Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Bibliografia.
ISBN 978-85-7113-
1. Língua e Ensino 2. Linguagem e línguas 3. Linguagem e sociedade
I. Título II. Coleção
Pontes Editores
Rua Francisco Otaviano, 789 - Jd. Chapadão
Campinas - SP - 13070-056
Fone 19 3252.6011
Fax 19 3253.0769
ponteseditores@ponteseditores.com.br
www.ponteseditores.com.br
Comitê Científico
apresentação.......................................................................... 7
apresentação
7
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
8
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
9
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
10
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
11
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
12
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
13
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
14
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
15
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
17
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
18
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
2 Temos que reconhecer que o entrelaçamento entre Estado e Mercado próprio das políticas
neoliberais da atual fase do capitalismo afeta o modo como a língua e as línguas são proje-
tadas. De fato, isto não acontece do mesmo modo como ocorria no momento anterior dos
Estados Nacionais Modernos.
19
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
20
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
21
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
22
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
23
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
24
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
25
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
26
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
27
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
28
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
14 Com o termo entremeio estamos especificando uma relação: a de um sujeito que, por estas
entre-línguas, fica à mercê do roçar entre o que é possível numa e impossível na outra(s).
29
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
30
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
31
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
E acrescenta:
32
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
33
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
34
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
35
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
36
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
37
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
38
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
39
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
40
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
41
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Thalita M. G. Sampaio
Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT)
43
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
1 Os termos composições musicais e letras serão tomados um pelo outro, visto o foco dessa
análise definir-se sobre a materialidade escrita (um recorte, em relação à melodia, ritmo...).
2 Partimos do pressuposto discursivo, conforme Milner (2012, p. 12) e Pêcheux (2004, p.
63), de que a poesia é uma propriedade da língua, um seu funcionamento próprio, sendo,
portanto, impossível separar os efeitos poéticos das implicações de sua matéria prima.
44
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
45
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
46
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
47
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabuticaba pode falar uma
língua com igual pronúncia e o mesmo espírito do povo que sorve o figo, a
pera, o damasco e a nêspera”?
Em as rimas do samba não são I love you, o efeito de sentido pro-
duzido é de que o samba, ritmo marcadamente brasileiro, não se
constitui do dizer do outro, sendo um ritmo puramente nacional.
No entanto, ao formular que o samba não conjuga em suas rimas o
I love you, a composição está justamente rimando o I love you com o
chuchu, ou seja, pondo em articulação sonora o clichê estrangeiro e
o legume brasileiro. Vale lembrar que Luiz Peixoto e Vicente Paiva,
compositores da canção Disseram que eu voltei americanizada, da década
de 40, difundida por Carmem Miranda, fazem também combinar,
no jogo de oposição entre o inglês e o português, o Eu te amo/I love
you e o I love you/chuchu como em /Eu digo mesmo eu te amo/, /e
nunca I love you/, /Enquanto houver Brasil/,/Na hora da comida/,/Eu
sou do camarão ensopadinho com chuchu. Em /esse negócio de alô, Alô boy
e alô Johnny/,/ Só pode ser conversa de telefone, a fonética da palavra alô
confunde-se à da palavra hello, pois quando se diz alô boy e alô Johnny,
temos funcionando o cumprimento em inglês (da conversação), por
um deslizamento fonético do português – marcado na palavra que
marca a fala ao telefone – alô.
A composição Cem mil-reis (1936), também de Noel Rosa, opera
com um procedimento estético outro em relação à língua, visto que
articula no mesmo verso línguas distintas, que se imbricam na sintaxe
cantada, como em Você me pediu cem mil réis, /Pra comprar um soirée/,
E um tamborim, /O organdi anda barato pra cachorro/, /E um gato lá no
morro/, /Não é tão caro assim/. Em Cem mil-réis não temos o jogo de
oposição entre o português e a língua do outro (a língua estrangeira),
como ocorre em Não tem tradução. Os efeitos de sentidos produzidos
em soirée e organdi no português são os de que essas palavras francesas
seriam, desde sempre, palavras da língua portuguesa.
Nesta composição, o enlaçamento entre o português e o francês
se dá enquanto um lugar de dizer sobre a língua. Se em Não tem tradu-
48
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
49
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
50
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
51
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
misere/, /Kaya now to me/, / O céu seja aqui/ Minha religião é o prazer.
Essa estrofe mobiliza um jogo fonético na palavra Kaya, presente no
verso Kaya now to me, não apresentando tal formulação uma tradução
para o português. Os sentidos que se produzem não correspondem à
tradução do termo. O verso Kaya now to me juntamente com o verso
subsequente O céu seja aqui, põe a palavra kaya como um convite para
ir ao céu Kaya now to me/ O céu seja aqui e pode ser lido como: caia
agora em mim porque o céu é aqui.
