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23/02/2017 INSTRUÇÃO 

NORMATIVA SRF Nº 107, DE 14 DE JULHO DE 1988

INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF Nº 107, DE 14 DE JULHO DE 1988
 
DOU 15.07.1988
 
Dispõe sobre os procedimentos a serem adotados na determinação do lucro real das pessoas jurídicas e do lucro
imobiliário das pessoas físicas, nas permutas de bens imóveis.
 
O Secretário da Receita Federal, no uso da competência que lhe foi delegada pelo Ministro da Fazenda, através
da Portaria Ministerial nº 371, de 29 de julho de 1985, resolve:
 
Para fins de apuração de resultados, assim como para determinação dos valores de baixa e de aquisição de bens,
nas operações de permuta de unidades imobiliárias, realizadas entre pessoas jurídicas ou entre pessoas jurídicas
e  pessoas  físicas,  deverão  ser  observados  os  procedimentos  fiscais  e  normas  estabelecidos  nesta  Instrução
Normativa.
 
Seção I
Introdução
1. Disposições Gerais:
1.1 – Para fins desta Instrução Normativa, considera­se permuta toda e qualquer operação que tenha por objeto
a troca de uma ou mais unidades imobiliárias por outra ou outras unidades, ainda que ocorra, por parte de um
dos contratantes, o pagamento de parcela complementar em dinheiro, aqui denominada "torna".
1.2 – As operações de permuta a preço de mercado deverão estar apoiadas em laudo de avaliação dos imóveis
permutados, feito por três peritos, ou por entidade ou empresa especializada, desvinculados dos interesses dos
contratantes, com a indicação dos critérios de avaliação e dos elementos de comparação  adotados  e  instruído
com os documentos relativos aos bens avaliados.
1.3  –  As  operações  de  permuta  de  unidades  imobiliárias,  realizadas  entre  pessoas  jurídicas  coligadas,
controladoras e controladas, sob controle comum ou associadas por qualquer forma, ou entre a pessoa jurídica e
seu  sócio,  administrador  ou  titular,  ou  com  o  cônjuge  ou  parente  até  o  terceiro  grau,  inclusive  afim  dessas
pessoas físicas, serão sempre realizadas tomando­se por  base  o  valor  de  mercado  das  unidades  permutadas  e
exigindo­se laudo de avaliação, nas condições estabelecidas no subitem anterior, sob pena de arbitramento do
valor dos bens pela autoridade fiscal.
1.4  –  São  aplicáveis  às  operações  de  permuta,  toda  vez  que  aqui  se  fizer  referência  à  expressão  "unidade
imobiliária"  ou  "unidade",  as  definições  contidas  no  item  2  da  Instrução  Normativa  SRF  nº  84,  de  20  de
dezembro de 1979, as quais alcançarão todo e qualquer imóvel de propriedade da pessoa física ou da pessoa
jurídica permutante, ainda que classificado no ativo permanente, na última hipótese.
1.5 – A permutante que se beneficiar por torna deverá computá­la como receita, no ano­base ou período­base
da operação, podendo deduzir dessa receita a parcela do custo da unidade dada em permuta que corresponder à
torna  recebida  ou  a  receber.  A  parcela  a  deduzir  será  determinada  mediante  a  aplicação;  sobre  o  custo
atualizado ou o valor contábil da unidade, na data da operação, do percentual obtido pela divisão do valor da
torna pelo somatório desta com o valor do custo da unidade dada em permuta. A permutante que pagar a torna
deverá computá­la no custo da unidade adquirida.
1.6  –  A  parcela  de  lucro  auferido  pela  permutante,  contida  na  torna,  poderá  ser  tributada  à  medida  de  seu
recebimento. Tratando­se de permutante pessoa jurídica, a faculdade aqui prevista somente poderá ser utilizada
em relação à unidade imobiliária cuja venda seja contratada nas condições dispostas no artigo 29 ou no § 2º do
artigo 31 do Decreto­lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977.
1.7 – Quando a torna for contratada para pagamento a prazo ou a prestação, acrescida de correção monetária, a
parcela  do  lucro  a  ser  oferecida  à  tributação  pela  pessoa  física,  proporcional  ao  valor  recebido  no  ano­base,
deverá ser corrigida monetariamente segundo os mesmos índices utilizados para a atualização do crédito.
1.8  –  Nas  operações  que  envolvam  a  permuta  de  uma  unidade  imobiliária  por  duas  ou  mais  unidades,  o
permutante que as receber deverá determinar o valor individual de cada uma delas proporcionalmente a um dos
seguintes parâmetros, utilizados na ordem indicada:
a)  o  valor  adotado  como  base  de  cálculo  do  imposto  de  transmissão  incidente  sobre  a  operação  de  permuta
dessas duas ou mais unidades imobiliárias;
b)  o  valor  da  base  de  cálculo  do  último  Imposto  sobre  a  Propriedade  Predial  e  Territorial  Urbana  ou  rural
lançado em relação a cada uma dessas duas ou mais unidades imobiliárias;
c) o valor de mercado de cada unidade, apurado na forma do subitem 1.2.
http://www.normaslegais.com.br/legislacao/tributario/insrf1071988.htm 1/3
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1.9  –  Para  os  efeitos  desta  Instrução  Normativa,  o  valor  de  aquisição  de  unidade  imobiliária,  para  a  pessoa
física permutante, será o custo de aquisição do imóvel dado em permuta corrigido monetariamente segundo a
variação do valor da Obrigação do Tesouro Nacional – OTN, até o mês da operação.
1.10 – A pessoa física permutante deverá observar as regras de equiparação estabelecidas nos artigos 115 a 117
do Regulamento do Imposto sobre a Renda aprovado pelo Decreto nº 85.450, de 04 de dezembro de 1980, e,
resultando equiparada, as normas aqui previstas aplicáveis às pessoas jurídicas.
 
