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Deus
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Concepções específicas[Expandir]
Concepções religiosas[Expandir]
Termos relacionados[Expandir]
Experiências e práticas[Expandir]
Tópicos relacionados[Expandir]
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Índice
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1Etimologia e uso
2Nome
3A existência de Deus
4Concepções de Deus
5Abordagens teológicas
o 5.1Teísmo e deísmo
6Posições científicas e críticas a respeito da ideia de Deus
o 6.1Antropomorfismo
7Referências
8Ver também
Etimologia e uso
Ver artigo principal: Deus (palavra)
Tanto a forma capitalizada do termo Deus quanto seu diminutivo - que simboliza
divindades, deidades em geral - têm origem no termo latino "deus", significando divindade
ou deidade. O português é a única língua românica neolatina que manteve o termo em sua
forma nominativa original, com o final do substantivo em "us", diferindo-se assim do
espanholdios, francês dieu, italiano dio, e do romeno, que distingue o criador
monoteísta, Dumnezeu, de zeu, um ser idolatrado.
Os termos latinos Deus e divus, assim como o grego διϝος = "divino", descendem do Proto-
Indo-Europeu *deiwos = "brilhante/celeste", termo esse encerrando a mesma raiz
que Dyēus, a divindade principal do panteão indo-europeu, igualmente cognato do grego
Ζευς (Zeus).
Na era clássica, o vocábulo em latim era uma referência generalizante a qualquer figura
endeusada e adorada pelos pagãos. Em um mundo dominado pelas religiões abraâmicas,
com destaque ao cristianismo, o termo é usado hodiernamente com sentido mais restrito -
designando uma e a única deidade - em frases e slogans religiosos tais como:Deus sit
vobiscum, variação de Dominus sit vobiscum, "o Senhor esteja convosco"; no título do
hino litúrgico católico Te Deum, proveniente de Te Deum Laudamus, "A Vós, ó Deus,
louvamos". Mesmo na expressão que advém da tragédia grega Deus ex machina,
de Públio Virgílio, Dabit deus his quoque finem, que pode ser traduzida como "Deus trará
um fim à isto", e no grito de guerra utilizado no Império Romano Tardio e no Império
Bizantino, nobiscum deus, "Deus está conosco", assim como o grito das cruzadas Deus
vult, que em português traduz-se por "assim quer Deus", ou "esta é a vontade de Deus",
verifica-se tal sentido restrito.
Em latim existiam as expressões interjectivas "O Deus meus" e "Mi Deus", delas derivando
as expressões portuguesas "(Oh) meu Deus!", "(Ah) meu Deus!" e "Deus meu!".
Dei é uma das formas flexionadas ou declinadas de "Deus" no latim. É usada em
expressões utilizadas pelo Vaticano, como as organizações católicas apostólicas
romanas Opus Dei (Obra de Deus, sendo obra oriunda de opera), Agnus Dei(Cordeiro de
Deus) e Dei Gratia (Pela Graça de Deus). Geralmente trata-se do caso genitivo ("de
Deus"), mas é também a forma plural primária adicionada à variante di. Existe o outro
plural, dii, e a forma feminina deae ("deusas").
A palavra Deus, através da forma declinada Dei, é a raiz
de deísmo, panteísmo, panenteísmo, e politeísmo, e ironicamente referem-se todas a
teorias na qual qualquer figura divina é ausente na intervenção da vida humana. Essa
circunstância curiosa originou-se do uso de "deísmo" nos séculos XVII e XVIII como forma
contrastante do prevalecente "teísmo". Teísmo é a crença em um Deus providente e
interferente.
Seguidores dessas teorias, e ocasionalmente seguidores do panteísmo, podem vir a usar
em variadas línguas, especialmente no inglês, o termo "Deus" ou a expressão "o Deus"
(the God), para deixar claro de que a entidade discutida não trata-se de um Deus
teísta. Arthur C. Clarke usou-o em seu romance futurista, 3001: The Final Odyssey. Nele, o
termo "Deus" substituiu "God" no longínquo século XXXI, pois "God" veio a ser associado
com fanatismo religioso. A visão religiosa que prevalece em seu mundo fictício é o
Deísmo.
São Jerônimo traduziu a palavra hebraica Elohim ( אלהים, )אֱ לֹוהִ יםpara o latim como Deus.
A palavra pode assumir conotações negativas em algumas conotações. Na filosofia
cartesiana, a expressão "Deus deceptor" é usada para discutir a possibilidade de um
"Deus malévolo" que procura iludir-nos. Esse personagem tem relação com um argumento
cético que questiona até onde um demônio ou espírito mau teria êxito na tentativa de
impedir ou subverter o nosso conhecimento. Outra é deus otiosus ("Deus ocioso"), um
conceito teológico para descrever a crença num Deus criador que se distancia do mundo e
não se envolve em seu funcionamento diário. Um conceito similar é deus
absconditus ("Deus absconso ou escondido") de São Tomás de Aquino. Ambas referem-se
a uma divindade cuja existência não é prontamente reconhecida nem através
de contemplação nem via exame ocular de ações divinas in loco. O conceito de deus
otiosus frequentemente sugere um Deus que extenuou-se da ingerência que tinha neste
mundo e que foi substituído por deuses mais jovens e ativos que efetivamente se
envolvem, enquanto deus absconditus sugere um Deus que conscientemente abandonou
este mundo para ocultar-se alhures.
