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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA


INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

MATHEUS FERNANDES SILVA

ESTUDO DA ADIÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (RCC) PARA


ESTABILIZAÇÃO GRANULOMÉTRICA DE UM SOLO DA REGIÃO DO VALE DO
ARAGUAIA, PARA FINS DE PAVIMENTAÇÃO

BARRA DO GARÇAS - MT
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS
UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

MATHEUS FERNANDES SILVA

ESTUDO DA ADIÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (RCC) PARA


ESTABILIZAÇÃO GRANULOMÉTRICA DE UM SOLO DA REGIÃO DO VALE DO
ARAGUAIA, PARA FINS DE PAVIMENTAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como parte dos requisitos necessários à obtenção
do título de Bacharel em Engenharia Civil, à
Universidade Federal de Mato Grosso.
Prof. Orientador: Raul Tadeu Lobato Ferreira.

BARRA DO GARÇAS - MT
2019
“Você não pode fazer o trabalho de hoje com os
métodos de ontem se pretende estar no mercado
amanhã.” (Jack Welch)
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à Deus, que me deu o dom da vida e me abençoa
todos os dias com o seu amor infinito.
Gostaria de agradecer minha família. Especialmente, meu pai Roberto
Fernandes da Silva e minha mãe Ueila Freitas Silva, que enfrentaram tantas
dificuldades para que eu pudesse estudar. Aos meus irmãos, Millene Fernandes Silva,
Vitor Gabriel Costa, Stephanie Fernandes Costa e Manuela Fernandes Silva, obrigado
pelo apoio e torcida.
Agradeço a minha namorada Fabiana Gonçalves de Morais, que ao longo
desses meses me deu não só força, mas apoio para vencer essa etapa da vida
acadêmica. Obrigada, meu amor, por suportar as crises de estresse e minha ausência
em diversos momentos.
Só tenho a agradecer aos meus amigos Bruno Ferreira, Cayttano Zarpellon,
Marlon Pizzatto, Iann Rodrigues, Igor Rodrigues e Andiara Luiza. Obrigado pelos
inúmeros conselhos, frases de motivação e puxões de orelha. As risadas, que vocês
compartilharam comigo nessa etapa tão desafiadora da vida acadêmica, também
fizeram toda a diferença.
Agradeço em especial ao meu amigo Vinicius Aranha Vieira, que além de
morarmos juntos, se tornou um irmão partilhando assim de diversas etapas de suma
importância em meu desenvolvimento. Obrigado pelo companheirismo empregue
nesses anos de convivência, te desejo muito sucesso.
Não posso deixar de agradecer em especial o meu orientador, Raul Tadeu
Lobato Ferreira que nunca negou uma ajuda durante o TCC. Sou grato por seu
empenho e dedicação.
Agradeço as empresas VVG – Engenharia e CONTEC – Controle Tecnológico,
parceiras essenciais para o desenvolvimento desta pesquisa. Assim com a seus
funcionários, em especial, a João Vitor C. R. Meirelles pela recepção calorosa e
enorme disposição para com o projeto.
Agradeço à Universidade Federal de Mato Grosso, pois me proporcionou
grandes amigos e incríveis experiências além de me fazer crescer como pessoa e me
viabilizar a formação profissional como Engenheiro Civil. A todos os professores,
técnicos e alunos que de forma direta ou indireta, contribuíram para essa formação,
meu muito obrigado.
RESUMO

SILVA, M. F., Estudo Da Adição De Resíduos Da Construção Civil (RCC) Para


Estabilização Granulométrica De Um Solo Da Região Do Vale Do Araguaia, Para
Fins De Pavimentação. 2019. 67 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil,
Universidade Federal de Mato Grosso, Barra do Garças, 2019.

Devido ao crescimento das atividades rotineiras da Industria da Construção Civil (ICC)


no Brasil nos últimos anos, tem-se o aumento do consumo dos recursos naturais não
renováveis assim como na geração de resíduos, ocasionando problemas associados
a saneamento básico, proliferação de vetores de doenças, e dificuldades no
gerenciamento e deposição dos resíduos. Diante da escassez de materiais com
características adequadas para o uso em camadas de pavimentação em alguns
lugares, diversas pesquisas estão sendo desenvolvidas a fim de avaliar o
desempenho de materiais reciclados incorporados à pavimentação. Os materiais que
apresentam melhor desempenho funcional são os agregados reciclados de concreto
(ARC), que tem em sua composição materiais derivados de concretos, argamassas e
materiais pétreos, apresentando boa homogeneidade. O presente trabalho teve o
intuito de avaliar a estabilização granulométrica de um solo da região do vale do
Araguaia, com o emprego dos ARC e verificação de sua utilização em camadas para
pavimentação. Foram desenvolvidas composições de Solo-ARC em teores de 25, 50
e 75% de material reciclado. Em laboratório realizou-se os ensaios de caracterização
das misturas: análise granulométrica, limites de consistência, compactação e Índice
de Suporte Califórnia (ISC). Diante dos resultados obtidos comprovou-se a eficiência
da estabilização do solo com uso do ARC, resultando em misturas com boa
distribuição granulométrica, baixos valores de expansão e aumento de até 1375% no
valor de ISC do solo natural, o que possibilita a utilização do material em camadas de
reforço de subleito.

Palavras Chaves: Resíduos da Construção Civil, Agregados Reciclados de Concreto,


Índice de Suporte Califórnia, Pavimentação.
ABSTRACT

SILVA, M. F., Study of the Addition of Civil Construction Waste (RCC) for
Stabilization Granulometric of a Soil of the Araguaia Valley Region, for Paving
Purposes. 2019. 67 f. TCC (Undergraduate) - Civil Engineering Course, Federal
University of Mato Grosso, Barra do Garças, 2019.

Due to the increasing of the workaday activities of brazilian Civil Construction Industry
(ICC) in the last years, there was an increase of exploitation of non-renewable energy
resources as well as in the waste generation, bringing about basic sanitation problems,
disease vectors proliferation, and waste management and disposal difficulties. In view
of shortage of paving materials with suitable properties in some regions, a lot of
researches are being developed to evaluate recycled materials behavior for paving
purposes. The materials with the best functional performance are the recycled
concrete aggregates (RCA), which composition is materials based on concretes,
mortars and stone materials, presenting good homogeneity. This research aimed to
evaluate the granulometric stabilization of an Araguaia valley region soil, adding RCA
and verifying its capability for paving purposes. Were developed mixtures of soil-RCA
with contents of 25, 50 and 75% of recycled material. Laboratorial tests were performed
for mixtures characterization: granulometric analysis, consistency limits, compaction
and California Bearing Ratio (CBR). Based on obtained results was verified soil
stabilization efficiency with RCA add, resulting in mixtures with well graded particle-
size distribution, low expansions value and increase of up 1375% of soil CBR value,
which enable the material's use in subgrade reinforcement layers.

Keywords: Construction and Demolition Waste, Recycled Concrete Aggregates,


California Bearing Ratio, Paving.
I

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Classificação dos resíduos sólidos............................................................ 15


Tabela 2 – Classificação dos resíduos sólidos da construção civil segundo NBR –
15.113/2004 .............................................................................................................. 18
Tabela 3 – Classificação granulométrica pela American Association of State Higway
and Transportation Officials (AASHTO) .................................................................... 24
Tabela 4 – Materiais rochosos e sua utilização na construção civil .......................... 25
Tabela 5 - Caracteristicas dos materiais frente aos esforços solicitantes ................ 34
Tabela 6 - Composição das amostras ...................................................................... 36
Tabela 7 - Carcteristicas dos RCC para utilização em camadas de pavimentação .. 40
Tabela 8 - Energias de compactação e suas caracteristicas .................................... 40
Tabela 9 - Classificação das amostras..................................................................... 45
Tabela 10 - Granulometria dos materiais segundo DNIT ......................................... 46
Tabela 11 - Resumo dos ensaios de compactação e expansão .............................. 48
Tabela 12 - Resumo dos ensaios de ISC ................................................................. 48
II

LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 – Coeficiente de não uniformidade .......................................................... 22


Equação 2 - Coeficiente de curvatura ....................................................................... 22
Equação 3 – Índice de grupo..................................................................................... 24
Equação 4 - Teor de umidade ................................................................................... 37
III

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Faixas granulométricas encontradas no solo .......................................... 43


Gráfico 2 - Granulometria do solo ............................................................................. 43
Gráfico 3 - Curvas granulométricas dos materiais..................................................... 44
Gráfico 4 - Adequação a faixas granulométricas preconizadas pelo DNIT .............. 46
Gráfico 5 - Curvas de compactação .......................................................................... 47
Gráfico 6 – Ganho de resistência das amostras em relação ao solo natural ............ 49
Gráfico 7 - Curva de compactação da amostra RS1 ................................................. 57
Gráfico 8 - ISC amostra RS1 ..................................................................................... 57
Gráfico 9 - Penetração ramo seco da amostra RS1 .................................................. 57
Gráfico 10 - Penetração no ramo ótimo da amostra RS1 .......................................... 58
Gráfico 11 – Penetração no ramo úmido da amostra RS1 ........................................ 58
Gráfico 12 - Expansão da amostra RS1 .................................................................... 58
Gráfico 13 - Curva de compactação da amostra RS2 ............................................... 60
Gráfico 14 - ISC da amostra RS2. ............................................................................. 60
Gráfico 15 - Penetração no ramo seco da amostra RS2 ........................................... 60
Gráfico 16 - Penetração no ramo ótimo da amostra RS2 .......................................... 61
Gráfico 17 - Penetração no ramo úmido da amostra RS2 ......................................... 61
Gráfico 18 - Expansão da amostra RS2 .................................................................... 61
Gráfico 19 - Curva de compactação da amostra RS3 ............................................... 63
Gráfico 20 - ISC amostra RS3 ................................................................................... 63
Gráfico 21 - Penetração no ramo seco da amostra RS3 ........................................... 63
Gráfico 22 - Penetração no ramo ótimo da amostra RS3 .......................................... 64
Gráfico 23 - Penetração no ramo úmido da amostra RS3 ......................................... 64
Gráfico 24 - Expansão da amostra RS3 .................................................................... 64
Gráfico 25 - Compactação da amostra RS4 .............................................................. 66
Gráfico 26 - ISC da amostra RS4 .............................................................................. 66
Gráfico 27 - Penetração no ramo seco da amostra RS4 ........................................... 66
Gráfico 28 - Penetração no ramo ótimo da amostra RS4 .......................................... 67
Gráfico 29 - Penetração no ramo úmido da amostra RS4 ......................................... 67
Gráfico 30 - Expansão da amostra RS4 .................................................................... 67
IV

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Curva de destribuição granulométrica....................................................... 23


Figura 2 - Casa da câmara e cadeia, atual museu das bandeiras ........................... 26
Figura 3 - Pavimento rígido ....................................................................................... 30
Figura 4 - Resposta mecânca dos pavimentos rígidos.............................................. 30
Figura 5 - Pavimento flexível ..................................................................................... 31
Figura 6 - Resposta mecânica dos pavimentos flexíveis ........................................... 31
Figura 7 - Local de coleta de solo ............................................................................. 35
Figura 8 – Processo de obtenção dos ARC .............................................................. 36
Figura 9 - Ensaio de sedimentação ........................................................................... 39
Figura 10 - Ensaio de expansão................................................................................ 41
Figura 11 - Ensaio de ISC ......................................................................................... 42
V

LISTA DE ABREVIATURAS

AASHTO – American Association of State Highway and Transportation Official


ABGE – Associação Brasileira de Geologia de Engenharia
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRECON – Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da
Construção Civil e Demolição
ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e
Resíduos Especiais
ARC – Agregados Reciclados de Concreto
CBR – California Bearing Ratio
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
DNER – Departamento Nacional de Estradas de Rodagem
DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
ICC – Indústria da Construção Civil
IG – Índice de Grupo
IP – Índice de Plasticidade
ISC – Índice de Suporte Califórnia
LL – Limite de Liquidez
LP – Limite de Plasticidade
NBR – Norma Brasileira
PIB – Produto Interno Bruto
PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos
RCC – Resíduos da Construção Civil
RCD – Resíduos de Construção e Demolição
RRS – Reutilização de Resíduos Sólidos
VI

