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EMPREENDEDORISMO
PROF. ME. HENRIQUE LACERDA
NIEDDERMEYER
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
“
A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.
Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
www.uca.edu.br
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emissão de conceitos.
INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
PROF. ME. HENRIQUE LACERDA NIEDDERMEYER
SUMÁRIO
AULA 03 EMPREENDEDORISMO 13
AULA 05 INOVAÇÃO 24
AULA 06 CRIATIVIDADE 32
INTRODUÇÃO
AULA 1
O AMBIENTE DE COMPETITIVIDADE
Prezado(a) aluno(a), no ambiente atual muito se fala em competitividade, quer seja entre
países, estados, cidades, empresas e principalmente entre os indivíduos. Todos querem
ser os primeiros, levar vantagem por chegar à frente. Os países querem ser os primeiros
em determinado assunto, sendo os líderes como potência militar ou mesmo em riqueza.
Constantemente vemos rankings sendo criados para que se exiba o primeiro lugar. Temos
um tipo de ranking para cada área específica de interesse e um deles muito relacionado ao
empreendedorismo é o ranking dos países com os maiores impostos do mundo. Há outros
como o de melhor país para se investir, de melhor segurança, enfim, o objetivo sempre na
elaboração de um indicador, é despertar a competição, natural do indivíduo, sempre querendo
ser o melhor.
O espírito de competição entre os seres humanos apresenta seu principal registro na
Bíblia, com Caim matando Abel, pois não se contentou com a preferência de Deus por
seu irmão. Entre as nações, a história nos conta inúmeros conflitos e guerras de nações
contra nações, cidades contra cidades, raças contra raças, sempre à busca da supremacia.
O primeiro lugar massageia o ego da raça humana. A busca incessante ao topo não tem
limites. Talvez, com um exame rápido de consciência, você se lembre de uma disputa com
seu irmão ou algum parente próximo pela preferência do carinho dos pais, ou por algum
brinquedo, não é mesmo? E na escola, quem era sempre o aluno de maior nota, ou aquele
que tinha a melhor oratória da turma, enfim, nos lembramos sempre dos melhores. É uma
tendência nos lembrarmos sempre dos primeiros ou dos melhores em determinado tema.
Você por exemplo, em um rápido exercício mental, se lembraria da seleção de futebol que
conquistou o terceiro lugar na copa do mundo de 2014? Talvez, com um pouco de esforço
você até se recorde, no entanto, se nos fosse perguntado quem foi a seleção campeã daquela
copa, com certeza a resposta seria bem mais rápida.
No ambiente corporativo a competição é escancarada e cruel, onde quem não alcança
o primeiro lugar tem dificuldades em se manter no mercado. As empresas disputam cada
espaço disponível com a concorrência. Alguns produtos inclusive chegam a ser idênticos,
apresentando diferenciação apenas no serviço. Mal uma empresa lança um produto novo no
mercado, com uma campanha de marketing inovadora, outra já lança algo muito parecido
Uma gestão eficaz surge como uma resposta à obtenção da vantagem competitiva,
permitindo que o empreendedor, por meio de uma gestão sustentável, aumente sua
lucratividade, sem aumentar os preços, mas diminuindo seus custos. É óbvio que isso se
dá por meio da articulação de todos os recursos necessários para o sucesso de um negócio.
No processo empreendedor passa-se necessariamente pela fase de articulação de recursos
(BARON; SHANE, 2007).
Neste contexto, Porter (1985, p. 62) conceitua vantagem competitiva:
Anote isso
AULA 2
MENTALIDADE EMPREENDEDORA
Caro(a) aluno(a), provavelmente em sua jornada você já deve ter percebido empreendedores
que com muito pouco tiveram grande sucesso nos negócios e também aqueles que investiram
grandes somas de dinheiro e não tiveram sequer o retorno do investimento. Alguns pensadores
chegam a afirmar que o empreender já nasce com o indivíduo, outros afirmam que o indivíduo
adquire o espírito empreendedor com o passar do tempo, adquirindo hábitos e observando
procedimentos. Aqui cabe um exemplo bem característico acerca do ensino voltado ao
empreendedorismo. Nos Estados Unidos, ainda no ensino fundamental, as crianças aprendem
sobre o empreendedorismo. No Brasil, no último ano da faculdade, os formandos têm uma
leve noção do que vem a ser empreendedorismo no último semestre do curso. Essa é a
diferença! Aqui os pais orientam os filhos a terem bons empregos em empresas públicas,
garantindo uma aposentadoria satisfatória. Lá, os jovens são orientados a terem seus próprios
negócios. Em outras palavras, para causar um pouco de polêmica, nos Estados Unidos os
jovens são formados para serem donos de empresas enquanto no Brasil, se forma a mão
de obra para essas empresas.
O conceito empreendedor passa pelo que Schumpeter (1982) definiu como uma nova
combinação de recursos. Para esse autor, o empreendedor é aquele que combina fatores de
produção, produtos ou mercados de novas maneiras. O agente de mudanças responsável por
inovações é o empreendedor. A inovação é, portanto, fruto da atividade do empreendedor, não
do mercado. Os estudos se desenvolveram depois foram influenciados, em maior ou menor
grau, pelo legado schumpeteriano, que balizou o delineamento temático do campo. Muitos
deles, ou seja, tradicionais, versaram de modo variado sobre o indivíduo empreendedor.
Face aos desafios impostos aos empreendedores no início das atividades empresariais, além
de um mentalidade empreendedora, é importante que se tenha clareza das atividades a serem
desenvolvidas. Ter o negócio próprio, provavelmente já tenha passado na cabeça de todos
nós. Abrir um negócio requer além de planejamento, muita dedicação, persistência, pois os
riscos existem e podem inviabilizar o empreendimento. Nesse cenário, há os empreendedores
que planejam a abertura da empresa, viabilizam recursos e quando surge a oportunidade,
iniciam o negócio em uma base sólida e segura, caracterizando o que denominamos de
empreendedorismo de oportunidade.
No entanto, há aqueles que, por exemplo, ao perderem seus empregos, com dificuldade
de recolocação no mercado, abrem de súbito uma empresa, sem qualquer planejamento
e sem enxergar uma oportunidade de negócio, caracterizando o que denominamos de
empreendedorismo por necessidade. Perceberam a diferença?
Uma boa ideia nem sempre é sinal de um empreendimento de sucesso. Você já deve ter
ouvido aquele velho chavão: “de boas intenções o inferno está cheio”, não é mesmo? Todos
nós já tivemos na família ou no rol de amizades, aquela pessoa que se dá bem onde põe a
mão, ou seja, aquela pessoa que sempre dá certo, independentemente da área onde atua,
devido à sua mentalidade empreendedora.
Um indivíduo com mentalidade empreendedora está sempre a frente de seu tempo,
conseguindo visualizar oportunidades onde a maioria enxerga dificuldades. Costumo dizer
que onde as pessoas normais enxergam problemas, um empreendedor vê soluções. A mídia
tenta nos vender uma ideia, ou um mantra, de que os empreendedores de sucesso, somente
o são, devido à determinação, genialidade, timing correto, e sobretudo, um grande produto
ou serviço. Nesse sentido, Ries (2012, p. 2) destaca:
do copo com água pela metade talvez explique o ponto de vista de um empreendedor: o copo
está meio vazio ou meio cheio? Em outros termos, a visão em função dessa enormidade
de variáveis será otimista ou pessimista. É óbvio que um candidato a empresário com uma
mentalidade empreendedora terá a visão otimista, entende? O empreendedor que pretende
ter sucesso nos negócios necessita de características, tais como: coragem e paixão para
desbravar o novo, e equilíbrio, racionalidade e facilidade em lidar com as mais variadas
situações, já dentro do empreendimento.
Caro(a) aluno(a), se você fosse um investidor, em que tipo de empreendedor você apostaria
suas fichas? De acordo com Portal Endeavor Brasil (2011), os olhos dos grandes investidores
estão focados em empresas de alto crescimento! Os empreendedores que acessam fundos
de growth capital não têm medo de atingir um novo patamar de negócios.
Segundo o Portal Endeavor Brasil (2011), os Fundos de Growth Capital tem os seus
radares voltados para esse tipo de organização, que normalmente apresentam as seguintes
características:
Nesse cenário, caro(a) acadêmico(a), você já percebeu que não há espaços para amadores,
ou empreendedores com receio de saírem da zona de conforto, ou ainda aqueles com
síndrome de Peter Pan (medo de crescer). A dinâmica imposta pelo mundo globalizado é a
de movimentação constante, foco nos custos e no crescimento planejado. Portanto, bem
vindo ao mundo do empreendedorismo!
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AULA 3
EMPREENDEDORISMO
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Quando projetamos um novo empreendimento, devemos ter em mente a missão que esse
negócio tem a cumprir. Todo negócio deve ter uma visão de futuro que o norteie e os valores
que pretende perseguir. Isso precisa ficar muito claro para que todos os parceiros saibam
exatamente o que fazer, como, quando e onde. Os conceitos de missão, visão, valores e
objetivos globais são essenciais para direcionar o negócio. Mas a tarefa de planejar é uma
atividade fácil?
De acordo com o Portal Endeavor Brasil (2015), o trio missão, visão e valores é um
recurso poderoso para que empreendedores consigam planejar negócios diferenciados,
atrair colaboradores engajados e se orgulhar do seu trabalho:
Prezado(a) aluno(a), a ferramenta missão, visão e valores tem como finalidade definir a
direção estratégica da empresa e permite ao empreendedor uma reflexão acerca do papel
do seu negócio na sociedade e sobre o futuro da empresa. Em um primeiro momento parece
difícil para o empreendedor o rápido entendimento desses termos. Porém, para facilitar a
diferenciação desse importantes conceitos, esclarecemos:
razão de existir. E o mais importante, ela pode mudar sim com o tempo,
se ajustando à realidade (PORTAL ENDEAVOR BRASIL, 2015).
Walmart – Nós economizamos o dinheiro das pessoas para que elas possam viver
melhor!
Harley Davidson – Nós realizamos sonhos através da experiência de motociclismo.
Mary Kay – Dar oportunidades ilimitadas às mulheres.
Microsoft – Ajudar pessoas e empresas por todo o mundo a realizar todo seu
potencial.
Quadro 1 – Exemplos de missão. Fonte: Portal Endeavor Brasil (2015)
Já os valores se diferenciam das regras, pois incidem nas convicções que fundamentam
as escolhas por um modo de conduta tanto de um indivíduo quanto em uma organização.
Dessa forma, Coutinho (2016, p.151) nos apresenta sua definição de valor:
Os empreendedores também devem ter uma visão clara de em qual área do negócio a
empresa atuará, considerando o seu posicionamento no mercado e no setor, os diferenciais,
a sua estratégia e forma de atuação. Ferreira, Santos e Serra (2010, p.118) destacam que “é
preciso ter uma ideia clara de visão – a imagem que a empresa tem de si e do seu futuro
(ou seja, aquilo que almeja ser, mais do que de fato é atualmente)”. A visão consiste na
projeção futura da organização, ou seja, quais são seus objetivos e onde ela quer chegar.
