
23
Enfatizamos o atual processo de organização de uma Rede Nordeste de Museologia Social,
que teve nos workshops momentos estratégicos na aproximação de atores e coletividades que
vem efetuando este diálogo.
24
As recomendações trataram: da articulação de fóruns reunindo as secretarias estaduais e
municipais, os comitês territoriais de educação integral, os museus comunitários e as redes de
museologia social, para a execução de projetos-piloto estaduais do Programa de Integração; da
formalização de parcerias, através de termos de compromisso e/ou cooperação técnica, com as
redes participantes do GT MC/FUNDAJ, visando a capilarização das ações do Programa de
Integração, nos seus respectivos estados; da criação de um fórum permanente envolvendo as
redes temáticas de museus indígenas, afro-religiosos e afro-brasileiros junto às secretárias
estaduais e municipais e aos comitês territoriais de educação integral, para a promoção de
ações e projetos que contribuam na implementação da Lei 11.645/08, através de eixos e
macro-campos específicos dos programas de educação integral.
2o Seminário brasileiro de museologia • 150
c) Comunicação
d) Parcerias
25
As recomendações trataram: da criação de cursos de formação direcionados para gestores e
membros de conselhos e colegiados, visando a qualificação destes agentes públicos para
reconhecimento e a valorização das práticas educativas dos museus comunitários na
consolidação dos programas educação integração; da criação de cursos de formação
direcionados para integrantes de museus comunitários, visando a qualificação de suas práticas
educativas e o estabelecimento de parcerias e projetos com escolas públicas através das políticas
de educação integral; da proposição de um grupo de trabalho sobre Museologia Social e
Educação Integral no II SEBRAMUS e da criação de uma linha de pesquisa sobre esta interface
na FUNDAJ; da continuidade do mapeamento de ações educativas em museus comunitários no
Nordeste, ampliando o foco para englobar as atividades de educação integral de escolas
públicas da região.
26
As recomendações trataram: da publicação de um livro dedicado à descrição e divulgação do
Programa de Integração; da publicação de um manual orientador para a integração entre
escolas e museus comunitários através dos programas de educação integral, contendo um
dossiê sobre as ações educativas de museus comunitários; da criação de uma plataforma virtual
colaborativa georeferenciada, contendo um mapeamento de práticas educativas museológicas;
da edição de um vídeo-documentário sobre as iniciativas museológicas comunitárias e o
processo de implementação do Programa de Integração.
2o Seminário brasileiro de museologia • 151
27
As recomendações trataram: do estabelecimento de um Termo de Cooperação Técnica entre a
MEC/FUNDAJ e o MinC/IBRAM, visando à execução integrada de políticas de educação integral
e museologia social, em especial, o Programa Pontos de Memória e o Programa de Integração;
do estabelecimento de parcerias com órgãos e setores estratégicos do MEC e do MinC para a
elaboração conjunta de editais voltados ao fomento e financiamento de projetos educativos na
interface entre museologia social e educação integral.
2o Seminário brasileiro de museologia • 152
Considerações finais
28
As recomendações trataram: da realização de dois projetos-piloto de capilarização do
processo de execução do Programa de Integração, nos municípios de Camaragibe (PE) e
Alagoinhas (BA), envolvendo respectivamente o LAIA, a Associação Beneficente Oyá Ní e outros
parceiros locais, junto à escolas públicas, secretarias de educação e cultura e comitês territoriais
de educação integração destes estados.
2o Seminário brasileiro de museologia • 153
Referências
STOCKING JR., George. Objects and others. IN: STOCKING JR., George (org.).
Objects and Others. Essays on Museums and Material Culture. Madison:
University of Wisconsin Press, 1985 (vol. 3 History of Anthropology).
Documentos
Sites
https://www.museus.gov.br/acessoainformacao/acoes-e-programas/pontos-de-
memoria/programapontos-de-memoria/ .
Legislação
2o Seminário brasileiro de museologia • 155
Míriam Cazzetta1
Resumo
O processo museológico do imaginário infantil sobre o patrimônio insular foi
desenvolvido no período de 2010-2012, com vistas ao fortalecimento do capital
social da comunidade escolar. Trabalho como esse expõe a necessidade de
considerar as especificidades do mundo infantil declarado pelas próprias
crianças. A abordagem educacional de ensino infantil de Reggio Emilia,
baseada na relação de reciprocidade por meio de encontros entre crianças e
adultos em espaços de interesse cultural, norteou a documentação pedagógica.
Os resultados apresentados estão relacionados às atividades lúdico
pedagógicas desenvolvidas nos sítios arqueológicos, edifícios históricos e
museus ao longo do ano de 2010, período no qual cerca de 200 alunos na
idade entre 6 a 13 anos foram estimulados a documentar a cultura marítima
insular.
Abstract
The museological process of child's imagination on the island heritage was
developed for the 2010-2012 period, with a view to strengthening the social
capital of the school community. Work like this exposes the need to consider the
specifics of children's world declared by the children themselves. The educational
approach to children's education Reggio Emilia, based on the reciprocal
relationship through meetings between children and adults in places of cultural
interest, guided the pedagogical documentation. The results presented are
related to educational play activities developed in archaeological sites, historical
buildings and museums throughout the year 2010, during which about 200
students aged 6-13 years were encouraged to document the insular maritime
culture.
1
Mestre em Arqueologia, Colaboradora do Laboratório de Arqueologia de Ambientes Aquáticos
da Universidade Federal de Sergipe. E-mail para contato: cazzettam@hotmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 157
INTRODUÇÃO
ABORDAGEM APLICADA
ETAPAS DO PROCESSO
Fig.1: Alunos do 2° Ano em visita ao Memorial da Energia da CELPE. Momento de indagação sobre o
conteúdo expositivo na roda de conversa.
2o Seminário brasileiro de museologia • 164
Fig.2: Alunos do 1° Ano Museu Aberto das Tartarugas diante das réplicas de tartarugas recém-saídas de
um ninho na praia.
Fig.3: Representação do Museu Aberto das Tartarugas Marinhas aluno do 4º ano (de 9 a 12 anos).
Fig.4: Alunos do 5° Ano (de 10 a 13 anos)recebendo noções básicos sobre a direção do vento e o uso da
“biruta” e da bússola
2o Seminário brasileiro de museologia • 165
Fig.5: Identificação de tijolos holandeses na alvenaria de pedra portuguesa do século XVIII na Fortaleza
Nossa Senhora dos Remédios.
Fig.6: “[...] Campo Arqueológico de Fernando de Noronha. Sem museu minha vida é um tédio. Eu não
consigo viver sem os museus!![...]” (Ila, 9 anos)
2o Seminário brasileiro de museologia • 166
Nessa etapa o eixo norteador das ações empreendidas foi o de criar uma
identidade visual da proposta de iniciação científica para o patrimônio, por
meio de uma mascote. Essa é a protagonista das histórias criadas, que aborda
questões sociais como resgate de valores, e o cuidado com o meio ambiente e
com o outro.
A ilustração da mascote Mabunina elaborada pelo ilustrador Pedro Ponzo
foi apresentada aos alunos das séries iniciais por meio de uma apresentação
em power point dos registros fotográficos colhidos durante as visitas aos
museus, e as imagens de desenhos produzidos pelos alunos após a atividade de
campo que retratam nuances desse percurso. Com essa ferramenta se desejou
rememorar a experiência vivida coletivamente e destacar alguns aspectos do
circuito expositivo para, em seguida, e a convite da mascote Mabunina,instigar
os alunos a participarem como colaboradores da montagem da exposição
Lembranças e Descobertas.
Ao todo foram produzidos seis (06) power point de caráter lúdico e
educativo, para distribuição gratuita aos alunos e professores participantes do
projeto. Com essa ação, se previu a disseminação de conceitos e atitudes para
outros públicos e gerações além do infantil, composto pelos membros da família
e amigos.
Para auxiliar nesse processo de rememoração e promover a participação
em outras experiências expositivas, os alunos do 1º Ano do ensino médio de
tempo integral colaboraram enquanto monitores. Previamente, lhes foi narrada
à experiência vivenciada com os alunos das séries iniciais por ocasião da
celebração da VIII Semana Nacional dos Museus. Na sequência, lhes foi
apresentado o material confeccionado em power point com as fotos da visita
aos museus de uma das turmas, e exposto os objetivos que o projeto didático
Monitoria para Montagem da Exposição Lembranças e Descobertas,
especialmente elaborado para a disciplina de História da Cultura
Pernambucana do 1º ano do ensino médio,visou alcançar.
2o Seminário brasileiro de museologia • 167
Fig.8: A personagem Mabunina como protagonista em uma história acerca das formas planas,
conteúdo matemático.
2o Seminário brasileiro de museologia • 169
Fig.11:Registro de aluna do 1º ano após a visita ao canteiro de escavação arqueológica na Vila dos
Remédios, em dezembro de 2010
2o Seminário brasileiro de museologia • 174
Fig.12: Momento de subjetividade: Como seria a configuração das paredes da ruína descoberta? –Da
forma de um retângulo.
comunidade.
e social.
2o Seminário brasileiro de museologia • 176
Gerar ambientes de acolhimento nos espaços Adquirir mobiliário apropriado ao público infantil e
onde as atividades serão empreendidas. climatizar ambiente.
Estabelecer as relações das produções Adquirir material para projetos expográficos voltados
(fazeres) e suas elaborações (modos de fazer) ao público infantil.
para reforçar a produção imaginativa e
criadora dos alunos.
Estabelecer regras para serem cumpridas em Garantir recursos financeiros para alunos monitores,
cada etapa do projeto: tentar persistir quando professores orientadores, oficineiros e demais
surgirem dificuldades, não abandonar o profissionais envolvidos para a plena realização das
projeto, tentar verbalizar o incômodo, aprender etapas: coordenador pedagógico, psicólogo, arte
a viver no coletivo. ducador.
Trabalhar conteúdos sobre embalagens Criar um kit-lanche para atividades de campo com
descartáveis e sua reutilização, e sobre o alimentos saudáveis e embalagens ecologicamente
desperdício e o consumo de forma informal corretas. E um kit de primeiros socorros.
durante o momento do lanche.assim como
práticas de segurança.
Realizar uma dinâmica em grupo para se Adquirir materiais de apoio para relaxamento e
restabelecerem no retorno do recreio, na saída alongamento.
e chegada de campo.
Garantir o êxito das atividades de campo Criar, produzir e adquirir material de apoio
considerando as habilidades do ensino pedagógico aos trabalhos de campo e
aprendizagem para cada série/ano. laboratório:diário de campo, tarjetas, mapas, cartela
sobre as plantas, animais e edifícios históricos da
ilha, escala métrica, bússola, escala do tempo, rosa
dos ventos, réplicas, maquetes,maletas
pedagógicas, banners,marcos de madeiras pintados
2o Seminário brasileiro de museologia • 177
Publicizar o processo desenvolvido visando a Estabelecer ações de letramento digital para alunos,
participação de novos agentes por meio do monitores, e demais participantes do projeto, com
portal destinado ao monitoramento posterior oficinas de conteúdo afins as ações do
participativo. projeto.
Referências
Resumo
O conceito de Museologia Social, se coloca como alternativa, para cobrir os
novos tipos de representações das formas de fazer museus. Assim, os espaços
museais passam a funcionar como dispositivos de reconstrução contemporânea
de experiência democrática; fundamentada, em uma perspectiva de Educação
Integral. Desse modo, a Educação Museal torna-se um importante dispositivo
comunicacional. No entanto, no âmbito das políticas públicas, ou dos
movimentos sociais, a compreensão de Educação Museal, parece estar distante
de uma visão de educação integral, com o predomínio de uma forma escolar;
fenômeno que caracteriza um processo de escolarização de outros
espaços/relações, e provoca um borramento das fronteiras entre educação e
escolarização, com prejuízo à primeira. Esse estudo, pretende refletir sobre as
possibilidades da educação museal construir narrativas que se diferenciem da
proposta pela educação escolar, considerando, a aproximação, direta, entre as
ações educativas efetuadas por iniciativas de Museologia Social, com as
instituições de educação formal. A pesquisa terá um aporte teórico/
bibliográfico.
Abstract
The concept of Social Museology, arises as an alternative to cover new types of
representations of ways of doing museums. Thus, the museological spaces will
function as contemporary reconstruction device democratic experience; based on
a perspective of Integral Education. Thus, Education museum becomes an
important communication device. However, in the context of public policies or
social movements, the understanding of museum education, seems to be far
from a vision of integral education, with the predominance of a school form;
phenomenon featuring a schooling process of other spaces / relationships, and
causes a blurring of the boundaries between education and schooling at a loss at
first. This study aims to reflect on the possibilities of museum education construct
narratives that differentiate the proposal for school education, considering the
approach, directly between the educational activities carried out by initiatives of
1
Pedagoga, com especialização em Psicopedagogia, mestrado em educação, graduanda de
Museologia Universidade Federal de Pernambuco
2o Seminário brasileiro de museologia • 180
Social Museology, with formal educational institutions. The research will have a
theoretical / bibliographic contribution.
••••••••••
2
Declaração do Rio de Janeiro de 1958 In: Legislação de Museus, IBRAM, 2012, p. 90.
3
Museóloga, formada pelo Curso de Museus do Museu Histórico Nacional, membro do
International Council of Museums (ICOM).
2o Seminário brasileiro de museologia • 181
4
A proposta consistia em propiciar às comunidades uma forma de participar dos processos
educacionais, de maneira que a apreensão de outros conteúdos culturais se fizesse a partir dos
valores próprios da comunidade, e a escola deveria refletir o contexto no qual estava inserida,
utilizando a própria realidade na construção dos currículos, que deveriam utilizar teatro, dança
cinema, música, artes plásticas, fotografia, desportos, museus e casas históricas, na geração de
situações de aprendizagem. (HORTA, 1983, p. 34)
2o Seminário brasileiro de museologia • 185
Para Vincent; Lahire & Thin (2001, p. 15) a invenção da forma escolar se
realiza através da produção das disciplinas escolares. E essas são criadas e
institucionalizadas por meio dos currículos. Assim, falar de forma escolar como
forma de relações sociais é relaciona - lá a uma estrutura curricular. A forma
escolar é, portanto, unidade de uma configuração histórica particular, surgida
em determinadas formações sociais: "precisamos reafirmar que a forma escolar
não é estritamente confundida com a instituição escolar, nem limitada por ela,
mas é transversal em relação a diversas instituições e grupos sociais" (VINCENT;
LAHIRE & THIN, 2001, p. 46). Na análise de Flávio Brayner (2001):
O problema é com uma determinada forma, a “forma escolar”,
surgida por volta do século XVI, se impõe como um modelo
hegemônico e superior a todos os outros, um modelo que, claro, nós
achamos “natural” e universal, com sua pedagogia, seus horários,
disciplinas, manuais, espaços, etc. Modelo que se estendeu até o limite
2o Seminário brasileiro de museologia • 186
Nesse sentido, existe, portanto, uma forma escolar que não se restringe
apenas à escola, uma forma escolar que ultrapassou as paredes da escola e se
expandiu, suscitando uma sociedade “escolarizada”, gerando muitas
questões/problemáticas. Essa forma escolar para Rui Canário estabelece um
formato escolar de conceber os processos de aprendizagem. Essa nova maneira
de “construir” relações sociais, promovida pela forma escolar, afeta outros
espaços. "estabelece relações entre a forma escolar e outras formas sociais,
principalmente, políticas". (VINCENT; LAHIRE & THIN, 2001, p. 16-17). Um dos
desafios, para esse estudo, é pensar o impacto de uma forma escolar de
socialização no cenário contemporâneo. De modo mais específico, como essa
hegemonia da forma escolar afeta um espaço social como o museu.
Independente da tipologia.
Maria Célia Santos (2001), em seu texto “Museu e Educação: conceitos e
métodos” Aponta que os conteúdos transmitidos pelas escolas, ao longo dos
anos, têm privilegiado padrões de cultura importados, aplicados, sem a devida
redução social, em currículos com conteúdos impostos de cima para baixo,
dissociados da realidade dos alunos. Em nossa sociedade, prevalece à idéia da
educação escolar como “fonte de salvação”, passamos a maior parte de nossas
vidas na escola, precisamos o tempo todo de orientação, nosso projeto é muito
mais escolar do que educativo, educamos para processos seletivos, para
vestibulares, para o trabalho, não para a vida.
Para Rui Canário, a aprendizagem é um processo difuso, não formal, que
é coincidente com um sistema largo e multiforme de socialização. “Decorre
daqui que a aprendizagem ocorre em todos os cenários, o que significa que a
maior parte dos contextos educativos não são contextos escolares” (CANÁRIO,
2005, p.70). Mas no cenário atual, existe uma supervalorização do que é
aprendido nos espaços formais, no caso específico, a educação formal escolar,
em detrimento a outros espaços e maneiras de construir conhecimento.
Inclusive, a classificação das diferentes tipologias de educação, entre formal,
2o Seminário brasileiro de museologia • 187
5
Museus são espaços com múltiplas dimensões, a educação museal é caracterizada como não
formal, mas os limites entre as concepções entre formal, não formal e informal tem aspectos
tênues. Não queremos dizer com isso, que escolas e museus, ou outros espaços educativos são
iguais, mas nos referimos ao modo de construir conhecimento. As diferenciações de
categorização não deveriam ser hierarquizadas. A educação que ocorre nos museus pode ser
sistematizada, através de atividades educativas intencionais, com metodologias e análises
específicas, esses dados encaixam-se na definição de educação formal.
2o Seminário brasileiro de museologia • 188
6
A Museologia pode, assim, ser definida como o conjunto de tentativas de teorização ou de
reflexão crítica sobre o campo museal, ou ainda como a ética ou a filosofia do museal.
(Conceitos Chave da Museologia, 2013).
.143).
2o Seminário brasileiro de museologia • 190
(...) para ser educativa, a arte precisa ser arte e não arte educativa; do
mesmo modo, para ser educativo, o museu precisa ser espaço de
cultura e não um museu educativo. È na sua precípua ação cultural
que se apresenta possibilidades de ser educativo. O museu não é
lugar de se ensinar a cultura, mas, sim, lugar de cultura. (KRAMER,
1998, p. 20 apud LEITE, 2005, p. 36)
7
Um espaço social conceituado como campo se apresenta à apreensão sincrônica como um
espaço estruturado de posições “cujas propriedades dependem das posições nestes espaços,
podendo ser analisadas independentemente das características de seus ocupantes (em parte
determinadas por elas)” Bourdieu (1983).
2o Seminário brasileiro de museologia • 191
Considerações Finais
Referencias
Resumo
Nesta pesquisa abordaremos a formação dos mediadores da Galeria Janete
Costa para a exposição “Arcaico Contemporâneo – 50 anos de pintura”, que
apresentou parte da produção do artista Urian Agria de Souza e esteve aberta
ao público de 12 de março de 2014 a 27 de abril do mesmo ano. Trazemos a
reflexão sobre a formação dos educadores para a exposição, seus
desdobramentos, a partir das relações desenvolvidas entre o artista, os
mediadores e o público, durante o período em que estiveram imersos no
universo da produção artística de Urian. Para apoiar-nos neste trabalho
trazemos as contribuições de Barbosa (1984) (2008), Coutinho (2009),
Honorato (2013) que tratam tanto da Mediação Cultural, como da formação
dos mediadores para as exposições de arte.
Abstract
In this research we’ll cover the training of mediators Janete Costa Gallery for the
exhibition "Archaic Contemporary - 50 years of painting", who presented part of
the production of the artist Urian Agria de Souza and was open to the public
from March 12, 2014 to April 27 the same year. We bring reflection on the
training of mediators for the exhibition, its consequences, from the relations
developed between the artist, the mediators and the public during the period
they were immersed in the world of artistic production Urian. To support us in
this work bring the contributions of Barbosa (1984) (2008), Coutinho (2009),
Honorato (2013) that address both the Cultural Mediation as the training of
mediators for art exhibitions.
INTRODUÇÃO
Para que uma exposição das mais diversas linguagens artísticas aconteça
é necessário um período de pré-produção, também é necessário outro período
onde a produção é efetivamente realizada - vinda desde a curadoria à
montagem do projeto expográfico - e em algum ponto culmina no
planejamento das ações educativas. Por vezes, o educativo, embora visto como
o cartão de visita da instituição é deixado à margem ou por último nessas fases
de produção. Porém, são os mediadores que vão passar a maior parte do
tempo na exposição, durante o período que ela estiver aberta ao público.
O planejamento das ações educativas deve perpassar do período da
concepção ao período de montagem da exposição. Estas ações se fundam e
estruturam-se com a participação efetiva da equipe de mediadores neste
processo. Quanto a isso, Ana Mae (2008, p. 98) corrobora que: “Hoje, a
aspiração dos arte/educadores é influir positivamente no desenvolvimento
cultural dos estudantes por meio do conhecimento de arte que inclui a
potencialização da recepção crítica e a produção.”.
Por outro lado, o processo de formação dos educadores para as
exposições parece ser interrompido com o final das mesmas, trazendo-nos à
tona refletir sobre o que fica para o educador após a desmontagem e
readequação do espaço expositivo? Será que tal formação acaba ali? E foi
numa discussão levantada a partir dessas inquietações que parte do Educativo
da Galeria Janete Costa passou a conjecturar possibilidades de produções
acadêmicas acerca das experiências vivenciadas dentro da instituição no
período entre exposições.
Porém, nem sempre houve a preocupação de se planejar ações para
recepcionar o público nos espaços expositivos. Sabendo que atualmente, em
algumas instituições culturais, nem mesmo há um setor educativo. E por isso, foi
fundamental o apoio da gestão do espaço quanto à iniciativa dos educadores
em suas ações. Segundo Barbosa (2008, p. 103), “[...] No Brasil antes do lema
de “prioridade social”, muitos museus recusavam-se a sistematizar um setor
educativo.” Ainda para Barbosa (2008, p. 104), “os curadores, até então deuses
2o Seminário brasileiro de museologia • 199
ARCAICO CONTEMPORÂNEO
O EDUCATIVO GALERIANO3
3
Por se tratar de uma galeria, os educadores do espaço resolveram se apropriar do termo
“galeriano” a fim de identificar a equipe.
2o Seminário brasileiro de museologia • 202
4
“Coletive-se” é um programa, realizado pelos educadores da Galeria Janete Costa, que tem
como objetivo reunir grupos e pessoas que realizam estudos diversos sobre a arte, de modo que
eles possam colocar em prática suas ideias.
2o Seminário brasileiro de museologia • 203
atuações comuns a esse sujeito propositor, são elas: “[...] sujeito ou ação que
desorganiza, embaralha, altera realidades diferentes – de questões provocativas
entre o trabalho do artista e o público.”. Era esse educador que Urian queria
trabalhando na “Arcaico Contemporâneo – 50 anos de pintura”.
Além de estar presente na produção, o artista acompanhou a exposição
junto ao público. Urian esteve na galeria todas as quartas e aos finais de
semana, acompanhando as visitas e também dialogando com os educadores a
fim de ampliar o repertório cultural de ambas as partes. Os laços estabelecidos
entre o artista e o Educativo foram estreitos, ao ponto dos educadores sentirem
falta da presença dos artistas em outros momentos, durante as suas exposições.
Este detalhe suscitou o levantamento de discussões em torno de questionamento
que giraram em torno de proposições como: por que é tão importante a
presença do artista no espaço expositivo? Ou como indaga Cayo Honorato
(2014, p.4), “De que modo educar se torna ou continua sendo uma prática
artística?”. De artista, Urian tornou-se um amigo “parceiro” de todos os
educadores, e das conversas sobre Arte até futebol, a galeria tornou-se o ponto
de encontro entre todos os envolvidos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Referências
APÊNDICE
ENTREVISTA
Carlito Person – Coordenador do Educativo da Galeria Janete Costa
2o Seminário brasileiro de museologia • 212
Resumo
Múltiplas são as relações que podemos estabelecer com a escrita. Elas
perpassam o âmbito privado/individual e ao mesmo tempo o público/coletivo.
Nesse sentido, ler e escrever são verbos que, à primeira vista nos remetem a um
grupo específico: ao grupo social letrado. Porém, é preciso atentar ao fato de
que a leitura não se restringe apenas ao mundo letrado. Ela também faz parte
da tradição oral, que por sua vez dá aos escritos sentidos e significados
variados. Estes sentidos e significados são atribuídos pelos sujeitos sociais.
Sendo assim, podemos auferir que os escritos possuem diversos espaços de
circulação e que, além disso, eles podem propelir ideias, estabelecerem regras e
normas de convívio social, ou podem ser utilizados como contramão de
determinados códigos que são impostos. A sala “Artes da Escrita”, que compõe
a exposição de longa duração “Ceará: uma história no plural” do Museu do
Ceará é um convite para refletir sobre a relação dos sujeitos com as práticas de
escrita, de leitura, com os suportes de escrita e com os impressos. Contudo, o
presente trabalho busca trazer ao “público leitor” algumas experiências
educativas durante as mediações para os visitantes, sejam eles grupos escolares
com objetivos específicos e pré-estabelecidos antes da visita, ou visitantes
avulsos que ao passarem na rua despertam a curiosidade de conhecer as
exposições do museu. Por fim, cabe ressaltar que as mediações foram
realizadas utilizando-se da Metodologia do Objeto Gerador.
Abstract
Multiple are the relationships we can establish writing. They permeate he private
sector/single while the public/collective. In they permeate he private verbs that, at
first sight lead us to specific group: the literate society group. Owever, it is
necessaru to pay attention to the fact that reading is not only restricted to the
leterate world. It is also part of the spoken tradition, which in urn gives written
directions and different meangs. These senses and meanings are assigned by
society subjects. Thus, we can derive that the writings have several circulation
spaces and, in addition, they an propel ideas, establish rule and norms of society
life, or can be used as against certain codes that are imposed. The room, “Art of
1
Mestrando em História Social pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade
Federal do Ceará. Membro do grupo de estudos “História e Documentos: reflexões sobre fontes
históricas”. E-mail para contato: gilbertopjmp@gmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 215
Writing”, which comprises the long-term exhibition “Ceará: the history in the
many” of Museum Ceará is an invitation to reflect on the relationship of
indiduals woth writing practices of reading, ehit the media written and printed.
However, thes paper seeks to bring the “reading public” some educational
experiences during the mediations for visitors, whether they be school groups eith
specific objectives and pre-arrenged before the visit, or loose visitors as theu
passed on the street arouse curiosity to know museum exhibtions them. Finally, it
is noteworthy that the mediations were performed using the Object Generator
Methodoly.
••••••••••
2
CATÁLOGO DO MUSEU DO CEARÁ, 2012:114.
3
RAMOS, 2004:18.
4
RAMOS, 2004.
5
Ibdem, 2004:7.
2o Seminário brasileiro de museologia • 217
(ARTE)MANHAS DA ESCRITA
“Ler seria, pois, não escrever de novo o livro, mas fazer
com que o livro se escreva ou seja escrito”
Maurice Blanchot.
2o Seminário brasileiro de museologia • 218
6
LEAL, 2002:24.
7
Agremiação literária que surgiu em Fortaleza no final do século XIX e que se reunia no Café
Java localizado na Praça do Ferreira, cuja marca principal era realizar, por meio de publicações
impressas, uma crítica aos hábitos fortalezenses na Fortaleza Belle Epóque. Os padeiros eram os
sócios que se reuniam para discutirem o que seria publicado (as fornadas) no jornal O Pão.
2o Seminário brasileiro de museologia • 220
8
SANTOS, 2010:102.
2o Seminário brasileiro de museologia • 221
9
COLARES,1996:18.
10
A título de exemplo citamos a dissertação de mestrado “Um lugar para o tempo dos letrados:
leituras, leitores e a Biblioteca Provincial do Ceará na segunda metade do século XIX” de José
Umberto Carneiro Filho, defendida no programa de pós-graduação em História da
Universidade Federal do Ceará em 2014, e a obra “História do ensino no Ceará” de Plácido
Aderaldo Castelo.
2o Seminário brasileiro de museologia • 223
11
Na sala estão expostas as escrivaninhas de Tomás Pompeu Sobrinho e Rodolfo Teófilo.
2o Seminário brasileiro de museologia • 224
12
ECO, 2010:16.
13
Sobre as diferenças entre o livro digital e impresso, as relações que os indivíduos estabelecem
com os mesmos e se a versão digital substituirá a impressa, ver: CHARTIER, Roger. A aventura
do Livro: do leitor ao navegador. Trad. Reginaldo de Morais. São Paulo: UNESP/Imprensa
Oficial do Estado, 1999. 2ª reimpressão. & CARRIÈRE, Jean-Claude; ECO, Umberto. Não
contém o fim do livro. Trad. André Telles. Rio de Janeiro: Record, 2010.
2o Seminário brasileiro de museologia • 226
14
RAMOS, 2004:14.
2o Seminário brasileiro de museologia • 227
que as relações interpessoais estão cada vez mais instantâneas e voláteis, que
receber uma carta é algo muito raro.
Expõem-se ainda que a comunicação via carta foi substituída por
computadores, tabletes, Ipads, smartphones que nos dão a falsa impressão de
estarmos cada vez mais próximos das pessoas, ou seja, vivemos em um novo
regime sensorial. Deixamos de ter apenas uma experiência sensória corporal e
passamos a viver, além desta, uma experiência sensória virtual. Se antes era
necessário utilizar o tato, o olfato e a visão (corporal), hoje, comumente, em
nosso dia-a-dia só necessitamos ativar a visão (virtual).
Cabe destacar que, embora exista a possibilidade de receber uma
mensagem em frações de segundos, estabelecer uma comunicação com
imagem e áudio, ao mesmo tempo as ferramentas tecnológicas distanciam os
sujeitos (no sentido físico), mudam as relações com o corpo, com o olhar, com o
afeto e os sentimentos se tornam mecanizados, virtualizados e expressos em
emotions. Em síntese, são outras relações que estabelecemos, sendo uma
presencial/corporal e outra virtual. Porém, a primeira não substitui a segunda,
nem a segunda é igual à primeira.