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ........................................................................................... I


LISTA DE EQUAÇÕES ....................................................................................... II
LISTA DE GRÁFICOS ......................................................................................... III
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................ IV
LISTA DE ABREVIATURAS................................................................................ V
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 8
2 PROBLEMATIZAÇÃO .................................................................................... 10
3 JUSTIFICATIVA.............................................................................................. 12
4 OBJETIVOS .................................................................................................... 14
4.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................... 14
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................... 14
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 15
5.1 RESÍDUOS SÓLIDOS................................................................................ 15
5.1.1 Legislação ......................................................................................... 16
5.1.2 Resíduos da construção civil .......................................................... 18
5.1.3 Reciclagem de RCC .......................................................................... 19
5.2 SOLO ......................................................................................................... 20
5.2.1 Análise granulométrica .................................................................... Erro!
Indicador não definido.
5.2.1.1 Análise granulométrica................................................................ 22
5.2.1.2 Sistema de classificação de solos da AASHTO .......................... 23
5.2.2 Solo como material para construção civil ...................................... 25
5.2.3 Estabilização de solos ..................................................................... 27
5.3 PAVIMENTAÇÃO ....................................................................................... 29
5.3.1 Pavimentos rígidos........................................................................... 29
5.3.2 Pavimentos flexíveis ........................................................................ 30
5.3.3 Camadas dos pavimentos ............................................................... 32
5.3.4 Capacidade de suporte e materiais para pavimentação ............... 33
6 METODOLOGIA ............................................................................................. 35
6.1 MATERIAIS ................................................................................................ 35
6.1.1 Solo utilizado para pesquisa ........................................................... 35
6.1.2 Processo de obtenção do ARC ....................................................... 35
6.1.3 Especificações das misturas........................................................... 36
6.2 MÉTODOS ................................................................................................. 37
6.2.1 Determinação das amostras ............................................................ 37
6.2.1.1 Preparo das amostras ................................................................. 37
VII

6.2.1.2 Teor de umidade ......................................................................... 37


6.2.1.3 Limites de consistência ............................................................... 38
6.2.2 Análise granulométrica e classificação .......................................... 38
6.2.2.1 Peneiramento.............................................................................. 38
6.2.2.2 Sedimentação ............................................................................. 39
6.2.3 Classificação dos resíduos ............................................................. 40
6.2.4 Ensaio de compactação e ISC ......................................................... 40
7 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .............................. 43
7.1 CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS ..................................................... 43
7.1.1 Solo .................................................................................................... 43
7.1.2 Composições .................................................................................... 44
7.2 ENSAIO DE COMPACTAÇÃO ................................................................... 47
7.3 ENSAIO DE ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA .................................... 48
8 CONCLUSÕES ............................................................................................... 50
9 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ................................................................. 51
ANEXO A – FICHA DE ENSAIO DA AMOSTRA RS1 (6661). ............................ 56
ANEXO B – FICHA DE ENSAIO DA AMOSTRA RS2 (6660). .......................... 59
ANEXO C – FICHA DE ENSAIO DA AMOSTRA RS3 (6616). ............................ 62
ANEXO D – FICHA DE ENSAIO DA AMOSTRA RS4 (6619). ............................ 65
8

1 INTRODUÇÃO

Devido ao crescimento populacional ocasionado pelas diversas revoluções


sociais, a Industria da Construção Civil (ICC) se desponta nas últimas décadas, como
umas das áreas com maior crescimento. Segundo Brasileiro e Matos (2015), entre os
anos de 1940 e 2000, dentro do cenário mundial, a porcentagem de pessoas
residentes em zonas urbanas aumentou de 34% para 52%. Dados levantados pelo
Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT)
afirmam que no Brasil cerca de 84,4% da população reside em cidades, e que a
previsão para 2030 é esse valor chegar a 91,1% (ONU-HABITAT, 2016).
Em decorrência deste crescimento, e ao processo de urbanização cada vez
mais acelerado, um problema em potencial se destaca; a ICC cresce de forma
acelerada sendo responsável por cerca de 50% a 70% dos resíduos sólidos
produzidos no Brasil (BRASIL, 2005).
Os Resíduos da Construção Civil (RCC) devem ser observados com um olhar
bem mais crítico, por conta de seu grande volume de produção anual. Segundo
Karpinski (2009) “Nesses resíduos também são encontrados materiais orgânicos,
produtos perigosos e embalagens diversas que podem acumular água e favorecer a
proliferação de insetos e de outros vetores de doenças”. Portanto, a destinação desse
material em locais inadequados não pode, como não deve ser feita, pois oferece sérios
riscos à saúde pública.
Carneiro et. al., (2001) observa que em função de suas características, os RCC
destacam-se no meio técnico como material granular para possível substituição da
matéria prima. Com isso, e devido as grandes dificuldades de exploração, transporte
e disponibilidade de matéria prima em algumas regiões, os RCC despertam o
interesse de muitos pesquisadores e investidores.
De acordo com Schweig (2017) mesmo com os avanços no estudo do potencial
dos RCC, o Brasil sofre com a falta de disseminação sobre o papel social das
empresas e áreas de coleta. A autora ainda complementa que a falta da separação e
reciclagem de resíduos, somada à baixa quantidade de indústrias de reciclagem
existentes, faz com que as áreas de deposição existentes, se tornem escassas,
sobrecarregadas e ineficientes.
Segundo a Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção
Civil e Demolição (ABRECON, 2011-2018), a utilização dos RCC junto a
9

pavimentação tem maiores vantagens quando comparadas com as demais formas de


reuso. A dispensa de separação dos materiais compostos, aproveitamento de todos
os minerais do entulho, e economia no processo de moagem são fatos que
impulsionam a economia e eficiência do reaproveitamento. Dados da ABRECON
ainda complementam que a adição de 20% de RCC junto a camadas de solos
saprolíticos1, correspondem a um aumento de 100% do Índice de Suporte Califórnia
(ISC)2, resultado que só poderia ser obtido com um teor de 40% de brita.
Neste cenário, os RCC se apresentam como uma opção sustentável como
material alternativo para camadas de pavimentação, reduzindo a superexploração de
jazidas e diminuindo os custos de transporte, aliado ainda, ao descarte adequado dos
materiais. Dentro desse contexto a engenharia se faz necessária com um papel de
proliferador de ideologias, realizando a classificação e avaliação das propriedades
destes resíduos e validando sua utilização em áreas afins.

1 - Solo tropical que mantem uma nítida macroestrutura herdada da rocha da origem (CAPUTO,
1988).
2 - Expresso em porcentagem, é a relação da pressão exercida de um pistão para realizar uma

penetração entre um corpo-de-prova padrão e um de sua amostra estudada. Baseado nessa relação
se determina as espessuras necessárias para cada camada do pavimento. Também conhecido como
California Bearing Ratio (CBR) (DNIT,2006).
10

2 PROBLEMATIZAÇÃO

Entre os anos de 1994 e 2013 a ICC no Brasil teve uma evolução de cerca de
75%, tendo o ápice em 2010 acarretando um aumento de 11,60% no PIB do país
(SINDUSCON, 2014). Mediante a evolução da ICC os RCC aumentam de forma
categórica, e esses por sua vez acarretam dificuldades de logística, controle,
acompanhamento e descarte.
Segundo a resolução nº 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA, 2002), o descarte dos RCC não pode ser realizado em aterros de resíduos
domiciliares, zonas de “bota-fora”, encostas, corpos d’água ou em áreas protegidas
por lei. A mesma resolução ainda institui a responsabilidade compartilhada dos
produtores de resíduos e atribui funções à toda sociedade na gestão de resíduos
sólidos. A cada setor são designados diferentes papéis afins de solucionar ou reduzir
os impactos ambientais enfrentados pelo alto volume de resíduos sólidos.
A ABRECON (2011-2018) afirma que cerca de 60% da produção anual de
resíduos sólidos no Brasil são provenientes das atividades de construção ou
demolição, desse volume estima-se que 70% pode ser reaproveitável, sendo que a
falta de reciclagem desse material acarreta uma perda de aproximadamente R$ 8
bilhões de reais ao ano.
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais (ABRELPE, 2016), a construção civil é responsável pela geração de cerca
de 123.619 toneladas de resíduos por dia, e 70% dessa produção diária é decorrente
de pequenas obras, realizadas sem orientação técnica e a devida fiscalização. Ainda
de acordo com a ABRELPE em 2016, as cidades brasileiras tiveram que dar conta de
pouco mais de 45 milhões de toneladas de resíduos de construção e demolição
(RCD).
Dentre toda a geração de RCC no Brasil, a ABRECON (2011-2018), informa
que apenas 50% das cidades brasileiras realizam o descarte final adequado. Em
virtude do descarte inadequado dos RCC, a proliferação de doenças, parasitas e
epidemias é facilitada, além de ser o carro chefe para problemas como
assoreamentos, poluição e alteração das características do leito dos mananciais,
obstrução da rede de drenagem, contribuindo para a ocorrência de enchentes e
alagamentos nos pontos críticos dos municípios.
11

Dentro desse contexto é de suma importância que se introduza formas


alternativas e eficientes de reutilização destes materiais. Uma dessas formas, e a
defendida neste trabalho, é a utilização dos RCC na composição das camadas de
pavimentação com o intuito de melhorar as características de solos de baixa
capacidade de suporte e comportamento expansivo, considerados inadequados para
esse tipo de atividade.
12

3 JUSTIFICATIVA

Em função da elevada geração anual de RCC no Brasil, estima-se que mesmo


com as mais de 310 usinas de reciclagem existentes, funcionando com toda sua
capacidade, seria possível reciclar apenas 20% de total gerado, fazendo com que 80%
desse volume tenha como destino final aterros sanitários ou locais desconhecidos
(ABRECON, 2011-2018). Neste cenário, apenas a reciclagem não garante um avanço
sustentável significativo. Técnicas eficazes de reaproveitamento devem ser
constantemente caracterizadas, avaliadas e qualificadas para que tenham um bom
desempenho funcional e ambiental.
Segundo Brasileiro e Matos (2015), uma das alternativas para a reciclagem dos
RCC que ganha força entre os pesquisadores é a reciclagem e reutilização destes,
como matéria-prima alternativa para a ICC. Os autores salientam que dessa forma,
além da redução na superexploração de jazidas minerais para extração de recursos
não renováveis, existe ainda, a elevada distância entre os pontos de geração e
descarte desses resíduos, acarretando altos custos de transporte. Os mesmos
autores ainda ressaltam que a reutilização destes materiais prolonga a vida útil de
aterros nos grandes centros, uma vez que a indústria da construção civil tem
intensificado suas atividades e existem poucos locais de deposição final adequada.
Segundo Iyomassa (2013), dentre as formas mais utilizadas de reciclagem de
RCC se encontra a incorporação de agregados reciclados nas camadas de
pavimentação, podendo ser utilizados como base, sub-base, reforços de subleitos, e
até mesmo em revestimento primário, na forma de brita corrida. No processo de
construção dessas camadas, etapas como identificação de volumes de aterro e corte,
avaliação das zonas de empréstimos e “bota-fora”, e a busca por materiais granulares
próximos à obra requerem atenção especial, uma vez que distâncias de empréstimos
muito altas não apresentam vantagens para o desenvolvimento do trecho.
Dentre os RCC existentes, os agregados reciclados de concreto (ARC), se
destacam como sendo os mais nobres e homogêneos, tendo em sua composição
resíduos de concreto, argamassas e materiais pétreos. As camadas de pavimentação
construídas com incorporação dos ARC ganham maior rigidez devido a materiais
cimentícios reativos a umidade presente nos resíduos. Como estes resíduos
apresentam comportamento não plástico, mesmo quando saturados, expressam
13

deformações baixas ou nulas, o que auxilia no processo de estabilização do solo


(GRUBBA, 2009).
Sousa (2011), promoveu a composição de solo-ARC (30% e 70%
respectivamente em massa) na cidade de São Carlos-SP, e obteve resultados
satisfatórios e promissores. Essa composição apresentou um ISC de 234%,
superando assim o valor de 60% recomendado pela NBR 15115 (ABNT, 2004) para a
utilização de agregados reciclados da construção civil em base de pavimentos. O
autor conclui que os ARC são uma alternativa para a construção de camadas de
pavimentos, podendo ainda substituir o agregado natural presente na maioria das
misturas do estado de São Paulo (solo-brita descontínua).
Apesar das experiências realizadas em diversas cidades brasileiras com o
emprego de RCC em camadas de pavimentação serem satisfatórias, é de suma
importância que sejam desenvolvidos estudos regionais, uma vez que existe uma
variabilidade dos materiais utilizados; estes trabalhos têm como objetivo determinar a
veracidade de utilização dessas composições junto à pavimentação (CARNEIRO et.
al., 2001).
14

4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

O presente trabalho tem o intuito de avaliar e caracterizar misturas solo-RCC


de um solo da região do Vale do Araguaia, para fins rodoviários, verificando a
influência dessa adição no Índice de Suporte Califórnia (ISC).