Esse jogo de palavras entre duas línguas se dá pelo poético,
porque o jogo metafórico é constitutivo da língua. A poesia é capaz
de abstrair sentidos de diferentes redes significantes, linearmente
organizadas, ultrapassando os sentidos dados pela correlação signifi-
cado/significante, como num jogo entre significantes. A respeito do
verso kaya now to me, no modo como é pronunciado, a formulação
articula o termo Kaya com o subsequente now (/kay-a-nau/), que
formarão em português a fonética da palavra anal. Além disso, o
verso em questão significa, atualizando da memória discursiva da
língua (do inglês), a Música Kaya (1978) de Bob Marley, cujo refrão
diz I got to have kaya now/, /got to have kaya now/, /I got to have kaya
now, cause the rain is falling. A palavra kaya, nesse contexto, é uma gíria
jamaicana utilizada para significar a maconha3, o que significa mais uma
maneira de prazer.
O jogo entre as palavras e os fonemas de diferentes línguas produz os
sentidos de prazer Kaya now to me/ O céu seja aqui/ Minha religião é o
prazer. Esse jogo aponta para a quebra de paradigmas, em relação aos
sentidos historicamente dados e naturalizados pela ideologia, visto
que mobiliza um novo modo de significar a língua poética, no jogo
da relação entre a paráfrase e a polissemia. Para Orlandi (2007, p.
36), “os processos parafrásticos são aqueles pelos quais em todo dizer
há sempre algo que se mantem, isto é o dizível, a memória. [...] Ao
passo que, na polissemia, o que temos é deslocamento, ruptura de
processos de significação. Ela joga com o equívoco”.
3 Disponível em http://www.istoe.com.br/reportagens/23755_BARATO+JAMAICANO.
Acesso em 26/11/2013
52
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Baby!/ I’m so alone/ Vamos pra Babylon!/ Viver a pão-de-ló/ E möet chan-
don/ Vamos pra Babylon!/ Vamos pra Babylon!...
Gozar!/ Sem se preocupar com amanhã/ Vamos pra Babylon/ Baby! Baby!
Babylon!...
Comprar o que houver/ Au revoir ralé/ Finesse s’il vous plait/ Mon dieu
je t’aime glamour/ Manhattan by night/ Passear de iate/ Nos mares do
pacífico sul...
Baby!/ I’m alive like/ A Rolling Stone/ Vamos pra Babylon/ Vida é um sou-
venir/ Made in Hong Kong/ Vamos pra Babylon!/ Vamos pra Babylon!...
Vem ser feliz/ Ao lado deste bon vivant/ Vamos pra Babylon/ Baby! Baby!
Babylon!...
De tudo provar/ Champanhe, caviar/ Scotch, escargot, rayban/ Bye, bye mi-
sere/ Kaya now to me/ O céu seja aqui/ Minha religião é o prazer...
53
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
54
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
55
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
56
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
57
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
58
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
59
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
60
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Referências
61
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
62
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Solange Mittmann
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
63
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
64
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
65
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
1 Agradecemos à Profa. María Teresa Celada (USP), que nos sugeriu esta atividade em uma
conversa informal sobre tradução durante o Encontro da ANPOLL em 2014.
66
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
67
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
SD2: Ao meu ver, a língua portuguesa não usa tantos adjetivos para des-
crever acontecimentos e raramente é tão descritiva em textos que não
são poesias.
68
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
69
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
SD8 Acredito que se trata de uma tradução, tendo em vista que algumas
das expressões utilizadas no texto não são utilizadas comumente em por-
tuguês, entre elas “calafrio corria”, “sustentando a respiração” e “a sombra
antecipada da futura paixão”.
A língua do outro
70
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
71
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
SD13: A forma como o texto está escrito parece com a língua inglesa e
não com a portuguesa. Há o uso de três adjetivos juntos exatamente como
se vê no inglês, além de problemas de sentido que algumas conjunções,
que parece terem sido mal escolhidas, causaram no texto.
72
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
73
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
qualquer elemento que indicie sua presença será visto como um “erro”
que deveria ter sido eliminado, mas que é impossível de eliminar.
Parece haver receio por parte dos alunos de que a língua do
outro produza um rasgo na tessitura textual. Ou seja, a língua do
outro é percebida como uma presença indesejável, pois atestaria a
heterogeneidade e desconfortaria o sujeito leitor, levando aos efeitos
de estranhamento, artificialidade, obscuridade etc. A tal concepção,
sustentada no pré-construído de que toda tradução é uma traição
(a quem? à língua? ao autor? ao leitor?), subjaz a ilusão da completa
domesticação da língua do outro, trabalho que se esperaria do tra-
dutor. Tal qual um espectro, a língua do outro no texto traduzido
assusta o leitor (neste caso, futuro tradutor) que, assim como Narciso,
busca o reflexo de si, do que é natural, pelos ditos/formas/sentidos
estabilizados.
