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ECOLOGICO-ECONOMICO
DAS AREAS SUSCEPTIVEIS
A DESERTIFICACAO DO
ESTADO DO CEARA
NUCLEO II-INHAMUNS
ESTADO DO CEARÁ
Secretaria dos Recursos Hídricos
Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos - Funceme
ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO
DAS ÁREAS SUSCEPTÍVEIS À DESERTIFICAÇÃO
NO ESTADO DO CEARÁ
NÚCLEO II – INHAMUNS
Fortaleza/CE
2015
©2015
Publicado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos – FUNCEME
Núcleo de Recursos Hídricos e Meio Ambiente – NURHA
Av. Rui Barbosa, 1246, Aldeota.
60.115-221 – Fortaleza, Ceará
Telefone: 085-3101 1091
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Editoração e Impressão
EXPRESSÃO GRÁFICA E EDITORA
Todos os direitos reservados à FUNCEME e DNOCS. Os textos contidos neste documento podem ser reproduzidos,
armazenados ou transmitidos, desde que seja citada a origem.
FUNCEME.
290p. il.
ISBN: 978-85-420-0604-9
CDU: 504.03(813.1)
República Federativa do Brasil
Dilma Vana Rousseff
Presidente
Estado do Ceará
Camilo Sobreira de Santana
Governador
Diretoria Técnica
Francisco Hoilton Araripe Rios
Diretor Técnico
COLABORADORES
Bruno Honorato de Castro, M. Sc. em Ciência da Computação
Francisco Boniek Souza de Oliveira, Geógrafo
Francisco Sérgio Rocha, Geógrafo
Huáscar Pinto Vidal de Oliveira, M.Sc. em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Ilná Gondim Rocha, Engenheira Civil
José Vagner da Silva, Doutor em Agronomia/Fitotecnia
Lucas Barros de Castro Cruz, Biólogo
Morgana Pinto Medeiros, Geógrafa
Renata Vinhas Cruz, Geógrafa
Rousilene Silva Nascimento, M.Sc. Em Agronomia
Ticiana R. de Castro Torres, Geógrafa
NORMATIZAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
Laélia Firmino Teixeira
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1. Localização Geográfica da ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Figura 2. Fluxograma dos Procedimentos Operacionais do Zoneamento Ecológico-Econômoco – ZEE.
Figura 3. Principais Sub- bacias Hidrográficas da ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Figura 4. Média Pluviométrica anual da ASD – Núcleo II – Inhamuns, 1974 a 2011.
Figura 5. Média pluviométrica dos municípios que integram a ASD – Núcleo II – Inhamuns, 1974 a 2011.
Figura 6. Temperatura média, máxima e mínima no município de Tauá – CE.
Figura 7. Distribuição da Nebulosidade no município de Tauá – CE.
Figura 8. Distribuição da Insolação no município de Tauá – CE.
Figura 9. Distribuição da Evaporação total no município de Tauá – CE.
Figura 10. Mapa dos Solos da ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Figura 11. Mapa de Aptidão Agrícola das Terras da ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Figura 12. Resultado da segmentação na imagem TM Landsat utilizada no mapeamento da ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Figura 13. Quantificação das Classes de Uso e Ocupação da Terra mapeadas da ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Figura 14. Quantificação por município das classes de Uso e Ocupação da Terra da ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Figura 15. Mapa do Uso e Ocupação da Terra da ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Figura 16. Taxas médias de crescimento anual da população urbana, rural e total no Ceará e municípios da ASD –
Núcleo II - Inhamuns, 2000 a 2010.
Figura 17. Densidade demográfica (hab./km²) do Ceará e municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns, 1991 e 2010.
Figura 18. Estrutura etária dos municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2000 e 2010.
Figura 19. Proporção da área dos estabelecimentos agropecuários em relação à área total dos municípios, da ASD –
Núcleo II – Inhamuns, 2006.
Figura 20. Distribuição da área dos estabelecimentos agropecuários por tipo de uso da terra na ASD - Núcleo II – Inhamuns
(%), 1995 a 2006
Figura 21. Taxas médias de crescimento anual do valor dos financiamentos concedidos a produtores e cooperativas na
agricultura e na pecuária, no Ceará e municípios inseridos na ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2000 a 2010.
Figura 22. Taxas médias de crescimento anual da área plantada com lavouras nos municípios inseridos na ASD, - Núcleo
II – Inhamuns, 2000 a 2010.
Figura 23. Taxas médias de crescimento anual da quantidade produzida de lavouras plantadas nos municípios insrios na
ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2000 a 2010.
Figura 24. Taxas médias de crescimento anual da quantidade produzida de carvão vegetal e lenha nos municípios inserdos
na ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2000 a 2009.
Figura 25. Taxas médias de crescimento anual do efetivo por tipo de rebanho, nos municípios inseridos na ASD – Núcleo
II - Inhamuns, 2000 a 2010.
Figura 26. Taxas médias de crescimento anual da produção de leite e mel, nos municípios inseridos na ASD – Núcleo
II - Inhamuns, 2000 a 2010.
Figura 27. Taxa média de crescimento anual do número de empresas de serviços, no Ceará e nos municípios da ASD –
Núcleo II – Inhamuns, 2001 a 2009.
Figura 28. Taxa média de crescimento anual do número empresas comerciais, Ceará e municípios da ASD – Núcleo II –
Inhamuns, 2001 a 2009.
Figura 29. Taxa média de crescimento anual do número de estabelecimentos no comércio varejista, nos municípios da
ASD – Núcleo II – Inhamuns, 2001 a 2009.
Figura 30. Proporção de pessoas ocupadas em estabelecimentos agropecuários, em relação à população estimada. Ceará
e municípios localizados na ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2006.
Figura 31. Número de empregos formais. Ceará e municípios localizados na ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2010.
Figura 32. Ocupações que mais admitiram no Ceará e nos municípios localizados na ASD – Núcleo II – Inhamuns, 2010.
Figura 33. Taxa de analfabetismo funcional, população com 15 anos ou mais, nos municípios localizados na ASD –
Núcleo II – Inhamuns, 2000 e 2010.
Figura 34. Índice de Desenvolvimento Humano – IDH do Ceará e municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns, 1991
a 2000.
Figura 35. Índice de Desenvolvimento Municipal – IDM do Ceará e municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns,
2000 e 2008.
Figura 36. Proporção de pobreza (indivíduos com renda domiciliar per capita inferior à linha de pobreza de R$ 75,50
em 2000 e R$ 70,00 em 2010) municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2000 e 2010.
Figura 37. Proporção de indigentes (indivíduos com renda domiciliar per capita inferior à R$ 37,70) municípios da
ASD – Núcleo II – Inhamuns, 2000 e 2010.
Figura 38. Distribuição do consumo de energia na ASD – Núcleo II – Inhamuns, por setor, 2009.
Figura 39. Taxa de urbanização (%) do Ceará e municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2000 e 2010.
Figura 40. Integração das Dimensões Estudadas no ZEE.
Figura 41. Os Fatores Críticos de Decisão e sua Integração.
Figura 42. Quantificação das Classes dos Sistemas e Setores Ambientais Mapeados na ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Figura 43. Quantificação por município das Classes dos Sistemas e Setores Ambientais Mapeados na ASD – Núcleo
II – Inhamuns.
Figura 44. Mapa dos Sistemas e Setores Ambientais da ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Figura 45. Quantificação das Classes das Unidades de Intervenção na ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Figura 46. Quantificação por município das Unidades de Intervenção na ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Figura 47. Mapa de Intervenção da ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Figura 48. Quantificação das Zonas Ecológico-Econômicas Mapeadas na ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Figura 49. Quantificação por município das Zonas Ecológico-Econômicas Mapeadas na ASD – Núcleo
II – Inhamuns.
Figura 50. Mapa do Zoneamento Ecológico-Econômico ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Figura 51. Universos utilizados na modelagem de um banco de dados.
Figura 52. Semiologia da Classe Convencional.
Figura 53. Semiologia da Classe Geo-Campo.
Figura 54. Semiologia da Classe Geo-Objeto.
Figura 55. Semiologia da Cardinalidade.
Figura 56. Diagrama de classes da ASD – Núcleo II – Inhamuns.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Bacias e Sub-bacias Hidrográficas situadas na ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Quadro 2. Lista dos Principais Açudes da ASD – Núcleo II- Inhamuns.
Quadro 3. Localização do Sistema Aquífero nas Bacias Hidrográficas.
Quadro 4. Correlação entre as classes do SiBCS e a classificação usada anteriormente.
Quadro 5. Tipologia dos Solos: Características Dominantes e Limitações de Uso, ASD – Núcleo II - Inhamuns.
Quadro 6. Simbologia correspondente as classes de aptidão agrícola das terras.
Quadro 7. Alternativas de utilização das terras de acordo com os grupos de aptidão agrícola.
Quadro 8. Aptidão Agrícola das Terras da ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Quadro 9. Características das Classes Temáticas – ASD – Núcleo II - Inhamuns.
Quadro 10. Legenda do uso e ocupação da terra: comportamento espectral e registro fotográfico para a ASD – Núcleo
II – Inhamuns.
Quadro 11. Universo Real e Efetivo de unidades de produção e estabelecimentos comerciais por município.
Quadro 12. Número de unidades de produção e estabelecimentos comerciais e de serviço amostrados por município.
Quadro 13. Consumo anual de energéticos florestais no setor domiciliar da ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Quadro 14. Consumo anual de energéticos florestais no setor industrial e comércio/serviço da ASD – Núcleo - II –
Inhamuns em st/ano.
Quadro 15. Fluxo Contábil Parcial da ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Quadro 16. Diagrama do Fluxo da ASD – Núcleo II – Inhamuns em st/ano.
Quadro 17. Principais atividades artesanais desenvolvidas nos municípios inseridos na ASD – Núcleo II – Inhamuns, 2009.
Quadro 18. Atrativos Turísticos nos Municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns.
Quadro 19. Indicadores de Instrumentos de planejamento e políticas públicas referentes à Gestão da Habitação, na
ASD – Núcleo II – Inhamuns, 2009.
Quadro 20. Legislação Ambiental Federal Pertinente na ASD - Núcleo II – Inhamuns.
Quadro 21. Legislação Ambiental Estadual Pertinente na ASD - Núcleo II – Inhamuns.
Quadro 22. Legislação Ambiental Municipal Pertinente na ASD - Núcleo II – Inhamuns.
Quadro 23. Indicadores de Instrumentos de planejamento e políticas públicas referentes à Legislação Municipal na
ASD – Núcleo II – Inhamuns, 2009.
Quadro 24. Indicadores de Instrumentos de planejamento e políticas públicas referentes à gestão de empreendimentos
locais na ASD – Núcleo II – Inhamuns , 2009.
Quadro 25. Indicadores de Instrumentos de planejamento e políticas públicas referentes ao estabelecimento de mecan-
ismos de gestão de empreendimentos locais, na ASD – Núcleo II – Inhamuns, 2009.
Quadro 26. Lista das Políticas, Programas e Ações Consideradas Relevantes, 2009.
Quadro 27. Entidades sociais ativas cadastradas no Sistema da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social, Ceará
e municípios da ASD – Núcleo II – Inhamuns, 2002 e 2009.
Quadro 28. Contextualização dos Fatores Críticos de Decisão (FCD) – Linha de Base.
Quadro 29. SISTEMAS AMBIENTAIS: SINOPSE. ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Quadro 30. SETORES AMBIENTAIS ESTRATÉGICOS: SINOPSE. ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Quadro 31. Unidades de Intervenção da ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Quadro 32. Zonas e Qualidade Ambiental da ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Quadro 33. Capacidade de Suporte, Riscos de Ocupação, Estratégias de Uso e Metas Ambientais.
Quadro 34. Zonas, Definição, Diretrizes e Normas.
Quadro 35. Análise SWOT para os Fatores Críticos de Decisão: Fatores Ambientais.
Quadro 36. Cenários Tendenciais e Desejáveis na ASD – Núcleo II - Inhamuns: Fatores Críticos de Decisão: Fatores
Ambientais.
Quadro 37. Cenários Tendenciais e Desejáveis para as Zonas Ecológico-Econômicas estabelecidas no ZEE: ASD – Nú-
cleo II – Inhamuns.
Quadro 38. Análise SWOT para os Fatores Críticos de Decisão: Fatores Econômicos.
Quadro 39. Cenários Tendenciais e Desejáveis na ASD – Núcleo II - Inhamuns: Fatores Críticos de Decisão: Fatores
Econômicos.
Quadro 40. Análise SWOT para os Fatores Críticos de Decisão: Fatores Sociais.
Quadro 41. Cenários Tendenciais e Desejáveis na ASD – Núcleo II - Inhamuns: Fatores Críticos de Decisão: Fatores
Sociais.
Quadro 42. Análise SWOT para os Fatores Críticos de Decisão: Fatores Institucionais.
Quadro 43. Cenários Tendenciais e Desejáveis na ASD – Núcleo II - Inhamuns: Fatores Críticos de Decisão: Fatores
Institucionais.
Quadro 44. Problemas Ambientais na ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Quadro 45. Estratégias prioritárias desdobradas em ações e proposições específicas para a ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Quadro 46. Plano da Gestão da ASD – Núcleo II – Inhamuns: Identificação das Partes Interessadas e Expectativas.
Quadro 47. Regras de dependência espacial.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Média pluviométrica mensal e anual dos municípios que integram a ASD – Núcleo II - Inhamuns,1974 a 2011.
Tabela 2. Quantificação das classes de Uso e Ocupação da Terra mapeadas na ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Tabela 3. Comportamento dos indicadores população urbana, população rural e população total dos municípios inserdos
na ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2000 e 2010.
Tabela 4. Área plantada com lavouras permanentes no Ceará e municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2000 e 2010.
Tabela 5. Estabelecimentos agropecuários com lavouras permanentes nos municípios inseridos na ASD – Núcleo II - Inhamuns,
2006.
Tabela 6. Área plantada com lavouras temporárias no Ceará e municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2000 e 2010.
Tabela 7. Estabelecimentos agropecuários com lavouras temporárias nos municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns,
2006.
Tabela 8. Estabelecimentos agropecuários com pastagens naturais nos municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2006.
Tabela 9. Estabelecimentos agropecuários com área destinada às pastagens plantadas em boas condições nos municípios
da ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2006.
Tabela 10. Estabelecimentos agropecuários destinados às pastagens plantadas e degradadas nos municípios da ASD – Núcleo
II - Inhamuns, 2006.
Tabela 11. Estabelecimentos agropecuários com matas e/ou florestas naturais destinadas à preservação permanente ou
reserva legal nos municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2006.
Tabela 12. Total e área de estabelecimentos agropecuários com terras degradadas nos municípios da ASD – Núcleo II –
Inhamuns, 2006.
Tabela 13. Estabelecimentos agropecuários com terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária nos municípios da ASD
– Núcleo II - Inhamuns, 2006.
Tabela 14. Produção de mel no Ceará e nos municípios inseridos na ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2000 e 2007.
Tabela 15. Total de empresas industriais locais e taxa média de crescimento anual nos municípios inseridos na ASD – Núcleo
II - Inhamuns, 2001 e 2009.
Tabela 16. Total de empresas industriais de transformação e taxa média de crescimento anual nos municípios inseridos na
ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2001 e 2009.
Tabela 17. Indicadores de comércio nos municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2002 e 2009.
Tabela 18. Indicadores de Emprego – Ceará e Municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2000 e 2009.
Tabela 19. Número de escolas nos diferentes níveis de ensino no Ceará e municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns,
2001 e 2009.
Tabela 20. Indicadores e taxas de crescimento da infraestrutura de saúde nos municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns,
2001 e 2009.
Tabela 21. Indicadores e taxas de crescimento dos profissionais de saúde nos municípios da ASD – Núcleo II – Inhamuns,
2001 e 2009.
Tabela 22. Índice de Desenvolvimento Social Oferta e Resultado, Ceará e municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns,
2002 e 2008.
Tabela 23. Índice Municipal de Alerta (IMA) dos municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2004 e 2009.
Tabela 24. Proporção de domicílios atendidos por serviços de infraestrutura básica na ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2010 (%).
Tabela 25. Taxas médias de crescimento anual da proporção de domicílios atendidos por serviços de infraestrutura básica
na ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2000 a 2010 (%).
Tabela 26. Extensão da malha rodoviária municipal na ASD – Núcleo II - Inhamuns, em 30/11/2010.
Tabela 27. Frota de veículos na ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2002 e 2010.
Tabela 28. Quantificação dos Sistemas e Setores Ambientais mapeados na ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Tabela 29. Quantificação das Unidades de Intervenção mapeadas na ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Tabela 30. Quantificação das Zonas Ecológica-Econômicas mapeadas na ASD – Núcleo II – Inhamuns.
LISTA DE SIGLAS
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................................19
2. ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS E OPERACIONAIS....................................................25
2.1. Etapas do Roteiro Metodológico.............................................................................................25
2.2. Procedimentos Operacionais...................................................................................................25
2.3. Análise Integrada......................................................................................................................26
2.4. Categorias do ZEE...................................................................................................................28
4. CONTEXTO SOCIOECONÔMICO......................................................... 61
4.1. Tendências da organização regional.........................................................................................61
4.1.1. Estudos Populacionais.................................................................................................61
4.1.1.1. Demografia...................................................................................................61
4.1.1.2. Estrutura etária..............................................................................................63
4.2. Uso da Terra..............................................................................................................................65
4.2.1. Lavouras permanentes..................................................................................................65
4.2.2. Lavouras temporárias...................................................................................................66
4.2.3. Pastagens.....................................................................................................................67
4.2.4. Matas e florestas naturais destinadas à preservação permanente ou reserva legal ...........68
4.2.5. Terras degradadas.........................................................................................................68
4.2.6. Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária.......................................................69
4.2.7. Terras destinadas à agropecuária.................................................................................. 69
4.3. Economia e Gestão do Espaço.................................................................................................70
4.3.1. Setor Primário............................................................................................................ 70
4.3.1.1. Financiamentos.............................................................................................71
4.3.1.2. Produção Agrícola.........................................................................................71
4.3.1.3. Produção Pecuária.......................................................................................... 73
4.3.2. Setor Secundário..........................................................................................................74
4.3.2.1. Artesanato.....................................................................................................74
4.3.2.2. Indúst.ria.......................................................................................................74
4.3.3. Setor Terciário..............................................................................................................75
4.3.3.1. Atividade turística.........................................................................................75
4.3.3.2. Atividade comercial.......................................................................................76
4.3.3.3. Emprego e Renda..........................................................................................79
4.4. Condições de Vida....................................................................................................................81
4.4.1. Capital Humano e Social.............................................................................................81
4.4.2. Educação.....................................................................................................................81
4.4.3. Saúde...........................................................................................................................82
4.4.4. Desenvolvimento Regional e Humano.........................................................................83
4.5. Infraestrutura Regional............................................................................................................86
4.5.1. Infraestrutura básica.....................................................................................................86
4.5.2. Gestão da Habitação....................................................................................................87
4.5.3. Segurança Pública........................................................................................................89
4.5.4. Transporte e acessibilidade.................................................................................. 89
4.6. Urbanização..............................................................................................................................90
5. CONTEXTO JURÍDICO-INSTITUCIONAL.................................................................... 93
5.1. Legislação Ambiental Pertinente.............................................................................................93
5.2. Planos, programas e projetos que influenciam no uso do território....................................109
5.3. Organizações Civis com atuação na área...............................................................................117
5.4. Bases para discussão das formas jurídicas e institucionais de implementação do ZEE........118
5.4.1. O Direito ao Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado e a Efetivação do Princípio
da Solidariedade nas Áreas Susceptíveis à Desertificação............................................118
5.4.2. Da implementação de políticas públicas de defesa permanente contra as secas e a
desertificação.............................................................................................................119
5.4.3. Considerações jurídicas sobre o ZEE..........................................................................121
5.4.4. Do procedimento para implementação do ZEE e a participação da população
diretamente interessada..............................................................................................126
5.4.5. ZEE: Direito de propriedade e políticas agrícolas.......................................................129
5.4.6. Considerações Finais..................................................................................................130
9400000
9400000
INDEPENDÊNCIA
Brasil
Figura 1 – Localização Geográfica da ASD – Núcleo II - Inhamuns
9350000
9350000
TAUÁ
9300000
ARNEIROZ
9300000
300000 370000
A depressão sertaneja é o compartimento que tem a zia dos minifúndios. Esse fato agrava, sensivelmente, a
maior dimensão territorial, expondo-se em níveis alti- pressão das populações sobre a base dos recursos natu-
métricos médios de 350 – 400m, configurando o que rais. Além disso, o uso de técnicas agrícolas rudimen-
pode ser chamado de alto sertão. As principais caracterís- tares tem contribuído, decisivamente, para a aceleração
ticas geoambientais são as seguintes: predominância de das ações erosivas em relevos que são fortemente dis-
litotipos do Complexo Cruzeta, Tauá e Ceará; rede de secados. Mesmo em vertentes com declives íngremes
drenagem extremamente ramificada e com modelos den- e sob proteção do Código Florestal, não tem havido
drítico, sub-dendrítico e dendrítico retangular; área sub- preocupações com a manutenção do recobrimento ve-
metida as influências do clima semiárido e com índices getal primário que se exibe muito degradado e sem pos-
pluviométricos inferiores a 800mm; área extensivamente sibilidade de recuperação ambiental.
recoberta pela caatinga que apresenta variados padrões O presente documento contempla os aspectos funda-
fisionômicos e florísticos. mentais do Zoneamento Ecológico-Econômico ZEE,
Os maciços residuais compõem baixos níveis de serras representando a continuidade e a complementação de
associados aos litotipos granito-migmatíticos e quartzitos relatórios anteriores.
que têm maior resistência comparativamente aos demais De início faz-se uma manipulação de dados do Diag-
agrupamentos rochosos. Dentre eles, cabe destaque a ser- nóstico previamente elaborado, a análise das condições
ra da Joaninha onde o rio Jaguaribe tem suas nascentes sociais e econômicas, as principais formas de produ-
e a serra de Pedra Branca, onde o recobrimento vegetal ção e os modos e condições de vida a elas associados.
primário foi em grande parte suprimido. Dessa forma, como fundamentos de método buscou-se
Cristas residuais e inselbergs dispersam-se pelas rasas seguir alguns pressupostos básicos, a saber: considerar
colinas sertanejas expondo rupturas topográficas nítidas. as diferentes escalas geográficas a partir da interação
Apresentam litotipos resistentes como granitos de textura permanente do global com o local; realizar o diagnós-
fina e quartzitos. tico considerando os componentes qualitativos e quan-
As planícies fluviais têm larguras variadas e dependem titativos de modo equilibrado, evitando um estudo ex-
do entalhamento que a rede hidrográfica apresenta. As cessivamente descritivo; realizar pesquisa direta na área
matas ciliares que originalmente as recobriam, foram em de estudo como forma de melhor realizar o processo
grande parte suprimidas dando lugar às lavouras de sub- de análise e de síntese do objeto estudado, buscando
sistência e pastagens. alcançar a essência do processo de formação socioeco-
Nessas áreas que concentram elevados contingentes nômica; reconstituir os processos gerais determinantes
demográficos, o sistema fundiário é marcado pela prima- para as formas e funções vigentes no presente.
O planejamento teve início com atividades que pre- de modelado x solos, tipos de sedimentos x feições de
cederam os estudos técnicos, consistindo em planejar a modelado x recursos hidrogeológicos; condições morfo-
execução dos estudos em consonância com os objetivos pedológicas x padrões de cobertura vegetal, dentre ou-
propostos. Como tal, os objetivos estariam em plena tras. Foi definido assim, com maior clareza, o significado
coadunação com os problemas da ASD - Núcleo II - geoambiental das variáveis relacionadas com o suporte, o
Inhamuns e em obediência aos anseios das populações envoltório e com a cobertura vegetal, visando com isso,
envolvidas. A partir dessas considerações, as principais atender aos pressupostos de uma análise integrada do am-
atividades do Programa da ASD - Núcleo II - Inhamuns biente físico natural. No que tange ao diagnóstico esses
envolviam: (I) mobilização social; (II) levantamento de trabalhos foram precedidos da elaboração preliminar do
dados; (III) mobilização da equipe técnica; e (IV) con- mapeamento temático que conduziu à consolidação dos
solidação do projeto. mapas de sistemas ambientais e dos setores ambientais
A mobilização social representa a abertura de um pro- estratégicos, do uso e ocupação da terra e das unidades
cesso capaz de envolver os diversos interessados, incluindo de intervenção.
os agentes sociais e institucionais. Deve-se, então, através O Diagnóstico Socioeconômico enfatiza os aspectos
de entidades políticas e privadas, ensejar a preparação dos sociais, econômicos e da organização do espaço, procu-
fundamentos de planejamento do projeto. rando enfocar as principais peculiaridades regionais. De
modo essencial, são destacadas as condições atuais de uso
e ocupação da terra; análise da produção e organização
2.3. Análise Integrada do espaço geográfico das Áreas Susceptíveis à Desertifi-
A identificação dos problemas ambientais elenca, de cação (ASD).
modo preliminar, os problemas sociais da ASD - Núcleo A análise das condições sociais e econômicas considera
II - Inhamuns, associando-se aos conteúdos das temáti- as principais formas de produção e os modos e condições
cas geoambiental e socioeconômica. de vida a elas associados. Dessa forma, como fundamen-
O diagnóstico do meio físico biótico apresenta uma tos de método buscou-se seguir alguns pressupostos bá-
proposta de síntese da Compartimentação Geoambiental sicos, a saber: considerar as diferentes escalas geográficas
através de um quadro sinóptico. Essa proposta é apoiada a partir da interação permanente do global com o local;
na análise das variáveis anteriormente procedidas e nas realizar o diagnóstico considerando os componentes qua-
relações mútuas dessas variáveis. Foram realizadas inte- litativos e quantitativos de modo equilibrado, evitando
grações parciais tais como: tipos de sedimentos x feições um estudo excessivamente descritivo; realizar pesquisa
Bacia Hidrográfica
Área (km²)
Bacia Sub-bacia
A Política Estadual de Recursos Hídricos tem se destaca- O Quadro 3 elaborado utilizando os dados disponíveis
do no segmento estruturante por realizar obras de reserva- na Coleção “Cadernos Regionais do Pacto das Águas”
ção de água através da construção de açudes interanuais, e (CEARÁ, 2009), mostra a localização dos sistemas aquí-
de transferências de água, seja em canais ou adutoras, que feros nas diversas bacias hidrográficas da área de estudo.
visam assegurar o abastecimento humano e gerar desen-
volvimento na região, como também para a oferta de água
para a produção na indústria e na agropecuária.
No tocante às águas subterrâneas as bacias hidrográ-
ficas Poti-Longá e Alto Jaguaribe, que drenam os muni-
cípios de Independência, Tauá e Arneiroz, contam com
o sistema aquífero das rochas cristalinas (fissurais). Os
aquíferos porosos e aluviões, estão representados nas ba-
cias do Alto Jaguaribe e Poti-Longá, principalmente nos
arenitos da Bacia Sedimentar do Araripe e da Formação
Serra Grande, áreas não contempladas neste estudo.
O sistema aquífero de rochas cristalinas (fissurais) apre-
senta um “baixo potencial”, pois se encontram inseridos
em áreas de rochas do embasamento cristalino, sendo as
zonas de fraturas, os únicos condicionantes da ocorrên-
cia de água nestas rochas. A recarga destas fraturas se dá
através dos rios e riachos que estão encaixados nestas es-
truturas, o que ocorre somente no período chuvoso.
A contínua expansão de variadas formas de uso e ocu- com valores entre 500mm e 600mm nas áreas correspon-
pação da terra, muitas vezes desordenada e inconsequen- dentes aos Sertões de Tauá, Arneiroz, Independência,
te, vem causando uma crescente degradação dos recursos Tranqueiras, Alto Trici e na Serra da Joaninha, apresen-
naturais na região. Partindo dessas considerações, a água tando média de 700mm na região da Vertente Ociden-
constitui-se num dos recursos mais atingidos, o que vem tal da Serra da Pedra Branca. A Tabela 1 apresenta a
aumentando de forma considerável os impactos na saúde Média Mensal e Anual da Pluviometria por município,
e, consequentemente, degradando a qualidade de vida calculada a partir de uma série histórica disponibilizada
das populações. pela FUNCEME, referente ao período de 1974 a 2011.
Os principais problemas indicadores da deterioração A partir destes dados constata-se a ocorrência nítida de
dos recursos hídricos no Estado são o assoreamento e duas estações: uma chuvosa, correspondente ao período
a turbidez, a poluição, a eutrofização e a salinização da verão outono, e outra seca, relacionada com o período
água, problemas estes que variam de intensidade confor- inverno primavera, em geral, o trimestre mais chuvoso é
me a urbanização e as atividades industriais, agrícolas e o de março, abril e maio e o menos chuvoso compreende
de mineração que se desenvolvem em diferentes regiões, setembro, outubro e novembro.
além das condições climáticas, representadas pelas altas
taxas de evaporação e irregularidades pluviométricas.
(Projeto Áridas, CEARÁ, 1994).
Os municípios de Arneiroz, Independência e Tauá,
que formam a ASD - Núcleo II - Inhamuns, apresentam
como características climáticas singulares a irregularida-
de temporal e espacial das chuvas e as elevadas taxas de
evaporação. O regime pluviométrico, quando normal,
caracteriza-se, principalmente, por uma estação chuvosa
com precipitações abundantes, e um período muito seco,
de duração variável, cujas chuvas são raras pouco intensas
e de curta duração.
A quadra chuvosa compreende os meses de fevereiro,
marco, abril e maio e tem a Zona de Convergência In-
tertropical (ZCIT) como principal sistema causador,
seguido de sistemas secundários. Os meses de junho e
julho são considerados pós-estação chuvosa, e os sistemas
causadores são as ondas de leste e os complexos convec-
tivos de meso escala. No segundo semestre, a ocorrência
de chuva é pequena, há um predomínio de altas pressões
atmosféricas e uma quase total ausência de fenômenos at-
mosféricos causadores de chuva.
A variabilidade espacial das precipitações é muito gran-
de, havendo espaços geográficos onde a pluviometria mé-
dia anual é da ordem de 554,8mm, como verificado nos
sertões do município de Tauá.
Observa-se também grande variabilidade temporal do
seu regime de chuvas, o que ocasiona em alguns anos, se-
cas prolongadas ou precipitações excessivas, que causam
sérios problemas a agricultura e pecuária, base econômica
da maior parte da região.
Conforme dados de distribuição pluviométrica, a Figu-
ra 4 apresenta a Média Pluviométrica Anual para a região
Arneiroz 105,8 100,1 161,2 141,9 44,9 18,1 6,3 3,3 3,4 6,0 8,6 41,0 640,6
Independência 90,4 100,1 171,7 141,9 46,5 19,0 5,7 4,2 0,9 0,5 1,2 24,6 606,7
Tauá 71,6 94,4 156,2 122,1 41,4 12,6 6,4 3,1 1,2 2,6 3,5 39,7 554,8
Fonte: FUNCEME, 2012.
Figura 5 - Média pluviométrica dos municípios que integram a ASD – Núcleo II – Inhamuns, 1974 a 2011
As variações térmicas anuais são insignificantes, em No município de Tauá, as temperaturas médias situam-
toda a ASD - Núcleo II - Inhamuns, atingindo a média -se, entre 24°C a 27°C, podendo elevar-se a índices superio-
de 450m a 750m. res a 34°C e mínimo de 19°C como mostra a Figura 6.
Quanto a insolação (Figura 8), os valores médios en- do que os valores mais baixos se localizam nas serras e os
contram-se entre 148,3 horas/ano a 309,9 horas/ano, sen- mais altos no sertão.
3.3.1. Solos
O enquadramento dos solos dentro do atual Sistema
Brasileiro de Classificação dos Solos – SiBCS (EMBRA-
PA, 2006) foi realizado a partir do Levantamento Ex-
PODZÓLICOS VERMELHO-AMARELOS
ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOS Distróficos
Distróficos
PODZÓLICOS VERMELHO-AMARELOS
ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOS Eutróficos
Eutróficos
LUVISSOLOS CRÔMICOS Órticos BRUNO NÃO CÁLCICO
Quadro 5 - Tipologia dos Solos: Características Dominantes e Limitações de Uso ASD – Núcleo II -Inhamuns
Problemas de
Solos moderadamente profundos encharcamento no
Lavouras de
Planossolos Independência a rasos, raramente profundos, período chuvoso
subsistência e
Háplicos e Tauá imperfeitamente drenados e baixa e ressecamento e
pecuária
permeabilidade. fendilhamento durante
o período seco
TIPO DE UTILIZAÇÃO
Pastagem Pastagem
Classe de Lavouras Silvicultura
Plantada Natural
Aptidão Agrícola
Nível de Manejo Nível de Nível de Nível de
A B C Manejo B Manejo B Manejo A
Boa A B C P S N
Regular a b c p s n
Inapta - - - - - -
Fonte: EMBRAPA, 1978.
Os grupos em princípio de 6 (seis), tratam-se mais de os níveis de manejo. Os grupos 4, 5 e 6, apenas identifi-
um artifício cartográfico que identifica no mapa o tipo cam tipos de utilização (pastagem plantada, silvicultura
de utilização mais intensiva das terras, ou seja, sua me- e/ou pastagem natural e preservação da flora e da fauna,
lhor aptidão. Os grupos 1, 2 e 3, além da identificação de respectivamente), independente da classe de aptidão. A
lavouras como tipos de utilização, desempenham a fun- representação dos grupos é feita com algarismos de 1 a
ção de representar no subgrupo, as melhores classes de 6, em escalas decrescentes, segundo as possibilidades de
aptidão das terras indicadas para referido uso, conforme utilização das terras (Quadro 7).
Quadro 7 – Alternativas de utilização das terras de acordo com os grupos de aptidão agrícola
1
Aumento da intensidade da limitação
2
Diminuição das alternativas de uso
SUBGRUPOS
DESCRIÇÃO
DE APTIDÃO
2abc Terras com aptidão regular para lavouras nos níveis de manejo A, B e C.
Terras com aptidão regular para lavouras nos níveis de manejo A e B, e restrita no nível
2ab(c)
manejo C.
Terras com aptidão restrita para lavouras nos níveis de manejo A e B, e inapta no nível
3(ab)
manejo C.
5n Terras com aptidão regular para pastagem natural e inapta para silvicultura.
5(n) Terras com aptidão restrita para pastagem natural e inapta para silvicultura.
6 Terras indicadas somente para preservação da fauna e flora.
Fonte: FUNCEME, 2015.
3.3.3. Estrutura do Uso e Ocupação fortemente degradado com ambiente fortemente trans-
da Terra formado e com modificações severas e irreversíveis do
Os solos dos municípios da ASD - Núcleo II - Inhamuns ambiente, expondo evidências de desertificação.
são geralmente rasos, com características químicas, físicas A agropecuária tem significativa participação espacial
e morfológicas que favorecem a erosão. Ademais, a natu- na ASD – Núcleo II - Inhamuns em questão. Evidencia-
reza cristalina dos materiais de origem dos solos dificulta a -se que o uso da terra guarda os traços tradicionais da
infiltração da água e estimula a concentração de sais. ocupação dos sertões semiáridos pela pecuária extensiva
Neste cenário de vulnerabilidade torna-se relevante e pelo agroextrativismo. Sob esse aspecto, ao tratar dos
identificar e analisar as diferentes formas como o espaço sistemas de produção ou de uso da terra, há que conside-
territorial dos municípios está sendo ocupado pelo ho- rar a agricultura, a pecuária, o extrativismo (vegetal ou
mem, além de apontar as diversas atividades que estão de- mineral), as práticas e tecnologias agrícolas e as relações
gradando o meio ambiente, intensificando processos de sociais da produção.
erosão, inundações e assoreamentos. São consequências Na área em apreço, há uma nítida predominância do
que emergem do uso inadequado. sistema tradicional que ocupa propriedades com dimen-
O mapeamento do Uso e Ocupação da Terra elabora- sões inferiores a 50(cinquenta) hectares, onde se pratica
do na escala de 1:100.000, mostra as atividades exercidas uma agricultura de subsistência. São baixos os níveis tec-
na ASD – Núcleo II - Inhamuns, que se refletem no nológicos e a mão de obra é, por excelência, familiar.
estado de alteração/conservação da vegetação. Constata- Sistemas que utilizam técnicas modernas como a meca-
-se em trabalhos de campo a ocorrência, de áreas fito-es- nização agrícola, uso de insumos, espécies cientificamen-
tabilizadas, até algumas degradadas ou irreversivelmente te melhoradas e uso da irrigação, não foram efetivamente
comprometidas, estabelecendo-se níveis para determinar constatadas na ASD - Núcleo II – Inhamuns. Mesmo o
o estado atual da cobertura vegetal. Considerou-se a ti- que poderia ser considerado um sistema de irrigação, com
pologia dos ambientes com as seguintes características: produção especializada e com excedentes comercializá-
conservado a moderadamente conservado ou fito-esta- veis, tem ocorrências inexpressivas.
bilizado, com remanescentes do recobrimento vegetal Para a identificação e mapeamento das principais
primário; degradado ou de derivação e/ou desestabiliza- classes de uso e ocupação da terra na ASD - Núcleo II
ção, com modificações do recobrimento vegetal e já se- - Inhamuns, foram utilizadas observações de campo e
riamente ameaçado em função da forte ação antrópica;
O Quadro 10 mostra a legenda do uso e ocupação da tro fotográfico das classes do mapeamento produzido
terra, indicando o comportamento espectral e o regis- para a ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Quadro 10 - Legenda do uso e ocupação da terra: comportamento espectral e registro fotográfico para a ASD -
Núcleo II - Inhamuns
Caatinga
parcialmente
conservada com
características Cmce
Caatinga mo-
naturais
deradamente
Cmce remanescentes
conservada/
do recobrimento
extrativismo
vegetal primário
e com dinâmica
ambiental
progressiva.
Caatinga
degradada com
características
do recobrimento Cdap
Caatinga
vegetal primário
degradada/ Cdap
transformado e
agropecuária
com dinâmica
ambiental com
tendências
regressivas.
Caatinga
intensamente
degradada Cfdap
Caatinga submetida a
fortemente processos de
Cfdap
degradada/ desertificação
agropecuária e com solos e
biodiversidade
irreversivelmente
comprometidos.
Mata Ciliar
ribeirinha
degradada com
características
Mata Ciliar de recobrimento MCdap
degradada / MCdap vegetal secundário
agropecuária transformado e
com dinâmica
ambiental
com tendência
regressiva
Mata Ciliar
fortemente
degradada com
características
Mata Ciliar secundárias
fortemente MCfdap
fortemente
MCfdap transformadas,
degradada/
biodiversidade
agropecuária irreversivelmente
comprometida
e com dinâmica
ambiental
regressiva.
Atividade que
se caracteriza
por apresentar
em uma mesma
área, cobertura
vegetal associada
a agricultura e Ap
pecuária com
Agropecuária Ap exploração
familiar,
combinada com
pastagens naturais
e ou cultivadas
para produzir
alimento, renda
e adquirir outros
bens e serviços
Área baixa
plana, embutida
na depressão
Área de sertaneja,
submetida a ais
inundação ais
inundações
sazonal periódicas durante
a estação chuvosa,
associada a rede
hidrográfica
Exposições
rochosas l
superficiais
Lajedos l associadas ou não
a ocorrência de
matacões ou caos
de blocos.
De acordo com os dados apresentados na Tabela 2 e - Inhamuns mapeada. Verifica-se que apenas estas três
nas Figuras 13, 14 e 15 verifica-se que o espaço terri- classes mapeadas ocupam 88,5% (7.348,38km²) de toda
torial da ASD - Núcleo II - Inhamuns (8.303,26km²), a extensão territorial da ASD - Núcleo II - Inhamuns.
encontra-se principalmente ocupada com caatinga de- Importante observar também que 221,92km² da ASD
gradada/agropecuária, ocupando 3.605,36km², ou seja, em análise encontram-se ocupados com mata ciliar de-
43,42% da ASD - Núcleo II - Inhamuns em análise. A gradada/agropecuária e 242,55km² com caatinga mode-
classe agropecuária ocupa 2.246,60km², 27,06% de toda radamente conservada/extrativismo. O Mapa Temático
área da ASD - Núcleo II - Inhamuns e a Caatinga forte- (Anexo IV) apresenta a distribuição espacial de todas as
mente degradada/agropecuária 1.496,29km², correspon- classes do uso e ocupação da terra mapeadas na ASD -
dendo a aproximadamente 18,02% da ASD - Núcleo II Núcleo II – Inhamuns.
Tabela 2 - Quantificação das classes de uso e ocupação da terra mapeadas na ASD – Núcleo II – Inhamuns
Municípios
Área Total
Classes de Tauá Independência Arneiroz
Uso da Terra
Área Área
% % Área (km²) % % Área (km²)
(km²) (km²)
Cmce 2,65 106,48 1,59 51,18 7,96 84,89 2,92% 242,55
Cdap 47,43 1905,83 35,67 1148,09 51,71 551,45 43,42% 3605,36
Cfdap 18,17 730,10 22,64 728,70 3,52 37,48 18,02% 1496,29
Ap 24,92 1001,33 28,64 921,82 30,33 323,45 27,06% 2246,60
MCdap 1,35 54,25 5,14 165,44 0,21 2,24 2,67% 221,92
MCfdap 2,35 94,43 1,98 63,73 1,71 18,18 2,12% 176,34
ais 0,03 1,21 0,21 6,76 0,06 0,59 0,10% 8,55
l 0,92 36,97 1,98 63,73 1,38 14,72 1,39% 115,41
Água e Áreas
2,18 87,60 2,15 69,20 3,14 33,43 2,29% 190,23
urbanas
TOTAL 100,00 4018,19 100,00 3218,64 100,00 1066,43 100,00% 8303,26
43,42%
45.00%
%
em
relação
a
área
total
mapeada
40.00%
35.00%
27,06%
30.00%
25.00%
18,02%
20.00%
15.00%
10.00%
2,92%
2,67%
2,12%
0,10%
1,39%
2,29%
5.00%
0.00%
Figura 14 - Quantificação por município das classes de uso e ocupação da terra mapeadas na ASD – Núcleo II – Inhamuns.
3.4. Condições Bioecológicas tipologia vegetal, tendo, porém, alguns indivíduos emer-
gentes dispersos que raramente ultrapassam sete metros
3.4.1. Cobertura Vegetal de altura, com diversas herbáceas efêmeras, ocupando
No semiárido brasileiro, com mais de 750.000km2 boa parte da planície.
