Contabilidade, Organizações e Sociedade, Vol. 13, No. 6, pp. 623-629, 0361—5682 / 88 83,00-1-.

00
1988. Impresso na Grã-Bretanha Pergamon Press plc

TEORIA DA CONTABILIDADE POSITIVA: UMA

REVISÃO *

JOEL S. DEMSKI
Escola de Organização e Gestão, Kafe University

Contabilidade positiva de Watts e Zimmerman Zi eory oferece uma contribuição refrescante, controversa e
importante para o pensamento contábil. É importante por causa de sua ênfase vigorosa na escolha real da técnica
de contabilidade financeira da entidade (ou, mais amplamente, atividade de relatório financeiro). É controverso
porque a teoria e as técnicas empíricas que transmite não estão totalmente desenvolvidas. É revigorante porque
nos desafia a expandir nosso pensamento sobre a natureza das instituições contábeis.
Neste ensaio, eu tente documentar essas afirmações sobre o conteúdo e a importância da Teoria da
Contabilidade Positiva. A primeira seção apresenta minha interpretação do trabalho. A próxima seção lista
algumas preocupações que considero importantes ao consumir o trabalho e fornece instruções para a
continuação do trabalho de parto. A terceira seção discute alguns pontos fortes incomuns no trabalho,
enquanto a última fornece algumas especulações sobre onde o pensamento contábil poderá se aventurar.
Antes de prosseguir, porém, deve ser emitido um aviso de alerta do emptor. Este ensaio apresenta aspectos
que aprendi e também aqueles com os quais me preocupei ao consumir a Teoria da Contabilidade Positiva.
É um relato experiencial.

UMA INTERPRETAÇÃO
O tema central da Teoria da Contabilidade
Positiva é a escolha do método contábil.
Empiricamente, o trabalho enfoca o método de
contabilidade financeira como variável
dependente. Teoricamente, o trabalho enfatiza a
identificação das circunstâncias que levam a uma
escolha particular do método de contabilidade
financeira. Para ilustrar, queremos prever a
escolha do método de inventário ao longo do
tempo no domínio empírico; e buscamos a teoria
para guiar essa busca empírica. De forma mais
ampla, nos preocupamos com todo o domínio das
atividades de relatórios financeiros, desde a
escolha do método ao longo do tempo, passando
pelos arranjos de auditoria e até as atividades
políticas.
Isso equivale a uma abordagem de preferência
revelada. Os dados básicos consistem na escolha
da entidade e circunstância. A partir desses
dados, esperamos inferir as forças, econômicas
neste paradigma particular, que produziram as
escolhas observadas.
Por sua vez, a teoria é usada tanto para nos guiar
na busca por variáveis independentes quanto
para focar a tarefa de inferência de forma que ela
possa ser realizada ou racionalizada com um
cálculo de custo-benefício apropriado.
Essa linha de investigação tem uma longa
tradição em economia. Considere uma
configuração simplista em que um indivíduo
seleciona quantidades de três bens sujeitos a uma
restrição orçamentária. O vetor preço é denotado
por p = (p1,p2, p3,) e o vetor de quantidade q =
(q1, q2, q3,). Consumo do vetor q, portanto,
requer gasto de p.q = p1q1+p2q2+p3q3. O
domínio empírico do neoclássico consiste em
em preços e quantidades.
A questão de preferência revelada é quando
um observador externo pode notar p e q e fazer
referências sobre as preferências do indivíduo?
O economista, é claro, normalmente explora o
comportamento racional; racional no sentido de
que é sumamente consistente ser representado
por uma medida de utilidade. Isso enfoca a
questão da observação

• Agradecemos os comentários úteis de Rick xnt1e, Anthony Hopwood, Steve Ryan, Mark Wolfson e Jerry Zimmerman e o
apoio financeiro da National Science Foundation.

