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THE ROCKY HORROR PICTURE SHOW
Richard O’Brien
Jim Sharman
Personagens:
Fank-N-Furter
Janet Weiss
Brad Majors
Riff Raff
Magentla
Columbia
Dr. Everett Von Scott
Rocky Horror
Eddie
Criminologista (narrador)
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PRÓLOGO
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CENA I
(Os sinos do casamento estão tocando, Brad e Janet estão sem fôlego)
JANET – Oh Brad, não foi maravilhoso- Betty não estava uma graça radiante, linda? Eu
mal posso acreditar. Há uma hora ela era nada mais que Betty Monroe, e agora ela é a
Sra. Ralf Pallgrand. Não é o máximo?
BRAD – Todo mundo sabe que a Betty é muito prendada e uma excelente cozinheira.
JANET – É mesmo.
JANET – É mesmo?
JANET – Aham...
BRAD – Puxa, achei muito bacana você conseguir desbancar as outras garotas na
festa de casamento e agarrar o buquê.
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Nosso amor, que nunca acabará,
Creia em mim e nada temerá
Oh, J-a-n-e-t quero te amar.
BRAD – Oh Janet!
BRAD – Oh Janet.
Cena II
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JANET - Que foi Brad, que isso? (apreensiva)
BRAD - É melhor você ficar aqui, quentinha, enquanto eu vou procurar alguém para
nos ajudar.
JANET - Mas onde é que você vai Brad? Nós estamos completamente perdidos, sem a
mínima noção de que lugar é esse.
BRAD - Você reparou num castelo do lado direito da estrada, há poucos instantes atrás?
Talvez, quem sabe, eles tenham um telefone que a gente possa usar! (som de chuva)
JANET - Ah, eu também vou com você. Eu não fico sozinha aqui nem a pau.
BRAD - Janet, não faz sentido nós dois ficarmos encharcados, você pode pegar uma
pneumonia.
JANET - Aceite! Vou assim mesmo. E além do mais, querido, quem sabe se o dono
desse o dono desse telefone é uma mulher fatal, linda, maravilhosa? E você acaba
ficando por lá e não volta nunca mais.
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TODOS - Que brilhando nos seduz
(Som de trovão)
JANET - Oh Brad, por favor, vamos voltar, estou molhada até a alma, morta de frio e
morrendo de medo.
BRAD - Espere aí, fique calma Janet. Pode ser que eles tenham um telefone.
RIFF RAFF – Pois não!? (olhando através deles, como se procurando por outros)
BRAD - Oh, ah, uh... Oi, desculpa, nós estamos numa sinuca... Seria possível você nos
dar uma mãozinha... Nosso carro está com o pneu furado há uns dois quilômetros
daqui... Será que dá pra gente usar seu telefone?
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(pausa)
RIFF RAFF - Bem, vocês não vão ficar aí fora né? Eu acho melhor vocês dois entrarem.
JANET - Poxa, você é muito gentil, não precisa se incomodar. (som de porta fechando)
CENA III
JANET - Oh Brad, que lugar mais estranho é esse aqui, estou com medo (olhando ao
redor).
BRAD - Não esquenta não, Janet. Vê se fica calminha aí que estou aqui e não há razão
alguma para se preocupar. Toma, seca-se com meu casaco.
RIFF RAFF – É mais um dos casos do Mestre. Ele finalizou algo muito importante
hoje.
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MAGENTLA – Você tem sorte, ele tem sorte, eu tenho sorte, todos temos sorte, Há há
há! (zombando).
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COLUMBIA - Eu estava andando só
Sem nada pra fazer
Quando um cara me olhou e me fez estremecer
Olhos do demônio pra cima de mim
Ele me enfeitiçou, calafrios sem fim.
Minha mente apagou e ele sorriu
Eu fiz uma viagem até o ano 3000
(Ao fim da música todos estão caídos no chão. Janet agarra discretamente o braço de
Brad e ambos vão andando lentamente para a saída, de costas).
