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Norma Técnica SABESP

NTS 324

Instalação de redes de distribuição, aduto-


ras e linhas de esgoto em polietileno por
meio de Método Não Destrutivo do tipo Per-
furação Horizontal Direcional (HDD)

Procedimento

São Paulo
Novembro/2019
NTS 324: 2019 Norma Técnica SABESP

SUMÁRIO

1. OBJETIVO ........................................................................................................ 1
2. REFERÊNCIAS NORMATIVAS ........................................................................ 1
3. DEFINIÇÕES .................................................................................................... 2
4. REQUISITOS GERAIS...................................................................................... 5
4.1. Materiais de tubos e conexões ....................................................................... 5
4.2. Licenças, autorizações e comunicações ....................................................... 5
4.3. Vistoria preliminar em propriedades vizinhas à obra ................................... 6
4.4. Logística de obra ............................................................................................. 6
4.5. Segurança ocupacional .................................................................................. 6
5. REQUISITOS ESPECÍFICOS ........................................................................... 7
5.1. Mão de obra ..................................................................................................... 7
5.2. Mapeamento das interferências ..................................................................... 7
5.2.1. Avaliação do projeto e do cadastro técnico ....................................................... 7
5.2.2. Avaliação de campo .......................................................................................... 7
5.3. Equipamentos e ferramentas........................................................................ 10
5.3.1. Máquina perfuratriz.......................................................................................... 10
5.3.2. Fluido de perfuração........................................................................................ 11
5.3.3. Hastes ............................................................................................................. 11
5.3.4. Sistema de localização .................................................................................... 11
5.3.5. Ferramentas de perfuração ............................................................................. 12
5.3.6. Equipamentos e ferramentas de puxamento ................................................... 12
5.3.7. Ferramentas de tamponamento....................................................................... 13
5.3.8. Equipamentos de solda de polietileno ............................................................. 13
5.4. Plano de furo ................................................................................................. 13
5.5. Execução do furo .......................................................................................... 16
5.5.1. Atividades preliminares ................................................................................... 16
5.5.2. Furo piloto ....................................................................................................... 17
5.5.3. Alargamento .................................................................................................... 18
5.5.4. Puxamento ...................................................................................................... 18
5.5.5. Finalização ...................................................................................................... 19
5.6. Controle de qualidade ................................................................................... 20
6. CADASTRO TÉCNICO E AS-BUILT .............................................................. 20
7. BIBLIOGRAFIA .............................................................................................. 20
ANEXO A – RELATÓRIO DE INSPEÇÃO DE FURO DIRECIONAL ......................... 21
ANEXO B – MODELO DE CHECKLIST PARA EXECUÇÃO DE FURO DIRECIONAL22
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Instalação de redes de distribuição, adutoras e linhas de esgo-


to em polietileno por meio de Método Não Destrutivo do tipo
Perfuração Horizontal Direcional (HDD)

1. OBJETIVO
Esta Norma fixa os requisitos mínimos exigíveis para a instalação de tubos de polieti-
leno (PE) para redes de distribuição, adutoras e linhas de esgoto, até DN 630 mm, por
meio de Método Não Destrutivo – MND do tipo Perfuração Horizontal Direcional –
HDD.
2. REFERÊNCIAS NORMATIVAS
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documen-
to. Para referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências
não datadas, aplicam-se as edições mais recentes do referido documento (incluindo
emendas):
NR 06: Equipamento de proteção individual – EPI.
NR 10: Segurança em instalações e serviços em eletricidade.
NR 11: Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais.
NR 12: Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos.
NR 18: Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção.
NR 21: Trabalhos a céu aberto.
NR 23: Proteção contra incêndios.
NR 33: Segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados.
NR 35: Trabalho em altura.
ABNT NBR 14464: Tubos e conexões plásticas – união por solda de topo em tubos e
conexões de polietileno PE 80 e PE 100 – procedimento.
ABNT NBR 14465: Tubos e conexões plásticas - união por solda de eletrofusão em
tubos e conexões de polietileno PE 80 e PE 100 – procedimento.
ABENDI NA-020: Qualificação e certificação de pessoas em serviços de redes de dis-
tribuição e ramais de água.
NTS 059: Requisitos para soldadores e inspetores de soldagem em obras executadas
com tubos de polietileno e conexões de polietileno ou polipropileno.
NTS 060: Execução de solda em tubos e conexões de polietileno por termofusão (sol-
da de topo).
NTS 189: Projeto de redes de distribuição, adutoras, linhas de esgotos pressurizadas
e emissários em polietileno PE 80 ou PE 100.
NTS 190: Instalação de redes de distribuição, adutoras e linhas de esgoto em polieti-
leno PE 80 ou PE 100.
NTS 194: Tubos de polietileno para redes de distribuição, adutoras ou linhas de esgo-
to pressurizadas.
NTS 292: Elaboração de cadastro técnico digital.
NTS 325: Execução de solda em tubos e conexões de polietileno por eletrofusão.

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PE-RH0003: Segurança e Saúde em Obras e Serviços Contratados.


PO-SO0076-V.1: Procedimento Operacional Sabesp – Sinalização.
Portaria MTE 3214/1978: Aprova as Normas Regulamentadoras – NR – do Capítulo
V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina
do Trabalho.

3. DEFINIÇÕES
Para os efeitos desta Norma são adotadas as definições abaixo:
ALARGADORES:
Ferramenta de perfuração, presa à extremidade das hastes de perfuração, utilizada
para o pré-alargamento e/ou alargamento do furo piloto e para permitir que a tubula-
ção seja instalada. Pode ser do tipo compactador, cortador ou misturador e barril.

ÂNGULO DE ENTRADA/SAÍDA:
Ângulo formado entre a horizontal (superfície do solo) e a coluna de perfuração na
entrada ou saída do furo piloto.

ATERRAMENTO:
Sistema que tem por finalidade conduzir e dissipar a corrente elétrica para o solo, sen-
do composto por cabo de condução e haste de aterramento conforme manual do equi-
pamento de perfuração.

BOTÃO DE EMERGÊNCIA:
Botão de fácil acesso e visualização que deve ser acionado pelo operador ou por outro
membro da equipe responsável com o objetivo de desligar a máquina perfuratriz ime-
diatamente.

CABEÇA DE PERFURAÇÃO:
Qualquer ferramenta rotativa ou sistema de ferramentas em um suporte comum desti-
nado à escavação. Possuem um alojamento para o transmissor e canais para a pas-
sagem do fluido de perfuração.

CABEÇA DE PUXADA:
Dispositivo fundido ou parafusado na extremidade da tubulação a ser instalada e que
tem como função distribuir a carga e evitar a entrada de fluido de perfuração ou mate-
rial escavado para dentro da tubulação durante o puxamento da mesma.

