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Petenate
1ª Edição
Sumário
Introdução 1
17
23
43
Define 59
Contrato de Projeto de Melhoria 61
SIPOC 69
Measure 75
77
85
93
97
Gráfi os de tendên ia e ausas de variação 101
Analyze
e 117
Diagrama de causa e efeito 121
Introdução ao Lean 127
Improve 142
Control 154
®
Com a competitividade cada vez maior entre as O discurso de “sempre fiz assim e deu
empresas, projetos de melhoria ajudam a reduzir custos, certo” não garante mais a sobrevivência
problemas de qualidade e também a ajudam a encontrar das empresas e, por esse motivo,
soluções inovadoras. Necessidades que se fazem é necessário dominar um método
presentes nas organizações do cenário atual. eficiente de realizar melhorias.
2
Introdução
As Eras
da Qualidade
3
As Eras
da Qualidade
1875: Taylorismo
1900-1930: Fordismo
4
Introdução
As Eras
da Qualidade
1930: Shewhart (cep)
5
As Eras
da Qualidade
1980-90: ISO, Lean, Seis Sigma ISO: Publica o primeiro manual da
É o momento histórico em que ocorrem as maiores qualidade.
transformações no ambiente da melhoria da
Lean: Em um projeto paralelo, o MIT
qualidade: Os Estados Unidos começam a perder
(com patrocínio de várias empresas
mercado para os japoneses e iniciam missões para o
automobilísticas) monta um grupo
Japão para entender como funcionava o processo de
de pesquisa para estudar o sistema
fabricação dos veículos no país.
de produção americano, japonês e
Algumas empresas se organizam para atuar junto a europeu. Deste estudo começam a
universidades, no intuito de mudar o currículo dos entender o sucesso da produção,
engenheiros adicionando termos de qualidade. baseado no sistema Toyota de
A Motorola propõe um desafio de aumentar o nível produção. O livro A máquina que
de qualidade de maneira exponencial. Com isso, um mudou o mundo é publicado e introduz
conjunto de ideias e conhecimentos adquiridos são o conceito de produção enxuta (Lean
agrupados, dando origem ao Seis Sigma. Manufacturing).
6
Introdução
O que é
Lean Seis Sigma?
7
O que é
Lean Seis Sigma?
Com o objetivo de trazer soluções para problemas da empresa está acima do nível 6 sigma.
existentes nas empresas, o Seis Sigma tem uma meta A cada 1 milhão de rodas produzidas,
de redução de defeitos. Em tese, para atingir o nível Seis apenas 3,4 apresentam defeitos. A
Sigma, a empresa deveria possuir 3,4 defeitos a cada 1 produção trabalha em nível 6 sigma.
milhão de oportunidades.
Esse valor foi definido a partir de um
Alguns exemplos seriam: estudo envolvendo algumas empresas
Um banco abre um milhão de contas por ano e (após referência na área de qualidade, e foi
levantamento) constatou-se que 100.000 dessas contas possível constatar que elas possuíam
tiveram algum problema com o preenchimento de dados em torno de 3,4 defeitos para cada
que demandou retrabalho, por parte da empresa ou dos milhão produzido.
clientes. Com isso, o processo de abertura de contas se O nível sigma também pode ser definido
enquadra entre os níveis 2 e 3 sigma. para outros valores, como mostra a
Uma linha de produção de notebooks observa após tabela da figura. Também é importante
alguns meses que seu rendimento de produção está em relativizar esses valores em função das
98% (ou seja, 2% dos notebooks produzidos têm algum características de cada indústria – é
defeito). O nível sigma atual da produção está entre 3 e 4 muito mais difícil ser uma empresa 6
sigma. sigma se a empresa atua na área de
Uma empresa de aviação tem, em todo seu histórico, serviços, quando comparado com uma
rendimento de 99,9999% de voos que não apresentaram empresa que atua com produção.
nenhum tipo de problema. Portanto o processo de voos
8
Introdução
Roteiro DMAIC
» Contrato
» VOC
» Implementar mudanças » SIPOC
» Documentar
» Monitorar
» Avaliar o SM
9
Roteiro DMAIC
O objetivo do DMAIC é organizar (em 5 etapas) o progresso do projeto de melhoria, deixando claro
para todos que participam o que foi feito e o que está sendo feito, guiando o projeto para que tenha
início, meio e fim. Com o roteiro, a equipe tem um método de trabalho seguro e eficiente para
organizar as atividades. Como quando usamos GPS em uma cidade que não conhecemos muito
bem, é importante utilizarmos o roteiro DMAIC para estruturarmos nosso projeto Seis Sigma. Afinal,
seguindo um método temos uma maior chance de sucesso.
Nesse caso, o objetivo é facilitar e organizar a forma como serão utilizadas as técnicas ao
longo do projeto, servindo como um guia para o time.
Com o roteiro DMAIC, a equipe tem um método de trabalho seguro e eficiente para organizar
as atividades.
10
Introdução
Roteiro DMAIC
8.Close 1.Define
Control Define
7. Standardise 2. Measure
Measure
6. Control 3. Analyse
Improve
5.Check 4. Improve Analyse
Além do DMAIC, existem outros roteiros
para se realizar melhorias.
Todos com o mesmo objetivo: estruturar os
Define Map Define passos de projeto. Para o Seis Sigma, o roteiro
Process Process Process
et ss
Meas.
rg ce
al oce
Ta Pro
s
ys s
th
e
oc e
Pr rov
s
e s
p
th
Im
11
Papéis e funções dentro
do Lean Seis Sigma
Conselho de
gestão LSS
Patrocinador
(Champion)
Líder: BB ou GB
Coaching:
MBB ou BB
GB, YB ou WB
Considerando o método Seis Sigma White Belt: entende os conceitos básicos de melhoria
é geralmente usado em projetos e auxilia times na execução desses projetos. Conhece o
de melhoria (com começo, meio e Lean Seis Sigma, as etapas do roteiro DMAIC e o Modelo
fim), há a necessidade de um grupo de Melhoria.
de colaboradores qualificado para Yellow Belt: pode ser integrante em projetos Seis Sigma e
concretizar a iniciativa. lidera esforços de baixa complexidade. Conhece também
Os profissionais envolvidos nesses algumas ferramentas de mapeamento de processos e
projetos precisam ter algum nível de procura por possíveis problemas ao longo do projeto.
conhecimento, conforme o grau de Green Belt: lidera projetos de média complexidade.
dificuldade das tarefas assumidas. Geralmente recebe orientação de um Black Belt. É o
Os níveis de certificação Seis Sigma são principal responsável pela coleta de dados do projeto
divididos em faixas (belts), com cores de melhoria, entendendo a necessidade dos dados e a
diferentes, assim como no judô. maneira como devem ser coletados.
As certificações existentes são as Black Belt: orienta e treina times de melhoria.Pode
seguintes: White Belt, Yellow Belt, Green liderar projetos de alta complexidade.
Belt, Black Belt e Master Black Belt. Master Black Belt: treina e orienta BB e GB. Geralmente
Os conhecimentos exigidos para cada ajuda no desenvolvimento das estratégias dos projetos e
uma delas são: funciona como um consultor (sensei) dos projetos.
12
Introdução
Estruturação para
a melhoria
Estratégia
Estrutura
Método
Está claro que algumas vezes os programas de Por isso, o apoio da alta liderança é
melhoria não trazem os resultados esperados. um fator primordial para o sucesso de
Muito desse fracasso pode ser explicado pela qualquer iniciativa de melhoria.
falta de organização das iniciativas.
Isso pode ser evitado se levarmos em Outro fator importante a ser considerado
consideração três pontos: estratégia, é a necessidade de existir uma estrutura
estrutura e método. adequada para gerenciar os projetos de
O primeiro aspecto a ser considerado é se as melhoria. Essa estrutura existe como meio
iniciativas de melhoria fazem parte da de alinhar objetivos, apoiar as iniciativas
estratégia do negócio. e gerenciar os esforços. Além disso, é vital
Em um programa de Lean Seis Sigma, as pessoas dominar as ferramentas de um método
devem dedicar tempo e esforço para atingir os reconhecidamente capaz de entregar os
resultados, e isso só acontecerá se esse programa resultados almejados com os
for considerado um tema estratégico. projetos de melhoria.
13
Eventos que ocorrem
em uma organização
Sistema Entendimento
de variação
Deming, na década de 1990, sintetizou os fundamentos da ciência da melhoria em quatro pilares que
ele chamou de Sistema de Conhecimento Profundo, e no qual denota a capacidade de desenvolver
boas mudanças, as quais obtemos com a utilização desse sistema.
14
Introdução
Sistema de Conhecimento
Profundo
Os 4 pilares da ciência da melhoria:
Visão sistêmica
Teoria do Psicologia
conhecimento
W. E. Deming
Entendimento de variação
15
Conhecimento
para a Melhoria
Para melhorar processos é necessário dominar
dois tipos de conhecimento:
Melhoria
Conhecimento da
Conhecimento específico
ciência da melhoria
16
ORGANIZAÇÃO
COMO UM SISTEMA
Organização como
um organograma
18
Organização como Sistema
Organização
como sistema
O mapa de processos é uma ferramenta que ajuda no desenvolvimento de uma visão da organização
como um sistema de processos interconectados (descrever “como o trabalho é feito”). Toda empresa
tem como objetivo atender uma necessidade para um cliente, e o cliente é a principal fonte de
direcionamento para o produto/serviço oferecido pela empresa. Portanto, o foco dos projetos de
melhoria é adequar processos para que o produto final atenda às especificações do cliente.