O estranho
SD16: Acredito que seja um texto redigido em português porque está bem
escrito, sem nenhuma pista de algum estrangeirismo mal traduzido e sem
nenhuma frase com sentido estranho, mal organizada ou qualquer outra
característica claramente encontrada na maioria das traduções.
74
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
SD17: Esse fragmento parece ser uma tradução também, pois contém alguns
estranhamentos.
SD18: O termo “assim como a noite segue o dia” no meio do texto também
me causou um estranhamento, pois parece algum termo mal traduzido.
75
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
76
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Considerações finais
77
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Referências
78
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
79
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
“não gostar de ler”, “não saber ler” ou simplesmente “não ler” e suas
relações com alguns sentidos dominantes (e positivos) para a leitu-
ra e para o leitor veiculados em campanhas de incentivo à leitura:
“quem lê viaja”, “quem lê bem fala bem, escreve bem, pensa bem”,
“ler é fundamental” etc. Como e por quais construções simbólicas
e discursivas a negação da leitura é possível em uma sociedade que
tanto a cultua? O que é que se nega ao negar-se a ler? Que sujeito é
esse que se afirma recusando-se a ler?
Escrita e leitura
80
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Definir a leitura?
81
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
82
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
83
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
O risco da letra
84
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Identificações do não-leitor
85
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
86
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
87
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Contraidentificações do não-leitor
88
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
89
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
1 Tradução dos anúncios: 1.Seu filho pensa que o senado é um superpiloto de fórmula 1? 2. Seu
filho pensa que Francis Bacon é o rei do café da manhã? 3. Seu filho pensa que os acordos
de Schengen são acordes de guitarra? Ofereça a ela uma verdadeira fonte de informação.
90
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Por outro lado, sem esse apelo comercial tão marcado, uma
das mais importantes iniciativas governamentais francesas a res-
peito da leitura são as Actions culturelles contre les exclusions et les
ségrégations (A.C.C.E.S., acesso, em português). Trata-se de uma
associação criada em 1992 após um colóquio sobre aprendiza-
gem e prática de leitura na escola, organizado pelo Ministério da
Educação Nacional em 1979. A associação é atualmente presidida
por Marie Bonnafé, tendo sido sempre dirigida por psiquiatras
e psicanalistas2. À diferença das iniciativas brasileiras, esta não é
apenas uma campanha de sensibilização (ou de responsabilização),
são atividades sistemáticas e organizadas de formação, pesquisa,
acesso e difusão da leitura entendida como formadora não apenas
de vínculos sociais, mas também, e fundamentalmente, do psiquis-
mo. As ações são principalmente direcionadas a bebês e crianças
muito jovens com programas de formação e discussão tanto para
as famílias quanto para profissionais da educação. Em nenhum dos
materiais formulados pela A.C.C.E.S. estão diretamente expressas
e delimitadas as consequências da leitura. A prática social de ler é
tomada como uma aposta contra a exclusão e a segregação, como
um processo de criação de vínculos, como uma atuação social con-
junta. A leitura é, assim, uma forma de construir conexões subjetivas
e sociais – que pode ou não ter êxito, não ser a salvação, a única
saída, o passaporte para.
As diferenças de sentido entre as campanhas brasileiras e as
ações francesas mostram que a solução fácil, em princípio, de res-
ponsabilizar a leitura pelo sucesso ou pelo fracasso escolar e social
não encontra formas de efetivação, é repetida à exaustão porque, de
fato, não alcança os (impossíveis) resultados esperados. Nesse sentido,
podemos dizer que o grau de idealização a que a leitura está subme-
tida em nossa sociedade produz, no processo simbólico, o efeito do
funcionamento de sujeitos contraidentificados à leitura, produz o efeito
identificatório de um mau sujeito, ou seja, um sujeito da enunciação
(eu não gosto de ler) que se volta contra o sujeito universal (ler é
2 Conferir www.acces-lirabebe.fr, acesso em outubro de 2015.
91
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
92
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
ções podem sempre ser outras, são uma e outras ao mesmo tempo, são
a morada da contradição, do não-um, da metáfora.
Palavras finais
93
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Referências
94
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
SUJEITO/ESPAÇO/LÍNGUA E MEMÓRIA:
RELAÇÕES HISTÓRICAS
Águeda Aparecida da Cruz Borges
Universidade Federal do mato Grosso (UFMT)
95
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
96
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
1 Sobre esse processo, conferir: Borges, A.A da C. “Da aldeia para a cidade: processos de
identificação/subjetivação do índio Xavante na cidade de Barra do Garças/MT, alteridade
irredutível?”. Campinas, SP: [s.n.], 2013. Orientadora: Mónica Graciela Zoppi-Fontana.