CALÇO HIDRÁULICO:
Fenômeno que o ocorre quando a pressão do fluido de perfuração dentro do furo é
maior do que a pressão exercida pelos solos ao redor, levando a formação de trinca-
mentos através do solo e permitindo que o fluido de perfuração escape e possa chegar
até a superfície.

CAP MECÂNICO PROVISÓRIO:


Ferramenta utilizada para fechamento provisório da tubulação para evitar a entrada de
água e sujeira. Pode ser utilizado em conjunto com o expansor.

COLUNA DE PERFURAÇÃO:
O comprimento total formado pelas hastes de perfuração ou tubo e outras ferramentas
de perfuração durante um processo de perfuração horizontal direcional.

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EXPANSOR (TAMPÃO PARA BLOQUEIO):


Ferramenta utilizada para fechamento provisório da tubulação para evitar a entrada de
água e sujeira.

FERRAMENTA DE CORTE:
Ferramenta instalada na cabeça de perfuração ou na haste de perfuração e utilizada
durante o furo piloto para escavar o solo ou a rocha.

FERRAMENTAS DE PERFURAÇÃO:
Conjunto de ferramentas conectadas às hastes de perfuração para a execução do furo
direcional, como ferramenta de corte, e alargadores.

FLUIDO DE PERFURAÇÃO:
Fluido biodegradável e atóxico formado pela mistura de água com outros materiais,
geralmente bentonita e/ou polímeros, devidamente dosada, bombeada continuamente
para a cabeça de perfuração para reduzir o torque necessário, facilitar a remoção do
material cortado, estabilizar o furo, resfriar a cabeça de perfuração e lubrificar a insta-
lação da tubulação final.

FORÇA DE PUXAMENTO (ARRASTE):


Carga aplicada a uma coluna de perfuração durante a etapa de puxamento.

FURO PILOTO:
A primeira passagem de um processo de perfuração horizontal direcional.

HASTES GUIAS:
São hastes de perfuração colocadas atrás do alargador à medida que este avança em
direção à máquina perfuratriz para garantir que a coluna de tubos será mantida dentro
do furo.

HASTES DE PERFURAÇÃO:
Ferramentas fabricadas em aço especial, com roscas nas extremidades, utilizadas
para transmitir o torque rotacional, o impulso e a força de puxamento proporcionada
pela perfuratriz até as ferramentas de perfuração. São necessárias durante a execu-
ção do furo piloto, do pré-alargamento, do alargamento, do puxamento e também
transportam o fluido de perfuração para o interior do furo.

LAMA DE PERFURAÇÃO:
Mistura dos fluidos de perfuração com o solo escavado do furo.

LOCALIZADOR:
Dispositivo rastreador do transmissor, operado pelo navegador acima da superfície do
pavimento. Também conhecido como receptor.

MÁQUINA PERFURATRIZ:
Equipamento de perfuração controlado pelo operador para a execução do furo piloto,
do pré-alargamento, do alargamento e do puxamento durante o processo de instala-
ção de tubos ou cabos. São classificadas de acordo com a sua força de puxamento
máxima.

MÉTODO NÃO DESTRUTIVO:


Conjunto de métodos de construção utilizados na instalação, reparo ou substituição de
tubulações subterrâneas, com pouca escavação a partir da superfície, menor impacto
no sistema viário e pouco ou nenhum impacto no entorno da obra.
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NAVEGADOR:
O profissional treinado por instituição reconhecida pela Sabesp, mediante apresenta-
ção de certificado de conclusão de curso (contendo carga horária e conteúdo progra-
mático), que opera o localizador.

OPERADOR:
O profissional treinado por instituição reconhecida pela Sabesp, mediante apresenta-
ção de certificado de conclusão de curso (contendo carga horária e conteúdo progra-
mático), que opera ou controla a máquina perfuratriz.

PERFURAÇÃO HORIZONTAL DIRECIONAL:


Em inglês Horizontal Directional Drilling (HDD), é um método não destrutivo para insta-
lação de tubos na horizontal por meio de sistema dirigível que utiliza uma máquina
perfuratriz para realizar o furo piloto, o alargamento e o puxamento da tubulação.

PITCH:
Inclinação da cabeça de perfuração em relação a horizontal (superfície do solo) indi-
cada pelo localizador.

PONTOS CRÍTICOS:
Interferências definidas no projeto como críticas à execução do furo direcional, como
gás, transporte de combustíveis, fibra ótica, energia elétrica, telefonia, adutoras de
água e coletores de esgoto.

RETORNO ACIDENTAL DE FLUIDO DE PERFURAÇÃO:


É quando ocorre a dispersão do fluido de perfuração ao redor do solo ou em outros
pontos aleatórios da superfície.

SISTEMA DE INTERCEPTAÇÃO DE CABOS ELÉTRICOS (ZAPALERT):


Sistema de segurança que detecta a aproximação, indução eletromagnética ou conta-
to da coluna de perfuração com fontes de tensão ou corrente elétrica, emitindo sinal de
alerta sonoro e/ou visual.

SISTEMA DE LOCALIZAÇÃO:
Sistema composto pelo transmissor e localizador, responsável por localizar a exata
posição da cabeça de perfuração em relação a sua posição no solo (profundidade,
inclinação, direção, posição de rotação).

SISTEMA DE PRESENÇA DO OPERADOR:


Dispositivo localizado no assento do operador, que funciona através de sensor de blo-
queio de comandos, de forma a permitir que o operador somente execute os coman-
dos sobre a máquina perfuratriz quando estiver sentado adequadamente sobre o as-
sento.

SWIVEL (FUSE LINK):


Dispositivo (fusível) instalado entre o alargador e a cabeça de puxada para evitar que
a tubulação e as soldas efetuadas sofram esforços de tração superiores aos especifi-
cados ou esforços rotacionais de qualquer magnitude.

SOLDADOR:
Profissional capacitado e certificado apto a realizar instalação e solda, por termofusão
ou por eletrofusão, em tubos e conexões de PE, de acordo com a norma NTS 059.

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TRANSMISSOR:
Dispositivo que emite sinais eletromagnéticos, localizado na cabeça de perfuração.
Também conhecido como sonda ou emissor.

TUBO DE POLIETILENO:
Tubo fabricado com composto de polietileno, conforme norma NTS 194.

VALA DE ENTRADA:
Escavação com rampa dimensionada para a máquina perfuratriz lançar o furo piloto,
para reter o fluido de perfuração, para receber os acessórios de perfuração e a tubula-
ção puxada e para trabalhos de interligação entre tubulações. Também conhecidos
como pits, shafts ou cachimbos.