625
 624 JOEL S. DEMSKI

ainda mais, a ponto de descobrir quando as riqueza e preços). Em outras palavras, a

observações de preço e quantidade podem ser
usadas para construir a função de utilidade do
indivíduo. '
Para nossos propósitos, há três aspectos deste
exercício a ter em mente. Primeiro, os
observáveis são preços e quantidades. A analogia
direta com a contabilidade nos faria observar os
preços dos métodos contábeis e os métodos
contábeis realmente escolhidos pela entidade.
Em segundo lugar, o exercício de inferência está
sujeito a uma condição de regularidade de que os
preços e quantidades observados sejam
suficientemente consistentes para que possam ser
representados por alguma função de utilidade. A
analogia direta com a contabilidade teria uma
condição de consistência de que as observações
fossem consistentes com algum cálculo de custo-
benefício. Finalmente, os gostos do indivíduo são
tidos como primitivos. A analogia direta com a
contabilidade nos faria considerar os gostos da
entidade pelo método contábil como um
elemento primitivo no processo de observação e
inferência.
A analogia é tensa porque a observação e a
escolha no domínio da contabilidade não são
claras, e isso lança luz sobre a delicadeza da
experimentação de preferência revelada na
contabilidade. Observamos, mais ou menos, a
escolha da entidade do método de relatório
financeiro, juntamente com a especificação
contemporânea de GAAP. Os preços são outra
questão. Da mesma forma, há um sentido em que
os gostos da entidade não são primitivos.2 Mais
amplamente, vemos a empresa como selecionando
uma combinação “ótima” de entradas e saídas,
incluindo acordos de contratação. A contabilidade
é apenas um fator de produção neste problema
maior. Os gostos da entidade para a contabilidade,
então, dependem dos preços de outros fatores.
Assim, a noção de preferência pelo método
contábil é um movimento de preferência induzida.
Ilustrar, voltemos ao cenário simples com três
produtos. Falamos de preferência para os
primeiros dois, associando a cada par de q, eq 2, o
melhor q condicionalmente (dependendo de
preferência induzida pelos dois primeiros
depende das circunstâncias do mercado e do
gosto pelos três. Desta forma, reconhecemos que
o foco na escolha de uma entidade de GAAP é
um exercício de preferência induzida onde
combinamos cada método de relatório com sua
melhor combinação condicional de outros
fatores. Transversalmente, então, gostaríamos de
controlar esse movimento para a preferência
induzida, reconhecendo a mistura de outros
fatores no experimento. Da mesma forma, em um
experimento de série temporal, gostaríamos de
reconhecer a natureza da série temporal do
GAAP, bem como da função de produção da
entidade e combinação condicionalmente
“ótima” de outros fatores.
Também é útil notar que o tema de preferência
revelado possui, em várias formas, uma longa
história na literatura contábil. Este tema, por
exemplo, é aparente na literatura de
processamento de informação humana (por
exemplo, Libby, 1981, em particular, ou
Kahneman ei of., 1982, mais genericamente). De
forma ampla, oferecemos ao sujeito algumas
oportunidades de processamento de informações
e pedimos que ele responda com uma “escolha”
de processamento. À medida que a base de dados
de escolhas aumenta, começamos a ver padrões.
Os exemplos são o processamento conservador
de informação ou ancoragem (relativo ao
processamento bayesiano). Os dados básicos, em
outras palavras, são as escolhas reais dos sujeitos.
Ao contrário do enfoque da racionalidade do
economista, entretanto, a racionalidade
(conforme definida pela revisão bayesiana e uma
abordagem consistente para a aversão ao risco)
não é documentada ou inferida. Em vez de,
O tema da preferência revelada também
aparece em estudos de campo (por exemplo,
Hopwood, 1972; Brownell, 1986; Banker &
Datar, 1987), onde estudamos os mecanismos
orçamentários em seu ambiente natural. Aqui,
imaginamos um amplo conjunto de dispositivos
de orçamento, incluindo coisas como a forma de
medir

“A condição de consistência padrão é o forte axioma da preferência revelada. Casualmente, isso afirma que se o pacote de
commodities q "= (q„ q „q,) é revelado como preferido para o pacote q '.., é revelado como preferido para o pacote‹ ir ", então q"
também deve ser revelado como preferencial para 9 • Veja Henderson & Quandt (1971), Varian (1971) e Chipman et n /. (1971).
2Em particular, falo da escolha da entidade ”ou dos“ objetivos da organização ”neste ensaio. Mas uma compreensão mais

profunda nos permitiria tratar os gostos da entidade como endógenos. Reconheça, portanto, que quando falo da escolha da
entidade, estou evitando as questões básicas de como essa entidade se forma e opera.
 TEORIA DE CONTABILIDADE POSITIVA 625

desempenho seguro, que tipo de informação a natureza de preferência duzida da aplicação.

