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TÉCNICAS DE LEITURA PARA LEDORES


(OS LEITORES DEFICIENTES VISUAIS)

Cristiano Marins Moreira


(UERJ, UniverCidade)

INTRODUÇÃO

A leitura é, incontestavelmente, um dos mais fortes instrumentos utilizados no processo de formação humana.

Ainda nos primórdios da humanidade, quando o homem adquiriu a capacidade de interpretar e/ou ler as figuras e códigos grafados nas rochas
e paredes das cavernas, ele deu, inocentemente, o que seria o primeiro passo em direção a um mundo profundamente rico em informações
escritas de onde provém grande parte do seu saber.

Quando ingressamos na escola, nosso principal objetivo é aprender a ler e a escrever. Meta esta, logo que atingida, nos oferece a oportunidade
de obtermos uma infinidade de conhecimentos, através das várias manifestações e expressões humanas.

Sendo assim, este trabalho tem, por sua vez, o objetivo de mostrar como as pessoas que possuem algum tipo de deficiência visual – as quais
não podem ler grande parte do acervo escrito de nossa sociedade – fazem para transpor as dificuldades, a fim de serem incluídas com muito
orgulho no fantástico mundo da leitura, graças à ajuda importantíssima de uma pessoa chamada de "ledor".

Além disso, este trabalho intenciona apresentar as principais técnicas utilizadas por estes ledores e como os mesmos podem ser úteis na
colaboração em leituras e gravações que podem ser aproveitadas individual ou coletivamente; sem perder de vista o propósito de atrair mais
pessoas para junto daqueles que já realizam este gesto de humanidade.

A exposição aqui apresentada será organizada da seguinte forma:

I. Introdução.

II. O deficiente visual e a leitura

III. O que é ledor?

IV. Técnicas de leitura

V. Técnicas de gravação

VI. Audiotecas

VII. Conclusão

VIII. Bibliografia

Vejamos, agora, detalhadamente cada um dos itens citados acima.

O DEFICIENTE VISUAL E A LEITURA

Ler sem ver as letras no papel pode parecer difícil ou impossível; contudo, não é bem assim.

A cada dia, os deficientes visuais têm provado que a leitura é uma de suas práticas mais freqüentes. Ora estudando regularmente, ora
buscando informações e divertimentos extracurriculares.

Mais e mais, sobe o índice de portadores de deficiência visual que consegue ocupar um lugar na sociedade estudando e trabalhando.
Atualmente, temos o conhecimento de deficientes que ocupam cargos de professor, advogado, locutor, escritor, jornalista, pedagogo etc.

É quase impossível, pensarmos que uma pessoa conseguiria ocupar uma função de professor, por exemplo, sem ter consigo o hábito da leitura.
Dessa forma, você já pensou como um professor cego faria para realizar suas leituras e preparar suas aulas?

Existem três maneiras que tornam viável a leitura a um individuo com dificuldades visuais consideráveis, tais como: o Sistema Braille; o uso do
computador; e o auxílio do ledor.

Talvez, dos três recursos citados, o mais conhecido seja o Sistema Braille de Leitura e Escrita para cegos. Este, possibilita ao deficiente a ler
com os dedos, identificando os códigos contidos no papel como números, letras, palavras, frases e textos. Outra forma de leitura se dá através
da ajuda da informática. Atualmente, existem programas de computador com a capacidade de tornar a máquina falante, fazendo com que leia
todas as informações visíveis na tela para o seu operador. Fato este que permite ao deficiente ler livros eletrônicos, consultar a Internet e
redigir suas tarefas escolares, por exemplo.

Dos softwares mais conhecidos, podemos citar:

a) O DOSVOX – um programa nacional, criado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

b) Virtual Vision – programa que funciona como um leitor de tela para o ambiente Windows.