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Avaliar composições de solo-ARC com os teores de 25%, 50% e 75% de


ARC em relação à massa seca de solo.
 Caracterizar o solo.
 Caracterizar o ARC
 Caracterizar as misturas segundo a American Association of State Highway
and Transportation Official (AASHTO).
 Determinar a capacidade de suporte das misturas através do ISC.
 Verificar a viabilidade técnica de utilização das misturas na construção de
pavimentos rodoviários.
15

5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

5.1 RESÍDUOS SÓLIDOS

Resíduos sólidos são aqueles que estão no estado sólido ou semissólido que
resultam de atividades de origem industrial, doméstica, agrícola, de serviços de
varrição, e aqueles materiais que de alguma forma não viabilizam seu descarte na
rede urbana de esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isso, soluções técnicas
inviáveis economicamente frente às tecnologias disponíveis (ABNT, 2004).
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), criada pela Lei nº 12.305, de
2010 e regulamentada pelo Decreto nº 7.404, de 2010, tem como um dos principais
instrumentos o Plano Nacional de Resíduos Sólidos. O documento elaborado pelo
Comitê Interministerial da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, estabelece
diretrizes, estratégias e metas que norteiam o diagnóstico, as alternativas para a
gestão e gerenciamento, e responsabilidade sobre os resíduos sólidos.
O texto da PNRS (2010), no Título III, capítulo I, Art. 13º, classifica os resíduos
sólidos em dois grupos: I) quanto a sua origem, II) quanto sua periculosidade. A
classificação dos resíduos é apresentada na Tabela 1.

Tabela 1- Classificação dos resíduos sólidos

GRUPO SUBGRUPO
a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências
urbanas.
b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e
vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;
c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”;
d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados
nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”;
e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas
atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;
f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações
industriais;
I) g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme
definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama
e do SNVS;
h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e
demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação
e escavação de terrenos para obras civis;
i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e
silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;
j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos,
terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;
k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou
beneficiamento de minérios;”
a) resíduos perigosos: aqueles que em razão das suas características de
II) inflamabilidade corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade,
carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo
16

risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento


ou norma técnica;
b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”.
Fonte: Adaptado de Brasil (2010).

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) no ano de 2004 instituiu


a NBR 10004, onde fica definido que a técnica de classificação dos resíduos sólidos
deve compreender e identificar os processos ou atividades que lhe deram origem,
suas características e possíveis consequências ao meio ambiente. Segundo ela, os
resíduos sólidos são divididos em duas classes: Classe I (Resíduos Perigosos) e
Classe II (Resíduos Não Perigosos).

 Classe I – Resíduos Perigosos: São aqueles que apresentam características


como risco a saúde pública, ao meio ambiente, inflamabilidade, corrosividade,
reatividade, toxicidade, patogenicidade.
 Classe II – Resíduos Não Perigosos: Aqueles que não se enquadram na
Classe I, sendo subdivididos em duas classes:
o Classe IIA – Não Inertes: São aqueles que possuem as seguintes
propriedades: biodegradabilidade, combustibilidade e solubilidade em
água.
o Classe IIB - Inertes - Aqueles que não tem nenhum de seus constituintes
solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de
água.

Segundo a ABNT (2010), usualmente os RCC se enquadram no Classe IIB,


entretanto, a presença de tintas, solventes, óleos e derivados das misturas de
Resíduos de Construção e Demolição (RCD), podem acarretar a mudança desse
material para a classificação de Classe I ou IIA

5.1.1 Legislação

A PNRS, mediante a lei nº 12.305/2010, decreta que é dever de todas as


empresas de construção civil ter um plano de gerenciamento dos resíduos sólidos.
Neste plano, as empresas devem locar como prioridade a não geração de resíduos,
redução, reciclagem, tratamento e deposição final, uma vez que é dever da mesma
junto com seus clientes, o descarte adequado desses materiais.
17

Conforme art.2º, inc. V da Resolução 307/2002 do CONAMA, o gerenciamento


dos resíduos sólidos é um sistema que visa reduzir, reciclar ou reutiliza-los,
englobando práticas sustentáveis, responsabilidade, recursos para o desenvolvimento
e implementação das ações.
O decreto de lei nº 73/2011, define como reciclagem todo método de
valorização, através do qual materiais constituintes dos resíduos possam ser
reaproveitados por meio de processos que visam sua reutilização, em seu meio de
origem, ou em outras áreas. A redação do decreto traz especificações, diretrizes e a
hierarquia no que se refere a reciclagem dos RCC, seguindo a seguinte sequência de
prioridade: (i) Prevenção e redução; (ii) Triagem para a reciclagem; (iii) Processo de
reciclagem; (iv) Outros tipos de valorização; (v) Descarte adequado aqueles que não
exista tecnologia para o processo de reciclagem.
Para viabilizar o manejo correto dos RCC em áreas especificas foram
desenvolvidas normas técnicas, podendo citar como exemplo:

 NBR 15112 - Resíduos da construção civil e resíduos volumosos - Áreas de


transbordo e triagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação:
especifica os procedimentos necessários para que ocorra de forma facilitada a
triagem e possível valorização dos resíduos. Em relação a logística da
destinação dos materiais possui papel fundamental, permitindo assim para fins
comerciais, se a empresa for licenciada, a possível valorização dos materiais
(ABNT, 2004a).
 NBR 15113 - Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros
– Diretrizes para projeto, implantação e operação: estabelece critérios mínimos
de implantação de aterros sanitários para a destinação dos resíduos, bem como
cuidados a serem tomados para que não ocorra contaminação das águas
subterrâneas e superficiais (ABNT, 2004b).
 NBR 15114 - Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de reciclagem –
Diretrizes para projeto, implantação e operação: pontua os critérios para
execução de usinas de reciclagem de resíduos, para posterior utilização de
forma segura em obras de infraestrutura e edificações (ABNT, 2004c).
 NBR 15115 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil –
Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos: estabelece critérios
para execução de camadas de reforço de subleitos, sub-base e bases de
18

pavimentação, bem como para camadas de revestimento com a utilização de


agregados provenientes da ICC, conhecidos como “agregados reciclados”
(ABNT, 2004d).
 NBR 15116 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil -
Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural –
Requisitos: estabelece critérios para utilização de resíduos reciclados em obras
de pavimentação, bem como, critérios necessários para a reutilização dos
resíduos como agregado para preparo de concretos sem função estrutural
(ABNT, 2004e).

5.1.2 Resíduos da construção civil

Existem inúmeras formas de classificar os resíduos provenientes de atividades


de construção e/ou demolição (RCC), algumas delas podem ser representadas por
suas características físicas e/ou químicas, composições, índices de reaproveitamento,
inflamabilidade, etc.
A classificação dos RCC segundo a NBR 15.113 (ABNT, 2004b), seguem as
diretrizes da resolução nº 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA,
2002), e os determinam como materiais provenientes de construção, reformas,
reparos e demolições, também, podendo ser derivados de obras de aterro ou
escavação de terrenos. A referida normativa subdivide os Resíduos de Construção e
Demolição (RCD) em 4 classes. A Tabela 2 reproduz essa classificação.

Tabela 2 – Classificação dos resíduos sólidos da construção civil segundo NBR – 15.113/2004
CLASSE DESCRIÇÃO
Resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de
infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção,
A demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos,
telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação
e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios fios etc.)
produzidas nos canteiros de obras.
Resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel, papelão,
B
metais, vidros, madeiras e outros.
Resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações
C economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem e recuperação, tais como os
produtos oriundos do gesso
Resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes,
D óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de
clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.
Fonte: ABNT (2004b).
19

5.1.3 Reciclagem de RCC

Em função da desenfreada geração de RCC no mundo, e com os mais variados


problemas ambientais ocasionados pelo descarte inadequado destes materiais,
Bagatini (2011), afirma que a principal iniciativa que deve ser introduzida é a
conscientização da população acerca das destinações finais adequadas que os
resíduos devem receber, e suas oportunidades de reutilização junto a ICC.
Segundo Cunha Junior (2005, apud Röhm¹, Neto e Röhm³, 2013) a separação
dos RCC proposta pela resolução 307/2002 do CONAMA, ressalta a importância da
segregação e/ou da triagem dos materiais nos locais de geração. Segundo o autor,
estes fatos interferem diretamente no desempenho do material na possível
reciclagem.
De acordo com Grigoli (2000) até mesmo dentro do próprio canteiro de obras é
possível reutilizar materiais provenientes da construção. Esse reaproveitamento pode
ser realizado nas mais variadas situações como na produção de argamassas,
concretos, assentamentos de pedaços de blocos cerâmicos, etc.
De forma geral os RCC podem ser aplicados em diversas áreas. Alguns autores
verificaram a aplicabilidade deste material em várias atividades, podendo citar Lima
(1999), Freire (2010), Góngora (2011), Oliveira (2015) e Schweig (2017).
Lima (1999) desenvolveu um levantamento sobre a reciclagem de RCC no
Brasil e no exterior enfatizando suas características físico-químicas para à avaliação
de desempenho do material. Sua pesquisa, desenvolveu diretrizes de produção para
a aplicação dos resíduos como agregado reciclado em pastas e argamassas,
propondo sua utilização junto a produção de concreto para aplicação do material em
diversos serviços com qualidade, levando em conta a redução de riscos aos
trabalhadores.
Freire (2010) analisou a viabilidade da utilização de agregados miúdos
provenientes dos RCC na produção de alvenarias de vedação, analisando e
comparando suas características em relação aos mesmos elementos produzidos de
forma tradicional. O autor indica que a substituição da areia natural por agregados
miúdos reciclado em teores de 25, 50, 75 e 100% não afetam de forma significativa
as propriedades mecânicas do material. O mesmo autor salienta que é necessário
maior atenção na aplicação desses blocos produzidos de acordo com o tipo de
ambiente, uma vez que os mesmos se tornam mais porosos do que os convencionais.
20

Góngora (2011) apresentou a utilização de geossintéticos em reforço de


camadas de subleitos em vias não pavimentadas sobre subleitos fracos. Os testes
foram realizados alternando a composição das camadas de aterro com dois materiais
(RCC e brita), e posteriormente, introduzido o reforço da camada de subleito com a
utilização solos finos e emprego de geogrelha. Contudo, o autor conclui, que o material
de aterro que apresentou melhor comportamento em termos de resistência ao número
de ciclos de carga foram os RCC, o que pode ser justificado por sua composição
granulométrica heterogênea.
Oliveira (2015), realizou a análise e caracterização técnica da composição de
materiais provenientes da ICC na produção de argamassas de revestimento de
alvenarias. O uso de RCC na produção de argamassa, ocasionou um aumento na
relação de água/cimento, em função da maior absorção de água desses materiais.
Por fim, o autor observou que as argamassas produzidas com até 50% de agregado
reciclado apresentaram desempenho de resistência e trabalhabilidade superiores as
argamassas produzidas pelo método convencional, mas alerta que nas argamassas
produzidas com 100% de material reciclado, por vezes, causou prejuízos a resistência
e a trabalhabilidade do material.
Schweig (2017) propôs a utilização de uma mistura de solo com adição de
papel kraft reciclado para a produção de tijolos adobe, como forma de
reaproveitamento do material para construção de edificações. Os compósitos
produzidos obtiveram considerável acréscimo na resistência mecânica em relação aos
produzidos sem incorporação do material reciclado, e ainda, menor retração e maior
resistência no ensaio de envelhecimento. A autora destaca ainda que a utilização do
solo como material construtivo proporciona níveis satisfatórios de conforto termo
acústico nas edificações em função das propriedades físicas do bloco.