Diante das diversas possibilidades de mediações que podem ser
realizadas a partir desses dois objetos, acreditamos que uma questão é da mais
primordial importância: abordar como a tecnologia, a aceleração do tempo e o
crescimento exacerbado da sociedade de consumo afetam as relações sociais
entre os sujeitos. Como o corpo e o olhar adaptam-se as exigências das novas
tecnologias.
Até aqui falamos apenas da palavra escrita. Agora iremos discutir sobre a
palavra falada. Erroneamente acreditamos que a leitura é uma prática realizada
somente pelos letrados. Segundo Pierre Bordieu, é necessário sermos sensíveis
quanto à análise da circulação textos e dos impressos,
Pois face ao livro, devemos saber que existem leituras diversas,
portanto competências diferentes, instrumentos desigualmente
distribuídos, segundo o texto, segundo a idade, segundo
essencialmente a relação com sistema escolar, a partir do
momento em que o sistema escolar existe15.
15
BORDIEU, 1996:237.
2o Seminário brasileiro de museologia • 230
Fonte: As figuras 7 e 8 estão disponíveis em: Museu do Ceará. São Paulo: Banco Safra, 2012.
16
Revista do departamento de História da Universidade Federal do Ceará.
17
Projeto de publicação de textos referentes a museu e educação museal. Essa coleção, assim
como, a coleção Outras Histórias e Outras Historinhas faz parte do projeto pedagógico do
Museu do Ceará.
18
RAMOS, 2004:13.
2o Seminário brasileiro de museologia • 232
Referências
PIERRE, Bourdieu; CHARTIER, Roger. A Leitura: uma prática cultural. In: Práticas
de Leitura. São Paulo: Edições Liberdade, 1996.
RAMOS, Francisco Régis Lopes. Museu, ensino de história e sociedade de
consumo. Fortaleza, Museu do Ceará / Secretaria da Cultura do Estado do
Ceará, 2004.
SANTOS, Núbia Agustinha Carvalho. Museu e escola: uma experiência de
mediação entre as crianças de educação infantil e o espaço museológico.
Dissertação de mestrado apesentada ao Programa de Pós-Graduação em
Educação Brasileira da Faculdade de Educação da Universidade Federal do
Ceará, 2010.
2o Seminário brasileiro de museologia • 234
Priscila Leonel1
Resumo
Este estudo parte da experiência em um projeto chamado 40 museus em 40
semanas, que possibilitou visitar 40 instituições museais da cidade de São Paulo.
As visitas eram sempre agendadas com o educativo dos museus e os grupos se
formavam a cada semana, através de convites abertos, feitos pelas redes
sociais. Neste artigo trago narrativas de duas visitas, a fim de trazer elementos
para pensar ações referentes a mediação cultural partindo da experiência
vivida. Enquanto idealizadora e participante do projeto, estive no lugar de
público, e deste lugar posso apresentar observações, refletindo sobre as práticas
educativas em museus, a fim de apresentar elementos para melhor
compreensão e problematização das experiências relatadas e analisadas.
Palavras-chave:
Educação em museus, público de museus, educador, visita a museus
Abstract
This study, emerge from the experience in a project called 40 museums in 40
weeks, which made possible to visit forty museum institutions in São Paulo. The
visits were always booked with the educational body of museums and groups
were formed every week through open calls, made through social networks. In
this article I’ll bring the narratives of two visits, in order to evoke, from the lived
experience, elements to think about actions for cultural mediation. As founder
and project participant, I assumed the visitor´s role, and from this place, had the
opportunity to weave comments for reflections directed to the educational
practices in museums and hoping to provide live elements for a better
understanding and inquiry of the reported and analyzed visits.
••••••••••
1
Mestranda em Arte-Educação na UNESP, professora de Comunicação Museológica No curso
de Museologia na ETEC Parque da Juventude. E-mail para contato: prilepemeluna@gmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 235
2
Endereço eletrônico do Site da Secretaria de Cultura -
http://www.cultura.sp.gov.br/portal/site/SEC/menuitem.426e45d805808ce06dd32b43a8638ca
0/?vgnextoid=cacd97c51f155410VgnVCM1000008936c80aRCRD&vgnextchannel=cacd97c51
f155410VgnVCM1000008936c80aRCRD
2o Seminário brasileiro de museologia • 237
Ao mesmo tempo saliento que existem muitas variáveis que podem influenciar
uma visita, além de diretrizes dos programas educativos, afinal, somada a
relação com os educadores, a percepção da visita também é influenciada pelo
ambiente e pelas interações intra e extra grupo. Apolline (2012, p.34) nomeia
de climatosofía, configurações referentes ao clima da instituição, que
influenciam na percepção do momento, sendo distintas para cada pessoa, pois
segundo a autora, a aprendizagem é uma coisa que só acontece como parte de
um processo que envolve o espaço e as relações que se estabelecem ali. Sendo
assim, é preciso admitir a existência de um conjunto de variáveis que vão atuar
no processo de visitação, considero fundamental me debruçar sobre elas
separadamente para melhor compreender o fenômeno vivenciado no projeto,
mas por hora concentrar-me-ei nas influencias dos programas educativos,
tentando entender o papel do mediador na recepção e mediação do patrimônio
artístico e cultural.
3
Diretor do Museu do Estado da Bahia entre 1930 e 1959. Em 1943 recebeu o apoio do
governo do Estado e a Faculdade de Filosofia para que, com uma bolsa da Fundação
Rockfeller, realizasse cursos e estágios em museus norte-americanos e sul-americanos.
2o Seminário brasileiro de museologia • 241
Compor um projeto com tantos museus era ao mesmo tempo uma forma de
apresentar esses espaços para outras pessoas e também de encontrar elementos
desconhecidos que pudessem contribuir na minha construção de identidade.
Visita à Pinacoteca
Conclusão
Os dois relatos acima são parte da história do projeto 40 museus em 40
semanas, que através de visitas possibilitou ter algumas referências das
mediações culturais estabelecidos nestas instituições. Pensar a Educação em
museus a partir do projeto 40 museus em 40 semanas é uma forma de percorrer
2o Seminário brasileiro de museologia • 246
Assim torna-se difícil fazer uma comparação sobre as ações, o que não é o meu
intuito, pois não é preciso qualificar ou quantificar as mediações culturais, mas
observá-las atentamente e, partindo deste leque de experiências, valorizar e
4
Foundoukidis foi chefe e redação da Revista mouseion e diretor do Office Internacional des
Museés
2o Seminário brasileiro de museologia • 248
explorar estas ações que deram certo, que ganharam o grupo, desenvolvendo a
temática de forma criativa ilustrando o contexto e animando possibilidades. A
partir dessas observações atentas, como as que foram narradas neste artigo,
teremos elementos para aprimorar essa prática de mediação que, apesar da
presença massiva nos museus brasileiros, ainda vem ganhando forma e se
estruturando.
Referências
FOUNDOUKIDIS, E. Air et Lumière das les museés. Paris, n.6, p 21, 1938
5
2o Seminário brasileiro de museologia • 249
Resumo
Esse texto apresenta dados de pesquisa sobre o uso pedagógico do Museu de
Artes e Ofícios em Belo Horizonte. Centra a discussão a relação entre o setor
educativo do museu e os professores que fazem uso frequente da exposição
para ensinar história. Analisa os materiais pedagógicos e atividades ofertadas
pelo setor educativo na aproximação com os docentes e afirma a
potencialidade educativa da exposição museal para o ensino e aprendizagem
de história. Afirma a importância dos museus nos processos formativos que
incluem docentes, discentes e educadores de museus.
Abstract
This paper presents data from a research about the pedagogical use of the Artes
e Ofícios Museum of Belo Horizonte. We focused the analysis in the relationship
between educative sector of the museum and the teachers who frequently use the
exhibitions for teaching history. It also analyses the pedagogical materials and
activities provided by the educative sector for teachers and study the educative
potentiality of the museum’s exhibitions for teaching history. Finally, it supports
the importance of the museums for the formation of teachers, students and
museum educators.
Introdução
1
Professor de Prática de Ensino de História, Coordenador de Pesquisa da Universidade do
Estado de Minas Gerais-UEMG-Campanha, luciohistoria@hotmail.com.
2o Seminário brasileiro de museologia • 251
2
Dados levantados pelo IBRAM indicam que 51,9% dos museus brasileiros não possuem serviço
educativo mas 80,6 % oferecem como opção a visita guiada. IBRAM. Museus em Números.
Brasília: Instituto Brasileiro de Museus, 2011, online.
2o Seminário brasileiro de museologia • 255
3
O Museu de Artes e Ofícios foi inaugurado no dia 14 de dezembro de 2005 e aberto ao
público no dia 10 de janeiro de 2006. O projeto estava sendo gestado desde 2000 pelo Instituto
Flávio Gutierrez (IFG) em parceria com a CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos). A
empresária mineira e presidente do IFG Ângela Gutierrez colecionou durante algum tempo
objetos representativos da fase manufatureira da indústria mineira, além de utensílios da
cozinha, móveis e outros objetos que foram recolhidos no interior de Minas Gerais. Tais objetos
são classificados como acervo representativo do trabalho pré-industrial do Brasil dentro da
proposta de apresentar os ofícios como arte.
2o Seminário brasileiro de museologia • 256
Trilha do comércio
4
Este CD-ROOM foi idealizado pela equipe do Projeto Tematizando os Ofícios – caixa virtual de
história – o Museu de Artes e Ofícios em visitas escolares, e pelos sub-projetos Memória dos
Ofícios e Educação para o patrimônio, que reuniu pesquisadores da Universidade Federal de
Minas Gerais, da Universidade Estadual de Minas Gerais, da Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais e do Setor Educativo do Museu de Artes e Ofícios.importantes para a construção
do nosso estilo de ser e viver em uma sociedade consumista.
2o Seminário brasileiro de museologia • 263
Trilha do gesto
Trilha da Mineração
Trilha Afro-brasileira
Ao optar por uma das trilhas, o professor planeja sua visita ao MAO e
pode romper com a lógica da visita clássica aos museus, que se davam em um
curto períodode tempo, na qual os estudantes eram conduzidos pela exposição
transcrevendo tudo que encontravam pela frente. Podem propor problemas
historicamente fundamentados e, dessa forma, potencializar os conteúdos
curriculares por meio de uma narrativa visual da história.
A criação de programas de atendimento especializado aos docentes em
setores educativos dos museus pode favorecer não somente a que os
professores se qualifiquem para esta relação e usufruto educativo, mas que os
museus, como instituições mutáveis, também possam mapear as expectativas e
impressões dos professores, alterando seus projetos de recepção de públicos
escolares. Chamamos de atendimento especializado aos serviços, atividades e
programas permanentes criados no museu que favorecem vínculos mais efetivos
com a sociedade e dos professores com os museus, com alteração de hábitos
culturais e amadurecimento de propostas de visitação escolar.
Com a criação desses programas, o fazer educativo nos museus passa a
ser visto como oportunidade formativa, uma vez que é rico em experiências,
contatos e trocas. Professores e educadores de museus aprendem com a prática
e a experiência que são reavaliadas e reposicionadas no processo educativo.
Assim, atividades nos museus, que são desenvolvidas com os professores,
podem contribuir para novas experiências educativas com os estudantes nas
escolas. A atividade docente é, antes de tudo, baseada em interações entre
seres humanos: dos professores com os estudantes, seus colegas de profissão e,
também, com as equipes educativas dos museus (PEREIRA & SIMAN, 2009).
frequentes aqueles que visitaram o museu por mais de duas vezes no último
ano. Essa escolha se justifica pelos objetivos da pesquisa relacionados às
experiências docentes nos museus. O MAO foi escolhido por se tratar
tipologicamente de um museu de história e receber número significativo de
professores desta área durante todo o ano, além de possuir setor educativo.
Devemos também considerar que a escolha se deu em função de relações de
pesquisa previamente estabelecidas entre o MAO e pesquisadores da UFMG,
PUC-MG e UEMG na realização do projeto Tematizando Artes e Ofícios e
Memórias do Ofício e Educação para o Patrimônio5.
A maior parte dos professores entrevistados na pesquisa incorpora os
museus em sua prática e considera que essas instituições reúnem condições
favoráveis para o ensino de história:
(...) as visitações (não apenas em museus) conferem significado aos
temas trabalhados em sala e permitem que os sujeitos sintam-se
construtores e participantes da história. As visitações a museus
provocam outros sentidos e permitem ao estudante visualizar outras
versões da história que não estão nos livros didáticos. (Professor
Bento- grifo nosso)
5
Tematizando os Ofícios, Projeto desenvolvido pela UFMG no Museu de Artes e Ofícios, entre
2010 e 2013, em parceria com pesquisadores da PUC Minas e da UEMG, e sob a coordenação
de Júnia Sales Pereira, com apoio da FAPEMIG, PUC Minas e CAPES, integrando os subprojetos
Educação para o patrimônio, coordenado por Carla Ferretti, e Memórias dos Ofícios,
coordenado por Lana Mara de Castro Siman
2o Seminário brasileiro de museologia • 266
acesso ao Museu, para que possam planejar atividades que serão realizadas
com os estudantes durante a visita6.
Pereira & Carvalho (2010) afirmam que não há visibilidade plena nos
museus e sim a possibilidade de aprendizado da cultura e a sensibilização
histórica por meio do projeto museal. Em processo, o museu é forjado a partir
de seleções arbitradas de coleções produzindo visibilidade e invisibilidade.
Desta forma é preciso romper com:
6
O agendamento de visitas orientadas ao MAO é realizado com 1 mês de antecedência de
duas formas: no "Momento do Educador" encontro realizado com professores na última semana
do mês e na primeira segunda-feira de cada mês, para o mês seguinte. O professor que
comparece ao encontro tem a possibilidade de agendar visitas e as vagas remanescentes do
encontro, ficam disponíveis para agendamento na primeira segunda-feira. Museu de Artes e
Ofícios, 2014, online.
2o Seminário brasileiro de museologia • 270
Considerações finais
Referências
CATEL, Pierre. Museu de Artes e Ofícios de Belo Horizonte: afinal como nascem
os museus? [2005]. História, ciências e saúde. Rio de Janeiro: Manguinhos,
Suplemento, v.12, p.323-38, 2005. Entrevista concedida a Luciana Sepúlveda
Koptcke.
PEREIRA, Junia Sales; CARVALHO, Marcus Vinicius Corrêa. Sentidos dos tempos
na relação museu/escola. Cadernos Cedes, Campinas, v. 30, n. 82, p. 383-
396, set./dez., 2010.
2o Seminário brasileiro de museologia • 273
Resumo
O trabalho busca registrar os embasamentos teóricos e as proposições
pedagógicas adotadas pelo Museu de Arqueologia e Etnologia Professor
Oswaldo Rodrigues no sentido de efetivar a mediação do discurso expositivo da
exposição de curta duração “Arqueologia em Questão: Percorrendo o Litoral
Catarinense” para o público escolar da Educação Básica, desde a Educação
Infantil até o Ensino Médio. Para tanto, inicia contextualizando o Museu e a
referida exposição, aborda aspectos da perspectiva sócio-interacionista e da
relação Museu – Escola, e, enfim, apresenta o trabalho efetivamente realizado
junto aos grupos, que é compreendido como processo pois está em constante
movimento de avaliação e (re)planejamento.
Abstract
The purpose of this paper is to present the theorical basis and the educational
propositions chosen by the Museum of Archeology and Ethnology “Professor
Oswaldo Rodrigues Cabral” in order to permit access to the knowledge stated in
short term exhibit “Arqueologia em Questão: Percorrendo o Litoral Catarinense”
for students from kindergarden to high school. To reach this purpose its structure
includes information about the Social Development Theory and about the
relation between Museums and schools, and finally, the presentation of the work
that has been done with students groups. This work is considered a process, as it
is constantly evaluated and (re)planned.
••••••••••
1
Pedagoga do Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues Cabral
(MArquE/UFSC). Contato: flora.b.s@ufsc.br ; flora.marque@gmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 274
INTRODUÇÃO
1980 uma aproximação com o público por meio dos processos expositivos”
(2014, p. 13). Os registros a que tivemos acesso no Centro de Documentação
da instituição indicam uma quantidade massiva de agendamentos para visitas2
à exposição permanente do então Museu Universitário Professor Oswaldo
Rodrigues Cabral no período que antecedeu o início da reformulação dos
espaços expositivos, em 2003. Pelas fotografias da época, podemos vislumbrar
também uma variedade de outras ações educativas propostas à comunidade.
Infelizmente, não foram encontrados registros escritos que narrem do ponto de
vista da equipe da época as opções e proposições; os registros citam apenas a
data da visita, o nome da instituição de origem e a quantidade de visitantes no
grupo. Percebemos a predominância, desde então, de grupos oriundos de
instituições de educação formal.
No período entre 2003 e 2012, o MArquE passou por uma grande
reformulação em sua estrutura física com vistas a constituir um espaço
adequado para as ações de comunicação do acervo, tendo sido desmontada
sua exposição permanente e, portanto, descontinuado o trabalho sistemático
com o público junto a ela. De acordo com Guimarães, neste ínterim “o museu
continua com ações de pesquisa, conservação, restauração e documentação do
acervo. (...) A equipe do Museu realiza também algumas exposições em outros
espaços da Universidade e outras instituições culturais” (2014, p. 29).
O Pavilhão de Exposições Silvio Coelho dos Santos foi inaugurado em
maio de 2012, com a exposição Ticuna em Dois Tempos. Nesta, o trabalho junto
aos grupos agendados, assim como o próprio agendamento, foi assumido pela
Divisão de Museologia, sendo realizadas visitas mediadas pelas servidoras e
estagiárias desta Divisão.
No mês de julho de 2012, uma pedagoga passa a compor o quadro do
Museu, sendo inicialmente alocada na Divisão de Pesquisa. Neste período,
empreende revisão bibliográfica e redige alguns documentos de
2
O termo “visita” foi aqui utilizado sem qualquer adjetivação (guiada, mediada, etc.) por ser
esta a forma como os registros da época se referem a estas ações junto aos grupos. Hoje,
utilizamos no MArquE o termo “visita mediada”, quando a visita agendada conta com a
presença de um sujeito mais experiente ligado ao Museu que a conduz.
2o Seminário brasileiro de museologia • 276
3
Importante destacar que, em consonância com os princípios da teoria, os autores esclarecem
que não buscam formular uma sucessão universal de etapas, que estas são dependentes do
contexto sócio-históricas em que se produz a vida e o desenvolvimento dos sujeitos. Aquelas
indicadas por eles nos fornecem porém, em nossa opinião, base importante para compreender
o desenvolvimento dos sujeitos de nosso contexto.
2o Seminário brasileiro de museologia • 280
suas condições concretas de vida e ao lugar que ocupa nas relações sociais,
podemos planejar nossa prática a partir de alguns referenciais do que é
esperado em cada etapa, no sentido de pensar as proposições de acordo com
as atividades que suscitam maior envolvimento e desenvolvimento.
A palavra envolvimento foi propositalmente eleita para intermediar
atividade e desenvolvimento na última frase, objetivando dar relevo à
indivisibilidade entre o afetivo e o cognitivo e realçar a importância de
pensarmos no afeto, no sentido da constituição de uma relação positiva com o
Museu, em um país em que a visita a espaços culturais ainda se constitui como
uma prática pouco recorrente para imensa maioria da população4. Na
concepção de Vygotsky, afeto e intelecto devem ser concebidos como unidade,
não oposição, por serem estreitamente vinculados entre si, inseparáveis.
(PASQUALINI, 2009). Assim, se existe a preocupação com a ampliação de
repertórios, a constituição de um olhar atento e crítico e a apropriação de
conhecimentos presentes no discurso expositivo, nossa intencionalidade primeira
ao planejar ações destinadas a visitantes de qualquer etapa do desenvolvimento
é a de buscar estruturar momentos prazerosos, ao mesmo tempo que
significativos, nos quais os visitantes sintam-se afetivamente envolvidos com o
Museu. Acreditamos que pequenas atitudes podem ajudar na constituição
deste vínculo e do sentimento de pertença, como as que elencaremos a seguir.
Nomear os visitantes durante o diálogo com eles, o que viabilizamos por meio
do uso de crachás, é a primeira delas.
O respeito aos saberes e pré-concepções trazidos pelos visitantes também
nos parece fundamental, não no sentido necessariamente da validação destes,
mas no sentido de um diálogo respeitoso com estes, que possa inclusive admitir
que existem diversas formas de explicar a realidade – e que as formas
defendidas nos discursos do Museu são aquelas validada pelas ciências que
compõem sua tipologia.
4
Apenas como referência, uma vez que as visitas a exposições relacionadas com a tipologia de
nosso museu não aparecem como categoria, podemos citar dados da pesquisa acerca dos
hábitos culturais dos brasileiros realizada pela Federação do Comércio do Rio de Janeiro em
2015. Nesta, 55% dos brasileiros referiram não ter feito nenhuma atividade cultural em 2014, e
92,5% referiram que não faz parte de seu costume ir a exposições de arte.
2o Seminário brasileiro de museologia • 281
5
Projeto do Laboratório de Estudos Interdisciplinares em Arqueologia da Universidade Federal
de Santa Catarina, coordenado pelo professor doutor Lucas Reis Bueno.
2o Seminário brasileiro de museologia • 283
6
É fundamental precisar aqui que a instituição concebe que a pedagoga deve estar envolvida
no processo de elaboração e execução das exposições institucionais, colaborando com os
conhecimentos específicos de sua área, notadamente no que tange à acessibilidade física e
comunicacional. No caso desta exposição, a referida servidora estava afastada durante todo o
processo para licença maternidade e amamentação, tendo retornado após a abertura da
exposição.
7
De agosto de 2014 a agosto de 2015, o MArquE recebeu no contexto das visitas mediadas
131 grupos, sendo 91,6% deles provenientes de instituições de educação formal: 83,2% da
Educação Básica e 8,4% do Ensino Superior. Estes grupos somaram pouco mais de 3.300
visitantes, o que representa, para o Museu, uma fatia importante de seu público.
8
Podemos citar como trabalhos que se remetem a estas questões os de ALMEIDA (1997),
MARANDINO (2001), VALENTE et al (2005), SANDER (2006), MENESES(2011).
2o Seminário brasileiro de museologia • 284
9
Acerca da diferenciação entre educação formal, não formal e informal, ver MARANDINO
(2009).
2o Seminário brasileiro de museologia • 285
1. Produção de materiais
Foram produzidos três materiais pedagógicos para compor o trabalho
junto aos públicos infantil e infanto-juvenil, complementando e aprofundando as
relações estabelecidas durante as mediações na exposição. Todos foram
elaborados em parceria com os professores Cristina Colombo Nunes e Luciano
Patrício Castro de Souza e a estudante Monique Koerich, do curso de Design
(Centro de Comunicação e Expressão) da Universidade Federal de Santa
Catarina, e, quando aplicável, com a participação e revisão de conteúdo da
curadora da exposição.
10
O material foi impresso na Imprensa Universitária, tem 21 x 21 centímetros fechado; 42 x 21
aberto, com encadernação em dobra e grampo. A capa é em cores, em papel brilhante de
250gm², e o miolo em preto e branco, em papel offset 120gm². A qualidade dos materiais
escolhidos se deve à intenção de que as crianças valorizassem a produção como um livro de
histórias para compor sua biblioteca. A opção pelo miolo em preto e branco foi por uma
questão orçamentária, mas é interessante destacar que várias crianças exclamaram, ao abrir o
livro, que este “é de pintar!”, demonstrando contentamento com isto.
2o Seminário brasileiro de museologia • 287
Uma vez que o retorno das crianças foi muito positivo, no ano de 2014
pensou-se em seguir com as contações durante as visitas à exposição, mas
também oferecer o texto escrito e ilustrado para que as crianças levassem para
casa um pouco do que vivenciaram no Museu, de forma a aumentar seu
sentimento de pertencimento e familiaridade com o espaço.
11
Costa (2008) alerta para o predomínio, nos materiais elaborados por museus, de atividades
lúdicas e informativas “descompromissadas com o desenvolvimento de habilidades formativas a
partir do acervo e de sua historicidade” (p.220), sem relação com o discurso expositivo nem com
as reflexões passíveis de serem desenvolvidas a partir da experiência museal.
2o Seminário brasileiro de museologia • 290
1.2 Máscaras
As máscaras foram uma estratégia elaborada a partir da compreensão
de que o contato com os objetos é a parte mais significativa da visita ao Museu,
2o Seminário brasileiro de museologia • 291
2. Visitas Mediadas
As visitas são planejadas de acordo com as características de cada grupo
de visitantes, com base nas informações fornecidas no procedimento de
agendamento. Por seu caráter dialógico e pelo ensejo de que as mediações
contemplem os ritmos e interesses dos visitantes, por vezes o planejamento sofre
grandes adaptações no momento da mediação. Basicamente, partimos de
quatro roteiros, conforme exposto a seguir.
Para todos os grupos, optamos por inicialmente expor as regras do
museu, sempre buscando formas para que estas sejam percebidas pelos
12
O termo “habilidade” foi aqui empregado em consonância com Costa (2009). Em suas
palavras, “o trabalho educativo em museus pode contribuir sobremaneira para a difusão dos
bens culturais. Isso porque não basta apenas garantir a democratização do acesso aos mesmos,
é preciso formar leitores críticos aptos para a fruição, a compreensão das mensagens, a
desconstrução de discursos, a descontextualização das fontes e a análise das possibilidades
artísticas e estéticas, dentre outras habilidades” (COSTA, 2009, n.p.)
2o Seminário brasileiro de museologia • 292
13
A presença dos pequenininhos é percebida pelo MArquE como salutar e desejável, tanto para
seu desenvolvimento quanto para a instituição. Porém, avaliou-se a necessidade de limitar a
idade de crianças pequeninas quando a relação criança/adulto é maior que 2 nesta exposição,
pela forma como foi concebida em relação ao seu mobiliário. Crianças de qualquer idade
podem acessar a exposição desde que acompanhadas por adultos responsáveis, em proporção
de no máximo 2 crianças pequeninas por adulto.
2o Seminário brasileiro de museologia • 293
discurso expositivo – que nesta etapa já eram parte fundamental dos objetivos
da visita – com uma dinâmica que considerasse a curiosidade (e a ansiedade!)
destes jovens e que não aproximasse a visita de uma aula expositiva no Museu,
havendo espaço para a apreciação e a observação dos objetos. Em um
processo de avaliações e replanejamentos, as máscaras de MDF se revelaram
uma excelente estratégia para tal conciliação. Assim, o roteiro inicia-se com a
conversa acerca do trabalho do arqueólogo; em seguida o grupo é dividido em
duplas, que recebem uma máscara cada, e a incumbência de percorrer a
exposição atentos aos objetos para encontrar aquele referente à sua máscara, e
então observá-lo quanto a forma, materiais, possíveis usos, etc. Em seguida o
grupo se reúne e a mediação tem como fio condutor a sequência de objetos
encontrados a cada módulo, sendo que as duplas apresentam ao grande grupo
suas observações, o que é complementado pelos mediadores.
A mediação para grupos de Ensino Médio tem seu planejamento bastante
variado, uma vez que as motivações para ir ao Museu são das mais diversas –
desde um aprofundamento teórico nos assuntos abordados na exposição até o
conhecimento dos aparelhos culturais da Universidade como incentivo aos
estudantes em seguir com seus estudos em nível superior. A motivação é
questionada quando do agendamento, e o planejamento é feito a partir do
roteiro de base, buscando contemplar essa motivação e prevendo momentos
expositivos-dialogados e momentos em que os estudantes possam se organizar
com autonomia para percorrer o espaço, confrontando-se com os objetos e
tendo a presença dos mediadores para responder questionamentos.
14
A parceria foi estabelecida com Sônia Jordão e Vânia Maria Broering, servidoras federais do
Núcleo de Educação Infantil da Universidade Federal de Santa Catarina. Em 2015 o projeto
conta com a parceria das professoras Regina Ingrid Bragagnolo, Rose Elaine Waltrick e Maria
Elisa Pimentel, da mesma instituição.
2o Seminário brasileiro de museologia • 296
À GUISA DE CONCLUSÃO
Muito haveria para ser esmiuçado acerca das relações que o MArquE tem
estabelecido com o público escolar em proposições pedagógicas, tanto em
termos quantitativos e de uma análise mais fina de quem é este público escolar
que tem vindo ao Museu, quanto em termos descritivos acerca de cada um dos
componentes das proposições que rapidamente elencamos acima. Optamos
porém, neste momento, por uma abordagem de sobrevôo, que pincele as linhas
principais do que consideramos constituir nosso trabalho e as relações que
temos construído a partir dele: a compreensão do local de onde falamos, esta
instituição museológica que tem uma tipologia e uma história e que hoje
apresenta ao público a exposição Arqueologia em Questão: Percorrendo o
Litoral Catarinense; algumas compreensões e opções teóricas que embasam
nossas práticas; e, enfim, as linhas gerais do que temos proposto junto aos
grupos escolares.
Nosso trabalho como mediadores tem sido um constante processo de
planejamento, avaliação e replanejamento, ora intencional e sistemático, ora
espontâneo, e portanto terminamos este texto indicando sua própria
provisoriedade, considerada como uma qualidade intrínseca de um trabalho
que se entende como processo, em um campo em que há tanto a desenvolver.
Referências
LEITE, M.I. Museus de arte: espaços de educação e cultura. In: LEITE, M.I;
OSTETTO, L.E. Museu, educação e cultura: encontro de crianças e professores com
a arte. Campinas, SP: Papirus Editora, 2005.
Resumo
Os museus contemporâneos são instituições herdeiras de diferentes experiências
de coleta e guarda de objetos. Mas sua estruturação no mundo contemporâneo
teve a clara intenção de utilizar os objetos da cultura material imaterial para
produzir a reflexão sobre temas específicos. Os museus de história, ou antes, os
objetos históricos dispostos em museus de diferentes tipos, têm o intuito de
provocar a percepção do efeito da dimensão temporal nas relações sociais.
