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A SEMANA SELVAGEM DO FÓRUM

O BÁRBARO
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fórum conan,
o bárbaro

índice e editorial
editorial
Saiba, ó leitores indomáveis, que chegamos no número 37 de
índice nossa revista do Fórum e de saída apresentamos mais uma foto de
bastidores do filme do cimério de 1982. Não esqueçam também de
cinema acompanhar nosso blog e agora o nosso canal do youtube, com ví-
04 - Mais Bastidores deos de opiniões e de debates de nossos fiéis guerreiros. Aliás, a capa
desta edição é uma ilustração de um conto de Conan que está em
quadrinhos
06 - A Espada Era a Lei nosso blog para ser baixado, tendo tal ilustração a “batuta” de Do-
20 - Adaptação 2011 mênico Gay, apresentado também no interior desta edição.
Temos alguns textos bastante densos aqui. Chamamos a
literatura atenção para o texto de Fábio Ochoa, intitulado de “A Espada era a
38 - Um Viva à Howard Lei”, versando sobre os bastidores da publicação de Conan na Mar-
40 - Robert E. Howard vel, nos anos 1970 em diante, mais um texto em homenagem a Ro-
Parte #10 bert Howard, visto que essa semana completou 84 anos de sua
Games morte, mais outra parte da minibiografia escrita por Marco A. Col-
44 - The Tower of the lares sobre a vida do escritor e outro texto, agora do parceiro, Car-
Elephant - Game los Tessandro, dessa vez sobre sua leitura e impressões de Savage
Tales número 1.
Confraria
Ativa
Apresentamos na presente edição alguns trechos de uma
52 - Itamar Nunes HQ sobre o tão criticado filme de 2011, a produção de um boardga-
54 - Aquela Referência me individual sobre a narrativa, “A Torre do Elefante”, de Howard,
56 - The Savage além de “The Conan Companion”, uma espécie de guia completo de
Tales #01 (1971) todos os contos, pastiches e romances originais escritos nos EUA e
no Reino Unido sobre Conan, algo que pode ser adquirido pela
Artes e
Artistas Amazon.
62 - Domenico Gay Em termos de artistas e ilustradores, apresentamos uma arte
64 - Kaare Andrews dinâmica de um membro de nosso grupo, Itamar Nunes, além da já
66 - Loopy Dave mencionada arte de nossa capa, fora nomes como Loopy Dave e sua
68 - Jeffrey Everett arte caricata de bárbaros e personagens de fantasia, Jeffrey Everett e
70 - Steve Kurth sua arte apologética a personagens do cinema e literatura, Steve
72 - Carlos Ramber Kurth, que esboça um verdadeiro cartaz para o filme clássico de
Miscelânea
1982 e Carlos Ramber, que fez um painel caricato ao estilo anima-
78 - Action Figure ção Cartoon Network para Conan e os personagens que apareceram
80 - Conan Companion no cinema.
84 - Nascido no Texas Espero que todos gostem e não deixem de acessar nosso blog
com nossas novidades e textos e não esqueçam de se inscrever no ca-
nal, onde sempre teremos opiniões em vídeos e bates papos sobre
Conan, Howard e seus demais personagens fantásticos. Saudações
Guerreiros e Guerreiras!!
Equipe Fórum Conan, O Bárbaro.

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fórum conan, o bárbaro

Mais bastidores
CINEMA

O espanhol Alban Yves de Vestel está


divulgando aos poucos novas fotos de basti-
dores do filme Conan, o Bárbaro de 1982,
como esta aqui. O pai dele foi o responsá-
vel pelas serpentes do filme. Vamos publi-
cando, na medida em que forem sendo
divulgadas por ele!