(MMA/PROBIO, 2005), estima-se que 30% do bioma Os arbustos e os subarbustos deste ambiente formam
Caatinga tenha sido já alterado em decorrência da agro- um verdadeiro emaranhado de difícil acesso, com cau-
pecuária, destacando-se o ambiente da Vegetação Le- les finos e normalmente espinhosos, cujas folhas são em
nhosa Caducifólia Espinhosa. O mau uso do solo aliado geral pequenas e caem quase que totalmente no estio,
ao clima semiárido vem provocando ao longo do tempo chegando a perda de aproximadamente 80% de sua fo-
uma perda de espécies raras, endêmicas e de interesse lhagem, na estiagem.
bioecológico dessa região, bem como originando grandes A flora da Caatinga adaptou-se ao clima semiárido, parti-
extensões de desertificação. cularmente ao déficit d’água e a forte incidência solar, atra-
A área em questão encontra-se inserida na depressão vés do desenvolvimento de folhas pequenas ou em formas
sertaneja onde se destaca o ambiente das Caatingas Ar- de espinhos, minimizando deste modo a sua perda d’água.
bustiva e Arbórea, além da Mata Ciliar com Carnaúba, já As principais espécies florísticas da Caatinga, aqui en-
bastante modificadas pela ação antrópica. contradas são: Bursera leptophloeos (imburana), Com-
bretum sp (mofumbo), Caesalpinia pyramidalis (catin-
a) Caatinga Arbustiva
gueira), Pithecolobium dumosum (jurema-branca), Cro-
A Caatinga arbustiva situa-se predominantemente na
ton sp (marmeleiro), Auxemma oncocalyx (pau-branco),
depressão sertaneja, estando descaracterizada sobretudo
Zizyphus jozeiro (juazeiro), Bauhinia forticata (mororó),
devido a forte pressão antrópica local dentre outros.
Mimosa caesalpinaefolia (sabiá), Copernicea prunifera
A vegetação da Caatinga desse ambiente apresenta por-
(carnaúba), Sapindus saponaria (sabonete), diversas cac-
te mediano com domínio de arbustos, normalmente me-
táceas, dentre outras espécies florísticas.
nor que 3 metros, dificilmente verificam-se árvores nesta
Quadro 11 - Universo Real e Efetivo de unidades de produção e estabelecimentos comerciais por município
MUNICÍPIOS
Ramo de Atividade
Independência Arneiroz Tauá Total
Cerâmica 1 - 3 4
Churrascaria 5 1 10 16
Matadouro 1 1 1 3
Torrefação de café
Fábrica de Cal
Padarias 5 2 11 18
Pizzarias 3 1 4 8
Renovadoras de Pneus 1 1
Total 15 5 30 50
Fonte: Levantamento de campo.
No caso específico do ramo matadouro, considerou-se sidade com que os ramos de atividades seriam amostra-
uma unidade por município. Esse critério foi adotado, dos (Quadro 12), conforme descrito a seguir:
uma vez que no município o matadouro oficialmente le- a) Amostragem de 10% para todos os ramos, in-
galizado e registrado é o público; existem outros locais de clusive os estabelecimentos do setor comércio e
abate de animais que, em razão de serem clandestinos e serviço;
possuírem estrutura rudimentar (às vezes nem se conse- b) Amostragem de 50% para os ramos de conside-
gue caracterizar), não se configuram como tal. rável consumo, a exemplo de cerâmicas, indús-
Em se tratando das galeterias, achou-se prudente não trias de sucos, indústrias de pasteurização, etc.;
inserir esse ramo no universo, tendo em vista que essa c) Censo (100%) para os ramos que possuem nú-
atividade não possui estrutura de produção fixas (geral- mero de indústrias e/ou estabelecimentos comer-
mente, a estrutura onde as aves são assadas são móveis ciais iguais ou inferiores a dez (≤ 10), e;
e, nem sempre, encontram-se no mesmo local), dificul- d) Amostragem obrigatória para os grandes consu-
tando a contabilização desse universo e, por conseguinte, midores (consumo superior a 50.000m3 de toras,
levantar a sua demanda energética. 100.000m3 de lenha e 50.000 metros de carvão
A partir do universo real e efetivo dos consumidores de vegetal, segundo a Instrução Normativa nº 6, de
energéticos florestais (Quadro 11), estabeleceu-se a inten- 15.12.06).
MUNICÍPIOS
RAMO DE ATIVIDADE
Independencia Arneiroz Taua Total % atividade amostral
Cerâmica 1 - 2 3 75
Churrascaria 3 - 3 6 37
Matadouro - - 1 1 33
Torrefação de café 0
Fábrica de cal 0
Padarias 2 - 1 3 17
Pizzarias 1 - 2 3 37
Renovadora de pneus 0
SUBTOTAL 7 0 9 16 100
Fonte: Levantamento de campo.
Quadro 13 - Consumo anual de energéticos florestais no setor domiciliar da ASD - Núcleo II - Inhamuns
Quadro 14 - Consumo anual de energéticos florestais no setor industrial e comércio/serviço da ASD - Núcleo II -
Inhamuns em st/ano
PRODUÇÃO CONSUMO
% %
(st/ano) (st/ano)
Total 410.331,84
Amostrada 43.556,60 100,00 43.556,60 10,60
Área amostrada municipal 2.412,00 5,50 2.412,00 5,50
Área amostrada regional 41.144,60 94,50 41.144,60 94,50
Exportação 0 - 0 -
Importação 0 - 0 -
Fonte: Levantamento de campo.
CONSUMIDOR
FORNECEDOR TOTAL SALDO
Independencia Arneiroz Tauá
Indpendência 2.364,00 2.364,00 0
Arneiroz
Tauá 48,00 48,00 - 41.144,60
FORNECEDOR EXTERNO
Região dos Inhamuns 41.144,60
Tabela 3 - Comportamento dos indicadores população urbana população rural e população total dos municípios
inseridos na ASD - Núcleo II - Inhamuns, 2000 e 2010
População
População rural População total
urbana
no período (%)
no período (%)
no período (%)
Taxa de cresc.
Taxa de cresc.
Taxa de cresc.
Município
Ceará 5.315.318 6.343.990 19,4 2.115.343 2.104.065 -0,5 7.430.661 8.448.055 13,7
Arneiroz 2.146 3.884 81,0 5.392 3.773 -30,0 7.538 7.657 1,6
Indepen-
10.265 11.480 11,8 14.997 14.106 -5,9 25.262 25.586 1,3
dência
Tauá 26.721 32.280 20,8 25.227 23.475 -6,9 51.948 55.755 7,3
Figura 16 - Taxas médias de crescimento anual da população urbana, rural e total no Ceará e municípios da ASD -
Núcleo II - Inhamuns, 2000 a 2010
A densidade demográfica do Brasil em 2010 foi estimada em 22,43 hab/ km2.
Figura 17 - Densidade demográfica (hab./km2) do Ceará e municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns, 1991 e 2010
Figura 18 - Estrutura etária dos municípios da ASD - Núcleo II - Inhamuns, 2000 e 2010
Arneiroz 3 3 0,0
Independência 16 9 -5,1
Segundo o censo agropecuário, dados de 2006, menos pequena, haja vista a importância das lavouras perma-
de 0,5% da área destinada aos estabelecimentos agrope- nentes para a produção de alimentos para a população e
cuários encontrava-se destinada as lavouras de subsistên- para a geração de emprego e renda no meio rural.
cia em 2006 (Tabela 5). De fato, uma proporção muito
4.2.3. Pastagens
Os dados nas Tabelas 8, 9 e 10 apontam que a maioria destas áreas é de pastagem natural. As pastagens naturais
dos estabelecimentos agropecuários do município de Ar- são as mais comuns nos três municípios analisados e a
neiroz têm áreas destinadas as pastagens, a maior parte principal fonte de alimento para os animais herbívoros.
Tabela 8 - Estabelecimentos agropecuários com pastagens naturais nos municípios da ASD - Núcleo II -
Inhamuns, 2006
Na ASD - Núcleo II - Inhamuns as pastagens plantadas é um fator de preocupação, pois pode significar que os
ocorrem em proporção bastante inferior que as naturais. pecuaristas estão realizando desmatamentos e usando a
A existência de pastagem plantada é um indicador de pe- vegetação nativa como pasto.
cuária intensiva. O fato de existir em pequena proporção
Tabela 9 - Estabelecimentos agropecuários com área destinada às pastagens plantadas em boas condições nos
municípios da ASD - Núcleo II – Inhamuns, 2006
4.2.4. Matas e florestas naturais biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora na-
destinadas à preservação tivas. O percentual de ARL na propriedade não deve ser
permanente ou reserva legal inferior a 20%.
As Áreas de Preservação Permanente (APP) são defi- Os dois instrumentos podem ser considerados estraté-
nidas no Código Florestal Brasileiro como áreas prote- gias de combate a degradação ambiental, revestindo-se
gidas com o objetivo de preservar os recursos hídricos, a de especial importância na ASD - Núcleo II - Inhamuns,
paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade e o dados os problemas ambientais aí existentes.
fluxo gênico de flora e fauna; proteger o solo e assegurar No entanto, como se observa na Tabela 11, são pou-
o bem-estar das populações humanas. cos os estabelecimentos agropecuários que possuem APP
Por outro lado, Áreas de Reserva Legal (ARL) são aque- ou ARL. Em Independência 1,0% dos estabelecimentos
las localizadas no interior de uma propriedade ou posse agropecuários apresentavam tais instrumentos em 2006,
rural, excetuada a de preservação permanente, necessária o equivalente a 2,2% da área total dos estabelecimentos.
ao uso sustentável dos recursos naturais, a conservação e
reabilitação dos processos ecológicos, a conservação da
Tabela 11 - Estabelecimentos agropecuários com matas e/ou florestas naturais destinadas à preservação permanente
ou reserva legal nos municípios da ASD - Núcleo II - Inhamuns, 2006
Proporção em
Proporção em relação à área
Número de relação ao total de
Município Área (ha) total dos estabelecimentos rurais
estabelecimentos estabelecimentos rurais
no município
no município
Arneiroz 134 13,2 4.640 6,2
Independência 35 1,0 4.778 2,2
Tauá 215 3,3 6.440 2,3
Fonte: IBGE, 2007.
Proporção em relação
Proporção em relação ao total
Número de Área à área total dos
Município de estabelecimentos rurais no
estabelecimentos (ha) estabelecimentos rurais
município
no município
Arneiroz 62 6,1 167 0,2
Independência 157 4,4 1.686 0,8
Tauá 146 2,2 1.374 0,5
Fonte: IBGE, 2007.
Tabela 13 - Estabelecimentos agropecuários com terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária nos municípios
da ASD - Núcleo II - Inhamuns 2006
Proporção em relação
Proporção em relação ao
Número de à área total dos
Município total de estabelecimentos Área (ha)
estabelecimentos estabelecimentos rurais
rurais no município
no município
Arneiroz 161 15,8 898 1,2
Independência 345 9,6 5.841 2,6
Tauá 496 7,5 7.839 2,9
Fonte: IBGE, 2007.
Figura 20 - Distribuição da área dos estabelecimentos agropecuários por tipo de uso da terra na ASD - Núcleo II -
Inhamuns (%), 1995 e 2006
Figura 21 - Taxas médias de crescimento anual do valor dos financiamentos concedidos a produtores e cooperativas na
agricultura e na pecuária, no Ceará e municípios inseridos na ASD - Núcleo II – Inhamuns, 2000 a 2010
Figura 23 - Taxas médias de crescimento anual da quantidade produzida de lavouras plantadas nos municípios
inseridos na ASD - Núcleo II - Inhamuns, 2000 a 2010
Figura 24 - Taxas médias de crescimento anual da quantidade produzida de carvão vegetal e lenha nos municípios
inseridos na ASD - Núcleo II – Inhamuns, 2000 a 2009
Figura 25 - Taxas médias de crescimento anual do efetivo por tipo de rebanho, nos municípios inseridos na
ASD - Núcleo II - Inhamuns, 2000 a 2010
A redução no rebanho de bovinos afetou como cresceu em média, 2,7% ao ano, nos municípios de
esperado, a produção de leite na região. Conforme Arneiroz e Tauá constatou-se uma queda de 0,8% e
Figura 26, enquanto no Ceará a produção de leite 0,5%, respectivamente.
Figura 26 - Taxas médias de crescimento anual da produção de leite e mel, nos municípios
inseridos na ASD - Núcleo II - Inhamuns, 2000 a 2010
Município Produção de mel (kg) 2000 Participação na produção do Ceará 2007 (%)
Tauá - 7171
Fonte: IPECE, 2008.
4.3.2.1. Artesanato
A degradação ambiental nos municípios da ASD – Nú- observado no Quadro 17, são encontradas atividades
cleo II - Inhamuns tem reduzido a potencialidade agrí- como bordado e artesanato em couro nos três municípios
cola da região. Neste contexto as atividades não agrícolas da ASD. O barro é trabalhado em Arneiroz e Indepen-
podem ser uma alternativa para a população rural. Como dência enquanto Tauá apresenta a produção de pedras.
Arneiroz Sim Sim Sim Não Não Não Não Não Não
Independência Sim Sim Sim Não Não Não Não Não Não
Tauá Sim Não Sim Não Não Não Sim Não Não
Fonte: IBGE. Perfil dos Municípios Brasileiros. 2009.
4.3.2.2. Indústria
Os municípios cearenses não apresentam vocação in- analisados entre 2001 e 2010, apontando uma tendência
dustrial. Apesar dos atrativos governamentais são pou- contrária aquela verificada no estado como um todo que
cas as empresas fabris existentes no interior. O setor, já cresceu anualmente 3,6%, em média (Tabelas 15 e 16).
pequeno, apresentou retração em todos os municípios
Tabela 15 - Total de empresas industriais locais e taxa média de crescimento anual nos
municípios inseridos na ASD - Núcleo II - Inhamuns, 2001 e 2009
Tauá 51 42 -2,1
Fonte: IPECE, 2010.
Taxa média de
Município 2001 2009
crescimento anual (%)
Ceará 10.885 12.659 1,7
Arneiroz 4 3 -3,1
Independência 25 12 -7,8
Tauá 45 42 -0,8
Fonte: IPECE, 2010.
As poucas indústrias instaladas na ASD - Núcleo II - tor de serviços, especialmente o comércio, apresentou as
Inhamuns, se concentram nos setores de construção civil maiores taxas de crescimento da economia. Em Tauá o
e transformação, sendo estas últimas mais comuns. crescimento médio anual do setor alcançou 12,8% en-
quanto no Ceará foi de 4,8%. Apesar das condições ci-
4.3.3. Setor Terciário tadas, em Independência houve uma retração do setor na
Nos últimos anos, em consequência da estabilidade ordem de 5,5% ao ano entre 2001 e 2009 (Figura 27).
econômica e programas de transferência de renda, o se-
Figura 27 - Taxa média de crescimento anual do número de empresas de serviços, no Ceará e nos municípios da
ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2001 a 2009
A seguir, apresentam-se considerações sobre o setor ter- ciais sobre número de hotéis ou unidades habitacionais
ciário na ASD – Núcleo II - Inhamuns com ênfase no destinados a hospedagem. Nenhum dos municípios da
turismo e no comércio. região é considerado como turístico pela Secretaria de
Turismo do Ceará, fato este que reduz as expectativas
4.3.3.1. Atividade turística desta atividade como fonte de desenvolvimento regional.
O turismo pode ser um importante aliado do desen- No entanto, como se observa no Quadro 18, podem
volvimento rural. No entanto, não foram observados nos ser explorados atrativos naturais, arquitetônicos e cultu-
municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns dados ofi- rais na região.
O comércio varejista é a principal característica do ser verificado pela comparação das Figuras 28 e 29.
comércio na ASD - Núcleo II - Inhamuns o que pode
A análise da Tabela 17 permite inferências sobre o mercializam alimentos e lanches (as bodegas ou
comércio varejista nos municípios da ASD - Núcleo II - mercearias).
Inhamuns entre 2002 e 2009: - Dentre os municípios analisados, Tauá apresenta
- A prevalência de estabelecimentos que comercia- um comércio mais diversificado.
lizam tecidos, perfumarias, medicamentos sugere - A maior retração no comércio foi verificada em
a informalidade daqueles comerciantes que co- Independência.
Tabela 18 - Indicadores de Emprego – Ceará e municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2000 e 2009
A proporção de pessoas empregadas em atividades li- Um dos motivos para tal fato pode ser a pouca expressivi-
gadas a agropecuária ainda é relativamente elevada nos dade da indústria e do comércio na região.
municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns (Figura 30).
Figura 31 - Número de empregos formais. Ceará e municípios localizados na ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2010
Segundo os dados da RAIS (Relação Anual de Infor- município para município (Figura 32). Ao contrário dos
mações Sociais), em 31/12/2010, as ocupações com maio- municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns não prevale-
res estoques no número de empregos formais variam de cem os empregos no setor industrial
Figura 32 - Ocupações que mais admitiram no Ceará e nos municípios localizados na ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2010
Figura 33 – Taxa de analfabetismo funcional, população com 15 anos ou mais, nos municípios localizados
na ASD – Núcleo II – Inhamuns, 2000 e 2010
Arneiroz
Independência
Tauá
Ceará
Pode-se entender melhor, as condições educacionais nos no número de escolas de educação infantil e ensino funda-
municípios da ASD – Núcleo II – Inhamuns por meio do mental no estado, no período 2001 a 2009. No entanto, no
acompanhamento de um conjunto de indicadores apresen- ensino médio houve um aumento de 11%.
tados a seguir. Como se nota na Tabela 19, houve redução
Tabela 19 - Número de escolas nos diferentes níveis de ensino no Ceará e municípios da ASD – Núcleo II -
Inhamuns, 2001 e 2009
Taxa Média de Taxa de Crescimento
Município 2001 2009
Crescimento Anual no Período
Educação Infantil
Ceará 11.954 7.365 -5,2 -38,4
Arneiroz 79 22 -13,2 -72,2
Independência 164 63 -10,1 -61,6
Tauá 156 113 -3,5 -27,6
Ensino Fundamental
Ceará 11.134 7.947 -3,7 -28,6
Arneiroz 42 23 -6,5 -45,2
Independência 81 63 -2,8 -22,2
Tauá 131 112 -1,7 -14,5
Ensino Médio
Ceará 740 822 1,2 11,1
Arneiroz 1 1 0,0 0,0
Independência 2 3 4,6 50,0
Tauá 2 3 4,6 50,0
Fonte: IPECE, 2010.
Tabela 20 - Indicadores e taxas de crescimento da infraestrutura de saúde nos municípios da ASD – Núcleo II -
Inhamuns, 2001 e 2009
Total de leitos
Taxa média de Número de unidades
ligados ao Sistema
crescimento ligadas ao SUS Taxa média de crescimento
Único de Saúde
anual do total (públicas e privadas) anual do número de
Município (SUS)
de leitos ligados unidades ligadas ao SUS/
ao Sistema pública/ privadas.
2001 2009 Único de Saúde 2001 2009
O atendimento da população por médico é um proble- agosto de 2011, estabelece que o número de Agentes Co-
ma a ser resolvido pelas autoridades. Como se observa na munitários de Saúde (ACS) deve ser suficiente para cobrir
Tabela 21, os municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns 100% (cem por cento) da população cadastrada, com um
estão longe de atingir a meta desejada pelo governo brasi- máximo de 750 pessoas por ACS. A diretriz encontra-
leiro de oferecer um médico para 400 habitantes até 2020. -se cumprida nos três municípios da ASD – Núcleo II
Em Arneiroz percebe-se um retrocesso neste sentido. - Inhamuns, embora se verifique um aumento na relação
O Ministério da Saúde, Portaria nº 2.027, de 25 de em Arneiroz e Independência no período analisado.
Tabela 21 - Indicadores e taxas de crescimento dos profissionais de saúde nos municípios da ASD - Núcleo II -
Inhamuns, 2001 e 2009
Outro índice elucidativo do nível de desenvolvimento de desenvolvimento considerado apenas REGULAR, se-
dos municípios cearenses é o Índice de Desenvolvimen- gundo a classificação do IPECE. Em Independência ob-
to Social (IDS). Também elaborado pelo IPECE, o IDS servou-se a maior taxa de crescimento. Neste município o
volta-se principalmente para a verificação do nível de in- IDS - Oferta cresceu, em média, 5,1 ao ano (Tabela 22).
clusão social existente no município. Operacionalmente O IDS – Resultado, analisa o desenvolvimento social em
o IDS é abordado em duas vertentes: oferta e resultado. termos dos resultados obtidos a partir de ações governamen-
O IDS – Oferta (IDS-O) tenta aferir o nível de oferta dos tais implementadas no município, ações estas que impactam
serviços na área social e o IDS – Resultado (IDS-R) refle- diretamente a qualidade de vida população. Em 2008 Inde-
te os resultados sociais verificados no município. Ambos pendência apresentou resultado superior ao Estado do Ceará
os aspectos são avaliados nas dimensões educação, saúde, como um todo. No entanto, todos os municípios foram clas-
condições de moradia, emprego e renda. sificados como nível regular de desenvolvimento.
Em termos globais nenhum dos municípios apresen- Observou-se que durante o ano de 2002 e 2008, ocor-
tou níveis de desenvolvimento (oferta) superiores a média reu ganho médio anual nos resultados alcançados nos três
estadual em 2008. Todos os municípios alçaram nível municípios.
Tabela 22 - Índice de Desenvolvimento Social Oferta e Resultado, Ceará e municípios da ASD – Núcleo II -
Inhamuns, no período 2002 – 2008
Tabela 23 - Índice Municipal de Alerta (IMA) dos municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns, 2004 e 2009
A relação direta entre desenvolvimento e redução da população que vive abaixo da linha da pobreza e a proporção
pobreza é quase um consenso entre estudiosos. Para da população que sofre com a fome. No Brasil, especialmen-
SEN (1984), importante estudioso do tema, a pobreza te no Nordeste, uma série de intervenções busca alcançar
é a privação de capacidades, ou seja, impossibilidade de esta meta. Estudos apontam que o benefício do governo fe-
alcançar ou usufruir dos bens e serviços desejados, de ter deral Bolsa Família, vem conseguindo diminuir os níveis de
acesso a educação e saúde. Assim, onde não há desenvol- pobreza e existem projeções favoráveis à redução da pobreza
vimento se torna maior a probabilidade de haver pobreza. e desigualdade, no entanto, esta redução não é significativa.
Nesta perspectiva, torna-se importante identificar os ní- A Figura 36 apresenta o percentual de pobres ou indiví-
veis de pobreza de uma região para que sejam elaboradas duos com renda domiciliar per capita inferior a linha de po-
políticas públicas de desenvolvimento. breza nos anos 2000 e 2010. Como observado, embora tenha
A erradicação da pobreza é o primeiro objetivo destaca- ocorrido queda na proporção de pobres no período analisado,
do pela ONU entre os oito objetivos do milênio. O desafio mais da metade da população dos municípios estudados foi
colocado é reduzir pela metade, até 2015, a proporção da considerada abaixo da linha de pobreza em 2010.
Figura 36 - Proporção de pobreza (indivíduos com renda domiciliar per capita inferior
à linha de pobreza de R$ 75,50 em 2000 e R$ 70,00 em 2010) municípios da ASD –
Núcleo II - Inhamuns, 2000 e 2010
Figura 35 - Proporção de pobreza (indivíduos com renda domiciliar per capita inferior
à linha de pobreza de R$ 75,50 em 2000 e R$ 70,00 em 2010) municípios da ASD –
Núcleo II - Inhamuns, 2000 e 2010
Figura 37 - Proporção de indigentes (indivíduos com renda domiciliar per capita inferior à
R$ 37,70) municípios da ASD – Núcleo II - Inhamuns, no período 2000 e 2010
Figura 38 - Distribuição do consumo de energia na ASD – Núcleo II - Inhamuns, por setor, 2009
Tabela 24 - Proporção de domicílios atendidos por serviços de infraestrutura básica na ASD - Núcleo II –
Inhamuns, 2010 (%)
Como se observa na Tabela 25, o aumento nas taxas coleta de lixo são baixas dadas a demanda populacional e
médias de crescimento tanto no número de ligações ati- a urgência desses serviços. O município que se destacou,
vas no abastecimento de água quanto no número de li- no período de 2001 a 2009, com as maiores taxas de cres-
gações ativas de esgotamento sanitário e domicílios com cimento foi Arneiroz.
Tabela 25 - Taxas médias de crescimento anual da proporção de domicílios atendidos por serviços de infraestrutura
básica na ASD – Núcleo II – Inhamuns, 2000 a 2010 (%)
4.5.2. Gestão da Habitação Para tanto, a legislação definiu o Plano Diretor como
principal instrumento para nortear a política urbana, in-
No campo da política urbana, a descentralização polí- cluindo a participação da sociedade em todo o processo
tico-administrativa instituída pela Constituição Federal de discussão e definição de estratégias. O produto final
do Brasil, 1988 ampliou a competência dos municípios, deve expressar o resultado de uma discussão política so-
dando-lhes maior autonomia política, fiscal e financeira e bre a cidade.
definiu novas atribuições ao gestor visando o ordenamen- Esse instrumento de planejamento, apesar de funda-
to territorial, dentre elas: a responsabilidade de formula- mental ainda é pouco utilizado pelos gestores municipais
ção e implementação da política urbana, planejamento e que compõem a ASD – Núcleo II - Inhamuns. Consta-
controle do uso e parcelamento do solo urbano. tamos que, somente o município de Independência, for-
O aumento na frota de veículos da ASD - Núcleo II bom estado de conservação das estradas que ligam os
- Inhamuns, observado na Tabela 27, acentua a impor- municípios da região ao sertão e a cidade de Fortaleza é
tância de estradas bem conservadas. É inconteste que um um fator determinante para a economia local.
Figura 39- Taxa de urbanização (%) do Ceará e municípios da ASD - Núcleo II - Inhamuns, 2000 e 2010
Lei Nº
Lei dos Crimes • Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e
9605/1998 de
Ambientais atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
12/02/1998
Lei Nº
Lei de Educação • Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de
9795/1999 de
Ambiental Educação Ambiental e dá outras providências.
27/04/1999
100 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 20 - Legislação Ambiental Federal Pertinente na ASD – Núcleo II - Inhamuns.
Institui o Programa
Federal de Apoio
à Regularização Decreto Nº • Promover e apoiar a regularização ambiental de imóveis, com prazo de
Ambiental de 7.029 de até três anos para a adesão dos beneficiários, contados a partir da data da
Imóveis Rurais - 10/12/2009 publicação deste Decreto.
“Programa Mais
Ambiente”
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 101
Quadro 20 - Legislação Ambiental Federal Pertinente na ASD – Núcleo II - Inhamuns.
102 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 20 - Legislação Ambiental Federal Pertinente na ASD – Núcleo II - Inhamuns.
O constituinte não somente reconheceu a existência Essa iniciativa vem demonstrar a quebra de paradigma
dos interesses difusos e coletivos mais também estabele- a partir do texto constitucional aos operadores do direito,
ceu um “sistema de garantia” desses interesses, definindo pois, se antes a temática dos interesses difusos era relegada
titulares do direito a proteção e instrumentos jurídicos a discussões doutrinárias levadas a efeito em congressos,
de proteção, ao conferi-la ao Ministério Público, por in- seminários, porém, ausentes dos hostes dos Tribunais, ela
termédio do inquérito civil e da ação civil pública, e ao ganhou dimensão extraordinária a partir da promulgação
cidadão, por meio da ação popular. da Carta de 1988, com relevo para o meio ambiente, sen-
Ao Ministério Público coube a titularidade ampla, uma do objeto de enfrentamento de quizílias cada vez maiores
vez que poderá tutelar, além dos interesses especificamen- ante o valor das penalidades aplicadas quando da ocor-
te mencionados pela Constituição, como o meio ambien- rência de danos ao meio ambiente.
te e o patrimônio público e social, os demais interesses Ressalte-se que o nosso texto constitucional se coaduna
difusos e coletivos, conforme a fórmula genérica utilizada com a Declaração sobre o Ambiente Humano, realizada
pelo mencionado art. 129 da Constituição Federal. na Conferência das Nações Unidas em Estocolmo, Sué-
Aos cidadãos coube titularidade restrita, posto que a cia, em junho de 1972, na qual ficou estabelecido:
ação popular somente possa ter por objeto a anulação de
O homem tem o direito fundamental a liberdade, a igualdade
ato lesivo ao patrimônio público ou a entidade de que o
e ao desfrute de condições de vida adequadas, em um meio
Estado participe, a moralidade administrativa, ao meio
ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
digna, gozar de bem-estar, e é portador solene de obrigação
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 103
em que vislumbramos decisões consentâneas com essa
de proteger e melhorar o meio ambiente, para as gerações
realidade, lamentavelmente contando com as informa-
presentes e futuras.
ções e constatações oriundas do aquecimento global ora
O Supremo Tribunal Federal alinhado com a manifes-
existente.
tação reconheceu a existência dos princípios constitucio-
Nesse momento, o maior desafio a ser enfrentado pela
nais ambientais ao declarar liminarmente a inconstitu-
legislação brasileira era de estabelecer normas específicas,
cionalidade dos artigos presentes nas Constituições Esta-
distribuição das competências e atribuições institucio-
duais, que afastava a obrigatoriedade de estudos prévios
nais, de tutela do meio ambiente que aliasse crescimento
de impacto ambiental, no que se referia as áreas floresta-
econômico e menor impacto sobre o meio ambiente. En-
das ou objeto de reflorestamento para fins empresariais.
fim, um modelo que integrasse, de modo sustentável, o
Mesmo que se admitisse a possibilidade de tal restrição,
homem e o mundo natural.
a lei que poderia viabilizá-la, através de normas gerais, es-
Como estratégia adotada para amenizar os problemas
taria inserida na competência do legislador federal, já que
decorrentes do forte avanço da urbanização sobre os
a este cabe disciplinar, através de normas gerais, a conser-
ecossistemas, foi o estabelecimento de um quadro legal e
vação da natureza e a proteção do meio ambiente (art. 24,
institucional que incorporava a abordagem ambiental nas
VI, da Constituição Federal, 2008), não sendo possível,
questões urbanas, a descentralização do poder conferindo
ademais, cogitar-se da competência legislativa a que se re-
maior autonomia ao poder local, com todas as limitações
fere o § 3.º do art. 24 da Carta Federal, já que esta busca
impostas pela economia e por estruturas político-admi-
suprir lacunas normativas para atender as peculiaridades
nistrativas despreparadas e ampliação da cidadania com
locais, ausentes na espécie (STF, Pleno, ADIn n. 1086-7/
a adoção de mecanismos de controle social.
SC, rel. Min. Ilmar Galvão, DJU de 16.9.1994).
Inaugura-se, assim, uma nova fase do direito ambien-
A partir da construção jurisprudencial do Supremo
tal, em que se veem os recursos ambientais como bem
Tribunal Federal identificamos o surgimento de alguns,
de uso comum do povo, necessário a sadia qualidade de
dentre outros princípios do meio ambiente, fixados no ar-
vida, com a consciência de que sua manutenção é impor-
tigo 225 do Estatuto Constitucional, a seguir delineados:
tante também para as futuras gerações.
Art. 1° – Princípio da obrigatoriedade da intervenção esta-
No entanto, a efetivação da legislação, incluindo a pos-
tal: o Poder Público tem o dever de defender e preservar o
sibilidade de uma fiscalização mais rígida para proteção
meio ambiente, assegurando sua efetividade. A ação gover-
do meio ambiente ainda esbarram no escasso volume de
namental deverá ocorrer na manutenção do equilíbrio eco-
recursos destinados às questões ambientais, na falta de
lógico; Art. 2° – Princípio da prevenção e da precaução: a lei
articulação entre os governos federal, estaduais e muni-
determina a proteção de ecossistemas, com preservação de
cipais, sociedade civil, e mesmo entre os vários órgãos
áreas representativas e de áreas ameaçadas de degradação;
federais, nos conflitos de competências no âmbito da ges-
Art. 3° – Princípio da participação e cooperação: o Estado
tão ambiental pública, no quadro regulatório e principal-
e a coletividade têm o dever de defender o meio ambiente e
mente, na desarticulação entre a política ambiental local/
preservá-lo para as gerações presentes e futuras. O Estado e a
regional e global e destas com as políticas setoriais.
sociedade devem cooperar na formulação e execução da polí-
Surgem, no plano constitucional dos Estados, um acer-
tica ambiental. Os diferentes grupos sociais devem participar
vo considerável de normas legais e preceitos que revelam a
dessas atividades juntamente com a Administração Pública;
interferência crescente do Estado na vida econômica e no
Art. 4° Princípio da ubiquidade: o meio ambiente deve ser
direito de propriedade; assim são as normas que permi-
levado em consideração antes da e durante a realização de
tem a intervenção do Poder Público no funcionamento e
qualquer atividade que venha a ser desenvolvida, de qualquer na propriedade das empresas, as que condicionam o uso
natureza; Art. 5° Princípio do desenvolvimento sustentado: a da propriedade ao bem-estar social, as que reservam para
compatibilização do desenvolvimento econômico-social com o Estado a propriedade e a exploração de determinados
a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio bens, como as minas e demais riquezas do subsolo, as que
ecológico. A conciliação dos valores consiste na exploração permitem a desapropriação para a justa distribuição da
equilibrada dos recursos naturais, devendo ser observados propriedade; cresce a preocupação com interesses difu-
os limites da satisfação das necessidades e do bem-estar da sos, como o meio ambiente e o patrimônio histórico e
presente geração, para a conservação do meio ambiente no artístico nacional.
interesse das gerações futuras. Precisamente por não poder dispor dos interesses pú-
Sendo a Corte Suprema a última e definitiva instância blicos cuja guarda lhes são atribuídos por lei, os poderes
para elucidação das lides, tem-se como primordialmente atribuídos a Administração, têm o caráter de poder-dever,
preponderante a prevalência do interesse coletivo sobre o são poderes que a Lei não pode deixar de exercer sob pena
privado, ou seja, a partir desses princípios, criados com a de responder pela omissão. Cada vez que ela se omite no
interpretação do dispositivo constitucional invocado, so- exercício de seus poderes, é o interesse público que está
bretudo da sensibilização dos senhores julgadores, antes sendo prejudicado.
não tão atentos a importância da preservação ambiental Assim, buscando a melhoria da qualidade ambiental do
como condição indispensável a perpetuação da nossa es- Estado destacamos o estabelecimento do ICMS – Ecoló-
gico com a inclusão do componente ambiental na cons-
pécie, distintamente do que ocorre nos últimos tempos,
trução desse índice. (Quadro 21)
104 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 21 - Legislação Ambiental Estadual Pertinente na ASD – Núcleo II - Inhamuns.
PRINCIPAIS ASPECTOS
OBJETO DATA E PRINCÍPIO
(objetivos, finalidade, princípios, diretrizes, etc.)
Lei n° 13.340, maio • Identificar os municípios cearenses que atendam a critérios pre es-
Cria o Programa
de 2003 Decretos nº tabelecidos de conservação e uso sustentável dos recursos naturais
Selo Município
27.073 e 27.074, de e que promovam a melhoria na qualidade de vida para as gerações
Verde
2003 presentes e futuras.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 105
Quadro 21 - Legislação Ambiental Estadual Pertinente na ASD – Núcleo II - Inhamuns.
• Tem por objetivo a promoção e defesa do meio ambiente bem como for-
mular, planejar e coordenar a Política Ambiental do Estado, de forma parti-
cipativa e integrada em todos os níveis de governo e sociedade, com vistas a
garantir um meio ambiente ecologicamente equilibrado, economicamente
viável e socialmente justa para a presente e futuras gerações.
Criação do • Competências: Elaborar, planejar e implementar a política ambiental do Estado;
Conselho de Lei Estadual n.º • Monitorar e avaliar a execução da política ambiental do Estado;
Políticas e 13.875 de 07 • Promover articulação interinstitucional nos âmbitos federal, estadual e
Gestão do Meio de fevereiro de municipal e estabelecer mecanismos de participação da sociedade civil;
Ambiente - 2007 e Decreto • Efetivar a sintonia entre sistemas ambientais federal, estadual e municipais;
CONPAM e sua Estadual n.º • Fomentar a captação de recursos financeiros através da celebração de
Estrutura 28.642/2007 convênios, ajustes e acordos com entidades públicas e privadas, nacionais
Organizacional e internacionais, para a implementação da política ambiental do Estado;
• Propor a revisão e atualização da legislação pertinente ao sistema am-
biental do Estado;
• Coordenar o sistema ambiental estadual;
• Exercer outras atribuições necessárias ao cumprimento de suas finali-
dades nos termos do regulamento.
106 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
No âmbito municipal, a Constituição Federal de 19881 controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo
conferiu ao Poder Público, competência para através do urbano, visando a proteção da qualidade de vida da po-
Plano Diretor, promover o adequado ordenamento ter- pulação. (Quadro 22)
ritorial (zoneamento urbano), mediante planejamento e
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 107
Quadro 22 - Legislação Ambiental Municipal Pertinente na ASD – Núcleo II - Inhamuns.
Nos municípios em referência (Tauá, Independência e urbanas devem provocar efeitos profundos na estrutu-
Arneiroz) as legislações que dispõem sobre políticas de ra das cidades sendo direcionadas para os processos de
preservação ambiental, uso e ocupação do solo, regula- produção, reprodução, transformação e apropriação do
mentação de ações e delimitação das atividades exercidas, ambiente construído, incluindo as infraestruturas, os ser-
que interferem diretamente no espaço público, áreas ou viços e os equipamentos, sua localização na estrutura das
zonas declaradas de interesse social ou especial para as cidades e as práticas sociais nos quais se articulam.
finalidades a que devem se destinar são ainda incipientes, Visto sob essa ótica, as políticas urbanas nos municí-
limitando-se ao Código de Obras e a legislações específi- pios da ASD - Núcleo II - Inhamuns, delimitados por
cas sobre zonas de interesse especial (Quadro 23). marcos referenciais vigentes, tem assumido contornos
Assim, frente aos desafios colocados pelo intenso pro- conceituais poucos precisos, onde podem ser encon-
cesso de urbanização nos municípios que compõem a trados problemas de natureza diversas em relação aos
ASD - Núcleo II - Inhamuns, principalmente nas cidades atributos dessa política e a incorporação efetiva de pers-
de Tauá e Independência, as questões relativas à gestão pectivas e processos de acompanhamento e avaliação
das cidades, políticas ambientais e de organização dos com respeito a formulação, aos resultados e aos meios e
territórios adquirem crescente relevância e as políticas instrumentos utilizados.
108 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 23 - Indicadores de Instrumentos de planejamento e políticas públicas referentes à Legislação Municipal
na ASD - Núcleo II – Inhamuns, 2009
Existência de legislação específica sobre zona e/ou área de interesse social Não Não Não
Essa questão está refletida no instrumental de plane- municipal o Governo do Estado do Ceará tem estimu-
jamento e acompanhamento da política urbana implan- lado a implantação de atividades industriais nos mu-
tada, que, nos municípios se limitam ao estabelecimento nicípios, com recursos do Fundo de Desenvolvimento
de cadastro imobiliário e a cobrança de algumas taxas de Industrial (FDI), que oferece condições favoráveis aos
serviços prestados, sem que, isso esteja diretamente vincu- empreendedores que não dispõem de capital.
lado a um planejamento mais global das cidades. Como Um bom exemplo desse esforço de interiorização do
já relatamos somente o município de Independência havia desenvolvimento industrial é a implantação da empresa
elaborado o seu Plano Diretor até o final de 2009. MPX Tauá, com a instalação de 4.680 painéis fotovoltai-
Assim também, não verificamos nos municípios ne- cos, fabricados pela empresa japonesa KYOCERA e do
nhum mecanismo de incentivo de atração de empreen- Polo Calçadista em Tauá, capaz de gerar cerca de 950 em-
dimentos, seja de doação ou cessão de terrenos, seja de pregos quando estiver operando em capacidade máxima.
incentivos fiscais (isenção de taxas e impostos) - política Trata-se da Empresa MELBROS Indústria e Comércio
adotada, atualmente, pelo Governo do Estado e que parte de Calçados LTDA, que investirá R$ 40,9 milhões para
do princípio de que a redução da carga tributária promo- instalar sua fábrica em Tauá.
ve a ampliação da base de contribuição e, consequente- Merece também destaque, as questões relacionadas
mente, a expansão da atividade econômica, pelo aumento com as disparidades intramunicípios sendo o de Arneiroz
da competitividade das empresas cearenses (Quadro 24). o mais frágil do ponto de vista econômico e que enfrenta
Apesar da não existência de incentivos fiscais na área maiores adversidades do ponto de vista social.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 109
Quadro 24 - Indicadores de Instrumentos de planejamento e políticas públicas referentes à gestão de
empreendimentos locais na ASD - Núcleo II – Inhamuns, 2009
110 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
5.2. Planos, programas e projetos que nicípios terem avançado com respeito a competência ge-
influenciam no uso do território rencial e técnica, ainda existe uma enorme carência na
articulação entre as várias organizações/secretarias envol-
Na avaliação da evolução dos aspectos da capacidade
vidas no planejamento (Quadro 25).
de gestão do planejamento de políticas públicas voltadas
para o meio ambiente verificamos que, apesar dos mu-
Existência de Legislação específica para tratar de questão ambiental Não Sim Sim
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 111
Quadro 26 - Lista das Políticas, Programas e Ações Consideradas Relevantes, 2009
Pop. Beneficiada 22 milhões de pessoas residentes nos 1.133 municípios do semiárido nordestino.
Prazo/Duração PPA 2008-2011
Site www.integracao.gov.br
Instituição Ministério da Integração Nacional
PROÁGUA SEMIÁRIDO – CEARÁ
ASPECTOS DESCRIÇÃO
Área de Intervenção Estado do Ceará
Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população, especialmente nas
regiões menos desenvolvidas do País, mediante planejamento e gestão dos recursos
Objetivo Geral hídricos simultaneamente com a expansão e otimização da infraestrutura hídrica, de
forma a garantir a oferta sustentável de água em quantidade e qualidade adequadas
aos usos múltiplos.
112 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 26 - Lista das Políticas, Programas e Ações Consideradas Relevantes, 2009
Atua em 177 dos 184 municípios do Ceará, com prioridade para os 40 de menor
Área de Intervenção
índice de Desenvolvimento Social – IDS.
São José Infraestrutura: atender às necessidades das comunidades rurais com relação
ao abastecimento de água; São José Produtivo: apoiar projetos de geração de emprego
e renda para as comunidades; São José Agrário: Linha específica para beneficiar as
comunidades dos assentamentos federais, estaduais e do Crédito Fundiário em 44
Objetivos Específicos municípios do Ceará. São 180 comunidades assentadas beneficiadas com diversos
tipos de Subprojetos.
São José Inclusão Social e Meio Ambiente: Facilitar o acesso a políticas públicas
estruturantes como resposta a dívida social histórica junto as comunidades indígenas
e quilombolas rurais.
Site http://www.sda.ce.gov.br
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 113
Quadro 26 - Lista das Políticas, Programas e Ações Consideradas Relevantes, 2009
ASPECTOS DESCRIÇÃO
Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará e Piauí,
Área de Intervenção
e mais, o Norte do Estado de Minas Gerais e Nordeste do Espírito Santo.
