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MONOGRAFIA Andriely Formatada FINAL Ok
MONOGRAFIA Andriely Formatada FINAL Ok
Centro Universitário
Bacharelado em Psicologia
Paripiranga
2019
ANDRIELE JESUS DE ANDRADE
Paripiranga
2019
ANDRIELE JESUS DE ANDRADE
BANCA EXAMINADORA
Especialmente a Deus, por ser minha luz e fortaleza em todos os dias de lutas e
glórias. Se chegou esse momento de agradecer, Ele me proporcionou, me sustentou em meio
aos desafios que surgiram na trajetória acadêmica. O caminho não foi fácil, embora estivesse
cheio de medos e dificuldades, eu segui adiante.
Aos meus pais, que são os meus principais anjos aqui na terra. A acolhida e
companheirismo de vocês aquecem as minhas dores da alma. Palavras são insuficientes para
descrever toda minha gratidão pelas forças que me passam, pelo investimento, pelo orgulho,
por acreditarem em minha capacidade e por sonharem junto comigo. Sem o apoio de vocês
eu não teria chegado até aqui!
Aos meus irmãos: Andreza, Etiene, João Paulo, Messias e Rejane pelo amparo, pela
torcida e ajuda nos momentos difíceis. Vocês são meus presentes, meus tesouros! Abençoada
sou, por ter essa família.
Aos meus sobrinhos: Laura, Maísa, Maria Clara, Mikael, Raíssa, Rosinaldo e Sara que
são minhas estrelinhas, me dão grandes alegrias e, mesmo sem saberem, me encorajam e me
fazem sonhar um futuro bem bonito.
Aos meus cunhados Alan, Lázaro e Reginaldo pela torcida. E as minhas cunhadas
Cristiane e Jailma pelas palavras confortáveis e mãos sempre prontas a ajudar.
Ao meu namorado, José Antonio, pelo amor, escuta e companheirismo. Você foi quem
mais ouviu as minhas angústias e preocupações, quem me encorajou e acreditou em mim mais
do que eu mesma. Obrigada por tudo que me proporcionou durante a produção deste
trabalho. Nosso relacionamento se estreitou ainda mais, pois existiu muita cumplicidade.
A todos os colegas que a Psicologia me deu, em especial a Caio Araújo, Deise Mary,
Iara, Isamara e Ramires que foram minhas fontes de ajuda e companhias na busca de
conhecimento. E a essas pessoas que sempre estão demostrando o seu carinho e preocupação:
Adenilza Santos, Emília Virginia, Gesilene Santos, Maria José e Valter Santos.
Aos professores, especialmente a Calila Caldas e Elder Magno por sempre estarem à
disposição e pelas contribuições.
À minha orientadora, Beatriz Reis, por contribuir com as suas análises, com o seu
conhecimento.
A tentativa de resgatar no mundo real a consciência da morte, não
deve ser entendida como interesse mórbido, doentio de quem vive
obcecado pela morte inevitável, atitude que seria pessimista e
paralisante. Ao contrário, ao reconhecer a finitude da vida,
reavaliamos nosso comportamento e escolhas, e podemos proceder a
diferente priorização de valores.
Maria Lucia de Arruda Aranha
Maria Helena Pires Martins
Filosofando. Introdução a Filosofia, 2003.
RESUMO
This research work exposes concepts regarding pathological grief as the designator of
Depression Disorder and Post-Traumatic Stress. Its main objective is to address the
importance of psychotherapy for the person who is in a process of denial of grief and who
presents physical, psychological and behavioral suffering. In this case, emphasis is placed on
the application of Cognitive-Behavioral Therapy in the interventional treatment plan. The idea
is to share possibilities for the therapist’s practice based on CBT, thus exposing appropriate
techniques and strategies of intervention, which the psychologist can assimilate for
consultations with bereaved individuals. To develop the research work, we used the
bibliographic research methodology, which sought to understand modes of expressing and
coping with grief and death in antiquity and in present days; it proposed to distinguish what is
differential in the diagnosis of pathological grief and also to decipher its main factors.
However, it was understood that there are some factors which are susceptible to the triggering
of pathological grief; suicide is one of the main factors explored in this research paper, since it
is characterized by a sudden/unexpected rupture and involves relatives’ religious limits and
beliefs. Therefore, the research work provided a greater understanding of the dichotomy
between normal and pathological grief and conceives pathological grief as a health problem
that affects 10% to 25% of the population. The phenomenon of death is inherent to human
beings, however, when there is no elaboration of the loss of a love-object, the consequent
results are psychic manifestations, risks and disproportional life quality. Therefore, the
importance of psychotherapy is established so that the bereaved can comprehend and evaluate
their dysfunctional thoughts inside and outside the therapeutic setting and their cognitive
errors and, ultimately, identify improvements in their biopsychosocial context and positive
results in their cognition, emotions and behavior.
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................11
2 MÉTODO.............................................................................................................................16
2.1 Classificação...................................................................................................................16
2.2 Procedimentos................................................................................................................17
2.3 Técnicas para Análise de Informações...........................................................................17
3 A MORTE, O LUTO E A HISTÓRIA...............................................................................19
8 MARCO ANALÍTICO........................................................................................................42
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................56
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................58
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1 INTRODUÇÃO
Na distinção entre o luto normal e o luto complicado há muitas variáveis, sendo a depressão,
segundo o DSM-5, o transtorno com maior prevalência entre os sujeitos que apresentam o luto
patológico. Já no luto normal, o sujeito restabelece o equilíbrio sem realizar alterações na sua
realidade (FREITAS, 2018). O DSM-5 destaca que a depressão associada ao luto possui a
generalização de sentimentos de desvalia e aversão a si mesmo, de angústia e pensamentos
excessivos que apresentam a preocupação e lembranças do morto, em vez dos pensamentos
autocríticos e negativos sobre si próprio. É apontado que depressão decorrente da fase do luto
atinge com maior ocorrência os sujeitos que apresentam vulnerabilidades a outros transtornos
depressivos (DSM-5).
As mortes repentinas e as que acontecem de modo violento são vistas para Silva
(2008) como mortes que comprometem o desenvolvimento do processo de luto. Dentre os
vários tipos de mortes repentinas, o suicídio é abordado pelo Conselho Federal de Psicologia
(2013) o que causa mais impacto e que pode ser devastador para os sobreviventes enlutados.
Este autor realça que por sobreviventes compreende-se as pessoas que perderam
alguém que faz parte do grupo familiar ou do ciclo de amizades por suicídio. E que, há um
índice muito grande de adoecimento dessas pessoas devido ao impacto negativo e a difícil
elaboração do luto, o que resulta em transtornos psicopatológicos, como exemplo o
Transtorno de Estresse pós-traumático e uma grande incidência de risco de executar também
um suicídio (CFP, 2013). O estresse pós-traumático é um dos transtornos comumente
desencadeado após a uma perda traumática, sendo ela ocorrida de modo repentino, em
situações de morte do outro em que a sua própria vida também foi ameaçada, em casos de
suicídio e outros (PARKES, 1998).