Alem desses, há, ainda, outro recurso de leitura que ocorre através do auxílio de um ledor, ou seja, uma pessoa que se dispõe a ler para aquele
que se encontra impossibilitado de realizar tal prática.

Dos recursos brevemente apresentados acima, o que mais nos interessa é o último, pois é sobre ele que recai o foco do nosso trabalho. Sendo
assim, prossigamos para ver quem são os ledores, o que eles fazem e como fazem.

O QUE É LEDOR

De forma sintética, podemos dizer que ledor é aquela pessoa que se dispõe a realizar leituras para aqueles que não podem ler.

Segundo os dicionários, o ledor é aquele que lê ou que tem o hábito de ler. Por isso, esta palavra "ledor" é sinônima de "leitor".

Normalmente, encontramos os ledores nos locais freqüentados por cegos, tais como: escolas especiais, institutos de reabilitação e audiotecas.

Das características necessárias aos ledores, afirmamos ser essenciais o amor ao próximo, paciência, e responsabilidade.

O amor ao próximo é fundamental para que haja uma parceria ouvinte/ledor bem sucedida. Principalmente, se este laço se reveste de um
caráter voluntário.

Outra característica importante deve ser a paciência. Muitas vezes, pode acontecer de o ledor estar lendo algo para alguém e este estar
mentalmente afastado daquela situação. Algo consideravelmente normal. Quantas vezes, você estava presente na sala de aula, porém sua
mente estava passeando pelos corredores do colégio? Ou, ainda, quantas vezes não se encontrou disperso durante uma leitura, realizando,
desse modo, uma ação profundamente mecânica?

A responsabilidade, por sua vez, deve constituir-se como regente desta parceria. O ouvinte e o ledor precisam ser responsáveis em seus tratos.
Mesmo sendo um trabalho voluntário, o ledor, tão pouco o ouvinte, não deve marcar os encontros regulares e não aparecer sem avisar
previamente. Muito menos, deve o ledor se comprometer a realizar tarefas das quais não poderá dar conta no tempo necessário.

O ledor não deve se apresentar como um herói dos desenhos animados. Pronto a salvar seu ouvinte de qualquer dificuldade; e nem como um
anjo enviado por Deus e capaz de operar milagres, pois isso pode ocasionar a falta de responsabilidade de seu ouvinte.

Assim, possuindo estas características, o ledor terá grandes condições de auxiliar seu ouvinte em suas atividades regulares de leitura.

As tarefas a serem oferecidas aos ledores são várias. Contudo, as mais procuradas são: leituras, gravações, explicações e ajuda em pesquisas.

Todas estas exigem um preparo do ledor. Sendo que umas são mais simples e outras mais complexas; no entanto, todas são possíveis.

As leituras são mais simples, pois não pedem um preparo mais detalhado. A única necessidade é que se saiba ler, utilizando as técnicas que
serão apresentadas mais à frente neste trabalho. É realizada quando o ouvinte, por exemplo, deseja saber as notícias de um jornal.

As gravações exigem um pouco mais de cuidado. Normalmente, as pessoas que precisam de algum material gravado são estudantes que
buscam gravar seus livros e/ou apostilas para uma eventual consulta posterior. As técnicas que devem ser observadas neste caso se encontram
nas páginas seguintes deste trabalho.

Outra maneira de ajudar o deficiente, dá-se através das explicações escolares. Muitos ledores possuem um conhecimento vasto em disciplinas
curriculares como Português, Matemática, Biologia etc. Assim, eles explicam as matérias escolares a seus ouvintes sacando as dúvidas
existentes em suas cabeças.

Além do que já foi dito, o ledor pode ser aproveitado para desempenhar pesquisas JUNTO com seu ouvinte. Sabe-se que as bibliotecas não
possuem adaptações necessárias para que sejam utilizadas por deficientes visuais; portanto, é nesse instante que se faz trivial a colaboração
de um ledor com aquele que precisa.