não financeira usar e “estilo” de avaliação. Outros procedem de aplicações vizinhas.
Busca-se, por sua vez, vínculos com o Afastando-me dos estudos específicos,
ambiente da entidade e o mix de fatores porém, identifico vários temas comuns que
produtivos, a fim de se fazer alguma acho útil ter em mente ao trabalhar com este
inferência sobre o gosto (ou adequação) dos material. Minha primeira preocupação é a
procedimentos e da infraestrutura observados. retórica dos mercados perfeitos. Maximização
Em minha opinião, então, a Teoria da do valor de mercado, valor presente e riqueza
Contabilidade Positiva é um exercício de são construções úteis do mundo dos mercados
preferência revelada. Temos alguma experiência perfeitos e completos. A contabilidade é mais
com esta forma de arte, especialmente no (ou talvez apenas) interessante quando os
processamento de informações humanas e mercados não estão intocados. Os custos de
configurações de relatórios dentro da contratação e políticos surgem na Teoria da
organização. A novidade da Teoria da Contabilidade Positiva como um importante
Contabilidade Positiva é sua ênfase nos reconhecimento de que os mercados não são
construtos econômicos no domínio dos relatórios perfeitos. Qual, então, seria o objetivo da
financeiros. Os estudos desse gênero incluem organização? A maximização do valor de
Hepworth (1953), Archibald (1967) e Gagnon mercado é suficientemente descritiva? É o
(1967). O trabalho recente tira proveito da valor presente su & suficientemente bem
evolução da teoria econômica e de técnicas e definido em um mundo de significativas
oportunidades empíricas. A Teoria da imperfeições de mercado? O que é riqueza em
Contabilidade Positiva se destaca por sua um mundo onde os gerentes profissionais
coerência e ampla aplicação, por sua tentativa de enfrentam riscos de carreira significativos e em
estruturar o debate sobre contabilidade financeira grande parte impossíveis de garantir? A
em uma única estrutura de arranjo organizacional comercialização limitada e as preocupações
eficiente. ' não financeiras entram aqui, e somos levados a
buscar um mecanismo para racionalizar os
objetivos da entidade. Infelizmente, temos
pouca teoria para nos guiar. A Teoria da
ALGUMAS PREOCUPAÇÕES Contabilidade Positiva não pode ser criticada
por essa falta de teoria; mas é importante ter
em mente que a retórica
Este trabalho gerou preocupação em resposta a mercados perfeitos é um substituto para inadequada
para a identificação de sua natureza precisa (por exemplo, teoria.4
Christenson, 1983) ou a execução de particular Minha segunda preocupação é coberta pelos estudos
ques- lar (por exemplo, McKee et al., 1984; HOlmstrom, ção: o que é endógeno aqui? Preferências
reveladas- 1982). Manter a visão de que a obra é uma referência tem suas raízes na escolha individual
e, à parte o exercício da preferência revelada, focaliza minha tarefa a partir das reclamações que a
publicidade cria (a falta de colocar a obra em perspectiva. Na de) gosto, o primitivo em o sistema é o
indivíduo, a aplicação da preferência revelada ao gosto individual. Aqui, no entanto, estamos
preocupados que o domínio da contabilidade financeira seja novo, e nós, sobre a escolha de uma
grande empresa de re- pública pública, devemos, portanto, esperar um refinamento no método de
portabilidade teórica em um determinado momento de sua história. e a aplicação empírica como a
forma de arte prog- É suficiente focar a exploração de algumas dores. Por outro lado, a obra tem uma
extensão como características de plano de bônus ou pedigree estruturante, e devemos, portanto,
esperar a liquidação de contratos de dívida? De maneira mais geral, eles exploram esse pedigree no
desenvolvimento da forma de arte. as relações contratuais são endógenas. ' Alguns insights ao longo
desta linha fluem das in Que características da função de produção,
"Estruturas amplas são abundantes na literatura, por exemplo, Canning (1929). Além disso, parece mais correto ver a Teoria
da Contabilidade Posiric'e como oferecendo uma ampla estrutura de contabilidade, não simplesmente contabilidade financeira.
Mas o livro se limita aos relatórios financeiros experimentos e, portanto, carrego consigo o qualmer financeiro.
