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Uma rápida passagem por uma teoria da

Criação, Deus e física, ciência, credo, esoterismo, e


tudo mais que nosso planeta reuniu durante todo o
tempo de sua criação. Começarei pelas teorias de
estudiosos e cientistas, de religiosos e filósofos e
bíblicas, que apesar de muitas vezes ser até infantis e
outras muito codificadas, mas se misturam os, ou
batermos num liquidificador, todas as crenças e
religiões, chegará num fim ou denominador comum, já
que todo planeta que circula dinheiro e religião é de
todo atrasado: Deus existe e não existe, sempre existiu
e nunca existirá, Deus é tudo e não é nada...

Agradeço à minha família, mãe e irmãos,


cunhados e sogros.
Dedico à minha esposa, Kátia e ao meu filho
Yasser, por estarem sempre ao meu lado, incentivando
e me completado, e à memória de minha amada irmã,
Affife e meu saudoso sogro Vicente.
Tentarei ao longo deste livro elucidar sobre
Deus, o mito, a verdade, as mentiras, as ilusões, as
imaginações, enfim, “a verdade em verdade vos
digo”.
Intercalando nessas páginas, entre artigos e
textos religiosos, incluindo a Bíblia, deixo minhas
traduções, elucidações, explicações, criatividade,
imaginação e coerência acerca de Deus, sem ter cunho
religioso, ao contrário, mesmo porque eu não sigo
religião alguma, não me adapto à elas, e me entedia o
debates das mesmas. Não sou ateísta na essência da
palavra, nem agnóstico com suposições e dúvidas.
Considero-me totalmente avesso à religiões,
sejam elas quais forem. Acho um imbróglio que
remonta a milênios, com o principal intuito de controle,
lavagem cerebral e poder, e o principal, dinheiro, muito
dinheiro, retirados de multidões e estados.
Esse livro representa e reflete o meu
pensamento e conclusões sobre a existência ou não de
Deus, nada mais. Não quero e nem posso recriminar
ou julgar religiões e seus seguidores, ou adeptos de
esoterismo e crenças. Nunca foi e nem será minha
intenção, primeiro porque não sou dono da verdade,
nem absoluta nem parcial nesse quesito de fé.
Apenas sopro algumas dúvidas para os
céticos, algumas elucidações para os que pendem de
um lado para o outro, e por fim, um lampejo de
sobriedade e coerência a quem tem um mínimo de
inteligência e formação de opinião, e também, colocar
ou acrescentar dúvidas, suspeitas, desmentidos e
afirmações aos que ainda não se decidiram sobre o
tema. Nada de intolerância, pois já temos e tivemos
muita em nome de Deus, que, aliás, é a maior delas.
Basta observarmos certos líderes religiosos.
Pois como disse Ghandi, "nunca conseguirás
convencer um rato de que um gato traz boa sorte", e
logo adiante o mesmo pacifista conclui: "Deus não tem
nenhuma religião".
Ao longo da história escrita e escutada da
humanidade que nos foi passado, a ideia ou
compreensão de Deus assumiu várias concepções em
todas as sociedades e grupos já existentes, desde as
primitivas formas pré-clássicas das crenças
provenientes e educadas nas
inúmeras tribos da Antiguidade até os dogmas das
variadas, incoerentes e até de certo modo infantis, as
modernas religiões da civilização atual.
Sempre a procura de Deus foi um ideal.
Também um dilema. Uma equação indissolúvel.
Chegando, em muitos casos, ao desespero. Ninguém
deu uma definição precisa sobre o tema. Em muitos
lugares é um tabu, em outros um dogma, em muito
poucos, um tema proibido.
Não sou a verdade e nem tenho essa
pretensão. Tento como mencionei acima, elucidar, ou
dar condições de argumentos para debater, criticar e
acabar com mitos criados pelo homem sobre Deus.
A seguir, definições etimológicas, sinônimos,
adjetivos, conceitos e traduções religiosas, sobre o
Criador, para que os leitores entendam o tanto de
diferença que existe em nome de Deus. Logo adiante,
minhas definições e argumentos. Espero despertar,
pelo menos, uma ponta de dúvida no que nos foi
ensinado durante milênios.
Como disse o grande filósofo alemão
Nietzsche, "O homem, em seu orgulho, criou a Deus a
sua imagem e semelhança”.

DEUS: IDEIAS E DEFINIÇÕES

Existência de Deus

Argumentos contra e a favor da existência


de deus têm sido propostos por filósofos, teólogos,
cientistas e outros pensadores ao longo da história. Os
que acreditam na existência de uma ou mais
divindades são chamados de teístas, os que rejeitam a
existência de deuses são chamados ateístas. Os que
não duvidam nem acreditam, e necessitam de uma
prova, mantendo-se a dúvida, chamamos de
agnósticos.

A ideia de "Deus"

Existem diferentes definições para Deus, o


qual tanto pode ser um ser com poderes sobrenaturais,
amado ou temido, quanto representar o princípio
criador e mantenedor de todas as coisas do universo,
sendo boas ou ruins, certas e erradas.
A definição de Deus abraâmico é de um Ser
Supremo, um espírito dotado de entendimento e de
vontade, infinitamente perfeito que existe por si mesmo
- porque de ninguém recebeu a existência, ninguém O
fez - e de quem todos os outros seres recebem a
existência. É o único Ser necessário que existe desde
toda a eternidade, sempre existiu e sempre existirá.
Deus é Aquele que é. Portanto, um ser Deus, é
impossível. Não há concepção definida de Deus.
Sentimos a sua presença, tanto no bem como no mal.
Nas páginas a seguir, vocês terão várias
interpretações sobre Deus, na visão de estudiosos,
teólogos, ateus, agnósticos e de todas as religiões:
Deus muitas vezes é expressado como o
criador e Senhor do universo. Teólogos têm
relacionado uma variedade de atributos
para concepções de Deus muito diferentes.
Os mais comuns e variados sinônimos de
Deus, entre os quais essas incluem consciência,
onisciência, onipresença, onipotência, benevolência
(bondade perfeita), simplicidade divina, zelo,
sobrenatural, eternidade e de existência necessária.
Deus também tem sido em muitas
definições, compreendido como sendo incorpóreo, um
ser com personalidade divina, a fonte de toda
a obrigação moral, e o "maior existente". Estes
atributos foram todos suportados em diferentes graus
anteriormente pelos filósofos
teológicos judeus, cristãos e muçulmanos, ortodoxos
ou não incluindo Rambam, Agostinho de Hipona e Al
Ghazali, respectivamente.
Muitos filósofos medievais notáveis
desenvolveram durante suas existências, argumentos
para a existência de Deus, tencionando combater as
aparentes contradições implicadas por muitos destes
atributos.
Na maioria dos casos, ou posso afirmar, em
100% deles, esses argumentos e definições foram para
dominar, arbitrar, restringir, controlar e autoritar sobre
os povos da época. E seguem assim a te hoje.

Etimologia e uso

Tanto a forma capitalizada do termo Deus,


quanto seu diminutivo, que vem a simbolizar
divindades, deidades em geral, tem origem no termo
latino para Deus, divindade ou deidade. Português é a
única língua românica neolatina que manteve o termo
em sua forma nominativa original com o final do
substantivo em "us", diferentemente do espanhol dios,
francês dieu, italiano dio e do romeno, língua que
distingue Dumnezeu, criador monoteísta e zeu, ser
idolatrado.
O latim Deus e divus, assim como o grego
διϝος = "divino" descendem do Proto-Indo-Europeu*
deiwos = "divino", mesma raiz que Dyēus, a divindade
principal do panteão indo-europeu, igualmente cognato
do grego Ζευς (Zeus). Na era clássica do latim o
vocábulo era uma referência generalizante a qualquer
figura endeusada e adorada pelos pagãos e atualmente
no mundo cristão é usada hodiernamente em frases
e slogans religiosos, como por exemplo, Deus sit
vobiscum, variação de Dominus sit vobiscum, "o
Senhor esteja convosco",o hino litúrgico católico Te
Deum, proveniente de Te Deum Laudamus, "A Vós, ó
Deus, louvamos"e a expressão que advém da tragédia
grega Deus ex machina. Virgílio com Dabit deus his
quoque finem, "Deus trará um fim à isto". Em cada
canto do planeta ouvia-se frases e lemas como o grito
de guerra utilizado no Império Romano Tardio e
no Império Bizantino, nobiscum deus, "Deus está
conosco", assim como o grito das cruzadas Deus vult,
"assim quer Deus", "esta é a vontade de Deus".
Em latim existiam as expressões
interjectivas "O Deus meus" e "Mi Deus",
correspondentes ao português (Oh) meu Deus!, (Ah)
meu Deus!, Deus meu!.
Dei é uma forma flexionada ou declinada de
Deus, usada em expressões utilizadas pelo Vaticano,
como as organizações católicas apostólicas
romanas Opus Dei (Obra de Deus, sendo obra oriunda
deopera), Agnus Dei (Cordeiro de Deus) e Dei
Gratia (Pela Graça de Deus). Geralmente trata-se do
caso genitivo ("de Deus"), mas é também a forma plural
primária adicionada à variante di. Existe o outro
plural, dii, e a forma feminina deae ("deusas").
A palavra Deus, através da forma
declinada Dei, é a raiz
de deísmo, panteísmo, panenteísmo, e politeísmo,
ironicamente tratam-se todas de teorias na qual
qualquer figura divina é ausente na intervenção da vida
humana. Essa circunstância curiosa originou-se do uso
de "deísmo" nos séculos XVII e XVIII como forma
contrastante do prevalecente "teísmo". Teísmo é a
crença em um Deus providente e interferente.
Seguidores dessas teorias e
ocasionalmente, seguidores do panteísmo, podem vir a
usar em variadas línguas, especialmente no inglês o
termo "Deus" ou a expressão "o Deus" (the God), para
deixar claro de que a entidade discutida não trata-se de
um Deus teísta. Arthur C. Clarke usou-o em seu
romance futurista, 3001: The Final Odyssey. Nele, o
termo "Deus" substituiu "God" no longínquo século
XXXI, pois "God" veio a ser associado com fanatismo
religioso. A visão religiosa que prevalece em seu
mundo fictício é o Deísmo.
São Jerônimo traduziu a palavra
hebraica Elohim (‫ אלהים‬,‫ )ֱא לֹוִה ים‬para o latim como
Deus.
A palavra pode assumir conotações
negativas em algumas utilizações. Na filosofia
cartesiana, a expressão Deus deceptor é usada para
discutir a possibilidade de um "Deus malévolo" que
procura iludir-nos. Esse personagem tem relação com
um argumento cético que questiona até onde um
demônio ou espírito mau teria êxito na tentativa de
impedir ou subverter o nosso conhecimento. Outra
é deus otiosus ("Deus ocioso"), um conceito teológico
para descrever a crença num Deus criador que se
distancia do mundo e não se envolve em seu
funcionamento diário. Um conceito similar é deus
absconditus ("Deus absconso ou escondido") de São
Tomás de Aquino.
Ambas referem-se a uma divindade cuja
existência não é prontamente reconhecida nem através
de contemplação ou exame ocular de ações divinas in
loco. O conceito de deus otiosus frequentemente
sugere um Deus que extenuou-se da ingerência que
tinha neste mundo e que foi substituído por deuses
mais jovens e ativos que efetivamente se envolvem,
enquanto deus absconditus sugere um Deus que
conscientemente abandonou este mundo para ocultar-
se alhures.
A forma mais antiga de escrita da palavra
germânica Deus vem do Codex
Argenteus cristão do século VI. A própria palavra
inglesa é derivada da Proto-Germânica "ǥuđan". A
maioria dos linguistas concordam que a forma
reconstruída da Proto-Indo-Européia (ǵhu-tó-m) foi
baseada na raiz (ǵhau(ə)-), que significa também
"chamar" ou "invocar".[4]
A forma capitalizada Deus foi primeiramente
usada na tradução gótica Wulfila do Novo Testamento,
para representar o grego "Theos". Na língua inglesa, a
capitalização continua a representar uma distinção
entre um "Deus" monoteísta e "deuses" no
politeísmo. Apesar das diferenças significativas entre
religiões como o Cristianismo, Islamismo, Hinduísmo,
a Fé Bahá'í e o Judaísmo, o termo "Deus" permanece
como uma tradução inglesa comum a todas. O nome
pode significar deidades monoteísticas relacionadas ou
similares, como no monoteísmo primitivo de Akenaton
e Zoroastrismode (Zoroastro).

Nome
A palavra Deus no latim, em inglês God e
suas traduções em outras línguas como o grego Θεός
eslavo Bog, sânscrito Ishvara, ou arábico Alá, são
normalmente usadas para toda e qualquer concepção.
O mesmo acontece no hebraico El, mas no judaísmo,
Deus também é utilizado como nome próprio,
o Tetragrama YHVH, que acredita-se referir-se à
origem henoteística da religião. Na Bíblia, quando a
palavra "Senhor" está em todas as capitais, isto
significa que a palavra representa o tetragrama.
Deus também pode receber um nome
próprio em correntes monoteísticas do hinduísmo que
enfatizam sua natureza pessoal, com referências
primitivas ao seu nome como KrishnaKrishna,
Vasudeva, Bhagvata ou posteriormente Vixnu e Hari,
ou recentemente Shakti.
É difícil desenhar uma linha entre os nomes
próprios e epítetas de Deus, como os nomes e títulos
de Jesus no Novo Testamento, os nomes de Deus no
Qur'an ou Alcorão ou Corão, e as várias listas
demilhares de nomes de Deus e a lista de títulos e
nomes de Krishna no Vixnuísmo.

Na antiguidade
Quase todos os povos da Antiguidade
desenvolveram religiões politeístas.
Seus deuses podem ter diferentes nomes,
funções ou grau de importância ao longo dos tempos.
Em geral, as mudanças nos panteões
de deuses refletem movimentos internos dos povos
antigos, processos migratórios, conquistas e
miscigenações.

CAPÍTULO 2 – RELIGIÕES: COMO


COMEÇARAM

Religiões do Egito

Até a unificação dos povos do vale do rio


Nilo e o surgimento das dinastias dos faraós (3.000
a.C.), existem no Egito vários grupos autônomos, com
seus próprios deuses e cultos. Durante o período
dinástico (até 332 a.C.) os egípcios são politeístas.
Os faraós são considerados personificações
de deuses e os sacerdotes constituem uma casta
culta e de grande poder político. O monoteísmo
acontece apenas durante o reinado do faraó Amenofis
IV, que muda seu nome para Akenaton, em
homenagem ao deus-sol. As pirâmides e os templos
são alguns dos registros da religiosidade do povo
egípcio, da multiplicidade de seus deuses e do
esplendor de seus cultos.

Divindades egípcias

A principal divindade é o deus-sol (Rá). Ele


tem vários nomes e é representado por diferentes
símbolos: Atom, o disco solar; Horus, o Sol nascente.
Os antigos deuses locais permanecem, mas
em segundo plano, e as diferentes cidades mantêm
suas divindades protetoras.
Várias divindades egípcias são simbolizadas
por animais: Anúbis, deus dos mortos, é o chacal;
Hator, deusa do amor e da alegria, é a vaca; Khnum,
deus das fontes do Nilo, é o carneiro e Sekmet, deusa
da violência e das epidemias, é a leoa. Nas últimas
dinastias difunde-se o culto a Ísis, deusa da
fecundidade da natureza, e Osíris, deus da agricultura,
que ensina as leis aos homens.

Religiões da Mesopotâmia

A Mesopotâmia é a região delimitada pelos


vales férteis dos rios Tigre e Eufrates (atual sul da
Turquia, Síria e Iraque). Ali surgem povos e civilizações
tão antigas como a do Egito: os sumérios e os semitas,
estes divididos em acádios, assírios e babilônios. Os
sumérios são os primeiros a inventar a escrita - os
caracteres cuneiformes. Descobertas arqueológicas e a
decifração da escrita cuneiforme têm revelado as
tradições culturais e religiosas desses povos. Entre os
documentos decifrados destacam-se alguns anteriores
ao século XV a.C.: o código de Hamurabi, com as leis
que regem a vida e propriedade dos súditos do
imperador Hamurabi (1.728 a.C.?-1.686 a.C.?); Enuma
elis, poema babilônico da criação, e a Epopéia de
Gilgamesh, relato da vida do lendário soberano de
Uruk, cidade suméria nas margens do rio Eufrates.

Deuses sumérios

Os primitivos deuses sumérios são Anou ou


An, deus-céu; Enki ou Ea, que ora aparece como deus-
terra, ora como deus-água; Enlil, deus do vento e, mais
tarde, deus da terra; Nin-ur-sag, também chamada de
Nin-mah ou Aruru, a senhora da montanha.
A hierarquia entre esses deuses muda com
o tempo. No início da civilização suméria, Anou ocupa
a principal posição. Depois, o deus supremo passa a
ser Enlil, considerado o regente da natureza, o senhor
do destino e do poder dos reis.

Deuses da Babilônia

Os semitas (babilônios e assírios)


incorporam os deuses sumérios, trocam seus nomes e
alteram sua hierarquia. Anou, Enki e Enlil (chamado de
Bel) permanecem como deuses principais até o reinado
de Hamurabi. Eles veneram Sin, o deus-lua, e Ishtar ou
Astarté, deusa do dia e da noite, do amor e da guerra.
No reinado de Hamurabi, o deus supremo passa a ser
Marduk, o mesmo Enlil dos sumérios e Bel dos
primeiros babilônios, porém mais poderoso.
Chamado de pai dos deuses ou criador,
Marduk sobrevive com o nome de Assur, deus supremo
da Assíria, quando esse povo domina a Mesopotâmia.

Cultos e rituais da Mesopotâmia


A relação com os deuses é marcada pela
total submissão às suas vontades e pelo sentimento de
impureza, expresso nos salmos de penitência para
implorar o perdão.
Os deuses manifestam suas vontades
através de sonhos e oráculos. Os antigos sumérios
procuram obter as graças divinas por meio de
sacrifícios regulares e oferendas. Cada deus tem uma
festa especial. Os sumérios acreditam na vida após a
morte, mas a alma não passa de uma sombra que
habita as trevas de Kur, espécie de inferno.

Religião grega

A Grécia antiga compreende o sul da


península balcânica, a costa oeste da Ásia Menor
(atual Turquia), as ilhas do mar Jônico e do mar Egeu e
as regiões sudoeste e sul da península itálica (Magna
Grécia). Durante o reinado de Alexandre, o Grande,
incorpora também o norte do Egito. Os povos helênicos
estabelecem-se em ondas sucessivas nessas regiões,
assimilam e reelaboram a cultura local.
As divindades evoluem com o tempo e
assumem diferentes significados. Embora exista um
panteão de deuses comum a todos os gregos, cada
cidade-estado tem seu próprio deus protetor, com seus
cultos, rituais e festas específicos.
Deuses gregos

Os deuses gregos representam forças e


fenômenos da natureza e também impulsos e paixões
humanas. Moram no Monte Olimpo e de lá controlam
tudo o que se passa entre os mortais. O panteão grego
inclui semideuses, heróis e inúmeras entidades, como
os sátiros e ninfas, espíritos dos bosques, das águas
ou das flores.

Deuses olímpicos

O principal deus grego é Zeus, o pai e rei


dos deuses e dos homens.
Cultuado em toda a Grécia, é o guardião da
ordem e dos juramentos, senhor dos raios e dos
fenômenos atmosféricos. Hera, irmã e esposa de Zeus,
preside os casamentos, os partos, protege a família e
as mulheres. Atena, ou Palas Atena, nasce da cabeça
de Zeus, já completamente armada. É a deusa da
inteligência, das artes, da indústria e da guerra
organizada. Apolo, filho de Zeus e da deusa Leto, é o
deus da luz da juventude, da música, das artes, da
adivinhação e da medicina. Dirige o "carro do Sol" e
preside os oráculos. Artemis, irmã gêmea de Apolo, é a
deusa-virgem, símbolo da vida livre, das florestas e da
caça. Afrodite, deusa da beleza, do amor e da volúpia
sexual, é casada com Hefestos ou Hefaísto, filho de
Zeus e de Hera, feio e disforme, protetor dos ferreiros e
dos ofícios manuais. Hares (Ares), filho de Zeus e
Hera, é o deus da guerra violenta. Poseidon ou
Posídeon, irmão de Zeus, é o deus do mar. Hades,
irmão de Zeus, governa a vida após a morte e a região
das trevas - espécie de inferno grego. Deméter é a
deusa da agricultura. Dionísio, deus da videira e do
vinho. Hermes, filho de Zeus e da ninfa Maia, é
o mensageiro dos deuses, protetor dos pastores, dos
negociantes, dos ladrões e inspirador da eloquência.

Cultos e rituais gregos

A religiosidade grega não se expressa


através de textos sagrados.
Os deuses estão presentes em todos os
aspectos da vida cotidiana, e são reverenciados por um
conjunto de práticas e rituais realizados em bosques
sagrados, templos ou cumes de montanhas. Os
sacerdotes consagram a vida ao culto de um deus
específico e, nos templos, presidem sacrifícios,
transmitem e interpretam oráculos.

Festas e santuários gregos

Os principais santuários do mundo grego


são Delos e Delfos, em homenagem a Apolo; Olímpia,
a Zeus; Epidauro, a Asclépio; Elêusis, a Deméter. Cada
cidade grega tem sua própria festa em homenagem ao
deus protetor. As mais importantes são a Panatenéia,
em honra de Atena; as Olimpíadas, celebradas a cada
quatro anos em Olímpia, com a organização de jogos
em homenagem a Zeus; e as Dionísias, grande festa
popular que inclui representações dramáticas, em
homenagem a Dionísio, celebrada em Atenas e
também em áreas camponesas.

Religiões de Roma

A primitiva religião dos romanos é formada


pela fusão das tradições dos povos etruscos e itálicos,
antigos habitantes da península itálica.
Tem acentuado caráter doméstico, expresso
nas divindades protetoras da família (Lares), nas
preces e oferendas rituais cotidianas, nos sacrifícios
propiciatórios pela paz, para pedir bom tempo ou boas
colheitas, e no culto aos mortos.
Cultuam inúmeras divindades
menores (Numes), relacionadas com elementos
naturais e com aspectos da vida humana. Com a
expansão da República e do Império, os romanos
incorporam tradições religiosas de povos conquistados,
principalmente dos gregos.
A religião e cultos domésticos permanecem
ao lado de uma sofisticada religião oficial, que inclui até
os imperadores no panteão dos deuses.

Primeiros deuses romanos

Entre os deuses primitivos destacam-se


Janus, que durante muito tempo reina sobre os demais
deuses; Juno, protetora dos casamentos, das mulheres
e dos partos; Júpiter, deus da claridade e dos
fenômenos atmosféricos; Deméter, deusa da
agricultura e da fertilidade; Marte, considerado o "pai
dos romanos", senhor da guerra e das atividades
humanas essenciais; e Quirino, antigo deus da
agricultura, muitas vezes associado a Marte.

Deuses da República e do Império


Durante a República, o panteão romano
passa a ser dominado por uma tríade divina - Júpiter,
Juno e Minerva - e começa a incorporação dos deuses
gregos: Júpiter é Zeus, Juno é Hera, Minerva é Atena,
Apolo transforma-se em Helius e sua irmã, Artemis, em
Diana, a caçadora.
Hermes, o mensageiro dos deuses gregos, é
o Mercúrio romano.
Poseidon, deus grego do mar, é assimilado
como Netuno, seu irmão Hades é Plutão, e Cronos,
deus primitivo grego, pai de Zeus, Netuno e Plutão, é
associado à Saturno, também um antigo deus romano.

Cultos romanos

Na Roma primitiva os sacerdotes são pouco


numerosos e os mais importantes são os dedicados ao
culto de Janus. Os cultos são realizados não só em
templos, como também nas próprias casas. Orações,
sacrifícios e promessas compõem os rituais. Aos
poucos, os sacerdotes ampliam seu poder político a
ponto de confundirem-se com o Estado. Na República,
o colégio dos pontífices já regula completamente a vida
religiosa e, na época do Império, o cargo de pontífice
máximo é disputado pelo próprio imperador.

Religiões do Irã antigo

A mais antiga civilização da região do antigo


Irã, ao norte da Mesopotâmia, data do século XX a.C.
Apesar de sucessivas ocupações pelos povos medas e
persas, uma certa homogeneidade cultural é
preservada até a invasão muçulmana, no século VII da
era cristã.
A religião dos antigos iranianos está
registrada nos Avestas, conjunto de textos sagrados
escritos a partir do século VI a.C.

Masdeísmo

Religião naturalista e dualista, centrada no


culto a Ahura-Mazda, deus da luz e criador do universo,
que se opõem a Angra-Mainyu ou Ahrimanunha,
senhor do reino das trevas.
Ahura-Mazda comanda as divindades
luminosas e benévolas, como Mithra, deus-pastor,
protetor das chuvas, mais tarde associado ao Sol, e
Anahita, deusa das fontes e da fecundidade. Mais
tarde, com o zoroastrismo, Ahura-Mazda é elevado a
deus único.
Zoroastrismo

Religião centrada na pureza de coração e na


prática das virtudes. Boas palavras, bons pensamentos
e boas ações abririam o caminho para o paraíso, onde
o bem suplantaria definitivamente o mal. Sua doutrina é
registrada por seus discípulos nos Avestas, textos
sagrados escritos a partir do século VI a.C.

Zoroastro

Ou Zaratustra, profeta e reformador religioso


e social do século VI a.C. Aos 40 anos começa a
pregar a existência de um deus único e a prática da
virtude. Converte o rei meda Histaspes (ou Vishtaspa),
pai do imperador Dario, e conquista grande influência.
Realiza uma reforma religiosa: as divindades
secundárias são excluídas e Mazda, um deus bom e
sábio, passa à categoria de deus único.

Zoroastrismo atual

O zoroastrismo sobrevive até hoje em


populações do interior do Irã e na religião dos Parsis,
grupo que foge da antiga Pérsia para a Índia após a
invasão muçulmana. A comunidade parsis, instalada na
região de Bombaim, reúne cerca de 100 mil pessoas.
Veneram o fogo, praticam longas abluções (lavagens) e
purificações à beira-mar e preservam o ritual de deixar
os mortos sobre os lugares altos, chamados de torres
do silêncio.

Cultos masdeístas

A terra, o fogo e as águas são sagrados.


Para não poluí-las, os masdeístas não enterram seus
mortos, considerados impuros. Os cadáveres são
deixados em torres para serem devorados por aves de
rapina.

Nas religiões monoteístas atuais

(Cristianismo, judaísmo, zoroastrismo, islami


smo, sikhismo e a Fé Bahá'í), o tremo “Deus” refere-se
à ideia de um ser supremo, infinito, perfeito, criador do
universo, que seria a causa primária e o fim de todas
as coisas. Os povos da mesopotâmia o chamavam
pelo Nome, escrito em hebraico como ‫יהוה‬
(o Tetragrama YHVH). Mas com o tempo deixaram de
pronunciar o seu nome diretamente, apenas se
referindo por meio de associações e abreviações, ou
através de adjetivos como "O Salvador", "O Criador" ou
"O Supremo", e assim por diante.
Um bom exemplo desse tipo de associação,
ainda estão presentes em alguns nomes e expressões
hebraicos, como Rafael ("curado por Deus" - El),
e árabes, por exemplo Abdallah ("servo - abd - de
Deus" - Allah).
Muitas das diversas traduções das Bíblias
cristãs grafam a palavra, opcionalmente, com a inicial
em maiúscula, ou em versalete (DEUS), substituindo a
transcrição referente ao tetragrama, YHVH,
conjuntamente com o uso de SENHOR em versalete,
para referenciar que se tratava
do impronunciável nome de Deus, que na cultura
judaica era substituído pela pronúncia Adonay.
As principais características deste Deus-
Supremo seriam:
 a Onipotência: poder absoluto sobre todas
as coisas;
 a Onipresença: poder de estar presente
em todo lugar;
 a Onisciência: poder de saber tudo.
Essas características citadas foram
reveladas aos homens através de textos contidos nos
Livros Sagrados, quais sejam:
 o Bagavadguitá, dos hinduístas;
 o Tipitaka, dos budistas;
 o Tanakh, dos judeus;
 o Avesta, dos zoroastrianos;
 a Bíblia, dos cristãos;
 o Livro de Mórmon, dos santos dos
últimos dias;
 o Alcorão, dos islâmicos;
 o Guru Granth Sahib dos sikhs;
 o Kitáb-i-Aqdas, dos bahá'ís;

Esses livros relatam histórias e fatos


envolvendo personagens escolhidos para testemunhar
e transmitir a vontade divina na Terra ao povo de seu
tempo, tais como:

 Abraão e Moisés, na fé
judaica, cristã e islâmica;
 Zoroastro, na fé zoroastriana;
 Krishna, na fé hindu;
 Buda, na fé budista;
 Jesus Cristo, na fé cristã e
islâmica;
 Maomé, na fé islâmica;
 Guru Nanak, no sikhismo,
 Báb e Bahá'u'lláh, na fé Bahá'í
Nomes de Deus

As fés monoteístas acreditam que há e só


pode haver um único ser supremo.
No politeísmo acredita-se na coexistência de
diversas deidaddes (ou divindades). As concepções
destes seres variam enormemente em cada cultura,
mas a palavra Deus em português (e de traduções em
línguas neolatinas é referida para designar todos estes
conceitos.

Religiões abraâmicas

Religião abraâmica, também referido


como monoteísmo do deserto, é uma designação
genérica para as religiões que derivam da tradição
semítica que têm na figura do patriarca Abraão o seu
marco referencial inicial. Stricto sensu as religiões
consideradas abraâmicas são: Judaísmo, Cristianismo
e Islamismo. Muitos nomes de Deus são comuns entre
as três religiões, principalmente entre o Judaísmo e o
Cristianismo, já que este é derivado daquele.
Judaísmo

Javé ou Jehová sãolo calizações comuns do


nome pessoal de Deus baseados bo tetragrama
hebraico.
A maior parte das Bíblias cristãs modernas
removeu este nome em quase todas as sete mil
ocorrências contidas nas Escrituras Hebraicas,
normalmente usando a palavra Senhor ou uma
alternativa semelhante.
A remoção foi causada num determinado
período, por uma tradição[1], criada por judeus copistas,
que passaram a ter receio de que o nome
sagrado fosse usado ou pronunciado de modo indevido
ou sem o devido respeito pelas pessoas que tivessem
acesso aos textos sagrados.
Mais uma variação ou “conserto” em Deus.

Tetragrama
O Tetragrama Sagrado YHVH ou YHWH
(mais usado), (‫יהוה‬, na grafia original, o hebraico),
refere-se ao nome do Deus de Israel em forma escrita
já transliterada e, pois, latinizada, como de uso corrente
na maioria das culturas atuais. A forma da expressão
ao declarar o nome de Deus YHVH ou JHVH (na forma
latinizada) deixou de ser utilizada a milhares de anos,
pois na pronuncia correta do hebraico original (que é
declarada como uma língua quase que completamente
extinta). As pessoas perderam ao longo das décadas a
capacidade de se pronunciar de forma satisfatoria e
correta, pois a língua precisaria se curvar (dobrar) de
uma forma em que especialistas no assunto
descreveriam hoje em dia como impossível.
Originariamente, em aramaico e hebraico, era escrito e
lido horizontalmente, da direita para esquerda ‫ ;יהוה‬ou
seja, HVHY. Formado por quatro consoantes hebraicas
— Yud ‫ י‬Hêi ‫ ה‬Vav ‫ ו‬Hêi ‫ ה‬ou ‫יהוה‬, o Tetragrama YHVH
tem sido latinizado para JHVH já por muitos séculos.
Algumas versões da Bíblia, traduzem e
transcrevem o Tetragrama como Javé, e algumas
outras como Jeová: A King James Version
(autorizada), 1611:
 Transcreve quatro vezes como o
nome pessoal do Deus (todos em textos
considerados de importância),por
exemplo, Êxodo 6:3; Salmo 83:18; Isaías 12:2
26:4;e três vezes junto a nomes de lugares: Gênesis
22:14; Êxodo 17:15 e Juízes 6:24. A Versão de
Padrão Americana, edição 1901:
 Traduz consistentemente o
Tetragrama como Je-ho’vah em todos os 6.823
lugares onde ocorre nas Escrituras Hebraicas.
 A Nova bíblia Inglesa:
 Publicada pela imprensa da
Universidade de Oxford, 1970, por
exemplo Génesis 22:14; Êxodo 3:15,16; 6:3;
17:15; Juízes 6:24 ;
 A Bíblia Viva: Publicada Tyndale
House, Illinois 1971, por exemplo
Génesis 22:14, Êxodo 4:1-27; Deuteronio
4;19;5;6;5;Levítico 36:
 Deuteronômio 4:29,39;5:5,6; Juízes
6:16,24; Salmos 83:18 110:1; Isaías 10:1 45.1 18;
 A Versão de João Ferreira de
Almeida, a Almeida Revista e Corrigida, de 1693:
 Empregou milhares de vezes na
forma JEHOVAH, como se pode ver na reimpressão,
de 1870, da edição de 1693. A Edição Revista e
Corrigida (1954) retém o Nome em sua forma
moderna (Jeová) em lugares tais
como Salmo 83:18; Isaías 12:2 dentre outros, e
extensivamente, no livro
de Isaías, Jeremias e Ezequiel.
 La Santa Bíblia - Version Reina-
Valera (1909):
 Traduz quase todas as vezes
integralmente como Jehova.
 A Tradução do Novo Mundo das
Escrituras Sagradas:
 Publicada pela Sociedade Torre de
Vigia de Bíblias e Tratados, New York, Inc., 1961 e
revisada em 1984. Traduz o Tetragrama quase
7.000 vezes.
Alguns grupos religiosos, como
as Testemunhas de Jeová, aceitam a tradução do
Tetragrama como Jeová,. E esta tradução passou a ser
usada entre alguns grupos cristãos quando a pronúncia
exata de (‫ )יהוה‬ainda é desconhecida. Já alguns grupos
evangélicos aceitam unicamente o nome Javé como
correto. Algumas traduções católicas traduzem
para Javé.

Lista de títulos e nomes de Deus


(Judaico-Cristãos)

Aará - Meu Pastor


Adon Hakavod - Rei da Glória
Adonay (‫ )חשם‬- Senhor
Attiq Yômin - Antigo de Dias
Divino Pai Eterno - uma concepção a Deus Pai El (‫ )אל‬-
Deus "Aquele que vai adiante ou começa as coisas"
El-Berit - Deus que faz pacto ou aliança
El Caná - O Deus Zeloso
El Deot - O Deus das Sabedorias
El Elah - Todo Poderoso
El Elhôhê Israel- Deus de Israel
El-Elyon (‫)עליון אל‬- Deus que faz pacto ou aliança
El-Ne'eman - Deus de graça e misericórdia
El-Nosse - Deus de compaixão
El-Olan (‫)םאל על‬- Deus eterno, da eternidade
El-Qana - Deus zeloso
El Raí - O Deus que tudo vê
El-Ro'i - Deus que vê (da vista)
El-Sale'i - Deus é minha rocha, o meu refúgio
El-Shadday (‫)שרי על‬- Deus Todo-Poderoso
Eliom - Altíssimo
Elohim – (plural) (‫)אלחים‬- Deus; Criador "implícito o
poder criativo e a onipotência"
Eloah – (singular) (‫)ה׀לא‬- Deus; Criador "implícito o
poder criativo e a onipotência"
Gibbor - Poderoso
Há'Shem – (‫)השם‬- O Nome - Senhor - o mesmo que
YHVH
Jehoshua - Javé (ou Jehová) é a Salvação
Javé Jire - também conhecido como Deus de Abraão,
Isaque e Jacó.
Kadosh - Santo
Kadosh Israel - Santo de Israel
Malah Brit - O Anjo da Aliança
Maor - Criador da Luz
Margen - Protetor
Mikadiskim - Que nos santifica
Palet - Libertador
Rofecha - Que te sara
Salvaon - Senhor Todo-Poderoso
Shadday (‫ )שרי‬- Todo Poderoso
Shaphatar - Juiz
Yahweh - Javé
Yaveh (Ha'Shem) El Elion Norah - O Senhor Deus
Altíssimo é Tremendo
Yaveh (Ha'Shem) Tiçavaot - Senhor das Hostes
Celestiais
Yeshua - Jesus o Nome sobre todo o Nome
YHWH – (‫ )יהוה‬- Tetragrama; Um nome difícil, quase
impronunciável, de Deus; quase sempre traduzido
por Senhor.
Yehoshua - (Jesus)é o Salvador
Javé - (Ha'Shem) é a Salvação
YHWH (Ha'Shem) Eloheka - O Senhor teu Deus
YHWH (Ha'Shem) Elohim – (‫ )יהוה אלהים‬- Senhor
(criador) de todas as coisas
YHWH (Ha'Shem) Hosseu - O Senhor que nos criou
YHWH (Ha'Shem) Jaser - O Senhor é Reto
YHWH (Ha'Shem) Jireh – (‫ )יהוה ידח‬- O Senhor proverá
– Deus proverá
YHWH (Ha'Shem) Nissi – (‫ )יהוה נסי‬- O Senhor é a
Minha Bandeira
YHWH (Ha'Shem) Raah – (‫ )יהוה דעה‬- O Senhor é o
Meu Pastor
YHWH (Ha'Shem) Rafa – (‫ )יהוה דפה‬- O Senhor que te
sara
YHWH (Ha'Shem) Sabaoth – (Sebhãôh) – (‫ )יהוה צכאח‬-
Senhor dos Exércitos
YHWH (Ha'Shem) Shalom – (‫ )יהוה שלום‬- O Senhor é
Paz
YHWH (Ha'Shem) Shammah – (‫ )יהוה שמה‬- O Senhor
está presente; O Senhor está ali.
YHWH (Ha'Shem) Tsidikenu – (‫ )יהוה צדקנו‬-
Senhor Justiça nossa; O Senhor é a nossa Justiça.
Yochanan (Yehochanan)- João - no sentido
de Deus se compadeceu, Deus teve misericórdia
Vários dos termos acima mencionados são títulos
aplicados ao nome divino, como Shadday (Todo
Poderoso), e outros termos. A palavra El em hebraico
significa literalmente "forte", "poderoso", comumente
traduzido pelo título "Deus". Predominantemente, nas
referências feitas nas Escrituras Hebraicas (Velho
Testamento) mencionando a identificação do nome de
Deus (Ex.: Sal. 83:18; Amós 5:8; Isaías 42:8, etc.), é
utilizado o tetragrama ‫יהוה‬, comumente traduzido por
Iavé, Javé, ou Jeová. Nem todas estas traduções são
aceitas por todos os cristãos.

Islamismo

Allah (Alá) é o nome mais frequente de Deus


no islamismo. Originalmente a palavra significava
apenas "o Deus" em língua árabe e era usada em
épocas pré-islâmicas para se referir à divindade pagã
adorada em Meca. Allah vem de uma junção de "al" e
"illah", que significa "o deus - na sua forma masculina"
e está paralelamente ligada à forma feminina "al" e
"ilaha", formando o termo Allat, que significa "a deusa".
Illah também significa divindade ou
ainda deus. Allah pode ser ainda formada da junção
"al" e "lah", "que significa o único deus" ou "a
única divindade".
Sempre mencionam a expressão Allah U
Akbar, ou seja, Deus é grande (poderoso, único),
sempre que conseguem vencer, principalmente uma
guerra ou batalha.
Agora outro impressionante rol de nomes de
Deus, somente na religião Islâmica ou em língua árabe:

Noventa e nove nomes de Alá

Os Noventa e Nove Nomes conhecidos de


Alá, al-asmā' al-husnà ou os melhores nomes são
expressões de louvor e reverência da
tradição islâmica que indicam atributos do ser supremo.
O conjunto dos 99 nomes de Deus recebe
em árabe o nome de al-asmā' al-husnà ou "os
melhores nomes". Algumas tradições afirmam que
existe um centésimo nome, que é objeto de
especulações místicas.
Não contentaram com uma só denominação
para Deus, e cada tribo, região, pregador ou até
mesmo profeta, produziu um som diferente. Criou um
nome diferente.
Nada que não seja até normal num mundo
com tantas distâncias terrenas, as vozes chegavam
atrazadas, ou chegavam pelos mais variáveis
pregadores. Assim como em qualquer outra religião,
temos variações de nomes e de termos ou citações.
Sem contar, claro, com as inúmeras interpretações. Por
isso, o tanto de religiões dentro de uma religião.

Lista dos nomes

Os 99 nomes de Deus, de acordo com a


tradição islâmica são:
1. Alá (‫ )هللا‬O Deus
2. Al Rahman (‫ )ال••رحمن‬O Compassivo; O
Beneficente
3. Al Rahim (‫ )ال••••رحيم‬O Clemente; O
Misericordioso
4. Al Malik (‫ )الملك‬O Soberano
5. Al Quddus (‫ )القدوس‬O Sagrado
6. Al Salam (‫ )السالم‬A Fonte da Paz
7. Al Mu'min (‫ )الم••ؤمن‬O Guardião da Fé; A
Fonte da Fé
8. Al Muhaymin (‫ )المهيمن‬O Protetor
9. Al 'Aziz (‫ )العزيز‬O Poderoso (Onipotente)
10. Al Jabbar (‫ )الجب••ار‬O Irresistível; O
que Compele
11. Al Mutakabbir (‫ )المتكبر‬O Majestoso
12. Al Khaliq (‫ )الخالق‬O Criador
13. Al Bari' (‫ )البارئ‬O que Faz evolui; O
que Concebe
14. Al Musawwir (‫ )المصور‬O Formador;
O Modelador
15. Al Ghaffar (‫ )الغفار‬O que Perdoa
16. Al Qahhar (‫ )القهار‬O Dominador
17. Al Wahhab (‫ )الوهاب‬O Doador
18. Al Razzaq (‫ )الرزاق‬O Provedor
19. Al Fattah (‫ )الفتاح‬O que abre
20. Al Alim (‫ )العليم‬O que Tudo Sabe; O
Omnisciente
21. Al Qabid (‫ )الق••••ابض‬Aquele que
Constringe
22. Al Basit (‫ )الباسط‬O que Expande; O
Magnânimo
23. Al Khafid (‫ )الخافض‬O que Rebaixa
24. Al Rafi' (‫ )الرافع‬O que Exalta
25. Al Mu'izz (‫ )المعز‬O que Honra
26. Al Mudhill (‫ )المذل‬O que Desonra
27. Al Sami' (‫ )السميع‬O que Tudo Ouve
28. Al Basir (‫ )البصير‬O que Tudo Vê
29. Al Hakam (‫ )الحكم‬O Juiz
30. Al 'Adl (‫ )العدل‬O Justo
31. Al Latif (‫ )اللطيف‬O Sutil
32. Al Khabir (‫ )الخب•••ير‬O Ciente; O
Desperto
33. Al Halim (‫ )الحليم‬O Clemente; O
Delicado
34. Al 'Azim (‫ )العظيم‬O Magnificiente; O
Infinito
35. Al Ghafur (‫ )الغف•••ور‬O que Tudo
Perdoa
36. Al Shakur (‫ )الشكور‬O Apreciador
37. Al 'Ali (‫ )العلى‬O Mais Alto
38. Al Kabir (‫ )الكبير‬O Maior
39. Al Hafiz (‫ )الحفيظ‬O Preservador
40. Al Muqit (‫ )المقيت‬O que Sustenta
41. Al Hasib (‫ )الحسيب‬O que Reconhece
42. Al Jalil (‫ )الجليل‬O Sublime
43. Al Karim (‫ )الكريم‬O Generoso
44. Al Raqib (‫ )الرقيب‬O Vigilante
45. Al Mujib (‫ )المجيب‬O que Responde
46. Al Wasi' (‫ )الواسع‬O que Tudo Abarca
47. Al Hakim (‫ )الحكيم‬O Sábio
48. Al Wadud (‫ )الودود‬O Amante
49. Al Majid (‫ )المجيد‬O Glorioso
50. Al Ba'ith (‫ )الباعث‬O que Ressuscita
51. Al Shahid (‫ )الشهيد‬A Testemunha
52. Al Haqq (‫ )الح•ق‬A Verdade, Aquele
que é Real
53. Al Wakil (‫ )الوكي•••ل‬O Confiável; O
Depositário
54. Al Qawiyy (‫ )القوى‬O Mais Forte
55. Al Matin (‫ )المتين‬O Firme, o Leal
56. Al Wali (‫ )الولى‬O Amigo Protetor, O
Patrono e Ajudante
57. Al Hamid (‫ )الحميد‬O Digno de Louvor
58. Al Muhsi (‫ )المحصى‬O Calculador, O
Numerador de Tudo
59. Al Mubdi' (‫ )المبدئ‬O que Dá Origem;
O Produtor; O Originador e Iniciador de Tudo
60. Al Mu'id (‫ )المعيد‬O Restaurador; Que
Traz Tudo de Volta
61. Al Muhyi (‫ )المحيى‬o Doador da Vida
62. Al Mumit (‫ )المميت‬O Criador da
Morte, O Destruidor
63. Al Hayy (‫ )الحي‬O Eterno Vivente
64. Al Qayyum (‫ )القي•••••وم‬O Auto-
Subsistente; O que a Tudo Sustém
65. Al Wajid (‫ )الواجد‬O que Encontra; O
que Percebe; O Infalível
66. Al Majid (‫ )الماج••••د‬O Nobre; O
Magnificente
67. Al Wahid (‫ )الواح••••د‬O Único; O
Indivízível
68. Al Samad (‫ )الص•••مد‬O Eterno; O
Impregnável
69. Al Qadir (‫ )القادر‬O Capaz
70. Al Muqtadir (‫ )المقت•••••در‬O Mais
Poderoso; O Dominante; O que Tudo Determina
71. Al Muqaddim (‫ )المقدم‬O que Adianta;
O que Apressa
72. Al Mu'akhkhir (‫ )المؤخر‬O que Atrasa;
O que Retarda
73. Al Awwal (‫ )األول‬O Primeiro
74. Al Akhir (‫ )األخر‬O Último
75. Al Zahir (‫ )الظاهر‬O Manifesto
76. Al Batin (‫ )الباطن‬O Oculto
77. Al Wali (‫ )ال••والي‬O que Governa; O
Patrão
78. Al Muta'al (‫ )المتعالي‬O Mais Elevado
79. Al Barr (‫ )البر‬A Fonte da Bondade; O
Mais Generoso e Correto
80. Al Tawwab (‫ )التواب‬O que Aceita o
Arrependimento
81. Al Muntaqim (‫ )المنتقم‬O Vingador
82. Al 'Afuww (‫ )العفو‬O que Perdoa
83. Al Ra'uf (‫ )الرؤوف‬O Compassivo
84. Malik al Mulk (‫ )الملك( )مالك‬O Detentor
de Toda A Majestade; O Eterno Detentor da Soberania
85. Dhu al Jalal wa al Ikram (‫ذو الجالل و‬
‫ )اإلكرام‬O Senhor da Majestade e da Generosidade
86. Al Muqsit (‫ )المقسط‬O Equitativo
87. Al Jami' (‫ )الجامع‬O que Reúne; o que
Unifica
88. Al Ghani (‫ )الغنى‬O Auto-Suficiente; O
Independente; O Possuidor de Todas as Riquesas
89. Al Mughni (‫ )المغنى‬O Enriquecedor;
O Emancipador
90. Al Mani'(‫ )المانع‬O que Impede; O que
Defende
91. Al Darr (‫ )الض•••ار‬O que Causa
Preocupações (Esse atributo só pode ser encontrado
nas hadith. No Corão esse atributo é usado
exclusivamente para Satã na Súra 58, verso 10)
92. Al Nafi' (‫ )النافع‬O que Beneficia
93. Al Nur (‫ )النور‬A Luz
94. Al Hadi (‫ )الهادئ‬O Guia
95. Al Badi (‫ )الب••ديع‬O Incomparável, O
Originador
96. Al Baqi (‫ )الباقي‬O Perpétuo
97. Al Warith (‫ )ال••••وارث‬O Herdeiro
Supremo
98. Al Rashid (‫ )الرش••يد‬O Guia para o
Caminho Reto, O Professor Infalível, O Conhecedor
99. Al Sabur (‫ )الص••بور‬O Paciente, O
Eterno

* * Transliteração, árabe, sem tradução em


Português:

1. Al Latif (‫)اللطيف‬
2. Al Khabir (‫)الخبير‬
3. Al Halim (‫)الحليم‬
4. Al 'Azim (‫)العظيم‬
5. Al Ghafur (‫)الغفور‬
6. Al Shakur (‫)الشكور‬
7. Al 'Ali (‫)العلى‬
8. Al Kabir (‫)الكبير‬
9. Al Hafiz (‫)الحفيظ‬
10. Al Muqit (‫)المقيت‬
11. Al Hasib (‫)الحسيب‬
12. Al Jalil (‫)الجليل‬
13. Al Karim (‫)الكريم‬
14. Al Raqib (‫)الرقيب‬
15. Al Mujib (‫)المجيب‬
16. Al Wasi' (‫)الواسع‬
17. Al Hakim (‫)الحكيم‬
18. Al Wadud (‫)الودود‬
19. Al Majid (‫)المجيد‬
20. Al Ba'ith (‫)الباعث‬
21. Al Shahid (‫)الشهيد‬
22. Al Haqq (‫)الحق‬
23. Al Wakil ‫الوكيل‬
24. Al Qawiyy (‫)القوى‬
25. Al Matin (‫)المتين‬
26. Al Wali (‫)الولى‬
27. Al Hamid (‫)الحميد‬
28. Al Muhsi (‫)المحصى‬
29. Al Mubdi' (‫)المبدئ‬
30. Al Mu'id (‫)المعيد‬
31. Al Muhyi (‫)المحيى‬
32. Al Mumit (‫)المميت‬
33. Al Hayy (‫)الحي‬
34. Al Qayyum (‫)القيوم‬
35. Al Wajid (‫)الواجد‬
36. Al Majid (‫)الماجد‬
37. Al Wahid (‫)الواحد‬
38. Al Samad (‫)الصمد‬
39. Al Qadir (‫)القادر‬
40. Al Muqtadir (‫)المقتدر‬
41. Al Muqaddim (‫)المقدم‬
42. Al Mu'akhkhir (‫)المؤخر‬
43. Al Awwal (‫)األول‬
44. Al Akhir (‫)األخر‬
45. Al Zahir ‫)الظاهر‬
46. Al Batin (‫)الباطن‬
47. Al Wali (‫)الوالي‬
48. Al Muta'al (‫)المتعالي‬
49. Al Barr (‫)البر‬
50. Al Tawwab (‫)التواب‬
51. Al Muntaqim (‫)المنتقم‬
52. Al 'Afuww (‫)العفو‬
53. Al Ra'uf (‫)الرؤوف‬
54. Malik al Mulk (‫)الملك( )مالك‬
55. Dhu al Jalal wa al Ikram ( ‫ذو الجالل و‬
‫)اإلكرام‬
56. Al Muqsit (‫)المقسط‬
57. Al Jami' (‫)الجامع‬
58. Al Ghani (‫)الغنى‬
59. Al Mughni (‫)المغنى‬
60. Al Mani'(‫)المانع‬
61. Al Darr (‫)الضار‬
62. Al Nafi' (‫)النافع‬
63. Al Nur (‫)النور‬
64. Al Hadi (‫)الهادئ‬
65. Al Badi (‫)البديع‬
66. Al Baqi (‫)الباقي‬
67. Al Warith (‫)الوارث‬
68. Al Rashid (‫)الرشيد‬
69. Al Sabur (‫)الصبور‬
Nota-se que com tanta diferença de sons,
sotaques, expressões, dialetos, entendimentos e
compreensões, Deus não é unanimidade entre os
povos, já fazem milênios. Unanimidade como único ser,
ou como um ser.

RESUMO SOBRE DEUS EM DIFERENTES


E DIVERGENTES PONTOS

As concepções sobre Deus têm variado ao


longo do tempo e do espaço, conforme as diferentes
culturas que as adotam. Historicamente é possível
encontrar diversificadas definições sobre a divindade,
desde tribos ancestrais até os princípios dogmáticos
das religiões modernas.
Deus é concebido a maior parte das vezes
como o Criador do Universo, Aquele que tudo rege.
Na Teologia Ele tem sido definido através de atributos
como a onisciência, a onipotência, a onipresença, a
suprema bondade, a sagrada modéstia, o sublime
desvelo, Ser transcendente, eterno e desprovido de
corpo, de quem nasce toda a moral. Tanto judeus
quanto cristãos e muçulmanos têm tolerado estes
conceitos com maior ou menor intensidade.
Na Idade Média, vários pensadores, como
Santo Agostinho e Tomás de Aquino, elaboraram
teorias defendendo a existência de Deus, lutando
contra ilusórias incoerências inerentes às qualidades
atribuídas à Divindade. Ao longo da História as ideias
sobre Deus revelaram-se bem diversificadas. Desde o
nascimento da Humanidade surgiram as diferentes
formas de compreender o Sagrado – como a
percepção abraâmica de Deus, também conhecida
como monoteísmo do deserto; assim se denominam as
religiões provenientes das convenções dos semitas,
que têm como ícone a figura do patriarca Abraão, ou
seja, o cabalismo judaico, o Islamismo e a trindade
defendida pelo Cristianismo.
Outra visão importante de Deus provém dos
cultos indianos, que não são homogêneos em sua
forma de conceber a Divindade, mas se diferenciam de
uma doutrina para a outra, conforme a área da Índia
enfocada e a casta em questão, desde as que
possuem uma crença monoteísta até as que professam
o politeísmo. No Budismo Ele não é percebido do ponto
de vista teísta, ou seja, da fé na existência de um único
Deus, criador do Universo, pois apesar de postular a
realidade de vários deuses, esta religião vê estas
entidades tão somente como seres que residem, por
algum tempo, em universos divinos que oferecem aos
seus habitantes uma intensa felicidade, mas que ao
mesmo tempo estão submetidos ao jugo da morte e à
ocasional reencarnação em mundos inferiores.
Hoje aparecem novos conceitos sobre Deus,
como a Teologia do Processo ou Teologia Neoclássica,
segundo a qual esta entidade não pode ser
considerada onipotente se isto indicar que Ele deve ser
repressor, e a Divindade não seria perfeita se fosse
restringida pela presença de determinados atributos,
entre outros princípios; e o Teísmo Aberto, teologia que
rejeita a onipotência, a onipresença e a onisciência de
Deus.
No Ocidente, atualmente, chega-se a
autores que defendem a morte de deus, na verdade
não do Ser em si, mas do conceito que predomina
sobre a Divindade na esfera ocidental, revelando o
desencanto do mundo, no sentido da ideia defendida
pelo filósofo Max Weber. Isto significa que a ideia sobre
o Divino estaria exilada dos distintos círculos da
existência humana, tanto do social quanto do pessoal.
Alguns também lançam hipóteses sobre uma
origem extraterrena de Deus, na linhagem de escritores
como Erich Von Däniken, autor de Eram os Deuses
Astronautas, enquanto outros, como o também escritor
de ficção científica, Arthur C. Clarke, defendem a
possibilidade Dele ser futuramente gerado pelo
Homem, como uma espécie de inteligência artificial. Há
igualmente estudiosos que consideram as religiões e,
portanto, Deus, nada mais do que mitos, frutos do
medo da morte e daquilo que não se conhece.
A visão científica condena os dogmas,
rejeitando assim as religiões que se baseiam nestes
princípios, os quais vão contra as mais recentes
descobertas científicas, e assim não atualizam seus
postulados, o que gera um inevitável confronto entre a
Ciência e a Religião. Até mesmo os que têm fé em
Deus hoje questionam determinados ensinamentos
dogmáticos transmitidos pelas crenças que neles se
fundamentam, o que abre um vasto campo para o
crescimento do materialismo e do ateísmo declarado.
As religiões atingem neste momento um impasse
nunca antes vivenciado, pois o desenvolvimento
tecnológico invalida, em nossos dias, muitos dos
dogmas até agora considerados verdadeiros alicerces
das crenças partidárias do dogmatismo.
Este texto escrito por Escrito por H. Wayne
House, traduzido por mim, revela certas definições, de
acordo com várias religiões:
Ao longo de dois milênios, a igreja cristã
sempre manteve uma unidade essencial concernente à
natureza de Deus como proclamado nos credos,
sermões e livros. Assim como é revelado na Bíblia
Sagrada, Deus é ilimitado em seus atributos, contudo
pessoal em sua relação com a criação. Além disso,
essa Deidade infinito-pessoal é indivisível em sua
natureza e essência, não obstante existir eterna e
simultaneamente como Pai, Filho e Espírito Santo.
Várias falsas religiões na história da igreja,
inclusive alguns grupos contemporâneos, repudiaram o
verdadeiro conhecimento de Deus apresentado pela
Bíblia. Esses erros geralmente consistem em
mudanças extremistas. Geralmente, os cultos e
religiões veem Deus como infinito, mas não pessoal, ou
pessoal, mas não infinito. Outros cultos e religiões
negam a doutrina da Trindade, compreendendo o
divino como consistindo em vários deuses e, quando
não, interpretam a divindade como meras
manifestações de uma só pessoa, ou ainda negando a
legítima divindade de Jesus e do Espírito Santo.
Recentemente, até mesmo alguns
evangélicos têm abraçado algumas dessas
perspectivas incorretas sobre Deus. A razão para os
erros que surgiram é a tentativa de se entender Deus
sem a ajuda da revelação divina, ou seja, a razão
humana combatendo contra a revelação clara de Deus
encontrada nas Sagradas Escrituras. Assim, estas
compreensões desequilibradas e heréticas acerca de
Deus somente poderão ser evitadas se as pessoas
permitirem que a Bíblia dê seu veredicto, não forçando
a interpretação para que haja uma conformação com a
razão humana, mas aceitando sua sentença como
revelação divina. Este foi o testemunho da igreja
ortodoxa pelos séculos e deve ser nossa posição hoje.