Seção II
Operações de Permuta
2. Permuta Entre Pessoas Jurídicas:
2.1 – Na permuta entre pessoas jurídicas, tendo por objeto unidades imobiliárias prontas, serão observadas as
normas constantes das divisões do presente subitem.
2.1.1 – No caso de permuta sem pagamento de torna, as permutantes não terão resultado a apurar, uma vez que
cada pessoa jurídica atribuirá ao bem que receber o mesmo valor contábil do bem baixado em sua escrituração.
2.1.2 – No caso de permuta com pagamento de torna, a permutante que receber a torna procederá pela forma
indicada  no  subitem  1.5  devendo  considerar  como  custo  do  bem  recebido  o  valor  contábil  do  bem  dado  em
permuta, deduzido do custo atribuído à torna recebida ou a receber. Para a permutante que pagar ou  prometer
pagar a torna, o custo do bem adquirido será a soma do valor contábil do bem dado em permuta com o valor da
torna.
2.1.3  –  Na  hipótese  de  permuta  entre  as  pessoas  jurídicas  a  que  se  refere  o  subitem  1.3,  cada  permutante
apurará  o  resultado  entre  o  valor  de  mercado  atribuído  ao  bem  que  houver  dado  em  permuta  e  o  seu  valor
contábil,  resultado  esse  que  será  computado  na  determinação  do  lucro  real  do  período­base  da  operação,  e
registrará o bem adquirido pelo valor de mercado a ele atribuído. Tratando­se de permuta com pagamento de
torna,  esta  será  computada  no  preço  de  alienação  da  unidade  a  que  couber,  aplicando­se,  quanto  à  sua
tributação, o disposto no subitem 1.6.
2.2  –  Na  permuta  entre  pessoas  jurídicas,  tendo  por  objeto  unidade  imobiliária pronta, incluindo­se como tal
terreno para construção ou edificação, e unidade imobiliária a construir, serão observadas as normas constantes
das divisões do presente subitem.
2.2.1 – No caso de permuta sem pagamento de torna, a permutante que alienar a unidade pronta observará as
disposições da divisão de subitem 2.1.1. A permutante que prometer entregar unidade imobiliária a construir
deverá considerar o custo de produção desta como integrante do custo da unidade adquirida.
2.2.2 – No caso de permuta com pagamento de torna, a permutante que alienar a unidade pronta observará as
disposições da divisão de subitem 2.1.2. A permutante que prometer entregar unidade imobiliária a construir
deverá  considerar  o  custo  de  produção  desta  como  integrante  do  custo  da  unidade  adquirida,  observando,
quanto à torna, o disposto no subitem 1.5.
2.2.3  –  Na  hipótese  de  permuta  entre  as  pessoas  jurídicas  a  que  se  refere  o  subitem  1.3,  a  permutante  que
alienar a unidade pronta deverá proceder pela forma indicada na divisão de subitem 2.1.3. A permutante que
prometer entregar unidade a construir deverá considerar o custo de produção desta como integrante do custo da
unidade adquirida, observando, quanto à torna, o disposto no subitem 1.5.
3. Permuta Entre Pessoa Jurídica e Pessoa Física:
3.1  –  Na  permuta  entre  pessoa  jurídica  e  pessoa  física,  tendo  por  objeto  unidades  imobiliárias  prontas,  serão
observadas as normas constantes das divisões do presente subitem.
3.1.1  –  No  caso  de  permuta  sem  pagamento  de  torna,  a  pessoa  jurídica  observará  o  disposto  na  divisão  de
subitem 2.1.1. A pessoa física não terá resultado a apurar e atribuirá como preço de alienação, da unidade dada
em permuta, o mesmo valor apurado como custo da unidade adquirida, determinado com base no subitem 1.9.
3.1.2  –  No  caso  de  permuta  com  pagamento  de  torna,  a  pessoa  jurídica  observará  o  disposto  na  divisão  de
subitem  2.1.2,  ao  passo  que  a  pessoa  física  determinará  o  valor  de  aquisição  da  unidade  recebida  conforme
determinado no subitem 1.9, adotando, quanto à torna, os procedimentos previstos no subitem 1.5.
3.1.3 – Na hipótese de permuta entre pessoa jurídica e pessoa física, nas condições referidas no subitem 1.3, a
pessoa  jurídica  deverá  observar  o  disposto  na  divisão  de  subitem  2.1.3.  A  pessoa  física  determinará  o  lucro
imobiliário considerando como preço de alienação o valor de mercado do bem dado em permuta, registrará o
bem adquirido pelo valor de mercado a ele atribuído e observará, quanto à torna, o disposto no subitem 1.6.
3.2 – Na permuta entre pessoa jurídica e pessoa física, tendo por objeto unidade imobiliária pronta, incluindo­se
como tal terreno para construção ou edificação, e unidade imobiliária a construir, serão observadas as normas
constantes das divisões do presente subitem.
3.2.1  –  No  caso  de  permuta  sem  pagamento  de  torna,  a  pessoa  jurídica  observará  o  disposto  na  divisão  de
subitem  2.2.1.  A  pessoa  física,  na  hipótese  de  alienação  de  unidade  pronta,  deverá  observar  o  que  a  ela  se

