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(9326 - 30650) Matematica
(9326 - 30650) Matematica
Matemática
UnisulVirtual
Palhoça, 2017
Créditos
Matemática
Livro didático
Designer instrucional
Rafael da Cunha Lara
UnisulVirtual
Palhoça, 2017
Copyright © Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por
UnisulVirtual 2017 qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
Livro Didático
Professora conteudista
Diva Marília Flemming
Designer instrucional
Rafael da Cunha Lara
Diagramador(a)
Fernanda Fernandes
Revisor
Contextuar
ISBN
978-85-506-0156-4
E-ISBN
978-85-506-0157-1
F62
Flemming, Diva Marília
Matemática : livro didático / Diva Marília Flemming ; design instrucional
Rafael da Cunha Lara. – Palhoça : UnisulVirtual, 2017.
164 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
ISBN: 978-85-506-0156-4
E-ISBN: 978-85-506-0157-1
Introdução | 7
Capítulo 1
Conjuntos numéricos e operações
elementares | 9
Capítulo 2
Funções e suas aplicações | 55
Capítulo 3
Funções polinomiais do primeiro e do segundo
graus | 91
Capítulo 4
Funções exponenciais e logarítmicas | 125
Considerações Finais | 159
Referências | 161
Prezado estudante.
É importante que o estudante fique atento para o fato de que lidar com os números
exige um conhecimento um pouco além da forma intuitiva que usamos diariamente.
Ao seu redor, muitos setores produtivos apresentam fórmulas e resultados
numéricos que você aceita, mas que não busca a sua compreensão ou os impactos
que podem causar na sua vida pessoal e também para a sociedade em geral.
Bons estudos!
Seção 1
Introdução
Esta seção é introdutória ao presente capítulo em que vamos discutir com você
a noção de conjuntos e, em especial, os conjuntos numéricos. No decorrer deste
capítulo, vamos destacar alguns aspectos da História da Matemática para que
você compreenda que, em alguns momentos, as dificuldades de compreensão da
Matemática têm a sua origem na construção dos próprios conceitos. As descobertas
dos conceitos, a estruturação da simbologia, a formatação de situações problemas
etc. não são criações do nosso século. Tudo foi criado e construído com um esforço
individual ou em conjunto no decorrer da história da humanidade.
9
Capítulo 1
Todos sabem o que é um número mas, confrontados com esta pergunta, podem
sentir a necessidade de exemplificar, ou até mesmo de filosofar. Veja o que
Bentley (2010, p. ix) diz:
Bentley (2010) não respondeu à nossa pergunta, mas mostrou seu sentimento
ou sua filosofia em relação aos números. A dificuldade para dar resposta a
essa questão ficou presente por muitos séculos. Apesar da noção de conjunto
ser conhecida desde o início dos tempos, não havia a compreensão de que a
definição do número está relacionada com a conceituação de conjuntos.
Os números são palavras e símbolos que usamos para descrever padrões, e esses
padrões estão ao nosso redor, visíveis sob a forma de conjuntos. Para contar as
suas ovelhas, o pastor das cavernas usava a comparação com pedras ou varetas.
Há registros históricos da contagem com a comparação com os dedos. Dessa
forma, não devemos proibir a contagem com os dedos, pois essa ação pode
marcar um indivíduo, criando um obstáculo didático que precisa ser superado.
Infelizmente, muitas escolas não deixam as crianças contarem pelos dedos e nem
10
Matemática
sempre se tem a compreensão de que é nesse ato que podemos torturar a vida do
ser humano por muitos e muitos anos, levando-o à aversão pela Matemática.
Por que tenho que decorar tabuada se posso fazer contas usando raciocínio lógico?
Enfim, vamos discutir por aqui muita Matemática, hoje, considerada básica, mas,
na realidade, é uma base construída no decorrer de muitos séculos.
Dessa forma, vamos tentar construir, neste texto, um roteiro com conceitos,
definições e propriedades já demonstradas, mas vamos sempre alertar para que
você busque a construção de competências e habilidades.
11
Capítulo 1
É importante aprender a “fala matemática”. Veja como vamos falar o conjunto acima:
Portanto, podemos afirmar que o conjunto C não é unitário e não é vazio, pois
tem cinco elementos.
12
Matemática
1.1.2 Subconjuntos
Um conjunto A é subconjunto de um conjunto B se, e somente se, todo
elemento de A pertencer também a B.
Esta frase representa uma proposição que precisa ser analisada e escrita em uma
linguagem simbólica.
Vamos analisar a construção dessa frase, que não aparece a todo o momento em
nosso dia a dia, apesar de ela aparecer formalmente em sua mente quando você
raciocina.
•• A é subconjunto de um conjunto B;
•• se, e somente se;
•• todo elemento de A pertencer também a B.
“A é subconjunto de B A B ou B A”.
13
Capítulo 1
1.1.3 Exemplos
(1) Sejam os conjuntos A = {a, b, c} e B = {a, b, c, d, e}, podemos dizer que:
(2) Sejam A = {2, 4, 6, 8, 10, 12}; B = {x | x é um número par menor que 20} e
C = {2, 4, 6 }, podemos fazer diversas afirmações, por exemplo:
•• ;
•• ;
•• ;
•• .
14
Matemática
1.2.1 Definições
Linguagem simbólica:
A B = {x | x A ou x B} .
Linguagem simbólica:
A B = {x | x A e x B}.
•• A B = { } = ;
•• A C = {2, 4, 6};
•• A B C = { }.
Linguagem simbólica:
A – B = {x | x A e x B}.
15
Capítulo 1
•• B – A = {10};
•• A – C = {8}.
Linguagem simbólica:
A B = {(x, y) | x A e y B}.
A B = {(2, 1), (2, 2), (2, 3), (2, 4), (4, 1), (4, 2), (4, 3), (4, 4), (6, 1), (6, 2), (6, 3), (6, 4),
(8, 1), (8, 2), (8, 3), (8, 4)}
y
4
(2,4) (4,4) (6,4) (8,4)
3
(2,3) (4,3) (6,3) (8,3)
2
(2,2) (4,2) (6,2) (8,2)
1
(2,1) (4,1) (6,1) (8,1)
1 2 3 4 5 6 7 8 x
16
Matemática
(5) Complementação
A complementação A em relação a B, quando , é um caso particular da
subtração e pode ser representada por .
Linguagem simbólica:
CBA = B – A = {x | x B e x A}.
Exemplos
(1) Dados A = {8, 10, 12} e B = {2, 4, 6, 8, 10, 12}, podemos dizer que
CBA = B – A = {2, 4, 6, 8, 10, 12} – {8, 10, 12} = {2, 4, 6}.
Supondo que B = {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18} é um conjunto universo, temos
vários subconjuntos que estarão todos contidos em B. Por exemplo, A = {8, 10, 12};
M = {2, 10, 12, 16, 18} e N = {2, 4, 6, 8, 10}. Assim, podemos escrever:
A' = {2, 4, 6, 14, 16, 18}; M' = {4, 6, 8, 14} e N' = {12, 14, 16, 18}
(2) Dados dois conjuntos A e B, podemos ter como resultado o seguinte produto
cartesiano: A B = {(1, 1), (1, 2), (1, 3), (3, 1), (3, 2), (3, 3), (5, 1), (5, 2), (5, 3), (6, 1),
(6, 2), (6, 3)}.