Existência de Deus

Há duas maneiras de estudar e procurar


resolver o problema da existência de Deus.
O primeiro consiste em eliminar a hipótese
Deus do campo das conjecturas plausíveis ou
necessárias, por meio de uma explicação clara e
precisa, isto é, por meio de uma exposição de um
sistema positivo do Universo, das suas origens, dos
seus desenvolvimentos sucessivos, dos seus fins. Esta
exposição inutilizaria a ideia de Deus e destruiria
antecipadamente a base metafísica em que se apoiam
os teólogos e os filósofos espiritualistas.
Dado, porém, o estado atual dos
conhecimentos humanos, em tudo o que tem sido
demonstrado ou passa a demonstrar-se, verificado ou
verificável, somos forçados a concluir que nos falta esta
exposição e que não existe um sistema positivo do
Cosmos. Existem, é certo, várias hipóteses
engenhosas que não se chocam com o razão; sistemas
mais ou menos aceitáveis que se apoiam numa série
de investigações, que se baseiam na multiplicidade de
observações contínuas e que dão um caráter de
probabilidade impressionante. Também se pode
afirmar, sem receio de ser desmentido, que esses
sistemas, essas hipóteses, suportam vantajosamente
as asserções deístas. Mas a falar a verdade, não há,
sobre este posto, senão teses que não possuem ainda
o valor da exatidão cientifica; cada um, no fim das
contas, tem a liberdade de preferir tal ou qual sistema a
um outro que lhes é oposto; e a solução do problema
assim apresentado afigura-nos, pelo menos na
atualidade, cheio de reservas.
Os adeptos de todas as religiões aproveitam
assim as vantagens que lhes oferece o estudo deste
problema, bem árduo e bem complexo, não para o
resolver por meio de afirmações concretas ou de
raciocínios admissíveis, mas tão somente para
perpetuar a dúvida no espírito de seus correligionários,
que é, para eles, o ponto de capital importância.
E nesta luta titânica entre o materialismo e o
deísmo, luta em que as duas teses opostas se
empenham e se reforçam para conseguir o triunfo, os
deístas recebem rudes golpes; e, conquanto se
encontrem numa postura de vencidos, ainda tem a
petulância de se apresentar à multidão ignara como
dignos cantores da vitória! Uma prova concludente do
seu procedimento baixíssimo encontramo-la na
maneira como se exprimem nos jornais da sua
devoção; e é com essa comédia que procuram manter,
com cajado de pastor, a imensa maioria do rebanho.
Também é isto que desejam ardentemente esses maus
pastores.
Todavia, há uma segunda maneira de
estudar e de tentar a resolução da inexistência de
Deus: consiste em examinar a existência de Deus que
as religiões apresentam à adoração dos crentes.
Suponhamos que se nos depara um
indivíduo sensato e refletido, que admite a existência
de Deus, um Deus que não está envolto em nenhum
mistério, um Deus que não se ignora nenhuma
particularidade, um Deus que lhe confiou todo o seu
pensamento e lhe transmitiu todas as suas
confidências, e que nos diz:
Ele fez isto e aquilo, e ainda isto e aquilo.
Ele tem precedido e falado com tal fim e com tal razão.
Ele quer tal coisa, mas também quer tal outra coisa. Ele
recompensará tais ações, mas punirá tais outras. Ele
fez isto e quer aquilo, porque é infinitamente sábio,
infinitamente justo, infinitamente poderoso,
infinitamente bom!
Ah! Que felicidade! Ora aqui está um Deus
que se faz conhecer. Abandona o império do
inacessível, dissipa as nuvens que o rodeiam, desce
das alturas, conversa com os mortais, expõe-lhes o seu
pensamento, revela-lhes a sua vontade e confia a
alguns privilegiados a missão de espalharem a sua
Doutrina, de propagarem a sua Lei, de a representarem
enfim, cá em baixo, com plenos poderes para
mandarem no Céu e na Terra.
Este Deus não é, com certeza, o Deus
Força, Inteligência, Vontade, Energia, que, como tudo o
que é Energia, Vontade, Inteligência, Força, pode ser
alternadamente, segundo as circunstancias e, por
consequência, indiferentemente, bom ou mau, útil ou
inútil, justo ou iníquo, misericordioso ou cruel. Este
Deus é o Deus em que tudo é perfeição e cuja
existência não é nem pode ser compatível - visto que
ele é perfeitamente sábio, justo, bom, misericordioso -
senão com um estado de coisas criado por ele e no
qual se afirmariam a sua infinita justiça, a sua infinita
sabedoria, o seu infinito poder, a sua infinita bondade e
a sua infinita misericórdia.
Este Deus é o Deus que, por meio de
catecismo, nos insuflam no cérebro quando somos
crianças; é o Deus vivo e pessoal, em honra do qual se
erguem templos, a quem se rezam orações em borda,
por quem se fazem sacrifícios estéreis e a quem
pretendem representar, na Terra, todos os clérigos,
todas as castas sacerdotais.
Este Deus não é o “desconhecido”, essa
força enigmática, essa potência impenetrável, essa
inteligência incompreensível, essa energia
incognoscível, esse princípio misterioso: hipótese,
enfim, que no meio da impotência para explicar o
“como” e o “porquê” das coisas, o espírito do homem
aceita complacente. Este Deus também não é o Deus
especulativo dos metafísicos: é o Deus que os seus
representantes nos tem descrito abundantemente e
luminosamente detalhado. É o Deus das religiões, e
como estamos na França, é o Deus dessa religião que
a quinze séculos domina o nossa história: a religião
católica ou cristã. É o Deus que nego e que vou
discutir. É o Deus que estudaremos, se quisermos
obter, desta exposição filosófica, algum proveito e
algum resultado prático.

A dúvida persiste...

Tomemos como ponto de partida, o fato de o


Homem ser mentalmente livre, ou seja, dotado de livre
arbítrio.
Este fato, aparentemente simples, poderá
explicar a razão pela qual Deus não se mostra através
de expressões evidentes, dando lugar ao conceito de
fé.
Se Deus se mostrasse visivelmente, não
seríamos verdadeiramente livres, mas apenas bem ou
mal comportados, mais ou menos disciplinados.
Sem a certeza da existência de Deus, existe
lugar para a consciência, para opção entre o Bem e o
Mal. Se a existência de Deus fosse evidente, não
teríamos esta liberdade.
Grande parte dos que que não têm fé,
baseiam-se no fato de não acreditarem no que não
veem. Se vissem, porém, não eram livres.
Esta argumentação não prova a existência
de Deus, mas elimina racionalmente um dos motivos
principais pelo qual muitas pessoas não acreditam na
existência de Deus.
Poderá então deduzir-se que a existência de
Deus não é demonstrável pela razão humana, caso
contrário estaríamos perante uma contradição com o
ponto anterior, pois Deus não se mostrava, mas
permitia que fosse provada a sua existência, caindo
novamente na situação de ausência de livre arbítrio.
Sem a referida liberdade, o Homem teria
uma dignidade mais reduzida, cujo mérito se restringiria
à capacidade de cumprir melhor ou pior, os preceitos
decorrentes de uma determinada noção de Bem e de
Mal.
Essa noção não seria necessariamente
idêntica em todos os seres humanos nem sequer
coincidente com a atual. Ainda assim é altamente
provável que, qualquer que fosse o grupo social
considerado, existisse uma moral vigente, por duas
razões elementares que poderão não ser dissociáveis:
por surgir de modo instintivo e/ou por constituir
condição indispensável para o funcionamento e
sobrevivência desse grupo social. Dado que estamos a
supor a ocorrência de manifestações evidentes da
existência de Deus, a noção de Bem e de Mal seria
também provavelmente influenciada pela forma que
essas manifestações tomassem.
Nesse contexto, e independentemente dos
parâmetros que regessem o comportamento
considerado correto, seria evidente que Deus, o
Criador por definição, “desejaria” que esse conjunto de
regras fossem cumpridas da melhor maneira possível
pois tal asseguraria uma maior prosperidade da sua
Criação e portanto seria também evidente, ou pelo
menos altamente receado, que viesse a ser feita
justiça, após a vida, quanto ao maior ou menor
cumprimento dessa moral vigente.
Podemos então interrogar-nos se a
possibilidade do Mal, não será apenas uma
consequência indispensável para o livre arbítrio que foi
concedido aos homens e, como foi dito, para a sua
dignidade.
Consideremos as seguintes questões: O
Universo é finito ou infinito? E o tempo?
Não conseguimos imaginar nem uma coisa
nem outra. Não conseguimos sequer perceber
integralmente o conceito de infinito ou a sua aplicação
a qualquer situação real. Também a idealização de um
Universo finito gera paradoxos que não nos é possível
resolver.
No entanto, estas questões têm sentido e as
respectivas respostas teriam impacto em múltiplas
áreas do conhecimento. As consequências da
incapacidade do Homem em apreender o conceito de
infinito poderão ser largamente estendidas, ao ponto de
levantar a hipótese de este constituir a pedra angular
das grandes interrogações e paradoxos com que a
Humanidade se depara.
Se a nossa percepção de espaço e tempo
está posta em causa através desses aparentes
paradoxos, como podemos achar que a racionalidade
explica tudo e deve reger, de modo exclusivo, a nossa
cosmo-visão?
Cientes deste fato, deveríamos abrir a
possibilidade de integrar nos nossos raciocínios
lógicos, conceitos não demonstráveis e habitualmente
tidos por não objetivos, tais como a Fé, a Verdade, a
Bondade ou porque não, a Beleza ou o Amor.
Numa era em que o uso da razão constitui
um verdadeiro dogma, é conveniente demonstrar que a
sua utilização exclusiva se traduz numa visão limitada
sobre a realidade ainda que este excesso de
objetividade constitua historicamente uma reação a
atitudes, que a antecederam, em que a sua falta
conduzia a perspectivas não menos limitadas.
Os números imaginários poderão também
ajudar a compreender o conceito de fé.
Resumidamente, um número imaginário foi
definido matematicamente como sendo aquele cujo
produto por si próprio dá o resultado de -1 ou, o mesmo
é dizer, a raiz quadrada de -1. Claro que este número
não existe porque tanto -1 x -1 como 1 x 1 dão o
resultado de 1. Podemos, no entanto, definir que esse
número (i) existe, e nesse caso teríamos por
consequência que i x i = -1, i + i = 2i, i x –i = 1 ou ainda
que e*xi = cos(x) + sin (x)i (equação de Euler, em que *
significa ‘elevado a’), de demonstração mais complexa.
Estas noções constituem um pilar da
Matemática. Não é possível conceber o mundo
científico de hoje sem a descoberta dos números
imaginários e a sua aplicação prática é enorme, não
substituível por um qualquer outro conceito.
E tudo isto a partir de algo que não existe,
segundo a nossa compreensão das operações mais
básicas com número inteiros.
A analogia com o conceito de fé, é direta. Se
partirmos do princípio que Deus existe, ainda que
contrária à nossa tendência para não acreditar no que
não nos é dado ver, poderemos chegar a um tipo de
conhecimento não alcançável de outro modo. Segundo
o ponto de vista não crente, estamos a partir de um
princípio errado e portanto as conclusões que daí
tirarmos estarão postas em causa. No entanto, já se viu
que com os números imaginários se passa o mesmo, o
que segundo esse mesmo princípio racional nos dá a
legitimidade para o fazer.
E é de fato extraordinário onde se pode
chegar, refletindo a partir desse princípio que Deus
existe. É possível tirar conclusões que poderão
naturalmente parecer estranhas a quem nunca ‘entrou’
por esse caminho. S. Anselmo dizia que "acreditava
para poder saber".
À semelhança das reflexões anteriores, este
raciocínio não prova a existência de Deus mas contesta
um dos argumentos contra a sua inexistência.
A existência de Deus, quando tentada provar
pelo lado afirmativo baseia-se essencialmente na
Criação. Quem criou o que existe?
Não as plantas ou os animais (estes são
certamente uma consequência) mas sim, o Universo.
Tudo começou ao que parece, com uma enorme
explosão há 15 mil milhões de anos mas, o que existia
antes? Ou então, ‘quem’ a produziu? Ainda que essa
explosão tenha resultado de um sistema cíclico de
implosões e explosões de Universos, ‘quem’ iniciou
este ciclo?
‘Sentimos’ instintiva, e também
objectivamente, a necessidade de existência de um
Criador, sensação esta que é totalmente legítima, na
medida em que já vimos que a racionalidade pura será
sempre insuficiente neste âmbito.
É essa necessidade que poderá estar na
origem da tendência natural e comum entre povos com
diferentes origens, raças e culturas, para acreditarem
na existência de uma entidade sobrenatural.
É notável que a dúvida sobre a existência ou
não de Deus permaneça ao fim de tanto tempo, de
séculos de reflexão. Existem diversas manifestações
externas, como aparições e milagres, mas que se
mantêm na fronteira extremamente estreita de não
provarem inequivocamente a existência de Deus,
apenas reforçarem a convicção dos que acreditam,
sem no entanto, forçarem os não crentes a fazê-lo.
Também a evolução científica produz sucessivamente
novas descobertas que até agora nunca colocaram
realmente em causa o lugar da fé.
Não sendo uma prova da existência de
Deus, estes fatos podem constituir um ponto de partida
para a reflexão.
Surge ainda a grande questão do “porquê”
ter Deus criado o Universo, que por sua vez (com ou
sem intervenção divina) gerou homens capazes de
decidir sobre o Bem e o Mal, auto-conscientes,
limitados fisica e mentalmente, e que se questionam
sobre a Sua existência. Esta questão, por não ter uma
resposta óbvia, e no entanto parecer pertinente, afasta
algumas pessoas da fé, face à ausência de um sentido
e de um fim para a Criação.
De um ponto de vista racional, seria
certamente mais fácil chegar à ideia de fé se fosse
possível compreender o objetivo da Criação. Mas este
conceito humano de uma determinada ação ter um fim,
não é, neste caso, aplicável. Um ser todo-poderoso,
com a capacidade de criar um Universo, não tem que
ter objetivos pois quaisquer que eles sejam, deverá
poder alcançá-los. O porquê de Deus ter criado o
Universo constitui uma questão que não tem que ter
uma resposta e não deverá portanto constituir um
argumento de não-fé.

Quem é Deus?

Visto que os encarregados de seus negócios


no Terno tiveram a amabilidade de no-lo descrever com
toda a pompa e luzimento, aproveitemos a fineza e
examinemo-lo de perto, detidamente: para discutir uma
coisa, é preciso, igualmente, conhecê-la bem.
Com um gesto potente e fecundo, este Deus
fez todas as coisas do nada: o ser do não-ser. E, por
sua própria vontade, substituiu o movimento pela
inércia, a vida universal pela morte universal. É um
Deus Criador!
Este Deus é o Deus que, terminada a obra
da criação, em vez de volver à inatividade secular,
ficando indiferente à coisa criada, ocupa-se de sua
obra, interessando-se por ela, intervém nela quando o
julga necessário, rege-a, administra-a, governa-a: é um
Deus Governador ou Providência.
Este Deus é o Deus arvorado em Tribunal
Supremo, obriga, depois da morte, a comparecer à sua
presença todos os indivíduos. Uma vez aí, julga-as
segundo os atos de suas vidas; pesa, na balança, as
suas boas e más ações e pronuncia, em último extremo
— sem apelo nem agravo — a sentença que fará do
réu, pelos séculos dos séculos, o mais feliz ou o mais
desgraçado dos seres: É um Deus Justiceiro ou
Magistrado.
Logo, este Deus possui todos os atributos; e
não é somente bom: é a Bondade Infinita; não é
somente misericordioso: é a Misericórdia Infinita; não é
somente poderoso: é o Poder Infinito; não é somente
sábio: é a Sabedoria Infinita.
Em conclusão: tal é o Deus que eu nego e
que por doze provas diferentes (em rigor bastaria uma
só), vou demonstrar a inexistência.
Divido os meus argumentos em três séries: a
primeira trataria particularmente do Deus-Criador e
compor-se-á de seis argumentos; o segundo ocupar-
se-á do Deus-Governador ou Providência, e contém
quatro argumentos; a terceira apresentará o Deus-
Justiceiro ou Magistrado, em dois argumentos. Em
suma, seis argumentos contra o Deus-Criador, quatro
contra o Deus-Governador e dois argumentos contra o
Deus-Justiceiro. Estes doze argumentos constituem
doze provas da inexistência de Deus.
Com este plano das minhas demonstrações
será mais fácil seguir o curso do meu trabalho.
Na primeira série de argumentos: contra o
Deus criador, escrita pelo francês Sebastien Faure
(1858 – 1942), ele esclarece com fortes argumentos os
motivos em que são incoerentes a existência de um
deus, mesmo sendo ele um pouco cômico em muitos
comentários:

 1º argumento: O gesto criador é


inadmissível Que se entende por criar?
É tomar materiais diferentes, separados,
mas que existem, e, valendo-se de princípios
experimentados e aplicando-lhes certas regras
conhecidas, aproximá-los, agrupá-los, associá-los,
ajustá-los, para fazer qualquer coisa deles?
Não! Isso não é criar. Exemplos: podemos
dizer que uma casa foi criada? Não, foi construída;
podemos dizer que um móvel foi criado? Não, foi
fabricado; podemos dizer que um livro foi criado? Não,
foi composto e depois impresso.
Assim, pegar materiais que já existem e
fazer qualquer coisa com eles não é criar.
Que é, pois, criar?
Criar… com franqueza, encontro-me
indeciso para poder explicar o inexplicável, definir o
indefinível. Procurei, contudo, fazer-me compreender.
Criar é tirar qualquer coisa do nada; é, com
nada, fazer qualquer coisa do todo; é formar o existente
do não-existente.
Ora, eu imagino que é impossível encontrar-
se uma única pessoa dotada de razão que conceba e
admita que do nada se possa tirar e fazer qualquer
coisa. Suponhamos um matemático. Procurai o
calculador mais autorizado; colocai-o diante de uma
lousa e pedi-lhe que escreva zero sobre zeros.
Terminada a operação, solicitai-lhe que os multiplique
da forma que entender que os divida até se cansar, que
faça enfim toda a sorte de operações matemáticas, e
haveis de ver como ele não extrairá, desta acumulação
de zeros, uma única unidade.
Com nada, nada se pode fazer; de nada,
nada se obtém. É por isso que o famoso aforismo de
Lucrécio ex nihilo nihil é de uma certeza e de uma
evidência manifesta. O gesto criador é um gesto
impossível de admitir, é um absurdo.
Criar é, pois, uma expressão místico-
religiosa, que pode ter algum valor aos olhos das
pessoas a que agrada crer naquilo que não
compreendem e a quem a fé que se impõe tanto mais
quanto menos o percebem. Mas devemos convir que a
palavra criar é uma expressão vazia de sentido para
todos os homens cultos e sensatos, para quem uma
palavra só tem valor quando representa uma realidade
ou uma possibilidade.
Consequentemente, a hipótese de um ser
verdadeiramente criador é uma hipótese que a razão
repudia.
O ser criador não existe, não pode existir.

 2º argumento: O “puro espírito”


não podia determinar o Universo
Aos crentes que, a despeito de todo o
raciocínio, se obstinam em admitir a possibilidade da
criação, direi que, em todo o caso, é impossível atribuir
esta criação ao seu Deus. O Deus deles é puro
espírito. Portanto, é inteiramente impossível sustentar-
se que o puro espírito, o imaterial, tenha podido
determinar o Universo, o Material.
Eis o porquê:
O puro espírito não está separado do
universo por uma diferença de grau, de quantidade,
mas sim por uma diferença de natureza, de qualidade.
De maneira que o puro espírito não é, nem pode ser,
uma ampliação do Universo, assim como o Universo
não é, nem pode ser, uma redução do puro espírito.
Aqui a diferença não é somente uma distinção; é uma
oposição: oposição de natureza — essencial,
fundamental, irredutível, absoluta.
Entre o puro espírito e o Universo não há
somente um fosso mais ou menos largo e profundo,
fosso que possa, a rigor, encher-se ou franquear-se.
Não. Entre o puro espírito e o Universo há um
verdadeiro abismo, duma profundidade e de uma
extensão tão imensos, que por colossais que sejam os
esforços que se empreguem, não há nada nem
ninguém que consiga enchê-lo ou franqueá-lo.
Reportando-me ao meu raciocínio, desafio o
filósofo mais sutil, bem como o matemático mais
consumado, a estabelecer uma relação, qualquer que
ela seja (e, com a mais forte razão, uma relação tão
direta quanto estreita, como a que liga a causa ao
efeito) entre o puro espírito e o universo.
O puro espírito não suporta nenhuma aliança
material. O puro espírito não tem forma nem corpo,
nem linha, nem matéria, nem proporções, nem
extensão, nem dureza, nem profundidade, nem
superfície, nem volume, nem cor, nem som, nem
densidade. Ora, no Universo, tudo é forma, corpo,
linho, matéria, proporção, extensão, dureza,
profundidade, superfície, volume, cor, som, densidade.
Como admitir que isto tenha sido
determinado por aquilo? Impossível.
Chegando a este ponto da minha
demonstração, a conclusão seguinte:
Vimos que a hipótese de um Deus
verdadeiramente criador é inadmissível; que persistindo
mesmo na crença desse poder, não pode admitir-se
que o Universo, essencialmente material, tenha sido
determinado por um puro espírito, essencialmente
imaterial.
Mas se os crentes se obstinam em afirmar
que foi o seu Deus o criador do Universo, nos impõe-se
o dever de lhes fazer esta pergunta: segundo a
hipótese Deus, onde se encontrava a Matéria, na sua
origem, no seu princípio?
De duas, uma: ou a matéria estava fora de
Deus, ou era o próprio Deus (a não ser que lhe queiram
dar um terceiro lugar). No primeiro caso, se a matéria
estava fora de Deus, Deus não teve necessidade de
criá-la, visto que ela já existia; e, se ela coexistia com
Deus, estava concomitantemente com ele, do que se
depreende que Deus não é o criador.
No segundo caso, se a matéria não estava
fora de Deus, encontrava-se no próprio Deus.
E, daqui, tiro a conclusão seguinte:
1º Que Deus não era puro espírito, porque
encerrava em si uma partícula de matéria — e que
partícula! A totalidade dos mundos materiais!
2º Que Deus, encerrando em si próprio a
matéria, não teve a necessidade de criá-la, porque ela
já existia. Assim, existindo a matéria, Deus não fez
mais do que retirá-la de onde estava; e, neste caso, a
criação deixa de ser um ato de verdadeira criação para
se reduzir a um ato de exteriorização.
Nos dois casos não existe, pois, criação.

 3º argumento: O perfeito não pode


produzir o imperfeito
Estou plenamente convencido de que se eu
fizer a um religioso a pergunta: “Pode o imperfeito
produzir o perfeito?”, ele responderia sem vacilar: -
Não, o imperfeito não pode produzir o perfeito!
Pelas mesmas razões, e com a mesma força
de exatidão, eu posso afirmar — O perfeito não pode
produzir o imperfeito!
Mais: entre o perfeito e o imperfeito não há
somente uma diferença de grau, de quantidade, mas
uma diferença de qualidade, de natureza, uma
oposição essencial, fundamental, irredutível, absoluta.
E mais ainda: entre o perfeito e o imperfeito
não há somente um fosso, mais ou menos largo e
profundo, mas um abismo tão vasto e tão estonteante,
que ninguém o pode franquear ou entulhar. O perfeito é
o absoluto, o imperfeito o relativo. Em presença do
perfeito que é tudo, o relativo, o contingente não é
nada; em presença do perfeito, o relativo não tem valor,
não existe. E nem o talento de um matemático e nem o
gênio de um filósofo serão capazes de estabelecer uma
relação entre o relativo e o absoluto: a fortiori
sustentamos a impossibilidade de evidenciar, neste
caso, a rigorosa concomitância que deve
necessariamente unir a Causa ao Efeito.
É, portanto, impossível que o perfeito haja
determinando o imperfeito.
Além disso, há uma relação direta, fatal e até
matemática entre uma obra e seu autor: tanto vale a
obra quanto vale o autor, tanto vale o autor quanto vale
a obra. E pela obra que se conhece o autor, como é
pelo fruto que se conhece a árvore.
Se eu examino um texto mal redigido, em
que se abundam os erros de ortografa e as frases são
mal construídas, o estilo é pobre e frouxo, as ideias
raras e banais, e os conhecimentos inexatos, eu sou
incapaz de atribuir este péssimo escrito a um burilador
de frases, a um dos mestres da literatura.
Se observo um desenho malfeito, em que as
linhas estão mal traçadas, violadas as regras da
perspectiva e da proporção, jamais me acudirá o
pensamento de atribuir este esboço rudimentar a um
professor, a um grande mestre, a um grande artista.
Bem à menor hesitação direi: isto é obra de um
aprendiz, de uma criança, certo de que pela obra se
conhece o artista.
Ora, a natureza é bela, o Universo é
grandioso. E eu admiro apaixonadamente — tanto o
que mais admiro — os esplendores e as magnificências
que nos oferecem estes espetáculos incessantes. Mas,
por muito entusiasmado que eu seja das belezas
naturais, e por grande que seja a homenagem que eu
lhes tribute, não me atrevo o afirmar que o Universo é
uma obra sem defeitos, irrepreensível, perfeita. E não
acredito que haja alguém que me desminta.
Sim, o Universo é uma obra imperfeita.
Consequentemente, digo: há sempre, entre
uma obra e seu autor, uma relação rigorosa, íntima,
matemática. Ora, se o Universo é uma obra imperfeita,
o autor desta obra não pode ser senão imperfeito.
Esse silogismo leva-me a admitir a
imperfeição de Deus, e por consequência a negá-lo.
Mas eu posso ainda raciocinar assim: ou não
é Deus o autor do Universo (exprimo desta forma a
minha convicção), ou o é, na suposição dos religiosos.
Neste caso, sendo o universo uma obra imperfeita,
vosso Deus, ó crente, é também imperfeito.
Silogismo ou dilema, a conclusão do
raciocínio é esta: o perfeito não pode determinar o
imperfeito.

 4º argumento: O ser eterno, ativo,


necessário, não pode, em nenhum momento, ter
estado inativo ou ter estado inútil
Se Deus existe é eterno, ativo e necessário.
Eterno? É-o por definição. É a sua razão de
ser. Não se pode conceber que ele esteja enclausurado
nos limites do tempo. Não se pode imaginar como
tendo tido começo e venha a ter fim. Não pode haver
aparição e desaparição. É de sempre.
Ativo? É, e não pode deixar de ser. Segundo
os religiosos, foi sua atividade que engendrou tudo
quanto existe, como foi a sua atividade que se afirmou
pelo gesto mais colossal e majestoso que imaginar se
pode: a criação dos mundos.
Necessário? É-o e não pode deixar de ser,
visto que sem a sua vontade, nada existiria: ele é o
autor de todas as coisas, o ponto inicial de onde saiu
tudo, a fonte única e primeira de onde tudo emanou.
Bastando-se a si próprio, dependeu de sua vontade
que tudo fosse tudo ou que fosse nada.
Ele é, portanto: eterno, ativo e necessário.
Mas eu pretendo e vou demonstrar que se
Deus é eterno, ativo e necessário, também deve ser
eternamente ativo, e eternamente necessário. E que,
por consequência, ele não pôde, em nenhum momento,
ter sido inativo ou inútil, e que enfim, ele jamais criou.
Negar que Deus seja eternamente ativo
equivale o dizer que nem sempre o foi, que chegou a
sê-lo, que começou a ser ativo, que antes de o ser não
o era. Dizer que foi pela criação que ele manifestou a
sua atividade é admitir, ao mesmo tempo, que por
milhares e milhares de séculos que antecederam a
ação criadora, Deus esteve inativo.
Negar que Deus seja eternamente
necessário equivale a admitir que ele nem sempre o foi,
que chegou a sê-lo, que começou o ser necessário e
que antes de o ser não o era. Dizer que a criação
proclama e testemunha a necessidade de Deus
equivale a admitir, ao mesmo tempo, que, durante
milhares e milhares de séculos, que seguramente
precedeu a ação criadora, Deus era inútil.
Deus ocioso e preguiçoso! Deus inútil e
supérfluo! Que triste postura para um ser
essencialmente necessário.
Na visão religiosa Deus é de todo o tempo
ativo e de todo o tempo necessário.
Mas então Deus não pôde criar, porque a
ideia de criação implica, de maneira absoluta, a ideia
de começo, de origem. Uma coisa que começou é
porque nem sempre existiu. Existiu necessariamente
num tempo em que, antes de o ser, não o era. E, curto
ou longo, este tempo foi que precedeu a coisa criada; é
impossível suprimi-lo, visto que, de todos os modos, ele
existe.
Assim, temos de concluir:
a) Ou Deus foi eternamente ativo e
eternamente necessário, e só chegou a sê-lo por causa
da criação (e, se é assim, antes da criação faltavam a
este Deus dois atributos: a atividade e a necessidade;
este Deus era um Deus incompleto; era só um pedaço
de Deus e mais nada, que teve necessidade de criar
para chegar a ser ativo e necessário, e completar-se).
b) Ou Deus é eternamente ativo e
eternamente necessário, e neste caso tem criado
eternamente. A criação é eterna, e o Universo jamais
começou — existiu em todos os tempos, é eterno como
Deus, é o próprio Deus, com o qual se confunde. E,
sendo assim, o Universo não teve princípio — não foi
criado.
Em conclusão: No primeiro caso, Deus antes
da criação não era ativo nem era necessário: era um
Deus incompleto, quer dizer, imperfeito, e, portanto,
não existia. No segundo caso, sendo Deus
eternamente ativo e eternamente necessário, não pôde
chegar a sê-lo, como não pôde criar.
É impossível sair daqui.
 5º argumento: O ser imutável não
criou
Se Deus existe, é imutável, não se desfigura
e nem se pode desfigurar. Enquanto que, na natureza,
tudo se modifica, se metamorfoseia, se transforma; que
nada é definitivo, mas que chega a sê-lo Deus, ponto
fixo, imóvel no tempo e no espaço, não está sujeito a
nenhuma modificação, não se transforma, nem pode
transformar-se. É hoje o que era ontem, será amanhã o
que é hoje. E tanto faz procurá-lo nos séculos
passados, como nos séculos futuros: ele é, e será
constantemente idêntico em si. Deus é imutável.
No entanto, eu sustento que, se ele criou,
não é imutável, porque, neste caso, transmudou-se
duas vezes.
Determinar-se a querer é mudar de posição.
Ora, é evidente que há mudança entre o ser que quer
uma coisa e o que, querendo-a, a põe em execução.
Se eu desejo e quero o que eu não desejava
e nem queria a quarenta e oito horas, é porque se
produziu em mim, ou a minha volta, uma ou várias
circunstâncias que me levaram a querê-lo. Este novo
desejo ou querer constitui uma modificação que não se
pode por em dúvida, que é indiscutível.
Paralelamente: agir, ou determinar-se a agir,
é modificar-se.
Esta dupla modificação — querer e agir — é
tanto mais considerável e saliente quando é certo que
se trata de uma resolução grave, de uma ação
importante.
Deus criou, dizeis vós, crentes. Então
modificou-se duas vezes: a primeiro, quando se
determinou a criar; a segunda, quando resolveu por em
prática sua determinação, completando o gesto criador.
Se ele se modificou duas vezes, não é
imutável. E, se não é imutável, não é Deus — não
existe.
O ser imutável não criou.

 6º argumento: Deus não criou sem


motivo; mas é impossível encontrar um único motivo
que o levasse a criar
De qualquer forma que se pretende
examiná-la, a criação é inexplicável, enigmática, falha
de sentido.
Há uma coisa que salta à vista de todos: se
Deus criou, como vós dizeis, não pôde ter realizado
este ato grandioso — cujas consequências deviam ser,
fatalmente, proporcionais ao próprio ato, e por
conseguinte incalculáveis — sem que fossem
determinado por uma razão de primeiro ordem.
Pois muito bem. Qual foi esta razão? Porque
motivo tomou Deus a resolução de criar? Que móbil o
impulsionaria a isto? Que desejo germinaria em seu
cérebro? Qual seria o seu intuito? Que ideia o
perseguiria? Que fim perseguiria ele?
Multiplicais, nesta ordem de ideias, as
perguntas; gravito, conforme quiserdes, em torno deste
problema; examinai-o em todos os seus aspectos e em
todos os sentidos, e eu desafio seja quem for a que o
resolve em outro sentido que não seja o das
incoerências.
Por exemplo: Eis uma criança educada na
religião cristã. O seu catecismo afirmou-lhe, e os seus
mestres confirmam, que foi Deus que a criou e a
colocou no mundo. Suponhamos que a criança faz a si
própria a pergunta: porque é que Deus me criou e me
lançou no mundo?, e que quer obter uma resposta
judiciosa, racional. Nunca obterá.
Suponhamos ainda que a criança, confiando
na experiência e no saber de seus educadores,
persuadida do caráter sagrado de que eles — padres
ou pastores — estão revestidos, possuindo luzes
especiais e graças particulares; convencido de que,
pela sua santidade, estão mais próximos de Deus e,
portanto, melhores iniciados que elas nas verdades
reveladas; suponhamos que esta criança tem a
curiosidade de perguntar aos seus mestres por que e
para que Deus a criou e a pôs no mundo, e eu afirmo
que os mestres são incapazes de contestar a essa
simples interrogação com uma resposta plausível,
sensata. Não lhe poderão dar, porque, em verdade, ela
não existe.
Mas, rodeemos bem a questão e
aprofundemos o problema. Com o pensamento,
examinaremos Deus antes da criação. Tomemo-lo
mesmo no seu sentido absoluto. Está completamente
só; bastando-se a si próprio. E perfeitamente sábio,
perfeitamente feliz, perfeitamente poderoso. Ninguém
lhe pode acrescentar sabedoria, ninguém lhe pode
aumentar a felicidade, ninguém lhe pode fortificar o
poderio.
Este Deus não experimenta nenhum desejo,
visto que a sua felicidade é infinita. Não pode perseguir
nenhum fim, visto que nada falta à sua perfeição. Não
pode ter nenhum intuito, visto que nada falta ao seu
poder. Não pode determinar-se a fazer seja o que for,
visto que não tem nenhuma necessidade.
Eia! Filósofos profundos, pensadores sutis,
teólogos prestigiosos, respondei a esta criança que vos
interroga e dizei-lhe por que é que Deus a criou e
lançou no mundo!
Eu estou tranquilo. Vós não lhe podeis
responder, a não ser que lhe digais: “Os mistérios de
Deus são impenetráveis”! — e aceitais esta resposta
como suficiente. E fareis bem, abstendo-vos de lhes
dar outra resposta, porque esta outra resposta —
previno-vos caritativamente — cava a ruína de vosso
sistema e o derribamento de vosso Deus. A conclusão
impõe-se, lógica, impiedosa: Deus, se criou, criou sem
motivos, sem saber por que, sem ideal.
Sabeis onde nos conduzem as
consequências de tal conclusão? Vamos vê-las.
O que diferencia os atos de um homem
dotado de razão dos atos de um louco, o que determina
que um seja responsável e o outro irresponsável, é que
um homem dotado de razão sabe sempre — ou pode
chegar o sabê-lo — quando procede, quais são os
móbiles que o impulsionam, quais são os motivos que o
levam a praticar aquilo que pensava. Quando se trata
de uma ação importante, cujas consequências podem
hipotecar gravemente as suas responsabilidades, é
preciso que o homem entre na posse de sua razão, se
concentre, se entregue a um sério exame de
consciência, persistente e imparcial, exame que, pelas
suas recordações, reconstitua o quadro dos
acontecimentos de que ele foi agente. Em resumo, é
preciso que ele procure reviver as horas passadas para
que possa discernir quais foram as causas e o
mecanismo dos movimentos que o determinaram a
obrar. Frequentemente, não pode vangloriar-se das
causas que o impulsionaram, e que, amiúde, o levam a
corar de vergonha. Mas, quaisquer que sejam os
motivos, nobres ou vis, generosos ou grosseiros, ele
chega sempre o descobri-los.
Um louco, pelo contrário, precede sem saber
por que; e, uma vez realizado o ato, por grandes que
sejam as responsabilidades que dele possam deriva-
se, interrogai-o, encerrai-o, se quiserdes, numa prisão,
e apertai-o com perguntas: o pobre demente não vos
balbuciará senão coisas vagas, verdadeiras
incoerências.
Portanto, o que diferencia os atos de um
homem sensato de um homem insensato, é que os
atos dos primeiros podem explicar-se, tem uma razão
de ser, distinguem-se neles a causa e o efeito, a
origem e o fim, enquanto que os atos do segundo não
se podem explicar, porque um louco é incapaz de
discernir a causa e o que o levam a realizá-los.
Pois bem! Se Deus criou sem motivo, sem
fim, procedeu como um louco. E, neste caso, a criação
aparece-nos como um ato de demência.

Duas objeções capitais

Para terminar com o Deus da criação,


parece-me indispensável examinar duas objeções.
Os leitores sabem muito bem, sobre este
assunto, abundam objeções. Por isso quando falo em
duas objeções, refiro-me a duas objeções capitais
clássicas.
Estas duas objeções têm tanto mais
importância quanto é certo que, com a beldade da
discussão, se podem englobar todas as outras nestas
duas.

 1ª objeção: “Deus
escapa-vos!”
Dizem-me:
“O senhor não tem o direito de falar de Deus
segundo a forma que o faz. O senhor não nos
apresenta senão um Deus caricaturado,
sistematicamente reduzido a proporções que seu
cérebro abarca. Esse Deus não é nosso Deus. O nosso
Deus não o pode o senhor concebê-lo, visto que lhe é
superior, escapando por isso à suas faculdades
intelectuais. Fique sabendo que o que é fabuloso,
gigantesco para o homem mais forte e mais inteligente,
é para Deus um simples jogo de crianças. Não se
esqueça que a Humanidade não pode mover-se no
mesmo plano que a Divindade. Não perca de vista que
é tão impossível ao homem compreender a maneira
como Deus procede, como os minerais imaginar como
vivem os vegetais, como os vegetais conceber o
desenvolvimento dos animais, e como os animais saber
como vivem e operam os homens.
Deus paira a umas alturas que o senhor é
incapaz de atingir ocupa montanhas inacessíveis ao
senhor. Qualquer que seja o grau de desenvolvimento
de uma inteligência humana; por muito importante que
seja o esforço realizado por essa inteligência; seja qual
for a persistência deste esforço, jamais poderá elevar-
se até Deus. Lembre-se, enfim, que, por muito vasto
que seja o cérebro do homem, ele é finito, não
podendo, por consequência, conceber Deus, que é
infinito.
Tenha pois a lealdade e a modéstia de
confessar que não lhe é possível compreender nem
explicar, não o cabe o direito de negar”.
Eu respondo aos deístas:
Dais-me conselhos de humildade que estou
disposto a aceitar. Fazeis me lembrar que sou um
simples mortal, o que legitimamente reconheço e não
procuro olvidar-me.
Dizeis-me que Deus me ultrapassa e que o
desconheço. Seja. Consinto em reconhecê-lo; afirmo
mesmo que o finito não pode compreender o infinito,
porque é uma verdade tão certa e tão evidente, que
não está em meu ânimo fazer-lhe qualquer oposição.
Vede, pois, até aqui estamos de acordo, com o que
espero, ficareis muito contentes.
Somente, senhores deístas, permiti que, por
meu turno, eu vos dê os mesmos conselhos de
humildade, para terdes o franqueza de me responder
estas perguntas: Vós não sois homens como a mim? A
vós, Deus não se depara como para a mim? Esse Deus
não vos escapa como a mim? Tereis vós a pretensão
de moverdes no mesmo plano da divindade? Tereis
igualmente a mania de pensar e a loucura de crer que,
de um voo, podereis chegar às alturas que Deus
ocupa? Sereis presunçosos ao extremo de afirmar que
o vosso cérebro, o vosso pensamento que é finito,
possa compreender o infinito?
Não vos faço a injuria, senhores deístas, de
acreditar que sustentais uma extravagância venal.
Assim, pois, tende a modéstia e a lealdade de
confessar que, se me é impossível compreender e
explicar Deus, vós tropeçais no mesmo obstáculo.
Tende, enfim, a probidade de reconhecer que, se eu
não posso conceber nem explicar Deus, não o
podendo, portanto, negar, a vós, como a mim, não vos
é permitido concebê-lo e não tendes, por
consequência, o direito de afirmá-lo.
Não julgueis, no entanto, que, por causa
disto, ficamos na mesma situação que antes. Foste vós
que, primeiramente, afirmastes a existência de Deus;
deveis, pois, ser os primeiros a pôr de parte vossas
afirmações. Sonharia eu, alguma vez, com negar a
existência de Deus, se vós não tivésseis começado a
afirmá-la? E se, quando eu era criança, não me
tivessem imposto a necessidade de acreditar nele? E
se, quando adulto, não tivesse ouvido afirmações
nesse sentido? E se, quando homem, os meus olhos
não tivessem constantemente contemplado os templos
elevados a esse Deus? Foram as vossas afirmações
que provocaram as minhas negações. Cessai de
afirmar que eu cessarei de negar.

 2ª objeção:
“Não há efeito sem causa”
A segunda objeção parece-nos mais
invulnerável. Muitos indivíduos consideram-na ainda
sem réplica. Esta objeção provém dos filósofos
espiritualistas: Não há efeito sem causa. Ora, o
Universo é um efeito; e, como não há efeito sem causa,
esta causa é Deus.
O argumento é bem apresentado; parece,
mesmo, bem construído e bem carpintejado. O que
resto saber é se tudo quanto ele encerra é verdadeiro.
Em boa lógica, este raciocínio chama-se
silogismo. Um silogismo é um argumento composto por
três proposições: a maior, a menor e a consequência, e
compreende duas partes: as premissas, constituídas
pelas duas primeiras proposições e a conclusão,
representada pela terceira. Para que um silogismo seja
inatacável, é preciso:
1º que a maior e a menor sejam exatas;
2º que a terceira proposição dimane
logicamente as duas primeiras.
Se o silogismo dos filósofos espiritualistas
reúne estas duas condições, é irrefutável e nada mais
me resta senão aceitá-lo; mas, se lhe falta uma só
dessas condições, então o silogismo é nulo, sem valor,
e o argumento destrói-se por si mesmo.
A fim de conhecer o seu valor, examinemos
as três proposições que o compõe.
1ª proposição (maior): “Não há efeito sem
causa”.
Filósofos, tendes razão. Não há efeito sem
causa: nada mais exato. Não há, não pode haver,
efeito sem causa. O efeito não é mais do que a
continuação, o prolongamento, o limite da causa. Quem
diz efeito diz causa. A ideia de efeito provoca,
necessariamente e imediatamente a ideia de causa.
Se, ao contrário, se concebe um efeito sem causa, isto
seria o efeito do nada, o que equivaleria a crer no
absurdo.
Sobre esta primeira proposição, estamos,
pois, de acordo.
2ª proposição (menor): “Ora, o Universo é
um efeito”.
Antes de continuar, peço explicações:
Sobre o que se apoia esta afirmação tão
franca e tão categórica? Qual o fenômeno, ou conjunto
de fenômenos, na qual a verificação, ou conjunto de
verificações, que permitem uma afirmação tão rotunda?
Em primeiro lugar, comecemos
suficientemente o Universo? Temo-lo estudado
profundamente, temo-lo examinado, investigado,
compreendido, para que nos seja permitido fazer
afirmações desta natureza? Temos penetrado nas suas
entranhas e explorado os seus espaços
incomensuráveis? Já descemos a profundeza do
oceano? Conhecemos todos os domínios do Universo?
O Universo já nos declarou todos os seus segredos? Já
lhe arrancamos todos os véus, penetramos todos os
seus mistérios, descobrimos todos os seus enigmas?
Já vimos tudo, apalpamos tudo, sentimos tudo,
entendemos tudo, observamos tudo, afrontamos tudo?
Não temos nada mais que aprender? Não nos resta
nada mais que descobrir? Em resumo, estamos em
condições de fazer uma apreciação formal do
Universo?
Supomos que ninguém ousará responder
afirmativamente a todas estas questões; e seria digno
de lástima todo aquele que tivesse a tenebridade e a
insensatez de afirmar que conhece o Universo.
O Universo! — quer dizer não somente este
ínfimo planeta que habitamos e sobre o qual se
arrastam as nossas carcaças; não somente os milhões
de astros que conhecemos e que fazem parte do nosso
sistema solar, ou que descobrimos com o decorrer dos
tempos, mas ainda, esses mundos, aos quais, com
conjectura, conhecemos a existência, mas cuja
distancia e o número restam incalculáveis!
Se eu dissesse “o universo é uma causa”,
tenho a certeza que desencadeariam imediatamente
contra mim as vaias e os protestos de todos os
religiosos; e, todavia, a minha afirmação não era mais
descabelada que a deles. Eis tudo.
Se me inclino sobre o Universo, se o
observo quanto me permitir o homem contemporâneo,
os conhecimentos adquiridos, verificarei que é um
conjunto inacreditavelmente complexo e denso, uma
confusão impenetrável e colossal de causas e de
efeitos que se determinam, se encadeiam, se sucedem,
se repetem e se interpenetram. Observarei que o todo
leva uma cadeia sem fim, cujos elos estão
indissoluvelmente ligados.
Certificar-me-ei de que cada um destes elos
é, por sua vez, causa e efeito: efeito da causa que o
determinou, causa do efeito que se lhe segue.
Quem poderá dizer: “Eis aqui o primeiro elo
— o elo causa”? Quem poderá afirmar: “Eis o último elo
— elo efeito”? E quem poderá ainda dizer: “Há
necessariamente uma causa número um e um efeito
número… último”?
À segunda proposição, “ora, o Universo é
um efeito”, falta-lhe uma condição indispensável: a
exatidão. Por consequência, o famoso silogismo não
vale nada.
Acrescento mesmo que, no caso em que
esta segunda proposição fosse exata, faltaria
estabelecer, para que a conclusão fosse aceitável, se o
Universo é o próprio efeito de uma Causa única, de
uma Causa primeira, da Causa das Causas, de uma
Causa sem Causa, da Causa eterna.
Espero, sem me inquietar, esta
demonstração, porque é uma demonstração que se
tem desejado muitas vezes, sem que ninguém no-la
desse; é também uma demonstração, da qual se pode
afirmar, sem receio de desmentido, que jamais poderá
se estabelecer de uma forma séria, positiva e científica.
Por último: admitindo que o silogismo fosse
irrepreensível, ele poderia voltar-se facilmente contra a
tese do Deus-Criador, colocando-se a favor da minha
demonstração.
Expliquemos: “não há efeito sem causa!” —
Seja! — “o Universo é um efeito!” — De acordo! —
“Logo este efeito tem uma causa e é esta causa que
chamamos Deus! — Pois seja!
Mas não vos entusiasmeis, deístas; escutai-
me, porque ainda não triunfastes.
Se é evidente que não há efeito sem causa,
é também rigorosamente exato que não há causa sem
efeito. Não há, não pode haver, causa sem efeito. Que
diz causa, diz efeito. A ideia de causa implica
necessariamente e chama a ideia de efeito. Porque
uma causa sem efeito seria uma causa do nada, o que
seria tão absurdo quanto o efeito do nada. Que fique,
pois, bem entendido: não há causa sem efeito.
Vós, deístas, afirmais, enfim, que o Deus-
Causa é eterno. Desta afirmação concluo que o
Universo-Efeito é igualmente eterno, visto que a uma
causa eterna, corresponde, indubitavelmente, a um
efeito eterno. Se pudesse ser de outro modo, quer
dizer, se o Universo tivesse começado, durante os
milhares e milhares de séculos que, talvez, precederam
a criação do Universo, Deus teria sido uma causa sem
efeito, o que é impossível; uma causa de nada, o que
seria absurdo.
Em conclusão: se Deus é eterno, o Universo
também o é: e, se o Universo também é eterno, é
porque ele nunca principiou, é que jamais foi criado.
É clara a demonstração?

Segunda série de argumentos: Contra


o Deus-governador

 7º argumento: O governador nega


o criador
São muitíssimos — formam legiões — os
indivíduos que, apesar de tudo, se obstinam em crer.
Concebo que, a rigor, se possa crer na existência de
um criador perfeito, como também concebo que se
possa crer na existência de um governador necessário.
Mas, o que me parece impossível é que, ao mesmo
tempo, se possa crer racionalmente num e noutro,
porque estes dois seres perfeitos se excluem
categoricamente: afirmar um é negar o outro; proclamar
a perfeição do primeiro é confessar a inutilidade do
segundo; sustentar a necessidade do segundo é negar
a perfeição do primeiro.
Por outras palavras: pode-se crer na
perfeição ou na necessidade do outro; mas o que não
tem a menor sombra de lógica é crer na perfeição dos
dois. É preciso, pois, escolher qualquer deles.
Se o Universo criado por Deus tivesse sido
uma obra perfeita; se, no seu conjunto, como nos seus
pormenores, esta obra não apresentasse nenhum
defeito; se o mecanismo desta criação gigantesca
fosse irrepreensível; se a sua perfeição fosse de modo
que a ninguém despertasse a menor suspeita de
qualquer desarranjo ou de qualquer avaria; se, enfim, a
obra fosse digna deste operário genial, deste artista
incomparável, desse construtor fantástico a que
chamam Deus, a necessidade de um governador
nunca se teria sentido.
É que é lógico supor que, uma vez a
formidável máquina fosse posta em movimento, nada
mais haveria a fazer do que abandoná-la a si própria,
visto que os acidentes seriam impossíveis. Não seria
preciso este engenheiro, este mecânico, para vigiar a
máquina, para a dirigir, para a reparar, para a afinar,
enfim. Não, este engenheiro seria inútil, este mecânico
não teria razão de ser.
E, neste caso, o Deus-Governador era
também inútil. Se o Governador existe, é porque a sua
intervenção, a sua vigilância são indispensáveis. A
necessidade do Governador é como que um insulto,
como um desafio lançado ao Criador; a sua intervenção
corrobora o desconhecimento, a incapacidade, a
impotência desse criador.
O Deus-Governador nega a perfeição do
Deus-Criador.

 8º argumento: A multiplicidade dos


deuses prova que não existe nenhum deles
O Deus-Governador é, e não pode deixar de
ser, poderoso e justo, infinitamente poderoso e
infinitamente justo.
Ora, eu afirmo que a multiplicidade das
religiões atesta que falta a este Deus poder ou justiça,
se não, ambas as coisas.
Não falemos dos deuses mortos, dos cultos
abolidos, das religiões esquecidas, que se contam por
milhares e milhares. Falemos somente das religiões de
nossos dias. Segundo os cálculos mais bem fundados,
há, presentemente, oitocentas religiões, que se
disputam o império das mil e seiscentas milhões de
consciências que povoam o nosso planeta. Ninguém
pode duvidar que cada uma destas religiões reclama
para si privilégio de que só o seu Deus é que é o
verdadeiro, autêntico, o indiscutível, o único, e que
todos os outros Deuses são Deuses risíveis, Deuses
falsos, Deuses de contrabando e de pacotilha, e que,
portanto, é uma obra piedosa combatê-los e pulverizá-
los.
A isto, ajunta: Se em vez de oitocentas
religiões, não houvesse senão cem ou dez, ou duas, o
meu argumento teria o mesmo valor.
Pois bem, afirmo novamente que a
multiplicidade destes Deuses atesta que não existe
nenhum, certificando, ao mesmo tempo, que Deus não
é todo-poderoso nem sumamente justo.
Se fosse poderoso teria podido falar a todos
os indivíduos com a mesma facilidade com que falou
isoladamente a alguns. Ter-se-ia mostrado, ter-se-ia
revelado a todos sem empregar mais esforços do que o
que empregou para se apresentar a poucos.
Um homem — qualquer que seja — não
pode mostrar-se nem falar senão a um número
reduzido de indivíduos: os seus órgãos vocais têm uma
persistência que não pode exceder certos limites. Mas
Deus… Deus pode falar a todos os indivíduos — por
muito grande que seja o número — com a mesma
facilidade que falaria a uns poucos. Quando se eleva, a
voz de Deus pode e deve perpetuar-se nos quatro
pontos cardeais! O verbo divino não conhece distâncias
nem obstáculos. Atravessa os oceanos, escala as
alturas, franqueia os espaços, sem a menor dificuldade.
E visto que ele quis — é a religião que o
afirma — falar com os homens, revelar-se-lhes, confiar-
lhes os seus desejos, indicar-lhes a sua vontade, fazer-
lhes conhecer a sua lei, bem teria podido fazê-lo a
todos e não a um punhado de privilegiados.
Mas Deus não fez assim, visto que uns o
negam, outros o ignoram, e outros, enfim, opõe tal
Deus a tal outro Deus dos seus concorrentes.
Nestas condições não será mais sensato
pensar que ele não falou a ninguém, e que as múltiplas
revelações que me atribuem, não são, senão, múltiplas
imposturas, ou arma que, se ele falou a uns poucos, é
porque era incapaz de falar com todos?
Sendo assim, eu acuso-o de impotência. E
se não quiserdes que o acuse de impotência, acuso-o
de injustiça. Que pensar, com efeito, de um Deus que
se mostra a um reduzido número e que se esconde das
outras? Que pensar de um Deus que fala para uns e
que, para outros, guarda o mais profundo silêncio?
Não esqueçais que os representantes desse
Deus afirmam que ele é o pai de todos: e que todos,
qualquer que seja o seu título ou grau, são os filhos
bem amados desse Pai que reina lá no céu! Pois, muito
bem, que pensais desse pai que, exuberante da ternura
para alguns privilegiados, os desperta, revelando-se-
lhes evitando-se as angustias da dúvida, arrancando-o
das torturas da hesitação, enquanto que,
violentamente, condena a maioria de seus filhos aos
tormentos da incerteza? Que pensais desse pai que, no
meio de seu esplendor de Majestade, se mostra a uma
parte de seus filhos, enquanto que, para a outra, fica
envolto nas mais profundas trevas? Que pensais desse
pai que, exigindo de seus filhos a prática de um culto,
com o seu contingente de respeitos e adorações,
chama só alguns deles para escutarem a sua palavra
de Verdade, enquanto que, com um propósito
deliberado, nega aos demais esta distinção, este
insigne favor?
Se julgais que este pai é justo e bom, não
vos surpreendas com a minha apreciação, que é muito
diferente:
A multiplicidade de religiões proclama que a
Deus faltou poder ou justiça. Ora, Deus deve ser
infinitamente poderoso e infinitamente justo — são os
religiosos que o afirmam. E se lhe falta um destes dois
atributos — poder ou justiça — não é perfeito: não
sendo perfeito, não tem razão de ser, não existe.
A multiplicidade dos Deuses e das religiões
demonstra que não existe nenhum deles.

