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A DESCIDA AOS INFERNOS

SLIDE 1 –

 A visão de Engels;
 Os bairros de Londres;

SLIDE 2 - “Nessa Londres da metade do século, com dois e meio milhões de


habitantes, projetavam – se com total nitidez a promiscuidade, a diversidade, a agressão,
em suma, os vários perigos presentes na vida urbana.” (pág. 22).

“Na expressão de Shelley: “o inferno é uma cidade semelhante a Londres, uma cidade
esfumaçada e populosa...” (pág. 22).

FALA: Essa era visão de muitos observadores sobre Londres naquele período, “um
assustador contraste entre opulência material e a degradação do homem”, trazendo uma
singularidade única a cidade.
Esse início de capitulo vai mostrar um pouco da visão de Engels sobre Londres, que
difere um pouco da visão de Poe vista no capítulo anterior. Num primeiro momento, ele
encontra-se encantado, afirma não haver espetáculo mais imponente do que a subida do
rio Tamisa em direção a ponte de Londres, porém logo se depara com os efeitos
devastadores da aglomeração urbana, como ele mesmo diz, e ao perceber o custo social
desse crescimento econômico, ele se mostra indignado e assustado.

SLIDE 3 – “Ao contrário de Poe, Engels não se sente atraído pela multidão das ruas
londrinas, que, para ele, “tem em si qualquer coisa de repugnante que revolta a natureza
humana.”” (pág. 23-24)

“... centenas de milhares de pessoas se comprimindo e se acotovelando [...] Esses


homens parecem esquecidos de que possuem as mesmas qualidades e capacidades
humanas e, mais ainda, de que partilha o mesmo interesse na busca da felicidade.” (pág.
24 – Engels).

FALA: Segundo Engels, esse isolamento do indivíduo, esse egoísmo latente era próprio
da sociedade moderna, um princípio fundamental, porém, estava claro que essa
individualização extrema levaria a “uma guerra social, a guerra de todos contra todos”.

A autora vai “mostrar” os bairros de Londres, e assim, sua situação, através das
descrições de Engels e outros autores da época. Primeiramente, ele vai nos apresentar
um contraste entre Rockery St, Giles e o bairro dos operários.

SLIDE 4: “A célebre Rockery (ninho de corvos) St. Giles fica em pleno centro da
cidade, área populosa e cercada de ruas largas e bem iluminadas, frequentadas pela alta
sociedade londrina. Dessa maneira, ao lado de Oxford Street, de Regente Street [...] uma
massa de casas de três a quatro andares, construídas sem planejamento, em ruas
estreitas, sinuosas e sujas, abriga parte da população operária. (pág. 24-25).

“Nas ruas a animação é intensa, um mercado de legumes e frutas de má qualidade se


espalha [...] o cheiro é nauseante. A cena torna-se mais espantosa no interior das
moradias [...] “não há um único vidro de janela intacto, os muros são leprosos, os
batentes das portas e janelas são quebrados [...]” em toda parte acumula-se detritos e
agua suja.” (pág. 25)

FALA: Esse tipo de condição descrita acima estava sempre presente nas anotações e
observações sobre os bairros operários. O bairro que mais chamava atenção naquele
período era o grande bairro operário à leste da Torre de Londres, White Chapel e
Bethnal Green, mais conhecido como East End.

SLIDE 5: Descrição do East End por Arthur Morrison (Tales of mean street): “Um
lugar chocante, um diabólico emaranhado de cortiços que abrigam coisas humanas
arrepiantes, onde homens e mulheres imundos vivem de dois tostões de aguardente,
onde colarinhos e camisas limpas são decências desconhecidas, onde todo cidadão
carrega no próprio corpo as marcas da violência e onde jamais alguém penteia o
cabelo”. (pág. 26).

FALA: Percebe-se que além da paisagem londrina que mudou drasticamente nesse
período, a figuração da população também modificou-se bastante, jovem londrino
passou a ter um aspecto de “Doente, Pálido, e Magro”, em recorrência da falta de
emprego e melhores condições de vida da população operária.

Outro ponto de importante destaque, é que o resto da população tentava se manter alheia
sobre a vida e as condições que viviam os pobres, nunca se aventuravam nesses bairros
ou tentam tomar conhecimento do sofrimento dessas pessoas, Maria Stella Martins cita
no livro algumas comparações sobre essa relação ou a falta dessa: que essa “parte da
cidade era tão pouco conhecida pelos londrinos como eram os selvagens da Austrália”
ou que os “distritos pobres são consideradas terras incógnitas e seus habitantes
selvagens”.

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