5.2 SOLO

A definição de solo pode ser feita sob o ponto de vista geológico, pedológico,
agrícola ou geotécnico. A definição dependerá do enfoque que se pretende ter. Para
engenharia civil por exemplo, solo é compreendido como qualquer deposito de
materiais, decorrente das ações de intemperismos ou decomposição das rochas ou
vegetais. Nessa categoria incluem-se pedregulhos, areias, siltes ou argilas, turfas,
depósitos calcários, piroclásticos, bem como solos residuais ou maduros (BALBO,
2007).
21

Segundo a ABNT (1995), o solo é definido como material proveniente de


decomposição de rochas pela ação de processos físicos ou químicos, podendo conter
material orgânico, ou simplesmente, desintegração das rochas por agentes
atmosféricos. Santos (2013) apresenta o solo como material proveniente da
decomposição das rochas que formam a crosta terrestre, sendo um dos materiais mais
utilizados na construção civil devido sua vasta composição granulométrica,
plasticidade, retração, umidade e grau de compactação (durante sua execução), além
da fácil trabalhabilidade. O autor completa, ressaltando que os sistemas principais de
composição do solo são água-solo e solo-água-ar.

5.2.1 Caracterização e classificação dos solos

No processo de caracterização dos solos é possível identificar características


indesejáveis para uma dada aplicação e realizar adequações para que o mesmo
apresente bom desempenho em serviço. Os ensaios de laboratório permitem a
determinação de sua granulometria, peso específico, limites de consistência e
retração, teor de umidade, grau de compactação e outros parâmetros que são de
extrema importância para compreender e adequar o solo para um propósito específico
(SANTOS, 2012).
Segundo a ABGE (1998) o processo de classificação dos solos é precedido
pela caracterização, que consiste na determinação das categorias de comportamento
do solo para fins de engenharia, de maneira a se distinguir uns dos outros, inclusive
para realização de amostragens adequadas para realização dos ensaios que
permitem classifica-lo. Ela ainda reforça que a descrição dos solos é realizada
destacando a textura, cor, estrutura, plasticidade, etc., conjunto de aspectos que
configuram a análise tátil-visual. Por fim salienta que são vários os processos
existentes de classificação dos solos, citando alguns como classificação textural ou
granulométrica, genéticas, pedológica, geotécnicas convencionais e não-
convencionais. Para fins de classificação rodoviária normalmente são considerados
os processos de análise granulométrica e o sistema de classificação de solos para
fins rodoviários proposto pela American Association of State Higway and
Transportation Officials (AASHTO).
22

5.2.1.1 Análise granulométrica

A análise granulométrica segundo a NBR 7181 (ABNT, 2016d) ocorre pelo


processo de peneiramento, ou então pela combinação com o processo de
sedimentação. A partir destes, determina-se o diâmetro das partículas constituintes
do solo. Por meio da distribuição granulométrica é realizada a representação gráfica
do peneiramento. No eixo das abscissas é representada a abertura das peneiras em
escala logarítmica, e no eixo das ordenadas em escala aritmética, representada a
porcentagem de material passante (SANTIAGO, 2001).
Após a obtenção dos dados granulométricos do solo, é de fundamental
importância realizar a classificação deste material de acordo com a dimensão das
partículas. A classificação das partículas de acordo com a NBR 6502 (ABNT, 1995),
determina os materiais entre: pedregulhos (2 a 60 mm), areias (0,06 a 2 mm), siltes
(0,002 a 0,06 mm) e argilas (partículas menores que 0,002 mm).
Por inúmeras vezes, a curva de distribuição granulométrica foi representada
por parâmetros como o coeficiente de não uniformidade (Cu), coeficiente de curvatura
(Cc) e diâmetro efetivo (De ou D10) (BUENO; VILLAR, 1979).
Os coeficientes Cu e Cc são obtidos respectivamente de acordo com as
Equações 1 e 2.

Equação 1 – Coeficiente de não uniformidade


(𝐷 )
𝐶𝑢 =
(𝐷 )

Equação 2 - Coeficiente de curvatura


(D )²
Cc =
(D ∗ D )

Onde:
Cu: coeficiente de não uniformidade
Cc: coeficiente de curvatura
D10: diâmetro correspondente a 10% de porcentagem passante (mm)
D30: diâmetro correspondente a 30% de porcentagem passante (mm)
D60: diâmetro correspondente a 60% de porcentagem passante (mm)
Os coeficientes de não uniformidade (Cu) e de curvatura (Cc) indicam
respectivamente o quão uniforme e bem graduado o solo é. Quanto maior o valor de
Cu menos uniforme é o solo. Solos bem graduados normalmente possuem valores de
23

Cc entre 1 a 3. Uma abordagem sobre continuidade e descontinuidade de curvas


granulométricas é apresentada pelo DNIT (2006):

“Quanto à continuidade da curva de distribuição granulométrica (


Figura 1) os agregados podem ser classificados em agregados de
granulometria contínua e de granulometria descontínua. Os de granulometria
contínua apresentam todas as frações em sua curva de distribuição
granulométrica sem mudanças de curvatura. Os de granulometria
descontínua apresentam ausência de uma ou mais frações, em sua curva de
distribuição granulométrica, dando formação de patamares, caracterizando-
se pela mudança de curvatura da curva granulométrica, ou seja, por pontos
de inflexão (DNIT, p. 81, 2006)”.

Figura 1 - Curva de destribuição granulométrica

Fonte: DNIT (2006).

5.2.1.2 Sistema de classificação de solos da AASHTO

O processo de classificação da AASHTO baseia-se em ensaios tradicionais de


caracterização dos solos, ou seja, limite de liquidez, índice de plasticidade e ensaio
de granulometria. Neste processo o solo é qualificado entre sete grupos, estando entre
A-1, A-2 e A-3 considerando solos granulares em que 35% ou menos de seu material
passa na peneira de abertura de 0,075 mm, ou então, A-4, A-5, A-6 e A-7 quando
mais de 35% do material é passante nessa peneira, classificados assim como
materiais siltosos e argilosos. Alguns autores consideram que solos orgânicos são
classificados em A-8 (SENÇO, 2008).
O Processo de caracterização apresentado na Tabela 3, sugerido pela
AASHTO, deve ser iniciado da esquerda para a direita, e por eliminação. O primeiro
grupo da esquerda que satisfizer os dados é o grupo procurado.
Como forma de classificar o desempenho dos materiais dentro de um mesmo
grupo calcula-se o índice de grupo. O valor do índice de grupo do material,
apresentado geralmente entre parênteses, retrata o duplo aspecto de plasticidade e
24

graduação das partículas do solo. Este é um número inteiro que varia de zero a vinte,
e serve de parâmetro para o pré-dimensionamento das camadas de pavimento.
Quanto mais próximo esse valor for do número zero, melhor seu desempenho em sua
classe (DNIT, 2006).
A equação geral do índice de grupo é demonstrada de acordo com a Equação
3. Para os solos A-7 o cálculo é realizado levando em consideração as seguintes
relações: IP ≤ LL -30, será A-7-5; Se IP > LL - 30, será A-7-6.

Equação 3 – Índice de grupo

IG = 0,2*a + 0,005*a*c + 0,01*b*d


Onde:
p: teor de silte + argila do solo, ou seja, a % que passa na peneira nº 200.
a = p - 35 (se p > 75%, adota-se 75 e se p < 35%, adota-se 35)
b = p - 15 (se p > 55%, adota-se 55 e se p < 15%, adota-se 15)
c = LL - 40 (se LL > 60%, adota-se 60 e se LL < 40%, adota-se 40)
d = IP - 10 (se IP > 30, adota-se 30 e se IP < 10, adota-se 10)

Tabela 3 – Classificação granulométrica pela American Association of State Higway and


Transportation Officials (AASHTO)
MATERIAIS SILTOSOS OU
MATERIAIS GRANULARES
CLASSIFICAÇÃO ARGILOSOS (35% OU MENOS
(35% OU MENOS PASSANTE NA Nº200)
GERAL PASSANTE NA Nº200)
A-1 A2 A-7
A-3 A-4 A-5 A-6
GRUPO A-1-a A-1-b A-2-4 A-2-5 A-2-6 A-2-7 A-7-5/A-7-6
Peneiração: %
que passa:
50
Nº 10
máx.
30 50 51
Nº40
máx. máx. mín.
15 25 10 35 35 35 35 36 36 36
Nº 200 (p) 36 mín.
máx. máx. máx. máx. máx. máx. máx. mín. mín. mín.

Característica da
fração que passa
nº 40

Limite de liquidez: 40 41 40 41 40 41 40
41 mín.
LL (%) máx. mín. máx. mín. máx. mín. máx.
Índice de
10 10 11 11 10 10 11
plasticidade: IP 6 máx. NP 11 máx.
máx. máx. mín. mín. máx. máx. mín.
(%)
8 12 16
Índice de grupo: 0 0 0 4 máx. 20 máx.
máx. máx. máx.
Pedregulho
Materiais que brita Areia
Areia e areia siltoso ou argilosa Solos siltosos Solos argilosos
predominam pedregulho e fina
areia
Comportamento
geral como Excelente a bom Fraco a pobre
subleito
Fonte: Adaptado de Senço (2008).
25

5.2.2 Solo como material para construção civil

Segundo Santiago (2001) é impossível utilizar o solo como material de


construção sem conhecer suas propriedades. O autor apresenta diversas formas de
utilização de solo como terra escavada, terra compactada, terra de cobertura, terra de
enchimento, terra empilhada, adobe, terra derramada, rebocos e argamassas. As
construções com esses materiais se destacam à frente de outras por apresentar
melhor isolamento térmico, rapidez na execução, baixo custo de implantação, maior
plasticidade das formas, não apodrecimento, boa durabilidade, maior facilidade para
execução de aberturas e instalações, dentre outras facilidades.
A utilização de solo como material de construção é intendida como uma “obra
de terra” onde rochas ou solos são utilizados como material de construção. Assim,
exemplos típicos dessas obras são barragens de terra e enrocamento, aterros em
geral, fundações de obras, contenção de encostas naturais, entre outras (MASSAD,
2010).
Segundo a Associação Brasileira de Geologia de Engenharia (ABGE, 1998), os
materiais rochosos são os mais antigos materiais de construção que o homem pôde
dispor. O período da idade da pedra é um marco na história da humanidade,
ressaltando assim o emprego desses materiais no cotidiano do homem. Esses
materiais até hoje são utilizados em obras e são encontrados de muitas formas
distintas, algumas destas informadas na Tabela 4, bem como locais de emprego e
possíveis denominações.

