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Sartre - Os Pensadores
Sartre - Os Pensadores
Parece que sua primeira infância foi um período feliz, em que desfrutou do
carinho dos avós maternos, em cuja residência ele e sua mãe foram morar, e
do companheirismo materno, que tornava a relação de ambos mais próxima à
de irmãos, do que de uma relação entre mãe e filho.
Quando tinha doze anos de idade, sua mãe se casa com Joseph Mancy, para
horror de Sartre, que deixaria de ser o foco das atenções de Anne-Marie. O
padrasto representaria para Sartre, uma espécie de tipo ideal de representação
tanto do padrasto malvado, quanto da burguesia que tanto enojaria Jean-Paul
Sartre.
Esse período coincide com a iminência da Segunda Guerra, sobre a qual Sartre
afirmava se tratar de "um blefe de Adolf Hitler"[vii]. Por haver estado em
Berlim, afirmava conhecer o estado de espírito do povo alemão, duvidava que
Hitler entrasse em guerra. Vinte e quatro horas depois, Hitler invadiria a
Polônia e Sartre seria convocado pelo exército francês.
"A Guerra dividiu a minha vida em duas"[viii], afirmaria um Sartre que teve
toda a sua percepção transformada pelo evento da guerra. Curiosamente
enquanto servia ao exército francês numa estação meteorológica, dedicava-se
à leitura de Heidegger. A impenetrável metafísica do alemão absorveu Sartre
completamente, pois ele visava escrever uma obra de filosofia realmente
grande.
A década de 70 é marcada pelos problemas de saúde, preço que teve que pagar
por sua opção de "vida química". Assistido de perto por Beauvoir e por um
séquito de jovenzinhas existencialistas, Sartre ficava cada vez mais debilitado.
Falece em 15 de abril de 1980, aos 74 anos.
Seu enterro foi um acontecimento que atraiu quase 25 mil pessoas. O cortejo
percorreu o Quartier Latin e a Rive Gauche, lugares marcantes de sua vida,
onde produziu, viveu e de onde concebeu o pensamento que seria de toda uma
geração. Movimentos radicais em todo o mundo inspiraram-se em seus
escritos, embora suas leituras sobre os fatos continuassem mais como idéia do
que como realidade. "Aí estava de fato, uma existência fútil num mundo
absurdo".
Cronologia
Neste período o Brasil passam por agitação tenentistas , pela Coluna Prestes,
até chegar a "Era de Vargas"
Literatura
O existencialismo de sartre
A distinção entre essência e existência corresponde a distinção entre
conhecimento intelectual e conhecimento sensível. Os sentidos põem em
contato com os seres particulares e contingentes, únicos que realmente
existem, ao passo que a inteligência permite aprender as idéias ou essências,
gêneros e espécies universais, meras possibilidades de ser, em si mesmas
inexistentes. Sabe-se, no entanto, desde Sócrates, que o objeto da ciência é o
universal e não o particular, quer dizer a essência e não a existência. Platão
tenta resolver essa contradição hipostasiando as idéias, atribuindo-lhes a
realidade, no mundo supra-sensível ou topos ouranoú (lugar do céu). Poder-se-
ia dizer que é em nome da existência que Aristóteles critica a teoria platônica
das idéias, sustentando que as idéias, ou essências, não estão fora mas dentro
das próprias coisas, as quais, feitas de matéria e de forma, contem, em si
mesmas, o universal e o particular, a essência e a existência.
O homem é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja,
como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este
impulso para a existência; o homem não é mais que o que ele faz. Tal é o
primeiro princípio do existencialismo. É também a isso que se chama a
subjetividade, e o que nos censuram sob este mesmo nome. Mas que queremos
dizer nós com isso, senão que o homem tem uma dignidade maior do que uma
pedra ou uma mesa? Porque o que nós queremos dizer é que o homem
primeiro existe, ou seja, que o homem, antes de mais nada, é o que se lança
para um futuro, e o que é consciente de se projetar no futuro. (...)
Jean-Paul Sartre
O Existencialismo é um Humanismo.
O existencialismo ateu afirma que, se Deus não existe há pelo menos um ser
no qual a existência precede a essência, um ser que existe antes de poder ser
definido por qualquer conceito. Este ser é o homem ou melhor a realidade
humana . Isto significa que , em primeira instância , o homem existe, surge no
mundo e só posteriormente se define.
O homem é aquilo que ele mesmo faz de si, é a isto que chamamos de
subjetividade. Porém, se realmente a existência precede a essência, o homem é
responsável pelo que é. Desse modo, o primeiro passo do existencialismo é de
por todo o homem na posse do que ele é de submete-lo à responsabilidade
total de sua existência.