Site http://www.asabrasil.org.br
ASPECTOS DESCRIÇÃO
População Beneficiada 96 comunidades de 10 estados (AL, BA, CE, MA, MG, PB, PE, PI, RN, SE).
Ações em Andamento 144 tecnologias de captação de água de chuva para a produção de alimentos.
Site http://www.asabrasil.org.br.
114 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 26 - Lista das Políticas, Programas e Ações Consideradas Relevantes, 2009
ASPECTOS DESCRIÇÃO
Site www.srh.ce.gov.br
Site http://www.srh.ce.gov.br
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 115
Quadro 26 - Lista das Políticas, Programas e Ações Consideradas Relevantes, 2009
ASPECTOS DESCRIÇÃO
152 municípios, no período de 2007 a 2009, cobrindo 100% dos municípios mais
Área de Intervenção
afetados com a estiagem.
Site http://www.srh.ce.gov.br
ASPECTOS DESCRIÇÃO
Site http://www.conpam.ce.gov.br
Instituição CONPAM.
116 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 26 - Lista das Políticas, Programas e Ações Consideradas Relevantes, 2009
ASPECTOS DESCRIÇÃO
Contribuir para a formação da cidadania, de modo que todo o cearense esteja consciente
de seus direitos e deveres;
Contribuir para a apropriação social dos recursos naturais, visando a promover o acesso as
Objetivos Específicos riquezas naturais;
Contribuir para o exercício da participação e da construção coletiva de uma alternativa de
desenvolvimento mais justa e igualitária para o povo cearense;
Estimular a solidariedade e a integração entre os municípios, os estados e as regiões.
População
População cearense.
Beneficiada
Site http://www.conpam.ce.gov.br
Aspectos DESCRIÇÃO
Atribuir certificação aos municípios cearenses que desenvolvem políticas ambientais bem-
sucedidas. Foi criado através da Lei Estadual n0 13.304 de 19 de Maio de 2003, que o
Objetivo Geral implantou, sendo posteriormente regulamentado pelos Decretos Estaduais n0 27.703 e
n0 27.704, que criaram e regulamentaram o Comitê Gestor do Selo Município Verde e
Prêmio Sensibilidade Ambiental.
População
População do Estado do Ceará, dos municípios certificados.
Beneficiada
Site http://www.conpam.ce.gov.br
Instituição CONPAM.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 117
Quadro 26 - Lista das Políticas, Programas e Ações Consideradas Relevantes, 2009
ASPECTOS DESCRIÇÃO
Site http://www.funceme.br/DERAM
Instituição FUNCEME – Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos.
Fonte: FUNCEME, 2015.
118 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
5.3. Organizações Civis com atuação - Geração de um contexto de decisão mais amplo e
na área integrado com a proteção ambiental, fortalecendo
O diálogo entre instituições públicas e sociedade é os gestores municipais no processo de identifica-
mais facilmente observado quando a população encon- ção e avaliação de impactos ambientais de planos,
tra-se organizada em associações. Neste contexto, torna- programas e projetos que não levam em conta os
-se factível a importância das associações na negociação aspectos pertinentes ao desenvolvimento setorial
dos interesses do cidadão comum. Uma sociedade onde ou aplicados a uma região;
os indivíduos confiam uns nos outros, encontram-se uni- - Segurança de que as questões ambientais serão de-
dos por objetivos comuns em associações é uma socieda- vidamente tratadas (numa visão territorial);
de rica em capital social. - Facilitação do encadeamento de ações ambiental-
Uma das principais razões para mudança nessa ASD - mente estruturadas;
Núcleo II - Inhamuns, provavelmente, é devido a criação - Reforço nos procedimentos de uso e ocupação do solo.
do Pacto Ambiental da Região dos Inhamuns e Sertões
Detectamos nessa região um aumento da sensibiliza-
de Crateús – PARISC que contribui para a discussão am-
ção para as questões ambientais dos setores públicos e
biental na região, com o envolvimento ativo de todo o
privados e da sociedade de uma forma geral, com uma
executivo e legislativo.
evidente mudança de valores e atitude, relativas a respon-
O PARISC tem contribuído para a implantação dos
sabilidade de proteção do meio ambiente.
conselhos municipais com a presença efetiva da popula-
Chamamos atenção, de que essa participação nas dis-
ção, a qual utiliza este espaço como tribuna de fiscaliza-
cussões/debates promovidos pelo PARISC na ASD-Nú-
ção e reivindicação, seja pela participação representativa
cleo II - Inhamuns sobre a gestão ambiental não é arti-
ou pela participação direta e também para a formulação
culada com a formação e/ou institucionalização de novas
de planos municipais e Agendas 21 no conjunto dos mu-
organizações/associações (Quadro 27).
nicípios que compõem a ASD - Núcleo II - Inhamuns.
São muitas as contribuições advindas desse espaço de
discussão:
Quadro 27 - Entidades sociais ativas cadastradas no Sistema da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social,
Ceará e municípios da ASD - Núcleo II - Inhamuns, 2002 e 2009
Taxa média de
Município 2002 2009
crescimento anual
Arneiroz - - -
Independência 2 2 0
Tauá 3 3 0
Fonte: IPECE, 2010.
No entanto, constatamos que, nessa região, apesar do Por conseguinte, cabe destacar o projeto com jovens,
baixo nível associativo, o balizamento dos sistemas de de- iniciado no município de Tauá, que trabalha questões
cisão tem como base o interesse ambiental territorial (os relacionadas com a proteção do meio ambiente e, pelo
usos múltiplos e competitivos dos recursos naturais de- caminho da ecologia, contribuindo para o diálogo entre
vem ser integrados e equilibrados através de alocação efi- jovens da cidade e do campo definindo ações coletivas
ciente que expresse valores sociais, efetividade de custos locais e possibilidades de articulação intermunicipal.
e equilíbrio entre custos e benefícios ambientais) e a con- Importante enfatizar que representantes dos três muni-
vergência de novos padrões de regulamentação da políti- cípios que compõem a ASD - Núcleo II - Inhamuns par-
ca ambiental para a busca de maior participação pública. ticipam, ativamente, das reuniões dos comitês das bacias
Exemplo dessa ação em conjunto é o trabalho que será hidrográficas (Parnaíba e Alto Jaguaribe) e acumulam
realizado em parceria com o Selo UNICEF (Fundo das experiências importantes sobre a gestão integrada dos re-
Nações Unidas para a Infância) dentro do tema Participa- cursos hídricos, essencial para essa região.
ção Social “Educação para a convivência com o semiárido” Outro destaque dessa área diz respeito a implantação
que tem por objetivo conscientizar a comunidade da di- de fundos municipais de meio ambiente que viabiliza,
versidade e riqueza do bioma Caatinga, além da vigilância dentre outras ações, a capacitação dos representantes das
e cuidado com o patrimônio natural e cultural da região. diversas instâncias de controle social tanto em termos
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 119
conceituais quanto em relação ao papel de cada represen- aos cenários tendenciais e perspectivas para o futuro, que
tante, promovendo, assim, uma melhor compreensão dos não podem se desvincular da questão da extensão da pro-
conceitos e informações suficientes para que possam agir teção jurídica do meio ambiente para as gerações futuras.
efetiva e eficientemente. Não se admite a exploração de recursos ambientais, mes-
Chamamos atenção para a desarticulação das políticas mo que as consequências negativas da medida somente
setoriais, principalmente, aquelas necessárias a manuten- sejam verificadas a médio ou longo prazo. A questão da
ção da qualidade ambiental. Fato que decorre, principal- desertificação verificada no semiárido cearense, especifi-
mente, da ausência da elaboração e/ou efetivação do Pla- camente na ASD - Núcleo II - Inhamuns.
no Diretor de Desenvolvimento Urbano (que vai além do O fenômeno da desertificação constitui um processo
ZEE). Ele deveria nortear toda política de ocupação ter- natural de empobrecimento do solo à custa da escassez
ritorial (crescimento e funcionamento das cidades) e ser hídrica e do seu mau uso em atividades agrícolas, mas
elaborado através de um processo de discussão pública. que se instaura de forma paulatina e, por isso mesmo,
será mais visível aos olhos das gerações vindouras. Por
esta razão, políticas públicas devem ser postas em prática
5.4. Bases para discussão das visando ao impedimento ou, ao menos, o retardamento
formas jurídicas e institucionais de da consolidação deste fenômeno.
Assim, as práticas degradadoras de hoje devem ser subs-
implementação do ZEE tituídas por medidas protetivas dos recursos naturais, espe-
cialmente aqueles inerentes ao macro-ecossistema da Caa-
5.4.1. O Direito ao Meio Ambiente tinga, livrando os futuros moradores da região de um qua-
Ecologicamente Equilibrado dro ainda mais sombrio do que aquele que se apresenta hoje.
e a Efetivação do Princípio da Esta questão dentro do contexto cronológico também
Solidariedade nas Áreas Susceptíveis é, asseverado por Cristiane Denari3 , para quem “o con-
à Desertificação teúdo da definição de desenvolvimento sustentável passa
O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibra- por uma relação intertemporal, ao vincular a atividade
do constitui interesse difuso e, como tal, seus beneficiá- presente aos resultados do que dela podem retirar as gera-
rios não são individualizáveis. Por esta razão, o ordena- ções futuras. As atividades que visam a uma vida melhor
mento jurídico-ambiental não permite o uso irracional no presente não podem ser custeadas pela escassez a ser
dos recursos naturais por particulares em detrimento do vivida no futuro”.
direito de toda a população residente no local onde são Com efeito, os que detêm o direito de edificar obras ou
encontrados tais recursos. exercer atividades que, de alguma forma, geram danos
Ocorre que a proteção jurídica atribuída aos recursos ambientais, afetam diretamente atributos naturais que
naturais não se restringe ao momento atual, pois o legis- também têm nas gerações vindouras a qualidade de ti-
lador constituinte advertiu que a necessidade de defesa tulares. Os recursos ambientais específicos da caatinga já
do equilíbrio ecológico tem por fundamento os interesses são por si próprios, naturalmente vulneráveis, sendo que
também das gerações futuras. Neste patamar, a Consti- práticas antrópicas degradadoras, principalmente ligadas
tuição Federal de 1988, no caput do art. 225, estabeleceu a atividade agropecuária, agravam ainda mais o cenário
que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente de tão combalido ecossistema.
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à Neste diapasão, a geração atual não possui legitimida-
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e de para comprometer um recurso natural de relevância
à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as ecológica destinada as futuras gerações. A tutela jurídica
futuras gerações”. que se destina ao equilíbrio ecológico não admite esta
O direito ao meio ambiente ecologicamente equili- conjuntura, pois, se assim a admitisse, afetaria negativa-
brado constitui, neste contexto, direito fundamental de mente o bem-estar e a dignidade das próximas gerações.
terceira geração, na condição de interesse difuso e, por- Destaca-se, neste sentido, a advertência que fazem An-
tanto, tendo por destinatário a própria pessoa humana, derson Furlan e William Fracalossi 4, segundo a qual “a
genericamente considerada. O STF - Supremo Tribunal ideia de futura geração, por sua vez, não se restringe à
Federal (1995),2 também reconhece no meio ambiente próxima geração, mas um número indeterminado de ge-
ecologicamente equilibrado a qualidade de direito funda- rações vindouras”.
mental de terceira geração, já que materializam poderes Assim, o Direito Ambiental brasileiro mais uma vez
de titularidade coletiva atribuídos genericamente a todas inova e evoluciona os argumentos básicos da Teoria Ju-
as formações sociais, consagram o princípio da solidarie- rídica, atribuindo direitos a pessoas que sequer nasceram
dade e constituem um momento importante no processo ainda. O meio ambiente ecologicamente equilibrado,
de desenvolvimento, expansão e reconhecimento dos di- portanto, não constitui direito apenas da sociedade já
reitos humanos, caracterizados, enquanto valores funda- existente, mas também daquela que vai se formar adiante.
mentais indisponíveis.
3 DENARI, Cristiane. Direito Ambiental Econômico. 3ª Edição. São Paulo: Edi-
O objeto proposto para a presente análise diz respeito tora Saraiva, 2008, p. 112.
4 FURLAN, Anderson & FRACALOSSI, William. Direito Ambiental. Rio de
2 STF, MS 22.164. Relator Ministro Celso de Mello. DJ 17.11.1995 Janeiro: Editora Forense, 2010, p. 160.
120 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Afinal, o bem-estar e a possibilidade de usufruir recursos 1988 concedeu não só a União, mas também aos Estados,
ambientais estão intrinsecamente ligados a ideia da dig- ao Distrito Federal e aos Municípios a prerrogativa de
nidade do ser humano, que configura princípio basilar legislar e executar assuntos relativos a questão ambiental.
do Estado democrático de Direito brasileiro e um dos Entretanto outros temas, como a implementação de polí-
fundamentos da República Federativa do Brasil, ex vi o ticas públicas de defesa permanente contra as secas foram
disposto no art. 1º, inc. III, da Constituição Federal. atribuídos de maneira exclusiva a competência federal
A noção da dignidade do ser humano, ligada ao equi- nos termos do artigo 21: “Compete a União: (...) XVIII
líbrio ecológico também é esposada por Ingo Wolfgang – planejar e promover a defesa permanente contra as ca-
Sarlet5 e Tiago Fensterseifer , para quem, lamidades públicas, especialmente as secas e inundações”.
De início, parece que tal inciso está muito mal inserido
A dignidade humana fundamenta tanto a sociedade já consti- pelo legislador constituinte dentre as atividades exercidas
tuída quanto a sociedade do futuro, apontando para deveres e exclusivamente pela União Federal, o que implicaria a im-
responsabilidades das gerações presentes para com as gerações possibilidade jurídica de atuação estadual ou municipal
humanas futuras, em que pese – e também por isso mesmo no combate as secas e à desertificação. Não obstante, deve
– a herança negativa em termos ambientais legado pelas gera-
tal dispositivo constitucional ser interpretado de forma
sistêmica, levando-se em consideração que o planejamen-
ções passadas. Tal situação se dá em razão de que a proteção
to de políticas públicas neste contexto, pela importância
ambiental objetiva garantir condições ambientais favoráveis
deve ficar a cargo da União. Os Estados e Municípios
ao desenvolvimento da vida humana em patamares de dig- atuariam na esfera subsidiária, concretizando e efetivan-
nidade não apenas para as gerações que hoje habitam a Terra do o que for planejado em nível federal, pois apenas a
e usufruem dos recursos naturais, mas salvaguardando tais atuação conjunta de todos os entes federativos viabilizaria
condições também para as gerações que habitarão a Terra no o combate eficaz ao processo de desertificação.
futuro. (SARLET, I. W; FENSTERSEIFER, T. 2011, p. 41) Anderson Furlan e William Fracalossi6, entretanto,
atribuem a competência exclusiva da União às consequên-
Do exposto, aliando o princípio da solidariedade se- cias negativas de ordem ambiental que tais calamidades
gundo o qual os recursos naturais devem ser utilizados públicas proporcionam: “este inciso tem manifestos re-
hoje com racionalidade a fim de que também estejam dis- flexos ambientais. A União deve efetuar o planejamento
e defesa contra calamidades públicas. Isto porque certas
poníveis para usufruto pelas gerações futuras – a questão
calamidades podem afetar gravemente o meio ambiente,
da desertificação, chega-se a conclusão da necessidade principalmente a fauna e a flora”.
premente da implementação de políticas públicas focan- A Constituição especifica as secas e inundações por se
do o impedimento, o retardamento ou a mitigação deste tratarem dos mais contínuos e comuns exemplos de cala-
processo, bem como viabilizando que aqueles que ainda midades no Brasil, sendo que, em função da vinculação
nascerão possam usufruir os já parcos recursos ambien- com o objeto do presente estudo, consiste a seca no maior
tais propiciados pelo bioma da Caatinga. problema vivenciado pelo sertanejo cearense.
Dentre as propostas de atuação da Administração fren- Encontra-se o conceito satisfatório de seca na Conven-
te ao tema, destaca-se a implementação de um zonea- ção Internacional de Combate à Desertificação nos Países
mento ambiental, mais especificamente um zoneamento Afetados por Seca Grave ou Desertificação, promulgada
ecológico-econômico (ZEE), dividindo a área correspon- pelo Decreto Federal nº 2.741, de 20 de Agosto de 1998.
dente a ASD - Núcleo II - Inhamuns em zonas, segundo Ali, consta a definição de seca como:
suas peculiaridades naturais, suas potencialidades e os O fenômeno que ocorre naturalmente quando a precipitação
usos preponderantes. registrada é significativamente inferior aos valores normais,
É justamente este zoneamento que constitui o objeto provocando um sério desequilíbrio hídrico que afeta nega-
da presente dissertação, a qual levará em consideração as tivamente os sistemas de produção dependentes dos recursos
conceituações doutrinárias e legais deste instrumento ju- da terra (DF 2.741 de 20/8/1998. Artigo 1° c.). Já por “miti-
rídico, e bem assim suas fundamentações constitucionais gação dos efeitos da seca”, a mesma Convenção Internacional
e infraconstitucionais, temas que se mostram imprescin- entende: as atividades relacionadas com a previsão da seca e
díveis para embasar uma recomendação de procedimento dirigidas à redução da vulnerabilidade da sociedade e dos sis-
a que devem se ater os órgãos e entidades responsáveis temas naturais àquele fenômeno no que se refere ao combate à
pela implementação e gerenciamento do ZEE das áreas desertificação (DF 2.741 de 20/8/1998. Artigo 1° d.)
susceptíveis de desertificação no Estado do Ceará, espe-
cialmente na ASD – Núcleo II - Inhamuns. Como medida pioneira na implantação de políticas pú-
blicas de combate às consequências da seca e da desertifi-
cação, bem como efetivando a iniciativa federal prevista
5.4.2. Da implementação de no precitado inc. XVIII do art. 21 da Constituição Fede-
políticas públicas de defesa ral, foi instituído o Programa Permanente de Combate
permanente contra as secas e a a Seca (PROSECA), através da Lei no 10.638, de 06 de
desertificação Janeiro de 2003. Referido Programa têm por objetivos,
Diferentemente das Constituições anteriores, a de nos termos do seu art. 1º, os seguintes:
5 SARLET, Ingo Wolfgang & FENSTERSEIFER, Tiago. Direito Constitucional
Ambiental. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011, p. 41. 6. Ob. Cit., p. 241.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 121
ção de números fatores, dentre os quais se destacam: (a)
predominância, na área, de solos rasos e cristalinos, com
I – realização de estudo detalhada de todas as disponibili-
reduzida capacidade de retenção de água; (b) regime plu-
dades hídricas locais do Semiárido do Nordeste; II – iden-
viométrico caracterizado pelo limitado índice de precipi-
tificação de alternativas de complementação da demanda
tações e pela extrema irregularidade; (c) fotoperiodismo,
hídrica do Semiárido do Nordeste; III – implementação de
com altos níveis de insolação; e (d) predomínio de ventos
ações imediatas destinadas à eliminação do déficit hídrico do
secos e quentes, com forte poder de desidratação.
Semiárido setentrional do Nordeste; IV – implementação de
Trata-se de características do clima semiárido quente,
projeto permanente de utilização otimizada e sustentada dos
onde o índice pluviométrico situa-se em torno de 750
recursos hídricos locais do Semiárido do Nordeste; V – capa-
mm anuais. Somente em alguns trechos litorâneos, que
citar a população para a convivência harmônica com o clima
recebem os ventos úmidos do oceano, este índice ultra-
e o ecossistema semiárido, aproveitando plenamente suas po-
passa os 1.000 mm. Soma-se a isso, o caráter irregular das
tencialidades (Lei 10.638 de 6/1/2003).
chuvas, o que origina longos períodos de seca tornando a
prática da agricultura e pecuária, atividades de alto risco,
Iniciativas como esta são necessárias e prementes, dado
vez que constantemente estão sujeitas, por questões cli-
que a região Nordeste do país padece historicamente com
máticas, a perda da colheita e da pastagem.
o grave problema da escassez e inconstância das chuvas e
Além disto, lembram-se Antônio Carlos Machado da
da carência, até então, de incentivos no âmbito de polí-
Rosa e Luiz Sérgio Philippi9 de outras consequências
ticas públicas. Este cenário, entretanto, paulatinamente
negativas,
se revela menos sombrio, pois o que se vê é a crescen-
te preocupação dos governos federal e dos Estados que além dos “ditos problemas econômicos e sociais, além do pre-
compõem o chamado “polígono das secas”, cuja área de juízo causado no setor agrícola, com a quebra de safras que
aproximadamente 900.000km2, está encravada no sertão compromete a produção de alimentos, existe o custo de recu-
nordestino. No Ceará, cerca de 100.000km2 se enqua- peração das terras e da extinção de espécies nativas. (...) Quanto
dram nas características do semiárido. aos reflexos sociais, estimula a migração das pessoas, o que re-
Antônio Carlos Machado da Rosa e Luiz Sérgio sulta numa deficiência de desenvolvimento do local de origem
Phillippi,7 lecionam sobre os aspectos naturais dos impac- e num aumento exacerbado populacional no local de destino”
tos negativos da seca sobre o bioma caatinga: “no que se (ROSA, A. C. M. & PHILIPPI, L. S. 2005, p. 223).
referem aos ecossistemas, os problemas ambientais podem
ser a destruição da biodiversidade e a diminuição dos re- A problemática do êxodo populacional, do semiárido
cursos hídricos devido ao assoreamento dos rios e reserva- para cidades litorâneas ou do Sudeste, também é ressalta-
tórios e as perdas física e química dos solos” (2002, p. 223). da por Paulo José Leite Farias ,10
Os problemas mais evidentes da área, portanto, decor- a região Nordeste caracteriza-se como uma região de grandes
rem da escassez de chuvas e da excepcional aridez, que movimentos migratórios para as outras regiões do País, na
geram invariavelmente a perda generalizada de colheitas, busca pela sua população de melhor qualidade de vida. Esse
desencadeiam a fome das populações residentes e dão fato ressalta que a competição entre as unidades federadas
sequência ao processo de desertificação na área do Bio- de um Estado Federal, pode muitas vezes ocasionar fluxos
ma caatinga. A aproximação das características naturais migratórios desordenados que comprometem a própria dis-
do contexto atual do semiárido cearense e nordestino as tribuição espacial urbana gerando graves desequilíbrios urba-
do ambiente desértico, a partir do aumento do nível de nísticos (FARIAS. P. J. F. 1999, p. 379).
temperatura e o desaparecimento paulatino dos já parcos
recursos hídricos existentes, pode tornar a área, se não A própria Convenção Internacional de Combate à De-
inabitável, em inviável para atividades antrópicas clássi- sertificação nos Países Afetados por Seca Grave ou De-
cas, como a agricultura e a pecuária. sertificação, citada há pouco, também reconhece no êxito
Para Édis Milaré,8 uma consequência negativa do clima nordestino,
A desertificação é o fenômeno de transformação de áreas an- a desertificação e a seca afetam o desenvolvimento sustentá-
teriormente vegetadas em solos inférteis devido a ações an- vel através das suas inter-relações com importantes proble-
trópicas, como mau uso e exploração da terra. Pode também mas sociais, tais como a pobreza, a má situação sanitária e
ocorrer por processos naturais, como por exemplo, devido a nutricional, a insegurança alimentar, e aqueles que decorrem
um ressecamento climático, que é uma diminuição de umi- da migração, da deslocação forçada de pessoas e da dinâmica
dade por períodos longos de tempo (MILARÉ, E. 2005, demográfica ( Decreto nº 2.741, de 20 de Agosto de 1998).
p.1071).
Ademais, a sazonalidade do clima, alternando tempera-
Tal processo de desertificação é decorrente da conjuga- turas propícias com não propícias às atividades humanas,
especialmente a agricultura, induzem ainda mais o fluxo
7 ROSA, Antônio Carlos Machado da & PHILIPPI, Luiz Sérgio APUD SILVA, indiscriminado de pessoas do campo para a cidade e vice-
Américo Luís Martins da. Direito do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais –
Volume 1. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005, p. 223. 9 Ob. Cit,, p. 223.
8 MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. 4ª Edição. São Paulo: Editora Revista 10 FARIAS, Paulo José Leite. Competência Federativa e Proteção Ambiental. Por-
dos Tribunais, 2005, p. 1071. to Alegre: Sérgio Antonio Fabris Editor, 1999, p. 379.
122 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
-versa. Ao agricultor, especialmente aquele produtor rural alterada pela Lei nº 10.228, de 29 de Maio de 2001, que
de atividade restrita ao grupo familiar, não é possível res- regulamenta a política agrícola brasileira, faz referência
tringir sua atuação laboral a agricultura, submetendo-se à questão da desertificação impondo ao Poder Público,
a outros trabalhos por ocasião do período de entressafra. a atribuição de “promover e/ou estimular a recuperação
Esta conjuntura está devidamente reconhecida pela ju- das áreas em processo de desertificação” (art. 19, inc. IV).
risprudência. O Tribunal Regional Federal da 5ª Região E mais,
fundamenta muitos de seus acórdãos na sazonalidade da
O Poder Público procederá à identificação, em todo o territó-
atividade agrícola e da alternância do trabalho no campo
rio nacional, das áreas desertificadas, as quais somente pode-
com o urbano. Como se sabe, o trabalho agrícola é de
rão ser exploradas mediante a adoção de adequado plano de
natureza descontínua, exigindo mão de obra mais inten-
manejo, com o emprego de tecnologias capazes de interrom-
samente só em determinados períodos do ano. É cediço
per o processo de desertificação e de promover a recuperação
que a região Nordeste atravessa grandes períodos de seca,
dessas áreas (Lei 8.171 de 17/1/1991. art. 21-A).
fazendo com que esses trabalhadores necessitem realizar
outras atividades, alternando o exercício de agricultura
Sem embargo, a preocupação do legislador ordinário
de subsistência com o trabalho urbano, objetivando, tão
não se restringe a obstruir o processo de desertificação,
somente, o sustento de suas famílias11 (DJ 03/05/2012).
mas também a recuperar as áreas que lhe são susceptí-
E mais: O fato de o demandante ter exercido ativida-
veis e que já vivenciam a incorporação das característi-
de urbana, em Sorocaba/SP, no período de 03/07/2006 a
cas climáticas desérticas. Urge, neste sentido, a imediata
02/05/2007, (...) não descaracteriza a sua condição de se-
implementação de medidas administrativas tendentes a
gurado especial, em face da notória necessidade dos agri-
combater as consequências negativas da desertificação,
cultores de migrarem para as cidades, durante os períodos
especialmente através da criação do zoneamento ecoló-
de seca, em busca de trabalho para sua manutenção e da
gico-econômico na ASD - Núcleo II – Inhamuns no
sua família12 (DJ 20/03/2012).
Estado do Ceará.
Este cenário nordestino enseja o surgimento da chama-
da agricultura de subsistência, as quais se caracterizam por
pequenos focos de plantações destinadas exclusivamente
a alimentação dos próprios agricultores, bem como a cul-
tura de plantas adaptadas a pequena umidade. Comum 5.4.3. Considerações jurídicas sobre
também no cenário sertanejo é a agricultura baseada em o ZEE
regime de economia familiar, consistente na atividade agrí- A Constituição Federal, em seu art. 225, incumbe à
cola, ainda que para fins comerciais, restrita àqueles que Administração Pública algumas atribuições com vistas a
formam o núcleo familiar, sem relação de emprego e sem a impedir a ação humana danosa ao equilíbrio ecológico,
ajuda de trabalhadores contínuos ou fixos. dentre as quais se destaca a necessidade de definição de
Estes trabalhadores rurais, entretanto, mesmo persis- espaços territoriais que, em função de suas características
tindo na atividade agrícola (de subsistência ou em regime naturais, prescindem de uma maior atenção por parte das
de economia familiar), são obrigados a se habituar às in- autoridades ambientais.
certezas e precariedades de sua profissão, agravadas pelas Assim reza mencionado dispositivo:
peculiaridades climáticas do semiárido nordestino e pela
Para assegurar a efetividade desse direito incumbe ao Poder
aproximação destas com as características desérticas veri-
Público: (...) III – definir em todas as unidades da Federação,
ficadas ao longo das últimas décadas.
espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente
A desertificação, diante disto, atinge negativa e dire-
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somen-
tamente a qualidade do solo, principalmente em razão
te através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa
da escassez hídrica comumente verificada no semiárido
a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção (art.
cearense. Para Américo Luís Martins da Silva13 ,
225, §1º).
a desertificação constitui o processo de degradação do solo,
natural ou provocado por remoção da cobertura vegetal ou A Constituição Estadual também imputa a Adminis-
utilização predatória, que, devido a condições climáticas e tração Pública cearense desiderato semelhante:
edáficas peculiares, acaba por transformá-lo em um deserto. O meio ambiente equilibrado e uma sadia qualidade de vida
(...) Em outras palavras, desertificação refere-se às alterações são direitos inalienáveis do povo, impondo-se ao Estado e à
ecológicas que despojam a terra de sua capacidade de susten- comunidade o dever de preservá-los e defendê-los. Parágrafo
tar as atividades agropecuárias e a habitação humana (SILVA, único. Para assegurar a efetividade desses direitos cabe ao Po-
A. L. M. 2005, p. 220). der Público nos termos da lei estadual: (...) IV– estabelecer,
dentro do planejamento geral de proteção do meio ambien-
Neste sentido, a Lei nº 8.171, de 17 de Janeiro de 1991, te, áreas especificamente protegidas, criando através de lei,
parques, reservas, estações ecológicas e outras unidades de
11 AC537668/CE. Desembargador Federal Manoel Erhardt. DJ 03/05/2012.
conservação, implantando-os e mantendo-os com os serviços
12 AC536068/PB Desembargador Federal Edílson Nobre. DJ 20/03/2012.
públicos indispensáveis as suas finalidades (Constituição Es-
13 SILVA, Américo Luís Martins da. Direito do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais – Volume 1. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005, p. 220. tadual, art. 259).
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 123
José Afonso da Silva17 , ao dissertar sobre o zoneamento
Celso Antônio Pacheco Fiorillo14 , de forma pioneira, ambiental qualifica-o como:
disserta sobre uma classificação a que se submetem os espa-
Instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº
ços territoriais de que trata o §1º, inc. III art. 225 da Cons-
6.938/81, art. 9º, II). A lei não o conceitua, mas podemos,
tituição Federal. Segundo o autor, os espaços territoriais
grosso modo, dizer que se trata de um procedimento por meio
“tomados em sentido amplo, são as porções do território
do qual se instituem zonas de atuação especial com vista à
estabelecidas com a finalidade de proteção e preservação,
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental
total ou parcial, do meio ambiente. Dividem-se em espaços
(SILVA, J. A 2007, p. 274).
especialmente protegidos e zoneamento ambiental”.
Portanto, os espaços territoriais constituem gênero do Segundo Celso Antônio Pacheco Fiorillo18, “zonea-
qual são espécies o zoneamento ambiental e os espaços mento é uma medida não jurisdicional, oriunda do poder
territoriais especialmente protegidos. Estes últimos, por de polícia, com dois fundamentos: a repartição do solo
sua vez, subdividem-se em: urbano municipal e a designação do seu uso”.
Áreas de Preservação Permanente (APP) previstas Para Paulo de Bessa Antunes19 , o zoneamento consiste
no Código Florestal pela Lei nº 4.771/65 - são protegidas no instrumento jurídico que delimita “geograficamente
legalmente, portanto dispensam manifestação de vontade áreas com a finalidade de estabelecer regimes especiais de
por parte da Administração Pública. Exemplos de APP são uso e tutela”. Para o autor o zoneamento,
as áreas cobertas por matas ciliares, dunas e mangues, ve-
estabelece os critérios e parâmetros a partir dos quais deverá ser
getação localizada nas encostas de morros e montanhas,
procedida a delimitação desses direitos, cabe ao Poder Públi-
vegetação ao redor de nascentes e olhos d’água etc.
co, nos termos da lei estadual: (...) IV – estabelecer, dentro do
Unidades de Conservação, disciplinadas pela Lei nº
planejamento geral de proteção do meio ambiente, áreas especi-
9.985/2000 – Lei do Sistema Nacional de Unidades de Con-
ficamente protegidas, criando, através de lei, parques, reservas,
servação, dentre as quais se destacam as Áreas de Proteção
estações ecológicas e outras unidades de conservação, implan-
Ambiental (APA), os Monumentos Naturais, as Áreas de Re-
tando-os e mantendo-os com os serviços públicos indispensáveis
levante Interesse Ecológico (ARIE) e as Estações Ecológicas.
às suas finalidades ( ANTUNES P. B. art. 259, p. 191, 2007).
Já no que tange ao zoneamento propriamente dito, con-
siste na divisão territorial, por meio de disposição jurídica José Afonso da Silva20 ressalta que:
que leva em consideração as potencialidades de uso, exis-
o zoneamento é um instrumento jurídico de ordenação do
tentes ou in duzidas. Disciplina-se, portanto, as atividades
uso e ocupação do solo. Num primeiro sentido, o zoneamen-
e obras permitidas ou proibidas dentro de determinada
to consiste na repartição do território municipal à vista da
subdivisão da área, a que se convencionou chamar de zona.
destinação da terra e do uso do solo, definindo, no primeiro
A noção de zoneamento encontra guarida também na
caso, a qualificação do solo em urbano, de expansão urbana,
doutrina norte-americana (Blacks Law, 1991)15, que defi-
urbanizável e rural e, no segundo, dividindo o território do
ne o termo zoning como:
Município em zonas de uso. Foi sempre considerado, nesta
the division of a city or town by legislative regulations into segunda acepção, como um dos principais instrumentos do
districts and the prescription and application in each district planejamento urbanístico municipal, configurando um plano
of regulations prescribing use to which buildings within de- urbanístico especial (SILVA, J. A. p. 270, 2007)
signated districts may be put. Division of land into zones,
and within those zones, regulation of both the nature of land Nota-se, portanto, que a ideia de zoneamento deve sua
use and physical dimensions of uses including height setbacks fase embrionária ao Direito Urbanístico, que disciplinava
and minimum area (Blacks Law, 1991 p. 1114) a repartição territorial da cidade de acordo com os dita-
mes jurídicos relativos ao uso e ocupação do solo urbano.
O professor francês Yves Prats, apud Paulo de Bessa Não é outro o posicionamento de Américo Luís Martins
Antunes16, define zoneamento como: da Silva21, para quem:
Tradução muitas vezes criticada, do “zoning” anglo-saxão, numa rápida análise histórica, facilmente concluímos que o
cujo conteúdo no direito urbanístico, na França, é mais pre- urbanismo certamente surgiu muito antes do zoneamento.
ciso e mais restrito. É a técnica consistente em determinar O zoneamento somente apareceu com a necessidade de haver
nos documentos de planificação urbana o destino da utiliza- um planejamento mínimo das cidades com vocação indus-
ção do solo segundo a natureza das atividades dominantes, trial, reservando-se áreas urbanas para atender a esta finalida-
definindo aquelas que serão permitidas (in Dictionaire de de (SILVA, A. L. M. 2005, p. 650).
L’urbanisme et de L’amenagement, Paris: PUF, 1988, p. 715).
124 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Esta noção inicial de zoneamento evolui na mesma
proporção em que o Direito Ambiental se desenvolve Celso Antônio Pacheco Fiorillo25 corroborando este
até alcançar sua autonomia científica. Assim, a noção de entendimento assevera que:
zoneamento urbano persiste, mas hoje se encontra num
descendo a detalhes, podemos verificar que o zoneamento
patamar que o diferencia do zoneamento ecológico.
ambiental possui apenas uma diferença de enfoque do ur-
Este posicionamento, segundo o qual a noção genérica
bano, uma vez que o objetivo daquele é a proteção do meio
de zoneamento tem origem na de zoneamento urbano é
ambiente, de modo que o uso permitido será estritamente li-
encontrada também em Paulo de Bessa Antunes22 :
mitado”. E continua: De qualquer modo, tanto o zoneamento
Parece evidente que o conceito de zoneamento tem uma origem ambiental como o industrial constituem limitações de uso
fundamentalmente urbana. Na verdade tal conceito se funda do solo particular, incidindo diretamente na limitação de
em uma intervenção estatal sobre as atividades industriais, vi- propriedade, com base no preceito constitucional de que a
sando a diminuir ou manter sobcontrole os efeitos negativos propriedade deve cumprir sua função social (FIORILLO, C.
que, inevitavelmente, são gerados pelo processo de desenvol- A. P. p. 237, 2011).
vimento econômico. Em outra passagem de sua obra, o autor
assevera que: “o zoneamento tem origem tipicamente urbana. Mais didática, entretanto, é a visão de Luís Carlos Silva
Entretanto nos dias atuais o zoneamento pode se apresentar de Moraes26, que propõe a divisão do zoneamento sim-
sobdiversas formas” (ANTUNES, P. B. 2010 p. 191). plesmente em urbano e rural:
Em ambas, a divisão metodológica é dada pela classificação
De fato, a noção de zoneamento ecológico nasceu do do território nas chamadas zonas de uso, ou seja, o elenco
conceito de zoneamento urbano que, por sua vez, pode de atividades proibidas e as permitidas em certo espaço terri-
atribuir sua fase embrionária ao zoneamento industrial torial. Como vimos, em ambos os casos, o zoneamento am-
que se fez necessário com o desenvolvimento econômico biental não pretende o simples ordenamento para a melhor
industrial. Evidente que estas modalidades de zoneamento qualidade de vida, mas o alcance da qualidade de vida atin-
não se diferem claramente nem têm uma linha cronológi- gida pela utilização racional dos recursos naturais dentro de
ca definida, mas podem ser analisadas separadamente. E um território, classificado pelas suas peculiaridades e pelas
a doutrina assim já o fez, conforme se verificará a seguir. atividades ali desenvolvidas (MORAES, L. C. S. p. 70, 2001).
Destacou-se há pouco que as modalidades de zonea-
mento devem sua origem à sua modalidade urbana, em Ocorre que esta discussão sobre a classificação do zo-
virtude de seu desenvolvimento e incremento. Assim, o neamento ganha importância por seus efeitos didáticos.
zoneamento urbano deu forças ao zoneamento indus- Entretanto, em termos práticos, o que se pretende co-
trial, o qual, ultrapassando os limites territoriais da ci- mentar é sobre uma nova modalidade que se forma a
dade e alcançando o meio rural, deu origem à noção de partir da evolução histórica e doutrinária do zoneamen-
zoneamento ecológico. São, portanto, três as formas de to: o de índole ecológico e, ao mesmo tempo, econômi-
zoneamento que encontram unanimidade na doutrina: co. Dissertou-se há pouco acerca das modalidades de
(a) zoneamento urbano, (b) zoneamento industrial e (c) zoneamento, sendo a mais pertinente ao presente traba-
zoneamento ecológico. lho o zoneamento ambiental ou zoneamento ecológico.
José Afonso da Silva23 , considerando a inexistência Não se falou, entretanto, em zoneamento ecológico-
de um vetor cronológico entre suas modalidades, adver- -econômico (ZEE). Justifica-se: trata-se de uma moda-
te que o zoneamento, em qualquer de suas qualificações lidade que ganhou força na própria evolução do Direito
(urbano, ambiental e industrial), constitui “um procedi- Ambiental e no prisma com que este ramo vislumbrava
mento urbanístico destinado a fixar os usos adequados a questão econômica.
para as diversas áreas do solo municipal”. Hoje o Direito Público moderno, não admite que as
O constitucionalista reconhece, entretanto, que a evolução diretrizes da ecologia se dissociem dos princípios da ativi-
do tema incrementou a importância do zoneamento ambien- dade econômica. São tópicos conexos que mantém entre
tal, desvencilhando-o da ideia restrita do procedimento urba- si estreita relação e não mais subsiste um sem o outro.
nístico. A figura do zoneamento ambiental disserta o autor24 , Daí não se falar mais em zoneamento ecológico ou em
amplia o conceito, porque não será mais apenas um zonea- zoneamento ambiental, e sim em zoneamento ecológico-
mento urbano, como instrumento que preconiza uma estru- -econômico.
tura mais orgânica para as cidades, dado que não se limita ao O próprio texto constitucional garante esta correlação
ambiente destas, mas não muda a sua essência nem sua natu- entre os tópicos, estabelecendo que o equilíbrio ecológico
reza. Dá mais ênfase à proteção de áreas de significativo inte- consista em um dos princípios da atividade econômica:
resse ambiental, mas ainda assim, continua a ser zoneamento Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do tra-
de uso e ocupação do solo, sempre no interesse do bem-estar balho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a
e da realização da qualidade de vida da população (SILVA, J. todos, existência digna, conforme os ditames da justiça social,
A. p. 270, 2007). observados os seguintes princípios: (...) VI – defesa do meio
22 Ob. Cit., p. 191. 25 Ob. Cit., p. 237.
23 Ob. Cit., p. 270. 26 MORAES, Luís Carlos Silva de. Curso de Direito Ambiental. São Paulo:
24 Ob. Cit., p. 270. Editora Atlas, 2001, p. 70.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 125
lhorar a qualidade de vida e o bem-estar das populações
ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado con-
humanas, bem como proteger a diversidade biológica e os
forme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus
recursos naturais.
processos de elaboração e prestação. (CONSTITUIÇÃO FE-
O uso pioneiro da terminologia, em textos jurídicos,
DRAL) de 1988, Artigo 170. (…) VI- (Redação dada pela
data de 21 de Dezembro de 1990, com a edição do Decreto
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003).
Federal nº 99.540, que instituiu a Comissão Coordenadora
do Zoneamento Ecológico-Econômico do Território Na-
Trata-se, portanto, de instrumento jurídico dotado de
cional. A Comissão tinha como atribuições planejar, coor-
metodologia científica e de origem multidisciplinar, com
denar, acompanhar e avaliar a execução dos trabalhos de
o fim de disciplinar o ordenamento territorial, identifi-
ZEE, bem como trabalhar a articulação com os Estados,
cando as potencialidades e vulnerabilidades de um de-
apoiando-os na execução dos seus respectivos trabalhos de
terminado bioma e definindo os seus usos no aspecto
ZEE, com vistas a compatibilização desses trabalhos com
ecológico e econômico, aspectos estes que não podem ser
aqueles executados a época em nível federal.
dissociados.
