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Nome: __________________________________________________________________________
9º ano Data: _____________________
a) beija-flor
b) aguardente
c) Malmequer
d) peixe-espada
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6. Qual dos períodos a seguir contém uma oração subordinada substantiva apositiva?
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Vó curava os dias tristes com bolinhos de chuva e esticava as manhãs leves com broas de milho.
Cair da bicicleta dava em galinhada; perder um dente, em sorvete de nata.
E para dor de saudade, vó?
Ela sabia que, para isso, não havia receita, pois durante anos tentara cozinhar a perda do vô.
E jogou o soluçar do neto no ombro, tirando o amargo de sua boca e enganando o vazio.
Leonardo Sakamoto. Pequenos contos para começar o dia.
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d) Explique a expressão em destaque do trecho a seguir: "pois durante anos tentara cozinhar a
perda do vô". Dê exemplos de outras expressões presentes no miniconto em que foi utilizada a
linguagem poética.
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10. O texto a seguir é um fragmento da crônica “O homem nu”, de Fernando Sabino. Leio-o
atentamente.
(...)
— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta,
na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
SABINO, Fernando. “O homem nu”. Em: Para gostar de ler: crônicas. São Paulo: Ática, 1984. p. 15.
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11. Leia, a seguir, um trecho do conto “Natal na barca”, de Lygia Fagundes Telles.
Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. Só sei que em redor
tudo era silêncio e treva. E me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável, tosca,
apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma
mulher com uma criança e eu.
O velho, um bêbado esfarrapado, deitara-se de comprido no barco, dirigira palavras amenas a
um vizinho invisível e agora dormia. A mulher estava sentada entre nós, apertando nos braços a
criança enrolada em panos. Era uma mulher jovem e pálida. O longo manto escuro que lhe cobria
a cabeça dava-lhe o aspecto de uma figura antiga.
Pensei em falar-lhe assim que entrei na barca. Mas já devíamos estar quase no fim da viagem e
até aquele instante não me ocorrera dizer-lhe qualquer palavra. (...)
Debrucei-me na grade de madeira carcomida. Acendi um cigarro. Ali estávamos os quatro,
silenciosos como mortos num antigo barco de mortos deslizando na escuridão. Contudo,
estávamos vivos. E era Natal.
(...)
Fonte: TELLES, Lygia Fagundes. “Natal na barca”. In: A palavra é... festa. São Paulo: Scipione, 1988. p. 106.
Tubiacanga era uma pequena cidade de três ou quatro mil habitantes, muito pacífica, em cuja
estação, de onde em onde, os expressos davam a honra de parar. Há cinco anos não se registrava
nela um furto ou roubo. As portas e janelas só eram usadas... porque o Rio as usava.
O único crime notado em seu pobre cadastro fora um assassinato por ocasião das eleições
municipais; mas, atendendo que o assassino era do partido do governo, e a vítima da oposição, o
acontecimento em nada alterou os hábitos da cidade, continuando ela a exportar o seu café e a
mirar as suas casas baixas e acanhadas nas escassas águas do pequeno rio que a batizara.
Mas, qual não foi a surpresa dos seus habitantes quando se veio a verificar nela um dos mais
repugnantes crimes de que se tem memória! Não se tratava de um esquartejamento ou
parricídio; não era o assassinato de uma família inteira ou um assalto à coletoria; era cousa pior,
sacrílega aos olhos de todas as religiões e consciências: violavam-se as sepulturas do “Sossego”,
do seu cemitério, do seu campo-santo.
Fonte: BARRETO, Lima. "A nova Califórnia". In: Contos. São Paulo: Landy, 2000. p. 23.