A visão define os planos da empresa, os rumos que deverá tomar. Dessa forma, é necessário
pensar em ações concretas que possam ser alcançadas e que possam estar de acordo com
as políticas e com o segmento no qual a empresa atua:
Prezado(a) aluno(a), provavelmente você já tenha conhecido uma empresa que caminha
no fio da navalha, ou seja, se equilibra o tempo todo para não sair do mercado. É muito
comum, ao visitar algumas empresas do meu rol de clientes, ver que algumas sequer
tem o seu planejamento estratégico definido. Muitos gestores sequer sabem a missão,
a visão e os valores da sua organização. E o mais incrível é perceber no simples fato
de entrar na empresa, quando esta tem bem definida sua missão! A empresa é mais
organizada e tem foco no cliente. Aquelas que não têm sua missão bem definida,
infelizmente, nadam contra a correnteza. Parece que todos os esforços são para superar
as dificuldades do dia, não tendo visão de futuro. Portanto, a missão, visão e valores,
mais do que uma ferramenta de gestão, é primordial na empresa para que esta alcance
seus objetivos com o mínimo de dificuldades no percurso.
Fonte: o autor
Caro(a) acadêmico(a), não existe uma regra fixa para definir o grau de empreendedorismo
nos indivíduos, afinal, somos diferentes, temos aspirações diferentes, condições econômicas
diferentes e gostos bem distintos. Essa é a graça da raça humana! O Empreendedorismo
se compõe de diferentes fatores, presentes em diferentes doses em cada empreendedor.
Mesmo havendo muitas variações no perfil empreendedor, com algumas características
comportamentais podemos prever a vocação empreendedora de uma pessoa. Embora existam
testes online para serem realizados, apresentaremos a seguir um modelo, para aferir o seu
grau de empreendedorismo:
Quadro 2 – Teste de perfil empreendedor. Fonte: Malheiros; Ferla; Cunha (2005, p. 20).
Após ter preenchido os campos e somado o número de ocorrência, saberá se tem ou não
características de empreendedor correndo nas suas veias. Para auxiliar em sua avaliação,
observe em qual dos três níveis se encontra sua pontuação.
AVALIAÇÃO
ALTO = 3 PONTOS MÉDIO = 2 PONTOS BAIXO = 1 PONTO
Quadro 3 – Teste de perfil empreendedor. Fonte: Malheiros; Ferla; Cunha, 2005, p. 21)
Quadro 4 – Teste de perfil empreendedor. Fonte: Malheiros; Ferla; Cunha, 2005, p. 20)
Prezado(a) aluno(a), esse teste pode ser aplicado também ao seu grupo de amigos e
parentes, de modo a identificar um eventual sócio para o seu futuro empreendimento. Como
você já percebeu, a chance de um negócio dar errado é grande e não existe uma fórmula
garantidora do sucesso! É necessário sempre buscar novos conhecimentos e apoio de quem
realmente entende do assunto, como o SEBRAE, por exemplo. São grande os desafios para
entrarmos e garantirmos nossa permanência no ambiente empreendedor!
AULA 4
AMBIENTE EMPREENDEDOR
De acordo com Filion (1999), no entanto, o autor que realmente início às contribuições sobre
as ciências do comportamento para o empreendedorismo foi David Clarence McClelland, um
psicólogo social norte-americano, que viveu durante quase todo o século XX, cujas teorias
da “necessidade de realização” permeou seu trabalho. Porém, é bom que se frise que não
necessariamente uma teoria é excludente à outra. Por vezes, é possível traçarmos paralelos
e complementariedades entre elas, o que nos dá um cenário mais completo e informativo
do ato de empreender.
Outra corrente teórica que vem ganhando destaque nos últimos anos é a dos traços de
personalidade, em que até mesmo características como gênero são levadas em consideração
para buscar-se compreender a ação empreendedora. Podemos resumir as principais linhas
de pensamento sobre empreendedorismo no Quadro 5, a seguir:
Quadro 5 - Empreendedorismo: principais linhas de pensamento. Fonte: Filion (1999, apud Paiva Júnior e Cordeiro, 2002, p.3)
Perceba, pelo Quadro 1 apresentado, que as abordagens das teorias sobre empreendedorismo
seguem linhas de tempo bastante específicas e, especialmente na atualidade, há um esforço
em se associar ao empreendedorismo aos traços de personalidade do próprio empreendedor.
Se aprofundarmos a análise histórica do desenvolvimento do conceito de empreendedorismo,
chegaremos a dois nomes importantíssimos: Richard Cantillon e Jean-Baptiste Say. Estes dois
personagens são, por definição, economistas, o que não surpreende, pois em suas respectivas
épocas de vida ainda não havia um claro estabelecimento das chamadas ciências gerenciais.
Cantillon - cuja família era originária da Normandia, França – viveu no final do século XVII e
início do século XVIII, sendo um banqueiro ávido por lucros originários de negócios diversos.
Para tanto, não se eximia de colocar seu próprio capital em risco, com o objetivo de
obter rendimentos do capital investido. Segundo registros históricos, Cantillon era capaz
de analisar uma oportunidade, identificando elementos já lucrativos e outros que poderiam
ser no futuro. Apesar da palavra “empreendedorismo” já ter sido utilizada antes mesmo de
Cantillon, é atribuído a ele o mérito por ser o primeiro a oferecer uma clara concepção da
função empreendedora como um todo (FILION, 1999).
É atribuído a Cantillon o uso da palavra francesa entrepreneur (da qual se deriva, segundo
vários autores, o termo “empreendedor”) para descrever um indivíduo que assume riscos.
Jean-Baptiste Say – também classificado como um economista, de origem francesa, que
viveu entre o final do século XVIII e início do século XIX – interessava-se pela expansão da
revolução industrial ocorrida na Grã-Bretanha, para que chegasse à França e, para possibilitar
isso, preparou o arcabouço teórico que reunia os princípios que alavancaram a Revolução
Industrial britânica com os pensamentos de Adam Smith, de quem era admirador.
De acordo com Oliveira (2014), o empreendedorismo no Brasil, em sua maior parte, é
baseado em micro, pequenos e médios negócios. De fato, o início de um novo negócio
geralmente é de porte menor e, caso prospere, seguirá o caminho natural de crescimento e
expansão. Porém, no Brasil muitos negócios permanecem pequenos, mesmo se passando
muitos anos. Isto pode ser explicado, em parte, pelo fato de que esses empreendimentos
permanecem com características de negócios familiares e tendem a não se perpetuar nas
gerações que sucedem o fundador. Oliveira (2014) afirma que apenas cerca de 30% em
média das empresas familiares sobrevivem à primeira geração.
Uma boa ferramenta para efeitos comparativos entre o nível de empreendedorismo
entre países – o Brasil incluído nesse rol – são os estudos do GEM (Global Entrepreneurship
Monitor). Essa base comparativa é realizada com base no PIB, na renda per capita e quotas
de exportação e formam basicamente 3 grupos de países, para efeitos de comparação,
quais sejam:
• Países impulsionados por fatores – são caracterizados pela predominância de atividades
com forte dependência dos fatores trabalho e recursos naturais;
• Países impulsionados pela eficiência – são caracterizados pelo avanço da industrialização
e ganhos em escala, com predominância de organizações intensivas em capital;
O Brasil está elencado no grupo de países impulsionados pela eficiência, sendo incluídos
pelo GEM nesse rol comparativo, além do Brasil, a Argentina, Barbados, Chile, Colômbia,
Equador, Guatemala, México, Panamá, Peru, Porto Rico e Uruguai, no recorte geográfico
composto por América Latina e Caribe.
Os relatórios do GEM apontam três fatores considerados limitadores para as atividades
empreendedoras no Brasil, conforme Ferreira, Santos e Serra (2010), salientam, a saber:
1. Políticas governamentais;
2. Apoio financeiro; e
3. Programas de educação e capacitação.
Anote isso
A burocracia e a alta carga tributária, via de regra, sempre são citadas como fatores
limitantes à atividade empreendedora nacional. As condições para o empreendedorismo
(favoráveis ou desfavoráveis) são elencadas em um conjunto de nove categorias por Ferreira,
Santos e Serra (2010), conforme podem ser visualizadas na Figura 1 a seguir:
Figura 1.1 - Condições nacionais para o empreendedorismo. Fonte: Ferreira, Santos e Serra (2010)
AULA 5
INOVAÇÃO
Prezado(a) aluno(a), desde a idade das cavernas o homem procurou superar os obstáculos
a ele impostos pela natureza adversa. Na busca por sobrevivência inventou ferramentas de
modo a facilitar sua segurança e a busca por alimentos. Nesse processo, o homem aprendeu
a se utilizar da pedra, do fogo, dos metais e culminou com a invenção da roda. Quando nos
referimos à inovação, provavelmente pensamos em invenção, criar algo novo, não é mesmo?
Para inovar são necessárias tecnologias ou técnicas? O que distingue inovação de invenção?
Você concorda que esses termos, em um primeiro momento, nos causam dúvidas? Para
esclarecermos, é importante compreendermos a diferenciação entre esses termos, conforme
os conceitos apresentados por Tigre (2006):
Para Rodriguez y Rodriguez (2010, p. 310), “a inovação é regida por dezenas de princípios
e requisitos complexos que interagem e se complementam. Ações pontuais e isoladas
definitivamente não transformarão uma organização em uma empresa inovadora”.
A inovação deve ser parte da cultura da empresa e permear todas as áreas da companhia.
Algumas empresas criam seus departamentos de inovação e podem, em dados momentos,
alcançar resultados significativos, acelerando processos e liderando mudanças. Entretanto,
o ideal é que a cultura organizacional incorpore de tal forma o espírito de inovação que os
profissionais de todas as áreas assumam a responsabilidade para inovar, seja nos laboratórios
de P&D – Pesquisa e Desenvolvimento, seja no atendimento ao cliente, no departamento de
crédito e cobrança, e assim por diante (RODRIGUEZ y RODRIGUEZ, 2010).
Freitas Filho (2013) enfatiza que, para se inovar, é fundamental a coexistência de três
elementos: conhecimento, criatividade e empreendedorismo, conforme apresentado na figura
1:
Uma inovação muito raramente nasce ao acaso. Você já deve ter ouvido, em alguma
fase da sua vida a seguinte frase de nossos antepassados: “a necessidade é a mãe da
imaginação”. Nesse sentido, os elementos da inovação são descritos por Freitas Filho (2013)
da seguinte forma:
A inovação contribui de diversas formas para o sucesso das organizações. Uma forma
que merece destaque no cenário atual, é a obtenção de diferencial competitivo por meio
A inovação faz a diferença – Como o Brasil pode tirar melhor proveito das pesquisas
tecnológicas.
Porque as empresas e os países investem cada vez mais no conhecimento para
gerar competitividade, emprego e renda. Segundo o Banco Mundial, o Brasil tem baixo
aproveitamento de pesquisas por empresas porque empresários e pesquisadores não
trabalham de forma integrada.