A forma mais antiga de escrita da palavra germânica Deus vem do Codex
Argenteus cristão do século VI. A própria palavra inglesa é derivada da Proto-
Germânica "ǥuđan". A maioria dos linguistas concordam que a forma reconstruída
da Proto-Indo-Europeia (ǵhu-tó-m) foi baseada na raiz (ǵhau(ə)-), que significa também
"chamar" ou "invocar".[5]
A forma capitalizada Deus foi primeiramente usada na tradução gótica Wulfila do Novo
Testamento, para representar o grego "Theos". Na língua inglesa, a capitalização continua
a representar uma distinção entre um "Deus" monoteísta e "deuses" no politeísmo [6] .
Apesar das diferenças significativas entre religiões como
o Cristianismo, Islamismo, Hinduísmo, a Fé Bahá'í e o Judaísmo, o termo "Deus"
permanece como uma tradução inglesa comum a todas. O nome pode significar deidades
monoteísticas relacionadas ou similares, como no monoteísmo primitivo
de Aquenáton e Zoroastrismo.
Nome
Ver artigo principal: Nomes de Deus
A existência de Deus
Ver artigo principal: Existência de Deus
Concepções de Deus
Ver artigo principal: Concepções de Deus
Abordagens teológicas
Ver artigo principal: Teologia
Referências
1. Ir para cima↑ Para outras perspectivas, há nesta mesma enciclopédia diversos artigos
específicos. Uma lista com as principais religiões pode ser encontrada sob título
"Anexo:Lista de religiões e tradições espirituais"; e uma lista de divindades encontra-se sob
título "Anexo:Lista de divindades".
2. ↑ Ir para:a b Swinburne, R.G. "God" in Honderich, Ted. (ed)The Oxford Companion to
Philosophy, Oxford University Press, 1995.
3. ↑ Ir para:a b c d Edwards, Paul. "Deus e os filósofos" em Honderich, Ted. (ed)The Oxford
Companion to Philosophy, Oxford University Press, 1995.
4. ↑ Ir para:a b c d Plantinga, Alvin. "Deus, Argumentos para a sua Existência," Enciclopédia
Routledge de Filosofia, Routledge, 2000. Erro de citação: Invalid <ref> tag;
name "Plantinga" defined multiple times with different content
5. Ir para cima↑ A etimologia ulterior é disputada. À parte a hipótese improvável de adoção de
uma língua estrangeira, o OTeut. "ghuba" implica como seu tipo pretérito também
"*ghodho-m" ou "*ghodto-m". O anterior não parece admitir explicação; mas o posterior
representaria o neutro "pple" da raiz "gheu-". Existem duas raízes arianas da forma
requerida ("*g,heu-" with palatal aspirate) uma significando 'invocar' (Skr. "hu") a outra "a
derramar, para oferecer sacrifícios" (Skr "hu", Gr. χεηi;ν, OE "geotàn" Yete v). OED
Compact Edition, G, p. 267
6. Ir para cima↑ "Michaelis Deus - sm (lat Deus)". 1 O Ser supremo; o espírito infinito e eterno,
criador e preservador do Universo. 2 Teol Ente tríplice e uno, infinitamente perfeito, livre e
inteligente, criador e regulador do Universo. 3 Cada uma das pessoas da Santíssima
Trindade. 4 Indivíduo ou personagem que, por qualidades extraordinárias, se impõe à
adoração ou ao amor dos homens. 5 Objeto de um culto, ou de um desejo ardente que se
antepõe a todos os outros desejos ou afetos. 6 Cada uma das divindades masculinas do
politeísmo. Pl: deuses. Fem: Deusa. Deus-dará: na locução adverbial ao deus-dará: à toa,
descuidadamente, a esmo, ao acaso. Nem à mão de Deus Padre: por forma nenhuma,
apesar de todas as contradições.
7. Ir para cima↑ Barton, G. A.. A Sketch of Semitic Origins: Social and Religious.
[S.l.]: Kessinger Publishing, 2006. ISBN 142861575X
8. Ir para cima↑ Hastings 2003, p. 540.
9. Ir para cima↑ R. Cudworth, 1678.
10. Ir para cima↑ "DOES GOD MATTER? A Social-Science Critique". by Paul Froese and
Christopher Bader. Consultado em2007-05-28.