Lembre-se de meu c ‹sreaf na nota 2.
Leftwich ei af. (1981), por exemplo, fornecem um modelo baseado em oferta e demanda exógena para monitoramento, onde
a demanda é impulsionada por tamanho, dívida, ação preferencial e preço.
 626
junto com os mercados de trabalho, capital e
produto, conspiram para conduzir a organização
a essas escolhas? A teoria da agência formal (por
exemplo, Hart & Holmstrom, 1987) se preocupa
com a ligação entre o ambiente e as relações
contratuais e, portanto, com as escolhas
organizacionais induzidas.
Mais especificamente, a escolha da entidade
do método de relato é uma entre inúmeras
escolhas de fatores. A maioria dessas escolhas é
descentralizada e os gerentes e os sistemas de
controle sob os quais trabalham são endógenos.
Vincular a escolha contábil a acordos contratuais
específicos (como um pacto de dívida ou um
plano de bônus formal) é interessante, mas
queremos uma identificação mais primitiva.
Quais fatores ambientais estão associados ao
arranjo combinado de contratação e escolha
contábil? 6 Uma organização economicamente
projetada orquestra o comportamento de seus
atores. A questão mais importante, então, não é
como as escolhas do método contábil variam ao
longo do tempo e das circunstâncias, mas por que
a organização foi projetada para motivar esse
comportamento específico no domínio contábil.
Voltando à vinheta das três commodities, é como
se a terceira mercadoria tivesse desaparecido da
análise. Isso lança, ao que parece, um ruído
considerável (se não tendencioso) na exploração
empírica. Há uma tendência aqui de tratar o
endógeno como exógeno.
Uma terceira, e intimamente relacionada, diz
respeito a negócios
com o nível de integração entre os vários
componentes dos “mercados” de trabalho,
capital, produto, informação e político. Ao
construir um modelo ou buscar uma
identificação empírica, sempre empregamos
julgamento para definir o limite do exercício.
Mas me parece que é necessário um cuidado
considerável para entender onde os limites
parecem ter sido traçados na Teoria da
Contabilidade Positiva. Uma ilustração de onde
aparece essa preocupação com os limites está no
foco nos lucros contábeis. Fontes concorrentes
de informação estão sempre presentes. Ao
estudar contabilidade, então, queremos
reconhecer a existência dessas outras
informações. Isso nos leva a
Em contraste, os estudos intra-organizacionais tendem a focar nas explicações ambientais, mas sem o uso de incentivos
econômicos (induzidos) como variável interveniente.
'Um comentário paralelo se aplica à noção de que a atividade de lobby é útil na arena política, ou “mercado”.
JOEL S. DEMSKI
preocupar-se com probabilidades condicionais
em vez de marginais na definição do conteúdo da
informação. Isso também nos leva a nos
preocupar com a vantagem comparativa da
contabilidade. Assim, pareceria que o conteúdo
informativo das técnicas reais, dado que já
conhecemos as informações veiculadas pelo
resultado de caixa, seria uma forma útil de
estruturar o debate. Da mesma forma, buscando
a correlação entre o “índice de desempenho
(lucros) ... [e] o efeito das ações do gerente sobre
o valor da empresa” (p.
206) perde a importância de outras informações.
A correlação deve ser uma correlação parcial,
reconhecendo a existência de outras informações
(por exemplo, dinheiro). Em cada caso,
queremos perguntar o que estamos aprendendo,
considerando o que já aprendemos de outras
fontes. Traçar a fronteira com um pouco menos
de rigidez levaria à ideia de que devemos estar
sempre cientes das outras fontes de informação.
Outra ilustração dessa preocupação com os
limites surge no setor político da discussão. As
atividades políticas são importantes para a
compreensão dos fenômenos regulatórios. A
modelagem econômica formal de fenômenos
com várias pessoas usa a noção de
comportamento de equilíbrio. Aqui, por
contraste, vemos o uso extensivo de construções
comportamentais em vez da análise de equilíbrio
formal. Por exemplo, um tema comum é que as
empresas politicamente sensíveis procuram
minimizar a receita relatada de curto prazo
(embora aparentemente não da maneira óbvia de
projetar e produzir produtos inviáveis). No