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fórum conan, o bárbaro

A Espada era a lei


Por Fábio Ochôa
QUADRINHOS

Saiba ó príncipe, que entre os anos em


que Nixon teve que abdicar de seu império
e o mundo quase sucumbiu ante a guerra
atômica, houve uma era inimiginada, reple-
ta de magazines em preto e branco dispos-
tos em bancas, sem obedecer a nenhum
código de ética dos quadrinhos, eram revis-
tas selvagens e barulhentas, mas cujas ven-
das humilhavam os pobres e pudicos
super-heróis postados a seus pés.
Nessa era, as bancas tinham um Rei, e o
nome dele era Savage Sword of Conan.
As crônicas desse mesmo rei, sábio

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príncipe, geraram ondas que mudaram muitas
coisas, e que inspiraram filmes escritos por, entre
outros – quem diria - Oliver Stone, filmes que
lançaram para fama um halterofilista de nome im-
pronunciável.
Esta é a crônica que trata da origem desse rei-
nado.
Saiba ó príncipe, que no limiar dessa era os
quadrinhos quase foram aniquilados por uma
conveniente manobra política. Para garantir a
própria sobrevivência tiveram que se curvar a pe-
sadas censuras, assim como é infelizmente comum
marcar o inimigo – para sua fácil identificação –
cada revista tinha que ir
em banca com um selo
estampado. O nome desse
selo, príncipe, era Co-
mics Code.
Entenda, nobre sobe-
rano, tecnicamente, no
país em questão (Estados
Unidos da América, ima-
gino que vossa majestade já tenha ouvido falar)
não existia censura, mas ao mesmo tempo, a au-
sência do selo fazia com que os donos de bancas
se recusassem a vender as revistas.
Insidiosos são os caminhos do poder, como o
senhor bem sabe, majestade.
Mas, como sempre acontece, príncipe, existia
uma brecha na legislação e todos sabemos como
os homens são pródigos em manipular o sistema:
tecnicamente comic books (por definição, as co-
nhecidas revistas em quadrinhos daquele distante
país) eram determinados por um formato de pági-
na rigidamente definido: 17x26 centímetros colo-
ridos. Logo, se as páginas fossem maiores e preto
e brancas seria um magazine, não um comic book.
E enquanto magazine não teria que capitular
ante a pesada censura, nem estampar o pesado có-
digo moral lhe imposto.
Essa mudança, príncipe, começou em uma
editora pequena, mas que conseguiu seu espaço no
mercado, a Warren Publishing. A editora ressus-
citou um formato que havia justamente causado a
tal censura: as revistas de horror. Tudo isso atra-
vés de suas duas revistas, Creepy e Eerie. As ven-
das foram consistentes, e como típico dos bons
negociantes, diversos editores viram aí uma opor-
tunidade.
A mensagem era bem clara: havia demanda
para material sem censura.
E foi nesse cenário, ó príncipe, que o bárbaro
surgiu, para, como dissemos, humilhar as bancas
sob seus pés.
A própria Marvel já fazia seus testes nesse fi-
lão duvidoso, milorde, sobre o nome fantasia de
Curtis Magazine, uma maneira de tanto se distan-
ciar de seus principais produtos, como também
não os comprometer caso a iniciativa desse errado.
Caso, embora eu duvide, não o saibas, prínci-
pe, o bárbaro Conan que ao longo de sua singular
vida foi ladrão em Shadizar - a perdida - mercená-
rio, pirata e por fim, rei da nobre Aquilônia, era
obra de um texano, Robert Howard, publicado de
maneira barata nos anos 30, na antologia Weird
Tales. Eventualmente, o bárbaro sempre voltava