Tabela 4 – Materiais rochosos e sua utilização na construção civil


MATERIAL EMPREGO DENOMINAÇÃO
Concretos hidráulicos e
Pedra britada, betuminosos, filtros e transição em
pedrisco, areia barragens, lastro de rodovias e
Agregados
artificial, pó de pedra, drenos de estradas, aeroportos,
sexos e areai natural estações de tratamento de água,
entre outras
Pedras de revestimento, rochas ou
Placas de pedra Revestimento de paredes e pisos
pedras ornamentais
Elementos de barramento de água,
proteção de taludes, portos
Pedras dimensionadas ou
Blocos marítimos, na forma de
aparelhadas
enrocamentos e como muros de
arrimo
Fonte: Adaptado de ABGE (1998).

Marangon (2004) destaca que nas primeiras civilizações as barragens de terra


eram utilizadas para armazenamento de água para irrigação, sendo algumas dessas
26

obras com tamanhos até consideráveis para as tecnologias existentes naqueles


períodos. Diversos acidentes foram constatados devido aos métodos empíricos
empregado nos projetos. As obras de barragens normalmente se prestam a qualquer
fundação, desde rocha compactada até terrenos construídos de materiais não-
consolidados, sendo este último o mais típico de aplicação.
Balbo (2007) enfatiza que desde a antiguidade no império romano o solo é
utilizado na constituição de camadas de pavimentação, servindo como material de
suporte ou material de substituição para as camadas existentes. Segundo o autor, os
construtores desta época tinham como responsabilidade o melhor proveito dos
materiais disponíveis em cada região.
Barbosa (2005) afirma que no Brasil, antes de se conhecer os materiais
industrializados, muitas obras foram construídas com a utilização de terra, e estas
representam sobre tudo, um notável patrimônio cultural em cidades que tiveram seu
apogeu nos tempos coloniais. São exemplos dessas cidades Mariana (MG), Ouro
Preto (MG), Cidade de Goiás (GO), entre outras. Como exemplo de edificação
construída com terra pode ser citado o Museu das bandeiras localizado na Cidade de
Goiás (GO), apresentado na Figura 2.

Figura 2 - Casa da câmara e cadeia, atual museu das bandeiras

Fonte: BRASIL (2019).


27

5.2.3 Estabilização de solos

O solo é um dos materiais mais antigos empregados na construção civil, faz-se


presente em muitas obras de engenharia, estando com maior ênfase em base de
suporte para estruturas de fundações, sendo assim, necessário sua caracterização
para uma análise prévia de seu comportamento (SARTORI, 2015).
Brito e Paranhos (2017) relatam que boa parcela dos solos existentes não deve
ser utilizada em obras de engenharia sem correções prévias, portanto, sempre que
seja necessário seu emprego deve-se identificar suas propriedades e verificar se
atendem as necessidades do projeto. No que se refere à empreendimentos
rodoviários, quando o solo não atende essas necessidades pode-se optar em não
construir no local, substituir o solo ou melhorar as características deste. Os autores
inviabilizam o processo de substituição do solo pelo fato de estar diretamente ligado
ao custo final da obra, envolvendo tipos de solos disponíveis, volumes de corte e
aterro, distâncias das jazidas, caixas de empréstimos e zonas de bota-fora. Os
referidos autores ainda afirmam que quando o solo local não atender as
especificações de projeto é de maior interesse realizar a estabilização deste material.
A estabilização de solos é compreendida como o melhoramento de suas
propriedades a fim que se torne apto para ser utilizado em obras de engenharia. Por
uma definição mais restrita este processo consiste em um tratamento artificial com
emprego de um estabilizante (produtos químicos, compactação, correção
granulométrica, entre outros), com intuito de melhorar suas propriedades geotécnicas
e/ou aumento da resistência e durabilidade (VILLIBOR, 1982). Entre os métodos de
estabilização de solos existentes, os mais difundidos no Brasil são a estabilização
química e física.
A estabilização química consiste na adição de uma determinada substância
química (aditivo) ao solo, que em contato com os minerais ou pela reação do aditivo
com a água, promove alterações nas propriedades físicas, mecânicas de
permeabilidade e de deformabilidade dos solos (MEDINA, 1987). Alguns dos
28

principais aditivos utilizados na estabilização química são cimento, cal e produtos


industrializados como o CON-AID®3, PERMA-ZYME®4 (SARTORI, 2015).
Estabilização física compreende dois processos: o mecânico e o
granulométrico. O processo mecânico representado pela compactação consiste na
redução do índice de vazios e multiplicação de contatos entre os grãos, conferindo
maior resistência ao produto. O segundo processo engloba a correção granulométrica,
que consiste na melhoria das características do solo geralmente por meio de adição
ou remoção de partículas, que possibilitem a utilização deste novo composto para fins
de engenharia. Nos casos em que o solo existente for arenoso ou argiloso, pode-se
optar pela mistura de outro solo para adquirir sua estabilização (SANTIAGO, 2001). A
modificação da textura do solo ocorrerá de forma a conformar e adequar às
características requeridas (SANTOS et al., 1995).
A estabilização granulométrica tem sua maior aplicação no setor rodoviário,
mais relacionado à pavimentos flexíveis, na execução das camadas de estradas de
terra ou revestimento primário (VILLIBOR, 1982). Existem três principais métodos de
correção granulométrica o método de Rothfuchs (ou método gráfico), método analítico
e método das tentativas.
No método de Rothfuchs, plota-se uma curva média de especificação de faixa
granulométrica em diagonal, representada no eixo das abscissas define-se as faixas
granulométricas e são traçadas as curvas granulométricas dos materiais disponíveis.
Por considerações geométricas são definidos os quantitativos de empréstimos para
atender as especificações de serviço. No processo analítico a determinação das
frações constituintes dos solos é processada por meio da resolução de um sistema de
equações onde as variáveis são as frações procuradas e as constantes são a
quantidade de variedade de solos disponíveis. Por fim, o método das tentativas, é
caracterizado pela adição ou remoção de um ou mais tipos de partículas ao solo
existente afim de se obter uma granulometria que atenda as especificações de projeto.

3 - Produto líquido complexo, não corrosivo, atóxico e solúvel em água, implementado especificamente
para a estabilização permanente de solos. age principalmente nas partículas de argila, convertendo
sua natureza hidrofílica (afinidade por moléculas de água) para uma natureza hidrofóbica (repele
moléculas de água) (MAESTRI, 2018)
4 - Produto à base de enzimas orgânicas que atuam como um catalisador de reações; contêm grupos

ativos que auxiliam nas interações e ligações moleculares, impermeabilizando e cimentando camadas
de solo (LIMA et al. 2003).
29

Nesse processo as frações removidas e/ou adicionadas são definidas por tentativa e
erro levando em consideração a experiência do profissional (MACHADO, 2013).
A dificuldade de encontrar materiais granulares com caracteristicas adequadas
para o uso na pavimentação, é uma problemática enfrentada constantemente na
construção de pavimentos em algumas regiões do país, o que se torna ainda mais
significativo com as grandes distâncias de transporte. Dentro desse contexto a
estabilização do material existente no local para melhoria de seu desempenho como
material de engenharia se torna a alternativa mais viável (Pereira, 2007, apud Silveira
& Borges, 2015).

5.3 PAVIMENTAÇÃO

Pavimento é uma estrutura executada após a terraplanagem com materiais de


diferentes características de resistência afim de resistir aos esforços decorrentes da
ação do tráfego e das intempéries (SOUZA, 1990 apud MARQUES, 2006).
Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT,
2006), pavimento de uma rodovia, é uma estrutura constituída de camadas de
dimensões finitas, assentadas sobre um semiespaço considerado infinito, conhecido
como subleito. Os pavimentos normalmente são divididos em duas classes:
pavimentos rígidos (aqueles que o revestimento possui elevada rigidez), e pavimentos
flexíveis (cujas camadas sofrem deformações elásticas sob um dado carregamento
aplicado) (DNIT, 2006).

5.3.1 Pavimentos rígidos

O pavimento rígido é uma associação do concreto de cimento ou placas de


concreto que podem ou não ser armadas com barras de aço, apoiadas se possível
sobre a camada de subleito. Os esforços, ou sua maior parte, são absorvidos pela
camada de revestimento devido sua elevada rigidez frente as demais camadas. A
espessura das camadas é determinada de acordo com a resistência das placas de
concreto e das camadas subjacentes (ARAÚJO et al., 2016). A Figura 3 representa
de forma esquemática a estrutura típica desse tipo de pavimento.
30

Figura 3 - Pavimento rígido

Fonte: Bernucci et al. (2008).

Nestes pavimentos, como ilustrado na Figura 4, devido a elevada rigidez da


camada de revestimento, as tensões na superfície são distribuídas em uma região de
contato muito superior a área de contato pneu-revestimento fazendo com que ocorra
um alivio nas tensões atuantes nas demais camadas (BERNUCCI et al., 2008).

Figura 4 - Resposta mecânca dos pavimentos rígidos

Fonte: Araújo et al. (2016).

A vida útil dos pavimentos rígidos são de cerca de 25 a 30 anos quando


recebem as devidas medidas preventivas, em contrapartida, o seu custo chega a ser
30% maior do que quando comparado os pavimentos flexíveis, oscilando este valor
de região para região (ARAÚJO et al., 2016).

5.3.2 Pavimentos flexíveis

Os pavimentos flexíveis, são em sua maioria revestidos com associações ou


misturas asfálticas constituídas basicamente de agregados e ligantes asfálticos. Este
tipo de pavimento são as soluções mais tradicionais na construção e recuperação de
31

vias urbanas e rodovias rurais. No Brasil cerca de 95% de todas as estradas são
pavimentadas com esse tipo de revestimento (ARAÚJO et al., 2016). A Figura 5
representa de forma esquemática a estrutura típica desse tipo de pavimento.

Figura 5 - Pavimento flexível

Fonte: Bernucci et al. (2008).

Nos pavimentos flexíveis, a razão da resistência da camada de revestimento


em relação as demais camadas granulares não é tão significante, fazendo com que
as tensões sejam compartilhadas entre todas as camadas (BERNUCCI et al., 2008).

Figura 6 - Resposta mecânica dos pavimentos flexíveis

Fonte: Araújo et al. (2016).

Um dos maiores problemas presentes nos pavimentos flexíveis é o


aparecimento de degradações devido aos agentes atmosféricos, desgaste da via e
excesso de carga. A vida útil deste pavimento é de cerca de oito a doze anos e a
espessura da camada de revestimento pode variar de cinco a vinte centímetros,
dependendo do fluxo dos veículos. No Brasil o asfalto é feito para durar cerca de dez
anos, mas devido à falta de manutenção, na maioria das situações resiste menos
tempo, cerca de seis anos (ARAÚJO et al., 2016).
32

5.3.3 Camadas dos pavimentos

A estrutura do pavimento em seu sentido puramente estrutural é concebida


para receber e distribuir os esforços, afim de aliviar as tensões nas camadas inferiores,
que geralmente possuem menor resistência. Para que o pavimento cumpra sua
função estrutural é essencial que todas as camadas trabalhem em deformações
compatíveis com sua natureza portante (BALBO, 2007).
As camadas dos pavimentos são projetadas para resistir a numerosos ciclos
de cargas dentro do período de projeto sem que ocorra danos estruturais fora dos
aceitáveis. Para que ocorra um dimensionamento satisfatório é de suma importância
que sejam conhecidas as propriedades dos materiais como resistência a ruptura,
permeabilidade, e deformabilidade frente aos ciclos de cargas e ações atmosféricas
(BERNUCCI et al., 2008).
A camada de revestimento, é responsável por receber as cargas estáticas ou
dinâmicas sem sofrer grandes deformações, desagregação de componentes ou ainda
perda de compactação e repassa-las para as camadas secundárias existentes. Os
materiais típicos empregados nos revestimentos variam de acordo com o tipo de
pavimento (rígido ou flexível), podendo citar como exemplo os betuminosos, alvenaria
poliédrica ou paralelepípedos, concreto simples ou armado e macadame cimentado
(BALBO, 2007).
Os materiais utilizados nas camadas de base, sub-base e reforço de subleito
são determinados em função das características do terreno de projeto e das cargas
de tráfego previstas. A natureza dos materiais interfere diretamente em seu
desempenho no estado compactado. De maneira geral os materiais utilizados devem
apresentar boa resistência, baixa deformabilidade e permeabilidades compatíveis
com sua função estrutural (BERNUCCI et al., 2008).
A camada de base possui o papel de resistir aos esforços e repassar estes para
as camadas inferiores. Sua composição varia com o tipo de pavimento (rígido ou
flexível), podendo ser utilizados materiais granulares, materiais estabilizados
quimicamente, e até mesmo materiais asfálticos. Esta camada é tipicamente
encontrada nos pavimentos flexíveis, uma vez que, nos pavimentos rígidos, a
resistência aos esforços é dada pela camada de revestimento (BERNUCCI et al.,
2008, DNIT, 2006).
33