 9º argumento: Deus não é


infinitamente bom: é o inferno que o prova
O Deus-Governador ou Providência é, deve
ser, infinitamente bom, infinitamente misericordioso.
Mas a existência do Inferno demonstra-nos que não é
assim.
Atentai bem ao meu raciocínio: Deus podia
— porque é livre — não nos ter criado; mas criou-nos.
Deus podia — porque é todo poderoso — ter-nos
criado todos bons; mas criou-nos bons e maus. Deus
podia — porque é bom — admitir-nos todos, após a
morte, no seu Paraíso, contentando-se, como castigo,
com o tempo de sofrimento e atribulações que
passamos na Terra. Deus podia, em suma — porque é
justo — não admitir em seu Paraíso senão os bons,
recusando ali lugar aos perversos; mas, neste caso,
deveria destruir totalmente os maus com a morte, e
jamais condená-lo aos sofrimentos do Inferno. E isto
porque quem pode criar, pode destruir; quem tem
poder para dar a vida, também tem o poder para tirá-la,
para aniquilá-la.
Vejamos: vós não sois deuses. Vós não sois
infinitamente bons, nem infinitamente misericordiosos.
Sem vos atribuir qualidades que não possuís, eu tenho
a certeza de que, se estivesse em vossas mãos — sem
que isso vos exigisse um grande esforço, e sem que,
de aí, resultasse para nós algum prejuízo moral ou
material — evitar a um ser humano uma lágrima, uma
dor, um sofrimento, eu tenho a certeza, repito, que o
faríeis imediatamente, sem vacilar nem titubear. E,
todavia, vós não sois infinitamente misericordiosos.
Sereis, por acaso, melhores e mais
misericordiosos que o Deus dos cristãos?
Porque, enfim, o Inferno existe. A Igreja faz
alarde dele: é a horrível visão, com a ajuda da qual
semeia o pavor no cérebro das crianças e dos velhos, e
entre os pobres de espírito e os medrosos; é o espectro
que se estala na cabeceira dos moribundos, na hora
em que a morte os arrebata toda a coragem, toda a
energia, toda a lucidez.
Pois bem, o Deus dos cristãos, esse Deus
que dizem cheio de piedade, de perdão, de
indulgência, de bondade e de misericórdia, precipita
para todo o sempre, uma parte dos seus filhos, num
antro de torturas as mais cruéis, e de suplicias as mais
horrendas.
Oh! Como ele é bom! Como ele é
misericordioso!
Vós conheceis certamente estas palavras
das escrituras: “Muitos serão os chamados, mas
poucos os eleitos”. Bem abusos do seu valor, estas
palavras significam que o número de salvos será
ínfimo, enquanto que o número de condenados há de
ser considerável. Esta afirmação é de uma crueldade
tão monstruosa que os deístas têm procurado dar-lhe
um outro sentido.
Mas pouco importa: o Inferno existe, e é
evidente que os condenados — muitos ou poucos — aí
sofrerão os mais dolorosos tormentos.
Agora, pergunto eu: a quem podem
beneficiar os tormentos dos condenados? Aos eleitos?
— Evidente que não. Por definição, os eleitos serão os
justos, os virtuosos, os fraternais, os compassivos: e
seria absurdo supor que a sua felicidade, já
incomparável, pudesse ser aumentada com o
espetáculo de seus irmãos torturados. Aos próprios
condenados? — também não, porque a igreja afirma
que o suplicio desses desgraçados jamais acabará; e
que, pelos séculos dos séculos, os seus sofrimentos
serão tão horripilantes como no primeiro dia.
Então?… Então, aparte os eleitos e aparte
os condenados, não há senão Deus, não pode haver
senão ele. É, pois, Deus, quem obtém benefícios aos
sofrimentos dos condenados? É, pois, ele, esse pai
infinitamente bom, infinitamente misericordioso, que se
regozija sadicamente com as dores e que
voluntariamente condena os seus filhos?
Ah! Se isto é assim, esse Deus aparece-nos
como carrasco mais feroz, como o inquisidor mais
implacável que imaginar se pode.
O inferno prova que Deus não é bom nem
misericordioso — a existência de um Deus de bondade
é incompatível com a existência do inferno.
E de duas uma: ou o inferno não existe, ou
Deus não é infinitamente bom.

 10º argumento: O problema do


mal
É o problema do mal que me fornece
material para o meu último argumento contra o Deus-
Governador, e, simultaneamente, para o meu primeiro
argumento contra o Deus-justiceiro.
Eu não digo que a existência do mal — mal
físico e mal moral — seja incompatível com a
existência de Deus; o que digo é que é incompatível
com o mal a existência de um Deus infinitamente
poderoso e infinitamente bom.
O argumento é conhecido, ainda que o não
seja senão pelas múltiplas refutações — sempre
impotentes — que se lhes tem apresentado.
Remontam-no a Epicuro. Tem, portanto, mais de vinte
séculos de existência: mas, por velho que seja,
conserva ainda todo o seu vigor. Esse argumento é o
seguinte:
O mal existe. Todos os seres sensíveis
conhecem o sofrimento. Deus, que tudo sabe, não
pode ignorá-lo. Pois bem, de duas, uma: Ou Deus quer
suprimir o mal e não pode; ou Deus pode suprimir o
mal e não quer.
No primeiro caso, Deus pretendia suprimir o
mal, porque era bom, porque compartilhava das dores
que nos aniquilam, porque participava dos sofrimentos
que suportamos. Ah! Se isso dependesse dele! O mal
seria suprimido e a felicidade reinaria sobre a Terra…
Mais uma vez Deus é bom, mas não pode
suprimir o mal — não é todo poderoso.
No segundo caso, Deus podia suprimir o
mal. Bastava que o quisesse para que o mal fosse
abolido. Ele é todo poderoso e não quer suprimir o mal;
portanto, não é infinitamente bom.
Aqui, Deus é todo poderoso, mas não é
bom; acolá, Deus é bom mas não é todo poderoso.
Para admitir a existência de Deus, não basta que ele
possua uma destas perfeições: poder ou bondade. É
indispensável que possua as duas.
Este argumento nunca foi refutado.
Entendamo-nos: ao dizer nunca foi refutado quero dizer
que, racionalmente, ninguém a pode ainda refutar,
embora tenham ensaiado isso muitas vezes. O ensaio
de refutação mais conhecido é este:
Vós apresentais em termos errôneos o
problema do mal. É um equivoco atirar para cima de
Deus toda a responsabilidade. Bem, é certo que o mal
existe — é inegável; mas só o homem é responsável
por ele. Deus não quis que o homem fosse um
autômato, uma máquina, que obedece cega e
fatalmente. Ao criá-lo, Deus deu-lhe completa liberdade
— fez dele um ser inteiramente livre; e, conforme com
essa liberdade, que generosamente lhe outorgou,
concedeu-lhe a faculdade de fazer dela, em todas as
circunstâncias, o uso que quisesse. E se o homem, em
vez de fazer uso nobre e justiceiro deste bem
inestimável, faz dele um uso criminoso, porque seria
injusto: devemos acusar mais é o homem, o que é
razoável.
Eis a clássica objeção. Que é que ela vale?
Nada!
Eu explico-me: façamos distinção entre o
mal físico e o mal moral. O mal físico é a doença, o
sofrimento, o acidente, a velhice, com o seu cortejo de
vícios e enfermidades; é a morte, que implica perda de
seres que amamos. Há crianças que nascem e que
morrem, dias depois de seu nascimento, e cuja vida foi
um sofrimento permanente. Há uma enorme multidão
de seres humanos para quem a vida não é mais do que
uma longa série de dores e aflições: seria preferível
que não tivessem nascido. E, na ordem natural, as
epidemias, os cataclismos, os incêndios, as secas, as
inundações, as tempestades, a fome, constituem uma
soma de trágicas fatalidades que originam a dor e a
morte.
Quem ousará dizer que o homem é o
responsável por este mal físico? Quem não
compreende que se Deus criou o Universo, dotando-o
com as formidáveis leis que o regem, o mal físico não é
senão uma destas fatalidades que resultam de um jogo
normal das forças da natureza? Quem não
compreende que o autor responsável destas
calamidades é, com toda a certeza, quem criou o
Universo e quem o governa?
Suponho que, sobre este ponto, não há
contestação possível. Deus que governa o Universo, é
o responsável pelo mal físico. Esta resposta seria
suficiente, e, no entanto, vou continuar.
Eu entendo que o mal moral é tão imputável
a Deus quanto o mal físico. Se Deus existe, foi ele que
presidiu à organização do mundo físico. Por
consequência, o homem, vítima do mal moral, como do
mal físico, não pode ser responsável por um nem por
outro.
Vamos, pois, ver agora na terceira e última
série de argumento, o que tenho a dizer sobre o mal
moral.

Terceira serie de argumentos: Contra o


Deus justiceiro

 11º argumento: Irresponsável, o


homem não pode ser castigado nem recompensado
Que somos nós? Presidimos às condições
de nosso nascimento? Fomos consultados sobre se
queríamos nascer? Fomos chamados a traçar o nosso
destino? Tivemos, sobre qualquer destas questões, voz
ou voto?
Se cada um de nós tivesse voz e voto para
escolher, desde o nascimento, a saúde, a força, a
beleza, a inteligência, a coragem, a bondade, etc…,
seguramente que todos estes benefícios nos teríamos
outorgado. Cada um de nós seria, então, em resumo
de todas as perfeições, uma espécie de Deus em
miniatura.
Mas, afinal, que somos nós? Somos aquilo
que queríamos ser? Não, incontestavelmente.
Na hipótese Deus, somos — visto que foi ele
que nos criou — aquilo que ele quis que fôssemos.
Deus é livre, não podia nos ter criado. Ou podia ter-nos
criado menos perversos, porque é bom. Ou, então,
podia ter-nos criado virtuosos, bem comportados,
excelentes, enchendo-nos de todos os dotes físicos,
intelectuais e morais, porque é todo poderoso.
Pela terceira vez: Que somos nós? Somos o
que Deus quis que fôssemos, visto que ele criou-nos
segundo o seu capricho e o seu gosto.
Se se admite que Deus existe e que foi ele
que nos criou, não se pode dar outra resposta a
pergunta “quem somos nós?”. Com efeito, foi Deus que
nos deu os sentidos, as faculdades de compreensão, a
sensibilidade, os meios de perceber, de sentir, de
raciocinar, de agir. Ele previu, quis determinar as
nossas condições de vida; coordenou as nossas
necessidades, os nossos desejos, as nossas paixões,
as nossas crenças, as nossas esperanças, os nossos
ódios, as nossas ternuras, as nossas aspirações. Toda
a máquina humana corresponde àquilo que ele quis.
Ele arranjou e concebeu todas as peças do meio em
que vivemos, preparando todas as circunstâncias que,
a cada momento, dão um assalto a nossa vontade,
determinando as nossas ações.
Perante este Deus formidavelmente armado,
o homem é, portanto, irresponsável.
O que não está sob a dependência de
ninguém é inteiramente livre; o que está um pouco sob
dependência de um outro é um pouco escravo, e livre
só para a diferença; o que está muito sob a
dependência de um outro é muito escravo, e não é livre
senão para o resto; enfim, o que esta em absoluto sob
a dependência de outro, é totalmente escravo, não
gozando de nenhuma liberdade.
Se Deus existe, é nesta última postura — a
do escravo — que o homem se encontra em relação a
Deus; e sua escravidão é tanto maior quanto maior for
o espaço entre o Senhor e ele.
Se Deus existe, só ele é que sabe, pode,
quer, só ele é livre. O homem nada sabe, nada pode,
nada quer, a sua dependência é completa. Se Deus
existe, ele é tudo — o homem, nada.
O homem, submetido a esta escravidão,
aniquilado sob a dependência, plena e inteira de Deus,
não pode ter nenhuma responsabilidade. E, se o
homem é irresponsável, não pode ser julgado. Todo o
julgamento implica um castigo ou uma recompensa;
mas os atos de um irresponsável, não possuindo
nenhum valor moral, estão isentos de qualquer
responsabilidade. Os atos de um irresponsável podem
ser úteis ou prejudiciais. Moralmente não são bons nem
maus, como não são meritórios nem repreensíveis;
julgados equitativamente, não podem ser
recompensados nem castigados.
Portanto, Deus, erigindo-se em justiceiro,
castigando e recompensando o homem irresponsável,
não é mais do que um usurpador, que se arroga um
direito arbitrário, usando dele contra toda a justiça.

Do que fica escrito, concluo:


a) Que a responsabilidade do mal moral é
imputável a Deus, como igualmente lhe é imputável a
responsabilidade do mal físico;
b) Que Deus é um juiz indigno, porque,
sendo o homem irresponsável, não pode ser castigado
nem recompensado.

 12º argumento: Deus viola as


regras fundamentais de equidade
Admitamos por um instante que o homem é
responsável, e veremos como, dentro desta hipótese, a
justiça divina viola constantemente as regras mais
elementares da equidade.
Se se admite que a prática de justiça não
pode ser exercida sem uma sanção; que o magistrado
tem, por mandato, fixá-la; e que há uma regra, segundo
o qual o sentimento deve pronunciar-se unanimemente,
é evidente que, da mesma forma, tem de haver uma
escala de mérito e culpabilidade, assim como uma
escala de recompensas e de castigos.
Admitindo este princípio, o magistrado que
melhor pratica a justiça é aquele que proporciona o
mais exatamente possível a recompensa ao mérito e o
castigo a culpabilidade. E o magistrado ideal,
impecável, perfeito, seria aquele que estabelece uma
relação rigorosamente matemática entre o ato e a
sanção.
Eu penso que esta regra elementar de
justiça é acerta por todos. Pois bem, Deus, distribuindo
o Céu e o Inferno, finge conhecer esta regra e viola-a.
Qualquer que seja o mérito do homem, esse mérito é
limitado (como o próprio homem); e, no entanto, a
sanção da recompensa não o é: o Céu não tem limites,
ainda que não seja senão pelo seu caráter de
perpetuidade. Qualquer que seja a culpabilidade do
homem, esta culpabilidade é limitada (como o próprio
homem); e, no entanto, o castigo não o é: o Inferno o é:
o Inferno é ilimitado, ainda que não seja senão pelo seu
caráter de perpetuidade.
Há, pois, uma grande desproporção entre o
mérito e a recompensa, entre a falta e a punição: o
mérito e a falta são limitados, enquanto que a
recompensa e o castigo são ilimitados.
Deus viola, pois, as regras fundamentais da
equidade.Finda aqui a minha tese. Resta-me apenas
recapitulá-la e concluí-la.
Vamos a uma breve recapitulação:
Prometi uma demonstração terminante,
substancial, decisiva, da inexistência de Deus. Creio
poder afirmar que cumpri esta promessa.
Não percais de vista que eu não me propus
dar-vos um sistema do Universo que tornasse inútil
todo o recurso à hipótese de uma Força sobrenatural,
de uma Energia ou de uma Potência extramundial, de
um Princípio superior ou anterior do Universo. Tive a
lealdade, como era o meu dever, de vos dizer com toda
a franqueza: apresentado assim, o problema não
admite, dentro dos conhecimentos humanos, nenhuma
solução definitiva; e que a única atitude que convém
aos princípios refletidos e razoáveis é a expectativa.
O Deus que eu quis negar e do qual posso
dizer que neguei a possibilidade é o Deus, é o Deus
das religiões, o Deus Criador, Governador e Justiceiro,
o Deus infinitamente sábio, poderoso, justo e bom, que
os padres e os pastores se jactam de representar na
Terra e que tentam impor a sua veneração.
Não há, não pode haver, equívoco. E este
Deus que é preciso defender dos meus ataques.
Toda a discussão sobre outro terreno — e
previno-vos disto, porque é necessário que vos ponhais
em guarda contra as insídias do adversário — será
apenas uma diversão, e, ainda mais: a prova provada
de que o Deus das religiões não pode ser defendido
nem justificado.
Provei que Deus, como criador, é
inadmissível, imperfeito, inexplicável; estabeleci que
Deus, como governador, é inútil, impotente, cruel,
odioso, despótico; demonstrei que Deus, como
justiceiro, é um magistrado indigno, pois que viola as
regras essenciais da mais elementar equidade.

Chegamos a esta conclusão:


Tal é, portanto, o Deus que, desde tempos
imemoriais, nos tem ensinado e que ainda hoje se
ensina às crianças, tanto nas escolas como nos lares.
E que de crimes se tem cometido em nome dele! Que
de ódios, guerras, calamidades tem sido furiosamente
desencadeados pelos seus representantes! Esse Deus
de tanto sofrimento não tem sido a causa! E quantos
males provoca ainda hoje!
Há quantos séculos a religião traz a
humanidade curvada sob a crença, espojada na
superstição, prostrada resignadamente!
Não chegará jamais o dia em que, deixando
de crer na justiça eterna, nas suas sentenças
imaginárias, nas suas recompensas problemáticas, os
seres humanos começam a trabalhar com um ardor
infatigável pelo vento de uma justiça imediata, positiva
e fraternal sobre a Terra? Não soará jamais a hora em
que, desiludidos das consolações e das esperanças
falazes que lhes sugere a crença de um paraíso
compensador, os seres humanos comecem a fazer do
nosso planeta do Éden de abundância, de paz e de
liberdade, cujas portas estejam fraternalmente abertas
para todos?
Há muito tempo que o contrato social é
inspirado num Deus sem justiça, como há muito tempo
que ele se inspira numa justiça sem Deus. Há muito
tempo que as relações entre os países e os indivíduos
dimanam num Deus sem filosofia, como há muito
tempo que elas dimanam uma filosofia sem Deus. Há
muitos séculos que monarcas, governos, castas,
padres, condutores do povo e diretores de
consciências, tratam a humanidade como um vil
rebanho de cordeiros, para, em último lugar, serem
esfolados, devorados, atirados ao matadouro.
Há séculos que os deserdados suportam
passivamente a miséria e a servidão, graças ao milagre
procedente do Céu e à visão horrorosa do inferno. É
preciso acabar com este odioso sortilégio, com esta
burla abominável.
Caro leitor, que me lê, abra os olhos,
examina, observa, compreende. O Céu de que te falam
sem cessar; o Céu com a ajuda do qual procuram
insensibilizar a tua miséria, anestesiar os teus
sofrimentos e afogar os gemidos que, apesar de tudo,
saem do teu peito, é um Céu irracional, um Céu
deserto. Só o seu inferno é que é povoado, que é
positivo.
Basta aos lamentos: os lamentos são vãos!
Basta de prosternações: as prosternações são estéreis!
Basta de preces: as preces são impotentes!
E, direito, altivo, declara guerra implacável a
Deus que, a tanto tempo, impõe aos teus irmãos e a ti
próprio uma veneração embrutecedora!
Teríamos, então, de nos desembaraçarmos
deste tirano imaginário e sacode o jugo dos indivíduos
que pretendem ser os representantes dele na Terra!
Mas, lembra-te bem, que, com este gesto de
libertação, não terás cumprido senão uma das tarefas
que te incumbe.
Não nos esqueçamos de que de nada
servirá quebrar as cadeias que os Deuses imaginários,
celestes e eternos, tem forjado contra nós, se não
quebrares igualmente as cadeias que, contra nós, tem
forjado os Deuses passageiros da Terra.
Estes Deuses giram em torno de ti,
procurando envilecermos e degradarmos. Estes
Deuses são homens como nós.
Ricos e governantes, estes Deuses da Terra
tem-na povoado de inúmeras vítimas, de tormentos
inexplicáveis.
Possam, enfim, um dia, os condenados da
Terra insurgirem-se contra os seus verdugos, para
fundarem uma Cidade na qual não possa haver destes
monstros.
Quando te tiveres emancipado dos Deuses
do Céu e da Terra, quando te tiveres desembaraçado
dos chefes de cima e dos chefes debaixo, quando
tiveres levado à pratica este duplo gesto de libertação,
então, mas então somente, ó meu irmão, sairás do
Inferno em que te encontras para entrar no Céu que tu
realizarás! Deixarás as trevas da tua ignorância, para
abraçar as puras claridades da tua inteligência,
desperta, já, das influências letárgicas das religiões!
É relevante citarmos Jean Paul Satre, onde
ele diz:
Quando pensamos num Deus criador,
identificamo-no quase sempre como superior; e
qualquer que seja a doutrina que consideremos,
admitimos sempre que Deus sabe perfeitamente o que
cria.
Assim, o conceito do homem, no espírito de
Deus, é assimilável ao conceito de um corta-papel no
espírito do industrial; e Deus produz o homem segundo
técnicas e uma concepção, exatamente como o artífice
fabrica um corta-papel segundo uma definição e uma
técnica. Assim, o homem individual realiza um certo
conceito que está na inteligência divina.
No século XVIII, para o ateísmo dos
filósofos, suprime-se a noção de Deus, mas não a ideia
de que a essência precede a existência. O homem
possui uma natureza humana; esta natureza, que é o
conceito humano, encontra-se em todos os homens, o
que significa que cada homem é um exemplo particular
de um conceito universal – o homem; para Kant resulta
de universalidade que o homem da selva, o homem
primitivo, como o burguês, estão adstritos à mesma
definição e possuem as mesmas qualidades de base.
Assim, pois, ainda aí, a essência do homem precede
essa existência histórica que encontramos na natureza.
(…)
O existencialismo ateu, que eu represento, é
mais coerente. Declara ele que, se Deus não existe, há
pelo menos um ser no qual a existência precede a
essência, um ser que existe antes de poder ser definido
por qualquer conceito, e que este ser é o homem ou,
como diz Heidegger, a realidade humana.
Que significará aqui o dizer-se que a
existência precede a essência? Significa que o homem
primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e
que só depois se define. O homem, tal como o concebe
o existencialista, se não é definível, é porque
primeiramente não é nada. Só depois será alguma
coisa e tal como a si próprio se fizer. Assim, não há
natureza humana, visto que não há Deus para
concebê-la.
O homem é, não apenas como ele se
concebe, mas como ele quer que seja, como ele se
concebe depois da existência, como ele se deseja após
este impulso para a existência; o homem não é mais
que o que ele faz. Tal é o primeiro princípio do
existencialismo. É também a isso que se chama a
subjetividade, e o que nos censuram sob este mesmo
nome. Mas que queremos dizer nós com isso, senão
que o homem tem uma dignidade maior do que uma
pedra ou uma mesa? Porque o que nós queremos dizer
é que o homem primeiro existe, ou seja, que o homem,
antes de mais nada, é o que se lança para um futuro, e
o que é consciente de se projetar no futuro. (…)
Mas se verdadeiramente a existência
precede a essência, o homem é responsável por aquilo
que é.
Assim, o primeiro esforço do existencialismo
é o de pôr todo homem no domínio do que ele é e de
lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência.
E, quando dizemos que o homem é responsável por si
próprio, não queremos dizer que o homem é
responsável pela sua restrita individualidade, mas que
é responsável por todos os homens.
Isso, eu postei, somente para dar mais
ênfase na discussão e fazer ter ou extrair mais dúvidas.
Faço mais essas colocações, que pesquisei:
Dois cientistas formalizaram um teorema
sobre a existência de Deus, escrito pelo renomado
matemático tcheco Kurt Gödel (1906-1978). O nome de
Gödel pode não significar muito para alguns, mas entre
os cientistas ele possui reputação semelhante a de
Albert Einstein - de quem era um amigo próximo. Os
cientistas da Universidade Livre de Berlim, Christoph
Benzmüller e Bruno Woltzenlogel Paleo, realizaram um
trabalho que teve como base o argumento ontológico
(ciência do ser em geral) de Kurt Gödel, que propôs um
teorema matemático para a existência de Deus. Por
conta disso, a notícia foi veiculada, na última semana,
pelo diário alemão Die Welt, sob a manchete
“Cientistas provam a existência de Deus” Obviamente,
uma ressalva significativa deve ser feita sobre a
afirmação. Na verdade, o que os pesquisadores em
questão dizem ter realmente comprovado não é a
existência de um "Ser Supremo" em si, mas como o
uso de uma "tecnologia superior" pode resultar em
avanços em vários campos científicos. Quando Gödel
morreu, em 1978, ele deixou uma teoria tentadora
baseada nos princípios da lógica modal - que um ser
superior deve existir. Os detalhes da matemática
envolvidos na prova ontológica de Gödel são
complicados, mas, na essência, o matemático
argumentou que, por definição, Deus é aquele para o
qual não poderia ser concebido um ser maior. E,
enquanto Deus existe conceitualmente falando, ele
poderia ser concebido como "o maior", se ele existisse
na realidade. Portanto, para Gödel, Deus deveria
existir. Apesar desta argumentação não ser
exatamente nova na época que foi formulada pelo
matemático, ele inovou ao escrever teoremas -
pressupostos que não podem ser comprovados - como
equações matemáticas sobre o assunto. E, a partir daí,
isso poderia ser comprovado. Aí entram Christoph
Benzmüller e Bruno Woltzenlogel Paleo. Com o uso de
um MacBook comum, eles mostraram que a prova de
Gödel está correta - pelo menos em um nível
matemático - por meio da lógica modal superior. Sua
apresentação inicial, na publicação científica arXiv.org,
recebeu o título de "Formalização, mecanização e
automação de prova da existência de Deus de Gödel".
E, a partir do fato que um teorema complicado foi
comprovado com uso de um equipamento tecnológico
de acesso ao público, isso abre "todos os tipos de
possibilidades", declarou Benzmüller ao jornal Spiegel.
"É totalmente incrível que, a partir deste argumento
liderado por Gödel, tudo isso pode ser provado
automaticamente em poucos segundos, ou até menos
em um notebook padrão", disse ele.

Os que creem e os que não


creem em Deus

Há milênios, a questão da existência de


Deus foi levantada dentro do pensamento do homem, e
os principais conceitos filosóficos que investigam e
procuram respostas sobre esse assunto, são:

Deísmo

Doutrina que considera a razão como a


única via capaz de nos assegurar da existência de
Deus, rejeitando, para tal fim, o ensinamento ou a
prática de qualquer religião organizada. O deísmo é
uma postura filosófica-religiosa que admite a existência
de um Deus criador, mas rejeita a ideia de revelação
divina.
Percentagem de pessoas que, na Europa,
afirmaram acreditar num Deus. Note que os países
da Europa Oriental de maioria ortodoxa (como Grécia e
Romênia) ou muçulmano (Turquia) apresentam
percentagem mais elevadas.

Teísmo
O teísmo é um conceito surgido no século
XVII, contrapondo-se ao ateísmo, deísmo e
panteísmo.O teísmo sustenta a existência de um Deus
(contra o ateísmo), ser absoluto transcendental (contra
o panteísmo), pessoal, vivo, que atua no mundo
através de sua providência e o mantém (contra o
deísmo). No teísmo a existência de um Deus pode ser
provada pela razão, prescindindo da revelação; mas
não a nega. Seu ramo principal é o teísmo Cristão, que
fundamenta sua crença em Deus na Sua revelação
sobrenatural através da Bíblia. Existe ainda o
teísmo agnóstico, que é a filosofia que engloba tanto o
teísmo quanto o agnosticismo. Um teísta agnóstico é
alguém que admite não poder ter conhecimento algum
acerca de Deus, mas decide acreditar em Deus mesmo
assim. A partir do teísmo se desenvolve aTeologia, que
é encarada principalmente, mas não exclusivamente,
do ponto de vista da fé. Embora tenha suas raízes no
teísmo, pode ser aplicada e desenvolvida no âmbito de
todas as religiões. Não deve ser confundida com o
estudo e codificação dos rituais e legislação de cada
credo.
 Ateísmo – O ateísmo engloba tanto
a negação da existência de divindades quanto a
simples ausência da crença em sua existência.
 Agnosticismo – Dentro da visão agnóstica,
não é possível provar racional e cientificamente a
existência de Deus, como também é igualmente
impossível provar a sua inexistência. O agnóstico pode
ser teísta ou ateísta, dependendo da posição pessoal
de acreditar (sem certeza) na existência ou não
de divindades.
Além de estudos de livros
considerados sagrados como a Bíblia, muitos
estudiosos, curiosos e pesquisadores, argumentam que
pode-se conhecer sobre Deus, e suas qualidades,
observando a natureza e suas criações. Argumentam
que existe evidência científica de uma fonte
de energia ilimitada, e que esta poderia ter criado
a substância do universo, e que por observarem a
ordem, o poder e a complexidade da criação, tanto
macroscópica quanto microscópica, muitos chegaram a
admitir a existência de Deus.

Concepções de Deus

As concepções de Deus variam


amplamente. Filósofos e teólogos têm estudado
inúmeras concepções de Deus desde o início das
civilizações. Se revletirmos todas tem uma essência,
que é Deus, mas difere na forma de ação, mais
propriamente nos castigos de Deus. Castigos que
variam de acordo com as regras de cada uma delas.
As concepções abraâmicas de Deus incluem
a visão cristã da Trindade, a definição cabalística de
Deus do misticismo judaico, e os conceitos islâmicos
de Deus. As religiões indianas diferem no seu ponto de
vista do divino: pontos de vista de Deus no
hinduísmo variam de região para região, seita, e de
casta, que vão desde as monoteístas até as politeístas;
o ponto de vista de Deus no budismo praticamente não
é teísta. Nos tempos modernos, mais alguns conceitos
abstratos foram desenvolvidos, tais como tecnologia do
processo e teísmo aberto. Concepções de Deus
formuladas por pessoas individuais variam tanto que
não há claro consenso sobre a natureza de Deus. O
filósofo francês contemporâneo Michel Henry tem
proposto entretanto uma definição fenomenológica de
Deus como a essência fenomenológica da vida:
 Doutrina espírita – Considera Deus a
inteligência suprema, causa primeira de todas as
coisas, eterno, imutável, imaterial, único, onipotente e
soberanamente justo e bom. Todas as leis da natureza
são leis divinas, pois Deus é seu autor.
 Martinismo – Nesta doutrina, podemos
encontrar no livro Corpus Hermeticum a seguinte
citação: "vejo o Todo, vejo-me na mente… No céu eu
estou, na terra, nas águas, no ar; estou nos animais,
nas plantas. Estou no útero, antes do útero, após o
útero -estou em todos os lugares."
 Teosofia, baseada numa interpretação
não ortodoxa das doutrinas místicas orientais e
ocidentais, afirma que o Universo é, em sua essência,
espiritual e o homem é um ser espiritual em progresso
evolutivo cujo ápice é conhecer e integrar a Realidade
Fundamental, que é Deus.
 Algumas pessoas especulam que Deus
ou os deuses são seres extraterrestres. Muitas dessas
teorias sustentam que seres inteligentes provenientes
de outros planetas visitaram a Terra no passado e
influenciaram no desenvolvimento das religiões. Alguns
livros, como o livro "Eram os Deuses Astronautas?"
de Erich von Däniken, propõem que tanto os profetas
como também os messias foram enviados ao nosso
mundo com o objetivo exclusivo de ensinar conceitos
morais e encorajar o desenvolvimento da civilização.
 Especula-se também que toda a
religiosidade do homem criará no futuro uma entidade
chamada Deus, a qual emergirá de uma inteligência
artificial. Arthur Charles Clarke, um escritor de ficção
científica, disse em uma entrevista que: "Pode ser que
nosso destino nesse planeta não seja adorar a Deus,
mas sim criá-Lo".
 Outros especulam que as religiões e mitos
são derivados do medo. Medo da morte, medo das
doenças, medo das calamidades, medo dos
predadores, medo do desconhecido. Com o passar do
tempo, essas religiões foram subjugadas sob a tutela
das autoridades dominantes, as quais se
transformaram em governantes divinos ou enviados
pelos deuses. Dessa forma, a religião é simplesmente
um meio para se dominar a massa. Napoleão
Bonaparte disse que: "o povo não precisa de Deus,
mas precisa de religião", o que quer dizer que a massa
necessita de uma doutrina que lhe discipline e lhe
estabeleça um rumo, sendo que Deus é um detalhe
meramente secundário.

Abordagens teológicas

Teólogos e filósofos atribuíram um número


de atributos para Deus, incluindo onisciência,
onipresença, onipotência, amor perfeito, simplicidade e
eternidade necessária.
Deus tem sido descrito como incorpóreo,
um ser personalidade, a fonte de todas as obrigações
morais e concebido como o melhor ser existente. Estes
atributos foram tidos em diferentes graus por
acadêmicos judeus (eles de novo!), cristãos,
muçulmanos, desde as épocas anteriores, incluindo
Santo Agostinho, Al Ghazal e Maaimonides
Muitos argumentos desenvolvidos
por filósofos medievais para a existência de Deus,
tentaram compreender as implicações precisas dos
atributos de Deus. Conciliar alguns desses atributos
gerou problemas filosóficos e debates importantes. Por
exemplo, a onisciência de Deus implica que Deus sabe
como agentes livres irão escolher para agir. Se Deus
sabe isso, a aparente vontade deles pode ser ilusória,
ou o conhecimento não implica predestinação, e se
Deus não sabe, então não é onisciente.[10]
Os últimos séculos de filosofia tem-se visto
vigorosas perguntas sobre a argumentos para a
existência de Deus levantadas pelos filósofos, tais
como Immanuel Kant, David Hume e Antony Flew,
apesar de Kant considerar que o argumento de
moralidade era válido.
A resposta teísta tem sido de
questionamentos, como Alvin Plantinga, que a fé é
"adequadamente básica", ou a tomar, como Richard
Swinburne, a posição evidencialista.
Alguns Teístas concordam que nenhum dos
argumentos para a existência de Deus são vinculativos,
mas alegam que a fé não é um produto da razão, mas
exige risco. Não haveria risco, dizem, se os
argumentos para a existência de Deus fossem tão
sólidos quanto as leis da lógica, uma posição assumida
por Pascal como: "O coração tem razões que a razão
não conhece."
A maior parte das grandes religiões
consideram a Deus, não como uma metáfora, mas um
ser que influencia a existência de cada um no dia-a-dia.
Muitos fiéis acreditam na existência de outros seres
espirituais, e dão-lhes nomes como anjos, santos,
demônios e devas.

Teísmo e Deísmo
O teísmo sustenta que Deus existe
realmente, objetivamente, e independentemente do
pensamento humano, sustenta que Deus criou tudo;
que é onipotente e eterno, e é pessoal, interessado, e
responde às orações. Afirma que Deus é tanto
imanente e transcendente, portanto, Deus é infinito e
de alguma forma, presente em todos os
acontecimentos do mundo.
A teologia católica sustenta que Deus
é infinitamente simples, e não está sujeito
involuntariamente ao tempo. A maioria dos teístas
asseguram que Deus é onipotente, onisciente e
benevolente, embora esta crença levante questões
acerca da responsabilidade de Deus para o mal e
sofrimento no mundo. Alguns teístas atribuem a Deus
uma auto-consciência ou uma proposital limitação da
onipotência, onisciência, ou benevolência.
O Teísmo aberto, pelo contrário, afirma que,
devido à natureza do tempo, a onisciência de Deus não
significa que a divindade pode prever o futuro. O
"Teísmo" é por vezes utilizado para se referir, em geral,
para qualquer crença em um Deus ou deuses, ou seja,
politeísmo ou monoteísmo.
O Deísmo afirma que Deus é
totalmente transcendente: Deus existe, mas não
intervém no mundo para além do que era necessário
para criá-lo. Em vista desta situação, Deus não
é antropomórfico, e não responde literalmente às
orações ou faz milagres acontecerem. É comum no
deísmo a crença de que Deus não tem qualquer
interesse na humanidade e pode nem sequer ter
conhecimento dela.
O pandeísmo e o panendeísmo,
respectivamente, combinam as crenças do deísmo com
o panteísmo ou panenteísmo.

Posições científicas e críticas a respeito


da ideia de Deus
Stephen Jay Gould propôs uma abordagem
dividindo o mundo da filosofia no que ele chamou de
"magistérios não sobrepostos". Nessa visão, as
questões do sobrenatural, tais como as relacionadas
com a existência e a natureza de Deus, são não-
empíricas e estão no domínio próprio da teologia. Os
métodos da ciência devem ser utilizadas para
responder a qualquer questão empírica sobre o mundo
natural, e a teologia deve ser usada para responder
perguntas sobre o propósito e o valor moral. Nessa
visão, a percepção de falta de qualquer passo empírico
do magistério do sobrenatural para eventos naturais faz
da ciência o único ator no mundo natural.
Outro ponto de vista, exposto por Richard
Dawkins, é que a existência de Deus é uma questão
empírica, com o fundamento de que "um universo com
um deus seria um tipo completamente diferente de um
universo sem deus, e poderia ser uma diferença
científica ".
Carl Sagan argumentou que a doutrina de
um Criador do Universo era difícil de provar ou rejeitar
e que a única descoberta científica concebível que
poderia trazer desafio seria um universo infinitamente
antigo.

Antropomorfismo

Pascal Boyer argumenta que, embora exista


uma grande variedade de conceitos sobrenaturais
encontrados ao redor do mundo, em geral seres
sobrenaturais tendem a se comportar tanto como as
pessoas. A construção de deuses e espíritos como as
pessoas é um dos melhores traços conhecidos da
religião. Ele cita exemplos de mitologia grega, que é,
na sua opinião, mais como uma novela moderna do
que outros sistemas religiosos. Bertrand du
Castel e Timothy Jurgensen demonstram através de
formalização que o modelo explicativo de Boyer
corresponde ao que a epistemologia física faz ao
trabalhar com entidades não diretamente observáveis
como intermediários.
O antropólogo Stewart Guthrie afirma que as
pessoas projetam tais características humanas para os
aspectos não-humanos do mundo, porque isso torna
esses aspectos mais familiares. Sigmund
Freud também sugeriu que os conceitos de Deus são
projeções de um pai. Da mesma forma, Émile
Durkheim foi um dos primeiros a sugerir que os deuses
representam uma extensão da vida social humana para
incluir os seres sobrenaturais.
Em linha com esse raciocínio, o
psicólogo Matt Rossano afirma que quando os
humanos começaram a viver em grupos maiores, eles
podem ter criado os deuses como um meio de garantir
a moralidade. Em pequenos grupos, a moralidade pode
ser executada por forças sociais, como a fofoca ou a
reputação. No entanto, é muito mais difícil impor a
moral usando as forças sociais em grupos muito
maiores. Ele indica que, ao incluir sempre deuses e
espíritos atentos, os humanos descobriram uma
estratégia eficaz para a contenção do egoísmo e a
construção de grupos mais cooperativos.
O anarquista Mikhail Bakunin critica a ideia
de Deus como sendo uma ideia criada pelas elites
(reis, senhores de escravos, senhores feudais,
sacerdotes, capitalistas) que busca justificar a
sociedade autoritária projetando ideologicamente as
relações de dominação para o universo como um todo
(Deus como senhor ou rei e o universo
como escravo ou súdito). A ideia de Deus serviria como
um instrumento de dominação cuja função seria fazer
os dominados aceitarem sua exploração como se fosse
um fato natural, cósmico e eterno, ou seja, um fato do
qual não podem fugir, restando-lhes apenas a opção de
resignarem-se.

Ateísmo

Ateísmo, num sentido amplo, é a rejeição ou


ausência da crença na existência de divindades e
outros seres sobrenaturais.[1] O ateísmo é contrastado
com oteísmo,[2][3] que em sua forma mais geral é a
crença de que existe pelo menos uma divindade. [3][4][5]
[6]
Num sentido mais restrito, o ateísmo é precisamente
a posição de que não existem divindades.[7]
O termo ateísmo, proveniente do grego
clássico ἄθεος (transl.: atheos), que significa "sem
Deus", foi aplicado com uma conotação negativa
àqueles que se pensava rejeitarem
os deuses adorados pela maioria da sociedade. Com a
difusão do pensamento livre, do ceticismo científico e
do consequente aumento do criticismo à religião, a
aplicação do termo foi reduzida em seu escopo. Os
primeiros indivíduos a identificarem-se como "ateus"
surgiram no século XVIII.[8]
Os ateus tendem a ser céticos em relação a
afirmações sobrenaturais, citando a falta de
evidências empíricas. Os ateus têm oferecido vários
argumentos para não acreditar em qualquer tipo de
divindade. Estes incluem o problema do mal, o
argumento das revelações inconsistentes e o
argumento de descrença. Outros argumentos do
ateísmo são filosóficos, sociais e históricos. Embora
alguns ateus adotem filosofias seculares, não há
nenhuma ideologia ou um conjunto de comportamentos
a que todos os ateus aderem. Na cultura ocidental,
assume-se frequentemente que os ateus
são irreligiososembora outros ateus sejam
espiritualistas. Ademais, o ateísmo também aparece
em certos sistemas religiosos e de crenças espirituais,
como o janismo, budismo e hinduísmo. O jainismo e
algumas formas de budismo não defendem a crença
em deuses, enquanto o hinduísmo mantém o ateísmo
como um conceito válido, mas difícil de acompanhar
espiritualmente.
Como as conceções sobre o ateísmo variam,
é difícil determinar quantos ateus existem no mundo
atualmente. Segundo uma estimativa, cerca de 2,3%
da população mundial descreve-se como ateia,
enquanto 11,9% descreve-se como não-religiosa. De
acordo com outra estimativa, as taxas de ateísmo auto-
relatado são mais altas em países ocidentais, embora
também varie bastante em grau - Estados
Unidos (4%), Itália (7%), Espanha (11%), Reino Unido
(17%), Alemanha (20%) e França (32%).
Argumentos pela existência de Deus

O assim denominado argumento ontológico


da existência de Deus foi desenvolvido por
Santo Anselmo de Canterbury na obra "Proslogion". Os
passos do raciocínio anselmiano são os seguintes:
 Existe na mente de todo homem a ideia
de um ser que não se pode pensar outro maior;
 Existir só na mente é menos perfeito do
que existir na mente e também na realidade;
 Se o ser maior do que o qual não se pode
pensar outro só existisse na mente seria menor do que
qualquer outro que também existisse na realidade;
 Logo, o ser do qual não se pode pensar
outro maior deve existir também na realidade
(existência real necessária), logo conclui-se que existe
Deus e esse ser é perfeitíssimo.
Defenderam esta tese com argumentos
distintos São Boaventura, Duns, Descartes Leibiniz,
Hegel, Isaac Newton quando citou a mecânica celeste
ou gravitação universal, Karl Bath e N. Malcolm.
Como veem acima, já impostaram nas
mentes humanas a ideia de que se prensar em outro
ser que não Deus, estará condenado ás penas eternas.

As Cinco Vias de São Tomás de Aquino

Santo Tomás de Aquino, na sua obra Suma


Teológica ensina que Deus é o princípio e o fim de
todas as coisas e que, fazendo apenas o uso da luz
natural da razão a partir das coisas criadas, é possível
demonstrar a Sua existência, sem ter de recorrer a
nenhum outro argumento de natureza religiosa ou
dogmática, para isto propõe cinco vias de
demonstração de natureza exclusivamente filosófico-
metafísica.
As cinco vias são provas a posteriori, que
têm como ponto de partida as criaturas enquanto entes
causados para se atingir como termo de chegada a
necessidade da existência de Deus; são
demonstrações metafísicas (causalidade do ser) e não
científico-positivas (causalidade apenas dos
fenômenos), mesmo partindo da experiência sensível
e, aplicando o princípio da causalidade, mostram ser
impossível se proceder ao infinito na cadeia de causas.
1ª via - Primeiro Motor Imóvel Nossos
sentidos atestam, com toda a certeza, que neste
mundo algumas coisas se movem. Tudo o que se move
é movido por alguém, é impossível uma cadeia infinita
de motores provocando o movimento dos movidos, pois
do contrário nunca se chegaria ao movimento presente,
logo há que ter um primeiro motor que deu início ao
movimento existente e que por ninguém foi movido, e
um tal ser todos entendem: é Deus.
O movimento aqui é considerado no sentido
metafísico, isto é passagem da potência - como sendo
aquilo que uma coisa pode vir a ser, para oato - aquilo
que a coisa é no momento. Deus é ato puro e não sofre
mudança. O seu Ser confunde-se com o Agir.

2ª. via - Causa Primeira ou Causa


Eficiente Decorre da relação "causa-e-efeito" que se
observa nas coisas criadas. Não se encontra, nem é
possível, algo que seja a causa eficiente de si próprio,
porque desse modo seria anterior a si próprio: o que é
impossível. É necessário que haja uma causa primeira
que por ninguém tenha sido causada, pois a todo efeito
é atribuída uma causa, do contrário não haveria
nenhum efeito pois cada causa pediria uma outra numa
sequência infinita e não se chegaria ao efeito atual.
Logo é necessário afirmar uma Causa eficiente
Primeira que não tenha sido causada por ninguém. A
esta Causa todos chamam Deus. Assim se explica a
causa da existência do Universo.

3ª. via - Ser Necessário e Ser


Contingente Existem seres que podem ser ou não ser,
chamados de contingentes, isto é cuja existência não é
indispensável e que podem existir e depois deixar de
existir. Todos os seres que existem no mundo são
contingentes, isto é, aparecem, duram um tempo e
depois desaparecem. Mas, nem todos os seres podem
ser desnecessários, caso contrário o mundo não
existiria. Alguma vez nada teria existido, logo é preciso
que haja um Ser Necessário que fundamente a
existência dos seres contingentes e que não tenha a
sua existência fundamentada em nenhum outro ser.
Igualmente, tudo o que é necessário tem a causa da
sua necessidade noutro. Aqui também não é possível
continuar até o infinito na série das coisas necessárias
que têm uma causa da própria necessidade. Portanto,
é necessário afirmar a existência de algo necessário
por si mesmo, que não encontra em outro a causa de
sua necessidade, mas que é causa da necessidade
para os outros: O que todos chamam Deus.
Do Nada não surge e nem advém o Ser. Como se
observa que as coisas existem, não pode ter havido um
momento de Nada Absoluto, pois daí não se brotaria a
existência de algo ou coisa alguma.

4ª. via - Ser Perfeito e Causa da Perfeição


dos demais Verifica-se que há graus de perfeição nos
seres, uns são mais perfeitos que outros, o universo
está ontologicamente hierarquizado - seres racionais
corpóreos, animais, vegetais e inanimados) qualquer
graduação pressupõe um parâmetro máximo, logo
deve existir um ser que tenha este padrão máximo de
perfeição e que é a Causa da Perfeição dos demais
seres.
Platão e Aristóteles (por Rafael
Sanzio, 1509) concluíram pela necessidade da
existência de uma inteligência ordenadora do universo.

5ª. via - Inteligência Ordenadora Existe


uma ordem admirável no Universo que é facilmente
verificada, ora toda ordem é fruto de uma inteligência
ordenadora, não se chega à ordem pelo acaso e nem
pelo caos, logo há um ser inteligente que dispôs o
universo na forma ordenada. Com efeito aquilo que não
tem conhecimento não tende a um fim, a não ser
dirigido por algo que conhece e que é inteligente, como
a flecha pelo arqueiro. Logo existe algo inteligente pelo
qual todas as coisas naturais são ordenadas ao fim, e a
isso nós chamamos Deus.
Há uma ordem em todos os seres, o menor
vegetal, por exemplo, tem órgãos para cada função
ordenados para a preservação da espécie. Esta ordem
pressupõe uma Inteligência ordenadora, pois a ordem
não vem do caos e nem do acaso. Da mesma forma as
letras de um livro não são colocadas ao acaso. Logo a
ordem existente no mundo prova a existência de uma
Inteligência que ordenou todas as coisas nos mínimos
detalhes. É necessário que exista uma Inteligência
Suprema que tenha ordenado o Universo criado.

O Mal no Mundo

A existência do "mal" tem sido usada como


argumento para a inexistência, ou pelo menos, da
incongruência da existência de Deus. Hume (1711-
1776) adianta: "Quererá [Deus] impedir o mal, mas não
é capaz? então é impotente. Será que é capaz, mas
não o deseja? então é malévolo. Terá tanto o desejo
como a capacidade? então porque é que existe o
mal?".
Em relação a estes argumentos, Santo
Tomás explica que "Deve-se dizer com Santo
Agostinho: 'Deus soberanamente bom, não permitiria
de modo algum a existência de qualquer mal em suas
obras, se não fosse poderoso e bom a tal ponto de
poder fazer o bem a partir do próprio mal'. Assim, à
infinita bondade de Deus pertence permitir males para
deles tirar o bem".
Ora, não seria mais fácil permanecer
optando pelo bem?
"O mal é ideia do homem, não de Deus. Ele,
que deu ao homem o livre-arbítrio e pôs em marcha o
Seu plano para a humanidade, não interfere
continuamente para tirar ao homem o dom da
liberdade. Se o inocente e o justo têm de sofrer a
maldade dos maus, a sua recompensa no final será
maior, os seus sofrimentos serão superados com sobra
pela felicidade futura".
O mal, ou infortúnio, decorre do fato da
criatura ser limitada e imperfeita, porque dele pode tirar
um bem maior: aprendizados que geram novas virtudes
e méritos pela superação das condições adversas.
Assim, o mal teria a função de ensinar aos homens os
seus próprios limites, corrigindo e reordenando a
criatura pela aplicação de provas e expiações.
Essa é a função do mal, do demônio,
satanás, ou qualquer outro. Nos ajudar na evolução,
nos atos e pensamentos puros. É Deus também, o mal!
Imagem e semelhança de Deus

A existência de deficiências físicas nos


humanos, ou a presença de órgão vestigiais têm sido
usados como argumentos contra a existência de Deus,
no entanto, segundo Santo Tomás de Aquino deve-se
dizer que o homem é a imagem de Deus, não segundo
seu corpo, mas segundo aquilo pelo que o homem
supera os outros animais. O homem é superior aos
outros animais pela razão e pelo intelecto. Portanto, é
segundo o intelecto e a razão, que são incorpóreos,
que o homem seria a imagem de Deus.
Sendo assim, acredito que São Tomás
reduziu o intelecto de Deus a ínfimos pensamentos,
pois nossa capacidade intelectual é absurdamente
minúscula em relação ao universo, não em relação a
Deus. Deduzo que nós podemos agir e pensar como
Deus, nem que seja demorado, pois somos a imagem
intelectual de Deus. Acredito que o certo seria dizer
que somos uma centelha de Deus, e que somos Deus
também, porém em estado de evolução, por isso nunca
o alcançaremos, que cada vez que evoluímos, Deus
também evolui, ele depende da nossa evolução para a
dele. Somos o pensamento de Deus, a imaginação
criadora, a inspiração, o sopro divino. Nós e tudo que
nos rodeia, dentro e fora da nossa galáxia.

A IDÉIA DE MICRO E MACRO COSMO:


TEORIA DE SERMOS DEUS TAMBÉM

O microcosmo somos nós. O macrocosmo é


DEUS. Ou seja, o universo, num todo é DEUS. Sempre
foi sempre será.
Então como microcosmos que somos, temos
de evoluir para poder evoluir também o macrocosmo, o
universo. Quanto mais sabemos, mais ficamos
ignorantes, já que aumentam o conhecimento que
teremos de ter, e ele até então é infinito.
“Um tolo sábio é mais tolo que um tolo
ignorante.”
Jean-Baptiste P. Moliére (Dramaturgo
francês)
Imagine um ignorante total, um retardado,
por exemplo, ele não sabe de quase nada. Não tem
noção de física, de leis da relatividade, de ópera, de
grandeza... ele só sabe o que necessita para
sobreviver, como comida, água, e alguns até falam
coisas, mesmo que desconexas, mas falam. Isto posto,
imaginamos que qualquer criança, por mais nova que
seja, sendo perfeitamente normal, sabe muito mais que
ele. Imaginemos nós então, com toda a nossa
“sapiência”! Este anormal, coitado, simplesmente tem a
capacidade de discernimento igual ao de um bebê, no
muito. Daí deduzimos que ele nada sabe, nada
entende, nada compreende.
Bem, de acordo com minha dedução é
exatamente ao contrário. Esse anormal, sabe muito
mais que nós, que teoricamente somos perfeitos
mentalmente, pois se ele sabe somente aquele pouco,
ou tanto para ele, nós sabemos muito menos ainda
diante do tamanho do universo, de DEUS, de nós
mesmos, enfim de tudo. Pois temos muito que
aprender, que evoluir, somos o microcosmos, e o
macrocosmos, se distancia em conhecimento, cada vez
que sabemos ou aprendemos algo novo.
Como um estudante de pré-escola, que
quando aprende as cores, ou as formas, acha que já
sabe de tudo. Se ele soubesse o que viria até chegar a
faculdade, ou doutorado, ou pela vida afora, entraria
em depressão. Acontece isso com muitos de nós diante
da impotência em tentar descobrir DEUS, ou mesmo a
origem ou fim, que não existem nenhum dos dois.
Somos uma fagulha do criador, um grão de
areia em todo o oceano. Mas somos peças
fundamentais, somos parte dessa engrenagem
fantástica e perfeita, que é o universo, que é DEUS, e
sem nós, ou algum de nós, ele não funciona, não
move, não evolui, que é o principal motivo de
existência, não sabemos ainda porque devemos evoluir
se poderíamos ser todos evoluídos. Só sabemos que
perderia a graça totalmente!
Imaginemos um átomo. Isso mesmo uma
partícula de elemento químico. A menor conhecida,
quase indivisível. O átomo, é como se fosse a nossa
galáxia, tem um núcleo, tem um elétron que gira em
seu redor. Isso nos lembra em exatidão o sistema solar
com o sol no centro, e os planetas girando ao seu
redor. È uma miniatura do nosso sistema. È um
microcosmos, diante do macrocosmo. Só para se Ter
uma idéia.
Esse mesmo átomo, se conseguido detonar
seu núcleo, ocorre uma explosão atômica, já conhecida
da humanidade terráquea, e possivelmente de outros
planetas. Essa pequena partícula, pode destruir
imensidões. Daí, concluo que podem Ter acertado
sobre a teoria do “Big Bang”, a grande explosão que
criou tudo. Mas se criou tudo, criou DEUS também, se
criou DEUS, ele não existia, ou do contrário, essa
teoria não está correta ou definida ainda. Ou DEUS
seria esse Big Bang.
Mas mesmo que seja, o que existia antes
dessa explosão? Vácuo? Então DEUS é vácuo
também, ou então, de novo essa teoria só explica parte
da criação, ou não explica nada. De novo o
microcosmo correndo atrás do macrocosmos.
De novo saliento a necessidade de um
depender do outro, do Criador depender da Criação.
Então acredito que sejamos DEUS, quando
somos o bem, e somos o diabo, quando somos o mal.
Não havendo então injustiça nem justiça, bem ou mal,
tudo está dentro de nós, junto com o Criador. Se você
nunca fizer o mal para ninguém, ninguém nunca te fará
o mal, e se fizer assim mesmo, é pagamento de vidas
passadas. Se DEUS tem nós todos como filhos, ele
não deve gostar de um mais que outro, portanto por
que nascem uns sãos e outros dementes, por
exemplo? Já que nascemos todos puros e sem nada
saber ainda? E vejamos outro exemplo: um estudante
para tentar um vestibular, estuda quase 24 horas por
dia. Ele não reza, nem pede a DEUS para passar no
vestibular. Ele passa. Méritos.
Já outro aluno, tenta o vestibular e não
passa, mesmo rezando quase as mesmas 24 horas por
dia. DEUS foi injusto? Deveria passar o acreditou mais
nele, na existência dele? Ou foi justo que premiou o
que estudou mais? Nada disso, nem uma coisa nem
outra. DEUS não ajuda ninguém, porque não tem esse
poder, e nem quer tê-lo! Ou você estuda, ou não passa.
Se fosse o contrário nenhum ateu se formaria, ou teria
nada nessa vida, nem em outras. Tampouco o
agnóstico. Devemos sempre caminha com retidão, com
seriedade, objetivando tudo dentro e conforme a Lei de
DEUS, que é nada mais que a Lei do cosmos, Lei da
ação e reação, isso é a Lei divina!
Não adianta estar no pé do padre, pastor,
rabino, aiatolá, Buda, ou outro mentor espiritual
qualquer, se você não fizer a coisa certa, nada
conseguirá. Pare de rezar e pedir a DEUS as coisas, e
faça tudo correto, que suas chances de sucesso serão
bem maiores que a maioria.
Se DEUS existir, como imaginamos, ele não
é injusto. Ou do contrário não existe, ou existe
imperfeito.
Assim como não existe o demônio. Pois se
foi criado um anjo que rebelou, prova que DEUS é
imperfeito que fez uma criatura imperfeita, e depois não
conseguiu trazer esse anjo de volta ao lado bom, mais
imperfeito ele foi ainda. Então não existe demônio, nem
feito por DEUS nem por ninguém. DEUS não faria a
antítese dele. Acho que ele não é brincalhão para fazer
o mal só para depois nos salvar dele. Ele de Ter coisas
bem mais importantes neste universo infinito. Muitas
galáxias para serem evoluídas, não só nosso ínfimo
planetinha, que ainda circula dinheiro e religião!
E para concluir, imagine um acidente grave,
que morrem algumas pessoas e salvam-se outras.
Logo dizem: ”Foi DEUS quem nos salvou”. Muito
bonito, DEUS salva uns e deixa outros na mão. Por
quê? Que puxação de saco é essa? E ainda: por que
ele jogaria todos nesse acidente, já que ele tem o
controle sobre tudo, e tudo acontece de acordo com
sua vontade, só para depois salvar todos ou parte
deles? Será que DEUS gosta destas brincadeiras?
Será que ele não trata seus filhos por igual? Ou será
que nosso dia chegado é de acordo com a Lei natural
do cosmos? De acordo com nossas vidas passadas?
Que traçamos de uma forma ou outra nosso destino?
DEUS é tudo, já que o universo todo é ele, e
é nada ao mesmo tempo, já que nunca saberemos
quem é ele, e nunca o alcançaremos!
Volto ao que disse antes, tudo é em
dimensões diferentes, porém paralelas. Nada existe e
tudo está aí, em nosso espírito, que é eterno e
indestrutível, como DEUS. Somos uma centelha de
DEUS, à medida em que evoluímos, DEUS evolui
também, então somente por isso nunca o
alcançaremos, mesmo porque fisicamente ou
materialmente ele nunca existiu, ou virá a existir em
qualquer tempo....
A mesma força gravitacional que mantém os
planetas em órbita, sem despencarem no infinito, a
mesma força que nos faz tender para o bem, a mesma
força que cria e destrói galáxias inteiras, é a mesma
força que criou o universo. Essa força que é DEUS. A
nossa inspiração, o dom da música, da pintura, das
artes em geral, dos esportes, do mestre, do arquiteto,
do médico, da natureza animal e vegetal, do reino
mineral, da beleza das pedras preciosas, do brilho do
diamante, das explosões solares, dos objetos voadores
não identificados, das pirâmides astecas e egípcias, da
cidade de Cydônia, em Marte, dos anéis de Saturno,
dos planetas distantes só descobertos agora, e dos que
irão ser descobertos, do heliocentrismo, geocentrismo
e até antropocentrismo, enfim, tudo isso que aconteceu
e acontecerá é o próprio DEUS, e não feito por DEUS.
0Isto quer dizer o demônio, ou o capeta ou o
“inimigo”. Ou seja, é como se essa teoria explicasse
DEUS e o demônio, já que o demônio nunca existiu,
nem existirá, pois DEUS, nessa forma ou imagem que
sempre nos venderam as religiões, também nunca
existiu nem existirá. E o demônio não existe também,
porque DEUS não faria sua própria antítese, ele não é
louco ou sádico, mas criar e destruir, só pelo prazer de
provar que ele existe. O universo já é prova suficiente,
e certamente ele tem muito mais o que se preocupar e
fazer do que pregar essas “peças nas criaturas”.
Assim como somos os únicos responsáveis
por nós mesmos, e consequentemente, pelos nossos
atos, posso sugerir essa questão:
Se DEUS sabe totalmente nosso passado e
nosso futuro, se Ele sabe se vamos ou não para o céu
inferno, se sabe exatamente, e ainda controla o dia em
que vamos morrer ou nascer, por que então nós
viemos no mundo? Para sermos brinquedos de DEUS?
Já que Ele sabe se vamos ao inferno ou ao céu, por
que então, temos de passar por coisas boas e ruins,
por que temos de sofrer, se vamos para o céu? Por que
temos de passar por coisas boas se vamos para o
inferno?
DEUS não criaria sua antítese, seria
incoerente, e pelo que nos consta, Ele é perfeito.
Isso as religiões vigentes no nosso planeta
não nos explica nem corretamente, nem
detalhadamente...
Só nos fazem de idiotas, ou nos tomam por
imbecis, estúpidos, ou simplesmente, tontos, pois
querem que acreditemos que DEUS, o demônio, o céu
e o inferno existem fora do nosso orbe.
Além do mais, duvido que DEUS, mesmo
existindo da maneira que as religiões pregam, aceita
que usam o seu santo nome em vão, como por
exemplo:
“A igreja católica, ninguém sabe de onde,
recebeu poderes - e que poderes! - para nomear
santos. Isso mesmo, declaram quem quer que desejam
para ser santo. Ou melhor explicando, quando
beatificam e canonizam alguém que pelo nosso planeta
passou, automaticamente dão a essa pessoa o
supremo poder de fazer milagres. Apartir da
canonização, está autorizado a fazer milagres, curas,
mandar ou retirar do céu. Como pode a humanidade
ser tão ingênua a esse ponto? Imagine um papa, como
esse atual que até nazista foi, e não adianta tentarem
por na minha cabeça que foi forçado, beatificar ou dar a
glória de santo para quem quer que seja ou que tenha
feito?
E mais paradoxalmente ainda, até hoje o
Brasil, maior nação católica do mundo, não tem um
santo até hoje, genuinamente brasileiro. E olhe bem,
que temos até santos paraguaios. Isso mesmo,
paraguaios genuínos, não adquiridos em Ciudad del
Leste!
Tem santos de países muçulmanos,
protestantes, e se duvidar teremos santos
completamente ateus ou agnósticos.
E os protestantes, com seus suntuosos
templos e certeiras lavagens cerebrais, que se auto
intitulam bispos, e até sabemos de alguns que são
discípulos diretos de Jesus encarnados. E ainda, tem
no centro-oeste brasileiro, até um apóstolo. Bispo ou
discípulo para ele não tem status algum. É pouca coisa!
Se ocorrem acidentes ou catástrofes, é
porque o Cosmos quer, ou seja, DEUS, estava escrito
na criação desde orbe. Ou então DEUS seria maldoso,
destruindo o que criou, deixando órfãos, infelizes,
sofredores, e em outros lugares, preservando a
felicidade...
Nunca vi um pai gostar mais de um filho que
de outro!
Ou então, repetindo, por que nascem
pessoas ricas, bonitas, felizes, e no mesmo dia
nascem, pobres, doentes, aleijados, infelizes? Seria
DEUS um puxa-saco? Os europeus e norte-americanos
são os filhos prediletos de DEUS, e os africanos, os
patinhos feios da história?
Ora, caros leitores, o sol não nasce igual
para todos, ele nasce todos os dias, mas de óticas
diferentes... tudo depende das nossas vidas passadas,
e, se perguntarem como essas vidas começaram, ou
qual foi a primeira vida, responderei que assim que eu
ou qualquer pessoa souber, estará sendo o próprio
DEUS, e como nós nunca seremos DEUS, logo ele
nunca existiu, nem existirá. Não do jeito que pensamos.
Já que fomos feito sua imagem e semelhança, ele deve
ter tido um pai e uma mãe, do contrário nós não
precisaríamos de uma mãe e um pai para nascermos.

