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Apostila - Do - Curso Terrorismo
Apostila - Do - Curso Terrorismo
Créditos:
Alkimar Sampaio de Souza — Capitão da Polícia Militar do Estado do Ceará.
Bacharel em Segurança Pública, Especialista em Relações Internacionais/UNB. Técnico
Profissional em Explosivos pela Policia Nacional de Colômbia. Curso de Demolições e
Desminado Internacional — Exército Colombiano e Perícia Pós-Explosão pela ATF/EUA.
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Objetivos do Curso
• Módulo 1 — Terrorismo
• Módulo 2 — Medidas de prevenção e resposta ao terrorismo
• Módulo 3 — Histórico das unidades antibombas
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Módulo 1 — Terrorismo
As imagens abaixo mostram os principais atentados com o uso de explosivos no
século XXI, tendo como vítimas grandes potências mundiais.
Apresentação do Módulo
Neste módulo, você estudará sobre os aspectos, fenômenos, forma de atuação e as
medidas de prevenção e resposta ao terrorismo, além das organizações das unidades
antibombas de quatro países: Colômbia, Espanha, Estados Unidos e Israel. Assim, você
poderá estabelecer comparação entre eles e com o Brasil.
Objetivos do Módulo
Ao final do estudo deste módulo, você será capaz de:
• Definir terrorismo, antiterrorismo e contra terrorismo;
• Analisar dados sobre antecedentes históricos do terrorismo;
• Enumerar os tipos de terrorismo;
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• Discutir as principais medidas de combate ao terrorismo tomadas pela União
Europeia;
• Reconhecer as ações do Brasil contra o terrorismo e a necessidade de
aperfeiçoamento dos mecanismos legais;
• Analisar dados referentes à estrutura e organização das organizações antibombas de
quatro países: Colômbia, Espanha, Estados Unidos e Israel;
• Comparar a estrutura e a organização das organizações antibombas entre os quatro
países estudados e com o Brasil.
Estrutura do Módulo
Este módulo é formado por 4 aulas:
• Aula 1 - O que é terrorismo.
• Aula 2 - Dados históricos sobre terrorismo.
• Aula 3 - Objetivos do Terrorismo.
• Aula 4 - Classificação do Terrorismo
Aula 1 — Terrorismo
A seguir, leia as três definições apresentadas e verifique se a sua resposta está alinhada
a elas.
Terrorismo é ...
• Violência premeditada e politicamente motivada, perpetrada contra alvos não
combatentes e praticada por grupos subnacionais ou agentes clandestinos, geralmente
objetivando influenciar uma audiência (Departamento de Estado dos EUA).
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• O calculado uso da violência ou da ameaça de sua utilização para inculcar
medo com a intenção de coagir ou intimidar governos ou sociedades, a fim de conseguir
objetivos, geralmente políticos, religiosos ou ideológicos (Departamento de Defesa dos EUA).
Século XVII
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Século XIX
Entre 1865 e 1905, as balas e bombas dos anarquistas foram responsáveis pela morte
de reis, presidentes, primeiros-ministros, entre outros funcionários governamentais.
Século XX
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• 2001 11 de setembro . A destruição do World Trade Center trouxe para o mundo a
preocupação com os atos terroristas.
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- Purificar a humanidade e confirmar previsões apocalípticas;
Ainda de acordo com Woloszyn (2006), pode-se destacar seu uso como:
- Propaganda e marketing.
Quanto ao território:
De acordo com Woloszyn (2006 apud USA, PATRIOT ACT), o terrorismo pode ser
classificado em:
Para esta classificação serão utilizados quatro tipos apresentados por Melo Neto
(2002). São eles:
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• Ações terroristas típicas: assassinatos, sequestros, explosões de bombas,
matanças indiscriminadas, raptos, e linchamentos, entre outros.
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Módulo 2 — Medidas de prevenção e resposta ao terrorismo
Aula 1 - Definições
Segundo Gen Pinheiro (www.defesanet.com.br), o combate ao terrorismo é conduzido
por duas grandes vertentes: o antiterrorismo e o contraterrorismo.
Prevenir
Tem por objetivo lutar contra a radicalização e o recrutamento para o terrorismo,
identificando os métodos, a propaganda e os instrumentos utilizados.
Proteger
Tem por objetivo reduzir a vulnerabilidade dos alvos a atentados, reduzindo o impacto
deles. Este eixo tem como proposta a realização de uma ação coletiva no âmbito da segurança
fronteiriça, dos transportes e de todas as infraestruturas transfronteiriças.
Perseguir
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respeito aos direitos humanos e ao direito internacional.
Os riscos de atentados terroristas não podem ser anulados, portanto, caberá aos países
ameaçados lidarem com os atentados quando eles ocorrerem.
Muitas vezes as respostas dadas aos ataques terroristas são idênticas as colocadas em
prática em catástrofes tecnológicas ou provocadas pelo homem. Com o objetivo de prevenir, é
importante utilizar plenamente as estruturas existentes e os mecanismos comunitários de
proteção civil.
Cabe destacar que Comitê Interamericano contra o Terrorismo (CICTE) foi criado
em 1999 para ordenar a troca de informações e a discussão de estratégias contra
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terroristas, em obediência à Resolução nO 1373/01 da ONU, que prevê o intercâmbio
de informações operacionais e a cooperação por intermédio de arranjos e acordos
bilaterais e multilaterais. O país foi também um dos primeiros países a assinar em 2002, a
Resolução 1840 — Convenção Interamericana Contra o Terrorismo — aprovada pela
assembleia-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), que visa a prevenir,
combater e erradicar atividades terroristas.