VALA INTERMEDIÁRIA:
Escavação dimensionada entre as valas de entrada e saída com o objetivo de aliviar a
pressão causada pelo fluido de perfuração no interior do furo (evitando calço hidráuli-
co), confirmar a correta posição da cabeça de perfuração durante o furo piloto, visuali-
zar interferências e retirar excesso de lama de perfuração.

VALA DE SONDAGEM:
Escavação realizada durante a avaliação de campo para localizar os pontos críticos.

VALA DE SAÍDA:
Escavação com rampa dimensionada para a cabeça de perfuração ser recepcionada,
para reter o fluido de perfuração, para o puxamento de acessórios de perfuração e da
tubulação de polietileno e para trabalhos de interligação entre tubulações. Também
conhecidos como pits, shafts ou cachimbos.

VALA TESTEMUNHO:
Escavação dimensionada para localizar e avaliar visualmente, durante a execução do
furo, os pontos críticos e/ou o paralelismo com outras redes existentes dentro da zona
de atenção.

ZONA DE ATENÇÃO:
Área delimitada pela soma do diâmetro da tubulação projetada e de 1000mm para
cada lado do caminhamento da rede a ser executada por furo direcional (Figura 2),
utilizada na fase de Mapeamento de Interferência.

4. REQUISITOS GERAIS
4.1. Materiais de tubos e conexões
Na execução das instalações dos tubos e conexões previstas nesta NTS, devem ser
utilizados somente materiais qualificados e inspecionados conforme Normas Técnicas
Sabesp – NTS ou, caso não haja NTS, qualquer outra norma que tenha dado origem a
qualificação do material, como por exemplo, NBR, ISO, entre outras.
4.2. Licenças, autorizações e comunicações
A Sabesp é responsável pelas entradas de obtenção de licenças e autorizações exigi-
das pela prefeitura e demais órgãos governamentais.
A empresa contratada deve manter e atualizar todas as licenças, autorizações e de-
mais solicitações, vigentes do início ao término da obra, conforme exigências da pre-
feitura e demais órgãos governamentais.

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A empresa contratada deve realizar comunicação aos moradores do entorno da obra,


de forma a informá-los quanto aos prazos, horários e mudanças de tráfego, deixando
contato para atendimento de dúvidas.
4.3. Vistoria preliminar em propriedades vizinhas à obra
Toda vez que for necessário resguardar interesses às propriedades vizinhas à obra a
ser executada, em função da proximidade em relação ao alinhamento predial ou ao
porte da obra, deve ser feita pela empresa contratada vistoria por profissional habilita-
do da qual devem resultar os seguintes elementos:
• Planta de localização de todas as edificações e logradouros confinantes, bem
como de todos os logradouros não-confinantes, mas suscetíveis de sofrerem
algum dano por efeito da execução da obra;
• Relatório descritivo com todos os detalhes que se fizerem necessários a cada
caso, das condições de estabilidade daquelas edificações e logradouros, além
da constatação de defeitos ou danos porventura existentes nelas.
Todos os documentos referentes à vistoria devem ser assinados pelos proprietários
dos bens (privados ou públicos), pela contratada e pela contratante da obra, devendo
haver cópia à disposição deles.
4.4. Logística de obra
Os materiais recebidos nas obras devem ser transportados, estocados, manuseados e
submetidos ao controle de recebimento conforme o Anexo A da norma NTS 190.
Devem ser previstas áreas livres para realização das soldas de topo (termofusão),
para movimentação dos tubos soldados e para posicionamento dos equipamentos de
perfuração e apoio.
As áreas de posicionamento e manobra da máquina perfuratriz, dos acessórios de
perfuração e das tubulações devem ser cuidadosamente definidas para evitar ou mi-
nimizar bloqueios de pistas de tráfego de veículos e pedestres.
4.5. Segurança ocupacional
Em todo andamento dos serviços das instalações das redes de distribuição, adutoras
e linhas de esgoto previstas nesta NTS, e em outros serviços correlatos devem ser
atendidos o que prescrevem as seguintes normas de segurança do trabalho:
• Portaria MTE 3214/1978;
• NR-06;
• NR-10;
• NR-11;
• NR-12;
• NR-18;
• NR-21;
• NR-23;
• NR-33;
• NR-35;
• PO-SO0076-V.1 (sinalização);
• PE-RH0003.
• FE-RH0005.
A não citação de qualquer norma de segurança do trabalho nesta NTS, e que seja
aplicável ao andamento dos serviços, não exime o executante de sua ciência e cum-
primento, com vistas ao caráter técnico, econômico, ambiental, legal e de segurança
das pessoas.
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5. REQUISITOS ESPECÍFICOS
5.1. Mão de obra
Os serviços de instalação e soldagem de tubos de PE devem ser somente executados
por profissionais qualificados, conforme a norma NTS 059, e de acordo com as nor-
mas ABNT NBR 14464, ABNT NBR 14465, NTS 060, NTS 325 e NTS 190 (em espe-
cial o Anexo E, de Ensaio de Estanqueidade).
Os serviços de interligação das redes devem ser executados por profissionais experi-
entes e treinados conforme a norma NA-020 da ABENDI.
A equipe responsável pelo furo direcional deve ser composta por, no mínimo:
• Engenheiro: com experiência comprovada na execução de furo direcional, com
a responsabilidade de coordenar e supervisionar os serviços de engenharia de
perfuração horizontal direcional.
• Operador da máquina perfuratriz: profissional treinado e com experiência com-
provada na operação da máquina perfuratriz de características equivalentes à
obra em questão;
• Navegador: profissional treinado e com experiência comprovada na operação
do sistema de localização;
• Soldador: profissional qualificado de acordo com a norma NTS 059;
• Ajudantes ou outros profissionais: responsáveis pelo auxílio de atividades co-
mo a preparação do fluido de perfuração, operação do caminhão dos equipa-
mentos de carga e aplicação/drenagem do fluido, serviços de encanador em
geral, preenchimento de relatório de campo e marcação em superfície.
5.2. Mapeamento das interferências
5.2.1. Avaliação do projeto e do cadastro técnico
A empresa contratada deve avaliar as informações oriundas do projeto executivo rela-
tivas ao traçado da tubulação e às interferências subterrâneas.
Essas informações devem ser comparadas aos cadastros técnicos das concessioná-
rias de serviços, quanto à localização, profundidade, diâmetro, material e idade da
tubulação ou acessório.
A necessidade de modificação do traçado do furo piloto no projeto executivo deve ser
aprovada pela Sabesp.
Essa etapa de avaliação servirá como base para a elaboração da etapa de Avaliação
de campo.
5.2.2. Avaliação de campo
Na avaliação de campo deve-se considerar a possibilidade de existência de instala-
ções subterrâneas não previstas no projeto e/ou no cadastro técnico, ou mesmo pre-
vistas de forma parcial ou incompleta.
A empresa contratada deve possuir equipe de mapeamento para realizar a confirma-
ção e modificação das indicações do projeto executivo e, caso ocorra, acréscimo de
novas indicações não previstas, com especial atenção para as interferências subterrâ-
neas. Para a conclusão dessa etapa deve-se realizar as seguintes atividades:
• Avaliação dos cadastros: devem ser analisados os cadastros atualizados da
Sabesp e das demais concessionárias de serviços, inclusive dos ramais de li-
gação. Caso seja necessário, devem ser convocados representantes da Sa-