A Organização universal do Cosmo


(DEUS)

Comecemos explicando uma organização


perfeita, que é o Universo, de se inicia desde as nossas
células, e vai até o infinito. È uma organização que
sempre este ao nosso alcance, mas quase não
percebemos a relação entre elas, e a conexão e
continuidade. Tudo funciona como um efeito cascata e
também de baixo para cima simultaneamente.
Explicarei:
As nossas células têm uma organização
complexa, mas extremamente perfeita. Tem um núcleo,
um plasma, citoplasma, membrana plasmática, como
uma gema de ovo, que, aliás, é a maior célula q existe,
e todas essas partes formam um todo. Sem uma delas
funcionando, ou funcionando mal, prejudica o
andamento normal e saudável da célula toda. O núcleo
comandando tudo, como sempre. Juntando milhões de
células teremos um corpo humano, ou animal, ou até
mesmo vegetal. Mas tem que ser todas juntas, unidas,
funcionando entre si. Quando todas funcionam, o corpo
que as detém funciona normalmente, crescendo e
evoluindo.
Depois partimos para o nosso corpo
humano, que formado milhões de células, tem uma
família que vive unida, com todas as células também,
formando uma família, que vivem em um lar, e com
suas regras, horários de almoço, jantar, banho, etc.,
onde tem um chefe de casa, que tanto pode ser o pai
ou a mãe, ou os dois em conjunto. Quando um lar vai
tudo funcionando certo, harmonioso, tende a evoluir, a
ser próspero, bondoso, equilibrado. Mas, se um dos
moradores, sai da linha ou desta harmonia, tudo
desanda. Foge ao controle e esse lar, certamente não
evoluirá.
Logo em seguida, vem um condomínio, por
exemplo, com suas regras, leis, horários, etc. Onde tem
um síndico que administra tudo, com a participação de
uma diretoria e de também, os moradores, que são
donos. Se todos pagam o condomínio, se resolvem
sem delongas as situações ou demandas, se são
organizados e competentes, o apartamento ou
condomínio será próspero, organizado, funcionará
todos os sistemas hidráulicos, elétricos, etc. Mas, se
um atrasa, ou causa problemas, ou atrapalha o
andamento normal por qualquer motivo, esse
condomínio passa a Ter problemas, nada funcionará
direito, ou funcionará precário. E este condomínio não
evoluirá.
O conjunto de células, pessoas e
condomínios formam um bairro. Onde tem um
presidente de associação de bairro, com objetivos e
metas de proporcionar melhorias para o mesmo, com o
apoio de moradores que o elegeram. Tudo também,
formado por uma diretoria ou comissão que levam os
projetos, pedidos, e reivindicações para a prefeitura,
para ser analisados ou executados. Se tudo funcionar
com harmonia e conjunto, esse bairro prosperará e
terão seus pedidos com maiores chances de serem
atendidos.
E o conjunto de bairros forma uma cidade,
com um prefeito, vereadores, assessores, lideres
comunitários, policias, etc. Todos vivem entre si, e com
quais os mesmos objetivos, sendo atendidos os
pedidos e anseios do povo, para que haja uma
melhoria para a coletividade. Se tudo funcionar bem,
com empregos, leis, segurança, harmonia, essa cidade
vai funcionar perfeitamente, será próspera e evoluirá.
Daí vem um estado com várias cidades,
como células, onde se todas seguir os mesmos
requisitos, será prospera, rica, evoluirá, pois seu
governo com deputados, assessores, etc., farão dos
anseios de cada cidade, um desenvolvimento.
De vários estados, origina-se um país, com
os mesmos cargos, problemas e soluções, onde se
levar a sério a administração, sem corrupção ou
desmando, será um país próspero, rico, organizado,
com atendimento a seus habitantes com qualidade,
com todos os sistemas funcionando harmoniosamente,
então esse país, evoluirá.
Sendo assim, vários países formam
continentes, com os mesmos cargos, problemas e
soluções para os países, onde sempre tem uma
organização de países ou blocos, como são
conhecidos, com todos os mesmos sistemas de
organização, seguem o princípio que enumerei antes,
se organizado, prospera se competente, segue adiante,
evolui.
Vários continentes formam um planeta, que
é um ser vivo, como nós somos. E se esse planeta
também, segue tudo isso enumerado anteriormente,
será próspero e evoluirá.
Vários planetas formam um sistema solar,
com tudo que se enumerou desde as células, será um
sistema solar próspero e evoluirá.
Assim segue sendo o mesmo com galáxias,
e o infinito.
Isso tudo anteriormente falado, é DEUS. Se
nós, juntamente com essa complexidade, seguirmos
harmoniosos, DEUS evoluirá, por isso nunca o
alcançaremos, nunca saberemos quem ele é! Ele
segue crescendo, expandindo, pois é o próprio
Universo, o próprio Cosmo.
Então, como podemos perceber, tudo que
acontece nesse mundo, ou em outros tantos, sempre
existiu e segue uma ordem, uma lei e uma seqüência.
Se tem um prefeito, vereadores, assessore, por
exemplo, é porque o Cosmos determina, e não foi
criado ou inventado pela humanidade. Pelo contrário, a
humanidade que foi criada pelo Cosmo, o Universo.
Assim sendo, mesmo DEUS, segue uma ordem
crescente, onde do mesmo jeito que é administrado
uma casa ou condomínio, é administrado um
formigueiro, uma manada de elefantes, uma alcatéia, e
até o crime organizado, até chegarmos ao
macrocosmo, o universo.
Nada do que acontece é por acaso ou
porque DEUS quis como nossas ignorantes religiões
ensina ou entende. Tudo foi programado ou criado por
nós mesmos. A nossa vida é como um espelho,
quando você olha num espelho, você vê quem? Você
mesmo! Então tudo que você faz de bom ou de ruim
para alguém, está automaticamente fazendo a você
mesmo.
É como o eco, você grita, e a reprodução é
unicamente o que você gritou. Então, se você não
gosta do que ouve, pense bem no que está falando.
Como já mencionei anteriormente, nada do
que acontece, é obra de DEUS ou do diabo, já que
nem mesmo esse último existe, nem vai existir. DEUS
não faz nada de errado com alguém para depois
consertar ou provar que ele existe, seria uma falta de
afirmação de DEUS ou crise existencial. DEUS é o
Universo, é o planeta, é o ar, o vento, a noite, o sol, as
emoções, a força gravitacional, o bem, o mal, a justiça
e a injustiça...
Está dentro de cada um de nós, e está fora
de cada um de nós também, já que quanto mais
evoluímos, Ele também evolui, somos parte dele, uma
centelha divina, uma célula ou átomo do criador, que é
a própria criação.

A imagem de Deus

Esta imagem não se refere a uma pintura ou


estátua em que Deus seja retratado, mas sim à
imagem interior de Deus que cada ser humano carrega
dentro de si.
De acordo com o Guia, as crianças
experimentam o primeiro conflito com autoridade numa
idade bastante precoce. Elas também aprendem que
Deus é a mais alta autoridade.
Portanto, não é surpreendente que as
crianças projetem a sua experiência subjetiva com
autoridade sobre a imagem a respeito de Deus. Uma
imagem é formada e o que quer que a criança e, mais
tarde o adulto, relacione com autoridade, a atitude dele
ou dela para com Deus, será, muito provavelmente,
colorida e influenciada por esta relação.
Crianças experimentam todas as formas de
autoridade. Quando são proibidas de fazer algo de que
gostam muito, elas experimentam autoridade como
algo hostil. Quando a autoridade dos pais é indulgente
com a criança, autoridade para ela será sentida como
algo benigno. Quando há predominância de um tipo de
autoridade na infância, a reação a ela virá a ser a
atitude inconsciente para com Deus. Em muitas
circunstâncias, entretanto, as crianças experimentam
uma mistura de ambas. Então, a combinação destes
dois tipos de autoridade formará a sua imagem a
respeito de Deus. O grau em que uma criança
experimenta medo e frustração será o mesmo grau de
medo e frustração que ela inconscientemente sentirá
com relação a Deus. Então Deus será visto com
punitivo e severo, freqüentemente até mesmo como
uma força injusta e desleal, com a qual uma pessoa
deve lutar.
De acordo com o Guia, no trabalho do
Caminho somos convidados a encontrar as reações
emocionais que não correspondem a todos os nossos
conceitos conscientes. Quanto menos conceitos
inconscientes coincidirem com aqueles conscientes,
maior será o choque quando a pessoa compreende a
discrepância.
Todos estamos fadados a encontrar injustiça
humana no curso da nossa vida, tanto na infância
quanto na idade adulta. Se estas injustiças são
perpetradas por pessoas que ocupam posição de
autoridade, e são, portanto, inconscientemente
associadas com Deus, a crença inconsciente na severa
injustiça de Deus é fortalecida.
Tais experiências também intensificam o
medo de Deus. Tudo isto forma uma imagem que, se
melhor analisada, faz de Deus um monstro. Esse Deus,
vivendo na sua mente inconsciente é realmente mais
do que um Satã.
A sua alma está impregnada com similares
conceitos errados? Se e quando um ser humano no
seu processo de desenvolvimento se torna consciente
de tal impressão, ele não entende que este conceito de
Deus é falso e que Deus não é aquilo que é
experimentado na psique. Então a pessoa se retira
totalmente de Deus, não querendo a parte do monstro
descoberto, pairando sobre a sua mente.
Isto é, muitas vezes, a verdadeira razão para
o ateísmo de algumas pessoas. A retirada é tão
errônea quanto o extremo oposto de temer a um Deus
que é severo, injusto e cruel.
Sabemos que pais excessivamente
indulgentes satisfazem todos os caprichos da criança.
Eles não instilam na criança um senso de
responsabilidade. A imagem de Deus resultante de tal
condição pode, à primeira vista, estar mais próxima de
um conceito verdadeiro de Deus – bom, amável,
indulgente.
Isto induz a personalidade a,
inconscientemente, pensar que uma pessoa pode
escapar dos olhos de Deus, pode enganar a vida e
esquivar-se de sua própria responsabilidade.
Iniciando desse modo, a criança sentirá
muito menos medo. Mas uma vez que a vida não pode
ser enganada, e o seu próprio plano de vida não pode
ser escamoteado, esta atitude errada produzirá
conflitos e então o medo será gerado por uma reação
em cadeia de pensamentos, sentimentos e ações
erradas. Uma confusão interior surgirá, uma vez que a
vida real não corresponde à imagem inconsciente e ao
conceito de um Deus indulgente.
Muitas subdivisões e combinações destas
duas categorias podem existir numa mesma alma. A
imagem não apenas depende do tipo particular de
autoridade predominantemente experimentada na
infância, mas também das características que cada
entidade espiritual individualmente trouxe para esta
vida. Quanto mais a entidade já tiver desenvolvido
muitos padrões de encarnações nessa área, menor
será a influência da psique.
A imagem do Deus indulgente não é
simplesmente adicionada à imagem do monstro, mas é
freqüentemente uma reação e compensação para o
conceito falso. A personalidade deve lutar entre estes
dois conceitos, inconscientemente tentando achar qual
é certo, e nunca vencendo a batalha porque ambos os
conceitos são falsos.
É muito importante encontrar o que a sua
imagem de Deus é. Esta imagem é básica e determina
todas as outras atitudes, imagens e padrões por toda a
sua vida.
A sua imagem de Deus reflete toda a escala
entre os dois pólos opostos, - da desesperança e
desespero, acreditando que o Universo é injusto -, para
a auto-indulgência, rejeição da própria
responsabilidade, e a expectativa de que Deus o
favorecerá e mimará você. Agora a questão que surge
é como dissolver semelhante imagem.
Primeiro você deve tornar-se plenamente
consciente do conceito errado. Embora você deva estar
consciente da imagem em algum grau, você não
consegue reconhecer todas as implicações, efeitos e
influências sobre a sua personalidade.
Este deve ser o primeiro passo. Você pode
estar consciente de uma imagem, mas muitas vezes
você não está consciente de que ela é falsa. Na sua
concepção intelectual você está parcialmente
convencido que a imagem-conclusão é correta.
Formule o conceito certo. Então estes dois
conceitos podem ser comparados. Você precisa
constantemente comparar o quanto ainda está
desviado emocionalmente do conceito intelectual
correto. Faça isto calmamente, sem ansiedade ou raiva
de si mesmo porque suas emoções não seguem seus
pensamentos tão rapidamente quanto você gostaria.
Compreenda que suas emoções precisam
de tempo para ajustar-se. Enquanto isso faça tudo o
que estiver em seu poder para dar-lhes a oportunidade
de crescer. Isso é melhor alcançado pela constante
observação e comparação entre o conceito certo e o
errado. Observe também sua resistência para mudar. O
eu sombrio da personalidade humana é muito astuto.
Seja sábio com ele. As emoções resistentes não se
preocupam se o conceito apropriado é óbvio ou não.
Em ambos os casos elas encontrarão caminhos e
significados para tentar esquivar-se de uma mudança
interior de atitude. Mas tão logo o seu entendimento
Intelectual seja alcançado, você deve diferenciar entre
os dois tipos de conceitos: aqueles que são óbvios se
você pensar a respeito deles e os que requerem
entendimento interno, iluminação interior que tem de
ser alcançada, de modo a formular o conceito
apropriado igualmente em seu intelecto.
O Guia nos ensina que rezar por
reconhecimento é importante. Quando você reza,
observe o quão sinceramente você deseja a resposta.
Você deve respeitosamente rezar pelo reconhecimento
de suas concepções erradas, mas no interior há um
bloco de resistência que você pode sentir se procurá-lo.
Então, finalmente, você aprende que você
mesmo obstrui a luz e a liberdade, não Deus. Então
você pode começar argüindo com aquela parte em
você que persiste em ser infantil e irracional.
Finalmente o conceito apropriado de Deus é
percebido, esta é certamente uma das mais difíceis
conscientizações de se alcançar, porque ela é a mais
preciosa. O que quer que você imagine a esse respeito,
é por aí que você deve começar. Se você está
convencido de injustiça, então é porque você não pode
ver, factualmente, que esta convicção é errada. O
remédio é encontrar na sua própria vida, como você
tem causado acontecimentos que parecem
inteiramente injustos. Quanto mais você compreender a
força magnética das imagens e a poderosa força de
todas as correntes psicológicas inconscientes, melhor
você compreenderá e experimentará a verdade destes
ensinamentos e profundamente será convencido de
que não há injustiça. Encontre a causa e o efeito de
suas ações interiores e exteriores. O Guia nos recorda
ainda que se fizermos a metade do esforço que
usualmente fazemos para achar as falhas dos outros,
para reconhecer nossas próprias falhas, veremos a
conexão de nossa própria lei de causa e efeito.
Perceberemos então que não é Deus, não
são os fatos, não é um mundo ordenado injustamente,
onde temos que sofrer as conseqüências das
imperfeições de outras pessoas, mas a nossa
ignorância, nosso medo, nosso orgulho e nosso
egoísmo, que direta ou indiretamente, causam aquilo
que estava distante demais para vir ao nosso encontro
sem que o tivéssemos atraído. A apropriada e
construtiva atitude para com nossas próprias
imperfeições é a chave para a dissolução deste e de
todos os outros círculos viciosos que devemos cortar.
Deus é, entre muitas outras coisas, vida e
força vital. Pense nessa força vital como uma corrente
elétrica dotada de inteligência suprema. Esta “corrente
elétrica” está em você, ao redor de você, fora de você.
Esta corrente de poder é um importante aspecto de
Deus.
As leis de Deus são feitas de modo a
conduzir você finalmente para a luz e a felicidade, não
importa o quanto você se desvie delas. O amor da lei,
e, portanto, de Deus, está também contido no fato de
que Ele deixa você se desviar, se você quiser. Que
você é feito à imagem e semelhança dele, significa que
você é completamente livre para escolher como
desejar.
Pense em Deus como o Grande Poder
Criador à sua disposição. Por essa razão, não é Deus
que é injusto, como o seu inconsciente deve acreditar,
mas sim o seu uso errado da corrente de poder à sua
disposição.
Tente encontrar onde você tem abusado
dessa corrente de poder e conecte estas instâncias
com as injustiças das quais você se queixa. Você não
tem idéia do que esta descoberta significará para você.
Quanto maior for a sua resistência inicial para aceitar
isso, maior será a sua vitória.
Você compreenderá completamente a
maravilha da criação dessas leis que deixam você com
o poder para criar a sua própria vida da maneira que
desejar. Isto lhe dará confiança e o profundo e absoluto
conhecimento de que você não tem nada a temer.
Reflita sobre a interpretação mística do Hexagrama I do
I Ching, O CRIATIVO:

Argumento da existência do universo

O mundo exige uma causa de si, que se


chama Deus. Não há efeito sem causa. Todo o ser que
começa a existir tem uma causa. O universo tem um
grau de complexidade superior a qualquer obra
humana conhecida. Logo não se pode admitir que
tenha aparecido sem que um Ser lhe tenha dado a
existência, Assim como a existência de um edifício
pressupõe a existência de um engenheiro, ou a de um
quadro a do pintor. Esse Ser chama-se Deus. Esse
Ser, é o próprio universo, ou o que houver e se houver
além dele. Um ser não existiu antes, um ser não fez
tudo isso sozinho, um ser não se fez sozinho. Isso é
Deus, tudo e nada.
Ora, em cada lugar deste universo habita
Deus. Já que ele mesmo é o próprio universo. Ele
controla tudo porque ele é o próprio controle. É o
próprio controlado. Digo controlado porque quando nós
nos evoluímos nos controlamos, e somos centelha,
parte, faísca de Deus, então o controlamos também.
Os Sinais do Cosmos (Deus) na Criação
do Universo, até onde a mente humana alcançou –
argumento cosmológico.
Argumento Cosmológico – Uma Primeira
Causa
A. Se alguma coisa existe, deve haver o que
se requer para que essa coisa exista.
B. O universo existe.
C. Deve haver o que se requer para que o
universo exista.
D. O que se requer para que o Universo
exista não pode estar limitado dentro do espaço e do
tempo.
E. Por isso, o que se requer para que o
Universo exista deve transcender tanto o espaço
quanto o tempo.
Immanuel Kant, o famoso filósofo da Prússia
(1724-1804), justificava seu agnosticismo bem definido
e comedido, com o que ele via como as seguintes
contradições quanto ao tempo (A) e a causalidade (B):
A. Tempo:
Tese: O universo deve ter tido um começo,
senão um infinito número de momentos transcorreram.
Mas isto é impossível, já que o infinito não pode ser
atravessado.
Contraposição: Mas o universo não pode ter começado
no tempo, senão houve um tempo anterior, o que é
impossível.
B. Causalidade:
Tese: Nem toda causa tem uma causa,
senão as séries nunca começariam o que acontece.
Então deve haver uma primeira causa.
Contraposição: Mas as séries não podem ter
um começo, já que tudo tem uma causa. Então não
deve haver uma primeira causa.
C. Análise:
No que diz respeito à antinomia (contradição real ou
aparente entre dois princípios ou leis, paradoxo) da
causalidade de Kant, nem tudo precisa de uma causa,
apenas casuais ou seres finitos. O Necessário ou
primeiro ou Ser eterno não precisa de uma causa.
Kant raciocinava que um Ser Infinito podia
se refletir apenas em um universo infinito. Como o
universo que veio a ser é imaterial já que não pode ser
conhecido através de nossos sentidos (sensibilidade).
Para Kant as propriedades universais que formam cada
aparência das coisas diante de nossa mente são as
condições transcendentais de aparência a priori, as
quais aparecem análogas às formas de Platão (Eidos)
ou universais com subjacentes aparências físicas.
Ainda de acordo com Kant, existem duas
condições que se aplicam a cada percepção: espaço e
tempo. Nem espaço, nem tempo podem ser
considerados como uma realidade existente
completamente fora de nós. Não observamos o espaço
ou o tempo simplesmente como espectadores. Eles
são de alguma maneira uma parte de nossa
programada consciência interna.
Para Kant o espaço deve ser pressuposto.
Não podemos conceber o espaço como algo que existe
fora de nós mesmos sem pressupormos a própria coisa
que estamos tentando conceber. A representação
original de espaço é uma intuição a priori. Espaço é um
conceito que existe em nossas mentes antes da
experiência. Tempo não é um conceito empírico que
deriva de qualquer experiência. Do mesmo modo o
tempo é um conceito que existe em nossa mente a
priori antes da experiência. Só porque experimentamos
espaço e tempo em um nível empírico não significa que
eles são objetivamente reais. Eles são parte de uma
estrutura de nossa consciência, não coisas que a
consciência descobre originalmente fora de si mesma.
Kant expressa isto ao dizer que espaço e tempo são
transcendentalmente ideais.
O conceito de Kant de um universo infinito
(adotado por Aqui nas que sustentava que não havia
razão para Deus preceder sua própria criação no
tempo) está basicamente de acordo com o modelo do
Estado Contínuo, o qual sugere um universo infinito.
Um universo onde a criação da matéria é um ato
natural, mesmo uma lei da natureza, não um milagre
absoluto de uma natureza exterior. Há uma autocriação
contínua e espontânea da nova matéria. Para Fred
Hoyle, um dos três britânicos astrofísicos que
inventaram o modelo do Estado Contínuo, "o Universo
é o todo". Nada pode transcender o reino da natureza.
Nas últimas três décadas passadas a
Ciência usando a teoria da relatividade geral de
Einstein tem refutado a visão de espaço e tempo de
Kant, de um universo infinito, mostrando que espaço e
tempo são propriedades físicas e desta maneira são
finitas. Estas propriedades irreconhecíveis ou
"noumena" como Kant as rotulou tornaram-se
empíricas (observáveis e como tal mensuráveis)

Argumento da Lei Moral

Dá-se o nome de Lei Moral ao conjunto de


preceitos que o homem descobre na sua consciência e
que o fazem distinguir o bem do mal, o certo do errado,
o justo do injusto e o impelem a praticar o bem e a
evitar o mal. A lei moral, segundo os teólogos Ricardo
Sada e Pablo Arce, teria três condições:
1) Obriga a todos os homens,
por exemplo prescreve-lhes o respeito à vida e à
propriedade alheia, proíbe o assassinato e o roubo.
2) É superior ao homem,
ninguém pode mudá-la ou revogá-la, por exemplo,
ninguém poderá fazer com que o estupro de uma
criança seja algo bom.
3) Obriga em consciência, isto
é quando a cumprimos, sentimos a satisfação do
dever cumprido; quando a transgredimos, mesmo
que às ocultas, sentimos remorsos. A lei moral
supõe um legislador que atenda a estas três
condições, que seja superior ao homem, que possa
obrigar a todos e que lhes possa ler na consciência,
a este legislador chamamos Deus.
Essa Lei que é Deus, o próprio Deus. Essa
Lei está dentro de nós, já que somos uma porção de
Deus. A nossa consciência é Deus, boa ou má, é Deus.
Tudo que fazemos de bom ou ruim não é culpa nem
obra de Deus. Temos de parar com esse jogo de
empurra para cima de Deus, basta fazer “a coisa certa”,
que nunca seremos a porção ruim de Deus. Por isso
não podemos transgredir essa Lei. O bem e o mal, são
essa Lei. Os nossos atos e os atos de Deus são essa
Lei. Deus é essa Lei. Imutável, infinito, eterno...
Argumento Psicológico

Conhecido também como argumento


eudenomológico, funda-se na afirmação de Agostinho
de Hipona: «Criaste-nos para vós, Senhor, e o nosso
coração anda inquieto enquanto não descansar em
Vós»(Confissões). Funda-se na constatação de que
todo homem busca a felicidade e que esta felicidade
plena e eterna não dura se alcança, e mesmo quando
se alcança não dura pois um dia chega a morte. Logo
deve existir um bem cuja posse seja capaz de dar ao
homem a felicidade infinita e eterna que tanto busca.
Partindo desse prisma, não precisaríamos
passar pela terra. Deveríamos ser criados e ficado logo
no “nirvana”, direto com Deus, perenes e sem
moléstias ou infelicidades. Temos de passar por aqui, e
depois a outros planetas, outros mundos, pois todos
são habitados. Senão volto na parte que verão adiante
da nossa prepotência em relação a outros mundos.

Argumento Histórico

Cícero, senador e o grande orador romano,


parte da constatação da universalidade do fenômeno
religioso. Não se tem notícia de sociedade humana que
não tivesse culto à divindade, este grande consenso
histórico e quase universal tem grande probabilidade
de ser retrato da realidade existente.
Assim, minha interpretação de que sempre
precisaram de um deus para coibir e governar. Desde
os tempos de crianças que recebemos ensinamento de
que Deus vai castigar se não fizer isso ou aquilo que
uma sociedade achasse correto. É a parte ditatorial de
Deus. Aliás, Deus inventado pelos seres humanos. Por
que não nos ensina o que é correto em relação à
virtude, honestidade, obediência e respeito, beleza,
pureza, aspirações, carinho e amor? Porque é mais
fácil impor o medo do que a liberdade em escolher.

Deus Está Morto

"Deus está morto" ("Gott ist tot" em alemão)


é uma frase muito citada do filósofo alemão Friederich
Niestzsche (1844-1900). Aparece pela primeira vez
em A gaia ciência, na seção 108 (Novas lutas), na
seção 125 (O louco) e uma terceira vez na secção 343
(Sentido da nossa alegria). Uma outra instância da
frase, e a principal responsável pela sua popularidade,
aparece na principal obra de Nietzsche, Assim falava
Zaratustra.
Deus está morto! Deus permanece morto! E
quem o matou fomos nós! Como haveremos de nos
consolar, nós os algozes dos algozes? O que o mundo
possuiu, até agora, de mais sagrado e mais poderoso
sucumbiu exangue aos golpes das nossas lâminas.
Quem nos limpará desse sangue? Qual a água que nos
lavará? Que solenidades de desagravo, que jogos
sagrados haveremos de inventar? A grandiosidade
deste acto não será demasiada para nós? Não teremos
de nos tornar nós próprios deuses, para parecermos
apenas dignos dele? Nunca existiu acto mais
grandioso, e, quem quer que nasça depois de nós,
passará a fazer parte, mercê deste acto, de uma
história superior a toda a história até hoje! -
NIETZSCHE, Friedrich. A Gaia Ciência, §125.
"Deus está morto" é talvez uma das frases
mais mal interpretadas de toda a filosofia. Entendê-la
literalmente, como se Deus pudesse estar fisicamente
morto, ou como se fosse uma referência à morte
deJesus Cristo na cruz, ou ainda como uma simples
declaração de ateísmo são ideias oriundas de uma
análise descontextualizada da frase, que se acha
profundamente enraizada na obra nietzscheana. O dito
anuncia o fim dos fundamentos transcendentais da
existência, de Deus como justificativa e fonte de
valoração para o mundo, tanto na civilização quanto na
vida das pessoas — segundo o filósofo, mesmo que
estas não o queiram admitir. Nietzsche não se coloca
como o assassino de Deus, como o tom provocador
pode dar a entender: o filósofo enfatiza um
acontecimento cultural, e diz "fomos nós que o
matamos".
A frase não é nem uma exaltação nem uma
lamentação, mas uma constatação a partir da qual
Nietzsche traçará o seu projeto filosófico de superar
Deus e suas dictomias assentes em preconceitos
metafísicos que julgam o nosso mundo – na opinião do
filósofo, único existente - na opinião do filósofo, o único
existente - a partir de um outro mundo superior e além
deste. A morte de Deus metaforiza o facto de os
homens não mais serem capazes de crer numa
ordenação cósmica transcendente, o que os levaria a
uma rejeição dos valores absolutos e, por fim, à
descrença em quaisquer valores. Isso conduziria
ao niilismo, que Nietzsche considerava um sintoma de
decadência associada ao facto de ainda mantermos
uma "sombra", um trono vazio, um lugar reservado ao
princípio transcendente agora destruído, que não
podemos voltar a ocupar. Para isso ele procurou, com
o seu projecto da "transmutação dos valores",
reformular os fundamentos dos valores humanos em
bases, segundo ele, mais profundas do que as crenças
do cristianismo.
Segundo ele, quando o cheiro do cadáver se
tornasse inegável, o relativismo, a negação de qualquer
valoração, tomaria conta da cultura. Seria tarefa dos
verdadeiros filósofos estabelecer novos valores em
bases naturais e iminentes, evitando que isso
aconteça. Assim, a morte de Deus abriria caminho para
novas possibilidades humanas. Os homens, não mais
procurando vislumbrar uma realidade sobrenatural,
poderiam começar a reconhecer o valor deste mundo.
Assumir a morte de Deus seria livrar-se dos pesados
ídolos do passado e assumir sua liberdade, tornando-
nos eles mesmos deuses. Esse mar aberto de
possibilidades seria uma tal responsabilidade que,
acreditava Nietzsche, muitos não estariam dispostos a
enfrentá-lo. A maioria continuaria a necessitar de
regras e de autoridades dizendo o que fazer, como
julgar e como ler-o-mundo. Podemos então concluir
que o próprio Nietzsche, pelo menos de maneira
indireta, reconheceu o caráter utópico desse seu
raciocínio.
Outra célebre frase de Nietzsche foi: "O
homem, em seu orgulho, criou a Deus a sua imagem e
semelhança."
O que na verdade Nietzsche tentou enfatizar
foi a ideia de que Deus era para ter inflitrado em
nossas mentes, com oamor, como atos e ações de
benevoçência, de retidão de prestesa e abdicação de
certos surpéfulo. Coisa que ainda conseguiremos, pois
um dia seremos um Jesus de qualquer outro palneta,
assim como Jesus já foi um Hitler de algum, e Hitler
será um Jesus de outro (usei Hitler, por ser um ser,
vindo de Deus, como nós, e foi taxado, muitas vezes
injustamente, de ant-cristo. Provando que a evolução
faz parte da nossa existência, assim como faz parte da
existência de Deus).
No espiritismo, Allan Kardec “quase abriu o
bico”, vulgarmente falando, mas como acontece nas
religiões e entendedores, ainda não era o tempo para
falar a verdade nua e crua. Bem, ele respondeu estas
perguntas em “O Livro dos Espíritos”, Parte Primeira –
As Causas Primárias, Capítulo 1 – Deus, Deus e o
infinito – Provas da existência de Deus – Atributos da
Divindade – Panteísmo, Deus e o infinito:

1- O que é Deus?
– Deus é a inteligência suprema, causa
primária de todas as coisas.

2- O que devemos entender por infinito?


– O que não tem começo nem fim; o
desconhecido; tudo o que é desconhecido é infinito.

3- Poderíamos dizer que Deus é infinito?


– Definição incompleta. Pobreza da
linguagem dos homens, que é insuficiente para definir
as coisas que estão acima de sua inteligência. Deus é
infinito em suas perfeições, mas o infinito é uma
abstração. Dizer que Deus é infinito é tomar o
atributo2 de uma coisa por ela própria, é definir uma
coisa que não é conhecida por uma outra igualmente
desconhecida.
Provas da existência de Deus

4- Onde podemos encontrar a prova da


existência de Deus?
– Num axioma que aplicais às vossas
ciências: não há efeito sem causa. Procurai a causa de
tudo o que não é obra do homem, e a vossa razão vos
responderá. Para acreditar em Deus, basta ao homem
lançar os olhos sobre as obras da criação. O universo
existe, portanto ele tem uma causa. Duvidar da
existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma
causa e admitir que o nada pôde fazer alguma coisa.
5- Que conclusão podemos tirar do
sentimento intuitivo que todos os homens trazem em si
mesmos da existência de Deus?

– A de que Deus existe; de onde lhes viria


esse sentimento se repousasse sobre o nada? É ainda
uma consequência do princípio de que não há efeito
sem causa.

6- O sentimento íntimo que temos em nós da


existência de Deus não seria o efeito da educação e
das ideias adquiridas?
– Se fosse assim, por que vossos selvagens
teriam também esse sentimento? Se o sentimento da
existência de um ser supremo fosse o produto de um
ensinamento, não seria universal. Somente existiria
naqueles que tivessem recebido esse ensinamento,
como acontece com os conhecimentos científicos.

7- Poderemos encontrar a causa primária da


formação das coisas nas propriedades íntimas da
matéria?
– Mas, então, qual teria sido a causa dessas
propriedades? Sempre é preciso uma causa primária.
Atribuir a formação primária das coisas às propriedades
íntimas da matéria seria tomar o efeito pela causa,
porque essas propriedades são elas mesmas um efeito
que deve ter uma causa.

8- O que pensar da opinião que atribui a


formação primária a uma combinação acidental e
imprevista da matéria, ou seja, ao acaso?
– Outro absurdo! Que homem de bom senso
pode conceber o acaso como um ser inteligente? E,
além de tudo, o que é o acaso? Nada. A harmonia que
regula as atividades do universo revela combinações e
objetivos determinados e, por isso mesmo, um poder
inteligente. Atribuir a formação primária ao acaso seria
um contra-senso, porque o acaso é cego e não pode
produzir os efeitos que a inteligência produz. Um acaso
inteligente não seria mais um acaso.
9- Onde é que se vê na causa primária a
manifestação de uma inteligência suprema e superior a
todas as inteligências?
– Tendes um provérbio que diz: “Pela obra
reconhece-se o autor.” Pois bem: olhai a obra e
procurai o autor. É o orgulho que causa a
incredulidade. O homem orgulhoso não admite nada
acima dele; é por isso que se julga um espírito forte.
Pobre ser, que um sopro de Deus pode abater! Julga-
se o poder de uma inteligência por suas obras. Como
nenhum ser humano pode criar o que a natureza
produz, a causa primária é, portanto, uma inteligência
superior à humanidade.
Quaisquer que sejam os prodígios realizados
pela inteligência humana, essa inteligência tem ela
mesma uma causa e, quanto mais grandioso foro que
ela realize, maior deve ser a causa primária. É essa
inteligência superior que é a causa primária de todas as
coisas, qualquer que seja o nome que o homem lhe
queira dar.
Atributos da Divindade
10- O homem pode compreender a natureza
íntima de Deus?
– Não, falta-lhe, para isso, um sentido.

11- Um dia será permitido ao homem


compreender o mistério da Divindade?
– Quando seu Espírito não estiver mais
obscurecido pela matéria e, pela sua perfeição, estiver
mais próximo de Deus, então o verá e o compreenderá.
A inferioridade das faculdades do homem não lhe
permite compreender a natureza íntima de Deus. Na
infância da humanidade, o homem O confunde muitas
vezes com a criatura, da qual lhe atribui as
imperfeições; mas, à medida que o senso moral nele se
desenvolve, seu pensamento compreende melhor o
fundo das coisas e ele faz uma ideia de Deus mais
justa e mais conforme ao seu entendimento, embora
sempre incompleta.

12- Se não podemos compreender a


natureza íntima de Deus, podemos ter ideia de
algumas de suas perfeições?
– Sim, de algumas. O homem as
compreende melhor à medida que se eleva acima da
matéria. Ele as pressente pelo pensamento.

13- Quando dizemos que Deus é eterno,


infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso,
soberanamente justo e bom, não temos uma ideia
completa de seus atributos?
– Do vosso ponto de vista, sim, porque
acreditais abranger tudo. Mas ficai sabendo bem que
há coisas acima da inteligência do homem mais
inteligente e que a vossa linguagem, limitada às vossas
ideias e sensações, não tem condições de explicar. A
razão vos diz, de fato, que Deus deve ter essas
perfeições em grau supremo, porque se tivesse uma só
de menos, ou que não fosse de um grau infinito, não
seria superior a tudo e, por conseguinte, não seria
Deus. Por estar acima de todas as coisas, Ele não
pode estar sujeito a qualquer instabilidade e não pode
ter nenhuma das imperfeições que a imaginação possa
conceber.
Deus é eterno. Se Ele tivesse tido um
começo teria saído do nada, ou teria sido criado por um
ser anterior. É assim que, de degrau em degrau,
remontamos ao infinito e à eternidade.
É imutável; se estivesse sujeito a mudanças,
as leis que regem o universo não teriam nenhuma
estabilidade.
É imaterial, ou seja, sua natureza difere de
tudo o que chamamos matéria; de outro modo não
seria imutável, porque estaria sujeito às transformações
da matéria.
É único; se houvesse vários deuses, não
haveria unidade de desígnios, nem unidade de poder
na ordenação do universo.
É todo-poderoso, porque é único. Se não
tivesse o soberano poder, haveria alguma coisa mais
ou tão poderosa quanto Ele; não teria feito todas as
coisas e as que não tivesse feito seriam obras de um
outro Deus.
É soberanamente justo e bom. A sabedoria
providencial das Leis Divinas se revela nas menores
como nas maiores coisas, e essa sabedoria não
permite duvidar de sua justiça nem de sua bondade.

Panteísmo

14- Deus é um ser distinto, ou seria,


segundo a opinião de alguns, resultante de todas as
forças e de todas as inteligências do universo
reunidas?
– Se fosse assim, Deus não existiria, porque
seria o efeito e não a causa; Ele não pode ser ao
mesmo tempo uma e outra coisa.
Deus existe, não podeis duvidar disso, é o
essencial. Crede em mim, não deveis ir além, não vos
percais num labirinto de onde não podereis sair, isso
não vos tornaria melhores, mas talvez um pouco mais
orgulhosos, porque acreditaríeis saber e na realidade
não saberíeis nada. Deixai de lado todos esses
sistemas; tendes muitas coisas que vos tocam mais
diretamente, a começar por vós mesmos. Estudai
vossas próprias imperfeições a fim de vos
desembaraçar delas, isso vos será mais útil do que
querer penetrar no que é impenetrável.

15- O que pensar da opinião de que todos os


corpos da natureza, todos os seres, todos os globos do
universo, seriam parte da Divindade e constituiriam,
pelo seu conjunto, a própria Divindade, ou seja, o que
pensar da doutrina panteísta?
– O homem, não podendo se fazer Deus,
quer pelo menos ser uma parte d’Ele.
16 Aqueles que acreditam nessa doutrina
pretendem nela encontrar a demonstração de alguns
atributos de Deus. Sendo os mundos infinitos, Deus é,
por isso mesmo, infinito; não havendo o vazio ou o
nada em nenhuma parte, Deus está, portanto, em toda
parte; Deus, estando por toda parte, uma vez que tudo
é parte integrante de Deus, dá a todos os fenômenos
da natureza uma razão de ser inteligente. O que se
pode opor a esse raciocínio?
– A razão. Refleti maduramente e não vos
será difícil reconhecer o absurdo disso.
Esta doutrina faz de Deus um ser material
que, embora dotado de uma inteligência suprema, seria
em tamanho grande o que nós somos em tamanho
pequeno. Uma vez que a matéria se transforma sem
parar, se assim for, Deus não teria nenhuma
estabilidade, estaria sujeito a todas as mudanças e
variações, a todas as necessidades da humanidade, e
lhe faltaria um dos atributos essenciais da Divindade: a
imutabilidade. Não se pode imaginar que são as
mesmas as propriedades da matéria e a essência de
Deus, sem O rebaixar na nossa concepção. Todas as
sutilezas do sofisma3 não conseguirão resolver o
problema na sua natureza íntima. Não sabemos tudo o
que Deus é, mas sabemos o que não pode deixar de
ser, e a teoria do panteísmo está em contradição com
suas propriedades mais essenciais; ela confunde o
criador com a criatura, exatamente como se afirmasse
categoricamente que uma máquina engenhosa fosse
parte integrante do mecânico que a concebeu.
A inteligência de Deus se revela em suas
obras como a de um pintor em seu quadro, mas as
obras de Deus não são o próprio Deus, assim como o
quadro não é o pintor que o concebeu e executou.
OS FILÓSOFOS E PENSADORES DA
GRÉCIA ANTIGA TENTANDO EXPLICAR DEUS

De acordo com filósofos e pensadores


antigos, como Aristóteles, por exemplo, Deus é
pensamento; é o pensamento do pensamento.
Assim, a ação de Deus sobre o mundo não
pode ser a de um criador, nem a de uma providência:
motor móvel atrai todas as coisas só pelo atrativo de
sua perfeição.
Aristóteles está de acordo com Sócrates e
com Platão no entender que só há ciência do geral. A
essa fórmula, cuja aplicação Sócrates limitava ás
coisas morais, Aristóteles dá mais ampla extensão.
Para Aristóteles, a idéia geral não existe
senão nas coisas e nos seres individuais, dos quais
exprime a semelhança. A idéia geral de homem não é
realizada senão nos homens individuais. Toda a ciência
do geral não chegaria a construir a individualidade de
Sócrates.
Para Schiller, o universo é um pensamento
de Deus.
Para Sêneca, Deus existe em todo seio de
um homem virtuoso.
Para Swedenborg, a consciência é a
presença de Deus.
Para Cícero, grande orador, não se vê Deus,
e no entanto conheces por meio de suas obras.
Para Santo Agostinho, no íntimo do Homem
existe Deus.
E, por fim, de acordo com a gênesis,
Devemos ser como Deus:conhecendo o Bem e o Mal.
Recusando a separar o mundo sensível do
mundo inteligível, Aristóteles procura determinar o
ponto de vista no qual cumpre considerar o mundo
sensível para torná-lo inteligível. Sua metafísica
“ciência do ser enquanto ser, ou dos princípios ou
causa do ser”, procura ser tal qual é.
Explica-o pela intervenção de quatro causas:
Causa material ou matéria; causa formal ou forma; uma
causa eficiente, princípio do movimento que dá forma a
matéria; uma causa final ou fim, isto é, objetivo.
Uma estátua tem por matéria, por forma a
imagem de um deus, por causa eficiente o trabalho de
um escultor, por causa final o fim colimado pelo artista.
O mármore teria podido servir para outro uso; a matéria
é simples possibilidade, está em potência. A forma
consiste na transformação dessa possibilidade em
realidade: é ato.
As três últimas causas, distintas quando se
trata de obra humana, confundem-se no domínio da
natureza. Por isso, segundo Aristóteles, as coisas e os
seres aspiram todos a revestir uma forma superior; a
forma é a causa eficiente e causa final. O fim último é o
bem supremo, cuja atração explica o movimento que
faz a passar a matéria por formas cada vez mais
perfeitas.
Daí a hierarquia, na cada qual realidade é
matéria em relação a que lhe é superior, forma em
relação a que lhe é inferior, sem que jamais ocorra,
nessa série contínua, separação absoluta: minerais,
plantas, animais, homens, seres superiores ao homem.
Ada se age como causa eficiente e como
causa final sobre os seres inferiores a ele. Mas nessa
ascensão de causa em causa, de fim em fim, “cumpre
deter-se”. Deve haver um primeiro motor, um motor
imóvel, forma sem matéria, forma que não é senão
forma: é Deus de Aristóteles.
Esse ser absolutamente perfeito é
caracterizado pela mais alta atividade que possamos
conhecer: ele pensa. Mas seu pensamento em ato não
pode ter senão um objeto pensamento, isto é, ele
mesmo.
Não pode senão pensar a si mesmo: Deus é
pensamento; é o pensamento do pensamento.
Assim, a ação de Deus sobre o mundo não
pode ser a de um criador, nem a de uma providência
motor imóvel, atrai todas as coisas só pelo atrativo de
sua perfeição.
Nenhuma realidade tem valor, nem mesmo
existência verdadeira senão pela participação do bem
supremo. “Todos os seres naturais têm vida, assim,
algo de divino”. Daí uma forma interessante, na qual
pode ser resumida a mais alta concepção se
Aristóteles: “O mundo é um pensamento que não se
pensa, suspenso do pensamento que se pensa”.

A CIÊNCIA E OS CIENTISTAS TENTANDO


EXPLICAR DEUS

Tentam explicar de uma maneira que quase


ninguém, ou ninguém mesmo, exceto eles, ou nem eles
mesmos, conseguem traduzir ou entender o que
disseram:

 telescópio Schmidt usado por Fritz Zwick


em 1930 para de determinar a massa dos aglomerados
de galáxias foi o segundo projetado pelo ótico e
astrônomo amador Bernhardt Voldemar Schmidt (1879-
1935), para observar grandes campos do céu.
 A teoria eletrofraca se separa em
eletromagnética e fraca para energias mais baixas que
100 GeV, o que ocorre 10-12 segundos depois do Big
Bang, mas já foi testado em laboratórios na Terra. As
maiores energias atingíveis nos grandes aceleradores
atuais são da ordem de 10 000 GeV. A força fraca age
a distâncias subnucleares, menores que 10-15 cm.

 A repulsão elétrica entre dois prótons é


1036 vezes maior do que a atração gravitacional entre
eles.

 Da mesma maneira que cargas elétricas


cancelam campos elétricos, monopolos magnéticos
cancelariam campos magnéticos. A existência de um
campo magnético na nossa Galáxia requer que o
número de monopolos, se existirem, seja pequeno.

 O matemático inglês Charles Lutwidge


Dodgson (1832-1898) escreveu o livro Alice no País
das Maravilhas em 1865, com o nome artístico de
Lewis Carroll, chamando de "toca de coelho" a
passagem para o outro Universo.

 Aristóteles de Estagira (384-322 a.C.)


propôs que a matéria na Terra era composta por quatro
elementos básicos: terra, ar, fogo e água. Propôs
também que a matéria celeste era composta por um
tipo de matéria especial, a quinta-essência, ou
quintessência. Nos últimos anos se tem usado o termo
quintessência para descrever a matéria (energia)
dominante no Universo, seja ela matéria escura ou
energia do vácuo (constante cosmológica).

 Chen Ning Yang (1922-) e Tsung-Dao Lee


(1926-) receberam o prêmio Nobel em 1957 por suas
investigações da paridade.
 Na Teoria do Estado Estacionári Fred
Hoyle (1915-2001), Geoffrey Burbidge (1925-) e Jayant
Vishnu Narlikar (1938) propuseram em 1993 a Teoria
do Estado Quase Estacionário, em um Universo eterno
e infinito, alternando expansões que duram cerca de 40
bilhões de anos, com contrações. A massa é
eternamente criada em buracos brancos com massa de
Planck [ch/G] = 1019 bárions. A mini-criação causa
uma expansão do Universo, que reduz o valor médio
do campo de criação, reservatório de energia negativa.
Após a expansão, o valor do campo se reduz,
tornando-se difícil uma nova mini-criação. A gravidade
então supera a expansão e o Universo se contrai,
aumentando o campo até que nova criação ocorra.
Isto talvez seja uma vaga, longínqua e
imagem de DEUS, ou mesmo um cheiro de DEUS...
Mas ainda terminantemente inexplicável ou
incompreensível. Pois ainda temos muito que andar,
nascer e morrer, talvez, milhares ou milhões de anos-
luz, para podermos sentir um leve sinal de DEUS, ou
seja, do segredo do Cosmo, que é o próprio DEUS.

