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Registro: 2021.0000478566
ACÓRDÃO
Apelação nº 1006930-70.2020.8.26.0566
Comarca: São Carlos
Apelante/Apelada: Ivanilde Martins de Angelis
Apelado/Apelante: Associação Nacional dos Aposentados e
Pensionistas da Previdência Social
Anapps
alegados na inicial.
No caso, deve-se presumir como verdadeiro o
fato de a autora não ter se associado à ré, até mesmo porque, com
a contestação, não foi apresentado qualquer contrato celebrado
entre as partes.
Na verdade, a ré apenas juntou o contrato em
sede recursal (ps. 143/148), o que não pode ser admitido, por não
se tratar de documento novo e também por não ter havido
justificativa da parte pela juntada intempestiva do documento em
questão (art. 435 do CPC/2015).
Assim sendo, diante da revelia e da não
comprovação de associação da autora, mantém-se a sentença
quanto à declaração de inexigibilidade de débitos.
Com o reconhecimento da inexistência de causa
aos descontos efetivados no benefício previdenciário, a contrário do
que constou na sentença, a devolução de valores deveria ocorrer
em dobro, nos termos do artigo 42, § 1º do Código de Defesa do
Consumidor.
Essa matéria foi objeto de exame pelo Superior
Tribunal de Justiça, em julgamento pela sistemática dos casos
repetitivos, no Tema 929, em 21/10/2020. Mesmo ainda não tendo
sido publicado o acórdão e fixada a tese de modo definitivo, seu
teor já consta de outro julgado daquela C. Corte:
(...) “a questão encontrava-se em julgamento na Corte Especial do
Superior Tribunal de Justiça, nos seguintes processos: EAREsp nº
664.888/RS, EAREsp nº 676.608, EAREsp nº 600.663/RS, EAREsp
nº 622.897 e EREsp nº 1.413.542/RS. No entanto, a despeito de
todo o esforço argumentativo da parte embargante, a
questão encontra-se prejudicada. A Corte Especial do STJ, ao
analisar o EAREsp nº 676.608/RS, em 21/10/2020, relator o
Ministro Og Fernandes, por maioria de votos, firmou
entendimento no sentido de que a restituição em dobro do
indébito, prevista no parágrafo único do art. 42 do CDC,
independe da natureza do elemento volitivo do fornecedor
que cobrou o valor indevidamente, mostrando-se cabível
quando a cobrança indevida consubstanciar conduta
contrária à boa-fé objetiva.” (STJ, 3ª Turma, EDcl no AgInt
no AREsp nº 1.565.599/MA, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas
Cueva, j. 08/02/2021 sem destaque no original).
Posição nesse sentido vem sendo afirmada
também por esta 3ª Câmara de Direito Privado:
“AÇÃO DECLARATÓRIA C.C. INDENIZAÇÃO. Descontos indevidos
em benefício previdenciário. Matéria incontroversa. Documento de
filiação apresentado pela ré, segundo a prova pericial, que
continha assinatura falsa, não emanada pela autora. Dano
material. Devolução dos valores indevidamente exigidos, em