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TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DO PORTO ESTE – NÚCLEO DE

AMARANTE – INSTÂNCIA CENTRAL – SECÇÃO COMÉRCIO

EX.MO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO

NATÁLIA MANUELA RIBEIRO FERREIRA, divorciada, contribuinte n.º


192 575 570, residente na Rua do Outeiro Alto, n.º 143, freguesia de Cepelos, 4600-
222, em Amarante,

vem requerer e apresentar a sua

INSOLVÊNCIA

nos termos e com os seguintes fundamentos:


A requerente é uma pessoa singular que exerce a profissão de Assistente Operacional
junto do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, E.P.E.


Pelas razões que se passarão a explicar, a requerente mostra-se hoje generalizadamente
incapaz de pagar as suas dívidas, as quais ultrapassam os 380.000,00€.

Com efeito, a requerente possui, entre outros, os débitos que se passam a identificar:
a) um débito junto do Banco Internacional de Crédito, S.A., com sede na
Avenida Fontes Pereira de Melo, n.º 27, em Lisboa, no valor de 253.500 €,
conforme certidões prediais que se juntam, onde constam os registos das
respetivas hipotecas (doc. n.º 1 e 2);
b) um débito junto do Banco Espírito Santo, S.A., com sede na Avenida da
Liberdade n.º 195, em Lisboa, no valor de 60.419,10 €, conforme certidão
predial junta, onde consta o registo da respetiva penhora (cfr. doc. n.º 2);
c) um débito junto do Banco Espírito Santo, S.A., com sede na Avenida da
Liberdade n.º 195, em Lisboa, no valor de 68.674,57€, conforme certidão
predial junta, onde consta o registo da respetiva penhora (cfr. doc. n.º 2);


A requerente não possui atualmente os meios financeiros que lhe permitam cumprir as
suas obrigações nos termos em que as mesmas se acham constituídas.


Por isso, todas aquelas dívidas se encontram vencidas e não pagas, sendo manifesto que
a requerente jamais as poderá pagar nas atuais circunstâncias.


Está, pois, a requerente em situação de insolvência, a qual é atual, atento o dispositivo
no artigo 3.º do Código de Insolvência e da Recuperação de Empresa (CIRE).

Com efeito,


A requerente exerce a função de Assistente Operacional junto do Centro Hospitalar do
Tâmega e Sousa, E.P.E.


O ex-marido da requerente exerceu a profissão de empresário na área da construção
civil, atividade que realizou durante alguns anos através de várias sociedades comerciais
das quais foi sócio, designadamente, na sociedade denominada “Joaquim Ribeiro,
Lda.”, com sede na Rua Agostinho Gonçalves Abreu, Edifício Cristal Center, Fração
BZ, Loja B2, freguesia de Telões, em Amarante, na sociedade “Joaquim Ribeiro II
Unipessoal, Lda”, com sede com sede na Avenida 1.º de Maio, 4.º Direito, Fração DH,
freguesia de São Gonçalo, em Amarante, e na sociedade Caslinha – Sociedade de
Construções, Lda.”, com sede no Caminho da Portelinha, freguesia de Gondar, concelho
de Amarante.


No exercício da sua atividade comercial, as identificadas empresas porque não tinham
meios económicos e financeiros, tiveram de recorrer a empréstimos bancários, o que fez
com que a requerente e o seu ex-marido, assumissem, na qualidade de avalistas, todas e
quaisquer responsabilidades decorrentes das obrigações assumidas pelas referidas
sociedades.

10º
As instituições bancárias exigiam que os empréstimos, para além de subscritos pelo ex-
marido da requerente, fossem igualmente subscritos pela requerente, uma vez que, nessa
altura, a requerente também era sócia, muito embora quem efetuava os negócios era o
seu ex-marido.

11º
Entretanto, a identificada sociedade Joaquim Ribeiro, Lda. foi declarada insolvente no
âmbito do Processo Nº 6/14.2TBAMT que correu termos pelo 2º Juízo do Tribunal
Judicial da Comarca de Amarante, tendo, a partir do dia 1 de Setembro de 2014, sido
distribuído para a Secção de Comércio, Instância Central de Amarante, J3.