Na compreensão do luto e dos distúrbios psiquiátricos gerados pelo processo de perda,
se faz essencial o olhar mais próximo sobre as reações do enlutado e as ocorrências que
favorecem o surgimento de problemas. Para todos estes casos relatados, se faz necessário de
modo indispensável a atuação do psicólogo, em que pode se apropriar das seguintes
abordagens teóricas da Psicologia: Psicanálise, Fenomenologia, Teoria Cognitiva-
Comportamental, Sistêmica, Psicologia Social, entre outras. Todas estas abordagens passaram
a buscar a compreensão do luto, atribuindo e alargando conceitos sobre fenômeno da perda e
delineando as formas de atuação para lidar com o sujeito enlutado (SANTOS, 2017). A partir
disso, iniciam-se as tomadas de posições que interferem na situação de modo redutor nos
sintomas da patologia, proporcionando uma evolução de conhecimento a respeito da dor
sentida. Ressalva-se que é a partir desse olhar que se atribui as estratégias de intervenção
preventivas ou de tratamento (PARKES, 1998).
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Para tanto, os objetivos específicos são: 1. Analisar os aspectos históricos das relações
humanas com os processos de morte e luto, caracterizando o luto patológico e o advindo pelo
suicídio na contemporaneidade; 2. Apresentar a Teoria Cognitivo-Comportamental e, por fim,
3. Expor as possibilidades de conduta clínica da Psicologia, a partir da abordagem da TCC,
diante do enfrentamento do luto patológico.
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2 MÉTODO
2. 1 Classificação metodológica
que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado
(GIL, 2007).
A pesquisa também se considera como explicativa, já que teve como intuito descrever
os fatores influentes para o luto patológico. Gil (2007) descreve que é o tipo de pesquisa que
mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê dos
fenômenos. Por isso, é o tipo mais complexo e delicado, já que o risco de cometer erros
aumenta consideravelmente.
2.2 Procedimentos
Na pesquisa, foi realizada a análise de estudos de casos, este que se caracterizam por
uma multiplicidade de pesquisas que colhem e registram dados de casos particulares a fim de
analisar, objetivando com estes respostas e compreensão a respeito do que se apresenta e
estabelecendo alguma estratégia interventiva. Conforme o Manual de Publicação da APA
(2012, p. 27) apud Soares, S. V; Picolli, I. R.A; Casagrande (2018):
Estudos de caso são relatos de materiais de casos obtidos mediante o trabalho com
um indivíduo, um grupo, uma comunidade ou uma organização. Os estudos de caso
ilustram um problema; indicam uma forma de resolver um problema; e/ou elucidam
pesquisas necessárias, aplicações clínicas ou assuntos teóricos. Ao redigir estudos de
caso, os autores consideram cuidadosamente o equilíbrio entre prover material
ilustrativo importante e usar material de caso confidencial com responsabilidade.
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Em um texto publicado por Freud (1915) e nomeado como Reflexões para os tempos
de guerra e morte, a morte é destacada como um fenômeno que passou a ser pensada pela
humanidade a partir dos sentimentos, do afeto em relação ao outro. Nesse sentido,
compreende-se que a vivência do luto é influenciada pelos afetos construídos.
A compreensão da morte, a dor da perda e o processo de luto dependem sempre do
contexto. Podem ser vividos com muitas ou poucas emoções a curto, médio e longo prazos,
havendo necessidade de atenção e. em alguns casos, de tratamento. No entanto, é a
subjetividade humana em ligação ao contexto histórico-cultural e com o modo de morte que
dão impacto no surgimento dessas necessidades (FISCHER et al., 2007).
É salientado por Ariés (1977) que no decorrer do tempo, a morte e vivência do luto se
modifica pelos povos, nas diferentes culturas e em diferentes épocas. Entretanto, a história
aborda que na Idade Média era permitido o enlutado manifestar os seus sentimentos, mas que
com a assunção da Igreja nos rituais fúnebres, passou a ditar que os sentimentos dos enlutados
e os comportamentos deveriam ser de modo contido, digno.
A Idade Antiga, é marcada, segundo Ariés (1977), pela morte domada, que se
caracteriza pela consciência do indivíduo sobre a chegada próxima de sua morte, havendo
assim a preparação para essa ocorrência. Além dele, a comunidade, familiares e amigos, o
rodeavam para presenciar a ruptura da vida, sendo estes considerados como ritos familiares.
Nesse sentido, o indivíduo, ao sentir que a morte se aproximava, cruzava as mãos
sobre o peito, direcionava a face para o céu e realiza seus últimos desejos, despedia-se dos
familiares e aguardava com um comportamento tranquilo a morte chegar. Nessa espera, em
frente às pessoas que se encontravam em rodeio ao leito, eram realizados os últimos atos, que
se caracterizava pela despedida com testemunhos, a lamentação da vida em uma evocação
triste, a confissão dos pecados, o perdão aos sobreviventes, a recomendação da alma a Deus e,
por último, a escolha da sepultura (ARIÉS, 1977).
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Na morte domada, percebe-se que a falência do moribundo era presenciada por toda a
comunidade. Os parentes, amigos e familiares se faziam presentes no quarto e ressalva-se que
as crianças eram levadas, diferentemente dos dias atuais em que se restringem a vista da
morte. Para o enfermo, a morte era enfrentada com tranquilidade pois mantinha um papel
ativo em frente a morte e a consciência de que é o destino de todos os seres. O ritual em
público era com o objetivo de destacar que todos deviam se defender e manter a continuidade
da vida. Entretanto, as mortes repentinas eram estimadas como castigos divinos, eram
temidas, pois não era possível o morto realizar o ritual de solicitar o perdão e as homenagens.
Nesse período, os enlutados, após a morte, desesperavam-se por um curto tempo, era um
compromisso dar elogios ao defunto, realizavam o cortejo, o enterro, havendo em todos esses
episódios a participação da comunidade. O luto também era manifestado por um curto tempo
(ARIÈS, 1977). Para Kovács (1992) esse tipo de ritual possibilita a elaboração do luto e que a
inserção em um grupo ameniza a consciência do medo associado à morte. Embora existia essa
boa aceitação das mortes, os antigos temiam a volta do falecido, e por isso se prezava muito
os cultos funerários para que não voltassem ao mundo dos vivos. Devido ao temor, os
cemitérios eram construídos distantes da cidade.