O ZEE, para a sua plena eficácia, exige um emaranha-
A noção de inter-relação entre os princípios da atividade
do de conhecimentos acerca das obras e atividades de
econômica e a busca pelo equilíbrio ecológico constitui a
cada uma das zonas, e bem assim de seus atributos na-
ideia básica do chamado “desenvolvimento sustentável”.
turais e socioeconômicos, abrangendo princípios, focos
Este consiste na tentativa incessante de se conciliar tópi-
e estudos setoriais, gerando uma interdisciplinaridade da
cos aparentemente contrastantes, quais sejam os avanços
qual depende a finalidade da implementação do ZEE. A
industriais e econômicos com a conservação dos recursos
interpretação da dinâmica ecológica, levando-se sempre
naturais. A Lei nº 6.938, de 31 de Agosto de 1981, que
com consideração os tópicos que envolvem a organização
institui a Política Nacional do Meio Ambiente, rege sobre
socioeconômica, in casu a ASD – Núcleo II - Inhamuns,
o desenvolvimento sustentável estabelecendo como obje-
gera a necessidade de contar com estudos não limitados
tivo desta Política a “compatibilização do desenvolvimen-
às ciências da natureza, mas também, e fundamental-
to econômico-social com a preservação da qualidade do
mente, com a análise econômica, cultural, sociológica,
meio ambiente e do equilíbrio ecológico” (art. 4º, inc. I).
antropológica, jurídica etc.
Para Cristiane Denari27,
A interdisciplinaridade com que deve se revestir o ZEE
desenvolvimento sustentável implica, então, o ideal de um de-
também se fundamenta no estudo da capacidade de su-
senvolvimento harmônico da economia e ecologia que deve ser
porte dos atributos naturais encontrados na área, a fim
ajustado numa correlação de valores em que o máximo econô-
de viabilizar a produtividade e a estabilidade de acordo
mico reflita igualmente um máximo ecológico. Na tentativa
com as possibilidades de utilização de tais bens naturais.
de conciliar a limitação dos recursos naturais com o ilimitado
O ZEE, também deve ser implementado, levando-se em
crescimento econômico, são condicionadas à consecução do
considerações os elementos bióticos, geológicos, urbanís-
desenvolvimento sustentável mudanças no estado da técnica e
ticos, agropastoris e extrativistas da área, disciplinando
da organização social (DENARI, C. 2008, p. 113).
claramente o uso e ocupação do solo correspondente.
O ZEE tem por finalidade, ainda, formular as dire-
Desta maneira, temas indissociáveis são o zoneamento
trizes, gerais e específicas, metas e estratégias de ação,
ambiental e o desenvolvimento sustentável. Não pensa
servindo como instrumento direcionador do comporta-
diferente Celso Antônio Pacheco Fiorillo28, que, ao dis-
mento do Poder Público. Deve indicar as ações estatais
sertar sobre zoneamento ambiental, classifica-o como um
de prevenção e correção de danos ambientais, levando-se
tema que se encontra relacionado ao princípio do desen-
em consideração não somente o meio ambiente natural,
volvimento sustentável, “porquanto objetiva disciplinar
mas também, e principalmente, o meio ambiente artifi-
de que forma será compatibilizado o desenvolvimento
cial, cultural e urbano. Por todas estas razões, diz-se que
industrial, as zonas de conservação da vida silvestre e a
o prisma com que se analisa o meio ambiente em todas
própria habitação do homem, tendo em vista sempre (...)
as suas qualificações (meio ambiente natural, artificial,
a manutenção de uma vida com qualidade as presentes e
cultural, do trabalho etc.) consiste no enfoque holístico
futuras gerações”.
sistêmico, segundo o qual as relações entre os sistemas
Daí sugerir-se que expressão “zoneamento ambien-
naturais e antrópicos se processam em cadeia.
tal” encontra-se ultrapassada e obsoleta, ao passo que
Acerca do conceito legal de ZEE, não consta defini-
o termo “zoneamento ecológico-econômico” mostra-se
ção em qualquer dos diplomas legislativos componentes
mais completo, em razão de ter alcançado um patamar
do ordenamento jurídico-ambiental brasileiro. Quando
de avanço que abrange muitos outros elementos, princi-
muito, encontrou-se uma definição genérica de zonea-
palmente os relacionados a socioeconomia e até mesmo a
mento contido na Lei do Sistema Nacional de Unida-
cultura. O ZEE consiste, portanto, num instrumento de
des de Conservação – Lei nº 9985/2000, definição esta,
natureza jurídica, imprescindível para o disciplinamento
adverte-se, não relativa ao ZEE, mas ao zoneamento
de uso e ocupação do solo em sintonia com o desenvol-
interno de uma unidade de conservação. Rege o citado
vimento sustentável, pois visa, fundamentalmente, a me-
diploma legislativo:
27 Ob. Cit., p. 113.
28 Ob. Cit., p. 233.
126 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Federal, o embasamento para planos de ZEE, no que
Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: Art. 2º (...)
diz respeito à repartição constitucional de competências
XVI – zoneamento: definição de setores ou zonas em uma
ambientais, pode ser verificado nos dispositivos que re-
unidade de conservação com objetivos de manejo e normas
gem: (a) a competência da União para elaborar e executar
específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as
planos nacionais e regionais de ordenação do território
condições para que todos os objetivos da unidade possam ser
e de desenvolvimento econômico e social (art.21); (b) a
alcançados de forma harmônica e eficaz (Lei n° 9985/2000,
competência comum da União, dos Estados e do Distrito
Art. 2º (…) XVI).
Federal para promover a proteção do meio ambiente e o
combate à poluição, a preservação das florestas, da fauna
Nota-se, portanto, que apesar de o conceito referir-se
e da flora, bem como o fomento a produção agropecuá-
ao zoneamento interno da unidade de conservação, este
ria e a organização do abastecimento alimentar (art.23);
mantém as mesmas premissas e noções básicas do ZEE,
(c) a atribuição ao poder público e ao particular, o dever
principalmente se levado em consideração que os fatores
de defender e preservar o meio ambiente para a geração
que compõe o espaço não se restringem aos fatores bióti-
presente e as futuras gerações, o meio ambiente ecologi-
cos, ou seja, os seres vivos, mas também aos fatores abió-
camente equilibrado a que todos têm direito (art. 225).
ticos e, principalmente, aos aspectos sociais, econômicos
Segundo Celso Antônio Pacheco Fiorillo29, o funda-
e culturais que fazem parte do espaço protegido.
mento constitucional do ZEE, encontra-se previsto nos
Em razão do ZEE não contar com definição legal, lança-
arts. 21, XX, que preceitua:
-se mão de outros diplomas normativos constantes do or-
denamento jus-ambiental brasileiros, a exemplo dos atos caber à União instituir diretrizes para o desenvolvimento ur-
administrativos que se situam, dentro da estrutura escalo- bano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes
nada do ordenamento, abaixo das leis, portanto sendo-lhes urbanos; 30, VIII, que fixa a competência dos Municípios
menos genéricos e devendo-lhes plena observância. para promover, no que couber, adequado ordenamento ter-
Conforme o Decreto Federal nº 4.297/2002, que re- ritorial, mediante planejamento e controle do uso, do parce-
gulamenta o art. 9º, inc. II, da Lei nº 6938/81, o ZEE lamento e da ocupação do solo urbano; e 182, que cuida da
é um instrumento da política nacional do meio ambien- política urbana (FIORILLO, C. A. P. 2011 p. 237).
te que atua na organização territorial. Segundo referido
ato administrativo, o ZEE estabelece medidas e padrões Para Paulo de Bessa Antunes:30,
de proteção ambiental destinado a assegurar a qualidade as bases constitucionais para o zoneamento são bastante am-
ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação plas. A primeira, evidentemente, decorre da capacidade esta-
da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento susten- tal de intervenção e de fixação dos contornos jurídicos dos di-
tável e a melhoria das condições de vida da população. O reitos. O artigo 21, inciso IX, da Constituição Federal fornece
ZEE tem por objetivo geral organizar, de forma vincu- uma primeira referência do poder-dever da União em relação
lada, as decisões dos agentes públicos e privados quanto ao zoneamento. A União pode, ainda, conforme permissivo
a planos, programas, projetos e atividades que, direta ou contido no artigo 43 da Constituição de 1988, articular sua
indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visan-
plena manutenção do capital e dos serviços ambientais do ao desenvolvimento e à redução das desigualdades regio-
dos ecossistemas. nais (ANTUNES, P. B. 2010 p. 195/196).
Ainda de acordo com os termos do Decreto nº
4.297/2002, o ZEE, na distribuição espacial das ativida- Quando trata da competência estadual, o autor infor-
des econômicas, deve levar em conta a importância eco- ma que os Estados, por força do art. 25, §3º, poderão,
lógica, as limitações e as fragilidades dos ecossistemas, mediante lei complementar, instituir regiões metropolita-
estabelecendo vedações, restrições e alternativas de explo- nas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas
ração do território e determinando, quando for o caso, por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar
inclusive a relocalização de atividades incompatíveis com a organização, o planejamento e a execução de funções
suas diretrizes gerais. públicas de interesse comum.
O zoneamento dispõe do poder-dever de dividir o ter- Na observância do contido neste dispositivo legal, a
ritório em zonas, de acordo com as necessidades de pro- Constituição do Estado do Ceará de 1989, tratou de deli-
teção, conservação e recuperação dos recursos naturais e near as áreas sujeitas a zoneamento ecológico-econômico:
do desenvolvimento sustentável. A instituição de zonas Art. 266. O zoneamento ecológico-econômico do Estado de-
deve orientar-se pelos princípios da utilidade e da simpli- verá permitir: I – áreas de preservação permanente; II – loca-
cidade, de modo a facilitar a implementação de limites e lização de áreas ideais para a instalação de parques, florestas, esta-
restrições pelo Poder Público, bem como sua compreen- ções ecológicas, jardins botânicos e hortos florestais ou quaisquer
são pelos cidadãos. unidades de preservação estaduais ou municipais; III – localização
Apesar de não haver no texto constitucional dispositi- de áreas com problemas de erosão, que deverão receber especial
vo tendo como objeto específico o ZEE, podem ser des- atenção dos governos estadual e municipal; IV – localização de
tacados preceitos constitucionais genéricos, inclusive na áreas ideais para o reflorestamento (CEARÁ, 1989).
Carta Estadual de 1989, nos quais se podem enquadrar 29 Ob. Cit., p. 237.
os objetivos do zoneamento. No âmbito da Constituição 30 Ob. Cit., pp. 195/196.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 127
Importante ressaltar, enfim, que este dispositivo da
e de outras atuações do poder de polícia através do controle
Constituição Estadual refere-se, em verdade, ao macro-
do uso do solo (MACHADO, P. A. L. 2010, p. 202).
zoneamento ecológico-econômico, ou seja, a delimitação
de zonas em todo o Estado do Ceará, e não somente a
O estudo propedêutico para implementação do ZEE
uma área delimitada.
consiste, em princípios, no planejamento de trabalho,
Sob o prisma infraconstitucional, o fundamento legal do
através de pesquisa e estudo interdisciplinar, enfocando a
ZEE é verificado na própria Política Nacional do Meio Am-
avaliação ambiental e socioeconômica de forma holístico
biente (Lei nº 6.938/81), na conjugação dos arts. 2º e 9º:
sistêmica, pois inclui as complexidades das interações dos
A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a sistemas naturais com os socioeconômicos.
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental Édis Milaré32 faz comentário semelhante:
propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao de- o zoneamento ambiental tem caráter interdisciplinar e re-
senvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança quer metodologia adequada. A legislação não se detém em
nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendi- particularidades, uma vez que, garantido o suporte legal, este
dos os seguintes princípios: (...) V – controle e zoneamento instrumento se apoia notadamente em elementos técnicos
das atividades potencial ou efetivamente poluidoras (art. 2º). ministrados por várias ciências, convergindo para o escopo
E mais: São instrumentos da Política Nacional do Meio Am- gerencial (MILARÉ, E, 2005, p. 470).
biente: (...) II – o zoneamento ambiental (art. 9º).
Já para Américo Luís Martins da Silva33,
Outrossim, regulamentando o inc. II deste art. 9º, foi o zoneamento ecológico-econômico constitui instrumento de
através do pré-falado Decreto Federal nº 99.540/90 que gestão ambiental de um determinado território, integrado a
o Governo Federal instituiu a Comissão Coordenadora uma política de ordenamento territorial, visando a proteção
do Zoneamento Ecológico-Econômico do Território Na- especial dos ecossistemas e a biodiversidade. A realização de
cional, presidida pela Secretaria de Assuntos Estratégicos um eficiente Zoneamento Ecológico-Econômico exige estu-
da Presidência da República (SAE/PR). Referido Decreto dos de campo e atualização dos mapeamentos do território
definiu os princípios gerais para a execução dos trabalhos objeto de zoneamento (SILVA, A. L. M da, 2005, p. 665).
de Zoneamento Ecológico-Econômico a serem executa-
dos pelo Governo Federal a nível macro regional, e pelos O Decreto nº 4.297, de 10 de Julho de 2002, que esta-
Estados a nível mais detalhado. belece critérios para a implementação da ZEE no Brasil,
Ainda a respeito da qualificação do ZEE como instrumen- dispõe, em seu art. 4º, que:
to da Política Nacional do Meio Ambiente – a exemplo de ou- o processo de elaboração e implementação do ZEE: I - bus-
tros instrumentos não menos importantes como a Avaliação cará a sustentabilidade ecológica, econômica e social, com
de Impacto Ambiental (AIA), o licenciamento ambiental e a vistas a compatibilizar o crescimento econômico e a proteção
instituição de unidades de conservação – a articulação entre dos recursos naturais, em favor das presentes e futuras gera-
todos resta evidente a relevância do zoneamento. Isto porque ções, em decorrência do reconhecimento de valor intrínseco
as características do ZEE qualificam-no como instrumento à biodiversidade e a seus componentes; II - contará com am-
prévio, que aponta todas as alternativas de localização de obras pla participação democrática, compartilhando suas ações e
ou atividades de acordo com a zona em que estão localizadas, responsabilidades entre os diferentes níveis da administração
levando-se em conta os fatores ambientais e socioeconômicos. pública e da sociedade civil; e III - valorizará o conhecimento
Outrossim, consiste no instrumento capaz de melhor adequar científico multidisciplinar.
a área de influência das obras ou atividades, evitando ou ge-
renciando eventuais conflitos delas advindos. Os trabalhos de implementação do ZEE, em todas as
suas etapas, devem se subsidiar pelos seguintes princípios:
a) Participativo: a sociedade organizada, por meio
das associações de moradores, Igreja, movimentos
5.4.4. Do procedimento para sociais e de trabalhadores etc., deve ser ouvida em
implementação do ZEE e a todas as fases da implementação do ZEE, atribui-
participação da população ção intrínseca para caracterizar a legitimidade do
diretamente interessada zoneamento e viabilizar seu próprio cumprimento
Para iniciar o estudo do presente tópico, opta-se por a posteriori;
transcrever os ensinamentos de Paulo Affonso Leme Ma- b) Equitativo: consequência imediata do primei-
chado 31,segundo os quais, ro princípio, a equidade refere-se à participação
igualitária entre todos os grupos sociais na toma-
o zoneamento deve ser consequência do planejamento. Um da de decisões que envolvem a implementação do
planejamento mal estruturado, mal fundamentado, poderá ZEE e sua execução;
ensejar um zoneamento incorreto e inadequado (...). Um pla- c) Sustentável: o parcelamento do solo deve levar em
no abrangente deve ser sempre o pré-requisito do zoneamento consideração a potencialidade de uso dos recursos
31 MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 18ª edição. 32 Ob. Cit., p. 470.
São Paulo: Malheiros, 2010, p. 202. 33 Ob. Cit., p. 655.
128 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
naturais e do meio ambiente, uso este que deve A fim de possibilitar ao máximo o atingir de seus ob-
se manter equilibrado, ou seja, tendo em vista a jetivos, a metodologia de implementação e execução do
satisfação dos interesses atuais sem comprometi- ZEE conta com as três etapas básicas há pouco resumi-
mento dos recursos para as gerações futuras; das. Aproveitar-se-á as próximas linhas para pormenori-
d) Holístico: os estudos que precedem a implementa- zar cada uma delas.
ção do ZEE devem contar com prisma interdisci- A primeira trata do diagnóstico ecológico-econômico,
plinar, tendo em vista uma posterior integração de que consiste resumidamente no estudo detalhado e in-
informações entre as mais diversas áreas do conheci- terdisciplinar com enfoque em todos os elementos que
mento, de formar a levar em consideração elementos compõem a área a ser zoneada. É neste diagnóstico que
da Geografia, da Geologia, da Ecologia, da Biologia, devem ser estudados a situação atual do uso e ocupação
da Economia, da Sociologia, da Antropologia, da dos solos municipais, os objetivos, princípios e bem assim
História, da cultura, da religião, da política etc.; resultados esperados do ZEE.
e) Sistêmico: os mesmos estudos que antecedem a Por ser de responsabilidade de equipe interdisciplinar,
implementação propriamente dita do ZEE, de formada por profissionais dos mais diversos ramos do sa-
que se tratou no princípio anterior, deve ainda se ber, o diagnóstico necessita da metodologia e organização
respaldar com uma visão sistêmica que propicie, que leva em consideração os produtos temáticos acerca de
apesar do caráter interdisciplinar, uma conclusão dois eixos principais, os quais se subdividirão em seguir.
una e abrangente, permitindo disciplinar as rela- São eles:
ções de dependência entre os fatores físico-biótico a) Meio ambiente: estudo incidente sobre as unida-
e socioeconômico. des de paisagem natural e seus componentes abió-
Tendo como parâmetro, portanto, o estudo holístico ticos e bióticos (clima, geomorfologia, flora, fauna
sistêmico, que deve levar em consideração todos os ele- etc.), identificando as potencialidades e limitações
mentos que compõem a área semiárida a ser zoneada, em cada uma das zonas, tendo como enfoque o
como os elementos sociais, econômicos, físicos, naturais, uso sustentável dos seus recursos naturais, levan-
culturais etc., a metodologia de implementação do ZEE do em consideração a estrutura e funcionamento
deve constar de três etapas básicas: de ecossistemas.
a) diagnóstico ecológico-econômico, tendo por base b) Socioeconomia: estudo dos elementos antrópicos
de exame a organização territorial existente, le- que também compõem a área a ser zoneada, re-
vando-se em conta os aspectos bióticos, abióticos lativos a sistemas sociais e abrangendo aspectos
e socioeconômicos, dentre outros também impor- sociais, econômicos, antropológicos, históricos,
tantes; culturais, políticos, institucionais, religiosos etc.
b) integração das informações, pois, gerado de um O uso e ocupação do solo urbano e rural, bem
estudo interdisciplinar, o diagnóstico é formado como as relações entre os diferentes grupos da co-
por informações e estudos das mais diversas áreas munidade, e entre estes e o meio natural, também
do conhecimento, havendo a necessidade de uma são tópicos que devem fazer parte deste grande
conclusão uniforme e abrangente; bloco do diagnóstico.
c) zoneamento propriamente dito, que, a partir dos Ainda quanto à primeira etapa, isto é, o diagnóstico
dados obtidos pelo diagnóstico e pela integração ecológico-econômico, é imprescindível, para a equipe
das informações, viabiliza a divisão da área em responsável pelo estudo, contar com a anuência da po-
zonas dotadas de atributos semelhantes, capazes pulação diretamente atingida pelo zoneamento. Aliás, a
de suportar as atividades e obras de acordo com o simples anuência talvez sequer seja suficiente para o pleno
disciplinado e previsto nas etapas anteriores. desenvolvimento dos estudos do diagnóstico. Há neces-
sidade de coparticipação e contribuição direta pela co-
Trata-se da consequência do conteúdo do Decreto nº munidade, só possível de ser alcançada através de prévia
4.297/2002, cujo art. 12 rege: “A definição de cada zona articulação da equipe com o Poder Público e, evidente-
observará, no mínimo: I- diagnóstico dos recursos natu- mente, deste com a municipalidade.
rais, da socioeconomia e do marco jurídico institucional; A participação popular é elemento intrínseco não so-
II- informações constantes do Sistema de Informações mente nesta fase de implementação do ZEE, mas em
Geográficas; III- cenários tendenciais e alternativos; e todas elas. Deve-se providenciar uma consulta ampla e
IV - Diretrizes Gerais e Específicas nos termos do art.14 irrestrita, viabilizando exaustiva discussão com todos os
deste Decreto”. segmentos da sociedade organizada, desde movimentos
Neste contexto, o ZEE passa a ser configurado como sociais e de trabalhadores, sindicatos, Igreja, associação
um instrumento jurídico estratégico, capaz de sugerir de moradores etc.
direcionamentos para a tomada de decisões pelo Poder Somente a partir de amplo diálogo preliminar é que a
Público, relativo ao planejamento regional e a gestão fase do diagnóstico pode ser concluída. Nestes termos,
territorial, e cuja finalidade intrínseca consiste na con- a participação popular, por sua relevância não somente
tribuição para a tentativa de implementação concreta do nesta fase da implantação do ZEE, mas em outras, revela-
desenvolvimento sustentável. -se como absolutamente indispensável em razão do cará-
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 129
ter essencialmente democrático de que deve se revestir o ção de uma nova sistemática de gestão democrática de
zoneamento. Em razão da importância do tema, a parti- políticas públicas, em prol do desenvolvimento sustentá-
cipação popular em todas as fases da implementação do vel, o qual pressupõe a compatibilização entre os avanços
ZEE contará com tópico exclusivo mais adiante. industriais e econômicos e a conservação dos atributos
Na segunda etapa da implementação do ZEE, isto é, naturais e da biodiversidade.
a integração dos estudos, os resultados do diagnóstico Antemão, e a título de mera sugestão e sem se deixar
devem ser homogeneizados e padronizados num único olvidar as questões há pouco examinadas, o zoneamento
texto uniforme e que abranja as informações advindas do pode contar com uma divisão que contemple os mais va-
estudo interdisciplinar. Tais informações, aliás, oriundas riados parâmetros, desde ambientais e socioeconômicos
de cada um dos setores de estudo que fizeram parte do até políticos, culturais, religiosos etc. Assim, o espaço que
diagnóstico, devem se inter-relacionar, gerando uma con- sofre influência direta do clima deve se dividir, utilizan-
clusão una e abrangente. Daí a necessidade de utilização do-se das seguintes categorias, as quais poderão ser alte-
do sistema holístico tanto na metodologia do diagnóstico radas no decorrer da execução do projeto:
e como no da integração das informações. - Categoria de preservação: nesta categoria, o va-
A esta conclusão una e abrangente deve se associar um lor ecológico tem merecido destaque, pois deve
prognóstico sobre os cenários da área e as tendências, ne- abranger espaços territoriais detentores de recursos
gativas ou positivas, que lhe serão geradas pelo ZEE. Este naturais caracterizados pela evidente fragilidade
prognóstico, entretanto, não deve se ater exclusivamente ambiental. Aqui, a presença humana e sua interfe-
à previsão e à identificação de prováveis impactos que o rência antrópica devem ser inibidas, minimizadas
zoneamento pode significar para o meio ambiente e para ou, pelo menos, devem se readequar ao uso preser-
a economia da região. O prognóstico é, além de tudo, um vacionista. Nesta categoria, se incluem as unidades
instrumento de viabilização para a propositura de alter- de conservação de proteção integral, bem como as
nativas e de medidas mitigadoras para o caso de previsão Áreas de Preservação Permanente (APP).
e concretização de impactos negativos. - Categoria de conservação: nesta categoria, en-
Uma vez realizado satisfatoriamente o diagnóstico quadram-se áreas também dotadas de atributos
ecológico-econômico, tendo chegado, apesar do caráter naturais relevantes, mas onde se permitem as ati-
interdisciplinar com que é realizado, a uma conclusão vidades humanas, desde que de forma sustentável,
una e abrangente, passa-se a fase da implementação do ou seja, compatíveis com o equilíbrio ecológico
zoneamento propriamente dito. Nesta fase, os trabalhos e exercitadas mediante rigoroso controle e fisca-
de diagnóstico, integração de informações e prognóstico lização pelo Poder Público, tendo em vista a fra-
devem servir como subsídios técnicos para a iminente im- gilidade ambiental ou a presença de ecossistemas
plementação do ZEE. protegidos pela legislação ambiental. Pode ser ins-
Após a implementação do ZEE, a comunidade terá tituída uma unidade de proteção de uso sustentá-
oportunidade de verificar concretamente sua importân- vel, tais como a Área de Preservação Permanente
cia para o equilíbrio ecológico e para a manutenção e, por (APA) ou a Área de Relevante Interesse Ecológico
vezes, o progresso dos aspectos socioeconômicos da área. (ARIE). Têm estas unidades de conservação o
O zoneamento servirá ainda como subsídio para o pla- objetivo de conservar o equilíbrio ecológico per-
nejamento das ações estratégicas com as quais deverá ter mitindo a ação antrópica, desde que não acarrete
em mente a Administração Pública, precipuamente em se prejuízos ao meio ambiente, e abrangem ativi-
tratando dos Municípios diretamente afetados pelas secas dades como ecoturismo, lazer, visitação pública,
e pela desertificação. pesquisas científicas etc.
Assim, as políticas públicas devem ser priorizadas, tais - Categoria de uso sustentável: nestas zonas, a an-
como a definição de sistemas de produção e beneficia- tropização é mais evidente em função da urbani-
mento de produtos agropastoris, instituição e manejo de zação que lhe é peculiar. Aqui são permitidas as
unidades de conservação públicas e particulares, delimi- mais variadas atividades humanas, inclusive ati-
tação de espaços territoriais com questões críticas relati- vidades industriais. Mas não significa dizer que
vas à conservação do meio ambiente e da biodiversidade, todas as atividades, mesmo as de pouca conse-
remodelagem das relações econômicas entre os indiví- quência de ordem ambiental, sejam de logo admi-
duos e entre grupos de indivíduos etc. tidas. Estas atividades, quando poluidoras, devem
Igualmente, o sucesso e o alcance da implementação pro- ser precedidas de procedimentos administrativos
priamente dita do ZEE depende fundamentalmente da via- para verificação da possibilidade de licenciamen-
bilização de parcerias efetivas, levando-se em consideração to. Aliás, se potencialmente poluidoras, as ativi-
seus interesses legítimos, entre o governo, o setor privado e dades somente poderão ser licenciadas mediante
a sociedade civil como um todo, buscando o verdadeiro in- prévia realização do Estudo de Impacto Ambien-
teresse coletivo e resolvendo eventuais conflitos porventura tal (EIA) e de seu correspondente Relatório de
provenientes da implementação do zoneamento. Impacto Ambiental (RIMA).
Nesse sentido, o ZEE, a partir de sua implementação Reitera-se também aqui a necessidade de negociação
efetiva, importará uma relevante contribuição para a cria- com a população diretamente interessada, pois a apli-
130 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
cação destes critérios a cada uma das categorias acima ou indiretamente da implementação do ZEE;
indicadas implicará necessariamente prejuízos de ordem - Organização e custeio de seminários e simpósios
individual. Daí ser imprescindível a implementação do municipais, com vistas a divulgação de informa-
zoneamento mediante uma gestão efetivamente partici- ções básicas sobre a implementação e operaciona-
pativa, subsidiada pelos estudos feitos previamente, como lização do zoneamento, permitindo debates e o
o diagnóstico, a integração das informações e o prognós- registro de expectativas, sugestões e aspirações da
tico, conforme já exaustivamente analisado. municipalidade;
Também, a oitiva dos proprietários de áreas rurais na - Criação dos mais diversos mecanismos de educa-
implementação do zoneamento também é imprescindí- ção ambiental, abrangendo-se a educação formal
vel, uma vez que impostas as limitações administrativas e nãoformal, com apoio a projetos ecológicos nas
de uso, a manutenção do equilíbrio ecológico nas catego- instituições de ensino e em meios de comunicação
rias de unidades de preservação e de conservação é de res- de larga escala, tais como jornais e rádios comu-
ponsabilidade do proprietário, assim como a revegetação nitários, localizados nos Municípios abrangidos
das áreas em processo de degradação. pelo zoneamento.
Ainda acerca da participação popular no processo de- - Nem mesmo a doutrina se esquivou de tratar da
cisório de implementação do ZEE, devem ser criados importância do tema. Paulo Affonso Leme Ma-
mecanismos de conhecimento e aprofundamento em chado34 salienta a importância de o zoneamento
relação aos estudos que precedem a implementação do passar por um debate aberto e amplo o que não
zoneamento – diagnóstico (integração de informações) deve significar morosidade e confusão. O con-
e prognóstico – e bem assim da legislação pertinente e certo das vontades individuais, notadamente de
aplicável às questões ambientais e ao Direito das Coisas. todos os setores – inclusive as associações ambien-
Dessa forma, viabiliza-se a articulação da comunidade tais – poderão expressar seus pontos de vista para
com as instituições democráticas e organizadas da socie- que o desenvolvimento local se faça sem agressão
dade, tais como associações de moradores, movimentos aos recursos naturais.
sociais e de trabalhadores, a Igreja etc., e destas com as
entidades administrativas, federais, estaduais e munici-
pais, incumbidas direta ou indiretamente da implemen-
tação do zoneamento. O sucesso da implementação e 5.4.5. ZEE: Direito de propriedade e
operacionalização do ZEE dependerá, fundamentalmen- políticas agrícolas
te, da formação de metodologias de trabalho inovadoras Apesar de já se ter dado algum detalhe anteriormente
que viabilizem a participação efetiva de diversos grupos sobre a questão, optou-se por destinar um capítulo ex-
da sociedade. Essa participação é imprescindível para as- clusivo ao tema, em função de sua relevância e pertinên-
severar a concretização das finalidades do zoneamento, cia com a implementação do ZEE na ASD - Núcleo II
inclusive no que tange à sua sustentabilidade política. – Inhamuns.
Conforme descrito ao longo desse documento, a par- A Carta Magna de 1988, em Capítulo pertinente à Po-
ticipação da sociedade na tomada de decisões na imple- lítica Agrícola e Fundiária e da Reforma Agrária, assim
mentação do ZEE pode ser incentivada por vários meios, rege a matéria:
destacando-se:
A função social é cumprida, quando a propriedade rural aten-
- Engajamento das entidades públicas competen-
de simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência
tes, em nível federal, estadual e municipal, com
estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I – aproveita-
ampla participação de associações e movimentos
mento racional e adequado; II – utilização adequada dos re-
representativos da sociedade organizada e do setor
cursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
econômico privado, na tomada de decisões e no
III – observância das disposições que regulam as relações de
planejamento de diretrizes estratégicas, coordena-
trabalho; IV – exploração que favoreça o bem-estar dos pro-
ção, supervisão e monitoramento da implementa-
prietários e dos trabalhadores. (art. 186).
ção e operacionalização do zoneamento.
- Criação de mecanismos de participação popular
A importância da questão ambiental é verificada até
em todas as etapas da implementação do ZEE
mesmo para se qualificar a propriedade rural como pro-
– diagnóstico, (integração de informações) e im-
dutiva, portanto isentando-a da ameaça de constituir ob-
plementação propriamente dita – com realização
jeto de reforma agrária. Isto porque, segundo o dispositivo
de atividades de diagnóstico participativo, a nível
constitucional, a propriedade rural só conta com o estágio
comunitário, municipal e regional;
da produtividade quando alcançar a conjugação daqueles
- Gestão paritária na tomada de decisões, com a
quatro elementos: aproveitamento, equilíbrio ecológico,
criação de grupos decisórios ou órgãos colegiados
observância dos direitos trabalhistas e atividade que pro-
formados igualitariamente por representantes da
porcione o bem-estar para a comunidade ali residente.
sociedade organizada, da comunidade residente e
Na fase de diagnóstico, devem ser verificadas as con-
dos comerciantes, e bem assim por representantes
da Igreja e das entidades públicas investidas direta
34 Ob. Cit., p. 210.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 131
dições por que passam as grandes e médias proprieda- 5.4.6. Considerações Finais
des rurais localizadas nos Municípios abrangidos pelo O semiárido nordestino caminha rumo ao agravamen-
semiárido cearense, até como forma de melhor distribuir to do seu quadro já tão combalido, o que torna urgente a
as terras e de definir critérios de indenização. Concreta- iniciativa do Poder Público na busca de soluções defini-
mente, é neste tópico que se verifica a atribuição de com- tivas para a problemática vivenciada pelo sertanejo. Ade-
petências, no âmbito do ZEE, a entidades aparentemente mais, os já precários recursos ambientais à disposição da
desvinculadas de seu objetivo básico como, por exemplo, coletividade numa das áreas mais susceptível à desertifi-
o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). cação no Estado, isto é, na ASD - Núcleo II - Inhamuns,
Como se verifica, o preceito constitucional há pouco devem ser usufruídos de forma a garantir o seu usufruto
transcrito têm por fundamento a racionalização, por in- também pelas gerações vindouras.
termédio de procedimentos adequados, do uso da pro- O empobrecimento do solo, aliado à escassez hídrica e
priedade e de seus recursos naturais disponíveis. Portan- à inconstância pluviométrica, são os fatores que mais se
to, o caráter socioambiental da propriedade rural é im- mostram visíveis quando tratado o tema da desertificação.
prescindível para qualificá-la como produtiva e isentá-la Não obstante, o que se tem verificado é um incremento
de eventual desapropriação para fins de reforma agrária. nas ações e políticas públicas visando a garantir subsídios
Com a efetiva implementação do ZEE, e sua posterior técnicos ou financeiros que permitam o combate eficaz
operacionalização, serão fixadas as delimitações geográfi- aos efeitos climáticos e ambientais da desertificação.
cas do zoneamento e estabelecidos os parâmetros da po- No elenco de medidas da Administração Pública desti-
lítica agrícola a ser adotada em cada tipo de zona na área nadas ao impedimento, à mitigação ou ao retardamento
do semiárido. Faz-se mister observar que o direito de dos efeitos da desertificação, sem dúvida se destaca a im-
propriedade somente alcança a legitimidade na propor- plementação do zoneamento ecológico-econômico.
ção em que há efetivamente a adequação à sua função so- O zoneamento constitui-se no instrumento jurídico
cial, ou seja, quando verificadas, dentre outros elementos, que possibilita dividir um determinado território em
a utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e parcelas nas quais se autorizam algumas atividades ou
a preservação do meio ambiente. Daí a importância do se proíbe, de maneira absoluta ou relativa, o exercício de
tema para a implementação do ZEE, pois a função social outras. Consiste no conjunto de princípios e normas ju-
deve fazer parte do foco nos seus estudos preliminares: rídicas com enfoque para o uso dos atributos naturais,
diagnóstico, integração de informações e prognóstico. estabelecido por zonas que possuem padrões de paisagem
Os requisitos para o efetivo cumprimento da função semelhantes. É, antes de tudo, um instrumento jurídi-
social da propriedade rural são, portanto, constitucio- co de planejamento, com o fim de estabelecer diretrizes
nalmente disciplinados na proporção indispensável para econômicas e ambientais, viabilizando a identificação das
a racionalidade em suas características socioeconômica e restrições e potencialidades de uso dos recursos naturais.
ambiental, levando-se em consideração as vocações natu- As regras gerais e diretrizes disciplinadas no zoneamen-
rais de cada zona. to alicerçam a tese de que a manutenção da qualidade
Ainda sobre a função social da propriedade, Paulo Af- ambiental consiste num elemento estratégico e impres-
fonso Leme Machado35 adverte que: cindível para o pleno desenvolvimento socioeconômico
o direito de propriedade assegurado pela Constituição Brasi- mesmo que a longo prazo, da área a ser zoneada.
leira estabelece uma relação da propriedade com a sociedade A manutenção do equilíbrio ecológico da região a ser
(art. 5º, XXIII, e art. 170, III e VI, ambos da CF). A pro- zoneada só é viável se essa preocupação se aliar ao coti-
priedade não fica constando simplesmente como um direito e diano das comunidades direta ou indiretamente afetadas
uma garantia individual. Dessa forma, se vê com clareza que pelo zoneamento, as quais inclusive devem ser ampla-
inexiste juridicamente apoio para a propriedade que agrida a mente ouvidas em todas as etapas da implementação e
sociedade, que fira os direitos dos outros cidadãos (MACHA- operacionalização do ZEE, a saber: diagnóstico ecológi-
DO, P. A. L. p. 215, 2010). co-econômico, integração das informações advindas do
diagnóstico, prognóstico dos efeitos de sua instituição, e
E assim continua, fundamentando a importância do a implementação propriamente dita do zoneamento.
estudo da propriedade relacionado ao ZEE: Uma vez concluídas estas etapas com plena exatidão,
O zoneamento ambiental é um dos aspectos do poder de inclusive contando com ampla participação popular em
polícia administrativa, que atua com a finalidade de garantir todas elas, a partição e a qualificação do solo e o discipli-
a salubridade, a tranquilidade, a paz, a saúde e o bem-estar namento de suas finalidades e das atividades proibidas
do povo. O zoneamento ao disciplinar “usos” representa e permitidas são elementos que, fatalmente, implicarão
uma limitação do direito dos cidadãos. A propriedade não resultados plenamente satisfatórios no processo de imple-
poderá ser utilizada da maneira desejada unicamente pelo mentação e operacionalização do ZEE na ASD - Núcleo
proprietário. (MACHADO, P. A. L. p. 215, 2010). II - Inhamuns.
132 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Tauá - CE
6. SITUAÇÃO ATUAL cos já não exibem marcas evidentes de auto-organização da
biosfera sobre os mesmos. Em muitas áreas, a degradação
ambiental já atingiu condições praticamente irreversíveis,
6.1. Análise Integrada das Dimensões exibindo marcas nítidas de desertificação. Com o quadro
fortemente impactado e a par da forte pressão exercida pela
Geoecológica, Socioeconômica e população sobre o vulnerável potencial de recursos natu-
Jurídico Institucional rais da área da caatinga, os problemas são sensivelmente
agravados durante os períodos de secas recorrentes. Esse
6.1.1. Contextualização da Situação quadro assume proporções progressivamente mais graves,
Atual onde maior é a degradação ambiental e nítidos são os efei-
Os Sertões da ASD - Núcleo II - Inhamuns têm seu tos da desertificação.
território submetido à influência da semiaridez. Sob o O ordenamento territorial é mal estruturado e com
ponto de vista geoambiental, constata-se que, além das extrema deficiência de articulações intersetoriais e de
vulnerabilidades impostas pela irregularidade pluviomé- infraestrutura. A estrutura fundiária sertaneja é marca-
trica do semiárido, parte muito significativa dos solos da por condições contraditórias capazes de exibir uma
apresenta-se degradada. Os recursos hídricos superficiais convivência simultânea de latifúndios improdutivos e
e subterrâneos tendem para a insuficiência ou se exibem pequenas propriedades inviáveis sob o ponto de vista
com níveis comprometedores de poluição. De tal modo social e econômico.
esse problema se agrava que, na área do bioma Caatinga, Os processos de uso e ocupação da terra induzem, por
a deficiência dos recursos hídricos constitui o principal consequência, a degradação progressiva dos solos e à per-
empecilho para a ocupação humana e para a satisfação da de produtividade das lavouras de subsistência.
das necessidades das atividades do meio rural. Desde os Os impactos ambientais oriundos da desertificação se
primórdios da colonização, especialmente a partir do expõem na degradação da biodiversidade, na diminuição
século XIX, a flora e a fauna vêm sendo afetadas pelas e disponibilidade dos recursos hídricos superficiais e sub-
ações predatórias do homem na busca da sobrevivência. terrâneos, no assoreamento de vales e reservatórios, na
Assim, os sistemas ambientais não têm merecido a de- perda física e de fertilidade dos solos.
vida proteção, ameaçando as condições de sobrevivência De acordo com a tipologia de espaços degradados apre-
da biodiversidade e fortalecendo as condições de riscos à sentada por Ab’Sáber (1977a), identificam-se as seguintes
ocupação humana. feições indicadoras do processo de desertificação: “Altos
Esses riscos conduzem a condições irreversíveis, quan- pelados”, “salões”, vales e encostas secas, lajedos e campos
do se instalam os processos de desertificação ou condi- de inselbergs, chãos pedregosos e áreas degradadas por
ções extremas de degradação ambiental a exemplo do raspagem. Elas são resultantes de três séculos de ativida-
que se verifica nos sertões de Tauá/Arneiroz, Vertente des rurais praticadas com técnicas muito rudimentares,
Ocidental da serra de Pedra Branca e partes dos Sertões centradas no pastoreio extensivo e algumas décadas de
de Independência. ações deliberadas de intervenção antrópica, com acentua-
A ocupação da área do bioma Caatinga tem contri- do crescimento demográfico paralelo.
buído historicamente, para justificar profundas trans- Os impactos sociais têm se traduzido em mudanças sig-
formações desse domínio geobotânico, intensificando a nificativas que se manifestam na perda da capacidade pro-
ação dos processos morfodinâmicos naturais. O extra- dutiva dos grupos familiares. Tratando-se das populações
tivismo vegetal indiscriminado, a pecuária extensiva, a sertanejas mais vulneráveis, submetidas à pobreza quase
agricultura praticada com tecnologias muito rudimen- absoluta e a uma estrutura fundiária injusta, acentuam-se
tares, são, dentre outros fatores, os principais agentes os movimentos migratórios, desestruturam-se as famílias
daquelas transformações. e agravam-se os problemas das áreas urbanas incapazes de
Observa-se que não há compatibilidade do uso e ocupa- atender as necessidades mínimas dessa população.
ção da terra com o regime pluviométrico regional e nem
com as condições de solos e da biodiversidade. Tem-se 6.1.2. Avaliação Integrada das
buscado muito mais adaptar o ambiente as necessidades Dimensões Geoecológica,
do homem do que o contrário. Desse modo, a expansão Socioeconômica e Jurídico
das atividades praticadas no campo depende sempre da re- Institucional
moção do recobrimento vegetal primário. A devastação se A avaliação integrada das dimensões socioeconômi-
expande em função da retirada de lenha e da produção de ca, jurídico institucional e físico biótica aqui descrita, se
carvão vegetal para compor a matriz energética na região concentrou na definição e avaliação de fatores críticos de
do bioma. Além disso, tem havido uma contínua e progres- decisão, identificados nos diferentes momentos da elabo-
siva conversão da vegetação natural por pastagens naturais ração do estudo.
onde se pratica um sobre pastoreio que tende a suprimir o De acordo com Partidário (2007, p.18) FCDs são te-
estrato herbáceo. O excesso de pastoreio mostra-se incom- mas fundamentais que sinalizam questões relevantes a
patível com a fragilidade ambiental, acentuando a degra- serem considerados na elaboração de diretrizes voltadas
dação dos solos e da caatinga. Com isso, os ambientes físi- para o desenvolvimento de uma região.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 135
Assim, a definição de FCDs neste ZEE pode ser in- ma integrada as condições observadas na ASD - Núcleo
terpretada como uma estratégia que contribui significa- II - Inhamuns ao final do Diagnóstico Geoambiental,
tivamente para a elaboração das diretrizes que nortearão Diagnóstico Socioeconômico e Institucional e Oficinas
o processo de tomada de decisão, contemplando de for- de Mobilização e Regional (Figura 40).