Sub-bases, são camadas que podem ou não existir nos pavimentos, esta é
necessária sempre que não seja conveniente ou tecnicamente viável construir a
camada de base assentada diretamente sobre o subleito ou reforço de subleito. Em
sua constituição normalmente são utilizados materiais granulares ou materiais
estabilizados quimicamente (cimentados) (DNIT, 2006).
A camada de reforço de subleito, é realizada sempre que a camada de subleito
(fundação do pavimento) possuir pequena ou medíocre resistência aos esforços
verticais (de cisalhamento). Esta camada em tese poderia ser substituída por um
acréscimo na espessura das camadas superiores. Contudo a função desta camada é
aliviar as tensões que antes, seriam resistidas apenas pela camada de subleito. Os
materiais empregues nesta camada devem possuir resistências superiores a camada
de subleito (BALBO, 2007).
A camada de subleito é o terreno da fundação do pavimento que é considerado
a uma profundidade onde atuem as cargas do pavimento. Em termos práticos a
profundidade considerada situa-se numa faixa entre 0,60 m a 1,50 m e seus materiais
constituintes serão os naturais consolidados e compactados (DNIT, 2006).

5.3.4 Capacidade de suporte e materiais para pavimentação

A capacidade de suporte dos materiais constituintes dos pavimentos


normalmente é determinada pelo valor de ISC, adotando-se o método de ensaio
preconizado pelo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). O ensaio
de ISC consiste na razão da pressão necessária para produzir a penetração de um
pistão entre um corpo de prova de sua amostra e uma amostra de brita padronizada
(DNIT, 2006). Os valores dessa penetração são expressos em porcentagem, e por
meio de equações empíricas e ábacos, determina-se a espessura do pavimento
flexível em função do tráfego.
De acordo com as recomendações do DNIT (2006) os materiais do subleito
devem apresentar uma expansão menor ou igual a 2% e um ISC maior ou igual a 2%.
No caso de não atendimento à esses parâmetros é recomendada a substituição ou
estabilização deste material na espessura de pelo menos 1,00 m. As camadas do
pavimento devem ser compactadas de acordo com os fixados nas especificações de
projeto, mas é recomendado que em nenhum caso, o grau de compactação seja
inferior a 100% do que foi especificado. A classificação dos materiais com emprego
34

na pavimentação segue os seguintes critérios do manual de pavimentação do DNIT


(2006):

 Materiais para reforço de subleito: devem possuir ISC maior do que o do


subleito e expansão menor que 1% (medido com sobrecarga de 10lb). O valor
mínimo de ISC desta camada é definido como 2% e a energia de compactação
recomendada é a normal
 Materiais para sub-base: devem possuir ISC ≥ 20%, IG=0 e expansão ≤1%
(medido com sobrecarga de 10lb). Energia de compactação empregue deve ser
a intermediária.
 Materiais para base: devem apresentar ISC ≥ 80%, expansão ≤ 0,50% (medido
com sobrecarga de 10lb), Limite de liquidez ≤ 25% e Índice de plasticidade ≤6%.
Para um número de repetições de eixo padrão (N) menor ou igual a 5x106,
durante o período de projeto podem ser empregados materiais com ISC ≥ 60%
atendendo faixas granulométricas pré-definidas. A energia de compactação não
deve ser inferior a intermediária.

Bernucci et al. (2008) classificam os materiais de base, sub-base e reforço de


subleito de acordo com seu comportamento frente aos esforços solicitantes em:
materiais granulares e solos; materiais estabilizados quimicamente ou cimentados; e
materiais asfálticos. As propriedades de cada classe de material são apresentadas na
Tabela 5.

Tabela 5 - Caracteristicas dos materiais frente aos esforços solicitantes


MATERIAL CARACTERÍSTICAS
Materiais não coesivos, e que não resistem a tração, trabalhando
MATERIAIS
eminentemente aos esforços de compressão. Já os solos coesivos
GRANULARES E
resistem a compressão e a tração de pequena magnitude devido a sua
SOLOS
porcentagem de finos
MATERIAIS
São materiais granulares ou solos que recebem adição de cimento, cal ou
ESTABILIZADOS
outro aditivo, de forma a proporcionar um acréscimo significativo de rigidez
QUIMICAMENTE OU
do material natural e um aumento da resistência à compressão e à tração
CIMENTADOS
Nesse caso a ligação entre agregados ou partículas é dada pelo ligante
MATERIAIS asfáltico, sendo a resistência à tração bastante superior aos solos
ASFÁLTICOS argilosos, e por isso são enquadrados em classe diferente dos solos e dos
materiais cimentados.
Fonte: Adaptado de Bernucci et al. (2008).
35

6 METODOLOGIA

6.1 MATERIAIS

6.1.1 Solo utilizado para pesquisa

O solo utilizado no desenvolvimento do presente trabalho foi coletado no


perímetro urbano da cidade de Barra do Garças - MT, no setor cidade universitária,
nas proximidades do cruzamento entre a avenida Antônio F. Cortes e a rua José
Manuel da Silva. A localização do ponto de coleta do solo é apresentada na Figura 7.

Figura 7 - Local de coleta de solo

Fonte : Adaptado de Google Earth (2019).

6.1.2 Processo de obtenção do ARC

O RCC escolhido para a estabilização do solo coletado são os agregados


reciclados de concreto (ARC), que foram coletados em uma usina de blocos pré-
moldados na cidade de Barra do Garças – MT. O material é reutilizado pela própria
empresa na produção de pavers5.

5 - Peças pré-moldadas de concreto utilizadas como material de revestimento em pavimentos


intertravados permeáveis (ABNT, 2015)
36

Os ARC coletados, são provenientes de telhas de concreto, blocos de alvenaria


e lajes pré-fabricadas, que apresentaram alguma falha no processo de fabricação
tornando-se inservível para sua finalidade. Materiais nessa situação são classificados
como refugo e passam por um processo de britagem para posterior retorno à linha de
produção. Algumas dessas etapas são ilustradas na Figura 8.

Figura 8 – Processo de obtenção dos ARC


(a: triagem dos materiais para reciclagem;b: deposição final;c: procedimento de coleta)

Fonte: Arquivo pessoal, 2018.

6.1.3 Especificações das misturas

Foram ensaiadas quatro misturas solo-ARC identificadas por RS1 (6616),


RS2 (6619), RS3 (6660), e RS4 (6661). Suas composições expressas em porcentagem
de massa seca são apresentadas na Tabela 6. Para cada mistura foi preparado cerca
de 50kg de amostra. A homogeneização dos materiais foi feita com auxílio de uma
betoneira com capacidade para 145 L.

Tabela 6 - Composição das amostras


Porcentagem de solo presente na Porcentagem de ARC presente na
Amostras
mistura mistura
(%) (%)
RS1 (6661) 100 0
RS2 (6660) 75 25
RS3 (6616) 50 50
RS4 (6619) 25 75

Fonte: acervo pessoal, 2019.


37

6.2 MÉTODOS

Os métodos expressos nessa seção foram realizados em duas etapas. A


primeira na cidade de Goiânia – GO pela CONTECH - CONTROLE TECNOLÓGICO,
empresa contratada para realização dos ensaios de capacidade de suporte,
compactação e análise granulométrica do solo (por peneiramento e sedimentação). A
segunda foi realizada no laboratório da Universidade Federal de Mato Grosso,
Campus Universitário do Araguaia e consiste na análise granulométrica das amostras
restantes (apenas peneiramento) e determinação dos limites de consistência.

6.2.1 Determinação das amostras

6.2.1.1 Preparo das amostras

O preparo das amostras para os ensaios de compactação e caracterização


foram realizados seguindo as orientações contidas na NBR 6457 (ABNT, 2016a) que
determina os procedimentos necessários para os ensaios geotécnicos a partir de
amostras deformadas. As amostras foram preparadas através de secagem prévia ao
ar, até que sua umidade se aproximasse da higroscópica. Em seguida a
desagregação total dos torrões foi realizada no almofariz, com o auxílio da mão de
gral recoberta de borracha, tomando algumas precauções para que não fosse alterada
os tamanhos naturais das partículas do solo.

6.2.1.2 Teor de umidade

Após o processo descrito no item 6.2.1.1, as amostras passaram pela


determinação do teor de umidade. Neste procedimento a NBR 6457 (ABNT, 2016a)
especifica que devem ser realizados no mínimo três determinações. Os processos
consistem em tomar cerca de 500 g de material para obtenção das amostras, e realizar
sua pesagem para determinação da massa M1. Posteriormente depositar esse
material em uma cápsula metálica e levar a uma estufa de fofo a cerca de 105º C entre
16 e 24 horas para secagem total das amostras. Após o período de secagem, a
cápsula deve ser retirada do forno para que atinja temperatura ambiente, seja
realizada nova pesagem e anotada a massa M2. Tomando as massas M1 e M2, a
determinação do teor de umidade é feita através da Equação 4:

Equação 4 - Teor de umidade

𝑤(%) = × 100
38

Onde:
𝑤 = teor de umidade, em %
M1 = massa do solo úmida mais a massa do recipiente, em gramas
M2 = massa do solo seco mais a massa do recipiente, em gramas
M3 = massa do recipiente (cápsula metálica com a tampa ou par de vidro de relógio
com grampo), em gramas.

Para determinação do teor de umidade médio do material calcula-se a média


aritmética simples das determinações efetuadas.

6.2.1.3 Limites de consistência

A quantidade de material necessário para a determinação dos limites de


consistência foi determinada de acordo com a NBR 6457 (ABNT, 2016a). Os
procedimentos realizados seguiram as recomendações contidas na NBR 6459 (ABNT,
2016b), que dispõem da metodologia a ser desenvolvida para a determinação do limite
de liquidez dos solos e a NBR 7180 (ABNT, 2016c) que prescreve o método para a
determinação do limite de plasticidade para o cálculo do índice de plasticidade.

6.2.2 Análise granulométrica e classificação

A análise granulométrica das amostras (solo, solo-ARC e ARC) ocorreu de


acordo com a NBR 7181 (ABNT, 2016d) que consiste em duas etapas: (a)
peneiramento e (b) sedimentação. O processo de classificação das amostras ocorreu
segundo o sistema de classificação da American Association of State Higway and
Transportation Officials (AASHTO) descrito no item 5.2.1.2. e de acordo com a
proposta de classificação do DNIT para o estudo de subleito.
O procedimento de classificação segundo o DNIT (2006), se assemelha à
metodologia de classificação da AASHTO. Nos casos em que a porcentagem
passante na peneira 200 for maior ou igual a 35%, o solo será designado siltoso
quando IP < 10% e argiloso quando IP > 10%. Caso a porcentagem passante na
peneira 200 seja maior que 35% será atribuído ao solo o nome da fração dominante.

6.2.2.1 Peneiramento

No texto da norma regulamentadora 7181 (ABNT, 2016d), estão descritos


todos os procedimentos para a realização dos ensaios de peneiramento fino e grosso.
Para a determinação da granulometria das amostras ensaiadas foram realizadas
39

algumas adaptações. O procedimento de peneiramento foi feito em uma única etapa


utilizando as peneiras de aberturas 4,75 mm; 1,18 mm; 0,600 mm; 0,450 mm; 0,250
mm; 0,150 mm; e 0,0075 mm.