Não são apenas estas as necessidades do cego em sua vida estudantil. Outras existem, porém nos referimos a estas por entendermos que são
as mais solicitadas.

Vejamos nos próximos itens, as técnicas utilizadas nos processos de leitura e gravação de materiais escritos.

TÉCNICAS DE LEITURA

A realização de leituras para os portadores de deficiência visual é uma tarefa simples que não exige muito do ledor. O principal requisito é saber
ler, utilizando as técnicas que serão apresentadas nesta seção.

Vejamos quais são:

1. Entoação – A questão da entoação é simples e não apresenta grandes dificuldades.

a) Altura: a voz deve ter uma altura média. Dependendo do ambiente, faz-se necessário elevar ou reduzir o seu tom.

Deve-se evitar lugares barulhentos onde possam existir freqüentes interrupções ou elementos de distração durante a leitura.

b) Ritmo: a velocidade deve ser regular. Devem-se evitar a lentidão e a rapidez durante o processo. Salvo por solicitação do ouvinte.

2. Recursos Gráficos – Tais marcas merecem uma devida atenção por, muitas vezes, assinalarem características necessárias para a
compreensão do texto.

a) Gráficos e fotos: é comum a presença de fotos em jornais e de desenhos em textos literários, os quais podem ser descritos com detalhes
para que o ouvinte possa imaginar a situação o que lhe fará fixar com mais eficiência as informações recebidas.

b) Parênteses: esta marcação deve ser lida da seguinte maneira:

– "Abre parênteses..." e "...fecha parênteses" – quando entre eles estiverem mais de uma palavra.

– "Entre parênteses" – quando dentro deles estiver uma só palavra.

c) Aspas: devem ser lidas como são os parênteses. Contudo pode-se acrescentar um efeito vocal para marcar a mudança de interlocutores,
quando as aspas exercerem esta função.

– "Abre aspas..." e "...fecha aspas" – quando existirem entre elas mais de duas palavras.

– "Entre aspas" – quando entre elas estiver apenas uma palavra.

d) Travessão: pode ser omitido quando trata da mudança de fala entre interlocutores. Contudo, deve ser lido se estiver exercendo outra função
no texto.

e) Rodapé: as notas de rodapé devem ser lidas imediatamente após seu aparecimento. Caso sejam lidas após toda a página, o ouvinte poderá
perder o contexto da nota. A leitura das notas se faz assim:

– "...Nota de rodapé..." – lê-se a nota e depois se diz "...voltando ao texto..." para prosseguir na leitura.

3. Palavras Estrangeiras – As palavras de origem estrangeira devem ser lidas da maneira que for possível ao ledor e, posteriormente,
soletradas. Veja o exemplo abaixo:

Ex.: Meu amigo se chama Washington. -

Lê-se "Meu amigo se chama washington w-a-s-h-i-n-g-t-o-n.".

Observação:

Pontuação: Não é preciso ler os pontos de interrogação e de exclamação, pois estes ficam evidentes diante da entoação diferenciada. Assim
como os pontos referidos as virgulas, pontos finais e acentuação gráfica também não são mencionados. A descrição destas marcações durante
o texto tornaria a leitura chata e muitas vezes incompreensível.

TÉCNICAS DE GRAVAÇÃO

A gravação do material para uso do deficiente visual não se constitui como uma tarefa árdua e inalcançável. Assim como a leitura é simples
também; no entanto, exige-se apenas alguns cuidados necessários para que o trabalho seja válido e fácil de se manusear.

As técnicas utilizadas neste processo são:


1. Entoação – A questão da entoação é simples e não apresenta grandes dificuldades.

a) Local da gravação: esta deve ser a primeira preocupação do ledor. As gravações devem ser realizadas em locais com pouquíssimos ruídos
para que a voz captada seja nítida na fita cassete.