Zaidhaft (1990) aborda que os gregos antigos acreditavam que a morte era um
fenômeno devido a uma necessidade da natureza, sendo as filhas da noite (as parcas) que
regiam a vida, tecendo seu destino e cessando quando era necessário. No entanto, é enfatizado
pelo autor que, no presente século, não é mais aceitável a morte por uma questão da natureza,
ou seja, se dá pela ocorrência de uma morte esperada ou repentina sem tentativas de salvação
pelos profissionais da medicina. É sentido cada vez mais a necessidade de postergar a morte a
todo custo e os médicos são vistos como agentes que podem possibilitar o prolongamento da
vida.
Na segunda fase da Idade Média, nos séculos XI e XII, conforme a pesquisa de Ariés
(1977) houveram modificações arguciosas comparado ao que foi visto anteriormente. A
relação com a morte se dava de acordo com a aceitação da ordem da natureza, não havendo
evitação e nem exaltação. A aceitação se dava com a solenidade necessária para que o
fenômeno fosse visto como uma etapa que atravessa a vida. Já no século XII, foi fortemente
abordada a concepção de que “Cada homem é julgado segundo o balanço de sua vida”, as
boas e más ações são escrupulosamente separados nos dois pratos da balança”. As crenças
novas e a representação do Juízo Final passaram a se perpetuar, em que o Juízo era a
separação dos justos e dos malditos. Destaca-se no século XIII, o reaparecimento das
sepulturas e a adoração de algumas em que as pessoas ali sepultadas se mostravam como
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ilustres e como santos. Ao lado do crescimento dos túmulos, cresceram as placas murais que
tinham como objetivo arquivar a identidade após a morte e perpetuar naquele lugar a
lembrança do falecido (ARIÉS, 1977).
Outro fenômeno destacado neste século é a invasão dos seres sobrenaturais no quarto
do moribundo durante a espera da morte para a disputa de posse da alma do defunto. Esses
seres se davam pelo exército satânico e pelo corpo celeste formado pela Trindade e a Virgem.
O terceiro fato apresentado como crença nova no século XVI é a decomposição do cadáver.
Sobre este, houve a vulgarização do esqueleto e do corpo seco, em que os crânios e ossos
eram bem vistos. Assim, surgiu o medo dos defuntos, eram relatadas as visões de objetos
macabros descendo pelas chaminés e entrando nas casas (ARIÉS, 1977).
No século XIX, o autor citado relaciona a morte do outro com o romance de Romeu e
Julieta, em que a dor da morte era insuportável, e que tinham como expressões e
comportamentos as súplicas, o choro. Foi nesse período que ocorreu um realce dos
sentimentos, como a tristeza e dor nos versos e prosas, bem como se passou a existir a
intolerância com a separação permeada pela morte. Nesse sentido, é salientado que: “Esse
exagero do luto no século XIX tem um significado: os sobreviventes aceitam com mais
dificuldade a morte do outro do que o faziam anteriormente. A morte temida não é mais a
própria morte, mas a do outro” (ARIÉS, 1977).
O século XIX é a época em que as pessoas não se acomodam totalmente com a falta
da pessoa amada, e que precisam de pessoas compadecidas para o ajudar a viver com a dor. A
preocupação com as sepulturas também é um marco, pois os enlutados fazem culto aos
cemitérios, visitam o túmulo como se fosse uma visita a uma casa própria, cheia de
recordações. O túmulo representa a presença para além da morte.
No período dos séculos XIX e XX, a morte passa a ser vista como um fracasso e foi
neste momento histórico que existiu o marco do uso de técnicas de embalsamento em que
consistia na preservação dos cadáveres, isso permitia a manutenção da imagem viva e
consequentemente a negação da morte. Ainda neste século, o local da morte saiu dos lares e
passou a ser o hospital, o novo local em que se destinou as tentativas de salvação e os
cuidados até o fim (CATERINE, 2008). É corroborado por Kovács (1992) que a mudança do
local da morte para o hospital torna mais difícil e doloroso ver a doença se manifestando, e
ver a morte se aproximando do seu amado, diferente do que foi visto como a morte domada
na sociedade medieval. No âmbito hospitalar, a família não vê o moribundo morrer, pois neste
âmbito é preciso que os parentes recuem para não causar incômodo ao trabalho dos médicos e
ao silêncio ali presente. Os pacientes em situação terminal de morte, provocam incômodos aos
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vivos e aos profissionais de saúde, devido às suas súplicas, atitudes de dor e revoltas. Nesse
sentido, é apresentado que:
A morte no hospital não possibilita o ritual em que o sujeito fica entre os parentes e
amigos, como visto na Idade Antiga. O papel do médico de lutar contra a morte foi iniciado a
partir do século XVIII. Ocorreu, pois os poderosos, as pessoas que tinham mais bens, temiam
morrer devido o pensamento de deixar suas riquezas. Assim, pressionavam os médicos para
tentarem fazer a morte se distanciar. No entanto, destaca-se que até o século XVI o papel da
medicina era visto como algo sarcástico, com características ruins e principalmente impotente.
Posteriormente, no século XX, o médico ganha uma personificação de herói contra a morte.
Mudança ocasionada pelas emoções ocorridas na Primeira Guerra Mundial perante a postura
médica e pela veracidade que a Medicina possibilitou a sociedade a respeito de sua
capacidade no trabalho preventivo ou curativos em doenças (ZAIDHAFT,1990).
Ainda neste período histórico, século XX, sobre os rituais antecipatórios da morte,
declara-se que houve uma grande transformação. Passa da preparação do sujeito para a
ocultação, pois é expressado pelos familiares o sentimento de poupar o moribundo, de ocultá-
lo o que apresenta de grave. Desse modo, é feita a privação do sujeito à sociedade, até mesmo
dos que o cercam, para que não haja emoções fortes e intoleráveis devido à agonia da
presença da morte (ZAIDHAFT,1990).
Nesse período também se iniciou uma anulação da manifestação do luto, pois é
denominado pelo meio social que sentir dor, expressar seus sentimentos em público é uma
validação de fraqueza. No entanto, passa-se a ser exigido um controle e domínio em que as
formalidades como o uso de roupas pretas passam a desaparecer e as condolências à família
são suprimidas. Também se destaca que o tipo de morte idealizada atualmente é a que se
caracteriza como súbita, em que há sofrimento e não tenha a consciência de que se esteja
falecendo (ZAIDHAFT,1990).
Perante a morte, foi visto que o manejo, o modo de lidar com as perdas por morte
sofreu algumas alterações no decorrer do tempo. No entanto, atualmente se deve considerar a
intensidade dos sinais e sintomas manifestados no processo do luto e a gravidade do impacto
que a morte causa nos sujeitos. Sendo assim feito uma análise e a diferenciação do que se
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caracteriza por enfrentamento de luto normal e um luto mais complexo, qual se concebe por
luto complicado ou patológico.
outras enfermidades consideradas graves. A autora ainda afirma que, diante de uma perda, o
sobrevivente revive detalhes minuciosos do apego que tinha e foi cessado pela morte.