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referir na divisão de subitem 3.1.1. Caso prometa entregar unidade a construir, considerará o custo de produção
desta como integrante do custo da unidade adquirida.
3.2.2  –  No  caso  de  permuta  com  pagamento  de  torna,  a  pessoa  jurídica  observará  o  disposto  na  divisão  de
subitem  2.2.2.  A  pessoa  física,  na  hipótese  de  alienação  de  unidade  pronta,  deverá  observar  o  que  a  ela  se
referir na divisão de subitem 3.1.2. Caso prometa entregar unidade a construir, considerará o custo de produção
desta como integrante do custo da unidade adquirida e observará, quanto à torna, o disposto no subitem 1.5.
3.2.3 – Na hipótese de permuta nas condições referidas no subitem 1.3, a pessoa jurídica observará o disposto
na divisão de subitem 2.2.3. A pessoa física, caso aliene unidade pronta, deverá observar o que a ela se referir
na divisão de subitem 3.1.3. Caso prometa entregar unidade a construir, considerará o custo de produção desta
como integrante do custo da unidade adquirida e observará, quanto à torna, o disposto no subitem 1.5.
 
Seção III
Compra e Venda com Dação de Unidade Imobiliária em Pagamento
4. Normas Aplicáveis:
4.1  –  São  aplicáveis  às  operações  quitadas  de  compra  e  venda  de  terreno  seguidas  de  confissão  de  dívida  e
promessa de dação, em pagamento, de unidade imobiliária construída ou a construir, todos os procedimentos e
normas constantes das Seções I e II desta Instrução Normativa, desde que observadas as condições cumulativas
a seguir:
a)  a  alienação  do  terreno  e  o  compromisso  de  dação  em  pagamento  sejam  levados  a  efeito  na  mesma  data,
mediante instrumento público;
b) o terreno objeto da operação de compra e venda seja, até o final do período­base seguinte ao em que esta
ocorrer, dado em hipoteca para obtenção de financiamento ou, no caso de loteamento, oferecido em garantia ao
poder público, nos termos da Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979.
4.1.1  –  A  não  observância  das  condições  cumulativas  aqui  estipuladas  sujeitará  o  promitente  da  dação  à
apuração dos resultados da operação tomando­se por base, para determinação do preço de alienação dos bens
permutados,  o  valor  de  mercado  tal  como  previsto  no  subitem  1.2,  ou,  na  ausência  de  laudo  de  avaliação,  o
valor  que  vier  a  ser  arbitrado  pela  autoridade  fiscal.  Nesta  hipótese,  a  apuração  do  resultado  da  operação
reportar­se­á ao ano­base ou período­base em que esta tiver ocorrido, sujeitando­se o promitente da dação ao
recolhimento do Imposto sobre a Renda sobre o lucro da compra e venda como tributo postergado.
 
Seção IV
Disposições Finais
5. Normas Suplementares:
5.1 – Em qualquer das operações de que tratam as Seções II e III da presente Instrução Normativa, a baixa do
bem  alienado  pela  pessoa  jurídica  implicará  a  realização  de  eventual  lucro  inflacionário  ou  reserva  de
reavaliação a ele correspondente, no período­base da operação.
5.2 – A baixa de bem objeto de permuta classificado no ativo permanente será sempre precedida de correção
monetária, consoante previsto no artigo 4º do Decreto­lei nº 2.341, de 29 de junho de 1987.
5.3  –  Os  procedimentos  indicados  no  subitem  3.2  e  suas  divisões  são  aplicáveis  às  operações  de  permuta
realizadas com base no disposto no artigo 39 da Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964.
5.4  –  Esta  Instrução  Normativa  entra  em  vigor  na  data  da  sua  publicação,  a  partir  da  qual  deixam  de  ser
aplicadas as disposições do subitem 5.2 e do item 8 da Portaria MINIFAZ nº 80, de 1º de março de 1979.
5.5  –  São  homologados  os  procedimentos  dos  contribuintes  que,  anteriormente  à  publicação  desta  Instrução
Normativa, houverem sido adotados em conformidade com as normas ora baixadas.
 
Reinaldo Mustafá, Secretário da Receita Federal.

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