17
Capítulo 1
Para responder esta questão, basta analisar a lei de formação dos pares ordenados
e lembrar a definição de produto cartesiano: os primeiros elementos dos pares são
do conjunto A e os segundos, são do conjunto B. Assim, temos que:
y
3
(1,3) (3,3) (5,3) (6,3)
2
(1,2) (3,2) (5,2) (6,2)
1
(1,1) (3,1) (5,1) (6,1)
1 2 3 4 5 6 x
a) f)
b) g)
c) h)
d) i)
e)
18
Matemática
2. Sejam A = {1, 7, 9}, B = {x | x é um número ímpar menor que 12}, C = {2, 6},
D = {1, 2, 4, 6} e E = {x | x é um número par entre 1 e 9}. Desenvolva os seguintes
itens:
a) f)
b) g)
c) h)
d) i)
e)
Seção 2
Conjuntos numéricos
O conceito de número é uma das ideias mais primitivas da humanidade e, por
incrível que pareça, já nascemos com ela. Um bebê entre seis e doze meses
já assimila agrupamentos de seres e objetos. Já consegue reunir, em um único
grupo, objetos análogos e percebe se falta algo a um desses conjuntos familiares.
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9.
19
Capítulo 1
N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, ...}.
Perceba que esse é um conjunto infinito, pois é possível sempre acrescentar uma
unidade a cada número para que se obtenha um sucessor.
N* = {1, 2, 3, 4, 5, ...}.
E por falar no zero, podemos informar que os zeros não causam dificuldades apenas
para os matemáticos – eles produzem também muitos problemas para todo o mundo.
Veja, por exemplo, em nosso calendário não existe “o ano zero” – o calendário passa
de 1 a.C. para 1 d.C. (Ano 1 antes de Cristo para Ano 1 depois de Cristo).
Você já comprou uma placa de memória com 512 MB? Ou um iPod com 8 GB de
armazenamento?
Lidar com a contagem não é algo fácil, mais difícil do que lidar com os números
positivos e negativos.
20
Matemática
Sabemos o que significa que o nosso saldo bancário está negativo. Dessa forma,
não há como negar que os números inteiros positivos e negativos são usados em
nosso dia a dia.
Olhe para uma régua e perceba a existência de números entre os inteiros, por
exemplo, entre 0 e 1 temos ou entre 3 e 4, o número 3,25.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1/2 3,25
21
Capítulo 1
Lembre-se de que é importante “falar matemática”. Devemos usar a palavra “avos” (um
substantivo masculino) para falar algumas frações que possuem denominador maior do
Toda fração pode ser escrita em uma forma decimal, por exemplo:
22
Matemática
seja, de fatias.
Todos os números inteiros são também números racionais, pois podem ser
escritos na forma de uma fração cujo denominador é igual a 1. Por exemplo:
Agora, já estamos prontos para apresentar o famoso conjunto dos números reais,
um conjunto que pode ser o universo do nosso estudo aqui neste texto.
23
Capítulo 1
formam o conjunto dos números irracionais, que pode ser denotado por
(alguns autores usam a notação ).
R .
–7 –6 –5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5 6 7
Para sentir de perto a existência dos números reais que não são inteiros e
também não são frações, vivencie a experiência dos discípulos de Pitágoras –
medir a diagonal de um quadrado de lado igual a uma unidade de comprimento.
?
1
Acredita-se que os pitagóricos guardaram este segredo por muitos anos, pois
esta constatação significava a existência de seres disformes no seu mundo regido
pelos números. Hoje, já se sabe que este ser disforme é a raiz quadrada de dois
( ).
24
Matemática
Talvez hoje seja mais interessante discutir o tamanho dos “chips de silício”, que estão
ficando cada vez menores, do que discutir os famosos números Pi e Neperiano, mas
também não podemos esquecer desses dois famosos números irracionais.
2.4.1 O número Pi
A história do número está ligada à história da vida de muitos matemáticos da
Antiguidade. É importante relembrar, para ser justo, do nome de Arquimedes,
famoso matemático e astrônomo que nasceu em Siracusa, mais ou menos
em 287 a.C. No tempo de Arquimedes, muitos estudiosos já sabiam que o
comprimento de uma circunferência é igual a um número um pouco maior do que
três vezes o seu diâmetro.
Existe o registro histórico de várias tentativas feitas para encontrar o valor exato
desse número um pouco maior do que 3, que hoje é conhecido como número
Pi, simbolizado por .
Você pode encher a tela do seu computador com as casas decimais do número Pi.
25
Capítulo 1
No decorrer deste livro, você vai ouvir falar muito sobre o número e, que é um
número real irracional e = 2,718281828....
26
Matemática
e .
Ao olhar para o par ordenado (a, b), fica simples visualizar a parte real e a parte
complexa ou imaginária do número complexo, pois:
•• a é a parte real;
•• b é a parte imaginária.
Nas próximas seções, você irá revisar as operações com os números reais, sendo
enfatizadas as diferentes representações, os algoritmos e métodos de tratamento
adequados a cada situação identificada.
b) Dizemos que dois conjuntos são disjuntos quando a intersecção entre eles é o
conjunto vazio. Diante desse conceito, podemos dizer que o conjunto dos reais
é formado pela união de dois conjuntos disjuntos: o conjunto dos racionais e o
conjunto dos irracionais.
27
Capítulo 1
a) e)
b) f)
c) g)
d) h)
Seção 3
Operações com números reais
A seguir, é feita uma revisão das operações no contexto dos números reais. A
estratégia adotada é uma revisão alicerçada em exemplos básicos e também
exemplos com situações práticas.
•• comutativa: ;
•• associativa: ;
•• elemento neutro: (0 é o elemento neutro da adição).
A subtração é dita uma operação inversa da adição, pois vale a relação genérica:
28
Matemática
(a) .
É possível estabelecer uma regra prática para calcular a adição ou subtração com
números fracionários. Considere as expressões e escritas de forma que e
sejam diferentes de zero:
(b) .
(c) .
Observe, neste exemplo, que o denominador não ficou igual a 27, mas sim igual
a 9. Isso deve-se pelo fato de podermos usar um valor menor, ou seja, o mínimo
múltiplo comum entre 9 e 3.
29
Capítulo 1
(d) ou .
(e) .
(f) .
Perceba que o número fracionário foi escrito em sua forma decimal para que a
operação fosse realizada. Uma outra opção é escrever o número decimal como
um número fracionário:
•• ;
••
30
Matemática
Se a operação dada tivesse contextualizada como “oito anos atrás” e “sete anos
atrás”, o resultado:
(h) .
Para saber quanto Joana comeu, é possível representar cada pedaço usando
números fracionários:
Podemos escrever, .
31
Capítulo 1
2 4 6 2
1 2 3 2
1 1 3 3
1 1 1 2 × 2 × 3 = 12
(4) Um bondoso homem doou da sua fortuna para menores carentes, e para
um asilo de idosos.
Ele doou .
32
Matemática
•• comutativa: ;
•• associativa: ;
•• elemento neutro: , dessa forma o número 1 é o
elemento neutro da multiplicação.
ou .
Você poderá revisar esses processos operacionais por meio de exemplos dados
na seção seguinte.
Cabe, aqui, novamente relembrar que temos regras operacionais quando estamos
lidando com números positivos e negativos. Veja no Quadro 1.1 um resumo
dessas regras de sinais que são iguais para a multiplicação e para a divisão.
Divisão Multiplicação
O ideal é que você use as regras, mas tenha sempre em mente a necessidade de
conferir significados aos resultados, principalmente quando estamos diante de
situações-problema.
33
Capítulo 1
Lembrando que a divisão pode ser representada por uma fração, podemos
montar a regra genérica que transforma divisão em uma multiplicação:
Dessa forma, tem-se a uma contextualização que justifica o uso das regras de sinais.
34
Matemática
(2) Durante seis dias, a temperatura de uma certa região esteve abaixo de zero,
variando por volta de –18oC. Sabendo-se que a temperatura baixou o mesmo
número de graus a cada dia, quantos graus teria baixado por dia?
Isso significa que a temperatura baixou 3oC por dia, até que chegasse a –18oC.
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
Observe que:
Para resolver este exemplo, basta multiplicar o valor total por suas frações:
de 350 .
de 350 .