Entretanto, enfatiza-se a negação sobre o cessamento do vínculo que bem presente durante o
luto. Isso ocorre devido ao intenso desejo de manter viva a pessoa por meio das lembranças e
pelos tentames de permanecer o contato.
Para Freud (1915) essa negação e a dor da perda do objeto de amor é acentuada devido
a fantasia inconsciente de perda que se liga aos objetos internos tidos como bons. A respeito
disto, ressalta-se a importância da elaboração para que não haja a ocorrência do luto
patológico ou melancólico na pessoa que está vivenciando esse processo. Quando o indivíduo
não consegue elaborar essa dor, ele sente a incapacidade de reorganizar seus objetos de amor
internos, realizando o afastamento e a negação destes, e tendo consequentemente emoções
que lhe deixam fragilizado, e tendo vivências empobrecidas.
No início do processo de luto, a maioria das pessoas enxergam o mundo em uma
desordem. Tentam encontrar o que não há como ser localizado, seriam o contato físico, o
vínculo vivenciado com o falecido. Entretanto, o que encontram, como os sentimentos de
outros objetos são ignorados, pois é sentido que o mais importante, a parte mais central
tivesse ido embora, restando apenas um mundo insignificante (PARKES, 1998). O autor
ressalta que as crises ocasionadas pela dor do luto podem se manifestar anos após a perda. E
que a apatia e depressão continuam presentes por um longo tempo, já a raiva e a dor, com o
passar dos anos diminuem, podendo até a se desvanecerem.
É definido por Basso; Wainer (2011) os preditores das dificuldades intrínsecas da
perda, os sentimentos de incapacidade, e de vulnerabilidade. É assinalado que esses são os
sentimentos que mais geram desorganização nas pessoas que perdem um objeto de amor. É a
partir daí que se torna difícil a fase de aceitação, de reconstrução e readaptação.
Segundo Parkes (1998) é existente em todas as situações de perda, as dificuldades que
os seres humanos têm em abrir mão de uma situação que vivida para aceitar outra. Pois,
quando a mudança é vista como um ganho a aceitação não é difícil de ser acatada, mas
quando é vista como perda, a presença da resistência sempre é notória. Entretanto, é
salientado pelo referido autor sua concepção sobre a base do luto, que se dá pela reação de
relutar contra as novas adaptações, a tudo aquilo que traz dor e mudanças. Em uma das suas
pesquisas, o autor considerou que o luto seguia um certo padrão, mas que ocorriam nestas
variações psicopatológicas, pois percebe-se que algumas pessoas passam pelo evento estressor
do luto de modo ileso, já outras são profundamente afetadas por doenças físicas e mentais.
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O autor faz destaque de três componentes do processo de luto, cujos se dão pela: 1.
Ocupação de pensamentos sobre o morto, 2. Repetições dolorosas a respeito das lembranças
constantes sobre a experiência da perda e 3. A busca de encontrar um sentido para a perda,
para que esta seja introduzida nas suas crenças sobre o mundo ou para fazer alterações quando
sentir necessário. A procura de tentativas sobre a definição para o que aconteceu pode ser
considerada como uma forma de restauração do que foi perdido, sendo possível introduzir a
ausência em outro aspecto. Isso, pode ou não surtir efeitos. Portanto, se não ocorrer
resultados, o autor ressalta que a preocupação aumentará, podendo resultar em obsessão.
Já Bowlby (1985) enfatiza que as características do luto se constitui por: fase de torpor
ou aturdimento, saudade e busca da figura perdida, desorganização e desespero e pôr fim a
maior ou menor reorganização. No entanto, estas devem ser entendidas como tipos de
comportamento nesse processo e ressalta que as fases não seguem necessariamente uma
ordem, não sendo fases cronológicas.
Cintra (2011) retrata o luto como um movimento e passagem em que permite a
renascença em novos investimentos de objetos e da libido. A respeito do luto patológico, a
autora salienta que é uma condição de inércia, em que o sujeito possui sentimentos de
desvalia, de inferioridade, que ocasiona uma perda de interesse pelo mundo e perda nos
sentimentos de prazer e de amar novos objetos. Ainda nesse sentido, Kovács (2002) salienta:
“O vínculo é um investimento afetivo e quanto maior este investimento, maior energia
necessária para este desligamento. As dependências físicas ou psíquicas são fatores que
podem agravar o desligamento com o objeto amado”.
Em sua tese, o psiquiatra George Engel aponta que a perda de alguém amado é
psicologicamente traumática do mesmo modo em que um corte ou queimadura é
fisiologicamente traumático. O autor tem a visão de que a cura é um processo semelhante ao
processo do luto, em que ambos possuem a função de restauração, é existente também os
incidentes quais podem prejudicar essa cura, e pode se tornar mais patológico. É trazido por
ele que o luto é um afastamento de saúde de bem-estar. Entretanto, assim como é preciso a
cura no campo da fisiologia para trazer o organismo de volta à homeostase, um período de
tempo é preciso para que o enlutado reestabeleça um estado análogo de equilíbrio. Entretanto,
é preciso o reconhecimento e elaboração da dor, pois não havendo, ocorre a manifestação de
sintomas ou outras formas de conduta aberrante (WORDEN,1998).
Parkes (1998) também salienta que a característica mais evidente do luto não se dá
pela depressão profunda, mas as reações de dores intensas, a presença de dor psíquica e
ansiedade. Devido à saudade que o enlutado sente da pessoa que morreu e os episódios de
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dor, o sobrevivente apresenta choro e o ato de clamar muito pelo morto. Além disso,
apresenta-se nesta fase sofrida hiperatividade adjunto com inquietação, mas sendo um sujeito
não operante, havendo dificuldade de concentração em aspectos que sejam diferentes dos
pensamentos associados a perda, lamentação a respeito dos acontecimentos que designaram a
morte, respiração forte com a presença de suspiros profundos, perda de interesse sobre
pessoas e outros eventos que tendem a captar sua atenção.
O referido autor salienta que essas ocorrências de dor se iniciam em algumas horas ou
dias após a perda, e é comumente as dores serem acentuadas no intervalo de cinco a catorze
dias. É sobressaltado que inicialmente são muito frequentes e, de acordo com a passagem do
tempo, a frequência desses episódios de dor são amenizados quando ocorre uma elaboração
bem-sucedida. É citado que as dores ressurgem com intensidade quando ocorrem estímulos
que remetem às lembranças da perda. São citados como exemplos, o encontro com uma
fotografia em uma gaveta, acordar sozinho na noite e outros. Entretanto, os sentimentos de
pânico, as crises de ansiedade surgem principalmente nessas situações.
A respeito do luto tardio, é abordado que neste se manifestam sintomas físicos e
mentais fortemente e a negação da perda é intensa. Os enlutados se mostram incapazes, tendo
pela sociedade um pressionamento de controle na manifestação das emoções.