6.2.2.2 Sedimentação

O ensaio de sedimentação foi utilizado para determinar a distribuição


granulométrica da fração fina do solo, através da velocidade de queda das partículas
solidas no meio liquido, tomando como base a lei de Stokes. Os resultados obtidos
são calculados de acordo com as especificações contidas na norma e são
apresentados junto ao peneiramento fino da amostra do solo. Na Figura 9 está
representado o ensaio de sedimentação em andamento.

Figura 9 - Ensaio de sedimentação

Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).


40

6.2.3 Classificação dos resíduos

A classificação dos resíduos ocorreu de forma análoga ao descrito em 6.2.2,


desconsiderando o ensaio de sedimentação, e de acordo com a NBR 15115 (ABNT,
2004d) que estabelece critérios para que a composição do material seja aceita, e para
que seja possível seu emprego em camadas de pavimentação. Alguns destes, estão
presentados na Tabela 7.

Tabela 7 - Carcteristicas dos RCC para utilização em camadas de pavimentação


REQUISITOS Limites Unidade

Dimensão característica máxima dos grãos 63,50 Mm

Coeficiente de uniformidade (Cu) > 10 -

Porcentagem passante na peneira 0,42mm (nº40) 10 a 40 %


Fonte: adaptado ABNT (2004d).

6.2.4 Ensaio de compactação e ISC

O ensaio de compactação (Proctor) foi realizado seguindo as prescrições


contidas na NBR 7182 (ABNT, 2016e) que descreve a metodologia de ensaio para a
determinação do teor de umidade ótimo (ωotm), e a massa específica aparente seca
máxima (Ɣd Máx).
A energia de compactação definida neste trabalho foi a intermediária,
determinada seguindo as recomendações da NBR 15115 (ABNT, 2004d) onde se
observa ser uma condição mínima em camadas de base e sub-base, e que também
atende aos requisitos para camada de reforço de subleito. Cada tipo de energia de
compactação detém especificações quanto ao tipo de cilindro, soquete, número de
camadas e quantidade de golpes a serem empregados, estas características estão
apresentadas na Tabela 8.

Tabela 8 - Energias de compactação e suas caracteristicas


Cilindro Energia Soquete Nº de Camadas Nº de Golpes
Energia Normal Pequeno 3 26
Cilindro Pequeno Energia Intermediária Grande 3 21
Energia Modificada Grande 5 27
Energia Normal Grande 5 12
Cilindro Grande Energia Intermediária Grande 5 26
Energia Modificada Grande 5 55
Fonte: adaptado ABNT (2016e).

As amostras preparadas foram utilizadas sem reuso (virgens), pois oferecem


um resultado mais preciso do que os feitos com material de reuso, pois para solos que
41

possuem partículas muito quebradiças, a discrepância que poderia existir entre um


ponto e outro na tendência da curva de compactação é eliminada.
Para a confecção dos gráficos de compactação foram moldados cinco corpos
de prova (CP), sendo dois no ramo seco, um próximo à umidade ótima,
preferencialmente no ramo seco, e dois no ramo úmido. Esses CPs permaneceram
submersos por quatro dias (96 horas), sendo feita a medida da expansão a cada 24
horas com o auxílio de um extensômetro posicionado sobre a haste de extensão,
conforme representado na Figura 10. Findado o período de imersão foi realizado o
ensaio para determinação do ISC com o auxílio de uma prensa a uma velocidade de
penetração constante de 0,5pol/min seguindo a metodologia de ensaio 049
(DNER,1994) e da NBR 9895 (ABNT, 2016f). O equipamento utilizado para realização
do ensaio de penetração é apresentado na Figura 11.

Figura 10 - Ensaio de expansão

Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).

O ensaio de ISC consiste na razão da pressão necessária para produzir a


penetração de um pistão em um corpo de um solo em análise, e a pressão necessária
para produzir a mesma penetração em uma amostra com brita padronizada (DNIT,
2006). Os valores dessa penetração são expressos em porcentagem e determinam
por meio de equações empíricas, a espessura do pavimento flexível necessário em
função do trafego.
42

Figura 11 - Ensaio de ISC

Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).


43

7 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

7.1 CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS

7.1.1 Solo

No Gráfico 1, encontra-se um resumo da distribuição das dimensões dos grãos


do solo e suas porcentagens de ocorrência, já o Gráfico 2, representa sua curva
granulométrica, obtida através do ensaio de peneiramento e sedimentação,
possibilitando a determinação das características físicas do material.

Gráfico 1 - Faixas granulométricas encontradas no solo

1%
1% 9% Argila
8% 33% Silte
Areia fina
Areia média
Areia grossa
48% Pedregulho

Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).

Gráfico 2 - Granulometria do solo

100
90
80
70
% Passante

60
50
40
30
20
10
0
0,00 0,01 0,10 1,00 10,00 100,00
Abertura das peneiras (mm)

Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).


44

Para o segmento de pavimentação, segundo a proposta da AASHTO, a


amostra de solo (RS1) caracteriza-se como material de comportamento variando de
fraco a pobre como subleito de rodovia. Isso se deve a predominância de partículas
finas presentes nesta amostra. Os patamares de granulometrias formados no Gráfico
2, determinam que este material possui uma curva descontínua, este fato é
evidenciado pelas porcentagens apresentadas no Gráfico 1, onde nota-se que a
constituição das partículas do solo se encontra predominantemente em valores de
diâmetros inferiores a 0,075mm.
No processo de qualificação, este material se enquadrada no grupo A – 4 (8).
O solo típico deste grupo é siltoso e não plástico, o que é justificado por conta desta
amostra possuir cerca de 48% de silte e 33% de argila.

7.1.2 Composições

As curvas granulométricas das amostras RS1, RS2, RS3, RS4 e do ARC estão
apresentadas no Gráfico 3. Neste, verifica-se o ganho de partículas granulares e
diminuição da predominância de material fino nas composições, resultado positivo da
correção granulométrica aplicada, porém também se observa uma tendência de
comportamento descontínuo na granulometria das amostras RS3 e RS4. As amostras
RS2 e ARC apresentam curvas granulométricas contínuas, abrangendo boa parte dos
diâmetros, já as curvas Rs3 e RS4, apresentam curvas descontinuas representadas
pelo déficit de partículas de diâmetros de 25 mm.

Gráfico 3 - Curvas granulométricas dos materiais


120

100

80
% Passante

60

40

20

0
0,01 0,1 1 10 100
Abertura das peneiras (mm)

RS1 RS2 RS3 RS4 ARC

Fonte: Acervo pessoal, 2019.


45

Para a classificação pelo sistema rodoviário (AASHTO), foram acomodados na


Tabela 9, os parâmetros necessários para sua realização. Nela são apresentados os
limites de liquidez (LL) e de plasticidade (LP), índices de plasticidade (IP) e de grupo
(IG), bem como a classificação das amostras. Em associação das propostas de
classificação do DNIT e da AASHTO, as amostras receberam qualificação de acordo
com os seus grãos predominantes e de sua plasticidade.

Tabela 9 - Classificação das amostras


Classificação Material
Amostras LL LP IP IG
segundo AASHTO predominante
RS1 (6661) 40 30 10 8 A - 4 (8) Solo Siltoso

RS2 (6660) 18 NP NP 5 A - 4 (5) Solo Siltoso

RS3 (6616) 19 NP NP 0 A - 4 (0) Solo Siltoso


RS4 (6619) 19 NP NP 0 A - 1 - b (0) Areia Siltosa
RCC (ARC) NL NP NP 0 A – 1 – a (0) Pedregulho e Brita

Fonte: Acervo pessoal, 2019.

Para os materiais constituintes de camadas destinadas a pavimentação, o


DNIT (2006) recomenda a quantidade máxima de material passante na peneira #200
igual a 25%. Para materiais semelhantes à amostra RS1, necessita-se realizar
correção granulométrica para que essa exigência seja atendida. O Gráfico 4 apresenta
as faixas granulométricas requeridas pelo DNIT, e simula as curvas granulométricas
das composições ensaiadas entre essas faixas. Nota-se que quão mais próximo à
curva se aproximar da faixa I-A, melhor esse material será classificado, em
contrapartida, se a curva ultrapassar a faixa II-F se tona inservível para fins de
pavimentação segundo essa metodologia.
As granulometrias apresentadas nas curvas I-A e II-F estão relacionadas a
característica mais desfavorável presente neste grupo. As especificações de todas as
classes, incluindo suas composições estão apresentadas na Tabela 10.
Os materiais que foram ensaiados nesta pesquisa não foram classificados de
acordo com as especificações do Tabela 10, pois apresentaram divergências entre os
diâmetros de frações de areias. Porém estão dentro do limite das classes superiores
e inferiores do DNIT, sendo assim, a estabilização granulométrica com adição de ARC
é considerada satisfatória.
46

Gráfico 4 - Adequação a faixas granulométricas preconizadas pelo DNIT


120

100

80
% Passante

60

40

20

0
0,0 0,1 1,0 10,0 100,0
Abertura das peneiras (mm)
RS2 RS3 RS4
RCC (ARC) Faixa Granulométrica I-A Faixa Granulométrica II-F
Fonte: Acervo pessoal, 2019.

Verificando as conformidades do Gráfico 4, se observa que as únicas amostras


que atendem as especificações do DNIT quanto à granulometria são a RS4 e o ARC.
Estas curvas granulométricas são constituídas de materiais granulares, tendo cerca
de apenas 16,73% de finos para a primeira conformação e 2,81% para os ARC.
As granulometrias apresentadas nas curvas I-A e II-F estão relacionadas a
característica mais desfavorável presente neste grupo. As especificações de todas as
classes, incluindo suas composições estão apresentadas na Tabela 10.
Os materiais que foram ensaiados nesta pesquisa não foram classificados de
acordo com as especificações do Tabela 10, pois apresentaram divergências entre os
diâmetros de frações de areias e finos.

Tabela 10 - Granulometria dos materiais segundo DNIT


I II
Tipos de
A B C D E F
peneiras
% Em Peso Passando

2’’ 100 100 - - - -

1’’ - 75-90 100 100 100 100

3/8’’ 30-65 40-75 50-85 60-100 - -

Nº 4 25-55 30-60 35-65 50-85 55-100 70-100

Nº 10 15-40 20-45 25-50 40-70 40-100 55-100

Nº 40 8-20 15-30 15-30 25-45 20-50 30-70

Nº 200 2-8 5-15 5-15 10-25 6-20 8-25


Fonte: DNIT (2006).
47

A curva granulométrica do ARC está entre as faixas I-A e II-F das


especificações do DNIT, e apesar do material atender ao critério da máxima dimensão
característica se observa uma carência de partículas menores que 0,075 mm na
amostra. O coeficiente de uniformidade (Cu) do material se encontra na faixa de 11%
e a porcentagem passante na peneira #40 é 18,63% valores que atendem o
estabelecido pela Norma 15115 (ABNT, 2004d) apresentado na Tabela 7, validando
sua utilização por conta de tais resultados.

7.2 ENSAIO DE COMPACTAÇÃO

Os ensaios de compactação foram realizados conforme o item 6.2.4, na energia


do Proctor intermediário com utilização de cilindro grande. O intuito deste ensaio é
avaliar as propriedades mecânica das misturas para possível utilização em camadas
de pavimentação conforme especificado na NBR 15115 (ABNT, 2004d). Os resultados
obtidos de ωótm e Ɣd Máx são apresentados na Tabela 11, e as curvas de compactação
obtidas são representadas no Gráfico 5.

Gráfico 5 - Curvas de compactação


2,030
2,000
1,970
Densidade máxima

1,940
1,910
1,880
1,850
1,820
1,790
1,760
1,730
1,700
6,000 8,000 10,000 12,000 14,000 16,000 18,000 20,000 22,000
Teor de umidade
RS1 RS2 RS3 RS4

Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).