L i n k : < h t t p : / / i p e a . g ov. b r / d e s a f i o s / i n d e x . p h p ? o p t i o n = c o m _
content&view=article&id=1466:catid=28&Itemid=23>. Acesso em 01 Dez. 2017.
De acordo com Rodriguez y Rodriguez (2010, p. 247), “os atuais gestores começam a
olhar para a adoção de um modelo de inovação altamente colaborativo, a inovação aberta
ou open innovation”.
Este modelo pressupõe que o conhecimento para promover inovações é encontrado em
qualquer lugar da rede de valor da organização e do mundo globalizado. Desta forma, qualquer
empresa que queira se tornar inovadora deverá abrir as portas de sua organização para ideias
que venham de fora; de centros de pesquisa, universidades, outras empresas, mesmo que
concorrentes (RODRIGUEZ y RODRIGUEZ, 2010).
Nesse sentido, Freitas Filho (2013) destaca que, ao se criar um programa de inovação
dentro de uma empresa, o sucesso vai depender de alguns fatores: é preciso que haja
patrocínio do principal executivo da empresa; que se tenha uma pessoa que gerencie todo
o processo, desde a geração de ideias até a análise dos resultados e os times que irão
conduzir os projetos de inovação, além do suporte das diversas áreas da empresa, pode
ser necessária também a figura do mentor de inovação, ou seja, do profissional treinado na
metodologia e ferramentas de inovação que irá auxiliar os times a gerar e captar ideias e
conduzir seus projetos.
Com relação à formação do Comitê Executivo, que é o grupo que irá definir as estratégias
de inovação da empresa e que irá monitorar os resultados, Freitas Filho (2013, p. 69) descreve:
Anote isso
Somos ruins em inovação porque em nosso país não existe confiança baseada em
reciprocidade, em nível suficiente. Nossas tecnologias sociais para garantir isso são
deficientes. Apenas 3% dos brasileiros acham seus compatriotas confiáveis. Na Suécia,
são 60%.
Disponível em: <http://innovatrix.com.br/por-que-o-brasil-e-ruim-de-inovacao/>. Acesso
em 01 Jun. 2017.
Tabela 1 – A heterogeneidade das atividades tecnológicas das grandes empresas. Fonte: Tidd, Bessant e Pavitt (2008, p. 226)
Os mesmos autores enfatizam que o equilíbrio dessas várias atividades é uma tarefa
extenuante que envolve escolhas entre (i) P&D (e outras atividades tecnológicas) desempenhada
em divisões operacionais e no laboratório empresarial; (ii) P&D (e outras atividades tecnológicas)
desempenhadas no país de origem da empresa e em países estrangeiros. Até pouco tempo
atrás, um método prático bastante adotado para decidir as atividades de P&D deveriam ser
desempenhadas era:
na competência, mais fácil se torna a criação de uma cultura de inovação, pois os mesmos
mentores também serão os disseminadores da inovação na organização (FREITAS FILHO,
2013, p. 70).
Times de projetos de inovação: a formação de times de inovação vai depender muito de
como o programa de inovação foi estruturado. Existem diversas atividades que precisam ser
realizadas que vão desde a geração e captação de novas ideias até a implementação das
mesmas. Os times de projeto podem ser formados já na fase de geração de ideias. Nesse
caso é recomendável é que haja a participação de pessoas de todas as áreas da empresa.
Isso irá permear a cultura corporativa de inovação. Cada pessoa que participa na geração
de novas ideias torna-se um disseminador em potencial de inovação (FREITAS FILHO, 2013,
p. 70).
De acordo com Tigre (2006, p. 73), “as mudança tecnológicas são usualmente diferenciadas
por seu grau de inovação e pela extensão das mudanças em relação ao que havia antes”.
Ao se falar de inovação é natural se pensar em novos produtos. Existem diversos exemplos
que ilustram esse tipo de inovação. Todos concordam quando se fala que o celular é uma
grande inovação, pois ele trouxe a mobilidade e portabilidade à comunicação (FREITAS
FILHO, 2013).
Por meio da tabela 2, Tigre (2006) demonstra que a gama de inovações observadas na
atividade econômica é classificada segundo seus impactos, exemplificando as diferentes
trajetórias para o caso de inovações em processos:
De acordo com a OCDE (1997 apud Freitas Filho, 2013, p. 150), existem quatro tipos de
inovação: de produto, de processo, organizacional e de marketing:
Prezado(a) aluno(a), para que ocorram as mudanças tão requeridas em nossas vidas
pessoais e profissionais, é essencial que procedamos a inovação. Esta pode ocorrer pela forma
de realizarmos uma mesma tarefa por meios diferentes ou até mesmo a reinventarmos todo
um processo. Não podemos, afinal, querermos que fatos diferentes ocorram se procedemos
sempre da mesma maneira, não é mesmo? Precisamos sair um pouco da nossa zona de
conforto, e fazermos aquilo que todos consideram impossível! Isso é inovação!
AULA 6
CRIATIVIDADE
Figura 1 – O processo criativo de geração de ideias. Fonte: Manual de Criatividade Empresarial (2010, p. 7)
Um estudo divulgado pelo Martin Prosperity Institute apontou um ranking de 139 países
com maior índice de criatividade e prosperidade no mundo (GCI) em 2015. Feito com
cerca de mil pessoas de cada dos 139 países, o Brasil ficou em 29º lugar e, pela primeira
vez, a Suécia não ficou no topo do ranking.
Link: <http://designconceitual.com.br/2016/04/08/pesquisa-revela-paises-mais-
criativos-do-mundo/>. Acesso em 01 Dez. 2017.
Caulkins (2001), destaca que a criatividade nas questões empresariais está relacionada
a novas formas de solução de problemas, envolvendo a combinação de ideias de diferentes
áreas de conhecimento, com probabilidade de saltos de intuição. Para o autor, a criatividade
está relacionada à agregação de valor às ideias, à invenção de produtos e à inovação. O
autor afirma que a adequação de tais ideias aos objetivos propostos é o que diferencia a
criatividade da divagação.
A criatividade leva invariavelmente à inovação empresarial. De acordo com Luecke (2003,
p. 3) “a inovação é vista como a introdução de algo novo, quer seja um método, um produto,
ou outro”.
De acordo com Luecke (2003) destaca a importância da inovação, pois visam a redução
dos custos de produção e salienta que há dois modelos de inovação:
1) New Knowledge – muitas das inovações radicais são resultado desta fonte. Quando
algo se desenvolve numa certa área, dando origem a um novo produto, dizemos que faz
parte desta “categoria”. Apesar do poder e força que as inovações baseadas neste tipo
de fonte possam ter, há um grande intervalo de tempo que separa o desenvolvimento da
ideia a partir do New Knowledge até à sua transformação total em produto comercializável
(exemplo do computador que terá demorado, aproximadamente, cinquenta anos até chegar
aos mercados). Por outro lado, as recompensas que este tipo de inovação proporciona são
enormes;
2) Tapping the Ideas of Costumers – os clientes são os grandes criativos e aqueles que
mais têm uma palavra a dizer; são eles que melhor podem apontar lacunas ou falhas que
um produto possa ter. Há várias formas pelas quais os clientes podem dar a sua opinião,
quer seja através de um livro de reclamações, inquéritos ou por sua própria espontaneidade;
3) Lead Users – são empresas ou indivíduos cujas necessidades vão além daquilo que o
mercado lhes oferece presentemente. Normalmente, as suas ideias inovadoras não servem
o mercado, mas as suas próprias necessidades. No entanto, podem ser adaptadas para que,
mais tarde, possam vir a ser comercializadas;
4) Empathetic Design – é uma técnica de geração de ideias que consiste na observação,
por parte dos criativos/inovadores, do modo como as pessoas usam produtos já existentes
tendo em conta o ambiente que as rodeia. Dorothy Leonard e Jeffrey Rayport descreveram-
no como um processo com cinco etapas:
a. Observação;
b. Recolha de dados;
c. Reflexão e análise.
d. Brainstorm;
e. Desenvolvimento de protótipos de soluções.
5) Invention factories and skunkwords – muitas ideias inovadoras surgem através de
uma pesquisa e desenvolvimento profundos por parte dos “fabricantes de inovações”.
6) Open Market Innovation – nem todas as ideias têm que ser criadas dentro do seio
da empresa. É uma mais-valia para qualquer empresa se conseguir novas ideias através
de parcerias, licenciamento, alianças estratégicas ou, até mesmo, compra de uma ideia de
outra empesa (LUECKE, 2003).
Nesse sentido, Luecke (2003, p. 14) nos apresenta a S-Curve, a qual representa o percurso
de inovações tecnológicas bem-sucedidas. Tem como função descrever a evolução no tempo
e a nível de investimentos da performance e custos da tecnologia. O que esta curva nos
mostra é que a tecnologia que está já estabelecida e estabilizada acaba sempre por se
desenvolver e melhorar quando confrontada por uma rival:
1. Usos alternativos
Essa técnica foi desenvolvida por J.P. Guilford em 1967, mas continua bastante atual.
A ideia é simples: pensar em usos alternativos para objetos comuns do cotidiano.
Pode ser uma cadeira, o seu computador ou um livro, por exemplo. Dedique um ou
dois minutos para pensar em usos alternativos para cada palavra (é importante contar
o tempo, pois a pressão ajuda você a pensar em soluções rápidas).
2. Palavras cruzadas
Para este exercício você também vai precisar de um relógio, além de uma palavra
cruzada que ainda não tenha feito (vale usar a do jornal do dia, por exemplo. Para
acompanhar, não esqueça de um lápis ou caneta e de uma folha em branco.
3. Noite e Dia
Uma boa maneira de exercitar a sua criatividade é pensando em soluções alternativas,
da mesma forma que no exercício sobre usos alternativos para objetos do cotidiano. E
esse exercício vai ajudá-lo nesta tarefa.
Comece criando uma lista de palavras comuns em um papel. Pode pensar em objetos
que estão ao seu redor ou até mesmo em características do momento: noite, balcão,
pimenta, garrafa, feliz, etc. Depois disso, escreva ao lado de cada palavra pelo menos
quatro palavras que tenham sentido oposto ao inicial. Por exemplo:
Noite – dia, sol, branco, acordado
4. Telefone maluco
Sabe aquele seu amigo para quem você não telefona há anos? Ou o ex-colega com
quem você não fala desde que saiu da escola? Esse exercício promete te colocar em
contato com eles novamente. A ideia aqui é ligar para a pessoa de quem você está
mais distante de toda a sua lista telefônica e tentar desenvolver uma conversa de pelo
menos 5 minutos.
Pode parecer constrangedor, mas a ideia é exatamente essa: a pessoa para quem
você ligar vai ficar tão embaraçada que você precisará usar toda a criatividade para
manter a conversa fluindo.
