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Ficha – texto poético – 9º ano

A. Lê atentamente o poema "Camões" de Miguel Torga,

Camões

Nem tenho versos, cedro desmedido


Da pequena floresta portuguesa!
Nem tenho versos, de tão comovido
Que fico a olhar de longe tal grandeza.
Quem te pode cantar, depois do Canto
Que deste à pátria, que to não merece?
O sol da inspiração que acendo e que levanto,
Chega aos teus pés e como que arrefece.
Chamar-te génio é justo, mas é pouco.
Chamar-te herói, é dar-te um só poder.
Poeta de um império que era louco,
Foste louco a cantar e louco a combater.
Sirva, pois, de poema este respeito
Que te devo e professo,
Única nau do sonho insatisfeito
Que não teve regresso!

Miguel Torga, Poemas Ibéricos

B. Responde, agora, às questões que se seguem:

1. Neste poema, Miguel Torga presta homenagem a Camões, atribuindo-lhe um carácter de excepcionalidade e um
nível de excelência incomparável no panorama literário português. Porém, em vários momentos do poema,
manifesta a sua incapacidade para prestar a homenagem merecida ao grande poeta.

1.1 Refere esses momentos.

1.1.1 Indica as razões invocadas para justificar essa incapacidade.

1.2 Contudo, não sente a mesma dificuldade em desvendar os sentimentos que o grande poeta lhe inspira.

1.2.1 Identifica esses sentimentos.

2. O poeta transmontano enaltece Camões - que demarca de todos os outros, incluindo de si próprio - utilizando no
seu poema vários recursos expressivos.

2.1 Refere um exemplo de metáfora e outro de antítese e comenta a sua expressividade.


3. Encontras ainda no poema, entre outros recursos, uma pergunta retórica.

3.1 Identifica-a no texto e, utilizando as tuas próprias palavras, explica o seu significado.

3.2 Concordas com Miguel Torga quando afirma que a pátria não merece o Canto que Camões lhe deu?
Justifica convenientemente a tua resposta.

4. Transcreve do texto todas as expressões com a função sintáctica de vocativo utilizadas para designar Camões.

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