BRAD – Controle-se, Janet (simulando simpatia). É só uma festa. Não podemos sair
antes de encontrarmos o telefone.
(Frank vai surgindo do escuro ganhando a luz, até ela ficar forte sobre ele)
JANET – Eu estou molhada, com frio e... (Janet percebe a presença de Frank e fica sem
ar).
SWEET TRANSVESTITE
(DOCE TRAVESTI)
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Está um pouco arrasado
Só porque pensou que era o tintureiro, ou o bicho papão
Não tenham medo da minha aparência.
Procurem ver minha essência.
Não sou lá muito machão
Mas quando em ação
Nunca ouvi reclamação
(Frank sai. Riff Raff e Magentla despem Janet e Brad, que ficam reduzidos a roupas de
baixo, modelos antigos e cafonas)
BRAD - (ao lado de Janet) Não tenha medo, Janet, vamos entrar nesta por enquanto, só
pra ver o que vai dar. Na hora vemos como é que fica.
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JANET - O momento não é próprio para provérbios. Você tem certeza de que não há
nenhum perigo?
JANET - Oh Brad...
BRAD - (para Columbia, Magentla e Riff Raff) Sou Brad Majors, esta é minha noiva
Janet Weiss, e vocês são...
RIFF RAFF - Nosso mestre não é casado, e acho que nunca se casará, nós somos
simplesmente seus servos.
JANET - Eddie?
RIFF RAFF - É, até parece que foi ontem mesmo que ele ficou...
CENA IV
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(LABORATÓRIO – Som de laboratório)
JANET - Não.
FRANK - Não. Ótimo, eu também não tinha nada mesmo, para servir, ah que maravilha
ver caras novas e carne fresca por aqui. Magentla, Columbia, vão dar apoio a Riff Raff
enquanto eu fico por aqui dando uma força pros dois. Ah...
JANET - Weiss
BRAD - Weiss
FRANK - Enchanté. (rindo) Que charme as roupas de baixo que você está vestindo.
Amorecos, mas tome aqui, vistam isto. (ELE PASSA ROUPÕES PARA OS DOIS).
Farão com que vocês sintam-se menos vulneráveis. Não costumamos receber visitas
aqui, mas deixe que eu lhes mostre minha hospitalidade...
BRAD – Ingrato?
FRANK - Huumm, mas que homem bruto. Oh Brad, um perfeito exemplo de macheza.
Hum, tão dominante, você deve sentir muito orgulho dele, não Janet?
BRAD - Não.
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FRANK - Ahh sim! está bem... (para Janet) E você? (Entra Riff Raff).
RIFF RAFF - Está tudo praticamente pronto mestre. Estamos simplesmente esperando o
senhor nos dar o sinal.
Um acidente
JANET - Brad!
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Acordei de manhã me sentindo com a cuca no pé
E saí do meu sonho como se ainda estivesse lelé
Tão triste estou que nem sei para onde vou
Será que estou aos poucos me grilando no começo de um bode
Não fique encucada.
NARRADOR - Rocky Horror, você precisa de paz, e eu quero dizer que é assim que se
faz, você é produto do passado, portanto não fique encucado.
ROCKY - Oh sim, sou eu, minha vida se perdeu, foi assim que aconteceu, parece que
estou no começo de um bode.
FRANK - Rocky, que modos, isto lá é maneira de se comportar, no seu primeiro dia?!
ROCKY - Bem ninguém é perfeito, mas eu, pelo menos, acho que você trabalhou bem
ao construir meu físico. Pode crer.
ROCKY: Qual?
ROCKY: Oi Magentla.
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COLUMBIA: Oba Rocky!
ROCKY: Aí.