Observe o uso da seta neste exemplo. Leia-se “implica” e tome o devido cuidado,
pois esse símbolo não representa igualdade, mas sim a equivalência.
35
Capítulo 1
(5) Um bolo foi dividido em partes iguais entre sete pessoas. Uma pessoa comeu
metade de sua fatia. Quanto do bolo ela comeu?
(6) Se no bolo do problema anterior, dividido entre sete pessoas, cada pedaço
custasse R$ 0,80, quanto custariam três pedaços do bolo?
Temos:
•• 3 pedaços do bolo .
“Eu tinha 3 dívidas, todas de 4 moedas de ouro. Mas as pessoas para quem eu devia
morreram. Perdi 3 vezes a dívida de 4 moedas. Assim, fiquei 12 moedas mais rico”.
(a) .
(b) .
(c) .
36
Matemática
Este resultado pode ser simplificado, ou seja, podemos encontrar uma fração
equivalente mais simples. Podemos, também, observar que o numerador e o
denominador são divisíveis por 5 e por 3, ou ainda, por .
Assim, .
(9) Como você poderia responder a questão: por que não existe divisão por zero?
(10) Os exemplos a seguir trazem um conceito muito usado em nosso dia a dia –
a porcentagem.
10% de 500 .
37
Capítulo 1
25% de 210 .
(12) Uma loja divulga uma promoção de 10% de desconto sobre o preço de suas
mercadorias vendidas à vista. Se uma camisa custa R$ 90,00, qual será o seu
valor com o desconto?
10% de 90 .
Isso significa que a camisa custará R$ 9,00 a menos. Portanto, o preço a ser pago
é de R$ 90,00 – R$ 9,00 = R$ 81,00.
“Aqui jaz o matemático que passou um sexto da sua vida como menino. Um doze
avos da sua vida passou como rapaz. Depois viveu um sétimo da sua vida antes
de casar-se. Cinco anos após, nasceu seu filho, com quem conviveu metade da
sua vida. Depois da morte de seu filho, sofreu mais 4 anos antes de morrer.”
38
Matemática
39
Capítulo 1
a) f)
b) g)
c) h)
d) i)
e) j)
3. Mário trabalhou sete meses em uma empresa com salário de R$ 600,00. Por
6. Em uma receita de bolo usa-se 0,5 litro de leite, sendo que 0,25 dessa
quantidade vai no recheio. Que fração do litro é usada no recheio?
7. Uma mãe deu dinheiro aos três filhos, dizendo que era um terço para cada um.
O primeiro filho gastou só um terço da sua parte. Que fração do total dado pela
mãe ele gastou?
40
Matemática
10. Em uma pesquisa de intenção de voto, realizada com 500 pessoas de uma
cidade, obteve-se o seguinte resultado.
Número de pessoas
Candidato A 132
Candidato B x
Indecisos 74
11. Um incêndio destruiu 30% da área verde em uma floresta. Se 20% desta
floresta é formada por rios e riachos e o restante, somente por área verde, qual o
percentual da floresta atingida pelo fogo?
Seção 4
Resolução de equações
Quando você está diante de um problema, pode resolvê-lo usando mais de um
caminho ou uma estratégia. Se o problema requer o uso de objetos matemáticos,
a solução pode ser obtida a partir do envolvimento de algoritmos numéricos,
resolução de equações ou sistemas de equações. Para cada situação, usa-
se a ferramenta matemática adequada, que poderá ser simples ou de nível
mais complexo, como é o caso de derivadas e integrais (objetos matemáticos
estudados no cálculo diferencial e integral).
41
Capítulo 1
É usual utilizar letras para representar os valores que uma variável pode assumir.
É comum, de forma mais tradicional, usar o termo “incógnita” para expressar o
valor que é desconhecido e procura-se saber.
4.1.1 Exemplos
(1) Determine o valor da incógnita x das seguintes equações do 1o grau:
(a) (c)
(b) (d)
(a)
42
Matemática
(b)
(c)
(d)
(2) O testamento de um moribundo impõe que, quando sua esposa, que está
grávida, tiver um filho, este herdará e a viúva, dos bens; mas, se nascer uma
filha, esta herdará e a viúva, dos bens. Como devem ser divididos os bens
43
Capítulo 1
Considerando-se que a herança foi repartida para três pessoas (viúva, filho e
filha), e mantendo-se a proporcionalidade inicialmente proposta, na equação, o
valor de x representa a parte da viúva.
25,93% do total.
44
Matemática
•• a viúva receberá ;
•• o filho recebe .
•• a filha recebe .
1. 5.
2. 6.
3. 7.
4.
45
Capítulo 1
4.2.1 Exemplos
1. Resolva as seguintes equações do 2o grau:
(a) (d)
(b) (e)
(c) (f)
(a)
46
Matemática
(b)
Observe que esta equação do segundo grau é incompleta, pois tem o valor de b igual
a zero. Dessa forma, é possível resolver sem o uso da fórmula de Bhaskara. Veja.
(c)
(–3) (–3) –4 . 2 . 2 3 9 – 16 3 –7 3 7 i
3+ 7 i 3 + 7 i
3– 7 i 3 – 7 i
(d)
47
Capítulo 1
Resolvendo, obtemos:
(e)
(f)
S = x1 + x2 = –3
P = x1 x2 = –10
Nesse caso, é simples perceber que os valores das raízes são 2 e −5. O cálculo
pode ser feito mentalmente, principalmente quando os valores são inteiros.
48
Matemática
1.
2.
3.
4.
49
Capítulo 1
É importante que todo modelo seja validado, pois o seu uso de forma adequada
vai depender desta validação. É neste ponto que muitas distorções surgem, pois
muitos modelos ainda não validados ou validados em contextos diferentes são
utilizados de forma indiscriminada na resolução de problemas.
Você vai observar que vamos usar modelos já prontos e também vamos discutir
situações que requerem a efetivação do modelo. É muito usual, neste contexto,
lidarmos com diversos dados e, portanto, há uma interação sistemática entre a
matemática e a estatística.
50
Matemática
51
Capítulo 1
Não vamos aqui dar detalhes matemáticos, pois a ideia é mostrar que, mesmo
não seguindo intencionalmente o que colocamos hoje como etapas da
modelagem matemática, Nash seguiu formalmente as etapas da modelagem
matemática de forma muito criativa ao fazer as escolhas adequadas ao Problema
da Barganha. Na prática, ao trabalhar com modelagem, estamos sempre trilhando
as etapas citadas.
No decorrer dos demais capítulos deste texto, vamos sempre resgatar a ideia da
modelagem matemática, cabendo o destaque de que, em muitas situações reais,
as equações do primeiro e segundo grau, revisadas aqui neste capítulo, surgem
como modelos matemáticos.
52
Matemática
Como x representa a quantidade do produto, não faz sentido ser representado por
um número negativo. Assim, apenas interessa-nos o valor de .
53
Capítulo 2
Com o estudo dos conteúdos deste capítulo, o estudante irá desenvolver habilidades
para identificar e discutir aplicações práticas que são desenvolvidas com o uso das
funções matemáticas. Os tipos de funções mais utilizadas são discutidos e exemplos
de modelagem matemática na resolução de problemas são apresentados.
Seção 1
Introdução
Você já parou para pensar onde aparecem as funções em sua vida? Mas antes
disso, você sabe realmente o que é uma função?
Você pode pensar, intuitivamente, que uma função é uma relação entre variáveis.
55
Capítulo 2
Existem inúmeras situações que envolvem estas funções de uma variável, por
exemplo:
56
Matemática
Linguagem simbólica:
ou
A B
C D
E F
Podemos dizer que uma função definida no conjunto dos reais é uma relação
específica, pois estamos diante de um subconjunto do produto cartesiano R R.