às livrarias mesmo após o suicídio do seu autor,
em compilações igualmente baratas, com capas de
um homem que posteriormente se tornaria outra
lenda por suas ilustrações, Frank Frazetta.
Provavelmente, milorde, foi nessas coletâneas
que o jovem Roy Thomas conheceu os feitos do
bárbaro, mas isso, dado que a história não regis-
tra, apenas posso especular a respeito.
Roy Thomas
Thomas, com o ímpeto que apenas os jovens
têm, era editor-chefe da Marvel e tinha uma ideia
considerada por todos como bastante inviável,
príncipe, trazer pa-
ra os quadrinhos o
bárbaro Conan,
como uma alterna-
tiva ao gênero su-
per-heróis
publicado pela edi-
tora. O problema,
nobre, é que Tho-
mas havia sido traí-
do, na prática jogado aos lobos. Por um lado era
incentivado por seu antigo mentor e editor-chefe
Stan Lee a ser ousado, inovador, moderno, a rein-
ventar as regras, por outro, cada vez que uma des-
sas mesmas ousadias e reinvenções desagradava a
diretoria da empresa, Lee o deixava sozinho e di-
zia que “era tudo coisa de Thomas, nós mal esta-
mos nos falando”. Os homens são criaturas de
índole terrível e pouco aprazível, como bem sa-
bes, milorde.
Para completar o cenário, sábio príncipe, todo
o staff não respeitava Thomas, ele era o mais no-
vo ali dentro, e os veteranos simplesmente faziam
tudo à sua maneira, confrontando diretamente
suas ordens. Foi em meados dos anos 70 que o jo-
vem rapaz resolveu deixar tudo isso para trás e
simplesmente voltar a escrever quadrinhos, ativi-
dade de remuneração menor, mas consideravel-
mente menos incômoda.
Era hora de se concentrar em seu plano de re-
viver o bárbaro Conan nos quadrinhos.
Na hora de avaliar a viabilidade do projeto,
príncipe, a diretoria impôs algumas condições, a
principal: dado o risco, não poderia ser um proje-
to caro. Assim sendo, embora o o ilustrador dos
sonhos de Thomas fosse John Buscema ele teve
que se contentar com um jovem inglês recém-
emigrado chamado Barry Windsor-Smith, que na
época vivia em condições tão precárias que tinha
que desenhar sentado em bancos de praça. Como
o senhor deve imaginar, um jovem em tal situação
decididamente não tinha a opção de cobrar caro
por seus serviços, logo, era o candidato ideal para
dar vida ao cimério.
A revista Conan the Barbarian fez bastante
sucesso, príncipe, sendo colecionada ao longo dos
anos até mesmo por outro regente, Barack Oba-
ma. Sucesso a ponto de gerar um spin-off, maior,
preto e branco e longe das ávidas garras da censu-
ra. Primeiro, como um teste, o cimério apareceu
nesse formato na antologia Savage Tales ao longo
de cinco edições, depois na famosa Savage Sword
of Conan onde ficaria pelos 21 anos seguinte.
E foi nessa fase, meu lorde, que se juntaram a
Thomas o tão sonhado John Buscema, escudado
pelos filipinos Tony de Zuniga, Ernie Chan e
principalmente Alfredo Alcala para pavimentar o
seu caminho com tinta e humilhar os demais qua-
drinhos que ousaram compartilhar as bancas com
ele.
John Buscema
Ninguém retratou essa era, milorde, como Gi-
ovanni Natale Buscema, ou, John Buscema, como
ele veio a ficar conhecido. Buscema, ó nobre, era
um fã de Harold Foster e Norman Rockwell, foi
chamado – sem injustiça
– de Michelângelo dos
quadrinhos, sua constru-
ção anatômica, seu clas-
sicismo eram impecáveis.
Trabalhava bastante no
mercado de propaganda e
sua atitude quanto aos
quadrinhos era de pouco
caso: para ele eram ape-
nas um meio de ganhar um dinheiro rápido.