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem.
Unicamp.
97
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
98
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
99
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
100
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
101
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
102
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
103
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
104
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
105
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
106
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
107
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
108
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Utä’uwatiné Tãiwi Pá
Fonte: Idem
109
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
110
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
111
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
8 Este vídeo foi realizado pela TV Escola do MEC e transmitido em rede nacional, por vários
meses, durante os anos de 2007 e 2008.
112
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
113
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
114
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
115
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
116
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
117
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
118
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
119
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
120
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Referências
121
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
122
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
123
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
A ESCRITA E SUJEITOS-PROFESSORES:
RELAÇÕES, CICATRIZES, ENSINO E
IDENTIDADES PROFISSIONAIS
Filomena Elaine P. Assolini
Universidade de São Paulo (USP)
125
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
126
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
127
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
128
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
129
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
130
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
131
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
132
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
133
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
134
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
135
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
136
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
porque eu sei que para eles é difícil, são pobres, sei as dificuldades que
encontram, mas faço de tudo para que aprendam a fazer textos longos
porque textos curtos deixam a desejar quase sempre (sujeito-professor
FDBC ).
137
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
138
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
pois não evocam sua memória discursiva nem arquivo algum que
lhes faz sentido.
Uma das consequências do entendimento de que existiria cor-
relação pobreza-dificuldade-de-escrita-texto-curto é, justamente,
a realização de um trabalho pedagógico que não promove oportu-
nidades para os estudantes arriscarem-se à produção de sentidos e
romperem com os sentidos aceitos, legitimados e cristalizados na
instituição escolar. Os estudantes não conseguem estruturar ativa-
mente suas produções linguísticas escritas, muito menos ocupar o
lugar de autor de seu próprio dizer, o que lhes exigiria, por exemplo,
olhar o texto de um outro lugar, realizar gestos linguístico-discursivos
retroativos, com a finalidade de lidar com a ambiguidade, com a falha
e o equívoco, constitutivos do dizer, contendo a dispersão e a deriva
que, inevitavelmente, sempre se instalam (cf. Tfouni, 1995).
Nessa linha de pensamento, salientamos que o processo para-
frástico de linguagem encontra na instituição escolar espaço fértil
para concretizar-se e perpetuar-se, pois a instituição escolar dificil-
mente consegue ouvir e difundir sentidos estranhos aos seus. E isso
não poderia ser diferente, uma vez que a instituição escolar é parte
ativa da sociedade disciplinar, como afirma Foucault (1987). Nela
se definem, se regularizam, se homogeneizam formas de agir e de
dizer; ler e escrever. Nela também são classificadas, diferenciadas
e excluídas práticas discursivas imaginadas como inadequadas. O
controle de gestos interpretativos, e, por conseguinte, de sentidos,
é parte da “vigilância” e “controle normalizante” (Foucault, 1987),
tendo como resultado final a visibilidade e a exclusão das diferenças.
Ainda no âmbito dessa análise, quereríamos destacar que, a
nosso ver, nessas condições de produção, educando e educador se
empobrecem, pois ambos não se atrevem a produzir outros sentidos,
ambos não ousam a se deslocarem das formações discursivas que os
prendem a conceitos equivocados, ambos vivenciam o que Pêcheux
(1997) denomina “divórcio cultural”, ou seja, a alguns o direito de
produzir leituras originais, que lhes permitem sustentar, enfrentar ou
139
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
140
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
141
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
142
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Considerações finais
143
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Referências
144
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
145
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
PÊCHEUX, Michel. Ler o arquivo hoje. In: Orlandi, Eni Puccinelli. Gestos
de leitura. 3ª Ed. UNICAMP, 1997.
PÊCHEUX, Michel. O papel da memória. In: ACHARD, P. (Org.). O papel
da memória. Campinas: UNICAMP, 1999.
TFOUNI, LedaVerdiani. Alfabetização e letramento. São Paulo: Cortez, 1995.
146
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
147
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Introdução
148
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
2 Acreditamos que os impasses subjetivos sejam necessários para colocar em xeque a aparente
unidade e identidade do sujeito de linguagem, trazendo à tona a falta e a contradição que o
constitui.
3 Quando houver duas datas, a primeira corresponde à edição original da obra e a segunda,
ao ano de edição da obra que foi consultada.
149
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
150
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
151
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
152
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
153
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
154
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
155
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
156
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
157
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
sujeitos, nos parece produtivo que, vez por outra, no espaço de sala
de aula e nas/pelas práticas discursivo-pedagógicas, o professor as-
suma a posição (e não a função) de analista, voltando e exercitando
sua escuta para o singular que, de acordo com Leite (2000, p. 5),
“é efêmero, furtivo, não está autorizado a permanecer em cena”.