Nesta comunicação, apresentamos as referências teóricas que norteiam o
desenvolvimento de propostas de ações educativas desenvolvidas em acervos
dos museus da cidade de Olinda, voltadas a professores da educação básica.
Abstract
The contemporaries museums are inheriting institutions of different experiences
of collection and object guard. But its structure in the contemporary world had
the clear intention to use objects of the material culture to produce the reflection
on specific subjects. The historic museums, the historical objects, intended to
show the time in social relations. In this paper we present the theoretical
references that guide the development of educative actions focused on
collections of Olinda city's museums focused on basic education teachers.
••••••••••
1
Dr. em História; Docente do Departamento de Educação e do PPG de História da UFRPE; líder
do Laboratório de Estudos e Intervenções em Patrimônio Cultural e Memória Social. Contatos:
www.memorial.ufrpe.br; ricardo.pacheco@ufrpe.br.
2o Seminário brasileiro de museologia • 300
3
“Se o patrimônio contribui para a construção identitária dos sujeitos, a patrimonialização de
um objeto por um estudante, repousa na “familiaridade” que ele atribui a esses objetos em
relação a sua própria identidade por um projeto consciente (ou não) de ‘se’ reconhecer dentro
de um grupo de pertencimento que ele se refere” (livre tradução do autor).
2o Seminário brasileiro de museologia • 303
[...] a criança mergulha mais do que se imagina nos meios sociais pelos quais
ela entra em contato com um passado mais ou menos distanciado, que é como
o contexto em que são guardadas suas lembranças mais pessoais. É neste
passado vivido, bem mais que no passado apreendido pela história escrita, em
que se apoiará mais tarde a sua memória. (Halbwachs, 2006, p. 90).
C’en est fait, depuis une trentaine d’années, de cette économie du temps.
L’autorité du futur s’est désagrégée, d’abord et davantage dans la vieille Europe
qu’ailleurs. Ce n’est pas le lieu de décrire ce phénomène de grande ampleur aux
composantes multiples. Pour nous en tenir seulement au temps, on a vu surgir
puis devenir de plus en plus commune l’expression « crise du temps ». Le
principal trait de cette crise paraît être une montée en puissance de la catégorie
du présent, comme si le présent était devenu son propre horizon, comme s’il n’y
avait plus que du présent, sans passé ni futur, ou plutôt fabriquant chaque jour
le passé et le futur dont il a besoin. Un présent englobant et omniprésent.
(Hartog, 2009, p. 63).
Referências
ABUD, Katia Maria. Ensino de História. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
ALMEIDA, Adriana Mortara & VASCONCELOS, Camilo de Melo. Por que visitar
museus? In: BITENCOURT, Circe. O saber histórico em sala de aula. São Paulo:
Contexto, 1997.
Resumo
Um dos campos de maior desenvolvimento e interesse dos museus e da
museologia é o educativo. Responsável por intermediar dentro e fora do museu
o objeto e a missão institucional, o educativo, tem-se comprovado ser o meio
que propicia maior visibilidade à instituição museu. O MMR explora essa
premissa promovendo desde a sua reabertura, ações que aproximem seus
1
Museólogo, especialista em Antropologia das Organizações, Museólogo/Assistente em
Administração no Museu de Minerais e Rochas da UFPE, E-mail para contato:
adrianoeso@gmail.com
2 Graduando em Geologia UFPE, Bolsista no Museu de Minerais e Rochas/UFPE, E-mail:
allandgeo@hotmail.com
3 Graduanda em Geologia da UFPE, Bolsista no Museu de Minerais e Rochas/UFPE, E-mail:
bia_thalita@hotmail.com
4 Graduanda em Museologia da UFPE, E-mail: isesantos00@gmail.com
5 Graduanda em Geologia da UFPE, Bolsista no Museu de Minerais e Rochas/UFPE, E-mail:
paula_jussara@hotmail.com
6 Graduanda em Museologia da UFPE, E-mail: nayarak15@gmail.com
7 Professora Adjunta do Curso de Graduação em Geologia da UFPE, Diretora do Museu de
Minerais e Rochas/UFPE, E-mail: sandradebritobarreto@gmail.com
8 Graduando em Engenharia de Minas da UFPE, Bolsista no Museu de Minerais e Rochas/UFPE,
E-mail: tiagros@hotmail.com
9 Pós-graduanda no Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Designer no Centro de Artes
de Comunicação da UFPE, Voluntária do Museu de Minerais e Rochas/UFPE, E-mail:
yelitzalopezduque@gmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 309
Abstract
One of the biggest areas of development and interests of museums and
museology is education. Responsible for mediating in and out of their facilities
the object and institutional mission of the museum, education has proven to be
the medium that provides greater visibility to the museum institution. The MMR
explores this premise promoting since its reopening, the actions that approximate
the visitors to the knowledge of geoscience, constantly expanding its educational
activities, increasing new forms of interaction with their audience. Becomes the
goal this study demonstrate the latest educational initiatives adopted by the
Museum, the workshop titled "Hand in the Plaster", in which we can demonstrate
the harmony with current best educational practices. To prove this statement, we
will introduce some important definitions of educational practices in museums
present in the reference literature in museology field. The current version "Hand
in the Plaster" stands out for being an activity that essentially complements the
visit to exhibition space the Museum, however, devoting himself to explore
specific contents as required by the public. The reported here contextualizes the
workshop held during the National Week 13th of the Museums , whose the
theme approached was: Museum for a sustainable society, made it possible
bring theoretical information on plaster - such as location of deposits, the mining
process, the economy and environmental sustainability, during processing and
applications - offering opportunities of still implement the use of gypsum - result
of the gypsum processing - by visitors. In specific, we will present the whole
2o Seminário brasileiro de museologia • 310
••••••••••
INTRODUÇÃO
10
O termo virtualmente pode ser aqui compreendido como algo que não se concretiza de fato –
a pessoa não vai fisicamente ao museu, pretensão maior destas instituições – mas,
potencialmente, o conhece por meio de recursos criados pelo ou com participação do “setor
educativo” de cada museu.
11
Termo sinônimo, na museologia, à ação ou prática educativa promovida pelo museu.
2o Seminário brasileiro de museologia • 311
Interatividade
Prática
Objeto museal Educativa
Visitante
12
A primeira geração concentrava-se apenas em expor objetos e coleções de forma
contemplativa, sem mediação; já a segunda geração preocupava-se em tornar a visitação mais
Figura 1- Adaptação do Modelo circular da prática educativa construído por Nascimento (2013, p. 240)
agradável, estimulante e lúdica, utilizando dispositivos interativos e áudio visuais (Nascimento,
2013, p. 238).
2o Seminário brasileiro de museologia • 312
13
Os quais seriam: hands on (manual), minds on (mental) e heart on (emoção cultural).
Maiores detalhes são debatidos pelos autores em seu texto.
14
O termo “forma” é utilizado no sentido de “meio de atingir o objetivo previsto”, mas que
poderia ser comparado à dispositivos (nos casos de utilização recursos físicos) ou mecanismos
2o Seminário brasileiro de museologia • 314
(nos casos de utilização de métodos de abordagens). Vale salientar que descartamos mencionar
a exposição dos objetos e textos informativos como meio de intermediação, por considerar que
essas são práticas mínimas de comunicação a serem utilizadas pelos museus.
15
Cabe mencionar que o termo dispositivo é utilizado para designar um “Mecanismo destinado
à obtenção de certo fim” (Priberam, on-line), o qual seria a de transmitir um conhecimento
determinado.
2o Seminário brasileiro de museologia • 315
O EDUCATIVO DO MMR
Foi nesse impulso que surgiu o momento NiFe – termo surgido em alusão
aos dois minerais mais abundantes que formam o núcleo da terra Niquel (Ni) e
Ferro (Fe) – onde são disponibilizados os jogos temáticos em formatos de
dominó, quebra-cabeça e jogo da memória, aliados à revista Passatempo.
Diante o sucesso e a crescente procura de escolas para participar do momento
NiFe, o projeto foi mantido com o intuito de ampliar e aperfeiçoar os materiais
disponíveis.
2o Seminário brasileiro de museologia • 316
Figura 3- Jogos sendo utilizados pelos visitantes e panfleto informativo sobre o momento Nife
Fonte: Acervo do MMR.
jogos para pessoas com deficiência visual, pontapé para o trabalho de inclusão
social que há vários anos é desejo da equipe do MMR.
COLOCANDO EM PRÁTICA
a. Preparativos
Vale lembrar que uma experiência de aplicação da oficina havia sido realizada anteriormente,
16
c. Finalização
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Referências
BARBOSA, Neilia Marcelina; OLIVEIRA, Anna Luiza Barcellos de; TICLE, Maria
Letícia Silva. Ação Educativa em Museus: Caderno 04. Belo Horizonte: Secretaria
de Estado de Cultura/ Superintendência de Museus e Artes Visuais de Minas
Gerais, 2010.
doi.org/10.1590/S0101-47142008000200007.
Resumo
As exposições dos museus de ciência e tecnologia podem se constituir em uma
importante “ferramenta” para a inclusão educacional, inclusive para os alunos
com deficiência, pois possibilita o desenvolvimento de suas potencialidades,
auxiliando na redução de barreiras à aprendizagem e aproximando da sua
realidade conceitos científicos difíceis de serem vivenciados em sala de aula.
Porém, consideramos que a principal questão a ser esclarecida é: em que
medida essa atividade se torna relevante para os alunos e que aspectos
favorecem a sua interação com essas instituições? Para compreensão do
processo de inclusão educacional de alunos com deficiência nas escolas
públicas, foram utilizados os dados obtidos pela pesquisa qualitativa promovida
pelo Observatório de Educação Especial (OEERJ), com os professores das SRMs.
Abordamos, neste artigo, o conceito de inclusão em um contexto amplo, como
um processo de caráter contínuo e dinâmico, que não se restringe a definir um
conjunto de práticas destinadas às pessoas com deficiência – evidenciando,
assim, a exclusão dentro da inclusão – mas a luta constante em favor da
remoção de barreiras que impeçam a participação plena de qualquer indivíduo
na sociedade onde está inserido (SANTOS, 2003). Concluímos que o perfil
diverso do segmento escolar demanda a disponibilidade de materiais e recursos
diversos e uma atitude inclusiva dos profissionais da instituição, ampliando,
assim, a possibilidade de acesso efetivo à aprendizagem e à participação.
Abstract
The exhibitions at science and technology museums could be an important “tool”
to educational inclusion, particularly to students with disabilities for it allows the
development of their capabilities, resulting in the reduction of learning barriers
and narrowing scientific concepts that are unlikely to be experienced in the
classroom to their reality. However, the main point here enlightened is: in what
measure does this activity become relevant to the students and what are the
aspects in favour of their interaction with such institutions? For a better
understanding of how educational inclusion works with disabledstudents in public
schools, all information obtained with qualitative research promoted by the
Special Education Observatory (Observatório de Educação Especial – OEERJ),
with SRMs’ teachers, was taken into account.In this article, the concept of
1
Museóloga. Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
2o Seminário brasileiro de museologia • 327
••••••••••
INTRODUÇÃO
2
Pesquisa desenvolvida no Laboratório de Pesquisa, Estudos e Apoio à Participação e à
Diversidade em Educação (LaPEADE), intitulada “Museus de Ciências e o Diálogo com as
Diferenças, em parceria com o Museu de Astronomia e Ciências Afins –
MAST/MCTI/Coordenação de Educação em Ciências - CED, representado pelo seu Setor
Educativo, concluída em 2013. Orientadores: ProfªDrª Mônica Pereira dos Santos (UFRJ) e Dr.
Douglas Falcão (MAST).
3
Salas de Recursos Multifuncionais - O Ministério de Educação e Cultura define as SRMs como
“um espaço organizado com equipamentos de informática, ajudas técnicas, materiais
pedagógicos e mobiliários adaptados, para atendimento às necessidades educacionais especiais
dos alunos” (BRASIL, 2007a).
4
Educação Formal - Aquela que tradicionalmente se desenvolve no seio do sistema de ensino,
regido por leis e diretrizes comuns, dentro de um espaço institucional socialmente reconhecido (a
2o Seminário brasileiro de museologia • 329
DOCUMENTOS INTERNACIONAIS
DOCUMENTOS NACIONAIS
5
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) coordena o grupo de pesquisadores de 3
universidades que compõe o Observatório Educação Especial do Estado do Rio de Janeiro
(OEERJ). Esse grupo integra a pesquisa nacional realizada pelo Observatório Nacional de
Educação Especial (ONEESP), que em conjunto com outros grupos de pesquisa das
universidades de vários estados brasileiros, desenvolve um levantamento sobre o contexto da
Educação Especial nas suas regiões, analisando sua trajetória, ampliação e estrutura
organizacional.
2o Seminário brasileiro de museologia • 335
Para que o aluno passe a ser atendido pela SRM e tenha acesso aos
materiais, estratégias e recursos indicados em lei para esse tipo de atendimento
especializado, é necessário o cumprimento de diversas etapas e procedimentos,
até que receba o respaldo de um laudo médico - documento que assegura o
acesso a esse direito.
A MEDIAÇÃO
Referências
SANTOS, Mônica Pereira dos; LAGO, Mara; HALLAK, Maria Isabel L.S.
Promovendo a Inclusão em Educação através da Participação: trajetória de uma
pesquisa-ação no ensino médio. Anais do VI Seminário Internacional As Redes
Educativas e as Tecnologias: práticas/teorias sociais na contemporaneidade. Rio
de Janeiro: UERJ, 2011.
2o Seminário brasileiro de museologia • 346
Resumo
O projeto de extensão MEDIA UFOP: MUSEUS DE OURO PRETO, com o apoio
da direção e equipe do Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas da
Universidade Federal de Ouro Preto, vem buscando, desde 2014, intervir
teatralmente nos diversos setores desse Museu. Para cada setor, é elaborada
uma intervenção teatral, contendo características específicas, com o objetivo de
enriquecer o ambiente com a presença de personagens, textos e canções, de
modo a acrescentar humor e poesia ao contato que os visitantes estabelecem
com o extenso e rico acervo disponível. Até o momento, os resultados obtidos
indicam que há um processo de descontração do visitante, após ter
assistido/participado das diferentes intervenções realizadas. Como grande
desafio do projeto, está o encontro do equilíbrio delicado entre contribuir para
uma visita mais significativa ao museu, sem colocar a intervenção teatral em
primeiro plano.
Abstract
The extension project MEDIA UFOP: MUSEUS DE OURO PRETO, with the support
of the leadership and staff of the Museu de Ciência e Técnica da Escola de
Minas da Universidade Federal de Ouro Preto, has been trying, since 2014, to
intervene theatrically in various sectors of this museum. For each sector, is
elaborate an theatrical intervention, containing specific characteristics, in favour
of enrich the environment. Texts and songs add humour and poetry to the
contact that the visitors have with the extensive and rich collection available. So
far, the results indicate that the visitor feel pleasure after having attended in
different theatrical interventions. The big challenge of the project is to achieve
balance between the visit to the museum with the theatrical intervention.
1 Doutor em Artes, Professor do Departamento de Artes Cênicas da UFOP, E-mail para contato:
ddolpi@gmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 348
2
Projeto aprovado na CHAMADA UNIVERSAL MCTI/CNPQ Nº 14/2014 - Faixa A - até R$
30.000,00.
2o Seminário brasileiro de museologia • 352
3
LANGER, Suzanne. Filosofia em nova chave. São Paulo: Perspectiva, 1971.
2o Seminário brasileiro de museologia • 353
espectador
mediador:
mediação
simultânea
mediador:
mediação
Cena ou
prévia
espetáculo
teatral
mediação
posterior
o objeto cultural que é (ou deveria ser) o alvo da mediação teatral não é o
teatro em si, mas o conjunto de elementos que compõem o acervo do
MCT/EM/UFOP.
O acervo está em primeiro plano, o teatro, em segundo.
Passo, assim, a examinar mais de perto essa mudança de finalidade que
produz um deslocamento no conceito de mediação teatral.
Na mediação teatral, o teatro é fim.
No caso do projeto que coordeno, o teatro é meio.
O fim é o acervo de ciência e tecnologia que o MCT/EM/UFOP reúne e
expõe à visitação.
Contudo, na prática, essa diferença não é tão nítida.
Exemplifico com a intervenção denominada “As assombrosas façanhas
de João Mão Leve e Peter Picareta contra o temível Delegado Nogueira”.
Trata-se de uma cena apresentada no Setor de Física do MCT/EM/UFOP.
Dois cientistas fazem propaganda de um invento que chamam de Radiador
Bonitofônico (os objetos usados são um xilofone e a respectiva baqueta), cuja
utilidade é transformar pessoas feias em bonitas. Chega o delegado (ver foto a
seguir) e desmascara os dois impostores, que são vigaristas tentando ganhar
dinheiro às custas de possíveis compradores da engenhoca.
para a sua própria natureza, que é artística, ou seja, não tanto explicativa
(discursiva), mas sugestiva (apresentativa).
Para aprofundar um pouco mais a reflexão sobre a mediação teatral no
museu, problematizando-a, a partir do exemplo descrito, insiro, agora, no meu
texto, duas citações de Agnaldo Farias, que compartilha sua experiência como
mediador cultural em museus de arte.
Para o autor, a mediação cultural
Referências
BARBOSA, Ana Mae. Mediação cultural é social. In: BARBOSA, Ana Mae;
COUTINHO, Rejane Galvão. Arte/educação como mediação cultural e social.
São Paulo: Editora UNESP, 2009, p. 13-22.
KOUDELA, Ingrid Dormien. A ida ao teatro. In: TOZZI, Devanil; COSTA, Marta
Marques. Teatro e dança: repertórios para a educação. Volume 2 – As
linguagens do teatro e da dança e a sala de aula. Secretaria da Educação,
Fundação para o Desenvolvimento da Educação. São Paulo: FDE, 2010, p. 23.
Disponível em:
<http://culturaecurriculo.fde.sp.gov.br/Administracao/Anexos/Documentos/420
110113111518volume%202%20baixa.pdf>. Acesso em 07/01/2013.
2o Seminário brasileiro de museologia • 363
Resumo
A museologia, como ciência do patrimônio, atravessa mudanças significativas,
que alteram definições e métodos. Os museus, enquanto equipamentos culturais
e de formação, são objetos de sucessivas reflexões e estudos desde os últimos
quarenta anos, que incluem questões pedagógicas, comunicacionais, de
formação e mediação de públicos, atingindo comunidades locais, dentre elas as
escolas.
Abstract
Museology, as science heritage, through significant changes, that alter definitions
and methods. The Museums, as cultural and training equipment, are objects of
successive reflections and studies from the last forty years, including teaching,
communication, training and public mediation issues , reaching local
communities , among them schools .
••••••••••
Introdução
1
Mestrando em Artes, Patrimônio e Museologia [Universidade Federal do Piauí], professor do
departamento de História do Colégio São Francisco de Sales-Diocesano [Rede Jesuíta de
Educação]. E-mail para contato: anderson_miura@hotmail.com
2
Doutora em História cultural pela UNICAMP, Pós-Doutoramento em Ciência da Arte e do
Patrimônio, especialidade em Museologia, Universidade de Lisboa, Portugal. E-mail para
contato: aureapazpinheiro@gmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 365
O museu:
[...] tanto pode designar a instituição quanto o estabelecimento, ou o
lugar geralmente concebido para realizar a seleção, o estudo e a
apresentação de testemunhos materiais e imateriais do Homem e do
seu meio. A forma e as funções do museu variaram sensivelmente ao
longo dos séculos. Seu conteúdo diversificou-se, tanto quanto a sua
missão, seu modo de funcionamento ou sua administração.
(DESVALLÉES; MAIRESSE, 2013, p. 64)
Figura 3 - Orientações aos alunos no Museu do Piauí. Foto: Tauana Queiroz, 2015.
2o Seminário brasileiro de museologia • 372
Conclusão
Referências
HERNANDÉZ, Francisca Hernandéz. La museologia ante los retos del siglo XXI.
Granada: E-RPH. Revista electronica de patrimônio histórico. 2007.
2o Seminário brasileiro de museologia • 376
SANTA ROSA, Nereide Schilaro; SCALÉA, Neusa Schilaro. Vamos ao museu? São
Paulo: Moderna, 2013.
Resumo
Esse trabalho é um recorte da pesquisa de mestrado acadêmico em Arte e
Cultura Visual (PPGACV) desenvolvida na Faculdade de Artes Visuais (FAV) da
Universidade Federal de Goiás (UFG). Nosso trabalho tem como objetivo
construir processos de escuta a respeito da experiência educativa desenvolvida
em espaços de Arte, no caso a Galeria do Centro Cultural da UFG (CCUFG)
tendo em vista a participação de um grupo de estudos planejado com fins de
pesquisa e troca de informações. Nesse sentido, discutimos sobre conceitos de
experiência segundo Jonh Dewey (2010), Walter Benjamin (1989) e Jorge
Larrosa (2002) com a finalidade de propor reflexões sobre formação de
educadores de Museus e Espaços de Arte.
Abstract
This work is an excerpt of the academic master's research in Art and Visual
Culture (PPGACV) developed at the School of Visual Arts (FAV) at Federal
University of Goiás (UFG). Our work has objective to build ‘listening processes’
regarding the educational experience developed in art spaces, in this case, the
Cultural Centre Gallery of UFG (CCUFG) with participation of a group of studies
intended for research purposes and exchange information. In this sense, we
discussed concepts of experience John Dewey seconds (2010), Walter Benjamin
(1989) and Jorge Larrosa (2002) in order to propose reflections on formation of
Museums and Art Spaces educators.
••••••••••
1
Mestranda do PPG em Arte e Cultura Visual (FAV/UFG). E-mail para contato:
camilaalves33@gmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 378
Falar sobre o tema educação em Museus significa para mim refletir sobre
um exercício experimental, sobre uma série de atividades que compõem o
campo da Educação não formal e que por isso exige de seus educadores
inteligência e sensibilidade. O trabalho em museus contribui muito em minha
prática de pesquisa e docência e, sem dúvidas, me ajuda a pensar sobre os
meandros do universo das Artes, no sentido em que, como educadora, me
proponho a aprender sobremaneira com o público que visita o espaço dos
museus.
Tais questões trazidas até aqui reforçam um movimento não mais relativo
a um setor, ou ação isolada, assim como não mais um ofício desempenhado
por monitores de museu. A nomenclatura, tantas vezes discutidas revela que os
assuntos sobre o tema educação no museu tem, cada dia mais, seu lugar de
estudos, pesquisa e produção.
Propósito educativo
2
O Instituto Brasileiro de Museus foi criado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da
Silva, em janeiro de 2009, com a assinatura da Lei nº 11.906. A nova autarquia vinculada ao
Ministério da Cultura (MinC) sucedeu o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan) nos direitos, deveres e obrigações relacionados aos museus federais.
2o Seminário brasileiro de museologia • 381
não tem o que dizer, pois não sabe mais como fazê-lo, para Benjamin as
pessoas estão atônitas diante de tantos acontecimentos, fatos estes que em nada
afetam as pessoas, e por isso não possibilitam experiências, senão vivências.
Encaminhando pensamentos
Por isso, estar em grupo me fez considerar tal vivência como uma
experiência plena, pois ao pensar sobre cada encontro planejava sobre os
assuntos a serem discutidos, textos, apontamentos. E ainda, diante dos demais
participantes nas reuniões semanais, refletia sobre a nossa prática educativa,
sobre nossa forma de pensar sobre Arte dentro do museu e em educação como
possibilidade de diálogo.
Referências
DEWEY, Jonh. Arte como experiência. Martins Fontes. São Paulo, SP, 2010
OLIVEIRA, Luiz Sérgio e LEITE, Caroline Alciones. Entre o dito e o não dito:
museus de arte, construção de narrativas, visitas guiadas e poder. In Revista
Confluências Culturais. v. 3, n. 1, Rio de Janeiro, RJ. 2014, p.48-56.
Documentos eletrônicos
Resumo
As cartas e convenções internacionais buscam determinar diretrizes e linhas de
ação para as políticas públicas dos países signatários. Na área cultural destaca-
se a Unesco, que nas últimas décadas lançou importantes documentos
associados à Diversidade Cultural e ao Patrimônio Imaterial. No âmbito dos
museus, além do ICOM, ganham especial atenção os fóruns e redes regionais,
como a NEMO (rede europeia), a AAM (norte-americana) e, no caso ibero-
americano, o Programa Ibermuseus, instância de Cooperação Internacional
para o fomento às politicas públicas para os museus da Ibero-América que tem
como bases a Mesa Redonda de Santiago (1972) e a Declaração de Salvador
(2007). Dessa forma, o Programa busca incentivar ações associadas à
Museologia Integral, à Museologia Social e a grupos sociais minoritários. Este
artigo apresenta reflexões sobre o fomento a projetos educativos nos museus
através do Prêmio Ibero-Americano de Educação e Museus. Em suas cinco
edições concluídas (2000 a 2014), foram estabelecidos parâmetros para
incentivar projetos de impacto social em comunidades e grupos desfavorecidos,
além de regiões de baixo IDH, municípios pequenos e interioranos. Entretanto,
há limitações nas possibilidades de desconcentração dos recursos, que se
mantiveram em regiões de alto IDH e beneficiaram sobretudo instituições
tradicionais. Ademais, questiona-se o fomento a projetos, em detrimento dos
processos culturais e de memória, remetendo a questões que evidenciam a
dissonância entre as ideias de premiação à “boa gestão” em comunidades
complexas, com demandas e possibilidades de ação que superam os princípios
do management. Seriam tais editais públicos baseados em critérios objetivos de
gestão e eficiência a melhor forma de fomentar os processos educativos nos
museus?
Abstract
The international conventions try to determine policies and guidelines for public
policies of the countries part. In the cultural area, Unesco in the recently decades
has launched major documents associated with the Cultural Diversity and
Intangible Heritage. In the museums sectors, in addition to ICOM, some forums
and regional networks gain special attention, such as NEMO (European
1
Doutorando em Museologia - Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias - Lisboa;
Mestre em Cooperação Internacional - Universidad de Cantabria; Pos graduado em Gestão
Cultural - UNA/MG; Graduado em História – UFMG, mlmurta@gmail.com.
2o Seminário brasileiro de museologia • 392
network), AAM (American) and, in the Ibero American case, the Ibermuseus
Program, International Cooperation institution to promoting public policies for
the museums of Ibero America, inspired by the Round Table of Santiago (1972)
and the Declaration of Salvador (2007). Thus, the program seeks to encourage
actions associated with Integral Museology, Social Museology and minority social
groups. This article presents reflections on promoting the educational projects in
museums through the Ibero-American Prize for Education and Museums. In its
five complete editions (2000-2014), some parameters were established to
encourage social impact projects in communities and disadvantaged groups,
and low HDI regions, small towns and inner state. However, there are limitations
in the decentralization possibilities, which remained at high HDI regions and
benefited mainly traditional institutions. Moreover, this article enquires the
projects funding, with the harm to cultural processes and memory, leading to
questions that highlight the dissonance between the award of "good governance"
in complex communities, and the demands and possibilities of actions that
overcome the principles of management. Would such public calls based on
objective and efficient criteria of management the best way to foster the
educational processes in museums?
••••••••••
Introdução
O Programa Ibermuseus
2
Andorra, Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador,
Espanha, Guatemala, Honduras, Mexico, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal,
República Dominicana, Uruguai, Venezuela.
3
Declaração da Cidade de Salvador, 2007. Encontro Ibero-Americano de Museus. Salvador,
2007.
4
Secretaria Geral Ibero-Americana. Programas de Cooperação. http://segib.org/es/node/2954.
Acesso em 11/09/2015.
2o Seminário brasileiro de museologia • 394
5
Dados dos relatórios anuais do Programa Ibermuseus e dos editais e publicações
disponibilizados no site do Programa. Acesso em 11 de setembro de 2015.
6
Para a noção de institucionalidade e das políticas públicas dos países ibero-americanos, ver a
publicação Panorama dos Museus na Ibero-América. O estado da questão. Observatório Ibero-
Americano de Museus. Programa Ibermuseus. Madri, 2012.
2o Seminário brasileiro de museologia • 395
8
Edital do VI Prêmio Ibero-Americano de Educação e Museus. Programa Ibermuseus, 2015.
2o Seminário brasileiro de museologia • 397
9
Edital do VI Prêmio Ibero-Americano de Educação e Museus. Programa Ibermuseus, 2015.
2o Seminário brasileiro de museologia • 398
80000 75000
60000
50000
40000
20000
20000
0
I Prêmio - 2010 II Prêmio - 2011 III Prêmio - IV Prêmio - V Prêmio - 2014 VI Prêmio -
2012 2013 2015
137
112
74
56
36 43
21 23 19 18
0 8 7 12 1 4 0 0 4 1 0 5
10
As informações sobre os orçamentos e gastos do Programa Ibermuseus são públicas e estão
disponíveis nos relatórios anuais e planos operativos anuais do Programa, na Unidade Técnica
localizada em Brasilia,DF.
2o Seminário brasileiro de museologia • 399
6 6
5
4 4 4
3
2
1 1
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
11
Banco de Boas Práticas em Ação Educativa. Programa Ibermuseus, 2015. Disponível em
www.ibermuseus.org. Acesso em 11 de setembro de 2015.
2o Seminário brasileiro de museologia • 400
Tabela II
Média de projetos apresentados segundo o grupo de IDH em
cada edição do prêmio
IDH Médio IDH Alto IDH Muito Alto
2010 1 5,5 6,6
2011 0,43 6,4 7,6
2012 0 2,6 8,4
2013 0,29 9,4 13,4
2014 0,34 8,2 9,8
Fonte: elaboração própria a partir de relatórios do Programa Ibermuseus.
Gráfico IV
10 IDH Médio
IDH Alto
5
IDH Muito Alto
0
2010 2011 2012 2013 2014
12
Museo de la palabra y la imagen, El Salvador, 2010.