Óbvio que isso não o impediu de ser umas das
estrelas da Marvel, dada a extrema qualidade do
seu trabalho. Conhecia quase nada dos colegas de
profissão, uma vez na sala do editor olhou umas
páginas que julgou ser de um iniciante e listou to-
dos os erros dela. O tal “iniciante” era a outra len-
da dos quadrinhos Neal Adams. Era ex-boxeador
e disse uma vez que se pudesse voltar no tempo,
seria açougueiro. Porque todo mundo tem que
comer carne.
Com tal pragmatismo, não é de se surpreen-
der que o personagem com o qual mais se identi-
ficara – e que sempre seria associado – era Conan,
o bárbaro cimério.
Alfredo Alcala
Dentre os artistas que auxiliaram Buscema nas
artes nesta fase inicial, senhor, Alfredo Alcala com
sua velocidade e detalhismo sobre-humano foi o
de maior destaque.
Alcala era uma estrela máxima dos quadrinhos
no seu país, chegando a tal grau de popularidade
que teve uma revista com seu nome, milorde, Al-
cala Komix Magazine, em 1963.
Naqueles ciclos irônicos que apenas a vida for-
nece, caro príncipe, um dos lançamentos de suces-
so de Alcala no país era Voltar – o Bárbaro, nos
anos 60. Um trabalho completamente inspirado
nas capas das coletâneas de contos de Conan, fei-
tas por Frank Frazetta. Isso muito antes da Espa-
da Selvagem sequer sonhar em se tornar uma
realidade.
Sua vida tampouco foi ausente de aventuras.
Em seus anos de formação
a capital Manila estava to-
mada pelos japoneses. Al-
cala pedalava quilômetros e
desenhava para resistência
detalhados mapas com a
localização das bases.
Após as Filipinas terem
sido desocupadas, os qua-
drinhos foram imensamen-
te incentivados pelo
governo, como forma de
alfabetizar e capacitar de maneira rápida uma po-
pulação iletrada. A demanda era grande, em um
ritmo de publicação semanal. Alcala era capaz de
desenhar cerca de 40 páginas por semana, em seu
conhecido estilo. Alcala tinha um traço detalha-
díssimo, milorde, quase inumano, ainda mais
frente à velocidade que produzia. Era um Albret-
ch Duher que resolveu ganhar a vida fazendo his-
tórias em quadrinhos. Atribuía essa capacidade
quase paranormal à habilidade de passar até 96
horas acordado.
Sua obsessão com a velocidade de produção
era tal que para parar de perder tempo passando a
pena de nanquin no frasco, ele criou e acoplou um
complexo sistema de motor que ligava através de
um cabo, sua pena diretamente aos frascos, sem-
pre bombeando nanquim.
Seu ex-pupilo, Tony de Zuniga foi o primeiro
filipino a trabalhar para o mercado de quadrinhos,
sua velocidade de produção, qualidade e baixo
custo não passaram despercebidos. Sabendo o que
era a gratidão, ele indicou seu velho mestre para a
DC Comics.
O staff resolveu visitar Alcala.
Questionaram quantas páginas ele era capaz de
fazer. Ele disse 40.
Achando que ele não tinha entendido bem a
pergunta, (sendo que um artista norteamericano
capaz de produzir 10 páginas por semana já era
considerado extremamente veloz), perguntaram
de novo: isso em um mês? Tem certeza?
- Não, não. 40 por semana.
Ainda desconfiados, mostraram a ele páginas
de Joe Kubert e Carmine Infantino.
- Olha, tem certeza? Queremos algo nesse es-
tilo, acha que dá?
Alcala olhou e se desculpou, não, não, ele ti-
nha entendido errado, esqueçam as 40. Páginas
naquele estilo ele era capaz de fazer 80 por sema-
na.
- Extraído das Crônicas Nemédias.
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adaptacão 2011
QUADRINHOS