Consequentemente experimentam a solidão, a fragilidade e o humor deprimido
(PARKES,1998). Também é mencionado pelo autor, o agrupamento dos tipos de luto de
acordo com as manifestações. Se dá por luto crônico, o prolongamento indefinido do luto; o
luto inibido se dá pela ausência dos sintomas do luto normal; o luto adiado é quando não há
reações imediatas à morte, apresentando mais tarde sintomas de luto distorcido e, por último,
o luto não reconhecido manifestados nos ídolos, amantes e em situações de aborto.
Worden (1998) afirma que os sintomas do luto e depressão são bem semelhantes,
como o distúrbio do sono, do apetite e a tristeza intensa. O que diferencia é que no processo
de luto não acontece a perda da autoestima, característica que é clássica no transtorno
depressivo maior. Desse modo, as pessoas que se enquadram no processo de luto normal não
se desvalorizam pelo fato da perda, e se há essa ocorrência é por um período de tempo curto.
É abordado o sentimento de culpa pelo autor, qual enfatiza que está mais conexo com algum
aspecto específico da perda do que uma emoção geral e totalmente culposa.
O autor também salienta que apesar do luto e depressão possuírem formas objetivas e
subjetivas semelhantes, as condições de vivência são distintas. A respeito disso, Freud
corrobora ao conceituar que para a pessoa enlutada, o mundo se apresenta de forma pobre e
vazia, e na depressão o enlutado que propriamente se sente pobre e vazio. No manual de
27
Sobre os fatores que são tendenciosos a prolongar o luto, Moura (2006) aponta as
mortes inesperadas, acometidas por suicídio, homicídios e eventos acidentais. Isso ocorre
devido os enlutados, buscar entender os detalhes do momento da morte e a busca constante
dos motivos, dos porquês da ocorrência dela. Para os enlutados, isso ajuda a aliviar as
confusões e as dores da separação. Basso; Wainer (2011) corrobora com a ideia que as mortes
súbitas, repentinas e precoces são consideradas complicadoras para elaboração do luto
normal, geradoras de problemas psicológicos como a depressão e a ansiedade devido ao
enlutado se sentir inativo e ter emoções como raiva, culpa e saudades.
Sobre o diagnóstico diferencial do luto patológico, considera-se que é o processo em
que o psicólogo deve estar atento e envolvido com a investigação do que se caracteriza como
disfuncional, como inconstâncias acentuadas ou minimizadas em um quadro sintomático
apresentado pelo sujeito. Sendo assim, averiguado e compreendido o episódio da
psicopatologia que predomina. No diagnóstico de luto mal elaborado ou patológico, é
imprescindível considerar a complexidade e multiplicidade de reações emocionais em frente
ao luto (GOMES; GONÇALVES, 2015). Para o DSM-5 no luto patológico, o que distingue
este do luto normal é a presença de graves reações que fixam por pelo menos 12 meses na
pessoa após a morte do ente querido. Ocorre o diagnóstico somente quando é certificada a
presença das reações graves por esse período de tempo, em que interfere no funcionamento do
sujeito. A designação do luto não elaborado, se definindo como patológico está associado
principalmente às alterações no funcionamento social do sujeito e no nível da saúde mental e
física que este provoca (ZISOOK; SHEAR, 2009).
De acordo com Pingerson et al., (1999) apud Alves (2014) e a APA (2013) o conjunto
de sintomas ligados à má adaptação da morte em um período de tempo prolongado se
apresentam na vivência diária de modo elevado e com características disruptivas. Por
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Stroebe, Schut e Stroebe (2007) apud Miranda (2014) afirmam que o luto é um dos
maiores fatores de risco de mortalidade, o suicídio adentra como um dos principais tipos de
morte. Enfatiza-se também que as pessoas que passaram pelo processo de luto têm uma maior
disposição de ter problemas de saúde. Os sintomas são muitos acentuados após a perda, diante
do decorrer do tempo a adaptação acontece, havendo a retomação do funcionamento social e
pessoal. No entanto, para o diagnóstico do luto patológico não se avalia somente os sintomas,
mas o critério elementar fundamental a ser avaliado é o tempo em que estes se manifestam.
Conforme Gomes; Gonçalves (2015) o desencadeamento de doenças ligadas ao luto se
dá pelos fatores inter-relacionais e interdependentes do contexto e das implicações
socioculturais adjunto com as particularidades de cada indivíduo. Entretanto, se define como
um fator de risco para a saúde mental, havendo a necessidade do diagnóstico e o tratamento
na atuação clínica. Desse modo, uma diversidade de autores se propuseram a realizar
investigação sobre as causas que implicam no processo do luto.
Assim, no primeiro item são marcadas as características pessoais. Sobre estas são
apontadas por Prigerson et al., (2002) apud Alves (2014) o gênero feminino com uma maior
disposição para o luto complicado, as características de pensamentos pessimistas vinculados à
baixa autoestima, introversão e baixa confiança nas pessoas (Parkes, 1996; Worden, 2009).
Sanders (1993) define a maior idade do enlutado, a existência de um antecedente
psicopatológico e a existência de crenças fortes em religiões.
Os fatores contextuais - se dão pelas experiências traumáticas; as perdas precoces,
súbitas e múltiplas ou a história de lutos não resolvidos (Neimeyer, Burke, Mackay & Stringer
(2010) apud Alves (2014); a existência de fragilidades no pouco suporte social (Sanders, 1993
apud Alves (2014); a fragilidade socioeconômica e a sobrecarga do cuidador do falecido.
Ressalta-se a crucialidade do apoio social durante o processo de luto, pois este, além
de facilitar a elaboração, permite dentro das relações sociais, proteger a saúde mental do
sujeito que se encontra no enfrentamento, pois a ansiedade de separação, o sentimento de
rejeição e depressão são amenizados (Reed, 1998 apud Alves (2014).
Aspectos intrínsecos na relação com o falecido- a proximidade do parentesco, como
a perda de uma criança, de um companheiro de vida, e a de pais que está entre as mais
difíceis (FEIGELMAN; JORDAN; GORMAN, 2009 apud ALVES 2014), a alta dependência
(afetiva e econômica) (CARR, 2004 apud ALVES, 2014) e uma relação assinalada pela
presença da falta de comunicação aberta (COHEN, 1977 apud ALVES, 2014).
Aspectos relacionados com a perda- a não aceitação da morte, a ocorrência da
morte em casa (FUJISAWA et al., 2010 apud ALVES, 2014) ou no hospital (CHRISTAKIS
33
Mabilde (1987) enfatiza que as perdas recentes ou antigas podem se ligar a uma
doença que se manifesta atualmente. E que o diagnóstico da complicação do luto não é difícil,
mas o que o determina é a relação que o sujeito tinha com o objeto, o grau de ambivalência e
narcisismo.