É usual identificar:
57
Capítulo 2
1.2 Exemplos
(1) Considere as funções apresentadas na Figura 2.1. Determine o domínio D ( f ),
o contradomínio CD ( f ) e o conjunto imagem, Im( f ). No Quadro 2.1, temos as
respostas.
Quadro 2.1 – Domínio, contradomínio e conjunto imagem das funções da Figura 2.1
(2) Para cada uma das funções identificadas a partir de sua representação
(a)
. Assim, temos: ; e .
(b)
e .
58
Matemática
no ponto 1, –3 ou .
O conjunto imagem pode ser representado por todos os números reais exceto
o −3, ou seja, podemos representar por R–{−3}, lembrando que R representa o
conjunto dos números reais.
a) b)
59
Capítulo 2
Seção 2
Tipos de funções e suas representações
gráficas
As funções são utilizadas para modelar situações em várias áreas do
conhecimento. A partir do fenômeno a ser modelado, várias expressões
algébricas são estabelecidas e são categorizadas por tipos, em acordo com as
suas características.
Neste momento, você terá apenas uma visão geral dessas funções e vamos
procurar já trabalhar com exemplos práticos e com as representações gráficas
das funções dadas.
As funções que serão mais utilizadas no contexto das áreas sociais serão
retomadas nos capítulos seguintes e as suas características serão destacadas.
Se a função é dada por sua lei de formação, vamos ficar de imediato diante da
sua representação algébrica e, portanto, para fazer a sua representação gráfica,
basta formalizar um conjunto de pontos adequados de modo que tenhamos
um bom visual gráfico. Esse conjunto de pontos pode ser feito manualmente ou
usando um software, como, por exemplo, o Graph.
60
Matemática
y
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
x
-3 -2 -1 1 2 3
61
Capítulo 2
Exemplo
Observe as imagens dos valores em que a água congela (0°C) e em que a água
ferve (100°C).
°F
(100,212)
200
150
100
50
(0,32)
°C
-50 50 100
62
Matemática
Exemplo
Vamos supor que uma empresa que fabrica filtros de água tem um custo mensal
fixo de R$ 10.000,00 e um custo variável de dólares, sendo que x é
a quantidade de filtros fabricados e está delimitado entre zero e 40.000 unidades.
, para .
Essa função pode ser representada graficamente, como mostra a Figura 2.4.
Observe que a parábola não será considerada na íntegra, pois temos uma
delimitação no domínio dada pelo contexto da situação prática.
C dólares
250000
200000
150000
100000
50000
x unidades
40000 80000
63
Capítulo 2
Exemplo
Para saber o custo da quinta unidade, você precisa fazer a diferença entre o custo
de cinco unidades e o custo de quatro unidades, ou seja,
Observe que o gráfico desta função pode auxiliar na obtenção de outras análises
(veja a Figura 2.5).
64
Matemática
C(q)
5500
4125
2750
1375
q
5 10 15 20
, sendo e polinômios e .
Exemplo
65
Capítulo 2
x
70
60
50
40
30
20
10 P
-70 -60 -50 -40 -30 -20 -10 10 20 30 40 50 60 70
-10
-20
-30
-40
-50
-60
-70
x
70
60
50
40
30
20
10
P
10 20 30 40 50 60 70
66
Matemática
Exemplo
(1) Uma aplicação tradicional das funções exponencial está no contexto dos juros
compostos. Temos:
Se a taxa de juros r for anual e os juros forem compostos k vezes, o ano fica
dividido em k períodos idênticos e a taxa de juros, em cada período, será de r/k.
Veja um exemplo concreto, supondo que R$ 1.000,00 sejam investidos a uma taxa
de juros anual de 6%. Calcule o saldo após 10 anos, se os juros forem compostos:
a. trimestralmente;
b. mensalmente;
c. continuamente.
67
Capítulo 2
(a) Para calcular o saldo após 10 anos, se a taxa de juros for composta
trimestralmente, vamos usar a fórmula a seguir.
, com , , e . Assim,
0 1000,00
1 1061,36
2 1126,49
3 1195,62
4 1268,99
5 1346,86
6 1429,50
7 1517,22
8 1610,32
9 1709,14
10 1814,02
68
Matemática
(b) Para calcular o saldo após 10 anos, se a taxa de juros for composta
mensalmente, vamos usar a fórmula:
, com , , e . Assim,
(c) Para calcular o saldo após 10 anos, se a taxa de juros for composta
continuamente, vamos usar a fórmula:
69
Capítulo 2
S(t) (reais)
1800
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
t (anos)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0 1000,00
1 1061,84
2 1127,50
3 1197,22
4 1271,25
5 1349,86
6 1433,33
7 1521,96
8 1616,07
9 1716,01
10 1822,12
70
Matemática
com 0 < a ≠ 1 e
y
9
8
7
6
5
4
3
2
1
x
-2 -1 1 2
Exemplo
Estudos estatísticos feitos pela Corporação Amoco mostram que cada vez mais
motoristas estão abastecendo seus próprios veículos, dispensando o auxílio
dos frentistas. A seguinte função fornece o valor de vendas de combustível dos
motoristas que abastecem seus próprios carros como uma porcentagem sobre o
total de vendas de combustível nos Estados Unidos.
71
Capítulo 2
Embora este exemplo não apresente dados atuais, nem corresponda ao contexto
da realidade brasileira, podemos utilizá-lo para fazer uma interessante análise.
y%
100
80
60
40
20
t (anos)
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Com uma análise visual do gráfico, é possível afirmar que, no período de 1974
até 1980, o crescimento foi acentuado e que, a partir de 1980, o crescimento
continua, mas não mais de forma acentuada.
72
Matemática
Alguns dados numéricos podem ser obtidos dentro do domínio da função que é
dado pelo intervalo [0,20] que corresponde ao período de 1974 até 1994. Assim,
podemos, por exemplo, afirmar que o percentual total de vendas de combustível
no início de:
É importante ainda destacar que este modelo não nos permite fazer afirmações
relacionadas com períodos anteriores ao ano de 1974 ou posteriores ao ano de 1994.
a) c)
b) d)
a) c)
b) d)
73
Capítulo 2
8 5212,7
9 5289,1
10 5673,7
11 5952,0
12 6170,6
13 6804,6
14 7656,2
15 8065,2
b) Existe uma função linear que pode ser utilizada? Utilize um software gráfico
para ajudar na resolução (por exemplo, o Graph).
74
Matemática
Seção 3
Modelagem matemática com o uso de funções
Quando você for trabalhar com funções, é importante que reconheça as diversas
linguagens utilizadas em sua representação. Em especial, nas representações
gráficas é possível visualizar propriedades e características das funções sem a
necessidade de desenvolvimentos algébricos mais elaborados.
Zero ou raiz: quando igualamos a lei de formação a zero (y = 0), haverá um valor
correspondente de x. Assim, o(s) valor(es) de x tais que = 0 será(ão) o(s)
zero(s) da função. Graficamente, é o ponto em que o gráfico corta o eixo x.
Sinal da função: o sinal de uma função é dado pelo sinal da imagem da função.
Quando os valores de y assumem sinal positivo, dizemos que , ou seja, a
função assume sinal positivo. Quando os valores de y assumem sinal negativo,
75
Capítulo 2
Exemplo
Propriedades e f ( x ) = 2x – 5 g ( x ) = 5 – 2x
características
Domínio Esta função está definida para Esta função está definida para
todos os números reais, portanto, todos os números reais, portanto,
seu domínio é R ou o conjunto seu domínio é R ou o conjunto
dos números reais. dos números reais.
Conjunto imagem Para valores de x no conjunto dos Para valores de x no conjunto dos
reais, vão corresponder valores reais, vão corresponder valores
de y no conjunto dos reais. Assim, de y no conjunto dos reais.
o conjunto imagem é R ou o Assim, o conjunto imagem é R ou
conjunto dos números reais. o conjunto dos números reais.