12º
Em 31 de Outubro de 2013, a empresa “Joaquim Ribeiro II, Unipessoal, Lda.” cessou
funções em sede de IVA. (Doc. Nº 3)
13º
No dia 02 de Maio de 2014, a empresa “Caslinha – Sociedade de Construções, Lda.”,
também encerrou para efeitos de IVA. (Doc. Nº 4)

14º
Acontece, portanto, que as ditas sociedades não tiveram o sucesso esperado e, em
consequência, os credores começaram a reclamar junto da requerente o pagamento dos
montantes que se encontravam por pagar.

15º
Todo este circunstancialismo de dificuldades económico-financeiras do ex-marido da
requerente, promoveu a degradação da sua relação conjugal, o que determinou o
decretamento do divórcio em 03 de Fevereiro de 2011, conforme cópia da acta de
conferência que se junta (doc. n.º 5).

16º
O casal tinha uma filha que, dias após o decretamento do divórcio, completou a
maioridade, e que ficou a residir com a requerente.

17º
Atualmente a filha do ex-casal tem 21 anos de idade, estuda na Universidade do Minho
onde se encontra a fazer o Mestrado integrado no curso de Psicologia.

18º
Acresce que, a requerente, com o intuito de ajudar o ex-marido, é que se assumiu, na
qualidade de avalista, como supra se referiu, todas e quaisquer responsabilidades e
obrigações da aludida sociedade.

19º
Em consequência destas dívidas, a requerente encontra-se com o seu vencimento
penhorado, estando outras penhoras a aguardar, em homenagem ao princípio da
prioridade da efetivação da penhora.

20º
No exercício da sua atividade profissional, a requerente aufere atualmente um salário
ilíquido e variável de cerca de 831,64 €, ao qual é descontada a quantia de 27 € por
conta de IRS, a quantia de 78,72 € para a Segurança Social, a quantia de 2,00 € relativa
à sobretaxa adicional e a quantia de 127,90 € referente à dita penhora de vencimento,
conforme recibo salarial que se junta sob o n.º 6.

21º
Conforme o exposto, uma parte do salário da requerente, no montante de cerca de
127,90 € é mensalmente penhorado.

22º
O que permite que a requerente apenas disponha em média de cerca de 596,02 € ( valor
variável), por mês, para fazer face a todas as despesas regulares e essenciais ao
custeamento das necessidades do seu agregado familiar, composto por si e pela sua
filha.

23º
Com a parte do salário mensal que fica disponível, a requerente faz face a todas as
despesas do agregado familiar, despendendo em média cerca de:

a) 350 € para a alimentação da requerente e da sua filha, ainda estudante;


b) 100 € para vestuário e calçado;
c) 167,25 € para transportes;
d) 85 € para saúde;
e) 100 € para despesas com água, luz e telefone onde a requerente habita;
f) 89,75 € para despesas com propinas e matricula escolar da filha da requerente;
g) 252 € para pagamento de renda, condomínio, água, luz e gás referente à
habitação onde a filha da requerente vive durante a semana (Braga);
h) 113,76 € para despesas com educação.
i) 212 €, por ano, com despesas com o seguro automóvel e imposto de selo.
g) 140 €, por ano, com despesas de manutenção com o automóvel.

Cujos documentos comprovativos serão entregues ao senhor Administrador de


Insolvência nomeado.

24º
A acrescer, a filha da requerente sofre de asma, conforme relatório médico que se
protesta juntar aos autos no prazo de 20 dias.

25º
No tratamento deste seu problema, a filha da requerente toma uma vacina mensalmente,
que custa cerca de 29,67 €, conforme documento que agora se junta (doc. n.º 7).

26º
Atento o que se alegou, o rendimento da requerente disponível mensalmente revela-se
claramente insuficiente para proceder àquelas necessidades essenciais do seu agregado
familiar.

27º
Sendo com a ajuda dos seus familiares e de pessoas amigas que a requerente tem
garantido grande parte das despesas do agregado familiar.

28º
Até porque, a filha da requerente encontra-se a estudar na Universidade do Minho, na
cidade de Braga, o que acarreta um acréscimo de despesas para a requerente.

29º
Atento o que se alegou, resulta que, do ordenado da requerente nada lhe sobra para
cumprir as suas obrigações decorrentes do passivo que acumulou.