Quadro 1 – Exercícios para estimular a criatividade. Fonte: Portal Nômades Digitais. Disponível em: < http://nomadesdigitais.com/4-exercicios-para-te-manter-mais-
criativo/ >. Acesso em 01 Dez. 2017.
AULA 7
CRIATIVIDADE X INOVAÇÃO
De acordo com o Manual de Criatividade Empresarial (2010), a criatividade, tal como foi
definida acima, procura alternativas a uma situação existente ou a formulação de soluções
que deem resposta a problemas que possam surgir. A predisposição para encontrar soluções
e para a mudança (entendendo-a como positiva) implica também a existência de uma atitude
criativa. A criatividade está relacionada com a utilização de mecanismos e métodos que não
respondem a esquemas e lógicas tradicionais. A cada vez mais complexa situação do meio
e dos problemas a que nos enfrentamos exige novas ideias e, sobretudo, novos enfoques.
Uma mente criativa é aquela que procura métodos diferentes e que é capaz de reinterpretar
a realidade segundo novos parâmetros lógicos. Tudo com a finalidade de encontrar novas
formas de interpretar a realidade e de dar respostas criativas e eficazes aos problemas que
possam surgir. Em outros termos, ser criativo é ver o que todo mundo vê e pensar o que
ninguém, até então, havia pensado.
Segundo a OECD (2005), a inovação pode também melhorar o desempenho da empresa
pois ela faz aumentar sua capacidade de inovar. Por exemplo, melhoramentos nos processos
de produção podem permitir o desenvolvimento de um novo leque de produtos, e novas
práticas organizacionais podem melhorar a capacidade empresarial de adquirir e criar novos
conhecimentos que poderão ser usados para o desenvolvimento de outras inovações.
Para distinguir inovação de criatividade, os autores Foster e Kaplan (2002) nos apresentam
um conceito esclarecedor:
Kim e Mauborgne (2005) denominam inovação de valor, o fato das empresas, ao invés de
se esforçarem para superar os concorrentes, concentraram o foco em tornar a concorrência
irrelevante, oferecendo saltos no valor para os compradores e para as próprias empresas,
que assim desbravaram novos espaços de mercado inexplorados:
Prezado(a) aluno(a), provavelmente você já se deparou com pessoas na sua vida pessoal ou
no seu ambiente de trabalho que são algumas mais inovadoras e outras mais conservadoras.
Há indivíduos ligados no “220 Volts”, com é a expressão que designa as pessoas inquietas,
sempre dispostas a mudanças, a propor inovações. É importante observar que, segundo
Dornelas (2008, p. 21) “são as inovações que determinam o início de uma nova história, de
um novo paradigma. Às vezes são até simples, mas tão bem aceitas e assimiladas, que
se tornam unanimidade”. Só para se ter uma ideia da importância das inovações, Dornelas
(2008) nos apresenta, por meio do quadro 2, as principais inovações do século XX:
De acordo com Freitas Filho (2013), o processo de inovação compreende quatro etapas
e para cada uma delas um perfil de profissional diferente é requerido. Conhecer o perfil de
cada pessoa é importante, principalmente na hora de formar times de projeto de inovação,
de modo que os perfis se complementem:
Idealizador: é o perfil que se ajusta à primeira etapa do processo de inovação. Sua principal
função é manter a empresa alinhada às demandas do mercado a partir de uma produção
constante e generosa de ideias. Essa pessoa é criativa e normalmente muito bem informada
sobre a empresa e o mercado. Outro ponto forte é o seu carisma e capacidade de lidar com
pessoas de diferentes áreas e cultura, além de ser ótima para apresentações. Pode ser o
agregador dos times de inovação. Como defeito, os idealizadores tendem a ser desorganizados
e nem sempre toleram bem as críticas que recebem. Isso é natural para quem se expõe e
dá muitas ideias. Para o “dono” da ideia, ela é a melhor do mundo, até que alguém mostre
suas limitações e as possibilidades de melhorias (FREITAS FILHO, 2013, p. 13).
Refinador: o refinador atua na etapa de conceituação. Sua principal função é buscar
as inconsistências das ideias. É onde ocorre o primeiro filtro. Para isso envolve e mobiliza
pessoas de outros setores. Diferentemente do idealizador, não tem a pretensão de ser o
centro das atenções. Pelo contrário, é humilde e agregador, trabalha em equipe e de forma
colaborativa, dando e recebendo todo tipo de feedback. Precisa ser também disciplinado
para analisar todas as ideias e identificar oportunidades de melhorá-las. Como faz o papel
de questionador, pode passar por chato e insatisfeito, porém não o faz por mal. O resultado
do seu trabalho são ideias melhores e mais consistentes (FREITAS FILHO, 2013, p. 14).
Experimentador: O experimentador tem a função de testar a qualidade e o desempenho,
solucionar falhas e direcionar o desenvolvimento dos novos produtos antes que os mesmos
sejam lançados no mercado. Atua no momento de se testar na prática a ideia. Essa pessoa
tem como qualidade a disciplina, a persistência, o apego ao método científico, capacidade de
aprender e habilidade para gerar e compartilhar conhecimento. A função do experimentador é
semelhante a de um pesquisador, e por isso precisa também ser muito criativo. Por trabalhar
muitas vezes sozinho e como precisa estudar muito, pode ser visto por outras pessoas como
um gênio solitário ou mesmo um nerd (FREITAS FILHO, 2013, p. 14).
Executor: é nessa etapa que se coloca a ideia em prática, transformando-a em um negócio
concreto e lucrativo. Na realidade essa etapa está totalmente ligado ao gerenciamento de
projeto. As características do executor são semelhantes às dos líderes de projeto. São
pessoas que sabem estruturar um negócio, têm capacidade de mobiizar e gerir pessoas,
foco no resultado e disciplina para cumprir prazos e metas. Como são muito focados na
execução, sentem-se impacientes durante o processo de maturação da ideia. Tendem a ser
conservadores e achar que qualquer ideia nova não vai dar certo. Na verdade o que eles
querem é ter logo o projeto em mãos para entregá-lo o quanto antes (FREITAS FILHO, 2013,
p. 14).
Prezado(a) aluno(a), muito provavelmente você já tenha lido, ou ouvido falar de um livro
clássico da administração de empresas que é “A arte da guerra”, escrito no ano 500 a.C,
pelo general chinês Sun Tzu, que escreveu: “Se você conhecer seu inimigo e a sim mesmo,
não precisará temer o resultado de cem batalhas”.
Mas como conhecer o inimigo no campo empresarial? Não é uma tarefa muito fácil. Para
isso, os gestores podem estabelecer suas metas operacionais e programa de produtividade
com base nas melhores práticas da indústria, conduzindo-os a um desempenho superior. É
o que denominamos de benchmarking. Na sequência, serão apresentados alguns conceitos
para facilitar nosso entendimento e compreensão acerca do termo:
Anote isso
Caro(a) acadêmico(a), você deve estar se perguntando sobre o fato da sua disciplina ser
de empreendedorismo e estarmos tratando de oceanos. Realmente o assunto desperta
interesse. Mas calma! Nosso curso não é de botânica ou de oceanografia.
Para elucidar essa dúvida, Kim e Mauborgne (2005) nos apresentam a diferença
esclarecedora entre esse dois oceanos:
Agora que você já identificou a diferença entre esses dois oceanos, por qual deles você
prefere navegar? Antes de você responder, é importante considerarmos que o oceano azul é
caracterizado por espaços de mercado inexplorados, pela criação da demanda e também pelo
crescimento altamente lucrativo. Porém, grande parcela dos empreendedores, por dificuldade
de visualização do oceano azul, prefere navegar em águas turbulentas, com o mercado
altamente competitivo, que é o oceano vermelho.
Kim e Mauborgne (2005), quantificaramos o impacto da criação de oceanos azuis sobre
o crescimento das empresas em termos de receita e de lucro por meio de um estudo sobre
lançamentos de novos negócios por 108 empresas. Constataram que 86% dos lançamentos
foram extensões de linha, ou seja, melhorias incrementais dentro do oceano vermelho dos
espaços de mercado existentes. No entanto, esses casos responderam por apenas 62% da
receita total e por nada mais que 39% do lucro total. Já os restantes 14% dos lançamentos,
destinados à criação de oceanos azuis, geraram 38% da receita total e nada menos que 61%
do lucro total. Considerando que os lançamentos de novos negócios incluem os investimentos
totais para a criação de oceanos vermelhos e de oceanos azuis (independentemente das
consequências em termos de receita e lucro, inclusive fracassos), os benefícios para o
desempenho decorrentes da descoberta de águas azuis são evidentes. Embora os autores
não tenham dados sobre os índices de sucesso das iniciativas em oceanos vermelhos e
em oceanos azuis, as diferenças de desempenho total entre elas são marcantes, conforme
demonstra a figura 4:
Figura 4 – Consequências da criação de oceanos azuis sobre o lucro e o crescimento. Fonte: Kim; Mauborgne (2005, p. 21)
Prezado(a) aluno(a), na sequência, os mesmos autores nos apresentam, por meio da figura
5, a diferenciação quanto à utilização da estratégia do oceano vermelho e do oceano azul:
Figura 5 – Estratégia do oceano vermelho versus estratégia do oceano azul. Fonte: Kim; Mauborgne (2005, p. 30)
Figura 6 - Matriz de avaliação de valor da indústria vinícola americana no final da década de 1990. Fonte: Kim; Mauborgne (2005, p. 39).
• Que atributos considerados indispensáveis pelo setor devem ser eliminados? • Que
atributos devem ser reduzidos bem abaixo dos padrões setoriais?
• Que atributos devem ser elevados bem acima dos padrões setoriais?
• Que atributos nunca oferecidos pelo setor devem ser criados?
AULA 8
MODELO DE TIMMONS
7. Tino empresarial: estar atento, despertar a intuição e ter sensibilidade para entender
a situação real da organização e do ambiente em que ela está inserida, e das possíveis
tendências em andamento (DORNELAS, 2012).
De acordo com Dornelas (2008), gerenciar a empresa parece ser a parte mais fácil, pois as
outras já foram feitas. Mas não é bem assim. Cada fase do processo empreendedor tem seus
desafios e aprendizados. Às vezes, o empreendedor identifica uma excelente oportunidade,
elabora um bom plano de negócios e “vende” a sua ideia para investidores que acreditam nela
e concordam em financiar o novo empreendimento. Quando é hora de colocar as ações em
prática, começam a surgir os problemas. Os clientes não aceitam tão bem o produto, surge
um concorrente forte, um funcionário-chave pede demissão, uma máquina quebra e não
existe outra para repor, enfi m, problemas vão existir e precisarão ser solucionados. Aí é que
entra o estilo de gestão do empreendedor na prática, que deve reconhecer suas limitações
e saber, antes de qualquer coisa, recrutar uma excelente equipe de profissionais para ajudá-
Caro(a) aluno(a), diante destes três fatores apresentados por Timmons, é possível identificar
como crítico para o sucesso do processo empreendedor a identificação da oportunidade.