entanto, essa atividade é bem-sucedida na arena
política por causa dos “custos de informação”.
Isso me parece um equilíbrio incomum, mas não
tenho nenhum modelo formal para oferecer ou
citar.7
Outro exemplo é o uso de custos políticos (que
são medidos pelo tamanho) no argumento. Uma
boa analogia aqui é o custo de falta de estoque
em um modelo de estoque convencional.
Postulamos custos particulares de pedido e
manutenção e, em seguida, arredondamos o
modelo com algum número de custo genérico
para vincular a análise aos pedidos em atraso,
reprogramação e atividades de mudança de
demanda que são
 POSITIYE CONTABILIDADE TEORIA
susceptível de acompanhar uma ruptura. Eu
comparo isso a pedir um número de custo para
substituir aquela parte da análise muito difícil
de formalizar (e isso é provavelmente parte
integrante de uma técnica de análise de decisão
emciente). Ao ler a Teoria da Contabilidade
Positiva, queremos reconhecer a importância
da atividade política na análise de preferência
revelada. Mas fazemos isso imaginando um
termo de custo político sem examinar o
comportamento (de equilíbrio?) Em um
modelo maior. Uma vez que isso seja
reconhecido, começamos a entender que o
custo político é uma noção de equilíbrio que é
vital para integrar o argumento. Neste ponto,
temos um rótulo para esse link importante; mas
sua natureza teórica e empírica permanece um
mistério. A Teoria da Contabilidade Positiva é
franca sobre o subdesenvolvimento da noção
de custo político. Minha sugestão é que ele seja
utilmente pensado como uma noção de
equilíbrio, ligada ao ponto em que
circunscrevemos o argumento. [Além disso, o
comportamento de equilíbrio que estamos
tentando intuir pode ser contra-intuitivo. Por
exemplo, em equilíbrio, um estreitamento do
GAAP para mecanismos de divulgação mais
informativos pode reduzir a quantidade de
divulgação, como em Dye (1989).] '
Uma preocupação final é a agressividade
empírica. Para argumentar por analogia, não
vemos economistas de organizações industriais
examinando as configurações em máquinas de
parafuso em seu trabalho empírico; eles
tendem a ser mais macro, preocupando-se com
coisas como estimativa de curva de custo ou
documentação de efeitos regulatórios
agregados. A questão é: em que ponto
ultrapassamos a tecnologia empírica neste
domínio? (Não tenho resposta.) Um exemplo é
o foco em fenômenos de mudança. Com um
modelo mais amplo do problema de escolha do
método contábil, parece que os trocadores em
qualquer ponto particular seriam aqueles que
estão mais próximos da margem. Isso sugere
ruído empírico incomum no quase-
experimento? Outro exemplo decorre de
atividades regulatórias. Um anúncio
regulatório faz
627
mais do que alterar a lista de regulamentos.
Transmite que agora é um momento oportuno
para alterar a lista de regulamentações e,
portanto, pode transmitir algo sobre futuras
manobras regulamentares. A preservação da lista
atual de regulamentos tem uma interpretação
semelhante. Que variáveis de controle podemos
acessar para reconhecer que a forma como o jogo
é jogado pode ser uma fonte de informação para
os participantes do jogo?
Outro exemplo é a importância de outras
fontes de informação. Novamente usando os
trêsvinheta de commodity, escolha de o2 dfld q,
geralmente dependem dos preços de todos os três
modidades. Ignorar outras fontes de informação
(bem como substitutos para a falta de
informação) equivale a ignorar o primeiro preço
nesta ilustração. No momento, temos uma visão
limitada da importância dessa miopia.
Presumivelmente, estudos de campo, com ênfase
na documentação das escolhas reais de relatórios,
juntamente com uma quantidade enorme de
detalhes sobre outras fontes de informação e o
ambiente local, podem ser focados nesta questão.
ALGUNS PONTOS FORTES INCOMUNS
Duas características da Teoria da
Contabilidade Positiva são, a meu ver,
suficientemente importantes para garantir a
emulação. O primeiro é uma novidade absoluta.
O trabalho de preferência revelada tem sido uma
atividade familiar em algumas áreas de nossa
literatura. Movê-lo para a esfera de relatórios
financeiros de forma vigorosa é uma grande
melhoria em nossa literatura. Na verdade, isso
