Você está na página 1de 2

Organização centralizada e concentrada ou descentralizado e desconcentrado 27

➢ VPS: Não é uma verdadeira característica fundamental pois esta dicotomia foi própria
do séc. XVIII, pois a evolução da complexidade administrativa levou a que surgisse
necessariamente uma desagregação (hoje em dia são ambos descentralizados e
desconcentrados, poderão é sê-lo mais ou menos tendo em conta o momento)
o Freitas do Amaral inclui nas características
Diferença de pormenor que não caracteriza os 2 sistemas – só existiu no séc. XVIII e XIX
• França: lógica centralizada e concentrada – tudo se concentrava no Estado
• Inglaterra: lógica descentralizada e desconcentrada – poder local era inerente ao
sistema britânico e havia vários centros decisórios autónomos
27 Centralização – uma única pessoa/entidade jurídica; Concentração – um único órgão de poder decide
(centralizado e concentrado: todos os atos são imputáveis a uma única entidade – Estado em que como
centro de poder surge o Governo)
Descentralização – várias pessoas coletivas; Desconcentração – vários centros de poder
Sebenta CAT – 2018/2019 DNB
21
Contencioso Administrativo no Divã da Constituição Portuguesa
VIEIRA DE ANDRADE:
Fase pré-histórica da justiça administrativa, iniciada no período medieval.
• Poder real, embora não reconhecendo formalmente a sua submissão a um poder
judicial autónomo, admitia, tendo como fonte o costume, a existência de mecanismos
“jurisdicionalizados” contra alguns aspetos da atuação administrativa, no sentido de
defender os direitos dos particulares lesados – ao Estado medieval já se chamou, por
isso, “Estado de manutenção de direitos”.
Na Época Moderna, mantém-se a ideia de subordinação do poder a regras ou princípios de
direito, que se traduz na existência de mecanismos de controle judicial de atividades oficiais.
• Na segunda metade do séc. XVIII, com o aparecimento do Estado-de-polícia, mantémse uma (ainda que
menor) “esfera de direito” justiciável, admitindo-se ainda, com vista
à promoção do interesse público, a revisão administrativa de atos da Administração,
designadamente a pedido de particulares lesados.
O início do contencioso administrativo em Portugal ter-se-á dado na época liberal, com a
instauração do Princípio da separação de poderes e, com ele, do Princípio da legalidade.
➢ São 3 as fases decisivas nesta evolução, tendo em conta as entidades competentes para
a decisão dos litígios suscitados pela actividade administrativa
1ª Fase (Época liberal – 1832-1924) – corresponde ao “Modelo francês”
• A NÍVEL LOCAL, tratou-se de um modelo judiciarista ou quase judicialista: os litígios
relativos à atividade administrativa eram submetidos aos chamados “Conselhos”, que
eram órgãos administrativos superiores independentes com competência decisória, não
integrados na ordem judicial
• A NÍVEL CENTRAL, surge, com a criação do Conselho de Estado em 1845, um modelo
administrativista mitigado, que conta com a intervenção consultiva do Conselho de
Estado (ou, a partir de 1870, do STA), sujeita a homologação do Governo. Note-se que
o Conselho de Estado era um órgão administrativo independente superior que conhecia
dos recursos das decisões de 1ª instância.
Em Portugal, o CAT foi trazido por Mouzinho da Silveira (1832) – tentativa relativamente cedo
de introduzir um sistema de dualismo jurisdicional.
2ª Fase (Estado Novo – 1933-1976)
Nesta fase, desenvolve-se um sistema de “tribunais administrativos”: ao nível do poder local, o
contencioso era protagonizado pelas “auditorias administrativas”, ao nível central, pelo STA.
Eram ambos órgãos independentes, não integrados na orgânica dos tribunais comuns, sendo
a sua natureza administrativa ou jurisdicional discutida pela doutrina:
• Marcello Caetano, Freitas do Amaral, VPS: órgãos administrativos – dái o modelo
organizativo judiciário ou quase-judicialista (até porque os “juízes” administrativos
eram nomeados pelo Governo);
o Miguel Assis Raimundo: não havia efetivamente Tribunais Administrativos –
juízes eram nomeados pelo poder executivo e inseridos na dependência do
Conselho de Ministros; Sentenças não tinham meio de execução (sistema de

Você também pode gostar