São justamente esses limites do sentido ou o aparente sem-sentido,
bem como os pontos de impasse que apontam para a verdade como
semidizer: “a verdade que se põe em guarda desde a causa do desejo”
(LACAN [1972-1973] 2008, p. 100), que buscaremos entrever nos
episódios seguintes.
O primeiro episódio se deu em uma aula particular ministrada
para um aluno de nível intermediário de conhecimento de LI. O aluno
em questão trabalhava em uma renomada empresa multinacional,
onde o inglês era tido como essencial, além de ser praticado quase
que diariamente no ambiente de trabalho, sobretudo em reuniões
e conferências a distância (conference calls). As aulas de inglês eram
realizadas dentro da própria empresa, ao término do horário de
expediente, na sala do aluno que tinha um cargo de diretor de uma
das plantas da empresa.Vale destacar que o sujeito-aluno em questão
tinha cerca de 50 anos e uma experiência profissional de quase 25
anos na mesma empresa, onde iniciou como estagiário e passou por
diversos cargos.
A aula que suscitou impasses subjetivos se iniciou com a leitura e
interpretação de um pequeno texto em inglês, cujo tema era “comer
fora” (Eating out). O referido texto falava sobre a frequência com que
os norte-americanos costumam comer fora e oferecia algumas dicas
e regras de etiqueta, no caso de se convidar alguém para comer fora
naquele país. O planejamento inicial da aula era discutir e comparar,
em inglês, os hábitos e regras praticados no Brasil e nos EUA, com
ênfase na pronúncia de vocábulos específicos. A última parte do
texto salientava como a gorjeta (tip) costuma ser calculada e paga
nos restaurantes americanos. Segue, abaixo, o trecho do texto que
apresentava tais explicações:
158
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
When the bill arrives, look to see if the tip has been added
to the cost of the food. Most restaurants do not add the tip
to the bill.You should leave a tip equal to 15% of the bill if
the service was adequate. If the restaurant is expensive or if
the service was especially good, you could leave up to 20%
of the bill.6
6 Quando a conta chegar, observe se a gorjeta foi acrescida ao custo da comida. A maioria
dos restaurantes não adiciona a gorjeta à conta. Você deveria deixar uma gorjeta equiva-
lente a 15% da conta, se o serviço foi adequado. Se o restaurante for caro ou se o serviço
foi especialmente bom, você poderia deixar até 20% do valor da conta. (tradução nossa).
159
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
160
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
161
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
162
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
163
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Considerações finais
164
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
parecem ter uma origem sempre singular. Para tanto, faz-se neces-
sário indagarmos qual seria a função, o efeito e a causa do aparente
erro ou do aparente sem-sentido que produz rupturas subjetivas
para cada sujeito-aprendiz, em particular, no espaço de sala de aula,
distanciando-nos, enquanto professores, do imperativo da massifi-
cação que governa a prática discursivo-pedagógica, também afetada
pela lógica capitalista de produção.
Não estamos sugerindo, no entanto, que o professor se torne
analista ou que passe a exercer a função que o analista exerce no
setting analítico e que não costuma ser sem consequências, mas sim
que comece a experimentar e exercitar o dom de uma escuta singu-
lar que possa trazer deslocamentos produtivos e significativos para
o ato educativo, que, assim como o ato psicanalítico, deixa marcas
indeléveis no sujeito de linguagem.
Os episódios abordados neste estudo revelam que, o que se
apresenta, num primeiro momento, como impossível de se ensinar e
de aprender – como no caso da pronúncia e mobilização dos tempos
verbais em inglês – abre espaço para tocar o saber que determina,
mas que escapa ao sujeito, já que é da ordem do Real, do impos-
sível. Para que deslocamentos subjetivos sejam desencadeados por
esse impossível de educar que se materializa em erros gramaticais
e/ou semânticos, lapsos e tropeços de linguagem, faz-se necessário
que essa aparente impossibilidade de aprender e de ensinar não seja
silenciada ou ignorada, em nome de métodos que se pretendem
totalizantes e que não levam em conta a incompletude que constitui
o sujeito e a linguagem.