Intervalo de Esta função é sempre crescente. Esta função não tem intervalo de
crescimento crescimento.
76
Matemática
y
5
4
3
2
1
(5/2,0) x
-1 1 2 3 4
-1
-2
-3
-4
-5
-6
y
6
1
(5/2,0) x
-1 1 2 3 4
-1
-2
Para cada tipo de função podemos extrair características específicas como, por
exemplo, nas funções lineares, em que o crescimento pode ser estabelecido a
partir do valor do parâmetro a de . Quando a for positivo, a função é
crescente e, quando a for negativo, a função é decrescente.
77
Capítulo 2
Por outro lado, podemos pensar no desejo dos consumidores em adquirir bens
exclusivos ou raros como, por exemplo, obras de arte, carros esportivos com
design especial, roupas sob medida como peça única etc. Temos, assim, o
fenômeno da externalização de difusão negativa.
Caso tenhamos como variável apenas o preço, o ajuste da curva torna-se mais
simples; entretanto, se agregamos mais funções, a complexidade matemática
aumenta – mas este caso específico não será alvo do nosso estudo.
78
Matemática
0 25
4 24
7 23
13 18
16 15
18 12
20 9
25 0
É também usual usar a letra q para representar a quantidade (x). Lembre-se sempre
de que a seleção das letras a serem utilizadas nas representações algébricas são
escolhas de autores, dos professores ou do próprio estudante de matemática. Não
há obrigatoriedade de usar somente x e y para representar as funções.
p unidades monetárias
24
21
18
15
12
9
6
3
x unidades
3 6 9 12 15 18 21 24
79
Capítulo 2
0 26
4 22
7 20
8 17
13 15
16 10
18 7
20 5
25 0
p unidades
24
21
18
15
12
9
6
3
x unidades
3 6 9 12 15 18 21 24
80
Matemática
Vamos supor que o Quadro 2.6 mostre um mercado competitivo com quantidades
anuais ofertadas a diversos preços estabelecidos. Na Figura 2.16, temos o gráfico
que mostra a equação da oferta com um modelo linear.
14 60
16 80
18 100
20 120
p unidades monetárias
120
100
80
60
40
20
x milhares de unidades
10 20 30
81
Capítulo 2
Vamos supor que o Quadro 2.6 seja ampliado, como mostra o Quadro 2.7. Nesse
caso, teríamos como visualizar o equilíbrio do mercado (ver Figura 2.17). Observa-
se que, usando o recurso computacional, é possível obter também a função
demanda dada por , definida para valores de p não negativos.
82
Matemática
22 14 60
20 16 80
18 18 100
16 20 120
p unidades monetárias
120
100
80
60
40
20
x milhares de unidades
10 20 30
83
Capítulo 2
Exemplo
Uma empresa fabrica um produto a um custo de R$ 6,50 por unidade e o vende por
R$12,00 a unidade. O investimento inicial da empresa para produzir o produto foi de
R$ 9.350,00. A empresa alcançará o ponto de break-even se vender 1.500 unidades?
Temos:
C ou R em reais
34000
Função Custo
Função Receita
20400
x unidades
1700 3000
84
Matemática
a) c)
b) d)
3. Encontre o preço de equilíbrio para o mercado que tem como demanda e oferta
o quadro que segue.
Preço
Quantidade Demandada Quantidade Ofertada (p unidades monetárias)
70 10 1
64 18 2
54 28 3
22 54 5
85
Capítulo 2
Seção 4
Função inversa
Em muitas situações práticas, ficamos diante de equações que nos levam a uma
ou mais funções. Em outros momentos, podemos estabelecer qual variável é
a dependente. Ao lidar com essa variabilidade, é fundamental ter em mente a
conceituação matemática das funções inversas.
Exemplos
Portanto, .
86
Matemática
y
3
1
x
-3 -2 -1 1 2 3
-1
-2
-3
y
3
y=f(x)
2
1
y=f -1(x)
x
-3 -2 -1 1 2 3
-1
Reta de simetria
-2
-3
87
Capítulo 2
y
8
1
x
-2 -1 1 2 3 4 5
-1
Portanto, a função inversa só poderá ser identificada caso haja uma restrição
no domínio da função. Suponha que a função passe a ser definida como
R. Veja na Figura 2.22 o gráfico da função.
y
8
1
x
-2 -1 1 2 3 4 5
-1
88
Matemática
1
x
-3 -2 -1 1 2 3 4 5 6
-1
y
4
1
x
-4 -3 -2 -1 1 2 3 4
-1
-2
-3
-4
89
Capítulo 2
a) b)
90
Capítulo 3
Seção 1
Introdução
A estratégia deste capítulo é aprofundar um pouco mais as propriedades e
características dessas funções para facilitar a resolução de problemas práticos.
Cabe ainda lembrar que as funções surgiram das necessidades práticas e que
as suas diversas notações simbólicas foram criadas para facilitar uma linguagem
universal. Muitos são os matemáticos que podemos citar no contexto da História
da Matemática para discutir a simbologia e os diferentes métodos que são
trabalhados na Matemática. Por exemplo, podemos citar Leonhard Euler, entre
outros citados por Boyer (1992). Euler nasceu em Basel, na Suíça, em 15 de
abril de 1707, e morreu em 18 de setembro de 1783. Foi considerado como o
matemático mais prolífico da sua época. Seus 866 livros e artigos representam
aproximadamente um terço do corpo inteiro de pesquisa em matemática, teorias
físicas, e engenharia mecânica publicadas entre 1726 e 1800. Euler é autor de
muitas notações matemáticas, entre elas a notação que conhecemos hoje para
funções .
91
Capítulo 3
Nas seções seguintes, vamos particularizar exemplos para que você vivencie a
matemática de forma mais prática, discutindo mais formalmente no contexto de
suas diferentes representações.
Seção 2
Função do primeiro grau
Quando apresentamos de forma didática as funções do primeiro grau, na maioria
das vezes, o estudante não consegue ver a sua aplicabilidade e considera que
não encontra essa função no seu dia a dia.
92
Matemática
Observe a Figura 3.1, que apresenta os dados do IPC do Brasil no ano de 2016, e
a Figura 3.2, que representa a Tabela IPC Brasil 2016.
93
Capítulo 3
y
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
x
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Podemos apresentar esses dados sob forma algébrica, considerando que temos
um conjunto de segmentos sinalizados e, no todo, teríamos uma função formada
por uma função definida por várias sentenças. Para achar essas funções, podemos
usar softwares, mas, no caso dos segmentos, podemos também encontrar com
cálculos manuais – que serão apresentados no decorrer desta seção.
94
Matemática
2.1 Definições
Definição: chama-se de função do primeiro grau a função que associa cada
número real x, o número real , com .
Linguagem simbólica:
f:R→R
f (x) = a . x + b sendo a, b R com a ≠ 0
É usual nomear a função afim de função linear, pois o termo linear indica que
o gráfico da função é uma linha reta e a função afim também é graficamente
representada por uma reta.
2.1.1 Exemplos
(1) Classifique as seguintes funções quanto ao seu tipo e identifique o coeficiente
angular e o coeficiente linear.
(a)
Função linear, pois o coeficiente linear é igual a zero. Seu coeficiente angular é
igual a (−2) e, por essa razão, o gráfico dessa função é decrescente.
95
Capítulo 3
(b)
(c)
(d)
É uma função afim com coeficiente angular igual a (−7) e coeficiente linear igual a 4.
(2) Escolha um número qualquer, multiplique por dois e some dez. Escreva esta
regra como uma função do primeiro grau na forma algébrica.
Escolher um número: x
Somar dez:
(3) Escreva a forma algébrica de uma função f que associa a cada número a sua
metade e, do resultado, subtrai seis. Em seguida, calcule , e .
