Você está na página 1de 15

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

FACULDADE DE ENGENHARIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

ANÁLISE DE ESTABILIDADE DE TALUDES DE BARRAGENS DE TERRA

IASMIN FERREIRA NERY


JÚLIA COUTO FILGUEIRAS

JUIZ DE FORA
AGOSTO/2021
IASMIN FERREIRA NERY - 201724012
JÚLIA COUTO FILGUEIRAS - 201724071

ANÁLISE DE ESTABILIDADE DE TALUDES DE BARRAGENS DE TERRA

Trabalho apresentado para a


Disciplina de Geotecnia de
Fundações e Obras de Terra,
orientada pelo professor Márcio
Marangon.

JUIZ DE FORA
AGOSTO/2021
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4
2. OBJETIVOS 5
3. DESENVOLVIMENTO 6
3.1. SITUAÇÃO 1 6
3.2. SITUAÇÃO 2 9
3.3. SITUAÇÃO 3 12

4. CONCLUSÃO 14

REFERÊNCIAS 15
1. INTRODUÇÃO

O intuito da análise de estabilidade de taludes e barragens é avaliar a


possibilidade de ocorrência de escorregamento de massa do solo presente em
talude natural ou construído. Sendo assim, são feitas avaliações das condições de
equilíbrio da massa de solo num estado de ruptura iminente. Uma vez que essas
análises podem ajudar na previsão de deslizamentos e demais desastres, alguns
softwares vêm sendo empregados para ajudar nesses cálculos.

O GeoStudio – Software utilizado no trabalho – usa a teoria do equilíbrio


limite para calcular o fator de segurança (FS) dos taludes, podendo resolver
problemas simples e complexos para uma variedade de formas de superfície de
escorregamento, condições de pressão da água dos poros, propriedades do solo e
condições de carregamento. Para a simulação nesse programa, foram inseridos
dados de entrada e saída da superfície de pesquisa para direcionar a busca pelo
local do talude mais propenso à ruptura.

Figura 1: Vista aérea do local de implantação da barragem, as linhas em vermelho destacam onde
será implementada.
2. OBJETIVOS

O trabalho tem como objetivo analisar os fatores de segurança de diferentes


superfícies e condições, utilizando o software da GeoStudio. Serão utilizados os
seguintes dois métodos: Bishop Simplificado e Morgenstern & Price. Portanto, será
analisada a estabilidade dos taludes a jusante e a montante de uma barragem de
terra de 50,0 m de altura em sua fase final, para um reservatório de deposição de
rejeito industrial, em seção trapezoidal simples para três situações propostas a
seguir.

Figura 2: Dados de entrada e saída a jusante.

Figura 3: Dados de entrada e saída a montante.


3. DESENVOLVIMENTO

3.1. SITUAÇÃO 1

Utilizando o software GeoSlope/w da GeoStudio, foram traçados os limites do


talude e feitas as configurações iniciais para ser realizado a verificação da barragem
e do seu Fator de segurança. A barragem em estudo possui formato trapezoidal
com as medidas já descritas acima, inicialmente sem berma de equilíbrio. Ademais,
para o projeto foi utilizado os dados contidos na Tabela 1, contendo os parâmetros
geotécnicos da barragem antes da obra, o que se refere essa primeira situação de
estudo.

Tabela 1: Parâmetros geotécnicos dos materiais que compõem a barragem de estudo.

Na primeira situação de análise, será feito o estudo da estabilidade do talude


em relação à jusante e a montante da barragem em questão. Neste caso, foi feita a
análise do Fator de Segurança após a construção e em situação de fluxo, utilizando
tanto o método Bishop Simplificado como o Morgenstern & Price, totalizando oito
situações de estudo.

Figura 4: Método Bishop Simplificado - Fator de segurança após construção em regime de fluxo
permanente FS=0,827 a jusante.
Figura 5: Método Bishop Simplificado - Fator de segurança após construção em regime de fluxo
permanente FS=1,452 a montante.

Figura 6: Método de Morgenstern & Price - Fator de segurança após construção em regime de fluxo
permanente FS=0,810 a jusante.

Figura 7: Método de Morgenstern & Price - Fator de segurança após construção em regime de fluxo
permanente FS=1,440 a montante.
Figura 8: Método de Bishop Simplificado - Fator de segurança após construção FS=1,072 a jusante.

Figura 9: Método de Bishop Simplificado - Fator de segurança após construção FS=1,061 a


montante.

Figura 10: Método de Morgenstern & Price - Fator de segurança após construção FS=1,053 a
jusante.
Figura 11: Método de Morgenstern & Price - Fator de segurança após construção FS=1,040 a
montante.

Fator de segurança
Etapa Talude Condição
Bishop Morgenstern &
Simplificado Price

FC 1,061 1,040
Montante
RF 1,452 1,440
I Original
FC 1,072 1,053
Jusante
RF 0,827 0,810

Tabela 2: Resumo da Situação 1.

3.2. SITUAÇÃO 2

Na segunda situação, será feita a análise do Fator de Segurança da


barragem após a execução de uma berma de equilíbrio à jusante com 17 metros de
largura a uma altura de 35 metros em relação à cota da fundação. E ainda, verificar
se corresponde a uma situação de fator maior que 1,5 como requerido para o caso.

Figura 12: Método Bishop Simplificado - Fator de segurança após construção da berma em regime
de fluxo permanente FS=0,966 a jusante.
Figura 13: Método Bishop Simplificado - Fator de segurança após construção da berma em regime
de fluxo permanente FS=1,452 a montante.