11. Ir para cima↑ Wierenga, Edward R. "Divino conhecimento", em Audi, Robert. The
Cambridge Companion to Philosophy.Cambridge University Press, 2001.
12. Ir para cima↑ BEATY, Michael. (1991). "God Among the Philosophers".The Christian Century.
Visitado em 2007-02-20.
13. Ir para cima↑ Pascal, Blaise. Pensées, 1669.
14. Ir para cima↑ "Philosophy of Religion.info - Glossary - Theism, Atheism, and Agonisticism".
Philosophy of Religion.info. Consultado em 16 de julho de 2008.
15. Ir para cima↑ "Theism - definiton of thesim by the Free Online Dictionary, Thesaurus and
Encyclopedia".TheFreeDictionary. Consultado em 16 de julho de 2008.
16. Ir para cima↑ DAWKINS, Richard. The God Delusion. Great Britain: Bantam Press, 2006. ISBN
0-618-68000-4
17. Ir para cima↑ Dawkins, Richard. "Why There Almost Certainly Is No God". The Huffington
Post. Consultado em 2007-01-10.
18. Ir para cima↑ SAGAN, Carl. The Demon Haunted World p.278. New York: Ballantine Books,
1996. ISBN 0-345-40946-9
19. Ir para cima↑ BOYER, Pascal. Religion Explained,. New York: Basic Books, 2001. 142–243
p. ISBN 0-465-00696-5
20. Ir para cima↑ DU CASTEL, Bertrand. Computer Theology,. Austin, Texas: Midori Press,
2008. 221–222 p. ISBN 0-9801821-1-5
21. Ir para cima↑ BARRETT, Justin. (1996). "Conceptualizing a Nonnatural Entity:
Anthropomorphism in God Concepts".
22. Ir para cima↑ ROSSANO, Matt. (2007). "Supernaturalizing Social Life: Religion and the
Evolution of Human Cooperation". Visitado em 2009-06-25.
23. Ir para cima↑ Mikhail Bakunin, Deus e o Estado (1882)
Ver também
Outros projetos Wikimedia também contêm
material sobre este tema:
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Divindade
Deidade
Nomes de Deus
Deusa mãe
Existência de Deus
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Religião
Categorias:
Deus (monoteísmo)
Conceitos religiosos
Representações sociais
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Índice
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1Aparecimento do conceito
2Elaboração das Representações Sociais
3Referências Bibliográficas
4Ligações externas
Karen Horney
Horney é considerada uma neopsicanalista, formada em medicina e psicanálise, entretanto
utilizou a base psicanalítica para formar sua própria teoria da personalidade, divergindo de
Freud em vários fatores.
Horney discordava com vários pontos da teoria freudiana, que sintetizamos aqui:
1. Inveja do pênis. Horney não acreditava que a inveja do pênis seria fator
dominante da psicologia feminina, que teria por base uma ênfase exagerada no
relacionamento amoroso e na falta de auto-confiança;
2. Caráter sexual-agressivo do Complexo de Édipo. A psicanalista via este
conflito como a vivência de uma ansiedade decorrente de perturbações básicas como
rejeição, superproteção e punição no relacionamento da criança com o pai e a mãe.
3. Agressividade inata. A agressividade não seria um sentimento inato, como
pressupunha o pai da psicanálise, mas apenas um modo pelo qual os seres humanos
tentam garantir sua segurança.
4. Narcisismo como auto-amor. O narcisismo seria o resultado decorrentes do
sentimento de insegurança, levando à auto-inflação e a supervalorização defensivos.
SÍNTESE DA TEORIA DE HORNEY
TEORIA DA NEUROSE
ANSIEDADE BÁSICA
Tudo o que perturba a segurança da criança em relação aos pais provoca ansiedade básica.
Horney chama esses fatores de “mal básico” e são eles: indiferença, falta de respeito às suas
necessidades, dominação direta ou indireta, atitudes depreciativas, falta de orientação,
admiração excessiva ou falta de admiração, inconsistência no carinho, responsabilidade
exagerada ou insuficiente, superproteção,injustiça, discriminação, tendência para tomar
partido nas discussões parentais, isolamento de outras crianças, promessas não cumpridas,
etc. (Hall, Lindzey e Campbell).
Horney designou 10 necessidades neuróticas, as quais são baseados em coisas que todos
nós precisamos, mas que se tornam distorcidas em sua manifestação pelas dificuldades
enfrentadas pelo indivíduo. Todas as necessidades neuróticas são irrealistas, na medida em
que estão na origem dos conflitos internos.
1. NECESSIDADE NEURÓTICA DE AFEIÇÃO E APROVAÇÃO. Caracteriza-se por um
desejo indiscriminado em agradar os outros e cumprir suas expectativas.s, mas que
se tornam distorcidas em sua manifestação pelas dificuldades enfrentadas pelo
indivíduo. Todas as necessidades neuróticas são irrealistas, na medida em que estão
na origem dos conflitos internos.