FRANK: Eu não o construí para você queridinha. Magrela, uma vara pau, de 40 quilos,
coitado sem charme, não pegará ninguém, sua mina o chutou, e ele então procurou, um
desses ginásios de halterofilismo, com exercício, Com massagem em um pouquinho só
de vapor, ficou esguio, em boa forma.
(Aparece Eddie)
NARRADOR - Há quem diga que a vida é uma ilusão. E a realidade- como nós a
conhecemos, é mera faceta da nossa imaginação. Se isto acontece, na verdade, Brad e
Janet estão bem protegidos. Porém, existem os que têm uma filosofia de vida bem mais
materialista. Aqueles que não temem barreiras para satisfazer seus desejos mais
cabeludos. Pode ser que Brad e Janet estejam entre os que sem saber estão segurando as
rédeas do diabo, a beira do precipício.
CENA V
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JANET - Eu espero que sim, meu querido. Estou com tanto mê... (LUZES SE
ACENDEM) Você? (INDIGNADA)
JANET - Seu monstro, sua besta, o que você fez com Brad?
JANET - Você me tapeou, eu nunca teria feito isso, nunca, nunca, nunca.
FRANK - Eu sei, queridinha, mas a final de contas, não foi tão ruim assim, foi? Foi
melhor que mais ou menos não foi? Aliás, eu acho até que talvez você tenha achado
assim bastante agradável, tão macio, tão sensual, um baratão.
FRANK - Shh, Brad provavelmente está dormindo agora, você gostaria que ele lhe
visse dessa maneira?
FRANK - Bem, eu estou certo de que você não está gasta e afinal, não foi uma
experiência divertida? (LUZES DIMINUEM) Você gostou mesmo, não foi? Não é
crime algum se entregar ao prazer, é? Nós até podíamos repetir. Oh Janet, você já
perdeu tanto tempo, Brad nem precisa saber. Eu juro que não conto nada. (BLACK
OUT).
JANET - Tem certeza absoluta que não contará nada a ele? OHHHHH...
CENA VI
BRAD - Você?
BRAD - Por que você... O que é que você fez com Janet?
BRAD - Você me tapeou, eu nunca teria feito isso, nunca, nunca, nunca mesmo.
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FRANK - Eu sei, mas até que não foi tão ruim assim, foi? Foi melhor que mais ou
menos, não foi? Aliás, creio até que foi bastante interessante ohh... Tão macio, tão
sensual, um intenso...
FRANK - Shh... Janet com certeza está dormindo, você quer que ela lhe veja nessa
situação?
BRAD - Assim como? Você é o culpado, seu patife... Seu... A culpa é sua, pensei que
fosse ela, a minha Janet, Janet sim, é o que é.
FRANK - Aceita uma bebida, para levantar a moral? Espera aí, Brad, vamos lá, admita
que foi bem agradável até, não foi? Você aproveitou, não garotão? Não há crime algum
em se aos prazeres da vida, não é mesmo? (LUZES VÃO DIMINUINDO) Que tal partir
para um repeteco, hein? Poxa Brad, você já desperdiçou tanto tempo, Janet nem precisa
saber. Eu juro pela minha mãe mortinha que não abro a boca, sou uma sepultura.
(BLACK OUT)
RIFF RAFF - (no telefone interno) Mestre, o laboratório está vazio, Rocky desapareceu,
o novo integrante do nosso grupo está perdido, em algum lugar neste castelo.
FRANK - Oh, ual, hum ai, ui, já estou indo, estou gozando, espera ai.
CENA VIII
JANET – O que está acontecendo aqui? Onde está o Brad? Onde está todo mundo? Ah,
se eu não tivesse vindo aqui, talvez o pneu não tivesse furado, se pelo menos a gente
estivesse entre amigos ou talvez pessoas normais, ah...
(Entra Rocky)
ROCKY - Oh! É você ?! Olha, estou tentando me esconder de meu criador e de seus
servos, eles me apavoram e sinto que o astral aqui é muito baixo. Eu tenho meditado
muito. Estou com uma sensação, um pressentimento incrível.