A sistematização das informações coletadas no decor- - Práticas agrícolas agressivas ao meio ambiente;
rer das atividades citadas permitiu: a) identificação de - Pecuária extensiva;
questões relevantes para o ZEE; b) contextualização das - Extração de lenha e madeira sem controle;
questões relevantes para o desenvolvimento e combate à - Presença de unidades empresariais impactantes
desertificação na ASD e; c) a definição dos FCDs a serem como caieiras, mineradoras e fazendas para pro-
analisados. dução de camarão (forma inadequada da salga do
A seleção de questões relevantes torna-se necessária camarão dentro do açude Antônio Nunes de Sou-
uma vez que, em termos de operacionalização das infor- sa em Arneiroz, já está provocando malefícios a
mações coletadas ao longo da realização do ZEE, não é biodiversidade aquática);
factível incluir em uma análise todos os fatores endóge- - Atividades produtivas instaladas ao longo dos lei-
nos e exógenos que direta ou indiretamente influenciam tos dos rios (lava jatos, laticínios, matadouros e
as interações econômicas, sociais, ambientais e institucio- curtumes);
nais da região. Assim, foram destacadas: - Baixo nível de organização da sociedade civil;
- Aumento da população urbana; - Carência de instrumentos de gestão municipal es-
- Ausência de instrumentos de planejamento de pecialmente voltado para o meio ambiente;
ocupação do território; - Elevados níveis de degradação ambiental;
- Pobreza da população; - Desmatamentos predatórios (grandes áraes das
- Baixo nível de escolaridade da população; matas ciliares das planícies fluviais já foram des-
- Falta de saneamento básico; matados);
- Existência de lixões provocando a contaminação - Perda de biodiversidade;
dos reservatórios de água; - Precária capacidade de proteção a superfície por
- Carência de gestão de resíduos sólidos (despejo de parte da caatinga;
esgotos urbanos domiciliares no rio Jaguaribe);
136 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
- Assoreamento de rios, açudes e lagoas; - Conflitos de uso das águas;
- Vulnerabilidades impostas pela irregularidade - Conflitos de terra em Independência.
pluviométrica; A definição dos Fatores Críticos de Decisão (FCDs)
- Os recursos hídricos superficiais e subterrâneos possibilitou o agrupamento das questões relevantes em
tendem para a insuficiência ou se exibem quatro tópicos integrados a serem priorizadas no planeja-
com níveis comprometedores de poluição; mento estratégico da região. (Figura 41):
Os fatores humanos refletem o grau de organização da Os fatores institucionais versam sobre a capacidade
sociedade, o seu capital humano e as condições sociais do estado para servir aos cidadãos da ASD - Núcleo II
nas quais se encontra. A partir de sua análise percebe-se - Inhamuns, a participação e a organização da popula-
ou não a capacidade do indivíduo em conquistar uma ção. O objetivo é reforçar a importância das instituições
melhor qualidade de vida e uma melhor relação com os públicas e da sociedade no processo de construção de um
recursos naturais. O objetivo almejado ao adotar este ambiente e implementação de políticas públicas efetivas,
FCD foi trazer para o ZEE temas fundamentais para o favoráveis às mudanças, tendo como base uma sociedade
desenvolvimento sustentável da região: educação, orga- participativa, unida e solidária.
nização, condições de infraestrutura, níveis de pobreza e A preservação e conservação dos recursos é condição
participação da população nos processos decisórios. Além “sine qua non” para o desenvolvimento sustentável e o
disso, trata-se de um tema que apresenta grande transver- combate à desertificação na ASD - Núcleo II - Inhamuns,
salidade com todos os demais FCDs selecionados. dadas as fragilidades dos ecossistemas aí existentes sujei-
Os elevados níveis de pobreza da população da ASD tos à instabilidade do regime pluviométrico e à ação an-
- Núcleo II - Inhamuns são um dos principais entraves trópica. O FCD fatores ambientais busca ressaltar a im-
ao desenvolvimento sustentável da região. A superação portância do manejo adequado dos recursos naturais para
deste entrave perpassa por mecanismos de geração de diminuir as perdas naturais que têm levado a degradação
emprego e renda sem, no entanto, desprezar as suas con- ambiental profunda, contaminação dos escassos recursos
sequências ambientais. Nessa perspectiva a escolha do hídricos e perda de biodiversidade.
FCD fatores econômicos teve por objetivo possibilitar a Os FCDs definidos foram avaliados estrategicamente
elaboração de estratégias capazes de estimular as ativi- (Quadro 28). Na literatura esse procedimento é definido
dades econômicas e o uso racional dos recursos naturais como elaboração de uma linha de base (baseline) que será
segundo a vocação local. de fundamental importância na laboração dos cenários.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 137
Quadro 28 - Contextualização dos Fatores Críticos de Decisão (FCD) – Linha de Base
Fatores
Critérios de
críticos de Situação atual
avaliação
decisão
138 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 28 - Contextualização dos Fatores Críticos de Decisão (FCD) – Linha de Base
Fatores
Critérios de
críticos de de- Situação atual
avaliação
cisão
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 139
Quadro 28 - Contextualização dos Fatores Críticos de Decisão (FCD) – Linha de Base
Fatores
Critérios de
críticos de Situação atual
avaliação
decisão
A carência de médicos é agravada pela qualidade dos serviços de saúde no que diz
respeito à infraestrutura (ambulâncias, material hospitalar, medicamentos, etc.).
Dentre os municípios da ASD - Núcleo II - Inhamuns, nota-se um quadro geral de
pobreza. Mais da metade da população foi considerado abaixo da linha de pobreza
em 2010. (indivíduos com renda domiciliar per capita inferior à R$ 70,00). Em
todos os municípios o aumento no consumo residencial de energia elétrica foi
superior ao aumento no número de consumidores, fato este que pode ser associado a
melhorias na qualidade de vida da população que passou a utilizar eletrodomésticos
antes não acessíveis. Nos segmentos indústria, comércio e rural houve a mesma
Demografia tendência. Verifica-se a carência de serviços de distribuição de água, esgotamento
sanitário e coleta de lixo. A falta de uma infraestrutura capaz de proporcionar bem-
estar à população é observada há tempos na região. O mais preocupante é a lentidão
Capital
Fatores Sociais com que estratégias de implementação desses serviços são adotadas. A maioria dos
Humano domicílios utiliza a lenha para a cocção dos alimentos. O fornecimento de água
encanada e o acesso a saneamento básico é ainda muito baixo. As taxas médias de
Infraestrutura crescimento tanto no número de ligações ativas no abastecimento de água quanto
básica no número de ligações ativas de esgotamento sanitário e domicílios com coleta de
lixo são baixas, dada à demanda populacional e a urgência desses serviços. A taxa
de domicílios ligados a rede geral de esgotos é ínfima, não existe água encanada e
não há políticas municipais de resíduos sólidos, criando nos municípios verdadeiros
lixões em áreas periféricas. A quase inexistência de malha rodoviária pavimentada é
um fator limitante do desenvolvimento local, pois dificulta o acesso das pessoas as
sedes municipais, o suprimento de matéria prima e o escoamento da produção, o
que consequentemente ameaça o crescimento econômico e a expansão de atividades
como turismo, indústria e agronegócio.
140 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 28 - Contextualização dos Fatores Críticos de Decisão (FCD) – Linha de Base
Fatores
Critérios de
críticos de Situação atual
avaliação
decisão
Embora seja inegável que houve avanços no aspecto normativo, por meio
de legislações específicas para o setor ambiental e para a própria formulação/
implantação do ZEE (Decreto N° 4.297 de 10 de julho de 2002), tanto no
âmbito federal quanto no estadual, ainda observam-se deficiências significativas
no processo de implementação desses diplomas legais. As legislações que dispõem
sobre políticas de preservação ambiental, uso e ocupação do solo, regulamentação
de ações e delimitação das atividades exercidas, que interferem diretamente no
espaço público, áreas ou zonas declaradas de interesse social ou especial para
as finalidades a que devem se destinar são ainda incipientes, limitando-se ao
Código de Obras e a legislações específicas sobre zonas de interesse especial. Há
Gestão carência de aparato legal (leis e decretos) que fortaleçam e/ou delimitem ações
Municipal voltadas para o desenvolvimento municipal, com foco na questão ambiental
(sob uma ótica integrada as demais áreas com ela relacionadas). É escasso o
Fatores
volume de recursos destinados as questões ambientais. Falta articulação entre os
Institucionais Participação governos federal, estaduais e municipais, sociedade civil, e mesmo entre os vários
Social órgãos federais, nos conflitos de competências no âmbito da gestão ambiental
pública. Não existe articulação entre a política ambiental local/regional e global
e destas com as políticas setoriais. O Plano Diretor, principal instrumento para
nortear a política urbana, incluindo a participação da sociedade em todo o
processo de discussão e definição de estratégias, ainda é pouco utilizado pelos
gestores municipais que compõem a ASD - Núcleo II - Inhamuns; Nenhum
município possui instrumentos de planejamento, controle ou financiamento
de habitações (sejam elas populares ou não). A atuação da gestão municipal
limita-se à formulação de cadastro ou levantamento de famílias interessadas em
programas habitacionais (mesmo nos municípios de Independência e Tauá que
apresentam um crescimento acelerado na região).
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 141
Quadro 28 - Contextualização dos Fatores Críticos de Decisão (FCD) – Linha de Base
Fatores
Critérios de
críticos de Situação atual
avaliação
decisão
142 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 28 - Contextualização dos Fatores Críticos de Decisão (FCD) – Linha de Base
Fatores
Critérios de
críticos de Situação atual
avaliação
decisão
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Quadro 28 - Contextualização dos Fatores Críticos de Decisão (FCD) – Linha de Base
Fatores
Critérios de
críticos de Situação atual
avaliação
decisão
144 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Arneiroz - CE
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 145
7. ZONEAMENTO ECOLÓGICO- e vulnerabilidades do potencial produtivo. Dependem,
também, do estado de conservação da natureza em de-
ECONÔMICO DAS ÁREAS corrência de impactos produzidos pelo uso e ocupação da
terra ao longo do processo histórico.
SUSCEPTÍVEIS À DESERTIFICAÇÃO A qualidade ambiental expressa o estado de conserva-
DO NUCLEO II - INHAMUNS ção dos sistemas e setores ambientais e da biodiversidade.
Há que considerar, também, as tendências da sucessão
ecológica que pode derivar para a progressividade ou re-
7.1. Sistemas Ambientais Naturais gressividade. Dentre as categorias propostas foram consi-
O produto de síntese do diagnóstico do meio físico bió- deradas as seguintes:
tico decorre da identificação e delimitação dos Sistemas (1) Fitoestabilizada: Preservação ou permanência
Ambientais Naturais adotando-se para esse procedimen- dos remanescentes da cobertura vegetal primária
to, a escala 1:100.000. Trata-se de uma escala média que ou de sucessões ecológicas próximas a esta. Cum-
é compatível com os pressupostos metodológicos da abor- pre salientar, por oportuno, que a categoria em
dagem sistêmica. pauta, é apenas referência para as demais, pois não
Os sistemas ambientais naturais são delimitados em se constata sua ocorrência no núcleo de desertifi-
função das interações entre os componentes geoambien- cação em estudo.
tais. Sua denominação é feita de acordo com topônimos (2) Derivada com dinâmica ambiental progressi-
geográficos regionais, especialmente associados a malha va: Alterações parciais e moderadas dos atributos
urbana. Para atender aos requisitos do Zoneamento Eco- e funções dos componentes naturais dos sistemas
lógico-Econômico, adotou-se uma ordem taxonômica e setores ambientais estratégicos, derivando para
capaz de atendera a setorização de cada sistema ambien- níveis de qualidade ambiental satisfatórias nas
tal natural. Trata-se da indicação de setores ambientais sucessões ecológicas secundárias. As condições de
estratégicos que são dotados de atributos e indicadores recuperação e/ou restauração, podem ser alcança-
essenciais e capazes de conduzir a definição de parcelas das após períodos de pousio prolongado desde que
naturais homogêneas contidas nos sistemas ambientais. mantidas as principais qualidades edáficas.
Nas sinopses que caracterizam os sistemas ambientais (3) Derivada com dinâmica ambiental regressiva
(ou Unidades Territoriais Básicas) e os setores ambientais ou desestabilizada: Alterações muito significati-
estratégicos são considerados os seguintes aspectos: (1) vas dos atributos e funções dos componentes na-
Características geoambientais e ecodinâmicas dominan- turais dos sistemas e setores ambientais estratégi-
tes; (2) Impactos e problemas ambientais; (3) Capacidade cos, derivando para níveis de qualidade ambiental
produtiva dos recursos naturais com indicações a respeito muito baixos ou desestabilizados nas sucessões
das suas potencialidades e limitações e (4) Qualidade am- ecológicas secundárias. As condições de recupera-
biental e fragilidades. ção podem tender para a inviabilidade ou para o
As características geoambientais apresentam os aspec- estado de degradação.
tos predominantes dos componentes do potencial ecoló- (4) Degradada: Alterações drásticas dos atributos e
gico e da exploração biológica de cada sistema ou setor funções dos componentes naturais dos sistemas e
ambiental estratégico. A ecodinâmica é indicada confor- setores ambientais estratégicos, desestabilizando-
me critérios estabelecidos por TRICART (1977), ante- -os ou conduzindo-os para níveis de qualidade
riormente apresentados. São consideradas as seguintes ca- ambiental muito baixo ou irreversivelmente de-
tegorias de meios ecodinâmicos: Medianamente estáveis; gradado, quando se instalam condições para a
de transição ou “intergrades” e fortemente instáveis. expansão da desertificação.
Os impactos e problemas ambientais registram os de- As fragilidades estão intimamente subordinadas as
sequilíbrios gerados pelos vetores de pressão decorrentes condições ecodinâmicas precedentemente referidas.
das atividades praticadas, dos desmatamentos e ocupa-
ções desordenadas, das queimadas, da abertura de aces- São consideradas as seguintes categorias:
sos, da captação de água, do uso incompatível com as fra- (1) Áreas com baixa fragilidade: Correspondem aos
gilidades e limites de tolerância dos sistemas ambientais sistemas ou setores ambientais estratégicos que
naturais e dos setores ambientais estratégicos. são dotados de condições ecodinâmicas mediana-
A avaliação de capacidade produtiva dos recursos na- mente estáveis ou que têm qualidade ambiental
turais tem como referência as potencialidades (pontos fitoestabilizada ou derivada com dinâmica am-
fortes) e as limitações (pontos fracos) dos sistemas am- biental progressiva.
bientais. As potencialidades indicam favorabilidades dos (2) Áreas medianamente frágeis: Correspondem aos
recursos ambientais além de atividades compatíveis com sistemas ou setores ambientais estratégicos que são
os limites de tolerância dos sistemas. As limitações são dotados de condições ecodinâmicas de transição
consideradas como forças restritivas que correspondem a ou medianamente estáveis motivadas por prepon-
pontos fracos dos sistemas e dos seus recursos naturais. derância da pedogênese sobre os processos morfo-
Elas devem ser identificadas em função das deficiências dinâmicos, tendo qualidade ambiental derivada e
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 147
com evidentes tendências de desestabilização. - Áreas de inundação sazonal – Áreas planas
(3) Áreas com alta fragilidade: correspondem aos com ou sem cobertura detrítica, sujeitas a inun-
sistemas ou setores ambientais estratégicos que dações sazonais e precariamente incorporadas a
são dotados de condições ecodinâmicas fortemen- rede hidrográfica.
te instáveis, tendo qualidade ambiental derivada - Cristas residuais e inselbergs – Formas de relevo
com dinâmica regressiva ou degradada. residuais resultantes de erosão diferencial, isola-
dos nas superfícies pediplanadas exibindo, even-
Setores Ambientais Estratégicos tualmente, vertentes rochosas.
Conforme referências anteriores, os sistemas ambien- - Lajedos – Exposições rochosas nas superfícies pe-
tais estratégicos têm atributos e indicadores essenciais diplanadas sertanejas associadas também a ocor-
capazes de definir parcelas naturais homogêneas contidas rência de matacões e/ou caos de blocos.
nos sistemas ambientais naturais.
Os Sistemas Ambientais e os Setores Ambientais Es-
Dentre os setores considerados, incluem-se: tratégicos para a ASD - Núcleo II - Inhamuns, podem
- Planícies fluviais – Áreas planas, oriundas da ser vistos nos Quadros 29 e 30 que contém uma sinopse
acumulação de depósitos aluviais e sujeitos a das características dos sistemas e dos setores ambientais
inundações periódicas. estratégicos na Tabela 28 e Figuras 42, 43 e 44 contendo
a quantificação das classes temáticas mapeadas.
CARACTERÍSTICAS GEOAMBIENTAIS E
SISTEMA AMBIENTAL
ECODINÂMICA DOMINANTE
Superfície pediplanada a moderadamente dissecada intercalada por vales estrei-
tos com morros e relevos colinosos em níveis altimétricos de 520m a 560m
em litotipos (granitóides) Paleoproterozóico do Complexo Ceará – Unidade
Canindé. Pluviometria média anual entre 460mm e 600mm com rede hidro-
gráfica densa, padrão dendrítico e dendrítico retangular, regime intermitente
Sertões do Alto Trici sazonal na bacia do Alto Rio Jaguaribe. Associações de Argissolos (topos e altas
vertentes de morros e colinas), Luvissolos (morros baixos) e Neossolos Litólicos
(baixas vertentes) revestidos por caatinga arbórea e arbustiva parcialmente de-
gradada em áreas de agroextrativismo e pecuária. Ecodinâmica de transição com
evidências de dinâmica ambiental progressiva.
148 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 29 - SISTEMAS AMBIENTAIS: SINOPSE. ASD - Nucleo II - Inhamuns
DOMÍNIO: SERTÕES
CARACTERÍSTICAS GEOAMBIENTAIS E
SISTEMA AMBIENTAL
ECODINÂMICA DOMINANTE
DOMÍNIO: SERRAS
CARACTERÍSTICAS GEOAMBIENTAIS E
SISTEMA AMBIENTAL
ECODINÂMICA DOMINANTE
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 149
Quadro 30 - SETORES AMBIENTAIS ESTRATÉGICOS: SINOPSE. ASD - Nucleo II - Inhamuns
Tabela 28 – Quantificação dos Sistemas e Setores Ambientais Mapeados na ASD – Núcleo II – Inhamuns
Municípios
Área Total
Sistemas Tauá Independência Arneiroz
Ambientais Área Área
% % Área (km²) % % Área (km²)
(km²) (km²)
Sat 9,93 399,01 0,00 0,00 0,00 0,00 4,81% 399,01
Si 0,00 0,00 69,93 2250,63 0,00 0,00 27,11% 2250,63
Sta 63,93 2568,83 1,43 46,03 78,25 834,43 41,54% 3449,28
Str 0,00 0,00 6,35 204,38 0,00 0,00 2,46% 204,38
Vpb 12,25 492,23 7,96 256,04 0,00 0,00 9,01% 748,27
Srj 2,17 87,19 1,00 32,19 0,00 0,00 1,44% 119,38
ki 4,90 196,89 3,60 115,87 15,29 163,06 5,73% 475,82
l 0,92 36,97 0,34 10,94 1,41 15,04 0,76% 62,95
ais 0,00 0,00 0,21 6,76 0,00 0,00 0,08% 6,76
pf 3,72 149,48 7,04 226,59 1,92 20,48 4,78% 396,54
Água e Áreas
2,18 87,60 2,15 69,20 3,14 33,43 2,29% 190,23
urbanas
TOTAL 100,00 4018,19 100,00 3218,64 100,00 1066,43 100,00% 8303,26
Fonte: FUNCEME, 2015.
150 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Figura 42 – Quantificação das Classes dos Sistemas e Setores Ambientais Mapeados na ASD – Núcleo II – Inhamuns
Figura 43 - Quantificação por município dos Sistemas e Setores Ambientais Mapeados na ASD – Núcleo II – Inhamuns
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 151
Figura 43 - Quantificação por município dos Sistemas e Setores Ambientais Mapeados na ASD – Núcleo II – Inhamuns
152 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
7.2. Unidades de Intervenção Em função da capacidade de suporte de cada área,
O Mapa dos Sistemas Ambientais embasou a elabo- definida com base no cotejo entre as potencialidades e
ração dos mapas que identificam as unidades de inter- limitações do território e com fundamento na identifica-
venção e a ecodinâmica natural, além do zoneamento ção das condições de vulnerabilidade e na ecodinâmica
geoambiental propriamente dito. natural, são estabelecidas três categorias de áreas, a saber:
Conforme as Diretrizes Metodológicas para o Zonea- (1) Áreas Frágeis, (2) Áreas Medianamente Frágeis e (3)
mento Ecológico – Econômico do Brasil (MMA, 2001; Áreas Medianamente Estáveis. Isso representa o subsídio
2003), as unidades de intervenção correspondem ao ele- fundamental ao Zoneamento Geoambiental da ASD -
mento básico de partição do espaço geográfico em função Núcleo II – Inhamuns.
de características semelhantes que o individualizam em As Unidades de Intervenção propostas encontra-se em
relação às demais áreas. mapa (Anexo IV) e Quadro 31. Na Tabela 29 e Figuras
45, 46 e 47 mostram a quantificação das unidades de in-
tervenção mapeadas na ASD – Núcleo II – Inhamuns.
Fragilidade e
Características Geoambientais Unidades de Intervenção
Ecodinâmica Ambiental
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 153
Tabela 29 – Quantificação das Unidades de Intervenção na ASD – Núcleo II – Inhamuns
Municípios
Área Total
Unidades de Tauá Independência Arneiroz
Intervenção
Área Área Área Área
% % % %
(km²) (km²) (km²) (km²)
Ambientes
de transição 15,85 636,88 78,19 2516,49 1,99 21,22 38,23% 3174,60
progressiva
Ambientes
de transição 63,90 2567,62 1,43 46,03 78,21 834,05 41,52% 3447,70
regressiva
Ambientes
fortemente 18,07 726,09 11,89 382,54 16,66 177,67 15,49% 1286,29
instáveis
Ambientes
medianamente 0,00 0,00 6,35 204,38 0,00 0,00 2,46% 204,38
estáveis
Água e Áreas
2,18 87,60 2,15 69,20 3,14 33,49 2,29% 190,28
urbanas
TOTAL 100,00 4018,19 100,00 3218,64 ##### 1066,43 100,00 8303,26
Fonte: FUNCEME, 2015.
154 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Figura 46 - Quantificação por município das Unidades de Intervenção Mapeadas na ASD –
Núcleo II - Inhamuns
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 155
Figura 47 – Mapa de Unidades de Intervenção da ASD – Núcleo II – Inhamuns
156 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 32 - Zonas e Qualidade Ambiental da ASD - Núcleo II - Inhamuns
ZONA DE
• Diversidade biológica: Média;
PRESERVAÇÃO Visa a preservação
• Diversidade Ambiental: Média;
AMBIENTAL das das matas ciliares,
• Morfologia e Patrimônio Paisagístico: Alto;
matas ciliares, margens áreas ribeirinhas e
• Estado de Conservação: Médio;
de rios e nascentes nascentes fluviais.
• Vulnerabilidade e Susceptibilidade à Erosão: Médio.
fluviais (ZPA I)
ZONA DE
PRESERVAÇÃO Visa a preservação de • Diversidade biológica: Alta;
AMBIENTAL sítios paleontológicos • Diversidade Ambiental: Alta;
de sítios e arqueológicos de • Morfologia e Patrimônio Paisagístico: Alta;
paleontológicos e interesse científico e • Estado de Conservação: Médio;
arqueológicos. cultural. • Vulnerabilidade e Susceptibilidade à Erosão: Alto.
(ZPA III)
ZONA DE
RECUPERAÇÃO
AMBIENTAL
Visa a recuperação
em dinâmica • Diversidade biológica: Média;
de setores ambientais
progressiva da Serra • Diversidade Ambiental: Alta;
estratégicos
da Joaninha, Vertente • Morfologia e Patrimônio Paisagístico: Alto;
vinculados às
Ocidental da Serra • Estado de Conservação: Baixo;
nascentes do Rio
da Pedra Branca e • Vulnerabilidade e Susceptibilidade à Erosão: Alto.
Jaguaribe.
nascentes do Rio
Jaguaribe.
(ZRA II)
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 157
Quadro 32 - Zonas e Qualidade Ambiental da ASD - Núcleo II - Inhamuns
Visa a recuperação
ZONA DE
dos setores
RECUPERAÇÃO • Diversidade biológica: Média;
ambientais
AMBIENTAL • Diversidade Ambiental: Média;
estratégicos
em dinâmica progressiva • Morfologia e Patrimônio Paisagístico: Média;
parcialmente
dos Sertões de Tauá/ • Estado de Conservação: Baixo;
degradados dos
Arneiroz. • Vulnerabilidade e Susceptibilidade à Erosão: Alto.
Sertões de Tauá/
(ZRA III)
Arneiroz.
Visa a recuperação
ZONA DE dos setores
• Diversidade biológica: Média;
RECUPERAÇÃO ambientais
• Diversidade Ambiental: Média;
AMBIENTAL estratégicos
• Morfologia e Patrimônio Paisagístico: Média;
em dinâmica progressiva parcialmente
• Estado de Conservação: Baixo;
dos Sertões de degradados
• Vulnerabilidade e Susceptibilidade à Erosão: Alto.
Tranqueiras (ZRA IV) dos Sertões de
Tranqueiras
ZONA DE
RECUPERAÇÃO
Visa a recuperação
AMBIENTAL • Diversidade Biológica: Média;
de setores ambientais
em dinâmica progressiva • Diversidade Ambiental: Média;
estratégicos das
das planícies fluviais • Morfologia e Patrimônio Paisagístico: Média;
planícies da ASD
e áreas de inundação • Estado de Conservação: Médio a Baixo;
- Núcleo II -
sazonal com matas • Vulnerabilidade e Suscetibilidade à Erosão: Médio.
Inhamuns.
ciliares degradadas.
(ZRA V)
Visa a recuperação
dos setores
ZONA DE ambientais
RECUPERAÇÃO estratégicos
• Diversidade biológica: Média;
AMBIENTAL com solos e
• Diversidade Ambiental: Alta;
em dinâmica regressiva biodiversidade
• Morfologia e Patrimônio Paisagístico: Alto;
dos sertões dos Inhamuns fortemente
• Estado de Conservação: Baixo;
com sistemas ambientais degradados e
• Vulnerabilidade e Susceptibilidade à Erosão: Alto.
muito degradados. com capacidade
(ZRA VI) produtiva dos
recursos naturais
comprometida.
158 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 32 - Zonas e Qualidade Ambiental da ASD - Núcleo II - Inhamuns
ZONA DE USO
SUSTENTÁVEL • Diversidade biológica: Média;
em áreas medianamente • Diversidade Ambiental: Média;
Visa o uso compatível e
estáveis das planícies • Morfologia e Patrimônio Paisagístico: Médio;
sustentado dos solos das
fluviais com Neossolos • Estado de Conservação: Médio a Baixo;
planícies fluviais.
Flúvicos, Planossolos e • Vulnerabilidade e Susceptibilidade à Erosão:
Vertissolos conservados. Média.
(ZUS II)
Visa controlar a
expansão urbana
ZONA DE • Diversidade biológica: Média;
evitando-se que a
URBANIZAÇÃO • Diversidade Ambiental: Média;
mesma abranja áreas
e entorno imediato dos • Morfologia e Patrimônio Paisagístico: Médio;
ambientalmente frágeis
sítios ocorrentes na ASD • Estado de Conservação: Baixo;
e vulneráveis, incluindo
Inhamuns. (ZUR) • Vulnerabilidade e Susceptibilidade à Erosão: Alto.
as áreas de Preservação
Permanente (APP's)
Fonte: FUNCEME, 2015.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 159
As Zonas Ecológico-Econômicas estabelecidas na pro- rio com base nas suas potencialidades e limitações
posta não apresentam uniformidade ambiental ou socioe- (vulnerabilidades) de tal forma a redirecionar as
conômica. atividades socioeconômicas para que estas não
Elas têm dimensões variadas e peculiaridades próprias venham a comprometer o desenvolvimento em
sob o ponto de vista socioambiental. A sua identificação bases sustentáveis;
e delimitação, que representam finalidades essenciais do - Subsidiar, tecnicamente, a racionalização de ocu-
zoneamento, devem ser suporte técnico para subsidiar o pação do território e redirecionar atividades, vi-
planejamento que visa a melhorar o uso do espaço e dos sando a compatibilizar o desenvolvimento econô-
recursos naturais em bases sustentáveis. mico e a manutenção/recuperação da qualidade
Seguindo preceitos estabelecidos para propostas de ambiental;
zoneamentos já implementados em algumas regiões ou - Definir a capacidade de suporte das zonas, com
estados brasileiros (Becker e Egler, 1996), o zoneamen- indicadores a respeito das potencialidades e limi-
to deve seguir alguns pontos julgados mais relevantes, a tações do ambiente e dos recursos naturais e as
saber: condições de vulnerabilidade à ocupação;
a) apresentar instrumento técnico de informações so- - Propor metas ambientais a serem atingidas visando
bre o território, necessário para a sua ocupação racional à melhoria do ambiente e da qualidade de vida,
e o uso sustentável dos recursos naturais; prover uma in- em consonância com a capacidade de suporte dos
formação integrada em uma base geográfica; classificar o recursos naturais, com os impactos que estão sen-
território de acordo com a sua capacidade de suporte ao do produzidos sobre o meio ambiente e com as
uso e à ocupação. estratégias de cada zona; e
b) ser condicionante de planejamento e gestão para o - Avaliar as condições ecodinâmicas das zonas, com
desenvolvimento em bases sustentáveis, colocando-se base no balanço entre os processos morfogenéti-
como instrumento corretivo e estimulador desse desen- cos e pedogenéticos e nas interferências do antro-
volvimento. pismo.
Os principais objetivos e metas a serem cumpridos pelo
Zoneamento Ecológico-Econômico da ASD - Núcleo II O Quadro 33 apresenta a matriz do zoneamento com
- Inhamuns são os que se seguem: indicadores a respeito da capacidade de suporte, dos im-
- Fornecer subsídios técnico-científicos para tomada pactos e riscos de ocupação das estratégias de uso e das
de decisão, tanto dos gestores públicos quanto da principais metas ambientais para cada uma das zonas es-
iniciativa privada, visando a ordenação do territó- tabelecidas.
160 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 33 - Capacidade de Suporte, Riscos de Ocupação, Estratégias de Uso e Metas Ambientais
Zona de Preservação Ambiental das Áreas de Preservação Permanente (APP’s)
dos topos de morros e vertentes íngremes (ZPA II)
Área: 26,64 Km²
Caracterização: Superfícies dissecadas em morros, lombadas, cristas e colinas, com vertentes íngremes.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 161
Quadro 33 - Capacidade de Suporte, Riscos de Ocupação, Estratégias de Uso e Metas Ambientais
Zonas de Uso Sustentável (ZUS)
Área: 2.044,04 Km²
Caracterização: Zonas de Uso Sustentável das áreas medianamente estáveis dos sistemas e setores
ambientais estratégicos, incluindo a Zona de Urbanização.
162 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 33 - Capacidade de Suporte, Riscos de Ocupação, Estratégias de Uso e Metas Ambientais
Zona de Recuperação Ambiental em dinâmica ambiental progressiva e em dinâmica regressiva dos Sertões (ZRA)
Área: 3.820,67 Km²
Caracterização: Zonas de Recuperação Ambiental em diferentes estágios ecodinâmicos tendendo para
ambientes derivados ou desestabilizados.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 163
Quadro 33 - Capacidade de Suporte, Riscos de Ocupação, Estratégias de Uso e Metas Ambientais
Zona Fortemente Degradada e/ou Desertificada configurada com núcleos de expansão nos Sertões (ZFD)
Área: 1.496,04 Km²
Caracterização: Superfície sertaneja fortemente degradada e com frequentes exposições rochosas,
lajedos, chãos pedregosos e vegetação suprimida.
164 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 34 - Zonas, Definição, Diretrizes e Normas
GERAL:
• Preservar os recursos ambientais das
matas ciliares ribeirinhas, encostas
• A ZPA terá fiscalização perma-
íngremes, topos de morros e nascen-
nente e compulsória para manter
tes fluviais.
a qualidade dos recursos naturais
Zona de ESPECÍFICAS:
renováveis e o equilíbrio ambiental;
Preservação • Proteger as matas ciliares ribeirinhas,
• Não serão permitidas atividades
ZONA DE Ambiental das incluindo-se os demais recursos na-
de extrativismo vegetal ou mine-
PRESERVAÇÃO áreas ribeirinhas, turais;
ral na ZPA;
AMBIENTAL encostas • Garantir a continuidade dos proces-
• Atividades de pesquisas cientí-
(ZPA) íngremes e topos sos naturais, assegurando-se o equilí-
ficas e de educação ambiental
de morros. brio ambiental;
poderão ser implementadas para
• Recuperar ou restaurar setores de ma-
contribuir com a preservação
tas serranas ou ribeirinhas degradadas;
ambiental.
• Proteger a vegetação das encostas e
topos de morros em obediência a
critérios do Código Florestal.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 165
Quadro 34 - Zonas, Definição, Diretrizes e Normas. Continuação.
GERAL:
• Exercer controle sobre a expansão
urbana, orientando o crescimento
Zona de ur- na direção de ambientes estáveis
e funcionalmente equilibrados,
banização,
evitando-se ocupação desordenada
compreendendo de áreas de preservação (APP). • Obedecer a prescrições contidas
a delimitação ESPECÍFICAS: nos Planos Diretores de Desen-
e o entorno • Considerar normas estabelecidas volvimento Urbano (PDDU);
imediato dos nos Planos Diretores de Desenvol- • Exercer controle sobre a ocupação
ZONA DE UR-
sítios urbanos vimento Urbano (PDDU) quanto e expansão urbana;
BANIZAÇÃO
das cidades que às diretrizes de controle da expan- • Coibir a ocupação urbana em
(ZUR) são urbana;
apresentam, áreas de riscos e orientar o cresci-
eventualmente, • Articular com o poder municipal mento na direção de ambientes
problemas de o exercício de controle sobre a estáveis e ecologicamente equili-
ocupação e ex- ocupação e expansão urbana; brados.
• Controlar a expansão em áreas de
pansão desorde-
riscos localizadas em parcelas dos
nados. sítios urbanos ou em seu entorno;
• Revitalizar o patrimônio histórico
e cultural, integrando-o à educa-
ção e ao turismo.
166 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 34 - Zonas, Definição, Diretrizes e Normas. Continuação.
GERAL:
• Conter a expansão dos • Coibir a expansão dos desmatamentos
processos de degradação desordenados e sem uso de técnicas
ambiental e/ou de desertifi- conservacionistas;
cação dos sertões aludidos. • Controlar a implantação de atividades
ESPECÍFICAS:
impactantes e de técnicas danosas à
ZONA FOR- • Diagnosticar e mapear os
ambientes em processos de manutenção do equilíbrio ambiental;
TEMENTE Zona de re-
desertificação visando con- • Fortalecer a base de conhecimentos e
DEGRADADA cuperação de
ter a sua expansão; desenvolvimento de sistemas de infor-
E/OU DESERTI- ambientes
• Recuperar e/ou restaurar mações e monitoramento para as regiões
FICADA (ZFD) fortemente
o equilíbrio dos sistemas susceptíveis à desertificação e à seca;
CONFIGURA- degradados e
ambientais em estágio de • Combater a degradação da terra através
DA E DE RE- com núcleos de dinâmica regressiva; da conservação do solo e de atividades
CUPERAÇÃO desertificação • Controlar os tipos de usos de florestamento e reflorestamento;
AMBIENTAL instalados. que têm efeito impactante • Incentivar e promover a participação
(ZRA) sobre os ambientes suscep- social e a educação ambiental, com
tíveis à expansão dos pro-
ênfase no controle da desertificação e no
cessos de desertificação;
• Selecionar áreas piloto ou gerenciamento dos efeitos da seca;
de exclusão para a recupe- • Controlar decisivamente a expansão
ração e/ou restauração da dos processos de desertificação.
biodiversidade.
Fonte: FUNCEME, 2015.
Municípios
Área Total
Tauá Independência Arneiroz
Zonas
Área Área Área
% % % % Área (km²)
(km²) (km²) (km²)
ZPAmv 0,20 7,84 0,16 5,15 1,28 13,65 0,32% 26,64
ZPAap 9,66 388,16 7,77 249,93 8,21 87,56 8,74% 725,64
ZFDi 0,00 0,00 22,20 714,38 0,00 8,60% 714,38
ZFDst 18,17 730,10 0,44 14,00 3,52 37,54 9,41% 781,65
ZRAdp/sta 27,70 1113,04 0,78 24,94 50,53 538,90 20,20% 1676,88
ZRAdp/at 5,30 212,76 1,24 39,75 0,00 3,04% 252,51
ZRAdp/si 0,00 0,00 24,86 799,99 0,00 9,63% 799,99
ZRAdp/pfi 3,40 136,62 6,65 213,88 1,81 19,31 4,45% 369,80
ZRAdp/sj 12,06 484,59 7,36 236,89 0,00 8,69% 721,49
ZUSme/pf 0,00 0,00 0,03 0,80 0,00 0,01% 0,80
ZUSme/si 21,34 857,48 21,85 703,27 31,51 336,04 22,84% 1896,79
ZUSme/st 0,00 0,00 4,55 146,45 0,00 1,76% 146,45
Água e Áreas
2,18 87,60 2,15 69,20 3,14 33,43 2,29% 190,23
urbanas
TOTAL 100,00 4018,19 100,00 3218,64 100,00 1066,43 100,00% 8303,26
Fonte: FUNCEME, 2015.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 167
Figura 48 – Quantificação das Zonas Ecológica-Econômicas Mapeadas na ASD – Núcleo II – Inhamuns
Zonas
168 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Figura 49 - Quantificação por município das Zonas Ecológica-Econômicas Mapeadas na ASD – Núcleo II - Inhamuns
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 169
Figura 50 – Mapa do Zoneamento Ecológico-Econômico da ASD – Núcleo II - Inhamuns
170 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
grama Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação consta a matriz SWOT e no Quadro 36 os cenários ten-
dos Efeitos da Seca – PAE-CE (2010). denciais e desejáveis para essa dimensão do desenvolvi-
De acordo com o trabalho sobre o Bioma da Caatinga mento sustentável para a região.
o ponto de partida para a teorização do cenário tenden-
cial é dirigido no sentido de caracterizar uma listagem
de macro-tendências inerciais, entendidas como linhas de
movimento da dinâmica ambiental, social e econômica
que, na ausência de forças ativas em sentido contrário,
tendem a prevalecer em futuro próximo. Essas macro-
-tendências foram delimitadas a partir da organização
das informações acumuladas em todas as fases do ZEE,
com o auxílio de matriz SWOT – Strengths, Weaknes-
ses, Opportunities and Threats (Potencialidades, Fragili-
dades, Oportunidades e Ameaças)2:
- Potencialidades: representam os pontos fortes pre-
sentes no local, os quais favorecem o desenvolvi-
mento sustentável (são características internas ou
fatores endógenos a área de estudo);
- Fragilidades: retratam as limitações presentes na
área de estudo, as quais reduzem as possibilida-
des de desenvolvimento local (são características
internas ou fatores endógenos a área de estudo);
- Oportunidades: são impactos positivos decorren-
tes da concretização das potencialidades identi-
ficadas na região (são características externas ou
fatores exógenos a área de estudo);
- Ameaças: são impactos negativos decorrentes da
concretização das potencialidades identificadas
na região (são características externas ou fatores
exógenos a área de estudo)
Segundo LIMA/COPPE/UFRJ (2008) os objetivos es-
pecíficos previstos com a estruturação da matriz são:
- Definir os objetivos de desenvolvimento sustentá-
vel para a região de estudo;
- Balizar melhores indicadores com base no diag-
nóstico;
- Estruturar o cenário de referência e o cenário de
desenvolvimento.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 171
Quadro 35 - Análise SWOT para os Fatores Críticos de Decisão: Fatores Ambientais
Recuperação das nascentes fluviais e das matas ciliares; gestão participativa dos recursos
Oportunidades
hídricos.
A retirada de areias e argilas dos leitos dos rios; os desmatamentos nas nascentes e margens
dos cursos d'água; as atividades agrícolas sem técnicas de manejo nas vertentes de altas
declividades; poluição dos recursos hídricos; poluição dos recursos hídricos nas áreas
urbanas ribeirinhas; desperdício de água; doenças de veiculação hídrica; assoreamento,
Ameaças
turbidez, contaminação, eutrofização e salinização das águas, problemas estes que variam
de intensidade conforme a urbanização e as atividades industriais, agrícolas e de mineração
que se desenvolvem em diferentes regiões, além das condições climáticas, representadas
pelas altas taxas de evaporação e irregularidades pluviométricas.
172 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 35 - Análise SWOT para os Fatores Críticos de Decisão: Fatores Ambientais
Regiões com média a alta fertilidade natural dos solos protegidos e em bom es-
Potencialidades tado de conservação; existência de relevos planos a suave ondulados; áreas com
baixo a moderado potencial para a ocorrência de processos erosivos.
Biodiversidade
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 173
Quadro 36 - Cenários Tendenciais e Desejáveis na ASD - Núcleo II - Inhamuns: Fatores Críticos
de Decisão: Fatores Ambientais.
CRITÉRIO DE CENÁRIOS
AVALIAÇÃO TENDENCIAIS DESEJÁVEIS
174 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 36 - Cenários Tendenciais e Desejáveis na ASD - Núcleo II - Inhamuns: Fatores Críticos
de Decisão: Fatores Ambientais.
CRITÉRIO DE CENÁRIOS
AVALIAÇÃO TENDENCIAIS DESEJÁVEIS
A partir dos cenários apresentados as diretrizes propos- - Implementação de ações voltadas para a educação
tas pelo ZEE para a dimensão dos recursos naturais do ambiental;
desenvolvimento envolvem as seguintes ações: - Criar infraestrutura básica para o tratamento dos
- Cuidados especiais para o entorno da área que resíduos sólidos;
pertence a reserva do Açude Antônio Nunes de - Desenvolver tecnologias adaptativas para assegu-
Sousa (a montante); rar a disponibilidade de água nos períodos de es-
- Estabelecer políticas públicas capazes de induzir tiagem mais longos;
um modelo de desenvolvimento que leve em con- - Agroextrativismo;
ta as vocações do município, sua estrutura social, - Silvicultura;
cultural e ambiental, com justiça e equidade na - Estimular o ecoturismo;
gestão das águas; - Pesquisa científica e atividades de educação am-
- Garantir o aumento da oferta hídrica nos seus biental;
diferentes aspectos: complementar a infraestru- - Aumentar o controle de incêndios e queimadas;
tura de acumulação, interligar bacias, estimular - Incentivar o manejo sustentável dos recursos na-
o reuso, a dessalinização da água, e melhorar a turais (implantação de sistemas agrossilvopasto-
eficiência na demanda; ris, mandalas e quintais produtivos);
- Recomposição das matas ciliares e entorno das - Favorecer condições para o extrativismo vegetal
nascentes fluviais; controlado de espécies lenhosas da caatinga.