No entanto, isso não quer dizer que que as outras etapas sejam menos importantes. Nessa
fase surge a definição do negócio propriamente dito. A identificação da oportunidade é
Anote isso
AULA 9
ANÁLISE DE PERSPECTIVAS
De acordo com Vieira (2012), grande parte dos empreendedores não tem dificuldades
para criar e iniciar um negócio, no entanto, o problema é descobrir qual o negócio criar.
Muitos se aventuram nos ramos de alimentação e vestuário, justamente onde os riscos são
consideravelmente maiores. Nesse sentido, pela perspectiva de Scott Shane, esse autor parte
da identificação da oportunidade certa como fator-chave para o êxito de um empreendimento.
Por esse prisma, as chances de sucesso são maiores em empresas de alta tecnologia do que
em negócios de baixa tecnologia (como o varejo ou restaurantes), onde a taxa de fracassos
é alta e os lucros médios mais baixos.
Quando pensamos em alta tecnologia, não devemos pensar apenas em computação e
telecomunicações – há muitas oportunidades latentes em biotecnologia, indústria aeroespacial,
eletrônica, equipamentos médicos e farmacêuticos, robótica e muitos outros.
É possível percebermos a falta de unanimidade sobre a definição de empreendedorismo
como uma área de estudos ou como uma atividade com a qual pessoas se ocupam. Nesse
sentido, Baron e Shane (2007) indicam que o empreendedorismo, como uma área de negócios,
procura compreender como surgem as oportunidades para se criar algo novo. E ainda, de
que modo as oportunidades são descobertas ou criadas por pessoas que utilizam maneiras
diversas para explorá-las ou desenvolvê-las, produzindo desta forma, uma enorme quantidade
de efeitos.
Se você, prezado(a) aluno(a), escolher a carreira empreendedora, tenha em mente que
os desafios serão constantes.
De acordo com Baron; Shane (2007), os empreendimentos bem sucedidos tem início
por meio de um somatório de eventos, nem sempre percebidos. São, portanto, decorrentes
de oportunidades que resultam de frequentes mudanças na tecnologia ou nas condições
políticas, sociais e demográficas que geram o potencial para criar algo novo.
Conhecida como a principal competência do empreendedor, a inteligência emerge a partir
de três conceitos: a formação de novas ideias, a criatividade e a capacidade de reconhecer
oportunidades. Esses conceitos encontram-se ancorados na capacidade intrínseca dos
indivíduos de acessar, armazenar, processar e utilizar informações, intimamente ligada ao
sistema cognitivo humano. A geração de novas ideias acontece quando indivíduos utilizam
o conhecimento existente que adquiriram e armazenaram para gerar algo novo (BARON;
SHANE, 2007).
Em outros termos, o fenômeno acontece a partir de um estímulo e da qualidade da
resposta, que é diretamente proporcional ao estoque de conhecimento desses indivíduos
O reconhecimento de oportunidades é considerado uma das etapas iniciais do processo
empreendedor e ocorre de uma sequência de eventos envolvendo novas ideias, criatividade,
motivação e muita energia. Essa sequência de eventos sugere o motivo pelo qual se deve
examiná-lo como um processo composto de diversas questões-chave (BARON; SHANE, 2007).
Nossos avós costumavam dizer que a oportunidade é como um cavalo encilhado que
passa à nossa frente. Caso não o montemos, até que ele passe novamente pode levar
um bom tempo. No entanto, é necessário que analisemos as oportunidades e se estamos
preparados para ela. Você concorda?
mudança? É preciso estar atento, observando o ambiente interno e externo a todo o momento.
Quer um exemplo? Dados estatísticos oficiais mostram que a população brasileira está
envelhecendo. Um observador um pouco mais atento, já apontaria suas ações empreendedoras
nesse segmento. Uma agência de cuidadores de idosos, cairia bem, você não acha? O
importante é estar atento às mudanças que tornam as oportunidades possíveis!
Em geral, são quatro tipos de mudanças elencadas por Shane (2005): a mudança
tecnológica, as mudanças políticas e de regulamentação, a mudança social e demográfica
e as mudanças na estrutura da indústria:
Forças Fraquezas
• Informações completas sobre os principais • Marca (ainda) desconhecida.
destinos turísticos do país • Negócio em fase inicial e sem histórico no
• Focado no Brasil (especialidade da empresa) mercado.
• Modelo de receita ancorado em três fontes • Equipe precisa provar que entende do setor
de receita, com redução de risco: publicidade, e que sabe escalar uma empresas inovadora.
assinatura e comércio eletrônico. • Poucos recursos financeiros e necessidade
de busca de aporte financeiro no mercado.
Oportunidades Ameaças
• Setor de turismo cresce no mundo de • Negócio de turismo online é dominado por
maneira consistente e crescerá ainda mais, grandes empresas, que podem rapidamente
em particular no Brasil, devido aos dois estruturar uma operação com foco no Brasil.
grandes eventos dos próximos anos (Copa • Empresas locais, que já atuam no Brasil, no
do Mundo e Olimpíadas). mercado não online e em língua portuguesa,
• Não há concorrência focada no mercado podem migrar para o modelo online em inglês.
brasileiro (em língua inglesa) • Nova crise mundial pode abalar o setor de
turismo, diminuindo o fluxo de estrangeiros
para o Brasil.
Figura 9 – Exemplo de análise SWOT para um site de turismo focado no turista estrangeiro que visita o Brasil. Fonte: Dornelas (2014, p. 164).
O Portal Sebrae orienta como iniciar uma análise de mercado para tomar decisões.
Link: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-iniciar-uma-analise-
de-mercado-para-tomar-decisoes,500d7e0805b1a410VgnVCM1000003b74010aRC
RD>. Acesso em 01 Dez. 2017.
AULA 10
MERCADO E OPORTUNIDADES
Uma estratégia acertada pode colocar a empresa rapidamente à frente dos demais
competidores, com produtos e serviços ganhando a preferência dos clientes. Deve-se atentar
para a estrutura desse mercado, mais especificamente para as seguintes características:
Assim, por que algumas pessoas e não outras descobrem oportunidades valiosas (SHANE,
2005).
Shane (2005), esclarece que, normalmente as oportunidades para novos empreendimentos
surgem por causa das informações sobre questões como mudança tecnológica, estrutura
da indústria, tendências sociais e demográficas e mudanças políticas e de regulamentação.
O acesso à informação ou a habilidade de processá-la é a chave para aquilo que torna o
reconhecimento de oportunidades possível. Por exemplo, algumas pessoas são as primeiras a
saber sobre uma descoberta tecnológica, talvez porque estejam trabalhando em um laboratório
de pesquisas. O acesso a essa informação antes dos outros permite que as pessoas tomem
melhores decisões do que outras quanto a criar e vender produtos.
10.2 Descobrir uma solução econômica
Shane (2005) aponta que, após descobrir que você pode criar um produto ou serviço que
atenda a uma real necessidade do cliente, o próximo passo do processo é determinar se o
produto ou serviço pode ser produzido economicamente. Esse é um obstáculo muito grande,
que muitos empreendedores não conseguem vencer. Claramente, para ganhar dinheiro por
meio do lançamento de um novo produto ou serviço, o empreendedor precisa produzi-lo por
menos que o valor pelo qual o produto ou serviço pode ser vendido. Em outros termos, “o
molho não pode ficar mais caro que a carne”.
Tome como exemplo, o turismo espacial. Nenhum empreendedor ainda descobriu como
levar as pessoas para o espaço por menos do que o custo que elas estão dispostas a pagar.
Consequentemente, ninguém ainda estabeleceu um negócio de turismo espacial. Abrir tal
negócio significaria criar um negócio que tem prejuízo. Nesse sentido, Shane (2005) esclarece:
É fundamental que façamos uma criteriosa análise das reais possibilidades de retorno
econômico do empreendimento, pois de nada adianta simplesmente ser líder do mercado
Existe um roteiro básico, conhecido como 3M’s, que serve para auxiliar o empreendedor
a analisar o potencial da oportunidade. Os 3M’s são definidos com “Demanda de Mercado”,
“Tamanho e Estrutura do Mercado” e “Análise de Margem”. Por meio do quadro 3, Dornelas
(2014) apresenta o roteiro:
• Qual é a audiência-alvo?
• Qual a durabilidade do produto/serviço no mercado (ciclo de vida)?
• Os clientes estão acessíveis(canais)?
• Como os clientes veem o relacionamento com minha empresa (valor agregado)?
• O potencial de crescimento deste mercado é recuperável a curto prazo (exemplo: menor
que um ano)?
O segundo “M”, Tamanho e Estrutura do Mercado, esta relacionado com outras questões
críticas, listadas a seguir:
Isso o ajudará a entender sua cadeia de valor e a de seus competidores e lhe permitirá
tomar decisões e implementar ações voltadas para os resultados, como:
• Cortar custos.
• Remodelar os processos internos.
• Atingir maiores margens.
AULA 11
GESTÃO DE TIMES
Caro(a) aluno(a), alguns gestores têm muita dificuldade em delegar tarefas, pois acreditam
que algo somente ficará bem elaborado se feito por ele mesmo. A delegação de tarefas e
Caro(a) acadêmico(a), gerenciar recursos humanos é uma tarefa que exige muito preparo
e uma certa dose de vocação, afinal, agradar a todos é praticamente impossível. Imagine em
uma relação de casal, onde somente há o homem e a mulher. Nessa situação já ocorrem
alguns conflitos decorrentes principalmente da falta de comunicação. Isso mesmo! Em uma
relação a dois, ocorre eventualmente falha de comunicação. Agora você imagine a relação
do gestor com uma equipe com vários colaboradores.
Sabedor de que a falta de comunicação afeta a motivação da equipe, o gestor deve estar
atento. Mas isso somente não basta. As pessoas são diferentes, têm necessidades distintas
e por isso, cada detalhe é importante e deve ser atentamente observado para que não se
cometa injustiças no tocante ao tratamento diferenciado. O gestor não pode e não deve
ser um entrave para sua equipe, devendo o máximo possível compartilhar sua autoridade
com seus subordinados, promovendo o máximo possível o empowerment, termo este, que
Sertek (2012) esclarece:
Por meio da figura 1, Nonaka; Takeuchi, (1997), ilustram a conversão dos tipos de
conhecimentos, ou seja, a forma pela qual a empresa cria um ambiente favorável para
transformar o conhecimento tácito em explícito:
Prezado(a) aluno(a), você pode estar achando estranho a expressão retirar o conhecimento
do indivíduo, não é mesmo? Mas esse é o desafio dos gestores de times empreendedores.
Retirar o conhecimento significa formalizá-lo, ou seja, aquilo que o indivíduo sabe, que
adquiriu ao longo da sua existência na empresa, precisa estar escrito, de modo que, na sua
eventual ausência, outro colaborador possa desempenhar a mesma função, sem solução
de continuidade.