Ensaios:
São Genet, comediante e mártir(1952)
Questão de método(1960)
Romances e Contos:
A náusea(1938)
O muro(1939)
A idade da razão(1945)
Sursis(1945)
Com a morte na alma(1949)
Teatro:
As moscas(1943)
Entre quatro paredes(1945)
Mortos sem sepultura(1946)
A prostituta respeitosa(1946)
As mãos sujas(1948)
O diabo e o bom Deus(1951)
Os seqüestrados de Altona(1960)
Autobiográficas:
As palavras(1964)
Diário de uma guerra estranha(1983)
http://www.geocities.com/Area51/Shire/2670/filosof.htm
2. O homem não foi planejado por alguém para uma finalidade, como os
objetos que o próprio homem cria, mediante um projeto. O homem se faz em
sua própria existência.
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Aberta em 04/06/2001
“Obras”:
- “A vida me deu tudo o que pedi, mas se o que pedi foi muito pouco, aí é
problema meu”
- “É preciso ter a coragem de fazer como todo mundo para não ser como
ninguém” : com esta afirmação, Sartre fala do peso da responsabilidade de
sermos livres. Com esta liberdade, o homem fica angustiado devido à escolha,
que só ele pode fazer. Muitos pensam que ao ficarem paralisados não são
obrigados a escolher, mas ao não agirem, já estão fazendo a sua escolha, a
escolha de não escolher. Se arriscar, agir mesmo sabendo que será preciso
enfrentar conseqüências é uma tarefa difícil, mas necessária para termos
conhecimento de quem nós realmente somos.
Sartre faz parte da lista dos existencialistas ateus, junto com Jaspers e
Heidegger, por exemplo. O Existencialismo não tem muito a ver com a fé. O
termo existencialismo foi aprendido na América depois da II Guerra. Foi
criado justamente por Sartre para descrever suas filosofias. Os conceitos do
existencialismo são simples: a espécie humana tem livre arbítrio; a vida é uma
série de escolhas; poucas decisões não têm nenhuma conseqüência negativa;
algumas coisas são absurdas ou irracionais, sem explicação; se você toma uma
decisão, deve levá-la até o fim. O termo é aplicado amplamente, os homens
acham que têm livre arbítrio apenas quando tomam uma decisão...
Os existencialistas possuem alguns temas comuns:
3) Escolha e compromisso: Cada ser humano toma decisões que criam sua
própria natureza. Para Sartre, a existência precede a essência. Até a recusa da
escolha é uma escolha, e como toda escolha, implica em conseqüências que
acarretam compromisso e responsabilidade.
4) Conclusão
Sartre pregava a liberdade e por isso não acreditava em Deus, acreditando que
esse era um obstáculo para o ser humano ser livre. Pra ele todos têm o direito
de decidir sobre sua própria vida e escolher o rumo que considerar melhor pra
ela. Mas também acredita que se Deus existisse, não haveria sofrimento e tudo
seria perfeito, e as pessoas se matariam pra acabar com o sofrimento.
Muitas idéias da sua filosofia fazem sentido e são até óbvias, mas ele coloca a
culpa de tudo aquilo que acontece de ruim em Deus. Na verdade o livre
arbítrio existe, e realmente Deus nos concedeu ele para podermos escolher por
quais caminhos andar. Portanto, se sofremos, é porque escolhemos sofrer.
Deus só teria a capacidade de impedir nosso sofrimento se nos tirasse o livre
arbítrio e realmente controlasse nossa vida, da forma que ele julgasse
adequada, o que não acontece. Ele não deseja o sofrimento de ninguém, não é
por culpa dele que desgraças acontecem e tudo mais. As pessoas são livres
desde que não ultrapassem a liberdade do próximo.
Embora a religião não traga todas as respostas, muitas vezes é esse o motivo
que faz dela algo tão importante. Muitas vezes em nossa vida, respostas claras,
óbvias e racionais não trazem conforto. Elas não explicam tudo o que
sentimos, o porque sentimos. Não existe uma explicação concreta que
comprove a existência de Deus, mas é a própria curiosidade das pessoas e a
necessidade de se apoiarem em algo que não as decepcionaram e em alguém
que não as deixará sozinha faz de algo abstrato (Deus), uma coisa concreta.
Tudo existe de verdade se acreditamos com fé em sua existência.
Quando diz "a existência do homem precede sua essência", ou "no homem, a
existência precede a essência", ele quer dizer que o homem se apresentou no
mundo sem qualquer projeto concebido previamente por um Criador. Não
havendo tal essência, todos são iguais e igualmente livres para se fazerem.