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besp e de outras concessionárias de serviços para visitar os locais dos furos e


confirmar as localizações das interferências subterrâneas.
Representantes de concessionárias, responsáveis pelas redes subterrâneas,
que não estiverem presentes na avaliação de campo, devem confirmar que não
há redes instaladas na região da perfuração. Essa informação deve ser forne-
cida e arquivada numa pasta que deve ficar no canteiro de obras antes e du-
rante as etapas de execução do furo;
• Sondagem amostral (redes sob a calçada): caso o projeto da rede seja sob
a calçada, com abertura de valas, para identificar a cota dos ramais de água e
esgoto da Sabesp e de outras concessionárias de serviços. Essas valas de
sondagem em calçadas devem ser evitadas em pisos especiais e apresentar
as menores dimensões possíveis;
• Identificação de elementos (caixas e poços): identificação de todos os ele-
mentos que compõem o conjunto da malha. As caixas e poços de visita, mes-
mo soterrados, devem ser detalhados internamente para sua correta demarca-
ção na superfície. No interior dos poços, devem ser obtidas as medidas dos di-
âmetros das redes;
• Detecção de redes metálicas magnetizáveis (por condução ou indução):
as redes devem ser demarcadas na superfície e, posteriormente, deve-se ca-
minhar sobre elas, com um detector de massas metálicas, para que sejam lo-
calizadas eventuais singularidades da rede (poços de visita ou registros que
estejam soterrados);
• Detecção de redes não metálicas ou metálicas não magnetizáveis:
o As que permitem acesso interno (caso das redes pluviais e de esgotos)
devem ser pesquisadas por meio dos poços de visita ou inspeção.
Tratando-se de pequenos diâmetros, deve ser introduzido nas redes um
emissor autônomo de campo eletromagnético, com auxílio de varetas
de engate. Este emissor é um acessório do equipamento de detecção.
A partir daí o procedimento deve ser o mesmo adotado para as redes
metálicas magnetizáveis.
Quando for encontrada canalização de grande porte, por exemplo, gale-
ria moldada de águas pluviais, os levantamentos subterrâneos podem
se valer das informações obtidas por técnicas convencionais ou por
meio de novas tecnologias desde que atendam aos critérios dessa
Norma e sejam submetidas à prévia aprovação da Sabesp.
Nas técnicas convencionais o posicionamento pode ser definido com a
implantação de uma poligonal topográfica de subsolo. Os vértices da
poligonal devem ser materializados no interior das canalizações, a partir
de dois PVs intervisíveis. Os pontos de curva, tangente bem como as
contribuições (afluentes) serão referenciados aos vértices da poligonal.
Deve ser detalhado o interior dos dutos, inclusive com nivelamento ge-
ométrico em toda extensão de interesse, a cada vinte metros.
A Figura 1 ilustra este processo. A ideia básica do método é comparar
as coordenadas determinadas dentro da galeria com as determinadas
externamente.

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Vista no Plano Vertical

Vista no Plano Horizontal


Figura 1 – Representação de uma poligonal topográfica de subsolo
para levantamento subterrâneo.

o A canalização que não permitir acesso interno deve ser confirmada com
a execução de valas de sondagem, em especial para as redes localiza-
das dentro da zona de atenção, conforme Figura 2.

Figura 2 – Zona de atenção.

• Avaliação com georadar: o trecho deve ser verificado com um sistema de ge-
oradar realizado por empresa previamente aprovada pela Sabesp;
• Marcação na superfície: todas as indicações do projeto executivo e demais
interferências localizadas durante a avaliação de campo devem ser marcadas.
Essas marcações devem ser realizadas com tinta não facilmente removível e
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as marcações sobre as redes devem observar um espaçamento adequado pa-


ra representar seu caminhamento;
As marcações devem respeitar o padrão estabelecido na Tabela 1 e exemplo
da Figura 3;
Onde houver singularidades, como poços de visita, caixas, registros, estes de-
vem ser marcados conforme a Tabela 1;

Tabela 1. Simbologia para marcação de interferências.

Descrição Simbologia

Água

Esgoto

Água pluvial

Energia elétrica

Rede de dados /
telefonia

Gás

Figura 3 – Exemplo de padrão marcação na superfície.

• Entrega dos dados levantados: devem ser entregues todos os dados obtidos
na avaliação de campo à equipe que irá preparar o Plano de Furo. Deve ser
elaborado um relatório da avaliação de campo, contendo resumidamente as
atividades realizadas e os dados consolidados, o qual deve ser um anexo do
Plano de Furo.
5.3. Equipamentos e ferramentas
5.3.1. Máquina perfuratriz
A máquina perfuratriz deve ser especificada para atender as condições de empuxo,
torque e puxamento para executar do furo piloto, alargar o furo piloto até o diâmetro
final necessário e puxar a tubulação final.
O empuxo e o torque necessário dependem das características do solo, determinados
no Projeto.
A máquina perfuratriz deve conter sistemas de ancoragem, aterramento e os demais
dispositivos de segurança listados abaixo:

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• Botão de emergência;
• Sistema de interceptação de cabos elétricos;
• Sistema de presença do operador;
• Extintor de incêndio.
A empresa contratada deve manter um plano de manutenção preventiva da máquina
perfuratriz, contendo a previsão de itens a serem verificados, lubrificados e substituí-
dos, inclusive dos itens mecânicos, elétricos e de segurança.
5.3.2. Fluido de perfuração
A perfuração deve ser realizada utilizando um fluído de perfuração.
Os fluídos de perfuração devem ter suas características, como viscosidade, determi-
nadas de acordo com as características do solo.
A preparação do fluido deve ser realizada em misturadores específicos, que garantam
a homogeneidade do fluido e evitem a deposição de material no fundo do tanque.
5.3.3. Hastes
• Hastes de perfuração: devem ter dimensão compatível com a máquina perfu-
ratriz especificada para a execução da obra.
Devem ser utilizadas nas curvas do caminhamento do furo (inclusive nas valas
de entrada e saída) de acordo com o raio de curvatura recomendado pelo fa-
bricante.
• Hastes guias: devem ser utilizadas durante a passagem do alargador.
As hastes guias devem ter as mesmas características (diâmetro e comprimen-
to) das hastes de perfuração.
5.3.4. Sistema de localização
O sistema de localização, composto pelo transmissor e localizador, é ilustrado na Figu-
ra 4 abaixo:

Figura 4 – Composição do sistema de localização.