13
Entre as instituições premiadas podemos citar o Museu do Futebol, o Museu da República do
Rio de Janeiro, o Museo Universitario de Arte Contemporáneo do Mexico, o Museo Nacional de
Costa Rica, o Museo de Arte Contemoráneo do Chile, Museu de Arte Moderna de São Paulo,
Museu da Língua Portuguesa de São Paulo, dentre outros.
2o Seminário brasileiro de museologia • 402
Referências
Resumo
Este artigo tem o intuito de descrever e apresentar considerações sobre os
processos de formação dos educadores da Coordenação de Programas Educativos-
Culturais (Copec) do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), um dos
equipamentos culturais da Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (MECA)
da Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ), do Ministério da Educação (MEC). Após
a abertura da exposição de longa-duração “Nordeste: Territórios Plurais, Culturais
e Direitos Coletivos” no ano de 2008, o Muhne adota ações de formação contínuas
em mediação cultural, tendo em vista que nesta época o Museu passa a ter um
quadro de estagiários procedentes de diversos cursos de graduação na área de
artes e humanas realizando este ofício.
Abstract: This article aims to describe to present considerations about the processes
of formation of educators Coordination of Educational and Cultural Programs
(Copec) of Northeastern Man Museum (Muhne) , one of the cultural facilities of the
Memory Board , Education, culture and Art (MECA) of the Joaquim Nabuco
Foundation (FUNDAJ) , the Ministry of Education (MEC) . After opening the long -
term exhibition " Northeast: Plural Territories , Cultural and Collective Rights " in
1
Mariana Ratts Dutra é mestre em Artes Visuais - UFPE (2014); Especialista em Metodologia do
Ensino das Artes - UECE (2011); Graduada em Artes Cênicas - IFCE (2006). Atuou como diretora da
Galeria Antônio Bandeira e pesquisadora do Núcleo de Pesquisa em Artes Visuais do MAC CE.
Atualmente é Coordenadora de Programas Educativo-culturais do Museu do Homem do
Nordeste/FUNDAJ.
2
Polliana de Morais Mariano é graduada em licenciatura plena em História na UFRPE. Atua como
educadora no Museus do Homem do Nordeste. Pesquisa nas áreas de mediação cultural e
ludicidade.
3
Hacsa Priscila Soares de Oliveira3 é graduanda em Bacharelado em Ciências Sociais na UFRPE.
Atuou como educadora no Museu do homem do Nordeste entre os anos de 2013 e 2015. Pesquisa
nas áreas de epistemologias e mediação cultural.
2o Seminário brasileiro de museologia • 406
4
O Museu do Homem do Nordeste – Muhne – é um órgão federal (vinculado à Fundação Joaquim
Nabuco/Ministério da Educação), que reúne acervos que revelam a pluralidade das culturas negras,
indígenas e brancas desde nossas origens até os diferentes desdobramentos e misturas que formam
o que hoje é chamado genericamente de cultura brasileira. Esses acervos servem de suporte para
construir narrativas que estão traduzidas em exposições etnográficas e exposições de arte, assim
como em ações educativas de mediação cultural e em diferentes eventos que compõem a
programação cultural do museu. O Muhne nasceu em 1979, da fusão de três outros museus: o
Museu de Antropologia (1961-1978), o Museu de Arte Popular (1955-1978) e o Museu do Açúcar
(1963-1978).
2o Seminário brasileiro de museologia • 408
109). Para tal, surge as ações de formação por meio de cursos e/ou laboratórios
de Mediação Cultural com o objetivo de constituir uma equipe qualificada para
desenvolver o trabalho de mediação nesses espaços expositivos, já que a Copec
tinha como missão
professor. O curso na sua totalidade teve uma carga horária de 100 horas/aula, foi
dividido em módulos, com encontros semanais promovendo aulas teóricas e
práticas. Ao final do curso, a Copec cadastrou esses “professores mediadores” que
estavam qualificados para fazerem a mediação com seus alunos nas visitações ao
espaço expositivo do Muhne.
No ano de 2010 foi realizado o Curso “Mediação em Museus – Olhos em
ação para mexer com o coração” ministrado pela arte-educadora Nicole Costa,
com o público participante de 30 alunos universitários de cursos de história,
pedagogia, artes visuais e fotografia. Também com o intuito de fomentar a
formação dos novos mediadores do Muhne, ampliando e tornando mais
consistente a relação com a universidade. Novamente, a Copec selecionou
estudantes que se tornaram estagiários contratados pela Fundaj após o curso.
Tais ações formativas, com o formato de curso, tornaram-se periódicas, pois
de tempos em tempos a instituição apresentava um quadro de estagiários novatos.
Característica muito comum nas instituições museais que só possuem o cargo de
estágio como mediador. Vale ressaltar que o objetivo dessas formações já não era
apenas de formar o seu quadro de estagiários, mas também de atrair novos
estudantes e pesquisadores para esse campo de atuação.
Cada museu desenvolve uma formação para o mediador. No campo da
mediação cultural as formações específicas ou institucionalizadas na área, aos que
exercem tais ações educacionais no museu, ainda estão em processo de inserção,
sendo incorporadas aos poucos em universidades e em outras instâncias de
articulação política. Por isso, a importância do desenvolvimento de tais cursos, de
sua carga horária extensa e da conquista de novos atores neste campo de
investigação.
Os cursos promovidos sobre mediação cultural tornaram-se uma referência
para outras instituições que ao longo da realização das edições buscaram também
a contratar estagiários após a conclusão da formação. Ressaltamos aqui a
realização destes cursos como primordiais na formação dos educadores, porém a
Copec em seu plano de trabalho contemplava outros projetos educativos os quais
2o Seminário brasileiro de museologia • 411
5
Conjunto arquitetônico rural do século XIX, composto pela Casa-Grande e Capela de São
Mateus em uma área de dez hectares, o Engenho Massangana está localizado no Cabo de Santo
Agostinho, no Estado de Pernambuco. Tombado em nível estadual como Parque Nacional da
Abolição, Massangana foi o lugar onde o ilustre pernambucano Joaquim Nabuco viveu durante a
infância e é por ele referenciado como o local onde construiu a base de seus ideais abolicionistas
6
Espaço cultural que abriga os projetos desenvolvidos pela Coordenadoria de Artes Visuais
(COARTE) da Fundaj.
2o Seminário brasileiro de museologia • 412
7
A Semana Nacional de Museus acontece no mês de maio em comemoração ao dia
internacional de museus.
2o Seminário brasileiro de museologia • 417
Conclusão
Referências
Igor Amarante1
Resumo
No processo de estreitamento da relação museu-escola, o Museu do Homem do
Nordeste - Muhne, vem desenvolvendo um projeto que procura construir uma
metodologia de trabalho que valorize a construção do conhecimento de forma
conjunta com professores e alunos, a partir das discussões de memória. Acessar
os campos da lembrança e esquecimento requer desprendimentos no campo do
subjetivo. Neste sentido, percebemos que os princípios transdisciplinares
colaboram nesta concepção de produção do conhecimento. Assim, este texto
pretende abordar como os processos transdisciplinares podem ser observados
nos caminhos metodológicos aplicados durante a execução do projeto Memória
Social nas Escolas, especificamente na Escola Municipal Ministro André
Cavalcanti, localizada na área rural do Cabo de Santo Agostinho-PE, tendo
como perspectiva as discussões de memória e sua importância na relação
museu-escola.
Abstract
In the process of narrowing in the relationship between museum and school, the
Museu do Homem do Nordeste (Museum of the Northeast Man) is developing a
project that seeks to build a working methodology that values the construction of
jointly knowledge with teachers and students, from memory discussions. Access
the memory fields and forgetfulness requires detachment in the subjective field .
In this sense , we realize that the transdisciplinary principles collaborate in this
conception of knowledge production . Thus , this paper aims to address how the
transdisciplinary processes can be observed in the methodological approaches
applied during the execution of the project Memória Social nas Escolas (Social
1 Edna Maria da Silva - Mestre em Gestão Pública para o Desenvolvimento do Nordeste (Universidade
Federal dePernambuco). Especialista em Gestão Educacional em espaço escolar e não escolar (Faculdade
Frassinetti do Recife).Analista em Ciência e Tecnologia (Fundação Joaquim Nabuco).
Isabelle dos Santos França - Mestranda em Educação, Culturas e Identidades (Fundação Joaquim
Nabuco). Graduadaem História (Universidade Federal Rural de Pernambuco).
Igor Amarante - Graduando em História (Universidade Federal de Pernambuco).
2o Seminário brasileiro de museologia • 422
••••••••••
2
O Museu do Homem do Nordeste, inaugurado em 1979, está institucionalmente vinculado à Diretoria
de Memória,
Educação e Arte da Fundação Joaquim Nabuco, e trabalha com temáticas correlatas ao
patrimônio culturalnordestino. Para mais informações,
acessarhttp://www.fundaj.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=250&Itemid=
A Fundação Joaquim Nabuco foi criada, enquanto instituto em 1949, e enquanto fundação, em
1980. Conhecidacomo importante instituto de pesquisas sociais do norte-nordeste, tem como atual
missão " ...gerar conhecimento nocampo das humanidades com a finalidade de atender a demandas e
necessidades relacionadas a educação e cultura,compreendidas de forma interdependente, com vistas
ao desenvolvimento justo e sustentável da sociedadebrasileira." Para
mais informações, acessar
http://www.fundaj.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=120&Itemid=128
2o Seminário brasileiro de museologia • 425
5
A Semana Nacional de Museus ocorre uma vez ao ano, no mês de maio, durante uma semana,
coincidindo com odia 18 de maio, quando é comemorado o Dia Internacional de Museus. Esta
semana é coordenada pelo Instituto
Brasileiro de Museus - Ibram. Para mais informações, acessar
https://www.museus.gov.br/acessoainformacao/acoes-e-programas/semana-nacional-de-museus/
6
O projeto Curta o Circuito é voltado para professores e alunos vinculados à rede pública municipal de
educação do
Recife e Região Metropolitana, tendo por objetivo promover o acesso aos aparelhos culturais vinculados à
Diretoriade Memória, Educação, Cultura e Arte - MECA, da Fundação Joaquim Nabuco, sob perspectiva de
promover espaçosde debate acerca dos diversos elementos, socio-político-culturais que compõe os
processos identitários de ser
nordestino/a.
2o Seminário brasileiro de museologia • 430
Durante esta caminhada foi possível observar que os alunos que ali
residem caminham, em média, uma hora para chegar a escola, totalizando
duas horas diárias de travessia entre matagais, áreas de brejo e riachos para ir
e voltar da escola. Apesar das particularidades que esta caminhada diária infere
aos alunos que precisam realizá-la, comprometendo por exemplo seu
deslocamento à escola em dias chuvosos, foram feitos registros em vídeo e
fotografia que expressam toda beleza da localidade.
Durante a visita à Sabiá, foi encontrada outra escola de ensino básico em
uma localidade próxima, conhecida como Utinga de Baixo. Foi realizada assim
entrevista com a professora desta escola, que destacou os problemas
enfrentados por ela e seus alunos para se deslocar diariamente pela
comunidade, tendo em vista ausência de serviço público de transporte.
Para colaborar com o processo de formação e fortalecimento correlatos
ao projeto, foi criado um grupo em uma rede social com todos os integrantes do
projeto na comunidade de Mercês. Nesse espaço, alunos, professores, equipe
do Muhne, moradores da comunidade, compartilhavam informações relativas à
história do bairro de Mercês, além de textos, vídeos e imagens, que foram
utilizadas para desenvolvimento de atividades em sala de aula.
A participação do corpo docente foi fundamental para execução do
projeto, tendo em vista o processo de construção dialógica das atividades
desenvolvidas com os alunos, onde museu e escola estabelecem diálogo inter-
relacional.
E a transdisciplinaridade (?)
Há, como dito anteriormente, uma crise nos estudos da física. Porém,
Santos (2010) destaca que essa crise, acompanhada da teoria da relatividade
de Einstein, dos questionamentos ao rigor matemático e aos avanços nos
estudos biológicos, químicos e físicos (ampliando a concepção de existência de
vários níveis de realidade), provocou forte contestação à hegemonia instaurada
não só no estudo as ciências, mas nas concepções de sociedade, de civilidade,
de desenvolvimento.
Tem-se início a crise ao sistema paradigmático dominante das sociedades
ocidentais, que, de acordo com Santos, pode ser combatido com o surgimento
de um paradigma emergente, ou seja, que tenha por perspectiva a não
totalização do conhecimento, atentando a singularidade de cada grupo social,
admitindo que não exista uma realidade possível, mas sim realidades que
coexistem, onde o subjetivo dialoga com vários campos das ciências.
O processo de construção do conhecimento se dá por diversas
perspectivas e, apesar dos autores aqui citados corroborarem para a
importância da modificação paradigmática nos caminhos metodológicos de
estudo da(s) realidade(s), faz-se necessário apontar que a transdisciplinaridade
não nega outras formas de interpretação do mundo, mas atenta à necessidade
de ampliar os horizontes de pesquisa, visando à interação de várias perspectivas
(NICOLESCU, 2000).
Referências
2o Seminário brasileiro de museologia • 436
ALLARD, Michel; BOUCHER, Suzianne; FOREST, Lina. The Museum and the
School. In: McGill Journal of Education, vol. 29, n. 2, 1994.
IMAGENS DO PARAÍSO:
Resumo
O presente artigo objetiva discutir o papel do exotismo na construção do
imaginário da Paisagem brasileira e promover uma reflexão de como as
representações exóticas contribuíram com a formação de uma identidade e uma
cultura visual associada ao país. O trabalho concentra sua análise numa
comparação das permanências do exotismo na produção imagética no e sobre
o Brasil.
Abstract
This article aims to discuss the role of exoticism in the imaginary construction of
the Brazilian landscape and promote a reflection of how the exotic
representations contributed to the formation of an identity and a visual culture
associated with the country. The work focuses its analysis on a comparison of
permanences of exoticism in image production in and about Brazil.
••••••••••
1
Graduando em História pela Universidade Federal Rural de Pernambuco. Estagiário na
Fundação Joaquim Nabuco no Laboratório de Pesquisa e Restauro de Documentos e Obras de
Arte, também atuando como mediador cultural no Museu do Homem do Nordeste, E-mail para
contato: jrwaltern@gmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 439
2
STOLS, Eddy A iconografia do Brasil nos Países Baixos do século XVI ao século XX, Revista USP,
Dossiê “Brasil dos Viajantes”, São Paulo, Universidade de São Paulo
2o Seminário brasileiro de museologia • 440
SILVA, Leonardo Dantas «Imagens do Brasil nassoviano», in Elly VRIES e Guilherme Mazza
3
DOURADO, Albert Eckhout volta ao Brasil / Albert Eckhout returns to Brazil (1644-2002) –
Catálogo da Exposição, Copenhegen, Nationalmuseet, p. 65.
2o Seminário brasileiro de museologia • 441
Albert Eckhout não voltou a revisitar os temas Americanos como Post fazia
frequentemente, nem era tão reconhecido em seu tempo, o que justifica a pouca
penetração de sua obra. Por fim, é possível afirmar que o objetivo dessas
imagens, ao menos daquelas feitas no Nordeste Holandês, era registrar a
riqueza das terras sob o domínio batavo na América Portuguesa. Eram,
portanto, cenas criadas a partir de motivações político-econômicas e, ao
contrário do que se firmou no imaginário ocidental moderno, não se constituem
em “documentos” do Brasil como uma terra sem males que esperava os
viajantes para dar-lhes prazer, deleite e riqueza: são, na verdade, uma
expressão alegórica barroca, pois mostram um mundo exótico produzido como
“registro” altamente teatralizado do real.
Referências
GOMBRICH, E. H., A História da arte, Tradução de Álvaro Cabral, 16. ed., Rio
de Janeiro, LTC, 2010
STOLS, E. A iconografia do Brasil nos países baixos do século XVI ao século XX:
uma tentativa de avaliação global. USP / Coordenadoria de Comunicação
Social, Universidade de São Paulo. Número 30. ISSN 0103-9989,
Junho/Julho/Agosto, SP: USP, 1996.
Resumo
O Projeto "Museus e Patrimônio: Musealização no Centro Histórico de Belém"
busca colaborar com o fortalecimento dos Museus e do Patrimônio paraense a
partir de uma abordagem interdisciplinar dos campos de documentação,
conservação, educação, exposição e comunicação museológica, desenvolvendo
levantamentos e mapeamentos das práticas museológicas institucionais e da
vivência sócio-cultural dos espaços do entorno com potencial para a
musealização. Os museus e patrimônios selecionados do Centro Histórico de
Belém e localizados no bairro da Cidade Velha são o Museu de Arte de Belém
(MABE), Museu do Estado do Pará (MEP), Museu de Arte Sacra do Pará (MAS),
Museu Casa das Onze Janelas, Museu do Forte do Presépio, Museu da Imagem
e do Som e também as praças Dom Pedro II, do Relógio e Frei Caetano
Brandão. Nestes espaços estão sendo desenvolvidas pesquisas em diferentes
áreas, por professores e discentes que fazem parte do projeto, contemplado
com o edital do Programa Especial Interdisciplinar da Pró-reitoria de Pesquisa
da Universidade Federal do Pará (Propesp/UFPA). Dentro desse prisma de
estudos interdisciplinares, uma das frentes de trabalho se destina à investigação
do ambiente de produção comunicacional das instituições museológicas. Nosso
intuito é conhecer e estudar o processo comunicativo e realizar estudos de
público, com base na articulação interdisciplinar entre estudos em museologia e
comunicação. As atividades visam contribuir para a efetividade dos serviços
comunicacionais e estreitar as relações e diálogos com o público para que se
tornem práticas frequentes na gestão dos museus. Logo, o que pretende-se com
esta vertente da pesquisa é conhecer o público dos museus, sobretudo os
visitantes espontâneos, mas também contribuir para que a interação entre eles e
as instituições seja estreitada e, ainda, que este elo colabore com a geração de
novas políticas públicas voltadas para fortalecimento do papel social destes
espaços.
1
Graduando do curso de Museologia da UFPA, bolsista Pibic do projeto Museus e Patrimônio:
Musealização no Centro Histórico de Belém, coordenado pela professora. Email para contato:
bernardobaia@yahoo.com.br
2
Doutora em Ciências da Comunicação (Unisinos-RS), professora do curso de Museologia da
UFPA. Email para contato: carmen_silva@yahoo.fr
2o Seminário brasileiro de museologia • 446
Abstract
The project " Museus e Patrimônio: Musealização no Centro Histórico de Belém "
seeks to collaborate with the strengthening of Pará’s Museums and Heritage
from an interdisciplinary approach in differents fields like documentation,
conservation, education, exhibition and museum communication, developing
surveys and mapping of institutional museological practices and socio-cultural
life of the surrounding areas with potential for musealization. The selected
museums and heritage of Belém's historic center located in the Cidade velha
district are the Museu de Arte de Belém (MABE), Museu do Estado do Pará (MEP),
Museu de Arte Sacra do Pará (MAS), Museu Casa das Onze Janelas, Museu do
Forte do Presépio, Museu da Imagem e do Som and also the squares Dom
Pedro II, do Relógio e Frei Caetano Brandão.. These spaces are being developed
in different research areas, by teachers and students that are part of the project,
awarded by the Special Program of Interdisciplinary from the Universidade
Federal do Pará (Propesp/UFPA). Within this perspective of interdisciplinary
studies, one of the works fronts is the investigation of communicational
production environment of museum institutions. Our intention is to know and
study the communication process and make public studies based on
interdisciplinary coordination between studies in museology and communication.
The activities aim to contribute to the effectiveness of communication services and
to get closer relations and dialogue with the public so that they become common
practices in the management of museums. What we want with this aspect of the
research is to know the public museums, particularly spontaneous visitors, but
also contribute to the interaction between them and the institutions be narrowed
and further that this link collaborate with the generation of new public policies
aimed at strengthening the social role of these spaces.
••••••••••
abordam temas mais amplos das coleções dos museus. Também exerce o papel
de refletir a proposta do museu, pois é principalmente por meio dela que o
museu se fará conhecido” (IBRAM, 2014, p.27).
PROSSEGUINDO A PESQUISA
Estes estudos vão se somar a outros, que serão realizados por outras
frentes da pesquisa, que também desenvolvem investigações a partir da tomada
interdisciplinar sobre os Museus e o Patrimônio do Centro Histórico de Belém,
inclusive dentro da perspectiva do diálogo entre a comunicação e a museologia.
2o Seminário brasileiro de museologia • 453
Referências
Resumo
O Instituto Abramundo, realizador da exposição Uma Viagem pelo Universo do
Petróleo tem como missão disseminar a cultura cientifica e faz isso por meio de
publicações, projetos sócio-educacionais e principalmente exposições. Realizou
exposições em parceria com Museu de História Natural de Nova Iorque (Darwin
, 2007; Revolução Genômica, 2008; Einsten, 2008), e outras desenvolvidas
internamente com Água (2010) , Estufa do Cerrado (2012) , Espaço Interativo
da Sustentabilidade (2014) e Reverta (2015). Em 2012 o Instituto foi procurado
para criar uma exposição sobre a cadeia do petróleo para itinerar em cidades
do sul da Bahia (Brasil) com a finalidade de esclarecer e engajar as
comunidades que estavam diretamente sob influência da atividade de
exploração do petróleo. A exposição deveria ter as seguintes premissas: ocupar
uma área de 70 m2, ser flexível e modular; de fácil montagem e desmontagem
e ser interativa. Foram criados módulos expositivos com essas características que
tratavam de temas associados à cadeia do petróleo e energias renováveis.
Também foi elaborado o programa educativo e de transportes de estudantes e
de membros das comunidades. A exposição itinerou por sete municípios e foi
vista por mais de 7000 pessoas, dos quais 4762 alunos eram alunos de 170
escolas.
Abstract
The Abramundo Institute´s mission is to disseminate scientific culture and does so
through publications, social and educational projects and especially, exhibitions.
It held exhibitions in partnership with Natural History Museum of New York
(Darwin, 2007; Genomics Revolution, 2008; Einstein, 2008), and some others
were developed internally, as Water (2010), the Cerrado´s Greenhouse (2012),
Interactive Area of Sustainability (2014 ) and Reverta (2015). In 2012, the
Institute sought to create an exhibition on the oil chain to travel to seven cities in
the south of Bahia (Brazil) in order to enlighten and engage the communities that
were directly influenced by the oil exploration activity. The exhibition should have
the following assumptions: occupy an area of 70 m2, to be flexible and
modular; easy assembly and disassembly and to be interactive. Exhibition
modules were created with these characteristics, which dealt with topics related to
the oil and renewable energy chain. An educational program and transport of
students and community members were also available to the communities. The
itinerant exhibition reached seven municipalities and was seen by over 7,000
people, of which 4762 were students from 170 schools.
2o Seminário brasileiro de museologia • 455
••••••••••
INTRODUÇÃO
envolvam esses temas (AIKENHEAD, 1994; AULER & BAZZO, 2001). Por outro
lado estamos frente a uma crise no ensino de Ciências como mostram nossos
resultados do PISA - Programme for International Student Assessment e mais
recentemente o ILC – Indicador de Letramento Científico (INSTITUTO
ABRAMUNDO e cols., 2014) onde verificou-se que somente 4% da população
residentes em regiões metropolitanas, entre 15 e 40 anos e com pelo menos 4
anos de estudo, portanto alfabetizados, têm apropriação de conceitos científicos,
são capazes de argumentar hipóteses e avaliar propostas e afirmações que
exigem conhecimentos científicos em diversos contextos.
Isso sinaliza que novas estratégias, como exposições, devem ser utilizadas
como apoio ao ensino escolar e também na contínua atualização dos cidadãos,
uma vez que os avanços nas áreas de Ciência, Tecnologia e Ambiente, têm
profundas influencias na sociedade e esta deve ter uma participação ativa e não
pode estar ausente nessas discussões que determinam seu presente e futuro.
OBJETIVOS
METODOLOGIA
1
Curador Científico do Instituto Abramundo, e-mail para contato:
mario.domingos@abramundo.com.br
RESULTADOS
Conteúdo
Figura 1 – Módulo sobre geologia do petróleo com partes telescópicas e dobráveis. Observe que seu
comprimento se reduz a metade para transporte e acondicionamento.
Figura 2 – Módulo que mostra diferentes tipos de petróleo com laterais dobráveis que fecham para
proteger o conteúdo.
2o Seminário brasileiro de museologia • 459
Educativo e Visitação
CONCLUSÕES
Referências
Resumo
O Museu é uma instituição a serviço da sociedade e sua missão de preservar é
inter e multidisciplinar, dentre os meios de cumprir sua missão, a exposição é o
principal fomentador de conhecimentos e de diálogo com o público. O
patrimônio é o principal motivo das atividades desenvolvidas em prol da
preservação da memória de uma sociedade na qual foram criadas coleções. Ao
expor um acervo, de qualquer natureza, existe um público que se deseja atingir,
e com isto cria-se vínculos com a história de seu passado, aliado com seu
presente e contribuindo para constituição do seu futuro. Ao elaborar um projeto
de exposição, a equipe responsável pela curadoria tem o dever de promover
mecanismos que facilitem a compreensão do visitante, utilizando outras
ferramentas de interação, com a finalidade de proporcionar a criação de um
roteiro que possa se tornar além de interessante, estimulante para todos os
públicos. O objetivo deste trabalho é analisar e discutir os mecanismos
necessários para promover uma exposição mais interativa com o público, na (re)
produção do conhecimento. As mostras desenvolvidas ao longo do histórico das
exposições são elaboradas com projetos que preservam a dinâmica visual, ou
seja, “expor por expor”, diversas tipologias de acervo existentes permitem criar
outras propostas inclusivas, não limitando o público visitante “ao olhar”. Por isso
se faz necessária uma análise sobre o desenvolvimento das exposições que
utilizam um discurso antigo, que prioriza apenas um mecanismo de expor os
objetos. Como transpor o conhecimento dentro dos museus, Museu de História,
de Arte, de Ciência e outros? Quais projetos educacionais desenvolvidos dentro
destas instituições? A interdisciplinaridade é fundamental, pois colabora com a
diversidade de pensamentos. A metodologia se pautou em análises visuais
realizadas no período de estágio na ação educativa do Museu de Artes de
Belém e as reações observadas no público.
Abstract
The Museum is an institution that serves the society and the mission of
preservation is inter and multidisciplinary, among the means to fulfill its mission,
the exposure is the leading developer of knowledge and dialogue with the public.
Heritage is the main reason of the activities for the memory’s preservation of a
society in which collections were created. By exposing a collection of any kind
1
Granduanda do Curso de Bacharelado de Museologia, pela Universidade Federal do Pará –
UFPA, E-mail para contato: vivianmolder@hotmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 463
there is an audience they want to reach, and thus it creates ties with the story of
his past, combined with its present constitution and contributing to its future. To
prepare an exposure project, the team responsible for curating has a duty to
promote mechanisms to facilitate the understanding of visitor using other
interactive tools, in order to provide the creation of a script that can develop
beyond interesting, stimulating for all audiences. The objective of this study is to
analyze and discuss the necessary mechanisms to promote a more interactive
exhibition with the public, in the (re) production of knowledge. The shows
developed over the exhibits historical are prepared with projects that preserve the
visual dynamics, for example "exhibit by exhibit," the various existing collection of
typologies allow to create other inclusive approach, not limited the visitors to "the
look". Therefore an analysis on the development of exhibitions is required when
it’s used an old speech, which prioritizes only a mechanism to expose the objects.
How to bridge the knowledge within the museums, Museum of History, Art,
Science and others? Which educational projects are developed in these
institutions? The interdisciplinary approach is essential, as it helps with the
diversity of thoughts. The methodology was based on visual analyzes the
apprenticeship period in the educational action of the Belém’s Museum of Arts
and reactions observed in public.
••••••••••
neste processo, mesmo que o acervo exposto esteja relacionado com o passado.
O museu deve se torna um espaço de aprendizagem e reconhecimento da
produção artística de suas épocas passadas e também atuais, revelar novas
produções artísticas e despertar em crianças e jovens o hábito de visitar os
museus desde cedo, como ocorre em grandes cidades. O cenário cultural de
Belém e do seu estado proporciona a criação de inúmeros projetos de
exposição. Neste sentido, cabe lembrar a afirmação de Silvania do Nascimento
(2013), quando diz que “As novas tecnologias de comunicação revolucionam
nosso cotidiano e impõe aos museus a aplicação de um discurso de imagens,
sons, luz e cores”. (2013, p. 234), assim, observa-se que diante das novidades
tecnológicas o cenário cultural de Belém tem a disposição uma gama de
possibilidades que permitem ao fazer expositivo construir produtos que
possibilitem maior interação e apropriação do público com as exposições.
Referências
RICO, Juan Carlos. ?Por qué no vienen a los museos? História de um fracasso.
Silex Edictiones. Madrid, 2002.
2o Seminário brasileiro de museologia • 468
PLANEJAMENTO MUSEOLÓGICO:
Resumo
O planejamento museológico como um documento informacional e
institucionalizado é uma ferramenta estratégica de gestão museológica.
Fortalece a instituição em vários aspectos. Sua importância reside em ser um
norteador das ações museológica dentro da instituição. O planejamento
museológico é utilizado como principal recurso estratégico para a gestão dos
museus, o qual deve estar baseado no diagnóstico completo da instituição. Para
a partir de então, elaborar e implementar o plano museológico participativo.
Neste sentido, a pesquisa proposta visa analisar os impactos do plano
museológico na gestão dos museus e sua relação com a gestão da informação
e do conhecimento. Com uma metodologia qualitativa, por meio de análise
documental, questionários busca-se responder as seguintes questões: em que
medida o plano museológico é eficaz para a gestão do museu? Quais as
percepções dos gestores dos museus com relação ao uso do Plano
Museológico? Qual o sentimento que os gestores têm com a aplicação do plano
museológico na tomada de decisão?
Abstract
The museum planning and institutionalized as an informational document is a
strategic tool for museum management. Strengthens the institution in many ways.