O filme Conan, O Bárbaro, lançado em


2011 e estrelado por Jason Momoa, foi um
total fracasso nas bilheterias, desagradou a
maioria dos fãs do personagem e foi super
mal avaliado nas críticas mundiais. Então,
quando você acha que nada é tão ruim que
possa piorar, você se depara com o quadri-
nho baseado no filme e pensa... é pode pio-
rar sim. rsrsrs
O quadrinho retrata aquele mesmo
projeto de história apresentada no filme,
mas, para não ser tudo idêntico, eles muda-
ram a perspectiva.Toda a historia é narrada

20
sob a visão de Khalar Zym e Conan é um mero
coadjuvante. Aparentemente a historia foi proje-
tada para ser uma espécie de complemento do fil-
me explicando passagens não mostradas e
revelando novos detalhes da trama, mas, não se
engane, é tudo tão raso e até pior do que o filme.
Nem como muleta este quadrinho serve. Infeliz-
mente.
O roteiro é de Stuart Moore e os desenhos de
Gabriel Guzman. Segue as primeiras páginas do
quadrinho (pratica-
mente sem partici-
pação de Conan,
claro).
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Um Viva àHoward
Hoje, 11 de junho, completam-se 84
anos da morte de Robert Ervin Howard, o
LITERATURA

criador de Conan. Gosta de fantasia? RPG


desse gênero? Gosta de relatos de guerreiros
e guerreiras enfrentando dragões, feiticei-
ros, magos e sacerdotes malignos? Gosta de
relatos de fantasia com elementos do mun-
do real? Narrativas com batalhas incríveis e
heroÍsmos incríveis em meio a situações
quase impossíveis? Gosta do universo da
fantasia nas comics, no cinema? Bem, mui-
to disso tem eco na obra de Robert
Howard, criador de muitos personagens e
narrativas de ficção histórica, contos de bo-
xeadores, detetives, velho oeste, capa Espa-
da, ficção científica e Espada e Feitiçaria.

38
Infelizmente, no dia 11 de junho de 1936, com
apenas 30 anos de idade, ele se matou, logo após
sua mãe entrar em coma. Sofria de depressão e na-
quela época não se tratava como hoje. Alguns o
julgam por isso com seus preconceitos, outros o
desconstroem como pessoa e até escritor por fal-
sas inferências sobre sua personalidade, por conta
de biografias de má fé, tal como a sem critério,
Dark Valley Destiny, de Lyon Sprague de Camp.
Howard fez muito em pouco tempo. Foi depreci-
ado em vida por ser considerado baixa literatura
(algo preconceituoso pacas) e as vezes é difamado
na morte. Corrigir isso se faz necessário. UM VI-
VA A ROBERT
E. HOWARD!
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Robert e. Howard
Parte#10
por Marco Antônio Collares
LITERATURA

