Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Mas o que fazer para que o ser humano se veja também como parte do mundo natural?
Para tanto, é preciso que ele observe a si mesmo Enquanto observa o mundo. Esse passo
é fundamental, pois compreender que entre O Observador e o observado (entre o ser
humano e o mundo) não há hierarquia nem separação, mas sim cooperatividade na
circularidade. Na verdade, Maturana e Varela dão não apenas com este livro, como o
conjunto de suas perspectivas obras uma contribuição relevante a compreensão daquilo
que talvez seja o maior problema epistemológico de nossa Cultura: A Extrema
dificuldade que temos de lidar com tudo aquilo que é subjetivo e qualitativo. Página 14.
Mas temos outra limitação. Para nós, é fácil aceitar que o subjetivo e o qualitativo não
se propõem a ser superiores a objetivo e ao quantitativo; pretendem descartá-los
substituí-los mas sim manter com eles uma relação complementar. Não entendemos que
todas essas instâncias são necessárias, e que é essencial que entre elas haja um
relacionamento transacional, circularidade produtiva. Tal situação tem produzido, foi
dito, consequências éticas importantes. Parece incrível, mas muitas pessoas (inclusive
cientistas e filósofos) que o trabalho científico deve afastar de suas preocupações a
subjetividade e a dimensão qualitativa como se a ciência não fosse um trabalho feito por
seres humanos. Página 15.
Outro ponto de convergência é o que diz que, se o conhecimento não é passivo e sim
construído pelo ser vivo em suas interações com o mundo, a postura de só levar em
conta o que é observado Deixa de ser deixa de ter sentido. A transnacionalidade entre o
observador e aquilo que ele observa, além de mostrar que não é separado do outro, torna
indispensável a consideração da subjetividade do primeiro, é, compreensão de como ele
experiencia o que observa.
Maturana permanece no Chile, de onde sai periodicamente para cursos, conferências e
seminários em vários países do mundo, inclusive o Brasil aprofunda seu pensamento
sobre a Biologia do conhecimento e a respeito de sua concepção de alteridade, chama de
biologia do amor. A transacionalidade da biologia do conhecimento com a Biologia do
amor compõe a base do que ele denomina de Matriz biológica da existência humana.
Página 16.
Por outra parte, porque aquilo que este livro precisamente ira mostrar, ao estudar de
perto o fenômeno do conhecimento e Nossas ações deles surgidas, é que toda
experiência cognitiva inclui aquele que conhece de um modo pessoal, enraizado em sua
estrutura biológica, ativo pelo qual toda experiência de certeza é um fenômeno
individual cego em relação ao ato cognitivo do outro, numa solidão que (como veremos)
só é transcendida no mundo que criamos junto com ele. Página 22.