Lindemann (1944) apud Moura (2006) afirma que as atividades ao longo do dia da
pessoa que passa por o processo de luto, com difícil elaboração se mostra com alterações
notáveis no seu funcionamento. É perceptível a lentidão na fala ou aceleração, a
movimentação no espaço, como se estivesse à procura de algo a fazer e a inaptidão de ficar
quieta (o). Deste modo, existe dificuldade na capacidade de dar início e de manter os padrões
normais das atividades, das tarefas precisas do dia a dia.
Destaca-se também as causas de mortalidade após o episódio do luto, quais se dão por
doenças infecciosas, acidentes, suicídio e cirrose de fígado. É enfatizado por Jones e Goldblatt
(1987) apud Moura (2006) que a respeito destes se acentua a incidência de mortes por causas
violentas. Nesse sentido, Melistrom (1982) realça os acidentes como principal determinante,
explicado pela ausência de cuidados nas pessoas enlutadas e pelo problema de atenção e
dificuldade de concentração enquanto conduzem os veículos. O aumento de consumo de
álcool é visto como um principal agente para as ocorrências de mortes violentas.
Enfatiza-se sobre a relevância do risco de suicídio nas pessoas enlutadas, sendo assim
a elevação do índice nas primeiras semanas de luto. Nos estudos feitos, Parkes (1998) assinala
que o número de homens a cometer este ato é sessenta vezes maior que as mulheres. Sobre
este público, se classificam pais, filhos e cônjuges. A partir desses altos índices, a literatura
traz algumas considerações a respeito do diferencial do luto ocasionado por um tipo de morte,
que é um grande fator para o luto patológico, pois este causa um grande impacto para as
pessoas próximas e além disto, é visto como algo pecaminoso pela sociedade.
35
dia, ainda é visto como pecado, mas não é feito esses tipos de execuções. Portanto, essa
concepção de pecado não advém de todas as culturas, em algumas chegam a ser concebido
como atos honrosos, como os suicídios efetivados pelos gregos e romanos e que se dão por
homens-bomba nos dias atuais.
Entretanto, com o aumento dos índices de suicídio, resulta consequentemente em um
número acentuado de enlutados que tem a necessidade de uma atenção e escuta qualificada,
pois a morte auto executada tem potencialmente a capacidade de gerar sofrimento nos
familiares e a todos que ficaram e vivenciaram o evento (KOVÁCS,1992). Esse fenômeno
ocasiona muito desconforto e até mesmo, a desestruturação familiar, já que este grupo é o que
mais sofre com os efeitos do rompimento da vida de natureza auto infligida. O sofrimento
pode se prolongar por toda a vida.
O ato do suicídio segundo Moura (2006) é algo rodeado de mistérios, de curiosidades
e do sentimento de que algo incompreensível afetava aquela pessoa. Para o enlutado, torna-se
difícil a compreensão da justificativa do ato, mesmo sabendo das dificuldades enfrentadas
pelo sujeito durante a vida. É comum a busca do entendimento sobre os motivos reais que
levou a efetivação da ação. Sobre as reações que se manifestam aos membros familiares e
todos enlutados após o suicídio, além das reações gerais do luto, as reações específicas desse
tipo de perda é a raiva, culpa, vergonha pelo modo da morte, alívio e sensação de ter sido
abandonado ou rejeitado. Entretanto, as reações gerais decorrentes deste tipo de morte são
apresentadas com maior intensidade e maior prevalência de tempo, são apontados como
motivos o caráter súbito (não esperada) e os aspectos violentos do ato autoprovocado.
No entanto, é ressaltado pela autora que aparentemente se torna mais difícil o
processo de luto quando a morte é efetivada pelas próprias mãos do falecido do que as mortes
inesperadas ou naturais, pois salienta-se que diante das mortes suicidas, o estigma e
preconceito se faz presente nos rituais sociais e o suporte aos enlutados é bem fragilizado,
falho. São aspectos que refletem de forma negativa na elaboração do luto.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que, para cada pessoa que morre pelo
ato suicida, uma média de 5 a 10 pessoas que faziam parte do círculo de relações do morto são
gravemente afetadas, estes são os colegas de trabalho, de escola ou faculdade, de grupos
religiosos, vizinhança. Considera-se um número alarmante que sofrem com esse tipo de perda.
Também é mencionado por Moura (2006) que os índices de mortalidade entre enlutados por
morte inesperadas e por suicídio é bem mais alta do que os enlutados por mortes
naturais/esperadas.
37
O luto impactado pelo suicídio envolve diversas dimensões, e a forma de lidar com o
fenômeno sofre influência principalmente das inter-relações do enlutado. No entanto,
destacam-se as mortes repentinas e violentas, a proximidade de convívio com a pessoa
falecida, os aspectos históricos e características de personalidade e sociais como fatores que
possuem a potencialidade de gerar um sofrimento acentuado no processo do luto (KOVÀCS,
1992). Jordan (2011) apud Miranda (2014) aponta que no suicídio, o luto pode ser complexo
e traumático, compreendido com um luto diferenciado de outros lutos derivados por outros
tipos de mortes. Os estudos realçam o processo de luto diferente devido às questões singulares
como o estigma, a vergonha, o constrangimento e os pensamentos frequentes sobre o que
levou a vítima a cometer o ato e o que poderia ser feito para evitar. Nesse sentido, as
consequências do suicídio podem provocar um número acentuado de lutos patológicos,
havendo a predisposição do desenvolvimento da Depressão e Estresse Pós-Traumático
(MIRANDA, 2014).
A estigmatização é um dos fatores que implica no estabelecimento do apoio social e
familiar aos enlutados de suicídio, sendo assim, pontuado como limitante e bastante estressor
no processo de luto dessas pessoas. Perante às internalizações dos valores, costumes, crenças,
as atitudes pejorativas em relação ao suicídio, este evento é visto pela sociedade como um ato
pecaminoso, havendo os julgamentos. Diante disso, quando os enlutados criam as
expectativas de receberem conforto e não recebem, se sente ofendidos e abandonados. Além
dessa situação, as principais reações emocionais dos sobreviventes de suicídio são a vergonha
e a culpa, reações negativas do self (MIRANDA, 2014).
Para Yontef (1998) apud Miranda (2014) a vergonha é um sentimento que mais
domina o enlutado adjunto com a experiência de abandono. Para o sobrevivente, se faz de
modo frequente os pensamentos de que deveria ter algo que pudesse ser evitado o ato, que
deveria ter compreendido os sinais de que o evento estava prestes a ocorrer, e tendo como
crença de que tudo que tenha feito foi insuficiente. A respeito da culpa, os autores citam que
está estritamente unida a necessidade de punição e reparação. E que podem se manifestar de
modo autêntico ou neurótico, tendo a crença de que se dá por ser o responsável pela morte.