me obriga a pensar de maneiras mais amplas
sobre a contabilidade e a ser mais judicioso ao
tentar vincular as várias vertentes de nossa
literatura.
A segunda característica importante é o
comportamento de assumir riscos. A novidade
não é abundante em nossa literatura, talvez
porque produzir novas linhas de pensamento seja
um negócio arriscado. O trabalho em Positivo
"Observe o quão longe nos movemos da especificação de uma única pessoa do experimento de preferência revelada usual.
O comportamento estratégico agora é uma possibilidade, levantando assim uma preocupação adicional sobre quão
amplamente a rede experimental deve ser lançada.
Dar outro exemplo diz respeito à escolha entre alternativas indiferentes. Do ponto de vista da preferência, consideramos o
exercício bem estruturado até a identificação de classes de equivalência. Ainda assim, a gama de escolhas contábeis
informacionalmente equivalentes, especialmente quando outras fontes de informação estão presentes, pode ser grande. Veja
Antle & Demski (1988).
628
Teoria da Contabilidaderesultou de uma
disposição para assumir riscos de pesquisa. A
aposta era que uma teoria subdesenvolvida
juntamente com técnicas empíricas
subdesenvolvidas poderiam ser combinadas
para nos ensinar algo. Superficialmente, não
parece que esta seja uma aposta sábia (embora
tenha sido revelado que sim). Mesmo nessa
conjuntura, ainda não temos certeza de que
essa linha de atividade específica continuará a
ocupar grande parte da literatura. Isso depende
do sucesso da próxima geração de estudos. No
entanto, neste momento em nossa literatura,
está claro que a Teoria da Contabilidade
Positiva catalisou um pensamento
considerável. O comportamento de assumir
riscos produziu esse catalisador. Onde estão os
novos tomadores de risco? ' 0
ALGUMA ESPECULAÇÃO
Supondo que a Teoria da Contabilidade
Positiva seja o estado da arte no trabalho de
preferência revelada nesse nível, o que podemos
especular como a próxima direção que essa linha
de pensamento tomará? A noção de governança
de Williamson (1989) me parece um provável
candidato. O pensamento mais perturbador que
ocorre ao estudar essa literatura é o quão pouco
ela nos diz sobre contabilidade. Temos uma
mistura incomum de relatórios obrigatórios,
delegados e regulamentados - tudo em um
ambiente de supervisão política e ataques
políticos ocasionais. Por que permitimos aos
gerentes liberdade, de certa forma, para
selecionar um método de relatório? Por que
confiamos o ajuste dinâmico do GAAP ao FASB
junto com o ajuste dinâmico do GAAS ao
AICPA? (Por que temos entidades separadas
para relatórios governamentais, não para os
homens
JOEL S. DEMSKI
ferrovias?) O que explica a estrutura de
governança diante de nós? O que há nos
relatórios financeiros que cria uma demanda por
uma estrutura de governança tão elaborada? A
demanda por governança, parece-me, é
necessária para completar a teoria e o trabalho
empírico. Temos uma estrutura institucional
incomum em contabilidade, com uma estrutura
de governança incomum. A pesquisa contábil irá,
espera-se, abordar este cenário.
CONCLUSÕES
O teste aplicado à Teoria da Contabilidade
Positiva neste ensaio é utilitário: dado o estado
de nossa literatura, esse acréscimo contribui para
nosso estoque de conhecimento? Para mim, a
resposta é afirmativa. A Teoria da Contabilidade
Positiva oferece novidade e vigor. Muitas
questões permanecem porque a teoria é escassa e
porque as técnicas empíricas estão nos estágios
iniciais de desenvolvimento. O sucesso de curto
prazo desta atividade de pesquisa é garantido
pelas perguntas feitas. O sucesso de longo prazo
está ligado ao progresso no tratamento dessas
questões.
Refinamentos na teoria e na técnica empírica
podem ser antecipados nesse aspecto, assim
como a expansão gradual para incluir a questão
da governança. A bolsa de estudos, entretanto, é
um processo interativo. A preferência revelada é
uma forma de arte bem praticada em outros
ambientes, e parece que a Teoria da
Contabilidade Positiva tem algo a aprender com
esses empreendimentos complementares, assim
como eles têm algo a aprender com a Teoria da
Contabilidade Positiva.
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