30º
Sucede que, o ex-marido da requerente faleceu, de forma inesperada, no dia 02 de
Outubro de 2013, conforme certidão de óbito que se junta (doc. n.º 8).

31º
Tendo deixado como única e universal herdeira a filha do casal, Tânia Cristina Ribeiro
Ferreira, solteira, maior.

32º
Este facto veio agravar ainda mais a situação económica da requerente e precipitá-la
para a situação de insolvência em que claramente se encontra, pois deixou de poder
contar com a ajuda deste para fazer face às dívidas existentes.

33º
Foi, portanto, após o óbito do seu ex-marido que a requerente se apercebeu que se
encontrava numa situação de manifesta insolvência.

34º
Pois, terá de ser ela a assumir a totalidade das dívidas existentes, já que da herança
aberta por óbito do seu ex-marido apenas faz parte ½ dos seguintes prédios e que se
situam na freguesia de Gondar, concelho de Amarante:
a) prédio rústico denominado “Quinta da Portelinha”, composto por cultura, videiras,
oliveira, pastagem, pinhal e mato, inclui cortes, eira e lagar, sito no lugar da Portelinha,
inscrito na matriz sob o artigo 892º e descrito na Conservatória do Registo Predial de
Amarante sob o n.º 74/19850723, conforme doc. n.º 2 e certidão matricial que se junta
sob o Nº 9, e se dão por integralmente reproduzidos para os devidos e legais efeitos;
b) prédio rústico denominado “Bouça de S. João”, composto por pinhal, sito no lugar de
S. João, inscrito na matriz sob o artigo 1082º e descrito na Conservatória do Registo
Predial de Amarante sob o n.º 77/19850723, conforme docs. n.ºs 10 e 11, que se juntam
e se dão por integralmente reproduzidos para os devidos e legais efeitos;
c) prédio rústico denominado “Bouça de S. João”, composto por pinhal, sito no lugar de
S. João, inscrito na matriz sob o artigo 1086º e descrito na Conservatória do Registo
Predial de Amarante sob o n.º 76/19850723, conforme docs. n.ºs 12 e 13, que se juntam
e se dão por integralmente reproduzidos para os devidos e legais efeitos;
d) prédio rústico denominado “Bouça”, composto por olival, pinhal e carvalhos, sito no
lugar de Soutinho, inscrito na matriz sob o artigo 1124º e descrito na Conservatória do
Registo Predial de Amarante sob o n.º 79/19850723, conforme docs. n.ºs 14 e 15, que se
juntam e se dão por integralmente reproduzidos para os devidos e legais efeitos;
e) prédio rústico denominado “Bouça da Silveira”, composto por pinhal, sito no lugar de
Pelva, inscrito na matriz sob o artigo 1141º e descrito na Conservatória do Registo
Predial de Amarante sob o n.º 78/19850723, conforme docs. n.ºs 16 e 17, que se juntam
e se dão por integralmente reproduzidos para os devidos e legais efeitos;
f) fração autónoma designada pela letra A, destinada a habitação, do tipo T3, composta
por hall e entrada, cozinha, sala, duas casas de banho, três quartos, alpendre voltado a
Poente e Sul e uma varanda voltada a Nascente, o nível do rés-do-chão, cave para
garagem e arrumos, bem como logradouro, sita no Caminho da Portelinha, inscrita na
matriz sob o artigo 1255º e descrita na Conservatória do Registo Predial de Amarante
sob o n.º 1520/20100315-A, conforme doc. n.º 1, que supra se juntou e doc. Nº 18 que
agora se junta e se dá por integralmente reproduzido para os devidos e legais efeitos.

35º
Faz também parte da herança, as quotas nas sociedades que se passam a indicar:
a) uma quota na sociedade “Joaquim Ribeiro II, Unipessoal, Lda.”, NIPC 510.664.245,
no valor nominal de 35.000,00 €;
b) duas quotas na sociedade “Joaquim Ribeiro, Lda.”, NIPC 503.401.234, no valor
nominal de 49.879.79 €, cada uma. Num total de 99.759,58 € (que já se encontra
insolvente);
c) ½ de duas quotas na sociedade “Caslinha Sociedade de Construções, Lda.”, NIPC
507.046.757, cujo valor transmitido ascende a uma quota no valor 50,00 € e outra no
valor de 1.250,00 €.
36º
Não possuindo quaisquer outros bens que possam responder por todas estas dívidas.