Algumas frases de filósofos, pensadores,


intelectuais, esotéricos e religiosos sobre o criador,
a criação ou DEUS, adequadas ao meu raciocínio:

"Todas as coisas estavam juntas, ilimitadas


em número e pequenez; pois o pequeno era ilimitado.
E enquanto todas elas estavam juntas, nenhuma delas
podia ser reconhecida devido sua pequenez. Pois o ar
e o éter prevaleciam sobre todas as coisas, ambos
ilimitados. Pois no conjunto de todas as coisas, estas
são as maiores, tanto em quantidade como em
grandeza. Antes, contudo, de se separarem, quando
todas as coisas ainda estavam juntas, nenhuma cor se
podia distinguir, nem uma única. Após terem sido estas
coisas assim separadas, devemos reconhecer que
todas as coisas juntas não são nem menos nem mais
(pois é impossível que sejam mais do que todas), e que
todas são sempre iguais."
Anaxágoras – filósofo grego, pré-Socrático,
500 a. c.
O imaginário de todos nós segue em direção
de DEUS. Imagino que todos também imaginam um
DEUS, que sabe de tudo sente tudo, vê tudo, controla
tudo, etc.
Pode ser que sim, mas acredito que o
verdadeiro DEUS está no próprio universo, ou seja, na
própria criação, sendo ele o criador, então ele é a
criatura e a criação também.
"Deus nos ama porque foi ele quem nos
criou !". "Foi o homem quem criou Deus!" - réplica dos
sutis. (Friedrich Nietzsche)
Sendo assim, não acredito que ele dita as
regras, ou puni quem as não cumpre, como também,
deixa a receita, toma o remédio quem quer. Sendo
assim, não temos que clamar por justiça ou injustiças,
por ajuda, por pedidos impossíveis, que sabemos
nunca ser atendidos, pois ele não é injusto de nos
ajudar e deixar os outros filhos na mão.
"A busca do impossível deve ser sempre que
possível uma possibilidade." (Lorenzo Giuliano)
Seguindo essa linha, poderemos então
enumerar vários exemplos ou acontecimentos ao longo
de toda humanidade, que provam isso. Se olharmos
para nós mesmos veremos exemplos concretos que
independem de acreditar ou não, já que conosco
mesmo, é fato. E contra os fatos, não tem argumentos:
Logo ao nascermos, com certeza nasceram milhares
de crianças. E muitas destas crianças, nasceram
sadias, perfeitas, ricas, com amor da família, e tudo
mais! E nasceu, com certeza, muitas outras aleijadas,
deficientes, pobres, na miséria, e muitas vezes nunca
verão suas mães biológicas, por diversos motivos.
Então, pergunto eu, como pode DEUS ser injusto com
seus próprios filhos? Como pode ele dar a boa vida, a
riqueza, o conforto, o calor familiar para uns e para
outros não? Somos todos filhos dele, não é mesmo?
Exemplifiquei isso acima, somente para
tentar explicar a reencarnação, que não é fato religioso,
e sim científico, que não precisamos entrar em religião
nenhuma, para entendermos, a não ser os fanáticos
religiosos, das mais diferentes correntes cristãs,
muçulmanas, ou outra qualquer. Somos o que fizemos
antes, somos nossas vidas passadas...
O futuro e o passado caminham juntos, em
paralelo, na mesma velocidade, com o mesmo intuito e
fim. São dois mundos paralelos, contínuos sem fim e
de começo inexplicável ainda. Isso é DEUS também.
Pois quanto mais nós evoluímos, Ele também evolui,
então nunca vamos alcançá-lo! Somos parte dele...
somos uma fagulha do criador (Ramatís), somos
criação também! “À medida que o conhecimento
aumenta, o espanto se aprofunda.” (Charles Morgan -
Escritor inglês).
Desde a antigüidade, lá nos primórdios da
humanidade, a criação do universo, que existe DEUS,
existe o passado e o futuro ao mesmo tempo. E nada
foi criado por acaso, nada existe por acaso, tudo foi
criado pelo sopro divino. OS dinossauros, e os homens
pré-históricos, todos já eram essa fagulha de DEUS,
então DEUS existe evoluindo junto de tudo.
DEUS não pode existir como um ser que o
catolicismo imagina ou os evangélicos, muçulmanos,
etc., se DEUS nos fez a semelhança e a imagem como
prega a bíblia, ele teve também uma mãe e um pai,
senão não somos nem imagem nem semelhança, ou
então DEUS precisou de mãe e pai para ser criado. E,
se não precisou, é porque ele não teve início nem terá
fim. Então deduzo que ele é tudo e não é nada ao
mesmo tempo, como o próprio tempo o é. O passado e
futuro caminham juntos, tudo é imaginário, tudo não
existe, tudo é uma ilusão, tudo é nada, ao mesmo
tempo. “Se os triângulos tivessem um deus, ele teria
três lados. Montesquieu”. ( Filósofo francês)
As invenções começaram a ser inventadas
e lá estava o sopro divino. Por que DEUS sopra em
alguns poucos e outros não? Por que DEUS coloca uns
poucos inteligentes e outros não? Ele não gosta de
seus filhos por igual? Prefere uns aos outros? Nada
disso. Tudo fruto das vidas passadas, dos nossos
créditos e coisas boas que fizemos, assim como
dependeram das coisas ruins também.
“O homem nunca sabe do que é capaz até
que é obrigado a tentar.
Charles Dickens” (escritor inglês).
Tudo sempre esteve na natureza, bastou ser
descoberto, já que nada foi inventado. Então tudo
esteve sempre em DEUS já que a natureza também é
o Próprio. E como somos DEUS também, tudo faz
parte de nós mesmos. Somos inventores e inventados.
As leis e as normas são baseados nos
ensinamentos do Cosmos, ou seja, DEUS. Essa nossa
vontade e consciência coletiva de fazer o bem, o certo,
é uma imaginação divina. Se não fazemos, também é
uma imaginação, divina, pois o bem e o mal, andam
paralelamente como o passado e o futuro. O mal não
existe, o que existe é a falta do bem, em alguns casos.
E isso também foi criado por DEUS, aliás é uma parte
de DEUS, pois o mal sempre vem para explicar um
bem passado ou futuro. “Deus não apenas joga dados.
Ele os joga, às vezes, onde não podem ser vistos.” .
Stephen Hawkings (Filósofo inglês)
Não que DEUS seja o mal, mas se somos,
tudo, mas totalmente tudo, uma parte de DEUS, somos
o mal também, porém como qualquer doença, o mal é
curado um dia. Um dia Hitler será um Jesus, assim
como Jesus já foi um Hitler, guardando as devidas
proporções!
“O universo não é tão estranho como
supomos, mas tão estranho quanto somos capazes de
supor .” John B. S. Haldane ( Fisiologista inglês )
O homem das cavernas, descobriram o fogo,
que sempre esteve presente e sempre estará. Foi um
ato de sorte? Talvez, já que as circunstâncias da época
proporcionava tal fato, e não temos como certificar a
origem do fogo, nem como os seres passaram a usá-lo.
Eles seguiam seus instintos. Mas eram instintos bem
avançados para a época, pois inventavam armas,
faziam das cavernas suas casas, e quando não tinham
cavernas faziam o que? Não haviam tantas cavernas
assim, e eles não se entendiam muito bem, devido ao
ambiente hostil dos primórdios, então deveriam Ter
outra alternativa para Ter casas e se proteger não só
do frio, mas dos irmãos dinossauros. Será que eles
inventaram as armas só por instintos? Só por
necessidades? Ou evoluíram, como DEUS evolui
sempre?
Os egípcios antigos tinham um sistema de
governo avançados para a época. Tinham escolas, leis,
ciências, religião, medicina, arquitetura, etc., tudo muito
avançado para a época deles. Quem os ensinou?
Quem soprou para eles e não soprou para outros
povos daquele tempo? Com certeza foram seres mais
evoluídos que ensinaram. Esses mesmos seres que já
foram atrasados um dia. Mas quem? Talvez os
Atlantes...
Como construíram as pirâmides, e os
templos de adoração numa época sem nenhuma
tecnologia adiantada, a não ser aquela deles? Ou seria
somente aquela deles? Ou seria aquela tecnologia
somente deles? Não vamos nos valer das explicações
bíblicas, que na verdade é apenas um best-seller, uma
história cheia de códigos e fantasias, cheias de
maravilhas dos judeus, já que foi escrita por eles, não
poderia ser diferente... Na verdade a bíblia não passa
de uma história mal contada, por razões óbvias dos
religiosos da época: vender uma doutrina para a
humanidade onde eles tivessem o domínio da mesma.
Uma verdadeira mentira, em muitas passagens, até
absurdas, que desmerecem a nossa inteligência e ‘as
vezes, atiçam o nosso humor.
Mas deixando a bíblia com suas brincadeiras
e contos de fadas em sua maioria, sigamos com o
raciocínio anterior:
O universo. Será que só existe o nosso
mísero planeta habitado? O Criador somente fez o
nosso planeta habitado para depois encher o céu de
estrelas para os namorados apreciarem melhor a lua?
O nosso planeta ainda é muito atrasado, vive
de religião e dinheiro, as duas piore pragas de todo o
universo. Todo planeta onde circula isso, é um planeta
de passagem e de evolução para nós.
Winfried Corduan colocou a questão da
seguinte maneira:"...nós podemos olhar para o mundo
e ver se o mundo é construído de tal maneira que seja
razoável acreditar que deve existir um Deus". Assim
como o caçador segue a trilha de um animal que ainda
vai ver - pegadas, tufos de pêlo, galhos quebrados -
estamos procurando impressões digitais de Deus no
mundo físico.
Vários sinais (linhas de raciocínio) têm sido
sugeridos ao longo dos últimos séculos. Vamos
resumidamente considerar três deles. Primeiro, o
mundo parece funcionar de acordo com uma lei
universal de causa e efeito, isto é, todo efeito
observável deve ter um "empurrão" inicial de algum
agente ou causa. Todas as "coisas" (um termo
altamente científico) que observamos são dependentes
de outras "coisas" para sua existência. Se pensarmos
sobre lá atrás, voltando ao primeiro evento, poderia ser
perguntado: Quem foi a causa? É ai que parece existir
um ser que não foi "causado". Filósofos gostam de
chamar isso de um ser necessário. Isso poderia ser
Deus?
Um segundo sinal que deve ser considerado
é o que os cientistas hoje chamam de indícios de uma
"Criação Inteligente". A sugestão é que o universo
exibe propósito, projeto e intenção. Essa não é uma
idéia nova. William Paley sugeriu que se você estivesse
andando por um campo e achasse um relógio no chão
reconheceria que ele é uma máquina que tinha um
propósito e que não cresceu na floresta como plantas e
árvores. Uma conclusão racional seria a de que alguém
intencionalmente construiu um relógio. O universo é
infinitamente mais complexo que um relógio e como
resultado, aponta muito mais para um criador
inteligente.
Um terceiro indício tem a ver com o
fundamento moral do universo. C. S. Lewis se referiu a
isso como a "lei da natureza humana". Isso não quer
dizer que pessoas em todos os lugares concordem em
todos os valores morais, mas todo mundo tende a viver
de acordo com certos princípios morais comuns. Por
exemplo, pessoas e culturas têm idéias diferentes
sobre quando é apropriado tirar a vida de outra pessoa,
mas ninguém (que fosse considerado são) sustentaria
que assassinar indiscriminadamente a sangue frio sem
razão alguma seria apropriado. Parece que a
humanidade foi intencionalmente criada com um
compasso moral interno.
Todas os três sinais apelam para o nosso
senso comum e se encaixam em observações que
podem ser feitas sobre o mundo. Nem todo mundo
pode ser convencido por esse raciocínio, mas parece
fazer mais sentido acreditar que Deus é real do que
afirmar que não. Se isso é verdade, então talvez
existam outras coisas que se pode saber sobre Deus.
Por que não seguir a trilha e ver onde ela vai dar?
Descartes Tenta Provar a Existência de
Deus usando a Razão

Dentre as questões que se ocupa a filosofia,


a existência de Deus tem sido, durante séculos, uma
incógnita que intrigou e continua a intrigar pensadores.
Dentre os filósofos que se empenharam na tentativa de
provar a existência de Deus, destacamos Descartes,
pois suas reflexões puseram o sagrado ao alcance da
razão. Sendo que durante muito tempo o conhecimento
sobre Deus foi exclusivo da religião, cujo instrumento
para o conhecimento é a fé.
René Descartes, filósofo francês do século
XVII, no livro Meditações, desenvolveu um método que
julgou ser capaz de conhecer a verdade sem engano.
Entendeu que somente a razão poderia trazer um
conhecimento seguro. Até mesmo um conhecimento
sobre Deus, poderia ser verdadeiro se ao invés da fé,
fosse usada a razão.
No livro, Descartes mostra que a experiência
é enganosa e que tudo o que até aquele momento
considerava verdadeiro, por ter usado a experiência
para obter o conhecimento, era na verdade, enganoso,
pois os sentidos o enganavam.
Não querendo cometer novamente os
mesmos erros que outrora, quanto usou a experiência
para chegar à verdade, entendeu ser necessário se
desvencilhar de todas as certezas que até então
concebia como verdadeiras, dizendo a si mesmo: “o
menor índice de dúvida que eu nelas encontrar será
suficiente para impelir-me a repelir todas” (Descartes,
Meditações).
Descartes chega a uma conclusão: pode-se
duvidar da existência do corpo, da exatidão dos
sentidos, da existência de Deus, do mundo, dos outros
seres e objetos, porém não se pode duvidar da ação de
duvidar, ou seja, não se pode duvidar do fato de
estarmos duvidando. Se estivermos duvidando,
estaremos pensando. Diz Descartes: “o pensamento é
um atributo que me pertence; somente ele não pode
ser separado de mim” (Descartes, Meditações). A
própria existência é confirmada através do
pensamento. O que somos? Somos alguma coisa que
pensa. O pensamento é a única pedra segura na qual
se pode alicerçar um edifício. Essa reflexão leva a sua
mais famosa frase – cogito ergo sum – penso logo
existo. Somente por meio da razão se pode chegar a
algo confiável.
Descartes defende a existência de ideias
inatas em nossa mente, como o cogito ergo sum,
sendo percebido principalmente em relação a
existência de Deus. Deus existe para Descartes por
existir em nós a ideia de perfeição, quando não somos
perfeitos; a ideia de infinito, quando somos finitos, etc.
Não poderíamos ser os autores dessas ideias, uma vez
que não existem em nós essas qualidades. Faz-se
necessário que alguém tenha colocado essas ideias
em nós. Ainda, se não sou o criador de mim mesmo,
logo sou criado. Ser criado requer a existência de um
criador, da mesma forma que ser imperfeito e finito
requer a existência de algo perfeito e infinito.
Assim, Deus deixa de ser um objeto da fé e
passa a ser um objeto da razão, podendo a filosofia
compreender este fenômeno a partir do uso do seu
mais forte instrumento, segundo Descartes, o
pensamento. Dessa forma, o pensamento lógico pode
formular uma hipótese da existência de Deus, sendo
uma ideia atingida pelo exercício do pensamento e não
apenas uma ideia fruto da crença mítica de explicações
vazias, cujo fundamento se alicerça exclusivamente na
tradição, dependente da fé ingênua, que não resiste ao
questionamento. Na filosofia Deus pode ser discutido.
Apesar da contribuição que Descartes fez ao
pensamento filosófico, concernente a reflexão sobre a
existência ou não de Deus, teóricos posteriores falaram
que Descartes deu um tiro no próprio pé, pois definiu a
razão como método e buscou mostrar como
poderíamos chegar a ideia de Deus, usando a razão. O
problema foi que sua reflexão gerou algumas
contradições: Se o homem é finito, limitado, temporal...
A razão, sendo humana, também é finita, limitada e
temporal. Assim, a única ideia que podemos ter sobre
Deus, necessariamente será finita, limitada e temporal,
porém Deus, como propôs Descartes, é definido por
qualidades que escapam a natureza humana como:
eternidade, infinitude e ilimitado. E essa contradição só
é resolvida com a crença de que as ideias contrárias a
natureza humana tenham sido colocadas em nossa
mente pelo próprio Deus. Caso não, a ideia de Deus
também deve ser considerada humana, portanto,
dependente da razão. Mas uma vez ficamos entre a
razão e a fé.
Nesse sentido, a filosofia pretenderá discutir
a ideia de Deus usando a razão, por isso, Deus no
racionalismo cartesiano não é um fenômeno em si, mas
um produto da capacidade racional do homem. Dessa
forma, o mesmo método negou a existência de Deus,
pelo menos de um Deus autônomo. Por fim, podemos
dizer que o Deus de Descartes depende de uma
faculdade humana para existir, estando sob a razão.
Será que só a fé liberta Deus? Será que a razão pode
provar a existência de Deus? O uso da fé é a
impossibilidade da discussão filosófica. O uso da razão
é a possibilidade da discussão filosófica.
O impacto dessa reflexão estende-se para o
cotidiano. Quem de nós não fica intrigado com a forma
como as respostas são frágeis. A existência de Deus é
questionável, a fé é questionável, a razão é
questionável, a ciência também é questionável. As
pessoas agem, vivem e matam por Deus. Guerras
surgem em nome de Deus, regras são criadas como se
Deus as fizesse. É impossível deixarmos de lado a
discussão sobre Deus, sendo assunto tão importante
para a humanidade. Por isso filósofos como Descartes
contribuíram com suas reflexões, buscando
compreender de forma mais coerente esse fenômeno.
O que Descartes fez foi tentar discutir esse
fenômeno que intriga, filósofos, teólogos e de uma
forma geral, todos nós. Buscando compreendê-lo com
o pensamento lógico e não a partir da fé. A diferença
está no fato de que a fé está submissa a imposição da
tradição, da moral, portanto, sobre Deus, usando a fé,
cabe tão somente aceitar as conclusões já construídas.
Enquanto a razão permite discutir a existência de Deus,
sua natureza, qualidades e atributos de forma mais
aberta. E somente assim a filosofia pode contribuir com
considerações sobre o intrigante mistério, Deus.

Um Deus pessoal e infinito

O apóstolo Paulo, em sua primeira epístola


aos cristãos de Corinto, disse: “Porque, ainda que haja
também alguns que se chamem deuses, quer no céu
quer na terra (como há muitos deuses e muitos
senhores), todavia para nós há um só Deus, o Pai, de
quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só
Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e
nós por ele” (1Co 8.5,6).
O que Paulo deixou claro nessas palavras é
que somente o fato de usar o termo Deus ou Senhor,
ou ter objetos de adoração, não significa,
necessariamente, estar falando do mesmo ser divino. A
importância de conhecer e adorar o verdadeiro Deus, o
único revelado pela Bíblia, é essencial nestes dias de
pluralismo religioso que estamos vivendo. Esta relação
entre a fé bíblica e as religiões não-cristãs pode ser
perigosa para a promoção da verdade e causar
confusão para o entendimento do verdadeiro
evangelho.
A concepção histórica de Deus mantém um
equilíbrio de ideias que revelam sua majestade de
maneira contrária ao que é apresentado nas religiões
não cristãs do mundo.
Esta matéria demonstrará que a concepção
que Deus retratou na Bíblia está entre os extremos
teológicos dentro das falsas religiões e especialmente
nos cultos. O Deus da Bíblia é pessoal e infinito, a
Trindade é a união de três pessoas, o Pai, o Filho e o
Espírito Santo, em uma única divindade, sendo iguais,
eternas, da mesma substância, entretanto distintas,
sendo Deus cada uma dessas pessoas (Mt 28.19; Ef
4.4-6). Examinaremos as perspectivas das várias
religiões, contrastando suas visões com os ensinos
bíblicos e sugestionando razões para tais erros
doutrinários.

Conceitos errôneos sobre Deus

Apontaremos alguns grupos religiosos


representando-os por meio dos conceitos pelos quais
distorceram a natureza e a personalidade de Deus.

Crença em uma
deidade pessoal-finita.

Se desejamos ter comunhão com Deus e


acreditamos em sua ação em nossos momentos de
necessidade, o reconhecimento de que Ele é pessoal
torna-se fundamental. Até mesmo a própria designação
de Deus como “Pai” revela que Ele ama e cuida de
seus filhos, atitude esta que o título “Criador” não
consegue denotar. Além disso, Jesus, o filho de Deus,
nos diz que devemos orar ao “Pai”, pois Ele nos imputa
imenso valor (Mt 10.29) e que este mesmo “Pai”
galardoará aqueles que lhe pedirem (Mt 7.11). Esse
aspecto de Deus é concordado pela maioria dos grupos
“cristãos”.3 Já os grupos influenciados pelo
gnosticismo4 ou pelas religiões orientais parecem
rejeitar a natureza pessoal de Deus, enquanto aqueles
que a aceitam acabam erroneamente enxergando esta
deidade com várias limitações.
Concepções de um deus finito são cridas
pelos mórmons e pelas testemunhas de jeová. A
teologia mórmon necessita de um deus finito, pois
creem que deus evoluiu e que ele realmente foi um
homem assim como nós: “Deus foi uma vez como
somos agora, ele é um homem exaltado...”.5 Além
disso, possuindo corpos físicos, 6 os deuses mórmons
também não são onipresentes: “Deus não é
onipresente [...] não pode estar fisicamente presente
em mais de um lugar ao mesmo tempo”. 7 E este
conceito inclui o Espírito Santo.8 O deus mórmon
também é limitado em outros sentidos, pois não é
onisciente, 9 não é eterno, 10 e não é imutável.11
A falha das testemunhas de jeová em expor
os atributos de Deus não é tão explícita quanto vemos
no mormonismo; no entanto, elas também rejeitam
alguns dos atributos infinitos da Deidade. Embora
aceitem a onipotência de Deus, 12 as testemunhas de
jeová revelam dificuldades com sua onisciência13 e
onipresença. 14 De acordo com o pesquisador David
Sherril, apologista que estuda o jeovismo, a rejeição à
onipresença de Deus se deve à convicção da
Sociedade Torre de Vigia (STV) em ensinar que todos
os seres têm de possuir algum tipo de corpo, seja físico
ou espiritual, fazendo que seus seguidores concebam
Deus localizado em um determinado lugar.15
Considerando que Deus seguramente está em um
trono no céu, Ele não pode estar em todos os outros
lugares; por conseguinte, é o poder dele que está em
todos os lugares, não sua pessoa.16

Crença em uma deidade impessoal-


infinita

Os tipos de grupos religiosos discutidos


anteriormente são considerados heterodoxos, pois
distorcem a concepção da Deidade; entretanto, mesmo
com tais divergências, podem ser classificados, em
certo sentido, como grupos que observam “cultos
cristãos”.17 Isso se deve à semelhança de
nomenclatura cristã empregada por tais grupos em
seus cultos. Por outro lado, religiões que proclamam
uma deidade impessoal, mas infinita, geralmente
refletem uma concepção gnóstica ou oriental de Deus,
utilizando a terminologia cristã para se enredar com
maior facilidade na cultura ocidental.
Defensores de um deus impessoal e infinito
são facilmente encontrados nos campos da “metafísica”
ou “ciência da mente”; também compartilham dessa
concepção os diversos segmentos da Nova Era, que
têm se proliferado rapidamente nas últimas décadas
sob a máscara de uma ampla variedade de nomes.
Esses compartilham a perspectiva de que Deus não é
pessoal, 18 conceituando-o como a essência de toda a
realidade que está na mente ou na consciência.19
Essa visão geralmente se identifica com o panteísmo,
ensinamento que prega que Deus é infinito porque tudo
é Deus e Deus é tudo. A Ciência Cristã, um dos grupos
que creem na chamada “ciência da mente”, também
não acredita em Deus como um ser pessoal e define a
Trindade nos termos de vida, verdade e amor.20
A espiritualidade da Nova Era vem em
grande parte da religião oriental e, por conseguinte,
envolve o monismo21 e o panteísmo. Isso acabou
“ocidentalizando” a perspectiva religiosa oriental que
acredita que Deus é tudo aquilo que existe e que tudo e
todo mundo é Deus. Vemos esse conceito
demonstrado de forma interessante em uma
declaração famosa do Upanishads, antiga escritura do
hinduísmo, repetida pelo “guru” Maharishi Mahesh
Yogi: “Eu sou aquilo, você é aquilo, tudo isso é aquilo,
aquilo sozinho está, e não há mais nada além daquilo”.

Crença no modalismo

Conforme esta crença, o Pai, o Filho e o


Espírito Santo são apenas três aspectos da divindade,
sendo, portanto, uma só Pessoa, ou seja, ensinam que
as três pessoas da Trindade se manifestavam de vários
modos, daí o nome modalista, conhecido atualmente
como Sabelianismo por ter sido um ensino propagado
pelo bispo Sabélio.
A Igreja Local, fundada por Witness Lee, é
um claro exemplo da visão modalista de Deus. Outros
grupos que possuem a mesma concepção são:
Tabernáculo da Fé, fundado por William Marrion
Braham; Só Jesus, fundado por John Schepp; e Voz da
Verdade, 23 fundado por Carlos Moysés, entre outros.

Crença no politeísmo

Provavelmente, nenhum culto


contemporâneo é mais famoso em sua posição
politeísta do que a Igreja de Jesus Cristo dos Santos
dos Últimos Dias. Os mórmons crêem na existência de
milhões de deuses: “Existem mais deuses do que
partículas de matéria”.24 Entretanto, apenas três —
Pai, Filho e Espírito Santo — são objetos da adoração
mórmon.

Crença no arianismo

A última divergência doutrinária que


inserimos nesta perspectiva histórica do cristianismo é
a heresia do arianismo. Essa concepção foi condenada
no famoso Concílio de Nicéia (325 d.C.).26 Na ocasião,
o bispo Ário defendeu a doutrina de que o Filho de
Deus era um ser criado, mas seu ensinamento foi
veementemente combatido por Atanásio que, por sua
vez, teve seus argumentos aceitos pelo Concílio.
Atanásio ensinou que o Filho possuía a mesma
essência do Pai, sendo, portanto, igualmente Deus.
Meio século depois (381 d.C.), o Concílio de
Constantinopla afirmou a igualdade da Deidade do
Espírito Santo; Deus, então, é uma essência indivisível
em três pessoas.
Sem dúvida nenhuma, o culto arianista mais
difundido está atualmente representado pela Sociedade
Torre de Vigia, mais conhecida pela identidade de seus
seguidores, as testemunhas de Jeová. A estratégia
utilizada pela organização das Testemunhas de Jeová
foi subverter a doutrina da Trindade aproveitando a
grande discussão cristã acerca desse ensinamento.
Igualmente ensinam que Jesus foi o primeiro ser criado
por Deus, sendo um deus de categoria “inferior”,
poderoso, mas não Todo-Poderoso.
Raciocínio semelhante a este também pode
ser encontrado entre o grupo dos cristadelfianos.

Avaliação dos conceitos errôneos e


incoerências bíblicas sobre Deus

Podemos observar nesta breve matéria que


os vários cultos e falsas religiões aqui apresentados
não mantêm o equilíbrio bíblico da concepção de Deus.
Avaliando a questão, logicamente concluímos que há
um só Deus (Dt 6.4, 1Co 8.6). E que o Pai, o Filho e o
Espírito Santo são chamados de Deus e possuem os
atributos da Deidade (Ef 5.20; Rm 9.5; At 5.4).
Da minha concepção, esse único Deus é o
universo em questão, não um ser. Isso é mais um
código ou ingenuidade da bíblia, que mais parece uma
historinha para relaxar, um desenho animado.
Quando um culto é apresentado
biblicamente com base nessas duas declarações
ortodoxas, os seguidores das falsas religiões concluem
que uma delas necessariamente está errada, ou seja,
que existe mais de um deus (politeísmo, como vimos
no mormonismo), que as três pessoas devem ser a
mesma pessoa (modalismo, como vimos na Igreja
Local) e/ou que o Pai é Deus e o Filho e o Espírito não
possuem a mesma essência, sendo diferentes de Deus
(arianismo, como vimos nas testemunhas-de-jeová).
Todavia, a concepção bíblica e histórica de Deus está
bem declarada no Credo de Atanásio (no qual
inserimos alguns versículos bíblicos que comprovam
suas declarações):
“Assim, o Pai é Deus (Ef 5.20), o Filho é
Deus (Rm 9.5) e o Espírito Santo é Deus (At 5.4). E, no
entanto, não são três deuses, mas um só Deus (Dt 6.4;
1Co 8.6). Igualmente, o Pai é Senhor (Ap 21.22), o
Filho é Senhor (Jd 4; 1Co 8.6), o Espírito Santo é
Senhor (2Co 3.17). E, no entanto, não são três
senhores, mas um só é Senhor (Ef 4.5). Pois, da
mesma forma que somos compelidos pela verdade
cristã a reconhecer cada Pessoa, por si mesma, como
Deus e Senhor, assim também somos proibidos pela
religião católica (universal) de dizer: existem três
deuses ou três senhores”.
O mesmo pode ser esclarecido sobre o fato
de Deus ser infinito e pessoal ao mesmo tempo. A
Bíblia revela que Deus é transcendente sobre todo o
universo (Sl 57.11; Zc 14.9) e que Deus está
intimamente envolvido com o universo (Gn 1.1; Sl
113.6). Ele é o Criador do tempo e do espaço, por isso
Ele transcende o universo. Como pode tal Deus
realmente estar interessado em nós ou se envolver
com nossas vidas, até mesmo a ponto de enviar seu
Filho (Deus) para compartilhar nossa humanidade e
sofrimento? Não podemos compreender o amor de
Deus, mas a Bíblia, infalível em suas declarações, nos
conduz à conclusão de que ambas as dimensões de
Deus são verdadeiras. A doutrina bíblica inspirada por
Deus tem capacidade plena de conciliar
harmoniosamente os “elementos divergentes” (para
alguns) da infinidade divina com o relacionamento
pessoal, elementos indispensáveis para o genuíno
sentido da adoração.
Temos de nos centrar em Deus, não no
homem. Os cristãos ortodoxos estão dispostos a
aceitar o ensinamento bíblico sobre Deus até mesmo
quando eles não podem explicar todos os aspectos de
sua revelação. Às vezes, podemos entender o “qual”,
mas não podemos entender o “como”, ou,
frequentemente, o “porquê”. Deus simplesmente quer
que confiemos em sua Palavra. A diferença entre a
verdadeira religião e a falsa religião é a adesão à ego-
revelação de Deus na Bíblia, ou seja, as interpretações
que revelam um deus que satisfaça nossas limitações
em entendê-lo. É a rejeição da adoração ao Deus
Santo apresentado pela Bíblia para fabricar um deus
sob as concepções humanas, o que, como analisamos,
podemos considerar a causa dos erros que se
desenvolveram desde o início da igreja primitiva e
continua nos assolando até hoje.
Diante deste texto, concluo mais uma vez a
ditadura em torno do nome de Deus. Onde já se viu
somente Jesus ser filho de Deus, ou o único que nos
leva até ele? Se o próprio Jesus é um filho de Deus
como nós o somos, porém mais evoluído, como nós o
seremos. E, por que, Deus mandaria seu filho sofrer
para provar sua existência? Por que não provou de
outra maneira mais simples, já que ele é onipotente e
onipresente? Por que tem de fazer coisas estranhas e
muitas vezes maldosas para que o aceitamos. Seria
essa a intenção de Deus, ou o nosso livre arbítrio é a
intenção de Deus?
Deus precisa de nossa evolução tanto
quanto precisamos da dele. E nunca existiu nem
existirá milagre. Nunca terá um filho sentado à direita
de Deus Pai. Simplesmente porque Deus, como ser,
não existe. Ninguém senta ao lado do nada e do tudo
ao mesmo tempo. Nem do lado de um cheiro ou de
uma inspiração. Isso é Deus.
Só para não perder a sequencia, veja
algumas contradições da Bíblia:
Alguns estudiosos da bíblia declaram que há
milhares de contradições em suas páginas explícitas ou
implícitas. A seguir estão algumas delas. Para perfeito
entendimento é preciso acompanhar as passagens
citadas em cada ítem da listagem.
1. A Bíblia nos fala que toda a escritura foi
inspirada por Deus (II Timóteo 3:16). Mas em alguns
trechos é negada a inspiração divina (I Coríntios
7:6;5:12) (II Coríntios 11:17).
2. Os Gigantes existiam antes da inundação
(Gênesis 6:4). Somente Noé, sua família, e os animais
da Arca sobreviveram à inundação (Gênesis 7:23).
Mesmo depois da Inundação os gigantes continuaram
existindo (Números 13:33).
3. Deus diz para Noé que tudo o que se
move e tem vida servirá de alimento para ele, e
também toda a vegetação. Só não poderá comer da
carne ainda com vida, ou seja, com sangue (Gênesis
9:3-4). Deus diz que nem todos os animais podem ser
consumidos (Deuteronômio 14:7-20).
4. Toda a terra tinha uma só língua e as
mesmas palavras, até que Deus criou vários idiomas
diferentes, fazendo com que ninguém entendesse um
ao outro (Gênesis 11:1,6-9). Anterior a isto, a Bíblia fala
de diversas nações, cada um com sua própria língua
(Gênesis 10:5).
5. Deus admitiu que Ele é a causa da surdez
e da cegueira (Êxodo 4:11). Contudo, Deus não aflige
os homens por vontade própria (Lamentações 3:33).
6. Deus envia Moisés para o Egito resgatar
os filhos de Israel (Êxodo 3:10. 4:19-23). No caminho,
Deus ameaçou Moisés de morte. (Êxodo 4:24-26). Não
proveu de explicação.
7. Deus mata todos os animais dos egípcios
com uma forte pestilência. Nenhum sobreviveu à
pestilência (Êxodo 9:3-6). Deus mata todos os animais
dos egípcios com uma chuva de granizo (Êxodo 9:19-
21,25). (Mas eles já não haviam morrido com a
pestilência?)
8. Deus não foi conhecido por Abraão, Isaac
e Jacó pelo nome de Javé (Êxodo 6:2-3). O nome do
Senhor já era conhecido (Gênesis 4:26).
9. Deus proíbe que seja feito a escultura de
qualquer ser (Êxodo 20:4). Deus ordenou a fabricação
de estátuas de ouro (Êxodo 25:18).
10. Proibição do assassinato (Êxodo 20:13).
Deus manda Moisés matar todos os homens de Madiã
(Números 31:7).
11. Proibição do roubo (Êxodo 20:15). Deus
manda roubar os egípcios (Êxodo 3:21-22).
12. Proibição da mentira (Êxodo 20:16) Deus
permiti a mentira (I Reis 22:22)
13. Você tem que julgar o próximo com
justiça (Leviticus 19:15). Não julgue ninguém para não
ser julgado (Mateus 7:1).
14. Deus jamais se arrepende (I Samuel
15:29). Deus se arrepende (Gênese 6:6) (Êxodo 32:14)
(I Samuel 15:11,35) (Jonas 3:10).
15. Deus não pode mentir (Números 23:19).
Deus deliberadamente enviou um "espírito" mentiroso (I
Reis 22:20-30) (II Crônicas 18:19-22). Deus faz
pessoas acreditarem em mentiras (II Tessalonicenses
2:11-12). O Senhor engana os profetas (Ezequiel 14:9).
16. Aarão morreu no monte Hor.
Imediatamente depois disso, os israelitas foram para
Salmona e Finon (Números 33:38). Aarão morreu em
Mosera. Depois disso, os isralelitas foram para Gadgad
e Jetebata (Deuteronômio 10:6-7). Deus diz a Moisés
que Aarão morreu no monte Hor (Deuteronômio 32:50).
17. Nós temos que amar Deus
(Deuteronômio 6:5) (Mateus 22:37). Nós temos que
temer Deus (Deuteronômio 6:13) (I Pedro 2:17).
18. Deus escreveu nas tábuas as dez
palavras da aliança (Deuteronômio 10:1-2,4).
Deus ditou e Moisés escreveu (Êxodo 34:27-28).
19. Josué queimou a cidade de Hai e
reduziu-a a um monte de ruínas para sempre (Josué
8:28). Hai ainda existe como uma cidade (Neemias
7:32).
20. Josué destruiu totalmente os habitantes
de Dabir (Josué 10:38-39). Os habitantes de Dabir
ainda existem (Josué 15:15).
21. Saul destruiu completamente os
amalecitas (I Samuel 15:7-8,20). David destruiu
completamente os amalecitas (I Samuel 27:8-9).
Finalmente os amalecitas são mortos (I Crônicas 4:42-
43).
22. Isaí teve sete filhos além de seu mais
jovem, David (I Samuel 16:10.11). David foi o sétimo
filho (I Crônicas 2:15).
23. Saul tentou consultar o Senhor (I Samuel
28:6). Saul nunca fez tal coisa (I Crônicas 10:13-14).
24. Saul cometeu suicídio (I Samuel 31:4-6)
(I Crônicas 10:4-5). Saul foi morto por um amalecita (II
Samuel 1:8-10). Saul foi morto pelos filisteus (II Samuel
21:12).
25. Davi tomou 1.700 cavaleiros de
Adadezer (II Samuel 8:4). Davi tomou 7.000 cavaleiros
de Adadezer (I Crônicas 18:4).
26. Davi matou aos arameus 700 parelhas
de cavalos e 40.000 cavaleiros (II Samuel 10:18). Davi
matou aos arameus 7.000 cavalos e 40.000
empregados (I Crônicas 19:18).
27. Israel dispõe de 800.000 homens aptos
para manejar espadas, enquanto que Judá dispõe de
500.000 homens (II Samuel 24:9). Israel dispõe de
1.100.000 homens aptos para manejar espadas,
enquanto que Judá dispõe de 470.000 homens (I
Crônicas 21:5).
28. Satã provocou Davi a fazer um censo de
Israel (I Crônicas 21:1). Deus sugeriu Davi a fazer um
censo de Israel (II Samuel 24:1).
29. Davi pagou 50 siclos de prata por gados
e pelo terreno (II Samuel 24:24). Davi pagou 600 siclos
de ouro pelo mesmo terreno (I Crônicas 21:25).
30. Rei Josias foi morto em Magedo. Seus
servos o levam morto para Jerusalém (II Reis 23:29-
30).
Rei Josias foi ferido em Magedo e pediu
para seus servos o levarem para Jerusalém, onde veio
a falecer (II Reis 23:29-30).
31. Foram levados 5 homens dentre os mais
íntimos do rei (II Reis 25:19-20). Foram levados 7
homens dentre os mais íntimos do rei (Jeremias 52:25-
26).
32. São citados os nomes de 10 pessoas
que vieram com Zorobabel (Esdras 2:2) São citados os
nomes de 11 pessoas que vieram com Zorobabel
(Neemias 7:7)
33. (Esdras 2:3 & Neemias 7:8) Estas
passagens pretendem mostrar a quantidade de
pessoas que voltaram do cativeiro babilônico. Compare
o número para cada família: 14 deles discordam.
34. A terra vai durar para sempre (Salmos
104:5) (Eclesiastes 1:4). A terra perecerá (II Pedro
3:10) (Hebreus 1:10-11).
35. Deus fala a respeito de sacrifícios com
os filhos de Israel libertos do egito (Levítico 1:1-9).
Deus nega que houvesse dito algo sobre sacrifícios
naquela ocasião (Jeremias 7:22).
36. O filho não deve ser castigado pelo erro
do pai, ou vice-versa (Deuteronômio 24:16) (Ezequiel
18:20) (II Crônicas 25:4). Deus vinga a crueldade dos
pais nos filhos até a quarta geração (Êxodo 20:5)
(Deuteronômio 5:9). Todos os homens são culpados
pelo pecado de Adão. A culpa passou de pai para filhos
por diversas gerações (Romanos 5:12).
37. Jesus foi filho de José, que o foi de
Jacob (Mateus 1:16). Jesus foi filho de José, que o foi
de Heli (Lucas 3:23).
38. O pai de Salathiel foi Jeconias (Mateus
1:12). O pai de Salathiel foi Neri (Lucas 3:27)
39. Abiud é filho de Zorobabel (Mateus 1:13).
Resa é filho de Zorobabel (Lucas 3:27). São citados os
nomes de todos os filhos de Zorobabel, mas nem Resa
e nem Abiud estão entre eles (I Crônicas 3:19-20).
40. Jorão era o pai de Ozias que era o pai de
Joathão (Mateus 1:8-9). Jorão era o pai de Occozias,
do qual nasceu Joás, que gerou Amazias, que foi pai
de Azarias que, finalmente, gerou Joathão (I Crônicas
3:11-12).
41. Josias era o pai de Jeconias (Mateus
1:11). Josias era o avô de Jeconias (I Crônicas 3:15-
16).
42. Zorobabel era filho de Salathiel (Mateus
1:12) (Lucas 3:27). Zorobabel era filho de Fadaia.
Salathiel era tio dele (I Crônicas 3:17-19).
43. Sale era filho de Cainan, neto de Arfaxad
e bisneto de Sem (Lucas 3:35-36). Sale era filho de
Arfaxad e neto de Sem (Gênese 11:11-12).
44. Ninguém jamais viu a Deus (João 1:18,
6:46) (I João 4:12). Jacob viu Deus cara a cara
(Gênesis 32:30). Moisés e os anciões de Israel viram
Deus (Êxodo 24:9-11). Deus falou com Moisés cara a
cara (Êxodo 33:11) (Deuteronômio 34:10). Ezequiel viu
Deus em uma visão (Ezequiel 1:27-28).
45. Jesus curou um leproso depois de visitar
a casa de Pedro e Simão (Marcos 1:29,40-42). Jesus
curou o leproso antes de visitar a casa de Pedro e
Simão (Mateus 8:2-3,14).
46. O Diabo levou Jesus primeiro ao topo do
templo e depois para um lugar alto para ver todos os
reinos do mundo (Mateus 4:5-8). O Diabo levou Jesus
primeiro para o lugar alto e depois para o topo do
templo (Lucas 4:5-9).
47. Quem crê no filho de Deus tem vida
eterna (João 3:36). Quem ama a Deus e ao seu
próximo tem vida eterna (Lucas 10:25-28). Quem
guarda os 10 mandamentos tem vida eterna (Mateus
19:16-17).
48. O sermão conteve 9 beatitudes (Mateus
5:3-11). O sermão conteve 4 beatitudes (Lucas 6:20-
22).
49. Jesus adquiriu Mateus como discípulo
depois de acalmar a tempestade (Mateus 8:26). Jesus
adquiriu Mateus (Levi) como discípulo antes de ter
acalmado a tempestade (Marcos 2:14, 4:39) Obs: O
contexto identifica Levi como outro nome para Mateus.
Compare [Mateus 9:9-17] com [Marcos 2:14-22] e com
[Lucas 5:27-39].
50. O centurião se aproximou de Jesus e
pediu ajuda para um criado doente (Mateus 8:5-7). O
centurião não se aproximou de Jesus. Ele enviou
amigos e os anciões dos judeus (Lucas 7:2-3,6-7).
51. Jairo pediu a Jesus que ajudasse a sua
filha, que estava morrendo (Lucas 8:41-42). Ele pediu
para que Jesus salvasse a filha dele que já havia
morrido (Mateus 9:18).
52. Jesus disse aos seus discípulos que
deveriam andar calçados com sandálias (Marcos 6:8).
Jesus lhes disse que não deveriam andar descalços
(Mateus 10:10).
53. Deus confiou o julgamento a Jesus (João
5:22) (João 5:27,30 8:26) (II Coríntios 5:10) (Atos
10:42). Jesus, porém, disse que não julga ninguém
(João 8:15,12:47). Os santos hão de julgar o mundo (I
Coríntios 6:2).
54. A transfiguração de Jesus ocorreu 6 dias
após a sua profecia (Mateus 17:1-2). A transfiguração
ocorreu 8 dias após (Lucas 9:28-29).
55. A mãe de Tiago e João pediu a Jesus
para que eles se assentassem ao seu lado no reino
(Mateus 20:20-21). Tiago e João fizeram o pedido, ao
invés de sua mãe (Marcos 10:35-37).
56. Ao sair de Jericó, Jesus se encontrou
com dois homens cegos (Mateus 20:29-30). Ao sair de
Jericó, Jesus se encontrou com somente um homem
cego (Marcos 10:46-47).
57. Dois dos discípulos levaram uma
jumenta e um jumentinho para Jesus da aldeia de
Bethfagé (Mateus 21:2-7). Eles levaram somente um
jumentinho (Marcos 11:2-7).
58. Jesus amaldiçoou a árvore de figo
depois de ter deixado o templo (Mateus 21:17-19). Ele
amaldiçoou a árvore antes de ter entrado no templo
(Marcos 11:14-15,20)
59. Um dia após Jesus ter amaldiçoado a
figueira, os discípulos notaram que ela havia secado
(Marcos 11:14-15,20) A figueira secou imediatamente
após a maldição ser posta (Mateus 21:19).
60. Jesus disse que Zacarias era filho de
Baraquias (Mateus 23:35). Zacarias era filho de Joiada
(II Crônicas 24:20-22).
61. Jesus manda amarmos uns aos outros
(João 13:34-35). Você não pode ser um discípulo de
Jesus a menos que já tenha aborrecido seus pais, seus
irmãos, seus filhos ou sua esposa (Lucas 14:26).
62. Vestiram Jesus com um manto carmesim
(Mateus 27:28). Vestiram Jesus com um manto púrpura
(Marcos 25:17) (João 19:2).
63. Após Pedro ter negado Jesus, o galo
cantou pela segunda vez (Marcos 14:30,57-72). O galo
só cantou uma vez (Lucas 22:34,60-61) (Mateus
26:34,69-74)
Deus é infinito em seus atributos. É perfeito
e suas obras também. Como pode o Senhor Criador do
Mundo arrepender-se de suas obras, de seus atos?
Pois está escrito:
(Gen. 6: 6) "arrependeu-se o Senhor de ter
feito o homem";
(Ex. 32:14) "Então se arrependeu o Senhor
do mal que dissera havia de fazer ao povo";
(1ª Sam.15:11 e 35) "Arrependeu-se o
Senhor de haver constituído rei a Saul sobre Israel"; (2ª
Sam.24:16) "O Senhor se arrependeu de mandar o
anjo destruir os povos de Jerusalém"
(Amós 7:3) "O senhor se arrepende de
mandar gafanhotos destruir a colheita".
Encontramos também em (Deut. 10:18 e
32:4) a afirmação de que Deus é de justiça e amor. No
entanto encontramos os seguintes dizeres:
(Dt. 20:13, 14 e 16) manda "passar a fio de
espada todo ser que tiver fôlego";
(Ex. 32:27) manda "passar a fio de espada
seus amigos, vizinhos e irmãos"; e nesse dia mataram
cerca de três mil homens (Ex.32:28);
(Ex. 32:35) "O senhor feriu aqueles que
fabricaram o bezerro de ouro, menos Arão, o irmão de
Moisés".
O paradoxo de tudo isso é que na tábua dos
dez mandamentos está escrito:
- 5º mandamento: "não matarás".
Com o pretexto de que o Senhor pelejava
por Israel, (Jos. 10:42) Josué conquista parte da
prometida Canaã "destruindo tudo que tinha fôlego" e
tomando tudo para si, (Jos. 11:20 e 23); "pois o Senhor
é homem de guerra". (Ex. 15:3).
E como fica o 5º mandamento?
(juízes 12:6) Jefté, juiz em Israel, mata
42.000 (quarenta o dois mil) efraimitas; (Juizes 20:35)
Os israelitas matam 25100 (vinte e cinco mil e cem)
homens da tribo de Benjamim.
(2ª Sam. 24:15) O Senhor mandou uma
peste a Israel que matou 70.000 (setenta mil homens);
(Ezeq. 4:12) "O Senhor mandou que o
profeta Ezequiel comesse pão cozido sobre fezes
humanas".
E como explicar que os israelitas, 7.000(sete
mil) homens, conforme (1ª Reis 20:15) que "eram como
dois rebanhos de cabras", (1ª Reis 20:27) conseguiram
ferir e matar, num só dia, 100.000 (cem mil) sírios à
espada (1ª Reis 20:29) e ainda, na sequência, o muro
da cidade tenha caído sobre os 27.000 (vinte e sete
mil) restantes matando-os (1ª Reis 20:30).
Fazendo uma grosseira comparação entre
os dois fatos, a matança dos cem mil sírios em um só
dia e o ocorrido em Hiroshima e Nagasaki em 6 e
9/8/1945, vemos que a farta documentação a respeito
não registrou a morte de cem mil japoneses com as
mais modernas armas nucleares lançadas sobre a
população de duas grandes cidades. O registro mais
recente a esse respeito está na revista VEJA, edição
1848, de 07.04.2004, pág.118, onde Roberto P. de
Toledo arredonda estes dados para 100 000 japoneses
mortos.
Só nos cabe perguntar: Será que foi mesmo
o Senhor que praticou todas essas sandices?
Terá sido Ele mesmo que inspirou tudo que
está escrito na Bíblia? Que cada um tire suas
conclusões. De preferência à luz da razão.
Você acredita que:
O "Anjo do senhor tenha, numa só noite,
exterminado 185000 (cento e oitenta e cinco mil)
assírios?" (2ª Reis 19:35);
Cerca de 300 (trezentos) israelitas já
cansados (Juízes 8:4), venceram os 120000 (cento e
vinte mil) midianitas em guerra? (Juízes 8:10);
Alegando que 120000 (cento e vinte mil)
homens poderosos da tribo de Judá, tenham
abandonado o Senhor Deus de seu País, os judeus os
tenham eliminado num só dia? (2ª Crônica 28:6);
Como pode, O Senhor ser evocado e ajudar
a destruir 1.000.000 (hum milhão, sim) de etíopes? ( 2ª
Crônica 14 : 9 - 15).
OBS.: O absurdo é tamanho que analisando
as bíblias encontramos alterações do mesmo tradutor,
João Ferreira de Almeida. Em duas Bíblias traduzidas
por Almeida, editadas pela sociedade bíblica do Brasil,
o Cap 14, verso 13 da segunda Crônicas, (1966)
consta o "absurdo" transcrito acima. Já na revisão e
correção de 1969 (È preciso revisar e corrigir a Bíblia?)
o texto foi alterado para "caíram tantos etíopes que já
não havia neles vigor algum..."
E aqui cabe mais uma pergunta: Pode o
homem alterar assim "a palavra de Deus.

Outras discrepâncias da Bíblia

Enumerei 14 discrepâncias Bíblicas, dentre


as milhares contidas nela, somente para que os leitores
tenham ideia de como as coisas mudam escritas,
imaginem faladas. A Bíblia foi escrita e prensada pela
primeira vez com Gutemberg, alemão inventor d prensa
– ancestral das gráficas e editoras modernas, e porque
não dizer, das impressoras a laser de hoje – um
alemão judeu, daí concluo o porque de tanto ser o povo
judeus o escolhido:

1 - Como pode Deus criar a luz antes do


Sol? – (Gênesis 1:3 14). Como separou Ele a luz das
trevas (Gênesis 1:4), se estas nada mais são do que a
privação da luz? Como fez o dia antes que o sol fosse
criado?
2 - Como afirmar que do Éden saia um rio
que se dividia em outros quatro, um dos quais, o CIOM,
que corria no país de Cuse (Etiópia) (Gênesis, 2:13) só
podia ser o Nilo, cuja nascente distava mais de mil
léguas da nascente do Eufrates?
3 - Por que a proibição de comer do fruto da
“árvore da ciência do bem e do mal” (Gênesis 2:17), se
é fato que, dando a razão ao homem, Deus só poderia
encoraja-lo a instruir-se? Acaso preferia Ele ser servido
por um tolo?
4 - Por que se atribuiu a serpente o papel de
Satã (Apoc. 12:9), se a Bíblia apenas diz que “a
serpente era o mais astuto dos animais” (Gênesis 3:1)?
Que língua falava essa serpente, e como andava ela
antes da maldição de que passaria a arrastar-se sobre
o ventre e comer pó? (Gênesis 3:14) E como explicar a
desobediência da serpente, se nunca se ouviu falar de
cobra que comesse pó? E como explicar que tantas
mulheres possam hoje dar a luz sem dor e tantos
homens comam o seu pão sem precisarem de suar o
rosto? (Gen. 3:16/19)
5 - Como pode ser punido com tanto rigor
um ente primitivo como Adão, que não sabia discernir
entre o bem e o mal? (e a prova disso se encontra no
verso 22: 'Eis que o homem é como um de nós,
sabendo o bem e o mal'). Caim cometeu um fratricídio
e não mereceu uma pena tão severa; a despeito da
maldição: “Fugitivo e vagabundo será na Terra”
(Gênesis 4:12) foi para Node, onde constituiu família e
até construiu uma cidade (Gênesis 4:17) e “seus
descendentes foram mestres em varias artes” (Gênesis
4:20/22)
6 - Os teólogos pretendem que a morte
entrou no mundo em consequência do pecado de Adão
(pelo menos este é o ensino de Santo Irineu no 1o
Século, confirmado por Santo Agostinho). Pergunta-se:
como estaria hoje a população da Terra se a
humanidade só fizesse nascer? E por que a punição
teve de se estender aos animais, que nada tiveram a
ver com o pecado de Adão?
7 - Como poderam encerrar “casais de todos
os animais da Terra” (Gênesis 6:19) numa arca de 300
côvados (198 m) de comprimento por 50 de largura e
30 de altura (Gênesis 6:15) ? Como conseguiram
apanhar todos esses animais e reunir tantos e tão
variados alimentos e de que modo se houveram as 8
pessoas a bordo (Gênesis 7:13) para alimentar todos
eles (e limpar todos os dejetos) durante mais de um
ano? Note-se que o diluvio começou a 17 do 2º mês
(Gênesis 7:11) e os que nela haviam entrado sete dias
antes (Gênesis 7:10) só saíram da Arca a 27 do
segundo mês (do ano seguinte é obvio) (Gênesis 8:14),
e como Noé encontrou todos os tipos de animais, de
todos os cantos da terra, estando ele somente no
oriente Médio de hoje?
8 - Se Deus é justo e se foi Ele próprio que
endureceu o coração do Faraó para que não permitisse
a saída dos israelitas (Êxodos 11:10), por que teria de
matar todos os primogênitos do Egito, inclusive muitos
milhares de inocentes crianças e até os primogênitos
de todos os animais? (Êxodo 12:29)
9 - Como teriam os magos egípcios
transformado a água do Nilo em sangue (Êxodo 7:22),
se Moisés já o fizera antes? (Êxodo 7:20). E como
puderam perseguir os israelitas com o seu exercito
desfalcado de todos os primogênitos (Êxodo 12:29) e
empregando a sua cavalaria (Êxodo 14:23), se na 5.a
praga haviam sido mortos todos os cavalos? (Êxodo
9:6)
10 - Se o mar tragou todo o exercito do
Faraó, este inclusive (Êxodo 14:28) não é de se
estranhar que com a decifração dos hieróglifos, que
permite hoje conhecer toda a história do antigo Egito,
não se tenha encontrado uma só referência a tão
espantosa calamidade?
11 - Como entender que os autores do
Antigo Testamento, tão precisos ao citar pelos nomes
dezenas de pequenos reis das cidades vencidas, como
Adonizedeque (Josué 10-1), Hoão, Pira, Zafia, Debir
(Josué 10:3), Hoão (Jos. 10:33), Jabim, Jobab (Josué
11:1), Seom (Josué 12:2), Igue (Josué 12:4), Jeeb
(Juizes 7:25), Salmuna e Zeba (Juizes 8:5), Agag (I
Samuel 15:8), Aquis (I Samuel 21:10), etc., não tenham
mencionado o nome do Faraó que reinava ao tempo da
fuga dos israelitas, o qual é citado tantas vezes nos
primeiros 14 capítulos do livro de Êxodo?
14 - Como entender que fossem eleitos e
protegidos por Deus assassinos como Eude, que
apunhalou a traição o rei Eglom (Juizes 3:21), Davi,
que fez morrer Urias, para tomar-lhe a mulher (II
Samuel 11:15) e Salomão, que tendo 700 mulheres e
300 concubinas (I Reis 11:3), mandou matar seu irmão
Adonias só porque este lhe pedira uma? (I Reis 2:21 e
25)
A história de todos os povos está repleta de
lendas, crendices, mitos, alegorias, superstições. Por
que a dos judeus teria que ser diferente? Quando o
historiador pertence a outra comunidade, ou se
encontra afastado dos acontecimentos no tempo e no
espaço, ainda se pode esperar alguma imparcialidade.
Mas, se quem narra a historia é um dos próprios
interessados, é natural que procure exagerar os feitos
dos compatriotas, sejam contemporâneos ou
antepassados, e subestimar os dos seus adversários.
Isso ocorre até nos tempos atuais, em que os eventos
ficam registrados na imprensa, em livros, nos filmes,
nas fitas de vídeo, etc.
Mesmo fatos contemporâneos, amplamente
divulgados e documentados por todos os meios de
registro disponíveis, se prestam a interpretações
diferentes, ao sabor das conveniências de cada grupo.
A paternidade do avião, inventado já no início deste
século, não é atribuída pelos norte-americanos aos
irmãos Wright, com evidente indiferença aos méritos do
nosso Santos Dumont? Imagine-se o que não ocorreria
nos tempos primevos, quando os acontecimentos eram
transmitidos por tradição oral, e só muito depois vinham
a ser registrados por escrito...
Não há evidente exagero em afirmar que os
israelitas num só dia mataram 100 mil sírios? (I Reis
20:29). A nosso ver, cem mil homens não morrem num
só dia nem com as mais devastadoras armas
modernas. Com as bombas nucleares existe a
possibilidade, mas até o momento não nos conta tenha
de fato ocorrido. As lançadas sobre Hiroshima e
Nagasaki em 6 e 9-8-45 não chegaram a exterminar
tanta gente, pelo menos não no primeiro dia. E note-se
que não foram arremessadas contra exércitos
aguerridos, mas contra populações civis. Se com os
recursos altamente sofisticados da tecnologia atual a
empresa não é fácil, imagine-se o que não seria nos
tempos em que as armas mais letais eram espadas e
lanças, e os veículos mais velozes eram carros
puxados por cavalos e camelos...
Pela mesma razão não nos parece muito
verossímil que o "Anjo do Senhor" tenha numa só noite
exterminado 180 mil assírios (II Reis 19:35), nem que
120 mil “midianitas” tenham sido mortos pelos 300 de
Gedeão (Juizes 8:10), nem que os judeus tenham
eliminado em um só dia 120 mil da tribo de Judá,
“todos homens poderosos, por terem abandonado o
Senhor Deus de seus pais” (II Crônicas 28:6), e ainda
levado cativas 200 mil mulheres e crianças do seu povo
irmão (II Crônicas 28:8). E o que dizer dos “500 mil
homens escolhidos que caíram feridos em Israel” (II
Crônicas 13:17). E o que dizer do 1 milhão (1 milhão!)
de etíopes que 'foram destroçados sem restar nem um
sequer' ? (II Crônicas 14:9 e 13). Será que a Etiópia já
dispunha naquele tempo de 1 milhão de habitantes?
(nota no rodapé da página: Temos duas bíblias
traduzidas Almeida, ambas editadas pela Sociedade
Bíblica Brasileira, com redação diversa do cap. 13. A
de 1966 diz como esta acima. A de 1969 (edição
revista e CORRIGIDA) reza: “caíram tantos etíopes que
já não havia neles vigor algum”... Veja-se como vão
aos poucos alterando o texto!)
(...) jamais nos passaria pela ideia o intuito
de amesquinhar o papel da Bíblia como regra de fé da
Cristandade, e nem seriam pigmeus como nós que
ousariam tão inexequível tarefa. Sabemos e
proclamamos que ela é o fanal de todos os povos
cristãos, e que os preciosos ensinamentos morais nela
contidos brilharam e continuarão a brilhar por muitos
séculos concorrendo para dissipar as trevas da
ignorância dos homens sempre que eles estiverem a
altura de os assimilar. Aquilo que unicamente
contestamos é a tese da “inerrancia” da Bíblia, a ideia
de que ela encerra toda a Verdade e de tudo quanto
contém é a palavra saída dos lábios do próprio Deus. O
que afirmamos é que a Bíblia foi escrita por homens e
por isso mesmo esta repleta de falhas resultantes da
imperfeição humana. Pretender que ali esteja a
Verdade como um bloco monolítico, é semear confusão
na mente de homens que já aprenderam, ou pelo
menos deviam ter aprendido, a raciocinar."
Interpretação da bíblia - hermenêutica e
exegese
Eu vou comentando com meu raciocínio:

Hermenêutica é uma palavra de origem


grega que significa interpretação no sentido literal do
texto. Esta maneira de estudo tem sido a mais preferida
dos teólogos e, talvez por isso têm-se as ideias mais
absurdas a respeito dos textos sagrados. É preciso que
se busque a mensagem divina com coerência. Daí ser
preciso a prática da exegese.

EXEGESE:

É o significado moral e espiritual dos textos


sagrados. Tentaremos facilitar o entendimento com os
seguintes exemplos:
"No princípio Deus criava as águas e a terra"
(Gn. 1 : 1).
Entendemos seu significado facilmente pelo
seu sentido literal (Hermenêutica).
"Porque reparas no cisco que está no olho
de teu irmão e não percebes a trave que está no teu?"
(Mt. 7 : 3)
Não é possível entender essa mensagem de
forma literal (Hermenêutica), mas sim do ponto de vista
da exegese quando interpretamos que enxergamos os
pequenos defeitos dos outros e não vemos os nossos,
às vezes, bem maiores .
Outros exemplos são as parábolas. Escritas
em sentido literal, mas entendíveis somente pela
exegese. Ex.:
Moisés: Por ele Deus nos mandou a lição
de justiça junto com os dez mandamentos;
Jesus: Deus mandou que Ele nos ensinasse
noções de paz, fraternidade e principalmente de amor.
Acreditamos ainda que Deus manda as
revelações de acordo com a capacidade do homem
para entender tais mensagens, conforme (Hebreus
5:13-14) e (Mc. 4:33).