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ROCKY - É verdade que você não gosta de homem musculoso?
JANET - Bem...
ROCKY - Você tem aí um batonzinho cintilante pra eu botar nos meus lábios?
JANET - Eu estou noiva de Brad, que nem a Betty Monroe, noiva de Ralf Pallgrand.
Porém os beijos de Frank me deixaram perturbada. Me aturdem num êxtase que nunca
senti antes, beijos tão quentes, chupões sensuais. Eu podia imaginar até Brad nos vendo.
Minha vontade era de gritar “Pare! Não!”. Porém meus lábios estavam ardentes,
faminto. Meu corpo pulsava de excitação. Oh, Brad, meu querido, como eu posso ter
agido assim com você?
JANET - É sim. Está vendo? É instintivo. Você voltou aqui por uma coisa: Segurança.
Oh, onde está o Brad?
JANET - Oh, Brad. Como você pode fazer isso comigo? Oh, Deus!
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É uma vontade que vem
Que você tem também
É um fogo que queima
Preciso de alguém
CENA VIII
FRANK – (Com um Chicote) Como isso foi acontecer? Eu lhe mandei vigia-lo sem
parar.
FRANK – Rocky!
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BRAD – Janet! Oh, céus, como ela pode... Basta! Está tudo terminado entre nós!
ONCE IN A WHILE
(DE VEZ EM QUANDO)
FRANK – Que sentimental. Que patético. Esta sua piranha ousou profanar a minha
maravilhosa criação. Oh Rocky, como você pode?
FRANK – Ah, sim, então não foi este um encontro casual da sorte... mas você veio aqui
com uma finalidade.
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BRAD – Não é verdade. Vim aqui porque o pneu do meu carro furou. Já lhe disse.
FRANK – Eu sei muito bem o que você disse. Não sou surda, queridinha! Mas este Dr.
Everett Scott, seu nome não é de todo desconhecido.
FRANK - E agora ele trabalha para o governo, não é Brad? Está na seção sigilosa de
informação sobre aquilo que vocês chamam de Objetos não identificados, discos
voadores, não é mesmo, Brad?
FRANK – Ótimo. Tranque todas as saídas e todas as portas, com exceção daquelas que
dão aqui. Riff Raff, traga Rocky e Janet aqui. Eu creio que devemos aproveitar o evento
e promover já um acontecimento social. Os três convidados inesperados deverão nos
entreter com um mini show. Um show que eu mesmo faço questão de dirigir.
CENA IX
FRANK – Não me venha com joguetes e nem com papo furado, Dr Scott. O senhor
sabe perfeitamente o que Brad Majors está fazendo aqui. Tudo não passou de parte dos
seus planos, não foi? Ele e sua noiva vieram para observar o local e colher informações
para você. Infelizmente, para todos vocês, houve uma pequena mudança nos planos.
Mas tenho certeza que tudo ocorrera se souber se adaptar, Dr. Scott, Querido. O Brad,
por exemplo, eu descobri que é super adaptável.
SCOTT - Posso lhe assegurar que a presença de Brad aqui neste lugar me é
absolutamente surpresa. Assim como de todos os outros. Nunca pensei que o caso fosse
bem assim...
FRANK - Assim tão sofisticado, não Dr. Scott? Ou deveria lhe chamar de Von Scott?
Dr. Von Scott...
SCOTT – Nada não, Brad. Não dê importância a isso... Ah, esta maquina aqui...
SCOTT – Neste preciso é muito difícil dizer, porém, parece ser feito de um metal não
pertencente a este planeta. Eu até ousaria dizer que vem de outro Dimensão.
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(Porta se abre e entra Janet).
SCOTT - Janet!
FRANK – Rocky!
ROCKY – Foda-se!
FRANK – Ouça. Eu lhe dei a vida e posso lhe devolver ao nada. Num estralar de dedos
eu desligo a sua tomada fácil, fácil.