A "má fé". Às vezes nós escapamos da ansiedade fingindo que nós não
estamos livres, como quando nós fingimos que nossos genes ou nosso
ambiente são a causa de como nós agimos. Nós nos permitimos ser auto-
enganados ou mentir para nós mesmos, especialmente quando isto toma a
forma de responsabilizar as circunstâncias por nosso fado e de não lançar mão
da liberdade para realizar a nós mesmos na ação. Quando nós fingimos, nós
agimos de má fé.
Isto significa que o indivíduo, foi jogado de fato na existência sem nenhuma
razão real para ser. "Simplesmente descobrimos que existimos e temos então
de decidir o que fazer de nós mesmos.".
Resta como o único valor para o existencialismo ateu a liberdade. Afirma que
não pode haver uma justificativa objetiva para qualquer outro valor.
Porque não há nenhum Deus, não há nenhum padrão objetivo dos valores.
Com o desaparecimento dele desaparece também toda possibilidade de
encontrar valores. Não pode então haver qualquer bem a priori porque se nós
não sabemos se Deus existe, então nós não sabemos se há alguma razão final
porque as coisas acontecem da maneira que acontecem; não há nenhuma razão
final porque qualquer coisa tenha acontecido ou porque as coisas são da
maneira que elas são e não de alguma outra maneira e nós não sabemos se
aqueles valores que acreditamos que estão baseados em Deus têm realmente
validade objetiva. Consequentemente, porque um mundo sem Deus não tem
valores objetivos, nós devemos estabelecer ou inventar, a partir da liberdade,
nossos próprios valores particulares. Na verdade, mesmo se nós soubéssemos
que Deus existe e aceitássemos que os valores devessem basear-se em Deus,
nós ainda poderíamos não saber que valores estariam baseados em Deus, nós
poderíamos ainda assim não saber quais seriam os critérios e os padrões
absolutos do certo e do errado. E mesmo se nós sabemos quais são os padrões
do certo e do errado (critérios), exatamente o que significam ainda seria
matéria da interpretação subjetiva. E assim o dilema humano que resultaria
poderia ser muitíssimo o mesmo como se não houvesse Deus.
A LIBERDADE
Esta liberdade não deve Ter limites, não está vinculada a nenhuma lei moral.
Isto não quer dizer que seja confundida com libertinagem. Liberdade absoluta
só existe na projeto fundamental, que é escolha condicionada. Todas as outras
escolhas estão condicionadas a esta escolha fundamental. Sartre procurou dar
à liberdade um caráter social, vinculando-a à responsabilidade que o homem
deve sentir pela humanidade.
Por sua liberdade o homem é responsável por tudo o que lhe aconteça. A
própria negação da liberdade é uma situação de escolha. O homem escolhe, é
livre, mesmo ao escolher não ser livre, pois este é o seu projeto, sua escolha
fundamental, ainda que neste caso seja uma escolha covarde.
Seja como for, talvez a ausência da figura paterna em sua vida possa explicar
por que Sartre se tornou um homem radicalmente livre, tomada a expressão no
sentido que ele lhe dará posteriormente: não existe uma natureza humana, é o
próprio homem, numa escolha livre porém “situada”, quem determina sua
própria existência.
O “engajamento” existencialista
Do ser-em-si somente se pode dizer que ele “é aquilo que é”. Isso significa
que o “ser-em-si é opaco para si mesmo”, nem ativo nem passivo, sem
qualquer relação fora de si, não derivado de nada, nem de outro ser: o ser-em-
si simplesmente é. Daí o caráter de absurdo que o ser-em-si carrega como sua
determinação fundamental. A densidade opaca, o absurdo do ser-em-si
provocaria no homem o mal-estar, que Sartre denomina náusea.
Apesar disso, afirma Sartre, não é possível ver na consciência algo distinto do
corpo: Este não é uma coisa que se liga exteriormente à consciência; pelo
contrário, é constitutivo da própria consciência. A consciência é,
estruturalmente, intencional e, portanto, relação com o mundo; o corpo
exprime a imersão no mundo, característica da existência humana. O corpo é
um centro, em relação ao qual se ordenam as coisas do mundo e, por isso,
constitui uma estrutura permanente que torna possível a consciência. Sartre
vai mais longe em sua interpretação, dizendo que o corpo é a própria condição
da liberdade. Não existe liberdade sem escolha e o corpo é precisamente a
necessidade de que haja escolha, isto é, de que o homem não seja
imediatamente a total idade do ser. O corpo é, por conseguinte, tanto a
condição da consciência como consciência do mundo, quanto fundamento da
consciência enquanto liberdade.
Dramas da liberdade
Existencialismo e marxismo
Cronologia
1907 – Morte de seu pai: Muda se para a casa da avó materna, em Meudon;
retorna a Paris quatro anos depois.
Bibliografia: