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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA

RELATÓRIO DE LEQ II

PRÁTICA 7 – PENEIRAMENTO

AUTORES

Flávio Antunes de Almeida – 11111EQU116


Lorena de Lima Fernandes – 11711EQU039
Nycole Vir Silva – 11621EQU006

UBERLÂNDIA – MG
2019

Av. João Naves de Ávila, 2121, Sala 1K217, Bloco 1K, campus Santa Mônica, Uberlândia – MG, CEP: 38400-902
www.feq.ufu.br – e-mail: malagoni@ufu.br – Tel. 34 3230-9534
1 – INTRODUÇÃO

A tamisação (peneiramento) trata da separação de uma mistura de materiais sólidos


granulados de diversos tamanhos em duas ou mais porções, cada uma delas mais uniformes
em tamanho em relação a mistura original.
Os sólidos particulados são obtidos por diversas operações unitárias muito presentes
na indústria, como por exemplo a moagem e a filtração. Esses sólidos são obtidos em diversos
tamanhos e formatos, sendo assim, necessário um processo de peneiramento para que haja
uma separação das partículas de acordo com suas dimensões, utilizando diversas peneiras com
aberturas variadas em suas malhas.
Cada peneira possui um específico mesh (número de aberturas por polegada linear),
o qual determinará a dimensão das partículas que serão retidas por cada peneira. Logo, quanto
menor for a abertura, maior será o seu mesh, e assim haverá uma maior separação física.
O objetivo da prática é estudar a distribuição de tamanhos da amostra sólida através
da via seca (peneiramento), observar a distribuição granulométrica, além de calcular o
diâmetro médio de Sauter.

Palavras-chave: peneiramento, materiais sólidos, mesh, distribuição granulométrica.

2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O peneiramento consiste na separação dos sólidos de um determinado material em


diversas frações. Esta técnica é indicada para partículas (sólidos) com diâmetro médio
superior a 0,075mm (#200). Para tal, utiliza-se uma série de peneiras de abertura conhecidas,
determinando-se a percentagem em massa retida ou passante em cada peneira. As dimensões
de tais aberturas são dadas em milímetros ou em mesh (número de aberturas por polegada
linear) (MASSARANI, 2002).
Esta técnica é utilizada para a determinação da percentagem em massa que cada faixa
especificada de tamanho (mesh) representa na massa total ensaiada. Através dela, pode-se
obter a distribuição granulométrica, a qual representa a fração mássica retida dentro de um
intervalo de tamanho (CREMASCO, 2012).
Mediante aos resultados obtidos com o peneiramento, é possível caracterizar a
amostra quanto ao seu diâmetro máximo e mínimo, diâmetro médio de Sauter, distribuição de

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frequência e fração cumulativa, além de ajustar Modelos de Distribuição Granulométrica a
uma amostra particular (CREMASCO, 2012).
Dado um modelo de distribuição granulométrica, o diâmetro médio de Sauter (D), é
obtido da seguinte forma:
1
D = Δ Xi
Σ
Di
(1)
_
——————

3 – MATERIAL E MÉTODOS
3.1 – Unidade experimental e instrumentos
 Esferas de vidro de diferentes diâmetros;
 Agitador de peneiras;
 Peneira de 20#, 24#, 28#, 32#, 35# e 42#;
 Bandeja com fundo cego;
 Balança analítica.

3.2 – Procedimento experimental


A amostra de esferas de vidro foi pesada e o valor obtido, anotado . Em seguida, as
cinco peneiras e a bandeja de fundo cego foram pesadas e suas respectivas massas, anotadas.
Posteriormente, a bandeja de fundo cego foi colocada em cima do agitador de peneiras,
seguida das peneiras de 42#, 35#, 32#, 28#, 24# e, por último, a peneira de 20#. A amostra foi
cuidadosamente disposta sobre a peneira superior, e a agitação manual foi realizada até notar
que as amostra retida não diminuía. A peneira de 20# foi retirada, pesada, a massa da peneira
contendo a amostra foi anotada e, feito isso, o unidade experimental foi montada, cobrindo a
peneira de 24#. O peneiramento das quatro peneiras foi realizado por 10 minutos de vibração
com frequência 6. Após os 10 minutos, as peneiras e a bandeja contendo amostra peneirada
foram pesadas e suas massas anotadas.

4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

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A partir da massa retida em cada peneira (equação 2) foi possível calcular a fração de
massa retida (equação 3) e a fração em massa de esferas com diâmetro menor que o diâmetro D
(equação 4).
M R =( M P +M S )−M P
(2)
onde:
MR = massa retida
MP = massa da peneira
MS = massa do sólido.
M Ri
ΔX = n
∑ MR
i=1

(3)
n
X n =1−∑ ΔX
i=1

(4)

Os valores da análise granulométrica obtidos são apresentados na Tabela 1.