DESIGN AND
REDESIGN CONSUMER
RESEARCH
SUPPLIERS OF
MATERIAL, IFORMATION CONSUMERS
AND EQUIPMENT
DISTRIBUTION
RECEIPT AND
TEST OF MATERIALS
PRODUCTION, ASSEMBLY, INSPECTION
TESTS OF PROCESS,
MACHINES,
METHODS, COSTS
19
Processo
Transformações
S I P O C
Um processo é um conjunto de causas e A qualidade do trabalho realizado em uma
condições que se unem repetidamente em uma organização é resultado não somente do
série de passos para transformar entradas em funcionamento dos processos individuais,
resultados. mas também de quão bem esses processos se
conectam como um sistema.
20
Organização como Sistema
Processo
21
MODELO DE
MELHORIA:
3 Questões fundamentais
Mudança e
melhoria
Conceito fundamental:
NEM SEMPRE
RESULTA EM:
MUDANÇA MELHORIA
REQUER
O primeiro passo para Com isso em mente, levantamos a seguir três considerações:
realizar melhorias é • Para propor qualquer mudança, precisamos ter um objetivo para o
reconhecer que nem projeto claramente definido (precisamos saber o que
toda mudança resulta queremos melhorar e por quê).
em melhoria. Apesar
disso, para melhorar, • Como nem toda mudança pode gerar uma melhoria, precisamos de
é necessário alterar o indicadores para comprovarmos quando nossa ação foi efetiva, é preciso
processo ou o sistema. estabelecer critérios (metas) para saber quando uma mudança é uma
melhoria para o propósito especificado.
• Como toda melhoria requer mudança, precisamos buscar por mudanças
durante a execução da iniciativa de melhoria, desenvolvê-las,
testá-las e implementá-las.
24
O Modelo de Melhoria: 3 Questões Fundamentais
Modelo de
melhoria
Q1 Q2
Como saberemos
O que estamos
se uma mudança
tentando realizar?
é uma melhoria?
Q3
Sabemos que cada Q2. Como saberemos se uma mudança é uma melhoria?
consideração leva à formulação (INDICADORES)
de uma questão que deve ser Nem toda mudança resulta em melhoria. É preciso estabelecer
respondida pelo projeto critérios para saber quando atingimos o objetivo.
de melhoria.
Para saber se uma mudança é uma melhoria quase sempre
Q1. O que estamos tentando necessitamos de dados, sejam eles observados ou formalmente
realizar? (OBJETIVO) coletados em pesquisa. O impacto das mudanças será medido
Todo esforço de melhoria deve baseado no indicador escolhido para o projeto.
ter um propósito bem definido. Q3. Que mudanças podemos fazer que resultarão em
As pessoas se motivam e se melhoria? (MUDANÇAS)
comprometem com uma
iniciativa de melhoria se elas Toda melhoria requer mudança. Se estamos interessados em
têm um foco claro. Além disso, obter melhoria precisamos alterar o processo/sistema.
as pessoas devem entender Esta questão chama a atenção para a necessidade de se
a importância do trabalho desenvolver, testar e implementar mudanças para obter melhoria.
desenvolvido. A resposta à Devemos sempre usar as três questões fundamentais.
primeira questão estabelece
objetivos para uma iniciativa Em um projeto formal de melhoria, é apropriado responder às
de melhoria. Os objetivos duas primeiras questões no início do projeto. A terceira questão é
devem ser declarados de forma respondida durante a realização do projeto, com novas propostas
breve e concisa, para orientar a de mudanças para serem testadas.
iniciativa e para manter o foco.
25
Exemplos de utilização –
iniciativas de melhoria
Exemplo 1: Melhoria em um processo de compras
26
O Modelo de Melhoria: 3 Questões Fundamentais
Atividade
27
Como estruturar as
questões: Q1
Q1. O que estamos tentando realizar?
Exemplo: Reduzir o custo de entregas atrasadas no setor de eletrônicos em 70% (de $1.5M para
$45K) até janeiro de 2008.
28
O Modelo de Melhoria: 3 Questões Fundamentais
Resultados esperados
e indicadores
Cuidado: Ao estabelecer objetivos é comum as pessoas confundirem:
O momento de definição do objetivo deve receber atenção e cuidado especial, pois pode haver con-
fusões e mal direcionamento dos trabalhos dos envolvidos.
Os principais cuidados são os seguintes: Não confundir objetivo do projeto com ideia de
Não confundir objetivo do projeto com atividade mudança
do projeto. Exemplos: eliminar passos do processo, reduzir
Exemplos: coletar dados, criar uma base de classificações de itens, implementar checklist,
dados, mapear processos, fazer um diagrama de implementar dispositivo à prova de erro, reduzir
causa e efeito, etc., são atividades a serem realiza- número de etapas do processo, implementar novo
das ao longo do projeto, mas não são o objetivo. sistema de gestão (Ex: TOTVS, SAP), etc. são todas
ideias para mudanças que podem ser realizadas
durante o projeto (e podem trazer melhorias em
nosso indicador), mas não são o objetivo primário
do projeto.
29
Como estruturar as
três questões: Q2
Q2. Como saberemos se uma mudança é uma
melhoria?
30
O Modelo de Melhoria: 3 Questões Fundamentais
Como estruturar as
três questões: Q2
Baseado no exemplo do livro Modelo de melhoria décima primeira semana, foi realizada uma nova
(2011), no qual uma mudança foi projetada para medida, e o resultado obtido foi 3 minutos. A
reduzir o tempo de ciclo de uma operação. redução do tempo de ciclo de 8 para 3 minutos foi
No planejamento do teste, estabeleceu-se que considerada muito significante para o processo
a mudança seria realizada entre a sétima e a de interesse. Os dados obtidos estão no gráfico
oitava semana a partir do início do projeto. Uma da figura. Qual é o grau de convicção de que a
medida do tempo de ciclo foi realizada na quarta mudança é uma melhoria?
semana, o resultado obtido foi 8 minutos. Na
31
Como estruturar as
três questões: Q2
Com os dados do exemplo anterior, poderíamos gerar seis cenários, conforme mostrado
anteriormente. Em todos eles, o tempo de ciclo na semana 4 é de 8 minutos e de 3 minutos na
semana 11. Será que a convicção de melhoria é a mesma para o seis cenários?
32
O Modelo de Melhoria: 3 Questões Fundamentais
33
Definição operacional
de melhoria
Em esforços de melhoria precisamos, ao final do projeto, apresentar um gráfico que mostre o indica-
dor ao longo do tempo para comparar os resultados gerados pelo projeto.
Da discussão anterior, podemos criar uma definição operacional de melhoria. “Melhoria” é o impac-
to positivo, relevante e duradouro produzido por mudanças realizadas de forma intencional em indi-
cadores de projeto. Em esforços de melhoria precisamos, ao final do projeto, apresentar um gráfico
que apresente o indicador ao longo do tempo para comparar os resultados gerados pelo projeto.
34
O Modelo de Melhoria: 3 Questões Fundamentais
Antes Depois
35
Como saber se uma
mudança é uma melhoria?
Antes Uma semana Duas semanas
depois depois
Nesse caso, a organização da sala não se mantém, portanto não podemos considerar uma
melhoria, pois a mudança não teve resultado duradouro.
36
O Modelo de Melhoria: 3 Questões Fundamentais
Nesse caso, temos maior convicção de que seja uma melhoria. Nunca temos certeza de que as
coisas não irão voltar para o estado anterior, mas, quanto mais dados, maior a convicção de que
manteremos o mesmo patamar do indicador.
Assim, para mostrarmos que atingimos nosso objetivo, devemos coletar dados sobre o indicador do
projeto e seguir algumas diretrizes durante esse processo.
Os dados devem geralmente cobrir um período anterior ao início das mudanças e um período
durante e após as mudanças.
Conforme mudanças forem sendo feitas no processo, o comportamento dos indicadores deve
fornecer informação para julgar se as mudanças são melhorias.
37
Como saber se uma
mudança é uma melhoria?
Melhoria não se trata apenas de medição!
- Provérbio palestino
38
O Modelo de Melhoria: 3 Questões Fundamentais
Tipos de
indicadores
nosso objetivo?
39
Como estruturar
as três questões: Q3
Q3. Que mudanças podemos fazer que resultarão
em melhoria?
Cinco meios de gerar ideias de mudanças
Pensamento criativo
Ao lidar com a terceira questão (Quais mudanças podemos fazer que resultarão em melhoria?),
devemos ter em mente que são necessárias mudanças no processo se desejamos melhorá-lo. Um
bom processo é aquele em que as pessoas têm facilidade de fazer as coisas certas e dificuldade
de cometer erros. Isso também vale para produtos. As ideias para obtermos boas mudanças nos
produtos e processos podem vir de cinco meios:
40
O Modelo de Melhoria: 3 Questões Fundamentais
Como estruturar
as três questões: Q3
• Análise crítica sobre processo/produto atual - desafia as barreiras do
processo/produto, análise do desempenho atual.