37º
Sendo que o bem identificado na alínea a), do artigo 34º desta peça, como resulta da
análise da certidão predial que supra se juntou, se encontram totalmente onerado com
penhoras e hipotecas, designadamente as que se passam a identificar:
a) Hipoteca a favor do Banco Internacional de Crédito, S.A, para garantia de
150.000,00 €;
b) Hipoteca a favor do Banco Internacional de Crédito, S.A, para garantia de
30.500,00 €;
c) Hipoteca a favor do Banco Internacional de Crédito, S.A, para garantia de
73.000,00 €;
d) Penhora a favor do Banco Espirito Santo, S.A., para garantia da quantia de
60.419,10 €;
e) Penhora a favor do Banco Espirito Santo, S.A., para garantia da quantia de
68.674,57 €;

38º
Bem como o bem identificado na alínea f), do artigo 34º da presente peça:
a) Hipoteca a favor do Banco Internacional de Crédito, S.A, para garantia de
150.000,00 €;
b) Hipoteca a favor do Banco Internacional de Crédito, S.A, para garantia de
30.500,00 €;
c) Hipoteca a favor do Banco Internacional de Crédito, S.A, para garantia de
73.000,00 €;
d) Penhora a favor da Fazenda Nacional no valor de 1.317,72 €;

39º
Em consequência dessa situação, a filha da requerente requereu a declaração de
insolvência da herança jacente, que se encontra a correr termos por este Tribunal, na
secção do Comércio, J1, sob o Nº 308/14.8T8AMT.

40º
Por outro lado, a requerente é proprietária de ½ de todos os prédios identificados no
artigo 34º desta petição, bem como de ½ das duas quotas enunciadas na alínea c), do
artigo 35º, de igual valor enunciado.

41º
Que conforme supra se referiu também se encontram onerados com as mesmas
hipotecas e penhoras supra identificadas.

42º
Acresce que, a requerente é ainda proprietária de um veículo automóvel com a matrícula
51-12-VX, de marca Toyota e modelo Yaris, conforme se pode verificar através da
fotocópia do documento único automóvel que se junta como documento n.º 19.

43º
Veículo esse que se encontra onerado com duas penhoras, sendo uma a favor da
empresa Castro & Filhos, S.A., no valor de 13.109,03 € e outra a favor da Fazenda
Nacional, no valor de 1.786,40 €. Protesta juntar documento comprovativo no prazo de
5 dias.

44º
A requerente não possui quaisquer outros bens, tendo como único rendimento o salário
por si auferido mensalmente como assistente operacional.

45º
Face ao não pagamento pontual das dívidas supra identificadas por parte da requerente e
do falecido Joaquim Jesus Ribeiro, os seus credores avançaram com execuções,
designadamente, o Banco Espírito Santo, S.A. e a Caixa Geral de Depósitos, S.A.
46º
O rendimento auferido pela requerente proporciona-lhe uma vida mediana, pois há
muito que a requerente se encontra desprovida de quaisquer regalias sociais supérfluas
ou de luxo.

47º
Com efeito, a situação familiar e económico-financeira da requerente e do seu agregado
familiar ancorou-os no limiar da pobreza.

Posto isto:

Da Exoneração do Passivo Restante:

48º
A requerente é uma pessoa singular, pelo que pode gozar da exoneração dos créditos da
insolvência que não forem integralmente pagos no processo de insolvência e a operar
nos cinco anos posteriores ao encerramento deste, nos termos do artigo 235.º do CIRE.

49º
Dão-se aqui por reproduzidos e para todos os efeitos legais o alegado nos anteriores
artigos 7º a 47º da presente peça processual.

50º
Desta forma, a requerente pretende que lhe seja concedido o benefício da exoneração do
passivo restante e que não venha a ser integralmente pago no processo de insolvência e
a operar nos cinco anos posteriores ao encerramento deste processo, nos termos dos
artigos 235.º, 236.º, 237.º alínea b) e 239.º do CIRE.

51º
De forma a que a mesma possa assegurar uma educação e um futuro minimamente
digno à sua filha que, de outra forma, face ao supra exposto, está seriamente
comprometido.