Muitas vezes, os sons externos ao ambiente da gravação tornam a "leitura auditiva" incompreensível. Os sons de automóveis, buzinas, sirenes,
gritarias e gargalhadas sufocam a voz do ledor, fazendo com que esta se perca diante de tanto barulho.

b) Altura: a voz deve ter uma altura média.

Não se deve procurar exagerar na altura da voz, pois o ouvinte poderá fazer isso durante a reprodução da gravação em seu aparelho de som.

Normalmente, os materiais gravados costumam ser maiores que os simplesmente lidos. Portanto, é recomendado que o ledor preserve sua voz
durante a realização da tarefa.

c) Ritmo: a velocidade deve ser regular. Devem-se evitar a lentidão e a rapidez durante o processo, a não ser que o ouvinte a solicite.

2. Recursos Gráficos – Tais marcas merecem uma devida atenção por, muitas vezes, assinalarem características necessárias para a
compreensão do texto.

a) Gráficos e fotos: é comum a presença de fotos em jornais e de desenhos em textos literários, os quais podem ser descritos com detalhes
para que o ouvinte possa imaginar a situação o que lhe fará fixar com mais eficiência as informações recebidas.

Vale ressaltar que, durante a gravação de um gráfico, faz-se necessária uma atenção redobrada de modo a tentar passar todas as informações
contidas no desenho. Isso ocorre porque, muitas vezes, o ledor grava o material longe do seu ouvinte e este escuta suas fitas distante do seu
ledor. Fato este que exclui temporariamente a possibilidade de esclarecer eventuais dúvidas.

b) Parênteses: esta marcação deve ser lida da seguinte maneira.

– "Abre parênteses..." e "...fecha parênteses" – quando entre eles estiverem mais de uma palavra.

– “Entre parênteses" – quando dentro deles estiver uma só palavra.

c) Aspas: devem ser lidas como são os parênteses. Contudo pode-se acrescentar um efeito vocal para marcar a mudança de interlocutores,
quando as aspas exercerem esta função.

– “Abre aspas..." e "...fecha aspas" – quando existirem entre elas mais de duas palavras.

– “Entre aspas" – quando entre elas estiver apenas uma palavra.

d) Travessão: pode ser omitido quando trata da mudança de fala entre interlocutores. Contudo, deve ser lido se estiver exercendo outra função
no texto.

e) Rodapé: as notas de rodapé devem ser lidas imediatamente após seu aparecimento. Caso sejam lidas após toda a página, o ouvinte poderá
perder o contexto da nota. A leitura das notas se faz assim:

– “...Nota de rodapé..." – lê-se a nota e depois se diz "...voltando ao texto..." para prosseguir na leitura.

f) Paginação: durante a gravação de livros e apostilas é importantíssimo que sejam lidos os números das páginas. Normalmente, em textos,
apostilas e livros escolares, a contagem das páginas permite uma citação futura bem segura. Além disso, é possível realizar uma leitura
organizada como fazem os videntes.

3. Palavras Estrangeiras – As palavras de origem estrangeira devem ser lidas da maneira que for possível ao ledor e, posteriormente,
soletradas.

Veja o exemplo abaixo:

Ex.: Meu amigo se chama Washington. -

Lê-se "Meu amigo se chama washington w-a-s-h-i-n-g-t-o-n".

Observação:

Pontuação: Não é preciso ler os pontos de interrogação e de exclamação, pois estes ficam evidentes devido à entoação diferenciada. Assim
como os pontos referidos as virgulas, pontos finais e acentuação gráfica também não são mencionados. A descrição destas marcações durante
o texto tornaria a leitura chata e muitas vezes incompreensível.

Entretanto, dependendo do objetivo da gravação, elas, devem ser lidas. Um exemplo para está ocorrência seria a necessidade de se realizar a
citação de trechos do texto gravado.

4. Identificação – As fitas utilizadas no processo de gravação devem ser identificadas em suas etiquetas adesivas e no início de cada lado da
reprodução.