Mapeamento do processo.
Coleta de dados.
Entendimento de relação entre variáveis.
Balanceamento.
Retirada de atividades que não agregam valor.
• Benchmark – análise de práticas e desempenho de empresas que atuam
no mesmo ramo para comparação e para trazer ideias de mudanças.
• Uso de novas tecnologias.
Testar em pequena escala.
Utilizar para resolver causas comuns e não especiais.
• Pensamento criativo.
Sair do estágio de pensamento atual e gerar ideias através de técnicas.
• Uso de conceitos de mudança.
Utilizar uma ideia que fez algum processo funcionar bem e usar o conceito da ideia em
nossos processos.
41
MODELO DE MELHORIA:
PDSA
Modelo de
melhoria: PDSA
Lembre-se da relação entre mudança e melhoria: fazer uma melhoria é a busca de boas
mudanças.
Boas mudanças resultam da aplicação de conhecimento sobre o processo, e o conhecimento é
fruto de aprendizado.
O aprendizado das pessoas sobre os processos é realizado de forma mais eficiente e eficaz pelo uso
do método científico.
O ciclo PDSA é o componente do modelo de melhoria que guia o aprendizado.
44
Modelo de Melhoria: PDSA
Método
científico
Fases do método científico
Observar um evento
Problema
Concluir
Publicar
Em projetos de melhoria, é importante
aprendermos de maneira rápida, e uma boa
maneira de fazer isso acontecer é utilizar
o método científico. Mas como funciona o
método científico?
1. Tudo começa (e termina!) com questões.
2. O cientista sempre tem uma hipótese a
respeito de qualserá a resposta (predição).
3. Então o cientista faz um estudo
4. Analisa os resultados e....
5. Publica.
45
Método
científico
Fases do método científico
Observar um evento
Problema
Concluir
Aplicar
46
Que mudanças podemos
fazer que resultarão
Modelo de Melhoria: PDSA em melhoria?
Modelo de
melhoria: PDSA
Executar ações em função dos Objetivo
resultados Questões e predições
Outro ciclo? Plano para coletar dados
(O que, Onde, Quando)
ACT PLAN
Para ajudar as pessoas a organizar essas No STUDY é a hora de analisar os dados e tirar
etapas nos estudos de melhoria dentro das conclusões do ciclo de acordo com as questões
organizações, é importante utilizar ciclos PDSAs. estruturadas no PLAN.
Em cada fase do ciclo, temos tarefas que nos No ACT é o momento de executar as ações
levam na direção do aprendizado. Essas tarefas aprendidas e planejar a partir destes resultados
estão descritas no ciclo PDSA acima. quais seriam os próximos ciclos de estudo.
No PLAN é o momento de definirmos o objetivo As formas mais comuns de se usar um ciclo
deste ciclo de estudo, quais questões queremos PDSA como parte de um esforço de melhoria são:
responder e para cada questão colocar uma • Coletar dados para construir conhecimento
predição. Essa predição é muito importante para para ajudar a responder qualquer uma das
aprender com as suposições que haviam antes três questões fundamentais. (Atenção: neste
do estudo. Neste momento também é a hora de caso garanta que a etapa A do ciclo seja feita. É
definir como será o plano de coleta de dados, preciso que alguma ação concreta ocorra após o
caso faça parte do plano. ganho de conhecimento.)
No DO é a hora de entrar em ação! Executar um • Testar uma mudança.
plano, a coleta de dados e observar eventos que
não eram planejados. • Implementar uma mudança.
47
Rascunho de Deming
do ciclo de Shewhart - 1985
48
Modelo de Melhoria: PDSA
Usando PDSA
em sequência
Em uma iniciativa de melhoria, ciclos Conforme os PDSAs são realizados, o conhecimento
PDSA são utilizados para entender a aumenta em direção às mudanças que resultam em
situação atual de um processo, além melhoria. A figura a seguir ilustra esse conceito.
de desenvolver, testar e implementar
mudanças (um ciclo “puxa” o outro).
Esse conceito é chamado de rampa de Ferramentas básicas para melhoria:
PDSAs. • Formulário de coleta de dados.
• Definição operacional.
• Histograma.
• Gráfico de Pareto.
• Gráfico de tendência.
• Gráfico de controle.
• Mapeamento de processos.
• Diagrama de causa e efeito.
• Planejamento de experimentos.
STUDY DO
ACT PLAN
STUDY DO
ACT PLAN
STUDY DO
ACT PLAN
STUDY DO
Suposições
Teorias
Intuições
Tempo
49
PDSA:
Exemplo
Considere um projeto de melhoria com o objetivo de reduzir o tempo para
realizar compras.
Plan
Objetivo: Conhecer como se comporta a demanda para o setor de compras
Questões Predições
Como é a distribuição dos valores das A maior parte das compras está entre R$ 2.000 e
compras? R$ 3.000
Quais tipos de compras são mais frequentes? O tipo de compra mais frequente é o
“Menor preço”. Poucas compras são do tipo
“Reservado”.
» O Alberto é responsável por coletar os dados. Instruí-lo sobre como amostrar, anotar os valores e digitar em
uma planilha.
» A Madalena deve preparar um gráfico de frequência dos valores das compras e um gráfico de barras com
as porcentagens por tipo de compra.
Do
Coletar os dados
Observar e anotar anomalias durante o processo de coleta dos dados.
Existiam dois tipos principais de compras: Com relação aos valores, produtos com valor
• Reservado: o solicitante já havia reservado abaixo de R$ 2.000,00 não precisavam de 3
o produto e bastava executar a compra, o que orçamentos, o que sugeria um processo mais
sugeria uma compra rápida. rápido para eles.
• Menor preço: a compra seria realizada por meio de O PDSA da figura mostra um estudo da equipe
3 orçamentos, em que o de menor preço ganharia. de melhoria para entender a distribuição dos
pedidos de compras.
50
Modelo de Melhoria: PDSA
PDSA:
Exemplo
51
PDSA:
Exemplo
Foi possível perceber que a
maioria dos pedidos tinha
preço baixo e era do tipo
reservado, o que sugeria que
eles deveriam ser executados
com rapidez, e isso não vinha
acontecendo.
No ciclo PDSA seguinte,
os compradores foram
entrevistados. Eles disseram
que, mesmo para compras
do tipo reservado, cotavam
com outros fornecedores,
o que atrasava a compra.
Essa descoberta fez com que
a gerente suspendesse as
cotações para compras do
tipo reservado, reduzindo
significativamente o tempo
para realização das compras.
52
Modelo de Melhoria: PDSA
PDSA:
Exemplo
Study Act
Mais de 80% dos valores estão 1. Entrevistar os compradores para
abaixo de R$2K, sugerindo que um entender as causas de demora em
53
Formulário para documen-
tação de PDSA em projeto
Pode ser útil em um projeto de melhoria documentar os PDSAs que foram realizados de maneira
resumida, para rápida construção da “memória” das atividades.
A figura mostra um exemplo de planilha para documentação de PDSAs.
54
Modelo de Melhoria: PDSA
Define
1 Entender
Measure
Plan
2 Desenvolver Analyze
3 Testar Improve Do
Check
4 Implementar Control
Act
55
Modelo de
melhoria
ACT PLAN
56
Modelo de Melhoria: PDSA
As três categorias de
melhoria
57
DEFINE
59
Introdução
Objetivo
Definir e comunicar o foco e os indicadores do projeto ao grupo
de melhoria.
Atividades
Na fase define, o objetivo é definir o escopo do projeto, ATENÇÃO: muitas vezes, pela pressa de
clareando para todos os envolvidos o que é esperado solucionar os problemas, as equipes
como resultado. É uma fase muito importante, pois, caso discutem superficialmente sobre
ela seja bem-feita, garante o direcionamento dos esforços os objetivos e começam os testes, e
e a energia da equipe. essa atitude muitas vezes resulta em
projetos desfocados e sem sucesso no
final.
60
Contrato de Projeto
de Melhoria
Contrato
de Projeto
O que é?
Contrato é um acordo Deve conter uma Tem o objetivo de Todo projeto Lean
62
���
Contrato do Projeto
de Melhoria
Patrocinador: 1 por projeto. Traz a visão Problema: qual é o incômodo?
de negócios e ajuda na superação dos Q1. O que estamos tentando realizar?
obstáculos políticos organizacionais,
O objetivo deve ser declarado da seguinte forma:
além de disponibilizar recursos para a
equipe. Geralmente é uma pessoa Verbo no infinitivo + complemento
da alta gerência. Exemplo: reduzir tempo de ciclo da operação X em 50%
Líder da equipe: 1 por projeto. Alguém em 3 meses a partir do início do projeto.
formado nas ferramentas de melhoria Q2. Como sabemos que a mudança é uma melhoria?
(normalmente um Green Belt ou Black Belt). Nessa etapa, colocamos nosso indicador, o seu
Integrantes da equipe: entre 2 a 3 desempenho atual e a meta que queremos realizar.
pessoas. Considere incluir pessoas com Business case: deve ser realizado o cálculo do ganho
conhecimento sobre o problema. esperado com este projeto. É o momento de vender o
Contexto: descreva o incômodo (ou projeto para a alta liderança.
oportunidade) que existe na organização Atividades iniciais: liste as atividades que darão início ao
e que motivou a escolha desse projeto. projeto. Por exemplo: coletar dados do indicador, mapear
Não deve conter causa ou o processo, entrevistar um cliente etc.
solução do problema.