- Controle de desmatamentos; - Recuperar áreas degradadas através de sistemas
- Manutenção funcional dos sistemas ambientais agrosilvopastoris e de outras técnicas;
ribeirinhos; - Difundir as diversas técnicas de recuperação de
- Recuperação da vegetação primária; áreas degradadas;
- Manutenção dos remanescentes da cobertura ve- - Controle da expansão dos processos de desertificação.
getal primária ou restaurada; - Desenvolver um marco legal mais efetivo e ca-
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 175
paz de estabelecer regras para o uso e ocupação 7.4.2. Cenários Tendenciais e Desejáveis
do solo; – Zonas Estabelecidas no ZEE
- Replicação de experiências consideradas ambien- O Quadro 37 apresentado a seguir, sintetiza para os
talmente bem-sucedidas; grandes domínios naturais da ASD - Núcleo II - Inha-
- Aumentar o número de unidades de conservação; muns, os traços fundamentais do Cenário Tendencial e
- Diversificar a matriz energética. do Cenário Desejável.
CENÁRIOS
ZONA
TENDENCIAIS DESEJÁVEIS
176 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 37 - Cenários Tendenciais e Desejáveis para as Zonas Ecológico Econômicas estabelecidas no
ZEE: ASD – Núcleo II - Inhamuns
CENÁRIOS
ZONA
TENDENCIAIS DESEJÁVEIS
Zona de Recuperação
Ambiental em dinâmica
progressiva dos Sertões do
Alto Trici e Independência.
• Contaminação dos solos e recursos
hídricos;
Zona de Recuperação • Atividades de desmatamento con-
• Comprometimento da recarga dos
Ambiental em dinâmica troladas;
aquíferos;
progressiva dos Sertões • Mineração controlada;
• Aceleração dos processos de degra-
de Tranqueiras e Tauá/ • Recursos florestais e faunísticos
dação ambiental nas vertentes e no
Arneiroz. com planos de manejo apro-
entorno de nascentes fluviais;
priados;
• Descaracterização das paisagens ser-
Zona de Recuperação • Erosão controlada nas vertentes
ranas;
Ambiental em dinâmica íngremes e entorno de nascentes
• Processos erosivos acentuados;
progressiva da Serra fluviais e fundos de vales;
• Redução com tendência à extinção,
da Joaninha, Vertente • Práticas conservacionista de uso
das áreas cobertas por matas plúvio-
Ocidental da Serra da Pedra do solo implementadas;
-nebulares, matas secas e Caatinga
Branca e nascentes do Rio • Sistemas agro-florestais e silvi-
arbórea;
Jaguaribe. culturais implementados para
• Aumento das áreas salinizadas nas
reverter tendências de extinção
várzeas em virtude do uso e métodos
Zona de Recuperação das matas e controlar a erosão e a
de irrigação inadequados e sistema
Ambiental em dinâmica degradação dos recursos hídricos e
de drenagem insuficiente; Processos
progressiva das planícies recuperar a diversidade biológica;
erosivos acentuados;
fluviais e áreas de inundação • Uso de métodos de irrigação ade-
• Desmatamento crescente da mata
sazonal com matas ciliares quados;
ciliar e aumento dos locais de assore-
degradadas. • Atividades produtoras de sedi-
amento dos leitos fluviais;
mentos controladas.
• Ações erosivas intensificadas;
Zona de Recuperação
• Perdas de solos;
Ambiental em dinâmica
regressiva dos Sertões
dos Inhamuns com
sistemas ambientais muito
degradados.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 177
Quadro 37 - Cenários Tendenciais e Desejáveis para as Zonas Ecológico-Econômicas estabelecidas no ZEE: ASD
– Núcleo II - Inhamuns
CENÁRIOS
ZONA
TENDENCIAIS DESEJÁVEIS
• Sistemas agro-florestais e silvicul-
• Exacerbação dos processos de de-
turais implementados para reverter
Zona de Uso Sustentável gradação ambiental, culminado
tendências de extinção das matas e
em áreas medianamente com a redução da biodiversidade
controlar a erosão e a degradação dos
estáveis dos sertões de e expansão das áreas susceptíveis à
recursos hídricos e recuperar a diver-
Tranqueiras. desertificação;
sidade biológica;
• Diversidade biológica progressiva-
• Extrativismo vegetal e mineral con-
mente empobrecida;
trolado e monitorado;
Zona de Uso Sustentável • Ações erosivas intensificadas;
• Recursos naturais renováveis adequa-
em áreas medianamente • Perda contínua de solos;
damente manejados;
estáveis dos setores • Redução com tendência à extinção,
• Sub-bacias e microbacias hidrográfi-
ambientais estratégicos dos das áreas cobertas por Caatingas ar-
cas manejadas integradamente;
Sertões de Independência e bóreas e arbóreo-arbustivas;
• Monitoramento da qualidade dos so-
Tauá/Arneiroz. • Sobrepastoreio intensificado;
los e das águas realizado permanen-
• Comprometimento progressivo da
temente;
capacidade produtiva dos solos;
• Controle da erosão e monitoramento
Zona de Uso Sustentável • Inadequação crescente dos sistemas
do assoreamento dos rios e barragens
em áreas medianamente produtivos;
realizados;
estáveis das planícies • Aumento do descompasso entre a
• Atividades de mineração monitora-
fluviais. capacidade produtiva dos recursos
das e controladas;
naturais e sua capacidade de recu-
• Práticas conservacionistas de uso dos
peração;
solos implementados;
• Baixa eficácia no combate aos efei-
• Plano Estadual de Combate à Deser-
tos da desertificação e das secas.
tificação implementado.
• Controle da Expansão Urbana
Zona de Urbanização dos
• Ocupação urbana e periurbana de- evitando-se áreas ambientalmente
sítios ocorrentes na ASD
sordenada; frágeis e vulneráveis, incluindo as
Inhamuns.
APP's.
• Controle e monitoramento rigoroso
visando evitar a expansão da degra-
• Redução com tendência à extinção, dação;
Zona Fortemente das áreas cobertas por Caatinga ar- • Atividades de mineração monitora-
Degradada e/ou bórea; das e controladas;
Desertificada configurada • Processos erosivos acelerados em • Recursos florestais e faunísticos com
com núcleos de expansão áreas fortemente degradadas; planos de manejos apropriados;
nos sertões. • Empobrecimento da biodiversidade. • Obediência aos preceitos estabeleci-
dos pela Agenda 21 para enfrenta-
mento da desertificação.
Fonte: FUNCEME, 2015.
178 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 38 - Análise SWOT para os Fatores Críticos de Decisão: Fatores Econômicos
Atividades Econômicas
Extrativismo vegetal em áreas selecionadas; extrativismo mineral com exploração de rocha para:
brita, cantaria e revestimento; manejo agroflorestal; apicultura; ovinocaprinocultura; atrativos turís-
ticos (sítios arqueológicos, beleza cênica, religioso); projetos de implementação de indústrias a partir
do programa de interiorização do desenvolvimento industrial; grande potencial para a apicultura
produtos da caatinga com comercialização ou com potencial para comercialização presentes em
todo o município: Copernicia prunifera (carnaúba), Ziziphus joazeiro (juá), Auxemma oncocalyx
(pau-branco), Licania rigida (oiticica), Mimosa. Caesalpinia efolia (sabiá), Caesalpinia ferrea (jucá),
Caesalpinia pyramidalis (catingueira), Myracrodruon urundeuva (aroeira), Anadenanthera colubri-
Potencialidades
na (angico), Amburana cearenses (umburana), Mimosa tenuifolia (jurema), dentre outras; potencial
para desenvolver agricultura irrigada em todo o trecho perenizado pelo Açude Antônio Nunes de
Sousa; produção de leite, queijo, manteiga e nata, suíno incluindo a pele; condições ambientais e
conhecimento técnico para desenvolvimento da piscicultura (tanque, rede e pesca) e carcinicultura;
presença de pedras ornamentais em diversas regiões; madeiras de valor comercial que podem ser
exploradas dos planos de manejo; grande quantidade de árvores do sertão: Caesalpinia pyramidalis
(catingueira), Anadenanthera colubrina (Angico), Myracrodruon urundeuva (Aroeira) e Mimosa
tenuifolia (Jurema); artesanato; condições geográficas favoráveis à produção de energia solar.
A ovinocaprinocultura é praticada de forma extensiva, com sobrepastoreio e substituição da ve-
getação herbácea por espécies arbustivas que favorecem o empobrecimento do solo e processos de
erosão. Em muitos casos a capacidade de suporte é ultrapassada e ocorre a compactação do solo;
a agropecuária apresenta oscilações de crescimento ao longo do tempo; proprietários que foram
indenizados no entorno dos açudes ainda utilizam as margens (APP) para atividades pecuárias;
extração de lenha e madeira sem controle; falta de qualificação da população para preenchimento
de vagas em setores que demandam maiores níveis de escolaridade; rodovias em mau estado de
conservação dificultando o escoamento da produção e o acesso de turistas; assistência técnica rural
deficiente; exaustão da capacidade de suporte da biodiversidade e perda de suas espécies; baixo
nível de escolaridade dos produtores rurais e adoção de práticas agropecuárias agressivas ao meio
Fragilidades
ambiente: queimadas, uso exacerbado de agrotóxicos, pecuária extensiva; obsoletismo tecnológico
com propriedades rurais com impedimentos à mecanização; acentuação do descompasso entre
a capacidade produtiva dos recursos naturais e sua capacidade de resiliência; estabelecimentos
agropecuários com terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária (pântanos, areais, pedrei-
ras etc.); grande número de estabelecimentos agropecuários com terras degradadas (erodidas,
desertificadas, salinizadas etc.); declínio da produtividade biológica das terras com degradação
dos solos e da cobertura vegetal; carência de serviços necessários ao desenvolvimento do turismo:
infraestrutura hoteleira e estabelecimentos comerciais; diminuição da população de espécies fau-
nísticas sensíveis à desertificação, podendo levar a extinção local; carência de serviços necessários
ao desenvolvimento do turismo: infraestrutura hoteleira e estabelecimentos comerciais.
Implantação de indústrias: polo calçadista, instalação de fábricas de suco, leite em pó, queijo e até
uma montadora de motos. Os investimentos são provenientes, principalmente do Fundo de De-
senvolvimento Industrial (FDI); geração de emprego e renda em atividades não agrícolas; atividades
Oportunidades
agropecuárias com menor impacto ambiental capaz de promover a fixação do homem no campo;
maior dinamismo da economia; no caso do artesanato e turismo, redução da ação antrópica sobre o
meio ambiente; diversificação de atividades agropecuárias; redução das desigualdades sociais.
Nenhum dos municípios da região é reconhecido como turístico pela Secretaria de Turismo do
Ceará, fato este que reduz as expectativas desta atividade como fonte de desenvolvimento regional;
agravamento da degradação ambiental. As atividades agropecuárias quando realizadas de modo
extensivo provocam sérios impactos ambientais como a compactação do solo, perda de fertilidade
do solo, contaminação dos recursos hídricos, perda da biodiversidade; diminuição da população
Ameaças de espécies faunísticas sensíveis à desertificação, podendo levar a extinção local; exaustão de fontes
minerais; exaustão da capacidade de suporte da biodiversidade e perda de suas espécies; perdas de
produtividade agrícola; queda na produção e elevação nos preços dos alimentos; perda de compe-
titividade; aumento nos custos de produção e diminuição das receitas; aumento da desigualdade
social; migração e aumento dos problemas sociais nos centros urbanos; desinteresse da população
jovem pelas atividades agropecuárias.
Fonte: FUNCEME, 2015.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 179
Quadro 38 - Análise SWOT para os Fatores Críticos de Decisão: Fatores Econômicos
A degradação ambiental nos municípios da ASD - Núcleo II - Inhamuns tem reduzido à poten-
cialidade agrícola da região. Neste contexto as atividades não agrícolas podem ser uma alternativa
para a população rural; criação de infraestrutura para a expansão do turismo; criação de infraes-
Potencialidades trutura para a expansão controlada do setor de mineração; população jovem apta a participar cur-
sos de qualificação; comércio local, especialmente nos municípios com maior potencial turístico;
confecção de peças artesanais; presença de instituições governamentais e não governamentais
aptas a promover cursos de capacitação para a população.
180 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 39 - Cenários Tendenciais e Desejáveis na ASD – Núcleo II - Inhamuns: Fatores Críticos de Decisão:
Fatores Econômicos
CENÁRIOS
CRITÉRIOS
DE
AVALIAÇÃO TENDENCIAIS DESEJÁVEIS
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 181
Quadro 39 - Cenários Tendenciais e Desejáveis na ASD – Núcleo II - Inhamuns: Fatores Críticos de Decisão:
Fatores Econômicos
CENÁRIOS
CRITÉRIOS DE
AVALIAÇÃO
TENDENCIAIS DESEJÁVEIS
A partir dos cenários apresentados as diretrizes propos- - Investir em cursos de capacitação com ênfase em
tas pelo ZEE contemplam: empreendedorismo e gestão de negócios;
- Implantar uma unidade de produção para o bene- - Criar polos e divulgação dos produtos da caatinga
ficiamento do pescado (peixe e camarão) no Açu- por meio de feiras;
de Antônio Nunes de Sousa – Arneiroz; - Promover estudos da cadeia produtiva dos produ-
- Incentivar a utilização de adubo e inseticida or- tos com maior potencial de mercado (processo de
gânicos; produção, comercialização e consumo);
- Incentivar a adoção de tecnologias apropriadas - Estimular a criação de centros tecnológicos
aos processos produtivos agrícolas; para capacitar a população com cursos profis-
- Sensibilizar os agricultores para o uso correto do sionalizantes;
solo implementando técnicas de convivência com - Elaboração de rotas turísticas em torno de ele-
o semiárido; mentos e sistemas patrimoniais e paisagísticos;
- Proibir a venda e utilização de agrotóxicos. Incen- - Difundir práticas agrícolas menos agressivas ao
tivar o uso de defensivos naturais; meio ambiente capazes de gerar alimento e ren-
- Implementar a pecuária extensiva e semi-intensiva; da para o pequeno produtor (mandalas, quin-
- Incentivar o ecoturismo; tais produtivos);
- Incrementar o controle de incêndios e queimadas; - Desenvolver uma base de conhecimentos por meio
- Promover o extrativismo vegetal controlado de de sistemas de informações e monitoramento;
espécies lenhosas da caatinga; - Formar arranjos produtivos locais;
- Promover maior integração entre o rural e o urbano; - Realizar a pavimentação das vias de acesso aos
- Promover o revigoramento e expansão do quadro municípios e vias transversais para favorecer o flu-
de técnicos e extensionistas da EMATERCE; xo da produção agropecuária.
- Criar linhas de crédito para as atividades não agrícolas;
182 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
7.4.4. Cenários Tendenciais e dro 41 os cenários tendencial e desejável. Nele constam
Desejáveis – FCD - Fatores Sociais os possíveis impactos positivos e negativos de ações vol-
A análise dos Fatores Sociais envolve três critérios de tadas ao desenvolvimento no contexto do FCD, repre-
avaliação: demografia, capital humano e infraestrutura sentados nas colunas oportunidades e riscos ou ameaças,
básica. No Quadro 40 consta a matriz SWOT e no Qua- respectivamente.
Elevada pressão antrópica sobre os recursos naturais em função da concentração humana; ocu-
pação urbana e periurbana desordenadas, falta de planejamento urbano; redução da população
Fragilidades
rural (processos migratórios); expansão urbana nos baixos níveis de terraços fluviais; concentra-
ção de moradores em áreas ribeirinhas.
Oportunidades Disponibilidade de mão de obra local para diferentes atividades econômicas.
Contaminação do lençol freático; riscos de epidemias; agravamento de problemas sociais nas
Ameaças
áreas urbanas; proliferação de doenças de veiculação hídrica.
Capital Humano
A maior parte da população em idade de 6 a 14 anos de idade (Ensino Fundamental) encontra-
-se na escola; interesse do corpo docente nas escolas municipais; programas educacionais para a
Potencialidades
alfabetização; redução nas taxas de analfabetismo; redução nas taxas de mortalidade infantil; re-
dução no número de crianças desnutridas; educação ambiental; redução nos níveis de pobreza.
Substituição da lenha e carvão como fonte de energia; construção de cisternas para armazena-
Oportunidades
mento de água; população rural menos dependente de fontes naturais de água.
CRITÉRIO CENÁRIOS
DE
AVALIAÇÃO TENDENCIAIS DESEJÁVEIS
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 185
Quadro 42 - Análise SWOT para os Fatores Críticos de Decisão: Fatores Institucionais.
Gestão Municipal
• Restrições legais ligadas as matas ribeirinhas; uma política urbana territorial municipal, frag-
mentada nos seus diversos setores e que não dialogam entre si, em nada tem contribuído
para a criação de Conselhos Municipais; uma enorme carência na articulação entre as vá-
rias organizações/secretarias envolvidas no planejamento; as legislações que dispõem sobre
políticas de preservação ambiental, uso e ocupação do solo, regulamentação de ações e de-
limitação das atividades exercidas, que interferem diretamente no espaço público, áreas ou
zonas declaradas de interesse social ou especial para as finalidades a que devem se destinar
são ainda incipientes, limitando-se ao Código de Obras e a legislações específicas sobre
zonas de interesse especial; escasso volume de recursos destinados às questões ambientais;
Fragilidades falta de articulação entre os governos federal, estaduais e municipais, sociedade civil, e
mesmo entre os vários órgãos federais, nos conflitos de competências no âmbito da gestão
ambiental pública, no quadro regulatório; desarticulação entre a política ambiental local/
regional e global e destas com as políticas setoriais; conselhos municipais com fraca atu-
ação; inexistência de aparato legal (leis e decretos) que fortaleçam e/ou delimitem ações
voltadas ao desenvolvimento municipal, com foco na questão ambiental (sob uma ótica
integrada às demais áreas com ela relacionadas); carência de equipamentos em algumas
instituições incluindo material de consumo; carência de legislações específicas para o setor
ambiental e para a própria formulação/implantação do ZEE; inexistência de projetos e
programas voltados ao meio ambiente; limitada capacidade financeira dos municípios.
186 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 42 - Análise SWOT para os Fatores Críticos de Decisão: Fatores Institucionais.
Participação Social
• Conflitos por terras; conflitos por água; carência de lideranças de maior integração entre
instituições e políticas públicas; ausência da elaboração e/ou efetivação do Plano Diretor
de Desenvolvimento Urbano (que vai além do ZEE). Ele deveria nortear toda política
de ocupação territorial (crescimento e funcionamento das cidades) e ser elaborado atra-
Fragilidades vés de um processo de discussão pública; baixos níveis de associativismo; baixo nível de
capacitação das associações comunitárias para a efetivação de projetos de recuperação de
áreas degradadas; falta de apoio dos poderes públicos; baixa capacidade da sociedade civil
para elaborar e desenvolver atividades/projetos; a inexperiência dos diversos atores locais
e municipais.
• Projeto com jovens, iniciado no município de Tauá, que trabalha questões relacionadas à
proteção do meio ambiente e pelo caminho da ecologia, contribuindo para o diálogo entre
jovens da cidade e do campo definindo ações coletivas locais e possibilidades de articula-
ção intermunicipal; implantação de fundos municipais de meio ambiente que viabilizam,
Oportunidades dentre outras ações, a capacitação dos representantes das diversas instâncias de controle
social tanto em termos conceituais quanto em relação ao papel de cada representante,
promovendo assim, uma melhor compreensão dos conceitos e informações suficientes
para que possam agir efetiva e eficientemente; discussão mais aprofundada sobre as neces-
sidades da população local; maior engajamento da população.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 187
Quadro 43 - Cenários Tendenciais e Desejáveis na ASD - Núcleo II - Inhamuns: Fatores Críticos de Decisão:
Fatores Institucionais.
CRITÉRIO DE CENÁRIOS
AVALIAÇÃO TENDENCIAIS DESEJÁVEIS
188 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
A partir dos cenários apresentados, as diretrizes pro-
postas pelo ZEE para a dimensão institucional do desen-
volvimento, envolvem as seguintes ações:
- Elaborar legislação municipal de meio ambiente;
- Elaborar legislação municipal que proíba a cons-
trução de casas em áreas de risco;
- Implementar uma gestão participativa que pro-
mova um processo canalizador de propostas, pro-
movendo um amplo debate que assegure a parti-
cipação da população na elaboração, fiscalização e
avaliação da política urbana com um maior com-
prometimento do poder público local;
- Implementar ações para controlar ou reverter o
quadro de degradação das terras na intenção de
evitar e/ou reduzir problemas ambientais, sociais
e econômicos. Essas medidas auxiliarão no resgate
das potencialidades e das oportunidades regionais;
- Fortalecer os programas de educação ambiental,
conscientizando a comunidade;
- Implantar programa de resíduos sólidos;
- Incentivar a criação de sistemas municipais de
gestão ambiental;
- Incentivar a gestão compartilhada dos recursos
naturais;
- Estimular a integração institucional;
- Implementar programa de capacitação em tecno-
logias apropriadas para as áreas do sertão;
- Executar projetos de recuperação ambiental;
- Implantar um modelo de gestão de políticas públi-
cas intersetoriais de meio ambiente para o semiári-
do, firmando parcerias com ações sistemáticas.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 189
190 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Arneiroz - CE
8. PLANO DE GESTÃO: natureza com a sociedade. A gestão integrada dos recur-
PROPOSTAS E SUBSÍDIOS sos naturais deve ser concebida a partir das inter-relações
As propostas e subsídios à implementação do ZEE dos recursos naturais com as atividades socioeconômicas.
e às atividades de manejo em sistemas ambientais da
ASD - Núcleo II - Inhamuns, obedecem a critérios As premissas a serem seguidas na gestão sustentável do
adotados pelo Ministério do Meio Ambiente (BR A- ambiente e dos recursos naturais, envolvem os seguintes
SIL, 2000, 2001, 2004) e ao Programa Estadual de aspectos:
Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da • Participação;
Seca – PAE-CE (2010). • Disseminação e acesso a informação; e
Alguns conceitos e princípios são considerados em obe- • Descentralização.
diência às propostas e subsídios ao ZEE, especialmente
no que tange ao: 1. Participação
• Desenvolvimento sustentável; Suposição de que a gestão dos recursos naturais re-
• Sustentabilidade; e queira a efetiva participação de todos os integrantes da
• Gestão ambiental e dos recursos naturais. sociedade civil organizada nas decisões a respeito da uti-
lização daqueles recursos e da manutenção da qualidade
Com referência aos conceitos e princípios, a considerar ambiental.
o que se apresenta a seguir:
2. Disseminação e acesso à informação
1. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Requer a difusão efetiva das informações e dos efeitos
da participação ao conjunto da sociedade civil.
Com base no Relatório Brundtland, publicado pela
Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimen- 3. Descentralização
to das Nações Unidas, o “desenvolvimento sustentável é
aquele capaz de atender as necessidades do presente sem Conforme o MMA (BRASIL, 2000), descentralizar
comprometer as possibilidades de as gerações futuras aten- decisões e ações no âmbito da gestão dos recursos natu-
derem às suas próprias”. Deve significar, por consequência, rais significa criar espaços de oportunidade para que as
um estilo de desenvolvimento social e econômico estável, soluções dos problemas sejam efetivadas local e regional-
equilibrado, com mecanismos de distribuição das riquezas mente. Trata-se de permitir que agentes governamentais,
geradas e com capacidade de considerar a fragilidade, a in- em conjunto com agentes sociais, assumam a formulação
terdependência e as escalas de tempo próprias e específicas de uma pauta de atividades capazes de conduzir a gestão
dos recursos naturais (COMISSÃO - CMMA, 1988). sustentável dos recursos naturais.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 193
Quadro 44 - Problemas Ambientais na ASD - Núcleo II - Inhamuns
Fatores
Problemas Ambientais
Ambientais
Recursos Desmatamentos e queimadas; intensificação das ações erosivas; assoreamento dos recursos hídricos
Florestais superficiais; poluição do ar pelo lançamento de gases e cinzas na atmosfera.
Redução da vazão dos mananciais em decorrência do desmatamento das matas ciliares e do sela-
Recursos mento superficial das áreas de recarga dos aquíferos; assoreamento dos fundos de vales e das áreas
Hídricos de inundações sazonais; poluição e contaminação dos mananciais, em face da disposição inadequa-
da de resíduos sólidos.
Ar Emissão de fumaça motivada por queimadas.
Desmatamentos desordenados, sobrepastoreio e processos erosivos muito ativos motivam a inten-
Recursos de
sificação da erosão dos solos, exibindo, em inúmeros sistemas ambientais, marcas conspícuas de
Solos
desertificação.
A ocupação desordenada do território e o uso de técnicas rudimentares provoca a redução das co-
Fauna
munidades faunísticas e até a extinção de espécies.
Estratégia 4
Para cada caso, as ações propostas devem partir do
Estabelecer medidas de controle da qualidade ambiental
conhecimento pleno a respeito dos dispositivos legais e
com vistas a proteção e ao disciplinamento do uso dos recur-
institucionais.
sos naturais e de proteção da atmosfera global, ressaltando
Em trabalho que trata da gestão dos recursos natu-
a necessidade da promoção de eficiência na produção e no
rais com subsídios a elaboração da Agenda 21 Brasileira
consumo de energia. A implementação dessa estratégia im-
(BRASIL, 2000), foram propostos cinco grupos de estra-
plicará no desenvolvimento de atividades de monitoramento
tégias prioritárias que podem ser desdobradas em ações
e fiscalização e a adoção de ações de comando e controle de
específicas para o caso da ASD - Núcleo II - Inhamuns.
instrumentos econômicos e de mecanismos de certificação.
São as seguintes as estratégias prioritárias da gestão:
Estratégia 5
Estratégia 1
Estabelecer, desenvolver e estimular o apoio aos dife-
Regular o uso e ocupação de solo por meio de métodos
rentes aspectos da gestão de recursos naturais, por meio
e técnicas de planejamento ambiental, incluindo as diver-
da implementação de medidas estruturadas que envol-
sas formas de zoneamento, a articulação e o gerenciamen-
vem o fortalecimento institucional, a capacitação e o trei-
to de unidades espaciais, de importância para a biodi-
namento de recursos humanos, a Educação Ambiental e
versidade e para a conservação dos recursos naturais, tais
a cooperação internacional.
como corredores ecológicos, unidades de conservação,
ecossistemas terrestres e bacias hidrográficas.
Esse conjunto de estratégias estará condicionado a três pre-
Estratégia 2 missas fundamentais que se referem aos seguintes aspectos:
Desenvolver e estimular procedimentos voltados à pro- 1. Descentralização e desconcentração das ações de
teção e à conservação das espécies, envolvendo técnicas governo, deixando para os estados apenas o que
in situ e ex situ, proteção de ecossistemas e habitat, mane- o local não puder implementar e, analogamente,
jo sustentável e ações de combate ao tráfico de espécies, ao governo federal apenas o que não for possível
incidentes sobre a flora e a fauna e, no que couber, aos equacionar nos estados;
microorganismos.
2. Participação de todos os seguimentos sociais na
Estratégia 3
discussão, na definição e na implementação de
Propor e aperfeiçoar a pesquisa e o desenvolvimento de
iniciativas de conservação da diversidade biológi-
estudos voltados ao aumento do conhecimento científico
ca e dos recursos naturais; e
sobre a biodiversidade, incluindo a definição de indica-
dores, a realização de inventários e a formação de bases
3. Interdisciplinaridade de abordagem de gestão
de informação e disseminação do conhecimento sobre os
de recursos naturais, promovendo a inserção am-
recursos naturais.
biental nas políticas setoriais.
194 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Para cada estratégia são estabelecidos a objetivos e contra a ação dos processos degradacionais, condiciona-
ações exequíveis, estando a seguir, discriminadas de acor- dos, principalmente, pela erosão pluvial. Deve implicar
do com as especificidades sócio ambientais das áreas de também na recuperação dos solos em estado avançado de
influência da ASD - Núcleo II - Inhamuns degradação para uso agrícola e não agrícola.
Estratégia 1 – Ações
3.4 Desenvolvimento de técnicas de recuperação de
1.1 Recuperação, revitalização e conservação de bacias
ambientes degradados
hidrográficas e de seus recursos vivos.
Esta ação deve ser orientada no sentido de desenvolver
O objetivo desta ação é evitar ou atenuar a degrada-
técnicas que visem a recuperação ambiental de sistemas
ção das sub-bacias e microbacias, a partir do desenvolvi-
ambientais fortemente impactados pelos processos de
mento de atividades integradas da gestão sustentável dos
desertificação, incrementando-se a reabilitação e o uso
recursos naturais. Deve-se prever, para isso, o planeja-
dessas terras mediante o reflorestamento com espécies
mento integrado das intervenções; o uso de instrumentos
nativas ou exóticas ou por meio do manejo de recupera-
econômicos para incentivar práticas adequadas; aprimo-
ção natural.
rar o uso de instrumentos de regulamentação; favorecer a
mobilização social no trato local da questão; implemen-
3.5 Realização de inventários das fontes de poluição
tar ações de fiscalização e monitoramento e desenvolver
Esta ação visa o apoio a realização de inventários a
indicadores de avaliação de escassez de água.
respeito das fontes de poluição e de seus níveis de riscos
para os solos e para os recursos hídricos de modo mais
1.2 Implantação de Planos de Manejo de Unidades de
específico.
Conservação
Implementar, efetivamente, planos de manejo das Estratégia 4 – Ações
Unidades de Conservação de Proteção Integral e de Uso 4.1 Recuperação de áreas degradadas
Sustentável; proteger e recuperar as áreas de preservação Esta ação tem como prioridade promover a recupera-
permanentes (APP’s). ção das áreas degradadas indicadas no mapa de zonea-
mento, resultantes do mau uso dos recursos naturais por
Estratégia 2 – Ações
atividades agropecuárias e de extrativismo desordenados.
2.1 Gestão de Biodiversidade
Deve objetivar a implementação de programas de con-
4.2 Gestão de resíduos sólidos urbanos
servação da biodiversidade, dando-se ênfase ao manejo
Ação voltada a redução da poluição dos corpos d’água,
sustentável das espécies de interesse econômico, privile-
provocada pela disposição inadequada dos resíduos sóli-
giando a participação das comunidades locais na gestão
dos urbanos a partir do planejamento integrado das in-
dos recursos naturais.
tervenções; do reúso, reciclagem e redução dos resíduos
sólidos; de evitar o uso de práticas inadequadas da gestão
2.2 Fomento as iniciativas de produção de sementes e
dos resíduos sólidos; do desenvolvimento de critérios a
mudas de essências florestais
seres adotados na seleção de áreas para a disposição dos
Tem como objetivo difundir os bancos de semen-
resíduos; dos procedimentos espaciais para a disposição
tes e a produção de mudas para fins de florestamento
de resíduos incomuns e perigosos.
e reflorestamento nas áreas degradadas e nas diferentes
unidades fitoecológicas constatadas na ASD - Núcleo
4.3 Controle da poluição difusa de origem agrícola
II - Inhamuns.
Ações destinadas à promoção da redução da polui-
Estratégia 3 – Ações ção difusa (de origem orgânica, de sais nutrientes e de
3.1 Identificação de indicadores de sustentabilidade substâncias tóxicas) oriunda de práticas agrícolas inade-
Trata-se da ação voltada para a definição de indicadores quadas, promovendo-se o planejamento integrado das
capazes de estabelecer os limites de sustentabilidade dos intervenções.
recursos naturais, bem como o monitoramento da quali-
dade ambiental desses recursos. 4.4 Proteção de mananciais
Dotar a ASD - Núcleo II - Inhamuns de uma políti-
3.2 Desenvolvimento de pesquisas associadas a gestão ca eficaz de proteção dos recursos hídricos superficiais e
dos recursos naturais subterrâneos; estudar tecnologias de reúso da água; favo-
Esta ação tem como propósito prioritário subsidiar a recer e incentivar a mobilização social para o trato local
gestão integrada dos recursos naturais, mediante a ge- da questão; estabelecer critérios de formação dos comitês
ração de conhecimento técnico e científico, empírico e de bacias e de outorga da água; considerar a previsão de
tradicional. ocorrência de situações de escassez de água durante as
secas periódicas.
3.3 Desenvolvimento de pesquisas sobre a conservação
dos solos 4.5 Descentralização da gestão ambiental
Ação voltada ao desenvolvimento de estudos e pesqui- A descentralização de ações e decisões no âmbito da
sas sobre a proteção dos horizontes superficiais dos solos gestão ambiental significa criar espaços e oportunidades
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 195
para que as soluções dos problemas possam ser equacio- 5.3 Promoção de campanhas de conscientização e im-
nadas nas esferas regional e local. Permite-se, com efei- plementação de políticas de Educação Ambiental
to, que agentes governamentais locais tenham poder de Ações orientadas a promoção da conscientização públi-
decisão, assumindo com os agentes sociais a elaboração ca sobre a gestão adequada dos recursos naturais, a qua-
de uma parte de atividades capazes de conduzir a gestão lidade ambiental e o desenvolvimento sustentável, impli-
sustentável do ambiente e dos recursos naturais. cando a disseminação de informações pelos – variados
meios de comunicação – escrita, falada, virtual – imple-
4.6 Monitoramento Ambiental mentação de políticas sistêmicas de Educação Ambiental
Como se acentua no trabalho que trata a Gestão dos em toda a ASD - Núcleo II - Inhamuns.
Recursos Naturais (Brasil, 2000), esta ação deve ser vol-
tada ao desenvolvimento de programas de sensibilização Com referência a gestão dos recursos naturais, foram
e capacitação de entidades da sociedade civil em práticas propostas as estratégias prioritárias que podem ser des-
de monitoramento e fiscalização do uso de recursos na- dobradas em ações específicas (Quadro 45) para o caso
turais. É fundamental que sejam desenvolvidas ativida- da ASD - Núcleo II - Inhamuns. Baseia-se nos subsídios
des nas comunidades locais, de modo que cada cidadão propostos na elaboração da Agenda 21 Brasileira, do Mi-
atue como monitor e fiscal dos recursos naturais e da nistério do Meio Ambiente (MMA, 2000).
qualidade ambiental.
196 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 45 - Estratégias prioritárias desdobradas em ações e proposições específicas para a ASD - Núcleo II - Inhamuns
Estratégia 1
Regular o uso e ocupação do solo por meio de métodos e técnicas de planejamento ambiental, incluindo as diversas
formas de zoneamento, a articulação e o gerenciamento de unidades espaciais de importância para a biodiversidade
e para a conservação dos recursos naturais, tais como, corredores ecológicos, unidades de conservação, ecossistemas
terrestres e bacias hidrográficas.
• Evitar ou atenuar
a degradação das
• Re c u p e r a ç ã o , • Prever o planejamento integrado das intervenções;
sub-bacias e micro-
revitalização e • Fazer uso de instrumentos econômicos para incentivar práticas
bacias, a partir do
conservação de adequadas;
desenvolvimento de
bacias hidrográ- • Aprimorar o uso de instrumentos de regulamentação;
atividades integra-
ficas e de sua • Favorecer a mobilização social no trato local da questão e imple-
das da gestão sus-
biodiversidade. mentar ações de fiscalização e monitoramento;
tentável dos recursos
• Desenvolver indicadores de avaliação de escassez de água;
naturais.
• I m p l a n t a ç ã o
• Criar e viabilizar a
de Unidades de
instalação de Unida- • Promover a gestão das unidades de conservação com base em
Conservação e
des de Conservação planos de manejo previamente elaborados;
implementação
de Proteção Integral • Proteger e recuperar as áreas de preservação permanente (APP's).
do plano de ma-
e de Uso Sustentável.
nejo das UC's
Quadro 45 - Estratégias prioritárias desdobradas em ações e proposições específicas para a ASD - Núcleo II - Inhamuns
Estratégia 2
Desenvolver e estimular procedimentos voltados a proteção e a conservação das espécies, envolvendo técnicas in situ
e ex situ, proteção de ecossistemas e habitat, manejo sustentável e ações de combate ao tráfico de espécies incidentes
sobre a flora e a fauna e no que couber, aos microorganismos.
• Gestão da bio-
• Implementar progra-
diversidade e de • Privilegiar a participação das comunidades locais na gestão
mas de conservação da
conservação dos dos recursos naturais.
biodiversidade.
recursos naturais.
• Difundir os bancos de
sementes e a produção
de sementes e mudas
• Fomento as ini- • Promover parcerias com as universidades públicas e priva-
para fins de floresta-
ciativas de produ- das e as instituições de comando e controle do Estado;
mento e refloresta-
ção de sementes e • Promover cursos de capacitação;
mento em áreas degra-
mudas de essên- • Promoção de campanhas educativas nas escolas e
dadas nas diferentes
cias florestais. comunidades.
unidades fitoecológicas
constatadas na ASD –
Núcleo II - Inhamuns.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 197
Quadro 45 - Estratégias prioritárias desdobradas em ações e proposições específicas para a ASD - Núcleo II - Inhamuns
Estratégia 3
Propor e aperfeiçoar a pesquisa e o desenvolvimento de estudos voltados ao aumento do conhecimento científico
sobre a biodiversidade, incluindo a definição de indicadores, a realização de inventários e a formação de bases de
informação e disseminação do conhecimento sobre os recursos naturais.
Objetivos Ações Proposições
• Estabelecer os limites de
• Identificação de indicadores de susten- • Processos efetivos de fiscalização.
sustentabilidade dos re-
tabilidade.
cursos naturais.
198 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 45 - Estratégias prioritárias desdobradas em ações e proposições específicas para a ASD - Núcleo II - Inhamuns
Estratégia 4
Estabelecer medidas de controle da qualidade ambiental com vistas a proteção e ao disciplinamento do uso dos recur-
sos naturais e de proteção da atmosfera global, ressaltando a necessidade da promoção de eficiência na produção e no
consumo de energia. A implementação dessa estratégia implicará no desenvolvimento de atividades de monitoramento
e fiscalização e a adoção de ações de comando e controle de instrumentos econômicos e de mecanismos de certificação.
• Promover a recuperação das • Promover controle do mau uso dos recursos naturais
• Recuperação de
áreas degradadas conforme a por atividades agropecuárias e de extrativismo desor-
áreas degradadas.
cartografia temática do ZEE. denados.
• Promover a
redução da
poluição difusa (de • Evitar o uso de práticas inadequadas de gestão dos
• Controlar a poluição difusa
origem orgânica, resíduos sólidos;
de origem agrícola.
de sais nutrientes • Cursos de capacitação promovidos pelos CENTECs.
e de substâncias
tóxicas).
• Dotar a ASD de uma políti- • Formação dos comitês de bacias e de outorga da água
ca eficaz de proteção dos re- • Proteção de – COGERH;
cursos hídricos superficiais e mananciais. • Considerar as previsões da FUNCEME sobre a ocor-
subterrâneos. rência de situações de escassez de água durante as secas.
• Implementação
• Cuidar para que as comunidades locais atuem como
• Exercer controle na gestão do
agentes de monitoramento e fiscalização dos recursos
dos recursos naturais. monitoramento
naturais e da qualidade ambiental.
ambiental.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 199
Quadro 45 - Estratégias prioritárias desdobradas em ações e proposições específicas para a ASD - Núcleo II - Inhamuns
Estratégia 5
Estabelecer, desenvolver e estimular o apoio aos diferentes aspectos da gestão de recursos naturais, por meio da im-
plementação de medidas estruturadas que envolvem o fortalecimento institucional, a capacitação e o treinamento de
recursos humanos, a Educação Ambiental e a cooperação internacional.
200 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 46 - Plano da Gestão da ASD - Núcleo II – Inhamuns: Identificação das Partes Interessadas e Expectativas
• Execução do
• Participar da ges- • Executores da • Elaboração de
Plano de Gestão
tão; política esta- programa para
e projetos meios
• Integrar convê- dual de meio divulgação; • Recursos fi-
do ZEE;
nios visando ao ambiente; • Apoio ao Zonea- nanceiros;
Órgãos • Apoio à solução
ordenamento ter- • Controle e mo- mento; Equipa- • Articulações
Estaduais dos problemas
ritorial e coorde- nitoramento mentos; Coor- interinstitu-
sócios ambien-
nar o Plano Esta- ambiental; denação de pla- cionais.
tais; Estabelecer
dual de Combate • Educação Am- nos de recupera-
parcerias equili-
à Desertificação. biental. ção ambiental.
bradas.
• Participar da • R e l a c i o n a -
gestão e da im- • M o n i t o r a - mento com
• Maior controle dos • Defesa da con-
plementação de mento; órgãos gover-
ONG’s impactos ambien- servação ambien-
planos de orde- • C a m p a n h a s namentais;
tais. tal.
namento terri- educativas. • Ações restri-
torial. tas.
• Controle do
• Melhoria do con- • Parcerias em pro-
• Planos diretores uso do solo; • Apoio as ações
texto socioeconô- gramas específicos;
elaborados; • Saúde e edu- interinstitu-
mico e cultural; • Influência polí-
Prefeituras • Estabelecer par- cação; cionais;
• Desenvolvimen- tica;
cerias interinsti- • Projetos de de- • Recursos fi-
to de Planos dire- • Recursos huma-
tucionais. senvolvimento nanceiros.
tores elaborados. nos.
sustentável.