(Adaptado de Najafi, 2010)

O TRANSMISSOR DEVE SER ORIGINAL DO FABRICANTE, NÃO SENDO


PERMITIDO O USO DE PRODUTO REMANUFATURADO.

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5.3.5. Ferramentas de perfuração


Devem-se utilizar as seguintes ferramentas de perfuração:
• Ferramenta de corte: deve-se utilizar ferramenta de corte apropriada para as
características específicas do solo ou rocha determinadas no Projeto.
Para materiais mais duros pode ser necessário o uso de ferramentas de corte
especiais, cabendo à empresa contratada do serviço avaliar a necessidade
destas e disponibilizar em tempo hábil.
• Alargadores: deve-se utilizar alargador apropriado para as características do
solo determinadas no Projeto.
O alargador deve proporcionar que o diâmetro final do furo seja de, no mínimo,
1,5 vezes o diâmetro externo da tubulação a ser inserida.
Podem ser utilizados somente os seguintes dispositivos:
a) Compactador ou misturador (cortador): utilizados no alargamento;
b) Barril: utilizado antes do puxamento para calibrar o furo piloto e no pu-
xamento propriamente dito.
5.3.6. Equipamentos e ferramentas de puxamento
• Cabeça de puxada: deve ter dimensão específica de acordo com o diâmetro
da tubulação a ser instalada.

• Swivel: deve ser obrigatório o uso durante o puxamento da tubulação.


Este dispositivo deve ser especificado em função da carga de puxamento rela-
tiva ao diâmetro nominal, espessura e material da tubulação a ser inserida.

Não é permitido o uso de swivel com carga de ruptura maior que a carga má-
xima de puxamento da tubulação especificada na Tabela 2 abaixo:

Tabela 2 - Carga máxima de puxamento por diâmetro externo do tubo.


Carga máxima de puxamento da
Diâmetro externo tubulação* (lbf)
do tubo DE (mm) SDR SDR SDR
17 13,6 11
63 1051,6 1279,8 1551,6
90 2135,0 2609,2 3135,0
110 3190,5 3902,8 4674,7
160 6684,6 8240,2 9924,8
200 10464,4 12893,1 15468,5
250 16377,2 20121,3 24218,6
315 25903,2 31899,3 38413,3
355 32937,0 40415,3 48728,9
400 41857,8 51415,5 61874,0
450 52838,1 65050,6 78396,1
500 65300,6 80287,0 96680,1
560 81765,2 100596,8 121361,0
630 103614,7 127349,2 153415,1
*Para temperatura ambiente de 25ºC. Ver fatores de redução no Anexo A da
NTS 190 para outras temperaturas.
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NTS 324: 2019 Norma Técnica SABESP

É PROIBIDA A UTILIZAÇÃO DE OUTRO ACESSÓRIO ENTRE A CABEÇA


DE PUXADA E O ALARGADOR, ALÉM DO FUSÍVEL LIMITADOR DA FOR-
ÇA DE PUXAMENTO (SWIVEL).

• Auxiliares: devem ser utilizados equipamentos auxiliares para minimizar a ten-


são e prevenir a ocorrência de danos à tubulação, como roletes, equipamento
de manuseio de tubos, guindastes, escavadeiras ou rampa de acesso.

5.3.7. Ferramentas de tamponamento


• Expansor (tampão para bloqueio): deve ser utilizado para bloqueio provisório
da tubulação.
• CAP Mecânico provisório: deve ser utilizado para fechamento provisório da
tubulação, podendo ser utilizado em conjunto com o expansor.
5.3.8. Equipamentos de solda de polietileno
Devem ser utilizados equipamentos e ferramentas de instalação adequadas à obra, de
acordo com as normas NTS 060, NTS 190, NTS 325, ABNT NBR 14464 e ABNT NBR
14465.
5.4. Plano de furo
O Plano de furo define o caminho que a tubulação irá fazer e deve:
• Ser elaborado com base nos dados do projeto executivo (inclusive as diretrizes
topográficas e cartográficas) e nas informações obtidas no Mapeamento de in-
terferências;
• Respeitar a distância mínima de segurança de 500 mm entre a geratriz externa
da tubulação existente e a geratriz da circunferência do alargador de maior di-
âmetro utilizado na execução da obra, como representada na Figura 5. Caso
haja normas de outras concessionárias de serviços que defina distâncias mí-
nimas diferentes, devem ser observadas as mais restritivas.

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NTS 324: 2019 Norma Técnica SABESP

Figura 5 – Distância mínima de segurança.

• Definir a máquina perfuratriz a ser utilizadas, em função da força de puxamen-


to;
• Prever a adoção da técnica de alargamento, de forma a obedecer à sequência
de alargamentos necessários para a instalação da tubulação.
• Determinar a quantidade mínima de hastes para execução do furo de forma
que o comprimento total das hastes disponíveis na obra seja superior ao dobro
do comprimento do furo.
• Avaliar a necessidade de complementação de barras na máquina para execu-
ção do furo direcional, prevendo a utilização de veículos apropriados para as
atividades que envolvam movimentação e transporte de barras de perfuração.
• Verificar nos desenhos se há área suficiente para o trabalho (como locação da
máquina perfuratriz, disposição das tubulações e equipamento e ferramentas),
de modo a garantir a segurança da instalação e definir o posicionamento.
• Seguir os critérios abaixo:
a) Valas de entrada e saída: devem ser posicionadas e dimensionadas
para atender as características do furo e as necessidades operacionais,
levando-se em conta a necessidade de oferecer condições de seguran-
ça aos trabalhadores;
Conter, caso necessário, dispositivos de drenagem para reter o fluido
de perfuração, evitando o transbordo para fora das valas;
Ter o fundo em nível e angulação adequados para a conexão entre os
tubos, quando for previsto a interligação dos tubos nessas valas;
Em casos de diferença de cota entre as valas de entrada e saída, o
Plano de furo deve definir que a vala de saída possua maior elevação
que a de entrada, quando possível;
b) Ângulos de entrada e saída: devem variar entre 8° e 22°em relação à
superfície do solo.

Nov/2019 14
NTS 324: 2019 Norma Técnica SABESP

c) Profundidade do furo:
o Redes sob a via pública: devem-se respeitar os valores mínimos es-
tabelecidos para cada faixa de diâmetros das tubulações em polieti-
leno, conforme Tabela 3;

Tabela 3 – Profundidades por faixa de diâmetro de PE.


Diâmetro do Tubo Profundidade mínima Profundidade máxima
(mm) (m) (m)
≤ 110 1,2 2,0
160 a 315 2,5 3,5
355 a 630 3,5 5,0

Recomenda-se não executar redes com profundidades superiores às máximas


especificadas na Tabela 3, salvo aprovação prévia da fiscalização da Sabesp.

o Redes sob a calçada: devem ser instaladas a uma profundidade mí-


nima de 1,0 m;
d) Raio de curvatura do furo: o perfil do furo deve ser o mais reto possí-
vel e com o menor número de ângulos (para cima, para baixo e para os
lados) para evitar curvas excessivas, que proporcionariam maiores ten-
sões nas hastes de perfuração e maiores forças de puxamento durante
a instalação da tubulação;
O perfil do furo deve ter raio de curvatura compatível com as hastes de
perfuração e com o tubo de PE (NTS 189);
e) Vala testemunho: deve ter dimensões mínimas de 60 cm x 60 cm nas
vias públicas e as menores possíveis quando for executada nas calça-
das e ser prevista quando houver:
o Pontos críticos ao traçado do furo; e
o Redes paralelas ao caminhamento do furo, cuja distância esteja en-
tre 500mm e 1000mm (entre a geratriz externa da tubulação existen-
te e a geratriz da circunferência do alargador de maior diâmetro utili-
zado na execução da obra), para evitar que haja o cruzamento entre
as redes, respeitando os seguintes espaçamentos:
 1ª Vala de testemunho: deve ser realizada a uma distância
de 20 metros em relação à vala de entrada para verificar o
paralelismo entre o furo piloto (considerando a circunferência
do alargador de maior diâmetro) e a rede existente;

 Demais valas de testemunho: devem ser realizadas obser-


vando a distância de 50 metros entre valas, caso tenha sido
confirmado o paralelismo entre o furo piloto (circunferência
do alargador de maior diâmetro) e a rede existente nas valas
de testemunho anteriores. Caso não haja paralelismo, as va-
las devem ser espaçadas em 20 metros até que se verifique
que a distância entre o furo piloto e a rede é superior a 1000
mm.
f) Vala intermediária: deve ser prevista pelo menos uma a partir de 20 m
da vala de entrada e não mais do que a metade do caminhamento do
furo.
Nov/2019 15
NTS 324: 2019 Norma Técnica SABESP

A VALA TESTEMUNHO TAMBÉM PODE TER A FUNÇÃO DE VALA IN-


TERMEDIÁRIA, DESDE QUE SEJAM RESPEITADOS TODOS OS RE-
QUISITOS DESCRITOS NOS ITENS 5.4 e) E 5.4 f).
Quando for inviável a abertura de valas, devido a particularidades locais, al-
ternativas devem ser analisadas e acordadas junto à fiscalização da Sa-
besp, antes das aprovações dos planos de furo.
• Especificar o fluido de perfuração de acordo com as características do solo
(geologia e profundidade do lençol freático), da tubulação (diâmetro e tipo), da
máquina perfuratriz e das ferramentas de perfuração. A mistura deve ser capaz
de minimizar o risco de retornos acidentais, criar uma película na parede do fu-
ro, de forma a proporcionar estabilidade mecânica a ela e possuir viscosidade
adequada para permitir que as partículas formadas durante o furo piloto saiam
pelas valas (entrada, saída ou intermediária).
• Os resíduos de lama de perfuração devem ser retirados do local da obra por
dispositivos de drenagem adequados (ex: caminhões hidrovácuo) e destinados
aos aterros autorizados, de forma a atender regulamentações municipais, es-
taduais ou nacionais.
• Apresentar uma tabela contendo colunas com as informações de ângulo e pro-
fundidade definidas no plano de furo, bem como colunas para lançamento dos
valores reais obtidos em campo a cada haste de perfuração introduzida duran-
te o furo piloto (Anexo A).
• Apresentar as informações do furo direcional planejado e das interferências em
planta e perfil (indicando distâncias horizontais e cotas topográficas e de pro-
fundidade), amarrando o trecho com o estaqueamento do levantamento topo-
gráfico, em folha de tamanho A1 e formato digital;
• Preparar um plano de contingência para casos de: perda de circulação e/ou re-
torno acidental do fluido de perfuração; falhas nos equipamentos e/ou ferra-
mentas; mudanças nas condições do terreno não previstas no Projeto Executi-
vo nem no Mapeamento de Interferências; travamento da cabeça de perfura-
ção, alargador ou cabeça de puxada; contato acidental com redes de outras
concessionárias de serviços, estruturas ou propriedades; e outros identificados
conforme a peculiaridade da obra.
Antes do envio para aprovação da Sabesp o plano de furo deverá ser analisado, apro-
vado e assinado pelo supervisor da equipe de mapeamento e engenheiro responsável
pela obra da contratada. As obras somente devem ser iniciadas após a validação des-
te documento junto à fiscalização da Sabesp.
5.5. Execução do furo
5.5.1. Atividades preliminares
Antes do início da execução do furo piloto e de acordo com o que foi estabelecido no
Plano de furo, deve-se seguir os procedimentos abaixo:
• Calibrar diariamente o transmissor. A precisão desse equipamento deve ser ve-
rificada conforme o procedimento a seguir: por meio da utilização de uma tre-
na, colocar o localizador a distâncias de 1m, 3m e 5m do transmissor e compa-
rá-las às leituras indicadas no visor. Os limites de precisão devem estar de
acordo com as recomendações do fabricante. Caso esteja em desacordo, o
dispositivo deve ser substituído por outro e seguido o mesmo procedimento de
calibração.

Nov/2019 16
NTS 324: 2019 Norma Técnica SABESP

• Verificar se as cargas das baterias do Transmissor e Localizador são suficien-


tes para a execução de todo o trecho;
• Testar o sistema de interceptação de cabos elétricos diariamente antes da an-
coragem e/ou do início da perfuração, seguindo as recomendações do fabri-
cante. Caso o sistema não esteja funcionando corretamente, a perfuração não
deve ser iniciada.
• Conferir se a máquina perfuratriz possui todos os dispositivos de segurança,
listados em 5.3.1, instalados e em correto funcionamento. Deve-se manter jun-
to a ela um registro da última manutenção realizada e garantir que o equipa-
mento em uso não apresente vazamentos.
• Realizar a abertura das valas de entrada e saída de acordo com os detalhes
abaixo.
a) A vala de entrada deve ter forma de rampa com caimento direcionado
para o ponto inicial do furo piloto.
b) A vala de saída deve ter forma de rampa inclinada até a superfície do
terreno.