Inicia-se, então, a gravação da seguinte maneira: "Fita 1, lado A do livro/apostila/texto..."

Finaliza-se o lado A da gravação, dizendo: "Fim do lado A. Continua no lado B."

Finaliza-se o lado B, dizendo: "Fim do lado B. Continua na fita 2."

Encerra-se a gravação, dizendo: "Fim da gravação."

Observação:

Principia-se a gravação de um livro, lendo todos os seus elementos: capa, orelha, contra-capa, prefácio, índice, capítulo, título etc.

AUDIOTECAS

As audiotecas são espaços que mantém um acervo de livros de várias espécies, gravados em fitas cassetes ou cds.

O Estado do Rio de Janeiro deu abrigo a primeira audioteca do Brasil. Criado em 1970, a audioteca Clube da Boa Leitura funciona até hoje
prestando um serviço exemplar a todos os seus associados.

São nestes espaços que os ledores trabalham, gravando livros e mais livros a fim de tornar acessível ao deficiente visual a grande riqueza do
mundo escrito.
Hoje em dia, algumas audiotecas oferecem não só livros de literatura, mas também livros didáticos em todos os níveis de escolaridade,
inclusive o superior.

Qualquer pessoa desejosa de ajudar pode se tornar um ledor voluntário em alguma das audiotecas que serão apresentadas nesta seção.

Ao ingressarem, os ledores recebem todas as orientações de como realizar as gravações, as quais atenderão a necessidade de leitura dos
portadores de deficiência visual.

A vantagem do livro gravado em relação ao livro escrito em Braille é que a quantidade de livros preparados para os cegos é pequena; alguns
deficientes não sabem ler em Braille; e a produção do livro falado é mais rápida que a edição do livro em Braille.

Atualmente, conhecemos as seguintes audiotecas no Estado do Rio de Janeiro:

– Clube da Boa Leitura – 2268-7918

– SPLEB – 2288-9844P

– Audioteca Sal e Luz – 2221-8190

– Instituo Benjamim Constant – 2543-1174

– Biblioteca Pública Euclides da Cunha– 2220-4140

– Biblioteca Pública do Estado do Rio de Janeiro – 2224-6184

– Associação Fluminense de Amparo aos Cegos – 2611-7330

– Pró-criança deficiente visual e infanto-juvenil do Brasil – 2402-7519

– Biblioteca Municipal de Jacarepaguá Cecília Meireles – 3359-6915

– Associação Macaense de Apoio ao Cego – 022xx 2762-8827

– CAP-RJ – 3703*5322a

– Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais – 024xx 3354-7595

CONCLUSÃO

Com base em tudo que foi apresentado neste trabalho, afirmamos que a leitura, instrumento forte na formação e inclusão dos indivíduos em
nossa sociedade, nunca esteve tão próxima dos deficientes visuais como nos últimos anos. Apesar da cegueira não contribuir em nada para o
processo de leitura, os deficientes estão superando seus limites e buscando a sua inserção em uma sociedade cada vez mais globalizada.

Foi com enorme prazer que pudemos apresentar e falar, ainda que brevemente, daqueles que nos ajudam a saciar a sede de conhecimentos
que nós, deficientes visuais, também temos.

A eles, ledores imbuídos de solidariedade, que agradecemos neste instante e reconhecemos ser os olhos que nos conduzem ao saber.

Finalmente, acreditamos, através destas poucas páginas, ter despertado o desejo em você, caro leitor, de ser mais um elo nesta corrente que
envolve com muito carinho a causa dos deficientes visuais.

BIBLIOGRAFIA

LIVRO FALADO – Uma história para ler: AnaLu. Lei Rouanep, 2004. RJ

AUDIOTECA: Manual dos Ledores e Usuários. Organização: Maria da Glória Schaper dos Santos. Rio de Janeiro: PROGRAMA ROMPENDO
BARREIRAS.

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