Figura 14: Método Morgenstern & Price - Fator de segurança após construção da berma em regime
de fluxo permanente FS=0,943 a jusante.

Figura 15: Método Morgenstern & Price - Fator de segurança após construção da berma em regime
de fluxo permanente FS=1,440 a montante.
Figura 16: Método Bishop Simplificado - Fator de segurança após construção da berma FS=1,133 a
jusante.

Figura 17: Método Bishop Simplificado - Fator de segurança após construção da berma FS=1,061 a
montante.

Figura 18: Método Morgenstern & Price - Fator de segurança após construção da berma FS=1,114 a
jusante.
Figura 19: Método Morgenstern & Price - Fator de segurança após construção da berma FS=1,040 a
montante.

Fator de segurança
Etapa Talude Condição
Bishop Morgenstern &
Simplificado Price

FC 1,061 1,040
Montante
RF 1,452 1,440
II com Berma
FC 1,133 1,114
Jusante
RF 0,966 0,943

Tabela 3: Resumo Situação 2.

3.3. SITUAÇÃO 3

Terceira e última situação, foi considerada que a barragem foi executada


como proposta inicialmente, sem a berma. Sobre uma malha de drenos verticais de
areia para aceleração do adensamento. Assim iniciada a construção do aterro, o
mesmo foi executado até 4 metros e a execução foi paralisada por cerca de 2 anos.
Foram realizados ensaios de resistência ao cisalhamento executados em
amostras do solo de fundação, após este período de paralisação, indicaram novos
valores para os parâmetros de coesão, atrito e peso específico. Para tanto, foi
avaliado o novo “FS” para os taludes de jusante , para esta condição geotécnica
verificada após o período de paralisação da obra. Além disso, foram utilizadas as
propriedades geotécnicas presentes na Tabela 1, só que agora na situação após
paralisação.
Figura 20: Método Bishop Simplificado - Fator de segurança pós-paralisação FS=1,366 a jusante.

Figura 20: Método Morgenstern & Price - Fator de segurança pós-paralisação FS=1,365 a jusante.

Figura 22: Método Bishop Simplificado - Fator de segurança pós-paralisação em regime de fluxo
FS=1,360 a jusante.

Figura 23: Método Morgenstern & Price - Fator de segurança pós-paralisação em regime de fluxo
FS=1,349 a jusante.
Fator de segurança
Etapa Talude Condição
Bishop Morgenstern &
Simplificado Price

III Pós- FC 1,366 1,365


paralização Jusante
RF 1,360 1,349

Tabela 4: Resumo Situação 3.

4. CONCLUSÃO

Este trabalho foi essencial para possibilitar uma melhor compreensão dos
conhecimentos de Geotecnia de Fundações adquiridos até aqui na disciplina.
Ultimamente, estamos vivendo uma era de aumento exponencial do uso da
tecnologia, desenvolvendo diversas áreas do conhecimento, inclusive a Engenharia.
Dessa forma, a ferramenta desenvolvida pela Geoslope, o GeoStudio, auxilia numa
facilitação do dimensionamento de barragens, visto que nos mostra os fatores de
segurança para diversas situações e dá maior garantia quando feita no campo.

Tabela 5: Coeficientes (fatores) de segurança mínimos para barragens convencionais.


Fator de segurança
Etapa Talude Condição Conclusão
Bishop Morgenstern Final
Simplificado & Price

FC 1,061 1,040 Não-aceitável


Montante
RF 1,452 1,440 Não-aceitável
(I) Original
FC 1,072 1,053 Não-aceitável
Jusante
RF 0,827 0,810 Não-aceitável

FC 1,061 1,040 Não-aceitável


Montante
RF 1,452 1,440 Não-aceitável
(II) com
Berma FC 1,133 1,114 Não-aceitável
Jusante
RF 0,966 0,943 Não-aceitável

(III) Pós- FC 1,366 1,365 Aceitável


paralização Jusante
RF 1,360 1,349 Não-aceitável

Tabela 6: Quadro resumo com os valores de FS encontrados..

Após simulações no programa relacionadas às três situações, chega-se ao


resultado de somente um caso ser aceitável. Ou seja, apenas um dos casos se
enquadrou dentro do limite do fator de segurança (Vide tabela 5). Isso que dizer que
somente a situação simulada neste caso proporcionará uma barragem estável e
possível de utilização. Uma possível solução para essas instabilidades poderia ser o
aumento das dimensões da berma utilizada, além da instalação de poços de
rebaixamento. Com isso, haverá um aumento da resistência ao cisalhamento do
rejeito e uma redução da percolação pela barragem. Por fim, outras alternativas são
a mudança do material com parâmetros geotécnicos adequados e uma geometria
favorável à estabilidade.

REFERÊNCIAS

MARANGON, Márcio (2020a). Barragens de Terra, de Enrocamento e de Rejeitos.


In: Curso Básico de Obras de Terra. NuGeo-UFJF. 2020. Vol. 5. 61p. Disponível em:
Núcleo de Geotecnia (ufjf.br). Acesso em: 25 de ago. 2021.

MARANGON, Márcio (2020b). Utilização de Recursos Computacionais em


Geotecnia. In: Curso Básico de Obras de Terra. NuGeo-UFJF. 2020. Vol. 4. 27p.
Disponível em:Núcleo de Geotecnia (ufjf.br) . Acesso em: 25 de ago. 2021.

Você também pode gostar