96
Matemática
(4) Uma floricultura tem como principal produto buquês de rosas que são vendidos
a R$ 25,00 cada buquê. A despesa mensal com aluguel, luz e funcionários é de
R$ 2.000,00. O custo para compor cada buquê é de R$ 15,00. Escreva a função
receita, custo e lucro e calcule quantos buquês devem ser vendidos para que a
receita seja igual ao custo, ou seja, para que o lucro seja zero.
Agora, para obter a função que nos dá o lucro total da floricultura, basta subtrair o
custo da receita, ou seja:
Falta agora calcularmos a quantidade vendida para que a receita seja igual ao
custo, ou seja, para que o lucro seja zero.
97
Capítulo 3
Exemplos
x y=x+2 (x, y)
−2 y = –2 + 2 = 0 (−2, 0)
−1 y = –1 + 2 = 1 (−1, 1)
0 y=0+2=2 (0, 2)
1 y=1+2=3 (1, 3)
2 y=2+2=4 (2, 4)
y
(2,4)
4
(1,3)
3
(0,2)
2
(-1,1)
1
(-2,0)
x
-3 -2 -1 1 2 3
-1
-2
98
Matemática
Note que uma reta pode ser definida por apenas dois pontos. Logo, basta
determinar dois pontos para a construção do gráfico de uma função do primeiro
grau. Veja o exemplo da função identidade.
Na Tabela 3.2, tem-se o cálculo dos pontos da função identidade e na Figura 3.5,
o gráfico da função.
x y=x (x, y)
0 y=0 (0, 0)
1 y=1 (1, 1)
(1,1)
1
(0,0)
x
-3 -2 -1 1 2 3
-1
-2
(3) Encontrar a lei de formação para a função apresentada na Figura 3.1 relativa
ao IPC Brasil 2016.
99
Capítulo 3
O cálculo pode ser feito manuscrito usando-se como auxiliar, para agilizar as
contas, uma calculadora, pois os dados estão em decimais com aproximação
de três casas decimais. Todavia, podemos realizar o processo de forma bem
ágil com o uso do software Graph, que vai dar-nos as funções com duas ações
rápidas para cada etapa.
Para obter os valores exatos do IPC, vamos usar a tabela da Figura 3.2. Temos que:
e f1(1) = 10,356.
Para resolver esse sistema, temos vários métodos. Por exemplo, temos o método
da substituição, que consiste em extrair o valor de uma variável em uma das
equações e substituir na outra.
100
Matemática
Temos:
Observe que a função definida é válida para o ano de 2016 e pode ser utilizada
para fazer comparações com dados de outros países. Entretanto, é possível fazer
algumas conjecturas para o início de 2017, supondo-se uma situação econômico-
financeira estável – o que não é uma realidade atual, ou seja, poderíamos ter uma
queda da inflação ou uma oscilação pequena, considerando-se os dados de
agosto a dezembro expostos no gráfico.
101
Capítulo 3
2.2 Aplicações
As aplicações do estudo das funções de primeiro grau aparecem em todas as
áreas do conhecimento. Em algumas áreas, tanto as estratégias da matemática
quanto os dados estatísticos oscilam muito e, portanto, os modelos devem
ser sistematicamente revisados e analisados. Não podemos alicerçar-nos na
frase popular de que “a matemática é exata”. O que é correto afirmar é que a
“matemática é lógica” e, como tal, ela está sempre presente auxiliando-nos na
tomada de decisão.
(2) Domínio – O domínio é o conjunto dos números reais que pode ser
representado por R, ou na forma de um intervalo . Pode ser visualizado
graficamente no eixo dos x.
(3) Conjunto imagem – É o conjunto dos números reais que pode ser
representado por R ou na forma de um intervalo . Pode ser visualizado
graficamente no eixo dos y.
(6) Zero ou Raiz – Ponto em que o gráfico corta o eixo dos x ou o valor de x tal
que y = 0.
102
Matemática
que , quando , ou e se .
2.2.2 Exemplos
(1) Vamos analisar as propriedades e características da função
usando apenas a sua lei de formação ou sua representação algébrica.
Como é uma função polinomial do primeiro grau, a sua representação gráfica vai
ser uma reta. Temos, então, as seguintes possibilidades.
Sinal: considerando como referência que o zero da função é igual a (−2). Então,
podemos afirmar que:
103
Capítulo 3
y
4
3
2
1
x
-3 -2 -1 1 2 3
-1
-2
-3
Estamos diante de uma função polinomial do primeiro grau, já que estamos diante
de uma reta. Como está perfeitamente visível o corte no eixo dos x e no eixo dos
y, não precisamos fazer cálculos mais complexos para encontrar a sua lei de
formação. A reta passa pelos pontos (2,0) e (0,4). Assim, temos:
e .
ou .
Portanto, .
104
Matemática
(3) Em uma indústria, verificou-se que, se o preço de uma peça fosse igual
a R$ 5,00, os clientes encomendavam 50 unidades por dia. Quando o preço
passou a ser R$ 4,50, as encomendas passaram para 60 unidades por dia. Como
podemos representar a função de demanda desta peça?
105
Capítulo 3
p
8
7
6
5 (50,5)
(60,4.5)
4
3
2
1
x
20 40 60 80 100 120 140
Fonte: Elaboração da autora, 2017.
Domínio: a variável x assume valores que vão de 0 até 150. Portanto, temos que
os valores do domínio pertencem ao intervalo [0, 150].
Zero ou Raiz: o zero da função é o ponto cujo gráfico corta o eixo horizontal, ou
seja, o eixo x. Nesta função, isso acontece quando .
Sinal da função: esta função é positiva em (0, 150), pois seu gráfico está todo
acima do eixo x.
106
Matemática
2
qd=8 – 4p
qo=–2+6p
q
1 2 3 4 5
107
Capítulo 3
a) c)
b) d)
5. Seja , determine:
a) o gráfico de ;
b) o domínio e a imagem de ;
d) o sinal da função .
108
Matemática
6. Uma pequena fábrica de móveis tem como seu principal produto a fabricação
de banquetas. Cada banqueta é vendida ao preço de R$ 65,00. A fábrica tem um
custo fixo mensal de R$ 5.000,00 em aluguel e máquinas, conta de luz, compra
de material e pagamento de funcionários. A mesma fábrica gasta R$ 25,00 para
fabricar cada banqueta. Determine:
a) b)
109
Capítulo 3
12. O fluxo de caixa por ação de uma empresa B, em 2010, era de $ 5,22 e, em
2011, era de $9,01. Qual será a previsão para o fluxo de caixa por ação para os
anos de 2012 e 2013?
Seção 3
Funções do segundo grau
As considerações iniciais relativas às funções do primeiro grau em grande parte
são válidas para as funções do segundo grau, pois essas equações são muito
usadas na modelagem matemática, principalmente quando temos um conjunto
maior de informação.
110
Matemática
3.1 Definição
Chama-se de função do segundo grau ou função quadrática a função que associa
cada número real x ao número real , com a, b, c pertencentes aos reais
e .
Linguagem simbólica:
f:R→R
f (x) = ax2 + bx + c, sendo a, b e c R com a ≠ 0.
3.1.1 Exemplos
(1) São exemplos de funções do segundo grau:
(a) ;
(b) ;
(c) .
Perceba que, em algumas funções, os valores de b e c são iguais a zero. O que não
pode ocorrer é pois, assim, não caracterizaria uma função do segundo grau.
111
Capítulo 3
(2) Escreva a forma algébrica da função f que associa a cada número o seu quadrado
multiplicado por 2 e ao resultado subtrai-se 18. Encontre também , e .
A função pedida é .