2. NECESSIDADE NEURÓTICA DE UM PARCEIRO QUE ASSUMA A VIDA DA
PESSOA. Baseado na fantasia de que irá surgir um amor e que dessa forma todos os
seus problemas estarão resolvidos. A pessoa desenvolve um pavor imenso de ser
abandonada.
3. NECESSIDADE NEURÓTICA DE RESTRINGIR A VIDA A LIMITES ESTREITOS.
Individuos que se contentam com pouco, sem exigências, prefere a modéstia acima
de tudo e prefere viver na obscuridade.
4. NECESSIDADE NEURÓTICA DE PODER. Desespero pelo poder. Necessita do
domínio para seu próprio bem, geralmente acompanhado pelo desrespeito pelos
outros, glorificação indiscriminada pela força.
5. NECESSIDADE NEURÓTICA DE EXPLORAR OS OUTROS. Consiste em
manipular os outros para tirar benefícios próprios. Esta neurose também pode
envolver medo de ser manipulado pelos outros.
6. NECESSIDADE NEURÓTICA DE PRESTÍGIO. São pessoas que necessitam de
supervalorização, reconhecimento público e popularidade. Temem serem ignoradas
ou sentirem-se deslocadas.
7. NECESSIDADE NEURÓTICA DE ADMIRAÇÃO PESSOAL. Com uma autoimagem
supervalo
rizada de si próprios, essas pessoas exigem ser admiradas nesta mesma proporção,
sentindo-se desesperadas caso outros não a vejam nesta mesma posição.
8. AMBIÇÃO NEURÓTICA DE REALIZAÇÃO PESSOAL. É uma obsessão pela
realização pessoal. Essas pessoas obrigam-se a realizações cada vez maiores, como
resultado de uma insegurança básica.
9. NECESSIDADES NEURÓTICAS DEAUTOSSUFICIENCIA E INDEPENDENCIA.
São pessoas que tendem a recusar ajuda. Muitas vezes tornam-se pessoas
solitárias,afastando-se e recusando-se a formar vínculos como uma forma de
proteção.
10. NECESSIDADE NEURÓTICA DE PERFEIÇÃO E NÃO VULNERABILIDADE. Essas
pessoas tem pavor de reconhecer seus erros, por isso estão em constante busca para
tornar-se infalíveis.
Cada uma dessas tendências superenfatizam um dos elementos envolvidos na ansiedade
básica, e por isso são classificadas nestes três grupos:
TIPO SELF-APEGADO
Resulta na operação defensiva de agarrar-se aos outros. São pessoas que tentam obter o
favor dos outros através de lisonja, tendem a subordinar-se aos outros e são relutantes em
discordar deles por medo de perder o favor. Podemos observar neste tipo a tentativa de
lidar com a insegurança através da ideia de que ser amado é a garantia de que não será
abandonado. (desamparo)
TIPO EXPANSIVO
São as pessoas agressivas. Resulta da tentativa do sujeito utilizar manobras contra outros
indivíduos, bem como uso do poder e do domínio para obter segurança. A solução vista
como agressão é resultante da crença do sujeito de que,detendo o poder, ninguém
conseguirá magoá-lo. (hostilidade)
TIPO DESAPEGADO
Com resignação, o individuo resolve afastar-se dos outros para evitar tanto a dependência
como o conflito. Esta busca de afastamento dos outros representa a tentativa neurótica de
solucionar o conflito a partir da crença de que se afastando de todos, ninguém poderá
magoá-lo. (isolamento)
Dentro destas três formas predominantes de lidar com o mundo, o indivíduo desenvolve
meios complementares para aliviar a tensão interna. Sendo assim, uma harmonia artificial
pode ser obtida através do uso de mecanismos psicológicos. O superdesenvolvimento de um
dos três estilos básicos suprime os outros dois, que, entretanto, continuam ativos e
produzindo conflitos.
A consequência mais séria do desenvolvimento neurótico é a alienação do self, que resulta
da combinação entre a negação repetida da realidade externa e a repressão dos conteúdos
genuínos. Com o avanço contínuo do processo de alienação, o indivíduo perde o contato
com o cerne do seu ser e não podem determinar ou agir sobre o que é o certo para elas.
PRÁTICA CLÍNICA
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O mundo como vontade e representação (Die Welt als Wille und Vorstellungno seu
título alemão original) é a grande obra de Schopenhauer, composta por quatro livros (mais
o apêndice da crítica da filosofia kantiana), e publicada em 1819. O primeiro livro é
dedicado à teoria do conhecimento ("O mundo como representação, primeiro ponto de
vista: a representação submetida ao princípio de razão: o objeto da experiência e da
ciência."); o segundo, àfilosofia da natureza ("O mundo como vontade, primeiro ponto de
vista: a objetivação da vontade"); o terceiro, à metafísica do belo("O mundo como
representação, segundo ponto de vista: a representação independente do princípio
de razão. A idéia platônica, objeto da arte"); e o último, à ética ("O mundo como vontade,
segundo ponto de vista: atingindo o conhecimento de si, afirmação ou negação da
vontade"). Toda sua produção posterior pode ser definida como comentários e acréscimos
aos temas ali tratados.