No processo de análise do Gráfico 5 e os valores demonstrados na Tabela 11,


é possível identificar que a adição do resíduo auxilia na obtenção de densidades
máximas maiores com teores de umidade ótima menores, enfatizando que os ARC
necessitam de menor teor de umidade para alcançar seu estado mais compacto.
De forma análoga ao estudo de Grubba (2009), as amostras demonstraram
expansões baixas ou nulas a partir da adição dos ARC, esse fato é representado
devido a estas amostras adquirirem o comportamento não plástico do resíduo, e
48

mesmo quando saturados acarretaram deformações baixas ou nulas, o que é


demonstrado nas amostras RS3 e RS4.

Tabela 11 - Resumo dos ensaios de compactação e expansão


ωótm Ɣd,Máx Expansão
Amostras Composição do material
(%) (g/cm³) (%)
RS1 (6661) 100 % Solo 16,80 1,798 8,35

RS2 (6660) 75% Solo e 25% ARC 14,40 1,902 5,10

RS3 (6616) 50% Solo e 50% ARC 11,80 1,987 0,30


RS4 (6619) 25% Solo e 75% ARC 10,40 2,004 0,0

Fonte: Acervo pessoal, 2019.

7.3 ENSAIO DE ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA

Para a determinação dos valores de ISC foram moldados cinco corpos de prova
para cada amostra e verificada sua resistência à penetração. Os valores obtidos são
apresentados na Tabela 12, que também apresenta uma coluna com o ganho de ISC
(em porcentagem) que a amostra em analise adquiriu com a incorporação dos ARC
em relação à amostra RS1 (sem adições).
Analisando a Tabela 12, salienta-se que os resultados obtidos do ISC e de
expansão atendem os requisitos mínimos exigidos pela NBR 15115 (ABNT, 2004d) e
pelo manual de pavimentação do DNIT (2006) as amostras RS3 e RS4 satisfazem os
critérios para o emprego em camadas de reforço de subleito em pavimentos
construídos em terrenos com solo de característica semelhante à amostra RS1. Em
suma os resultados de ISC se fazem satisfatórios. Os ganhos de resistência em
comparação ao solo natural são surpreendentes chegando a valores de 1375%, o que
viabiliza a utilização deste agregado em incorporação para estabilização de camadas
para pavimentação. De acordo com os valores de aumento do ISC apresentados na
Tabela 12, foi construído o Gráfico 6, que representa a variação existente do ISC da
amostra do solo em relação a amostra em análise.

Tabela 12 - Resumo dos ensaios de ISC


Det. 1 Det. 2 Det. 3 Det. 4 Det. 5 ISC Aumento no ISC
Amostras
(%) (%) (%) (%) (%) (%) (%)
RS1 (6661) 0,74 0,89 0,82 1,11 0,99 0,80 0,0
RS2 (6660) 1,41 1,56 2,23 1,78 1,19 2,18 272,50
RS3 (6616) 1,19 1,48 8,02 4,01 1,19 7,4 925,00
RS4 (6619) 45,54 9,06 11,09 1,88 0,99 11,0 1375,00
Fonte: Acervo pessoal, 2019.
49

Gráfico 6 – Aumento do ISC das amostras em relação ao solo natural


12
11

10

8 7,4

4
2,18
2
0,8 0,8 0,8

0
RS2 RS3 RS4

Solo Amostra

Fonte: Acervo pessoal, 2019.


50

8 CONCLUSÕES

O presente trabalho consistiu na avaliação da viabilidade técnica da utilização


dos ARC na estabilização granulométrica de um solo típico da região do Vale do
Araguaia para fins de pavimentação. O solo estudado apresenta mais de 86,6% de
material passante na peneira de abertura de 0,075 mm, consistindo em um material
predominantemente siltoso, e que apresenta um ISC de 0,8% que é inferior ao mínimo
de 2% exigido pelo DNIT (2006). De acordo com a proposta da AASHTO, o solo é
considerado fraco o que caracteriza esse material como subleito de desempenho
insatisfatório.
Quando se deu a incorporação dos ARC ao solo, as amostras apresentaram
um aumento proporcional nos diâmetros granulares chegando a valores de 16,73%
de finos, representando uma diminuição de aproximadamente 80,70% de materiais
com dimensões inferiores a 0,075 mm. Analisando a classificação das amostras em
relação a metodologia da AASHTO se observa que a adição dos ARC promoveu uma
melhoria de desempenho, o que pode ser evidenciado pela variação das classes e
diminuição do índice de grupo dos materiais.
As amostras demostraram uma alta variação no ISC em relação ao solo natural,
chegando a valores de até 1375% o que evidência que a adição de ARC ao solo auxilia
no processo de ganho de resistência. As expansões das amostras foram reduzidas à
medida que os ARC foram adicionados, chegando a deformações baixas ou nulas
para adições de material maiores ou iguais a 50%.
Os maiores valores de ISC encontrados foram de 7,4% e 11%, referentes às
amostras RS3 e RS4 respectivamente, que podem então ser utilizadas na construção
de camadas de reforço de subleito em pavimentos construídos em terrenos com solo
de característica semelhante à amostra RS1. Para a amostra RS2, mesmo
apresentando ISC superior ao do subleito mínimo exigido pelo DNIT (2006), devido a
sua expansão ser superior a 1%, este material se torna inservível nestas condições
para uso como reforço de subleito.
51

9 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

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56

ANEXO A – FICHA DE ENSAIO DA AMOSTRA RS1 (6661).


57

Gráfico 7 - Curva de compactação da amostra RS1


1,810
1,800
1,790
1,780
1,770
DENSIDADE (g/cm³)

1,760
1,750
1,740
1,730
1,720
1,710
12,0 13,0 14,0 15,0 16,0 17,0 18,0 19,0 20,0 21,0 22,0
UMIDADE (%)

Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).

Gráfico 8 - ISC amostra RS1

1,4

1,2

0,8
ISC (%)

0,6

0,4

0,2

0
12,0 13,0 14,0 15,0 16,0 17,0 18,0 19,0 20,0 21,0 22,0
UMIDADE (%)
Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).

Gráfico 9 - Penetração ramo seco da amostra RS1

1,20
CURVA PRESSÃO X PENTRAÇÃO RAMO SECO

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00
0,63 1,27 1,90 2,54 3,81 5,08 7,62 10,26 12,70
Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).
58

Gráfico 10 - Penetração no ramo ótimo da amostra RS1


CURVA PRESSÃO X PENTRAÇÃO RAMO ÓTIMO
1,40

1,20

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00
0,63 1,27 1,90 2,54 3,81 5,08 7,62 10,26 12,70
Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).

Gráfico 11 – Penetração no ramo úmido da amostra RS1

3,00 CURVA PRESSÃO X PENTRAÇÃO RAMO ÚMIDO

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
0,63 1,27 1,90 2,54 3,81 5,08 7,62 10,26 12,70
Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).

Gráfico 12 - Expansão da amostra RS1

EXPANSÃO
10,00
9,00
8,00
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
12,0 13,0 14,0 15,0 16,0 17,0 18,0 19,0 20,0 21,0 22,0
Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).
59

ANEXO B – FICHA DE ENSAIO DA AMOSTRA RS2 (6660).


60

Gráfico 13 - Curva de compactação da amostra RS2


1,920
1,900
1,880
1,860
1,840
DENSIDADE (g/cm³)

1,820
1,800
1,780
1,760
1,740
10,0 11,0 12,0 13,0 14,0 15,0 16,0 17,0 18,0 19,0 20,0
UMIDADE (%)

Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).

Gráfico 14 - ISC da amostra RS2


2,5

1,5
ISC (%)

0,5

0
10,0 11,0 12,0 13,0 14,0 15,0 16,0 17,0 18,0 19,0 20,0
UMIDADE (%)

Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).

Gráfico 15 - Penetração no ramo seco da amostra RS2


CURVA PRESSÃO X PENTRAÇÃO RAMO SECO
2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
0,63 1,27 1,90 2,54 3,81 5,08 7,62 10,26 12,70
Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).
61

Gráfico 16 - Penetração no ramo ótimo da amostra RS2


CURVA PRESSÃO X PENTRAÇÃO RAMO ÓTIMO
3,50

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
0,63 1,27 1,90 2,54 3,81 5,08 7,62 10,26 12,70
Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).

Gráfico 17 - Penetração no ramo úmido da amostra RS2

3,50 CURVA PRESSÃO X PENTRAÇÃO RAMO ÚMIDO

3,00

2,50

2,00
1,50

1,00
0,50

0,00
0,63 1,27 1,90 2,54 3,81 5,08 7,62 10,26 12,70
Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).

Gráfico 18 - Expansão da amostra RS2

7,00 EXPANSÃO

6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
10,0 11,0 12,0 13,0 14,0 15,0 16,0 17,0 18,0 19,0 20,0
Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).
62

ANEXO C – FICHA DE ENSAIO DA AMOSTRA RS3 (6616).


63

Gráfico 19 - Curva de compactação da amostra RS3


2,000

1,980

1,960

1,940
DENSIDADE (g/cm³)

1,920

1,900

1,880

1,860

1,840

1,820
7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0 14,0 15,0 16,0
UMIDADE (%)
Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).

Gráfico 20 - ISC amostra RS3


9
8
7
6
5
4
ISC (%)

3
2
1
0
7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0 14,0 15,0 16,0
UMIDADE (%)

Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).

Gráfico 21 - Penetração no ramo seco da amostra RS3

3,00 CURVA PRESSÃO X PENTRAÇÃO RAMO SECO

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
0,63 1,27 1,90 2,54 3,81 5,08 7,62 10,26 12,70
Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).
64

Gráfico 22 - Penetração no ramo ótimo da amostra RS3


CURVA PRESSÃO X PENTRAÇÃO RAMO ÓTIMO
16,00
14,00
12,00
10,00
8,00
6,00
4,00
2,00
0,00
0,63 1,27 1,90 2,54 3,81 5,08 7,62 10,26 12,70
Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).

Gráfico 23 - Penetração no ramo úmido da amostra RS3

CURVA PRESSÃO X PENTRAÇÃO RAMO ÚMIDO


9,00
8,00
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
0,63 1,27 1,90 2,54 3,81 5,08 7,62 10,26 12,70
Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).

Gráfico 24 - Expansão da amostra RS3

EXPANSÃO
4,50
4,00
3,50
3,00
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0 14,0 15,0 16,0
Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).
65

ANEXO D – FICHA DE ENSAIO DA AMOSTRA RS4 (6619).


66

Gráfico 25 - Compactação da amostra RS4


2,020
2,000
1,980
1,960
DENSIDADE (g/cm³)

1,940
1,920
1,900
1,880
1,860
6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0 14,0 15,0 16,0
UMIDADE (%)
Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).

Gráfico 26 - ISC da amostra RS4


50
45
40
35
30
25
ISC (%)

20
15
10
5
0
6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0 14,0 15,0 16,0
UMIDADE (%)

Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).

Gráfico 27 - Penetração no ramo seco da amostra RS4


CURVA PRESSÃO X PENTRAÇÃO RAMO SECO
16,00
14,00
12,00
10,00
8,00
6,00
4,00
2,00
0,00
0,63 1,27 1,90 2,54 3,81 5,08 7,62 10,26 12,70
Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).
67

Gráfico 28 - Penetração no ramo ótimo da amostra RS4


CURVA PRESSÃO X PENTRAÇÃO RAMO ÓTIMO
25,00

20,00

15,00

10,00

5,00

0,00
0,63 1,27 1,90 2,54 3,81 5,08 7,62 10,26 12,70
Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).

Gráfico 29 - Penetração no ramo úmido da amostra RS4

CURVA PRESSÃO X PENTRAÇÃO RAMO ÚMIDO


7,00

6,00

5,00

4,00

3,00

2,00

1,00

0,00
0,63 1,27 1,90 2,54 3,81 5,08 7,62 10,26 12,70
Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).

Gráfico 30 - Expansão da amostra RS4


EXPANSÃO
1,20

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00
6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0 14,0 15,0 16,0
Fonte: Relatório técnico de compactação em solo (CONTEC, 2019).

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