Restrições para as atividades: quais as fronteiras a
que o projeto deve se limitar. Fronteira de pessoas,
investimento, áreas, etc.
Líder da Equipe:
Atividades iniciais do projeto:
Demais integrantes:
63
Contrato do Projeto
de Melhoria
Aqui apresentamos como estruturar o Business case, além
de um exemplo de um projeto real:
Exemplo: A redução de entregas atrasadas de 15% para 3% irá aumentar a satisfação dos clientes
e reduzirá custos de multas contratuais em R$350.000,00 em um ano.
64
���
Contrato do Projeto
de Melhoria
Apresentaremos, a seguir, um formulário de contrato do projeto
Patrocinador: Roberto Meireles
Contexto / Descrição: Nossa empresa possui 42 máquinas injetoras que precisam realizar setup para
Reduzir o tempo de máquina Tempo (em horas por 500 horas 250 horas
parada para setup, na linha de semana) de máquina semanais (média). semanais.
injeção plástica, em 50% até parada para setup.
janeiro de 2015.
Business case:
Atividades iniciais do projeto
Com um custo de R$ 140,00
• Preparar um SIPOC do processo de troca de molde.
por hora de máquina parada,
• Coletar dados de tempo de parada estratificados.
a redução desse tempo de 500
(Aguardando liberação, aguardando equipe de setup,
horas semanais para 250 horas
aguardando OS etc.)
semanais irá reduzir os custos a
por semana ou R$ 140.000,000 Não será possível nenhum investimento (máquinas novas,
por mês. contratações etc.).
65
Contrato do Projeto
de Melhoria
Cuidados com Metas
Estreitamento do foco
Aumento de assunção de
Tenha cuidado ao aplicar metas riscos
na sua organização!
66
���
Cuidados
com metas
Uma questão também importante diz respeito A definição de objetivos arrojados e
a como erros ou falhas são tratados. A Toyota, aparentemente impossíveis funciona pari passu
por exemplo, baseia-se nos resultados da com a cultura da experimentação, em que a
experimentação para aprender o que funciona recompensa real não é o êxito ou o fracasso,
e o que não funciona, mas esse processo não mas sim o conhecimento acumulado a partir de
terá êxito se os funcionários sentirem que têm diversas experiências de aprendizagem
de ocultar notícias desfavoráveis ou fabricar de alta qualidade.
resultados positivos.
67
���
Cuidados
com metas
Algumas formas de estabelecer metas:
Observar outras organizações Os próprios participantes do projeto podem extrair perguntas, tais
que tenham realizado como: “O que seria necessário para obter uma redução de 50% no
objetivos similares é uma tempo de enviar uma encomenda?”
forma de estabelecer metas. Isso auxilia na definição das metas.
68
SIPOC
SIPOC
O que é?
O SIPOC é uma ferramenta usada pela O SIPOC é uma ferramenta extremamente importante,
equipe de melhoria para identificar os pois ajuda as pessoas a enxergarem suas atividades como
elementos relevantes de um processo processos, aumentando sua capacidade de encontrar
no início do projeto de melhoria. Ele oportunidades de melhoria.
aplica-se a todo tipo de trabalho, seja ele
repetitivo ou pouco frequente, e ajuda
a criar uma visão macro do processo, Segundo Deming:
definindo seus limites (pontos de início
e fim) e permitindo localizar pontos de "Se você não pode descrever o que está fazendo como
coleta de dados. um processo, você não sabe o que está fazendo."
70
���
SIPOC
O que é SIPOC?
Transformações
S I P O C
Fornecedor Entradas (Input): Processo Saídas|Resultados Cliente
(Supplier): Informação ou (Process): (Output): (Customer):
Pessoas ou organi- material fornecido Série de etapas O produto ou Pessoas, empresas
zações que fornecem pelo fornecedor. que transforma serviço produzido ou outros processos
as informações ou as entradas em a ser utilizado pelo que recebem os
materiais a serem resultados. cliente. resultados do
processados. processo.
71
Formulário do
SIPOC
Formulário
Fornecedores Entrada Processo Saída Cliente
Passos do Processo
72
���
Formulário do
SIPOC
Formulário
Fornecedores Entrada Processo Saída Cliente
Requisição
Realizar
Laboratório Seringas Exame de
Agulhas Sangue
Álcool
Outros Materiais
Passos do Processo
73
Measure
MEASURE
Introdução
Objetivo
Conhecer o processo em detalhes e coletar dados.
Atividades
erificar a estabilidade
V alcular a capabilidade
C
do indicador que do processo.
estamos analisando.
76
Fluxograma
Fluxograma
O que é?
O fluxograma é uma ferramenta que tem diferentes utilidades, dependendo da fase do projeto:
» Conhecimento sobre o processo (MEASURE)
» Identificação de pontos de medição (MEASURE)
» Identificação de complexidades (ANALYSE)
» Desafio de atividades (ANALYSE)
» Projeto ou modificação do processo (IMPROVE)
» Padronização de procedimentos (CONTROL)
Quando utilizar?
Se o projeto tem o objetivo de melhorar um processo (fluxo), essa ferramenta provavelmente será útil.
78
Measure
Fluxograma
S I P O C
Doador é As veias do
Avaliação Doador vai Biomédico
Doador entrevistado e Doador são
é relizada para a sala de verifica as
chega preenche verificadas na
pelo médico doação veias
formulário sala de espera
Sim
Não Não
Doador Veias Saúde Doador Veias
Rejeitado OK? OK? Rejeitado OK?
Sim
Não
Sim
Doador
Rejeitado Plasma é
extraído
79
Fluxograma
Simbologia utilizada:
SIM
80
Measure
Fluxograma:
nível de detalhes
Mini
Esboçar Esboçar
o texto o texto
Esboçar o texto Midi
não não
não
Foi aprovado?
Foi aprovado?
Obter aprovação
Obter aprovação Início Início
Foi aprovado? Obter aprovação Início Macro
sim sim
sim
Ligar o Ligar o Esboçar Esboçar
o texto o texto
Ligar o Esboçar o texto Início Início Início
Computador
Computador
Computador não não
não
Iniciar o Iniciar
Word o Word
Iniciar o Word Foi aprovado?
Foi aprovado? Obter aprovação
Obter aprovação
Foi aprovado? Obter aprovação Esboçar Esboçar
o texto o texto
Esboçar o texto
sim sim
Digitar oDigitar
texto o texto sim
Digitar o texto
Digitar oDigitar
texto o texto
Digitar oDigitar
texto o texto Digitar o texto
Digitar o texto
Revisar oRevisar
texto o texto
Revisar o texto Distribuir
Distribuir
o texto o texto
ImprimirImprimir
o texto o texto Distribuir o texto
Imprimir o texto
Precisa de
Precisa de
Fazer correções
Precisa deFazer correções Distribuir
Distribuir
o texto o texto
correções?
correções?
correções?
Fazer correções Distribuir o texto Fim Fim Fim
Distribuir
Distribuir
Distribuir
o texto o texto
o texto
O fluxograma pode ser construído com alto ou baixo nível de detalhes, dependendo da sua
aplicação. Em projetos em que o objetivo principal é a redução do tempo, pode ser indicada a
construção de um fluxo com nível mínimo de detalhes.
Existem diversos tipos de fluxogramas. Cada um deles é elaborado para contextos diferentes.
81
Fluxograma:
Horizontal
Processo de avaliação de solicitação de empréstimo
Sim
Não
82
Measure
Fluxograma:
multifuncional
Multifuncional (desdobrado)
O fluxograma multifuncional foca nas Também pode ser útil representar quantos
unidades organizacionais, permitindo à dias o processo fica em cada etapa, facilitando
equipe compreender o fluxo do processo a identificação de gargalos.
entre os departamentos. Ele também mostra a Muitas vezes, a simples instituição de prazos
interdependência das atividades. para as atividades geram um grande impacto no
É útil para processos que não se completam tempo de processamento.
em uma única área, indicando os responsáveis
por cada etapa. Geralmente é na passagem
entre departamentos que existem grandes
oportunidades de melhoria.
83
Fluxograma:
versões de um processo
O que o gerente
pensa que é O que é realmente O que deveria ser O que poderia ser
84
Sistema de
Medição
Processo de
medição
Mundo Físico
Mundo
Comportamental Observações
Observar
e Medições Dados
e/ou Medir
Documentadas
Mundo
Sensorial
Sabemos que os dados são utilizados As variáveis que iremos utilizar para estudar o
tanto em atividades de manufatura quanto processo são o resultado de medições realizadas
atividades administrativas e serviços. Dados em uma determinada entrada, saída ou processo.
são observações documentadas ou resultados Essas medições contém, em maior ou menor
de uma atividade de medição. A atividade de grau, “erro” e quanto maior for esse “erro”,
medição pode ser pensada como um processo pior serão nossas decisões. Portanto é de vital
cujo output é a medida. importância a avaliação do sistema de medição.
DEMING
86
Measure
Processo de
medição
Medir: Aroma
87
Definição
operacional
produto ou serviço
Como medir uma característica de qualidade?