Diferentemente dessas reações, podem se manifestar em alguns sobreviventes de
suicídio a sensação de alívio. Isso ocorre nos casos em que há a passagem por um período
longo de sofrimento devido às inúmeras ameaças e tentativas anteriores de suicida, o que
resultam em um estado de extrema tensão na família. É ressaltado pelos autores Cassorla,
(1992) Moura, Almeida, Rodrigue, Nogueira (2011) apud Miranda (2014) que essa
38
enlutado, para que o processo possa fluir e para que o paciente tenha conhecimento das
capacidades estratégicas e melhores condições para lidar com a perda.
Basso; Wainer (2011) enfatizam que é crucial que seja antecipado e fomentado o
suporte psicológico no processo de elaboração da perda, para que haja uma maior facilidade
de identificação dos problemas que surgem com o aparecimento das mudanças emocionais
decorridas da situação de morte. Isso é importante, pois evita crises e possibilita a busca de
alternativas e um melhor manejo com as diferentes reações emocionais que podem prejudicar-
lhes.
8 ANÁLISE E RESULTADOS
ambos os casos, são apresentadas mães enlutadas. Com estes, será realçado as reações das
enlutadas e as técnicas e procedimentos utilizados pelo terapeuta.
CASO 1:
CASO 2:
45
O segundo caso trata-se de uma paciente com 50 anos que perdeu seu filho mais velho
de 34 anos. Analisa-se que nos últimos tempos suas atividades se resumiam aos cuidados com
o filho doente que lutou durante três anos contra um tumor cerebral. Nos últimos seis meses, a
paciente estava morando na casa do filho para intensificar os cuidados durante a noite. O filho
falecido era o mais velho e, conforme relato da paciente, exercia papel não apenas de filho.
Ela relata ter sido este filho quem presenciou os sofrimentos de suas duas separações, bem
como o sofrimento vivenciado no segundo casamento.
Enfatiza que se tornou dependente dele. Define a dependência como deixar que o
filho tomasse decisões sobre sua aparência (escolhendo suas roupas novas, decidindo sobre
corte e cor do cabelo, bem como sobre móveis para a casa), suas finanças (sempre que
precisava comprar algo, ligava para ele e lhe solicitava “a benção” (sic), o consentimento para
a aquisição). A paciente era dependente financeiramente de todos os filhos, que a ajudavam
com um valor mensal, porém se dizia incapaz de administrar esse dinheiro sozinha. Após o
falecimento do filho, como este deixou-lhe um seguro de vida, tornou-se financeiramente
independente dos filhos, tendo recursos financeiros próprios. Porém, sente-se inapta a cuidar
de suas finanças sozinha, pois nunca aprendeu e nunca precisou administrar seu dinheiro e
conta bancária. Também afirma sentir falta da presença e carinho dos outros filhos, que se
afastaram dela após o falecimento do irmão mais velho. A filha, que ainda mora com ela, não
demonstra afetividade e mantém sua rotina sem dedicar atenção à mãe.
Durante a avaliação e sessão inicial na psicoterapia, os relatos da paciente descreviam
muito sofrimento, com verbalizações repetidas de muita dor e afirmações de que estava
pedindo socorro para conseguir aliviar os sentimentos vinculados ao luto “Sinto muita dor, me
ajuda. Meus outros filhos sofrem também, mas é diferente, ninguém sabe a dor que estou
sentindo” (sic). A avaliação inicial evidenciou que a paciente sentia culpa com relação à
morte do filho e que era emocionalmente dependente dele, além do fato de que o sofrimento
intenso, a alta desesperança identificada e a fraca rede de apoio estavam colaborando para que
ela pensasse em suicídio como uma possível saída para sua dor. Após esse primeiro contato,
iniciou-se a aplicação do protocolo na sessão seguinte, porém adaptado, pela primeira autora,
do modelo de Silva (2009).
O protocolo original apresentado por Silva (2009) tem duração de 12 sessões, com
espaço de sete dias entre as sessões. Porém, foi adaptado na sua aplicação, devido à
necessidade de estabilizar o humor da paciente, visto que se encontrava em profundo
sofrimento e sem pessoas com as quais pudesse compartilhar sua dor. O novo modelo do
protocolo, proposto neste artigo para o tratamento de R., teve duração de 12 sessões, com dois
46
encontros semanais até a quarta semana, usando como base teórica a teoria cognitivo-
comportamental. Porém, detectou-se risco de suicídio e houve, portanto, um acréscimo de
duas sessões para avaliar os fatores relacionados ao risco de suicídio, totalizando 14 sessões.
Além da adaptação do número de sessões e periodicidade, foram também incluídos
procedimentos como a identificação das distorções cognitivas, psicoeducação sobre o efeito
das distorções de pensamento no emocional e o questionamento dos pensamentos
disfuncionais da paciente. Foram aplicados o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), o
Inventário de Depressão de Beck (BDI) e o Inventário de Desesperança de Beck (BHS).
Fonte: ZWIELEWSKI; Graziele; SANT’ANA, Vania. Detalhes de protocolo de luto e a terapia. Revista
Brasileira de Terapias Cognitiva, 2016.
Discussão:
No primeiro caso, o luto não elaborado tem como principal fator a morte inesperada.
Já no segundo se mostra um número maior de fatores, denominando assim, o papel em que o
filho falecido representava para mãe, tem uma dependência emocional forte e o tem como seu
suporte social, como agente de resolução de suas tarefas. O papel de cuidadora também reflete
como ponto de influência, já que desperta os pensamentos disfuncionais de culpa, de não ter
feito máximo para evitar o acontecido.
Portanto, as outras técnicas utilizadas que se deram por psicoeducação, a construção
de um cronograma, o trabalho de reforçamento de pensamentos alternativos e de prevenção de
recaídas habilitam efeitos bastante positivos. A psicoeducação baseia-se em fazer uma
descrição das reações do luto, de retratar o trabalho da TCC para que durante todo o processo
terapêutico, compreenda o que acontece, e que o habilite a utilizar técnicas para que sejam
usadas dentro do setting terapêutico e fora dele.
Já o reforçamento de pensamentos alternativos se estrutura no exame de evidências.
Quando os pensamentos disfuncionais ocorrem, ensina-se ao paciente a realizar as evidências
daquele pensamento, pensar nos motivos que o levaram a aparecer. É fazer perguntas do tipo:
Por que estou pensando isso? “Quais as evidências desse pensamento”? Em seguida, é feita a
busca de pensamentos alternativos para que substitua os pensamentos disfuncionais e não
ocorra nenhum comportamento e nem cognições atípicas. Sobre este treino, se conceitua
como reestruturação cognitiva, que se define pela aprendizagem do paciente a identificar os
seus pensamentos irracionais e catastróficos através dos exames das evidências favoráveis e
contrárias aos pensamentos distorcidos, visando outros pensamentos alternativos, sendo estes
mais adaptativos (BECK, 2013). O autor afirma que aprender a avaliar os pensamentos
automáticos é uma grande habilidade, no entanto, isto pode ocorrer de forma lenta, em uma
prática guiada ou rápida, pois muitos pacientes conseguem compreender de forma imediata.
