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As frações da música

Desde a antiguidade, os
matemáticos utilizavam
razões e médias na
construção de escalas
musicais e, nos dias de hoje,
qualquer pessoa que estude
teoria musical verá que a
relação entre Música e
Matemática vai além da
letra M do início dessas
duas palavras.
Nesta sala, particularmente, vamos mostrar algumas relações existentes
entre, quem diria, notas e frações.

Fiquem com a gente e aproveitem…

Um pouco de história

Os pitagóricos estão entre os primeiros a observarem as relações existentes entre os números e a


natureza. Conta uma lenda que Pitágoras (569 a.C. – 480 a.C., aproximadamente) despertou
sua curiosidade em relação à música quando, ao passar em frente à oficina de um ferreiro, ouviu
o som de cinco martelos batendo em uma bigorna e percebeu que os martelos soavam
harmonicamente, exceto um. Curioso, ele tentou estabelecer uma relação entre os martelos que
eram harmônicos: pressupôs algumas possíveis razões, como a força com a qual o martelo era
conduzido, e, como não conseguiu encontrar a resposta, decidiu pesar os martelos e percebeu
que a massa de cada martelo era de 12,9,812,9,8 e 66 unidades de peso. Ao observarmos estes
números podemos notar que 68=91268=912 e 69=81269=812. Mais ainda, 99 é a média
aritmética e 88 a média harmônica de 66 e 1212, já
que 9=6+1229=6+122 e 8=216+1128=216+112.
Ainda não satisfeito, Pitágoras fez experimentos observou outras relações entre estes números,
como a proporção dos pesos entre
si: 6=12×126=12×12; 8=23×128=23×12 e 9=34×129=34×12.
Para pesquisar os sons correspondentes a essas três últimas relações, Pitágoras teria esticado
uma corda que produzia um determinado som e, tomando esse som como fundamental, teria feito
marcas na corda, dividindo-a em doze secções iguais. Esse artefato, que seria chamado
de monocórdio (mono = um e córdio = corda), podia ser “tocado” com uma espécie de palheta
ou vareta enquanto algum objeto, como uma pedra, era deslocado ao longo da corda para
produzir sons.

Monocórdio de Pitágoras

A partir das divisões feitas na corda, ele observou que o som produzido pressionando metade da
corda era o mesmo, porém mais agudo, que o som produzido pela corda inteira. Analogamente,
observou que os sons produzidos pressionando a corda na sexta e na nona marcas combinavam
com o som da corda inteira. Ou seja:

– Pressionando a corda na sexta


marca (correspondente a 1/2 do
comprimento da corda), se produzia
o que chamamos de oitava do som
produzido pela corda solta (inteira);

– Pressionando a corda na nona


marca (correspondente a 3/4 do
comprimento da corda), resultava o
que chamamos de quarta do som
produzido pela corda solta;

– E pressionando a corda na oitava


marca (correspondente a 2/3 do
comprimento da corda), resultava o
que chamamos de quinta do som
produzido pela corda solta.

Assim, as frações 12,34,2312,34,23 correspondiam à oitava, à quarta e à quinta do som


fundamental. Para um melhor entendimento dessas descobertas, vocês podem obter uma breve
explicação sobre o significado das oitavas, quartas e quintas clicando no botão abaixo.
Pitágoras verificou, também, que os sons produzidos tocando outras marcas de seu monocórdio
resultavam dissonâncias, ou seja, sons não tão agradáveis como os anteriores. Então, Pitágoras
descobriu que todos os intervalos musicais que ele considerava agradáveis eram apenas os
regidos por estas três simples frações: 12,34,2312,34,23.
Segundo o pitagorismo, o número é o princípio essencial de que são
compostas todas as coisas; assim, para eles, os números eram o
verdadeiro elemento constituinte do mundo. Referiam-se ao “um”
como o ponto, ao “dois” como a linha, ao “três” como a superfície e
ao “quatro” como o sólido, de acordo com o número mínimo de
pontos necessários para definir cada qual dessas dimensões. Com
os pontos formavam as linhas; com as linhas formavam as
superfícies e com estas formavam os volumes, portanto, a partir
dos números 1,2,3,41,2,3,4, afirmavam que era possível construir o
mundo. Como 1+2+3+4=101+2+3+4=10, o número “dez” era
visto pelos pitagóricos como um número perfeito, pois continha toda a harmonia da natureza e do
cosmo. Não é à toa que a disposição geométrica desses quatro primeiros algarismos em forma
triangular, denominada tetractys, representava para os pitagóricos a harmonia da natureza e do
cosmo, ou seja, o “alicerce” das coisas do mundo. Assim, as relações musicais que, segundo os
pitagóricos, determinavam as proporções relativas aos sons mais consonantes também estavam
de acordo com o tetractys e portanto eram perfeitas!
Hoje, dispomos de outros conceitos e ferramentas modernas para entendermos esses fenômenos
estudados por Pitágoras: podemos explicá-los por meio da frequência dos sons, conforme elucida
de forma simples e divertida o vídeo a seguir. É só clicar no link https://youtu.be/CRTbu_s_2QY