88
Measure
Definição
operacional
É uma descrição, em termos quantificáveis, do que medir e os passos a seguir para medi-lo de
forma consistente
»» É clara e inequívoca
89
Definição
operacional
Como você define estes conceitos?
» Um imposto justo
?
» Ser rico
» Ser pobre
» Estar desempregado
» Estar limpo
» Férias boas
» Chegar no prazo
» Área urbana
» Aquecimento global
» Estar contaminado
90
Measure
Definição
operacional
Componentes
»» Objetivo
»» Característica de interesse
»» Instrumento de medição
»» Procedimento
»» Critério
91
Tipos de
variáveis
Tipos de
variáveis
Variáveis
Qualitativas Quantitativas
94
Measure
Classificação de
dados (simplificada)
Tipo de variáveis Característica Dado registrado
de qualidade
Desempenho da entrega Entrega no prazo/atrasado
Categóricas Classificação
(Qualitativo) Retrabalho Sem/Com
Arranhões Sem/Com
Mudanças Número de mudanças/projeto
Contagem Acidentes Número de acidentes/por mês
95
Custo, tempo
e informação
Não há uma única forma de medir. A decisão depende de vários fatores.
A forma de medir usual, que pode ser adequada para operações de rotina, pode não ser adequada
em projetos de melhoria.
a
Tamanho da
Tipo de variável Tempo Custo Informação por amostra para a
para medir para medir unidade medida mesma quantidade
de informação
Classificação -
Contagem
Contínua +
96
Análise da
variação
Variabilidade
e estatística
Sabemos que um produto ou serviço pode ser avaliado a partir de características de qualidade. Dois
itens produzidos nas mesmas condições não são, em geral, idênticos com respeito às características
de qualidade consideradas. Assim, a variabilidade é inerente aos processos.
A variação é inerente a
todos os processos
29
A análise da variabilidade deve ser usada como base para as ações no processo. Ações baseadas
em um correto entendimento de variação ajudam a melhorar a performance do processo.
A variação pode ser percebida através dos dados.
40
35
% entregas fora do prazo
30
25
20
15
10
5
2 4 6 8 10 12 14 16 18
Mês
98
Measure
Percepção
da variação
Uma das funções de um gestor é tomar decisões
baseadas na interpretação da variação
nos indicadores.
» H
á 3 meses, as vendas estão abaixo do previsto.
Esses dados indicam uma tendência? É
necessário agir?
» H
á diferenças de desempenho das pessoas
na organização? Há alguém que realmente
necessita de uma assistência especial? Há
alguém que merece um reconhecimento
especial?
» O
número de acidentes foi maior que no ano
passado. É preciso fazer mudanças no ambiente
de trabalho? Fazer uma campnha sobre
segurança no trabalho?
99
Gráfico de
Tendência
e Causas de
Variação
Característica e
Medida
S I P O C
Variáveis de Variáveis de Variáveis de
Input Processo Output
X1, X2 , ... , Xk Y
102
Measure
Gráfico de
tendência
Considere o seguinte exemplo:
O departamento de customer success de uma empresa coletou os dados de número de
reclamações semanais durante 6 meses.
33
Uma ferramenta importante quando estudamos variação é o gráfico de tendência. Esse gráfico é
simplesmente um registro de uma medida ou característica ao longo do tempo. Ele pode revelar
ciclos, tendências ou mudanças de desempenho ao longo do tempo. Algum tipo de gráfico de
tendência deve sempre fazer parte do estudo da variação em um processo ou sistema, pois é um
gráfico simples e fácil de construir.
20
Número de reclamações
15
10
0
1-jul-18
26-ago-18
6-mai-18
3-jun-18
8-abr-18
29-jul-18
Data
»» No eixo horizontal fica a variável que representa “tempo” , e no eixo vertical a variável
sendo monitorada.
1. Para construir um gráfico de tendência, identifique a atividade que você deseja mensurar ao
longo do tempo. Exemplo: número de unidades vendidas por dia por uma empresa.
2. Defina o intervalo de tempo entre cada coleta (frequência). Exemplo: diário.
3. Faça a coleta dos dados. Registre os dados e coloque no gráfico à medida que forem
sendo coletados.
103
Análise da variação –
34
causas de variação
Considere a história de dois jovens recém-casados:
O marido mudou-se 20
para a nova casa do
15
casal três semanas
antes do casamento. Na 10
volta do trabalho para
5
casa, ele saía às 17h30
Minutos
-20
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Dia
» No primeiro dia após o casamento, a esposa Qual conselho você daria para essa esposa?
ainda em férias, o marido promete chegar Talvez internar-se? E para o marido? Também
às 18 horas, mas ele chega 10 minutos internar-se, pois ele está dando resposta para
adiantado, e a esposa fica brava com a falta perguntas malucas! Achamos absurdo a relação
de pontualidade e pergunta as razões. “O desse casal, mas muitas vezes os indicadores da
trânsito estava bom hoje” ele diz. nossa empresa são analisados da
» No segundo dia, ele chega 10 minutos mesma maneira.
atrasado. Brava, ela novamente pergunta
a razão. “Peguei muitos sinais fechados”, Como já vimos, existe variação em todos os
diz ele. indicadores. Olhando o tempo de chegado do
» No terceiro dia ele chega 1 minuto atrasado marido, percebemos que ele sempre chega
e novamente ele pergunta a razão. “Foi entre 15 minutos antes ou depois das 18 horas
um pedestre que atravessou a rua e e não faz sentido perguntar as razões nas vezes
precisei esperar” em que ele chega entre esses horários.
104
Measure
Causas de variação
(Shewhart 1931)
105
Como descrever a
variação (VOP)?
Considere os dados de inventário mensal de uma empresa durante 2 anos.
» Como você analisaria esses dados?
» Qual gráfico é o mais adequado?
a
Inventário Inventário
Mês - 2017 (em mil US$) Mês - 2018 (em mil R$)
jan. 19 jan. 20
fev. 27 fev. 22
mar. 20 mar. 19
abr. 16 abr. 16
mai. 18 mai. 22
jun. 25 jun. 19
jul. 22 jul. 25
ago. 24 ago. 22
set. 17 set. 18
out. 25 out. 20
nov. 15 nov. 16
dez. 17 dez. 17
106
Measure
Como descrever
a variação (VOP)?
38
Visão Estática 25
20
Estatísticas Descritivas
Média, mediana, quartis, mínimo, máximo, Frequência 15
amplitude, desvio padrão, histograma
10
39
Visão Dinâmica 35
30
15
Uma maneira melhor de apresentar esses 10
dados seria apresentar um gráfico de
tendência ou de controle ao longo do
8-abr-18
22-abr-18
6-mai-18
20-mai-18
17-jun-18
9-set-18
3-jun-18
1-jul-18
12-ago-18
26-ago-18
1-jul-18
15-jul-18
107
Causas de
variação
Diferentes estratégias são necessárias para melhorar um processo estável (somente causas comuns
atuam) ou um processo instável (causas especiais também atuam).
35
30
25
Inventário em R$
20
15
10
22-abr-18
26-ago-18
9-set-18
8-abr-18
20-mai-18
17-jun-18
6-mai-18
1-jul-18
12-ago-18
3-jun-18
1-jul-18
15-jul-18
Data
108
Measure
Um ponto muito
20
afastado dos demais
10
Minutos
0 Sequência de oito ou
20 mais pontos abaixo
-10
ou acima da média
-20 10
Minutos
seg sex qui qua ter
0
Data
-10
-20
20 seg sex qui qua ter
10 Data
Minutos
0 Sequência de seis
-10
ou mais pontos
crescente ou
-20 decrescente
seg sex qui qua ter
Data
O gráfico de tendência pode ser usado para » Essas regras são consistentes no sentido
avaliar as causas de variação que estão de que a chance de ocorrências das mesmas
atuando em um processo. Um processo é muito baixa se o processo estiver estável.
é considerado estável quando existe uma É necessário reunir dados suficientes para exibir
“distribuição aleatória” dos pontos plotados, o comportamento do processo. Um total de 25
sem nenhum padrão claramente identificável. a 30 pontos de dados costuma ser suficiente
Se a distribuição (ou padrão) não é aleatória, o para que se formem padrões que sirvam como
processo é considerado instável ou está sob a referência para o desempenho do processo.
ação de causas especiais. Se essa quantidade de pontos não estiver
Existe um consenso entre usuários de gráficos disponível, procure tomar a melhor decisão
de tendência de que um único ponto muito com o que estiver à mão.
afastado dos demais é uma indicação de uma Observação: nem toda causa especial é
causa especial de variação. Isso se deve ao ruim. Muitas vezes ela indica uma melhora no
fato de que a ocorrência de um ponto afastado processo. Nesse caso devemos ver se é possível
dos demais tem baixa probabilidade de ocorrer incorporá-la ao processo. Além disso, o gráfico
por acaso. Outras regras foram criadas de tendência é uma ferramenta adequada para
para identificar outros tipos de causas avaliar se mudanças em um processo resultam
especiais (padrões não aleatórios nos gráficos em melhoria.
de tendência).