SCOTT – Suponho que você pretenda fazer com a gente o mesmo que fez com o Eddie,
não?
COLUMBIA – Eddie?
BRAD - Eddie, eu já o vi. Ele está com uma aparência horrível, medonha.
SCOTT – Acontece que eu sei muito. Sobre muitas coisas dele. Eddie era simplesmente
meu sobrinho.
SCOTT – Sim, Brad, o filho caçula de minha irmã. Eu sabia que ele andava por aí na
gandaia, com uma turma barra pesada. Mas é bem pior do que eu imaginava. (para
Frank). Vocês são todos uns loucos, extra- terrestres!
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SCOTT – Sempre no caminho do mal.
BRAD – Uh lalá!
JANET – De chorar.
SCOTT - Eu chorei.
Ninguém gostava dele
E eu tanto o amei
Eu disse “escute Eddie, não queira ser pirado”
Mas ele me espancou e se mandou.
Mas alguma coisa devia incomodá-lo
Pois ele me escreveu uma carta assim
FRANK – Reze pela alma de Eddie, eu acabei de descongelá-lo. (ele pega um saco de
sangue coagulado e segura-o alto). O destino dele está dentro deste saco.
SCOTT - Minhas rodas! Meu Deus, não consigo mover minhas rodas!
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E não digo mais
Se liga nessa, Janet Weiss
Sua coisinha
É azeda demais
Se liga nessa, Janet Weiss
Eu te dei a dica e você ainda complica
Tão sensual como um pau.
Tensa como um elástico
Quando a gente fez você gostou?
Sua reação
Está demais
Se liga nessa, Janet Weiss
O transmissor
Vai te seduzir
Você vai se acostumar
A nossa relação mental é demais!
Se liga nessa, Janet Weiss
Se liga nessa
É bom a beça
Se liga nessa
JANET – CHEGAAAA!
FRANK – Está na hora de começar o show (Entra música). Riff Raff prepare o
transmissor sônico no oitavo programa e mantenha todos os seus níveis ajustados em
zero.
SCOTT – Você não encontrará entre nós, os terráqueos, algo tão fácil como você pensa.
Este transmissor sônico é, creio eu, uma espécie de invento para transportar através de
áudio vibrações físio-moleculares.
SCOTT - Sim, Brad. É algo que nós mesmos vínhamos trabalhando. Mas parece que o
nosso amigo aqui arranjou um meio de aperfeiçoá-lo. Um instrumento que é capaz de
destruir matéria solida e então projetá-la através do espaço e quem sabe, talvez, até
mesmo do tempo.
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JANET - Você nos enviará para outro planeta?
(Frank faz sinal para Riff Raff, e este puxa uma alavanca transformando Brad, Scott e
Janet em estátuas)
FRANK – Columbia, os artistas estão num estado molecular em alguma parte entre a
saída e a entrada. Vamos fazer um show. Riff Raff, quando todos estiverem prontos,
podemos começar.
COLUMBIA – Meu Deus! Eu não posso mais aguentar isso. Primeiro você rouba o
Eddie de mim. Depois troca-o como um casaco velho, pelo Rocky. Você mastiga as
pessoas e depois as cospe de volta. Eu amei você. Esta ouvindo? Eu amei você e o que
isso me trouxe? Eu vou lhe dizer o que me trouxe. Um grande NADA. Você é como
uma esponja que suja o amor e a emoção dos outros. Eu já estou farta disso. Escolhe
entre o Rocky e eu.
(Frank faz sinal para Riff Raff puxar a alavanca e Columbia se transforma em estátua)
(Rocky entra e Frank faz sinal para Riff Raff puxar a alavanca. Rocky vira estatua).
FRANK – Mesmo sorrir faz minha face doer... Ahhh, minhas crianças se voltaram
contra mim. Rocky esta se comportando exatamente como o Eddie. Talvez eu tenha
cometido um erro dividindo o cérebro dele entre os dois.