Its importance lies in being a guiding museum of actions within the institution.
The museum planning is used as the main strategic resource for the
management of museums, which must be based on thorough diagnosis of the
institution. To thereafter, prepare and implement participatory museum plan. In
this sense, the proposed research aims to analyze the impact of the museum
plan in the management of museums and their relation to the management of
information and knowledge. With a qualitative methodology, through document
analysis, questionnaires seeks to answer the following questions: to what extent
the museum plan is effective for museum management? What are the
perceptions of managers of museums regarding the use of Museum Plan? What
1
Museóloga (UFMG). Mestranda em Ciência da Informação (PPGCI- UFMG).
2
Orientadora (PPGCI-UFMG). Ph.D. em Museologia (Université Paris-Sorbonne).
2o Seminário brasileiro de museologia • 469
is the feeling that managers have with the implementation of the museum plan in
decision-making?
Keywords: Museum; Museology management; Management of Information and
Knowledge; Museum Plan.
••••••••••
INTRODUÇÃO
Nesse sentido, os museus devem ser vistos para além de suas funções de
documentação, investigação, preservação, educação e comunicação do
patrimônio cultural, mas também, como agente de desenvolvimento social.
o museu é instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da
sociedade e de seu desenvolvimento, aberta ao público e que adquire,
conserva, investiga, difunde e expõe os testemunhos materiais do
homem e de seu entorno, para educação e deleite da sociedade
(ICOM3, 2001).
3
ICOM – Conselho Internacional dos Museus.
2o Seminário brasileiro de museologia • 470
4
Gestão da Informação e do Conhecimento facilita o uso das informações nas instituições
gerando conhecimentos organizacionais.
2o Seminário brasileiro de museologia • 474
previsto pelo Estatuto de Museus permite que muitos museus se percebam, talvez
pela primeira vez, como instituições públicas e de serviço público.
Portanto, diante de tal assunto, de suma importância para a gestão dos
museus, surgem perguntas, tais como: em que medida o plano museológico é
eficaz para a gestão do museu? Quais as percepções dos gestores dos museus
com relação ao uso do Plano Museológico? Qual o sentimento que os gestores
têm com a aplicação do plano museológico na tomada de decisão?
Neste sentido, temos que como hipótese que o plano museológico desde
o momento de sua implantação dentro da organização, está aberto a constante
avaliação, pois ele não se encerra em si mesmo, como um conhecimento
registrado e finalizado para a instituição, mas sim como um documento
informacional que precisa ser constantemente reavaliado e discutido entre os
sujeitos envolvidos na instituição para atender, sempre que possível, novas
demandas internas e externas do museu. Por isso o plano museológico é um
processo que deve ser sempre renovado de acordo com o regimento interno de
cada instituição.
Resumindo o museu com uma gestão de informação, conhecimento
eficiente e organizada, com um plano museológico que contemple todos os
referenciais de trabalho da instituição, será uma instituição preparada para
cumprir sua função social no mundo contemporâneo.
METODOLOGIA
RESULTADOS PARCIAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
. A pesquisa visa analisar os impactos do plano museológico na gestão
dos museus e sua relação com a gestão da informação e do conhecimento.
Referências
LEGISLAÇÃO
ICOM – Conselho Internacional dos Museus.
2o Seminário brasileiro de museologia • 477
Resumo
Este artigo descreve a pesquisa em andamento realizada nas instituições
museológicas da Rede de Museus da UFMG. Nesta perspectiva, através da
síntese literária e das atividades já desenvolvidas na pesquisa, será apresentada
uma introdução de contextualização do tema, servindo como base para a
relevância da realização deste trabalho, pontuando: uma breve história da Rede
de Museus da UFMG, apontamentos sobre a importância das redes de museus,
o papel dos museus universitários, descrição e objetivos da presente pesquisa;
descrição da metodologia usada, explicitando as fases das pesquisas, as formas
de estruturação dos discursos, a revisão bibliográfica e ferramentas utilizadas
até o momento para elaboração deste artigo, e também alguns resultados
preliminares, com apontamentos e conclusões prévias. Para finalizar, as breves
considerações explicitando comentários, expectativas e aprendizado com o dito
trabalho.
Abstract
This paper describes the ongoing research carried out in the spaces of UFMG
Museum Network. In this perspective, through literary synthesis and activities
already developed in the research, an introduction of the contextualization will be
presented, serving as the basis for the importance of this work. Scoring: a brief
history of UFMG Museum Network, notes on importance of museum networks,
the role of university museums, description and objectives of the research. The
description of the methodology used, explaining the phases of research, ways of
structuring speeches, literature review and tools used by until the time of writing
this article, as well as preliminary results, with notes and previous conclusions.
Finally, the brief comments explaining considerations, expectations and learning
with the present work.
••••••••••
Introdução
Metodologia
Resultados Preliminares
Considerações
2o Seminário brasileiro de museologia • 485
Referências
MEMÓRIA-GRAFITE-PATRIMONIO:
Sônia Nascimento
Resumo
Este artigo tem como objetivo fazer uma análise da relação dos temas: grafites
feitos na Cidade Velha, com a memória dos sujeitos locais, e como essas
práticas se relacionam com os patrimônios do centro histórico de Belém. Tal
trabalho dialoga com memorialistas, grafiteiros, historiadores, e estudiosos do
campo cultural contemporâneo para compreender o palco destas ações e seus
reflexos. Contudo, sem excluir a voz de moradores dos locais onde algumas
destas intervenções visuais ocorrem, através de entrevistas feitas com transeuntes
e moradores do bairro da Cidade Velha, na busca de construir um diálogo
dentro da memória de identificação visual.
Abstract
This article has as its objective an analize of the themes: graffiti made in the
district of Cidade Velha, with the memories of the local subjects, and how this
practices relates itself with the Belém’s historical center estate. This work
dialogues with memorialists, graffiti artists, historians, and studious from the
contemporary cultural field to understand the stage from this actions and its
reflexes. Nevertheless, without exclude the local dwellers's voices where occur this
visual interventions, by interviews done with passers by and dwellers of the
Cidade Velha district, in search of a dialog inside the memory of visual
identification.
••••••••••
2o Seminário brasileiro de museologia • 487
INTRODUÇÃO
1
Alguns autores marcam a sua origem nos desenho rupestres feitos em caverna, como é o caso
de Gitahy (1999).
2
Na forma de realização, o grafite se difere da pichação por ter como objetivo um resultado
mais elaborado e preocupado com questões técnicas e compositivas, já a pichação se apresenta
como uma ação mais rápida, gestual, desprovida da intenção de elaborações artísticas. Mas, o
que caracteriza as duas ações é a manifestação no espaço público; quer ele seja autorizado ou
não. (Honorato, 2008-2009) Já que os dois utilizam os mesmos instrumentos e a mesma
técnica.
3
A palavra pichação bem como suas derivações (pixar, pixo, pixador e etc) serão grafadas com
“x” porque é desta forma que a fala dos nativos informam que as utilizam.( CHAGAS, 2012, p.
8)
4
As Tags, que são a marca do grafiteiro.
2o Seminário brasileiro de museologia • 488
Figura 1 – Grafiteiro/pixador deixando sua marca (tag). Fonte: Blog Subsolo Art5.
Nos anos 80, esse estilo de arte se espalha pelo mundo, deixando de ser
composto somente pelo nome do autor para desenhos com caráter mais estético
e artístico- sendo hoje o que chamamos de Grafite (figura 2). (REZENDE, 2006)
5
Disponível em: http://subsoloart.com/blog/2012/05/o-graffiti-de-rafael-sliks-sao-paulo-
sp/grafiteiro-rafael-slicks-em-acao-fazendo-sua-tag-2
6
Disponível em: http://toqe.wordpress.com/2012/05/22/grafite/
2o Seminário brasileiro de museologia • 489
7
Disponível em: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/grafite-x-pichacao-dois-
lados-da-mesma-moeda
2o Seminário brasileiro de museologia • 490
8
Ver http://diariodopara.diarioonline.com.br/N-165536-
CRIME+AMBIENTAL++PICHACAO+AINDA+RESISTE.html
2o Seminário brasileiro de museologia • 491
Uma das Crews mais famosas de Belém é o Mistura Insana, que são
jovens que fazem arte e tentam sobreviver dela. Em seus desenhos eles usam
elementos característicos da cultura regional, em alguns eles fazem uma junção
de desenhos típicos do grafite com a cultura ribeirinha (figura 4). Nota-se aí um
desenvolvimento daquele padrão originário do grafite, em que a pichação
servia para representar um grupo/gangue e demarcar o seu território. Os
grafites do Mistura Insana trazem uma ressonância com os moradores locais, os
moradores da cidade, em vista deles representarem a cultura e elementos
regionais em seus desenhos. Eles não querem apenas transformar o visual do
espaço, mas dialogar com a comunidade.
Figura 4 – Menino com traje típico da cultura hip hop, canoa típico da cultura ribeirinha Fonte: Site –
Facebook9.
9
Disponivel em:
https://www.facebook.com/448322975302365/photos/pb.448322975302365.-
2207520000.1416864960./492696814198314/?type=3&src=https%3A%2F%2Ffbcdn-
sphotos-h-a.akamaihd.net%2Fhphotos-ak-xap1%2Fv%2Ft1.0-
9%2F10410352_492696814198314_662055803286320938_n.jpg%3Foh%3D04748b8a331d
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2o Seminário brasileiro de museologia • 492
Voltando ao grafite, uma das obras que fazem parte desse padrão é o
trabalho da grafiteira Drika Chagas:
10
Ver http://espacohumus.com/eder-oliveira/
2o Seminário brasileiro de museologia • 493
(figura 8) e cores da cultura paraense, (ASSIS, 2012) como em sua obra ‘Banho
de cheiro’ (figura 9) e a da exposição cidade labirinto, a primeira representando
a religiosidade paraense na figura feminina.
11
Disponível em: http://movimentohotspot.com/noticias/presente-para-a-cidade/
12
Disponível em:
https://www.facebook.com/ColetivoEfemmera/photos/t.100001787535076/44382112567331
0/?type=3&src=https%3A%2F%2Ffbcdn-sphotos-a-a.akamaihd.net%2Fhphotos-ak-
xfp1%2Ft31.0-
8%2F735501_443821125673310_187291028_o.jpg&smallsrc=https%3A%2F%2Ffbcdn-
sphotos-a-a.akamaihd.net%2Fhphotos-ak-xaf1%2Fv%2Ft1.0-
9%2F312475_443821125673310_187291028_n.jpg%3Foh%3D15d2e66f842601692b2ebd2d
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2o Seminário brasileiro de museologia • 494
Figura 10 – Edifício onde ocorreu o assassinato. Fonte: Foto de Vera Martins, 21 de Maio de
2012.
Gisberta começou a ser insultada e agredida por jovens, a cada vez que
acontecia aumentava-se o grau de violência. Dia 22 Fevereiro de 2006, eles
atiram o corpo de Gisberta, ainda com vida, para um fosso, onde acabaria por
morrer afogada. O assassinato chocou Portugal na época.
Anos depois, o projeto visa resgatar a memória de Gisberta com
desenhos que tinham a imagem da vítima de forma caricaturada e a imagem
de uma virgem com o manto colorido, com o arco-íris e o rosto de Gisberta
(figura 11). Perguntados aos transeuntes do local sobre os desenhos, muitos não
respondiam pelo fato de se tratar do caso de Gisberta. Vê-se então, o grafite
como forma de expressão de grupos excluídos, buscando através da arte,
resguardar a memória que de uma tragédia que sua sociedade tenta esquecer.
Pois Gisberta não foi, somente, vítima de jovens preconceituosos, mas vítima de
uma sociedade discriminadora, que não aceita aqueles que não correspondem
ao “padrão social”.
“É assustador, quando nos damos conta, de que vivemos numa
sociedade que não revela qualquer tipo de sentido de justiça e de
solidariedade por um ser humano que se diz diferente, só porque sai
dos padrões convencionais pré-instalados na mentalidade desta
sociedade que se diz contemporânea” (MARTINS, 2012, p. 64).
2o Seminário brasileiro de museologia • 496
O trabalho que iremos usar aqui neste artigo que exemplifica o uso deste
tipo de arte localmente, mais precisamente na cidade velha, centro histórico de
Belém, é o da grafiteira Drika Chagas. Como já visto, o trabalho de Drika é
cheio de elementos da cultura local, como exemplo de uma de suas
participações voltada para o perfil regional, cita-se suas produções junto ao
projeto R.U.A. (Rota Urbana pela Arte). O projeto ocorreu no bairro mais antigo
de Belém, a cidade velha, tendo por base as recordações/memórias dos
moradores locais.
O bairro da cidade velha é por si só um local repleto de histórias e
narrativas, todavia, suas histórias são contadas de forma superficial, pois alguns
fatos históricos carecem do reconhecimento das falas de seus moradores, ou
seja, predominam questões de parâmetros científicos (tradicionais) como: de
qual época era tal edifício? O que aconteceu historicamente nele? Qual
personalidade morou em tal rua e tal casa? Quais os materiais usados de tal
edifício? De onde veio tal material, etc.
A história cotidiana dos moradores da cidade velha, nesse caso, é
deixada de lado. Partindo deste ponto, o projeto R.U.A. visa evocar as
recordações dos moradores, personalidades que moraram no bairro, memórias
de infância ocorridas em moradias do local, lendas urbanas que envolviam o
imaginário popular, mostrando como a cidade velha era cheia de vida.
Essas lembranças não se reavivem por um simples passeio pelo local,
pelo menos não para os que não residem no bairro, pois seus patrimônios
(materiais e imateriais) recriam-se no cotidiano que combina o passado ao
contemporâneo. Os desenhos vêm para fazer a ligação entre os personagens, o
patrimônio material e a memória local.
2o Seminário brasileiro de museologia • 497
vivendo em seu castelo real. A princesa era só mais uma moradora vivendo sua
infância em um edifício do bairro, o castelo era o palacete pinho, um dos mais
famosos edifícios da cidade velha (figura 13).
14
Disponível em: Figura 17: foto Cristino Martins retirado do site:
http://www.ormnews.com.br/noticia.asp?noticia_id=669555#.VHOxUIvF9vU
2o Seminário brasileiro de museologia • 501
Deleuze diz em sua obra “O ato da Criação” que a obra de arte é uma
contrainformação: “A obra de arte não contém, estritamente, a mínima
informação. Em compensação, existe uma afinidade fundamental entre a obra
de arte e o ato de resistência. Isto sim. Ela tem algo a ver com a informação e a
comunicação a título de ato de resistência” (DELEUZE, 1999, p. 4).
O grafite, ao relacionar-se com as ideias de Deleuze (1999), vem pra ser
essa arte posicionada contra a informação, contra a “história tradicional”, como
denuncia sua característica básica de resistência. Resistência que agora, através
do grafite, pixa, grava, desenha, escreve em paredes do bairro, reivindica o seu
poder de contar suas memórias e histórias que atualmente podem circular por
entre outros espaços, auxiliando na manutenção destas. Resistência que,
quando necessário, utiliza-se da Museologia como “instrumento contra a face
perversa da globalização, a favor da pluralidade cultural e social, das
liberdades políticas e filosóficas e da paz.” (SCHEINER, 2008
p.45).
público e museu, seria como levar o museu às pessoas para trazer às pessoas
aos museus.
Então como visto, o grafite é um meio, uma linguagem que ajuda na
preservação do patrimônio material, a partir da conscientização da importância
do bairro e dos seus edifícios para a cidade, e do patrimônio imaterial, as
memórias dos moradores da cidade velha, que a partir da afetização ao local e
as histórias dos moradores antigos que mantiveram vivas e ainda matem viva a
cidade velha através do zelo pelo local, através da sua divulgação e seu
caráter mais contemporâneo de se expressar.
Para além das questões de coletividade, esta arte também busca a
retomada, o “embelezamento” de onde se insere, em contra posição – como
afirmam os moradores – ao “mau grafite”, a pichação. O grafite se reinventa,
porém não deixa de ter seu caráter fundamental, reivindicar o seu direito de
fala, nesse caso, o seu direito de representar suas memórias. A história é sempre
contada a partir das personalidades da elite, e cabe ao museu a
problematização dessa forma de se contar. Os desenhos do projeto R.U.A vem
para contar a história dos simples moradores que apesar de suas memórias não
serem encontradas em livros, tiveram grande contribuição para a formação do
que hoje chamamos de cidade velha. Dando vida e história ao bairro.
Com isso, o grafite, assim como os museus há de fazerem, levanta
questões sobre as histórias dos patrimônios, de não contar a história sobre a
mesma, e considerada quase sempre a única perspectiva. O grafite, nesse
caso, junto com às perspectivas museológica dão voz não apenas as memórias
bastante conhecidas dos patrimônios que integram esse “museu” chamado de
Cidade Velha, mas dá voz também às memórias dos moradores que foram
excluídas deste modo tradicional de contar a história da cidade velha. Sendo
assim, o grafite reivindica o seu caráter mais nobre, o seu caráter de dá voz aos
excluídos, seu caráter de ser, literalmente, a “Arte de Não esquecer”.
2o Seminário brasileiro de museologia • 505
Referências
FERREIRA, Leila Cristina Leite. A LIBERDADE NAS RUAS: uma breve análise dos
grafiteiros de Belém. Revista-memória do I CLIC: Culturas, Linguagens e
Interfaces Contemporâneas, UFPA, 27 a 30 de setembro de 2011.
Resumo
A Mina B17 pertencente à empresa CIBRASA S/A para explotação de calcário.
Está localizada no nordeste paraense, município de Capanema, e possui a
peculiaridade de ser a única frente de lavra tombada como sítio paleontológico
e paleoambiental. Foi reconhecida pelo DNPM em 2007 como patrimônio,
devido sua importância científica e continua em atividade de explotação por
mais 50 anos. Baseado na sua importância científica, muito reconhecida
academicamente, a presente pesquisa analisa o discurso midiático voltado ao
Patrimônio Paleontológico, a fim de observar as características contidas neste
discurso repassadas à sociedade não acadêmica. Para tal, foram analisadas as
notícias veiculadas nas publicações diárias nos jornais: A província do Pará e O
Liberal, nos últimos 37 e 50 anos, respectivamente. As matérias podem ser
entendidas em dois momentos: no Século XX ecoam somente os aspectos
geológicos que beneficiam a explotação do calcário - neste momento, a
concepção de patrimônio no Brasil era pauta na história e arquitetura, ou seja,
nas produções humanas. É acrescido a este, o fato do município neste período
estar em um momento de transição da economia de base, concentrando a
preocupação central no desenvolvimento local. No século XXI, percebe-se uma
tímida apresentação destes enquanto bens patrimoniais, fato motivado que
pode ter sido ocasionado pela ampliação dos paradigmas patrimoniais, neste
caso, incluindo os patrimônios naturais, com mais força de representatividade
em boa parte do mundo ocidental.
Abstract
The B17 Mine belongs to the company CIBRASA S/A for limestone exploitation. It
is located in the Northeast of Pará, municipality of Capanema, and has the
peculiarity of being the only plowing front declared as a paleontological and
1
Graduanda em Museologia pela UFPA, E-mail para contato: rayanasilvaufpa@gmail.com
2
Graduando em Museologia pela UFPA, E-mail para contato: leo.souza.net2010@gmail.com
3
Doutora em Geologia e Geoquímica. Atualmente é coordenadora do Grupo de Pesquisa
Museu e Paleontologia (MUPA) da Universidade Federal do Pará em parceria com Museu
Paraense Emílio Goeldi, e coordenadora do curso de Museologia da UFPA, E-mail para contato:
sue.costa@gmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 508
••••••••••
Figura 1: Vista Geral da Mina B17 (TAVORA et al, Figura 2: Cirrípedes Balanomorfos em posição de
2007) vida e com biocromo (TAVORA et al, 2007)
Cita a presença
Jornal Data Tema da matéria
de fósseis?
A ausência de matérias acerca dos fósseis neste período nos leva a inferir
que estes não eram destacados para a sociedade enquanto patrimônios, pois
no período, como foi supracitado, o destaque estava majoritariamente na
produção humana, somente a partir da década de oitenta, o patrimônio natural
e o paleontológico análogo a ele, passam a receber um tímido destaque como
apresentado nas notícias do século XXI.
Nos anos 2000 destaca-se o aparecimento dos fósseis como noticia a ser
veiculada pelos jornais para o grande público (Tab. 2), considerando que isso
reflete quase 100 anos de atraso em relação a academia, visto que Ferreira
Pena apresentou os calcários fossilíferos da zona Bragantina paraense pela
primeira vez em 1876 (TÁVORA, SANTOS ARAUJO,2010).
Ressalta os
Jornal Data Tema da matéria fósseis como
patrimônio?
2o Seminário brasileiro de museologia • 513
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Referências
Resumo
O presente artigo discorre sobre aspectos contemporâneos que incidem no
campo do estudo da museologia. Tal proposta se dá a partir da análise
estrutural e identificação de problemas na estrutura e abordagem que o website
www.goiandiradocouto.com.br possui atualmente. O website possui uma
estrutura simples. E partindo do mecanismo virtual que este possui é proposto a
utilização da hipermídia como recurso de implementação do mesmo. Doma
pesquisa para detectar a funcionalidade e usabilidade do mesmo. É proposto a
aplicabilidade de questionário que se utilizará de métodos para detectar tais
fatores. Tal (re)estruturação do website possibilitará uma divulgação do Espaço
Cultural Goiandira o Couto, o que pode ser um fator positivo além de se tornar
um espaço dinâmico.
Abstract
This article discusses contemporary issues impacting on the museology field of
study. This proposal starts from the structural analysis and identification of
problems in the structure and approach that the website
www.goiandiradocouto.com.br currently has. The website has a simple structure.
In addition, in the virtual mechanism that it has proposed the use of hypermedia
as deployment feature of it. Doma research to detect the functionality and
usability of it. It is proposed that the applicability of the questionnaire will be used
methods to detect such factors. Such (re ) structuring of the website allow
disclosure of Cultural Goiandira the Couto , which can be a positive addition to
becoming a dynamic space.
1
wfernandoturismo@hotmail.com. Especialista em Gestão de Empreendimentos Turísticos e
Eventos pela Faculdade SENAC - GO e Especialização em Supervisão e Orientação Educacional
pelo Centro de Educação a Distância da Faculdade Barão de Mauá SP. Graduado em
Tecnologia de Gestão em Turismo pela Universidade Estadual de Goiás Unidade Universitária
Cora Coralina (2010). Bacharelando em Museologia pela Universidade Federal de Goiás.
Técnico em Guia de Turismo Regional pelo SENAC Goiás (2010). Está professor do SENAC -
GO nas áreas de Turismo Hospitalidade e Eventos. Atuou como Professor do Curso Superior de
Tecnologia em Gestão de Turismo da Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária
Cora Coralina (2010-2011).
2o Seminário brasileiro de museologia • 517
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
Por exemplo, a informação que está seno lida neste momento está
disponível no website www.Goiandira Ayres do Couto.com.br
2o Seminário brasileiro de museologia • 518
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Referências
MOURO, Paola Prado. VERGA, Arthur Toledo. Website do Diretor Lars von Trier.
XIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste. São Paulo, SP:
UPM, 2008, p. 1-2. Disponível em: <www.portalintercom.org.br>. Acesso em:
30 de jul. 2014.
2o Seminário brasileiro de museologia • 523
Resumo
O patrimônio cultural é constituído por vários elementos de natureza material e
imaterial. Na lista dos bens tangíveis nem sempre são colocados os cemitérios e
dispositivos funerários e, mesmo quando estão inseridos nessa categoria, sua
patrimonialização não traz garantia de permanência e de integridade. Esse é o
caso do antigo cemitério do município de Belém do São Francisco que foi
classificado, em inventário realizado pela Fundação do Patrimônio Histórico e
Artístico de Pernambuco, como “cemitério de interesse arquitetônico” (1987),
tendo sido também tombado em nível local como “Patrimônio Arquitetônico da
Prefeitura Municipal” (1995). Mesmo com a presença dessas formas de
acautelamento estabelecidas pela Constituição Federal de 1988, o cemitério
esteve nos últimos anos totalmente abandonado pelo Poder Público e pela
sociedade. Assim, foi gradativamente convertendo-se numa floresta, robustecida
pelo despejo de esgoto sanitário que corre a céu aberto no seu entorno,
deixando-o isolado. Insatisfeitos com tal situação, cidadãos começaram a
discutir em rede social as alternativas para viabilizar uma campanha de
recuperação e, quem sabe até, poder dar no futuro uma finalidade cultural ao
antigo cemitério. Nesse sentido, o presente trabalho tem a intenção de descrever
a problemática e também de apontar as propostas para o futuro que por ora
estão surgindo.
Abstract
Cultural heritage consists of many elements of material nature and immaterial.
In the list of tangible assets cemeteries and funeral devices are not always placed
and even when they are entered in that category, its patrimony brings no
guarantee of permanence and integrity. This is the case of the old cemetery of
municipality of Belém do São Francisco which was classified in inventory held by
the Historical and Artistic Heritage Foundation of Pernambuco, such as "cemetery
of architectural interest" (1987) and was also tumbled locally and "Architectural
Heritage of the City" (1995). Even with the presence of these forms of precaution
established by the Federal Constitution of 1988, the cemetery has been in recent
years completely abandoned by the government and society. Thus it was
gradually becoming a forest, strengthened by sewage dump that runs the open
1
Bacharel em Direito (UNICAP) e Museologia (UFPE). Advogado especialista em Direito
Administrativo (Anhanguera-UNIDERP) e Patrimônio, Direitos, Culturais e Cidadania (UFG).
Email para contato: michelduarteferraz@hotmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 524
in your surroundings, leaving you stranded. Unhappy with this situation, citizens
began discussing on social network alternatives for achieving a recovery
campaign and perhaps even be able to give in the future a cultural purpose to
the old cemetery. In this sense, this paper intends to describe the problem and
also to point out the proposals for the future which for now are emerging.
••••••••••
Imagem do antigo cemitério de Belém do São Francisco registrada em fevereiro de 1962. Autor:
Nilo Bernardes;TiborJablonsky. Biblioteca do IBGE.
2
Ressalta-se que também não descartamos a possibilidade da pessoa ali inumada ter falecido
em outro local e depois ter seus restos mortais transladados para o referido túmulo no antigo
cemitério de Belém do São Francisco.
2o Seminário brasileiro de museologia • 526
3
O tombamento do sítio histórico do município pelo estado não aconteceu, permitindo que ele
sofresse e continue sofrendo gradativas descaracterizações. Por sua vez, a igreja de Nossa
Senhora do Patrocínio permanece em processo de tombamento pelo estado, não podendo ter
suas características arquitetônicas alteradas.
2o Seminário brasileiro de museologia • 527
Imagens da limpeza do antigo cemitério de Belém do São Francisco, registradas em setembro de 2015.
Autor: Michel Duarte Ferraz (acervo pessoal).
novo plano urbanístico da cidade depois das cheias que a destruiu em 1911 e
1919) (LEITE, et. al., 1993, p. 140), de seu filho Gumercindo Pires de Carvalho
(criador dos primeiros bonecos gigantes de Pernambuco) (LEITE, et. al., 1993, p.
87), do Coronel Jerônimo Pires de Carvalho Trapiá (prefeito de Cabrobó e
primeiro prefeito de Belém) (LEITE, et. al., 1993, p. 139), bem como a de Mãe
Bárbara (escrava que mesmo depois de abolição da escravatura preferiu
continuar vivendo entre os familiares de seu antigo proprietário até morrer, em
1936, com 103 anos de idade) (CARIBÉ, 2015).
Imagens panorâmicas da entrada antigo cemitério de Belém do São Francisco, registradas em setembro de
2015. Autor: Michel Duarte Ferraz (acervo pessoal).
Imagens de alguns túmulos presentes no antigo cemitério de Belém do São Francisco, registradas em
setembro de 2015. Autor: Michel Duarte Ferraz (acervo pessoal).
Situação atual
4
Em foto de 1962 é possível perceber a predominância da caiação. Em imagem de 1984
percebe-se o acréscimo de outras cores, especialmente em tonalidades amareladas e azuladas.
2o Seminário brasileiro de museologia • 530
Imagens do alguns túmulos presentes no antigo cemitério de Belém do São Francisco, registradas em
setembro de 2015. Autor: Michel Duarte Ferraz (acervo pessoal).
Conclusão:
Referências:
CARIBÉ, Albertina Pires de Carvalho Caribé. Av. Cel. Jerônimo Pires, n. 1087,
Belém do São Francisco, CEP. 56.440-000. Depoimento concedido em
12/09/2015.
Resumo
O Museu do Marajó (MdM), localizado no município de Cachoeira do Arari, na
Ilha do Marajó, foi idealizado pelo padre jesuíta Giovanni Gallo no final da
década 70. Os acervos são compostos de materiais arqueológicos relacionados
à ocupação indígena, bem antes do contato com os europeus; materiais
arqueológicos do período de colonização europeia, com a escravidão,
concepção do caboclo marajoara e os materiais biológicos constituídos por
animais taxidermizados (boto, jacaré, insetos e bezerro de duas cabeças).
Também compõem em seu acervo: Lendas, histórias, objetos, imagens e textos,
os quais trazem em comum, o homem, o caboclo marajoara e o que a ele se
refere. Esta pesquisa se propõe compreender o processo de construção
conceitual e estrutural da exposição interativa e criativa no espaço musicológico,
a partir da análise dos documentos, fotografias, pesquisas orais, depoimentos,
artigos, jornais e outros fontes que fazem parte do acervo do MdM. A
criatividade e a interatividade são marco no contexto da exposição, visando
transformar o museu em um grande espaço lúdico, pois os visitantes são
convidados a interagir com os objetos de forma divertida, como o computador
de marca caipira, que utiliza recursos como barbante, ripas e placas móveis,
inspirados em artefatos de estilo popular, que ao ser manipulado pelo visitante,
revela-se como um “computador de verdade”, como no painel “Você fala tupi”,
no qual o visitante levanta a tabuinha, identificadas por uma série de palavras
indígenas; a “Pescaria da Saúde”, inspirada na brincadeira de arraial; o painel
“Marajó de ontem e hoje”, onde o visitante interage com uma série de objetos
que necessitam ser identificados e acoplados e montam, e monta uma trilha de
curiosidades e explicações sobre a temática abordada.