Chegamos, por fim, a décima parte da


minibiografia de Robert Howard, criador
de Conan e de tantos personagens fantásti-
cos. Aqui focamos os anos de 1927 a 1930,
com alguns fatos da breve vida do escritor
texano, mencionando aspectos de sua auto-
biografia e de sua relação com os animais,
com os amigos e com a morte, ainda antes
do suicídio que findaria sua vida e carreira.
Para isso, usamos as informações extraídas
da excelente obra, “Cuando Cantan las Es-
padas: la fantasia heroica de Robert E.
Howard”, de Javier Martin Lalanda. O es-
tudioso menciona que no ano de 1927,
40
Howard e seus amigos, Truett Vinson e Harold
Preece se reuniram em um hotel na cidade de
Austin a outros escritores de modo a criar o clu-
be literário chamado de “The Junto” e uma revis-
ta correspondente, que aglutinou poemas, relatos
e artigos dos mesmos, mantendo-se Howard na
respectiva revista até março de 1930.
No ano seguinte ao da criação do clube e da
revista, Howard decidiu escrever sua novela pre-
tensamente “realista”, “Post Oaks and Sand
Roughs”, nome em referência ao terreno do Texas
e arredores do sudoeste do país. A respectiva no-
vela foi recusada pelo editorial Dodd, Mead and
Co, mas Howard afinou sua escrita com essa obra,
relatando aspectos de sua vida entre 1924 e 1928,
mesmo com mudanças nos nomes de lugares e de
personagens reais.
Na obra, Howard usa o pseudônimo de Steve
Costigan, nome que usaria em seu famoso perso-
nagem marinheiro boxeador mais adiante, em
alusão a ele mesmo. Além disso, a pequena cidade
de Cross Plains virou Lost Plains na obra, em alu-
são a “perdida” e diminuta população da cidade
onde vivia, assim como nomes de amigos foram
mudados e até títulos de contos já escritos pelo te-
xano, como o caso de “The Shadow Kingdon”, do
rei Kull.
O fato é que se trata de um texto longo de cin-
quenta e quatro mil palavras que desvela muito da
psique de Howard e de sua visão de mundo, bem
como sobre sua cidade, sua população, seus ami-
gos, ele mesmo e, claro, do Texas de modo geral.
Além disso, o amor a poesia é referendado ali, al-
go que foi se fortalecendo entre os anos de 1928 e
1929, quando o texano escreveu o fragmento,
“Ambition by Moonligth”, versando sobre as am-
bições dele mesmo e dos amigos, Clyde Smith e
Truett Vinson, o primeiro, mais preocupado em
viajar e conhecer lugares distantes, da mesma for-
ma que Howard, e Vinson, mais idealista e preo-
cupado em ajudar e a reformar o mundo.
No ano de 1929, a morte do cão “Patches”, de
Howard, com sua pelagem branca e pintas negras
foi marcante para o escritor. O animal estava ago-
nizando e Howard decidiu se dirigir a Brownwo-
od para não ver seus momentos finais, o que de-
monstra o quanto ele não se adaptava nada bem a
morte de entes queridos, sentindo isso de forma
muito intensa, o que talvez explique sua decisão
de se matar quando a mãe entrou em coma, sete
anos mais tarde.
Em uma carta publicada por Glenn Lord nos
anos 1970, Howard se refere a dor que sentiu ao
saber da agonia e posterior morte de seu cão de
estimação e suas palavras fecham aqui essa breve
parte da minibiografia para nossa revista. Veja-
mos:
Há algo particularmente comovente no fato de
ver um animal que sofre; um enorme desespero, ja-
mais atenuado pela fé
ou pela razão, que, em
certa maneira é mais
espantosa e trágica de
contemplar que se o
enfermo fosse um ser
humano.
fórum conan, o bárbaro

The tower of the


elephant ­ game
Então, depois de quase um ano anunci-
ado, o jogo de tabuleiro "The Tower of the
Elephant" enfim vai se tornar realidade. Ja
gameS

havíamos publicado aqui na página algumas


artes conceituais, arte de caixa entre outras
coisas, porém, pouco se sabia sobre o ga-
me... até agora.
A primeira surpresa é que, assim como
Conan vive esta aventura sozinho no con-
to, o jogo está projetado para ser jogado
SOLO. Isto mesmo. É um jogo de tabulei-
ro para você jogar sozinho. Algo bastante
ousado dentro deste mercado, uma vez que
jogos de tabuleiros são, na maioria das ve-

44
zes, um evento social (mas... existem outros games
que fazem isto... só não é muito comum). Existe
a possibilidade de ser jogado a dois... um contro-
lando Conan e outro controlando o mago Yara.
Outro ponto interessante é que o jogo usará
um sistema de caixas para montar a própria torre
em um formato 3D. Algo que realmente deve
abrilhantar a mesa e chamar muita atenção. Con-
tará também com miniaturas, fichas, dados, stands
etc... aparentemente contará com um sistema de
evolução de personagem, mas, ainda não temos
muita clareza sobre como isto irá funcionar.
O kickstater deste game está previsto para a
próxima semana... mas ainda não tem data especí-
fica. Ficaremos
de olho.
fórum conan, o bárbaro
Confraria ativA

Itamar Nunes
Uma arte cheia de dinamismo e movi-
mento criado pelo artista e membro de
nosso grupo Itamar Nunes (perfil Itamar
Nunes Arts). Itamar tem vários desenhos de
Conan e outros personagens no perfil. To-
dos muito bem realizados. Acho que vale
uma conferida no perfil dele no facebook:
www.facebook.com/itamarnunes.nunes.1

52
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Confraria ativA

aquela
referência
por Denis Xavier
Na capa da Esc 67 da Editora ABRIL
Joe jusko usou como referência justamente
o maior rival do Arnold em concursos de
mister Olympia lou ferigno, aí vc vê a
criatividade do Mestre, só faltou saber a
modelo né, mas ficou uma obra-prima.