Caro(a) aluno(a), para gerenciar uma equipe de empreendedores não há uma fórmula de
sucesso, afinal, é impossível agradar a todos. Porém, uma forma de diminuir a margem de
erro na gestão, é agir com transparência absoluta e descentralizando ao máximo. Desta
forma, sua equipe estará em condições de alçar voo. Isso é liderança!
Prazeres (2007, p. 220) destaca que a “liderança difere do gerenciamento, sobretudo em
listas de afazeres. Liderar é saber como explorar os mananciais da motivação humana e
também conhecer a base do relacionamento com os colegas”.
A liderança situacional envolve primeiramente a administração de mudanças. São situações
nas quais o desempenho da empresa exige que a maioria das pessoas na organização
aprenda novos comportamentos e habilidades. Essas novas habilidades precisam se somar
a uma vantagem competitiva para a empresa, permitindo gerar um desempenho cada vez
melhor em prazos cada vez menores (PRAZERES, 2007).
Dando margem à criatividade dos indivíduos e criando as condições ideais nas organizações,
os gestores dão margem ao surgimento de intraempreendedores, que, segundo Hashimoto
(2013, p. 19):
A definição do intraempreendedor pode ser entendida como apresenta HASHIMOTO (2013,
p.19):
Anote isso
• Objetividade.
• Sociabilidade.
• Cooperatividade.
• Capacidade de ouvir.
• Persuasão.
• Capacidade de verbalização e hábito de leitura.
• Controle emocional mais acentuado.
• Envolvimento dos subordinados nas decisões.
• Delegação de atividades que envolvam processos técnicos, concentração e rotinas.
• Menor atenção aos detalhes.
• Comportamentos racionais (BERNARDI, 2003, p. 134)
Mudanças rápidas: Dirigido pela percepção Orientação Estratégica Dirigidas pelos recursos Critérios de mediação
- Tecnológicas. de oportunidades. atuais sob controle de desempenho.
- Valores Sociais. Sistemas e ciclos de
- Regras Políticas. planejamento
Falta de previsibilidade Em estágios periódicos Comprometimento dos Decisão tomada passo a Redução de riscos
das necessidades; com mínima utilização recursos passo, com base em um pessoais; utilização de
falta de controle em cada estágio orçamento sistemas de alocação
exato; necessidade de capital e de
de aproveitar mais planejamento formal
oportunidades; pressão
por mais eficiência.
Risco de obsolescência; Uso mínimo dos Controle dos recursos Habilidade no emprego Poder, status e
necessidade de recursos existentes ou dos recursos recompensa financeira;
flexibilidade aluguel dos recursos inércia e alto custo das
extras necessários mudanças; estrutura da
empresa
Coordenação das áreas Informal, com muito Estrutura Gerencial Formal, com respeito à Necessidade de
chave de difícil controle; relacionamento pessoal hierarquia definição clara
desafio de legitimar o de autoridade e
controle da propriedade; responsabilidade; cultura
desejo dos funcionários organizacional; sistemas
de serem independentes de recompensa;
inércia dos conceitos
administrativos.
Quadro 3 – Comparação entre os domínios empreendedor e administrativo. Fonte: Dornelas (2001, p. 34-35)
Anote isso
Caso você opte por uma empresa individual os seus problemas serão por conta de suas
decisões e atitudes, além do volume de capital investido. Mas você sabe que no início das
atividades o capital é escasso. Normalmente os empreendedores buscam um parceiro, um
sócio, para fazer frente às dificuldades iniciais. Quanto maior for a habilidade com que um
empreendedor consegue atrair, motivar e manter a colaboração de outros para o seu negócio,
maiores serão as chances de sucesso. Essa colaboração, de acordo com Degen (1989),
podem ser divididas em três tipos:
De acordo com Ferrari (2008) as sociedades, sejam simples ou empresarial, podem adotar
como nome empresarial:
Com relação ao número de sócios requerido para abertura do negócio, Ferrari (2008)
apresenta:
Por meio Portal do Empreendedor, você, empresário individual, pode formalizar sua
empresa, além de outros serviços, de forma online.
Link: <http://www.portaldoempreendedor.gov.br/temas/quero-ser/formalize-se/
formalize-se>. Acesso em 05 Dez. 2017.
De acordo com Degen (1989), a maioria dos futuros empreendedores ignora a necessidade
de colaboradores e pensa em desenvolver sozinho o seu negócio. Alguns dos principais
motivos para essa tendência são:
A busca por um sócio é uma decisão individual, que deve ser muito analisada, pesando-se
os prós e os contras. Existe um velho jargão que diz: “uma sociedade assemelha-se a uma
união matrimonial, mas com uma diferença: no casamento há prazer!”
Sócios podem ser a razão do sucesso ou do fracasso de um empreendimento. A decisão
de procurá-los deve depender exclusivamente da necessidade do futuro empreendedor de
recursos gerenciais, técnicos e financeiros para desenvolver um novo negócio. Mas é preciso
tomar muito cuidado para não escolher sócios em função de necessidades passageiras,
porque, passada a necessidade, o sócio pode transformar num peso inútil para o negócio
(DEGEN, 1987).
Caro(a) acadêmico(a), mas como definir a participação de cada sócio? Quais critérios
adotar para fazer essa divisão? Essa divisão normalmente ocorre em função da participação
de cada sócio, tanto em capital social quanto a função exercida na empresa. Nessa situação,
é sempre conveniente consultar um contador, um advogado ou mesmo uma empresa de
consultoria. A dificuldade do empreendedor não se atrela somente à participação no capital
social da empresa, mas também em como remunerar os colaboradores.
Normalmente, empreendedores mais experientes, ao se associarem no negócio com um ou
mais sócios, nomeiam um gestor profissional, de modo a evitar discussões futuras referentes
à divisão dos lucros, a qual é feita em função do tempo dispensado no negócio por cada
sócio, e pelo capital investido. Para evitar transtornos e conflitos por ocasião da divisão
da fatia de lucros e dividendos, bem como a eventual saída ou entrada de sócios, convém
prever tais situações no contrato social. A divisão tanto de tarefas quanto de dividendos,
deve ser justa!
Os negócios mais bem sucedidos foram formados por sócios cujas experiências se
complementaram de tal forma que lhes deram total domínio sobre o empreendimento,
enquanto suas formações diferentes serviram como amortecedores contra todos os tipos
de excessos. Nenhum negócio tem êxito se todos os sócios são otimistas, pessimistas,
introvertidos, exuberantes ou centralizadores. Os sócios podem discordar e mesmo entrar
em conflitos sobre a condução do negócio, mas não devem ter conflitos de personalidades
(DEGEN, 1987).
Ativo Passivo
Circulante: são contas constantemente em Circulante: são obrigações exigíveis,
giro, sendo que a conversão do dinheiro será liquidadas no próprio exercício social.
no máximo, no próprio exercício social. Exigível no longo prazo: obrigações
Realizável no longo prazo: bens e direitos liquidadas com prazo superior a um ano.
que se transformarão em dinheiro no próximo Patrimônio líquido
exercício. São os recursos dos proprietários
Permanente: são bens e direitos que não se aplicados na empresa.
destinam à venda e têm vida útil; no caso dos
bens, vida longa.
Item Explicação
Receita Bruta Total geral das vendas
(-) deduções Impostos, devoluções e abatimentos
= receita líquida
(-) custos do período Gastos referentes à produção e à comercialização ou aos
serviços prestados
= lucro bruto
(-) despesas São gastos necessários para que a atividade seja
desenvolvida (atividades administrativas, de vendas e
financeiras)
PE = Custo fixo
________________________________
1-(Custo variável/Receita total)
5.1 Liquidez
Capital circulante líquido = Ativos Circulante – Passivo Circulante
Liquidez corrente = Ativo Circulante/Passivo Circulante
Liquidez seca = (Ativo Circulante – Estoque)/Passivo Circulante
5.2 Atividade
Giro do estoque = Custo das mercadorias/Estoques
Giro do Ativo Total = Vendas/Ativo total
5.3 Endividamento
Participação de terceiros = Passivo Total/Ativo Total
Relação exigível/Patrimônio Líquido = Exigível/Patrimônio Líquido
5.4 Lucratividade
Margem Bruta = Lucro Bruto/Vendas
Margem Operacional = Lucro Operacional/Vendas
Margem Líquida = Lucro Líquido/Vendas
ROI = Lucro Líquido/Ativo Total
3. Técnica do fluxo de caixa descontado: responde à pergunta: “de que modo o valor presente
dos benefícios futuros do investimento se compara com o desembolso do investimento?”
AULA 12
CAPTAÇÃO DE RECURSOS
Como consultor empresarial, recentemente fui procurado por dois sócios que resolveram
abrir uma oficina mecânica em uma pequena cidade na região noroeste do Paraná.
Para investir em equipamentos necessários para montar a oficina, precisavam de algo
em torno de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais). Ao consultarem o banco privado,
onde um dos sócios tinha conta, o gerente informou que caso apresentassem um plano
de negócios, a liberação do valor solicitado seria possível. Naquela ocasião, elaborei
o plano de negócios para os sócios, os quais apresentarem à agência e o dinheiro foi
rapidamente liberado. O motivo alegado pelo gerente bancário foi que, com a análise
do plano de negócios, foi possível aferir a viabilidade de negócio e convencer a diretoria
do banco a liberar os recursos. Essa situação mostra que o plano de negócios é uma
importante ferramenta do empreendedor em busca de capital!
Fonte: o autor.
Na maioria das famílias que conhecemos, sempre há um parente que apresenta uma
ideia de negócio e divulga para a família em busca de recursos para colocar essa ideia em
prática. Em alguns casos esse homem de negócios até consegue os recursos desejados e em
outros casos, assistimos os familiares fugindo do contato com esse parente, não é mesmo?
Em outra situação, de posse do seu plano de negócios e por consequência, da quantificação
global dos investimentos e do cronograma de desembolso, define-se a forma de financiamento.
Nesse contexto, Dornelas (2014) apresenta algumas das várias formas de captação de
recursos: economia pessoal, família e amigos; Angel investor (investidor-anjo); fornecedores,
parceiros estratégicos, clientes e funcionários; capital de risco e programa do governo brasileiro.
1. Economia pessoal, família e amigos: É o tipo de financiamento mais comum, geralmente
conseguido devido a fatores pessoais e do ambiente que cerca o empreendedor. Nesse
caso, vale mais a amizade e a confiança que as outras pessoas têm no empreendedor que
um plano de negócios. A decisão de emprestar o não o dinheiro não se dará com base em
fatores relacionados com o rendimento do dinheiro, mas como forma de auxílio a um amigo
conhecido e que inspira credibilidade. Isso, às vezes, pode prejudicar a própria amizade, caso,
no futuro, o empreendedor não consiga honrar seus compromissos com a família e amigos.
O financiamento pode se dar por meio de empréstimo (dívida) ou equidade (participação
Caro(a) aluno(a), como você pôde perceber, fontes de captação de recursos existem,
embora não muito divulgadas. No entanto, a precaução em buscar recursos deve ser uma
tônica na vida do empreendedor. O excesso de endividamento, principalmente de terceiros
pode inviabilizar o negócio. O dinheiro pode ser de fácil acesso, mas um dia a conta chega!