Índice
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1Livro I
2Livro II
3Livro III
4Livro IV
5Ligações externas
Livro I[editar | editar código-fonte]
"Graças à força da gravidade da terra é possível medir o peso da resistência com a ajuda de uma
balança"
"O mundo é a minha representação": com estas palavras Schopenhauer inicia essa sua
principal obra filosófica. A tese básica de sua concepção filosófica é a de que o mundo só
é dado à percepção como representação: o mundo, pois, é puro fenômeno ou
representação. O centro e a essência do mundo não estão nele, mas naquilo que
condiciona o seu aspecto exterior, na "coisa em si" do mundo, a qual Schopenhauer
denomina "vontade" (o mundo por um lado é representação e por outro é vontade). O
mundo como representação é a "objetividade" da vontade (vontade feita objeto -
submetida ao princípio formal do conhecimento, o princípio de razão). Essa objetividade se
faz em diferentes graus, passando pelas forças básicas da natureza, pelo mundo orgânico,
pelas formas de vida primitivas e avançadas, até chegar no grau de objetividade mais alto
por nós conhecido, o ser humano. Entre o objeto e a vontade há um intermediário, o qual
Schopenhauer identifica com a "idéia platônica". A ideia é a "objetivação adequada da
vontade" em determinado grau de objetivação. Esses graus crescem em complexidade,
cada um objetivando a vontade de forma mais completa e detalhada.
Livro II[editar | editar código-fonte]
Mas a totalidade do mundo como representação, a qual é o "espelho da vontade" só existe
na manifestação concomitante e recíproca das diferentes ideias, as quais disputam a
matéria escassa para manifestarem suas respectivas características. As formas superiores
assimilam as inferiores e as subjugam("assimilação por dominação"), até que elas próprias
são vencidas pela resistência das inferiores e sucumbem (eis a morte), devolvendo a elas
a matéria delas retirada e permitindo-lhes expressar as suas características a seu próprio
serviço (eis o ciclo da natureza). Entre todas as ideias, e portanto entre todas as formas de
vida e forças naturais, mantém-se "guerra eterna". Devido a essa eterna luta, os objetos
nunca conseguem expressar suas respectivas ideias de forma perfeita, eles apresentam-
se sempre com um certo "turvamento" (é por isso que apenas as ideias são objetividades
adequadas da vontade).
Schopenhauer utiliza a palavra representação (Vorstellung) para designar a ideia ou imagem mental
de qualquer objeto vivenciado como externo à mente.
v • e
Arthur Schopenhauer
Sobre a Raiz Quádrupla do Princípio da Razão Suficiente · O Mundo como Vontade e Representação ·Sobre a Liberdade da
Livros
Vontade · Sobre as Bases da Moralidade · Parerga e Paralipomena
Crítica Filosofia kantiana · Esquemas de Kant · Provas do postulado das paralelas
Portal da literatura
Jesus e o jovem rico
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«Pois mais fácil é passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de
Deus.» (Lucas 18:24-25)
Igreja de São Bonifácio em Dortmund, naAlemanha.
Jesus e o jovem rico é um episódio da vida de Jesus que trata da vida eterna[1] [2] . Ele
pode ser encontrado nos três evangelhos sinópticos: Mateus 19:16-30, Marcos 10:17-
31 e Lucas 18:18-30. É neste episódio que Jesus faz referência a «Quão dificilmente
entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! Pois mais fácil é passar um camelo pelo
fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus»(Lucas 18:24-25), uma
frase que se tornaria uma de suas mais famosas expressões.
Índice
[esconder]
1Narrativa bíblica
2Interpretação
3Ver também
4Referências
5Ligações externas
«Jesus, olhando-o, disse: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm
“ riquezas! Pois mais fácil é passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar
um rico no reino de Deus.» (Lucas 18:18-30) ”
Os discípulos então perguntam a Jesus quem poderá ser salvo, ao que Ele responde: "O
que é impossível aos homens, é possível a Deus."
Interpretação[editar | editar código-fonte]
Esta parábola iguala a "vida eterna" com a entrada no Reino de Deus[3] .
A expressão "buraco de uma agulha" tem sido interpretada [quem?] como sendo um portão
em Jerusalém, que abria após o portão principal ter se fechado à noite. Um camelo só
poderia passar por este portão, menor, se se agachasse e fosse descarregado. Esta
história tem sido apresentada desde pelo menos o século XV e, possivelmente, desde o
século IX.[carece de fontes] Porém, não há nenhuma evidência da existência de tal portão.