109
Gráfico de controle
42
42
110
110 110
110
Inventário
Inventário Mês - 2018 Inventário
Inventário
106
106 (em
(emmil US$) Mês - 2018 (em
milUS$) (emmil
milUS$)
US$) 106
106
Gastos (x1000)
Gastos (x1000)
Gastos (x1000)
(x1000)
102
102 102
102
9898 Gastos 98
98
9494 94
94
9090 90
90
8686 86
86
jan abr
jan abr jul
jul out
out jan abr jul
jan abr jul out
out jan abr
jan abr jul
jul out jan abr jul out
Mês
Mês Mês
Um dado fora desses limites é tratado como muito afastado dos demais, portanto, uma
causa especial.
» É
importante ressaltar que esses limites de controle são calculados com base nos dados e
existe um método para isso. Assim, eles não são estabelecidos com base em uma meta ou
especificação, mas sim com base na variação histórica dos dados.
110
Measure
MinutosMinutos
30
10 30
10
20
0 LSC=22.2
X=0.00 20
0 LSC=22.2
X=0.00
10
-10 10
-10
-200 X=0.00
LIC=-22.26 -200 X=0.00
LIC=-22.26
-10
-30 -10
-30
seg sex qui qua ter seg sex qui qua ter
-20 LIC=-22.2 -20 LIC=-22.2
Dia Dia
-30 -30
seg sex qui qua ter seg sex qui qua ter
GRÁFICO DE CONTROLE: GRÁFICO DE CONTROLE:
Dia
MINUTOS ADIANTADOS OU Dia
MINUTOS ADIANTADOS OU
ATRASADOS EM RELAÇÃO A 19H15’ ATRASADOS EM RELAÇÃO A 19H15’
30 GRÁFICO DE CONTROLE: 30 GRÁFICO DE CONTROLE:
20 MINUTOS ADIANTADOS OU LSC=22.2 20 MINUTOS ADIANTADOS OU LSC=22.2
ATRASADOS EM RELAÇÃO A 19H15’ ATRASADOS EM RELAÇÃO A 19H15’
MinutosMinutos
MinutosMinutos
30
10 30
10
20
0 LSC=22.26
X=0.00 20
0 LSC=22.26
X=0.00
10
-10 10
-10
-200 X=0.00
LIC=-22.2 -200 X=0.00
LIC=-22.2
-10
-30 -10
-30
seg sex qui qua ter seg sex qui qua ter
-20 LIC=-22.26 -20 LIC=-22.26
Dia Dia
-30 -30
seg sex qui qua ter seg sex qui qua ter
Dia Dia
111
Exercício 1
A diretora de recursos humanos estava examinando suas despesas com treinamento dos últimos
dois anos. Baseada nos últimos 12 meses, ela havia colocado no orçamento um custo médio de $
44
98.000,00 por mês; mas as despesas do último mês foram de $ 105.000,00. Ela queria saber o que
havia de diferente com o último mês e pediu à sua equipe para descobrir o que aconteceu, para que
pudessem evitar o problema no futuro.
GRÁFICO DE CONTROLE:
CONTROLE MENSAL COM TREINAMENTO
110
LSC=107.38
105
Gastos (x1000)
100
X=97.67
95
90
LIC=87.95
86
jan mai set jan mai set
Mês
» Os dados do último mês são o resultado de causas comuns ou especiais? Por quê?
» O que ela deveria esperar que fossem seus custos mensais de treinamento?
112
Measure
Exercício 2
Uma linha de embalagem teve, em média, 4 horas de interrupções por semana, de 8 de março a
23 de agosto. Já que muitos dos problemas estavam relacionados a quedas na energia elétrica, os
45
técnicos suspeitaram de que o equipamento de proteção da rede elétrica estivesse funcionando mal.
Eles o substituíram no final de janeiro e então continuaram a coletar dados por mais oito semanas.
GRÁFICO DE CONTROLE:
TEMPO (HORAS)
6 LSC=107.38
5
Tempo (horas)
4 X=97.67
MUDANÇA
3
2 LIC=87.95
0
21-mar-18
19-abr-18
13-jun-18
12-jul-18
5-set-18
04-out-18
28-nov-18
27-dez-18
20-fev-18
20-mar-18
18-abr-18
Dia
» Em caso afirmativo, em que semana eles tiveram seu primeiro sinal?
Há outros sinais de uma mudança no processo?
113
Exercício 3
Um fornecedor de bens de consumo acompanha os pedidos que chegam via EDI. Ele quer usar
46
esses dados para ajudar a planejar o orçamento para o novo ano. Se o processo for estável, os
gerentes poderão estimar em média quantos pedidos serão recebidos a cada dia. Mas primeiro eles
precisam saber se há quaisquer indicações de causas especiais no processo.
350
300
Nº de pedidos
250
200
150
100
50
1-fev-18
3-fev-18
5-fev-18
7-fev-18
9-fev-18
11-fev-18
13-fev-18
15-fev-18
17-fev-18
19-fev-18
21-fev-18
30-jan-18
Dia
» O
s dados indicam a presença de causa especial ou a variação é um resultado de causas comuns?
Por quê?
114
Measure
Exercício 4
Uma fábrica que produz cartões de plástico (cartões de crédito, cartões de identificação de seguro
médico, etiquetas de embalagem etc.) usa água de um rio próximo para refrigerar o equipamento
usado no processo de aquecimento. Eles podem reciclar a água e devolvê-la ao rio, contanto que
47
esta não contenha mais de 50 mg de impurezas. Um técnico monitora o volume de impurezas em
uma amostra que é tirada todos os dias.
GRÁFICO DE CONTROLE:
IMPUREZA
40 LSC=39.83
Impurezas (miligramas)
30
20 X=19.19
10
0 LIC=-1.45
1 4 7 10 13 16 19 22 25
Amostra
» O
s dados indicam a presença de uma causa especial ou a variação é, toda ela, resultado de
causas comuns?
115
Exercício 5
48
O gráfico abaixo apresenta o número de bagagens perdidas em um voo entre os dias 1 de março e
3 de abril.
10
Nº de bagagens perdidas
0
03-abr -18
10-mar -18
13-mar -18
16-mar -18
19-mar -18
22-mar -18
25-mar -18
28-mar -18
31-mar -18
01-mar-18
04-mar-18
07-mar-18
Dia
» Qual a amplitude de dados que deve ser esperada para perda de bagagem em um único dia?
companhia aérea deveria usar ações de causa comum ou causa especial para responder ao
» A
número de bagagens perdidas no dia 31 de Março?
116
Analyze
ANALYZE
117
Problemas no desenvolvimento
de uma mudança
Objetivo Atividades
118
Analyze
Comparação entre os
dois tipos de mudanças
A seguir, veremos uma lista dos tipos de mudanças.
1ª Ordem 2ª Ordem
Benefícios do Diagrama
122
Analyze
Diagrama de causa
e efeito: exemplo
Para a elaboração do diagrama, siga os seguintes passos
Outros Quarto
sujeira
já ocupado
ja
ca
ex
acesso difícil
ne
au
rp
la
et
st
fumante
e
or
es
te
to i s
le a s
n fon
os
nç
le
al
tr
sem alarme
de e s
ha
ó
Hóspedes
lento dieta especial insatisfeitos
serviço de quarto
r
ha
do
ar
sa
in
úc
ta
pa
le
se
o
pu
aç
uc
nt
m
m
m
po
o
o
ca
te
uc
co
pe
comida ruim
ro
o?
va
s
nã e
ta
o u a nt
es
de
er
p o o lh
f a ala
da
lt a da
es
m
bagagem perdida
uc as
s
fu
m s
as
nº
es
a
Recepção Comida
123
Os “Cinco
Porquês”
A técnica dos “Cinco Porquês” nos ajudará na Devemos sempre continuar perguntando “por
identificação da causa raiz do problema. Para que o problema ocorreu?” para descobrir níveis
cada causa, devemos perguntar “por que o adicionais de causas. Cinco não é um número
problema ocorreu?” para descobrir as causas mágico. Algumas vezes é suficiente usar dois ou
que contribuíram para o problema. três porquês.
Exemplo:
124
Analyze
Causa e efeito:
6M e Observações
6 causas “comuns”
Teorias Testar
125
INTRODUÇÃO
AO LEAN
Lean e
o TPS
Desenvolvimento Taiichi Ohno A máquina
de teares assume a planta Crise do que mudou
mecânicos da Toyota petróleo o mundo
Ainda quando a família Toyoda produzia teares, eles levaram os conhecimentos do controle
em 1896, eles já entendiam como desperdício a estatístico de processos, que se aliaram muito bem
utilização do ser humano para tarefas de inspeção. Na aos pensamentos de reduzir os desperdícios nas
época era necessária uma pessoa por tear, a fim de indústrias japonesas em um cenário pós-guerra.
identificar possíveis defeitos oriundos do rompimento
Em 1970, com a formação da OPEP, os países maiores
dos fios. Com essa mentalidade eles desenvolveram
produtores de petróleo passaram a controlar seu
os primeiros teares mecânicos capazes de identificar
preço, fazendo com que em um curto espaço de
a ocorrência dessas falhas, fazendo as máquinas
tempo os preços disparassem. Com a crise do
travarem para impedir a produção de defeitos. Onde
petróleo, o custo com combustível passou a ser
antes era preciso uma pessoa para inspecionar
um fator importante na escolha do automóvel. Os
a produção de cada tear, tornou-se necessário
consumidores, então, passaram a procurar carros que
ter apenas uma pessoa para corrigir as não
tivessem melhor relação de consumo por quilômetro.
conformidades de um grupo de 30 teares.