AULA 13
MODELO JOB TO BE DONE
Se o mercado entende cada uma dessas dimensões, então podem projetar um produto que
é precisamente orientado para o trabalho. Em outras palavras, o trabalho, e não o cliente,
é a unidade básica de análise para um comerciante/indústria que espera desenvolver um
algo a mais que impulsionam os clientes a comprar.
A técnica JTBD ajuda o inovador a entender que os clientes não compram produtos
e serviços, mas sim contratam várias soluções em várias vezes para obter uma grande
variedade de trabalhos feitos. Com raras exceções, todos os trabalhos que as pessoas
precisam ou querem fazer tem um lado social, funcional, e uma dimensão emocional. Em
suma, as pessoas querem seguir seus interesses pessoais, mas de uma forma que se sintam
conectados com a sociedade maior (MENA, 2015).
De acordo com Mena (2015), a finalidade do JBTD é para que empresas, prestadores
de serviço ou vendedores ganhem novas perspectivas de mercado e criem estratégias de
crescimento viáveis obtendo, dessa forma, aumento da vendas. “Há uma demanda por
abordagens como o Job to be done já que as pessoas têm cada vez menos tempo e precisam
ser atendidas na sua essência.
O Job to be done, é uma ferramenta simples que te levará a construção de uma visão
mais ampla de cada JOB (atividade) do seu produto e/ou serviço. Ela foi desenvolvida pelo
professor Chistensen, mas tem suas bases na teoria da motivação de Maslow. Consiste
nestes seguintes 8 passos, conforme ilustrado no quadro 1:
Quadro 1 – Utilização do JTBD em oito passos. Disponível em: < https://pt.linkedin.com/pulse/venda-mais-com-8-passos-para-melhorar-seus-argumentos-leandro>. Acesso em: 07
Dez. 2017
De acordo com Hammerschmitt (2017), o processo de pesquisa JTBD segue uma timeline,
como ilustra a figura 1, que estabelece que a primeira série de questionamentos é relacionada
ao momento da compra. As perguntas são feitas para o usuário se lembrar do ambiente
em que estava e o dia que decidiu executar essa ação (contratação de um produto, serviço,
submissão de um formulário, etc). Posteriormente abordamos o primeiro pensamento que ele
teve sobre a troca, bem como os eventos que o levaram a resolver o problema em questão.
Anote isso
Job to be done pode ser tratado não só como um conceito, mas até mesmo como
uma ferramenta na forma de se aproximar da resolução dos verdadeiros problemas
dos clientes.
Disponível em:
<http://www.ilos.com.br/web/job-to-be-done/>. Acesso em: 07 Dez. 2017.
Supondo que você já tenha um produto em mente, criado a partir do job statement, e
quer entender o que fará ele ser usado ou não e principalmente como estar preparado para
alcançar o sucesso, trabalhar os seus insights de pesquisa em cima do diagrama de forças
do framework JBTD é parte fundamental do seu processo de desenvolvimento de produto.
Você já se questionou como alguns produtos mudaram a forma como nos relacionamos
e agimos? Imagine que o seu job é se divertir e há várias opções para isso, como ver um
filme, sair com os amigos ou ler um livro. Da mesma forma, se seu job é ver um filme, você
pode ir até uma locadora (antigamente), comprar um dvd, baixá-lo da internet ou assistir no
Netflix (HAMMERSCHMITT, 2017).
Ainda de acordo com Hammerschmitt (2017), as soluções vem e vão, enquanto os jobs
permanecem praticamente os mesmos. Isso porque a compreensão dos nossos desejos evolui
mais lentamente, enquanto a tecnologia possibilita criarmos constantemente novos produtos
que solucionem os nossos jobs, por isso que nas entrevistas focamos em compreender o
job e não em falarmos sobre o produto.
1. Empurra: Através da pesquisa você vai entender qual é o problema com a solução
existente, no caso da locadora de filmes poderia ser o pagamento de multa, o filme que você
quer ver já está alugado, a fita é velha e tranca no videocassete.
4. Hábito: A segunda força que bloqueia a mudança é também chamada de inércia, e diz
respeito à hábitos e possíveis custos que o usuário terá ao fazer a mudança. Voltando ao
caso da Netflix, o usuário precisará reaprender um novo jeito de assistir filmes, não mais
utilizando um aparelho de dvd, mas um computador ou smart tv, por exemplo.
Quando alguém compra um prego, ele esta comprando o que? O prego em si ou um
quadro decorando um ambiente?
1. Empreendedores estão por toda parte. Você não precisa trabalhar numa garagem para
estar numa startup. O conceito de empreendedorismo inclui qualquer pessoa que trabalha
dentro da minha definição de startup: uma instituição humana projetada para criar novos
produtos e serviços sob condições de extrema incerteza. Isso significa que os empreendedores
estão por toda parte, e a abordagem da startup enxuta pode funcionar em empresas de
qualquer tamanho, mesmo numa de grande porte, em qualquer setor ou atividade.
2. Empreender é administrar. Uma startup é uma instituição, não um produto, assim, requer
um novo tipo de gestão, especificamente constituída para seu contexto de extrema incerteza.
De fato, como discutirei depois, acredito que “empreendedor” deveria ser considerado um
cargo em todas as empresas modernas que dependem da inovação para seu crescimento
futuro.
3. Aprendizado validado. Startups existem não apenas para fabricar coisas, ganhar dinheiro
ou mesmo atender clientes. Elas existem para aprender a desenvolver um negócio sustentável.
Essa aprendizagem pode ser validada cientificamente por meio de experimentos frequentes
que permitem aos empreendedores testar cada elemento de sua visão.
4. Construir-medir-aprender. A atividade fundamental de uma startup é transformar ideias
em produtos, medir como os clientes reagem, e, então, aprender se é o caso de pivotar ou
O método da startup enxuta, em contraste, é projetado para você aprender a dirigir uma
startup. Em vez de projetar planos complexos, baseados em inúmeras hipóteses, você pode
fazer ajustes constantes por meio do “volante”, que é o ciclo de feedback construir-medir-
aprender. Por meio desse processo de condução, podemos aprender quando e se é o momento
de fazermos uma curva fechada chamada pivô ou se devemos perseverar em nosso caminho
atual. Uma vez que temos um motor em funcionamento, a startup enxuta oferece métodos
para dimensionar e desenvolver o negócio com aceleração máxima.
De acordo com Ries (2012), as startups também possuem um norte verdadeiro, um destino
em mente: criar um negócio próspero e capaz de mudar o mundo. Chamo isso de visão de
uma startup. Para alcançar essa visão, as startups empregam uma estratégia, que inclui
um modelo de negócios, um plano de produto, um ponto de vista acerca dos parceiros e
dos concorrentes, e as ideias a respeito de quem serão os clientes. O produto é o resultado
final dessa estratégia.
Para Ries (2012, p. 26), “a startup enxuta é um conjunto de práticas para ajudar os
empreendedores a aumentar suas chances de desenvolver uma startup de sucesso”. Para
acabar com os mal-entendidos, é importante definir o que é uma startup: uma startup é
uma instituição humana projetada para criar novos produtos e serviços sob condições de
extrema incerteza.
No modelo da startup enxuta, reabilitamos a aprendizagem com um conceito que denomino
aprendizagem validada. A aprendizagem validada não é uma racionalização depois do fato ou
uma boa história elaborada para ocultar o fracasso. É um método rigoroso para demonstrar
o progresso quando uma pessoa está pisando no solo da extrema incerteza no qual as
startups crescem. A aprendizagem validada é o processo de demonstrar empiricamente que
uma equipe descobriu verdades valiosas acerca das perspectivas de negócio presentes e
futuras de uma startup. Ela é mais concreta, mais exata e mais rápida do que prognósticos
de mercado ou o clássico planejamento empresarial. É o antídoto principal contra o problema
fatal de alcançar o fracasso: executar com sucesso um plano que não leva a lugar nenhum
(RIES, 2012).
Tamanho é o ambiente de incertezas e de competição, que algumas startups se esforçam
para responder às seguintes perguntas:
Em seu cerne, a startup é uma catalisadora que transforma ideias em produtos. À medida
que os clientes interagem com os produtos, geram feedback e dados. O feedback é tanto
qualitativo (por exemplo, o que gostam ou não) como quantitativo (por exemplo, quantas
pessoas utilizam o produto e consideram que ele tem valor). Como vimos na Parte I, os
produtos que uma startup desenvolve são experimentos; a aprendizagem sobre como
desenvolver uma empresa sustentável é o resultado desses experimentos. Para as startups,
tais informações são muito mais importantes que dólares, prêmios ou citações na imprensa,
pois podem influenciar e reformular o próximo conjunto de ideias. Podemos visualizar esse
processo de três etapas com este simples diagrama: p.57
Ries (2012) destaca que, a exemplo do desenvolvimento do cliente não se deve ficar atrelado
em demasia a uma competência de análise prévia do que é o desenvolvimento do produto
perfeito, mas procurar entender o comportamento prático do cliente, captar os feedbacks
desse comportamento do cliente e incorporar continuamente todo o conhecimento gerado
no processo de desenvolvimento do produto.
O gestor deve sempre criar uma situação de interação intensa com o cliente e o usuário,
além de avaliar quais são as lições aprendidas e o porquê de algumas atividades não darem
certo no desenvolvimento de novo produto. Dos pontos importantes é que essas novas
metodologias apontam ainda mais para a importância das competências de gestão para o
empreendedor.
De acordo com o Portal Sebrae (2017), assim como qualquer método de gestão, não
existe uma única prática que garanta resultados - Lean Startup é uma ferramenta que deve
ser usada pelo empreendedor em adição a várias outras.
Assim, quem considera que o MVP é somente uma entrega com as funcionalidades mais
simples, o menor produto possível ou uma versão criada em poucos dias, somente entendeu
o conceito de “mínimo”.
AULA 14
PLANO DE NEGÓCIOS
Dornelas (2014) também apresenta sua definição e destaca a importância de uma plano
de negócios:
Não há uma estrutura rígida e específica para elaboração de um plano de negócios, pois
cada negócio tem particularidades e semelhanças, e é impossível definir um modelo-padrão
de plano de negócios universal e aplicável a qualquer negócio. Uma empresa de serviços
é diferente de uma que fabrica produtos ou bens de consumo, por exemplo. Mas qualquer
plano de negócios deve possuir um mínimo de seções que proporcionarão um entendimento
completo do negócio (DORNELAS, 2014).
Por meio do quadro 3, Dornelas (2014) sugere uma estrutura de um plano de negócios
para empresas manufatureiras em geral:
1. Capa: A capa é uma das partes mais importantes do plano de negócios, pois é a
primeira parte visualizada por quem o lê, devendo, portanto, ser feita de maneira enxuta e
com as informações necessárias e pertinentes.