Meu comentário:
Ora, pra quê Deus precisa de um humano,
criado por ele, para mandar ensinamentos? Ele não é
poderoso suficiente para fazer isso de sua maneira? E
por que ele mandou para um homem que só abrangeria
uns punhados de sem-terra, que eram os hebreus na
época. E, por que, Deus apareceria para Moisés, que
era impuro, e nunca apareceu para Maria, mãe de “seu
único filho”?

Texto:
Sabemos que a evolução da humanidade é
constante, logo, não está estagnada e nem parou em
determinada época. Ora, se a revelação é dada na
medida em que o homem esteja preparado para
entendê-la, e como a primeira foi com Moisés (Justiça)
e tempos depois veio a segunda com Jesus trazendo a
lição de amor e, considerando o que disse Jesus:
"Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas vós não
as podeis suportar agora" (João 16:12) e mais adiante
nos promete enviar, no momento oportuno "o espírito
de verdade, que testificará de mim e vos guiará em
toda a verdade; ele vos ensinará todas as coisas e vos
fará lembrar de tudo que vos tenho dito" (João 14:26 e
16:12-13).

Meu comentário:
Pode-se perceber que tudo que Jesus
pregou, os apóstolos e escribas da Bíblia ocultaram
com a desculpa de que ninguém à época entenderia.
Ora, se não foi para isso que Deus mandou Jesus?

Texto:
Entendemos que essa promessa de Jesus
foi cumprida há mais de um século com a terceira
revelação que vem procurando lembrar aos homens a
doutrina de amor empregada por Ele, Jesus.
Com humildade, sem rituais ou práticas
exteriores, seus adeptos se esforçam para levar a cada
coração a mensagem de perdão e de misericórdia,
conscientes de que só por meio da reforma íntima de
cada ser se obterá a transformação de toda a
humanidade.
A primeira revelação, com Moisés, tem os
dez mandamentos como ponto de destaque. Para
muitos, principalmente para aqueles de parcos
conhecimentos, é uma revelação de Deus a Moisés em
primeira mão. No entanto, se dermos uma olhada mais
profunda na história da Índia antiga, encontraremos no
livro dos vedas, antes da Bíblia, os mesmos
mandamentos classificados como:
Pecados do corpo (bater, matar, roubar,
violar mulheres);
Pecados da palavra (ser falso, mentir,
injuriar);
Pecados da vontade (desejar o mal, cobiçar,
não ter dó dos outros).
Conforme THEODORE ROBINSON, em
"Introduction de L`Histoire dês religions", cit. Por Mário
Cavalcanti de Mello em "da Bíblia aos nossos Dias",
Ed. 1972, pág 207.

Meu comentário:
Esse pecados que Moisés pregou não
praticarmos, foram todos praticados por ele. Matou
principalmente todos os que não queriam segir as suas
leis. E em nome de Deus. Ele só teve dó de seu irmão,
quando adorou um bezerro de ourro, pois com outros
do grupo, ele mataria.
Texto:
Isso não tira o caráter de revelação de Deus
por meio de Moisés, sugere apenas maior reflexão e
moderação para quem acha que a Bíblia é a única
revelação de Deus aos homens.
Vale salientar que a Bíblia trouxe revelações
divinas aos homens, mas também que outras
revelações têm sido mostradas por Deus, utilizando
outros meios.
A própria ciência pode ser considerada como
um meio de revelações, pois nos tem mostrado com
frequência novos conhecimentos que faz impulsionar o
progresso da humanidade, tal qual a vontade de Deus,
ensinada por Jesus.

Meu comentário:
A bíblia foi escrita pelos hebreus e judeus.
Só falam maravilhas deste povo escolhido... escolhido
para sofrer? Pois sofrem com atentados até hoje. Já
que a ciência pode ser considerada uma revelação, as
drogas, os assassinatos, as armas de destruição em
massa, enfim, tudo são revelações, pois nos chegaram
da mesma maneira que nos chegou o progresso: Pela
inspiração de Deus nos homens!
Sendo Deus criador de todos nós, Pai de
infinito amor, bondade, sabedoria, justiça, etc, iria criar
pequena parte dos seus filhos como "o povo eleito de
deus", conforme se intitularam os hebreus e muitos de
nossos irmãos nos dias atuais? E o restante da
humanidade? Estão todos condenados ao sofrimento
eterno?
É bom lembrar que os escritores da Bíblia
eram todos judeus, tal qual os hebreus. Que cada leitor
tire suas conclusões a respeito.
Ao examinar cuidadosamente o Antigo
Testamento o leitor chegará a duas alternativas:
Ou era o próprio legislador quem, com o
propósito de obter o devido respeito, atribuía à
divindade todos aqueles rompantes de ferocidades
contidos no A.T., ou;
O Deus, nosso pai, revelado por Cristo, que
hoje adoramos, respeitamos e admiramos, etc, cujos
atributos são em graus infinitos, é o mesmo descrito no
Antigo Testamento?
"Eis que o homem é como um de nós,
sabendo o bem e o mal" (Gen. 3:22).

A divindade de Jesus

A questão da divindade de Jesus, rejeitada


por três concílios, dos quais o mais importante foi o de
Antioquia (269) foi, em 325, proclamado pelo de Nicéia.
Após a declaração de que Jesus era Deus, vem para
encaixá-lo o dogma da Santíssima Trindade. Mas
somos levados a crer, que esta trindade nada mais foi
que uma cópia da base fundamental de outras
religiões, bem mais antigas que o cristianismo.
Podemos citar o constante do Livro "O Redentor", de
Edgard Armond, pág. 15 e 16:
Brahma, Siva e Vischnu – dos hindus
Osiris, Isis e Orus – dos egípcios
Ea, Istar e Tamus – dos babilônios
Zeus, Demétrio e Dionísio – dos gregos
Orzmud, Arimam e Mitra – dos persas
Voltan, Friga e Dinas – dos celtas.
Parece que tudo se encaixa na tradição
cristã a respeito de Jesus, talvez até fosse necessário,
considerando a cultura da época, torná-lo um Deus
para que as pessoas pudessem acreditar mais em seus
ensinos, entretanto, achamos que para os dias de hoje
isto poderá causar mais incrédulos, por uma coisa bem
simples: é que o homem moderno coloca a razão e a
lógica como base para acreditar ou não em algo, e
agindo assim também em relação à crença religiosa
terá uma fé inabalável.
Com relação a Jesus, podemos afirmar com
absoluta certeza que era um ser superior a nós
humanos, sem, entretanto, chegar a ser um Deus,
principalmente pelos seus ensinos e exemplos de vida,
virtudes essas que serão o nosso passaporte para o
"Reino dos Céus", pois somente através dele é que
chegaremos ao Pai, conforme suas palavras: "Eu sou o
caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão
através de mim". Ele tentava explicar que não existia o
“Pai”, e sim, a inspiração de sermos coesos, honestos,
sérios, sabedores do perdão, etc.
O Mestre nunca afirmou ser Deus, o criador.
Muito pelo contrário, Ele habitualmente se intitulava
"filho do Homem" cuja citação encontra-se oitenta
vezes nos Evangelhos, sendo (30 em Matheus, 14 em
Marcos, 26 em Lucas e 10 em João). Poucas vezes Ele
se disse filho de Deus. E se é filho, não pode ser o Pai.
Os teólogos costumam apresentar como prova da
divindade de Jesus a frase: "Eu e o Pai somos um"
(João 10:30). Não sabemos o porquê de ignorar o
enunciado logo adiante (João 17:11) "Pai Santo,
guarda em teu nome aqueles que me deste, para que
sejam um, assim como nós" e também em (João 17:21)
"para que também eles sejam um em nós", referindo-se
também aos seus discípulos. Daí, o próprio Jesus tenta
usar de meios linguísticos e explicativos à época, para
elucidar o papel dele e Deus no universo. Como eram
todos semi bárbaros, ele teve pouco sucesso, tanto que
podemos confirmar o seu fim.
Se fosse o caso de seu pai ter sido somente
Deus, ele não teria sofrido daquela maneira. Pois qual
pai deixaria seu filho passar por aquilo tudo,
observando do trono celestial? E não serve o
argumento de que era preciso ele passar por aquilo
para mostrar o seu amor por nós. Santa imaginação!
Em outras passagens, Jesus se coloca na
condição de subordinado a Deus, prestando-lhe
obediência e cumprindo-lhe a vontade. Como sugestão
deixamos as indicações seguintes para que o leitor se
inteire mais do assunto:
João 4, 34: Jesus afirmou: "Meu alimento é
fazer a vontade daquele que me enviou a levar a cabo
a sua obra"
João 5, 19: "Eu vos afirmo e esta é a
verdade: o Filho nada pode fazer por si mesmo, a não
ser o que vê o Pai fazer".
João 5, 30: "Não posso fazer nada por mim
mesmo. Julgo segundo o que ouço; e o meu
julgamento é justo, porque não procuro a minha
vontade, mas a vontade daquele que me enviou".
João 6, 37-38: "Tudo o que o Pai me dá, virá
a mim e não jogarei fora o que vem a mim, porque
desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a
vontade daquele que me enviou".
João 7, 28: "Se me amásseis, vos alegraríeis
de que eu vá ao Pai, porque o Pai é maior do que eu".
Nessa última passagem, é bem taxativa a
superioridade do Pai sobre Jesus. Não há como
contestar. Outras citações semelhantes, contidas no
evangelho segundo João: (João 5:24; 6:29: 6:44; 7:29;
8:26; 12:45; 17:3), etc.
Assim, caros leitores, mais uma vez
codificada, a Bíblia se expõe às incoerências, de
insinuar que Deus é o Espírito Santo que fez Jesus, e
que Jesus, ao mesmo tempo, é Deus. O espírito que
Maria recebeu, era um espírito de luz, já que ela era
vidente. E o filho, Jesus, foi gerado por ela e por José.
Nada de engravidar por espírito e continuar virgem, ora
essa. E, quando Jesus diz que desceu dos céus, ele
veio de um plano superior, mandado, não pelo pai –
Deus -, mas por entidades mais gabaritadas do que
ele, e que comandam obedecendo hierarquicamente a
Forças Maiores.
Ao estudarmos a história do cristianismo,
veremos que Jesus nunca foi considerado como Deus.
Tudo começou no Concílio de Nicéia no ano de 325
com as decisões sendo obedecidas segundo a vontade
do Imperador Constantino, por questões políticas,
acrescendo-se que ele era pagão e que só veio a ser
batizado quando estava próxima a sua morte, ocorrida
em 337.

AS PENAS ETERNAS

Deus é Amor (João 4:16)


Se Deus é amor, tudo que Ele faz, que Ele
cria é com muito amor. E nós, seres humanos, fomos
criados por Deus? Partindo deste princípio que
entendemos ser verdadeiro, cabe perguntar: Como o
Pai de infinito amor, bondade, sabedoria, justiça, etc.,
pode permitir que seus filhos possam arder
eternamente no fogo do inferno?
(1ª Tim. 2:3 e 4) "Deus quer que todos os
homens se salvem e cheguem ao conhecimento da
verdade". Ora, o que Deus quer sempre se realiza. E
mais, Jesus nos ensinou a amar os nossos inimigos; a
perdoar quantas vezes for necessário.
Vejam que nós, que ainda somos pequenos
e imperfeitos, temos essas recomendações e muitos as
praticam, imaginem nosso Pai Celestial, de infinita
misericórdia, amor, bondade, etc., vai condenar suas
criaturas ao fogo eterno?
Algumas contradições à ideia do sofrimento
eterno:
Na primeira epístola de Pedro, Cap. 3: 18-
20, está escrito que Jesus desceu ao inferno para
pregar seu evangelho aos espíritos em prisão. Isso
vem provar mais uma vez que não existem penas
eternas, condenação perpétua no fogo do inferno, etc.
Se assim fosse, o que Jesus iria fazer ali? Que nós
pagamos pelos nossos erros, não tenho dúvidas. É
como está na (2ª carta de Paulo aos gálatas, 6: 5-9)
"Porque cada qual carregará seu próprio fardo".
(Salmo 22:27) "Toda terra se converterá ao
Senhor e todas as Nações adorarão sua face";
(Isaias 31:34) "Por um momento te
desamparei, mas tornarei a acolher-te com grande
misericórdia";
(Ezeq. 33:11) " não quero a morte do ímpio,
mas que ele se converta e viva";
(Miquéias 7:18) "O Senhor não retém sua ira
para sempre porque tem prazer na misericórdia";
(Joel 2:32 e Rom 10:13) "Todo aquele que
invocar o nome do Senhor, será salvo";
(Mt 18:14) "Não é da vontade do Pai que
nenhum destes pequeninos se perca";
(Salmo 103: 8-9) "O Senhor é
misericordioso, compassivo e benigno. Não repreende
perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira".
Queremos lembrar que São Jerônimo, o
mesmo que antes de traduzir a Bíblia por ordem do
Papa Dâmaso I, mandou-lhe uma carta afirmando que
era impossível dizer a verdade de fatos
desencontrados, disse ele: "Muitos sustentam que os
tormentos terão um fim, mas no momento isso deve ser
dito aqueles para os quais o temor é útil, a fim de que,
pelo terror dos suplícios, parem de pecar. (" Obras de
S. Jerônimo", Ed. Bened. Vol III. Pág. 514).
"Deus quer que todos os homens se salvem
e venham ao conhecimento da verdade" (1ª Paulo 2:4).
"Porque a graça de Deus se há manifestado,
trazendo a salvação a todos os homens" (1ª Paulo
2:11).
"e toda carne verá a salvação de Deus"
(Lucas 3;6).
"A vontade de Deus está aí expressa. Será
que a vontade de Deus não é soberana? Se Ele quer,
consequentemente Ele conseguirá. Deus fez o mundo
e todo o universo por ato de sua vontade. Bastou Ele
querer e tudo se fez. Então, se Ele quer que todos os
homens se salvem, não é uma frase solta do Antigo
Testamento que vai mudar essa soberana vontade".
Jesus ao dizer:
(Mt. 5: 26) "daí não sairá, enquanto não
pagar até o último centavo" ;
(Mt 18:34) "O patrão indignou-se, e mandou
entregar esse empregado aos torturadores, até que
pagasse toda a sua dívida". Ora, isso deixa claro que
até pagar a dívida ou o último centavo seria o tempo
necessário em que o devedor ficaria preso ou entregue
aos torturadores, não mais que isso, abolindo, portanto,
a ideia das penas eternas e do inferno eterno.
Um fato histórico importante foi que durante
a longa residência na Pérsia, os judeus travaram
conhecimento com um novo sistema religioso, o
zoroastrismo, Religião dos Persas e Medos que se
caracterizava pela consagração divina das forças
naturais. Os persas seguiam um grande mestre de
nome Zaratustra, ou Zoroastro. Fundamentava, o
zoroastrismo, o triunfo do bem sobre o mal.
"Zoroastro considerava que o deus do
Bem, Ormuzd, estava sempre em guerra com o deus
do mal - Ariman. Ora, isto era uma ideia nova para a
maior parte dos judeus".
"Até então haviam os judeus, reconhecido
um Senhor único ao qual deram o nome de Jeová.
Quando as coisas corriam mal, quando eram
derrotados nas batalhas, etc., invariavelmente
atribuíam o desastre à falta de devoção do povo.
A ideia de que o pecado proviesse da
interferência de um espírito do mal, nunca lhes
ocorrera. A própria serpente no Paraíso parecia-lhes
menos culpada que Adão e Eva, os quais
conscientemente haviam desobedecidos a vontade
divina".
"Sob a influência das doutrinas de
Zaratustra, os judeus começaram a crer na existência
de um espírito que procurava desfazer a obra de
Jeová. E a esse adversário deram o nome de Satã".
"Passaram a odiá-lo e temê-lo, e no ano
331a. C. convenceram-se de que Satã andava pela
terra".

EXISTE INFERNO?
O inferno – tido como lugar subterrâneo para
onde vão as almas dos mortos – não ficou somente na
mitologia. Invadiu várias religiões desde a antiguidade
até os nossos dias. A influência continua tão intensa,
que mesmo não pertencendo a uma religião, faz-se uso
desse conceito para expressar as mais diversas
situações do nosso dia-a-dia.
Na mitologia grega, após a vitória do Olimpo
sobre os titãs, foi feita a partilha do universo entre os
três irmãos, filhos de Cronos e Réia. A Zeus coube o
Céu; a Posseidon, o Mar; a Hades, o tártaro.
Na tradição cristã, a conjunção luz-trevas
simboliza os dois opostos: Céu e o inferno.
Os pagãos antigos concebiam o tártaro
como um lugar de suplício para as almas errantes da
terra. Plutão era o administrador-chefe daquele local e
de seus sofredores.
Ele não se comprazia com o suplício alheio e
nem saía a fazer tentações para arregimentar pessoas
para aumentar sua população de miseráveis, a respeito
do que fazia ou faz o lendário satã.
Vê-se que os pagãos dessa época não
tinham a ideia do inferno, criada tempos depois pelos
cristãos nos moldes atuais.
Paulo Alves Godoy, em sua obra intitulada
"O Evangelho Pede Licença", 2ª edição, 1990, pág
235-236, nos mostra que nas circunvizinhanças de
Jerusalém, mais especificamente ao sul da cidade,
existia um buraco, vale ou um abismo provocado pela
erosão das chuvas, denominado geena, onde se
jogavam os detritos (lixo) recolhidos da cidade e
também os cadáveres de animais e de indigentes
encontrados nas ruas e estradas próximas.
Era um local terrível onde o fogo, a exemplo
do fogo de monturo, ardia incessantemente e os
vermes corroíam os corpos em decomposição.
Com o objetivo de propiciar aos homens da
época uma visão de local de sofrimento, Jesus disse,
como simbolismo da geena: "onde o bicho não morre,
mas corrói incessantemente, e o fogo jamais se
extingue". Daí, para o homem formar uma ideia de
inferno, não demorou muito. Arquitetou-se um império
de trevas e elegeram belzebu, lúcifer, diabo ou o
demônio e importou-se do zoroastrismo a figura
lendária de satã ou satanás como o seu chefe terrível.
E rapidamente a geena, que de um simples
buraco, vale ou precipício, passou à condição de
inferno. Esse inferno dos cristãos era muito mais
terrível do que o tártaro dos pagãos. Para os cristãos,
satã saía (ou sai) a perseguir as pessoas, induzindo-as
ao erro para aumentar cada vez mais a sua população
de sofredores, enquanto que plutão apenas
administrava o tártaro e seus aflitos.
O autor nos conta ainda que São Thomaz de
Aquino, afirmou que os anjos contemplavam o
sofrimento terrível dos condenados nos caldeirões de
óleo ferventes, repletos de alegrias e rendendo graças
ao Senhor por sua própria felicidade.
Sobre essa questão de inferno,
recorreremos ao Dr. Severino C. da Silva, que nos traz:
"Satanás"
"Satanás é uma figura muito controvertida na
Bíblia. A palavra ‘Satã’ significa também acusador,
adversário, etc".
"Aparece, pela primeira vez no livro de Jó. A
sua intimidade com Deus e o direito de entrar no ‘Céu’,
de ir e vir livremente e dialogar com Ele torna-o uma
figura de muito destaque. Veja o livro de Jó 1:6 ‘Um dia
em que os filhos de Deus se apresentaram diante do
Senhor, veio também Satanás entre eles’".
"O livro de Jó foi escrito depois do Exílio
Babilônico. Sabemos que o povo judeu tendo retornado
a Israel com a permissão de Ciro, rei persa, no ano de
538 a.C., assimilou muitos costumes dos persas.
Isso ocorreu devido à simpatia e apoio que
receberam do rei, que inclusive permitiu a construção
do Segundo Templo judaico e ainda devolveu muitos
de seus tesouros, que haviam sido roubados".
"A religião dos persas, o Zoroastrismo,
influenciou sobremaneira o judaísmo".
"No Zoroastrismo, existe o Deus
supremo ‘Ahura-Mazda’ que sofre a oposição de uma
outra força poderosa, conhecida como ‘Ahriman’, ‘o
espírito mau’. Desde o começo da existência, esses
dois espíritos antagônicos têm-se combatido
mutuamente".
"O Zoroastrismo foi uma das mais antigas
religiões a ensinar o triunfo final do bem sobre o mal.
"E foi do Zoroastrismo que os judeus aprenderam a
crença em um ‘Ahriman’, um diabo pessoal, que, em
hebraico, eles chamaram de ‘Satanás’. Por isso, o seu
aparecimento na Bíblia só ocorre no livro de Jó e nos
outros livros escritos após o exílio Babilônico, do ano
de 538 a.C. para cá. Nestes livros, já aparece a
influência do Zoroastrismo persa. Observe ainda que a
tentação de Adão e Eva é feita pela serpente e não por
Satanás, demonstrando assim, que o escritor do
Gênesis não conhecia a ideia de Satanás.
Assim, está evidenciado que Satanás não é
um conceito original da Bíblia, e sim, introduzido nela, a
partir do Zoroastrismo Persa". "E assim, a Bíblia
continua sendo alterada pela vontade do homem".

"Demônios"

"A palavra demônio não implica na ideia de


Espírito mau senão na sua significação moderna,
porque a palavra grega ‘daimon’, da qual se origina,
significa, ‘Deus’, ‘poder divino’, ‘gênio’, ‘inteligência’, e
se emprega para designar os seres incorpóreos, sem
distinção". Sócrates já dizia que ouvia o seu "daimon"
nas orientações". Demônio não é o mesmo que
satanás.
"Segundo a significação vulgar, a
palavra ‘demônios’ significa seres essencialmente
malfazejos e seriam, como todas as coisas, criação de
Deus. Ora, Deus que é soberanamente justo e bom
não pode ter criado seres predispostos ao mal por sua
natureza e condenados por toda a eternidade. Se não
são obras de Deus, seriam, pois, como Ele, de toda a
eternidade, ou então haveria várias potências
soberanas".
"Compreende-se que, na crença dos povos
antigos e atrasados, que não conheciam os atributos
de Deus, fossem admitidas as divindades malfazejas,
como também os demônios, mas, é ilógico e
contraditório, para aqueles que fazem da bondade de
Deus um atributo por excelência, suporem que Ele
possa ter criado seres devotados ao mal e destinados a
praticá-lo perpetuamente. Isso seria uma negação da
bondade divina.
Demônio, por uma questão de semântica,
derivou-se da palavra daimon, pois desde o séc. 5ºa.C.
Sócrates já fazia referências ao seu protetor e
orientador, o bom daimon. A ideia de satanás surgiu,
como vimos, após a influência sofrida pelos judeus em
seus contatos com os persas e o zoroastrismo, por
volta de 538 a.C..
Provado está que Jesus nunca expulsou
satanás. Vejam:
Eis que eu expulso demônios, e efetuo
curas, hoje e amanhã, e no terceiro dia sou consumado
(Lucas 13.32).
E, expulso o demônio, falou o mudo; e a
multidão se maravilhou, dizendo: Nunca tal se viu em
Israel. (Mt 9.33).
Mas, se eu expulso os demônios pelo
Espírito de Deus, logo é chegado a vós o reino de
Deus. (Mt 12.28).
As passagens colocadas provam
exatamente que Jesus não expulsou satanás de
ninguém, pois isto não existe, apenas demônios, que
nada mais são que espíritos impuros no momento,
embrutecidos, mas que são todos criaturas de Deus, a
caminho da evolução, tal qual nós, seus irmãos um
pouquinho mais evoluídos.
"Lúcifer"
"Do latim, lux, fero= que traz luz, que dá
claridade, luminoso".
"O versículo 12 do capítulo 14 de Isaías deu
origem à palavra Lúcifer quando da tradução da
Vulgata. Alguns teólogos citam ainda Ezequiel 37: 2-11,
como referentes a ele. No entanto, nos textos da Bíblia
hebraica e grega, esta palavra (Lúcifer) não aparece.
Acompanhamos as diversas traduções":
Tradução correta:
"Como caíste dos céus, estrela filha da
manhã. Foste atirada na terra como vencedora das
nações".
"Veja o versículo no latim, onde São
Jerônimo coloca a palavra Lúcifer: ‘quomodo cecidisti
de caelo LUCIFER (astro brilhante, ou luz matutina) qui
mane oriebaris corruisti in terram qui vulnerabas
gentes’. ‘Como caíste do céu, ó estrela d’alva, filha da
aurora! Como foste atirada à terra, vencedora das
nações’. (Is. 14:12)".
A Bíblia anotada traz o seguinte: "Como
caíste do Céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como
foste lançado por terra, tu que debilitava as
nações!". (Is. 14:12)
"Assim, fica constatado que o termo é latino,
e lançado por São Jerônimo, quando da tradução da
Vulgata, no século III da era cristã. É o homem, a seu
bel prazer, alterando a Bíblia.
Alguns tentam ligar esta passagem ao
Apocalipse 8, 10 como sendo aí a queda de Lúcifer,
mas a história de que seria o chefe dos anjos caídos,
citados na II epístola de Pedro 2:4 e Judas 6, não tem
fundamento comprovado no Antigo Testamento, como
podemos observar".
"O capítulo 14 de Isaías do versículo 3 ao 22
refere-se a queda e destruição do rei Nabucodonosor,
da Babilônia. Foram os padres e teólogos da igreja
católica que lançaram o versículo 14:12 como sendo
referente a queda do príncipe dos demônios,
LÚCIFER".
"Uma vez mais nos deparamos com a
questão das traduções, dos folclores e das crenças
pessoais!". E tome alterações humanas na "palavra de
Deus".
E como ficam as mensagens de perdão, de
salvação da humanidade pelo Pai? Dentre inúmeras
mensagens bíblicas, citaremos apenas os seguintes
exemplo:
(Mc 3: 28) "Tudo será perdoado aos filhos
dos homens: os pecados e as blasfêmias";
(Lc 17: 21) "Eis que o reino do Céu está
entre (ou dentro de) vós";
(Isaias 43: 7) "Deus criou o homem para sua
glória";
(1ª Timóteo 2: 3-4) "Deus quer que todos se
salvem e cheguem à verdade";
(Oséias 6: 6) "Disse o Senhor: Misericórdia
quero, não o sacrifício" ;
Vejam o capítulo anterior, das penas
eternas.

Pedro - Primeiro Papa

Os católicos nos criticam (e também aos


protestantes) por não aceitarmos os Papas como
sucessores de Pedro e inspirados pelo Espírito Santo.
Vejamos os argumentos usados por eles:
"Também eu te digo que tu és Pedro, e
sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas
do inferno não prevalecerão contra ela" (Mateus 16:18)
Na Epístola aos Efesios, Cap II, v.20, está
escrito claramente que a Igreja está fundamentada
sobre a fé dos apóstolos e Profetas, sendo Jesus Cristo
a principal pedra do angulo. S. Cirilo escreveu: "A
rocha ou pedra de que nos fala Mateus, é a fé imutável
dos apóstolos". S. Crisóstomo quando, em sua homilia
56 a respeito de Mateus, escreve: "Sobre esta rocha
edificarei minha igreja: e esta rocha é a confissão de
Pedro."
E qual foi a confissão de Pedro?
Está no versículo 16: "Tu es Cristo, o Filho
de Deus vivo". Santo Agostinho se expressa assim
sobre a Primeira Epistola de S. João: "Edificarei minha
igreja sobre esta rocha, significa claramente que é
sobre a fé de Pedro".
No seu tratado 124 sobre o mesmo S. João,
encontra-se essa frase: "Sobre esta rocha, que acabais
de confessar, edificarei minha igreja; e a rocha era o
próprio Cristo, filho de Deus".
Tanto esse santo não acreditava que a Igreja
fosse edificada sobre São Pedro, que disse em seu
sermão no 13:
"Tu és Pedro, e sobre esta rocha ou pedra
que me confessaste, que reconheceste, dizendo: Tu és
o Cristo, o Filho de Deus vivo, edificarei a minha igreja,
sobre mim mesmo; pois sou o Filho de Deus vivo.
Edificarei sobre mim mesmo, e não sobre ti."
Haverá coisa mais clara??
Dizem as escrituras que Cristo até proibiu
Pedro e seus colegas de reinarem ou exercerem
senhorio (Lucas, XXII, 25 e 26). Cristo prometeu tronos
aos apóstolos (Mateus, Cap. XIX, v. 28), sem dizer que
o de Pedro seria mais elevado que os dos outros. Os
concílios do quatro primeiro séculos nunca deram, nem
reconheceram o poder e a jurisdição que os bispos de
Roma queriam ter.
Claro que Pedro, depois de Jesus
desencarnar, seria o ponto de partida para as futuras
pregações evangélicas. E assim, depois da
crucificação, vamos encontrar Pedro em Jerusalém,
como centro irradiador de forças espirituais e de
ensinamentos para o Cristianismo nascente. E mais
tarde, ao lado de Paulo em Roma, Pedro articula os
trabalhos evangélicos que se desenvolviam na grande
cidade, trabalhando fielmente até cair vítima da
perseguição. Atendendo à sua fé franca e sincera e ao
seu espírito ponderado e humilde com muita coragem
de lutar, Jesus confia a Pedro a orientação dos
primeiros passos do Cristianismo e a direção dos
primeiros trabalhos da disseminação do Evangelho.
Mas onde está escrito que Pedro teria sucessores,
escolhidos pelos homens, e que esses sucessores
viveriam da religião e não para a religião? Onde diz que
os sucessores seriam considerados infalíveis e seriam
chamados "santidade"? Não disse isso, nem que os
padres seriam sucessores dos apóstolos com poder de
perdoar pecados. Disse que apóstolos perdoassem,
pois esses eram médiuns, estavam preparados, sabiam
reconhecer quem tinha realmente fé, quem estava
realmente transformado e merecia ser perdoado, como
fazia Jesus, inclusive CURANDO os enfermos após
perdoar, obviamente livrando eles das enfermidades
causadas pelos pecados de que agora eram
perdoados.
É um absurdo comparar o exemplo de
humildade e luta de Pedro com os Papas ao longo da
História. Pedro jamais aceitaria o título de "Santidade",
muito menos ser considerado infalível. Maior absurdo
ainda dizer que o Papa é representante de Jesus ou
Deus (o que para os católicos e evangélicos é a
mesma coisa) na Terra. Só podemos considerar isso
como uma enorme PRESUNÇÃO. Cristo disse: "O filho
do homem não tem uma pedra para reclinar a cabeça,
embora as aves do céu tenham seus ninhos e os lobos
tenham os seus covis". Nasceu numa manjedoura, num
lugar modesto, numa gruta. Morreu na cruz. Toda a sua
vida foi muito simples. Ele é o chefe da Igreja Católica.
Não mais do que isso. O século IX é conhecido pelos
escândalos pontificiais. O tempo em que os papas,
sanguinários e mundanos, eram designados por
mulheres dissolutas, como Teodora e Marozzia. O
Papa Gregório, o Grande, condenou o culto aos ídolos
e Bonifácio III e IV restabeleceram o mesmo culto.
Quais destes era mais infalível e inspirado pelo Espírito
Santo?
No início do século V, o padre João Huss,
mártir e herói nacional da antiga Checoslováquia, reitor
da Universidade de Praga, foi mandado para fogueira
pela Igreja, por causa dos seus trabalhos negando a
autoridade do Papa, censurando os vícios do clero, as
indulgências, etc. Apelam os católicos para o fato de
Jesus ter prometido assistência para sua Igreja e que
as portas do inferno não prevaleceriam contra ela. Mas
Jesus certamente não foi conivente com os absurdos
cometidos pela Igreja Católica ao longo da História.
Sua Igreja é a de "um só rebanho e um só pastor", e
não exclusivamente a Católica ou uma das diversas
igrejas evangélicas, cada uma delas dizendo ser a
Verdade. Jesus falava da VERDADEIRA IGREJA DO
CRISTO, a que leva a reforma íntima, a transformação
do indivíduo e, por fim, de toda a Humanidade. O
inferno não prevalecera contra os que colocarem seus
ensinos em prática, e não os dessa ou daquela Igreja.
Jesus não criou uma Igreja com uma
hierarquia baseada em valores materiais, e sim
espirituais.

A Bíblia é Infalível?

Queremos deixar claro, de início, que a


Bíblia é um conjunto de bons livros, os quais, devem
ser lidos e refletidos em suas mensagens. Eu leio as
diferentes Bíblias que chegam ao meu alcance,
conforme se verifica na bibliografia. Busco analisa-las,
comparando-as e tirando minhas conclusões, de
acordo com o meu grau evolutivo. Daí a razão maior
deste trabalho. Por isso é que lanço aqui um S.O.S. a
quem possa e queira, ainda que de acordo com seu
ponto de vista trazer-me os esclarecimentos
necessários, em conformidade com as divergências, no
nosso entendimento, aqui apresentadas.
Se a humanidade lesse a Bíblia e
procurasse seguir seus ensinamentos, dentro das
recomendações do apóstolo Paulo ao dizer: "conheceis
de tudo e tirai proveito do melhor", com toda certeza
teríamos um Mundo, também melhor. Sua leitura,
então, é recomendada. Só que os tempos mudaram e
estamos mais esclarecidos. Não é qualquer imposição,
sem o crivo da razão, que estamos aceitando. Portanto,
bom senso nas leituras.
Se temos mais de uma versão bíblica,
acreditar mais em qual delas?
Por que será que a Bíblia católica tem
setenta e três livros; a protestante tem sessenta e seis
e a hebraica, texto original, tem somente trinta e nove?
Estão todas corretas?
Basicamente temos, na origem, três Bíblias
diferentes:
A Bíblia judaica, ou o Velho Testamento, ou
O Tanách, com 39 livros;
A Bíblia protestante com 66 livros;
A Bíblia católica com 73 livros.
Você lê a Bíblia, acredita nela, segue seus
mandamentos e a defende como a "palavra de Deus".
Qual, afinal, a Bíblia que você segue? Para você ela é
a correta. Ótimo! E o que dizem os outros irmãos a
respeito das outras Bíblias que eles adotam?
Provavelmente o mesmo. Vejam outras diferentes
Bíblias:
A Bíblia Sagrada. (Sociedade Bíblica do
Brasil) Tradução de João Ferreira de Almeida;
A Bíblia de estudo pentecostal (Assembleia
de Deus). Também traduzida por João F. de Almeida.
Tradução do novo mundo das Escrituras
Sagradas (Testemunhas de Jeová);
A Bíblia de Jerusalém (traduzida por
católicos e protestantes);
A Bíblia, tradução Ecumênica, traduzida por
irmãos de várias crenças, inclusive do judaísmo. (É
bom registrar que as leis do judaísmo têm 613
mandamentos).
Bíblia judaica com 39 livros (não contém o
novo testamento).
O original bíblico foi escrito em hebraico,
considerado pelos judeus como a língua sagrada, com
a qual Deus criou o Mundo.
Vejam mais citações de outras Bíblias na
bibliografia.
Vamos citar um mesmo fato, registrado em
duas passagens diferentes nas Bíblias, e que o leitor
(a) conclua a respeito. (2º Samuel 24: 1) "Tornou-se a
ira do Senhor a acender-se contra os Israelitas, e
incitou a David contra eles, dizendo: vai, levanta o
censo de Israel e de Judá."; (1ª Crônicas 21: 1) " Então
satanás se levantou contra Israel, e incitou a David a
levantar o censo de Israel e de Judá (21: 5)".
Os fatos são os mesmos. Na primeira
passagem é a ira do Senhor contra Israel. Na segunda,
já é satanás. Isso pode levar a interpretação de
algumas pessoas de que o Senhor (1ª citação) tenha
virado satanás na segunda citação. É claro que Deus, o
Senhor não é igual a satanás, que nem mesmo existe.
(vide o zoroastrismo). E por que essa mudança nas
Bíblias?
Vejamos então alguns fatos que possam
explicar o motivo divergente, mas que deixam marcas
indeléveis na credibilidade das Bíblias como num todo.
Os livros de Samuel foram escritos no ano
622 a.C., antes da influência Persa. E foi do
zoroastrismo, uma das mais antigas religiões, que os
judeus passaram a acreditar na figura de um diabo
pessoal que em hebraico chamaram de satanás
(lenda). Por isso, seu aparecimento nas Bíblias só
ocorre do livro de Jób 1: 6 em diante, após o exílio
babilônico, do ano 538 a.C. para cá.
Imaginem se o escritor do Gênesis
conhecesse as figuras de satanás ou do diabo. Será
que seria mesmo a serpente a autora da tentação de
Adão e Eva?
Já o livro de Crônicas foi escrito no início dos
anos 300 a.C., portanto, sob a influência do
zoroastrismo Persa.
E o que era o Senhor no livro de Samuel,
passa a ser satanás no livro de Crônicas. Deduz-se
disso tudo que satanás não é um conceito de origem
Bíblica.
"Os filhos não pagarão pelos pecados dos
pais, nem os pais pelos pecados dos filhos" (Dt. 24:16);
(Jer. 31:29- 30); (Ezeq. 18:20), o que é uma questão de
justiça.
No entanto, foi escrito que "Deus visitará a
iniquidade dos pais, nos filhos, até a terceira e quarta
gerações" (Ex. 34:7; Num. 14:18; Deut. 5:9), no que
consiste uma contradição bíblica, pois quem consultar
o texto original da vulgata latina de são Jerônimo verá
que mais uma alteração foi processada na Bíblia, pois
onde constava "na terceira e na quarta geração", como
menciona Paulo Finotti em seu livro "ressurreição", edit.
Edigraf, 1972, pág 45, passou a constar "até a terceira
e quarta gerações", o que muda em muito o seu
significado.
E os desencontros continuam. Para quem
afirma que a Bíblia é infalível, analise, do ponto de vista
da razão, as seguintes passagens:
Deus fala para Arão e Miriam que se fazia
conhecer-lhes em visão ou falava-lhes em sonho
(Nm.12:6) e não é assim com o servo Moisés (Nm.
12:7) pois falo com ele boca a boca e não por enigmas,
pois ele vê a forma do Senhor (NM. 12:8);
(Ex. 33:18) Moisés disse: "rogo-te que me
mostre a tua glória";
(Ex. 33:20) "E acrescentou o Senhor: não
me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá
a minha face e viverá". Afinal, Moisés viu ou não viu a
face do Senhor? A conclusão é do leitor.
E por que será que Nadabe e Abiú (Ex. 24:9-
11) morreram queimados (Levítico 10:1-2)? E de
acordo com (Lv. 10:5), suas roupas e seus corpos não
foram queimados pelo fogo que os matou ".
(João, 1:17) "Porque a lei foi dada por meio
de Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus";
(João 1:18) "Ninguém jamais viu a Deus: o
Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o
revelou";
(Ex. 24:9-11) "... Moisés, Arão, Nadabe, Abiu
e setenta anciões de Israel viram a Deus).
Diante das contradições dos textos acima,
segundo meu pequeno entendimento, e salvo melhor
juízo do leitor, fico com a mensagem de (João 1:18).
Concordando também que no atual estágio
em que nos encontramos no momento, é impossível
vermos a face de Deus. Estamos de acordo que vemos
seus enviados, espíritos evoluidíssimos, que trazem as
mensagens divinas até nós. Até porque Deus é
onipresente (está em todo lugar, a qualquer momento e
não iria Ele prender-se a um atendimento pessoal,
conforme determinados textos bíblicos nos insinuam).
É a nossa humilde opinião.
Mateus 27, 32: Ao saírem, encontraram um
cireneu, chamado Simão, a quem obrigaram a
carregar-lhe a cruz.
Marcos 15, 21: E obrigaram a Simão
Cireneu, que passava, vindo do campo, a carregar-lhe
a cruz.
Lucas 23, 26: E como o conduzissem,
constrangendo um cireneu, chamado Simão, que vinha
do campo, puseram-lhe a cruz sobre os ombros, para
que a levasse após Jesus.
João 19, 17: Tomaram eles, pois, a Jesus; e
ele próprio, carregando a sua cruz, saiu para o lugar
chamado Calvário, Gólgota em hebraico.
Obs.: Mateus, Marcos e Lucas dizem que o
cireneu, chamado Simão, foi obrigado a carregar a cruz
de Jesus, enquanto que João diz que foi o próprio
Jesus quem levou a cruz. Afinal, mais alguém, além de
Jesus, carregou a cruz ou não ?
Acreditar mais em qual Bíblia?
Por que será que a Bíblia católica tem
setenta e três livros; a protestante tem sessenta e seis
e a hebraica, texto original, tem somente trinta e nove?
Estão todas corretas?
Basicamente temos, na origem, três Bíblias
diferentes:
A Bíblia judaica, ou o Velho Testamento, ou
O Tanách, com 39 livros;
A Bíblia protestante com 66 livros;
A Bíblia católica com 73 livros.
Você lê a Bíblia, acredita nela, segue seus
mandamentos e a defende como a "palavra de Deus".
Qual, afinal, a Bíblia que você segue? Para você ela é
a correta. Ótimo! E o que dizem os outros irmãos a
respeito das outras Bíblias que eles adotam?
Provavelmente o mesmo.
A Bíblia Sagrada. (Sociedade Bíblica do
Brasil) Tradução de João Ferreira de Almeida;
A Bíblia de estudo pentecostal (Assembleia
de Deus). Traduzida por João F. de Almeida.
Tradução do novo mundo das Escrituras
Sagradas (Testemunhas de Jeová);
A Bíblia de Jerusalém (traduzida por
católicos e protestantes);
A Bíblia, tradução Ecumênica, traduzida por
irmãos de várias crenças, inclusive do judaísmo. (É
bom registrar que as leis do judaísmo têm 613
mandamentos).
Bíblia judaica com 39 livros (não contém o
novo testamento).
O original bíblico foi escrito em hebraico,
considerado pelos judeus como a língua sagrada, com
a qual Deus criou o Mundo.
Vejam mais citações de outras Bíblias na
bibliografia.
Sobre as alterações na Bíblia, assim se
manifestou o notável teólogo H. BETESSON, em
("Documentos da Igreja Cristã", pág 28): "A autoridade
da sagrada escritura não depende do testemunho de
qualquer homem ou Igreja, mas totalmente de Deus, o
seu autor (...). Nada nunca deve ser acrescentado,
quer por novas revelações do espírito, quer por
tradições de homens. A regra infalível da interpretação
da escritura é a própria escritura".
A esse respeito, vejamos as palavras do
Cristo: "Ainda tenho muito a vos dizer, mas vós não
podeis suportar agora (João 16:12). Mas o espírito de
verdade vos guiará e fará lembrar de tudo que eu
disse" (João 14:26).
Obs: Nós acreditamos nas palavras de
Jesus e respeitamos o pensamento do notável teólogo.
A Septuaginta

No Século III a.C. importante colônia judaica


vivia em Alexandria, no Egito, onde a língua
predominante era a grega. Era necessário que o povo
judeu possuísse a bíblia nesse idioma.
Ptolomeu Filadelfo II, Rei egípcio, tinha um
bibliotecário (Demétrio Falário) que solicitou e recebeu
do sumo sacerdote de Jerusalém, setenta e dois
sábios, representantes das doze tribos de Israel, com a
incumbência de traduzirem a Bíblia do idioma hebraico
para o grego.
Durante a tradução, alguns livros foram
acrescentados aos originais hebraicos, conforme
segue:
Livro de Daniel e Éster. (suplementos);
Livro de Judite;
Livros de Tobias;
I e II livros dos Macabeus;
Livro do Eclesiástico;
Livro de Baruc;
Carta de Jeremias.
A Igreja católica admitiu-os como inspirados.
No entanto, na época da reforma religiosa, os
protestantes recusaram tais livros por não fazerem
parte da Bíblia original, a hebraica. Esse episódio nos
dá a certeza de que os textos bíblicos atuais contam
com diversas alterações, sempre de acordo com os
interesses dos seus tradutores. Por isto que as Bíblias
dos protestantes e dos católicos contam com uma
diferença de sete livros.

A Vulgata de São Jerônimo


Vulgata (divulgada) é a denominação dada a
tradução da Bíblia, do idioma grego para o Latim,
realizada por São Jerônimo.
Tudo começou no Séc. III d.C. com as
divergentes interpretações a respeito dos Evangelhos e
do próprio Cristo. O Mundo judaico vivia verdadeiro
desencontro de opiniões, com as paixões, preconceitos
e sanguinolentas perturbações no Império Romano. Foi
então que o Imperador Teodósio, por influência do
Bispo de Roma, confere supremacia ao papado.
A partir daí e para dirimir as dúvidas que
causavam discórdias, resolveu-se unificar o velho e o
novo testamento, formando assim, uma única Bíblia
com o texto em Latim.
Na obra de Severino C. da Silva, citada
acima, página 43, está transcrita a ordem que o Papa
Dâmaso confere a São Jerônimo, em 384, a missão de
redigir uma tradução latina do antigo e do novo
testamento, do qual será transcrita aqui somente uma
parte.
"A fim de pôr termo a essas divergências de
opinião, no momento em que vários concílios acabam
de discutir acerca da natureza de Jesus, uns admitindo,
outros rejeitando a sua divindade, confio-lhe a missão
de redigir uma tradução latina do Antigo e do Novo
testamento. Essa tradução deverá ser, daí por diante, a
única reputada ortodoxa e tornar-se-á a norma das
doutrinas da Igreja".
São Jerônimo sentiu o peso da
responsabilidade e respostou ao Papa demonstrando
sua preocupação com as divergências existentes nos
textos a serem traduzidos, já àquela época. Será
transcrito aqui, somente um parágrafo da carta de São
Jerônimo, exarado da página 43 da citada obra de
Severino C. da Silva.
... "Qual, de fato, o sábio e mesmo o
ignorante que, desde que tiver nas mãos um exemplar,
depois de o haver percorrido apenas uma vez, vendo
que se acha em desacordo com o que está habituado a
ler, não se ponha imediatamente a clamar que eu sou
um sacrilégio, um falsário, porque terei tido a audácia
de acrescentar, substituir, corrigir alguma coisa nos
antigos livros".
Na honestidade de São Jerônimo, fica muito
claro seu testemunho de que ele alterou e adaptou a
Bíblia que, antes de executar seu trabalho, já havia
muitas divergências no que existia no idioma grego.
Feitas as traduções e adaptações, ainda que
com a melhor das intenções, o assunto ganhou
repercussão negativa. Tanto que no ano de 395, Santo
Agostinho, bispo de Hipona, escreve a São Jerônimo,
demonstrando sua preocupação com relação àquela
tradução e atestando haver alteração no conteúdo
bíblico. (na página 44 da obra citada encontra-se a
íntegra da carta de Santo Agostinho).
Em 1590, Xisto V achou-a insuficiente e
errônea, ordenando uma nova revisão. Esta nova
versão foi também modificada por Clemente VIII, cuja
edição serviu de base para as traduções existentes em
diferentes línguas, conforme Paulo Finotti em sua obra
"ressurreição", ed. Edigraf, pág 42.
Podemos identificar muitas outras alterações
nas Bíblias atuais. Ex:
Do Salmo 10 ao 148, existe diferença
numérica com o texto original. Algumas versões
reúnem os salmos 9 e 10 em um só, também os
salmos 114 e 115 formaram um só. Já os salmos 116 e
147, foram divididos em dois, cada um;
Na Bíblia judaica temos o II livro das
crônicas como o último;
Na vulgata, o último livro do A.T. é o
segundo livro dos Macabeus;
Nas Bíblias Ocidentais (católica e
protestante), o último livro do A.T. é o livro de
Malaquias.
A tradução de João F. de Almeida foi muito
controvertida e discutida porque apresentava vários
erros. O próprio João F. de Almeida catalogou uma lista
de dois mil erros. Muitos desses erros foram atribuídos
à comissão holandesa que procurou harmonizar a
tradução de Almeida com versão holandesa.

A Reencarnação
A doutrina das vidas sucessivas ou
reencarnação é chamada também de palingenesia, que
se origina do grego palin (novo)
e gênese (nascimento). Ela também era aceita,
estudada e difundida na Índia antiga, conforme se
encontra no livro dos Vedas: "Da mesma forma que
nos desfazemos de uma roupa usada para pegar uma
nova, assim a alma se descarta de um corpo usado
para se revestir de novo corpo."
Os estudiosos do assunto afirmam que o
princípio da reencarnação já era conhecido e divulgado
desde a antiguidade pelos hindus, na Ásia; pelos
egípcios, na África; pelos Hebreus, no Oriente; pelos
gregos e romanos na Europa e, pelos Druidas, na
França, etc.
A doutrina da reencarnação foi introduzida
na Grécia por Pitágoras. Sócrates e seu discípulo
Platão adotaram as ideias de Pitágoras sobre as vidas
sucessivas. A escola platônica da Alexandria ensinava
a reencarnação precisando a vantagem desta evolução
progressiva para as condições da alma.
"Toda a terra se converterá ao Senhor e
todas as nações adorarão a sua face" (Salmos 22:27).
"Pense nisso! Não abdique de sua
capacidade de raciocinar. A inteligência nos foi dada
por Deus para ser usada. Observe o verbo está no
futuro ‘se converterá’, ‘adorarão’. Coisas somente
alcançáveis mediante a evolução do Espírito. E para
que o Espírito evolua, a ponto de todas as nações
virem a adorar a Deus, só por meio da reencarnação
isto é possível. Ao dizer todas as nações, está claro
que são todos os homens que as compõem".

A reencarnação e a Igreja Católica

Há, na Antiguidade, outros adeptos da


doutrina das vidas sucessivas, como Plotino, que a cita
várias vezes no curso de suas Eneidas. É um dogma,
disse ele, muito antigo e universalmente ensinado que,
se a alma comete faltas, é condenada a expiá-las
submetendo-se a punições, depois é admitida a voltar
em um novo corpo para recomeçar suas provas. Diz
ele que "a providência de Deus assegura a cada um de
nós a sorte que lhe convém e que é harmônica com
seus antecedentes, segundo suas existências
sucessivas."
Os judeus tinham uma ideia muito confusa a
respeito da reencarnação, mas há indícios no Talmude
de que o assunto não era desconhecido dos iniciados:
"A alma de Abel passou ao corpo de Set e mais tarde
ao de Moisés". Além disso, acreditavam que o retorno
de Elias sobre a Terra devia preceder ao grande dia do
Messias.
Também alguns padres da Igreja Católica
admitiram a teoria das vidas sucessivas. O Pe. Didon,
em suaVida de Jesus, diz o seguinte: "Então se crê,
entre o povo (judeu) e mesmo nas escolas, no retorno
à vida da alma dos mortos".
O sábio beneditino Dom Calmet se exprime
assim em seu Comentário: "Vários doutores judeus
crêem que as almas de Adão, Abraão e Phinées
animaram sucessivamente vários homens de sua
nação."
Alguns teólogos da Igreja Católica também
foram simpáticos à ideia. Ainda no século quinze, o
cardeal Nicolas de Cusa sustentava em pleno Vaticano
a teoria da pluralidade das existências da alma e dos
mundos habitados. Contava com o apoio de dois
papas: Eugênio IV e Nicolau V.
Por que, então, a Igreja combate tão
veementemente a doutrina da reencarnação? Trata-se
de um erro histórico.
Segundo o pesquisador Severino C. Silva,
em sua obra "Analisando as traduções bíblicas", pág.
144 e 145, o Imperador Justiniano tomou como esposa
uma ex-prostituta, de nome Teodora. Esta, na tentativa
de libertar-se de seu passado, mandou matar as cerca
de quinhentas antigas "colegas". Mais tarde, alertada
de que havia criado para si um débito que poderia ser
quitado em outras encarnações, ela se empenhou em
eliminar da exegese católica toda a crença na
reencarnação como se, dessa forma, estivesse
eliminando, de fato, as vidas sucessivas e, por
extensão, o seu débito.
Seu marido, então, mandou sequestrar o
Papa Virgílio em Roma e o manteve prisioneiro durante
oito anos. Nesse período, convocou o Segundo
Concílio de Constantinopla em 553. Do total de 165
bispos presentes, 159 eram do Oriente, o que tornou
fácil o trabalho do Imperador para conquistar os votos
de que necessitava.
Todavia, de acordo com a doutrina católica,
as decisões de um concílio ecumênico somente têm
valor se assinadas pelo papa. E Virgílio recusou-se
terminantemente a assinar o documento aprovado
pelos bispos. Os Papas que o sucederam, embora se
referissem ao Segundo Concílio de Constantinopla,
também não o assinaram. Dessa forma, a Igreja
Católica não dispõe de um documento oficial contra a
reencarnação.
Hoje, as provas de reencarnações são, em
geral, obtidas pela ciência, por meio da terapia de vidas
passadas (TVP). O homem aprendeu que, pela
hipnose, pode fazer a pessoa regredir mentalmente a
vidas anteriores. Entre os pesquisadores que trabalham
com a TVP estão: Dr. Morris Netherton, psiquiatra
americano; Dr. Dehtlesfsen, catedrático de Psicologia
da Universidade de Munique, Alemanha; Dra. Helen
Wambach, psiquiatra americana e autora de
"Recordando Vidas Passadas"; Dr. Roger Woolger,
destacado psiquiatra americano, autor de "As Várias
Vidas da Alma"; Dr. Ken Wilber, célebre psicológico
americano, com grande influência na Psicologia
Moderna, e autor de "O Espectro da Consciência"; Dr.
Joel Whitton, catedrático de Psicologia da Universidade
de Toronto, Canadá, e autor de "Vida - Transição -
Vida".
Se a reencarnação é objeto de análise no
mundo científico, o mesmo não acontece no mundo
religioso ocidental, porque padres e pastores dizem
que a Bíblia fala de céu e de inferno e que ambos
seriam incompatíveis com a doutrina da reencarnação.
A razão indica que a doutrina
reencarnacionista, aceita sempre pela igreja, é
altamente consoladora porque, com ela, o homem
compreende melhor que Deus é justo, misericordioso, e
sempre se tem novas oportunidades para reparação
dos erros cometidos. E, se, deus te dá a chance de
reparar esses erros é porque ele também errou ao nos
criar imperfeitos, ou tem uma grande vocação
contraditória e irônica. Erramos por nós mesmos, e nos
corrigimos por nós mesmos, sem a interferência de
Deus no erro ou no acerto.