52º
A requerente declara expressamente que preenche os requisitos para que lhe seja
atribuída a faculdade de exoneração do passivo restante e dispõe-se a observar todas as
condições que lhe vieram a ser impostas, como decorre do artigo 236.º, n.º 3 do CIRE.

53º
Disponibilizando-se, desde já, a ceder o seu rendimento disponível aos seus credores
durante os cinco anos subsequentes ao encerramento deste processo e a cumprir as
obrigações legais e fixadas judicialmente, entregando ao Administrador/fiduciário o que
deve ser entregue para cumprimento do decidido.

Do Administrador da Insolvência e Fiduciário:

Propõe para desempenhar o cargo de administrador de insolvência, atento o


disposto no artigo 32º, 52º e 240º do CIRE, o qual foi previamente contactado e
declarou aceitar a nomeação, o Ex.mo senhor Doutor António Bonifácio, Jurista, com
escritório no Edificio Ordem, IV, r/c, 4ºC, Apartado 47, 4630 Marco de Canaveses, o
qual se encontra inscrito na lista oficial de administradores de insolvência, sendo que a
larga experiência por aquele detida na área das insolvências pode melhor contribuir para
um optimizado desempenho nas ditas funções.

Nestes termos e nos melhores de direito, deve ser declarada a


insolvência da requerente, a qual é atual.
Mais requer, atento o supra-alegado, e ao abrigo do disposto nos
artigos 235.º, 236.º, 237.º, alínea b) e 239.º do CIRE, que lhe seja
concedido o benefício de exoneração do passivo restante.

Requer ainda, atento o supra-alegado, e ao abrigo do disposto no


artigo 239.º, n.º 2 e 3, alínea b), do CIRE lhe seja concedido um
rendimento disponível nunca inferior a 750 €.

Deve ainda o Tribunal atender à indicação feita para a nomeação


do Administrador e fiduciário.

Para prova do alegado, arrola as seguintes TESTEMUNHAS:

1. Isabel Maria Reis Fonseca, solteira, maior, residente na Rua do Outeiro Alto, Nº 136,
freguesia de Cepelos, 4600-121 Amarante;

2. Paulo Sérgio Pinheiro Cerqueira, casado, residente na Rua de Rascões, Nº 16,


freguesia de Cepelos, 4600-068 Amarante.

Requer-se a V. Exa. que as testemunhas ora indicadas sejam notificadas pelo


Tribunal para comparência, nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 507º do C.P.C..

Nos termos do n.º 2 do artigo 23.º e dos n.º 1 e 2 do artigo 24.º do CIRE,
junta:

− Certidão da Conservatória do Registo Civil (Documento nº 6);


− Relação por ordem alfabética de todos os credores, com indicação dos
respetivos domicílios, dos montantes dos seus créditos, natureza e garantias
de que beneficiam;
− Relação e identificação de todas as ações e execuções que contra si estejam
pendentes;
− Relação dos bens de que é titular
- Declaração de aceitação pelo Administrador

Declara:

− Que não junta o relatório da atividade da requerente e das razões da sua atual
situação, pois já a alegou na presente peça processual;
− Que não junta a relação dos bens em regime de arrendamento, aluguer ou
locação financeira e venda com reserva de que é titular, pois não os tem.
− Que não junta duplicados de petição, uma vez que pretende usar da
prerrogativa do artigo 26.º, n.º1 do CIRE.

Mais Declara:

a) Que os seus maiores credores são:


1- Banco Internacional de Crédito, S.A., com sede na Avenida Fontes
Pereira de Melo, n.º 27, em Lisboa, cujo crédito ascende ao valor 253.500,00
€;
2- Banco Espírito Santo, S.A., com sede na Avenida da Liberdade n.º 195,
em Lisboa, cujo crédito ascende ao valor de 129.093,67 €.
3- Caixa Geral de Depósitos, S.A., com sede com sede na Avenida João
XXI, Nº 63, 1000-300 Lisboa, cujo crédito ascende a cerca de 38.546,11
€.