165
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Referências
166
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
167
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
169
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Introdução
170
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
171
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
172
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Colaboração
173
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
174
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Reflexão
175
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
3 Termo usado por Freire (1972/1987: 57) mas não citado por Kincheloe em sua obra.
176
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
177
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Ensino-aprendizagem
178
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
179
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
180
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
O papel do professor
181
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
O papel do monitor
182
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
183
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
184
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Considerações finais
185
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Referências
186
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
187
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
PROCESSOS DE IDENTIFICAÇÃO DO
PROFESSOR E DO ALUNO COM O DISCURSO
PEDAGÓGICO: REPENSANDO AS PRÁTICAS DE
LEITURA E ESCRITA NA ESCOLA
Silvia Regina Nunes
Universidade Estadual do Mato Grosso (UNEMAT)
189
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Introdução
190
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
191
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
192
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
193
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
194
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
195
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
196
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
197
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
198
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
199
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
200
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
201
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
202
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
203
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Considerações Finais
204
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
205
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
206
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
207
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Referências
208
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
209
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
1 O presente capítulo desencadeou-se: de nossos estudos junto ao grupo de pesquisa “Da Torre
de Marfim a Torre de Babel”, Unicamp, coordenado pela professora Maria José Coracini; e
dos estudos no curso do Pós-doutoramento, realizado na USP, no Departamento de Letras
Modernas, sob a orientação da professora Dra. Maria Teresa Celada. Para a coleta do corpus
tivemos o apoio da FAPESP com bolsa de pesquisa no exterior, realizada na Christian-
Albrechts-Universität zu Kiel, Alemanha, sob orientação do Professor Harald Thun.
2 “Ich ergreife die Feder um mit Gottes Hilfe noch einmal Nachricht von Euch zu erhalten. Es sind
bereits 6 Jahre daβ ich Euch den Tod von meinem lieben Cristoff gemeldet habe aber leider keine
Antwort erhalten habe” (tradução nossa).
211
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
212
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
213
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
nos, para tal noção, nos estudos de Robin (1993), Coracini (2010)
e Eckert-Hoff (2008, 2010).
Para Robin (1993), escrever “é sempre jogar, frustrar a morte, a
filiação, o romance familiar, a História”, é descortinar, por sua faceta
de aprisionar o que escapa, o que se mostra fugaz (p. 10). Coracini
(2010, p. 31) abrilhanta essa noção ao afirmar que escrever é
214
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
3 Esse conceito de “identidade” (CELADA, 2008) toma como base a definição elaborada
por Mónica Zoppi-Fontana em seu artigo “Sujetos informales. Procesos de designación y
contradicción social”. En VERSIÓN. Estudios de comunicación y política, n. 14, “Redes
sociales y comunidades virtuales. Identidades y formas de participación”. México D.F.,
UAM-Xochimilco, dic. 2007.
215
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
216
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
seja por subtração, seja por enxerto, mas sempre pela relação com
o Outro, entre memória e esquecimento. Diante disso, vale aqui
registrar, inicialmente, que o lugar de sujeito entre-línguas sempre
constituiu o meu ser e o meu fazer. Primeiro, como estudiosa da
linguagem, com as pesquisas focadas em escrituras de si de sujeitos
entre-línguas, em contextos de imigração. Segundo, como descen-
dente de imigrantes, nascida numa colônia alemã do interior de Santa
Catarina, desbravada por descendentes de europeus alemães, entre
eles, meus avós maternos (da segunda geração nascida no Brasil, cuja
história de formação linguística se deu num entre-línguas. Essa relação
peculiar (de ser e estar entre-línguas) fez com que minha introdução
na linguagem se desse numa (con)fusão de línguas, em que o alemão,
em nome do sangue, era exposto como obrigatório dentro do lar
(mesmo tendo sido outrora proibido pelo Estado brasileiro) e, ao
mesmo tempo, o português era também obrigatório, pela exigência
da escola dessa Nação.
Dessa peculiar experiência podemos afirmar, coadunando-nos
com Payer (2015), que para os sujeitos com tal história de formação
linguística – que tem impresso no corpo, na memória, na língua, a
posição-migrante – criam-se, inevitavelmente, “caminhos / sulcos
na experiência com a linguagem, na integração produção do novo
lugar, com toda uma série de identificação com modos de dizer que
são diferentes de indivíduos que não passaram pela experiência da
imigração” (p. 53). Isso nos instiga a buscar histórias / experiências
de outros, poetas e escritores – alguns dos quais fundamentam nossa
pesquisa –, que revelam posições-migrantes marcadas por labirin-
tos linguísticos, cujos interditos ladeiam o sujeito numa singular e
estranha identificação ora com a língua (dita) materna, ora com a
(dita) estrangeira, ora com uma terceira língua e podem ser tomados
como “a língua esquecida, a língua proibida, a língua salva, a língua
que salva” (AMATI-MAHLER, 2005, p. 234).
Dentre inúmeras histórias, elegemos a de autores que nos são
familiares de alguma forma, seja pela identificação e constituição
217
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
218
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Was bleibt? Es bleibt die Muttersprache4, desse modo reafirmando sua liga-
ção efetiva e afetiva com a língua alemã e a impossibilidade de substituí-la
(DERRIDA, 2001, p. 79).
