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ESTB005-17

Ciência dos Materiais


Biocompatíveis
2º Quadrimestre / 2021
(Quadrimestre Suplementar - QS)

Prof. Frederico A.P. Fernandes


sala 334 – bloco Delta – campus SBC
frederico.fernandes@ufabc.edu.br
codoico@gmail.com

“Histórico, Mercado e
Perspectivas”
CECS - Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas
Histórico
Histórico: evolução dos materiais

Stone Age Bronze Age Iron Age Scientific Age Future


Histórico - Biomateriais

4000 aC - Egípcios: adesivos, fios de sutura, formas de gesso e ouro.


Egito, Grécia e Roma - Primeiras próteses. Surgimento de técnicas
cirúrgicas rudimentares.

100 - 400 dC - Etruscos: restaurações dentárias.

300 dC – Império Romano: Primeira prótese em madeira, bronze e couro


(destruída em Londres na II Guerra Mundial) - “A mão de Alt-Ruppin” .

Século XVII - início do Século XVIII


Refinamento dos princípios cirúrgicos
Utilização de anestésicos : Éter sulfúrico (Crawford Long) e clorofórmio
(Pierre Jean Marie).

1860/70 - Desenvolvimento de técnicas assépticas


(L. Pasteur e J. Lister).

1893 - 1912 - Parafusos e placas de aço para


fixação de fraturas (W.A. Lane).
Tebas Ocidental,
Egito. 1065-740 aC
Biomateriais – ligas metálicas

1914-1918
1ª GM

1939-1945
2ª GM
Biomateriais – “Pré história”

Primeiros biomateriais
Uso de ouro e marfim na reposição de dentes, vidro
para reposição do globo ocular, aço ou madeira para
confecção de próteses de membros (romanos,
chineses, astecas).

Implantes especificados por médicos como


materiais comuns e emprestados, onde a
maioria dos sucessos foram acidentais e
não por projeto.
Biomateriais – “Pré história”

1ª órtese: Múmia de 3000 anos com


dedo de madeira (material de origem
natural). Egito.

Primeiras falhas:
Falta de atenção à adequabilidade
biológica dos materiais.
Biomateriais - 1a geração

Uso de materiais estruturais


Aproveitamento de materiais avançados, desenvolvidos
para outras aplicações tais como: indústria
automobilística, naval e aeronáutica (guerras).

Ex: ligas metálicas, lentes acrílicas, dacron para enxerto


de vasos, teflon em próteses ortopédicas).

- Desenvolvido através de colaborações de


médicos e engenheiros;
- Construído a partir de experiências da
pré-geração;
- Avanços na ciência dos materiais usados
(de outras áreas).
Biomateriais - 1a geração

Lentes intraoculares

Primeira cirurgia:
Harold Ridley, Londres, 1949.

Materiais básicos: PMMA, silicone


Biomateriais - 1a geração

Articulações de quadril

- Ligas de titânio para implantes dentários e ortopédicos;


- Implantes ortopédicos de cobalto-cromo-molibdênio;
- Superfícies de apoio de PEUAPM para próteses totais;
- Válvulas cardíacas e marca-passos...
Biomateriais - 2a geração

Aprimoramento

Desenvolvimento de materiais com características específicas


de acordo com a aplicação.

Ex. PEUAPM para superfícies articulares, válvulas cardíacas e


marca-passos
Biomateriais - 2a geração

Válvulas cardíacas

Mecânica

- Alguns cimentos ósseos reabsorvíveis;


- Substitutos bioativos;
Biológica
Biomateriais - 3a geração

Biomimética & Engenharia de Tecidos

Biomimética - Busca a reprodução de formas e/ou


função de tecidos biológicos.

Engenharia de tecidos - Emprega a tecnologia de


materiais para desenvolver estruturas que sejam
capazes de servir como substrato para cultivo de
células “in vitro” de forma a desenvolver novo
tecido.
Biomateriais - 3a geração

“Sinergia entre áreas”

Tissue engineering strategies

Nature Reviews Rheumatology 11, 213-222 (2015).


Biomateriais - 3a geração

Scaffolds (Arcabouços)

- Pele artificial Integra LifeSciences;


- Implantes para Engenharia de Tecidos
visando a regeneração e não a substituição
de tecidos;
- Procedimento com células de cartilagem -
Genzyme
Biomateriais - 3a geração

Scaffold polimérico

... Sob a forma de um nariz (à esquerda) é "semeado" com


células condrócitos que substituem o polímero por cartilagem
ao longo do tempo (à direita) para fazer um implante
adequado.
Evolução dos biomateriais

“regenerar”

“substituir”
Demanda

- Avanços na medicina
Ampliação da expectativa de
vida e melhor qualidade de vida.