Variações sobre a história incluem uma versão sobre antigas estalagens tendo portões
pequenos para atrapalhar bandidos ou uma história sobre um passo entre as montanhas
conhecido como "olho da agulha", tão estreito que os mercadores teriam que desmontar
de seus camelos, ficando assim vulneráveis a salteadores.
Cirilo de Alexandria afirmou que "camelo" é um erro de
impressão grego. Kamêlos ("camelo") seria a versão errada ekamilos ("corda" ou "cabo")
seria o correto[4] [5] . Contudo, evidências para um erro assim são fracas, com nenhum
apoio em manuscritos. Além disso, esta interpretação é contra o princípio da crítica
textual de que os erros tendem a acontecer na direção da leitura mais simples e não
contra ela.
Harmonia evangélica
Referências
1. Ir para cima↑ Matthew for Everyone: Chapters 16-28 by Tom Wright 2004 ISBN
0664227872 page 47
2. Ir para cima↑ The Bible Exposition Commentary: New Testament: Volume 1 by Warren W.
Wiersbe 2003 ISBN 1564760308page 251
3. Ir para cima↑ Matthew by David L. Turner 2008 ISBN 0801026849 page 473
4. Ir para cima↑ "'The camel and the eye of the needle', Matthew 19:24, Mark 10:25, Luke
18:25". Hebrew New Testament Studies. Consultado em 21 June 2011.
5. Ir para cima↑ Manlio Simonetti - 2002 -"Cyril of Alexandria: By "camel" here he means not
the living thing, the beast of burden, but the thick rope33 to which ... "This interpretation —
"rope" (kamilos) and not "camel" (kamelos) — rests on the homonymic character of the
two .."
Homossexualidade na Bíblia
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Índice
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Além destas há uma passagem na Primeira Epístola aos Coríntios que gera controvérsias
entre os religiosos e teólogos:
Esta passagem - em que São Paulo lembra aos cristãos de Corinto acerca da lei judaica a
fim de alertá-los dos erros que cometiam - tem sido alvo de intensas discussões quanto a
sua tradução. As palavras malakoi e arsenokoitai ao longo dos séculos têm sido traduzidas
de forma bem distintas.
Quanto a palavra malakoi (que literalmente significa "mole", "macio") já houve versões
bíblicas que a traduziram como "depravados", "pervertidos", "efeminados", "efebos",
"meninos prostitutos" e algumas versões modernas chegaram até mesmo a falar em
"homossexuais". Entretanto, até a Reforma no século XVI e no Catolicismo no século XX,
pensava-se que tal palavra significasse "masturbadores". Sabe-se, porém, que para além
de seu sentido literal de "mole" ou "macio", tal termo, quando usado para adjetivar
pessoas, pode também ser entendido como "lasso", "irrefreável", "devasso" ou mesmo
"efeminado". E é a partir dessa última tradução que se tem entendido por parte dos
religiosos tradicionais que, portanto, existiria no texto uma condenação aos homossexuais.
Segundo essa concepção um homem lasso, promíscuo e efeminado só poderia se tratar
de um homossexual.
Não obstante, há uma séria contra-argumentação a esse entendimento. Uma grande, e
hoje crescente, parte dos estudiosos tem questionado essa interpretação, mostrando que
a palavra malakoi, mesmo quando traduzida como "efeminado" jamais pode ser entendida
como uma referência a homossexuais. Para tal intento, mostram que tal tradução é
ambígua uma vez que o termo "efeminado" filologicamente sempre significou, para além
de "pusilânime", também "mulherengo" .
Já em relação à palavra arsenokoitai a controvérsia é ainda maior. Uma vez que ela, em
um intervalo de três séculos, somente aparece em dois escritos de Paulo e,
posteriormente nos Oráculos Proféticos (Sibylline Oracles) e em mais nenhuma outra
literatura na história - e em ambos dois casos a palavra se encontra dentro de uma lista,
de modo a seu significado não poder ser alcançado a partir de um contexto - fica
impossível determinar seu significado literal. Há, porém, um certo consenso que esta
palavra se trata de um neologismo criado por Paulo, que teria juntado as palavras arsen,
que significa "homem" e koiten, que significa "cama". Vale notar que para alguns religiosos
- como os tradutores da NVI e A Bíblia na Linguagem de Hoje - tal dado já seria suficiente
para levá-los a crer que tal palavra se referiria, sim, à "homossexual", uma vez que o
pecado que um homem pode fazer na cama seria, em seus pontos de vista, quase
certamente, um ato homossexual. Tal entendimento - acusado de simplista e homofóbico
pelos liberais - com efeito, não pareceu não dar conta de desvendar a palavra em questão
para a maioria dos exegetas e acadêmicos.
Diante da impossibilidade de encontrar o significado literal da palavra arsenokoitai, uma
ampla gama de estudos acadêmicos foi feita ao longo do século XX no intuito de
compreender de fato o termo e evitar sua tradução de modo precipitado e controverso. É,
então, que pelo método histórico-crítico pôde-se, enfim, compreender o que tem sido
amplamente aceito como o mais provável sentido do neologismo paulino.