Reencarnação na Bíblia

Se prestarmos muita atenção, com isenção


de preconceitos, à seguinte pergunta feita pelos
discípulos à Jesus: "Mestre, quem pecou para que
esse homem nascesse cego, ele ou seus pais?" (João
9: 2), veremos que está bem clara a ideia de vidas
sucessivas, sem a qual a pergunta não teria sentido.
Observe que o pecado veio antes do nascimento do
cego. Mais ainda, se fosse algo errado, Jesus mesmo,
naquele momento teria feito qualquer observação a
respeito com um ensinamento apropriado. Logo, se Ele
nada disse é porque a ideia das vidas sucessivas era
natural à época.
Nas Bíblias antigas, inclusive na vulgata de
São Jerônimo, está escrito: (Ex. 20: 5) "... visito a
iniquidade dos pais nos filhos NA 3ª e NA 4ª
geração. . . ".
Significa que o espírito faltoso, após duas,
três ou quatro gerações está de volta à Terra
(reencarnação) para que a justiça divina faça reparar
tais faltas, tal como dizemos habitualmente: " tudo que
aqui se faz, aqui se paga". Só não dizemos quando
isso ocorre por falta de conhecimento da maioria de
todos nós.
E mais uma vez, alteraram a Bíblia. Onde
constava na 3ª e na 4ª geração, passou a constar:
"ATÉ a 3ª e 4ª gerações", conforme consta em (Ex. 34:
7), na Bíblia anotada, tradução de João F. de Almeida,
1ª ed., Edit. Mundo Cristão, 1994, dos nossos irmãos
evangélicos. Fica patente mais uma vez que a Bíblia
está recheada de alterações tendenciosas feitas pelo
homem em diferentes épocas.
Para confirmar a ideia da justiça divina e das
alterações feitas, conforme explicitadas acima,
mostraremos somente algumas, dentre outras
passagens bíblicas, enfatizando que cada um paga
pelos seus erros praticados, não importa se nesta ou
em outras vidas.
(Dt. 24:16) " Os pais não serão mortos em
lugar dos filhos e , nem os filhos em lugar dos pais:
cada qual será morto pelo seu pecado".
(Jó 8: 8 e 9) "Pergunta a gerações
passadas, e examina a experiência de seus pais, pois
somos de ontem e nada sabemos".
(Jó 14: 14). "Morrendo um homem tornará a
viver? Todos os dias da PRESENTE VIDA esperarei
que chegue a minha mudança".
(Jeremias 1 : 5). "Antes que te formasse no
ventre materno, eu te conheci...".
(Ezeq. 37: 9) "Vem dos quatro ventos, ó
espírito e assopra sobre esses mortos, para que
vivam".
Obs.: dos quatro ventos é o mesmo que dos
quatro quadrantes do Universo. Não se sabiam de
onde vinha o espírito, mas já se sabia que havia de ter
um espírito para que o corpo tivesse vida.
(Jeremias 31: 29-30) "... cada um, porem,
será morto pela sua iniquidade...";
(Ezequiel 18:4) "... a alma que pecar, essa
morrerá";
(Ezequiel 18:20) "A alma que pecar, essa
morrerá: o filho não levará a iniquidade do pai, nem o
pai a iniquidade do filho; a justiça do justo ficará sobre
ele, e a perversidade do perverso cairá sobre este".
(Jó 34:11) "Pois retribuirá ao homem
segundo suas obras, e faz que a cada um toque
segundo seu o caminho";
(Salmo 28:4) "Paga-lhe segundo suas obras,
segundo a malícia de seus atos...";
(Mt. 16: 13-17) Jesus interroga seus
discípulos a respeito da opinião do povo e deles
mesmos sobre quem achavam que ele era. E a
resposta é que alguns dizem que sois João Batista,
outros, que és Elias, outros ainda, que és Jeremias ou
algum dos profetas. Fica bem claro, pela resposta, que
eles acreditavam plenamente na reencarnação. Se
assim não fosse, Jesus teria combatido aquela ideia.
(Isaias) "Mas ai do ímpio, do homem mau!
Porque será tratado segundo suas obras"
(Isaias 26: 19) "Os teus mortos tornarão a
viver, . . .); É praticamente a mesma ideia vista em
(Daniel 12: 2) que diz: "Muitos dos que dormem no pó
da terra ressuscitarão . . .". Numa interpretação
harmônica com a ciência, temos a volta dos mortos
sobre a Terra, caracterizando a reencarnação".
(Malaq. 4: 5) "Eis que vos enviarei o Profeta
Elias, antes que venha o grande dia do Senhor".; (3:23)
em algumas bíblias.
(Mt. 11: 14) "Se puderes compreender, ele
mesmo (J. Batista) é o Elias que havia de vir";
(Mt. 17: 12 e 13). "Mas eu vos declaro que
Elias já veio e não o reconheceram, antes lhe fizeram
tudo que quiseram". "Então compreenderam que era de
João Batista que ele falava".
Obs.: É bom que se analise em conjunto e
na sequência cronológica os dizeres de Malaquias e de
Mateus para se notar que não há dúvidas de que o
espírito de João Batista é o mesmo que encarnou como
Elias em tempos passados.
Os judeus acreditavam tanto na
reencarnação que enviaram sacerdotes e levitas para
interrogarem e terem certeza se João Batista era
mesmo o Elias de vidas passadas:
(João 1:21) "E lhe perguntaram: És tu Elias?
Respondeu ele: não. És tu o profeta? Não"
É claro que a princípio nenhum de nós sabe
quem fomos em vidas passadas, isso para facilitar o
nosso convívio e resgate com aqueles que fizemos
sofrer ou que foram nossos algozes, salvo o que a
ciência vem demonstrando ultimamente pela TVP.
Vejam no A. T. em (Isaias 40: 3) "Voz do que
clama no deserto: preparai o caminho do Senhor;
endireitai a vereda ao senhor". E no N.T. em (João
1:23) "Eu sou a voz do que clama no deserto: endireitai
o caminho do senhor, como disse o profeta Isaias".
Temos aí João Batista respondendo aos
Levitas e Sacerdotes e confirmando a previsão de
Isaias muitos anos antes da vinda de Jesus, quando
ele ainda vivia como Elias.
Como negar estas provas irrefutáveis?
Entender, todos entendem, mas . . .
"Toda a terra se converterá ao Senhor e
todas as nações adorarão a sua face" (Salmos 22:27).
"Pense nisso! Não abdique de sua
capacidade de raciocinar. A inteligência nos foi dada
por Deus para ser usada. Observe que o verbo está no
futuro ‘se converterá’, ‘adorarão’. Coisas somente
alcançáveis mediante a evolução do Espírito. E para
que o Espírito evolua, a ponto de todas as nações
virem a adorar a Deus, só por meio da reencarnação
isto é possível. Ao dizer todas as nações, está claro
que são todos os homens que as compõem".

Tudo isso prova que:

O Profeta Malaquias previu a volta a outro


corpo material do espírito de Elias;
Os discípulos e o povão julgavam que Jesus
era a reencarnação de Elias, Jeremias ou outro
Profeta.
Jesus deixou bem claro que João Batista é
que era a reencarnação de Elias.
Jesus pergunta aos discípulos: "Quem dizem
os homens quem eu sou?" E responderam: "Uns dizem
ser João Batista, outros, que és Elias, Jeremias ou
algum profeta. (Mt. 16: 13 e 14).
"... Se alguém não nascer de novo, não pode
ver o reino de Deus" (João 3:3);
"Não te admires de eu te dizer: importa-vos
nascer de novo" (João 3 : 7);
"Tu és mestre em Israel e ignoras estas
cousas?" (João 3 : 10).
São trechos alusivos ao diálogo de Jesus
com Nicodemos, quando este foi se ter com o Mestre
na calada da noite para saber melhor como se
processava o princípio do renascimento
(reencarnação), visto que, por ser ele um Doutor do
Sinédrio, tinha acesso aos mistérios contidos na
cabala, dentre eles, o da imortalidade da alma, vidas
sucessivas, etc.
Atente à diferença de tratamento (João 3:7):
"dizer-TE" no singular e, "é-VOS" no plural. Deixando
patente que o renascimento é para todos, não apenas
para ele, Nicodemos.
Fica claro, pelos textos dos Evangelhos, que
a ideia dos renascimentos era familiar aos Hebreus e
Judeus, dentre outros povos. Porem era tida como
mistério que somente "os iniciados" tinham
conhecimento.

Reencarnação na história

Jayme de Andrade, em sua importante obra


intitulada "O espiritismo e as Igrejas Reformadas",
1983, pág. 175, noticia que as noções de imortalidade
da alma e de renascimentos reportam a 14 séculos a
C., na Índia, quando um sábio Bráhmane registrou tal
assunto, pela primeira vez, no livro "cânticos sagrados
dos vedas".
O "Código de Manu" é o mais antigo
compêndio de Leis que se tem notícia. Ele inspirou o
"Corpus Júris Civilis" de Justiniano. E no "Brahma-
Sondra" III e I, §§ 4 e 6, consta que: " Os espíritos
voltam a ocupar um novo corpo, trazendo consigo a
influência resultante de suas primeiras obras",
conforme cita Mario Cavalcanti de Melo em sua
excelente obra "Como os teólogos refutam", pág 38.
Leon Denis, em "Depois da morte", pág 37
nos mostra que Buda, que viveu também na Índia 600
anos antes de cristo, ensinava que ". . . enquanto não
adquire o amor, o ser está condenado a prosseguir na
série de reencarnações terrestres". Tal qual nos
ensinou Jesus Cristo, conforme consta nos
Evangelhos.
Como vemos nessas poucas citações, a
ideia da reencarnação está e sempre esteve viva em
muitos autores renomados, não espíritas. Inclusive na
Bíblia ela está registrada de forma bem clara. É só se
despir dos dogmas contrários para aceitar, pois
entender, todos entendem.

Comunicação entre vivos e mortos


Para aqueles que dizem que a Bíblia
condena a prática mediúnica, é bom que reflitam
melhor sobre os procedimentos das Igrejas e Templos,
que leiam a Bíblia com a inteligência dada por Deus,
sem dogmas e preconceitos. Para uma melhor reflexão
indicamos, a seguir, alguns registros:
(1ª Sam. 28: 3 a 25) " O Rei Saul procura
uma médium (pitonisa) e fala por seu intermédio com o
Rei Samuel, seu antecessor morto. O espírito de
Samuel antecipa ao Rei Saul que este e toda sua
família estariam com ele, no mundo espiritual, no dia
seguinte. Assim aconteceu. Os filisteus venceram os
israelitas, mataram seus familiares e cortaram o
pescoço de Saul e queimaram seu corpo";
(Isaias 8: 19) ". . . acaso o povo não pode
consultar os seus deuses e seus mortos em favor dos
vivos"?
(Jó 4: 15-16) Elifaz diz textualmente: "Um
espírito passou diante de mim e fez-me arrepiar; parou
ele, mas não o discerni; houve silêncio e ouvi sua voz".
Será que o episódio da "transfiguração no
monte tabor" (Mt. 17: 1 a 8), tão claro, não constitui um
exemplo nítido entre o mundo físico e o espiritual? Lá
estavam a conversar os apóstolos João, Pedro e Tiago,
além de Jesus (ainda vivos sobre a terra); Do plano
espiritual vieram Moisés e Elias, além da voz do
Senhor que veio de uma nuvem.
Se realmente fosse uma proibição Divina,
ele mesmo, Moisés, não poderia aparecer juntamente
com Elias a Jesus e seus discípulos Pedro, Tiago e
João, no episódio acima citado.
Santo Agostinho, em sua obra intitulada "De
Cura Pro Mortuis" afirma: "Os espíritos dos mortos
podem ser mandados aos vivos, aos quais podem
desvendar o futuro que ficaram conhecendo por outros
espíritos ou pelos anjos, ou pela revelação divina".
Fonte: (História do Espiritismo, Artur Conan Doylle, Ed.
Pensamento, pág 453)

Outras provas de mediunidade nas


bíblias:
Dentre tantas citações contidas nas Bíblias,
alusivas à mediunidade psicofônica (quando Deus,
Jeová, Iahvé, Anjo, etc, fala com alguém por meio de
uma pessoa), vamos citar, aqui, algumas passagens
onde os textos bíblicos registram a palavra vidente, tal
qual o assunto é tratado nos dias de hoje.
(1ª Sam 9: 9) "Antigamente, em Israel, indo
alguém consultar a Deus, dizia: vinde, vamos ter com o
vidente; porque, ao profeta de hoje, antigamente se
chamava vidente.";
(Isaias 30: 10) "Eles dizem aos videntes: não
tenhais visões; . . .);
(1ª Sam. 9: 18-19) "Saul pede a Samuel para
mostrar-lhe a casa do vidente. Este responde-lhe que
era ele o vidente.";
(1ª Crônicas 9: 22) Samuel é confirmado
como vidente;
(1ª Crônicas 29: 29) além de Samuel, Gade
também é citado como vidente;
(2ª Sam. 24: 11 e 1ª Crôn. 21: 9) Gade é
confirmado como vidente do Rei David;
(2ª Sam. 12: 27) o Rei David chama o
sacerdote Sadoc de vidente;
(1ª Crôn. 25: 5) Hemã ou Hamon é citado
como vidente do Rei David;
(2ª Crôn. 9: 29) nos mostra outro vidente: Ido
ou Ado;
(2ª Crôn. 12: 15) Ido é novamente citado
como o vidente que escreveu a história de
Salomão e Roboão; (2ª Crôn. 35: 15) temos
outro vidente do Rei David. Seu nome é Jedutum, o
vidente; (Isaias 32: 3) "Os olhos dos que vêem não se
ofuscarão, e os ouvidos dos que ouvem, estarão
atentos". Aqui, Isaias se refere não só aos videntes
(plural), mas também à mediunidade auditiva
(psicofonia), muito comum hoje, como naquela época,
ouvir vozes. Vide a história de Santa Joana Dar´c;
(2º Reis 17: 13) O senhor adverte Israel e
Judá pela boca de seus profetas e videntes.
O Profeta Joel viveu até o ano 750 a.C. e
escreveu no seu livro, Cap. 3: 1-5 ou 2: 28 em outras
Bíblias sobre a previsão dos dons proféticos, dizendo:
"Depois disto derramarei o meu espírito sobre toda a
carne: vossos filhos e filhas profetizarão e vossos
jovens terão visões, . . .". Essa visão do Prof. Joel
deixa bem claro o que se vê hoje e que Moisés já
desejara há muito tempo ao dizer para Josué, quando
este veio pedir-lhe que proibisse a Eldad e Medade que
profetizassem (Num. 11: 27-29)"Quem dera todo povo
de Deus fosse profeta".
Para provar a verdade do desejo de Moisés
e as previsões de Joel, Jesus promete o envio de outro
Consolador, o espírito da verdade, conforme se vê em
(João 14: 16).
(João 16: 12-13) ". . . mas o espírito da
verdade viria nos ensinar e fazer-nos relembrar o que
Ele havia dito, porque não falará por si mesmo.".

A Bíblia condena o espiritismo?

No seu original em hebraico, não. Na versão


grega ou septuaginta, também não.
Na versão em Latim ou vulgata, também
não.
Depreende-se, com isto, que durante suas
várias traduções, os textos foram mudados, sempre de
acordo com a tendência e interesses de seus
tradutores.
Severino C. da Silva, Doutor em educação,
escritor, etc., afirma, em sua obra intitulada
ANALISANDO AS TRADUÇÕES BÍBLICAS, 2ª ed.
2000, página 13, que pertence a uma família católica e
que durante vinte e sete (27) anos esteve ligado ao
catolicismo. Seu profundo conhecimento dos idiomas
Grego e Latino levou-o a pesquisar sobre o tema
religião, culminando com a publicação de suas
pesquisas na obra acima explicitada.
Outro autor renomado é o eminente escritor
JAYME ANDRADE. Profundo conhecedor da Bíblia, foi
criado no seio da igreja evangélica, estudou em
escolas protestantes e publicou o livro intitulado O
ESPIRITISMO E AS IGREJAS REFORMADAS, com
suas pesquisas e comparações direcionadas, segundo
ele, aos irmãos evangélicos mostrando as razões que o
levaram a convicções plenas das respostas
convincentes encontradas na literatura espírita.
A Bíblia de Jerusalém, Edições Paulinas,
considerada a melhor edição das Sagradas Escrituras
em português, traz, em sua apresentação, a
informação de que sua tradução foi realizada por uma
equipe de católicos e protestantes. No entanto, em Dt.
18:11 consta a proibição de interrogação dos espíritos
(mortos). Segundo o autor, tal proibição não se verifica
nos textos originais. E o que acha o leitor?

A Bíblia não condena o espiritismo

Há imensa confusão por parte de muitos dos


nossos irmãos que não conhecem bem o que é o
Espiritismo. O mais grave é que muitos julgam sem o
devido conhecimento de causa. Se ao menos
entendessem que nem todo espiritualista é espírita, já
teríamos um avanço para um melhor entendimento do
assunto em pauta.
Nós, espíritas, não temos preconceitos
religiosos, só não entendemos o porquê de pessoas
que se dizem cristãs, condenarem seus semelhantes,
irmãos, só porque não comungam com todo o seu
pensamento. E como fica o ensinamento de Jesus
sobre o "amar a Deus sobre todas as coisas e ao
próximo como a si mesmo?";
(Mt. 18: 20) "Onde estiverem dois ou três
reunidos em meu nome, ali estarei com eles".
Vejam os irmãos que esses dois ou três, no
nosso humilde entendimento, podem ser quaisquer que
se disponham a estudar, conversar sobre Jesus,
aceitar e seguir seus ensinamentos. E é isso que a
Doutrina Espírita nos propõe.
Das Bíblias consultadas a mais contundente
nas proibições é a dos nossos irmãos testemunhas de
Jeová, 35ª edição, realizada pelo centro bíblico
católico, Ed. Ave Maria. Nessa Bíblia, em (Levítico
19:31) consta: "Não vos dirijais aos espíritas, nem aos
adivinhos: não os consulteis, para que não sejais
contaminados por eles".
Queremos informar que nos textos originais
não constam os termos "espíritas, espiritismo, etc.", até
mesmo por inexistirem à época em que a Bíblia foi
escrita. Também em outras edições das Bíblias,
mesmo atuais, encontra-se o seguinte texto: "Não vos
voltareis para os necromantes, nem para os adivinhos,
para não vos contaminarem, eu sou vosso Deus".
Como no espiritismo não existe a figura de
necromantes, de cartomantes, adivinhos, etc, muito
embora respeitamos nossos irmãos que as praticam, o
que se nota é a falta de melhores conhecimentos por
parte daqueles que condenam os estudos e as práticas
espíritas.
Analisemos agora (Dt. 18: 9–11), os mais
citados por todos os críticos do espiritismo:
Na 35ª edição da Bíblia citada anteriormente
está escrito:
"... nem quem se dê a adivinhações, à
astrologia, aos agouros, ao feiticeiro, à magia, ao
espiritismo, ou à evocação dos mortos".
Em outra Bíblia, dos irmãos testemunhas de
Jeová, está assim escrito: "... nem adivinhos, magia,
feiticeiro, médium espírita, prognosticador ou consultar
os mortos").
A tradução desprovida de preconceito é a
seguinte: "... nem adivinhador, feiticeiros, agoureiro,
cartomantes, bruxo, mago, nem quem exija a presença
dos mortos".
Vale lembrar que Moisés conduzia um povo
rude, saído de um regime de escravidão no Egito, onde
toda essa prática proibida era praticada. Sua
preocupação era de abolir o politeísmo, a idolatria, o
uso indevido de tais práticas, etc.
Atentemos para o fato de que Moisés proibiu
a exigência da presença dos mortos, totalmente de
acordo com as recomendações e práticas espíritas de
hoje. (Livro dos Médiuns, Cap. XXV. Questões 273 a
275).
"Um espírito repousou sobre Eldade e
Medade e eles profetizavam. Então Josué, filho de
Num, foi se ter com Moisés e pediu-lhe que os
proibissem. Este o respondeu: tens ciúmes por mim?
Quem dera todo o povo fosse profeta". (Números 11:
26-30).
Afinal, Moisés proibia ou não a
mediunidade? A conclusão é do leitor.
Como Moisés poderia condenar o
espiritismo, surgido oficialmente somente em
18.04.1857, se foi por volta de dois mil anos antes de
Cristo, segundo os pesquisadores, que lhe é atribuída a
autoria dos cinco primeiros livros contidos na Bíblia?
Mais ainda, nos dicionários das línguas
hebraica, grega e latina não existem a palavra
espiritismo. E como foi aparecer nas proibições das
Bíblias de edições mais recentes?
Severino C. da Silva, em suas pesquisas e
excelente obra "analisando as traduções bíblicas", pág.
82 e 83, cita as declarações do eminente Pastor
Nehemias Marien, teólogo renomado e profundo
conhecedor das escrituras, na parte que diz: "a
doutrina Espírita é essencialmente cristã e sempre
integrou a doutrina da Igreja até que no concílio de
Constantinopla, em 553, foi retirado precipitadamente.".
O grande reformista Martinho Lutero, disse, durante a
"Dieta de Worms", na Alemanha, que "os concílios
erram e torpedeiam a liberdade de consciência".
Quanto à proibição de se exigir a presença
dos mortos, justifica-se porque era frequênte e sem
finalidades elevadas. Mas uma coisa é certa: existia e
continua a existir a comunicação entre vivos e mortos,
do contrário não se iria proibir algo inexistente. Vejam
outras contradições:
(1ª Sam. 28:7-19) onde o Rei Saul, que
proibia essa prática, vai consultar a Pitonisa de Endor
(médium), disfarçado de pessoa simples do povo, a fim
de falar com o Rei Samuel, já morto. A Pitonisa o
identifica mediunicamente, (desmascara-o) e atende
seu pedido.
Mais ainda, se são os espíritos que se
comunicam, logo, não são demônios. Aliás, Moisés não
cita nem uma vez em seus escritos a palavra demônio.
Nos dez mandamentos, considerados por
todos como a lei divina, trazida por Moisés, nada
consta proibindo o espiritismo. Depreende-se disso que
o grande profeta buscou corrigir o abuso de um povo
específico e em determinado tempo.
No livro "O Céu e o Inferno, cap XI, item 10",
Allan Kardec nos ensina que quando os espíritos
querem a comunicação, eles vêm espontaneamente,
sem mesmo serem chamados.
Queremos recomendar àqueles que não
aceitam a ideia da comunicação entre vivos e mortos,
que reflitam sobre o evangelho de (Mateus 17:1-8)
quando da transfiguração no Monte Tabor, onde
estavam vivos Tiago, Pedro, João e Jesus que falava
com Moisés e Elias, ambos já mortos.
E como explicar e justificar que era proibido
falar com os mortos se Jesus veio provar, na prática,
falando com dois mortos e tendo três pessoas vivas
para servirem como testemunha?
Paulo, em sua primeira carta aos coríntios,
Cap. 12:4-11, diz que há vários dons, mas que o
espírito é o mesmo;
O apóstolo João, em sua primeira carta, cap.
4: 1-3, nos alerta sobre as comunicações dos espíritos
impostores;
Paulo, em sua primeira carta aos
tessalonicenses, cap. 5:19 - 21, diz: "não extingais os
espíritos; não desprezeis as profecias; discernir tudo e
ficai com o melhor".
Que Deus, Pai de infinita bondade, perdoe
nossos irmãos que ignoram ou que não aceitam tais
coisas. Sabemos, Senhor, que o egoísmo e o orgulho
impedem a busca de novos conhecimentos e de certas
práticas que impulsionam a nossa evolução espiritual.
Mesmo sabendo que o conhecimento vem no seu
devido tempo, tal como afirmou o Mestre Jesus,
rogamos ó Pai que esses irmãos possam alcançar o
quanto antes a luz do conhecimento e por meio dela,
possam conhecer melhor o significado do que é a
humildade e a simplicidade tão ensinada e
recomendada pelo Mestre Jesus.

Revisões da Bíblia

Revisar significar rever, corrigir erros, etc. Se


a Bíblia é confiável, é porque está correta, sem erros,
etc. Mas se tudo isto é verdade, por que revisar,
corrigir, alterar algo que está certo, que inspira
confiança em seus fiéis?
Confira algumas alterações:
1945: A Sociedade Bíblica do Brasil nomeou
uma comissão para revisar a Bíblia;
1967: Revisão da tradução de João Ferreira
de Almeida;
1995: Revisão e correção da Bíblia
Pentecostal.
Fica patente que através dos tempos, a
Bíblia utilizada por todos nós, sofre alterações pela
vontade e iniciativa de pessoas que querem colocar
sua convicção, as vezes errada, para incutir na
cabeças de inocentes criaturas que é a vontade de
Deus e que devemos aceitar sem buscar a razão. Isto
nos faz repensar até que ponto se deve confiar em tudo
que nela está escrito e defendê-la com a autoridade de
um fiel seguidor da "palavra de Deus".
Católicos e Protestantes nos criticam por
não crermos na Bíblia como a Palavra de Deus
inquestionável. Realmente, damos importância apenas
a Jesus, pois nada há de útil no Velho Testamento para
os dias de hoje, exceto os Dez Mandamentos. O
próprio Jesus afirmou: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás
ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a
tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o
grande e primeiro mandamento. E o segundo,
semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti
mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a
lei e os profetas”. (Mateus 22:37-40)
No Sermão da Montanha, Jesus revogou
algumas coisas do Antigo Testamento, retificando o
que era humano nas leis mosaicas: “Ouvistes que foi
dito: olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos
digo...” (Mateus 5:38 a 42) “Ouvistes o que foi dito:
amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu,
porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos
que vos perseguem.” (Mateus 5:43 e 44). Paulo
também disse: “Com efeito: Não adulterarás; não
matarás; não furtarás; não cobiçarás; e se há algum
outro mandamento, tudo nesta palavra se resume:
Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” (Romanos
13:9)
O que aí não se inclui, são quinquilharias
humanas. Jesus não trabalhou aos sábados; não
permitiu que apedrejassem a adúltera; foi contra o
divórcio, contrariando Moisés, pois, afinal, eram leis de
Moisés, leis para doutrinar aquele povo, e não leis
divinas, que nunca se alteram. A expressão “a palavra
de Deus” é de origem judaica. Foi naturalmente
herdada pelo Cristianismo, que a empregou para o
mesmo fim dos judeus: dar autoridade à Igreja. A
Bíblia, considerada a "palavra de Deus", reveste-se de
um poder mágico: a sua simples leitura, ou
simplesmente a audiência dessa leitura, pode espantar
o Demônio de uma pessoa e convertê-la a Deus. Claro
que o Espiritismo não aceita nem prega essa velha
crendice, mas não a condena. A cada um, segundo
suas convicções, desde que haja boa intenção. As
pesquisas históricas revelam que os livros que
compõem a Bíblia tem origem na literatura oral do povo
hebreu. Só depois do exílio na Babilônia foi que Esdras
conseguiu reunir e compilar os livros orais (guardados
na memória) e proclamá-los em praça pública como a
lei do judaísmo, ditada por Deus. É impossível provar
que "de capa a capa" a Bíblia é divinamente inspirada.
O "credo quia absurdum" (acredito mesmo que
absurdo) é fruto do dogmatismo, criação humana dos
concílios, enquanto o Espiritismo é a doutrina do livre-
exame e consiste na fé raciocinada, apta a "encarar a
razão face a face em todas as épocas". Somente às
religiões dogmáticas, que se apresentam como vias
exclusivas de salvação, interessa o velho conceito da
Bíblia como palavra de Deus. Primeiro, porque esse
conceito impede a investigação livre. Considerada
como a palavra de Deus, a Bíblia é indiscutível, deve
ser aceita literalmente ou de acordo com a
"interpretação autorizada da igreja". Por isso, as igrejas
sempre se apresentam como "autoridade única na
interpretação da Bíblia". Segundo, porque essa posição
corresponde aos tempos mitológicos, ao pensamento
mágico, e não a era de razão em que vivemos.
Há contradições insanáveis em que se
afundam os hermeneutas religiosos. Veem-se eles
obrigados a perigosas ginásticas de raciocínio,
apoiadas em fórmulas pré-fabricadas, para se safarem
das contradições do texto. Mas não escapam jamais a
contradição fundamental que é esta: consideram a
Bíblia como a palavra de Deus, mas estabelecem, para
sua interpretação, regras humanas. Dessa maneira, é o
homem que faz Deus dizer o que lhe interessa. As
supostas condenações do Espiritismo pela Bíblia, por
exemplo, decorrem das interpretações sacerdotais, até
alterando os textos, moldando a "Palavra de Deus"
segundo suas conveniências. A Bíblia é um dos
maiores repositórios de fatos espíritas de toda
bibliografia religiosa. E os textos bíblicos estão eivados
de passagens tipicamente espíritas. (leia o item sobre a
proibição bíblica e a comunicação com mortos)
Emmanuel, trabalhador incansável do Cristo,
através da psicografia de Francisco Cândido Xavier,
nos diz: "O ato de crer em alguma coisa demanda a
necessidade do sentimento e do raciocínio, para que a
alma edifique a fé em si mesma. Admitir as afirmativas
mais estranhas, sem um exame minucioso, é caminhar
para o desfiladeiro do absurdo, onde os fantasmas
dogmáticos conduzem as criaturas a todos os
despautérios." (O Consolador, Ed. FEB, pág. 201)
Será mesmo que tudo na Bíblia tem
inspiração divina? A despeito da expressa proibição:
"Em ti não se achará quem faça passar pelo fogo seu
filho ou a sua filha" (Deut. 18:10), os judeus de vez em
quando queimavam seus filhos em sacrifício (II Reis
17:17) e até alguns reis cometeram esse crime
hediondo, como Manasses (II Reis, 21:16) e Acaz (II
Cron. 28:3), e até o grande libertador Jefté, que foi Juiz
em Israel por seis anos, foi "cheio de espírito e
ofereceu a sua filha em holocausto a Deus" (Juizes
11:29 e 39). Alguns textos levam a supor que os
sacrifícios humanos tinham o beneplácito de Jeová,
uma vez que "o homem consagrado a Deus nao
poderá ser resgatado, será morto" (Lev. 27:29). Jeu, rei
de Israel por 28 anos, matou 2 reis israelitas, Acazias e
Jorão (II Reis 9:24-33), bem como toda a linhagem do
ex-rei Acab, inclusive seus 70 filhos (II Reis 10:7) e
mais 42 irmãos de Acazias (II Reis 10:14), além de
inúmeros adoradores de Baal (II Reis, 10:25) e apesar
de tão zeloso "não se apartou dos pecados do ex-rei
Joroboão e nem destruiu os bezerros de ouro" (II Reis
10:29). Pois foi a esse rei idólatra e sanguinário que
Jeová afirmou: "Bem obraste em fazer o que é reto aos
meus olhos" (II Reis 10:30)
Samuel era vidente de Deus (I Samuel 9:19),
mas mandou que o rei destruísse totalmente os
amalequitas, "matando desde o homem até a mulher,
desde os meninos até os de mama, desde os bois até
as ovelhas e desde os camelos até os jumentos" (I
Samuel, 15:3). Mas Saul poupou os animais e por isso
foi castigado (I Sam., 15:26).
Moisés, que "era o mais manso de todos os
homens que havia na Terra" (Num. 12:13), desce do
Sinai com as "Tábuas da Lei", onde constava o
mandamento "Não Matarás" e logo, para passar da
teoria à prática, manda matar 3 mil dos seus
compatriotas e ainda por cima pede a benção de Deus
para os assassinos (Êxodo 32:28/29). Josué
conquistou todas as cidades da prometida "Canaã
destruindo totalmente a toda alma que nelas havia"
(Jos. 10:35), "destruindo tudo que tinha fôlego, como
ordenara o Senhor Deus" (Jos 10:42), o que não é de
se admirar, uma vez que Jeová é "homem de guerra"
(Êxodo 15:3).
"Cada um tome a sua espada e mate cada
um a seu irmão, cada um a seu amigo, cada um a seu
vizinho" (Êxodo 32:27) "Nenhuma coisa que tem fôlego
deixarás com vida" (Deut. 20:16) "Se o povo de uma
cidade incitar os moradores a servir outros deuses,
destruirás ao fio de espada tudo quanto nela houver,
até os animais" (Deut. 13:12/15). Nossa, até os
inocentes animais!!
Veja também que havia diversos "Deuses",
não só Jeová . Este, claro, era o "Deus" oficial do povo
e, sob o seu nome, houve de fato manifestações de
espíritos enviados por Deus. Isaías 8:19 também
sugere a mesma coisa.
Está escrito em Deuteronômio, capítulo 21,
versículo 23: "o que for pendurado em um madeiro é
maldito de Deus". Logo, se Jesus passou por
semelhante apróbio pode-se concluir que as "Escrituras
Sagradas" estão denominando o Mestre de "maldito de
Deus". Se a Bíblia não pode ser discutida para um
cristão dogmático, como sair dessa??
Quando se tem acesso ao livro de Jonas,
nota-se um paradoxo: "Deus" se apieda da cidade de
Nínive, a grande inimiga de Israel, mandando o profeta
Jonas pregar aos seus habitantes, em detrimento dos
amalequitas, assassinados por ordem "divina", sem
chance de arrependimento. Afinal, há preferência de
"Deus" por alguns de seus filhos ? Portanto, que
"Deus" é esse? Prejulga merecer o povo de Nínive a
sua misericórdia, enquanto os amalequitas foram
cruelmente assassinados por sua ordem;
Vemos em Levítico 21:16-24: 16
Disse mais o Senhor a Moisés: 17Fala a
Arão, dizendo: Ninguém dentre os teus descendentes,
por todas as suas gerações, que tiver defeito, se
chegará para oferecer o pão do seu Deus. 18Pois
nenhum homem que tiver algum defeito se chegará:
como homem cego, ou coxo, ou de nariz chato, ou de
membros demasiadamente compridos, 19ou homem
que tiver o pé quebrado, ou a mão quebrada, 20ou for
corcunda, ou anão, ou que tiver belida, ou sarna, ou
impigens, ou que tiver testículo lesado; 21nenhum
homem dentre os descendentes de Arão, o sacerdote,
que tiver algum defeito, se chegará para oferecer as
ofertas queimadas do Senhor; ele tem defeito; não se
chegará para oferecer o pão do seu Deus. 22Comerá
do pão do seu Deus, tanto do santíssimo como do
santo; 23contudo, não entrará até o véu, nem se
chegará ao altar, porquanto tem defeito; para que não
profane os meus santuários; porque eu sou o Senhor
que os santifico. 24Moisés, pois, assim falou a Arão e a
seus filhos, e a todos os filhos de Israel. Raciocinem
um pouco: um ato tão desumano de PRECONCEITO
teria vindo do próprio Deus?? Também em Levítico,
"Deus" não parece ser o grande Fisiologista, o
Supremo Criador da natureza humana, desconhecendo
que o processo da menstruação é natural, não
podendo lhe ser imposto a pecha de imundo.
Assim está escrito: "Se um homem se deitar
com uma mulher no tempo da enfermidade dela, e lhe
descobrir a nudez, descobrindo a sua fonte, e ela
descobrir a fonte do seu sangue, ambos serão
eliminados no meio do seu povo". Menstruação é
enfermidade? O próprio "Criador" desconhecendo o
que criou? Um "Deus" preconceituoso, anatematizando
uma função normal do aparelho sexual feminino? Ainda
por cima, violento, ao ponto de expulsar o casal de seu
povo? Em Deut. 13:6, 9 e 10, há uma ordem de matar a
pedradas os adeptos de outras crenças. Uma apologia
à intolerância religiosa. Em Levítico 22:17-18 "Deus"
ordena que a oferta a ser oferecida no altar seja de
animais sem defeito. E é mais exigente ainda, quando
determina que não devam ser ofertados bichos que
tiverem testículos machucados, ou moídos, ou
arrancados, ou cortados (Levítico 22:24). Os sacrifícios
de animais na Bíblia lembram bem o que acontece no
Candomblé e Quimbanda nos nossos dias.
Paulo afirmou: "Vós recebestes a lei por mistérios dos
anjos" (Atos 7:53), explicando ainda em Hebreus 2:2:
"Por que a lei foi anunciada pelos anjos", e confirmando
na mesma epistola, 1:14: "Espíritos são
administradores, enviados para exercer o ministério".
Também em Hebreus, (1:7) Paulo afirma: "o que faz os
seus anjos espíritos e os seus ministros chamas de
fogo". Está claro que os anjos são espíritos reveladores
das leis de Deus aos homens, como afirma o
Espiritismo. Paulo vai ainda mais longe, afirmando em
Atos 7:30-31, que Deus falou a Moisés através de um
anjo na sarça ardente. Os anjos são, portanto,
espíritos, ministros de Deus, que os faz chama de fogo
nas aparições mediúnicas.
Em Hebreus, 12:9, Paulo se refere a Deus
como "Deus dos Espíritos". Houve casos estudados de
manifestações de espíritos que eram na forma de
línguas de fogo. Essas manifestações confirmam que
os fenômenos de Pentecostes e o anjo da sarça
ardente foram mediúnicos. O Espiritismo reconhece a
ação de Deus na Bíblia, mas não pode admiti-la como
a "Palavra de Deus". Na verdade, como ensinou o
apóstolo Paulo, foram os mensageiros de Deus, os
Espíritos, que guiaram o povo de Israel, através dos
médiuns, então chamados profetas. O próprio Moisés
era um médium, em constante ligação com Iavé ou
Jeová, o deus bíblico, violento e irascível, tão diferente
do Deus Pai do Evangelho. Devemos respeitar a Bíblia
no seu exato valor, mas nunca fazer dela um mito, um
novo bezerro de ouro. Deus não ditou nem dita livros
aos homens.
Em Números, 11:23-25, temos a descrição
de dois fatos mediúnicos valiosos. Primeiro, o Senhor
fala a Moisés. Depois, Moisés reúne os setenta
anciãos, formando uma roda, e o Senhor se manifesta
materialmente descendo numa nuvem. Temos a
comunicação pessoal de Jeová a Moisés, e a seguir o
fenômeno evidente de materialização de Jeová, através
da mediunidade dos anciãos, reunidos para isso na
Tenda, cedendo ectoplasma para o fenômeno. A
nuvem é a formação de ectoplasma na qual o espírito
se corporifica. Só os que não conhecem os fenômenos
espíritas podem aceitar que ali se deu um milagre, um
fato sobrenatural. E podem aceitar, também, a
manifestação do próprio Deus. Longe disso. Jeová era
o espírito protetor de Israel, que se apresentava como
Deus, porque a mentalidade dos povos do tempo era
mitológica, e os espíritos eram considerados deuses. O
filósofo Tales de Mileto já dizia, na Grécia, cinco
séculos antes do Cristo: "O mundo é cheio de deuses".
Os espíritos elevados eram considerados deuses
benéficos, e os espíritos inferiores eram deuses
maléficos. O Capítulo V do Deuteronômio é
inteiramente mediúnico. Mas convém lembrar que os
sucessos desse capítulo são melhor compreendidos
quando lemos o Êxodo, caps. 18 a 20. Nos versículos
13 a 16, do capítulo 18, vemos Moisés diante do povo,
para ser o mediador, o interprete – mas na verdade o
médium –, entre Deus e o povo. Nos versículos 22 a
31, Cap. V, do Deuteronômio, temos uma bonita
descrição de conhecidos fenômenos mediúnicos: o
monte Horebe envolto em chamas, a nuvem de fluídos
ectoplasmáticos (materializantes), e a voz-direta de
Jeová. que falava do meio do fogo, sem se apresentar
ao povo. E Moisés, como sempre, servindo de
intermediário, na sua função mediúnica. Por fim, Jeová
recomenda a Moisés que mande o povo embora, mas
permaneça com ele, para receber as demais
instruções. (Vers. 31, cap. 5 de Deut.)
No famoso cap. 18 de Deuteronômio, tão
citado contra o Espiritismo, logo após os versículos das
proibições, temos a promessa de Jeová, de que
suscitará um grande profeta para auxiliar e orientar o
povo. Como fazia com Moisés, o próprio Jeová promete
que porá as suas palavras na boca desse médium. Não
obstante, sabendo que todo médium está sujeito a
envaidecer-se e dar entrada a espíritos perturbadores,
Jeová determina que o profeta seja morto: "Se falar em
nome de outros deuses". Esta passagem (vers. 20 do
cap. XVIII) é mais uma confirmação bíblica do ensino
espírita de que, naquele tempo, os espíritos eram
chamados "deuses". Jeová era espírito-guia do povo
hebreu, e por isso considerado como o seu Deus, o
único verdadeiro. Mas os profetas (médiuns) de Jeová
podiam receber outros deuses, como Baal, Apolo ou
Zeus, pelo que a proibição bíblica nesse sentido é
terrível e desumana, como podemos ver nos textos. A
evolução espiritual do povo hebreu permitiria a Jesus
vir corrigir esses abusos e substituir a concepção
bárbara de Deus dos Exércitos pela concepção
evangélica do Deus-Pai, cheio de amor com todas as
criaturas. O Espírito que ditou os Dez Mandamentos a
Moisés desempenhava uma elevada missão,
preparando o povo hebreu para o monoteísmo, a
crença num só Deus, pois os deuses da Antiguidade
eram mitos. Através da mediunidade, ensinava aos
homens rudes do tempo as verdades espirituais que
deveriam frutificar no futuro. E por isso que
encontramos, nas páginas da Bíblia, não só o relato de
fenômenos espíritas ocorridos com o povo hebreu, mas
também ensinamentos precisos e claros sobre a
mediunidade. No Capitulo XII, do Livro de Números,
vemos Jeová dar aos Hebreus uma das lições que só
mais tarde apareceriam de novo, mas então no O Livro
dos Médiuns, de Allan Kardec.
Mirian e Aarão falavam mal de Moisés, por
haver ele tomado uma nova mulher, de origem cusita.
Jeová não gostou disso e subitamente "desceu da
nuvem", para repreende-los. Descer da nuvem é
materializar-se, pois a nuvem é simplesmente a
formação de ectoplasma, como a Bíblia deixa bem
claro nos seus relatos. Imagina se o Senhor do
Universo, o Deus-Pai do Evangelho, faria este papel de
alcoviteiro!! Seria absurdo tomarmos este Jeová,
sempre imiscuído nos assuntos domésticos, pelo
próprio Deus! Como espírito-guia, podemos
compreendê-lo. E é como espírito-guia que ele
repreende os maldizentes, castiga Mirian, mas antes
ensina.
Primeiro, diz ele que pode manifestar-se aos
profetas (médiuns) por meio de visão (vidência) ou de
sonhos. Depois, lembrando que Moisés é o seu
instrumento para direção do povo, esclareceu: "Não é
assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a
minha casa". E acrescenta: "Boca a boca fale com ele,
claramente e não por enigmas".
Cinco formas de mediunidade figuram nesse
ensino bíblico:
1) vidência;
2) a de desprendimento, ou sonambúlica;
3) a de materialização;
4) a de voz-direta;
5) a de audiência.
O próprio Jeová ensinava a mediunidade,
como o apóstolo Paulo, em sua Primeira Epistola aos
Coríntios, ensinaria mais tarde a fazer uma reunião
mediúnica. Quem examinar com isenção o texto
bíblico, observará que aquele Jeová do Antigo
Testamento nada tem de comum com o Deus
apresentado por Jesus no Novo. Tudo faz crer que o
protetor imediato da nação judaica era uma Entidade
mais ou menos identificada com a índole guerreira da
raça. Cada homem, cada povo, tem o Guia Espiritual
que merece, compatível com o seu grau de evolução
moral. Podia ser, talvez, um dos antepassados, com
autoridade para impor seu domínio sobre os homens.
Tais entidades, por atrasadas que sejam, não ficam ao
desamparo da Espiritualidade Superior, mas é claro
que esta não pode impor ensinamentos que os
assistidos não estejam ainda em condições de
assimilar. A evolução tem que vir naturalmente, sempre
respeitando o livre-arbítrio de cada ser. O mesmo
ocorre ainda hoje, com os "pretos-velhos" e "orixás"
que orientam os cultos africanos. Quando se dedicam
ao bem, trabalhando em favor dos que sofrem,
recebem assistência e orientação dos Espíritos
elevados. Se preferem a prática do mal, tornam-se
vitimas de entidades malévolas e ficam entregues a
própria sorte até que, caindo em si, percebam a voz da
consciência e, arrependidos, se voltem para Deus. O
exame do Velho Testamento nos leva a duas
alternativas: ou era o próprio legislador quem, com o
propósito de infundir respeito, atribuía a Divindade
todos aqueles rompantes de ferocidade de que o
Antigo Testamento está repleto, ou Deus se fazia
representar ante o povo por uma deidade tribal, talvez
ate mais de uma, como se infere de Gen. 3:22: "Eis
que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o
mal". E a prova de se tratar de espirito ainda um tanto
materializado é que "habitava no tabernáculo" (II Sam.
7:6), ou "de tenda em tenda" (I Cron. 17:5) e "se
comprazia com o cheiro dos animais imolados em
holocausto" (Números 29:36) O Deus que amamos e
adoramos não pode estar sujeito as paixões humanas.
Não se concebe um Deus de infinita perfeição tomado
de rancor, pronto a descarregar sobre suas criaturas a
sua tremenda ira. E no entanto, embora Ele se diga
"misericordioso e piedoso, tardio em se irar e grande
em beneficência e verdade" (Êxodo 34:6), contam-se
para mais de 60 acessos de cólera entre os livros
Êxodo e II Reis.
O Jeová do Antigo Testamento, que deu ao
seu povo o mandamento "não matarás", mandava
exterminar os inimigos (e ate os amigos...) com incrível
ferocidade. Como explicar tamanha contradição? O
apóstolo João afirmou: "Deus nunca foi visto por
ninguém" (João 1:18) e "ninguém jamais viu a Deus" (I
João 4:12), o que foi confirmado por S. Paulo: "(aquele)
a quem nenhum dos homens viu nem pode ver" (I
Timóteo 6:16) e pelo próprio Jesus: "Não que algum
homem tenha visto o Pai" (João 6:46). Mas lemos no
Antigo Testamento que Deus disse: "Eu apareci a
Abraão, Isaac e Jaco" (Êxodo 6:3) e que Moisés, Arao,
Nadib e Abiu e mais 70 anciãos viram Deus (Êxodo
24:9-11).
"Falava Deus a Moisés face a face, como
qualquer homem fala ao seu amigo" (Êxodo 33-11) e
contudo o advertiu: "Não poderás ver a minha face,
porque homem nenhum verá a minha face e viverá"
(Êxodo 33:20) e em seguida abriu uma concessão:
“ver-me-ás pelas costas, mas a minha face não se
vera” (Êxodo 33:23). E no entanto o próprio Deus
afirmou: “Eu falo com Moisés boca a boca e ele vê a
forma do Senhor” (Num. 12:8) e mais: “Cara a cara o
Senhor falou conosco no monte, no meio do fogo”
(Deut. 5:4) e "(Moisés) a quem o Senhor conhecera
cara a cara" (Deut. 34:10). Finalmente, "Deus por duas
vezes apareceu a Salomão" (I Reis 11:9). Afinal, Deus
foi visto ou não? Afirmando que a Bíblia é a palavra de
Deus, se baseiam nos versículos abaixo:
16Toda Escritura é divinamente inspirada e
proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir,
para instruir em justiça; 17para que o homem de Deus
seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa
obra. (II Timóteo 3) Pois bem, a minha João F. de
Almeida de 1948 diz: "Toda escritura divinamente
inspirada é proveitosa para ensinar..." Paulo se referia
as escrituras que realmente são inspiradas, não
considerando outras. E se fosse como querem,
também seria uma contradição. Não dizem os católicos
e protestantes que nem tudo é inspirado, e chamam de
"apócrifos" livros que não constam em suas bíblias?
Ainda por cima, a Bíblia protestante exclui livros que
estão na Bíblia dos católicos... E gostaria de saber em
que toda aquela guerra e, principalmente, aquela
demonstração de PRECONCEITO contra deficientes
físicos, poderia ser "proveitosa para ensinar, para
repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para
que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente
preparado para toda boa obra.". Não creio MESMO que
Paulo estivesse falando de toda a Bíblia.
Outras argumentações dos que afirmam ser
a Bíblia a "Palavra de Deus":
"Jesus: a. leu-a (Lc 4:16-20); b. ensinou-a
(Lc 24:27);"
Mas também a resumiu em "Amar a Deus
sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo".
Nós, espíritas, acreditamos que a Bíblia CONTÉM a
Palavra de Deus, mas não é inteiramente a Palavra de
Deus, infalível, inquestionável... “Jesus afirmou que
elas eram a verdade” (Jo 17:17); Diz o versículo 14:
"Eu lhes dei a tua palavra; e o mundo os odiou, porque
não são do mundo, assim como eu não sou do mundo."
Jesus se referia a palavra que Ele trouxe. Essa, sim,
veio de Deus. Jesus amou-a "A Palavra de Deus" (Mc
7:13); Novamente, não toda a Bíblia. "Jesus viveu e
procedeu de acordo com ela" (Lc 18:31); "Tomando
Jesus consigo os doze, disse-lhes: Eis que subimos a
Jerusalém e se cumprirá no filho do homem tudo o que
pelos profetas foi escrito;" Se referia as profecias sobre
o Messias, que se cumpriam com Ele.
"Declarou que o escritor Davi falou pelo
Espírito Santo" (Mc 12:35,36); Inspiração mediúnica
(leia o item Espírito Santo) "Jesus cumpriu-a (Lc
24:44). Jesus põe sua aprovação em todas as
Escrituras do Antigo Testamento pois" Leis, Salmos e
Profetas "eram as três divisões da Bíblia nos dias em
que o Novo Testamento ainda estava sendo formado.
"44Depois lhe disse: São estas as palavras que vos
falei, estando ainda convosco, que importava que se
cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de
Moisés, nos Profetas e nos Salmos. 45Então lhes abriu
o entendimento para compreenderem as Escrituras;
46e disse-lhes: Assim está escrito que o Cristo
padecesse, e ao terceiro dia ressurgisse dentre os
mortos;" (Lc 24:44-46)
Mais uma vez, se referia apenas as
profecias a seu respeito.
"Em cada pessoa que aceita a Jesus como Salvador, o
Espírito Santo põe em seu espírito a certeza quanto à
autoria da Bíblia. É uma coisa automática. Não é
preciso ninguém ensinar isso. Quem de fato aceita a
Jesus, aceita também a Bíblia como a Palavra de
Deus, sem argumentar."
Ora, isso é um convite a fé cega!
Em Jo 7:17, Jesus mostra como podemos
ter dentro de nós o testemunho do Espírito Santo
quanto a autoria divina da Bíblia: “Se alguém quer fazer
a vontade de Deus
“14Estando, pois, a festa já em meio, subiu
Jesus ao templo e começou a ensinar. 15Então os
judeus se admiravam, dizendo: Como sabe este letras,
sem ter estudado? 16Respondeu-lhes Jesus: A minha
doutrina não é minha, mas daquele que me enviou.
17Se alguém quiser fazer a vontade de Deus, há de
saber se a doutrina é dele, ou se eu falo por mim
mesmo. 18Quem fala por si mesmo busca a sua
própria glória; mas o que busca a glória daquele que o
enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça.
(João 7:14-18)
Mostra Jesus que não é Deus, mas um
enviado de Deus, trazendo a palavra de Deus. E diz o
óbvio: que devemos reconhecer o que é a sua palavra
e a palavra de Deus, para procurar cumprir essa última.
Não diz nada sobre a Bíblia ser divina.

Adão, Eva, Caim, Abel

Aos irmãos de outros credos religiosos que


souberem e se dispuserem a explicar-me as passagens
bíblicas seguintes ficarei grato, pois não tive o
entendimento para aceitar como coerentes os fatos
narrados a seguir.
A Bíblia nos diz que "Deus formou o homem
do pó da terra" (Gn. 2:7). E disse o Senhor: "Não é bom
que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora que
lhe seja idônea". (GN. 2:18) e, Deus retirou uma das
suas costelas (Gn. 2:21) "e transformou-a numa mulher
e a trouxe para Adão (Gn. 2:22). E naturalmente ao se
coabitarem, tiveram dois filhos: Caim, que foi lavrador,
e Abel, que foi pastor de ovelhas. (Gn. 4:1-2). Ocorreu
que ambos fizeram ofertas do que possuíam ao
Senhor. Mas o Senhor agradou-se mais de Abel e de
sua oferta, o que provocou ciúmes e ira em Caim,
levando-o a matar seu irmão Abel (Gn. 4:8).
Os fatos, até o presente momento, são
aceitáveis, porém, como explicar que "Caim tenha
coabitado com sua mulher e esta tenha dado à luz a
um filho que foi chamado de Enoque, e ainda: Caim
edificou uma cidade" (Gn. 4:17).
A pergunta é: De onde surgiu essa mulher,
se na Bíblia, até aquele momento, só havia uma única
mulher, originada da costela do único homem, os quais
eram seus legítimos pais biológicos?
Após matar seu irmão, Caim sai a edificar
uma cidade. Com quem? Para quem? Teria a Bíblia
omitido a existência de outros povos?
Aos cento e trinta anos de idade Adão e Eva
tiveram o terceiro filho, o qual foi dado o nome de Sete.
(Gn. 4:25 e 5:3). (Não vamos questionar o fato de uma
mulher dar à luz aos 130 anos de idade, pois a vida
continuou e após seus cento e trinta anos, ainda
tiveram outros filhos e filhas. (Gn. 5:4), vindo a falecer
aos 930 anos de idade. (Gn. 5:5). É com você, leitor, a
reflexão sobre esses fatos narrados na Gênesis.
Até nos dias de hoje, seguem barbaridades:
No século XVIII as ideias moralizadoras da
igreja ganharam mais adeptos, aumentando, com isso,
as ideias antitrinitárias. As reações contra aqueles que
não acreditavam na ideia trina foram as seguintes:
1575 – Foram queimados os "batistas
arianos";
1612 – Foram queimados os últimos
ingleses por motivos de fé;
1717 – Alguns pastores presbiterianos foram
obrigados a decidirem entre a ortodoxia (ideia trina) e o
arianismo;
1813 – O Parlamento britânico extinguiu as
penas contra os negadores da Santíssima Trindade.
Por último, mais recentemente, (1977), sete
teólogos ingleses publicaram um livro com o título: "O
Mito do Deus encarnado", combatendo a crença de
muitos religiosos que aceitam a ideia de que Jesus é
ou foi Deus.
Será que Deus deixaria qualquer ser, não
somente humano, morrer em seu nome desse jeito?
Sem nada fazer? Ele não é amor, perdão e eternidade?
E, volto a questionar sobre Caim e Abel, qual
deles era hermafrodita ou gay, ou mulher com nome de
homem, pois que gerou esses filhos deles?: E que
povos eram esses que Caim foi dado como escravo
para pagar seu pecado, se na Bíblia menciona
somente, Eva, Adão, Caim e Abel?

As perguntas mais frequentes sobre


ESTUDANDO A BÍBLIA. ( resumo )

O que é a Bíblia ?
- È o conjunto dos livros que compõe o
Velho e o Novo Testamentos. (pág 03);

Pode haver contradições bíblicas ?


De acordo com os textos seguintes, sim.
a – Considerando que Deus é de infinita
sabedoria e que suas obras são perfeitas, como pode,
Ele, arrepender-se do que fez ? (pág 06);
b – O 5º mandamento diz: "Não matarás".
No entanto, manda matar os amigos, vizinhos e todo
aquele que tiver fôlego. Veja mais citações na Pág 06.

Jesus e Deus são uma só pessoa ?


Não. Esta questão foi rejeitada por três
concílios consecutivos. No entanto, foi aprovada no
concílio de Nicéia em 325 d.C. Talvez, para a época, se
justificasse atribuir a Jesus a divindade do Pai. Hoje
porém o homem está mais esclarecido e só aceita
certas coisas se estiverem coerentes com a razão e a
lógica. (pág 07)

Como provar que Jesus não é Deus ?


- Nas pág. 07 e 08 constam várias citações
bíblicas em que Jesus se coloca na condição de filho
de Deus. Ex.:
A – "... ninguém vai ao Pai, senão por mim";
B – "Tudo que o Pai me dá, ...";
C – "... O Pai é maior que Eu ...".

Existem penas eternas ?


- Entendemos que não. Vejam as citações
bíblicas:
A – "Deus quer que todos os homens se
salvem ..." (1ª Timóteo 2:3-4) pág 08;
B – "Toda Terra se converterá ao Senhor ...";
C – "Não quero a morte do ímpio, mas que
ele se converta e viva" (Ezq. 33:11);
D – "Não é da vontade do Pai que nenhum
desses pequeninos se percam" (Mt 18:14) pág 09;

E o inferno, existe ?
- Antigamente, com o objetivo de se fazer
com que as pessoas não errassem tanto (pecassem),
amedrontavam-nas com ameaças das penas eternas
no fogo do inferno. Não existe inferno; (pág 10) .
E o que dizer então de satanás, demônio,
diabo, etc.?
A – Para os cristãos antigos não existia essa
figura de satã ou satanás. É sabido que os judeus
saíram do exílio babilônico por volta do ano 538 a.C..
Trouxeram de lá muitos costumes. E foi do
zoroastrismo, religião dos persas, que trouxeram a
ideia de satã. É bom frisar que a primeira citação de
satanás na Bíblia está no livro de (Jó 1:6) e nos livros
escritos após o ano de 538 a.C.. Satanás, não é, então,
um conceito bíblico. Não existe.. pág 10.
B – Do Grego, "daimon" significa
inteligência, gênio, etc.. Modernamente lhe é dado o
significado de espírito do mal. Não é o mesmo que
satanás. Espíritos perversos existem e muitos. Vale
lembrar que segundo os evangelhos, Jesus expulsou
"demônios" (espíritos maus) e nunca satanás, pois este
não existe.
C – A figura de lúcifer foi incluída na Bíblia
por São Jerônimo, (Isaias 14:12), quando da vulgata.
Vejam (Isaias 14:3-22) que o tema versa sobre o Rei
babilônico Nabucodonossor.

A Bíblia é falível (contém falhas)?


Não diria somente a Bíblia, mas as Bíblias.
Elas contêm vários textos contraditórios e muitas
alterações procedidas por seus tradutores, tudo de
acordo com suas convicções. Isto nos leva a crer que
ela é falível sim. Repito: A Bíblia deve ser lida, mas
com cuidado para não aceitar tudo que outras pessoas
querem que acreditemos sem buscar a razão e a
coerências. Cuidado com o fanatismo! Basta usar o
bom senso e buscar melhor esclarecimento à luz da
razão. Por exemplo: comparem as seguintes citações:
A – (2ª Sam. 24:1) com (1ª Crônicas 21:1);
B – (Dt. 24:16) com ( Num. 14:18) e
(Jeremias 31:29-30) com (Dt. 5:9).

Pode citar algum exemplo de alteração da


Bíblia ?
a – Na tradução do hebraico para o grego
foram acrescentados sete livros; (pág 16)
b – Na tradução do grego para o latim, São
Jerônimo mandou uma carta ao Papa dando conta de
que iria acrescentar, substituir, suprimir e corrigir
textos, etc.;
c - Revisões e correções de 1945, 1967 e
1995 (pág 25);
Em que língua foi escrita a primeira Bíblia
?
Na língua hebraica.

Quais as traduções seguintes ?


a – Septuaginta (do hebraico para o grego);
b – Vulgata (do grego para o latim); e:
c – Do latim para outros idiomas.