• Melhorias sociais
e maiores opor- • Participar da • Acompanha- • Defender direi-
Sociedade • Acesso as in-
tunidades de implementação mento e parti- tos sociais e de
Civil formações.
trabalho e quali- do ZEE. cipação. cidadania.
dade de vida.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 201
202 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Independência - CE
204 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
9. BANCO DE DADOS Segundo Borges (1997), Borges et al.(2000) e Borges e
A partir da utilização do geoprocessamento, permitem- DaviS (2001), um modelo de dados para ser considerado
-se a espacialização da informação e a manipulação dos Geo-OMT precisa ter as seguintes características básicas:
dados, criando cenários diversos para uma mesma área, - Possui seus objetos orientados, suportando os
conforme seja a necessidade. A esse propósito, a partir do conceitos de classe, herança, objetos complexos e
final dos anos 1980, com o avanço da cartografia e do método;
sensoriamento remoto, começou a popularização do uso - Modela e diferencia os diversos tipos de dados,
de Sistemas de Informação Geográfica - SIG, que consis- fazendo uso de uma representação simbólica que
te em um conjunto de ferramentas para capturar, reter, possibilita a percepção imediata da natureza do
cruzar e visualizar dados (Burrgouth, 1986), ou ainda objeto;
um sistema que direcione a decisão a ser tomada em um - Fornece uma visão integrada do espaço modelado,
determinado ambiente (COWEN, 1988). representando e diferenciando classes georreferen-
As técnicas de geoprocessamento, consoante Moura ciadas e classes convencionais, assim como os di-
(2000), representam a probabilidade de trabalhar inúme- ferentes tipos de relacionamento entre elas;
ras variáveis antes muito difíceis, por causa do tipo de - Caracteriza as classes contínuas e discretas;
processo de análise que se implantava. Com a Teoria Sis- - Representa a interação dos objetos;
têmica, ainda de acordo com a autora, houve aproxima- - Suporta as estruturas topologias de rede e “todo-
ção muito grande entre o modelo implantado (os cenários -parte”;
hipotéticos) e a realidade. - Representa as relações espaciais, levando em con-
Assim sendo, novos conceitos na área de geoprocessa- sideração a forma geométrica da classe;
mento foram surgindo para acompanhar esta evolução - Traduz as relações topológicas e espaciais em res-
(Xavier-da-Silva, 1982). Um desses conceitos é o de Mo- trições de integridade espaciais;
delo Digital de Ambiente - MDA, o qual, de acordo com - Representa os diversos fenômenos geográficos;
Xavier-da-Silva e Zaidan (2004), contém dados georrefe- - Possibilita várias representações de uma mesma
renciados e todos os elementos hoje disponíveis da carto- classe geográfica, conforme a escala e a percepção
grafia moderna, como imagens orbitais, modelos digitais do objeto do mundo real;
de terreno, modelos de elevação e outros. - É de fácil entendimento e representação;
A modelagem ambiental se faz necessária em projetos - Utiliza o conceito de níveis de informação; e
de análise geoambiental dentro de um sistema de infor- - É independente de implementação.
mações geográficas. Este sistema informatiza, esquema-
tiza, estrutura e, principalmente, localiza as informações Ainda os referidos autores, um modelo Geo-OMT
contidas em um modelo. O modelo de dados pode possuir possui como tripé as classes, os relacionamentos e as res-
a forma semântica ou geográfica. Na forma semântica, trições de integridades espaciais, descritos na sequência.
destacam-se os tipos de modelos classificados como E-R As classes podem ser convencionais ou georreferencia-
(Entidade-Relacionamento), mas possuindo também o das. As classes convencionais possuem atributos e algum
modelo IFO (Is-a relationships, Functional relationships, tipo de relação com um objeto espacial, mas não têm
complex Objects), o modelo OMT (Object Modeling propriedades geométricas. As classes georreferenciadas,
Technique) e o modelo OOA (Object-Oriented Analysis) além de possuir as características da classe convencional,
de acordo com BORGES e DAVIS (2001). encerram propriedades geométricas. Estes dois tipos de
Estes dados na forma semântica apresentam restrições classes representam os grupos de dados, que podem ser
quanto a modelagem geográfica, porque os dados, geo- contínuos, discretos e não espaciais.
gráficos possuem necessidade de abstração e de relaciona- Os relacionamentos dentro de um Geo-OMT podem
mento maior entre seus objetos. A partir destas necessida- ser de associações simples, relações topológicas de redes e
des, surgiram os modelos Geo-OMT e Geo-OOA, Bor- relações espaciais.
ges (1997). O modelo de dados Geo-OMT foi criado por As associações simples são os links entre diferentes clas-
Borges (1997), percebendo a dificuldade em se modelar ses; as relações espaciais são caracterizadas pelas relações
o dado geográfico com as representações de orientação. topológicas métricas, ordinais e fuzzy; e as associações to-
A luz da análise ambiental integrada e de conformi- pológicas de rede são representados por nós e arcos inter-
dade com as diretrizes metodológicas para o Zoneamen- ligados, no âmbito da estrutura de um SIG. As restrições
to Ecológico-Econômico do Brasil (MMA, 2006), este espaciais são representadas por uma série de característi-
trabalho visa a organização e estruturação de dados es- cas, de acordo com a topologia do dado, sua classe e os
paciais e tabulares das regiões, adaptando o modelo de seus relacionamentos.
dados geográfico Geo-OMT. Para poder representar de forma fidedigna os diversos fe-
Elaborou-se uma adaptação do modelo OMT (Object nômenos geográficos estabelecidos nesta pesquisa, possibili-
Modelling Technique), criando outro tipo de classe que tar as várias representações de uma mesma classe geográfica,
pudesse suportar a informação georreferenciada das ca- em conformidade com a escala e a percepção do objeto do
racterísticas ambientais das áreas. Este modelo tornou-se, mundo real e ser de fácil representação, foi preciso realizar
com efeito, o Geo-OMT. uma adaptação no modelo de dados Geo-OMT.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 205
Esta adaptação procedeu-se com a inserção da categoria OMT (Object Modeling Technique) e suporta as primi-
cadastral paralelamente a categoria temático. Até então o tivas geográficas dos dados ambientais. Os dados, den-
que está revisto nas referencias bibliográficas executa uma tro de qualquer modelagem ambiental, podem assumir
modelagem em separado para categoria cadastral. níveis de apresentação distintos, conforme o tratamento
Como não é possível segmentar o mundo real modela- que é fornecido pelo usuário mediante um sistema de ge-
do, foi evidente a necessidade de avançar na abstração do renciamento de banco de dados - SGDB aos elementos
modelo e permitir a existência em paralelo da categoria do mundo real.
cadastral e temático. O banco de dados montado está entre os níveis de re-
Este avanço, contudo, manteve a simbologia da categoria presentação dos dados e do universo de implementação,
temático explicitada a seguir e criou uma simbologia para a conforme Figura 51. Quanto mais próximo ao universo
categoria cadastral. Os relacionamentos estão evidenciados de implementação está o modelo, mais completo e abstra-
na mesma notação gráfica revista pelas bibliografias citadas to ele se apresenta.
e as restrições espaciais estão evidenciadas na sequência.
A modelagem ambiental tem como objetivo principal
preparar o cenário do ambiente. O modelo criado para
execução deste trabalho foi o Geo-OMT, de acordo com
as especificações impostas por BORGES (1997) e BOR-
GES et al. (2000). Este tipo de modelo foi adaptado do
INTERFACE USUÁRIO
NÍVEL DE ABSTRAÇÃO
O modelo criado seguiu os padrões, conceitos e semio- possui subclasses e uma semiologia que as identifica. As
logia necessários a uma modelagem ambiental dentro dos classes convencionais do modelo são representadas pelos
parâmetros do Geo-OMT. Os conceitos básicos de clas- planos de informação que estão contidos nos modelos de
se, relacionamento e as restrições de integridade espaciais dados GESTAO_EMPREEND_LOCAIS, LEGISLA-
foram contemplados segundo as especificações descritas CAO_MUNICIPAL e PARTICIPACAO_SOCIAL. A
a seguir. semiologia desta classe está exemplificada na Figura 52,
As classes que configuram o modelo na lição de Câ- notando-se que na parte superior é escrito o nome da
mara (2001) são divididas em dois grupos: as georrefe- classe e na parte inferior são delineados os seus atributos.
renciadas e as convencionais. Cada uma destas classes
Nome_classe
município
classifica
Fonte: BORGES et al, 2000
206 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Apesar deste tipo de classe não possuir as primitivas FICA, aptidao_agricola, fitoecologico, geoambiental,
geográficas de localização do dado, estes foram associa- geologia, solo, uso_do_solo dentro da categoria TE-
dos com os limites municipais exclusivamente para efeito MATICO_600000, Sistemas_ambientais na categoria
de visualização rápida da informação. Para efeito de mo- SISTEMA_AMBIENTAL, Unidades_intervencao com
delagem deve-se trabalhar exclusivamente com os dados a categoria UNIDADES_INTERVENCAO, Uso_da_
tabulares. terra na categoria USO_DO_SOLO e finalizando com
As classes georreferenciadas são todas as outras clas- Zoneamento_ambiental na categoria ZONEAMENTO
ses utilizadas na modelagem. Suas subclasses são do tipo A classe Geo-Campo de Tesselação é formada pelas
Geo-Campo e Geo-Objeto. A classe Geo-Campo é com- imagens do modelo. Os modelos de dados no formato
posta por entidades que possuem justaposição espacial, imagem são: RADAR_TOPOGRÁFICO composto pe-
preenchendo por completo o espaço. Diferem da classe los planos de informação R,G e B e IMAGENS composto
Geo-Objeto por não serem facilmente identificáveis com pelos planos Landsat_217_63_R, Landsat_217_63_G,
os elementos do mundo real, como hidrantes, sinais de Landsat_217_63_B, Landsat_218_63_R, Land-
trânsito ou postes, segundo CÂMARA (1995). sat_218_63_G, Landsat_218_63_B, Resource-
A classe Geo-Campo possui cinco subclasses, varian- SAT_334079_B, ResourceSAT_334079_G, Resource-
do conforme for a representação do tipo de dado. Estas SAT_334079_R, ResourceSAT_338078_B, Resource-
subclasses são: a Rede Irregular Triangular, Isolinhas, Po- SAT_338078_G, ResourceSAT_338078_R, LAND-
lígonos Adjacentes, Tesselação e Amostras. Neste traba- SAT_5_B, LANDSAT_5_G, LANDSAT_5_R.
lho não foi utilizada a classe Geo-Campo Rede Irregular A semiologia gráfica de cada classe Geo-Campo está
Triangular. exemplificada na Figura 53. No local onde está escrita a
A classe Geo-Campo de Isolinhas é formada pela classe palavra “atributos”, foram informados os dados usados na
curvas_50 dentro da categoria ALTIMETRIA. modelagem, e onde está escrito “operações”, são exibidas
A classe Geo-Campo de Polígonos Adjacentes ou as manipulações realizadas com a classe.
Geo-Campo de Subdivisão Planar é constituída por
municipios_IBGE na categoria BASE CARTOGRÁ-
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 207
A representação gráfica de cada subclasse Geo-Objeto com a Figura 54, exposta na sequência.
com Geometria varia conforme a topologia de acordo
Existe ainda uma subclasse cadastral neste banco, convencionais como entre classes georreferenciadas ou
composta pelos planos de informação Aves1, Aves2, ainda entre uma classe e outra. Com relação ao número
Aves3, Mamíferos, Répteis e Flora. Estas subclasses são de elementos (cardinalidade), estas associações podem as-
pontos. O plano de informação vegetação é uma subclas- sumir as seguintes configurações, descritas a seguir, com
se polígono. Todas estas subclasses compõem o mode- a notação gráfica de acordo com a Figura 55, exposta após
lo do tipo cadastral BIODIVERSIDADE, sendo todos os elementos de cardinalidade (COSTA, 2001).
Geo-Objetos com geometria. entre 1 (um) elemento de uma classe com vários
Os relacionamentos que ocorrem na modelagem am- elementos da outra classe;
biental executada são do tipo associação simples e rela- entre 1 (um) elemento de uma classe com 1 (um)
ções espaciais. As associações simples, de acordo com a elemento de outra classe;
notação gráfica da Linguagem de Modelagem Unificada entre 1 (um) elemento de uma classe com 0 (zero)
- UML, na lição de COSTA (2001), são representadas ou mais elementos da outra classe;
por uma linha contínua que interliga as classes e even- e 0 (zero) ou mais elementos para 0 (zero) ou mais
tualmente podem conter uma seta, indicando o sentido elementos
da relação. Esta associação tanto pode ser entre classes
Os relacionamentos espaciais (Davis Jr. e Queiroz, Sobre à quando uma classe fica “por cima” de outra.
2001) que ocorreram no modelo Geo-OMT criado são: Estes relacionamentos também são caracterizados pela
contém, dentro de, sobrepõe e sobre. De acordo com Bor- sua cardinalidade. A notação utilizada dentro do mode-
ges (2002), possuem as seguintes características: lo é a mesma empregada pela UML, sendo semelhante à
Contém à a geometria da classe maior envolve a geome- cardinalidade exemplificada na figura anterior.
tria da classe menor. Uma classe que contém pode conter As restrições espaciais servem para o controle da apli-
uma ou mais classes contidas. cabilidade e implementação do modelo. As restrições são
Dentro de à existem ocorrências de uma classe dentro definidas tendo como base as primitivas geográficas das
de outra ocorrência de classe tipo polígono, independen- classes, seus relacionamentos espaciais e a topologia. As
temente de ser Geo-Objeto ou Geo-Campo. restrições espaciais que fazem parte do modelo executa-
Sobrepõe à só pode ser usado entre polígonos. Tanto as do, segundo Borges (2002), são Regras de Dependência
fronteiras como as geometrias são sobrepostas. Espacial. De acordo com a existência destas regras, os ob-
208 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
jetos e seus agregados variam entre regras de Continência levando em consideração a forma geométrica da classe;
e regras de Geo-Campo. traduz as relações topológicas e espaciais em restrições
As características mais importantes deste modelo Geo- de integridade espaciais e é de fácil entendimento e re-
-OMT podem ser identificadas como possuir seus objetos presentação (BORGES, 2002. BORGES et al., 2000 e
orientados suportando os conceitos de classe; modela e BORGES e DAVIS, 2001).
diferencia os diversos tipos de dados, fazendo uso de uma O Quadro 47 apresenta as regras de dependência es-
representação simbólica; fornece uma visão integrada do pacial e suas respectivas características, de acordo com o
espaço modelado; diferencia classes georreferenciadas e modelo gerado neste trabalho.
classes convencionais; representa as relações espaciais,
REGRAS DE DEPENDÊNCIA
CARACTERÍSTICAS
ESPACIAL
A representação gráfica ou o diagrama de temas da ASD A adaptação do diagrama de temas do modelo de da-
- Núcleo II - Inhamuns ficou exemplificado conforme a dos Geo-OMT suportou satisfatoriamente as variáveis
Figura 56. Observa-se que o ZEE inclui uma vertente das ambientais, principalmente com relação as restrições de
variáveis físicas e bióticas e outra de variáveis socioeconô- integridade espacial e a interação das classes. Foi traba-
micas. A valorização da multidisciplinaridade é indispen- lhado no nível de representação dos dados, modelando
sável para o ZEE, diante do espectro amplo de atividades diversos tipos de classes e fornecendo uma visão sinte-
e estudos envolvidos no programa. Desse modo o ZEE tizada das áreas pesquisadas, subsidiando o zoneamento
requer um conhecimento profundo da realidade ambien- ambiental das áreas.
tal, social, econômica e político-institucional.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 209
Figura 56 - Diagrama de classes da ASD – Núcleo II - Inhamuns
210 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Arneiroz - CE
GLOSSÁRIO especialmente importantes para a qualidade da vida e o
bem-estar das populações humanas, e tem como objeti-
ABIÓTICO: componente de ecossistema natural que vos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar
não inclui os organismos vivos. Características não o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade de
biológicas. uso dos recursos naturais.(Brasil, 2000.Lei 9.985).
ADUBAÇÃO: substância adicionada ao solo visando o ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP):
aumento da produtividade dos organismos que nele vi- área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com
vem de modo espontâneo ou em cultivo. a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a
AÇÕES AREOLARES: processos morfodinâmicos que paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o
se manifestam em áreas interfluviais. fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar
o bem-estar das populações humanas. (Lei Nº 4.771/65).
AGENDA 21 (MMA/PNDU): documento elaborado
durante a Rio-92 tratando da questão ambiental. ÁREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO
(ARIE): área em geral de pequena extensão, com pouca
AFLORAMENTO: exposição de rocha na superfície ou nenhuma ocupação humana, com características na-
terrestre. turais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da
AGROECOSSISTEMA: sistemas ecológicos naturais biota regional e tem como objetivo manter os ecossiste-
que são transformados em espaços de ocupação agrope- mas naturais de importância regional ou local e regular o
cuária, de acordo com diferentes tipos de manejos. uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo
com os objetivos de conservação da natureza.
ALCALINOS: meio com PH superior a 7.
ÁREAS DE ACUMULAÇÃO INUNDÁVEIS: áreas
ALÍSIO: ventos tropicais que sopram de regiões orientais aplainadas, com ou sem cobertura arenosa, sujeitas a
na direção do Equador. inundações periódicas.
ALUVIÃO: depósitos sedimentares das planícies de ÁREAS ESTRATÉGICAS: conjunto de áreas ou zonas
inundação fluvial ou flúvio-lacustre. Planície fluvial é si- que exibem um padrão de qualidade ambiental satisfatório
nônimo de planície aluvial. ou não, a exemplo de setores com biodiversidade conser-
ALVÉOLO: planície de acumulação colúvio-aluvial em- vada ou com sérios problemas de degradação ambiental.
butida em superfícies dissecadas. ASPECTOS FITOFISIONÔMICOS: aspectos naturais
AMBIENTE: conjunto de condições que envolvem e sus- referentes ao padrão fisionômico da cobertura vegetal.
tentam os seres vivos na biosfera. Os fatores ambientais ASSOREAMENTO: acumulação de sedimentos e/ou
são de natureza complexa incluindo os de natureza abió- outros materiais detríticos nos rios, lagos etc.
tica, biótica, social e econômica.
ATIVIDADES: constitui uma manifestação de caráter
ANÁLISE SWOT: técnica de gestão estratégica, que temporário ou permanente exercido por agentes públicos
adota uma abordagem lógica, subjetiva, e ajuda a estrutu- ou privados tais como preservação, conservação ambien-
rar ideias. Instrumento para compreender e decidir sobre tal, produção, comercialização, prestação de serviços,
diferentes situações em áreas empresariais e de organi- dentre outras.
zações. Permite rever estratégias, posições e direções de
uma proposta ou uma ideia. (PARTIDÁRIO, 2007) ATRIBUTOS AMBIENTAIS: elementos ou fatores de
um sistema ambiental.
ANTRÓPICA: resultante de ações do homem sobre o
ambiente. AVALIAÇÃO AMBIENTAL: avaliação de impactos e
do estado de conservação dos sistemas ambientais.
AQUÁTICO: ser que vive na água ou sobre ela.
AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA: processo
AQUICULTURA: cultura de seres aquáticos em água que integra as questões ambientais e de sustentabilidade, e
doce, salgada ou salobra, para fins de alimentação hu- avalia os impactos ambientais no processo de sustentabili-
mana ou com finalidades de experimentação ou indus- dade, em visões, intenções e propostas estratégicas, com o
triais. Inclui o cultivo de peixes, moluscos, crustáceos, objetivo final de melhorar a decisão. (PARTIDÁRIO, 2007)
dentre outros.
BACIA HIDROGRÁFICA: terras drenadas por um rio
ÁREA DE INFLUÊNCIA: área externa de um determi- principal e seus tributários.
nado território, exercendo influência de ordem ambiental
ou socioeconômica. BIODIVERSIDADE: sinônimo de diversidade biológica
abrange a variabilidade dos seres vivos de todas as ori-
ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (APA): cate- gens, bem como os complexos ecológicos de que fazem
goria de unidade de conservação pertencente ao grupo parte. A biodiversidade inclui, também, conforme a re-
de uso sustentável. Consiste de uma área em geral ex- solução CONAMA 12/94 a variedade de indivíduos, co-
tensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada munidades, população, espécies e ecossistemas existentes
de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais em uma determinada região.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 213
BIÓTICO: componente de ecossistema natural que in- CRONOESTRATIGRAFIA: distribuição das forma-
clui os seres vivos. Características biológicas; referente aos ções geológicas por idade.
seres vivos.
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL: Alteração adversa das
BIOTA: comunidades de plantas e animais de uma re- características do meio físico natural.
gião, província ou área biogeográfica.
DEPRESSÃO: Superfície topográfica situada abaixo das
CAATINGA: vegetação xerófita do semiárido brasileiro, regiões que lhes estão próximas.
do tipo mata espinhosa tropical.
DERIVAÇÃO AMBIENTAL: alterações dos compo-
CENÁRIOS: Configuração possível do sistema em nentes físico naturais e dos processos desenvolvidos no
estudo, onde se procura alcançar um quadro de obje- meio ambiental.
tivos, com a explicitação de efeitos laterais que resulta-
DESENVOLVIMENTO: Aumento da capacidade de
ram do processo proposto. Cada cenário corresponde
suprimento das necessidades e da melhoria da qualidade
a uma visão sistêmica de previsões e tendências. (PAR-
de vida.
TIDÁRIO, 2007)
DESERTIFICAÇÃO: degradação da terra ou declínio
CENÁRIO DESEJADO: corresponde à trajetória em di-
progressivo da produtividade das terras secas, decorrente
reção ao desenvolvimento sustentável, antevendo maior
de variações climáticas e atividades humanas.
crescimento econômico com redistribuição de renda,
além de reformas sociais e políticas. Orienta-se na dire- DESLIZAMENTO (ou escorregamentos): processo que
ção da sustentabilidade geoambiental, econômico-social, engloba uma variedade de tipos de movimentos de massa
científico-tecnológica e político-institucional. (PROJE- de solos, rochas ou detritos, encosta abaixo, gerados pela
TO ÁRIDAS, 1997). ação da gravidade, em terrenos inclinados: são fenôme-
nos naturais, e ou induzidos pelas atividades humanas,
CENÁRIO TENDENCIAL: prognóstico da situação
que atuam modelando o relevo, e que atingem encostas
atual, desconsiderando a implementação de medidas de
naturais ou taludes artificiais (cortes e aterros associados
desenvolvimento sustentável.
a obras de engenharia civil); resultam da ação contínua
CLÁSTICOS: materiais sedimentares desagregados ou do intemperismo e dos processos erosivos e podem ser
decompostos. induzidos pela ação humana.
COMPARTIMENTAÇÃO GEOAMBIENTAL: distri- DIAGNÓSTICO AMBIENTAL: avaliação das condi-
buição geográfica dos sistemas ambientais naturais oriun- ções ambientais e das atividades humanas do presente e
dos da relação entre o potencial ecológico, exploração do passado, por meio da integralização das informações
biológica e ações antrópicas. de uma unidade territorial.
COMPONENTES NATUR AIS: conjunto de fatores DIVISOR DE ÁGUAS: limite da bacia hidrográfica, ou
da natureza referentes às condições geológicas, geo- linha divisória que reúne os pontos elevados do relevo,
morfológicas, climáticas, hidrológicas, pedológicas e onde o fluxo das águas se da em sentidos opostos.
bioecológicas.
ECODINÂMICA: enfoca as relações recíprocas entre os
CONDIÇÕES LITOESTRATIGRÁFICAS: sequência componentes naturais e a dinâmica dos fluxos de energia
de formações geológicas de uma região. e matéria no meio ambiente, conforme Tricart (1977).
Com base no balanço entre processos morfogenéticos
CONDIÇÕES MORFOPEDOLÓGICAS: distribuição
e pedogenéticos, desenvolvem-se ambientes dotados de
associada do relevo e dos solos de uma região.
maior ou menor estabilidade.
CONDIÇÕES DE OCUPAÇÃO: condições ou atividades
ECOLOGIA DA PAISAGEM: ramo da ecologia que
e empreendimentos que se assentam ou têm possibilidades
classifica a estrutura e estuda processos e padrões ecológi-
de se implantarem em um determinado sistema ambiental.
cos que ocorrem em escala de paisagem.
CONSERVAÇÃO: manejo adequado da biosfera ou de
ECOSSISTEMA: conjunto integrado de fatores abióti-
um sistema ambiental, compreendendo a preservação,
cos e bióticos que caracterizam um ambiente de dimen-
manutenção, restauração, melhoria da qualidade ambien-
sões variadas. É a unidade funcional básica da ecologia.
tal, utilização sustentável dos recursos naturais.
EDÁFICO: relativa a solos e sua capacidade de produ-
Conservação da Natureza: manejo adequado dos recur-
ção agrícola.
sos naturais e dos sistemas ambientais, abrangendo a pre-
servação, manutenção, utilização sustentável, restauração EMBASAMENTO CRISTALINO: domínio estrutural
e recuperação do ambiente natural. Visa-se alcançar o constituído por rochas muito antigas (Pré-Cambriano).
maior beneficio em bases sustentáveis, às atuais gerações
EMPREENDIMENTO: toda e qualquer ação ou ativi-
mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e as-
dade pública ou privada, com objetivos sociais e econô-
pirações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres
micos específicos.
vivos em geral. (Lei Nº9.985/00).
214 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
ENDEMISMO: área geográfica que abriga espécies alguns custos sociais que não podem ser evitados ou o uso
que não são naturalmente encontradas em nenhum imprescindível de recursos naturais renováveis.
outro lugar.
MEDIDAS MITIGADORAS: medidas destinadas a
ENTORNO: área que circunscreve um território que prevenir ou reduzir a magnitude de impactos ambientais
possuem limites estabelecidos. negativos.
EQUILÍBRIO ECOLÓGICO: estado de equilíbrio en- MEDIDAS PREVENTIVAS: medidas destinadas a pre-
tre os diversos fatores que compõem o ecossistema. venir a degradação de um componente de meio físico-
-biótico ou de um sistema ambiental.
ESTABILIDADE: capacidade de um ecossistema de re-
sistir ou responder as contingências abióticas sem alterar MEIO AMBIENTE: conjunto de condições, leis, in-
substancialmente sua estrutura comunitária ou seus ba- fluências e interações de ordem física, química e bioló-
lanços de material ou energia. gica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas
formas (Lei 6.938/78).
EXTRATIVISMO: sistema de exploração dos recursos
naturais baseado na coleta e na extração dos mesmos. MEIOS ECODINÂMICOS: categorias de ambientes
que têm maior ou menor estabilidade natural.
FEIÇÕES MORFOGENÉTICAS: distribuição das for-
mas de relevo conforme a origem. MODELADO: aspectos morfológicos da superfície natural.
FRAGILIDADE DO SISTEMA NATURAL: grau MONITORAMENTO AMBIENTAL: coleta de medi-
de capacidade de ajustamento do Sistema à situação de das ou observações sistemáticas em uma série têmporo
variáveis externas independentes, que geram respostas espacial, de qualquer componente ou atributo ambiental
complexas. É, também, o inverso da capacidade que a que forneça uma amostra representativa do ambiente.
paisagem pode absorver possíveis alterações sem perda
MORFODINÂMICA: referente aos processos externos
de qualidade. Assim, quanto for maior esta capacidade,
modeladores da superfície topográfica.
menor será a fragilidade.
PADRÕES DE PAISAGENS: tipos de paisagens natu-
GEOLÓGICA: referente a geologia de uma região.
rais que se esboçam em um ambiente.
GEOMORFOLÓGICA: referente a geomorfologia de
PALEOCLIMA: Clima de épocas passadas, cujas prin-
uma região.
cipais características podem ser inferidas, por exemplo, a
GESTÃO AMBIENTAL: condução, proteção, controle partir de evidências geológicas, geomorfológicas (paleo-
do uso dos recursos naturais, através de instrumentos va- formas) e bioecológicas.
riados, requerendo gestão compartilhada pelos diversos
PARCELAMENTO DE SOLO: divisão de uma gleba
atores envolvidos na atividade.
em unidades independentes.
GLACIS: Superfície topográfica com taludes suaves de
PEDOGÊNESE: referente a origem do solo.
fraco declive.
PEDOLÓGICA: referente aos solos ou tipos de solos.
GPS - Global Position System: sistema eletrônico de
navegação baseado em uma rede satélites que permite a PEDIMENTOS: forma de relevo oriunda do recuo de
localização instantânea e precisa de qualquer ponto ou vertentes resultando encostas de declive fraco ligando
coordenada geográfica. dois planos altimétricos diferentes.
HIDROCLIMÁTICA: características ligadas as condi- PEDIPLANO: planuras formadas pelas justaposições de
ções hidrológicas e climáticas de uma região. “glacis”; é uma superfície inclinada. São grandes super-
fícies de erosão modeladas nos climas áridos quentes e
HIDROGEOLÓGICOS: referentes as águas subterrâneas.
semiáridos, como a depressão sertaneja.
IMPACTO AMBIENTAL: é todo e qualquer impacto
PLANÍCIE: Área plana resultante da acumulação de se-
ambiental que afete diretamente, no todo ou em parte,
dimentos.
o território.
POLUIÇÃO: A degradação da qualidade ambiental re-
INSELBERG: forma de relevo residual decorrente da
sultante de atividades que direta ou indiretamente (Lei
erosão diferencial.
nº 6.938/78): prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-
MACIÇOS RESIDUAIS: níveis elevados de serras dis- -estar da população; criem condições adversas as ativi-
persas na depressão sertaneja. dades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a
biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio
MANEJO: ato de intervir ou não no meio natural, com
ambiente; lancem matérias ou energia em desacordo com
base em conhecimentos técnico-científicos, visando pro-
os padrões ambientais.
mover e garantir a conservação da natureza.
POLUIDOR: pessoa física ou jurídica, de direto pú-
MEDIDAS COMPENSATÓRIAS: medidas destinadas
blico ou privado, responsável, direta ou indiretamente,
a compensar impactos ambientais negativos, tais como
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 215
por atividade causadora de degradação ambiental (Lei semelha a baixos planaltos, terminando geralmente de
6.938/78). forma abrupta. No nordeste brasileiro, os tabuleiros apa-
recem, de modo geral, em toda a costa.
PRESERVAÇÃO: conjunto de métodos, procedimentos
e políticas que visem a proteção em longo prazo das es- TIPOS LITOLÓGICOS: referentes aos tipos de rochas
pécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos de uma região.
processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sis-
UNIDADES GEOSSISTÊMICAS: unidades naturais
temas naturais (Lei nº 9.985/00).
que integram os fatores da natureza.
PROCESSOS MORFOGENÉTICOS: processos mode-
USO DO SOLO: Resulta do conjunto das atividades hu-
ladores que dão origem ao relevo.
manas que são praticadas em parte ou no conjunto de
PROCESSOS PEDOGENÉTICOS: processos respon- espaço de abrangência de um Projeto.
sáveis pela origem e evolução dos solos.
VARIÁVEIS GEOAMBIENTAIS: Conjunto de compo-
PROMONTÓRIO: Porção saliente e alta de qualquer área nentes naturais de origem biótico ou abiótico.
continental, que avança para dentro de um corpo aquoso.
VISÃO HOLÍSTICO-SISTÊMICA: visão integrada da
PROTEÇÃO INTEGRAL: manutenção dos ecossiste- natureza que considera todo o conjunto de componentes
mas livres de alterações causadas por interferência huma- naturais e de processos que operam em um ambiente.
na, admitindo apenas o uso indireto dos seus atributos
VULNERABILIDADE: grau de suscetibilidade em que
naturais (Lei nº 9.985/00).
um componente do meio, de um conjunto de compo-
QUALIDADE AMBIENTAL: juízo de valor atribuído nentes ou de uma paisagem apresenta em repostas a uma
às condições qualitativos positivos do meio ambiente. ação, atividade ou fenômeno.
RECUPERAÇÃO: reconstituição de um ecossistema ou ZONEAMENTO: Definição de setores ou zonas desti-
de uma população silvestre degradada a uma condição nadas às diversas modalidades de uso de solo.
não degradada, que pode ser diferente de sua condição
ZONEAMENTO AMBIENTAL: Definição de setores
original (Lei n° 9.985/00).
ou zonas em uma Unidade de Conservação com obje-
RECURSOS AMBIENTAIS: a atmosfera, as águas in- tivos de manejo e normas específicas, com o propósito
teriores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar de proporcionar os meios e as condições para que todos
territorial, o solo, os elementos da biosfera, a fauna e a os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma
flora (Lei nº 6.938/78). harmônica e eficaz (Lei 9.985/00).
RELATÓRIO BRUNDTLAND: Apresentado em 1987, ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO:
propõe o desenvolvimento sustentável, que é “aquele que É um instrumento político e técnico de planejamento,
atende as necessidades do presente sem comprometer a cujos estudos visam promover o uso sustentável do terri-
possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas tório. Para isso estuda as potencialidades e limitações am-
necessidades”. bientais. O programa ZEE visa fornecer subsídios para
planos, programas e projetos de governo considerando as
RESILIÊNCIA: capacidade que determinada coisa ou si-
interações entre questões socioeconômicas e o ambiente
tuação tem de retornar a situação de equilíbrio após uma
no qual elas estão inseridas.
mudança.
RESTAURAÇÃO: restituição de um ecossistema ou de
uma população silvestre degradada o mais próximo pos-
sível da sua condição original (Lei n.º 9.985/00).
Sistema Ambiental: Espaço decorrente da combinação
integrada do conjunto de componentes físico-bióticos do
ambiente.
SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA –
SIG: sistema baseado em computador, que permite ao
usuário coletar, manusear e analisar dados georreferen-
ciados. Um SIG pode ser visto como a combinação de
hardware, software, dados, metodologias e recursos hu-
manos, que operam de forma harmônica para produzir e
analisar informação geográfica.
SWOT: Strengths, Weaknesses, Opportunities and Th-
reats. Ver Análise SWOT.
TABULEIRO: forma topográfica de terreno que se as-
216 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Independência - CE
218 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
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228 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Independência - CE
230 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
ANEXOS
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 231
ANEXO I
ANEXO I lizada no dia 11 de julho de 2012, no município de Tauá
envolvendo representantes do município sede do evento
(Tauá) e dos municípios de Arneiroz, e Independência.
OFICINAS DO DIAGNÓSTICO As oficinas foram realizadas em um período de oito
PARTICIPATIVO DO ZONEAMENTO horas, com um intervalo de 2 horas (para almoço). Os
participantes foram divididos em grupos, formados por
ECOLÓGICO-ECONÔMICO município, integrados por representantes governamentais
e não governamentais com definição de coordenadores
(ZEE) DAS ÁREAS SUSCEPTÍVEIS e relatores por grupo. Antes de iniciar os trabalhos foi
À DESERTIFICAÇÃO (ASD) DO feita uma breve apresentação sobre a importância do ZEE
e sobre a situação atual de cada etapa de elaboração do
NÚCLEO II – INHAMUNS trabalho, referentes aos aspectos geoambiental e socioe-
conômico.
1.Desenvolvimento da Oficina de Mobilização e da Após a conclusão dos trabalhos, cada grupo, através
Oficina Regional de seu relator, fez a apresentação dos resultados dos le-
No contexto metodológico estabelecido pelo Programa vantamentos sobre as potencialidades e vulnerabilidades
do Zoneamento Ecológico-Econômico (PZEE, 2006), existentes em seus municípios, bem como as situações e/
as oficinas de trabalho devem cumprir dois importantes ou fatos que configurem conflitos, fazendo uso dos dados
papéis: contidos nos mapas temáticos (uso e ocupação da terra,
a) encaminhar o planejamento da elaboração do ZEE, sistemas ambientais, intervenção e zoneamento ecológi-
de forma participativa, acordando localmente objetivos co-econômico) e multimídia disponibilizados pela equi-
e procedimentos, interesses e resultados a serem alcan- pe técnica da FUNCEME.
çados. É o momento de construção e afirmação de um Deve-se ressaltar que os resultados refletem tão somen-
pacto territorial, por um cenário futuro desejado; te uma percepção e o conhecimento dos atores locais.
b) propiciar a participação dos diferentes atores no pro- Tanto a identificação das questões solicitadas, como a sua
cesso decisório sobre o uso do território, possibilitando o alocação em mapas, não possuem qualquer rigor de pre-
fortalecimento do poder político e da sociedade local, em cisão, mas apenas aproximações.
articulação com as demais instâncias governamentais e A importância maior destes resultados reside na efetiva
da sociedade, no plano estadual e federal. participação propiciada aos atores locais e a efetiva contri-
Para a elaboração do Zoneamento Ecológico-Econô- buição aportada para um melhor conhecimento da proble-
mico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo mática da desertificação, com algumas proposições.
II - Inhamuns no Estado do Ceará, foi realizado um Por outro lado, deve-se considerar que o momento das
planejamento que contemplou duas séries de oficinas de Oficinas é ímpar no contexto da elaboração do ZEE,
trabalho de caráter participativo, chamadas de Oficinas uma vez que os representantes municipais passam a ter
de Mobilização e Oficinas Regionais, que envolveram um melhor conhecimento dos objetivos do zoneamento
governos e a sociedade local de todos os municípios que como um instrumento político e técnico de planejamen-
compõe a ASD - Núcleo II - Inhamuns, : Tauá, Indepen- to, cujos estudos visam promover o uso sustentável do
dência e Arneiroz. território. É um importante momento também, para o
O objetivo geral das Oficinas de Mobilização e Re- desenvolvimento dos trabalhos, uma vez que se dá iní-
gionais da ASD - Núcleo II - Inhamuns, envolvendo os cio a um processo de apropriação de conhecimento e de
municípios de Arneiroz, Independência e Tauá, foi obter empoderamento local, visando as políticas públicas que
subsídios para o Zoneamento Ecológico-Econômico, me- poderão advir deste ZEE.
diante o levantamento do potencial e das vulnerabilida-
des da área. Os objetivos específicos foram: levantar as
expectativas da população em relação a área; envolver as
organizações governamentais e não governamentais que
atuam na região; e estimular o comprometimento dos
participantes para a gestão da área.
Durante as oficinas, procurou-se mobilizar o conhe-
cimento e a experiência dos participantes para que, de
forma consensual, pudessem identificar os problemas e
as forças potenciais. Observou-se, desse modo, um inter-
câmbio de saberes entre técnicos, pesquisadores e lideran-
ças locais para analisar as questões ambientais sejam elas:
naturais, socioeconômicos e culturais.
Na ASD - Núcleo II - Inhamuns, foi realizada a Ofi-
cina de Mobilização no dia 12 de dezembro de 2011 no
município de Independência e a Oficina Regional foi rea-
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 235
Oficina de Mobilização: Independência
Oficina de Mobilização:Independencia
236 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Oficina Regional: Tauá
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 237
Oficina Regional: Tauá
238 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
2. Resultados das Oficinas de Mobilização e Regionais desenvolverem, necessitando de apoio institucional e fo-
ram indicadas pela oficina conforme o Quadro 1.
a) Oficina de Mobilização Os problemas ambientais dizem respeitos aos proces-
Esta Oficina resultou na coleta de informações neces- sos insustentáveis de uso dos recursos naturais, conforme
sárias à melhoria das características socioeconômicas e Quadro 2.
geoambientais da ASD - Núcleo II - Inhamuns como: No Quadro 3, podem ser verificadas as atividades eco-
potencialidades locais; problemas ambientais regionais e nômicas de forte impacto ambiental, as quais, independen-
atividades econômicas. te de sua função de geradoras de emprego e renda, consti-
As potencialidades locais dizem respeito as atividades tuem-se verdadeiras ameaças a sustentabilidade da região.
econômicas sustentáveis que reúnem condições para se
Quadro 1 - Potencialidades locais para o desenvolvimento sustentável nos municípios inseridos na ASD
- Núcleo II - Inhamuns
MUNICÍPIO DE ARNEIROZ
• Produtos da caatinga com comercialização ou com potencial para comercialização presentes em todo
o município: apicultura, aroeira, carnaúba, juazeiro, angico;
• Potencial para desenvolver agricultura irrigada em todo o trecho perenizado pelo Açude Antônio Nu-
nes de Sousa;
Potencial
• Produção de leite, queijo, manteiga e nata, ovino, caprino, bovino, suíno incluindo a pele;
Produtivo
• Apicultura;
• Condições ambientais e conhecimento técnico para desenvolvimento da piscicultura – tanque, rede,
pesca e carcinicultura;
• Presença de pedras ornamentais em diversas regiões.
• Cachoeira de Fora, Sanharol, Mucuim, Cachoeira Grande, Buié, Chatinho, Açudes Antônio Nu-
nes de Sousa e Arneiroz II;
• 04 sítios arqueológicos;
• Válvula do Açude Antônio Nunes de Sousa;
• Áreas com cobertura vegetal conservadas na Serra do Arneiroz, compreendendo 4 áreas ao sul/sudeste
do Município, próximo aos limites dos municípios de Catarina e Aiuaba: (i)entre o Açude Cachoeira
Paisagem Grande e a Comunidade de Jurema; (ii) entre comunidade Jurema e o Rio Jaguaribe, nas proximi-
Natural dades da Comunidade Poço de Sangue (iii) entre a Comunidade Poço de Sangue e Zumbi, limítrofe
ao município de Aiuaba e (iv)entre as Comunidades Zumbi e Tapera também nas proximidades do
Município de Aiuaba;
• Áreas conservadas: Serra do Boqueirão, Açude Sanharol e Serrinha da Favela;
• Áreas de matas ciliares conservadas: Rio Jaguaribe e açudes: Antônio Nunes de Sousa (Tunico), Arnei-
roz II – Sítio Chácara, Riacho do Mota, Olho D’água, Riacho da Timbaúba, Campo Preto I, Campo
Preto II, Cachoeira de Fora, Sanharol, Mucuim, Cachoeira Grande, Buié e Chatinho.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 239
Quadro 1 - Potencialidades locais para o desenvolvimento sustentável nos municípios inseridos na ASD
- Núcleo II - Inhamuns
MUNICÍPIO DE INDEPENDÊNCIA
• O município abrange uma das áreas do Polo Ecoturístico do Sertão do Ceará: Bosque Bola, Centro
Paisagem
Pastoral Flora, Pedra Lisa, Poço de Santo Antônio e Porrão de Santa Luzia;
Natural
• Sítios arqueológicos: Pedra da Tartaruga - Distritos: Iapi, Tranqueiras e Ematuba.
240 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 1 - Potencialidades locais para o desenvolvimento sustentável nos municípios inseridos na ASD
- Núcleo II - Inhamuns
MUNICÍPIO DE TAUÁ
• Madeiras de valor comercial que podem ser exploradas sob plano de manejo;
• Grande quantidade de árvores do sertão: Catingueira, Angico, Aroeira, Umbu-
rana e Jurema;
• Mel de abelha;
Potencial • Produção de milho, feijão, mamona, algodão, fava, macaxeira, jerimum, me-
Produtivo lancia, batata, hortaliças e frutas;
• Bovinocultura, caprinocultura, ovinocultura, suinocultura e avicultura, pisci-
cultura, apicultura e seus derivados;
• Artesanatos;
• Energia solar (MPX).
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 241
Quadro 2 - Problemas ambientais e instrumentos de gestão relacionados nos municípios inseridos na ASD - Núcleo
II - Inhamuns
INSTRUMENTOS DE
MUNICIPIO PROBLEMAS AMBIENTAIS
GESTÃO RELACIONADOS
242 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 2 - Problemas ambientais e instrumentos de gestão relacionados nos municípios inseridos na ASD - Núcleo
II - Inhamuns
INSTRUMENTOS DE
MUNICIPIO PROBLEMAS AMBIENTAIS
GESTAO RELACIONADOS
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 243
Quadro 3 - Matriz das atividades impactantes na ASD - Núcleo II - Inhamuns.
Contaminação do solo
Empobrecimento do
Exposição do solo a
Salinização do solo
Contaminação dos
processos erosivos
recursos hídricos
Desmatamento
biodiversidade
Compactação
Perda de
do solo
solo
ATIVIDADES
Extração de Madeira X X X X
Produção de Lenha X X X X
Fabricação de Carvão X X X X
Olaria X X X X
Cerâmica X X X X
Extração de areia X X X
Extração de argila X X X
Extração de pedra X X X
Mineração X X X X
Agricultura irrigada X X X X X
Agricultura de sequeiro X X X X
Ovinocaprinocultura X X X
244 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
b) Oficina Regional
Considerando a metodologia participativa de elabo-
ração do ZEE, foi realizada uma oficina de prognóstico
visando tornar público os cenários formulados para pla-
nejar as estratégias de desenvolvimento e obter subsídios
para as diretrizes traçadas e para as propostas do zonea-
mento.