Tabela 1: Dados da análise granulométrica.


Sistema Abertura
Tyler da peneira MP (g) MP+MS (g) MS (g) ΔX X
(mesh) (mm)
20 0,850 391,05 399,19 8,14 0,0113 0,9887
24 0,710 383,38 491,06 107,68 0,1492 0,8395
28 0,600 348,49 370,36 21,87 0,0303 0,8092
32 0,500 383,49 585,36 201,99 0,2799 0,5292
35 0,425 335,69 581,72 246,03 0,3410 0,1882
42 0,355 366,72 401,83 35,11 0,0487 0,1396
fundo - 312,75 413,46 100,71 0,1396 -

A massa total de esferas pesada inicialmente foi de 721,73 g e ao final do peneiramento, a


massa obtida foi igual a 721,53 g.
A partir dos dados da Tabela 1 foram plotados dois gráficos: um histograma que apresenta
a fração em massa retida em cada peneira (ΔX) versus abertura da peneira (d#) e a distribuição
acumulativa, representados pela Figura 1 e Figura 2, respectivamente.

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3
0.360
0.340
0.320
0.300
0.280
0.260
0.240
0.220
0.200
ΔX

0.180
0.160
0.140
0.120
0.100
0.080
0.060
0.040
0.020
0.000
d# (mm)

Figura 1: Histograma ΔX versus d#.

1.1
1.0
0.9 f(x) = − 8.04 x³ + 11.35 x² − 2.7 x − 0
R² = 0.97
0.8
0.7
0.6
0.5
0.4
X

0.3
0.2
0.1
0.0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9
-0.1
-0.2
-0.3

D (mm)

Figura 2: Distribuição acumulativa.

Fazendo-se o ajuste dos dados da Figura 2, segundo os modelos de distribuição


granulométrica: GGS (Gates, Gaudin, Schumann), RRB (Rosin, Rammler e Bennet) e
Sigmóide, obteve-se os parâmetros de correlação segundo a Tabela 2.

Tabela 2: Parâmetros e coeficientes dos modelos de distribuição granulométrica.

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4
Modelo Parâmetros R
GGS k = 0,7581 mm m = 2,4187 0,8749
RRB D’ = 0,5758 mm n = 3,9958 0,9566
Sigmoide D50 = 2,0258 P = 6,9374 0,9393

Ao analisar a Tabela 2, nota-se que o melhor modelo que se ajusta a análise


granulométrica em questão é o RRB (Rosin, Rammler e Bennet), por apresentar o maior R, onde
95,66% das esferas são representadas pelo modelo em questão.
Além da escolha do melhor modelo, os dados obtidos também permitem calcular o
diâmetro médio de Sauter (D) através da equação 1. Assim, D = 0,4183 mm.

5 – CONCLUSÃO

Pelos dados obtidos e pelo tratamento aplicado aos mesmos, conclui-se que o melhor
modelo para a distribuição granulométrica do peneiramento foi o RRB, seguido do Sigmoide
e, por fim, GGS que apresentou o pior ajuste aos dados obtidos, mostrando que menos de
90% das esferas são representadas por este modelo.
A perda de massa, após o peneiramento foi de apenas 0,2 g, ou seja, 0,0277% da
massa total. Pode-se dizer que essa massa perdida é praticamente desprezível e não implica
em erros consideráveis nos cálculos realizados. Outra fonte de erro a ser considera é o fato de
que o peneiramento da primeira peneira (peneira de 20#) foi realizado manualmente e
destampada, o que provavelmente, foi a principal causa de perda da amostra. Outra fonte que
pode ser levada em consideração é o manuseio das peneiras que ao serem retiradas agitador
para realizar a pesagem das mesmas pode ter perdido amostra que possuía diâmetro menor
que o da peneira e não passou devido à falta de tempo hábil para isso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CREMASCO, M. A. Operações unitárias em sistemas particulados e


fluidomecânicos. 1ªed., Edgard Blucher, 2012.
FOUST, A.S., et all (1982) “Princípios das Operações Unitárias”, 2a Ed., Rio
de Janeiro, Editora Guanabara Dois, 670p.

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MASSARANI, G. Fluidodinâmica em Sistemas Particulados, 2ª edição, e-
papers, 2002.
SILVA, M.A.P. e MEDRONHO, R.A.(1986) “Um Método Simples de
Determinação de Distribuição Granulométrica”, Anais do XIV ENEMP, Campinas.

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