54
fórum conan, o bárbaro
Confraria ativA

The Savage
tale #01 (1971)
por Carlos Tessandro
Finalmente arrumei um tempinho para
ler meu exemplar da Savage Tales vol. 1 nú-
mero 1 (maio de 1971), uma das mais valio-
sas edições da minha coleção!
Histórias curtas, porém todas excepcio-
nais. Diálogos convincentes, drama e sen-
sualidade na medida certa, sem apelação.
Depois de ler, fica só uma sensação de que
o papel das bad girls ao longo da edição foi
algo repetitivo... Mas isso não chega a estra-

56
gar o prazer da leitura.
Quantos aos dese-
nhos... Não se faz mais
revistas com artes co-
mo as dessa edição... Só
feras: Barry Smith,
John Romita, Gray
Morrow, Gene Colan
e... John Buscema!
Olha só que mix:
1) "The Frost Gi-
ant's Daughter" (A Filha do Gigante de Gelo),
por Roy Thomas e Barry Smith. Não tem muito
o que falar, a maioria já conhece essa bela adapta-
ção do conto de Conan escrito por Robert E.
Howard. O destaque vai para a arte. Nessa edição
dá pra ver todos os meios-tons e retículas que o
Barry Smith empregou. Nada a ver com aquela
reprodução vergonhosa da Coleção Espada Selva-
gem de Conan da Panini/Salvat. A título de com-
paração, anexei algumas imagens escaneadas das
duas publicações.
2) "The Fury of the Femizons" (A Fúria das
Femizonas), por Stan Lee e John Romita. Uma
HQ sobre uma sociedade no futuro da Terra go-
vernada por mulheres. Drama, selvageria e mu-
lheres bonitas, e um pouco de crítica social e
política. Essa HQ chegou a ser publicada na ex-
tinta Espada Selvagem de Conan da Editora Abril.
3) "Man-Thing" (Homem-Coisa), por Roy
Thomas, Gerry Conway e Gray Morrow. A ori-
gem e primeira aparição do "Monstro do Pânta-
no" da Marvel, que na verdade é uma criação
anterior ao monstro da DC. Arte linda do Gray
Morrow.
4) "Black Brother" (Irmão Negro), por Denny
O'Neil (usando o pseudônimo "Sergius
O'Shaughnessy") e arte de Gene Colan e Tom
Palmer. Um conto sobre preconceito racial, ex-
ploração e ambição, passado em uma fictícia na-
ção africana. Uma história séria, que deve ter
incomodado muita gente há 50 anos atrás (e hoje
também, por que não?).
5) "The Night of the Looter" (A Noite do Sa-
queador), por Stan Lee e John Buscema! Uma his-
tória de Ka-Zar, o Senhor da Selva, com algumas
pitadas de selvageria, drama e sensualidade.
O único destaque negativo vai para a capa.
John Buscema é o maior desenhista de quadrinhos
de todos os tempos, na minha opinião, mas nessa
capa ele não foi feliz. Pinceladas grosseiras e im-
precisas, anatomia questionável... Deve ter sido
feita às pressas. Um detalhe não muito importan-
te, nessa edição que é simplesmente espetacular!
fórum conan, o bárbaro