Para saber mais…

Para passar a limpo e aprofundar o que foi aqui apresentado, assistam aos
próximos vídeos e tentem responder as perguntas que aparecem após as
respectivas telinhas.

https://youtu.be/ETPzsN-vgE8

Universidade Virtual do Estado de São Paulo – Matemática e Música: Parte 1

https://youtu.be/GFZngfZU6Yk

Universidade Virtual do Estado de São Paulo – Matemática e Música: Parte 2


Atividades
1. Depois de ler o texto e assistirem ao vídeo, respondam:

a) O que são sons dissonantes e sons consonantes?

b) O que é o metalofone?

c) Explique a relação entre as massas das barras do metalofone e os sons produzidos pelo
mesmo.

d) O braço do violão é dividido em diversas partes. Explique como foram feitas as divisões e
comente sobre suas relações com as notas musicais.

e) Por que nenhuma potência de 3 pode ser escrita como uma potência de 2?

2. Depois de assistirem ao segundo vídeo, respondam:

a) O que é um diapasão? O que é frequência?

b) Que tipo de relação existe entre o comprimento da corda de um violão e a frequência de


vibração da mesma quando da emissão de um som?

c) A Escala Pitagórica, antes vista em termos de fração da corda, pode ser vista em termos de
frequência de notas geradoras. Descreva como é a escala em termos de frequência.

d) Quais os defeitos da Escala Pitagórica?


Que tal construir uma escala musical?

É só clicar no próximo botão!

Atividade 3

Uma oficina musical

Para colocar o talento de vocês à prova, mais uma vez, é só clicar no próximo
botão!

Atividade 4

Um vídeo para terminar


Para assistir a uma animação do envolvimento dos pitagóricos com a música,
clique na setinha.

Uma pesquisa:
A musicalidade das frações 12,34,2312,34,23.
BONS ESTUDOS!

Aplicando a matemática básica – A musicalidade


das frações 1/2 , 3/4 , 2/3

Atividade 2 – A musicalidade das
frações 12,34,2312,34,23

Pitágoras observou que, esticando uma corda e tomando o som por ela produzido
como fundamental, esse som fundamental, a sua quarta, a sua quinta e a sua oitava
soavam de modo harmônico aos nossos ouvidos.
Mas, será que as frações 12,34,2312,34,23 são mesmo musicais?
Na dúvida, que tal testar a possível musicalidade dessas frações com outro tipo de
material, por exemplo, copos de vidro?

Então, mãos à obra, pessoal!

Uma experiência

I – Material para a experiência


(i) cinco copos de vidro fino do mesmo tamanho;
(ii) uma vasilha com água;
(iii) colheres de metal;
(iv) corante de alimentos;
(v) Um copo medidor ou uma jarra medidora, graduados em mililitros.

II – Preparação da experiência

1) Dissolver o corante na água.

2) Encher quase que totalmente o primeiro copo com água. Escolham com cuidado a quantidade

de água a ser colocada no primeiro copo, pois essa quantidade vai ser a unidade padrão para

determinar a quantidade de água a ser colocada nos demais copos.

2) Colocar no segundo copo 3434 da quantidade de água colocada no primeiro copo.

3) Colocar no terceiro copo 2323 da quantidade de água colocada no primeiro copo.

4) Colocar no quarto copo a metade da quantidade de água colocada no primeiro copo.

III – Execução – Primeira parte


1) Batam suavemente com uma colher em cada um dos quatro copos e percebam os diferentes
sons produzidos.
2) Batam suavemente nos copos em várias sequências.
3) A afirmação de que as frações 12,34,2312,34,23 produzem sons harmoniosos pôde ser verificada
com o experimento?
IV – Execução – Segunda parte
1) Colocar no quinto copo 1515 da quantidade de água colocada no primeiro copo.
2) Batam suavemente nos copos (1) e (5); (2) e (5); (3) e (5); (4) e (5).
3) Em alguma das quatro combinações vocês obtiveram sons harmoniosos?
4) Batam suavemente nos copos em várias sequências, incluindo o quinto copo necessariamente
em cada sequência.
5) O que vocês puderam concluir a partir do experimento?

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