- Envelhecimento: redução natural das propriedades e


atividades dos tecidos e órgãos;

- EUA: no final da década passada, 8 milhões


de cirurgias envolvendo patologias e falhas em
tecidos e órgãos.

- Brasil: 90% cirurgias são cobertas


pelo governo → 3,17% PIB.
Demanda

Nos EUA, anualmente:

- Aproximadamente 900.000 de danos traumáticos a


cartilagem;

- Cerca de 800.000 pacientes são hospitalizados com


fraturas ósseas que requerem intervenções cirúrgicas
empregando dispositivos de osteossíntese;

- Cerca de 2,6 milhões de pacientes são acometidos de


lesões da pele de difícil cicatrização...
Fonte: www.fibrogen.com
Demanda

In 2015:

The United States remains the largest medical device


market in the world with a market size of around $148
billion, and it reached $156 billion by 2017. The U.S.
market value represented about 43% of the global
medical device market in 2015.
U.S. exports of medical devices in key product
categories exceeded $41 billion in that year.

The industry is responsible for almost 2 million jobs in


the U.S.

https://www.selectusa.gov/medical-device-industry-united-states
Demanda

O mercado brasileiro
“No que diz respeito à atividade econômica do Brasil e a importância
do segmento, têm-se como exemplos as exportações e importações
dos quatro principais grupos de biomateriais (cimentos para uso
dentário ou ósseo, juntas artificiais, dentes artificiais e órgãos
artificiais), situadas em torno de US$ 4,5 bilhões com taxa de
crescimento anual superior a 10%, entre 1999-2003, indicando a
existência de um mercado em forte expansão.”
(Fonte: Brasil Trade Net)
Mercado mundial

(2017)
159

(2017)
58
(2017)
10,5

https://www.businesswire.com
Mercado mundial
O mercado brasileiro

Porte das empresas:


O mercado brasileiro

http://abimo.org.br/dados-do-setor/dados-economicos/
Produção nacional por setor (2007 – 2013)
Consumo x Produção nacional (2009 – 2013)
Balança comercial (2016 – 2017)
Dispositivos médicos

http://www.uweb.engr.washington.edu/research/tutorials/introbiomat.html

Buddy D. Ratner, Biomaterials Tutorial: An Introduction to Biomaterials.


Classes de materiais

“Áreas do corpo
vs.
Classes de
materiais”
Perspectivas

Desenvolvimento de novos materiais e aplicação de


materiais avançados em áreas biomédicas:

Demanda crescente;

Busca por dispositivos que apresentem melhor


desempenho;

Busca por alternativas que levem à redução de custos


com manutenção de pacientes em hospital;

Desenvolvimento e marketing (pressão de mercado para


novos materiais e dispositivos).
Desenvolvimento de biomateriais

Para o desenvolvimento de biomateriais é


importante:

- Entendimento da correlação entre propriedades,


funções e estruturas dos materiais biológicos;

- Atuação interdisciplinar;

Engenheiros Físicos

Químicos Médicos/Dentistas

Farmacêuticos/Biólogos
Tendências

Medicina regenerativa Órgãos artificiais


Mais informações…

Associação Brasileira da Indústria de


Artigos e Equipamentos Médicos,
Odontológicos, Hospitalares e de
Laboratórios.

Sindicato da Indústria de Artigos e


Equipamentos Odontológicos, Médicos e
Hospitalares do Estado de São Paulo.

Sociedade Brasileira de Engenharia


Biomédica - SBEB.
Mais informações…

slabo.org.br

Sociedade Latino Americana de Biomateriais,


Órgãos Artificiais e Engenharia Tecidual.

https://www.biomaterials.org/
Society For Biomaterials
Mais informações…

Is an organized and meaningful


Biomaterials and Tissue Engineering
communication resource for scientists,
researchers, members of the business
community, government, academia, and
the general public.

É um Instituto Nacional de C&T em


Biofabricação de caráter multidiciplinar
que tem como objetivo a integração de
ferramentas computacionais, síntese e
desenvolvimento de novos biomateriais.
http://biofabris.com.br/
Empresas…

Setor de ortopedia:

Fonte: CGEE, Biomateriais


Continuaremos ........

Leitura adicional:

“A history of biomaterials”
B.D. Ratner, Biomaterials Science: An Introduction to
Materials in Medicine, 2ª ed. Academic Press, 2004.

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