Nesse momento, a Toyota conseguiu se posicionar no
Após o término da guerra, o Japão era um país mercado, oferecendo um produto de qualidade e com
devastado e buscava sua reconstrução. Foi nessa um melhor consumo. Esse evento chamou a atenção
época que Taiichi Ohno recebeu a missão de da indústria automobilística, que encomendou
transformar a fábrica de veículos da Toyota com um estudo do MIT para analisar os indicadores de
o intuito de atingir a mesma produtividade das diversas montadoras. Esse estudo acabou por revelar
empresas norte-americanas. Para Ohno, se havia que as empresas japonesas possuíam um melhor
alguma diferença na produtividade entre japoneses desempenho. Posteriormente foi lançado o livro A
e americanos certamente seria em razão dos máquina que mudou o mundo, descrevendo como era
desperdícios. Para conter a expansão russa no a filosofia de produção da Toyota.
oriente, os EUA enviaram ao Japão os pesquisadores
É importante notar que o lean é uma jornada e não
Deming e Juran, com o objetivo de ajudar na
algo rápido de ser implantado.
reconstrução do país. Como discípulos de Shewhart,
128
OS 4P’S
Os 4 P’s e os 14
princípios do TPS
Philosophy (Filosofia)
Caso Nummi
130
Analyze
Os 4 P’s e os 14
princípios do TPS
Process (processo)
» 2. Criar o fluxo de processo contínuo para » 3. Usar sistemas puxados para evitar a
trazer os problemas à tona. superprodução.
Process (processo)
132
Analyze
Os 4 P’s e os 14
princípios do TPS
Problem solving (melhoria contínua)
133
Os 4 P’s e os 14
princípios do TPS
Philosophy (filosofia) People and partners (pessoas
e parceiros)
1. Basear as decisões administrativas em uma
filosofia de longo prazo, mesmo em detrimento 9. Desenvolver líderes que compreendam
de metas financeiras de curto prazo. completamente o trabalho, que vivam a
filosofia e a ensinem aos outros.
134
Analyze
Os 8
desperdícios
Taiichi Ohno, considerado um dos pais do Sistema Toyota de Produção, listou sete desperdícios que
podem comumente ser encontrados nas organizações e devem ser combatidos em vista de otimizar
a produção, reduzir os custos e diminuir ao máximo o Lead Time, trazendo maior responsividade e
flexibilidade às empresas.
» Espera: trabalhadores parados por qualquer razão como, por exemplo, não
ter matéria-prima para operar.
135
Análise
de valor
» O valor de um produto ou serviço é seu que agregam valor e também por
conteúdo inerente, segundo o julgamento atividades que não agregam valor, não
do cliente, refletindo no seu preço de sendo percebidas pelo cliente, podendo as
venda e demanda no mercado. últimas serem necessárias ou não.
» Esse valor é uma combinação de atividades » Uma produção lean visa reduzir as etapas
que agregam valor, sob a visão do cliente. que não agregam valor, eliminando as
etapas desnecessárias, preservando e
» Quando estudamos um processo, vemos
otimizando aquelas que agregam valor aos
que ele é composto por essas atividades
produtos.
É
percebido
pelo
cliente Reflete no
preço do
produto
Valor
É definido
pela ótica
do cliente
Atividade que agrega valor (AV) Podem ser separadas em três categorias:
» São realizadas para direcionar ou apoiar as
» Atividade necessária para produzir um atividades que agregam valor (financeiro,
produto ou um serviço e que adiciona valor RH, planejamento etc.).
sob o ponto de vista do cliente.
» Foram incorporadas ao sistema para:
• Detectar erros, omissões e defeitos.
Atividade que não
• Corrigir erros, omissões e defeitos.
agrega valor (NAV)
• Acomodar desperdícios no sistema como:
demoras, tempos de espera etc.
» Atividade realizada para produzir um produto
ou um serviço, mas que não adiciona valor » São puro desperdício (podem ser
sob o ponto de vista do cliente. simplesmente eliminadas).
136
Analyze
Árvore de
valor
No momento de estudar as atividades que compõem o processo, devemos classificá-las como
as que agregam valor e as que não agregam valor. Posteriormente será preciso definir as ações a
serem executadas de acordo com a classificação.
Atividade
AV NAV
Necessária
Desnecessária
Reduza essas
Acerte o fluxo atividades e sua
interferência no
fluxo de valor
Elimine
Coloque as
atividades em
uma sequência
natural
» Para aquelas atividades que agregam valor, devemos acertar o fluxo e facilitá-las, colocando-
as em uma sequência natural.
» Com relação às atividades que não agregam valor, deveremos realizar uma nova classificação,
verificando se elas são realmente necessárias para a empresa ou não. Para aquelas que não
agregam valor e são necessárias, devemos reduzir ao máximo sua interferência nas atividades
que agregam valor. Já as desnecessárias devem ser eliminadas.
» Por exemplo: as atividades de faturamento não geram qualquer valor sob o ponto de vista do
cliente, por isso em um primeiro momento podemos classificá-las como atividades que não
agregam valor. No passo seguinte, deveremos verificar se essa é ou não necessária para a
organização. Como é impossível imaginar uma empresa sem faturamento, classificamos como
necessária.
137
Tipos de atividades em um
processo – manufatura
Por mais impressionante que possa parecer, dentro das organizações a minoria das atividades são
aquelas que agregam valor. Segundo Hines e Taylor, em empresas de manufatura apenas 5% das
atividades agregam valor, ou seja, a grande maioria dos processos não gera qualquer valor sob o
ponto de vista do cliente. Daquelas que não agregam valor, 60% não são necessárias.
Atividades
necessárias que Atividades que
não agregam agregam valor (5%)
valor (35%)
Atividades que
não agregam valor
e desnecessárias
(60%)
138
Analyze
Tipos de atividades em um
processo – serviços
Ainda segundo Hines e Taylor, a situação é pior quando olhamos para o setor de serviços, onde
apenas 1% das atividades é percebido como valor para o cliente.
Sempre que avaliamos as atividade com foco no pensamento enxuto, temos como ponto de
partida crítico o valor percebido pelo cliente final. Precisamos desenvolver a habilidade de
reconhecer e identificar desperdícios, tendo coragem de chamá-los de desperdício, ter o desejo
de eliminá-los e entender que o desperdício aumenta os custos, não produz benefícios e ameaça
a saúde financeira da empresa.
Atividades
necessárias que Atividades que
não agregam agregam valor (1%)
valor (50%)
Atividades que
não agregam valor
e desnecessárias
(49%)
139
Redução do
LeadTime
É a métrica central do Sistema Toyota de Produção. O LeadTime é o tempo total de produção de
um item, desde a chegada da matéria-prima até a entrega do produto ou serviço. A redução do
LeadTime está diretamente relacionada à eliminação dos desperdícios, reduzindo o tempo em
que o produto fica em uma atividade que não agrega valor. O tempo que o produto ou subproduto
fica em estoque, à espera de processamento ou em movimentação, contribui para o aumento do
LeadTime.
Taiichi Ohno
A redução do LeadTime traz grandes vantagens para a organização. Quando reduzimos o tempo
desde a chegada da matéria-prima até a entrega do produto, tornamos a empresa mais responsiva,
ou seja, essa empresa consegue se adaptar mais rapidamente às novas necessidades do cliente. A
redução de estoque reduz o montante de dinheiro imobilizado, melhorando o fluxo de caixa.
» É atingido por meio da » Permite a empresa ser » Traz uma grande vantagem
redução dos desperdícios. responsiva e flexível. no fluxo de caixa.
140
Analyze
A casa
do lean
A casa do lean tem por objetivo reduzir os custos por meio da
redução de LeadTime, mas para isso devemos estar bem estruturados
para que esse objetivo seja alcançado de forma consistente.
Objetivo
↓ CUSTO
JIT Jidoka
Melhoria Contínua
IMPROVE
Teste de
Mudanças
129
Improve
Testar
mudanças
O Improve é o momento de testar as mudanças que foram
propostas durante o Analyse, essa etapa do roteiro
DMAIC é importante para construir aprendizado.
Nesse momento ainda são esperadas falhas, e essa é a oportunidade de aprender mais e de modo
mais acelerado sobre o processo. Não devemos procurar a mudança perfeita, pois estaremos
utilizando muitos recursos e tempo nessa busca sem nunca iniciar os testes de mudança e,
consequentemente, sem nunca implementar uma melhoria.
Nesse momento do projeto os testes devem ser realizados em ambiente prático, o que sempre
acarreta risco. Dessa forma devemos estar atentos para minimizá-los, então será necessário realizar
esses testes em pequena escala.
143
Improve
Mudança como
uma predição
Uma predição é:
144
Improve
Mudança como
uma predição
Grau de convicção (alto, médio ou baixo) Quando os
resultados obtidos
forem diferentes
Para cada mudança proposta temos uma predição e um grau da predição, será
de convicção envolvido, que pode ser alto, médio ou baixo. Esse necessário avaliar e
grau de confiança está relacionado com a segurança que temos reformular a teoria.
em relação ao teste em que estamos trabalhando e no momento
de implantar essa mudança. Quanto maior o grau de convicção
mais seguros estaremos para implementar as mudanças que Esse modelo de tentativa
resultarão em melhorias. e aprendizado é muito
eficiente na construção do
conhecimento, diferença
fundamental quando
utilizamos tentativa e erro.