A Requerente desconhece, neste momento, a existência de outros credores,


comprometendo-se, desde já, a vir a indicá-los caso tenha conhecimento deles.
b) Que nunca forneceu, por escrito, nos três anos anteriores à data do início da
insolvência, informações falsas ou incompletas sobre as suas circunstâncias económicas
com vista à obtenção de crédito ou de subsídio e instituições públicas ou a fim de evitar
pagamentos a instituições dessa natureza, como resulta a contrário do artigo 238.º, n.º1,
alínea c) do CIRE.

c) Que nunca beneficiou da exoneração do passivo restante nos 10 anos anteriores à


data do início do processo de insolvência, como resulta a contrário do artigo 238.º, n.º1,
alínea c) do CIRE.

d) Que não incumpriu o dever de apresentação à insolvência ou, não estando


obrigada a se apresentar, se absteve dessa apresentação nos seis meses subsequentes à
verificação da situação de insolvência, com prejuízo em qualquer dos casos para os
credores, ou não podendo ignorar sem culpa grave, não existir qualquer perspetiva séria
de melhoria da sua situação económica, como resulta a contrario, do artigo 238º, n.º 1,
alínea d) do CIRE.

e) Que não existem no processo elementos que indiciem com toda a probabilidade a
existência de culpa na criação ou agravamento da situação de insolvência nos termos do
artigo 186º do CIRE, como resulta a contrário do artigo 238º, n.º 1, alínea e) do CIRE.

f) Que não foi condenada por sentença transitada em julgado por algum dos crimes
previstos nos artigos 227º a 229º do Código Penal, nos 10 anos anteriores à data da
entrada em juízo do pedido de declaração de insolvência, como resulta a contrário do
artigo 238, n.º 1, alínea f) do CIRE.

g) Que se encontra integralmente disponível e cooperante a tudo quanto o Tribunal


ou o Administrador da Insolvência o solicitem.

Relação de todos os credores


1. Banco Espírito Santo, S.A., com sede na Avenida da Liberdade n.º 195, em
Lisboa, no valor de 68.674,57 €, crédito garantido por penhora sobre o imóvel
identificado na alínea a) do artigo 34º desta peça, bem como por penhora sobre o
vencimento.
2. Banco Espírito Santo, S.A., com sede na Avenida da Liberdade n.º 195, em
Lisboa, no valor de 60.419,10 €, crédito garantido por penhora sobre o imóvel
identificado na alínea a) do artigo 34º desta peça.
3. Banco Internacional de Crédito, S.A., com sede na Avenida Fontes Pereira de
Melo, n.º 27, em Lisboa, no valor 253.500,00 €, crédito garantido por hipotecas
sobre os imóveis identificados nas alíneas a) e f) do artigo 34º da presente peça;
4. Caixa Geral de Depósitos, S.A., com sede na Avenida João XXI, Nº 63, 1000-
300 Lisboa, no valor de 38.546,11 €, crédito garantido por penhora de
vencimento da requerente.

Relação e identificação de todas as ações e execuções

1- Execução comum n.º 1913/11.0TBAMT, que corre termos pelo Tribunal da Comarca
do Porto Este – Lousada – Instância Central – Secção de Execução – J1, em que o
exequente é o Banco Espírito Santo, S.A., e o valor da execução é de 68.674,57 €;
2- Execução comum n.º 1914/11.8TBAMT, que corre termos pelo Tribunal da Comarca
do Porto Este – Lousada – Instância Central – Secção de Execução – J2, em que o
exequente é o Banco Espírito Santo, S.A., e o valor da execução é de 60.419,10€.
3- Execução comum nº 1641/07.0TBAMT, que corre termos pelo Tribunal da Comarca
do Porto Este –Lousada – Instância Central – Secção de Execução – J1, em que o
exequente é a Caixa Geral de Depósitos, S.A. e o valor da execução é de 38.546,11 €.

Requer:

Que o valor a que se refere o artigo 239º, n.º 3, alínea b), i), ii) e iii) do CIRE
seja igual a 750 €.
VALOR: 30.000,01€ (Trinta mil euros e um cêntimo).

JUNTA: 20 documentos e procuração forense.

Esta peça processual é enviada através do programa CITIUS, protestando pela junção
aos autos dos documentos, dentro do prazo legal, em virtude dos mesmos excederem a
capacidade deste programa.

A Advogada,

Susana Paula Ferreira.

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