Temos:
O problema solicita que você encontre a função lucro mas, para isso, é necessário
primeiramente encontrar a função custo, já que a função lucro é dada por
112
Matemática
Exemplos
Inicialmente, é necessário construir uma tabela (ver Tabela 3.3), atribuindo valores
aleatórios para x e determinando os valores de y correspondentes.
x y = x2 – x – 2 (x, y)
−2 y = (–2)2 + 2 – 2 = 4 (−2, 4)
−1 y = (–1)2 + 1 – 2 = 0 (−1, 0)
0 y = 02 – 0 – 2 = –2 (0, −2)
1 y = 12 – 1 – 2 = –2 (1, −2)
2 y = 22 – 2 – 2 = 0 (2, 0)
3 y = 32 – 3 – 2 = 4 (3, 4)
y
(-3,10) 10
8
6
(-2,4) 4 (3,4)
2
(2,0)
x
-3 -2 -1 1 2 3 4
(-1,0)
-2 (0,-2) (1,-2)
113
Capítulo 3
3.2 Aplicações
Para qualificar o estudo das aplicações das funções quadráticas, vamos
apresentar detalhes das propriedades e características desta função. Os
conceitos são similares aos da função do primeiro grau, mas temos outras
características específicas das funções quadráticas.
(2) Domínio – O domínio é o conjunto dos números reais que pode ser
representado por R ou na forma de um intervalo . Pode ser visualizado
graficamente no eixo dos x.
114
Matemática
Observe que, dentro dos colchetes, tem-se uma soma com duas parcelas, sendo
que a primeira parcela é sempre positiva, pois apresenta um termo elevado ao
quadrado. O segundo termo é um valor constante, pois não aparece o x. Assim,
se o valor de a é positivo, o menor valor da função (ponto de mínimo) é obtido
(6) Conjunto imagem – É um subconjunto dos números reais que pode ser
visualizado graficamente no eixo dos y e identificado algebricamente. Se
a concavidade é voltada para cima, então a imagem são os valores de y
pertencentes ao intervalo , ou seja, . Se a concavidade é voltada
para baixo, então a imagem são os valores de y pertencentes ao intervalo ,
ou seja, . Lembrando que é a ordenada o ponto do vértice da parábola.
(7) Zero ou Raiz − São os pontos em que , o que nos leva a resolver uma
equação do segundo grau ( .
115
Capítulo 3
3.2.2 Exemplos
(1) Considere as seguintes funções: e .
116
Matemática
f(x)
2
x
-4 -3 -2 -1 1 2
g(x)
4
3
2
1
x
-4 -3 -2 -1 1 2
-1
(2) Uma indústria prevê que o lucro total do seu principal produto, ao final do mês, é
dado pela função , sendo x a quantidade vendida em milhares e
L o ganho em milhões de reais. Encontre o valor de x que maximiza o lucro.
Note que , portanto, a concavidade é voltada para baixo, o que nos leva
a concluir que o vértice é um ponto de máximo. Para responder à pergunta da
questão, basta determinar o vértice.
117
Capítulo 3
Assim, o lucro máximo é de 0,125 milhões de reais quando forem vendidas 2,25
milhares de unidades. Veja o gráfico da função na Figura 3.12.
L(x)
(2.25,0.125)
0.1
0.05
x
0.5 1 1.5 2 2.5
( )
3+7
3 7 5
Assim, as raízes são 2 e −5. Lembre-se de que esses são os valores de x em que
a parábola corta o eixo dos x.
118
Matemática
Algebricamente
O equilíbrio ocorre quando a demanda e a oferta são iguais, ou seja:
ou .
O valor para deve ser descartado, já que não temos preço de mercado
negativo. Esses valores obtidos são as raízes da equação .
Portanto, o valor que nos interessa é .
Graficamente
Fazendo o gráfico das duas funções (ver Figura 3.13), o equilíbrio ocorre no ponto
de interseção gráfica, que é o ponto , ou seja, quando , . Observe
que a equação de demanda é uma função do segundo grau e que a
função da oferta é uma função do primeiro grau.
119
Capítulo 3
3 (1,3)
p
1 2
Fonte: Elaboração da autora, 2017.
Para responder o item (a), basta calcular a imagem da função no ponto t = 2, ou seja:
54,942
120
Matemática
Como , temos que a concavidade é voltada para cima, logo a função tem
Temos:
(7) Observe a função dada na Figura 3.14 e discuta todas as suas propriedades e
características. Verifique se a expressão representa a função da
figura dada.
-2,5 x
-7 2
-14
-20,25
A análise a ser feita vai ficar toda alicerçada na observação da Figura 3.14.
Simetria: a simetria da parábola é dada pelo eixo que passa pelo vértice, ou seja,
x = –2,5 .
121
Capítulo 3
Para estabelecer o valor de a, basta conferir outro ponto do gráfico dado, por
exemplo, o ponto do vértice ou o ponto que está assinalado como o corte no eixo
dos y em −14, ou .
Para que essa expressão seja válida, vamos ter o valor de a igual a 1. Portanto,
confirma-se que é a forma algébrica da parábola da Figura 3.14,
ou também podemos dizer lei de formação da função dada graficamente.
3. Trace o gráfico das seguintes funções e defina o seu domínio e o seu conjunto
imagem:
a) b)
122
Matemática
a) b)
6. Encontre o preço de equilíbrio para o mercado que tem como demanda e oferta
o quadro que segue.
Preço
Quantidade demandada Quantidade ofertada (p unidades monetárias)
70 10 1
64 18 2
54 28 3
22 54 5
123
Capítulo 3
y
32
30
20
10
x
-8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5 6
-10
10. Uma pedra é atirada para cima com uma velocidade de 40m/s. A sua altura
depois de t segundos é dada por . Analise as características da função.
124
Capítulo 4
Seção 1
Introdução
O estudo das funções exponenciais e logarítmicas envolve o uso de operações
com potências e logaritmos. Sabendo da importância de ter bastante clareza
dos conceitos, optou-se por fazer, nesta, seção uma breve revisão dos objetos
matemáticos envolvidos nestas operações.
125
Capítulo 4
Exemplos
(1) . Para n = 1, considera-se por definição que a1 = a, uma vez que não há
produto com um único fator.
(2)
(3)
(4)
(5) Ao usar números negativos, lembre-se dos cuidados com as regras de sinais
nas operações com os números reais. Recomenda-se, em alguns momentos, o
uso do número dentro de parênteses. Observe a diferença de resultados entre
e .
••
••
Assim: .
Exemplos
23 . 24 = (2 . 2 . 2) . (2 . 2 . 2 . 2) = 2 . 2 . 2 . 2 . 2 . 2 . 2 = 27
ou
23 . 24 = 23 + 4 = 27.
126
Matemática
.
Lembre-se de que o uso indiscriminado de uma calculadora pode levar à uma
notação mais visualmente “pesada”. Sempre que temos potências de valores
altos, a resposta deve ser apresentada na forma de potências.
Exemplos
(1)
ou
(2)
ou
e .
ou .
127
Capítulo 4
(1)
(2)
(3)
(a) ou
(b) ou
(a)
(b)
Assim, .
(a)
(b)
ou com .
128
Matemática
•• 10–1 = 0,1 =
•• 10–3 = 0,001 =
•• n = índice;
•• a = radicando;
•• b = raiz.
Para a e b real positivo ou nulo e n inteiro positivo par, temos sempre que
129
Capítulo 4
Exemplos
(a)
(b)
(c)
(a)
(c)
Vejamos um resumo:
(a) (d)
(b) (e)
(c)
Exemplos
(1) = . = = = =
(2) = = ou = . = = =
(3) = ou = = =
130
Matemática
1.2 Logaritmo
Acompanhe o nosso raciocínio!
sendo , e
Quando a base do logaritmo for igual a 10, não costumamos escrever a base, por
exemplo, . Escrevemos simplesmente , e fica subentendido que a
base é 10. Aos logaritmos na base 10, damos o nome de logaritmos decimais
ou de Briggs.