Abstract
The Marajó Museum (MdM), located in Cachoeira do Arari municipality, in
Marajó Island, was designed by Jesuit priest Giovanni Gallo in the late 70. The
1
Graduanda do Curso de Bacharelado em Museologia da Universidade Federal do Pará –
UFPA, E-mail para contato: s_r_coelho@yahoo.com.br
2
Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal do
Pará (PPGA-UFPA). E-mail para contato: airesarch@gmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 535
••••••••••
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
JUSTIFICATIVA
METODOLOGIA
RESULTADOS
PESCARIA DA SAÚDE
Nesse computador que imita a brincadeira de arraial da pescaria, que não
vai falar de peixe e muito menos tem prêmios. Mas no conteúdo de cada
“peixeinho” no puxa-puxa, mostra os remédios que o povo usa para curar suas
enfermidades. Funciona deste modo: Você tem problema com criancinha pra
comer? Na lateral da tabuinha procure o nome da doença, neste caso fastio,
depois puxe o fio da pescaria e lá vem o remédio: um colar de dente de piranha
no pescoço da criança na hora das refeições.
CONCLUSÃO
Referências
Resumo
Os afloramentos fossilíferos da Praia do Atalaia, município de Salinópolis (PA),
apresentam valores científicos, econômicos, culturais e sociais. Centrados na
melhor utilização e preservação desses bens, a mídia surge como um dos meios
para conscientizar a população, ao veicular informações consistentes e
organizadas. No entanto, para atingir com êxito esses objetivos, torna-se
indispensável a aproximação entre academia, jornalistas e público. Logo, neste
trabalho, serão apresentadas e discutidas matérias que tem como foco o
patrimônio paleontológico do município de Salinópolis (Pa) propagadas desde a
década de 60 até a atualidade, por dois dos principais jornais paraenses (O
Liberal e A Província). As notícias referentes aos fósseis e à Formação Pirabas,
ao qual pertence o município, estão restritas ao século XXI, e na maior parte das
vezes de maneira tímida ou tardia em relação aos conhecimentos divulgados no
meio acadêmico. A ausência de abordagens mais frequentes e densas a
respeito do sítio, contribuem para que a maior parte da sociedade ainda não
(re)conheça seu patrimônio e consequentemente dificultam o processo de
preservação destes.
Palavra-chaves: Salinópolis; Fósseis; Patrimônio.
Abstract
The fossiliferous outcrops of the Atalaia Beach, located at the municipality of
Salinópolis (PA), present scientific, economic, cultural and social values. Focusing
on a better use and preservation of these goods, the media appears as one of
the means available to raise the population awareness when it broadcasts
consistent and organized infor- mation. However, to successfully achieve these
goals, it is essential to bring together the academic sphere, journalists and the
public. In this sense, this work will present and discuss all the news that focuses
on the paleontological heritage of the city of Salinópolis-Pa, which were
presented from the 1960s to the present moment by the two major newspapers
from Pará (O Liberal and A Província). The news related to fossil and to the
1
Graduando de Museologia da UFPA, E-mail para contato: leosilvaufpa@gmail.com
2
Graduanda de Museologia da UFPA, E-mail para contato: rayanaalexandra02@gmail.com
3
Doutora em Geologia e Geoquímica. Atualmente é coordenadora do grupo de pesquisa Museu
e Paleontologia (MUPA) da UFPA em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi, e
coordenadora do curso de Museologia da UFPA, E-mail para contato: sue.costa@gmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 543
Pirabas Formation, site where the municipality is located, are restricted to the
twenty-first century and, mostly often, appear on a shy or delayed manner in
relation to the knowledge disseminated by the academic world. The absence of
more frequent and dense approaches about the site contributes so the majority
of the society may not recognize their heritage and, consequently, it makes
harder its preservation process.
Keywords: Salinópolis; Fossils; Heritage.
••••••••••
RESULTADOS E DISCUSSÃO
2o Seminário brasileiro de museologia • 545
Tabela 1- Noticias referentes à Formação Pirabas e Salinópolis dos anos 2001 a 2014
Entendido por MELLO, MELLO & TORELLO (2005) como parte de uma
ciência complexa e de caráter social integrador importante de ser transmitido
para a sociedade externa à academia, o patrimônio paleontológico da Praia do
Atalaia voltou a ser tema na mídia paraense. No dia 28 de Dezembro de 2014,
o jornal O Liberal publicou a matéria “Geólogo descobre fósseis em Salinas”.
CONCLUSÃO
Referências
DIAS G., BRILHA J., ALVESM. I. C., PEREIRA D. I., FERREIRAN., MEIRELES C.,
PEREIRA P., SIMÕES P. (2003).Contribuição para a valorização e divulgação do
patrimônio geológico com recurso a painéis interpretativos: exemplos em áreas
protegidas do NE de Portugal. Ciências da Terra(UNL), no esp. V, CD-ROM,I32-
I35.
MAURY,C. J., 1925. Fósseis terciários do Brasil com descrição de novas formas
cretáceas: 1-665. Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil(Monografia), Rio
de Janeiro.
VILAS-BOAS, Mariana; BRILHA, José Bernardo R.; LIMA, Flavia Fernanda de.
Conservação do Patrimônio Paleontológico do Geopark Araripe(Brasil):
Enquadramento, estratégias e condicionantes. Boletim Paranaense de
Geociências,[S.l.], v. 70, dez. 2013.
Marcela Cabral2
Resumo
Este trabalho objetiva apresentar as ações de curadoria de acervo e os primeiros
resultados da pesquisa que vem sendo desenvolvida no Museu do Instituto
Histórico Geográfico do Pará MIHGP, ações as quais se voltam à
documentação, conservação e pesquisa de acervo. Deste modo, foi necessário
apresentar brevemente o IHGP chamando a atenção ao seu papel de
associação cultural e instituição de salvaguarda da cultura e a memória do
Estado do Pará. Este trabalho tem como base o acervo mobiliário em exposição
no MIHGP, e com isso busca-se apresentar alguns avanços na pesquisa em
torno do conhecimento dos objetos a partir dos referenciais teóricos que tratam
especificamente sobre mobiliário. Assim, foram evidenciados os sentidos sociais
e simbólicos que carregam todos os móveis ao serem inseridos em acervo.
Outro aspecto que a pesquisa bibliográfica possibilitou, foi o conhecimento
histórico, de estilos, técnicas, materiais e mão-de-obra empregados na
produção dos móveis presentes no acervo em exposição, bem como a
possibilidade de reconhecimento e descrição das peças em seus diversos estilos,
períodos e elementos decorativos, que tiveram como finalidade inicial subsidiar
das informações inseridas nas fichas de documentação e legendas da exposição
do mobiliário do acervo mobiliário do MIGHP.
Abstract
This study aims to present the collection of curated stock and the first results of
the research that has been developed at the Museum of the Geographic
Historical Institute of Pará (MIHGP), actions which turn to documentation,
preservation and collection of research. Thus, it was necessary to briefly present
the IHGP drawing attention to its role as cultural association and culture of the
institution and to safeguard the State of Pará memory. This work is based on the
furniture collection on display at MIHGP, and it 'il get present some advances in
1
Ana Daniela Nogueira da Silva Graduanda do curso Bacharelado em Museologia UFPA
daniela-ngsilva@hotmail.com
2
Profª. Me. Marecela Guedes Cabral- profª. do curso Bacharelado em Museologia UFPA
marcelagcabral@hotmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 552
research around the knowledge of objects from the theoretical frameworks that
deal specifically on furniture. Thus, it was highlighted the social and symbolic
meanings that carry all the furniture to be inserted in the collection. Another
aspect that the literature search enabled, it was the historical knowledge of styles,
techniques, materials and hand labor used in the production of furniture present
in the collection on display as well as the possibility of recognition and
description of parts in its various styles , periods and decorative elements, which
had the initial purpose subsidize the information entered in the documentation of
records and subtitles exhibition of furniture MIGHP furniture collection.
••••••••••
Introdução
Este trabalho objetiva apresentar as ações de curadoria de acervo e os
primeiros resultados da pesquisa que vem sendo desenvolvida no Museu do
Instituto Histórico Geográfico do Pará - MIHGP - com base em seu acervo
mobiliário. Trata-se de ações que tem por base o trabalho com a
documentação, conservação e a pesquisa de acervo. Vale dizer que no
momento, o acervo mobiliário do MIHGP encontra-se parte em manutenção, e
restauro e, parte em exposição. Por tanto, este trabalho se concentra em uma
fração do acervo em exposição. Antes, porém, cabem algumas apresentações,
do Instituto Histórico e Geográfico do Pará e seu museu, o MIHGP.
mais atual que o estilo de suas pernas, estilo Rainha Ana (Queen Anne), porém
apresenta cruzetas características do rococó inglês, conhecido como
Chippendale. Já o conjunto de cinco cadeiras e um canapé em estilo românico
do século XIX apresentado na imagem 4, é feito em madeira de jacarandá e
demonstra a influência francesa, oriunda da Belle Époque, também traz a
palhinha e o vazado juntos no espaldar do canapé, ao fundo da imagem.
Peças Quantidade
Armário (pertenceu à Líbero Luxardo) 1
Cabideiro 1
Cadeira estilo Art Nouveau 1
Cadeiras de palhinha 4
Cadeiras de palhinha (estilo Inglês estilizado) 14
2o Seminário brasileiro de museologia • 558
Total 88
Fonte: Atelier do Restauro. Março 2012.
Ações de documentação
As ações de documentação e pesquisa do acervo do mobiliário do MIHGP visam
qualifica-lo para a visitação pública. Para isso esta sendo feita pesquisa e da
documentação:
Arrolamento que conferiu uma numeração inicial para quantificar o
acervo.
Descrição estilística do acervo e imagem fotográfica para as futuras
fichas.
Analise do estado de conservação do mobiliário e das condições do
ambiente em que se encontra para poder pontuar condições
desfavoráveis. (figura 3 e 4 incidência de luz natural nos moveis e
vestígios de fezes de insetos no ambiente ).
Distinção do mobiliário de uso cotidiano do IHGP e do acervo.
2o Seminário brasileiro de museologia • 559
Considerações Finais
O Acervo mobiliário em exposição no MIHGP apresenta parte do cenário do
cotidiano da classe dominante de um período que ficou conhecido como a Belle
Époque Paraense, no qual o gosto pelo requinte e pelo modo de vida europeu
foi característica predominante na sociedade que vivia um momento de grande
riqueza em consequência da extração do látex, seiva de uma árvore comum na
Amazônia e matéria prima da borracha. É possível observar várias influências
estilísticas dos séculos XVIII e XIX, que se mantiveram presentes nos móveis dos
ricos burgueses belenenses.
Referências
BENARUCH, Michelle Cauffmann. Por uma Museologia do Vestuário: Patrimônio
Memória e Cultura. In.: Memórias e Museus. Márcia Merlo (Org.) Estação das
Letras e Cores. Perdizes- SP. 2015, p.99 – 111.
SANTOS, Ana Negrão do Espírito; BEZERRA NETO, José Maria. Arquivo Palma
Muniz: Um novo espaço para pesquisa. Revista de História 138, FFLCH – USP.
São Paulo, 1998. P. 181 – 184.
2o Seminário brasileiro de museologia • 561
Resumo
O estudo denominado Etnografia do Bosque Rodrigues Alves como espaço
museal: pesquisa sobre as relações entre pessoas e os patrimônios nele
existentes2, desenvolvido através da bolsa de iniciação científica PIBC/CNPq, foi
o ponto de partida para a reflexão sobre a questão da sustentabilidade em
museus e como a Museologia, enquanto Ciência Social Aplicada pode contribuir
para a preservação dos bens culturais, patrimoniais e naturais. Considerando
que os jardins botânicos são instituições museológicas que possuem papel
fundamental na busca da utilização sustentável do patrimônio natural e da
conservação da biodiversidade, vitais para a manutenção da espécie humana
no planeta, o trabalho objetiva discorrer sobre o papel da Museologia e dos
museus perante a questão da conservação da biodiversidade e aponta a
construção de uma política de sustentabilidade para o Bosque, precedida de um
diagnóstico elaborado de modo participativo, como uma das alternativas que a
ciência museológica pode contribuir para uma melhor gestão deste espaço.
Abstract
The study called Ethnography of the Bosque Rodrigues Alves as museum space:
Research on the relationship between people and heritage existing in it3,
developed through scientific initiation scholarship PIBIC / CNPq, was the starting
point for reflection on the issue of sustainability in museums and how Museology
as Applied Social Science can contribute to the preservation of cultural,
patrimonial and natural assets. Considering that the botanical gardens are
museological institutions that play a fundamental role in the search for
sustainable use of natural heritage and biodiversity conservation, vitals to the
maintenance of human species on the planet, the study aims to discuss the role
of Museology and museums in front of the issue of biodiversity conservation and
points the building of a sustainable policy for the Bosque, preceded by an
assessment made in a participatory manner, as one of the alternatives that the
museological science can contribute to a better management of this area.
1
Fotógrafa Pesquisadora, Graduanda em Bacharelado em Museologia na UFPA Email:
flavica.souza@gmail.com
2
Projeto de bolsa de pesquisa PIBIC/CNPq. Período de Agosto de 2014 a Julho de 2015.
3
Project of research PIBIC/CNPq. Period from August of 2014 to july of 2015.
2o Seminário brasileiro de museologia • 562
Introdução
4
A pesquisa em questão é um subprojeto do Projeto denominado Estudo antropológico das
interações de humanos com os não-humanos no Bosque Rodrigues Alves na cidade de Belém
(PA). Paisagens de evasão, conservação da biodiversidade e imaginário urbano, coordenado
pelo professor Dr. Flávio Leonel Abreu da Silveira, vinculada ao CNPq.
5
Informação obtida através do Presidente da RBJB durante a II Reunião Norte de Jardins
Botânicos e Pontos de Memória, realizada em Belém do Pará entre os dias 19 e 22 de Agosto de
2015.
6
Em Julho de 2002 o Bosque Rodrigues Alves ganhou da Rede Brasileira de Jardins Botânicos o
registro provisório de Jardim Botânico da Amazônia “C”, com base na resolução 266 do
Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Com a certificação, o Bosque entra na lista
dos jardins brasileiros que integram a Botanic Gardens Conservation International (BGCI), rede
mundial com 1.846 jardins em 148 países e mais de 4 milhões de coleções de plantas vivas, e
lhe confere a responsabilidade de promover o conhecimento por meio da educação sobre a
flora amazônica visando a conservação das espécies da região.
2o Seminário brasileiro de museologia • 563
7
Conceito extraído do site: www.banrisul.com.br.
2o Seminário brasileiro de museologia • 564
pensar nesses dois campos, cultura e natureza, sem dicotomia, ou seja, sem
separar estas duas categorias. É aí que opera a sustentabilidade nos museus,
penso. Quando “eles” consegue pensar de forma cidadã em favor da dignidade
social conectada com a questão da conservação da natureza. Conservando-se a
natureza automaticamente estamos preservando também nossas mais diversas
manifestações culturais e perpetuando a nossa vida na terra.
No mundo atual, os museus, segundo Andréa Cogan (2012):
“Independentemente de sua tipologia, devem ser valorizados quando
praticam e falam em preservação, em gestão, em globalização
cultural, economia em museus e sustentabilidade. Suas atividades
essenciais precisam ser repensadas, pois já não satisfazem as
necessidades dos novos tempos.”
8
A biodiversidade é um conceito, segundo Toledo e Barrera- Bassols (2015, p.30), muito amplo
que se refere à variedade de paisagens, tipos de vegetação, espécies e genes e que, portanto, a
manutenção e a conservação da diversidade biológica exigem esforços em cada um desses
níveis.
2o Seminário brasileiro de museologia • 565
9
Segundo a pesquisa feita pela Historiadora Drª. Rosa Cláudia Cerqueira Pereira, para a sua
tese de doutorado intitulada “Percepção Visual da Cidade: Iconografia da natureza urbana de
Belém (1808-1908), defendida em Junho/2015.
10
Expressão utilizada nos jornais dos anos de 1870 para referir-se aos terrenos do subúrbio do
Marco da Légua, conforme consta na pesquisa feita pela historiadora Drª. Rosa Cláudia
Cerqueira Pereira para sua tese de doutorado.
11
Jornais O Democrata, 18 ago.1891, p.1; A República 18 ago.1881, p.1.
12
Fonte: Inventário Faunístico do segundo semestre de 2014 do BRAJBA.
2o Seminário brasileiro de museologia • 567
atentas a estas funções. Além disso, deve conter em seu plano museológico,
política de proteção ao seu patrimônio natural e, ao mesmo tempo, alinhada
ao conceito de sustentabilidade.
Conclusão
2o Seminário brasileiro de museologia • 569
Referências
Resumo
Este trabalho trata do projeto de extensão Implantação do Museu Xakriabá,
realizado entre os anos de 2013 e 2015 na cidade de São João das
Missões/MG, junto ao grupo indígena Xakriabá e desenvolvido por uma
parceria de docentes da Escola de Arquitetura e Escola da Ciência da
Informação/Curso de Museologia da Universidade Federal de Minas Gerais. O
projeto surge com a demanda da própria comunidade Xakriabá à luz dos
debates atuais acerca dos museus de território e os processos de musealização
de comunidades em seu próprio território, principalmente em áreas indígenas
onde a luta pela terra desempenha importante fato gerador de memória. A
extensão teve durante o período ações como o desenvolvimento do projeto
arquitetônico do Memorial e demais intervenções arquitetônicas que se fizerem
necessárias, em decorrência do processo de musealização no território
Xakriabá; a formação de pessoal da comunidade para atuar no projeto do
museu, por meio da oferta de oficinas e curso de extensão na área da
museologia; o desenvolvimento junto à comunidade do projeto conceitual do
museu; o acompanhamento da implantação do inventário compartilhado, o
acompanhamento de pesquisa histórica. A realização do projeto insere-se no
horizonte da ampliação dos direitos culturais, especificamente do direito à
memória e patrimônio de populações indígenas, conforme previsto pelo art.
215 da Constituição Federal. O objetivo é articular as dimensões de pesquisa e
ensino aos propósitos da extensão, disponibilizando para a comunidade externa
conhecimento produzido no âmbito acadêmico.
Palavras-chave: Museologia; Sociomuseologia; Arquitetura; Sociologia;
Etnografia.
Abstract
This essay presents the extension project Implementation of Xakriabá Museum,
conducted between 2013 and 2015 in the city of São João das Missões, estate of
Minas Gerais - Brazil, with the indigenous group Xakriabá and developed by a
partnership of the professors of the School of Architecture and School of
Information Science / Museum Studies Course at the Federal University of Minas
Gerais. The project arises with a demand of the indigenous community right on
time when the current debates about the territory museums and musealization
processes in communitys and their territory, especially in indigenous areas where
1
Projeto de extensão Implantação do Museu Xakriabá SIEX UFMG 401841, coordenado pelo
Prof. Paulo Roberto Sabino, da Escola de Ciência da Informação/UFMG.
2
Graduando no Curso de Museologia da Universidade Federal de Minas Gerais e bolsista do
citado projeto. Contato: vinicius-santos@ufmg.br
2o Seminário brasileiro de museologia • 573
the fight for land plays an important part when the subject is memory
generator. The project had developed the architectural design of the memorial
and other architectural interventions that were necessary as a result of
musealization process in Xakriabá territory; The community were trained to work
in the museum project by workshops and an extension course in the museology
field; the development of the conceptual design of the museum community;
monitoring the implementation of shared inventory and historical research. The
project is part of the horizon of cultural rights expansion, specifically the memory
right and heritage of indigenous peoples, as provided by art. 215 of the Federal
Constitution. The main goal is to articulate the research and education
dimensions to this project, making available to the external community the
knowledge produced in the academic environment.
Key words: Museology; Sociomuseology; Architecture; Sociology; Ethnography.
••••••••••
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Sendo assim, foi de extrema importância que a leitura prévia fosse bastante
minuciosa, permitindo que fossem traçadas as estratégias seguintes da
pesquisa. O
material consultado elucidou as principais representações da existência
Xakriabá, que
foram colocadas no contexto da pesquisa como conceitos e temas norteadores
do
Memorial e sua(s) exposição(ões). Em seguida, os conceitos e temas se tornaram
referências na busca por fontes históricas. As instituições nas quais se deu a
busca por documentação e possível acervo para compor o Memorial foram
identificadas, contatadas e visitadas pela equipe de pesquisadores e bolsistas. O
acervo referente aos Xakriabá está espalhado em diversas delas e um dos
objetivos da pesquisa foi reunir essas informações. Dessa forma, as etapas
seguintes do projeto de implantação do Memorial Xakriabá poderão servir-se
deste documento como uma espécie de inventário, facilitando a recuperação
das fontes.
2o Seminário brasileiro de museologia • 577
RESULTADOS
CONCLUSÃO
2o Seminário brasileiro de museologia • 578
Referências
DUARTE CANDIDO, Manuelina Maria. A função social dos museus. In: Canindé-
Revista do Museu de Arqueologia de Xingó, nº9. Aracaju: Universidade Federal
de Sergipe, Junho/2007. P.169-187. Disponível em
http://www.academia.edu/2107555/2007_-
_A_fun%C3%A7%C3%A3o_social_dos_museus , Acesso em 13/06/2015.
Resumo
O intuito deste trabalho é visualizar como as exposições museológicas
contribuem para a fabricação de imortalidades e perpetuação de silêncios
relacionados à atuação das mulheres, especialmente as que ousaram ocupar
um lugar de destaque no espaço público rompendo práticas discursivas
opressivas. Em geral, nas exposições de longa duração evidenciamos a
invisibilidade ou pouca presença das mulheres. Às vezes essa prática é
modificada nas exposições temporárias, a exemplo do que ocorre no Museu da
Gente Sergipana, na cidade de Aracaju/SE, instituição museológica criada em
2011 sob curadoria de Marcelo Dantas e mantida pelo Instituto do Banco do
Estado do Sergipe. A partir dessas problematizações, apresentaremos o projeto
de pesquisa que examinará as estratégias de fabricação do
silêncio/esquecimento da cantora e compositora Clemilda a partir da análise da
exposição temporária “'Clemilda Morena dos olhos pretos” (2014), com
curadoria de Ézio Deda e Marcelo Rangel, apresentadas no referido museu.
Abstract
The purpose of this work is to visualize how the museum exhibitions contribute to
the manufacture of imortalidades and perpetuation of silence of women,
especially those who dared to occupy a prominent place in the public sphere
breaking oppressive discursive practices. In general, in the long term exposures
noted the invisibility or little presence of women. Sometimes this practice is
modified in temporary exhibitions, similar to what occurs at the Museu da Gente
Sergipana in the city of Aracaju /SE, museum institution created in 2011 curated
by Marcelo Dantas and maintained by the Sergipe State Bank Institute. From
these problematizations, we will present the research project that will examine the
manufacturing strategies of silence / forgetting the singer-songwriter Clemilda
from the analysis of the temporary exhibition "'Clemilda Morena dos olhos
pretos" (2014), curated by Ezio Deda and Marcelo Rangel presented in that
museum.
1
Doutor em Sociologia pela UnB. Mestrando em Museologia pela UFBA. Professor no
Departamento de Museologia e no Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFS. E-
mail: clovisbritto5@hotmail.com
2
Graduando em Museologia na UFS. Bolsista PIBIC-CNPq. E-mail:
luanvinicius_23@hotmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 581
••••••••••
3
Biografia de Clemilda retirada do site:
http://www.cantorasdobrasil.com.br/cantoras/clemilda.htm. Acesso em: 31 jul. 2015.
2o Seminário brasileiro de museologia • 584
4
Extraído do verbete Clemilda, do Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.
Disponível em: http://www.dicionariompb.com.br/clemilda/dados-artisticos. Acesso em: 31 jul.
2015.
2o Seminário brasileiro de museologia • 585
pistas sobre a construção de Clemilda, a partir das tramas que lhe demarcaram
o título de “Rainha do forró” e ícone da “sergipanidade”.
Referências Bibliográficas
2o Seminário brasileiro de museologia • 588
Mariana Rodriguez
Fernanda Athayde
Alana Santos
Raquel Paim2
Resumo
O projeto visa reunir pesquisadores e estudantes interessados em debater
questões relacionadas à memória e, o patrimônio das culturas africanas e de
sua diáspora nas diversas instituições museais. Pretende, também, acolher
informações que tratem da memória, enquanto elemento constitutivo do
patrimônio em todas suas dimensões: natural, cultural, material e imaterial, na
construção de identidades sociais, na representação entre o real e o
imaginário. Bem como, reflexões sobre o papel da preservação do patrimônio
das culturas negras como estratégia política de combate à discriminação, ao
racismo e, promoção da igualdade racial.
Abstract
The project aims to bring together researchers and students interested in
discussing issues related to memory and heritage of African cultures and its
diaspora in various museum institutions. It also intends to host communications
that address memory as a constitutive element of heritage in all its dimensions,
natural, cultural, material and immaterial: the construction of social identities; in
representation between the real and the imaginary. And reflections on the role of
heritage preservation of black cultures as a political strategy to combat
discrimination and racism and promote racial equality.
1
Professor Doutor do curso de Museologia da Faculdade Federal da Bahia. Contato:
marcelo.bernardodacunha.cunha@gmail.com.
2
Alunas integrantes de Projeto de iniciação científica. Financiamento: FAPESB e CNPQ.
2o Seminário brasileiro de museologia • 591
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
METODOLOGIA
Referências
Abstract: The Ludoteca, project created for the Abolition’s Museum, Recife-PE,
aims to contribute for the spreading and appreciation of African culture as a
legacy in the construction of Brazilian culture. A space composed by an
informative, coloured, interactive collection of objects that takes pieces from the
present day to tell about the past. It develops activities that attract the attention of
young people and academic researchers. The space was designed for those
looking for experiences that stimulate learning and entertaining, meant to
achieve the infant public but also aroused the interest of visitors from several
adult ages. The Ludoteca’s performance reports show quite positive results. The
1
Bacharel e Mestre em Turismo, Doutoranda em Antropologia, PPGA/UFPE, Técnica em
Assuntos Educacionais do Museu da Abolição/IBRAM/MINCA. E-mail:
Fabiana.sales@museus.gov.br.
2
Bacharel em Turismo, Pós Graduanda em Gestão de Produção Cultural, FAFIRE, Mediadora
Cultural da Ludoteca no Museu da Abolição. E-mail: marialice1708@hotmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 599
••••••••••
3
Esse tipo de acervo pode ser encontrado na exposição de longa duração do Museu do Homem
do Nordeste, Recife-PE, a qual, por seu turno, passa, no momento, por um processo de
reformulação.
2o Seminário brasileiro de museologia • 602
4
Luca Teixeira é percussionista atuante e já desenvolveu trabalhos musicais com nomes
consagrados, dentre eles, Silvério Pessoa, Lula Queiroga, Lucinha Guerra, Lenine, Naná
Vasconcelos, Mano Cháu, dentre outros. Participou do Festival Europalia como percussionista do
músico Silvério Pessoa e de todas as edições do programa Reino Encantado de Luiz Gonzaga da
Rede Globo Nordeste. Atualmente está desenvolvendo um Projeto no Morro da Conceição,
denominado Batuques da Gente – Oficina de Percussão para crianças do Morro.
2o Seminário brasileiro de museologia • 606
5
Os símbolos Adinkra, importante marco da cultura Ashante, são hoje internacionalmente
reconhecidos pela força de suas mensagens, carregadas de significado de acordo com as
culturas africanas.
6
Antônia Santana, começou a pintar a partir dos 12 anos e aos 15 anos fez seu primeiro curso
de pintura, aos 22 cursou desenho no MAC-PE Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco.
Desde 2005 ministra cursos e oficinas e 2008 adicionou ao seus trabalhos, camisetas pintadas
que retratam a ancestralidade afro-brasileira em suas diversas perspectivas: cores, formas,
sentimentos, expressões, identidade.
7
Mônica Xavier é professora, recreadora e brinquedista, além de Especialista em Educação e
Ludicidade para o Desenvolvimento Humano (FAFIRE).
8
Bonecas feitas com retalhos de tecidos, são símbolos de resistência, tradição e poder feminino.
2o Seminário brasileiro de museologia • 607
Figura 05: Confecção de Turbantes e construção de mamulengos com teatralização dos bonecos
9
O Boi da Mata é um coletivo Artístico Ecopedagógico. Tem a frente o Sr. Benedito Felix da Silva
(Mestre Biu do Ganzá), com aproximadamente 80 anos é considerado fonte empírica da cultura
dos Bois em Pernambuco e candidato a patrimônio vivo da cultura popular. Atuou desde o 07
anos de idade no lendário Boi Misterioso dos Afogados (1927 a 1984)
2o Seminário brasileiro de museologia • 608
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Referências
Resumo
O artigo objetiva refletir sobre a inclusão do tema educação para o patrimônio
no ambiente escolar, destacando-o como potencializador da formação para
cidadania ao longo do processo de ensino-aprendizagem, por meio da
interação entre os diferentes contextos culturais locais e a comunidade escolar
em sentido lato.
Abstract
The article aims to reflect on the theme education for equity in the school
enviroment, highting it as potentiator of citizenship training throughout the
teaching-learning process, through the interaction between the different local
cultural contexts and the wider school community.
••••••••••
INTRODUÇÃO
1
Mestranda em Artes, Patrimônio e Museologia pela Universidade Federal do Piauí – UFPI.
Endereço para correspondência: Av. São Sebastião, 2819 (Bairro Reis Veloso). CEP: 64202-020
– Parnaíba – Piauí (Brasil). Telefone (86 33235310). E-mail: adryannabrito@hotmail.com
2
Doutor em Ciências da Comunicação – UNISINOS/RS. Professor Adjunto do Curso de Turismo.