CASO ESSAS VALAS VENHAM A SER UTILIZADAS PARA UNIR AS EXTRE-


MIDADES DOS TUBOS INSTALADOS, DEVEM TER DIMENSÕES SUFICIEN-
TES PARA PERMITIR O ACOPLAMENTO SEM ESFORÇOS.

• Abrir as demais valas definidas pelo Plano de Furo, observando os critérios de


localização das valas, com escavação por meio de métodos não agressivos
(manual ou com vácuo de um furo de inspeção visual), não sendo permitida a
escavação com retroescavadeira.
• Posicionar a máquina perfuratriz, devendo estar ancorada e com o sistema de
aterramento instalado.
• Alocar as ferramentas de perfuração e os equipamentos e ferramentas de pu-
xamento nos locais especificados.
• Providenciar o isolamento e sinalização de toda a área de trabalho onde ficam
posicionados os equipamento e ferramentas mencionados em 5.3.
• Preparar a mistura do fluido de perfuração na quantidade e qualidade especifi-
cada.
5.5.2. Furo Piloto
Durante a execução do furo piloto, deve-se:
• Obedecer ao previsto no plano de furo, com especial atenção para as especifi-
cações do raio de curvatura e ângulos de entrada e saída da coluna de perfu-
ração. Qualquer divergência com o plano de furo deve ser submetida à fiscali-
zação da Sabesp.
• Possuir sistema de comunicação claro e eficiente (via rádio) entre o operador,
navegador e demais membros da equipe responsável.
• Realizar, caso esteja previsto no Plano de Furo, o reabastecimento com novas
hastes de perfuração na máquina perfuratriz, desde que ela esteja fora de ope-
ração.

Nov/2019 17
NTS 324: 2019 Norma Técnica SABESP

QUANDO O NAVEGADOR OU ENGENHEIRO SUPERVISOR DER O SINAL


PARA CONTINUAR O GIRO DAS HASTES DE PERFURAÇÃO, O OPERA-
DOR DEVE RETORNAR O COMANDO SOLICITANDO A CONFIRMAÇÃO
DA ORDEM. SOMENTE APÓS ESSA CONFIRMAÇÃO É QUE A OPERA-
ÇÃO DEVE SER RETOMADA.

• Registrar os valores de referência a cada haste de perfuração introduzida du-


rante o furo piloto, bem como as cotas da cabeça de perfuração em relação ao
terreno (Anexo A). Esses valores devem ser utilizados para a elaboração do As
Built (“como construído”).
5.5.3. Alargamento
De acordo com o Plano de Furo, a realização de pré-alargamento e/ou alargamento,
deve:
• Utilizar as ferramentas de perfuração adequadas.
• Utilizar hastes guias. O local de instalação das hastes guias deve estar devi-
damente cercado para evitar que qualquer pessoa que não faça parte da ope-
ração entre na área isolada.
Antes da instalação de cada haste guia na vala de saída, o operador da má-
quina perfuratriz deve desrosquear a última haste da coluna de perfuração e
neutralizar o sistema hidráulico do equipamento.
A máquina perfuratriz deve estar fora de operação, com o sistema hidráulico
neutralizado para que novas hastes guias sejam colocadas. O aperto final das
hastes guias deve ser realizado com equipamento hidráulico ou de forma ma-
nual.
O operador somente deve dar continuidade à operação após confirmação, co-
mo mencionado na nota em 5.5.2.
• Ser realizada quantas vezes forem necessárias até o alargamento final. Caso
não esteja de acordo com o Plano de Furo, deve haver aprovação da fiscaliza-
ção da Sabesp.
5.5.4. Puxamento
A etapa de puxamento deve ser iniciada imediatamente após a passagem do último
alargador. Caso não seja possível fazer o processo imediato, deve-se, no momento da
instalação do tubo, fazer uma nova limpeza do furo com o último alargador utilizado.
A instalação do tubo deve ser preparada na vala de saída anexando-se a seção da
tubulação, previamente soldada por termofusão ou quando em bobinas, a uma ferra-
menta de puxamento (cabeça de puxamento). Esse sistema deve estar conectado ao
swivel e alargador, que estará preso à extremidade das hastes de perfuração, confor-
me Figura 6.

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NTS 324: 2019 Norma Técnica SABESP

Figura 6 – Etapa de puxamento e ferramentas utilizadas (Ilustração es-


quemática).

Para seguir corretamente os requisitos de raio de curvatura e ângulos de entra-


da/saída, devem ser utilizados roletes, equipamento de manuseio de tubos, guindas-
tes, escavadeiras ou rampa de acesso, minimizando a tensão e prevenindo a ocorrên-
cia de danos à tubulação.
Com o sistema montado, deve-se executar o puxamento pelo caminhamento do furo
até a vala de entrada, em uma única etapa, sem interrupções, obedecendo aos requi-
sitos definidos no Plano de furo.
A extremidade final da tubulação deve estar devidamente tamponada com cap mecâ-
nico, para evitar a entrada de sujeiras quando se aproximar da vala de saída.
Caso ocorra algum problema durante o puxamento (ex: rompimento do swivel ou des-
conexão da cabeça de puxada), deve-se seguir o plano de contingência previsto no
Plano de Furo.
É PROIBIDA A PERMANÊNCIA DE PESSOAS DENTRO DAS VALAS DE RECEP-
ÇÃO ENQUANTO A PERFURATRIZ ESTIVER SOB PRESSÃO DE OPERAÇÃO.
5.5.5. Finalização
Após o puxamento do tubo, devem ser realizadas as seguintes atividades de finaliza-
ção do trecho:
• Inspecionar a extremidade do tubo para que seja verificada a não existência de
cortes, riscos e danos, ocasionados por objetos ao longo do furo.
• Caso ocorra uma irregularidade, comprometendo mais do que 10% da espes-
sura de parede do tubo, substituir todo o trecho e verificar a necessidade de
uma nova perfuração direcional.
• Fechamento provisório da tubulação com expansor e/ou cap mecânico provisó-
rio.
CASO NÃO SEJA REALIZADA A INTERLIGAÇÃO E FECHAMENTO DAS
VALAS DE INTERLIGAÇÃO NO MESMO DIA, DEVE SER INSTALADO NAS
TUBULAÇÕES O EXPANSOR E O CAP MECÂNICO PROVISÓRIO.
• Soldas de eletrofusão (NTS 325) nos pontos de interligação;
• Reaterro, compactação das valas, reposição de pavimento e ensaio de estan-
queidade, de acordo com a norma NTS 190;
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NTS 324: 2019 Norma Técnica SABESP

• Limpeza do local.
5.6. Controle de qualidade
Para controle de qualidade, devem ser exigidos, no mínimo, os seguintes documentos
da obra:
• Relatório de Solda: conforme Anexo C da NTS 325 (Eletrofusão) e/ou Anexo C
da NTS 060 (Termofusão);
• Relatório de Inspeção de Furo Direcional: conforme Anexo A;
• Relatório do Ensaio de Estanqueidade: conforme Anexo E da NTS 190;
• Relatório de Inspeção dos Materiais a serem utilizados.