Para o levantamento das demandas e sugestões
de proposições, requer um conhecimento aprofundado
do presente, para posterior construção de futuros possí-
veis, buscando estratégias no presente para a melhoria no
futuro. A construção desse futuro possível permite que
os gestores possam prevenir-se contra ameaças e pontos
fracos, bem como aproveitar as oportunidades e pontos
fortes.
Como base de orientação para o levantamento das in-
formações, foi adotado um roteiro voltado para a iden-
tificação e avaliação dos seus ambientes socioambientais
que compreendem a própria área de influência da ASD
- Núcleo II - Inhamuns, delimitada nos mapas dos sis-
temas ambientais do uso/ocupação da terra e do mapa
do Zoneamento, com o propósito fundamental de servir
como instrumento técnico para o conhecimento dos par-
ticipantes da oficina. As zonas identificadas no mapa do
zoneamento apresentam a dimensão geográfica dos prin-
cipais ativos ambientais de cada zona e dos municípios
nelas incluídas. A tipologia de cada Zona e as orientações
para os trabalhos de grupo são mostradas a seguir.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 245
ORIENTAÇÃO PARA OS Considerar os seguintes critérios de prioridades:
(1) (4)
(3) (5)
IDENTIFICAÇÃO DA (2) POTENCIAL DE
Nº CONHECIMENTO POTENCIAL
MICRO BACIA OU ACESSIBILIDADE ASSISTÊNCIA
DA ÁREA COMUNITÁRIO
RESERVATÓRIO (1) TÉCNICA
AÇÕES
DIRETRIZ 2
AÇÕES
246 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
2. PROPOSIÇÕES PARA A ZONA DE Coluna 3 - CONHECIMENTO DA ÁREA. Conhe-
PROTEÇÃO/PRESERVAÇÃO AMBIENTAL cimento técnico e empírico da área. Empírico – com base
das ÁREAS DE PRESERVAÇÃO na observação e conhecimento pessoal. Técnico, com
PERMANENTES DE TOPOS DE MORROS base em estudos e levantamentos realizados - citar. Des-
E VERTENTES - ZPAmv crever o estado geral da vegetação, se existente;
Coluna 4 - POTENCIAL DE ASSISTÊNCIA TÉC-
2.1. PRIORIDADES PARA A NICA. Capacidade/possibilidade de assistência técnica
RECUPERAÇÃO local aos projetos de recuperação (definir condições);
• Identificar o município;
• Identificar áreas prioritárias no mapa do Zonea-
mento Preliminar; Coluna 5 - POTENCIAL COMUNITÁRIO. Poten-
• Definir as prioridades conforme os critérios elen- cial de organização das comunidades para projetos de re-
cados e preencher o Quadro C . cuperação (listar as comunidades e possíveis organizações
Coluna 1 - Nome da comunidade, fazenda e/ou outras a serem envolvidas).
referências. Delimitar no mapa e colocar número. O Quadro C foi utilizado para a descrição dos crité-
Considerar os seguintes critérios de prioridades: rios, eleitos como prioritários, nas áreas especificadas no
mapa do Zoneamento Preliminar.
Coluna 2 - ACESSIBILIDADE. Estradas e caminhos
de acesso, distância da sede municipal. Restrições de aces-
so. Se possível riscar o caminho de acesso a área, no mapa;
(4)
(1) (3) (5)
(2) POTENCIAL DE
Nº IDENTIFICAÇÃO DA CONHECIMENTO POTENCIAL
ACESSIBILIDADE ASSISTÊNCIA
ÁREA DA ÁREA COMUNITÁRIO
TÉCNICA
AÇÕES
DIRETRIZ 2
AÇÕES
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 247
3. PROPOSIÇÕES PARA A ZONA O Quandro E foi utilizado para identificar, numerar as
DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL – áreas, propor categoria e justificar a criação de unidades
ZDA e ZONA DE RECUPERAÇÃO de conservação. Observar a densidade demográfica, uso e
AMBIENTAL – ZRA ocupação atual.
ÁREA 1
ÁREA 2
JUSTIFICATIVA DA
PROPOSIÇÃO
(potenciais: vocação das áreas para
ZDA OU ZRA ÁREA NUMERADA OBSERVAÇÕES
as atividades propostas, vegetação
existente, organização comunitária,
assistência técnica, etc.)
ÁREA 1
ÁREA 2
AÇÕES
DIRETRIZ 2
AÇÕES
248 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
B.3) Resultados da Oficina Regional 31 mostram onde são indicadas, pelos participantes dos
grupos, as proposições, diretrizes e ações para cada Mu-
Esta oficina resultou na produção de importantes infor- nicípio inserido na ASD - Núcleo II - Inhamuns.
mações. O Quadro 4 mostra indicações das demandas
socioeconômicas para cada município. Os Quadros 5 a
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 249
Quadro 5 - Proposição de Áreas Prioritárias de APP para Recuperação. Município de Arneiroz
IDENTIFICAÇÃO POTENCIAL
DA MICROBACIA CONHECIMENTO DE POTENCIAL
Nº ACESSIBILIDADE
OU DA ÁREA ASSISTÊNCIA COMUNITÁRIO
RESERVATÓRIO TÉCNICA
250 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 6 - Diretrizes gerais e ações propostas para áreas prioritárias de APP em margens e nascentes para
recuperação. Município de Arneiroz
POTENCIAL
IDENTIFICAÇÃO CONHECIMENTO DE POTENCIAL
Nº ACESSIBILIDADE
DA ÁREA DA ÁREA ASSISTÊNCIA COMUNITÁRIO
TÉCNICA
Sec. de
ZPAmv Serra Pequenas Grupos de
1 Fácil Acesso. Agricultura e
Maria. comunidades. apicultores.
EMATERCE.
Sec. de
ZPAmv Boqueirão Pequenas
2 Fácil Acesso. Agricultura e População difusa.
das Serras. comunidades.
EMATERCE.
Sec. de
ZPAmv Serrote Pequenas Pequenas
3 Fácil Acesso. Agricultura e
Velado. comunidades. comunidades.
EMATERCE.
Fonte: FUNCEME, 2015.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 251
Quadro 8 - Diretrizes gerais e ações propostas para as Zonas de Proteção e Preservação. Município de Arneiroz
Quadro 9 - Zona de Degradação Ambiental ZDA e Zona de Recuperação Ambiental. Município de Arneiroz
CATEGORIA PROPOSTA
ZDA ou ÁREA
INTEGRAL - USO JUSTIFICATIVA DA INDICAÇÃO
ZRA NUMERADA
SUSTENTÁVEL
ZDA 1 Integral Área de mata nativa.
ZDA 2 Integral Área degradada.
Desativar o lixão avançando em direção ao Açude
ZDA 5 Uso Sustentável
Arneiroz.
ZDA 6 Uso Sustentável Conservação das pastagens e da flora.
Fonte: FUNCEME, 2015.
Quadro 10 - Diretrizes gerais e ações propostas. Zona de Degradação Ambiental e Zona de Recuperação
Ambiental. Município de Arneiroz
Implementação de
Fortalecimento políticas públicas Implantar o aterro sanitário (conforme preconiza a Política
5
Institucional. tendo como base a Nacional de Resíduos Sólidos).
participação social.
Fonte: FUNCEME, 2015.
252 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 11 - Zona para Área de Manejo Florestal Sustentável da Caatinga PMFS – Caatinga e Sistemas
Agroflorestais (SAF). Município de Arneiroz
ZDA ou ÁREA
JUSTIFICATIVA DA INDICAÇÃO
ZRA NUMERADA
Alternativa produtiva para os moradores dessa região que sobrevivem com o cultivo
ZDA 1
de xerófilas, apicultura, agricultura de subsistência e pecuária.
Alternativa produtiva para os moradores dessa região que sobrevivem de Irrigação,
ZDA 2
bovinocultura, cultivo de xerófilas, apicultura e agricultura de subsistência.
Quadro 12 - Diretrizes gerais e ações propostas. Zona para Área de Manejo Florestal Sustentável da Caatinga
PMFS – Caatinga e Sistemas Agro florestais (SAF). Município de Arneiroz
Implementação de
Estabelecer parcerias e convênios com entidades públicas e
Fortalecimento políticas públicas
2 privadas para ampliar a capacidade municipal de promover
Institucional. tendo como base a
ações e projetos de recuperação ambiental das áreas degradadas.
participação social.
Fonte: FUNCEME, 2015.
Nº DIRETRIZES AÇÕES
Ajustar o Plano Diretor do município de Arneiroz ampliando as suas diretrizes para as
áreas rurais.
Regulamentar a construção e instalação de novos empreendimentos – Expansão das
cidades e comunidades, buscando proteger as áreas a serem preservadas (APP’s). (A –
Fortalecimento
5 Expansão das cidades).
Institucional.
Instituir legislação sobre resíduos sólidos (conforme estabelecido na Política Nacional de
Resíduos Sólidos) (b - Lixão).
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 253
Quadro 14 - Proposição de Áreas Prioritárias de APP Para Recuperação. Município de Independência
IDENTIFICAÇÃO POTENCIAL
DA MICROBACIA CONHECIMENTO DE POTENCIAL
Nº ACESSIBILIDADE
OU DA ÁREA ASSISTÊNCIA COMUNITÁRIO
RESERVATÓRIO TÉCNICA
Comunidade
Monitorado pela
1 ZPAap Barra Velha. Fácil acesso. EMATERCE. bastante
COGERH.
organizada.
Monitorado pela Comunidade
2 MBH Rio Cupim. Fácil acesso. EMATERCE.
COGERH. organizada.
Construído sobre
o leito do riacho
Associação de
ZPAap Açude Jaburu. Capacidade: DNOCS e
3 Fácil acesso. usuários de água do
Jaburu. 116.000.000m³ EMATERCE.
Açude Jaburu II.
Monitorado pela
COGERH.
Monitorado pela Comunidade
4 ZPAap Rio Jaburu. Fácil acesso. EMATERCE.
COGERH. organizada.
Relativamente
pequeno e curto,
pois seus rios e
5 MBH Rio Negro. riachos nascem no População difusa.
próprio município,
limitando seu aporte
e volume de água.
Presença de lixo
ONG,
próximo a nascente
ZPAap Nascente Estrada vicinal CARITAS,
10 compromete a Regular.
Rio São Francisco. regular. Projeto Dom
qualidade da água da
Hélder Câmara.
comunidade.
254 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 15 - Diretrizes e ações propostas para áreas prioritárias de APP em margens e nascentes para recuperação.
Município de Independência
Ampliar a informação
Educação Realizar campanhas nas escolas e comunidades sobre as
1 da população acerca das
Ambiental. questões ambientais.
questões ambientais.
POTENCIAL
IDENTIFICAÇÃO CONHECIMENTO DE POTENCIAL
Nº ACESSIBILIDADE
DA ÁREA DA ÁREA ASSISTÊNCIA COMUNITÁRIO
TÉCNICA
Área com
excelente potencial
herpetofaunístico,
com conhecimento
científico de Área de
4 ZPAmv Serra das CE 228
2 mamíferos. Estudos e População difusa.
Pipocas. (34.7km da sede).
Abriga uma caatinga Pesquisas.
arbórea com espécies
endêmicas. Protege
as nascentes do rio
Jaguaribe.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 255
Quadro 18 - Zona de Degradação Ambiental ZDA e Zona de Recuperação Ambiental ZRA. Município de
Independência
CATEGORIA
ZDA ou PROPOSTA
ÁREA NUMERADA JUSTIFICATIVA DA INDICAÇÃO
ZRA INTEGRAL - USO
SUSTENTÁVEL
Ematuba (Rio São
ZDA Uso sustentável. Problemas de abastecimento de água e lixo.
Francisco).
ZDA ZFDI Santa Luzia. Uso sustentável. Criação de ovino e caprino em área degradada.
Quadro 19 - Diretrizes e ações propostas. Zona de Degradação Ambiental ZDA e Zona de Recuperação
Ambiental ZRA. Município de Independência
Quadro 20 - Zona para Área de Manejo Florestal Sustentável da Caatinga PMFS – Caatinga e Sistemas Agro
florestais (SAF). Município de Independência
ZDA
ÁREA
ou JUSTIFICATIVA DA INDICAÇÃO
NUMERADA
ZRA
Ematuba
Área em acelerado processo de desertificação e com problemas de abastecimento de
ZDA (Rio São
água.
Francisco).
Criação de ovinos e caprinos de forma extensiva que não permite a obtenção de índices
ZFDI Santa
ZDA zootécnicos ou de rentabilidade adequados, inviabilizando o sustento da propriedade
Luzia.
rural que é baseada em pequenos empreendimentos de base familiar.
Áreas em processo de degradação dos recursos naturais, sem acesso a Assistência Técnica
Pequenas
ZDA e Extensão Rural (ATER) e que tem como base a produção de milho, feijão, algodão e
propriedades.
mamona (utilizando equipamentos agrícolas de forma intensiva).
256 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 21 - Diretrizes e ações propostas. Zona para Área de Manejo Florestal Sustentável da Caatinga PMFS –
Caatinga e Sistemas Agroflorestais (SAF). Município de Independência
Nº DIRETRIZES DETALHAMENTO AÇÕES
Investimento na melhoria da
ATER assistência técnica prestada aos
Assistência pequenos agricultores com ge- Capacitar os agricultores para o manejo racional da
1
Técnica e ração de novos conhecimentos e vegetação nativa da caatinga.
Extensão Rural. tecnologias destinadas a produ-
ção no semi-árido.
Nº DIRETRIZES AÇÕES
Elaborar o Plano Participativo de Diretor Urbano do município de Independência,
observando a preservação ambiental.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 257
Quadro 23 - Proposição de áreas prioritárias de APP para recuperação. Município de Tauá
IDENTIFICAÇÃO POTENCIAL
DA MICROBACIA CONHECIMENTO DE POTENCIAL
Nº ACESSIBILIDADE
OU DA ÁREA ASSISTÊNCIA COMUNITÁRIO
RESERVATÓRIO TÉCNICA
ZPAap Estudos e
Fácil acesso - CE Grande número
1 Nascente do Rio diagnóstico EMATERCE.
187. de comunidades.
Trici. da região.
Estudos e Próximo a área
ZPAap
2 Fácil Acesso. diagnóstico EMATERCE. de expansão da
Açude Favelas.
da região. cidade.
ZPAap
3 Nascente do Rio Fácil Acesso. População difusa.
Favelas.
ZPAap
Divisa Tauá – Pequenas
4 MBH do Rio
Independência. propriedades.
Belém.
ZPAap Colonos,
Monitorado pela
Reservatório parceleiros,
Fácil Acesso - COGERH DNOCS E
5 Várzea do Boi parceiros e
CE020. (*) Perímetro EMATERCE.
Capacidade de pequenos
Irrigado.
51.910.000m³. proprietários.
Fácil Acesso CE
ZPAap
363. Monitorado pela EMATERCE e
6 Nascente do Riacho
Localidade do COGERH. INCRA.
Carrapateiras.
Belém.
Fácil Acesso
ZPAap do Açude Pequenas
7 Distrito de EMATERCE.
Cipó. propriedades.
Carrapateiras.
ZPAap do Açude
8 Fácil Acesso.
Camaleão.
ZPAap do Açude Monitorado pela DNOCS e Pequenas
9 Fácil Acesso.
Caiçara. COGERH. EMATERCE. propriedades.
Monitorado pela
ZPAap do Rio Trici COGERH.
10 (Capacidade de Fácil Acesso. (*) Responsável pelo COGERH.
16.500.000m³). abastecimento da
cidade de Tauá.
ZPAap do Açude Fácil acesso - CE Monitorado pela COGERH e
11 População difusa.
Forquilha II. 187. COGERH. EMATERCE.
Fácil acesso - CE Grande número
12 Nascentes de rios. EMATERCE.
187. de comunidades.
Fonte: FUNCEME, 2015.
258 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 24 - Diretrizes e ações propostas. Áreas prioritárias de APP para recuperação. Município de Tauá
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 259
Quadro 25 - Proposição as zonas de proteção/preservação ZPA. Município de Tauá
POTENCIAL
IDENTIFICAÇÃO CONHECIMENTO DE POTENCIAL
Nº ACESSIBILIDADE
DA ÁREA DA ÁREA ASSISTÊNCIA COMUNITÁRIO
TÉCNICA
Amplo
ZRAdp/T Divisa Tauá Pequenas
1 conhecimento da EMATERCE.
Serra da Joaninha. Independência. propriedades.
região.
ZUS me/si Divisa Tauá –
2 Serra das Moças e Parambu Difícil Área preservada. População difusa.
dos Batistas. Acesso.
ZUS me/si
Fácil Acesso CE Pequenas
3 Serra São EMATERCE.
363. propriedades.
Domingos.
UC - Monumento
4 Natural Serrote do Área Protegida.
Quinamuiú.
Localidades
no Distrito:
Vacarias, Alívio,
Sítios
5 Fácil Acesso. Corredor Ecológico. Batalha, Torres,
Arqueológicos.
Maximiano,
Castelo e Lagoa de
Pedras.
Fonte: FUNCEME, 2015.
260 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 27 - Zona de Degradação Ambiental e Zona de Recuperação Ambiental . Município de Tauá
CATEGORIA
ZDA ou ÁREA PROPOSTA
JUSTIFICATIVA DA INDICAÇÃO
ZRA NUMERADA INTEGRAL - USO
SUSTENTÁVEL
ZRAdp/sta
ZRA Integral. • Futura área de mineração na divisa Tauá – Parambu.
Cococi – 4
UC
ZDA Temístocles Integral.
Lins Fialho – 7
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 261
Quadro 28 - Diretrizes e ações propostas. Zona de Degradação Ambiental e Zona de Recuperação Ambiental.
Município de Tauá
262 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Quadro 29 - Zona para área de manejo florestal sustentável da caatinga PMFS – Caatinga e Sistemas
Agroflorestais (SAF). Município de Tauá
ZDA
ÁREA
ou JUSTIFICATIVA DA INDICAÇÃO
NUMERADA
ZRA
Alternativa produtiva para os moradores dessa região que ainda se encontra bastante
ZRA 1
preservada.
Alternativa produtiva para os moradores dessa região que ainda se encontra bastante
ZRA 2
preservada e está próximo ao acuda Favelas (facilidade de água).
Quadro 30 - Diretrizes e ações propostas. Zona para área de manejo florestal sustentável da caatinga PMFS –
Caatinga e Sistemas Agroflorestais (SAF). Município de Tauá
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 263
Quadro 31 - Diretrizes e ações propostas. Plano de Ação. Município de Tauá
Nº DIRETRIZES AÇÕES
264 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Tauá - CE
266 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
ANEXO II
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 267
268 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
ANEXO II II - Determinar critérios para o uso e ocupação do solo
e os usos dos recursos naturais, que se constituam como
parâmetro para a implementação das políticas públicas
ARCABOUÇO LEGAL voltadas ao desenvolvimento sustentável destas regiões.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 269
dade de indivíduos, comunidades, população, como alguns custos sociais que não podem ser
espécies e ecossistemas existentes em uma deter- evitados ou o uso imprescindível de recursos na-
minada região; turais renováveis;
VII. Compartimentação Geoambiental: distribui- XXIV. Medidas Mitigadoras: medidas destinadas a pre-
ção geográfica dos sistemas ambientais naturais venir ou reduzir a magnitude de impactos am-
oriundos da relação entre o potencial ecológico, bientais negativos;
exploração biológica e ações antrópicas; XXV. Medidas Preventivas: medidas destinadas a pre-
VIII. Componentes naturais: conjunto de fatores da na- venir a degradação de um componente de meio
tureza referentes as condições geológicas, geomor- físico-biótico ou de um sistema ambiental;
fológicas, climáticas, hidrológicas, pedológicas e XXVI. Morfodinâmica: referente aos processos externos
bioecológicas; modeladores da superfície topográfica;
IX. Condições Litoestratigráficas: sequência de for- XXVII. Padrões de paisagens: tipos de paisagens natu-
mações geológicas de uma região; rais que se esboçam em um ambiente;
X. Condições Morfopedológicas: distribuição asso- XXVIII. Processos morfogenéticos: processos modelado-
ciada do relevo e dos solos de uma região; res que dão origem ao relevo;
XI. Conservação: manejo adequado da biosfera ou XXIX. Processos pedogenéticos: processos responsáveis
de um sistema ambiental, compreendendo a pre- pela origem e evolução dos solos;
servação, manutenção, restauração, melhoria da XXX. Recuperação: reconstituição de um ecossistema
qualidade ambiental, utilização sustentável dos ou de uma população silvestre degradada a uma
recursos naturais; condição não degradada, que pode ser diferente
XII. Cronoestratigrafia: distribuição das formações de sua condição original;
geológicas por idade; XXXI. Resiliência: capacidade que determinado sistema
XIII. Desertificação: degradação da terra ou declínio ou situação tem de retornar a situação de equilí-
progressivo da produtividade das terras secas, brio após uma mudança;
decorrente de variações climáticas e atividades XXXII. Restauração: restituição de um ecossistema ou
humanas; de uma população silvestre degradada o mais
XIV. Diagnóstico ambiental: avaliação das condições próximo possível da sua condição original;
ambientais e das atividades humanas do presente XXXIII. Sistema Ambiental: Espaço decorrente da com-
e do passado, por meio da integralização das in- binação integrada do conjunto de componen-
formações de uma unidade territorial; tes físico-bióticos do ambiente;
XV. Ecodinâmica: enfoca as relações recíprocas entre XXXIV. Unidades geossistêmicas: unidades naturais que
os componentes naturais e a dinâmica dos fluxos integram os fatores da natureza;
de energia e matéria no meio ambiente. Com base XXXV. Vulnerabilidade: grau de suscetibilidade em
no balanço entre processos morfogenéticos e pe- que um componente do meio, de um con-
dogenéticos, desenvolvem-se ambientes dotados junto de componentes ou de uma paisagem
de maior ou menor estabilidade; apresenta em repostas a uma ação, atividade
XVI. Ecologia da paisagem: ramo da ecologia que clas- ou fenômeno;
sifica a estrutura e estuda processos e padrões eco- XXXVI. Zoneamento: Definição de setores ou zonas
lógicos que ocorrem em escala de paisagem; destinadas as diversas modalidades de uso de
XVII. Estabilidade: capacidade de um ecossistema de re- solo;
sistir ou responder às contingências abióticas sem XXXVII. Zoneamento Ambiental: Definição de setores
alterar substancialmente sua estrutura comunitá- ou zonas com objetivos de manejo e normas
ria ou seus balanços de material ou energia; específicas, com o propósito de proporcionar
XVIII. Extrativismo: sistema de exploração dos recur- os meios e as condições para que todos os ob-
sos naturais baseado na coleta e na extração dos jetivos da unidade possam ser alcançados de
mesmos; forma harmônica e eficaz;
XIX. Feições morfogenéticas: distribuição das formas XXXVIII. Zoneamento ecológico-econômico: É um
de relevo conforme a origem;
XX. Fragilidade do sistema natural: grau de capacida- Parágrafo único. Planície fluvial é sinônimo de planície
de de ajustamento do sistema à situação de variá- aluvial.
veis externas independentes, que geram respostas
complexas; CAPÍTULO II
XXI. Inselberg: forma de relevo residual decorrente da Dos princípios
erosão diferencial;
XXII. Maciços Residuais: níveis elevados de serras dis- Art. 5º. São princípios orientadores do Zoneamento
persas na depressão sertaneja; Ecológico-Econômico das Áreas Susceptíveis à Deserti-
XXIII. Medidas Compensatórias: medidas destinadas ficação do Núcleo II – Inhamuns, além dos constantes
a compensar impactos ambientais negativos, tais
270 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
da Lei que institui Política Florestal do Estado do Ceará: dp/sta);
(5) Zona de Recuperação Ambiental em dinâmica
I. A função socioambiental da propriedade; progressiva das planícies fluviais e áreas de inun-
II. A prevenção; dação sazonal com matas ciliares degradadas
III. A precaução; (ZRAdp/pf/ais);
IV. O poluidor pagador; (6) Zona de Recuperação Ambiental em dinâmica
V. O usuário pagador; regressiva dos Sertões dos Inhamuns com sistemas
VI. A participação democrática no planejamento e ambientais muito degradados (ZRAdr/sri);
gestão dos espaços definidos no âmbito desta lei;
VII. O acesso equitativo aos recursos naturais, a III – Zona de Uso Sustentável (ZUS), que abrange:
biodiversidade e a repartição de benefícios, nos
limites desta lei; e • Zona de Uso Sustentável em áreas medianamen-
VIII A gestão integrada das unidades geoambientais te estáveis e com solos conservados dos Sertões de
definidas. Tranqueiras (ZUSme/srt);
• Zona de Uso Sustentável em áreas medianamente
CAPÍTULO III estáveis das planícies fluviais com Neossolos Flúvi-
Das finalidades cos, Planossolos e Vertissolos Conservados (ZUS/
me/PF);
Art. 6º. O Zoneamento Ecológico-Econômico das • Zona de Uso Sustentável em áreas medianamen-
Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II – Inha- te estáveis dos setores ambientais estratégicos dos
muns deverá ser considerado, consultado e aplicado no Sertões dos Inhamuns (ZUSme/sri).
desenvolvimento das políticas públicas e de incentivos
governamentais nestas áreas, sendo determinante para: IV – Zona de Urbanização (ZUR);
a) O Licenciamento Ambiental das atividades e em-
preendimentos potencialmente poluidores e/ou V – Zona Fortemente Degradada e/ou Desertificada
degradadores da qualidade ambiental; (ZFD), que abrange:
b) Na definição de parâmetros técnicos para o diag-
nóstico de áreas de interesse para criação, implan-
• Zona Fortemente Degradada e/ou Desertificada
tação e gestão de unidades de conservação;
configurada com núcleos de expansão nos Sertões
c) No estabelecimento dos critérios de uso e ocupa-
de Tauá e Arneiroz (ZFDst);
ção do solo nos municípios de sua área de abran-
• Zona Fortemente Degradada e/ou Desertificada
gência, elencados no art. 2º;
configurada com núcleos de expansão nos Sertões
d) Na definição das tendências de ocupação e arti-
de Independência (ZFDsi).
culação regional.
CAPÍTULO IV
Do Zoneamento das Áreas Susceptíveis à CAPÍTULO V
Desertificação do Núcleo II – Inhamuns Das Diretrizes e Normas de Uso
Art. 7º. As unidades identificadas nas Áreas Susceptí- Art. 8°. As unidades identificadas nas Áreas Susceptí-
veis à Desertificação do Núcleo II – Inhamuns são agru- veis à Desertificação do Núcleo II – Inhamuns, agrupa-
padas e classificadas nas zonas dispostas a seguir: das de acordo com as zonas definidas no artigo 8º, terão
seu uso e ocupação regidas pelas seguintes diretrizes e
I – Zona de Preservação Ambiental (ZPA), que normas:
abrange:
I – A Zona de Preservação Ambiental – ZPA: refere-se a
II – Zona de Recuperação Ambiental (ZRA), que todas as áreas indicadas como Áreas de Preservação Per-
abrange: manente (APP) conforme definido pelo Código Florestal
e em obediência a todos os seus critérios, orientando-se
(1) Zona de Recuperação Ambiental em dinâmica para preservar os recursos ambientais das matas ciliares
progressiva dos Sertões do Alto Trici e Indepen- ribeirinhas, encostas íngremes, topos de morros e nascen-
dência (ZRAdp/sta/si); tes fluviais.
(2) Zona de Recuperação Ambiental em dinâmica pro-
gressiva dos Sertões de Tranqueiras (ZRAdp/srt); II – A Zona de Recuperação Ambiental – ZRA: volta-se
(3) Zona de Recuperação Ambiental em dinâmica para a recuperação ou restauração de ambientes media-
progressiva da Serra da Joaninha, e nascentes do namente frágeis das serras e dos sertões, cujos sistemas
rio Jaguaribe (ZRAdp/srj); ambientais estão em estado avançado de degradação, re-
(4) Zona de Recuperação Ambiental em dinâmica querendo a adoção de mecanismos capazes de viabilizar a
progressiva dos Sertões de Tauá/Arneiroz (ZRA- proteção dessas áreas.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 271
III – Na Zona de Uso Sustentável – ZUS: deve-se buscar a) Serão coibidos desmatamentos desordenados e práti-
conservar a capacidade produtiva dos recursos naturais cas agrosilvopastoris com uso de técnicas rudimenta-
dos sistemas ambientais em condições equilibradas e com res e não adequados a capacidade de suporte do am-
boas potencialidades de uso dos recursos naturais para biente;
práticas agrosilvopastoris. b) Efetivar-se-ão controle e fiscalização da implantação
de infraestrutura, de atividades impactantes ou a uti-
IV – Zona Fortemente Degradada e/ou Desertificada lização de técnicas danosas a manutenção do equilí-
– ZFD: Zona de recuperação de ambientes fortemente brio ambiental;
degradados e com núcleos de desertificação instalados, c) Serão controlados os efeitos da erosão hídrica super-
onde deve ser contida a expansão dos processos de degra- ficial impedindo o desmatamento desordenado e sem
dação ambiental e/ou de desertificação. critérios conservacionistas;
d) Deverão ser apoiadas pesquisas transdisciplinares e o
V – Zona de Urbanização – ZUR: Compreendendo a desenvolvimento de sistemas de monitoramento dos
delimitação e o entorno imediato dos sítios urbanos das processos de degradação ambiental;
cidades que apresentam, eventualmente, problemas de e) Serão estabelecidos mecanismos de manejo sustentá-
ocupação e expansão desordenados, onde se deve exercer vel dos recursos naturais, incentivando a recomposi-
o controle sobre a expansão urbana, orientando o cresci- ção da flora e da fauna e consolidando a conservação
mento na direção de ambientes estáveis e funcionalmente da biodiversidade.
equilibrados, evitando-se ocupação desordenada de áreas
de preservação permanente (APP). §5º. Na ZUS, aplicam-se as seguintes diretrizes específicas:
§1º. Na ZPA, aplicam-se as seguintes diretrizes específicas: a) Proteger as comunidades vegetais, incluindo-se os de-
mais recursos naturais, mantendo a capacidade de
a) Proteger as matas ciliares ribeirinhas, incluindo-se os uso dos mesmos para atividades compatíveis com o
demais recursos naturais; suporte ambiental;
b) Garantir a continuidade dos processos naturais, asse- b) Garantir a continuidade dos processos naturais, asse-
gurando-se o equilíbrio ambiental; gurando o equilíbrio natural;
c) Recuperar ou restaurar setores de matas serranas ou c) Recuperar setores com biodiversidade degradada por
ribeirinhas degradadas; usos desordenados;
d) Proteger a vegetação das encostas e topos de morros d) Selecionar parcelas dos sistemas ambientais para a lo-
em obediência a critérios do Código Florestal. calização de usos especiais.
§2º. Na ZPA, aplicam-se as seguintes normas: §6º. Na ZUS, aplicam-se as seguintes normas:
A ZPA terá fiscalização permanente e compulsória para a) Será coibida a expansão de desmatamentos sem uso de
manter a qualidade dos recursos naturais renováveis e o técnicas conservacionistas;
equilíbrio ambiental; b) Garantido o controle da implantação de atividades im-
Não serão permitidas atividades de extrativismo vege- pactantes e de técnicas prejudiciais a manutenção do
tal ou mineral na ZPA; equilíbrio ambiental;
Mediante consulta, autorização ou licença do órgão c) Será exercido efetivo controle sobre as práticas do ex-
ambiental poderão ser permitidas atividades de pesquisas trativismo vegetal e mineral;
científicas e de educação ambiental, desde que implemen- d) Deverão ser fixados mecanismos de manejo sustentável
tadas para contribuir com a preservação ambiental. dos recursos naturais, incentivando a recuperação da
flora e da fauna e conservando a biodiversidade;
§3º Na ZRA, aplicam-se as seguintes diretrizes específicas: e) Serão garantidas a manutenção da qualidade dos solos
e dos recursos hídricos e a implementação mecanis-
a) Recuperar e/ou restaurar o equilíbrio dos sistemas mos de monitoramento.
ambientais degradados ou fortemente impactados pe-
las atividades humanas nas serras e sertões; §7º. Na ZFD, aplicam-se as seguintes diretrizes específicas:
b) Recuperar a capacidade produtiva dos recursos natu-
rais renováveis; a) Diagnosticar e mapear os ambientes em processos de
c) Controlar os tipos de usos que podem ser, eventual- desertificação visando conter a sua expansão;
mente, praticados na zona; b) Recuperar e/ou restaurar o equilíbrio dos sistemas am-
d) Selecionar áreas piloto para a recuperação e/ou res- bientais em estágio de dinâmica regressiva;
tauração da biodiversidade local. c) Controlar os tipos de usos que têm efeito impactante
sobre os ambientes susceptíveis a expansão dos pro-
§4º. Na ZRA, aplicam-se as seguintes normas: cessos de desertificação;
272 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
d) Selecionar áreas piloto ou de exclusão para a recupera- e 8° desta lei dar-se-ão conforme previsto na legislação
ção e/ou restauração da biodiversidade. e demais normas federais e estaduais pertinentes ao li-
cenciamento ambiental para as atividades passíveis de
§8º Na ZFD, aplicam-se as seguintes normas: licenciamento ambiental no Estado do Ceará, com clas-
sificação pelo Potencial Poluidor Degradador – PPD, sem
a) Será coibida a expansão dos desmatamentos desorde- prejuízo de outras exigências e obrigações estabelecidas
nados e sem uso de técnicas conservacionistas; em normatização específica.
b) Será controlada a implantação de atividades impactan-
tes e de técnicas danosas a manutenção do equilíbrio §1º. O órgão ambiental, ouvindo a FUNCEME, poderá
ambiental; estabelecer veto as atividades que, segundo laudo técnico
c) Será fortalecida a base de conhecimentos e desenvolvi- por ele aprovado, implique no aceleramento dos proces-
mento de sistemas de informações e monitoramento sos de desertificação, particularmente nas áreas núcleos a
para as regiões susceptíveis à desertificação e à seca; que se referem o inc. IV do art. 7º, desta Lei.
d) Será combatida a degradação da terra através da con-
servação do solo e de atividades de florestamento e §2º O mesmo órgão ambiental referido no parágrafo an-
reflorestamento; terior também poderá, por resoluções ou portarias, defi-
e) Serão incentivadas e promovidas a participação social nir atividades e procedimentos específicos e diferenciados
e a educação ambiental, com ênfase no controle da de licenciamento ambiental, considerando as condições
desertificação e no gerenciamento dos efeitos da seca; ecológicas e econômicas especiais também previstas no
f) Será controlada decisivamente a expansão dos proces- art. 7º e 8° desta Lei.
sos de desertificação.
§2º. Ato normativo, a ser expedido pelo Poder Executivo
§9º. Na ZUR, aplicam-se as seguintes diretrizes específicas: no prazo de 120 (cento e vinte) dias, de regulamentação
desta Lei, deverá especificar critérios, parâmetros e proce-
a) Considerar normas estabelecidas nos Planos Diretores dimentos para o processo de licenciamento ambiental das
de Desenvolvimento Urbano (PDDU) quanto às dire- atividades de que trata a caput deste artigo.
trizes de controle da expansão urbana;
b) Articular com o poder municipal o exercício de con- Seção II
trole sobre a ocupação e expansão urbana; Da Fiscalização
c) Controlar a expansão em áreas de riscos localizadas em
parcelas dos sítios urbanos ou em seu entorno; Art. 10°. A fiscalização, no cumprimento desta Lei, será
d) Revitalizar o patrimônio histórico e cultural, integran- exercida conforme a legislação ambiental federal e esta-
do-o à educação e ao turismo. dual pertinente e incidirá ainda sobre as demais restrições
específicas de acordo com o art. 8º, assim como o que
§10. Na ZUR, aplicam-se as seguintes normas: estabelecer o instrumento normativo de regulamentação.
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 273
274 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Tauá - CE
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 275
276 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
ANEXO III
Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns | 277
278 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
ANEXO III
DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA
ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO (ZEE) DAS ÁREAS SUSCEPTÍVEIS À
DESERTIFICAÇÃO (ASD) DO NÚCLEO II – INHAMUNS
Figura 01 - Serrote do Mirante, expondo vertentes desnudas revestidas por caatinga fortemente degradada
e vegetação rupestre. Área classificada na Zona Fortemente Degradada e/ou Desertificada em núcleos de
expansão nos Sertões de Independência. (08/02/2012).
Figura 02 - Sertões de Independência. Superfície pediplanada a moderadamente dissecada, em associação de solos com
Luvissolos, Argissolos Vermelho Amarelos e Neossolos Litólicos além de Neossolos Flúvicos, revestidos por caatinga
arbustivo/arbórea, incluída como Zona de Recuperação Ambiental em dinâmica progressiva. (08/02/2012).
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Figura 3 - Mata Ciliar conservada, com características naturais remanescentes do recobrimento vegetal primário.
Dinâmica ambiental progressiva, classificada na Zona de Preservação Ambiental. Recobre as margens do riacho
Calumbi em área próxima à fazenda Calumbi nos Sertões do Alto Trici. (09/02/2012).
Figura 4 - Serra do Arneiroz. Maciço residual inserido nos Sertões de Tauá/Arneiroz, expondo vertentes revestidas
por caatinga arbóreo/arbustiva conservada, classificada na Zona de Preservação Ambiental dos topos de morros e
vertentes íngremes. (09/02/2012).
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Figura 5 - Sertões de Tauá/Arneiroz exibindo caatinga arbustiva com afloramentos rochosos e chãos
pedregosos. Áreas frágeis com Ecodinâmica de ambientes de transição tendendo à instabilidade, incluída na
Zona de Recuperação Ambiental. (09/02/2012).
Figura 6 - Sertões de Tauá/Arneiroz, revestidos por caatinga arbustiva degradada pela utilização com agricultura
e pecuária extensiva. Ecodinâmica de ambientes de transição regressiva, classificada como Zona de Recuperação
Ambiental. (10/2/2012).
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Figura 7 - Afloramentos rochosos em área próxima à Fazenda Monte Castelo com caatinga arbustiva degradada,
incluída na Zona Fortemente Degradada e/ou Desertificada nos Sertões de Tauá/Arneiroz. (10/2/2012).
Figura 8 - Sertões de Tauá/Arneiroz revestidos por caatinga, destacando o aspecto fisionômico da vegetação da área
próximo a Fazenda Cachoeira, incluída na Zona de Recuperação Ambiental em dinâmica progressiva. (10/2/2012).
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Figura 9 - Exposição rochosa superficial, em ambiente de caatinga de porte arbustivo-herbáceo. Área inserida
nos Sertões de Taúa/Arneiroz, incluída na Zona de Recuperação Ambiental em dinâmica progressiva.
(9/2/2012).
Figura 10 - Mata Ciliar conservada, com características naturais remanescentes do recobrimento vegetal.
Dinâmica ambiental progressiva, classificada na Zona de Preservação Ambiental. Recobre as margens do riacho
da Carrapateira em área próximo ao Distrito de Santo Antônio da Carrapateira nos Sertões de Tauá/Arneiroz.
(9/2/2012).
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Figura 11 - Aspecto da vegetação de caatinga arbustiva descaracterizada, com marcas evidentes de degradação
da cobertura vegetal primária restando alguns arbustos dispersos e espécies herbáceas e cactáceas, na localidade
de Altamira. Zona Fortemente Degradada e/ou Desertificada nos Sertões de Tauá/Arneiroz. (10/2/2012).
Figura 12 - Vertente Ocidental da Serra da Pedra Branca. Superfície dissecada em morros e cristas, com topos
apresentando afloramentos rochosos e vertentes revestidas por vegetação rupestre e caatinga. Área de transição
tendendo para a instabilidade em solos fortemente degradados, na Zona de Recuperação Ambiental dos Sertões
de Independência e Sertões de Tauá/Arneiroz, em dinâmica progressiva. (20/3/2012).
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Figura 13 - Pastagem natural próxima às margens do Riacho do Pascoal, em Zona de Recuperação
Ambiental com dinâmica progressiva dos Sertões de Independência. (20/3/2012).
Figura 14 – Sertões de Independência expondo solos desnudos com cactáceas e caatinga arbustiva degradada,
utilizada com pecuária extensiva ao fundo o Serrote do Mirante. Zona Fortemente Degradada e/ou
Desertificada. (21/3/2012).
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Figura 15 - Serra das Pipocas, nos Sertões de Independência e Sertões de Tauá/Arneiroz, expondo vertentes
semi-desnudas revestidas por caatinga arbustiva degradada e vegetação rupestre. Apresenta ecodinâmica de
ambientes fortemente instáveis, classificada na Zona de Recuperação Ambiental em dinâmica progressiva das
vertentes da Serra. (21/3/2012).
Figura 16 - Pastagem natural nas margens do Riacho Cupim próximo ao lugarejo Bolívia, nos Sertões de
Independência. Zona de Uso Sustentável em áreas medianamente estáveis com ecodinâmica tendencial de
estabilidade. (09/02/2012).
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Figura 17 - Leito rochoso do Rio Jaguaribe na localidade de Paraíso. Área de lazer mantida pela Prefeitura
Municipal de Arneiroz visando à preservação, através do Projeto Ambiental Paraíso com Vida. Classificada
na Zona de Preservação Ambiental dos Sertões de Tauá/Arneiroz. (22/3/2012).
Figura 18 - Planície fluvial do Riacho Condado, ocupada com agricultura irrigada na Fazenda Trapiá
(Arneiroz), Sertões de Tauá/Arneiroz. Ambiente de transição tendendo para medianamente estável, classificada
na Zona de Uso Sustentável. (22/3/2012).
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Figura 19 - Aspecto fisionômico da vegetação de caatinga arbóreo/arbustiva conservada que reveste a Serra de
Arneiroz. Zona de Preservação Ambiental, visando à preservação e/ou recomposição da vegetação em topos de
morros e vertentes de serras nos Sertões de Tauá/Arneiroz. (22/3/2012).
Figura 20 - Agrovila Arneiroz II. Comunidade formada através de reassentamento de áreas desapropriadas
para a construção do Açude Público Arneiroz II, situada na Zona de Uso Sustentável, em áreas medianamente
estáveis nos Sertões de Tauá/Arneiroz. (23/3/2012).
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Figura 21 - Placas da Usina de Geração Solar Fotovoltáica no Município de Tauá. Situada na Zona Fortemente
Degradada e/ou Desertificada em núcleos de expansão nos Sertões de Tauá/Arneiroz. (23/3/2012) .
Figura 22 - Aspecto do recobrimento vegetal de caatinga, próximo às margens do Riacho Jucá na localidade
de Várzea do Carmo município de Independência. Zona de Uso Sustentável em áreas medianamente estáveis e
com solos conservados dos Sertões de Tranqueiras. (8/3/2012).
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290 | Zoneamento Ecológico - Econômico das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Núcleo II - Inhamuns
Tauá - CE
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Governo do
Estado do Ceará
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