Professor do Mestrado Profissional em Artes, Patrimônio e Museologia - UFPI. Endereço para
correspondência: Av. São Sebastião, 2819 (Bairro Reis Veloso). CEP: 64202-020 – Parnaíba –
Piauí (Brasil). Telefone (+55 86 33235299). E-mail: perinotto@ufpi.edu.br
3
Pós-doutora Ciências da Arte e do Patrimônio pela Universidade de Lisboa, Portugal.
Coordenadora e Professora do Mestrado Profissional em Artes, Patrimônio e Museologia -
Universidade Federal do Piauí – UFPI. Endereço para correspondência: Av. São Sebastião, 2819
(Bairro Reis Veloso). CEP: 64202-020 – Parnaíba – Piauí (Brasil). Telefone (+5599900-1219). E-
mail: aureapinheiro@ufpi.edu.br
2o Seminário brasileiro de museologia • 613
imagens, por meio da preservação do patrimônio cultural, uma vez que seria
por meio da inclusão da educação associada à preservação do patrimônio
cultural que os modernistas promoveram uma campanha nacional para
assegurar o patrimônio e a própria identidade do Brasil.
Entretanto, Florêncio (2014, p. 09) afirma que em “meados de 1970 a
questão foi abordada de modo mais insistente, com a criação do Centro
Nacional de Referência Cultural – CNRC”, tendo como parceiros os funcionários
do governo federal em Brasília e de docentes da UnB, sob orientação de Aloísio
Magalhães, onde o CNRC atuou indiretamente na interlocução de processos
educacionais voltados para a preservação patrimonial.
Em 1981, foi apresentado em Brasília um projeto intitulado “Projeto
Interação”, que fazia parte das diretrizes para a operacionalização da política
cultural do MEC. O Projeto Interação possuía ainda uma linha programática
que tratava da interação entre a educação básica e os diferentes contextos
culturais existentes no Brasil. A finalidade desse projeto era desenvolver “[...]
ações destinadas a proporcionar à comunidade os meios para participar, em
todos os níveis, do processo educacional, de modo a garantir que a apreensão
de outros conteúdos culturais se faça a partir dos valores próprios da
comunidade”, conforme relata (BRANDÃO, 1996, p. 293 apud FLORÊNCIO,
2014, p. 08).
Anos depois a metodologia da educação para o patrimônio começou a
ser apresentada e discutida no Brasil, por meio de experiências ocorridas na
Inglaterra denominada de Heritage Education e aplicadas aqui, cujo intuito era
utilização dos museus e de monumentos históricos, com fins educacionais e que
desenvolvesse o trabalho educacional centrado no patrimônio cultural a partir
de uma fonte primária, individual e coletiva envolvendo os educadores e
educandos.
Através dessa metodologia as ações educativas estavam centradas,
sobretudo na visitação a museus, monumentos e demais bens patrimoniais de
valor cultural. Por isso, em 1983, no Museu Imperial, na cidade de Petrópolis,
Rio de Janeiro foi realizado o 1º Seminário sobre “O uso Educacional de
Museus e Monumentos”. As ações ocorridas a partir desse seminário tiveram
2o Seminário brasileiro de museologia • 618
METODOLOGIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Referências
FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. 5ª ed. Rio de
Janeiro: Terra e Paz, 1981, 149p. Disponível em:
http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/paulofreire/paulo_freire_acao_cultur
al_para_a_liberdade.pdf. Acesso em: 30/06/2015 às 09h14min.
http://www.periodicos.pucminas.br/index.php/pedagogiacao/article/view/4840/
5053. Acesso em: 25/03/2015 às 15h00min.
Resumo
A educação em museus tem características que diferem da educação formal.
Apesar de acontecer de forma mais livre e prazerosa, não deixa de ser um
processo de aprendizagem e com isso apresentar seu viés político e social, além
de exigir estudos teóricos e metodologias que a embasem. Por isso torna-se
necessário buscar estudos que contribuam com as práticas educativas em
espaços não formais. Paulo Freire apresenta-nos, em seus estudos, ideias que
podem e devem ser usadas nos museus. Entre elas destacamos o conceito de
organicidade e dialogação.
Abstract
The museum education is different from the formal education. Although it occurs
in a free and pleasureable way, it is still a learning process that has a political
and social issues. Besides, it requires theoritical studies and methodology that
embase the practices in nom formal education. Paulo Freire presents, in his
work, ideas which may contributed with museum education fild. Among them we
highlight the concepts of organicy unity and dialogue.
1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSJ e educadora no Museu
Regional de São João del-Rei/IBRAM. E-mail para contato: anamarianoliveira@gmail.com.
2o Seminário brasileiro de museologia • 623
consciência crítica para que outros ângulos das questões sejam discutidos e
abordados. Diante do exposto compartilho da opinião de David Flemming,
(2012 apud ATKINSOM, 2012) quando diz que nenhum museu é imparcial em
relação a aspectos políticos.
Para Flemming (2012) é hipocrisia denominar os museus como
apolíticos, pois as atividades básicas necessárias ao funcionamento de um
museu são carregadas de significado e viés humano: “The myth of apolitical
museums is perpetuated by self-serving elite that want the museum to be theirs.
The issue isn’t whether it’s right or wrong to be political – the issue is that all
museums are, so why do people pretend they are not”2. Ele ainda ressalta que o
museu “político” tem o dever de representar todos os segmentos da sociedade.
No entanto, eu diria que o museu não só deve representar todos os segmentos
da sociedade, mas também deve se aproximar de todos os segmentos da
sociedade. Ele deve ser um espaço democrático tanto no acesso quanto na
abertura para discussões de temas importantes da atualidade. Diante do
contexto, o educador desempenha um papel crucial, pois ele pode ressaltar ou
chamar a atenção para aspectos, os quais o visitante talvez não perceba. Ele
pode cooperar para instigar a visão critica do visitante e mais ainda, pode
despertar nele o desejo de pesquisar e aprofundar o conhecimento.
Poder-se-ia deduzir daí que a educação em museus em face dessa
realidade seria ineficiente, ou seja, que nos museus a aprendizagem seria pela
metade, pois lá mostraria somente uma parte da realidade histórica. Todavia,
entendo que, pelo fato de existir lacunas nas exposições, não significa que o
museu seja um instrumento ineficiente de educação. Ele é um instrumento com
grandes possibilidades de aprendizagem. Pois se o objeto é um pretexto para
discussões e reflexões, as lacunas, a falta dele também o é. É preciso mostrar o
caminho da “leitura”. Conforme aponta Chartier:
A citação de Gombrich faz lembrar-me um apontamento quase
idêntico de Paul Ricouer que diz que um texto sem leitor é um não
texto, quer dizer, só pegadas negras em uma folha em branco.
Ricoeur utiliza os conceitos hermenêuticos de atualização ou
2
Em seu próprio interesse, o mito de museus apolíticos é perpetuado pela elite cujo objetivo é
que o museu seja deles. A questão não é se é certo ou errado ser político – a questão é que
todos os museus são políticos, no entanto algumas pessoas fingem que não são. (FLEMMING,
2012. Tradução nossa).
2o Seminário brasileiro de museologia • 626
Referências
-
- CHARTIER, Roger. Os espaços da História do Livro. In: CHARTIER, Roger.
Cultura Escrita, Literatura e História: Conversas de Roger Chartier com Carlos
Aguirre Anaya, Jesús Anaya Roseque, Daniel Goldin e Antonio Saborit. Porto
Alegre: ARTMED Editora, 2001. p. 57-81;
- GHIRALDELLI JÚNIOR, Paulo. Dossiê Platão. São Paulo: Universo dos Livros,
2011;
2o Seminário brasileiro de museologia • 630
Patterson Duarte1
Resumo
Trazendo a luz a conceituação elaborada pelo ICOM (2007), temos o museu
como instituição “a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento”, que tem
como fim precípuo o “estudo, educação e deleite”, e levando em consideração
que tais espaços podem servir para a reprodução de “um fenômeno puramente
colonialista” (VARINE apud CHAGAS e GOUVEIA, 2014), procura-se tratar aqui
a Museologia Social como um novo instrumento que possibilitaria a
transformação social, pautada numa perspectiva de que só a integralização das
múltiplas formas de pensar a memória poderá ajudar a compor espaços
públicos propícios a discussão crítica da própria historicidade e a sustentar
“processos intersubjetivos capazes de engendrar práticas coletivas de resolução
de questões sociais.” (VELOSO, 2000, p.5).
Abstract
Bringing to light the concept developed by ICOM (2007), we have the museum
as an institution "in the service of society and of its development", which aims at
preciput the "study, education and enjoyment", and taking into account that such
spaces can be used to play the "purely colonialist phenomenon" (VARINE apud
CHAGAS e GOUVEIA, 2014), we try to deal with here to social Museology as a
new instrument which would allow social transformation, based on a perspective
that only the payment of multiple ways of thinking about memory can help you
compose public spaces conducive to critical discussion of the historicity and hold
“inter-subjective processes capable of engendering collective practices of solving
social issues.” (Veloso, 2000, p.5).
••••••••••
1
Graduando em Museologia, Universidade Federal de Pernambuco. d1234pt@gmail.com.
2o Seminário brasileiro de museologia • 632
Referências
<http://icom.museum/fileadmin/user_upload/pdf/Key_Concepts_of_Museology/
Conceitos-ChavedeMuseologia_pt.pdf>. Acesso em: 05 set. 2015.
Resumo
A temática da acessibilidade vem nas últimas décadas maior visibilidade e
proporção. Ações que destacam atitudes inclusivas são bem recebidas pela
sociedade e demonstram que permitir autonomia no meio social é um desejo
coletivo. Nesse contexto, empresas privadas e órgãos públicos mobilizam-se
para atender a demanda apresentada pelas pessoas com algum tipo de
deficiência. Seguindo esta tendência, os museus empenham-se também na
execução de ações que permitem o acesso universal aos Patrimônio Cultural em
sua posse. Objetiva-se nesse trabalho, demonstrar a iniciativa do Museu de
Minerais e Rochas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em oferecer
ao público carente de acesso ao Patrimônio Cultural mantido pela Universidade,
uma parcela do conhecimento ao qual se propõe transmitir, a saber, o
conhecimento sobre as Geociências no nordeste brasileiro e da própria UFPE.
Será, ao seu tempo, relatado o processo de planejamento e execução de ações
de inclusão e criação de jogos voltados inicialmente a pessoas com deficiência
visual. Porém, anterior ao relato serão apresentadas algumas referências que
permitiram ao museu entender a acessibilidade e a qual público deveria deter a
atenção, evitando a fuga do foco principal. O resultado parcial obtido,
ultrapassadas as adversidades, demonstra a possibilidade de sucesso da
iniciativa do MMR, sendo observado que a concretização dos jogos e revista
Passatempo está em vias de produção final.
••••••••••
Introdução
Sobre acessibilidade
2 Abraham Maslow (apud CABRAL, s.d, on-line) aponta cinco níveis de necessidades humanas,
a saber: fisiológicas, segurança, social, Status – Estima, autorrealização. A sequência
apresentada segue a hierarquia das satisfações a serem primeiramente alcançadas.
2o Seminário brasileiro de museologia • 639
A acessibilidade em museu
A forma adota pelo MMR para intermediar seu acervo é pode meio de
visitação orientada em espaço expográfico e do momento NiFe, onde neste, são
oferecidos jogos temáticos e a revista passatempo que reforçam as informações
repassadas durante a visitação orientada. Em complemento, o museu oferece
aulas temáticas - sempre relativas à Geociências – e oficinas temáticas cujo
assuntos são adequados conforme solicitação.
desenvolve o projeto que visa dar um ponta pé nas iniciativas de inclusão social,
procurando atingir um novo patamar para promover o bem social.
Tendo como meta tornar o museu acessível para um público que antes
não o visitava por questões de impossibilidade de atendê-los, a equipe do MMR
elabora o projeto Acessibilidade no Museu de Minerais e Rochas: primeiros
passos, com o objetivo de alcançar àquelas pessoas que não poderiam ser
atendidas pelo museu por inadequação, principalmente, espacial, delimitando-
se assim, o público alvo naquelas pessoas categorizadas conforme apresentado
no DECRETO Nº 3.298/1999 do MEC.
Considerações finais
2o Seminário brasileiro de museologia • 644
Referências
Creusa Ap.Claudino1
Resumo
O projeto “Pra ficar na memória: visitando museus” é um programa do setor
educativo destinado ao público idoso que objetiva a inclusão sociocultural. O
presente relato de experiência expõe o processo de desenvolvimento de projeto
experimental de ação educativa para público idoso, em Jundiaí – SP – Brasil,
durante os meses de março, abril, maio e junho de 2014. O projeto foi
elaborado e realizado por meio de parceria entre o Museu Histórico e Cultural
de Jundiaí (MHCJ), Coordenadoria Municipal do Idoso e Lar Nossa Senhora das
Graças (Instituição de longa permanência para idosos). O projeto parte das
propostas da Nova Museologia e das práticas sociais do museu no mundo
contemporâneo, como lócus de reflexão da relação entre passado e presente e
das questões sociais presentes na comunidade. Neste contexto ressaltamos a
questão do crescimento da população idosa e suas consequências, bem como a
ausência de direitos básicos desta população, entre os quais o acesso
qualificado aos equipamentos culturais e ao convívio na comunidade. Durante
as visitas os participantes foram estimulados a observar e dialogar sobre suas
percepções, interpretações e sensações geradas pelo contato multisensorial com
as obras de arte da Pinacoteca e objetos do acervo do Museu Solar do Barão.
Além das visitas, o projeto educativo propôs a elaboração e montagem de
exposição no Lar Nossa Senhora das Graças de forma colaborativa, com a
participação dos idosos e profissionais da instituição e educadores do museu.
Neste contexto, o projeto de ação educativa para público idoso no museu é uma
forma de inclusão sociocultural e pode contribuir na garantia de direitos
fundamentais; como o direito ao acesso qualificado as instituições culturais e a
convivência comunitária.
1
Mestre em Sociologia - UNESP - Araraquara, Socióloga e Educadora do Museu Histórico e
Cultural de Jundiaí, Secretaria Municipal de Cultura, Prefeitura do Município de Jundiaí-SP,
cclaudino@jundiai.sp.gov.br.
2o Seminário brasileiro de museologia • 646
Coordinating Office and Lar Nossa Senhora das Graças (long term-stay
institution for the Elderly). The project comes from the proposals of the New
Museology and from the social museum practises in the contemporary world, as
a locus of reflexion of the relation between past and present and from the social
issues remaining in the community. In this context it is highlighted the issue of the
elderly population’s growth and its consequences, as well as the absence of this
population's basic rights, such as the qualified access to the cultural equipments
and the living together in the community. During the visits the participants were
stimulated to observe and dialogue over their perceptions, interpretations and
sensations generated by the multisensorial contact with the artwork of the
Pinacoteca and the objects of the Solar do Barao Museum. In addition to the
visits, the educative project comes up with the developing and setting of the
exposition in the Lar Nossa Senhora das Graças in a cooperative action, with the
participation of the elderly involved, institution’s professionals and the museum
educators. Within this context, the project of educative action for the elderly
people in the museum is a way of social inclusion and may contribute for them to
have their fundamental rights guaranteed, as such as the right to the qualified
access to cultural institutions and living together in the community.
••••••••••
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
A visita educativa dos idosos começou pelo museu de arte, onde foram
escolhidas algumas obras do gênero paisagem e natureza morta, considerando
o caráter diferenciado da mediação com este público, buscamos estimular
outros modos de interação com o objeto artístico além do visual, dando ênfase
a suas percepções, interpretações e sensações geradas pelo contato
multissensorial, por meio estímulos táteis, sonoros e olfativos com as obras de
arte da Pinacoteca e objetos do acervo do Museu Solar do Barão. Destacamos o
resultado do contato com a imagem de uma paisagem campestre, a qual
possibilitou o despertar de memórias afetivas e resgate de referências familiares
ligadas ao modo de vida no campo, conforme ilustração:
A EXPOSIÇÃO COLABORATIVA
Oficina de artes e mediação da exposição colaborativa no Lar Nossa Senhora das Graças
RESULTADOS
Fachada e espaço interno da Pinacoteca “Diógenes Duarte Paes” e escadas do prédio do Museu Solar do
Barão.
CONCLUSÃO
Referências
Resumo
O Nordeste brasileiro configura-se como um espaço privilegiado sob a óptica
dos estudos de caráter socioculturais e natureza memorial, destaca-se neste
texto a Região Cariri, localizada ao sul do Estado do Ceará que recebera esse
nome por ocasião das tribos indígenas Kariris. A tessitura religiosa e cultural
promoveu o crescimento populacional e econômico da região alocando a
mesma em local de destaque na história local e regional. A região é composta
por 28 municípios, que constituem um território único do ponto de vista
sociopolítico e cultural. Cada município tem características peculiares e
apresentam aspectos culturais únicos preservados por meio dos festejos, da
própria história oral e de espaços memoriais de tutela da memória. A pesquisa
em questão tem seu foco na cidade de Jardim – CE, que tem as origens
remontadas ao século XVIII, tendo como referência o fazendeiro Bento Moreira,
casado com Dona Sebastiana de Oliveira que fixaram residência no sítio
denominado de corrente de Ramalho. O presente artigo objetiva discutir os
limites e possibilidades de atuação do Pedagogo em ambientes não escolares,
neste caso o Museu Municipal Joaquim Pereira Neves na cidade de Jardim, sul
do Estado do Ceará. O estudo focaliza a análise do exercício da prática
pedagógica em espaços não escolares, organizações, espaços de acolhimento e
saúde, museus entre outros enfatizando nas possibilidades da atuação do
pedagogo nesses espaços e os desafios encontrados no exercício dessa
profissão em espaços distintos como o abordado neste estudo. A pesquisa aqui
apresentada configura-se como sendo de natureza qualitativa e caráter
observacional descritiva sob a forma de estudo de caso arraigada sobre estudo
documental. Percebe-se que o que fora construído sobre o sujeito pedagogo e
sua função no mercado de trabalho fora muitas vezes atrelado de forma
limitante ao ato de lecionar, no entanto, essa cresça vem se modificando de
forma significativa nos últimos anos, com o aferimento de novos espaços e do
reconhecimento do pedagogo como o profissional capaz de desenvolver a
mediação no grupo social no qual o mesmo desenvolve suas atividades dada a
1
Mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, E-mail
para contato: francisco.arrais.nascimento@gmail.com
2
Mestre em Psicologia pela Universidade de Fortaleza – Unifor, E-mail para contato:
freud.g@bol.com.br
3
Especialista em Gestão Pública Municipal pela Universidade Rural de Pernambuco – UFRPE, E-
mail pata contato: elinildo.marinho@gmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 654
Abstract
The Brazilian Northeast is configured as a privileged space from the perspective
of socio-cultural character studies and memórial nature, stands out in this text
Region Cariri, located south of Ceará had received that name on the occasion of
the Indian tribes Kariris. Religious and cultural fabric promoted population and
economic growth in the region by allocating the same in a prominent place on
local and regional history. The region comprises 28 municipalities, which
constitute a single territory's socio-political and cultural point of view. Each city
has unique characteristics and have unique cultural aspects preserved through
the festivities, the own oral history and mamórial spaces of memory protection.
The research in question focuses on the city of Jardim - CE, which has origins
traced back to the eighteenth century, with reference to the farmer Bento
Moreira, married to Dona Sebastiana de Oliveira who took up residence at the
site called Ramalho current. This article discusses the limits and Educator of the
possibilities of action in non-school settings, in this case the Municipal Museum
Joaquim Pereira Neves in the city of Jardim, south of Ceará. The study focuses
on the analysis of the performance of pedagogical practice in non-school
spaces, organizations, host and health spaces, museums and others
emphasizing the possibilities of the teacher's performance in these areas and the
challenges faced in the pursuit of that profession in different areas as discussed
in this study. The research presented here is configured as qualitative and
descriptive observational study in the form of rooted case on desk study. It is
noticed that what had been built on the individual teacher and their role in the
labor market was often tied limiting way to the act of teaching, however, this
grow has been changing significantly in recent years, with the benchmarking new
spaces and the recognition of the teacher as the professional capable of
developing mediation in the social group in which it develops its activities
because of its multifaceted training. From this new situation that has been
consolidated in contemporary times, it can broaden the perspective that
previously fell within the school environment, enabling realize that emerges in
many contemporary educator's performance possibilities.
••••••••••
2o Seminário brasileiro de museologia • 655
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Referências
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
SILVA, Tomaz Tadeu da. (org.). Hall, Stuart; Woodward, Kathryn. Identidade e
diferença: a perspectiva dos estudos culturais. 7. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
2o Seminário brasileiro de museologia • 666
Resumo
Além de servir de fundamentação teórica para as novas tipologias museais, a
Museologia Social vem se tornando cada vez mais presente no âmbito dos
museus ditos “tradicionais”, trazendo a esses espaços novas discussões a
respeito de suas práticas e relações com a sociedade. Com base nesses
princípios, é cada vez mais recorrente que museus com tal feição realizem ações
consideradas inovadoras, por uns, e prejudiciais, por outros. Buscando
compreender melhor essa divergência, neste artigo será apresentada uma das
atividades desenvolvidas pelo Museu das Bandeiras (MUBAN), localizado na
Cidade de Goiás-GO: a “Semana do Babado no MUBAN”, realizada em junho
de 2013, com o intuito de comemorar e problematizar o dia do Orgulho Gay e
da Consciência Homossexual. No texto, a partir desse evento, são feitas breves
considerações sobre possibilidades e entraves encontrados para a aplicação dos
pressupostos da Sociomuseologia em um museu tradicional.
Abstract
In addition to serving the theoretical foundation for the new museological
typologies, Social Museology is becoming increasingly present within the so-
called "traditional" museums, bringing these spaces further discussions about
their practices and relationships with society. Based on these principles, it is
increasingly applicant to museums with such feature undertake innovative actions
considered, by some, and harmful, for others. Seeking to better understand these
differences, this article will be presented of the activities developed by the Museu
das Bandeiras (MUBAN), located in the city of Goiás-GO: a "Semana do Babado
no MUBAN" held in June 2013 in order to celebrate and discuss the day of Gay
Pride and Gay Awareness. In the text from that event, they are made brief
remarks about the possibilities and obstacles found for application of
Sociomuseology of assumptions in a traditional museum.
1
Graduanda do 4º período do curso de Museologia na Universidade Federal de Goiás (UFG).
E-mail para contato: larapelhus@gmail.com .
2o Seminário brasileiro de museologia • 667
2
Instituído em referência à invasão policial, ocorrida em 28/06/1969, do bar Stonewall,
localizado na rua Christopher, no centro da zona gay da cidade de Nova Iorque.
2o Seminário brasileiro de museologia • 670
Figura 02: Roda de Conversa, abertura da “I Semana do Babado no MUBAN”. Foto: Tony Boita, 06/2013;
Figura 03: Mostra de filmes, I Semana do Babado no MUBAN. Foto: Tony Boita, 06/2013.
Figura 04: Exposição Temporária “Do Babado: registros de uma sociedade plural e homofóbica”.
Foto: Tony Boita, 06/2013.
2o Seminário brasileiro de museologia • 671
Figura 05: Show de Drag Quenns, I Semana do Babado no MUBAN. Foto: Tony Boita, 06/2013.
Figura 06: Piquenique de encerramento, I Semana do Babado no MUBAN. Foto: Tony Boita, 06/2013.
Referências
LIBERDADE SEXUAL:
DISCUTINDO GÊNERO, SEXUALIDADE E DIVERSIDADE NA ESCOLA
Resumo
A pesquisa em questão pretende analisar referências a cerca de liberdade
sexual, gênero, sexualidade e diversidade no âmbito escolar. A partir de
hipótese de fatos ocorrentes no âmbito da formação. Contudo o
desenvolvimento de ações e efetivação do diálogo argumentativo, no que tange
o fator preconceito e que envolve gênero e sexualidade. Propor um trabalho
com a ampliação dos saberes de alunos/as, professores/as, famílias dentro do
mundo social. Este processo acontecerá por meio de diálogo, de reflexão e da
possibilidade de reconstruir informações, pautando-se sempre no respeito a si
próprio e ao/a outro/a. Nesta perspectiva, o presente trabalho abordará uma
proposta de ação, onde partiremos de fatos decorrentes nas instituições de
ensino que geram a desistência destes alunos/as no processo de formação e
aprendizagem. Assim, proporcionar norte para educadores/as mediarem e
sanar as situações problemas já existentes e, as que virem a surgir. Tendo como
base a museologia social, educação não formal e outros elementos além da
educação formal.
Abstract
The research in question intends to analyze references about sexual freedom,
gender, sexuality and diversity in schools. From hypothesis occurring facts in the
training. However the development of actions and realization of argumentative
dialogue, regarding the bias factor and involving gender and sexuality. Propose
a job with the expansion of student knowledge / as, teachers / as, families within
the social world. This process will take place through dialogue, reflection and the
ability to reconstruct information, and are based while respecting yourself and /
another / a. With this in mind, this paper will discuss a proposal for action, which
depart facts arising in educational institutions that generate the withdrawal of
these students / as in the process of training and learning. Thus providing north
to educators / mediate the situation and remedy existing problems and those that
1
Faculdade SENAC Goiás, wfernandoturismo@hotmail.com.
2
Especialista em Psicopedagogia Institucional pela UNICID - Universidade de São Paulo.
Especialista em Educação para a Diversidade e Ciadania - Direitos Humanos pela UFG.
Graduada em Letras: Português Inlgês pela UEG. Atua como professora universitaria no Centro
de Estudos Superior Kairós. dpsilva_@hotmail.com.
2o Seminário brasileiro de museologia • 676
••••••••••
INTRODUÇÃO
JUSTIFICATIVA
OBJETIVOS
Geral
Específicos
2o Seminário brasileiro de museologia • 681
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
MATERIAL DIDÁTICO
Para a seguinte ação poderá ser utilizado diversos recursos didáticos:
data show, Papel cartolina, TV- DVD, Vídeos, Canetinhas ou mesmo outros
materiais necessários que poderão ser facilitadores na construção da ação.
CRONOGRAMA
Referências
Resumo
O presente artigo aborda a relação entre obras de arte e os espaços que a contém. O
interesse reside nas galerias de arte projetadas e construídas particularmente para
abrigar coleções específicas. Este trabalho tem por objetivo caracterizar as propriedades
espaciais de três galerias de arte localizadas no Instituto Inhotim, em Brumadinho, Brasil:
a) Galeria Adriana Varejão (2008), projetada por TACOA Arquitetos; Galeria Miguel Rio
Branco (2010), projetada por Arquitetos Associados; e Galeria Psicoativa Tunga (2012),
projetada pelo escritório Rizoma. As galerias foram analisadas de acordo com suas
propriedades espaciais, notadamente no que se refere às suas dimensões convexas e
visuais e localização de suas obras de arte. Os edifícios relevaram distintas concepções
de exibição com relação à forma construída, percursos e disposição das coleções. De
maior relevância foi a identificação de um tipo de galeria chamada Building-specific cuja
característica se dá pela indissociabilidade entre conteúdo (obra de arte) e continente
(espaço).
Abstract
The present paper deals with the relationship between works of art and the buildings that
exhibit them. It has a particular interest in galleries that were designed to house specific
collections. The core of the investigation is to understand the relationship between content
and continent through the prism of space configuration and spatial navigation. Three
galleries, part of the Inhotim Centre of Contemporary Art, located in Brumadinho, Brazil,
were taken as case studies: a) Adriana Varejão Gallery (2008), designed by Tacoa
architects; b) Miguel Rio Branco Gallery (2010), designed by Arquitetos Associados; c)
Psicoativa Tunga Gallery (2012), designed by Rizoma. The buildings were scrutinised
according to their spatial properties, notably with regards to their convex and visual
dimensions, and the location of the works of art exhibited in them. The buildings reveal
distinct art gallery concepts with regards to built form, spatial navigation and work of art
positioning. There is major relevance in the identification of a gallery type, named here
building-specific, which is characterised by the indissociability between content and
continent.
1
Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, rafaelrangelarq@gmail.com.
2o Seminário brasileiro de museologia • 686
••••••••••
Introdução
Com uma área de visitação abrangendo mais de 110 ha e com mais de 500
obras de arte contemporânea, sua a coleção é exposta em diversas galerias de arte e ao
ar livre, de modo que o contato direto do visitante com a natureza estimule sua
apreciação e contemplação do conjunto das obras. A primeira geração de galerias de
arte construídas no Inhotim reflete o interesse em apresentar a coleção segundo
exposições temporárias. Estas edificações se caracterizam por uma tipologia de galpões
genéricos com paredes brancas e espaços flexíveis cujo interior pode estar associado à
ideia do Cubo Branco (O’DOHERTY, 2007). Em um segundo momento, evidenciando
um redirecionamento do projeto museográfico e expográfico institucional, novas galerias
foram projetadas e construídas com o propósito de abrigar obras de arte de distintos
2o Seminário brasileiro de museologia • 688
artistas. Desta forma, cada galeria seria projetada para abrigar um determinado número
de obras de um mesmo artista.2 Como consequência, arquitetos, curadores e artistas
participam ativamente na concepção desta nova geração de galerias. Três dessas
galerias foram analisadas nesse trabalho.
A GAV foi projetada por TACOA Arquitetos, em 2004 e possui uma área
construída de 558 m². Pode ser definida como um prisma regular de concreto,
encrustado no terreno em declive abrigando dois espaços expositivos nos pavimentos
fechados e um contemplativo localizado na cobertura. O percurso externo é definido por
uma geometria regular sequenciada, cuja linearidade é interrompida pelo espaço
subsequente onde está localizada a primeira obra de arte: Panacea Phantastica (2008).