FRANK – Magentla, eu sou realmente grato a todo ajuda sua e de seu irmão Riff Raff.
Vocês me auxiliaram em tudo. Lealdade como a de vocês não passará despercebida.
Vocês descobriram que quando o bom humor me toma, eu sou uma pessoa bastante
generosa.
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Isso serviu para provar a eles que o anfitrião deles era um homem de pouca moral e
bastante persuasão. Que outras humilhações eles iriam passar? E que diabos de
transmissor sônico e show eram aqueles de que Frank havia falado? De qualquer modo,
pelo acontecimento, até então uma coisa era certa e óbvia, aquilo não se tratava de um
pic-nic.
CENA X
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Ter aquelas lindas roupas sobre mim
Portanto entregue-se ao prazer total
E nas aguas do pecado não tema mergulhar
Eróticos pesadelos a te envolver
E devaneios sensuais a embalar
Vocês podem crer Oh Oh Ohhhh
Não sonhe, seja!
Não sonhe, seja!
Não sonhe, seja!
Não sonhe, seja!
FRANK – My My My (3X)
Um vampire muito louco eu sou
E agitando pelo mundo eu vou
Se meteu comigo se ferrou
Pesou a barra ninguém segurou
Livrar a cara de ninguém eu vou
Prendeu o braço a veia estourou
Quero que o sangue seja bom demais
E que eu sugue em paz....
(Riff Raff e Magentla aparecem no fundo da plateia vestidos com roupas extraterrestres
e segurando uma arma)
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FRANK – Espere! Eu posso explicar!
RIFF RAFF – E também presunçoso da sua parte. Entenda, quando eu disse que vamos
retornar a Transilvânia, estava me referindo apenas a Magentla e eu. Desculpe-me,
entretanto se você achou as minhas palavras ambíguas. Não há mais salvação para você.
Você permanecerá aqui. Ao menos em espírito. (durante essa fala Riff Raff vai
encurralando Frank com a arma, até voltarem ao palco)
RIFF RAFF – Sim, Dr. Scott. Um laser capaz de emitir um raio de pura anti-matéria.
SCOTT – Você viu o que acontecer ao Eddie. A humanidade precisa ser preservada.
RIFF RAFF – Sim. Agora, Frank-n-Furter, chegou sua hora. Diga adeus a tudo... isso, e
olá ao esquecimento. (Mira no peito dele)
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(Riff Raff vira a arma para Columbia e dispara. Ela cai dura no chão. Frank, assustado
começa a andar pra trás, fugindo. Ela grita. Riff Raff atira em Frank, e este cai duro no
chão. Rocky, num ímpeto de desespero tenta acudir Frank. Riff Raff atira em Rocky
várias vezes, até que ele cai por cima de Frank).
MAGENTLA – Cruzes, você os matou. Eu pensei que você gostasse deles. Eles
gostavam de você.
RIFF RAFF – (Aos berros) Eles não gostavam de mim! Eles nunca gostaram de
mim! ...Você viu como as coisas estavam ficando. Não havia outra saída.
RIFF RAFF – Você deve partir agora, Dr. Scott, enquanto ainda é possível. Nós vamos
desintegrar esta casa inteira e depois voltar ao planeta Transexual na galáxia da
Transilvânia. Vão... Agora...!
(Brad, Janet e Scott começam sair. Riff Raff e Magentla olham um para o outro e riem
baixinho).
RIFF RAFF – Não importa, Magentla. Nossa nobre missão está quase concluída, minha
linda irmã. Em breve nos retornaremos para superfície banhada pela lua do nosso
querido planeta.
SUPER HEROES
(SUPER HERÓIS)
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BRAD – Tanto tentei, como eu tentei
A verdade achar
E fracassei
E o que restou foi sofrimento...
FIM
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