2. Sumário: O sumário deve conter o título de cada seção do plano de negócios e a página
respectiva na qual se encontra, bem como os principais assuntos relacionados em cada
seção. Isso facilita ao leitor encontrar rapidamente o que lhe interessa.
3. Sumário executivo: O sumário executivo é a principal seção do plano de negócios,
pois fará o leitor decidir se continuará ou não a ler o documento. Portanto, deve ser escrito
com muita atenção e revisado várias vezes, além de conter uma síntese das principais
informações que constam no plano de negócios. Deve ainda ser dirigido ao público-alvo
do plano e explicitar qual seu objetivo em relação ao leitor. O sumário executivo deve ser a
última seção escrita, pois depende de todas as outras para ser elaborado.
4. Análise estratégica: Nesta seção, são definidos os rumos da empresa, sua visão e
missão, situação atual, as potencialidades e ameaças externas, forças e fraquezas, objetivos
e metas de negócio. Esta seção é a base para o desenvolvimento e implantação das demais
seções.
5. Descrição da empresa: Nesta seção, deve-se descrever a empresa, seu histórico,
crescimento, faturamento dos últimos anos, razão social, impostos, estrutura organizacional
e jurídica, localização, parcerias, certificações de qualidades, serviços terceirizados, etc.
6. Produtos e serviços: Esta seção do plano de negócios é destinada aos produtos e
serviços da empresa: como são produzidos, quais os recursos utilizados, o ciclo de vida, os
fatores tecnológicos envolvidos, o processo de pesquisa e desenvolvimento, os principais
clientes atuais, a detenção da marca ou patente de algum produto pela empresa, etc. Nesta
seção, pode ser incluída, quando a informação estiver disponível, uma visão do nível de
satisfção dos clientes com os produtos e serviços da empresa. Esse feedback é bastante
importante, porque costuma oferecer não apenas uma visão do nível de qualidade percebida
nos produtos e serviços, mas também guiar futuros investimentos da empresa em novos
desenvolvimentos e processos de produção.
7. Plano operacional: Esta seção deve apresentar as ações que empresa planeja em
seu sistema produtivo e o processo de produção, indicando o impacto das ações em seus
parâmetros de avaliação de produção. Deve conter informações operacionais atuais e previstas
de fatores como: lead time do produto ou serviço, percentual de entregas a tempo (on time
Quadro 3 – Estrutura básica de plano de negócios. Fonte: Dornelas (2014, pp. 100-101)
Anote isso
Muitas vezes, o plano é tão bem elaborado, tão criteriosamente escrito, que acaba por
ter muitas páginas, com vários elementos como tabelas, gráficos, entre outros. São
todos elementos importantes, é claro. Porém, para alguns públicos específicos, que
lidam com muitos planos de negócios vindos das mais variadas fontes. Seja o mais
objetivo possível!
Fonte: O autor.
AULA 15
MODELAGEM DE NEGÓCIOS
CANVAS
De acordo com o SEBRAE (2017), ao proporcionar uma visualização completa dos processos
da organização, o Modelo de Negócio possibilita inovar, estabelecendo uma proposta de valor
única para o empreendimento. O principal benefício do modelo é a sua simplicidade e rápida
implementação. Com uma caneta, alguns post-its e uma boa mesa, o empresário vai poder
trabalhar com uma metodologia criativa para melhoria dos negócios. Ele deve responder
às seguintes perguntas:
Para aproveitar bem a ferramenta, o empreendedor precisa saber que cada um desses
blocos está relacionado com os demais e que os ajustes em cada fase podem ser feitos
a qualquer momento, quantas vezes forem necessárias, para que seja possível perceber o
negócio como um todo. Esse é, portanto, o caminho para descobrir como se diferenciar,
conquistar clientes, reduzir custos e obter receitas.
Para colocar em prática o Modelo de Negócio, basta seguir os nove passos disponibilizados
pelo SEBRAE (2017), no quadro 2:
Quadro 2 – Nove passos para colocar em prática o modelo de negócios. Fonte: SEBRAE (2017)
Prezado(a) aluno(a), como consultor de negócios, tenho notado uma certa resistência
dos consultores oficiais, principalmente os pertencentes ao sistema S, quanto à utilização
do Business Model Canvas. A justificativa para tal resistência, primeiramente reside no fato
de que até pouco tempo, o modelo de negócio era orientado em outra base, mais sólida. Na
minha modesta opinião, penso que o BMC é muito romântico, isso mesmo, trata a modelagem
do negócio sob o prisma do cliente.
Entre as críticas ao Business Model Canvas, está o fato da pouca ênfase que o modelo
dá para a concorrência ou mesmo incertezas típicas de um novo negócio. Tudo é lindo. A
proposta de valor é maravilhosa. As fontes de receitas são deslumbrantes e os custos não
preocupam tanto. E todas as parcerias funcionarão às mil maravilhas. E a concorrência?
Frequentemente, empreendedores chegam a este ponto com a afirmação: “Meu negócio
é inovador, logo não tenho concorrência”. Aqui vale a célebre afirmação de Andrew Grove,
lendário presidente da Intel: “Só os paranoicos sobrevivem”. E sim, todas as empresas têm
concorrentes, se não diretos, por meio de produtos e serviços substitutos.
Anote isso
AULA 16
TÉCNICA DE APRESENTAÇÃO DE
PROJETOS INOVADORES
Prezado(a) acadêmico(a), após passar grande parte do seu tempo preparando dados,
coletando informações, elaborando pesquisas, vender sua ideia inovadora a pessoas ou
empresas, finalmente é chegada a hora do movimento final: a apresentação do projeto!
Quando é o próprio autor quem o apresenta o grau de encantamento aumenta. Por esse
motivo é preciso transformar essa ocasião em um momento cativante e inesquecível, repleto
de emoções positivas.
Primeiramente é essencial analisar a sua plateia, quem são as pessoas que ouvirão a
sua apresentação, desse modo averiguar o nível dos recursos a serem utilizados. É válido
lembrar que alguns indivíduos têm grandes dificuldade de compreender, por exemplo, uma
apresentação de powerpoint, ou do Prezi. O que fazer então? Como fazer uma apresentação
de qualidade e que seja atraente?
Spina (2012) orienta que, “a primeira impressão é a que fica”, a apresentação para potenciais
investidores do seu negócio é uma etapa que precisa ser bem preparada, pois além de
ser crítica para o entendimento da oportunidade, serve também como demonstração da
capacidade de comunicação do(s) empreendedor(es), uma habilidade fundamental para
qualquer negócio. Usualmente, ela é divida em 3 partes principais, conforme apresentadas
a seguir:
1.O Pitch, também conhecido como Elevator Pitch ou “Discurso do Elevador”, é uma
apresentação de 2 a 3 minutos (como se fosse para apresentar se encontrasse o investidor
no elevador e tivesse o tempo de apresentar durante a subida/descida) em que deve “vender”
a sua ideia de forma clara e concisa. Apesar de ser uma apresentação curta, pela necessidade
de se conseguir conquistar a atenção do investidor, muitas vezes representa um grande
desafio, assim, concentre-se no que é essencial ao seu negócio, aquilo que irá chamar a
atenção do investidor. Não se preocupe com os detalhes e procure além de praticar “no
espelho”, apresentar para parentes e amigos e perguntar o que eles entenderam, pois é muito
comum pelo envolvimento do empreendedor, esquecer-se de dar uma informação básica
sobre a essência do seu negócio.
O Pitch deve poder ser feito tanto apenas verbalmente, quanto eventualmente suportado
por uma apresentação de slides (chamada de Deck), caso o empreendedor tenha oportunidade
de apresentar em público, lembrando também que não deverá ter mais de 5 a 6 slides, que
devem conter pelo menos as seguintes informações:
Prezado(a) aluno(a), para reforçar nosso entendimento, o Portal Anjos do Brasil (2017),
destaca que o “pitch” é uma ferramenta usada pelos empreendedores para “vender” o projeto
da sua empresa para potenciais investidores. O tempo de apresentação é curto (entre 2 e 3
minutos) e deve trazer informações que sejam capazes de chamar a atenção do anjo, como:
Caro(a) aluno(a), o momento da apresentação, por ser de grande importância com relação
ao convencimento da outra parte de que o seu projeto é viável e atrativo, pode causar uma
certa tensão nervosa e, no momento crucial, alguns efeitos poderão ser sentidos, entre os
quais a velha e conhecida gagueira, suor excessivo e em alguns casos “um branco total”.
Por esse motivo, é conveniente buscar apoio para se preparar à altura do evento. Por
exemplo, um curso rápido (ou mini-curso) de oratória faria toda a diferença, afinal, quando
um apresentador nos encanta, tudo se torna mais fácil para aprovar o projeto, mesmo que
necessite de alguns ajustes.
Outra orientação importante se refere ao local do evento. Se esse local for antecipadamente
escolhido por você, procure prepará-lo convenientemente, com uma limpeza impecável,
organização dos móveis (mesas e cadeiras), o local de cada participante, água e cafezinho,
entre outros.
A administração do tempo é fundamental. Inicie a apresentação do seu projeto inovador
no horário previsto. A pontualidade demonstra aos participantes o seu respeito por algo que
foi combinado!
Acertados todos os detalhes físicos, agora é hora de preparar a apresentação escrita.
Procure tirar uma cópia para cada um dos participantes. De preferência, essa cópia deve
estar contida em uma pasta personalizada, com um cartão de visita anexado. Isso possibilita
um contato posterior do participante com você, afinal, você deixou seu telefone e email.
No que se refere à apresentação em powerpoint não há uma padronização universal. Um
exemplo é o de que cada Universidade, por exemplo, tem as suas regras para apresentação
de trabalhos, como artigos, TCC’s e de dissertações de mestrado. A ideia geral é que você
não polua os slides com excesso de informações, procurando destacar apenas os tópicos e
utilizando-se de um tamanho de fonte padrão (exemplo: Calibri 28 para destacar os tópicos
e Calibri 40 para os títulos).
Uma dica importante para você controlar o tempo da apresentação, cada slide será
mostrado aos participantes por no máximo 1 minuto, desta forma, caso a sua apresentação
tenha um tempo máximo de 10 minutos, serão necessários 10 slides.
É importante considerar que todas essas dicas não são regras padronizadas, tratando-se
apenas de sugestões para causar uma boa impressão principalmente no quesito objetividade,
que é a tônica das reuniões de projetos inovadores.
Anote isso
CONCLUSÃO
Ao final deste livro, por meio dos conceitos apresentados, é possível compreender mais
sobre empreendedorismo e a importância do plano de negócios para nortear as ações dos
empreendedores antes e durante o empreendimento, além de apresentarmos um modelo de
estrutura de plano de negócios, de modo auxiliá-lo na elaboração desse importante recurso.
Atente-se, aluno, pois novas tecnologias estão surgindo de modo a garantir que os processos
executados sejam os mais eficientes possíveis. Então, procure sempre se renovar, ser curioso
frente às novas tecnologias.
Procure sempre o que for de melhor na sua área e destaque-se! Até a próxima!
REFERÊNCIAS
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