6. CADASTRO TÉCNICO E AS-BUILT


Os Documentos de Cadastro Técnico devem obedecer a norma NTS 292.

7. BIBLIOGRAFIA
NAJAFI, Mohammad. Trenchless Technology Piping: Installation and Inspection. Water
Environment Federation. Alexandria, Virginia p. 455. 2010.

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NTS 324: 2019 Norma Técnica SABESP

ANEXO A – RELATÓRIO DE INSPEÇÃO DE FURO DIRECIONAL


Empresa contratada: __________________________________________________
Obra: ___________________________________________________________
Endereço: ___________________________________________________________
Data da execução: _____/____/_____
Descrição do trecho: ____________________________________________________
DE: _______ Material: ____________ PN/SDR: ___________________
Estaca inicial: __________ Estaca final: _________ Total: _________ (m)

Marca/modelo da máquina perfuratriz: __________________/_________________


Força de puxamento: ______ (lbf) Comprimento da haste: _______ (m)
Nº de série do localizador: _________ Nº de série do transmissor: _________
Marca do fluido: _________________ Viscosidade do fluido: __________ (Pa.s)
Diâmetro do alargador final: ________ (pol) Carga do fuse link: _________ (lbf)

Haste Pitch Prof ( m ) Haste Pitch Prof ( m ) Haste Pitch Prof ( m )

1 11 21

2 12 22

3 13 23

4 14 24

5 15 25

6 16 26

7 17 27

8 18 28

9 19 29

10 20 30

Observações:
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

___________________________________ ________________________________
Navegador Ajudante

___________________________________ ________________________________
Engenheiro responsável Sabesp

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ANEXO B – MODELO DE CHECKLIST PARA EXECUÇÃO DE FURO DI-


RECIONAL

Atividades Respostas Observações


As licenças e autorizações estão
( ) Sim / ( ) Não
vigentes e na obra?
O plano de comunicação para a
população afetada pela obra foi ( ) Sim / ( ) Não
realizado?
Foram realizados levantamentos
em campo para a verificação de ( ) Sim / ( ) Não
interferências?
Existe APR (Análise preliminar de
( ) Sim / ( ) Não
risco) na frente de trabalho?
Plano de furo está na obra? ( ) Sim / ( ) Não
Foi feita a sinalização do tráfego? ( ) Sim / ( ) Não
Foi realizada a abertura das valas
( ) Sim / ( ) Não
de entrada e saída?
Foi realizada a abertura da(s) va-
( ) Sim / ( ) Não
la(s) de testemunho(s)?
Foi realizada a abertura da(s) va-
( ) Sim / ( ) Não
la(s) intermediária?
Máquina ancorada e aterramento
( ) Sim / ( ) Não
instalado?
Executado teste no sistema de
( ) Sim / ( ) Não
segurança da perfuratriz?
Equipamentos, máquinas e ferra-
mentas estão adequados às ativi- ( ) Sim / ( ) Não
dades?
Sistema de comunicação operan-
( ) Sim / ( ) Não
te?
Calibrado o transmissor para exe-
( ) Sim / ( ) Não
cutar o furo piloto?
Há dispositivos para drenagem e
( ) Sim / ( ) Não
retirada da lama de perfuração?
Foi utilizado fluido de perfuração
( ) Sim / ( ) Não
biodegradável e atóxico?
Foi utilizado o dispositivo limitador
( ) Sim / ( ) Não
da força de puxamento (fuse link)?
Foram utilizados roletes no puxa-
( ) Sim / ( ) Não
mento?

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NTS 324: 2019 Norma Técnica SABESP

A força de puxamento utilizada


ultrapassou a carga máxima de ( ) Sim / ( ) Não
puxamento da tubulação?
Foi verificado o estado da extremi-
( ) Sim / ( ) Não
dade do tubo após o puxamento?
Foi realizado o tamponamento
adequado por meio de CAP me- ( ) Sim / ( ) Não
cânico ou expansor?
Foi executada a limpeza e remo-
( ) Sim / ( ) Não
ção de resíduos ao final?
Foi feita a liberação do tráfego? ( ) Sim / ( ) Não

Observações:
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

___________________________________ ________________________________
Profissional responsável Sabesp

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NTS 324: 2019 Norma Técnica SABESP

Instalação de redes de distribuição, adutoras e linhas de esgo-


to em polietileno por meio de Método Não Destrutivo do tipo
Perfuração Horizontal Direcional (HDD)

Considerações finais:

1) Esta norma técnica, como qualquer outra, é um documento dinâmico, podendo ser
alterada ou ampliada sempre que for necessário. Sugestões e comentários devem
ser enviados ao Departamento de Acervo e Normalização Técnica da Sabesp
(nts@sabesp.com.br).

2) Tomaram parte na elaboração desta Norma:

UNIDADE DE
DIRETORIA NOME
TRABALHO
MPI Ney Nobuo Otsuki
M MPO Natan Pugliesi Lazari
MSER Levi Bacarin
REP Maria Silvia S Verhnjak
R
RES Luiz Ricardo Negri
TXN Alisson Gomes de Moraes
TXA Allan Saddi Arnesen
TEC Felipe Gregório S. Freire
TXA Marco Aurélio Lima Barbosa
T
TOE Pedro Jorge Chama Neto
TXA Ricardo Gonçalves
TXA Samuel Soares Muniz
TOR Simone S.P. Previatelli

Nov/2019
NTS 324: 2019 Norma Técnica SABESP

Sabesp – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo


Diretoria de Tecnologia, Empreendimentos e Meio Ambiente – T
Superintendência de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação e Novos
Negócios – TX
Departamento de Acervo e Normalização Técnica – TXA

Rua Costa Carvalho, 300 – CEP 05429-900 – Pinheiros


São Paulo – SP – Brasil
Telefone: (0xx11) 3388-9541
E-MAIL: nts@sabesp.com.br

- Palavras-chave: método não destrutivo; HDD; redes.

- 23 páginas.

Nov/2019

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