A elaboração de um cronograma é um tipo de estratégia que se define para a TCC
como ativação comportamental. Neste, o paciente adequa às suas atividades, estipula metas e
desenvolve de acordo com o que é planejado inicialmente. Essa atividade objetiva
proporcionar ao enlutado uma ocupação e o prazer nas atividades. Wright; Thase (2008)
afirmam que por ativação comportamental se descreve procedimentos simples que envolve o
paciente em um processo de mudanças, visando ao movimento positivo e à esperança.
A prevenção de recaídas faz parte da psicoeducação. Nesta é atribuído o conhecimento
de que pode haver as recaídas, mas com isso, ensina-se o que fazer ao paciente caso isto
aconteça. Basso; Wainer (2011) explanam que é crucial antecipar e fomentar o suporte
psicológico no processo de elaboração da perda, para que haja uma maior facilidade de
48
identificação dos problemas que surgem com o aparecimento das mudanças emocionais
decorridas da situação de morte. Isso é importante, pois evita crises e possibilita a busca de
alternativas e um melhor manejo com as diferentes reações emocionais que podem prejudicar
lhes.
Wright (2008) enfatiza que a ideia da TCC é que os pacientes aprendam habilidades
para provocarem mudanças nas cognições, para dominar as variações de estados de humor e
realizar modificações produtivas em seu comportamento. A TCC direciona os pacientes a se
tornarem os seus próprios terapeutas através das psicoeducações durante o processo da
terapia, e da educação de como continuar a utilizar os métodos que proporcionam bem-estar
nas cognições e nos comportamentos. Nesse sentido, diante do luto, o modelo da TCC
apresenta em sua estrutura teórica e prática uma multiplicidade de técnicas e estratégias que
auxiliam no manejo do processo de elaboração da perda. Desse modo, se destacam algumas
estratégias:
PSICOEDUCAÇÃO: Se dá pela explicação do terapeuta para o paciente sobre o
que se define por luto, assim como o esclarecimento das fases do luto e as alterações
cognitivas, fisiológicas e comportamentais consideradas normais/comum no período do
enlutamento. Assim, o trabalho psicoeducativo visa à diminuição da ansiedade, à
preocupação excessiva e ao reconhecimento da realidade da perda (NARDI, 2011). Uma das
técnicas é fazer com o que sujeito seja estimulado a trazer suas emoções, suas vivências, e são
utilizados procedimentos para controlar a ansiedade e depressão em momentos exasperados.
A psicoeducação se dá pelo momento em que o terapeuta esclarece para o paciente o processo
terapêutico e também o funcionamento disfuncional dele para possibilitar a compreensão
destes diante da perda (BECK, 2013).
REESTRUTURAÇÃO COGNITIVA: Se dá pela aprendizagem do paciente a
identificar os seus pensamentos irracionais e catastróficos através dos exames das
evidências favoráveis e contrárias aos pensamentos distorcidos, visando outros pensamentos
alternativos, porém estes são mais adaptativos (BECK, 2013). O autor afirma que aprender a
avaliar os pensamentos automáticos é uma grande habilidade, no entanto, isto pode ocorrer de
forma lenta, em uma prática guiada ou rápida, pois muitos pacientes conseguem compreender
de forma imediata. Ensina-lhe a examinar as evidências de tal pensamento das seguintes
formas: “Como eu sei que este pensamento é verdadeiro”? “Se houver algo pior, de que modo
vou enfrentar”? ” Quais são os pensamentos mais realistas que está surgindo”? “Se alguém
estivesse nesta situação e tivesse esse pensamento, o que eu diria a ela? ” “ O que houve,
quais os motivos para eu me sentir assim? ”. A partir destas averiguações, o paciente é
49
orientado pelo terapeuta a substituir este pensamento irracional por um saudável perante a
situação.
EXAME DAS EVIDÊNCIAS: Essa técnica de examinar as evidências de um
pensamento disfuncional é um método bastante eficaz que gera modificações nesses
pensamentos. Essa estratégia se baseia em produzir uma lista de ênfases a favor, e contra a
validade de um pensamento automático, ou outra cognição. Avaliando estas evidências,
influencia na alteração do pensamento para que sejam consistentes as evidências recém-
descobertas.
Instruções:
1. Identifique um pensamento automático negativo ou problemático.
2. Em seguida, faça uma lista das evidências que você consegue encontrar para apoiar
(“evidências a favor”) ou contestar (“evidências contra”) o pensamento automático.
3. Após tentar encontrar erros cognitivos na coluna de “evidências a favor”, você pode escrever
os pensamentos revisados ou alternativos no final da página
Pensamento automático:
Evidências a favor do pensamento automático: Evidências contra:
1. 1.
2. 2.
3. 3.
4. 4.
5. 5.
Erros cognitivos:
Pensamentos alternativos:
Quadro 1: Formulário para exame de evidências de pensamentos automáticos
Fonte: Disponível na Internet em http://www.appi.org/pdf/wright.
50
Circule ou marque um número para cada item que descreva de modo mais preciso o quanto você experimentou
cada sintoma durante a última semana.
Nem Às vezes Frequentemente A maior parte
um do tempo
Pouco
1. Humor triste ou deprimido 0 1 2 3
2. Sentimentos de culpa 0 1 2 3
3. Humor irritado 0 1 2 3
4. Menos interesse ou prazer em 0 1 2 3
atividades costumeiras
5. Afastado ou evitando as pessoas 0 1 2 3
6. Achando mais difícil fazer as 0 1 2 3
coisas do que de costume
7. Vendo a mim mesmo como inútil 0 1 2 3
8. Dificuldade de concentração 0 1 2 3
9. Dificuldade de tomar decisões 0 1 2 3
10. Pensamentos suicidas 0 1 2 3
11. Pensamentos recorrentes de 0 1 2 3
morte
12. Pensando em um plano suicida 0 1 2 3
13. Baixa autoestima 0 1 2 3
14. Vendo o futuro sem esperança 0 1 2 3
15. Pensamentos de autocrítica 0 1 2 3
6. Cansaço ou perda de energia 0 1 2 3
17. Perda de peso significativa ou 0 1 2 3
diminuição do apetite (não inclui
perda de peso com um plano de
dieta)
18. Alteração no padrão de sono, 0 1 2 3
dificuldade para dormir ou dormindo
mais ou menos do que de costume
19. Diminuição do desejo sexual 0 1 2 3
54
( )Desencadeante ___________________________________________________
( )Motivação_________________________________________________
( )Significado do morrer _____________________________________________________
INTENCIONALIDADE SUICIDA
RISCO ALTO - Plano Suicida: ( ) Em Preparação ( ) Detalhado ( ) Conhece Poder Letal ( ) Possui Meios Letais
( ) Providências
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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