Elias Canetti, nascido na Bulgária, no seio de uma família judia
de origem espanhola, passa sua infância e adolescência entre seu país
natal e a Inglaterra, a Suíça, a Áustria. Nascido e crescido no Baixo
Danúbio, lugar onde “viviam pessoas das mais diferentes origens, e
num dia só podiam-se ouvir sete ou oito línguas diferentes” (CA-
NETTI, 1987, p. 12), o autor vivencia, desde o seu nascimento, o
multilinguismo de sua família, mas é a língua alemã que ele deseja
profundamente aprender desde muito cedo, por tê-la como a língua
do amor, a língua praticada na intimidade entre seus pais. O autor
relata que, com a morte do pai, aprende a língua alemã com sua
mãe, diante da perspectiva de viver e estudar em Viena, fato que se
consumou ainda em sua adolescência. E é essa língua que o autor
elege para escrever sua principal obra, inclusive a autobiográfica.
Régine Robin, filha de imigrantes poloneses, nasceu em 1939,
numa Paris – que logo seria ocupada pelos alemães – onde esconder-
se, passar despercebida, confundir-se com a população francesa não
judia era, na época, garantia de preservação da própria vida. A autora
relata que a língua alemã representa para ela o País em que seu pai
ficou enquanto ela vivia com a mãe, ambas refugiadas em Paris; fato
que a fez associar Deutschland às palavras de amor que o pai lhe
enviava via cartas. Porém, mais tarde, ao ligar as vítimas da família
com o holocausto, instalou-se na autora uma relação mí(s)tica de
atração e de repulsa com tal língua (descrito em Robin, 2001). É no
francês, portanto, que a sua obra se e(in)screve.
Derrida, judeu de origem árabe, franco-magrebino nascido
na Argélia ainda colônia francesa, relata que o francês foi para ele a
língua que lhe permitiu interditar a língua árabe; por isso confessa
sua paixão e incondicional amor pela língua francesa. Ainda assim,
o autor relata que nele se manifesta um francês que lhe é sempre
4 O que resta? O que resta é a língua materna.
219
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
220
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
221
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
(...) Hier befinden wir uns im Himmel, wir leben wir im gelobten Land.Wir leben
als freie Menschen. Niemand verlangt etwas von uns.Wir erwarten, die Kosten un-
serer Reise bald zu zahlen. Aus dem Wald holen wir, was wir wollen. Ich esse mein
tägliches Pfund Fleisch. Über die Getränke gibt es nicht viel zu schreiben; es gibt
nur Schnaps.Wenn wir Bier trinken wollen, müssen wir nach Petropolis gehen, 10
Meilen entfernt, wo es deutsche Brauereien gibt (...)7.
RD1-C2
Esträlla den 12TEN August 84
(…) Auch lebt man hier mehr freier, als Drüben, und das freie liebt doch alles
gern, sogar der kleinsteVogel (…)8.
5 Vale esclarecer que as Cartas datadas dos séculos XIX e XX (antes de 1945) foram escritas
no alemão com alfabeto gótico. Por isso elas são, primeiramente, transliteradas para o
alemão com alfabeto latino. Agradeço ao grupo de pesquisa do Romanisch Seminar da
Christian-Albrecht-Universität zu Kiel (onde realizei a pesquisa de meu pós-doutoramento),
por transliterarem as Cartas para que possamos proceder, nós mesmos, à tradução para o
Português. Vale lembrar que o alfabeto latino passou a ser utilizado na Alemanha a partir
de 1945.
6 Elucidamos: RD significa recorte discursivo; o número refere-se aos excertos de uma mesma
Carta. C significa Carta e o número corresponde à numeração das Cartas que compõem o
corpus deste trabalho.
7 Colônia Santa Justa 27 Novembro de 1852: “Aqui nos sentimos no céu, vivemos na Terra
Prometida. Vivemos como homens livres. Ninguém exige nada de nós. A despesa da nossa
viagem esperamos pagar logo. Da floresta retiramos o que queremos. Como diariamente o
meu meio quilo de carne. Sobre as bebidas não há muito o que escrever; só há aguardente.
Se queremos beber cerveja temos então que ir até Petrópolis, a 10 milhas de distância, onde
há cervejarias alemãs”.
8 Estrela, 12 de agosto de 1884: “Aqui se vive de forma mais livre, do que por lá, e a liberdade
todo mundo gosta de viver, até o menor dos pássaros”.
222
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
223
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
224
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
RD1-C3
Von der Colonie Sanct Leopoldo, geschrieben am Sonntag, den 21TEN April im
Jahre 1833
(…) Von allen deutschen Feld und Gartenfrüchten pflanzen wir hier. Grüne Gemüse
können wir das ganze Jahr durch haben; die Maniok oder Farinen Wurzeln sind
sehr angenehm, schmecken noch besser als Kartoffeln (…)9.