131
Capítulo 4
1.2.1 Exemplos
(1) Calcule: .
Se então . Assim:
Portanto, .
(2) Calcule .
Se então . Assim,
Portanto,
(3) Calcule .
Se , então .
Portanto,
132
Matemática
(a)
(b)
Simbolicamente:
.
Simbolicamente:
.
Simbolicamente:
.
133
Capítulo 4
(a) , pois
(b) , pois
(c)
1.2.3 Exemplos
(1) Sabendo que e , calcule .
Temos:
134
Matemática
Temos:
Assim:
a) 2–5 . 22 c) 43 . 8 . 2–5
b) d)
135
Capítulo 4
a) b)
a) b)
a) 72 000 c) 0,022
b) 0,004 d) 40000
a) log327 c) log10100
b) log3(1/243) d) log81
6. Determine o valor de x:
a) log(1/625)5 = x b) logx25 = 2
c) log2x = 8 d) logx(8/27) = 3
136
Matemática
Seção 2
Função exponencial
Vamos, agora, discutir as funções exponenciais. Observe que estas são utilizadas
para modelar o crescimento e o decrescimento populacional e, também, em
várias situações da Matemática Financeira.
Simbolicamente, temos:
Exemplos
(1) , base 2
(2) , base ½
Caso você faça os gráficos manualmente, vai ser interessante lembrar que, de
acordo com o valor da base, vamos ter gráficos crescentes ou decrescentes. Ao
construir a tabela auxiliar, basta lembrar a forma da curva exponencial e organizar
alguns pontos estrategicamente distribuídos no sistema cartesiano.
137
Capítulo 4
x f (x) = 2x (x , y)
–3
–2
–1
0 (0, 1)
1 (1, 2)
2 (2, 4)
f(x)
5
2
1
x
-3 -2 -1 1 2 3
138
Matemática
x (x, y)
–2 (–2, 4)
–1 (–1, 2)
0 (0,1)
f(x)
5
4
3
2
1
x
-3 -2 -1 1 2 3
139
Capítulo 4
Exemplos
(1) Analise, com o uso de algum software, os gráficos das seguintes funções:
(a)
(b)
140
Matemática
f(x)
30
20
10
(0,2)
x
-4 -3 -2 -1 1 2 3
141
Capítulo 4
4 f(x)
2
x
-5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
-2
-4
-6
y
4
3
x
y=3+2
2
x
y=3+1
1
x
y=3 x
-2 -1 1
142
Matemática
y = (1/10)x y
y = 5x
8 y = 10 x
y = (1/5)x 7
6
5
y= (1/2)x 4
y = 2x
3
2
y = (2/3) x y = (3/2) x
1
x
-1 1
-1
143
Capítulo 4
f(x)
8
4
3x
2
x3
x
-1 1
-2
144
Matemática
M = C (1 + i) n
f(x)
400
300
200
100
x
50 100 150 200 250 300 350
(2) Podemos criar um modelo para analisar a população de um país para um ano
específico. Para exemplificar, vamos usar os dados da população do Brasil de
1940 a 2010. Com esses dados, é possível fazer uma estimativa da população do
ano de 2017. Veja como!
145
Capítulo 4
Temos os dados da Tabela 4.3, que foram obtidos nas estatísticas mundiais
divulgadas em diferentes mídias e disponíveis no Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE).
1940 41.236.315
1951 54.790.134
1960 71.435.269
1970 94.784.100
1980 120.770.583
1991 151.654.998
1996 164.029.105
2007 191.741.381
2010 197.657.753
2013 203.330.481
2,4.10 8
P(t)
2,0.10 8
1,6.10 8
1,2.10 8
8,0.10 7
4,0.10 7
t
-10 10 20 30 40 50 60 70
146
Matemática
habitantes.
É importante esclarecer que não estamos usando aqui as técnicas que permitem
a extrapolação dos dados, pois não estamos fazendo ajustes no modelo
considerando outras variáveis. Sabemos que, nas tendências geradas também
pelo IBGE ou outros órgãos geradores de dados, sempre há uma margem de erro.
Dessa forma, é preciso sempre muito cuidado e análise após um processo de
modelagem, pois não há exatidão.
É possível gerar outros modelos com funções do tipo polinomial de ordem maior,
e mesmo que tenhamos um ajuste perfeito dos dados, estes podem comprometer
as tendências em anos posteriores, de forma muito mais acentuada do que a
função exponencial.
a) b)
a) c)
b) d)
147
Capítulo 4
Seção 3
Função logarítmica
Vamos agora discutir as funções logarítmicas. Observe que estas são usadas
associadas aos modelos exponenciais. Você terá a oportunidade de observar que
isso não é por acaso. Você estudará, nesta seção, que estamos diante de funções
inversas.
148
Matemática
f(x)
4
3
2
1
x
-4 -3 -2 -1 1 2 3 4
-1
-2
-3
-4
Simbolicamente, temos:
Observe que e .
149
Capítulo 4
Exemplos
a) c)
b) d)
Observe que, no item (c), temos a base igual a 10 e, como é uma base bastante
utilizada, vamos usar a convenção de que . No item (d), temos
a base igual ao número neperiano e vamos usar a convenção .
f(x)
3
2
1
x
1 2 3 4 5
-1
-2
-3
-4
150
Matemática
f(x)
4
3
2
1
x
1 2 3 4
-1
-2
Na Figura 4.13, temos a função logarítmica de base neperiana. Observa-se que como
o número neperiano é maior do que um, portanto, temos uma função crescente.
Na Figura 4.14, vamos ter uma função do tipo logarítmica e observa-se que
o logaritmo está multiplicado por dois e o logaritmando está adicionado de
uma constante. Essas operações não mudam a forma gráfica, mas provocam
alterações em relação aos eixos coordenados.
f(x)
2
1
x
1 2 3 4 5
-1
-2
-3
-4
151
Capítulo 4
f(x)
3
2
1
x
1 2 3
-1
-2
-3
Exemplos
Estamos diante de uma função logarítmica multiplicada pelo valor dois e com
alteração em algumas características em função da sua lei de formação.
152
Matemática
Temos:
y
3
2
1
x
-3 -2 -1 1 2 3
-1
-2
-3
153
Capítulo 4
Temos:
M reais
300
200
(60,135)
100
n meses
-150 -100 -50 50 100 150
154
Matemática
n meses
300
200
100 (135,60)
M reais
-50 50 100 150 200 250 300
-100
ou
155
Capítulo 4
ou .
Podemos reescrever:
f(t)
60
40
20
t
5 10
Fonte: Elaboração da autora, 2017.
156
Matemática
Acompanhe a análise:
P0 = população inicial = 2
•• n = número de horas;
•• P0 = população inicial;
•• Pn = população após determinado número de horas.
(4) Qual a taxa mensal (%) para dobrar um capital em dois anos?
M = C (1 + i)n
Queremos encontrar i, tal que C seja duplicado, ou seja, M = 2C. Como queremos
a taxa mensal, vamos usar n = 2 anos = 24 meses. Assim,
157
Capítulo 4
a) b)
a) b)
158
Considerações Finais
No decorrer dos estudos deste livro foi preciso desenvolver habilidades para
resolver situações-problema que surgem no nosso dia a dia pessoal, profissional
e nos estudos e, com toda a certeza, no seu processo de aprendizagem, muitas
horas de estudos foram dedicadas à matemática.
Nossa visão atual, para uma efetiva formação por competências, nos permite
colocar olhares para a diversidade, possibilitando a geração de estratégias que
promovam ao estudante o entendimento do que faz e por que o faz. Isto significa
que você pode dar-se conta de suas dificuldades e, se for necessário, pedir ajuda
para revisar ou retomar seus estudos nos aspectos mais complexos.
159
Referências
161
Sobre o Professor Conteudista
163
w w w. u n i s u l . b r