Arsenokoitai remete ao conceito de prostituição cultual muitíssimo comum no Antigo
Testamento, quando meninos eram vendidos como kadeshim, ou "prostitutos cultuais",
para os templos pagãos, como os de Dionísio, Baal e Diana, ou mesmo homens livres se
faziam sacerdotes sexuais para se dedicarem a esses templos de freqüente idolatria
orgiástica. A exatidão dessa teoria se provaria uma vez que a Septuaginta, que eram as
escrituras sagradas que Paulo lia à sua época, usa os exatos mesmos termos que o
apóstolo usou em Levítico 18:22: Como homem (arsenos), não te deitarás (koiten), como
mulher…(Kai meta arsenos ou koimethese koiten…), e o texto se finaliza afirmando que tal
ato seria toevah, uma palavra que, como vimos, no hebraico é sempre usada num
contexto de ritual religioso, de impureza no sentido religioso, o que é praticamente um
consenso entre os hermenêutas veterotestamentários.
Há fartas outras comprovações bíblicas que suportam essa teoria de que Paulo quando
fala em sua Carta aos Coríntios 6:9-10, ele esta a afirmar que são os prostitutos cultuais
que não herdarão o reino dos céus, da mesma forma que o texto de Levítico o faz. A
começar pela própria introdução do texto da Lei Mosaica que se inicia (Levítico 18:3)
mostrando que as proibições do capítulo são proibições de práticas que os egípcios e
canaanitas faziam por "estatuto", o que deixa, assim, inquestionável que se tratam de
práticas de cunho religioso pagão. Vários outros textos como Deuteronômio 12:30,I
Reis 14:23, Deuteronômio 23:4, 1 Reis 15:12-13, Deuteronômio 23:17, I Reis 22:46 e II
Reis 23:7 fazem comprovar que Paulo, em Coríntios, em vez de falar de homossexuais,
apenas repete o claro mandamento bíblico de condenação aos prostitutos cultuais.
Devido a esses fortes argumentos, muitas igrejas cristãs históricas, e mesmo muitos
setores da Igreja Romana têm em definitivo desconsiderado esta passagem de Coríntios,
e mesmo a de Romanos, como referentes à homossexualidade. Entendem que os textos
condenam somente o sexo idolátrico, lascivo e promíscuo (entre pessoas do mesmo sexo
ou não). Essa interpretação é ratificada por importantes círculos acadêmicos,
especialmente na Europa e Canadá, e mesmo nos EUA, nos seus setores mais liberais.
Na América Latina, em especial no Brasil, somente a Igreja Evangélica de Confissão
Luterana e a Igreja Anglicana parecem adotar posicionamentos similares. A Nova Bíblia
Anotada Oxford, considerada uma das mais relevantes academicamente do mundo, traz
notas que validam a não condenação dessas passagens aos homossexuais, também
a Bíblia de Jerusalém, umas das traduções mais respeitadas no mundo teológico, não
aceita a tradução desses textos como sendo referentes aos homossexuais. No entanto,
alguns religiosos levantam fortes críticas a essa teologia - também chamada de Teologia
Inclusiva - acusando-a de excessivamente liberal. Afirmam que, mesmo que em se
tratando de prostituição idólatra, as condenações de Paulo também incluiriam os
homossexuais de nosso tempo pois estes, ao adotarem o estilo de vida gay, estariam
optanto por uma prática sexual caída, antinatural e aversa aos valores dividos e, por isso,
recairiam da mesma forma em uma forma também de paganismo idólatra.
É fato notório, não obstante, que importantes teólogos cristãos, até mesmo não liberais,
têm se manifestado a favor da teologia inclusiva em nossos dias. Philip Yancey, Desmond
Tutu, Leonardo Boff, Caio Fábio, Frei Beto, Neemias Mariem,Dom Evaristo Arns, Martin
Luther King Jr, entre outros grandes intelectuais do mundo teológico, têm se manifestado
sistematicamente contra a homofobia da Igreja e pela inclusão teológica dos
homossexuais. No início do ano de 2008, o pastor Philip Yancey, considerado um dos
maiores e mais influentes autores cristãos atuais, colunista da famosa revistaChristianity
Today, deu uma polêmica entrevista à revista gay americana Whosoever na qual afirma
que os homossexuais que não são aceitos em suas igrejas como eles são, deveriam
deixá-las para se socorrerem em outros grupos que os aceitem, pois "estas igrejas
precisam de educação". Já o arcebispo sul-africano Desmond Tutu, um dos mais
importantes líderes anti-apartheid, quando ganhou o Prêmio Nobel da Paz, em 1984,
declarou também que o ódio contra gays é tão condenável quanto o racismo. "Penalizar
alguém por sua orientação sexual é o mesmo que penalizar alguém por algo que a pessoa
nada pode fazer a respeito, como a cor da pele. Ao fazer isso, a Igreja persegue um grupo
que já é perseguido", disse. Leonardo Boff, por sua vez disse que "é fundamental
reconhecer a criação do amor de Deus e dizer que onde há amor entre casais, ou entre
homossexuais, seja mulher ou homem, onde há amor há ato de Deus, porque Deus é
amor.