Mudança do modelo
tentativa e erro para
o modelo tentativa
e aprendizado.
» Avalia se uma mudança » Medida de quão seguro se
resultará em uma está com a predição.
melhoria no futuro.
Movimento: desenvolver,
testar e implementar
Nesse gráfico podemos observar como o grau de convicção de diversas propostas de mudanças se
comporta no decorrer do projeto. No eixo horizontal, temos as fases do roteiro de DMAIC, enquanto
no eixo vertical temos o grau de convicção.
Mudança que
necessita de mais
testes
Mudança
fracassada
baixo
Desenvolvendo Testando uma mudança: Implementando
uma mudança ciclos 1, 2, ... uma mudança
» A proposta que inicialmente tinha o maior grau de convicção acabou não se mostrando uma
mudança vitoriosa e foi abandonada.
» A proposta intermediária, que possui grau de convicção médio, vai nos trazendo mais
confiança à medida que vamos realizando os testes e observando que realmente funciona na
prática, até chegar o momento em que temos convicção suficientemente alta para implantar.
» A última proposta ainda não está pronta para implementação e necessita de mais testes para
que o grau de convicção aumente para levarmos essa ideia à fase de implantação.
146
Improve
Tipos de testes –
estudo antes e depois
Base de comparação histórica. Pontos
vulneráveis:
ANTES DEPOIS
50 » Ocorrência de
causas especiais
40 ao mesmo
Tempo de produção
tempo em que
30 mudanças são
feitas.
20 LSC=19.69
X=12.06
10
LIC=4.44
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25
Observação
147
Improve
Tipos de testes –
comparação simultânea
Comparação simultânea
» Duas ou mais alternativas são comparadas ao mesmo tempo, mesmo espaço ou sob outras
condições similares
35
35
30
30
vendas
devendas
25
25
NOVO
NOVO
Númerode
20
20 ANTIGO
ANTIGO
Número
15
15
10
10
11 33 55 77 99 11
11 13
13 15
15 17
17 19
19 21
21 23
23 25
25
Índice
Índice
148
Improve
Escopo e escala
de testes
Escala Escopo
149
Improve
ACT PLAN
STUDY DO
ACT PLAN
STUDY DO
ACT PLAN
STUDY DO » Construir o
ACT PLAN
conhecimento
sequencialmente
STUDY DO
» Usar múltiplos
Suposições ciclos
Teorias Tempo » Testar em
Intuições pequena escala
150
Improve
Escopo e escala
de testes
Quando realizamos testes, devemos ter em mente as consequências de um teste, a escala a ser
testada e o grau de convicção na nossa mudança.
Aprendizado no teste
Sofrer aumento de
escopo
Abandonada
151
Improve
Matriz
Impacto/Esforço
Através da matriz de Impacto/Esforço, organizam-se as propostas de mudança de acordo com o
esforço necessário para implementar e o impacto dessa mudança no indicador do projeto. Dessa
forma, teremos como priorizar a implantação dessas mudanças, sempre começando com as
propostas de maior impacto e menor esforço, no quadrante superior direito, e implementando por
último as de menor impacto e maior esforço, no quadrante inferior esquerdo.
Impacto vs Esforço
5
Prop 4
4 Prop 1
A proposta 1
3 Prop 3 poderia ser
Impacto
escolhida, pois
2 tem alto impacto
Prop 5 e baixo esforço.
1 Prop 2
0 1 2 3 4 5
Esforço
152
Control
CONTROL
Implementação
de mudanças
141
Control
Fase
Implement/Control
Objetivo
As atividades que
devemos executar
no Control
» Realizar o plano de
implementação.
» Plano de implementação » Documentação
» Documentar o novo
sistema.
» Treinar os envolvidos.
» Monitorar o sistema.
» Estender o conhecimento
e as melhorias
conquistadas.
» Treinamento »» Monitorar
» Celebrar a conquista.
1. Realizar o plano
de implementação
5W2H
1. Realizar o plano
de implementação
Opções para a implementação
Alguns tipos de abordagem podem ser tomados dependendo do grau de confiança e do risco
relacionado à mudança:
“Simplesmente faça”
Quando se tem alta convicção de que a mudança trará uma
melhoria e o risco relacionado a essa mudança é baixo, pode-se
implementar a mudança rapidamente, para que os resultados
possam ser medidos e compartilhados o mais breve possível.
Paralela
Quando vamos mudar um sistema que demanda um período de
adaptação/adequação ou até mesmo em fases iniciais de teste,
é importante realizar uma abordagem paralela, mantendo o
Sistema ou processo antigo ativo enquanto o novo é testado até
que o grau de convicção aumente.
Sequencial
Use esta abordagem para implementar uma mudança ao
longo do tempo ou por local. À medida que o processo de
implementação for progredindo, faça melhorias com base no que
for aprendendo. Planeje vários ciclos PDSA para conduzir esta
abordagem e incorporar os itens a seguir em sua estratégia:
» Caminho de menor resistência.
» Impacto para melhorias maiores.
» Aprendizagem potencial.
» Disponibilidade e programação de recursos.
» Dependência entre locais.
157
Control
2. Documentar o
novo sistema
Após a implementação das melhorias, é necessário estabelecer práticas que assegurem que as
mudanças se tornarão procedimentos usuais nos negócios. Muitas empresas fazem melhorias no
trabalho e depois descobrem que as pessoas voltaram à forma antiga de fazer as coisas ou que
algum novo problema foi identificado.
» Registro das mudanças que foram implementadas.
» Organizações dependem da documentação para:
158
Control
Código do iten:
Data da última Departamento local:
Folha de IXGB2037 revisão:
instrução de Líder: Supervisor:
trabalho Nome do item:
20/10/2015 Desenvolvido por:
Base de vedação
suporte de
1 6
corte
bucha de
2 4
montagem
anel de Instrumento
3 1/1 8
vedação ABC
159
Control
3. Treinar os
envolvidos
O treinamento é quase sempre necessário para implementar mudanças.
» Se vamos apenas mudar uma configuração em uma máquina, por exemplo, basta informar aos
operadores sobre a nova configuração.
» Se vamos alterar as atividades ou etapas de um processo, deve-se orientar as pessoas
responsáveis sobre como essas atividades devem ser realizadas.
» Se vamos implementar um novo Sistema que diversos operadores utilizarão, todos devem
receber o devido treinamento e passar por um período de adequação do novo sistema.
160
Control
4. Monitorar
o sistema
Após as mudanças serem implementadas, é muito importante que os indicadores continuem sendo
medidos. Eles não são medidos apenas para o projeto!
Medição
Gráfico de Controle
Sem o controle via medição não é possível saber se a mudança foi efetiva.
161
Control
5. Estender os conhecimentos
e melhorias conquistadas
Aqui, deve-se pensar em todos Além disso, deve-se analisar
os testes e conhecimentos as metas e o quanto falta
adquiridos durante o projeto. para que sejam atingidas
(se ainda não foram).
» Conseguimos replicar a mudança em
outros processos/departamentos/filiais? » Conseguimos com mais tempo atingir as
metas?
» Os testes realizados podem ter resultados
diferentes se aplicados em outros » Quantas mudanças ainda seriam
processos/departamentos/filiais? necessárias?
Observações feitas durante o projeto podem auxiliar em novas propostas de projetos de melhoria
que antes não eram aparentes (quando passamos por um projeto de melhoria aumentamos nosso
conhecimento do processo, e por isso encontramos novas oportunidades).
» Encontramos novas oportunidades?
» Podemos iniciar um novo projeto de melhoria? Ou devemos esperar até que todo o plano de
implementação seja finalizado e a melhoria comprovada?
» Há mudanças que necessitam de investimento não previsto no projeto?
162
Control
6. Celebrar
a conquista
Celebre!
Recompense não só os participantes do projeto, mas também as pessoas que vão atuar no novo
processo:
» Marque uma comemoração.
» Pense em uma premiação de reconhecimento da equipe.
» Parte dos retornos do projeto podem ser divididos entre todos.
Estrutura, método
e cultura
Pense menos em discursos
motivadores e mais em mostrar
argumentos a favor da mudança.
Lembre-se
A implementação de uma cultura Lean não acontece do dia para a noite, nem em um mês, e nem
mesmo em um ou dois anos!
Ela é uma evolução contínua de processos e comportamentos em busca da cultura de melhoria e
deve ser pensada a longo prazo. A Toyota demorou décadas para se tornar uma empresa Lean!
164
Control
Pessoas e as
mudanças
“Dando-se oportunidade de escolha entre mudar e provar
que não é necessário mudar, a maioria das pessoas prefere a
segunda alternativa.”
John Galbraith
A mudança deve:
Ser fisicamente possível Fazer sentido, ser lógica Fazer com que nos sintamos bem
166
A EDTI, com base em uma longa experiência de tra-
balho de consultoria em diversas indústrias, está ple-
namente capacitada para treinar e orientar equipes
em atividades de melhoria, desenvolver processos de
inovação e dar suporte à análise de dados (inteligên-
cia analítica) para subsidiar decisões de negócios.