RD2-C3
Von der Colonie Sanct Leopoldo, geschrieben am Sonntag, den 21TEN April im
Jahre 1833
(…)Unsere Kolonie hat 100 Braβen in die Breite und 1600 in die Längen Tiefe,
eine Braβen (…)10.
RD1-C4
Picade Cara den 10TEN Februar 1873
(…) Vor drei Jahren kosteten die Bohnen noch 10-12 Milreis pro Sack, jetzt 2-3,
die Milho 4-6, jetzt 1 Milreis(…)11.
225
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
226
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
RD1-C5
Linie Hof, 18 July 1858
(…) Liebste Mutter, macht euch keine Gedanken um den Jakob, dem geht es
gut er lebt immer in Fröhlichkeit er kann Brasilianer sprechen und ist ein guter
Maulfechter(…)13.
RD1-C6
Parana tem July 1896
(…) Der Deutschbrasilianer liebt die deutsche Sprache als die seines Elternhauses;
aber er liebt auch die portugiesische Landessprache als die seiner Jugendgespielen
und Freunde. Deutschland ist ihm teuer als das Land seinerVäter, auch wenn er es,
wie die allermeisten von uns, nie gesehen hat; aber seine Heimat, also mehr ist im
Brasilien, denn hier ist er geboren, gewachen und geworden (…)14.
12 Grifos da autora.
13 Linha Hof, 18 de julho de 1858: “Mãe Querida, não se preocupe com o Jakob, ele está bem
e vive sempre em alegria, ele sabe falar brasileiro e é um bom ‘esgrimista’”.
14 Paraná, julho de 1896: “O brasileiro alemão ama a língua alemã, por ser a língua da casa de seus pais;
mas ele ama também a língua do país, o português, por ser a língua dos seus camaradas e amigos
desde a infância. Alemanha é para ele cara, é a terra de seu Pai, seus antepassados, mesmo que, como
a maioria de nós, nunca a viram. Mas a sua casa (Heimat), assim mais é o Brasil, porque aqui ele
nasceu, cresceu e se tornou alguém”.
227
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
228
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
229
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
16 Podemos dizer que ocorre com a palavra Heimat (no alemão) o mesmo que ocorre com a
palavra saudade (no português): não se encontra palavra na outra língua para traduzi-la. A
tradução de Pátria é Heimatland; a de casa e lar é Haus.
230
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
RD1-C717
231
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
232
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
233
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Referências
234
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
235
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
1 Este capítulo retoma algumas discussões feitas em pesquisas anteriores (DINIZ, 2008, 2010, 2012),
que contaram com o auxílio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Agradeço a essas
instituições pelo apoio, bem como ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tec-
nológico (CNPq), pela bolsa concedida por meio do edital universal MCTI/CNPq n. 14/2014, por
meio da qual dou continuidade a pesquisas no campo das políticas de línguas.
237
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Apresentação
238
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
239
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
240
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
241
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
242
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
243
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
244
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
245
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
246
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
247
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
248
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
para esses sujeitos: africanos, inferiores, que, falando ‘dialetos’, precisariam ser submetidos
a um exame de proficiência do ‘verdadeiro’ português – o do Brasil –, mesmo que a língua
portuguesa seja sua língua materna ou de escolarização” (DINIZ & BIZON, 2015).
17 Para Orlandi (2009, p. 172), “Se, na colonização, o lugar de memória pelo qual se significa
a língua e seus falantes é Portugal, no processo de descolonização esta posição se inverte e
o lugar de significação é deste lado do Atlântico com sua memória local, a do Brasil”.
249
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
250
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
251
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
252
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
253
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
254
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
255
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
256
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
257
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
22 Assim como Celada (2013), pensamos que um investimento sobre essa materialidade é fun-
damental para o delineamento de outras formas de políticas de línguas, que desnaturalizem
representações homogeneizadoras e cristalizadas do outro e de sua(s) língua(s). Podemos
fazer face, assim, a discursividades fortemente vinculadas ao Mercado – que capitalizam o
português do Brasil (ZOPPI-FONTANA, 2009; DINIZ, 2008, 2010) e essencializam o bra-
sileiro –, abrindo espaço para outros processos de identificação e outras formas de inscrição
subjetiva no português.
23 Entrevista realizada em Brasília, em 24 de março de 2010, com um diplomata brasileiro com
experiência de trabalho na Assessoria Internacional da Secretaria de Educação Superior (SESu/
MEC) e no Itamaraty (cf. DINIZ, 2012). Devido à natureza de algumas de suas declarações, o
entrevistado preferiu não ser identificado.
258
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
259
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
260
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Referências
261
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
262
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
263
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
264
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
265
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
266
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
Sobre os Autores
267
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
268
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
269
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
270
Subjetivação e Processos de Identificação.
Sujeitos e línguas em diversas práticas discursivas – inflexões no ensino
271