Queda de Sodoma e Gomorra[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Sodomia e Sodoma e Gomorra
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Homossexualidade e cristianismo
Referências
1. Ir para cima↑ O sexo procriativo seria a única forma natural em que o sexo era pensado na
cultura judaica, especialmente em se tratando das mulheres[carece de fontes]
2. Ir para cima↑ Christ Church (Reformed Presbyterian Church of North America). "Private
Interpretation" (em inglês). Consultado em 16 de outubro de 2009.
3. Ir para cima↑ SWEET, William Warren. American Culture and Religion. Six Essays. Dallas:
Southern Methodist University Press, 1951, p. 36.
4. Ir para cima↑ Bible.org Homosexuality: The Christian Perspective, Q. 3; White-Neill 2002;
Bahnsen 1978
5. Ir para cima↑ Génesis 10:19
6. Ir para cima↑ 13:10
7. Ir para cima↑ Génesis 13:13
8. Ir para cima↑ Génesis 13 e 14
9. Ir para cima↑ Génesis 18:20-33
10. Ir para cima↑ Génesis 19:1-3
11. Ir para cima↑ 19:4,5
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Homossexualidade e cristianismo
História
Deus
Edição
263a
Março de 2009
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Acreditar ou não acreditar em algum Deus? Essa talvez seja a pergunta mais difícil - e
angustiante - da história. A cada mistério do Universo desvendado pela ciência, ou a
cada cura milagrosa atestada até pela medicina, ateus e religiosos vão colecionando
argumentos tanto para a defesa quanto para o ataque. Uns dizem que a crença no divino
é um freio, um obstáculo para a evolução do homem. Outros garantem que é a salvação.
Afinal, crer em Deus traz algum benefício para a humanidade? Algum prejuízo? Para
que lado essa balança pesa?
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MORTE SÚBITA
O primeiro argumento dos críticos da fé é muito simples: não precisamos dela para dar
sentido à vida. A arte, a filosofia e a ciência seriam capazes de fazê-lo com muito mais
consistência. Sigmund Freud (1856-1939), pai da psicanálise, dizia que a crença em
Deus "é uma ilusão e deriva sua força do fato de atender a desejos instintivos". Para ele,
nos afastaríamos desse "estado de atraso" à medida que a ciência avançasse.
Outras mentes brilhantes, contudo, discordam de Freud. Para o escritor irlandês C.S.
Lewis (1898-1963), um dos intelectuais mais influentes do século 20, intervenção
divina seria a única explicação para o que ele chamava de "moralidade universal": um
padrão de comportamento que permeia a humanidade, independentemente de diferenças
culturais ou religiosas entre os povos. "Deus sussurra em nossos ouvidos na
prosperidade, mas, como somos maus ouvintes, não escutamos", costumava dizer.
"Então, Ele gira o botão do amplificador por meio do sofrimento. Aí, finalmente
ouvimos Sua voz."
NEUROSE UNIVERSAL
Por mais corretos que pareçam os raciocínios de Colucci e Saramago, eles não abalam a
convicção de quem prefere acreditar em um ser Todo-Poderoso. Como o teólogo Jorge
Cláudio Ribeiro, professor da PUC de São Paulo. Para Ribeiro, guerras, atentados e
quaisquer outros crimes praticados em nome de Deus são deturpações da fé e não
expressam sua essência. "Ao preconizar paz e harmonia na Terra, a crença em Deus só
pode fazer bem à humanidade."
O filósofo Mário Sérgio Cortella também defende a fé, apesar dos maus usos que alguns
fazem dela. "A crença em Deus pode ser um instrumento de alienação e dominação,
mas também de consolo e de libertação. Tudo depende da intenção de quem se utiliza
dela." A própria ciência, diz Cortella, está sujeita a essa lógica. "Ela também pode ser
usada para o mal." Bombas atômicas e armas químicas ou biológicas, segundo o
filósofo, estão aí para não deixar dúvida.
A verdade é que, para encontrar aspectos positivos e negativos, seja na ciência, seja na
religião, basta querer. Freud, entre muitas críticas à fé, também escreveu que quem a
tem "está bem protegido contra certas doenças da mente, pois, ao aceitar a neurose
universal, livra-se de construir uma neurose para si próprio". E Colucci lembra que, sem
a crença, muitas obras de caridade não existiriam.
• Deus em Questão
Armand M. Nicholi Jr., Ultimato, 2005