Domenico gay
ARTES E ARTISTAS

Nessa arte, o ilustrador de HQs e de li-


vros de RPG (Migthy Blade), Domênico
Gay esboça a cena do conto, O Prisioneiro
Audaz, escrito por Marco Antonio Colla-
res e publicado no blog, conanobarba-
ro.com. A cena mostra a entrada triunfal
dos mercenários que capturaram Conan,
sendo eles liderados pelo aquilônio Mar-
cius, ladeado pelo kushita-hiboriano, Ra-
xorianus, pelo shemita Harlan e pela bela
guerreira brituniana, Alexia. Conan, despi-
do de sua armadura e vestido com um loin-
clot espreita a multidão da capital do oeste
de Shem, Askalon. Mesmo amarrado, ele é
a figura mais imponente da cena e o conto
marca a luta brutal que precede a sua liber-
tação.

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ARTES E ARTISTAS

kaare Andrews
Capa alternativa de Future Quest Pre-
sents #9 da DC comics lançada em 2017.
Arte de Kaare Andrews. Essa dica veio de
Jener Gomes no grupo 3 velhos nerds.
Zandor usando uma espada... não me
lembro disto nos desenhos... mas adorei a
arte.

64
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ARTES E ARTISTAS

loopy dave
Bar Barbarian Beer! Arte de Loopy Da-
ve, aqui revisitando sua própria ilustração
original em preto e branco (publicamos ela
dias atrás), desta vez em cores e com mais
alguns, digamos, "colegas". Todos são caras
conhecidas entre nós!
Vale lembrar que a ilustração original,
em preto e branco, foi doada para ser leilo-
ada em favor das lojas de quadrinhos da
Austrália.

66
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ARTES E ARTISTAS

Jeffrey Everett
Lords of Swords por Jeffrey Everett. A
homenagem reúne os maiores espadachins
que apareceram no cinema entre os anos 80-
87 (Ta certo que Colwyn usava mais do que
espadas, mas... tudo bem). Eu reconheço
todos ai presentes... E vocês?
Este é o tipo de post que definitivamen-
te entrega a nossa idade.

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ARTES E ARTISTAS

Steve Kurth
Esta arte já passou por aqui algumas ve-
zes... mas... acreditamos muito que vale re-
visita-la... Arte de Steve Kurth em
homenagem ao filme de 82. Poderia facil-
mente ser um poster oficial do filme.
E ai? Já chamou sua namorada para re-
ver este romântico filme?

70
fórum conan, o bárbaro
ARTES E ARTISTAS

Carlos Ramber
ConanMovieVerse? O ilustrador Carlos
Ramber, que ilustra comics e também tra-
balha com storyboards para o Cartoon
Network (por isso também o traço carica-
to), imaginou uma espécie de "Universo ci-
nematográfico do Conan", com alguns
personagens do filme da Red Sonja junto. E
ficou um painel sensacional!

72
miscelânea fórum conan, o bárbaro

action figure
Já saiu, nos EUA, o action figure de Co-
nan o Bárbaro, baseado no cimério dese-
nhado por Barry Windsor-Smith, da
Super7. Vem com um conjunto de armas,
mãos e cabeças intercambiáveis. Pena que...
é em dólar!

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fórum conan, o bárbaro

Conan companion
Lançado em abril deste ano, "THE
miscelânea

CONAN COMPANION: A Publishing


History and Collector's Guide" é um guia
sobre todos os contos e romances originais
ou pastiches lançados nos EUA e no Reino
Unido. São 107 páginas contendo resenhas
das obras, imagens raras e uma galeria com-
pleta de todas as capas. O livro pode ser
comprado na amazon no valor de 14,58 dó-
lares (valor sem frete). A capa é uma espé-
cie de mosaico feito com as capas das obras
de Conan lançadas lá fora. A obra é uma
publicação independente criado por Ri-
chard Toogood e outros contribuidores.

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miscelânea fórum conan, o bárbaro

Nascido no texas
Temos certeza de que a era Hiboriana
NASCEU no Texas! Não encontramos o
autor.

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