• Comando da Aeronáutic—
a Ciaer;
• Organismos estaduais;
• Defesa Civil;
• Polícia Militar;
• Polícia Civil.
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Módulo 3 — Histórico das unidades antibombas
As unidades antibombas existem para prevenir e combater ações terroristas e
criminosas que usam bombas e explosivos. A necessidade de especialização de pessoal,
conhecimento técnico e uso de equipamentos especiais motivou o surgimento e manutenção
desses setores especializados nas corporações policiais e militares, uma vez que as unidades
convencionais não teriam condições de responder a esses incidentes com a mesma eficiência.
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de uso militar.
2.1. Colômbia
A Polícia Nacional dispõe de unidades de comandos e operações especiais e
contraguerrilha, mas é através da Direção de Investigação Criminal (DIJIN) que são
centralizadas as operações antibombas, mais precisamente na área de criminalística (Seção de
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Investigação Preliminar).
Cada grupo de explosivos é formado por no mínimo três equipes e cada equipe por
três operadores, sendo:
• Um auxiliar técnico: policial graduado que tem como missão auxiliar o técnico,
preparar o equipamento e fazer sua manutenção;
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estudos e experiências sobre técnicas de detecção, remoção, neutralização e desativação de
artefatos explosivos com agentes “QBRN” —bomba suja.
2.2. Espanha
A Espanha começou a especializar seus policiais em desativação de artefatos
explosivos no ano de 1974, e, em 16 de junho de 1979, foi criado o primeiro departamento
policial dedicado exclusivamente a essa atividade, o Departamento Central de Desativação de
Explosivos (DECEDEX) da Guarda Civil, que posteriormente passou a se chamar Servicio de
Desactivación de Explosivos (SEDEX) — Serviço de Desativação de Explosivos. Sediado em
Valdemoro, na Cidade de Madri, o órgão tem como missões:
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do Ministério de Indústria e Energia;
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• A formação dos técnicos BYL e TEDAX é realizada na Escuela de Desactivación de
Explosivos — Escola de Desativação de Explosivos da Guarda Civil — e tem duração de nove
meses. O currículo básico do curso é composto pelas matérias: eletricidade e eletrõnica
aplicada aos explosivos, explosivos e artifícios, artefatos explosivos, materiais e
equipamentos, técnicas de busca e localização, atuações com explosivos, informes técnicos,
procedimentos de desativação em artefatos improvisados e munições, técnicas operacionais,
educação física, técnicas de relaxamento e autocontrole, pericia pós-explosão e DQBRN
(defesa química, bacteriológica, radiológica e nuclear).
• O curso é realizado em duas fases. A primeira fase dura três meses e forma o BYL.
Os policiais que concluírem a primeira fase e adquirem a qualificação exigida pela escola,
passam para a segunda fase, que dura mais seis meses, e forma o aluno como TEDAX -
DQBRN (técnico em desativação de artefatos explosivos e agentes químicos, bacteriológicos,
radiológicos e nucleares).
• A Espanha conta ainda com uma unidade de explosivos na Polícia Nacional, uma
outra instituição policial.
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Aula 3 - Estudo comparado sobre a organização antibombas: Estados Unidos e Israel
Existem duas especializações na área de operações com bombas nos Estados Unidos:
• Técnico — atua em todas as operações com bombas até o momento em que a bomba
ou explosivo está identificado e desativado;
• Investigador — atua a partir do ponto em que, tendo havido a explosão ou estando de
posse da bomba ou explosivo desativado e seguro, vai realizar a perícia e investigação da
origem do materia, apoiando os procedimentos de apuração criminal.
Não há uma obrigação ou regulamentação para a estruturação da unidade antibombas.
Cada corporação policial estrutura-a e tem liberdade para organizá-la conforme suas
necessidades. Um exemplo de como pode ser essa estruturação é sugerida pelo Departamento
de Estado Norte-Americano:
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• Supervisor: é o subcomandante da unidade, atua diretamente junto às equipes.
• O Bomb Data Center (BDC) — Centro de Dados sobre Bombas, criado em 1970, hoje
está subordinado à Divisão de Laboratórios do FBI, com sede em Washington, DC. O BDC
coleta e centraliza todas as informações sobre incidentes envolvendo explosivos e bombas,
mantendo contatos com todos os esquadrões de bombas das polícias locais, das unidades
militares e de outros órgãos federais. Seus trabalhos estatísticos, científicos, de pesquisa e de
inteligência nessa área específica fazem do BDC um centro disseminador de doutrina.
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investigadores de bombas. As ERT são sediadas nas divisões regionais do FBI, que atuam na
investigação e perícia em incidentes de gravidade e em apoio às policias locais.
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Um exemplo de esquadrão antibombas americano
Cada SETEC é integrado por diversos peritos criminais que possuem, em sua
formação policial, acadêmico como perito, uma disciplina de Bombas e Explosivos, com
carga horária em torno de 40 h/a, que os habilitam nos trabalhos dessa área. Essa
formação é complementada pelo “curso de atualização em bombas e explosivos” (CABE)
do próprio órgão assim como outros cursos realizados fora do país.
BYL TEDAX
BOMB
BOMB TECHNICIAN INVESTIGATOR
POLICIA
POLICIA MILITAR CIVIL
POLICIA FEDERAL
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Crimes hediondos (tóxico, terrorismo e tortura). 2. ed.
São Paulo: Saraiva, 2002.
MELO NETO, Francisco Paulo de. Marketing do terror. São Paulo: Contexto, 2002.