Duas obras estão expostas no piso térreo: Linda do Rosário (2004) e O Colecionador
(2008). A primeira é uma escultura linear construída em alvenaria localizada na parte
central do piso, enquanto que a segunda representa uma pintura em trompe-l’oiel
concebida para ser uma das paredes do térreo. Do térreo, ainda é possível visualizar a
quarta obra, Carnívoras (2008), composta por cinco painéis de mesma dimensão
localizada na laje da cobertura. A escada permite o visitante acessar o pavimento
superior que, diferentemente do térreo, localiza-se no eixo central do volume superior,
de modo a conduzir o visitante em um movimento circular (espiral) convidando-o para a
quinta obra de arte: Celacanto provoca Maremoto (2008). Composta atualmente por
quatro grandes painéis, suas dimensões definem o limite do espaço. Ainda nesse
pavimento aprecia-se novamente a obra Carnívoras (2008), assim como a obra Linda do
Rosário (2004) em função da abertura existente entre as lajes dos pisos. A ligação entre
o pavimento superior e a cobertura se dá por meio de uma rampa cujo percurso conduz
o visitante, em meio a grandes paredes opacas, permitindo que visualize apenas o céu,
colocando-o previamente em contato com o ambiente natural. Na cobertura encontra-se
2
Do total de 24 galerias que compõe o Instituto, 9 fazem parte dos projetos construídos para artistas
específicos: Galeria Lygia Pape (2012), Galeria Psicoativa Tunga (2012), Galeria Miguel Rio Branco
(2010), Galeria Adriana Varejão (2008), Galeria Cosmococas (2008), Galeria Doris Salcedo (2008),
Galeria True Rouge (2006), Palm Pavilion (2006) e Galeria Marilá Dardot (2002).
2o Seminário brasileiro de museologia • 689
a última obra de arte: Passarinhos: de Inhotim a Demini (2008). O visitante finaliza seu
percurso ao se dirigir para a passarela que interliga a galeria a uma nova trilha.
Com uma área construída de 1.540 m², a GMRB foi projetada pelo escritório de
arquitetura mineiro Arquitetos Associados. O edifício possui três pavimentos e encontra-
se revestido com placas de aço patinado natural. O acesso principal situa-se no térreo e
possui ligação direta com a paisagem circundante. O visitante, portanto, inicia seu
percurso descendo as escadas e, na sequência, acessa o espaço de geometria regular
cujas paredes simétricas recebem os painéis de fotografias da série Maciel (1979) e Blue
Tango (1984). O ambiente ainda recebe luz natural em função do fechamento em vidro
translúcido localizado no piso térreo. As obras de arte da galeria localizam-se apenas no
pavimento inferior e superior, tornando o pavimento térreo um espaço de transição cuja
lanchonete e blocos sanitários funcionam como apoio para os visitantes. Ao retornar
para o térreo, o visitante acessa o pavimento superior através da escadaria no lado
oposto. No pavimento superior, o visitante opta por acessar os demais espaços a partir
de diferentes percursos. Um deles conduz para a maior área expositiva onde encontram-
se três grandes obras: Diálogos com Amaú (1983), Tubarões de seda (2006) e Arco do
Triunfo (2004). A maneira como as obras estão posicionadas neste espaço, permite ao
visitante apreciá-las em uma narrativa não-sequencial, com percurso aleatório e,
consequentemente, a possibilidade de encontros e desencontros nesse espaço. Além de
definir os limites do edifício, suas paredes atuam como suporte para as obras de arte em
exposição. A natureza de suas obras necessita de um ambiente com pouca luz e não há
contato direto com a área externa. Ainda nesse pavimento, o visitante é convidado a
retornar ao acesso inicial cujo espaço apresenta cinco painéis de fotografias: Barroco
(1998), Touch of evil (1994), Hell’s diptych (1994), Máscara de dor (1976) e Pêssegos
(1994). Duas outras salas completam o conjunto de obras expostas, sendo a primeira de
geometria irregular e formato trapezoidal, recebe a obra Nada levarei quando morrer,
aqueles que me devem cobrarei no inferno (1985) enquanto que a segunda, de
geometria regular recebe a obra Entre os olhos e o deserto (1997). Após acessar essas
2o Seminário brasileiro de museologia • 690
duas últimas salas, o visitante precisa voltar ao acesso principal e, novamente, utilizar as
escadas que conecta ao pavimento térreo para sair da galeria.
A GPT foi projetada pelo escritório de arquitetura Rizoma e possui uma área
construída de 2.194 m². A galeria se destaca pela transparência de seu volume
permitindo o contato direto com a natureza. O visitante acessa a galeria pelas rampas
laterais que o conduz a diferentes percursos. A parte interna da galeria possui dois
grandes espaços intercalados em dois níveis e conectados por uma escada ampla. Os
limites definidores desse espaço caracterizam-se por grandes painéis em vidro
transparente de modo a permitir o contato visual como também físico com a natureza e,
ao mesmo tempo, utilizando-a como pano de fundo para as obras em exibição. Várias
obras de diferentes formatos e dimensões estão distribuídas ao longo desse espaço
contínuo permitindo que visitante aprecie as obras escolhendo seu próprio percurso. O
volume branco fechado na parte central da edificação convida o visitante a experimentar
dois momentos distintos durante seu percurso. O primeiro tem início na sala localizada
no piso inferior cujo acesso se dá através das rampas que margeiam internamente o
volume. Em um ambiente de geometria regular e penumbra, o visitante encontra a
primeira obra de arte da carreira do artista: Ão (1981). Ao retornar à rampa, o visitante
continua seu percurso para o segundo momento localizado na parte superior desse
volume. Nele encontra-se a obra Nosferatu Espectrum (2001). No pavimento superior o
visitante visualiza a partir de diferentes ângulos as demais obras localizadas abaixo
deste. Para retornar ao acesso principal da galeria o visitante dirige-se às rampas e, ao
chegar ao pavimento térreo, tem a liberdade de escolher - em meio às obras dispostas
neste pavimento – seu percurso para a parte externa da galeria.
2. Resultados e Discussão
GAV
GMRB
GPT
Referências
BERGSTEN, L., et al. (2003) JASS: Justified Analysis of Spatial Systems, v1.021.
Stockholm: KTH School of Architecture. www.arch.kth.se/sad/ projects_index.htm
O’DOHERTY, B. Inside the White Cube: The ideology of the Gallery Space. California:
University of California Press, 1999.
TURNER, Alasdair et al. From isovists to visibility graphs: a methodology for the analysis
of architectural space. Environment and Planning B: Planning and Design, v. 28, p. 103 -
121, 2001.
2o Seminário brasileiro de museologia • 695
Resumo
Projeto de ensino que visa contribuir para a (re)organização e o planejamento
da disciplina Museologia V (Políticas culturais e políticas museológicas), da
Escola de Museologia da UNIRIO, com vistas a (re)alinhá-la com a sua ementa,
adequando-a à complexidade da área ao incorporar uma discussão atual: a
advinda do tripé formado pelo 1) papel dos espaços autônomos focados em
arte instalados na cidade do Rio de Janeiro, 2) sua ação política e estética sobre
o território em defesa do “direito à cidade” preconizado por Lefebvre (2001) e
3) os desafios impostos à prática e à teoria da Museologia e dos museus (em
particular os de arte). Diante da realidade observada, perguntamo-nos: pode-se
depreender um caráter museológico nesses espaços autônomos? Quais
características e processos desses espaços autônomos podem ser apropriados e
ressignificados pelos museus tradicionais de arte contemporânea? A partir da
observação e análise dos aspectos museológicos eventualmente identificados
nesses espaços autônomos é possível pensarmos estratégias para que museus
tradicionais de arte contemporânea estabeleçam novos diálogos com a cidade?
Estaríamos diante de novas formas de se fazer museologia?
Abstract
Project of education that aims to contribute to the (re)organization and design of
the course named Museology V (Cultural and museological policies) at the
School of museology of the University of Rio de Janeiro (UNIRIO), in order to
(re)align it with its description, and adjust it to the complexity of the area,
incorporating the present discussion based on three fundamentals: 1) the role of
independent places focused on arts in the city of Rio de Janeiro, 2) the political
and aesthetics action in this territory which works in defense of the "right to the
city" studied by Lefebvre (2001), and 3) the several challenges of the theory and
practice of museology and museums (specially museums of art); considering this
reality, could we see a museological aspect in these independent places? Could
traditional museums of contemporary art learn from some of the aspects and
processes of the independent places? Observing and analyzing museological
aspects that could be identified in these places, would it be possible to search for
1
Arantxa Llanos Ciafrino (Bolsista de Ensino/UNIRIO); Vladimir Sibylla Pires (orientador).
Departamento de Estudos e Processos Museológicos; Escola de Museologia; Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro
2o Seminário brasileiro de museologia • 696
••••••••••
Introdução:
Resultados parciais:
2o Seminário brasileiro de museologia • 698
nos aos seguintes questionamentos inevitáveis: museus de arte não deveriam ser
espaços abertos para uso de práticas artísticas locais? Por outro lado, o que
aconteceu que os levaram a deixar de lado um papel que já tiveram?
Conclusões parciais:
Assim, dentre tudo o que foi observado in loco até o presente momento, e
reiterado pelas entrevistas realizadas, foram identificados quatro aspectos que
marcam os EAs e que podem vir a contribuir para o desenvolvimento de
estratégias comunicacionais ou organizacionais por parte de museus
tradicionais de arte que estejam pensando novas formas de se relacionar com o
público, com a cidade ou mesmo com os seus processos de gestão: 1) o fato
desses espaços terem, nos últimos anos, servido como espaços para formação
de artistas e críticos; 2) o seu caráter experimental presente nas atividades e
concepção dos próprios espaços; 3) o fato de servirem como ateliê de artistas
carentes por espaços públicos para desenvolver seus trabalhos; por fim, 4) os
modelos de gestão e sua organização jurídica.
2o Seminário brasileiro de museologia • 701
O lugar que os EAs vêm ocupando nos últimos anos em diversas cidades
do mundo e pelo qual têm sido positivamente reconhecidos por quem os
conhece e frequenta, refere-se a sua importância como espaços de formação
em artes visuais, tanto para aqueles interessados na prática artística como para
aqueles interessados em exercitar uma visão crítica sobre arte contemporânea.
Neste sentido, todos têm encontrado nesses espaços: cursos, workshops,
seminários e atividades educativas em todos os tipos e formatos, sejam de
educação formal ou não-formal, a maioria gratuitos e organizados de forma
colaborativa.
Referências
_____. Pueden los museos ser críticos? Carta, Madrid, n.2, Primavera-Verano,
2011, p.1-2.
Resumo
Investigar a relação entre a difusão da cultura na cidade e as configurações de
mobilidade urbana é o objetivo central deste trabalho, bem como refletir sobre
o papel dos museus na sociedade contemporânea – será o museu apenas um
centro de conservação ou terá ele um papel fundamental na comunicação e nas
trocas sociais? Como estudo de caso, foi escolhida a cidade de Fortaleza - CE,
comparando o mapeamento dos museus com analises sintáticas de sua malha
urbana. A partir dos questionamentos e dados analisados, pretende-se
identificar a relação já existente na cidade e também locais estratégicos na
malha urbana que possam ser aproveitados para além do seu potencial de
conectividade, servindo como centralidades de troca e dinamização cultural em
rede e constituindo uma estratégia urbanística de gestão da cultura.
Abstract
To investigate the relation between the cultural diffusion in cities and the urban
mobility configurations is the main aim of this work, as well as to think about the
functions of the museum in contemporary society, in a global way. Is the
museum only a conservation center or has it a fundamental task in
communication and in social and cultural exchanges? As case study, we focus on
the city of Fortaleza –CE, comparing the mapping of museums with the
syntactical analysis of its urban fabric. On the data found, we seek to identify the
existing relation in city and strategic places in the fabric that could be used
beyond its potential of connectivity, serving as centralities of cultural dynamism
linked in networks and constituting an urbanistic approach of cultural
management.
••••••••••
1
Graduanda em Arquitetura e Urbanismo da UFPE, E-mail para contato:
mariliachaves.li@gmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 704
2
Art. 215 da Constituição Federal, 1988.
2o Seminário brasileiro de museologia • 705
Percepção de “mal situado” relativa aos espaços para práticas culturais e sociais nas grandes regiões
brasileiras. Fonte: Pesquisa SIPS – IPEA, 2010.
Percepção dos espaços para práticas culturais e sociais por classes de renda. Fonte: Pesquisa SIPS – IPEA,
2010.
Referências
PSARRA, S.; CAPILLE, C. Space and planned Informality: strong and weak
programme categorisation in public learning environments. In: KIM, Y. O.;
PARK, H. T.; SEO, K. W. Proceedings of the ninth international space syntax
symposium. Seoul: Sejong University, 2013. Cap. 009.
1
Discente do curso de Bacharelado em Cinema e Audiovisual, E-mail para contato:
woltairemasaki@gmail.com
2
Bacharel em Museologia, Professora do Instituto de Ciências da Arte da UFPA, Coordenação
de Museologia, E-mail para contato: christianegsantos@gmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 712
••••••••••
3
P. 18
4
Tal documento foi elaborado para o Trabalho de Conclusão de Curso intitulado “CURADORIA
MUSEOLÓGICA DE MICROFÓSSEIS. A Coleção de Ictiólitos do Museu Paraense Emilio Goeldi”.
Defendido para obtenção do grau de Bacharel em Museologia na Universidade Federal do
Pará.
2o Seminário brasileiro de museologia • 714
Figura 1 - Exemplares de Ictiólitos que compõem o acervo de microvertebrados do MPEG, dentre eles
dentes e escamas. Autoria: Christiane Santos.
Figura 2 – Imagem do Protocolo para a Curadoria de Microvertebrados Fósseis, elaborado como um guia
pra auxiliar estudantes e pesquisadores nas práticas de conservação museológica. Autoria: Christiane
Santos.
Com o passar dos anos o homem tornou-se mais dependente das novas
tecnologias da informação e da comunicação (JESUS e KAFURE, 2010), e esta
conexão com a linguagem visual se dá pelo fato de esta dizer muito mais do
que conseguimos compreender, obtendo encontrar dentro de nós uma
linguagem familiar com a qual nos relacionamos (ARROIO e GIORDAN, 2006).
5
“[...] se caracterizam por conter sons e/ou imagens em movimento dispostos em um suporte
(fita cassete, fita Beta, CD, DVD etc.)” (BUARQUE, 2008, p. 1)
2o Seminário brasileiro de museologia • 717
1. OBJETIVO GERAL
- Produzir uma ferramenta com uma linguagem mais familiar e atrativa a quem
necessita estabelecer protocolos dentro de instituições museológicas;
2. METODOLOGIA
3. CONSIDERAÇÕES PARCIAIS
Referências
ALARCÃO, Catarina. Prevenir para Preservar o Patrimônio Museológico. Museal,
Portugal, n° 2, p. 8-34, 2007.
ARROIO, A. GIORDAN, M. O Vídeo Educativo: Aspectos da Organização do
Ensino. Educação em Química e Multimídia. Química na Escola, nº 24,
Novembro 2006.
BEZERRA, L. A UNESCO e a preservação do audiovisual. In: V ENECULT -
Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura, 2009. Salvador. Anais...
Salvador, Bahia, 2009. P. 8-11.
BUARQUE, M. Estratégias de preservação de longo prazo em acervos sonoros e
audiovisuais. In: Encontro Nacional De História Oral, Rio de Janeiro, 2008.
Anais... Rio de Janeiro: Associação Brasileira de História Oral ; São
Leopoldo, RS : UNISINOS, 2008. 9f.
CINELLI, N. P. F. A influência do vídeo no processo de aprendizagem. 2003. 73
f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade
Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Engenharia
de Produção, 2003.
COUTINHO, L. M. Audiovisuais: arte, técnica e linguagem. Brasília:
Universidade de Brasília, 2006, 91 p. ISBN 85-86290-79-3.
FAVRET, C.; CUMMINGS, K.S.; MCGINLEY,R.J.; HESKE, E.; JOHNSON, K.P.;
PHILIPS, C.A.;PHILLIPPE, L.R.; RETZER, M.E.; TAYLOR, C.A.; WETZEL, M.J.
Profiling Natural History Collections: Amethod for Quantitative and
Comparative Health Assessment. Colletion Forum. Vol. 22 No. 1–2, 2007.
p. 55.
2o Seminário brasileiro de museologia • 719
FERREIRA, Eurico Costa. O Uso dos Audiovisuais como Recurso Didáctico. 2010.
75 p. Dissertação (Mestrado em Ensino de História e Geografia) Faculdade
de Letras da Universidade do Porto, Porto 2010.
ICOM-CC, Resolution adopted by the ICOM-CC membership at the 15th
Triennial Conference, New Delhi, 22-26 Setembro, 2008. Disponível em:
<http://www.icom-cc.org/54/document/icom-cc-resolution-terminology-
english/?id=744>. Acesso em: 10 Ago. 2011.
JESUS, J. D. P. KAFURE, I. Preservação da Informação em Objetos Digitais.
Biblionline, João Pessoa, v. 6, n. 2, p. 29-43, 2010.
MIRABILE, A. A reserva técnica também é museu. Boletim ABRACOR, Rio de
Janeiro, n. 1, p. 4-9, 2010.
PESSI, H. M. Conservação Preventiva. Revista Conservation, Winter, v.7, n.1,
1992.
ZANATTA, E. M. Museu Imperial, metodologias de conservação e restauração
aplicadas ás coleções: uma narrativa. 2011. 186 p. Dissertação (Mestrado
em Museologia e Patrimônio) - Pós-Graduação em Museologia e
Patrimônio, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. 2011.
2o Seminário brasileiro de museologia • 720
Mariana Duarte1
Resumo
A presente apresentação de pôster irá relatar o andamento da pesquisa de tese
intitulada A leitura social em bronze: uma abordagem sócio-histórica da
produção de Bruno Segalla, iniciada em agosto de 2013, no Programa de
Doutorado em Letras da Universidade de Caxias do Sul/Associação ampla
UniRitter, na linha de pesquisa Leitura e Processos Culturais. O projeto visa o
desenvolvimento de uma pesquisa sobre a vida e a obra do artista caxiense
Bruno Segalla (1922-2001), enfocando elementos históricos, patrimoniais,
políticos, culturais e socioeconômicos de Caxias do Sul (RS), por meio da análise
e interpretação do conjunto de seu acervo numismático, disponível para
pesquisa no Museu Instituto Bruno Segalla, com a intenção compreender seu
papel e sua contribuição na constituição e preservação da memória e do
patrimônio cultural local. Ao chegarmos ao segundo ano da pesquisa e redação
da tese, algumas modificações foram necessárias, levando em conta às
reflexões realizadas ao longo do processo de amadurecimento do trabalho e de
“descobertas” acerca da vida política do artista, que foram conquistadas por
meio de instrumentos como a história oral e pesquisa documental ao seu
acervo. Tais “descobertas”, realizadas principalmente no centro de
documentação do Instituto Bruno Segalla, revelaram algumas informações que
divergem às informações divulgadas até mesmo em mediações e material
institucional, e, agora, serão de importante valia para a organização e
divulgação do espaço.
Abstract: This poster presentation will report the progress of the thesis research
titled The social reading in bronze: a socio-historical approach to the production
of Bruno Segalla, started in August 2013, at the Program of Doutorado em
Letras of the Universidade de Caxias do Sul/Associação ampla UniRitter, in the
search line Reading and Cultural Processes. The project aims to develop research
on the life and work of the artist Bruno Segalla (1922 – 2001) focusing on
historical elements, property, political, cultural and social of Caxias do Sul (RS)
by analyzing and interpreting the set of numismatic collection, available for
1
Doutoranda em Letras – UCS/UniRitter, bolsista PROSUP-CAPES, E-mail para contato:
mariana.duarte01@gmail.com
2o Seminário brasileiro de museologia • 721
research at the Museum Instituto Bruno Segalla, with the intent to understand
their role and contribution in the formation and preservation of memory and
local cultural heritage. As we come to the second year of research and writing of
the thesis, some modifications were necessary, taking into account the reflections
carried out during the work process of maturation and "discoveries" about the
political life of the artist, that were won through instruments such as oral history
and documentary research to his collection. Such "discoveries", carried out
mainly in the collection of the Instituto Bruno Segalla, the documentation
revealed some information that diverge the information disclosed in mediations
and institutional material, and now will be an important to the organization and
dissemination of the space.
••••••••••
INTRODUÇÃO
BRUNO SEGALLA
Referências
Resumo
As ponderações aqui expostas estão voltadas para a reflexão sobre a
importância das iniciativas comunitárias que acabaram por originar o Museu do
Alto Sertão da Bahia (MASB), um projeto pioneiro voltado para um território
específico. Nesse sentido, são evidenciadas as ações planejadas e executadas
para a delineação do Plano Museológico desta instituição, ainda em fase de
implantação, em consonância com a essência comunitária que lhe dá origem e
com a vocação territorial assumida por este no decorrer do seu processo. O
MASB tem se consolidando como um com sede na cidade de Caetité e dez
núcleos espalhados por outros dois municípios – Guanambi e Igaporã.
Abstract
The weightings set out here are aimed at reflection on the importance of
community initiatives that lead to the Museum of Alto Sertão of Bahia (MASB),
while pioneering project focused on a specific territory . Accordingly, it is
evidenced the actions planned and executed for the delineation of the
Museological Plan of this institution still being implemented, in line with the
community essence that originated it, and the territorial dimension assumed in
the course of its process. The MASB consolidating as a headquarter museum in
the city of Caetité and teen centers spread in two other cities - Guanambi and
Igaporã.
1
Mestranda no Programa de Desenvolvimento e Gestão Social da UFBA - Mestrado
Multidisciplinar e Profissional em Desenvolvimento e Gestão Social. Possui graduação em
Museologia (Bacharelado) pela Universidade Federal da Bahia (2011). Faz parte da Comissão
Gestora da Rede de Educadores em Museus da Bahia desde 2012, membro da Associação dos
Amigos do Alto Sertão da Bahia (AMASB) e do corpo técnico do Museu do Alto Sertão da Bahia
(MASB).
2
Bacharela em Comunicação Social pela Universidade Salvador (2009); especialista em
Educação e Gestão Ambiental pela Faculdade de Guanhães (2014); mestranda no Programa
de Pós Graduação em Museologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), integrante do
Grupo de Estudos sobre os Cibermuseus (GREC) e Núcleo de Pesquisas dos Ex-votos (NPE),
membro da Associação dos Amigos do Alto Sertão da Bahia (AMASB) e foi eleita como membro
do Colegiado Setorial de Museus na Bahia.
2o Seminário brasileiro de museologia • 732
RESUMO EXPANDIDO
A VOCAÇÃO TERRITORIAL
3
Projeto coordenado por Camila A. Morais Wichers, historiadora, Mestre em Arqueologia
(MAE/USP) e Doutora em Museologia (Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias,
Lisboa, Portugal).
2o Seminário brasileiro de museologia • 734
Figura 1. Atividade na Escola Emiliana Nogueira Pita. (PLANO MUSEOLÓGICO DO MASB, 2012, p.28)
Figura 2. Encontro com o Grupo de Idosos em Igaporã. (PLANO MUSEOLÓGICO DO MASB, 2012, p.26)
Figura 4. Encontro com a comunidade quilombola Gurunga. (PLANO MUSEOLÓGICO DO MASB, 2012,
p.63)
Figura 5. Encontro com a comunidade quilombola Pau Ferro do Juazeiro. (PLANO MUSEOLÓGICO DO
MASB, 2012, p.82)
Figura 7. Encontro no Instituto Anísio Teixeira em Caetité. Autor: Hilda Bárbara Maia Cesário. s/d
Figura 8. Sítio Arqueológico Moita dos Porcos. (PLANO MUSEOLÓGICO DO MASB, 2012, p.63)
Figura 10. Encontro com a comunidade Pajeú do Josefino em Guanambi. (PLANO MUSEOLÓGICO DO
MASB, 2012, p.26)
O PLANEJAMENTO MUSEOLÓGICO
Por fim, considera-se que o MASB, criado pela Lei Municipal Nº 761 de
15 de agosto de 2013, embora ainda em fase de implantação, já se constitui
por um processo inovador e de grande relevância social e cultural. Em face à
sua implantação e breve inauguração, os envolvidos neste “museu-processo”
compreendem que nem sempre as iniciativas comunitárias de musealização são
mantidas em campos pacíficos, afinal, enquanto processo, trata-se de um
organismo vivo, em constante movimento para se adaptar as mudanças que
ocorrem na comunidade a todo o tempo.
2o Seminário brasileiro de museologia • 738
Referências
PLANO MUSEOLÓGICO DO MASB. Volume II. Plano Museológico do Museu do
Alto Sertão da Bahia. 2012. CD-ROM
Resumo
A presente comunicação é resultado do projeto de pesquisa “Patrimônio Cultural
de Ciência e Tecnologia em instituições de ensino e pesquisa de Pernambuco:
musealização, preservação e descarte no século XX”, vinculado a FACEPE, e tem
como um dos seus objetivos mapear museus e coleções inseridas em instituições
de ensino médio e fundamental. A pesquisa foi realizada no Museu de História
Natural Jacques Brunet, pertencente à Escola de Referência Ginásio
Pernambucano, localizada na Rua da Aurora, 703, Santo Amaro, Recife – PE. O
Ginásio Pernambucano foi fundado no ano de 1825 e ao longo de sua trajetória
se destaca por ser referência no ensino secundário em Pernambuco. No início do
século XX sua metodologia pedagógica era fundamentada no Método Intuitivo
(Lições das Coisas) e para lecionar as disciplinas de acordo com os parâmetros
pedagógicos adotados fazia-se uso das coleções didáticas que pertencem ao
Museu. A pesquisa objetiva compreender o surgimento desta tipologia de museu
(Museu Escolar) e suas atividades, paralelamente ao método pedagógico que
estava sendo utilizado ao longo da primeira metade do século XX. A investigação
conta com as contribuições dos seguintes teóricos: FIORAVANTI (2015); PETRY
(2012); POSSAMAI (2010).
Abstract
This communication is the result of the research project "Cultural Heritage of
Science and Technology in research and educational institutions at Pernambuco:
musealization, preservation and disposal in the twentieth century", linked to
FACEPE, and has as one of its objectives map museums and collections inserted
in medium and fundamental educational institutions. The survey was conducted at
the Natural History Museum Jacques Brunet, belonging to the Reference School
Gymnasium Pernambucano, located at Rua Aurora, 703, Santo Amaro, Recife -
PE. The Pernambucano Gym was founded in 1825 and throughout his career
stands out as a reference in secondary education in Pernambuco. In the early
1
Graduanda em Museologia, Departamento de Antropologia e Museologia da UFPE, E-mail para
contato: pollysantana_museologia@hotmail.com
2
Doutora em História, Professora do Departamento de Antropologia e Museologia da UFPE, E-
mail para contato: emanuela.ribeiro@ufpe.br
2o Seminário brasileiro de museologia • 740
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
3
O Professor Ms. Severino Ribeiro, que iniciou sua gestão em maio de 2015, a quem agradecemos
a colaboração na realização destas atividades de pesquisa.
4
A documentação museológica foi realizada pelo museólogo Albino Oliveira e sua equipe,
provavelmente no início dos anos 2000, quando houve uma grande obra de revitalização de
todo o Ginásio Pernambucano.
2o Seminário brasileiro de museologia • 742
realizada pelo próprio Jacques Brunet, em meados do século XIX, pois Brunet era
naturalista profissional quando foi contratado pelo governo da Província, entre
1855 e 1863, para criar a coleção de história natural do museu escolar do
Ginásio Pernambucano (ARAUJO, 2011, p.196) e na coleção há alguns
espécimes que são característicos do norte e nordeste do Brasil.
Nos dias de hoje, quando nos referimos aos museus escolares estamos,
em geral, nos referindo ao conceito proposto por PETRY (2012), para quem o
museu escolar é formado tanto por objetos escolares relativos à história da escola
(por exemplo: mesa, livros, cadernos, uniformes e entre outros materiais) quanto
pelos objetos que são procedentes de uma metodologia de ensino específica (em
geral, não mais utilizados).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Referências
Resumo
Este trabalho objetiva apresentar o Museu Carmelitano de História Natural,
existente no Convento Carmelita localizado no município de Camocim de São
Félix (região Agreste do Estado de Pernambuco), a 123Km de distância da capital.
Trata-se de um museu enquadrado na tipologia de museu de História Natural, e
apesar de atualmente encontrar-se fechado para o público, ainda é possível
identificar a sua tipologia – única no interior do Estado e muito relevante mesmo
quando comparada com os museus existentes no Recife e região metropolita.
Inicialmente apresenta-se a tipologia de “museu de história natural”, levando em
conta sua filiação disciplinar no campo das Ciências Naturais. Em um segundo
momento apresenta-se um breve histórico do Museu, a partir das poucas
referências documentais sobre o Museu que puderam ser identificadas nesta
etapa da pesquisa.
Abstract
This study aims to present the Carmelite Museum of Natural History, existing in the
Carmelite Convent located in Camocim de São Félix (Agreste region of
Pernambuco), 123km from the capital. This is a framed museum in the Natural
History Museum type, and despite currently find himself closed to the public, it is
still possible to identify the typology - unique within the state and relevant even
when compared with existing museums Recife and metropolitan region. Initially is
presented the type of "natural history museum", taking into account their
disciplinary affiliation in the field of Natural Sciences. In a second stage presents
a brief history of the museum, from the few documentary references to the Museum
that could be identified at this stage of the research.
1
Graduando em Museologia, Departamento de Antropologia e Museologia da UFPE, E-mail para
contato: edvaldoxm@hotmail.com
2
Doutora em História, Professora do Departamento de Antropologia e Museologia da UFPE, E-
mail para contato: emanuela.ribeiro@ufpe.br
2o Seminário brasileiro de museologia • 747
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figuras 1 e 2: Vista interna de uma das salas do Museu e detalhe da vitrine que exibe animais
taxidermizados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
museus escolares quanto dos museus de história natural, lançando luz sobre uma
área da museologia ainda completamente inexplorada no Estado.
Referências
apoio