Daí todas essas interpretações sobre Deus,


e as mais variadas religiões. Se Deus está em todas
como pregam, ele não existe em nenhuma! E a Bíblia
escrita em hebraico, língua judia, só beneficia o s
judeus, que são exaltados pelos evangélico e até certa
veia do catolicismo, como o “povo eleito”. Elei to para
quê mesmo?

Os espíritas acreditam na reencarnação.


Este tema é também recente ?

Não é recente. Reencarnação, vidas


sucessivas, palingenesia, etc., é assunto bem antigo.
Desde muito antes de Cristo que o assunto é estudado,
aceito e divulgado na Índia antiga, com o livro dos
vedas, na Ásia; pelos egípcios, na África; pelos
hebreus, no Oriente; pelos gregos e romanos na
Europa e pelos druidas, na França. (pág. 17).

Mas a igreja católica é contra a


reencarnação.

Diria que parte dos católicos apenas, não


todos. Mesmo assim, nos dias atuais, pois até o
segundo concílio de Constantinopla, em 553 d.C., a
igreja católica aceitava e divulgava para seus fiéis esse
princípio (pág 17). Por problemas puramente políticos
foi retirado do cânone religioso. Mas nem o Papa da
época, Virgílio, nem outras autoridades religiosas
quaisquer assinaram o documento reprovando a
reencarnação. E olhe que o Papa Virgílio ficou preso
em Roma durante oito anos (pág 17 e 18). Na
sequencia serão citados alguns nomes de ilustres
dirigentes religiosos sensatos que assumiram a
responsabilidade de trazer a verdade até seus fiéis:
A – Plotino, em sua obra "Eneidas";
B – Os judeus, no livro "O Talmude"
(indícios);
C – Padre Dindon, na obra "Vida de Jesus";
D – O sábio beneditino D. Calmet, na obra
"comentários";
E – O Cardeal Nichollas de Cusa em seu
trabalho "Teoria da pluralidade das existências das
almas";
Obs.: Os Papas Eugênio IV e Nicolau V
apoiaram o Cardeal Nichollas e suas ideias.

Mas na Bíblia não consta nada sobre a


reencarnação.

Consta sim. Às páginas 18 a 20 do presente


trabalho indicam outras citações, a exemplo das
seguintes:
A – (João 9:2) "Quem pecou para que este
homem nascesse cego, ele ou seus pais?"
Obs.: Como pode alguém pecar antes de
nascer se não for em outra vida?
B – (Jò 8:8-9) "Pergunta à gerações
passadas, examina a experiência dos pais, somos de
ontem e nada sabemos"
C – (Jó 14:14) "Morrendo um homem,
tornará a viver? ..."
D – (Mt 16:13-17) Algumas pessoas
achavam que Jesus era João Batista, outros, que era
Elias, Jeremias, ou algum dos profetas. Fica bem claro
que acreditavam nas vidas sucessivas (reencarnação).
Caso contrário não diriam que uma pessoa já morta
fazia tempo, estivesse viva em carne e osso naquele
momento;
E - (Isaias 26:19) "Os teus mortos tornarão a
viver ..."
F – (João 3:3) "... se alguém não nascer de
novo, não pode ver o reino de Deus";
G – (João 3:7) "Não te admires de eu te
dizer: importa-vos nascer de novo".

Como acreditar na prática mediúnica, ou


seja, na comunicação entre vivos e mortos se a
igreja e a Bíblia condenam essa prática ?
Alguns membros das igrejas podem até não
aceitar, mas por falta de orientação correta ou de
compromisso com a verdade. Quanto à Bíblia, pode
haver algum paradoxo por causa de algumas
alterações tendenciosas de algumas pessoas. A Bíblia
não proíbe a prática mediúnica ou prática espírita,
muito pelo contrário, cita várias passagens, tais como
as amostras seguintes, pois a Bíblia está recheada de
citações mediúnicas. Ex.: (pág 21)
A – (1ª Sam. 28:3-25) O Rei Samuel
consulta uma médium e fala com o espírito de um
morto;
B – (Isaias 8:19) "...acaso o povo não pode
consultar seus deuses e seus mortos em favor dos
vivos?";
C – (1ª Sam. 9:9) Versa sobre a consulta ao
vidente...;
D – (Isaias 30:10) Eles dizem aos videntes...;
E – (1ª Crônicas 29:29) Samuel e Gade são
citados como videntes.

E por que dizem que a Bíblia condena o


espiritismo ?
A Bíblia não condena o espiritismo. Alguns
religiosos é que tentam omitir a verdade a seus fiéis.
Vejam por exemplo:
A – No seu original, não condena;
B – Na versão grega, também não;
C – No texto latino, idem.
Na Bíblia de Jerusalém, edição paulinas, na
tradução para a língua portuguesa colocaram em
Deuteronômio 18:11, a proibição de se interrogar os
mortos.
Allan Kardec, por volta de 1854 já combatia
a consulta indevida aos mortos, tal qual fez Moisés
(Livro dos médiuns Cap. 25, questões 273 a 275)
A 35ª edição da Bíblia dos irmãos
testemunhas de Jeová, editora Ave Maria, consta, em
Levítico 19:31 "Não vos dirijais aos espíritas, ..."
(Mt 18:20) "Onde estiver dois ou mais
reunidos em meu nome, ali estarei".
Obs: Jesus exclui alguém com estas
palavras ?
Com as citações seguintes tiraremos
possíveis dúvidas se é a Bíblia ou o homem que tenta
combater a doutrina espírita, por falta de conhecimento
ou por outro motivo qualquer.
(Nm. 11:26-30) "...quem dera todo mundo
fosse profeta" (médium);
(1ª Sam. 28:3-19) O Rei Saul consulta uma
médium e fala com o espírito de um morto.;
(Mt 17:1-8) Jesus reúne Pedro, João e Tiago
e sobe ao monte tabor onde conversa com os espíritos
de Elias e de Moisés.; (Será que Moisés proibiu falar
com os mortos, etc ?)
(1ª carta de Paulo aos coríntios 12:4-11) diz
que há vários dons, mas que o espírito é o mesmo.;
(1ª aos Tessalonicenses 5:19-21) "Não
extingais os espíritos, discerni tudo e ficai com o
melhor".;
(João, na sua 1ª carta, 4:1-3) nos alerta
sobre a comunicação dos espíritos impostores. A
mesma orientação de Allan Kardec.
Diante de algumas citações acima, pode-se
afirmar que a Bíblias condena o espiritismo?
Obs.:
Estas foram as perguntas que mais me
foram direcionadas por conta da presente pesquisa.
Por favor, qualquer sugestão com o intuito de sanar
possíveis equívocos, será bem aceita.

MINHA PARTE

Diante de tudo isso, venho apresentar minha


visão sobre Deus:
Ora, é humanamente e eteriamente
impossível existir UM Deus. Um Deus que cuida de
tudo e de todos sozinho. Aliás, não existe fisicamente
um deus, nem vários deuses.
Deus é tudo que está no universo, ou seja,
ele é o universo! - veja logo mais uma breve
explanação sobre o que é o universo, física, científica e
astronomicamente falando, do universo.
Deus não dá nada a ninguém, nem mesmo
tira de alguém. Tudo de bom ou ruim que nos
acontece, é fruto dos nossos atos nesta e em outras
vidas. Sim, porque é impossível que tenhamos
somente esta vida, pois se for assim, Deus foi ingrato e
injustos com alguns, e demasiadamente generoso e
benevolente com outros.
Ora, se Deus dá fome e doenças na África
negra e condições ideias de vida nos países nórdicos,
ele é um puxa saco deles?
Por que quando há um acidente de ônibus,
por exemplo, morrem alguns ou muitos, e outros
escapam, muitas vezes ilesos? Deus escolheu alguns
de seus filhos e desdenhou outros? Que pai faria isso?
Deus causou o acidente, já que ele tem o
domínio de tudo e de todos. E o mesmo acidente ele
faz mães chorarem desesperadas pelos seus filhos e
outras clamam a ele o salvamento de outros.
Por que umas mães são melhores que
outras na concepção de Deus?
Aí vem alguém dizer que os desígnios de
Deus não são para nossa compreensão. Boa desculpa
para os religiosos, que exploram a fé dos incautos.
Por que no mesmo dia que nasce uma
criança sadia, em berço de ouro, com todo o futuro
promissor, nasce também uma criança pobre,
deficiente física ou psíquica, sem futuro ou perspectiva
alguma? Sem motivo algum, pois já que nasceram no
mesmo dia, puros, inocentes, que mal fizeram a Deus
ou alguém? Vidas passadas!!!!!!!!
Por isso minha afirmação de que Deus não
dá nada nem tira de ninguém. Mesmo porque não pode
nunca ter existido um Deus físico. Se pensarmos bem,
a bíblia, que é a maior farsa de todos os tempos, já que
privilegia somente o povo judeus (que não sei se é para
rir ou chorar), diz que somos feitos a imagem e
semelhança de Deus. Pronto! Se isso é verdade Deus
precisou de um pai e uma mãe para nascer, senão não
somos imagem e semelhança coisa nenhuma. E era
para sermos todos homens, já que Deus supostamente
é homem.
E ainda, vou mais adiante: Jesus precisou
de uma mãe e um pai. A conversa de que Maria
engravidou de um anjo, é pra boi dormir. Para que deus
usaria um anjo engravidando uma mulher terrena, se
ele poderia com todos os poderes a ele atribuídos, ter
colocado Jesus diretamente na terra sem precisar de
mãe. Se precisou de mãe, precisou de pai também,
senão vira histórias de criancinhas.
Tudo de bo0m agradecemos a Deus, tudo
de ruim, reclamamos, mas não recriminamos Deus,
falando que foi ele que quis.
Partindo desse pressuposto, concluo que
Deus é ditador, autoritário e nos obriga a crer e seguir o
que ele deseja, senão sofreremos, como está escrito
em todas as religiões! Ele nos obriga a aclamar o povo
judeu, daí a discriminação para com os outros povos,
principalmente com os árabes, os maldoso da história.
Pois nem os romanos que crucificaram Jesus, a mando
dos judeus, ele castigou, já que a Itália é um país rico e
evoluído.
Na Bíblia fala que Deus pedia autorização a
Moisés para matar quem não o seguisse. Desde
quando Deus precisa de autorização de alguém para
fazer alguma coisa?
Alguns atos da humanidade são atribuídos a
Deus, em qualquer religião ou lugar. Em nome de Deus
a Igreja Católica matou, queimou durante a inquisição.
Em nome de Deus os evangélicos pregam a
abstinência de muitas coisas, mas nunca a abstinência
do dizimo. Os muçulmanos, em nome de Deus,
explodem outros irmãos pregando a Jihad – guerra
santa. Até em nome de Deus os ateus pregam a sua
inexistência sob qualquer forme, e os agnósticos,
pregam a dúvida sobre a existência de Deus.
Nenhum deles, Deus pune ou castiga,
porque é da natureza de Deus o amor, a vida e o livre
arbítrio, que nós e Deus temos.
Ora, a vida é um espelho, tudo que fazemos
de bom ou de ruim, fazemos para nós mesmo. Pois,
quando olhamos num espelho, a gente se enxerga
nele, não enxergamos ninguém mais.
Deus é o tudo e o nada. O tudo pois, ao
nosso redor o que vemos e sentimos, é Deus. E o
nada, porque nunca o alcançaremos nem chegaremos
a senti-lo. Não fisicamente.
Deus não teve começo nem terá fim, assim
como nós, que somos uma centelha dele. Deus é a
criação, o criador, o mundo, o universo, somos nós,
são os animais, plantas, minérios o ar, o fogo, etc.
Quando estamos fazendo o bem, estamos
alegres e otimistas somos Deus, quando estamos o
contrário, somos o demônio.
Aliás, por falar em demônio, coitado, nunca
existiu nem existirá! Deus não faria sua antítese. A
história de que o demônio foi um anjo que rebelou,
Lúcifer, e Deus não o trouxe de volta, me faz deduzir o
seguinte:
Primeiro – Deus é imperfeito, já que fez um
filho malfeito, que não seguiu sua formatação, e se
rebelou querendo ser ele, Deus.
Segundo – Deus é mais imperfeito que eu
imaginei, pois além de ter errado na “fabricação” deste
filho ingrato, ele não conseguiu consertá-lo, fazendo
voltar a ser bom.
A verdade é que Deus é totalmente perfeito,
nunca existiu demônio, capeta, diabo, duba-dubá, ou
qualquer outro ser parecido. O diabo está dentro de
nós assim como Deus está. O bem e o mal são Deus.
Deus é tudo. Ou então ele não existe e as coisas
surgiram do nada.
Aliás, falando em nada, a teoria do big bang
que criou o mundo - outra idiotice -, por onde andava
Deus antes? Ou o big bang é Deus. Antes de Deus, o
que existia, antes de tudo surgir, quem fez Deus?
Deus, sempre esteve, pois ele não é nada, já
que nunca o veremos, e é tudo, já que tudo que está aí
é Deus.
Não prego o ateísmo nem o agnosticismo.
Pois a força criadora existe. O nosso pensamento de
bem ou de mal, o voo de um pássaro, avião ou disco
voador, é Deus.
Os esportes, as armas, os salvamentos, os
assassinatos, os foguetes, a lua, a galáxia. Sim as
galáxias, pois todos os planetas e rincões desse
universo é habitado. Seria muita prepotência nossa
achar que somente a Terra é habitada. Ou para que
serviria todos os outro planetas e astros? Para enfeitar
as noites de namorados? Ou Deus não tinha mais o
que fazer depois de nos criar na Terra, ele resolveu
encher o céu de penduricalhos e bugigangas? Ou seria
a versão dos evangélicos, somente para iluminar as
noites escuras? O sol serve para que mesmo? Deus
tem muitas habitações e lugares para tomar conta, não
pode somente se preocupar com a Terra.
E para que serve a morte? Para que Deus
nos tira a vida que ele mesmo nos dá? Seria ele um
zombador?
Por que das dificuldades que passamos?
Por que o mundo não é um paraíso? Seria a
interpretação de Adão e Eva? E seus filhos, Caim e
Abel?: Qual dos dois era mulher ou hermafrodita? Pois
tiveram filhos, e Caim, depois de matar Abel, foi
vendido a outros povos, como forma de castigo. Que
outros povos eram esses, já que somente existia, Eva,
Adão, Caim e Abel?
São fatos que nos leva a imaginar o quanto
fomos enganados todo esse tempo, por aproveitadores
religiosos, que dominaram e dominam o mundo até
hoje, usando a nossa “boa-fé”!
Como Sigmund Freud disse um dia, “a
crença em Deus vem do desejo de um pai protetor e
imortalidade, ou como um ópio contra a miséria e
sofrimento da existência humana”. Pode ser um pouco
radical demais, mas em síntese é isso mesmo que
sempre ocorreu na história religiosa da humanidade,
junco com a sede, o desejo e a necessidade de
controlar o povo.
“Atos” de Deus na Terra

Desde a criação do nosso planeta, vem


acontecendo mudanças, transformações e revisões.
Tudo por parte de Deus. Mesmos as nossas
intervenções na natureza, foram feitas por Deus, já que
somos as mãos dele aqui.
Os terremotos em quase todo o planeta,
excluindo, quase que exclusivamente o Brasil, os
maremotos e os vulcões, idem. Por que nós fomos
privilegiados sem esses fenômenos naturais? Nós que
somos uma nação nova, poderíamos sofrer muitas
coisas, pois nações antigas, já sofreram bastante.
Não me entra na cabeça o fato de Deus ser
tão mesquinho e discrepante.
Não existe justiça ou injustiça. Perfeição ou
imperfeição. Com Deus tudo é correto. Ele nunca
causaria dano a alguém em benefício de outrem.
Um pai não castiga um filho e deixa outro
livre, sendo os dois com o mesmo índice de bondade
ou maldade. Por que alguns são presos por serem
maus, delinquentes e tenebrosos? Por que outros não
são assim? Imperfeição de Deus? Não! Vidas
passadas!
Por que outras pessoas tentam a vida toda
conseguir um futuro confortável, batalha é honesto,
trabalha, faz sempre o bem, e não consegue atingir
esse patamar. Conquanto que outros recebem tudo
facilmente?
È de se imaginar que toda a bondade e
compreensão dessa força tem um limite, um fim. Isso é
a razão de coisas boas e más, de gente boa e má,
precisamos desses preceitos para evoluirmos. Você
pode perguntar, se Deus é bondade, por que dessas
situações? Respondo que ele é bondade e maldade,
ele sopra o bem, e nós temos a autonomia de seguir ou
não. Essa autonomia só atrasa a nossa evolução, já
que não somos bons o tempo todo. Por isso que Deus
não dá nem tira, você cava ou não sua própria
sepultura, falando metaforicamente. Como disse uma
vez o célebre escritor espanhol, Miguel de Cervantes,
"Deus tem paciência com os maus, mas não para
sempre".
Seria um despropósito de Deus. Já que ele
nos colocou no mundo com igualdade de condições e
competitividade. Não justifica ajudar uns e não outros.
Então Deus não dá mesmo nada ninguém, nem tira de
ninguém.
Deus criou as doenças, algumas ele ensinou
a cura, e outras não. Por que? Alguns povos da Terra
têm mais sabedoria, inteligência e destino melhores
que outros. Por que se somos todos filhos dele? Não
justifica trabalharmos, construirmos um patrimônio,
educar os filhos, ter uma aposentaria digna, e outros
irmãos fazer o mesmo trabalho e nunca ter nada.
Os simples mortais sofrem as mazelas dos
dias, as rotinas de pegar um trânsito ruim nas grandes
cidades, longas distâncias percorridas, e alguns
privilegiados políticos, roubarem, desviar fundos de
saúde, burlar a lei, e continuarem soltos, ricos, felizes e
com imunidade. Isto é Deus quem fez? Sim, partindo
do princípio de que Lê tudo vê, foi ele sim.
Aí eu entro no tema: Deus não dá nem tira
nada de ninguém. Tudo que acontece com o nosso
planeta, é obra nossa junto com o que está escrito
pelos engenheiros planetários, há milênios.
Não culpemos Deus. Também não devemos
dar crédito a ele pelas coisas virtuosas. Porque as
coisas virtuosas ou ruins acontecem com todos, e não
há interferência divina. Deus não é injusto, porque ele
não criou justiça. Ele não é puro, já que não criou
impurezas, ele não certo porque não criou o errado. Ele
simplesmente é uma luz que não teve começo nem
terá fim, então nunca existiu e sempre esteve aí.
O próprio Jesus disse certa vez: "O que
queres que os homens façam por ti, faça igualmente
por eles."
O que podemos fazer para sermos felizes
sem Deus? Tudo, pois tudo está a nossa frente. bom e
ruim. Assim como elucidou o escritor, poeta e artista
parisiense, Jean Cocteau, "Deus não teria alcançado
nunca o grande público sem a ajuda do Diabo."
Não adiante você passar os dias rezando,
orando, fazendo referências a Allah, Jeová, Buda, Pai
de Santo, ou qualquer expressão de fé, se você não faz
as coisas certas. Costumo usar um simples exemplo:
Faço uma aposta com qualquer pessoa, faremos uma
inscrição em um concurso ou vestibular. Passarei um
mês estudando e o meu oponente apostador, passará
um mês rezando somente, pedindo a Deus para
passar. Veremos quem terá melhor sorte e sucesso.
Escreveu Mikhail Bakunin: “A existência em Deus
implica necessariamente a escravidão de tudo abaixo
dele. Assim se Deus existisse, só haveria um meio de
servir a liberdade humana: seria o de deixar de existir.”
Isso prova que Deus não interfere em nada
nesse universo. Tudo está dentro de nós. Cada um
temos uma aptidão, ou dom. Isso é parte de Deus,
como somos, pois precisamos de todas as aptidões, de
médicos, engenheiros, taxistas, pedreiros, garimpeiros,
padeiros, cozinheiros, para que tenhamos uma
sociedade e uma vida sequencial. Isso é Deus
evoluindo junco conosco, as centelhas.
Há uma vasta e elucidante explicação sobre
Deus, no livro O Evangelho Á Luz do Cosmo, de
Ramatís, onde em uma linguagem “terrena”, ele
esclarece algumas verdades. Vale a pena lerem.
Se você considerar Deus um ser que nos
influencia e influencia o cotidiano do universo,
estaremos deixando na mão de um ser que falhou
antes, e falhará de novo, correndo o risco do fim da
existência. Falo de um ser pregado para nós ao longo
da humanidade terrena, pois criou um anjo, e esse anjo
rebelou. Criou o paraíso, colocou simples mortais lá, e
eles acabaram com o mesmo. Criou através, de um
outro humano, os mandamentos que tornaram-se
obsoletos diante dos avanços e as consequências
trazidas por eles. Então é ou não é um ser que falhou?
Ou então esse ser não é Deus, já que ele não falha
nunca. Essa força criadora, esse pensamento, essa
inspiração, esperança, ideal, correção e exatidão nunca
falharam. Por isso o mundo é Deus, e não feito por
Deus. Nós que somos centelhas, fagulhas por assim
dizer, é que falhamos, como as vezes nossos
movimentos, cálculos ou pensamentos são falhos, e
somos sentenciados por isso, acontece o mesmo com
Deus, quando nós falhamos. A sua sentença é a não
evolução momentânea. Imagine todo o universo
evoluindo e |Deus precisando dessa evolução. Como
nos ditou bem o grande inglês Victor Hugo, "Deus é a
evidência invisível”.
Precisamos também de “outras” aptidões,
como ladrões, malfeitores, inescrupulosos, corruptos,
doentes, etc, para que as profissões acima tenham
efeito de existirem. Isso também é Deus.
Precisamos dos animais, das plantas, dos
astros e asteroides, chuvas e das secas, pois
desenvolvimentos ocorrerão com estes fenômenos, e
os seres vivos citados nos ajudam na evolução
espiritual, como os animais domésticos, principalmente
– nossos irmãos.
Essas necessidades descritas acima, são
inerentes e referentes ao nosso planeta Terra.
Aos outros, bilhões deles, cada um com
suas necessidades. Porém, todas sevem para
evoluirmos. Para chegarmos no que Deus é hoje, e o
que ele foi ontem, pois assim ele chegará mais
distante, mais evoluído. Até quando? Esse é o
verdadeiro segredo de Deus. Como disse Ayran Rand,
"Deus... um ser cuja única definição é que ele está
além do poder do entendimento humano".
Buda disser outrora: "A Vida não é uma
pergunta a ser respondida. É um mistério a ser vivido”,
no caso, Deus é a vida, é o mundo, é o vento, são as
plantas, as galáxias, etc, pois como o próprio Jesus
disse, “no reino de meu pai, existem várias moradas”,
para um bom entendedor...

Deus e o Infinito

Não é pelos sentidos que podemos chegar


ao infinito, assim como não é através dos olhos que
podemos ver a substância ou essência. Não é pelos
sentidos que chegamos a esta conclusão, porque o
infinito não pode ser objeto dos sentidos. E quem nega
o infinito por não ser sensível, nega o próprio ser. Por
isso resta apenas ao intelecto julgar e dar razão sobre
aquilo que é afastado do tempo e do espaço.
Se o mundo é finito e fora do mundo nada
existe, onde está o mundo? Onde está o universo?
Estarão o céu e o mundo em parte alguma?
O que está além do mundo? Se a resposta é
nada, então é certo dizer que há o vácuo. E que o
vácuo não possa ter limites senão o limite que separa
ele mesmo do mundo. Pois um nada limitado seria
muito mais difícil de imaginar.
Por não haver limite, nem termo ou
superfície, é dito com razão que o universo onde o
nada e o mundo estão (se é que se pode afirmar que o
nada está em algum lugar) é “Todo Infinito”, porque
não possui limite e nem termo. Porém não pode ser
dito que é “Totalmente Infinito”, pois dizer isso é o
mesmo que afirmar que cada parte tomada do universo
é infinita também. E não é pois, como dito, o mundo
finito é parte do universo infinito. E sobre ser “Todo
Infinito”, digo que Deus também é, por excluir de si
qualquer termo ou limite e também por que cada um de
seus atributos é uno e infinito. Mas Deus também é
“Totalmente Infinito” porque está inteiramente em todo
o mundo e em cada uma de suas parte, diferente da
infinitude do Universo que existe totalmente no “todo”,
e não nas “partes”.
Logo, por todas as razões segundo as quais
se afirma ser conveniente, justo e necessário este
mundo, considerado como finito, assim também devem
ser considerados convenientes e justos todos os outros
inumeráveis mundos, aos quais, pelo mesmo
raciocínio, a onipotência concede a existência; e sem
os quais ela mesma viria a ser acusada de deixar um
vácuo, em outras palavras, por não querer ou não
poder, onde não há a existência do ser há o universo
infinito de nada.
Que motivo nos levaria a acreditar que o
agente, podendo fazer um bom infinito, o faça finito?
E se o faz finito, por que devemos acreditar
que possa fazê-lo infinito, sendo nele a mesma coisa o
poder e o fazer? Pelo seguinte:
-se é imutável, não há contingência nem na
operação, nem na eficácia, mas de uma de uma
determinada e certa eficácia depende imutavelmente
determinado e ceto efeito;
-daí não poder ser outra coisa senão aquilo
que é, nem poder ser aquilo que não é;
-nem pode ser senão aquilo que pode;
-não pode querer outra coisa senão aquilo
que quer;
-e necessariamente, não pode fazer outra
coisa senão aquilo que faz;
-porquanto, possuir a potência distinta do
ato é próprio somente das coisas mutáveis.
Certamente não é sujeito de possibilidade
ou potência aquilo que nunca existiu, não existe e
nunca existirá;
Se o primeiro eficiente não pode querer
nada mais além daquilo que quer, também não pode
realizar nada além daquilo que faz.
Por isso não há como crer na potência ativa
infinita, à qual não corresponda potência passiva
infinita, pretendo que faça apenas um e finito aquele
que, no infinito e imenso, pode fazer inumeráveis,
sendo sua ação necessária, porque precede de tal
vontade que, por ser imutabilíssima, antes, a própria
imutabilidade, é ainda a própria necessidade. E por
isso é necessário afirmar das duas uma;
-ou que o eficiente seja reconhecido como
causa e princípio de um imenso universo que contém
inumeráveis mundos;
-ou que dependendo dele um universo finito,
com astros de números determinados, seja atribuído a
uma potência ativa e determinada, como é
determinado e finito o ato, pois tal é a vontade e tal é a
potência, qual é o ato.
Se o universo for Infinito e Imóvel, não é
necessário procurar o motor dele. E mais, se infinitos
são os mundos contidos no universo, todos se movem
pelo princípio interno, que é a própria alma. E também
cada mundo, ou astro, assim como esta Terra, não
estão fixos em parte alguma, e giram em volta de seu
próprio eixo ou em torno de um sol, movidos pelo
instinto animal interno e tais mundos, inumeráveis, são
similares ao do sistema solar.
Porém, o movimento dos astros não seria
esférico como Copérnico havia apresentado. Bruno
suprime a esfera das estrelas fixas conservada por
Copérnico e alarga o universo ao infinito. O universo
não tem limites nem referência absoluta e, portanto, as
várias imagens dele são relativas: qualquer ponto é
centro - periferia.
Como no exemplo onde: algo que suba da
terra em direção a lua, para quem estiver na lua lhe
parecerá que está caindo da terra em direção ao solo
lunar e não subindo. E assim é tão certo afirmar que
algo que esteja caindo está subindo ao mesmo tempo,
quanto afirmar sobre a impossibilidade de o infinito ser
tão verdadeiro quanto afirmar que o universo é infinito,
mesmo que pareça absurdo, e também é por isso que
de forma alguma é oportuno destruir a filosofia alheia
para confirmar a própria, pois na verdade são apenas
argumentos e palavras jogadas ao vento.
No Universo de Giordano bruno - teólogo,
filósofo e frade dominicano italiano, que viveu na Idade
Média e foi executado na fogueira da Inquisição,
acusado de herege (isso prova mais uma vez minha
teoria de que Deus pregado pelas religiões ´é um
autoritário, déspota e ditador sanguinário), pronunciou
antes de morrer: "Ainda que isso seja verdade, não
quero crê-lo; porque não é possível que esse infinito
possa ser compreendido pela minha cabeça, nem
digerido pelo meu estômago..." - o movimento de todas
as coisas não seria de natureza puramente mecânica,
como se o mundo fosse um jogo de partículas móveis,
cujo deslocamento seria resultado de um movimento
inicial gerado por um ser superior, – como Aristóteles
apresenta – um primeiro motor que possa gerar
movimento e mesmo assim ser imóvel, que explicado
por São Tomás de Aquino seria Deus. Assim, a
ortodoxia cristã, apoiada na metafísica aristotélico-
tomista, coloca Deus como a primeira causa e
transcendente, ou seja, tem existência plena e
separada de suas criaturas. Bruno, ao contrário,
considera Deus como aquilo que consiste na própria
essência de todo Universo e idêntico a ele. Deus seria
o próprio mundo, não podendo ser o criador do
Universo.
Mas a Igreja interpretou de outra forma
suas afirmações. Com pensamentos como este de que
o universo é formado por inumeráveis mundos onde as
coisas são relativas e por isso não podem ser
confirmadas, a igreja conclui que Bruno afirma que
além da bondade ser relativa, Deus também é assim
como pode ter havido um Jesus em cada mundo.
Bruno causa inquietação na Igreja Católica
que, por ordem papal, decide e aprova o suplício de
Bruno em 1600, executado "sem que o sangue fosse
derramado", isto é, Bruno foi queimado vivo na
fogueira em praça pública, visto por todos inclusive
pelo governador da cidade. O que causou enorme
desconfiança da ciência para com a Igreja. Até hoje a
Igreja Católica só deplorou a execução, mas não os
motivos da sua condenação. E o Pontificam Consilium
Cultura que reabilitou Galileu Galilei, somente em
1992, ainda não tomou uma decisão favorável a
Giordano Bruno. A obra de Bruno por sua vez só foi
retirada do Index dos livros proibidos aos católicos em
1948, mostrando mais uma vez como foi mal visto pela
Igreja por apresentar uma ideia de mundo que depois
foi tão fácil aceita por tantos outros pensadores como:
Newton, Koyré e Einstein.
Por ser assim, todo movimento relativo, no
todo nada é imóvel, nem mesmo a terra, – como
Copérnico viera confirmar com seu heliocentrismo – e
os astros, erroneamente tomados por estrelas fixas,
são sóis de longínquos sistemas solares copernicanos.
O porque de tudo isso é que nos faz querer
o bem, a o amor, as coisas corretas. É a esperança de
que Deus veja isso, a evolução veja isso. Sem esse
segredo que um dia, nem que leve bilhões de anos,
começaremos a entender. E quando isso acontecer,
outros segredos e outros tipos de evoluções surgirão.
Isso é Deus. O segredo, a fé, a esperança, o bem e o
mal, a fé e a falta dela, o demônio e o anjo, o tudo e o
nada, o infinito...

O Universo

A palavra Universo deriva do francês


antigo Univers que por sua vez deriva
do latim universum. A palavra latina foi usada
por Cícero e posteriormente outros autores com o
mesmo sentido que é usada atualmente. A palavra
latina é derivada da contração poética Unvorsum -
usada primeiramente por Lucrécio no Livro IV (linha
262) de seu De rerum natura (Sobre a Natureza das
coisas) - que conecta un, uni (a forma combinada
de unus, ou "one") com vorsum, versum (um
substantivo derivado do particípio passivo perfeito
de vertere, que significa "algo rodado, rolado ou
mudado"). Lucrécio usou a palavra com o sentido "tudo
em um só, tudo combinado em um".
Uma interpretação alternativa de unvorsum é
"tudo girando como um" ou "tudo girando através de
um". Nesse sentido, pode ser considerada a tradução
de uma palavra para Universo no grego
antigo, περιφορα, "algo transportado em um círculo",
originalmente utilizada para descrever o percurso de
uma refeição, a comida sendo carregada em torno de
um círculo de mesas. Esta palavra grega refere-se
a um modelo grego antigo do universo, onde toda
matéria está contida dentro de esferas giratórias
centradas na Terra; de acordo com Aristóteles, a
rotação da esfera ultraperiférica era responsável pelo
movimento e mudança de tudo. Era natural para os
gregos assumir que a Terra era estacionária e que os
céus giravam sobre a ela, porque cuidadosas
medidas astronômicas e físicas (como o Pêndulo de
Foucault) são necessárias para provar o contrário.
O Universo é constituído de tudo o que
existe fisicamente, a totalidade do espaço e tempo e
todas as formas de matéria e energia. O
termo Universo pode ser usado em sentidos
contextuais ligeiramente diferentes, denotando
conceitos como o cosmo, o mundo ou natureza.
A palavra Universo é geralmente definida
como englobando tudo. Entretanto, usando uma
definição alternativa, alguns cosmologistas têm
especulado que o "Universo", composto do "espaço em
expansão como o conhecemos", é somente um dos
muitos "universos", desconectados ou não, que são
chamados multiversos. Por exemplo, em Interpretação
de muitos mundos, novos "universos" são gerados a
cada medição quântica. Acredita-se, neste momento,
que esses universos são geralmente desconectados do
nosso, portanto, impossíveis de serem detectados
experimentalmente. Observações de partes antigas do
universo (que situam-se muito afastadas) sugerem que
o Universo vem sendo regido pelas mesmas leis físicas
e constantes durante a maior parte de sua extensão e
história. No entanto, na teoria da bolha, pode haver
uma infinidade de "universos" criados de várias
maneiras, e talvez cada um com diferentes constantes
físicas.
Ao longo da história,
varias cosmologias e cosmogonias têm sido propostas
para explicar as observações do Universo. O primeiro
modelo geocêntrico quantitativo foi desenvolvido
pelos gregos antigos, que propunham que o Universo
possui espaço infinito e tem existido eternamente, mas
contém um único conjunto de círculos
concêntricos esferas de tamanho finito - o que
corresponde a estrelas fixas, o Sol e vários planetas –
girando sobre uma esférica mas imóvel Terra. Ao longo
dos séculos, observações mais precisas e melhores
teorias levaram ao modelo heliocêntrico de Copérnico e
ao modelo newtoniano do Sistema
Solar respectivamente. Outras descobertas na
astronomia levaram a conclusão de que o Sistema
Solar está contido em uma galáxia composta de
milhões de estrelas, a Via Láctea, e de que outras
galáxias existem fora dela, tão longe quanto os
instrumentos astronômicos podem alcançar. Estudos
cuidadosos sobre a distribuição dessas galáxias e
suas raias espectrais contribuíram muito para a
cosmologia moderna. O descobrimento do desvio para
o vermelho e da radiação cósmica de fundo em micro-
ondas revelaram que o Universo continua se
expandindo e aparentemente teve um princípio.
De acordo com o modelo científico vigente
do Universo, conhecido como Big Bang, o Universo
surgiu de um único ponto ou singularidade onde toda a
matéria e energia do universo observável encontrava-
se concentrada numa fase densa e extremamente
quente chamada Era de Planck. A partir da Era Planck,
o Universo vem se expandindo até sua atual forma,
possivelmente com curtos períodos (menos que
10−32 segundos) de inflação cósmica. Diversas
medições experimentais independentes apoiam
teoricamente tal expansão e a Teoria do Big Bang. Esta
expansão tem-se acelerado por ação da energia
escura, uma força oposta à gravidade que está agindo
mais que esta devido ao fato das dimensões do
Universo serem grandes o bastante para dissipar
a força gravitacional. Porém, devido ao escasso
conhecimento a respeito da energia escura, é ainda
pequeno o entendimento do fenômeno e sua influência
no destino do Universo.
Atuais interpretações de observações
astronômicas indicam que a idade do Universo é de
13,73 (± 0,12) bilhões de anos, e seu diâmetro é de 93
bilhões de anos-luz ou 8,80 ×1026 metros. De acordo
com a teoria da relatividade geral, o espaço pode
expandir-se tão rápido quanto a velocidade da luz,
embora possamos ver somente uma pequena fração
do universo devido à limitação imposta pela velocidade
da luz. É incerto se a dimensão do espaço é finita ou
infinita.
E para finalizar, deixo este texto extraído da
obra de Baruch Spinoza, também conhecido Bento de
Espinoza e Benedito Espinoza, nasceu em Amsterdã
em 1632 e faleceu em Haia em 1677, aos 44 anos, de
tuberculose. Foi um grande racionalista do século XVII
da Filosofia Moderna. Seu nome hebreu era Baruch,
significando abençoado, e, em suas obras publicadas
em Latim, Benedictus, nas palavras a seguir ele estava
inspirado da sabedoria divina, estava em estado de ser
Deus:
“Para de ficar rezando e batendo o peito! O
que eu quero que faças é que saias pelo mundo e
desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te
divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
Para de ir a esses templos lúgubres,
obscuros e frios que tu mesmo construíste e que
acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas
montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas
praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
Para de me culpar da tua vida miserável: Eu
nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um
pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. O
sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes
expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não
me culpes por tudo o que te fizeram crer.
Para de ficar lendo supostas escrituras
sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me
ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus
amigos, nos olhos de teu filhinho… Não me encontrarás
em nenhum livro! Confia em mim e deixa de me pedir.
Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?
Para de ter tanto medo de mim. Eu não te
julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo,
nem te castigo. Eu sou puro amor.
Para de me pedir perdão. Não há nada a
perdoar. Se Eu te fiz… Eu te enchi de paixões, de
limitações, de prazeres, de sentimentos, de
necessidades, de incoerências, de livre arbítrio. Como
posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti?
Como posso te castigar por seres como és,
se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um
lugar para queimar a todos meus filhos que não se
comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de
Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento,
qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te
manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.
Respeita teu próximo e não faças o que não queiras
para ti.
A única coisa que te peço é que prestes
atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu
guia. Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem
um passo no caminho, nem um ensaio, nem um
prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui
e agora, e o único que precisas.
Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios
nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém
leva um placar. Ninguém leva um registro. Tu és
absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou
um inferno.
Não te poderia dizer se há algo depois desta
vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não
o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade
de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há
nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei.
E se houver, tem certeza que Eu não vou te
perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te
perguntar se tu gostaste, se te divertiste… Do que mais
gostaste? O que aprendeste?
Para de crer em mim – crer é supor,
adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em
mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas
em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua
filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas
banho no mar.
Para de louvar-me! Que tipo de Deus
ególatra tu acreditas que Eu seja? Me aborrece que me
louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato?
Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas
relações, do mundo.
Te sentes olhado, surpreendido?… Expressa
tua alegria! Esse é o jeito de me louvar. Para de
complicar as coisas e de repetir como papagaio o que
te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás
aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de
maravilhas.
Para que precisas de mais milagres? Para
que tantas explicações? Não me procures fora! Não me
acharás. Procura-me dentro… aí é que estou, batendo
em ti.”

Definindo Deus- Sigam-me...

O próprio Cosmos já é Deus, e se explica


obviamente. Tudo que nos acontece ou acontece no
universo, é sempre relacionado à existência do
Criador. Ou de uma criadora. Porque mesmo se
aceitarmos o Big Bang como ponto inicial, o que
aconteceu ou existiu antes dele? O vácuo, então o
vácuo é Deus também. Não teve princípio e nem
terá fim, nunca. E se o Big Bang existiu desta
maneira pregada pela ciência, ele passa a ser Deus
imediatamente, daí não pode nunca ter existido um
ser Deus, e sim uma consciência, uma razão, uma
força, um sopro... O sopro divino!
Se o universo não é infinito como sugeriu
artigos científicos anteriormente citados, o que tem
depois do universo? O que tem depois do fim? Outro
universo? Outro infinito? Então ele nunca terá fim,
nunca terá também um começo!
É dele que procedem todas as realidades.
Em quem é perfeito, e nada pede, nada possui, de
nada precisa, há uma como superfluidade; e esse
excesso produziu outra coisa...
Desde que um ser chega ao ponto de
perfeição, vemos que engendra; não suporta
confinar-se em si mesmo, mas cria outro ser. Como,
pois, o ser mais perfeito, o Bem, ficaria imóvel em si
mesmo? É por vontade? É por impotência? Ele que
é a potência de todas as coisas? E como, então,
seria o princípio? Cumpre, pois, que alguma coisa
venha dele.
Uma luz irradiada e difusa sai dele,
enquanto ele permanece como o esplendor que
cerca o sol é perpetuamente engendrado por ele,
que permanece o que é. O ser perfeito é impessoal.
Não criou coisas distintas dele; envolve,
compreende em si tudo quanto existe. É
universidade e totalidade. È Deus, a natura
naturante, como unidade; é o mundo, conjunto de
mundos, a natura naturata, como totalidade.
Portanto, nada é mais útil ao homem que
o próprio homem. Os homens nada podem desejar
mais vantajoso para conservar seu ser que
concordarem todos, de tal modo que as almas e os
corpos de todos não formem, de certo modo, mais
que uma só alma e um só corpo; e todos juntos, com
todo o poder, se esforcem por conservar por
conservar seu ser; e todos juntos procurem a
utilidade comum a todos. Donde resulta que os
homens governados pela razão, isto é, os que
buscam o que lhes é útil conduzido pela razão, nada
desejam para si que não desejam também para os
outros homens e, em conseqüência, são justos, de
boa fé e honestos.
O homem é um Deus para o homem.
Deus não é apenas a causa de todo o
conhecimento; é, também, a causa de todas as
modificações que se produzem no universo.
“A causa verdadeira é uma causa entre a
qual e seu efeito o espírito percebe ligação
necessária”. Ora, não se percebe ligação necessária
entre causa e efeito no mundo dos corpos: sem a
experiência, o mais vigoroso espírito não advinharia
o que vai acontecer quando uma bola bate noutra. E,
nem há ligação necessária no mundo dos espíritos,
nem nas relações entre espíritos e corpos. Não há
qualquer ligação necessária entre meu desejo de
mover o braço e o movimento desse braço.
Não há senão o ser infinitamente perfeito
entre cuja vontade e os efeitos o espírito perceba
uma ligação necessária. Só Deus, pois, é a
verdadeira causa...
As causas não naturais são verdadeiras
causas, não passam de causas ocasionais, que só
agem pela força e eficácia da vontade de Deus
(Cosmos). Os homens querem mover o braço e só
Deus pode e sabe move-lo. Por isso se o homem
move o mesmo, é porque Deus quis e se Deus quis
e esteve dentro do homem para movê-lo naquele
momento, somos uma fagulha, uma centelha de
Deus, por isso somos Deus também e estamos com
deus dentro de nós. O tempo todo e todo o tempo!
Deus, onipresente nos corpos e nas
almas, pôs no homem inclinações a que se referem
paixões variáveis segundo os indivíduos. Uma
inclinação profunda nos orienta para felicidade: “Não
me pergunteis por que eu quero ser feliz, perguntai-
o á aquele que me fez, pois isso absolutamente não
depende de mim (Jesus de Nazareth).
A moral dará a essa causa inclinação e
orientação conveniente, revelando relações de
perfeição que Deus concebe e que, impondo silêncio
a nossas paixões, nele podemos descobrir.
Assim tudo vem de Deus, tudo leva a
Deus. Tudo é Deus, todos somos Deus. Tanto no
bem ou no mal, no certo ou no errado, pois não
existe nada anterior a Deus que possa ter o mesmo
mo poder, tanto de fazer o bem como o mal. Deus é
o ser sem restrições, todo o ser, o ser infinito e
universal.
Se o espírito é algo de divino em relação
ao homem, essa vida é divina em relação á vida
humana. Não se deve, contudo, seguir o conselho
dos que querem que não nos elevemos acima da
humanidade porque somos homens, que nos
contentamos com o destino de uma criatura mortal
porque somos mortais em carne; devemos aplicar-
nos, tanto quanto possível, em nos tornarmos dignos
da imortalidade do espírito, e esforçar-nos por
conformar com a vida que nos foi emprestada, com
o que há, em nós, de mais sublime.
Essa força absolutamente perfeita, que
conhecemos por Deus, é caracterizada pela mais
alta atividade que possamos conhecer: Ele pensa.
Mas seu pensamento em ato não pode ser senão
um objeto perfeito, isto é, ele mesmo. Não podemos
pensar em nós mesmos: Deus é pensamento; é o
pensamento do pensamento.
Assim, a ação dessa força sobre o mundo
não pode ser a de um criador, nem de uma
providência: Motor imóvel atrai todas as coisas só
pelo atrativo de sua perfeição.
Nenhuma realidade tem valor, nem
mesmo existência verdadeira senão pela
participação do bem Supremo. “Todos os seres
naturais têm, assim, algo divino”. Tem Deus dentro,
ou é parte de Deus. Daí uma fórmula interessante,
na qual pode ser resumida a mais alta concepção do
magnífico Aristóteles: “O mundo é um pensamento
que não se pensa, suspenso de um pensamento que
se pensa”.
A progressão dos seres começa na
potencia em que toda oposição está envolvida;
acaba na ação superior a toda oposição; o
movimento preenche todo o intervalo. Do seio da
indeterminação e da infinidade do possível, a
natureza se eleva por degraus para o fim e atrai e, á
medida que aproxima, nela domina o ser sobre o
não-ser, o bem e o belo sobre o mal; o lado negativo
da dupla série dos contrários mergulha cada vez
mais na sombra, o outro brilha cada vez mais, da luz
divina do ser e do bem absoluto...
O mal não é, pois, como o bem, um
princípio e o mundo não está repartido entre dois
princípios inimigos. O mal tem sua fonte na potência
e não se manifesta senão no desenvolvimento da
oposição que ela encerra; é a privação do bem e,
pois, o próprio bem em potência. Não é um ser e
não há mal que subsista em si mesmo, fora dos
seres; é, como o infinito (indeterminado), aquilo que
não é e que vem a ser, é a imperfeição, a falta, a
impotência resultante da própria potência e da qual
aspira a desprender-se...
O mal não existe por si mesmo e também
não é Deus a causa do mal. Deus é o bem absoluto,
sem gradação ou diferença: cada ser recebe de
Deus (a força) segundo seu poder, o bem com a
vida. Deus é a razão única de tudo quanto há de
bem em todo o ser; pois o bem de uma coisa é seu
fim e não há senão pelo fim. A razão da
desigualdade entre os seres na participação do bem
é a necessidade invencível e a fatalidade da matéria,
e a matéria é o possível que envolve a impotência e
a imperfeição.
Tudo não pode, pois, atingir o fim
supremo; pelo menos tudo aspira a isso e para isso
marcha sem cessar... Nunca! Sem cessar o mal é
vencido pelo bem e o mundo (universo), tal como é,
é o melhor dos mundos possíveis.
O universo, a ciência, a virtude, o mundo
do corpo e da alma, tudo não passa de instrumento,
de órgão feito para servir o pensamento divino; e
além do universo pensa-se o pensamento, no eterno
de sua atividade uniforme e de sua felicidade
suprema. Assim sendo, o mundo inteiro se abre ao
homem sábio para o bem; pois a pátria de uma alma
elevada é o universo infinito do Cosmos (Deus).

Notas e referências bibliográficas

1. ↑ a b Swinburne, R.G. "God" in Honderich, TedThe Oxford


Companion to Philosophy, Oxford University Press, 1995.
2. ↑ Edwards, Paul. "Deus e os filósofos" em Honderich, Ted.
(ed)The Oxford Companion to Philosophy, Oxford University
Press, 1995.
3. ↑ a b c d Plantinga, Alvin. "Deus, Argumentos para a sua
Existência," Enciclopédia Routledge de Filosofia, Routledge, 2000.
4. ↑ A etimologia ulterior é disputada. À parte a hipótese
improvável de adoção de uma língua estrangeira, o OTeut.
"ghuba" implica como seu tipo pretérito também "*ghodho-m" ou
"*ghodto-m". O anterior não parece admitir explicação; mas o
posterior representaria o neutro "pple" da raiz "gheu-". Existem
duas raízes arianas da forma requerida ("*g,heu-" with palatal
aspirate) uma significando 'invocar' (Skr. "hu") a outra "a derramar,
para oferecer sacrifícios" (Skr "hu", Gr. χεηi;ν, OE "geotàn" Yete
v). OED Compact Edition, G, p. 267
5. ↑ Michaelis Deus - sm (lat Deus) (em português). "1 O Ser
supremo; o espírito infinito e eterno, criador e preservador do
Universo. 2 Teol Ente tríplice e uno, infinitamente perfeito, livre e
inteligente, criador e regulador do Universo. 3 Cada uma das
pessoas da Santíssima Trindade. 4 Indivíduo ou personagem que,
por qualidades extraordinárias, se impõe à adoração ou ao amor
dos homens. 5 Objeto de um culto, ou de um desejo ardente que
se antepõe a todos os outros desejos ou afetos.
6. ↑ Barton, G. A.. A Sketch of Semitic Origins: Social and
Religious. [S.l.]: Kessinger Publishing, 2006.ISBN 142861575X
7. ↑ Hastings 2003, p. 540.
8. ↑ R. Cudworth, 1678.
9. ↑ DOES GOD MATTER? A Social-Science Critique. by Paul
Froese and Christopher Bader. Página visitada em 2007-05-28.
10. Wierenga, Edward R. "Divino conhecimento", em Audi,
Robert. The Cambridge Companion to Philosofy. Cambridge
University Press, 2001.
10.↑ BEATY, Michael. (1991). "God Among the Philosophers". The
Christian Century. Página visitada em 2007-02-20.
11.↑ Pascal, Blaise. Pensées, 1669.
12.↑ Philosophy of Religion.info - Glossary - Theism, Atheism, and
Agonisticism. Philosophy of Religion.info. Página visitada em 16 de
julho de 2008.
13.↑ Theism - definiton of thesim by the Free Online Dictionary,
Thesaurus and Encyclopedia.TheFreeDictionary. Página visitada
em 16 de julho de 2008.
14.↑ DAWKINS, Richard. The God Delusion. Great Britain:,
2006. ISBN 0-618-68000-4
15.↑ Dawkins, Richard. Why There Almost Certainly Is No God.
The Huffington Post. Página visitada em 2007-01-10.
16.↑ SAGAN, Carl. The Demon Haunted World p.278. New
York: Ballantine Books, 1996. ISBN 0-345-40946-9
17.↑ BOYER, Pascal. Religion Explained,, 2001. 142–243 p. ISBN
0-465-00696-5
18.↑ DU CASTEL, Bertrand. Computer Theology,. Austin,
Texas: Midori Press, 2008. 221–222 p. ISBN 0-9801821-1-5
19. ↑ BARRETT, Justin. (1996). "Conceptualizing
Anthropomorphism in God Concepts".
20. ↑ ROSSANO, Matt. (2007). "Supernaturalizing Social Life:
Religion and the Evolution of Human Cooperation". Página visitada
em 2009-06-25.
21. ↑ Mikhail Bakunin, Deus e o Estado (1882)Por que usei todos
estes fatos e passagens da Bíblia? Porque é nela que fala mais
em Deus e suas normas, citações, regras e autoridade.
22.Consulte Norman L. Geisler, H. Wayne House e
Max Herrera, A batalha por Deus; respondendo ao desafio do
neoteísmo. Grand Rapids: Kregel, 2001.
23. Consulte os vários credos cristãos no apêndice de Wayne
Grudem, Teologia Sistemática: uma introdução à doutrina bíblica.
Edições Vida Nova.
24. Os “grupos cristãos” como apontado nesta citação podem ser
definidos como “um grupo de pessoas que reivindicam ser cristãs,
abraçando um sistema doutrinário particular ensinado por um líder
individual, grupo de líderes ou organização (sistema) que nega
(explicitamente ou implicitamente) uma ou mais das doutrinas
centrais da fé cristã como ensinado dentro dos 66 livros da Bíblia”.
Alan W. Gomes, Unmasking the cults. Zondervan Guide to cults
and religious moviments, ed. Alan W. Gomes. Grand Rapids:
Zondervan, 1995.
25. Ecletismo filosófico-religioso surgido nos primeiros séculos da
nossa era e diversificado em numerosas seitas, e que visava a
conciliar todas as religiões e a explicar-lhes o sentido mais
profundo de deus por meio da gnose, que quer dizer
conhecimento. Teachings of the prophet Joseph Smith. Salt Lake
City: Deseret, 1973, p. 345.
26. “O Pai possui um corpo de carne e ossos tão tangível como o
do homem, o Filho também”. The doctrine and covenants. Joseph
Smith. Salt Lake City: Church of Jesus Christ of Latter-day Saints,
1986, 130:22.
27. A study of the articles of faith. James E. Talmage. Church of
Jesus Christ of Latter-day Saints, 1987, p. 43, 48.
28. Mormon doctrine. Bruce R. McConkie. Salt Lake City:
Bookcraft, 1977, p. 752.
29. Milton R. Hunter, uma autoridade da Igreja Mórmon,
escreveu: “Indubitavelmente, Deus tirou proveito de todas as
oportunidades para aprender as leis da verdade [...] Ele adquiriu
seus conhecimentos por esforços e contínua persistência [...] Seu
entendimento das leis universais continuaram crescendo...”, The
gospel through the age. Salt Lake City: 1958, p. 114-5.
30. “Eu vou lhe contar como Deus veio a ser Deus. Nós temos
imaginado e suposto que Deus é Deus desde a eternidade. Eu irei
refutar esta ideia… Teachings of the prophet Joseph Smith, p.
345.
31. “Infinito como Deus é, Ele deveria ter sido menos poderoso
no passado do que ele é hoje”. A rational Theology as taught by
the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 7th ed. John A.
Widtsoe. Salt Lake City: Deseret, 1968, p. 24. Grand Rapids:
Baker, 2000, p. 28.
32. “Sendo o todo-poderoso-onipotente, Jeová usou seu poder
para superar os obstáculos que poderiam bloquear seu
cumprimento na promessa feita a Abraão, permitindo que o
patriarca tivesse seu filho, Isaque”. Watchtower, 15 Maio, 1986, 4,
citado em David Sherrill, What Jehovah’s Witnesses Believe about
God.
33. “Jeová Deus não planejou as coisas deste modo. Ele teve de
se adaptar às novas circunstâncias do jogo”. God’s Eternal
Purpose Now Triumphing for Man’s Good, 1974, p. 97.
34. Watchtower, 15 de fevereiro de 1981, p. 5-7
35. At-One-Ment between God and Man, 1899, p. 339.
36. Ibid., p. 269.
37. Devido ao uso e semelhança aparente com os genuínos
grupos cristãos, o ICP (Instituto Cristão de Pesquisas) classifica
esses grupos heterodoxos como pseudocristãos. Ver mais
detalhes na nota 3.
38. “Deus não é uma pessoa, Deus é uma Energia personificada
em nós”. The Science of Mind. Ernest Holmes e Maude Allison
Lathem. New York: Dodd, Mead, 1938, p. 308.
39. Tudo é Mente infinita e sua manifestação infinita, porque
Deus é tudo-em-tudo. Science and Health with Key to the
Scriptures. Mary Baker G. Eddy. Boston: First Church of Christ,
Scientist, 1906, p. 468.
40. “A Vida, a Verdade e o Amor constituem a Pessoa trina e uma
chamada Deus, isto é, princípio triplamente divino, o Amor. Eles
representam a trindade na unidade, três em um, idênticos em
essência, entretanto multiforme em suas funções...”. Science and
Health with Key to the Scriptures Mary Baker G. Eddy: Scientist,
1906, p.331.
41. Doutrina filosófica segundo a qual o conjunto das coisas pode
ser reduzido à unidade, quer do ponto de vista da substância, quer
do ponto de vista das leis pelas quais o Universo se ordena.
42. The science of being and art of living. Maharishi Mahesh Yogi.
New York: Signet, 1968, p. 33.
43. Seita modalista omitida pelo escritor na matéria original por
não ter projeção fora do Brasil e, por isso, inserida entre os grupos
religiosos da mesma categoria para a tradução no português.
44. Journal of Discourses, 2:345, citado em References for
Mormon and Biblical Beliefs about God.
45. Mormon doctrine. Apostle Bruce McConkie. p. 576-7.
46. Charts of Christian Theology and Doctrine. H. Wayne House.
Grand Rapids: Zondervan, 1992, p. 43,44.
47. Let God be true. Brooklyn: Watchtower Bible and Tract
Society of New York, 1952, p. 100.
48. “Ele [a Palavra] foi criado por Deus antes de todos os seus
filhos espirituais. Ele foi o único criado diretamente por Deus”. You
can live forever in paradise on earth,: Watchtower Bible and Tract
Society of New York, 1982, p. 58.
49. “A palavra estava com Deus, e a Palavra era divina, ou era
um deus, quer dizer, a palavra ou o verbo era alguém divino,
poderoso”. Ibid., p. 40.
50. Charts of Christian Theology and Doctrine. H. Wayne House.
Grand Rapids: Zondervan, 1992, Charts of Cults. Wayne House, p.
38,39 e 287-90.

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